História das Copas do Mundo

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História das Copas do Mundo
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De quatro em quatro anos, seleções de futebol de diversos países do mundo se reúnem para
disputar a Copa do Mundo de Futebol.
A competição foi criada pelo francês Jules Rimet, em 1928, após ter assumido o comando da
instituição mais importante do futebol mundial: a FIFA ( Federation International Football
Association).
A primeira edição da Copa do Mundo foi realizada no Uruguai em 1930. Contou com a
participação de apenas 16 seleções, que foram convidadas pela FIFA, sem disputa de
eliminatórias, como acontece atualmente. A seleção uruguaia sagrou-se campeã e pôde ficar,
por quatro anos, com a taça Jules Rimet.
Nas duas copas seguintes (1934 e 1938) a Itália ficou com o título. Porém, entre os anos de
1942 e 1946, a competição foi suspensa em função da eclosão da Segunda Guerra Mundial.
Em 1950, o Brasil foi escolhido para sediar a Copa do Mundo. Os brasileiros ficaram
entusiasmados e confiantes no título. Com uma ótima equipe, o Brasil chegou à final contra o
Uruguai. A final realizada no recém construído Maracanã (Rio de Janeiro - RJ) teve a presença
de aproximadamente 200 mil espectadores. Um simples empate daria o título ao Brasil, porém
a celeste olímpica uruguaia conseguiu o que parecia impossível: venceu o Brasil por 2 a 1 e
tornou-se campeã. O Maracanã se calou e o choro tomou conta do país do futebol.
O Brasil sentiria o gosto de erguer a taça pela primeira vez em 1958, na copa disputada na
Suécia. Neste ano, apareceu para o mundo, jogando pela seleção brasileira, aquele que seria
considerado o melhor jogador de futebol de todos os tempos: Edson Arantes do Nascimento, o
Pelé.
Quatro anos após a conquista na Suécia, o Brasil voltou a provar o gostinho do título. Em 1962,
no Chile, a seleção brasileira conquistou pela segunda vez a taça.
Em 1970, no México, com uma equipe formada por excelentes jogadores ( Pelé, Tostão,
Rivelino, Carlos Alberto Torres entre outros), o Brasil tornou-se pela terceira vez campeão do
mundo ao vencer a Itália por 4 a 1. Ao tornar-se tricampeão, o Brasil ganhou o direito de ficar
em definitivo com a posse da taça Jules Rimet.
Após o título de 1970, o Brasil entrou num jejum de 24 anos sem título. A conquista voltou a
ocorrer em 1994, na Copa do Mundo dos Estados Unidos. Liderada pelo artilheiro Romário,
nossa seleção venceu a Itália numa emocionante disputa por pênaltis. Quatro anos depois, o
Brasil chegaria novamente a final, porém perderia o título para o pais anfitrião: a França.
Em 2002, na Copa do Mundo do Japão / Coréia do Sul, liderada pelo goleador Ronaldo, o
Brasil sagrou-se pentacampeão ao derrotar a seleção da Alemanha por 2 a 0.
Em 2006, foi realizada a Copa do Mundo da Alemanha. A competição retornou para os
gramados da Europa. O evento foi muito disputado e repleto de emoções, como sempre foi. A
Itália sagrou-se campeã ao derrotar, na final, a França pelo placar de 5 a 3 nos pênaltis. No
tempo normal, o jogo terminou empatado em 1 a 1.
Em 2010, pela primeira vez na história, a Copa do Mundo será realizada no continente
africano. A África do Sul será a sede do evento.
Em 2014, a Copa do Mundo será realizada no Brasil. O evento retornará ao território brasileiro
após 64 anos, pois foi em 1950 que ocorreu a última copa no Brasil.
Curiosidades sobre a História da Copa do Mundo de Futebol
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- O recorde de gols em Copas é do francês Fontaine com 13 gols;
- O Brasil é o único país que participou de todas as Copas do Mundo;
- O Brasil é o país com mais títulos conquistados: total de cinco;
- A Itália foi quatro vezes campeã mundial. A Alemanha foi três vezes, seguida dos bicampeões
Argentina e Uruguai. Inglaterra e França possuem apenas um título cada;
- A Copa do Mundo é o segundo maior evento esportivo do planeta;
- As Copas do Mundo da França (1998) e Japão / Coréia do Sul (2002) foram às únicas que
tiveram a participação de 32 seleções. A Copa do Mundo da Alemanha 2006 teve o mesmo
número de seleções participantes.
Os campeões de todos os tempos
Uruguai (1930) / Itália (1934) / Itália (1938) / Uruguai (1950) / Alemanha (1954) / Brasil (1958) /
Brasil ( 1962) / Inglaterra ( 1966) / Brasil (1970) / Alemanha (1974) / Argentina (1978) / Itália
(1982) / Argentina (1986) / Alemanha (1990) / Brasil (1994) / França (1998) / Brasil (2002), Itália
(2006).
África do Sul
Os primeiros navegadores europeus, portugueses principalmente, chegaram à África do Sul no
século XV. Diogo Cão alcançou a costa sul-africana em 1485 e em 1488 foi a vez de
Bartolomeu Dias.
A História do país, propriamente dita, começa no século XVII com a ocupação permanente da
região do Cabo da Boa Esperança pelos holandeses. Em 1909, a união das colônias britânicas
de Cabo, Natal, Transval e Orange River origina a nação da África do Sul.
De 1948 a 1993/1994, a estrutura política e social é baseada no Apartheid, o sistema
legalizado de discriminação racial que manteve o domínio da minoria branca nos campos
político, econômico e social.
Em 1983, é adotada uma nova Constituição que garante uma política de direitos limitados às
minorias asiáticas, mas continua a excluir os negros do exercício dos direitos políticos e civis. A
maioria negra, portanto, não tem direito de voto nem representação parlamentar. O partido
branco dominante, durante a era do Apartheid, é o Partido Nacional, enquanto a principal
organização política negra é o Congresso Nacional Africano (ANC), que durante quase
cinqüenta anos foi considerado ilegal.
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Mais tarde, em 1990, sob a liderança do presidente F. W. de Klerk, o Governo sul-africano
começa a desmantelar o sistema do Apartheid, libertando Nelson Mandela, líder do ANC, e
aceitando legalizar esta organização, bem como outras anti-Apartheid.
Os passos seguintes no sentido da união nacional são dados em 1991. A abertura das
negociações entre os representantes de todas as comunidades, com o objetivo de elaborar
uma Constituição democrática, marca o fim de uma época na África do Sul.
Em 1993, o Governo e a oposição negra acordam nos mecanismos que garantam a transição
para um sistema político não discriminatório. É criado um comitê executivo intermediário, com
maioria negra, para supervisionar as primeiras eleições multipartidárias e multirraciais, e é
criado, também, um organismo que fica encarregado de elaborar uma Constituição que garanta
o fim do Apartheid.
Em Abril de 1994 fazem-se eleições multirraciais para o novo Parlamento. O ANC ganha as
eleições e Nelson Mandela, formando um Governo de unidade nacional, torna-se o primeiro
Presidente sul-africano negro. Em 2004, ano em que Thabo Mbeki completou cinco anos como
sucessor de Nelson Mandela, o Presidente da República da África do Sul prometeu acabar
com toda a violência de carácter político que ainda possa existir no país.
Fatos Históricos
Os europeus chegam à região em 1487, quando o navegador português Bartolomeu Dias
contorna o cabo da Boa Esperança. Ponto estratégico na rota comercial para as Índias e
habitada por diversos grupos negros (bosquímanos, khoi, xhosas, zulus), a região é povoada
por imigrantes holandeses, franceses e alemães no século XVII. Esses colonos brancos
(chamados bôeres ou africânderes) se fixam na região e desenvolvem uma língua própria, o
africâner. Em 1806, os ingleses tomam a Cidade do Cabo e lutam contra negros e bôeres. Os
choques levam os bôeres a emigrar maciçamente para o nordeste (a Grande Jornada, em
1836), onde fundam duas repúblicas independentes, Transvaal e Estado Livre de Orange. A
entrada dos britânicos no Transvaal provoca tensão e resulta na Guerra dos Bôeres, que
termina com a vitória britânica.
Alemanha
A região da Alemanha foi inicialmente habitada por tribos finesas e, em seguida, pelos celtas.
Porém, estes últimos foram expulsos para regiões ocidentais pelas tribas germânicas
(bárbaros) que chegaram ao território por volta de 800 AC.
O mais poderoso dos estados, fundado na Gália pelos germânicos no início da Idade Média, o
reino dos francos, foi erguido por Carlos Magno.
Após o tratado de Verdun (845), passou a existir o reino da Germânia. Independente, este
reino tornou-se uma monarquia eletiva.
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Em 936, o imperador germânico Otho, o Grande, conquistou regiões na Itália, aumentando sua
influência junto ao estado papal. Usou este poder para fazer-se coroar imperador. A Alemanha
passou a ser chamada de sacro Império Romano Germânico.
A autoridade dos imperadores germânicos, na Idade Média, era apenas simbólica, pois a
Alemanha passou a ser apenas uma espécie de estado feudal. Os senhores feudais possuíam
o poder de fato na região, decidindo sobre as ações políticas, jurídicas e econômicas em seus
feudos.
No século XVI, durante a reforma protestante, a Alemanha foi abalada pelas lutas religiosas.
Seu território foi praticamente dividido em duas partes: Alemanha do Norte (protestante) e
Alemanha do Sul (católica).
No começo do século XIX a região foi conquistada pelos franceses sob o comando de
Napoleão Bonaparte. O sacro Império Romano Germânico foi abolido e em seu lugar foi criada
a Confederação do Reno, que foi dissolvida pelo Congresso de Viena e reconstituída em novas
bases com o nome de Confederação Germânica (1815).
No final do século XIX a Alemanha foi unificada, formando um estado, com a atuação
diplomática do chanceler Otto von Bismarck.
Entre os anos de 1914 e 1918, a Alemanha, em conjunto com o Império Austro-Húngaro e
Itália, formaram a Tríplice Aliança na Primeira Guerra Mundial. Derrotada, a Alemanha
condenada, pelo Tratado de Versalhes, a pagar os prejuízos de guerra, perdeu territórios e
teve suas forças armadas reduzidas.
Na década de 1930, Hitler assumiu o poder na Alemanha e implanta o nazismo. Investiu
pesado no militarismo, conduzindo a Alemanha, em 1939, à Segunda Guerra Mundial, em
conjunto com Itália e Japão. Mais uma vez derrotada, a Alemanha saiu arrasada do conflito.
Após a Segunda Guerra, a Alemanha foi dividida em duas partes: Alemanha Ocidental
(capitalista) e Oriental (socialista). A reunificação ocorreu apenas em 1990, com a queda do
Muro de Berlim e a crise do socialismo.
Atualmente, a Alemanha é um país democrático e com uma economia forte. Integrante da
Comunidade Européia, é um dos países mais desenvolvidos do mundo.
Argélia
A Argélia tem sido habitada pelos berberes desde pelo menos 10.000 a.C. A partir de 1.000
a.C. os cartagineses passaram a exercer influência sobre os berberes ao instalarem
assentamentos ao longo da costa. Os primeiros reinos berberes começaram a surgir,
destacando-se o reino da Numídia, e aproveitaram a oportunidade oferecida pelas guerras
púnicas para se tornarem independentes de Cartago. Sua independência, no entanto, não
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durou muito já que em 200 a.C. eles foram anexados por Roma, então uma república. Com a
queda do Império Romano do Ocidente os berberes tornaram-se independentes outra vez
retomando o controle da maior parte do seu antigo território, com exceção de algumas zonas
que foram ocupadas pelos Vândalos que por sua vez foram expulsos pelos bizantinos. Com
sua vitória o Império Bizantino manteve, ainda que com dificuldades, o domínio sobre a parte
leste do país até a chegada dos Árabes no século VIII.
A Argélia foi anexada ao Império Otomano por Khair-ad-Don e seu irmão Aruj que
estabeleceram as atuais fronteiras argelinas ao norte e fizeram da costa uma importante base
de corsários. As atividades dos corsários atingiram seu pico por volta do século XVII. Ataques
constantes a navios norte americanos no mediterrâneo resultaram na primeira e segunda
guerra berbere. Sob o pretexto de falta de respeito para com seu cônsul a França invade a
Argélia em 1830. A forte resistência de personalidades locais e da população dificultou a tarefa
da França, que só no século XX obtém o completo controle do país.
Mesmo antes da obtenção efetiva desse controle, a França já havia tornado a Argélia parte
integrante de seu território, uma situação que só acabaria com o colapso da Quarta República.
Milhares de colonizadores da França, Itália, Espanha e Malta se mudaram para a Argélia para
cultivar as planícies costeiras e morar nas melhores partes das cidades argelinas,
beneficiando-se do confisco de terras populares realizado pelo governo francês. Pessoas de
descendência européia (conhecidos como pieds-noirs), assim como judeus argelinos eram
considerados cidadãos franceses, enquanto que a maioria da população muçulmana argelina
não era coberta pelas leis francesas, não tinha cidadania francesa e não tinha direito a voto. A
crise social chegou ao seu limite neste período, com índices de analfabetismo subindo cada
vez mais enquanto que a tomada de terras desapropriou boa parte da população.
A Argélia é obrigada a enfrentar uma guerra prolongada de libertação em virtude da resistência
dos colonos franceses (apelidados na metrópole de pieds noirs, ou pés pretos), que dominam
as melhores terras. Em 1947, a França estende a cidadania francesa aos argelinos e permite o
acesso dos muçulmanos aos postos governamentais, mas os franceses da Argélia resistem a
qualquer concessão aos nativos. Nesse mesmo ano é fundada a Frente de Libertação Nacional
(FLN), para organizar a luta pela independência. Uma campanha de atentados antiárabes
(1950-1953) desencadeada por colonos direitistas, tem como reação da FLN uma onda de
atentados nas cidades e guerra de guerrilha no campo. Em 1958, rebeldes exilados fundam no
Cairo um governo provisório republicano. A intervenção de tropas de elite da metrópole (Legião
Estrangeira e pára-quedistas) amplia a guerra. Ações terroristas, tortura e deportações
caracterizam a ação militar da França. Os nacionalistas e oficiais ultradireitistas dão um golpe
militar na Argélia em 1958. No ano seguinte o presidente francês, Charles de Gaulle, concede
autodeterminação aos argelinos. Mas a guerra se intensifica em 1961, pela entrada em ação
da organização terrorista de direita OAS (Organização do Exército Secreto), comandada pelo
general Salan, um dos protagonistas do golpe de 1958. Ao terrorismo da OAS a FLN responde
com mais terrorismo. Nesse mesmo ano fracassam as negociações franco-argelinas, por
discordâncias em torno do aproveitamento do petróleo descoberto em 1945. Em 1962 é
acertado o Armistício de Evian, com o reconhecimento da independência argelina pela França
em troca de garantias aos franceses na Argélia. A República Popular Democrática da Argélia é
proclamada após eleições em que a FLN apresenta-se como partido único. Ben Bella torna-se
presidente.
Argentina
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A colonização da região do Rio da Prata foi iniciada em 1536 com a fundação de Buenos Aires.
Os esforços da expedição espanhola para estabelecer uma colônia permanente foram
dificultados pela falta de alimentos e pela hostilidade dos nativos, levando-os a abandonar o
lugar cinco anos depois. Buenos Aires só foi fundada definitivamente em 1580 e - devido à sua
localização periférica e à escassez de metais preciosos - permaneceu ignorada pelos
espanhóis por mais de 200 anos.
Enquanto isso, as favoráveis condições naturais dos Pampas propiciaram o surgimento de
imensas estâncias para a criação de gado - a gênese do legendário gaucho e de uma
incipiente aristocracia rural. Devido a seu porto, Buenos Aires cresceu e se tornou importante
no tráfico de produtos importados. Em 1776 foi declarado capital do novo Vice-reinado do Rio
da Prata, o que significava um passo importante em sua emacipação política e econômica. A
ruptura definitiva veio com a revolução de 25 de maio de 1810 e a independência formal em 9
de julho de 1816.
A independência fez brotar uma guerra civil que perdurou por anos a fio. Os federalistas do
interior (fazendeiros conservadores, apoiados pelos gauchos e os trabalhadores rurais) exigiam
autonomia provincial, enquanto os unitaristas de Buenos Aires (comerciantes cosmopolitas que
buscavam capital, imigrantes e idéias européias) defendiam um governo forte centralizado em
Buenos Aires. Após um tirânico governo do caudilho e suposto federalista Juan Manuel de
Rosas, prevaleceu o unitarismo portenho, impulsando uma nova era de crescimento e
prosperidade com a constituição unitarista de 1853.
A base do boom econômico foi a adoção de um modelo primário-exportador, no qual o cultivo
de cereais e a criação de ovelhas tiveram um papel preponderante. A imigração européia em
massa, os volumosos investimentos estrangeiros (principalmente ingleses) e o superávit da
balança comercial foram os bastiões do novo liberalismo.
Contudo, os excessivos juros externos deixaram o país vulnerável demais aos vai-e-vens da
economia mundial. A riqueza se concentrou em poucas mãos, cresceu o desemprego e muitos
fazendeiros tiveram que abandonar o campo.
As primeiras décadas do século XX assistiram um debilitamento da democracia, sucessivas
crises econômicas, ressentimento das elites rurais e falta de confiança por parte dos
investidores britânicos, o que conduziu a um golpe de estado em 1930 e outro em 1943, este
último facilitando a ascenção de Juan Domingo Perón ao poder. Um até então desconhecido
coronel que trabalhava no Ministério do Trabalho chega à presidência em 1946 e depois em
1952. Ao lado de Eva, sua igualmente popular e carismática esposa, ele instituiu um programa
econômico com características fascistas e que destacava a industrialização e a autodeterminação, gerando um forte apelo tanto entre os conservadores como entre a massa
trabalhadora. Perón foi deposto e exilado em 1955 por um golpe de estado e seu partido foi
banido, dando início a 30 anos de alternância entre ditaduras militares e frágeis democracias
no poder. Em 1973, Perón retornou à Argentina e governou por um curto período até a sua
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morte. Deixou o poder nas mãos de sua então esposa e vice-presidenta Isabel, em um período
de extrema instabilidade política, econômica e social. Por pressões militares ela se viu obrigada
a renunciar em 1976, abrindo caminho para uma nova ditadura.
Os anos de 1976 a 1983 ficaram conhecidos como os anos da Guerra Suja. Os opositores de
esquerda que haviam iniciado uma guerrilha contra o regime foram torturados e erradicados
por verdugos militares que agiam com a cumplicidade do Estado, causando o
''desaparecimento'' de dezenas de milhares de pessoas acusadas de subversivas. As vítimas
mais conhecidas desse período foram as Madres de la Plaza de Mayo, mulheres que até hoje
mantêm uma vigília permanente pelos membros desaparecidos de suas famílias. Também
lutam por identificar seus netos, adotados por famílias pró-regime e que não sabem de sua
verdadeira identidade.
Esse conflito interno ironicamente só chegou ao fim em 1982 com a emergência gerada pela
Guerra das Malvinas, território em disputa com a Inglaterra desde 1833. A conflagração
declarada pelo general Leopoldo Galtieri contra Margaret Tatcher foi uma manobra política sem
sentido que terminou custando a vida de muitos jovens. A histeria e o ressurgimento
nacionalista encresparam a relação entre ambos países ao passo que distraíram a opinião
pública da corrupção e dos erros econômicos do governo militar.
O fracasso doméstico e externo do governo militar provocou seu constante enfraquecimento
até que em 1983 o país voltou à democracia elegendo como presidente Raúl Alfonsín. O
peronista Carlos Menem foi seu sucessor e governou durante toda a década de 90. Instituiu
radicais mudanças econômicas vendendo indústrias nacionalizadas e escancarando a
economia ao investimento externo. Em 1991, o ministro Cavallo lançou seu plano de
conversibilidade que atou o peso ao dólar numa paridade de um a um, reduzindo a inflação de
5.000% em 1989 a 1% em 1997. Mas ao passo que essas medidas domaram a hiperinflação,
também conduziram à escalada do desemprego e a uma prolongada recessão.
Fernando de la Rúa foi eleito presidente em 1999, sustentado por uma imagem de austeridade
e anticorrupção que se contrapunha aos excessos da época menemista. Os cortes e ajustes
implementados em seu governo não foram suficientes para paliar a grave crise, gerando uma
onda de greves e insatisfação popular que terminaram em sua conturbada renúncia.
O peronista Eduardo Duhalde torna-se o quinto presidente argentino em duas semanas. Seu
mandato provisório foi marcado por um foco assistencialista no âmbito interno e pela
desvalorização do peso e o protecionismo externos.
Em 25 de maio de 2003 assume o também peronista Néstor Kirchner para um mandato de 4
anos e meio. Seu governo vem sendo caracterizado por altos níveis de aprovação popular,
resultado dos elevados índices de crescimentos decorrentes da reativação econômica.
Austrália
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Os primeiros habitantes da Austrália, conhecidos como aborígines australianos, fazem parte da
mais longa história cultural do mundo, com sua origem datando da última Era Glacial. Embora
mistério e polêmica encubram diversos aspectos da pré-história australiana, em geral acreditase que os primeiros seres humanos atravessaram o mar, vindos da Indonésia, há cerca de 70
mil anos.
Os europeus passaram a explorar a Austrália no século XVI: os navegadores portugueses
foram seguidos por exploradores holandeses e pelo destemido pirata inglês William Dampier. O
capitão James Cook navegou ao longo de toda a costa leste em 1770 até chegar a Botany Bay;
logo depois reinvidicou o continente para os ingleses, que passou a se chamar New South
Wales.
Em 1779, Joseph Banks (um naturalista da expedição de Cook) achava que os ingleses
deveriam resolver os problemas de superpopulação nas prisões transferindo os condenados
para New South Wales. Em 1787, a Primeira Frota, com 11 navios e 750 condenados de
ambos os sexos, zarpou para Botany Bay. Chegou em 26 de Janeiro de 1788 , prosseguindo
para o norte até Sydney Cove, onde a terra e a água eram melhores. Para os recém-chegados,
New South Wales era um lugar quente, feio e hostil, e a ameaça da morte por inanição pairou
sobre a colônia por muitos anos. Para enfrentar a batalha contra a natureza e um governo
opressor, esses novos australianos desenvolveram uma cultura que se tornou a base da lenda
do 'combatente australiano'.
A Austrália passou a atrair colonizadores livres nas décadas seguintes, mas foi a descoberta
do ouro em 1850 que mudou a colônia definitivamente. A grande leva de imigrantes e as
inúmeras e grandes descobertas de ouro incrementaram a economia e mudaram as estruturas
sociais coloniais. Os aborígines foram arrancados da terra de suas tribos para que os novos
colonizadores tomassem posse para plantio ou extração.
No final do século XIX, houve uma tentativa de se idealizar 'o arbusto' (ou seja, qualquer local
afastado da cidade) e seus habitantes. O grande fórum para este “nacionalismo do arbusto” foi
a popular revista Bulletin. Suas páginas eram repletas de humor e sensibilidade sobre a vida
cotidiana e seus mais notáveis escritores eram lendas 'bush', Henry Lawson e 'Banjo' Paterson.
A Austrália se tornou uma nação com a federação das colônias em 1º de janeiro de 1901.
Tropas australianas combateram lado a lado com os ingleses na Guerra Bôer e na 1ª Guerra
Mundial. O país sofreu com a Depressão quando caíram drasticamente os preços do carvão e
do trigo – os dois principais produtos da economia australiana. Em 1931 quase um terço dos
assalariados estava desempregado e a pobreza se alastrava. No entanto, em 1933 a economia
da Austrália começou a se recuperar. Quando estourou a 2ª Guerra, tropas australianas
lutaram ao lado dos ingleses na Europa, mas no final foram os EUA que ajudaram a proteger a
Austrália do avanço da força aérea japonesa, derrotada na Batalha de Coral Sea.
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A imigração pós-guerra trouxe uma grande leva de imigrantes europeus, que desde então têm
prestado enorme contribuição ao país, restaurando a sua cultura e expandindo suas
perspectivas. O período pós-guerra trouxe a expansão para a Austrália devido à grande
demanda por seus recursos naturais. A Austrália esteve com os EUA na Guerra da Coréia e
em 1965 reuniu tropas para ajudar os Estados Unidos na Guerra do Vietnã, embora o apoio
para essa empreitada estivesse longe de ser total. O problema para muitos jovens australianos
foi a introdução do serviço militar obrigatório em 1964.
A agitação civil causada pelo alistamento compulsório foi um fator que contribuiu para que em
1972 o Partido Trabalhista Australiano chegasse ao poder sob a liderança de Gough Whitlam.
O governo de Whitlam retirou as tropas australianas do Vietnã, aboliu as taxas do serviço
federal e da educação de nível superior, instituiu um sistema de serviços de saúde
universalmente disponível e apoiou o direito à posse da terra da população aborígine.
No entanto, o governo era controlado por um Senado hostil e havia muitos rumores de
ineficiência administrativa. Em 11 de novembro de 1975, o governador geral (o representante
do monarca inglês na Austrália) agiu de maneira inédita ao dissolver o parlamento e instalar um
governo sob custódia conduzido pelo líder oposicionista do Partido Liberal, Malcolm Fraser.
Uma coalizão conservadora do Partido Liberal e do Partido Nacional ganhou a eleição
seguinte. Um governo Trabalhista não voltaria até 1983 quando um antigo líder sindical, Bob
Hawke, levou o partido à vitória.
Brasil
Em 22 de abril de 1500 chegava ao Brasil 13 caravelas portuguesas lideradas por Pedro
Álvares Cabral. A primeira vista, eles acreditavam tratar-se de um grande monte, e chamaramno de Monte Pascoal. No dia 26 de abril, foi celebrada a primeira missa no Brasil.
Após deixarem o local em direção à Índia, Cabral, na incerteza se a terra descoberta tratava-se
de um continente ou de uma grande ilha, alterou o nome para Ilha de Vera Cruz. Após
exploração realizada por outras expedições portuguesas, foi descoberto tratar-se realmente de
um continente, e novamente o nome foi alterado. A nova terra passou a ser chamada de Terra
de Santa Cruz. Somente depois da descoberta do pau-brasil, ocorrida no ano de 1511, nosso
país passou a ser chamado pelo nome que conhecemos hoje: Brasil.
O descobrimento do Brasil ocorreu no período das grandes navegações, quando Portugal e
Espanha exploravam o oceano em busca de novas terras. Poucos anos antes da descoberta
do Brasil, em 1492, Cristóvão Colombo, navegando pela Espanha, chegou a América, fato que
ampliou as expectativas dos exploradores. Diante do fato de ambos terem as mesmas
ambições e com objetivo de evitar guerras pela posse das terras, Portugal e Espanha
assinaram o Tratado de Tordesilhas, em 1494. De acordo com este acordo, Portugal ficou com
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as terras recém descobertas que estavam a leste da linha imaginária ( 200 milhas a oeste das
ilhas de Cabo Verde), enquanto a Espanha ficou com as terras a oeste desta linha.
Mesmo com a descoberta das terras brasileiras, Portugal continuava empenhado no comércio
com as Índias, pois as especiarias (cravo, canela, gengibre, pimenta, noz moscada, açafrão)
que os portugueses encontravam lá eram de grande valia para sua comercialização na Europa.
As especiarias comercializadas eram: cravo, pimenta, canela, noz moscada, gengibre,
porcelanas orientais, seda, etc. Enquanto realizava este lucrativo comércio, Portugal realizava
no Brasil o extrativismo do pau-brasil, explorando da Mata Atlântica toneladas da valiosa
madeira, cuja tinta vermelha era comercializada na Europa. Neste caso foi utilizado o escambo,
ou seja, os indígenas recebiam dos portugueses algumas bugigangas (apitos, espelhos e
chocalhos) e davam em troca o trabalho no corte e carregamento das toras de madeira até as
caravelas.
Foi somente a partir de 1530, com a expedição organizada por Martin Afonso de Souza,
que a coroa portuguesa começou a interessar-se pela colonização da nova terra. Isso
ocorreu, pois havia um grande receio dos portugueses em perderem as novas terras para
invasores que haviam ficado de fora do tratado de Tordesilhas, como, por exemplo,
franceses, holandeses e ingleses. Navegadores e piratas destes povos estavam praticando
a retirada ilegal de madeira de nossas matas. A colonização seria uma das formas de
ocupar e proteger o território. Para tanto, os portugueses começaram a fazer
experiências com o plantio da cana-de-açúcar, visando um promissor comércio desta
mercadoria na Europa.
Camarões
Os navegadores portugueses chegaram à costa dos Camarões em 1472. Notaram a
abundância de camarões no rio Wouri River e chamaram-lhe Rio dos Camarões, de onde
deriva o nome actual do país.
Apesar da chegada dos portugueses à costa dos Camarões no século XV, a malária impediu
os europeus de se instalarem e conquistarem os territórios do interior até ao final da década de
1870, quando grandes quantidades de quinino se tornaram disponíveis. No início, os europeus
estavam sobretudo interessados em comerciar, o que faziam na zona costeira, e adquirir
escravos. O comércio de escravos foi reprimido a meio do século XIX, ainda na parte final
desse século instalaram-se nos Camarões missões cristãs, as quais continuam a desempenhar
um papel na vida do país.
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No dia 5 de Julho de 1884 a totalidade do território camaronês e alguns territórios vizinhos
tornaram-se a colónia alemã de Kamerun, com a capital situada primeiramente em Buea e
depois em Yaoundé. Após o final da Primeira Guerra Mundial, o Reino Unido e a França
dividiram essa colônia, cabendo à França a maior área, sendo as zonas mais distantes
transferidas para o domínio de outras colônias francesas, e governando o restante a partir de
Yaoundé.
Os Camarões franceses alcançaram a independência em 1960 sob a denominação de
República dos Camarões, no território conhecido como Camarões do Norte e Camarões do
Sul. No ano seguinte, a maioria muçulmana do norte, que dominava dois terços dos Camarões
britânicos, votou pela adesão à Nigéria, enquanto que no sul a maioria cristã, votou de forma
que o outro terço dos Camarões britânicos aderisse à República dos Camarões, formando a
República Federal dos Camarões. Permanece no entanto em aberto o conflito da Ambazónia
Chile
Em 1542 o conquistador espanhol Pedro de Valdivia chegou nas costas do Chile e fundou a
cidade de Santiago. Porém antes dessa conquista, o território estava habitado por diversos
povos com organizações e sistemas de vida que se adequavam ao clima e a geografia da
região. Seguindo em direção norte-sul esses habitantes primitivos se reuniam em grupos como
os Aymaras, os Atacamenhos, os Changos, os Diaguitas, os Incas, os Mapuches ou
Araucanos, os Canoros, os Patagões e os Polinésios.
Durante os primeiros anos os espanhóis dividiram as terras, organizaram os indígenas e se
dedicaram em trazer o maior número de colonos possíveis para consolidar sua presença no
território. Ao avançar para o extremo sul os espanhóis encontraram os Mapuches ou
Araucanos, povo guerreiro que colocaram grande resistência à dominação espanhola. Durante
trezentos anos, índios e ibéricos disputaram com duras batalhas o domínio da região. Essa
situação chegou ao fim em 1599, quando os índios destruíram todas as fundações espanholas
ao sul de Concepción.
Devido à forte influencia do povo mapuche, os espanhóis decidiram se instalar num território
menor que compreende o que atualmente conhecemos como Copiapó e Conceição. Ali se
dedicaram à agricultura e a explorarão de minerais. Durante o século XVII e a metade do
século XVIII, as únicas cidades estabelecidas como tais eram Santiago, La Serena e
Conceição. Mais tarde, com o aumento da população, foram fundados novos centros urbanos
como Copiapó, Rancagua, Curicó e Talca. Esse assentamento de mais habitantes facilitou a
realização de importantes avanços nas áreas de educação e cultura.
1810-1829 A INDEPENDÊNCIA
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No começo do século XIX, acontecimentos como a Revolução Francesa e a independência dos
Estados Unidos incrementaram os sentimentos de independência de muitos países. No caso
do Chile, depois da invasão da Espanha por Napoleão e a queda do rei Fernando VII, em 1810,
os crioulos estabeleceram em Santiago uma Junta Nacional de Governo para dirigir a Colônia
em nome do monarca. Isso foi considerado uma rebelião e começou uma luta entre crioulos e o
Exercito Espanhol enviado desde o Reinado de Peru. Em 1814, depois de fracassado esse
primeiro intento de independência, a ajuda argentina, materializada na campanha do general
José de San Martín, foi traduzida na vitória de Chacabuco e Maipú, que marcaram o fim do
domínio espanhol no Chile.
Entre 1818 e 1829 nenhum dos governos chilenos conseguiu dar continuidade e estabilidade
ao país, pois as resistencias contra o governo autoritário de Berbardo de O' Higgins primeiro, e
as lutas entre liberais e conservadores, depois, impediram que fosse criando um marco de
estabilidade e convivência.
1829-1861 A ORGANIZAÇAO DA REPÚBLICA
A guerra civil de 1829 significou o triunfo dos conservadpres sobre os liberais. A partir desse
momento se construiu um Estado forte, centralizado, autoritário e unificado, no qual o poder
civil e as instituições se impuseram sobre o caudilhismo regional e militar.
O desenho desse sistema, refletido na Constituição de 1833, teve em Diego Portales seu
homem forte, quem, apesar de não ser presidente, deixou sua marca, incluso quando foi
assassinato em 1837. A estabilidade chilena se prolongou até 1891 e transformou o país numa
potencia regional principalmente depois da guerra contra a Confederação Peruana Bolivianana,
na que as tropas chilenas derrotaram ao protetor da confederação, o mariscal Andrés de Santa
Cruz. Esse sistema, de características autoritárias, não variou durantes os governos de
Joaquín Prieto (1831-1841), Manuel Bulnes (1841-1851) e Manuel Montt (1851-1861) que
proporcionaram o progresso e a institucionalização do país.
1861-1891 O PERÍODO LIBERAL
A divisão dos grupos conservadores nos anos 50 proporcionou a trasição a um sistema mais
liberal e menos autoritário, no qual o parlamento foi cobrando , progressivamente, mais
importância, reduzindo o poder presidencial. Assim, entre 1861 e 1891, os diferentes governos
introduziram uma legislação leiga, potenciaram a chegada de inversões estrangeiras e
estabeleceram um marco mais liberal de governo.
Além disso, a Guerra do Pacífico (1879-1883) confirmou a supremacia militar do Chile sobre
seus vizinhos, já que o exército chileno, além de derrotar a Bolívia e Peru, anexou a provincia
boliviana de Antofagasta e as peruanas de Tacna e Arica. Tudo isso lhe permitiu o controle
sobre o salitre, que se converteu no pilar fundamental onde se apoiou a economia chilena até
os anos 20.
1891-1920 A REPÚBLICA PRESIDENCIAL
A guerra civil de 1891 que enfrentou ao presidente José Manuel Balmaceda e às forças que
apoiavam a supremacia do Congresso sobre o executivo acabou com a derrota de Balmaceda
e deu início a três décadas de estabilidade política e de domínio dos partidos e profunda
debilidade dos diferentes governos que se sucederam.
Com uma economia baseada na exportação do salitre, foi formando-se uma classe obreira e
uma ampla classe média que durante este período estiveram alheias ao sistema político, ao
menos até o triunfo de Arturo Alessandri, em 1920.
1920-38 CRISE E RECUPERAÇÃO
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Quando o salitre deixou de ser um produto demandado internacionalmente a economia chilena
veio abaixo e com ela a estabilidade política e social. As tentativas de Alessandri de
impulsionar um governo popular fracassaram (1920-25) e deram passo à experiência de uma
ditadura militar e corporativa de Carlos Ibáñez do Campo (1927-31) que não pôde sustentar-se
depois do impacto das crises do 29. Depois da experiência breve de uma República Socialista
em 1932, Alessandri regressou à presidência (1932-38) e apoiado nos setores conservadores e
no cobre, o novo pilar da economia chilena, conseguiu outorgar ao país um período de
estabilidade política e econômica.
1938-1952 ÉPOCA DA FRENTE POPULAR
Uma coligação de radicais, socialistas e comunistas conseguiu o triunfo sobre os setores
conservadores, em 1938. Dirigidos pelo asa mais moderada, os radicais, implementaram uma
série de medidas de caráter social e de intervenção estatal na economia. A ruptura da
coligação devido às medidas anticomunistas dos radicais e as divisões no seio do socialismo,
unido ao forte desgaste do governo afetado por diversos casos de corrupção conduziram ao
final do regime da Frente Popular.
1952-1973 A CRISE DA DEMOCRACIA
Os governos que sucederam à Frente Popular não foram capazes de parar a deterioração
social e político pelo que atravessava o país. Nem as medidas de corte populista de Ibáñez do
Campo (1952-1958), nem as ortodoxas e conservadoras de Jorge Alessandri (1958-1964) nem
as reformistas de Eduardo Frei Montalva (1964-70) impediram que a situação fosse piorando
progressivamente e radicalizando-se o panorama político. O triunfo de Salvador Além em 1970
aprofundou as reformas que deram um giro socializante que conduziu à estatização da
economia. Os confrontos sociais e as pressões dos setores mais conservadores da sociedade
chilena ante as decisões do governo de Além sumiram ao país numa profunda crise, que
degenerou num ambiente de pré-guerra civil e acentuou os confrontos políticos.
1973-90 O REGIME DE PINOCHET
O golpe do 11 de setembro de 1973 clausurou o regime democrático mais antigo da América
Latina e transformou radicalmente ao país. Baseado num sistema autoritário desde o ponto de
vista político, que se plasmou na Constituição de 1980, o regime encabeçado por Augusto
Pinochet introduziu uma série de medidas econômicas de tintura liberal que abriram a
economia chilena ao exterior e atraíram os investimentos estrangeiros. A oposição ao regime
aumentou nos anos 80, mas a repressão e o apoio social com o que contava o regime
prolongaram a permanência no poder de Pinochet até 1990, quando abandonou a presidência
devido à derrota que sofreu no referendum de 1988.
1990-2005 A ÉPOCA DE LA CONCERTACIÓN E DA
RESTAURAÇÃO DEMOCRÁTICA
La Concertación, uma coligação de socialistas, democratacristianos e radicais, manteve-se no
poder desde 1990, durante as presidências de Patrício Aylwin (1990-94), Eduardo Frei RuizTagle (1994-2000) e Ricardo Lagos (2000- ). Estes governos se caracterizaram por liberar e
democratizar o regime implantado pelo pinochetismo, criar medidas de caráter social e por
manter o modelo econômico herdado da ditadura. Chile se converteu, nestes anos, num
exemplo de estabilidade política, crescimento econômico e redução das diferenças sociais.
Coréia do Norte
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A história da Coreia do Norte começa quando acaba a Segunda Guerra Mundial, em 1945.
Neste ano os japoneses foram expulsos da península coreana pela guerrilha liderada por Kim Il
Sung e forças soviéticas e estadunidenses ocuparam a área. Os soviéticos estabeleceram-se
ao norte do paralelo 38 e os estadunidenses ao sul. Formaram-se dois países divididos que
reclamavam o direito sobre toda a península, cada um proclamando ser o legítimo
representante do povo coreano.
A paz se mantinha fragilmente e em 25 de junho de 1950 a Coreia do Norte tentou a unificação
do país avançando rumo à chamada Coreia do Sul, dominada por tropas americanas e deu
início a uma grande guerra, envolvendo China e União Soviética de um lado e os EUA do
outro. Em 27 de julho de 1953 foi assinado um armistício entre o comandante do exército nortecoreano e um representante da ONU, criando uma zona desmilitarizada entre os dois países.
Um regime de partido único tal qual o soviético foi implantado no país e tem sido assim até
hoje. A Coreia do Norte apresentava bons índices de desenvolvimento econômico e industrial
durante todo o terceiro quarto do século XX, graças à ajuda da URSS e ao cenário econômico
mundial, mas a partir da crise do petróleo que surgiu nos anos 1970 o país parou de crescer.
Hoje depende freqüentemente de ajuda humanitária e apresentou, em 1995, um IDH com o
Coeficiente de Gini no valor de 0.766, similar ao da China nos dias atuais, e superior ao IDH do
Brasil na época. Mas o país, que passa por crises sociais graves busca acordos multilaterais
para se re-erguer.
Em 1994 morreu Kim Il-sung, que governara o país desde 1948. Seu filho, Kim Jong-il, assumiu
o comando do partido dos trabalhadores norte-coreano em 1997, e seguindo a linha do pai,
opõe-se à abertura econômica do país, inflando gastos com o setor militar, possivelmente para
barganhar algo dos inimigos políticos.
Coréia do Sul
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(Para o período anterior a 1948, ver o verbete Coréia, história da.) Em 1948, realizaram-se
eleições na Coréia do Sul que levaram Syngman Rhee à presidência da nova república,
proclamada em 15 de agosto do mesmo ano. Foi esta a primeira república sul-coreana, que
representou 12 anos de governo autoritário. Em 1950, a invasão do país pelas tropas nortecoreanas provocou a guerra da Coréia, que só terminou com o armistício de 27 de julho de
1953 e destruiu 43% do parque industrial sul-coreano.
A China exigia que todas as tropas estrangeiras abandonassem a península, mas os Estados
Unidos não concordavam com a retirada das forças das Nações Unidas. Os países socialistas
propunham o restabelecimento do paralelo 38 como fronteira entre as duas Coréias, enquanto
os Estados Unidos queriam fixá-la nas últimas linhas da frente de combate. Um outro problema
era o dos prisioneiros de guerra, muitos dos quais não queriam voltar a seus países de origem,
que reclamavam seu retorno. Depois de difíceis negociações, concordou-se em fixar a fronteira
entre as Coréias na linha de batalha, e as Nações Unidas se encarregaram do problema dos
repatriados.
Em 1954, Rhee conseguiu que a Assembléia Nacional o nomeasse presidente vitalício. Em
março de 1960, o descontentamento geral obrigou-o a renunciar e ele se refugiou no Havaí.
A segunda república durou apenas nove meses. Nesse período, o Parlamento se fortaleceu,
em contraste com o forte presidencialismo do anterior. Um golpe militar derrubou o governo em
16 de maio de 1961. A junta que assumiu o poder dissolveu a Assembléia e proibiu todas as
atividades políticas, impôs a lei marcial e criou um Conselho Supremo de Reconstrução
Nacional, presidido pelo general Park Chung-Hee. Em novembro do ano seguinte, reformas
constitucionais deram mais poder ao presidente e enfraqueceram a Assembléia. As mudanças
na constituição foram aprovadas por plebiscito em dezembro de 1962.
Em março de 1963, Park quis prolongar o governo militar por quatro anos, mas encontrou
grande resistência civil e teve de marcar eleições para o fim do ano. O próprio Park concorreu
como candidato à presidência pelo Partido Democrático Republicano. As eleições que deram
origem à terceira república foram realizadas em 15 de outubro de 1963. Park venceu por
pequena margem, obtendo também maioria no Parlamento.
Em outubro de 1969, após graves distúrbios, Park recorreu a um plebiscito para se reeleger
para um terceiro mandato quadrienal. Acabou derrotando a oposição do Novo Partido
Democrata, de Kim Dae-jung, embora esse grupo tivesse ampliado sua representação no
Parlamento. Em dezembro de 1971, Park declarou estado de emergência nacional, em outubro
do ano seguinte dissolveu a Assembléia e suspendeu a constituição. Em dezembro de 1972,
implantou-se um novo regime constitucional que previa a reeleição indefinida dos presidentes
para mandatos de seis anos.
Park adotou um novo sistema político, conhecido como "Yushin", isto é, revitalização e reforma.
Instaurou-se uma Conferência Nacional para a Unificação, organização baseada na "vontade
coletiva do povo", cujo fim era "obter a unificação pacífica da pátria". A Conferência reunia
entre dois mil e cinco mil membros eleitos por um período de seis anos, tendo como presidente
o próprio Park. Este organismo também elegia dois terços da Assembléia Nacional e aprovava
as emendas constitucionais propostas por esta. Em dezembro de 1978, Park foi reeleito
segundo o novo sistema.
Na gestão de Park, a Coréia do Sul logrou um impressionante crescimento econômico,
sobretudo durante o terceiro plano qüinqüenal, entre 1972 e 1976, quando o produto interno
bruto cresceu 11,2% por ano. O volume de exportações sul-coreanas chegou a dobrar e a
indústria de construção obteve contratos no exterior. Esses resultados se deveram a uma
política de diversificação da produção industrial e de modificações nas estruturas econômicas
nacionais. Além disso, adotou-se uma política de distribuição de renda que garantiu a ordem
social.
16
Park foi assassinado, segundo a versão oficial, em 26 de outubro de 1979, por Kim Jae-Kyu,
diretor da Agência Central de Inteligência da Coréia. Cinco guardas do presidente também
foram mortos nesse incidente, que não ficou esclarecido. Pela primeira vez na história do país
um governante foi eliminado nessas circunstâncias.
Depois da morte de Park, o primeiro-ministro Choi Kiu-han assumiu a presidência provisória e
em dezembro foi efetivado no cargo. No princípio, tudo indicava que o novo presidente iria
liberalizar a vida política do país. Todavia, o poder logo voltou às mãos dos militares, que em
maio de 1980 proibiram as atividades políticas, ampliaram a lei marcial e suprimiram os focos
de resistência civil, como as universidades, que foram fechadas.
Após um período de desordens, em 27 de agosto de 1980 foi eleito presidente provisório o
general Chun ôo Hwan, que prometeu anular a constituição Yushin. Em 27 de outubro
daquele ano, inaugurou-se a quinta república. A nova constituição limitou os poderes
presidenciais em favor da Assembléia e o mandato presidencial ficou reduzido a um único
período de sete anos. Chun foi eleito presidente em fevereiro de 1981.
O Partido Democrático da Justiça, apoiado pelo presidente, tornou-se majoritário na
Assembléia Nacional, ficando na oposição os partidos Democrático e o Socialista Democrático.
O enfraquecimento da economia e a corrupção política provocaram uma reforma no governo
em 1982. Ao mesmo tempo, as relações com a Coréia do Norte, que haviam melhorado
temporariamente com Chun, passaram por uma fase conturbada. Em 1983, diversos
diplomatas sul-coreanos morreram em um atentado em Rangum, na Birmânia (atual Myanmar),
e um avião civil do país foi abatido por mísseis soviéticos. Em 1987, pressões internas e
externas obrigaram o presidente a submeter a plebiscito um projeto de lei que democratizava a
vida política nacional. Nesse mesmo ano, foram realizadas eleições presidenciais, com a vitória
do candidato do partido oficial, Roh Tae Woo, que assumiu o poder em 1988, ano em que Seul
foi sede dos jogos olímpicos.
Sociedade e cultura
A maioria das crianças coreanas passa seis anos na escola primária, de freqüência obrigatória.
Quase todas seguem algum curso secundário e cerca da metade chega a uma carreira de nível
superior. Existem na Coréia do Sul mais de oitenta estabelecimentos de ensino superior. Os
serviços de saúde multiplicaram-se depois da guerra da Coréia, mas ainda são insuficientes
para atender toda a população. Esse problema agravou-se em virtude do êxodo contínuo de
médicos para o exterior. As organizações assistenciais dedicam-se sobretudo a veteranos de
guerra, idosos e indigentes.
O nível de vida da população melhorou gradualmente desde a década de 1950, e a renda
média per capita multiplicou-se por sete entre 1968 e 1979. A expectativa de vida, que em
1950 era de 53 anos, subiu para 66 em 1980. Entretanto, as diferenças entre a população rural
e a urbana continuaram grandes.
Na Coréia do Sul convivem duas religiões tradicionais, o budismo e o confucionismo. Restam
também vestígios do xamanismo autóctone do país. Dá-se ainda uma curiosa circunstância: as
mulheres geralmente optam pelo budismo, enquanto os homens – mesmo dentro de uma
mesma família – preferem a ética confucionista.
A vida cultural está ligada às raízes chinesas, embora, como sempre ocorreu na história do
país, conserve suas características peculiares. O budismo, a filosofia de Confúcio e o
xamanismo continuam a ser a base da produção cultural sul-coreana. O Museu Nacional, que
tem unidades em diversas cidades do país, possui uma vasta coleção de objetos artísticos de
todo o tipo, entre os quais incluem-se pinturas, cerâmicas, manuscritos, estátuas e telas,
muitos deles tesouros nacionais
Costa do Marfim
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Os portugueses são os primeiros europeus a chegar à região, no século XVI, inaugurando o
comércio de marfim. No século XVII surgem pequenos Estados, entre os quais se destaca o
dos bauleses. Nessa época, os franceses instalam entrepostos comerciais na região. Vários
reinos, temendo a expansão baulesa, colocam-se sob a proteção da França. Isso facilita o
domínio da região, que em 1893 se torna protetorado francês. Inicia-se a exploração de cacau,
café e produtos da floresta.
Independência
Em 1946, começa o processo de emancipação com a fundação da União Democrática Africana
(RDA), o primeiro partido anticolonial do continente, liderado por Félix Houphouët-Boigny. A
independência ocorre em 1960, fruto de negociações entre a França e Houphouët, eleito
presidente, tendo a RDA como partido único. O país progride com o setor agrícola. A queda
nos preços internacionais dos produtos tropicais, em 1989, traz uma grave crise. A insatisfação
popular leva ao reconhecimento de novos partidos. Nas eleições de 1990, Houphouët é reeleito
pela sétima vez. Com sua morte, em 1993, o cargo é ocupado pelo presidente da Assembléia
Nacional, Aimé Henri Konan Bédié, que mantém o regime ditatorial. A oposição boicota o pleito
presidencial de 1995, no qual Bédié obtém 95% dos votos.
Golpe militar
A Costa do Marfim sofre o primeiro golpe militar de sua história em dezembro de 1999. O
general Robert Guei toma o poder, suspende o Legislativo e a Constituição. Para governar, cria
um Conselho Nacional de Salvação Pública (CNSP), sob seu comando. O CNSP reúne
militares e políticos, com forte presença da União dos Republicanos (RDR), liderada pelo
principal adversário do presidente deposto, o ex-primeiro-ministro Alassane Ouattara. A nova
Constituição é aprovada em 2000, determinando que apenas pessoas cujos pais tenham
nascido na Costa do Marfim possam assumir a Presidência. Assim, fica impedida a candidatura
de Ouattara, cujo pai é burquinense. A restrição é entendida como uma discriminação à
população do norte do país.
Revolta popular
As eleições presidenciais ocorrem no segundo semestre de 2000, mas Guei se autoproclama
vencedor ao constatar que o oposicionista Laurent Gbagbo havia ganho. O golpe desencadeia
um levante popular. Com a adesão de parte do Exército aos protestos, Guei foge para o Benin
e Gbagbo assume a Presidência.
Fatos recentes
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Em 2002, Gbagbo comunica a entrada da RDR de Ouattara no governo. Em setembro,
soldados iniciam um motim em Abidjan. O governo culpa Guei, que morre no tiroteio. O conflito
se estende pelo país. Em poucas semanas, rebeldes conquistam a metade norte da nação.
Acordo de paz
Em janeiro de 2003, sob coordenação da França, o governo e os grupos rebeldes fecham
acordo para formar um governo de união nacional e acabar com leis de discriminação étnica. O
novo governo integra os três principais grupos armados: Movimento Patriótico da Costa do
Marfim (MPCI, que controla o norte), Movimento por Justiça e Paz (MJP) e Movimento Popular
Marfinês do Extremo Oeste (MPIGO). Em fevereiro de 2004, a ONU aprova uma nova força de
paz para a Costa do Marfim, com 6.240 militares, recebendo o apoio de mais 4 mil soldados
franceses. Os principais objetivos são monitorar o cessar-fogo, impulsionar o desarmamento e
apoiar o processo de paz.
DINAMARCA
Dinamarca e península Escandinava são o ponto de partida dos vikings, navegadores
germânicos que conquistam várias partes da Europa.
Entre os séculos IX e XI eles dominam a região do mar Báltico ao mar do Norte. No século X a
Dinamarca é cristianizada por missionários ingleses e saxões.
Em 1397, Dinamarca, Suécia, Noruega e Islândia juntam-se na União de Kalmar.
A intervenção dinamarquesa na Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), a favor dos protestantes,
e as guerras contra a Suécia, no século XVII, reduzem sua influência no mar Báltico.
O apoio à França napoleônica, em 1814, tem como resultado a perda da Noruega para a
Suécia.
Em 1849, uma nova Constituição estabelece um ponto final no Absolutismo e institui a
Monarquia constitucional.
Na guerra contra a Prússia e a Áustria, em 1864, a Dinamarca perde a região de SchleswigHolstein, que corresponde a um terço do país.
Bem-estar social
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Na I Guerra Mundial o país permanece neutro. O Tratado de Versalhes restitui-lhe o norte de
Schleswig-Holstein, em posse da Alemanha. Entre 1929 e 1940, governos de esquerda
ampliam os direitos sociais.
Na II Guerra Mundial os alemães ocupam a Dinamarca, que resiste à anexação pretendida por
Hitler.
A partir da libertação, em 1945, o país tem uma sucessão de governos social-democratas que,
nas décadas seguintes, ampliam sua já poderosa estrutura previdenciária. Em 1949, a
Dinamarca participa da formação da aliança militar ocidental, a Otan.
Com a morte do rei Frederik, em 1972, sua filha Margrethe ocupa o trono. Em 1973, um
plebiscito aprova o ingresso na Comunidade Econômica Européia (atual União Européia).
Nos anos 70 o país enfrenta inflação e desemprego, provocando forte crítica ao estado de
bem-estar social. Em 1982, uma coalizão de partidos não-socialistas (entre eles, o
Conservador e o Liberal) vence o Social-Democrata. O conservador Poul Schlüter torna-se
primeiro-ministro.
Maastricht
Rejeitado pelos dinamarqueses em 1992, o Tratado de Maastricht (que institui o euro, moeda
única européia) é aprovado em novo referendo (por 56,7%) em 1993.
Em setembro de 1994, Poul Rasmussen perde a maioria no Parlamento, mas permanece
primeiro-ministro. Seu programa de privatização é polêmico e causa greves no setor público.
Em dezembro de 1996, o Partido Centro-Democrata retira-se da coalizão governamental, e
Rasmussen anuncia que buscará apoio na esquerda
ANTIGOS POVOS
REINOS BÁRBAROS
reinos que sucedem o Império Romano na Europa, no século V. As sucessivas invasões dos
bárbaros na Europa Ocidental dão origem ao sistema de organização do feudalismo, iniciando
a Idade Média. De índole guerreira, os bárbaros são definidos como aqueles que não tinham
costumes comuns aos romanos. Entre esses reinos destacam-se o dos germânicos (francos,
vândalos, visigodos, ostrogodos, lombardos, anglo-saxões e vikings), dos eslavos e dos hunos.
FRANCOS
Formam o mais poderoso reino romano-germânico da Europa Ocidental. Ocupam a planície
norte do rio Reno até o século IV. Conquistam a Gália e fundam, em 482, a dinastia
merovíngia. Clóvis I, o principal rei dessa dinastia, governa entre 482 e 511 e consolida as
fronteiras do reino. Converte-se ao cristianismo, em 497, e inaugura uma aliança com a Igreja.
Em 751, Pepino, o Breve funda a dinastia carolíngia. Seu filho, Carlos Magno, torna-se rei dos
francos em 768 e inicia a expansão do Império. É coroado imperador pelo papa, em 800, em
uma tentativa de restaurar o Império Romano do Ocidente. Após sua morte, o Império se
enfraquece e, em 843, é repartido. A divisão prolonga-se até 987, quando Hugo Capeto é
coroado rei da França.
ANGLO-SAXÕES
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Fundam nas ilhas Britânicas, em 450, sete reinos romano-germânicos, unificados em 959
diante da ameaça dos vikings. Mas não resistem à invasão, e a Inglaterra torna-se sede do
Império Viking.
VIKINGS
Também chamados de normandos, fundam em 900 os reinos da Dinamarca, Noruega e
Suécia. No século X expandem-se pelo litoral norte dos reinos francos, pela península Ibérica,
pelas ilhas Britânicas, pelo Mediterrâneo e pelos territórios eslavos e bálticos. Utilizam um tipo
de embarcação que permite navegar em alto-mar. Em 982 alcançam a Groenlândia.
ESLAVOS
Os reinos eslavos são formados por povos da Rússia Ocidental que, a partir do século VII, se
deslocam para o oeste, ocupando as terras a leste do rio Elba, estendendo-se até os Bálcãs.
Dividem-se em três grupos: o reino russo, o polonês - hegemônico entre os eslavos e aliado
dos germanos - e o búlgaro.
Eslováquia
O território correspondente à atual Eslováquia começou a ser colonizado pelos celtas por volta
de 450 a.C. Estes construíram oppida nos sítios onde hoje se encontram Bratislava e
Havránok. O primeiro uso da escrita na Eslováquia está registrado em moedas de prata com o
nome de reis celtas. A partir de 2 d.C., o Império Romano, em expansão, ergueu e manteve
uma série de postos militares próximo a e imediatamente ao norte do Danúbio, dos quais se
destacam os maiores, como Vindobona, Carnuntum e Brigetio. No acampamento de inverno de
Laugarício (atual Trenčín), perto do Limes romanus, os auxiliares da II Legião venceram uma
batalha decisiva contra os quados germânicos em 179, durante as guerras marcomanas.
Alguns reinos e tribos germânicos e celtas estabeleceram-se no oeste e no centro do que é
hoje a Eslováquia entre 8 a.C. e 179, principalmente suevos, osi e cotini.
Os eslavos ocuparam o território no século V. No século VII, o oeste da atual Eslováquia
passou a ser o centro do Império de Samo. Um Estado eslavo, conhecido como Principado de
Nitra, surgiu no século VIII e seu governante, Pribina, consagrou a primeira igreja cristã da
Eslováquia em 828. A partir de 833, juntamente com a Morávia, o principado formou o cerne do
Grande Império Morávio. O zênite do império eslavónico foi atingido com a chegada dos
Santos Cirilo e Metódio em 863, durante o reinado do Príncipe Rastislav, e com a expansão
territorial empreendida pelo Rei Svatopluk I.
Após a desintegração do Grande Império Morávio no início do século X, os magiares anexaram
gradualmente o território da atual Eslováquia. No final daquele século, o sudoeste da região foi
21
integrado a um cada vez mais forte Principado da Hungria, que se tornou o Reino da
Hungriaapós 1000. A maior parte da Eslováquia estava incorporada ao Reino da Hungria por
volta de 1100 e sua região nordeste, por volta de 1300. Ao longo de quase dois séculos, o
território foi governado de modo autónomo, com o nome Principado de Nitra, dentro do Reino
da Hungria. Surgiram assentamentos eslovacos no norte e no sudeste da atual Hungria. A
composição étnica diversificou-se com a chegada dos alemães dos Cárpatos, no século XIII, e
dos valáquios, no século XIV, ademais dos judeus.
A invasão mongol de 1241 resultou numa enorme perda populacional e fome. Não obstante,
durante a Idade Média a região caracterizava-se por cidades florescentes, pela construção de
diversos castelos de pedra e pelo desenvolvimento artístico. Em 1465, o Rei Matias Corvino
fundou a primeira universidade do que é hoje a cidade de Bratislava; a universidade foi fechada
em 1490, após a morte do monarca.
Com a expansão do Império Otomano em território húngaro e a ocupação de Buda no início do
século XVI, a capital do Reino da Hungria (com o nome de Hungria Real) transferiu-se para
Pressburg (a atual Bratislava) em 1536. Mas as guerras com os otomanos e as freqüentes
revoltas contra a Monarquia dos Habsburgos também causaram destruição, em especial nas
áreas rurais. A importância da região diminuiu quando os turcos saíram da Hungria no século
XVIII, embora Pressburg mantivesse sua posição como capital do reino até 1848, quando o
governo foi transferido para Budapeste.
Durante a revolução de 1848-1949, os eslovacos apoiaram o imperador austríaco, com a
intenção de desligar-se da Hungria (então parte do Império Austríaco), no que não lograram
sucesso. Durante a Monarquia Austro-Húngara (1867-1918), o governo húngaro impôs um
processo de "magiarização" à população eslovaca.
Em 1918, a Eslováquia, juntamente com a Boémia e a Morávia, formaram um Estado único, a
Checoslováquia, cujas fronteiras foram confirmadas pelos tratados de Saint Germain e de
Trianon. Em 1919, durante o caos resultante da fragmentação da Áustria-Hungria, a Eslováquia
foi atacada pela República Soviética da Hungria e um terço do território eslovaco tornou-se
temporariamente a República Soviética da Eslováquia.
Durante o período entre-guerras, a democráticas e prósperas Checoslováquia esteve sob
contínua pressão dos governos revisionistas da Alemanha e da Hungria, até ser desmembrada
em 1939, como resultado do Acordo de Munique celebrado no ano anterior. O sul da
Eslováquia foi entregue à Hungria nos termos do Primeiro Laudo Arbitral de Viena.
Sob pressão da Alemanha Nazi, a Primeira República Eslovaca, chefiada pelo fascista Jozef
Tiso, declarou-se independente da Checoslováquia em 1939. Aos poucos, o governo tornou-se
um regime fantoche da Alemanha. Um movimento de resistência aos nazis lançou-se numa
feroz revolta armada em 1944. Seguiu-se uma sangrenta ocupação alemã e uma guerra de
guerrilha. A maioria dos judeus foi deportada e desapareceu nos campos de concentração
alemães durante o Holocausto.
Após a Segunda Guerra Mundial, a Checoslováquia foi reestabelecida e Jozef Tiso, enforcado
em 1947, por colaborar com o nazismo. Mais de 76 000 húngaros e 32 000 alemães foram
obrigados a abandonar a Eslováquia, numa série de transferências de populações definida
pelos Aliados na Conferência de Potsdam. Esta expulsão ainda é fonte de tensão entre a
Eslováquia e a Hungria.
A Checoslováquia passou à órbita de influência da União Soviética após um golpe em 1948. O
país foi ocupado pelas forças do Pacto de Varsóvia em 1968, pondo fim a um período de
liberalização (a Primavera de Praga) sob a chefia de Alexander Dubček. Em 1969, a
Checoslováquia tornou-se uma federação da República Socialista Checa e da República
Socialista Eslovaca.
22
Ao fim do regime comunista na Checoslováquia em 1989, durante a pacífica Revolução de
Veludo, seguiu-se novamente a dissolução do país, desta vez em dois Estados sucessores.
Em julho de 1992, a Eslováquia, chefiada pelo primeiro-ministro Vladimír Mečiar, declarou-se
um Estado soberano, fazendo com que suas leis passassem a ter precedência sobre as do
governo federal. Ao longo do outono de 1992, Mečiar e o primeiro-ministro checo Václav Klaus
negociaram os detalhes da dissociação da Checoslováquia. Em novembro, o parlamento
federal aprovou oficialmente a dissolução do país a partir de 31 de dezembro de 1992. A
Eslováquia e a República Checa tornaram-se assim independentes em 1 de janeiro de 1993,
um evento por vezes chamado de Divórcio de Veludo. A Eslováquia continuou a ser uma
parceira próxima da República Checa e outros países do Grupo de Visegrád e foi admitida na
União Européia em maio de 2004.
Eslovênia
Pré-História
Pesquisas arqueológicas mostram que o povoamento na região da atual Eslovénia iniciou-se
há cerca de 250.000 anos. Os povos que habitaram o local deixaram rico patrimônio, como
fortificações e construções, além de diversos tipos de objetos, entre estes aramas.
Antiguidade
Os celtas chegaram à região durante os séculos IV a.C. e III a.C.. O povo celta fundou
Noricum. Por volta do século I a.C., Noricum foi anexada pelo Império Romano, fundando
cidades do Império no local, entre as quais algumas são Emona, Celeia e Poetovia. No século
V ocorreu a divisão do Império Romano, fazendo com que o território esloveno ficasse,
juntamente ao Croata, no Império Romano do Ocidente. No século VI, chegaram os Eslavos,
povo que daria origem ao país. Estes fundaram o primeiro estado eslavo, o ducado de
Carantania, na região da atual Carinthia.
Século XX
Após o final da Segunda Guerra Mundial em 1945, As Repúblicas da Eslovénia, Croácia,
Bósnia e Herzegovina, Macedónia, Sérvia e Montenegro formaram a República Socialista
Federativa da Iugoslávia.
Separação
Em 1990, após a realização das primeiras eleições multipartidárias na Iugoslávia, a Eslovênia
decidiu separar-se da Federação Jugoslava.
Atual
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Em 1991, a Eslovênia foi reconhecida pela União Européia, à qual aderiu em 1 de Maio de
2004.
Espanha
Os primeiros habitantes da Espanha foram os iberos, quem deram o nome de Ibérica à
península. Posteriormente se assentaram os celtas através da Galícia. Da fusão desses dois
povos se originou um novo, os celtiberos. Desde o século XV ao III a.C chegaram
sucessivamente a Ibéria e fundaram suas colônias os fenícios (que lhe deram o nome de
Hispania), os gregos e os cartagenos.
Com a conquista dos romanos, o poder de Roma durou desde o século I a.C até o V da Era
Cristã. Com a queda do império romano foi invadida e conquistada pelos visigodos que tinham
sua capital em Toledo e adotaram a língua latina e o catolicismo.
No começo do século VIII (em 711), invadiram a península os árabes da Mauritânia ou Mouros,
que em pouco tempo tomaram o território, com exceção de Astúrias e Vizcaya. Os poucos
espanhóis que na parte noroeste da península conseguiram se opor à invasão, começaram
uma guerra de reconquista que durou mais de sete séculos.
Já no século IX haviam adquirido importância os reinos cristãos de Aragon, Leon, de Navarra e
da Catalunha. A desmembração do Califato de Córdoba acelerou a obra da reconquista. Esta
foi completada pelos reis católicos Isabel e Fernando, cujo casamento em 1469 preparou a
união de Aragon e Castilla. Em 1492, com a expulsão dos mulçumanos de Granada, realizaram
a unidade nacional. Aos reis católicos corresponde a glória de ter conseguido essa unidade
nacional e o descobrimento do Novo Mundo (1492). Foram sucedidos pela filha dona Juana
(1504-1516), mas por causa de sua loucura e pela morte de seu esposo, Felipe I filho de
Maximiliano I da Alemanha, a coroa foi passada para o seu filho Carlos I, com quem entrou a
reinar na Espanha a casa da Áustria.
Com Carlos I (1516-1556) e seu filho Felipe II (1556-1598), a Espanha chegou ao seu mais alto
grau de poder; mas a intransigência do último e as sucessivas guerras, prepararam a
decadência da nação que foi acentuando-se nos reinados de Felipe III (1598-1621), Felipe IV
(1621-1665) e Carlos II, o último dos Áustrias (1665-1700).
Felipe V (1700-1746) da casa de Bórbon sucedeu a Carlos II, que não tinha herdeiros.
Disputou a cora com ele o arquiduque Carlos de Áustria (mais tarde imperador com o nome de
Carlos VI), provocando a guerra de sucessão (1700-1714).
Fernando VI (1746-1759) melhorou um pouco a situação do país e o governo ilustrado de
Carlos VI (1778-1808) facilitou a intentona de Napoleão que deu lugar à guerra de
independência (1808-1814) durante a qual havendo abdicado o rei em favor de Napoleão e
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estando sob sua guarda o verdadeiro rei Fernando VII, tornou-se governador do reino José
Bonaparte, enquanto em Cádiz se proclamava a primeira constituição (1812).
Quando volto à Espanha Fernando VII (1815), anulou a constituição de 1812 e estabeleceu um
regime absolutista. Durante este reinado aconteceu a perda das colônias americanas, cuja
independência ficou assegurada em Ayacucho (1824). Sucedeu a Fernando VII sua filha Isabel
II (1833-1868), que quando era menor de idade esteve assessorada por sua mãe Maria
Cristina (1833-1841) e de Espartero (1841-1843) e se viu turbada pela guerra civil (1834-1839),
motivada pelas pretensões de sue tio Don Carlos.
Depois de um turbulento reinando Isabel II foi destronada pela revolução de 1968 e, depois de
oito anos de governo provisório reinou Amadeu I de Saboya, mas este renunciou a coroa em
1973 proclamando a República, que durou somente até dezembro de 1874. O pronunciamento
de Martinez Campos devolveu o trono a Alfonso XII, filho de Isabel II. Este foi sucedido pelo
filho Alfonso XIII, que ainda não havia nascido quando morreu seu padre, e durante o tempo
que foi menor de idade (1886-1902) foi regente sua mãe Maria Cristina. Nesse reinado
explodiu a insurreição de Cuba (1895), seguida da guerra hispano-americana (1898), que
arrebatou a Espanha os últimos restos do seu Império Colonial.
Depois da Primeira Guerra Mundial a transformação social que tanta repercussão teve em
outros países, fez eco na Espanha, dando lugar a greves e atos terroristas. A crescente
carestia da vida aumentou o mal estar social em geral e pretendendo remediar essa situação
veio a ditadura de Primo de Rivera (1933), que restaurou a ordem.
Depois de um período de relativa calma, em que as Cortes aprovaram abundantes leis com o
objetivo de dar a Espanha uma nova estrutura social e política, a vida da República começou a
agitar-se por movimentos subversivos, conflitos e revoltas e uma verdadeira luta de princípios
que chegou a ter características de uma verdadeira guerra civil entre forças da direita e da
esquerda. Esta explodiu em 18 de julho de 1936 em forma de alçamento militar, cuja espinha
dorsal foi o exercito da zona espanhola de Marrocos e ao que se aliaram a Falange Espanhola,
as Juventudes Nacionais Sindicalistas e a Comunión Tradicionalista. A guerra civil terminou em
abril de 1939 com o triunfo das forças comandadas pelo general Francisco Franco, que no dia
primeiro de outubro de 1936 foi nomeado Chefe de Estado e do Governo, concluindo assim a
segunda República Espanhola.
Durante a segunda guerra mundial, a Espanha teve uma postura neutral em relação ao conflito;
ao finalizar a guerra, o país foi objeto de isolamento internacional, bloqueio que se prolongou
até 1950. Levantado este, ingressou na INU em 1955 e em outros organismos internacionais.
Em 1966 as Cortes espanholas aprovaram a Lei Orgânica do Estado, ordem institucional que
foi apoiada pelo referendum celebrado em 14 de dezembro. Em 1968 foi concedida a
independência da Guinea Espanhola. Em 1969 don Juan Carlos de Borbón foi nomeado
sucessor da chefia de Estado a titulo de rei da Espanha.
Em novembro de 1975 morreu Francisco Franco e foi proclamado rei da Espanha Juan Carlos
I. Com ele deu-se inicio uma nova política de abertura e democratização, da que foram frutos
as legalizações dos partidos políticos e o projeto de lei para a reforma política, que implicava,
antes de mais nada, a criação de novas Cortes e um Senado, além da consulta ao povo sobre
qualquer reforma constitucional. Em 15 de junho de 1977 foram celebradas eleições gerais,
que tiveram como conseqüência a abertura das primeiras Cortes da monarquia. Em 1979 foi
reiniciado o processo descentralizador previsto na Constituição, que terminou em 1983 com a
nova divisão territorial do país em 17 comunidades autônomas. Em 1985 Espanha e Portugal
aderiram à Comunidade Econômica Européia.
Nos últimos vinte anos (1984-2004) dois partidos se sucedem no poder: Partido Socialista, de
tendência progressista, e o Partido Popular, de tendência conservadora. No dia 11 de março de
2004 a Espanha viveu o pior acontecimento terrorista de sua história, com o resultado de 192
pessoas mortas em Madrid.
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Estados unidos
A história dos Estados Unidos começa na Inglaterra. No século XVII, a Inglaterra criou, ao
longo da costa atlântica, um império norte-americano.
No final de "um século de desonra" (século XVIII), quatro milhões de colonos, essencialmente
britânicos, repeliam os índios para o Ocidente e tomaram posse das terras. A vontade de
Londres em controlar e obrigar a pagar impostos, as suas colónias americanas, que
experimentaram um progresso económico formidável, provocou a revolta dos colonos contra a
Inglaterra: ganharam a guerra e proclamaram a sua independência em 4 de Julho de 1776. Foi
a primeira vez na História que uma colónia se emancipou.
Em 1787, os Estados americanos elaboram a Constituição dos Estados Unidos, caracterizada
pela separação dos poderes, a soberania popular e o federalismo. Primeiro presidente dos
Estados Unidos, George Washington enunciou as grandes linhas de uma política externa
baseada no isolacionismo.
A própria história política dos Estados Unidos da América, nomeadamente à sua liberdade do
poderio inglês, fez nascer por toda a parte sentimentos comuns, ou seja, o desejo de colónias
desprenderem-se dos poderosos colonizadores. A experiência não se fez esperar. A partir
desta data surge um grande conjunto de ideais revolucionários por toda a parte do globo,
destacando-se a Revolução Liberal Francesa de 1789 e a revolução da Independência Brasil,
em 1820.
A partir deste momento, os Estados Unidos da América tornaram-se numa potência mundial,
sem precedentes, após as grandes lutas mundiais que pairaram por todo o Mundo,
principalmente no século XX (as duas Guerras Mundiais). De igual modo tornou-se numa
nação industrializada e com características propícias a uma atracção de populações que
buscavam melhores condições de trabalho.
É de salientar a força e o poderio que, atualmente, ou mesmo pós Segunda Guerra Mundial, os
Estados Unidos ocupam na esfera internacional, sendo este o grande dinamizador das
instituições internacionais, que emergiam no período pós 1950. Depois de vários anos em que
os Estados Unidos adaptaram a sua política oficial, ou seja, o isolacionismo, estes viram-se
obrigados a participar nos assuntos mundiais, nomeadamente a entrada do país na II Guerra
Mundial, em 1941. A derrota no Vietnam suscitou um renascimento da atitude isolacionista,
mas o confronto constante com o comunismo e o desenvolvimento do terrorismo internacional,
a que levou os Estados Unidos a atacarem a Líbia (1986), o Iraque (1991 e 2003) e
Afeganistão (2002) mostraram que os Estados Unidos tinham que assumir uma vez mais a
responsabilidade dos princípios "vida", "liberdade" e "procura de felicidade" em nome dos quais
foi fundada e estão consignados na Declaração de Independência de 4 de Julho de 1776.
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Os Estados Unidos são formados por cinquenta Estados contabilizando no total uma área de
9.363.488 km2, unindo um total de 281.421.906 habitantes, segundo dados do recente Censos
de 2000
França
A Revolução Francesa (14/07/1789)
A situação social era tão grave e o nível de insatisfação popular tão grande que o povo foi às
ruas com o objetivo de tomar o poder e arrancar do governo a monarquia comandada pelo rei
Luis XVI. O primeiro alvo dos revolucionários foi a Bastilha. A Queda da Bastilha em
14/07/1789 marca o início do processo revolucionário, pois a prisão política era o símbolo da
monarquia francesa.
O lema dos revolucionários era " Liberdade, Igualdade e Fraternidade ", pois ele resumia muito
bem os desejos do terceiro estado francês.
Durante o processo revolucionário, grande parte da nobreza deixou a França, porém a família
real foi capturada enquanto tentava fugir do país. Presos, os integrantes da monarquia, entre
eles o rei Luis XVI e sua esposa Maria Antonieta foram guilhotinados em 1793.O clero também
não saiu impune, pois os bens da Igreja foram confiscados durante a revolução.
No mês de agosto de 1789, a Assembléia Constituinte cancelou todos os direitos feudais que
existiam e promulgou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Este importante
documento trazia significativos avanços sociais, garantindo direitos iguais aos cidadãos, além
de maior participação política para o povo.
Girondinos e Jacobinos
Após a revolução, o terceiro estado começa a se transformar e partidos começam a surgir com
opiniões diversificadas. Os girondinos, por exemplo, representavam a alta burguesia e queriam
evitar uma participação maior dos trabalhadores urbanos e rurais na política. Por outro lado, os
jacobinos representavam a baixa burguesia e defendiam uma maior participação popular no
governo. Liderados por Robespierre e Saint-Just, os jacobinos eram radicais e defendiam
também profundas mudanças na sociedade que beneficiassem os mais pobres .
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A Fase do Terror
Maximilien de Robespierre: defesa de mudanças radicais
Em 1792, os radicais liderados por Robespierre, Danton e Marat assumem o poder e
organização as guardas nacionais. Estas, recebem ordens dos líderes para matar qualquer
oposicionista do novo governo. Muitos integrantes da nobreza e outros franceses de oposição
foram condenados a morte neste período. A violência e a radicalização política são as marcas
desta época.
A burguesia no poder
Napoleão Bonaparte: implantação do governo burguês
Em 1795, os girondinos assumem o poder e começam a instalar um governo
burguês na França. Uma nova Constituição é aprovada, garantindo o poder da
burguesia e ampliando seus direitos políticos e econômico. O general francês
Napoleão Bonaparte é colocado no poder com o objetivo de controlar a
instabilidade social e implantar um governo burguês.
Conclusão
A Revolução Francesa foi um importante marco na História Moderna da nossa civilização.
Significou o fim do sistema absolutista e dos privilégios da nobreza. O povo ganhou mais
autonomia e seus direitos sociais passaram a ser respeitados. A vida dos trabalhadores
urbanos e rurais melhorou significativamente. Por outro lado, a burguesia conduziu o processo
de forma a garantir seu domínio social. As bases de uma sociedade burguesa e capitalista
foram estabelecidas durante a revolução. A Revolução Francesa também influenciou, com
seus ideais iluministas, a independência de alguns países da América Espanhola e o
movimento de Inconfidência Mineira no Brasil.
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Gana
Até o Século XV
A história do Gana estava muito estreitamente relacionada à dos vizinhos. Desde Guiné até
Nigéria partilharam-se longos anos de civilização em comum. No século XIII vários reinos foram
à região e trouxeram consigo a influência Saheliana: os Songaï, Kanem-Bornu e Hausa. Os
primeiros destes estabeleceram-se em Bono e Banda ao norte. Gradualmente foram-se
expandindo para o sul ao longo do curso do Rio Volta. A penetração nas zonas florestais
chuvosas não aconteceu até o século XV.
Comércio de Escravos
Entrado o século XVII a força do reino de Shanti concretou-se na maioria dos estados e
começou o controle da costa. A capital, Kumasi, foi organizada para ter todos os serviços de
qualquer cidade europeia. O líder conhecido como Asanthene, empregava segretários
muçulmanos do norte para administrar as zonas e manejar o comércio com os reinos de
Sahelian.
Por séculos o comércio na África Ocidental esteve focalizado fora das costas em uma zona
correspondida entre as ribeiras do Rio Níger e o fim do Sahara; marfim, ouro, escravos e sal
foram os principais recursos.
O comércio de escravos para América mudou o esquema geopolítico. Assim as costas
começaram ser importantes devido aos constantes barcos de escravos rumo às colônias de
outros continentes. As forças dos impérios começaram a construir fortes costeiros para
assegurar os negócios. A primeira a faze-lo foi Portugal, no século XV e foi seguido pelo Reino
Unido, França, Holanda, Suécia e a Dinamarca. Quando a escravatura foi abolida no começo
do século XIX os europeus procuraram novamente outras zonas de comércio e exploração no
interior do país.
Presença britânica
Depois que as posses holandesas foram transferidas aos britânicos em 1868, o Reino Unido
converteu-se na principal força de dominação da Gold Coast ou "Costa do Ouro", como era
conhecida Gana. O poderio britânico foi enfrentado basicamente pelas forças da Confederação
Fante (uma aliança de reinos da costa) e os Ashanti.
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Kumasi foi saqueada em 1874 e a Guerra com os Ashanti não terminou até o ano de 1900. No
fim do ano 1920, os partidos dedicados a promover a independência africana expandiram-se e
foi no ano de 1947 quando tiveram força real, junto com a United Gold Coast Conventiom
(UGCC), cujas forças básicas eram os movimentos nacionalistas. O Secretário desta coligação,
Kwame Nkrumah, separa-se em 1948 para formar seu próprio partido chamado People´s Party
(CPP). Logo iria converter-se na voz do povo e pela primeira vez dirigir o curso da política
nacional sob o lema "o auto-governo agora". No ano de 1951 ganha as eleições.
A Independência
Gana obteve sua independência em março de 1957 e converteu-se no primeiro país africano a
ganhar seu próprio estado frente as forças colonizadoras européias. A consolidação do
governo ao longo do país custou anos de esforços. Nkrumah fortaleceu-se como o principal
líder das nascentes forças do continente africano. Suas denúncias sobre o imperialismo e neocolonialismo serviram de inspiração a outros países da África. Infelizmente, os governos do
continente viram-se envolvidos em uma série de conflitos de corrupção e enfrentamentos entre
grupos diferentes quanto às crenças. Em fevereiro de 1966, Nkrumah foi deposto por um golpe
militar. Porém, o regime imposto sob o mandato de Kofi Busia, também não pode conter a onda
de corrupção e conflitos sociais em seus três anos de governo. O coronel Acheampong fez um
novo golpe de estado no ano de 1972. Os anos que seguiram a seu mandato também viram-se
envolvidos nos mesmos enfrentamentos sociais.
Últimos Anos
Em maio de 1979, outro militar, Jerry Rawlings chama a uma confrontação para botar ordem
entre os responsáveis das corrupções. Meses depois cederia o governo a poderes civis,
provocando uma "limpeza" nas principais elites.
Novos conflitos beiraram novamente no golpe de estado em dezembro de 1981 por parte do
Conselho Revolucionário formado por Rawlings. As políticas adotadas nesses momentos foram
de restrições econômicas, apoiadas por organismos internacionais como o Banco Mundial e o
fundo Monetário Internacional. No início de 1990 Rawlings, pressionado pelas forças políticas,
assume a reforma democrática da zona e em 1992 anuncia um referéndum para uma nova
constitução e promove a atuação dos partidos políticos. As forças ideológicas estiveram
divididas e enfrentadas, sem um rumo certo no caminho. Por isso, em novembro de 1992 as
eleições presidenciais foram ganhas novamente por Rawlings com um 60% da votação,
establecendo-se um Congresso Democrático Nacional. Jerry Rawlings permanece a frente do
governo até nossos dias.
Grécia
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Pré-história
A história de Grécia se remonta aos primeiros povoados dos jônicos, eolios e dorios que se
assentaram na península no 2.000 a.C. Especial menção vale a cultura desenvolvida em Creta
denominada minoica pelo mítico rei que governava esta ilha, Minos e que deixou importantes
mostras como os palácios de Cnosos e Festos. A união de estes com os habitantes da zona do
Egeu supôs o nascimento da civilização micénica que se expandiria pelas ilhas banhadas por
esse mar e por Ásia Menor. O período de máximo esplendor desta civilização se deu entre o
1.450 e o 1150 a.C.
A Idade Escura
O seguinte período expansivo dos primeiros gregos teve lugar nos séculos VIII e VII a.C.
fundando-se colônias em tudo o Mediterrâneo e do mar Negro ao Tirreno e é que os micénicos
já tinham organizado socialmente e o poder estava em mãos dos aristocratas com ânsias de
grandeza. As principais colônias foram Cirenaica e Magna em Grécia, Sicília em Itália,
Marselha em França e Ampurias na Espanha. Com o desenvolvimento econômico, as
migrações dóricas e a aparição de novas estirpes começariam os conflitos que dividiriam aos
gregos durante boa parte de sua história, deixando-lhes unicamente como elementos comuns
sua cultura, seu profundo sentimento religioso e sua paixão pelas competições atléticas
(somente masculinas e que acabariam desembocando nos primeiros Jugos Olímpicos que se
celebraram em Olímpia no 776 a.C.).
Estas lutas sociais deram como resultado, já no século VI a.C., ordenamentos políticos
democráticos em cidades como Atenas na que governavam nove arcontes eupátidas, nobres,
seis tesmotetes elegidos pelo povo e um areópago, conselho de ex-arcontes. A primeira
constituição democrática foi redigida por Cistenes no 508 a.C. Seu ancestral inimigo, Esparta
optou, sem embargo, por uma Constituição oligarquia governando cinco éforos assistidos por
um conselho de trinta anciões. Estes dois estados não duvidaram em unir-se quando o perigo
da invasão persa se acentuou gravemente e assim, no século V, conseguiram derrotar-lhes
enquanto as respectivas colônias também conseguiam céleres Batalhas contra os
cartaginenses em Sicília e os etruscos em Campania. Surgem importantes centros comerciais
como Corinto, Mégara, Argos, assim como centros industriais como Sição e Calcis e de grande
poder naval como Egina.
A Grécia Clássica e Helenistica
Esta união entre os dois estados, representando cada um deles de uma liga - Esparta à cabeça
da Confederação Peloponésica e Atenas na Liga Delo-ática,-, não durou muito. Atenas se
havia convertido num estado com grande poder graças ao sábio governo de Péricles o que
provocou o antagonismo de Esparta. A rivalidade entre as duas cidades desembocaria nas
Guerras do Peloponésio, que duraram do 431 ao 404 a.C., alternando- nas vitorias e nas
derrotas pois existia uma grande igualdade entre as partes em litígio. Esparta conseguiu a
hegemonia dos dois estados acabando com a riqueza e influência de Atenas. Esta supremacia
espartana não finalizaria até o 371 a.C. com a rebelião de Tebas. Porém o governo tebano
tampouco duraria muito, desta vez uma aliança pacífica consegue reunir diferentes estados
baixo o mando de Filipo de Macedonia. O sucessor de Filipo, Alexandre Magno, reafirma com
mão dura a hegemonia em Macedônia destruindo Tebas e nenhuma outra cidade grega se
levantou enquanto durou seu mandato. O mítico Alexandre Magno empreende uma campanha
contra Persia ao mando de 40.000 homens e em só nove anos conquista um grande número
de territórios conseguindo que seu império se estendera desde o Mar Jônico até o vale do Indo.
Sua morte no 323 a.C. Provocaria o desmoronamento do Império formando-se diferentes
reinos que se uniram a sua vez em diferentes ligas. A mais importante foi a do Peloponésio.
Período Romano, Bizantino e Turco
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Roma começa a tomar posições para impedir a pirataria dos ilirios ocupando Apolonia,
Epidamno e Corfú. Esta influência foi aindaentando até que finalmente Grécia passa a ser uma
colônia independente baixo o domínio do Império Romano e é renomeada no 27 a.C. com o
nome de Acaya passando no ano 395 d.C. A formar parte do Império de Oriente. No 393 d.C.
Se celebraram os últimos Jogos Olímpicos e no 529 d.C. Justiniano fecha todas as escolas de
filosofia de Atenas. A divisão do Império Romano deixa a Grécia dentro da parte oriental
passando a ser parte do Império Bizantino mas em lugar de florescer com ele, a Hélade cai
num período de decadência.
Desde este período até o século XI Grécia sofre periódicas invasões de germanos, eslavos,
búlgaros, árabes e normandos. No XI, durante a IV Cruzada, o território grego é dividido,
nobres francos ocuparam a península enquanto as ilhas passaram a ser propriedade de
Veneza. A época de influência européia se deixou notar na língua, em especial nas ilhas
Jônicas, e em seu acercamento à Igreja de Roma. No ano de 1260 se restaura a dominação
bizantina concedendo a Grécia uma maior importância, mas a presença de venezianos e
genoveses não acaba pois eles controlavam os portos e o comércio. Nos últimos anos deste
período o governo chama a mercenários catalãos para que defendam o território dos turcos,
mal pagados, acabariam tomando Atenas e Tebas nos anos 1311 e 1381.
Em 1460 Grécia foi invadida pelos turcos capitaneados pelo sultão Mohamed II que nos
séculos XVI e XVII recuperariam também as ilhas. Este foi um período muito duro pois durante
o dominio otomano se unificou de novo o território continental, os gregos foram oprimidos
violentamente e super explorados com o estabelecimento de serviços e o pago de
insuportáveis taxas fiscais.
Os bandoleiros e os piratas foram durante esta época uma fonte continua de violência
cotidiana, e as pragas reduziram a população mais drasticamente que as guerras. Durante o
século XVII, o Império Otomano parou sua expansão, apareceram novas tensões. Se formaram
grupos de bandoleiros, chamados klephts, nas montanhas, em lugares de difícil acesso para o
controle turco. A tradição campesina os converteu em símbolos da resistência grega.
A Independência
O crescimento de uma comunidade comercial em essas circunstancias é tal vez uma das
causas que favoreceu o nascimento do nacionalismo grego. Os gregos bizantinos
despreciavam o comércio, deixando-lhe para os estrangeiros, e igual fizeram os turcos. Os
gregos, judeus e armênios se foram transformando nos mercadores do Império Otomano. Os
intercâmbios com Europa puseram em contato aos gregos ricos, não só nos estilos de vida
europeus, sino também com suas idéias políticas e culturais. A Revolução Francesa aportou o
estímulo político à revolta, mas a terra já estava abonada com idéias nacionalistas entre os
cristãos do Império Otomano.
Os primeiros movimentos independentistas se organizaram baixo uma seita secreta chamada
Hetairia que com o apoio russo se lançaram contra os turcos em uma luta que duraria de 1821
a 1829. Com o apoio franco-británico e russo, as forças insurrectas obtiveram a vitória e no
Congresso de Londres de 1830 se reconhecia o nascimento de um novo Estado de cujo
território foram excluídas Tesalia, Macedônia e Creta. Este novo estado teve como dirigente o
rei Otóm I de Baviera que foi derrocado e substituído por Jorge I de Dinamarca em 1863. Em
1881 Grécia recupera Tesalia e uma parte de Epiro, e após o conflito bélico com Turquia de
1896, que durou um ano, se reconhece a autonomia de Creta.
Dentro de Grécia, os câmbios políticos se forçavam com freqüência com levantamentos
militares. Em 1909 alguns jovens oficiais do exército se levantaram contra o regime
estabelecido, e convidaram a um novo político de reputação radical, Eleutherios Venizelos,
procedente de Creta, a formar governo. Consumado diplomático e de grande encanto pessoal,
Venizelos canalizou as energias da classe media grega através de seu Partido Liberal, que
32
dominou a política grega os vinte e cinco anos seguintes. Com a ajuda exterior foi capaz de
construir uma armada e um exército de grande eficácia militar.
Século XX
Uma nova crise balcânica em 1912-13 foi resolvida com uma sábia mistura de diplomacia e
ação militar por parte de Venizelos que finalizaria com os Tratados de Londres e Bucareste.
Mas não impediria os golpes para a pequena Grécia que significariam dez anos de guerra.
Grécia se embarcaria também na Primeira Guerra Mundial. O legado desta época foi a
derrocada financeira e a divisão política dos gregos. Por outra parte, nestes anos Grécia
recupera Creta e amplia o território com o resto de ilhas do Egeu exceto Dodecaneso, Ioánnina
e Tesalônica. O território de Grécia se viu de novo amparada graças a Constantino I pelo seu
apoio à Entente, que obteve pelo Tratado de Sévres em 1920 Adianópolis e Esmirna para
voltar a perde-los a mãos de Kemal Pachá em 1923, ano em que terminou a guerra entre
Grécia e Turquia. Esta perdida provocou uma forte instabilidade que desemboca na caída do
rei Jorge II e na adoção de um regime republicano que se manteria até o ano de 1935, data em
que o general Kondylis reinstala a monarquia e no ano seguinte se instauraria a ditadura de
Metaxas.
Durante a Segunda Guerra Mundial Grécia foi ocupada pelo exército nazi contra os que
lutaram os partidários do EAM e do ELAS até o desembarco dos aliados em 1944. Depois do
conflito mundial, pelo que recuperaria o Dodecaneso, inicia-se um conflito de caracter civil em
1947 que finalizaria três anos depois com a derrota dos comunistas. Em 1951 Grécia entra a
formar parte da OTAN. Em 1967 se produz um Golpe de Estado que instaura uma ditadura ao
mando de uma junta de coroneles. Dois anos depois Grécia abandona o Conselho de Europa
acusada de violar a Carta Européia dos Direitos Humanos.
Em 1974 Chipre, antiga reivindicação territorial, motiva um novo enfrentamento com Turquia.
Para ganhar tempo a Junta Militar nomeia a Karamanlis chefe de governo do país. Esse
mesmo ano, no mês de novembro, se convocam eleições que reafirmam a Karamanlis no
poder e como primeiro passo, este governante carismático, abole a monarquia grega. O 7 de
julho de 1975 se vota uma nova Carta Constitucional e é elegido como presidente da República
Tsatsos. Dois anos depois celebram-se novas eleições das que saiu vencedor K. Karamanlis
que em 1980 passou a ser Presidente da República. Em 1981 Grécia entra para formar parte
como estado de pleno direito da Comunidade Econômica Européia e nesse mesmo ano
consegue a vitória nas urnas o Partido Socialista grego, PASOK, com Papandreu como chefe
de governo. Em 1985 os socialistas voltam a ganhar as eleições o que provoca a demissão de
Karamanlis que é substituído como novo Chefe de Estado por Sartzetakis. Em 1990 uma grave
crises política própricia a volta à presidência de Karamanlis e a substituição de Papandreu por
Mitsotakis.
Holanda
33
Antes da era cristã, os Países Baixos eram povoados por tribos celtas e germânicas. O sul dos
Países Baixos fez, durante muito tempo, parte do Império Romano. Durante a Idade Média os
Países Baixos - atualmente Países Baixos, Bélgica e Luxemburgo - eram subdivididos em
províncias autônomas com seus próprios senhores feudais. Sob o reinado de Carlos V foram
unificadas e incluídas no Império Borgonhês-Habsburgo.
Em 1568, o Príncipe Guilherme de Orange liderou a revolta contra a restrição da liberdade
religiosa e os intentos absolutistas de Filipe II, filho de Carlos V. Esta revolta foi o início da
Guerra dos Oitenta Anos, que terminou em 1648, com a Paz de Munster*, na qual a República
das Sete Províncias Neerlandesas Unidas foi reconhecida como estado independente. Essa
república contava com sete regiões soberanas, mas continuou a ter um elemento feudal
através do stadhouder (governador), uma função poderosa, exercida pelos herdeiros de
Guilherme de Orange.
No século XVII, também chamado o Século de Ouro, a república viveu um período de grande
prosperidade. Esta prosperidade foi em grande parte conquistada pela Companhia Unida das
Índias Orientais (VOC), criada em 1602 para a navegação e o comércio ao longo da costa
asiática e africana. Neste tempo os Países Baixos conquistaram colônias na Ásia (Indonésia), e
na América do Sul (Suriname e Antilhas Neerlandesas). No século XVIII, os Países Baixos
tiveram que ceder a sua posição de supremacia como país comerciante à Inglaterra, contra a
qual foram travadas várias guerras.
Depois de terem sido incorparados à França, sob Napoleão, em 1813 os Países Baixos
voltaram a ser independentes, agora juntamente com a Bélgica formando o Reino dos Países
Baixos, sob o comando do rei Guilherme I.
Com a separação da Bélgica em 1830, os Países Baixos adquiriram sua forma atual.
Guilherme I foi sucedido por Guilherme II e este por Guilherme III. Em 1898, a rainha
Guilhermina assume o reinado, seguida, em 1948, por sua filha Juliana.
Os Países Baixos permaneceram neutros durante a Primeira Guerra Mundial (1914 - 1918), tal
como no começo da Segunda Guerra Mundial, mas em 1940 foram atacados pela Alemanha,
ao que se seguiram cinco anos de ocupação. Em 1948 a Indonésia tornou-se uma república
independente, seguida, em 1975, pelo Suriname. Em 1980, Juliana abdicou do trono, sendo
sucedida por sua filha Beatrix.
Honduras
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No ano de 1502 Cristovão Colombo desembarcou na Ilha de Guanaja, chamada também Ilha
dos Pinos, na Região das Ilhas da Baia. Na chegada dos grupos espanhóis, Honduras estava
habitada pelos descendentes dos maias e outras etnias locais. Cristovão de Olid levou em
frente a conquista destas terras em nome dos reis da Espanha.
Posteriormente, fundou a cidade de Trujillo e sob as ordens de Gonzalo de Alvarado fundou
Gracias e a Vila de Santa Maria de Comayagua, sendo esta a futura capital de Honduras.
Em 1542 a Audiência dos Confins se encarregou de administrar os territórios que estendiam
desde Cozumel até o Panamá. Em 1821 Honduras proclamou a independência da Espanha e
passou a formar parte do Império Mexicano de Iturbide.
O general e político de Honduras, Francisco Morazán, foi várias vezes chefe do Governo de
Honduras e em várias ocasiões invadiu a Guatemala. Ao promover a separação de Honduras
do resto dos paises que formavam a República Geral da América Central, Honduras adotou o
sistema de governo republicano, democrático e representativo, sob o qual administratava o
país.
Atualmente o governo está presidido por Carlos Roberto Reina Idiáquez, eleito no ano de 1993.
Inglaterra
E no ano de 1265 por ter violaE no ano de 1265 por ter violado os estatutos Henrique III
acabou sendo feito prisioneiro por Simão de Montford quando da convocação do parlamento
em sessão extraordinária, e na presença dos bispos, dos barões, dos cavaleiros, dos
burgueses, dos habitantes das cidades e dos burgos que foram convidados a elegerem os
deputados, e na reunião destes deputados e dos cavaleiros foi constituída a câmara dos
comuns e da reunião dos condes, barões e dos bispos foi constituída a câmara dos lordes que
começou o seu funcionamento regular em 1295 durante o reinado de Eduardo I quando se
estabeleceu o governo representativo.
E após ter conseguido recuperar a liberdade e reinar com tranqüilidade, Henrique III até ao fim
de seus dias ele foi sucedido pelo seu filho Eduardo I que se tornou um rei justo e inteligente
ao dar boas leis ao seu povo, e que logo no inicio de seu reinado se envolveu com serias lutas
com os galeses que se mantinham independentes, porém após sangrentas batalhas Eduardo I
acabou por submetê-los e assenhorear-se do País de Gales, e ao se apropriar da coroa de
Lewellyn que foi o último príncipe Gales, Eduardo I prometeu dar ao povo como futuro
governante um rei nascido no País de Gales, e para isto ele apresentou o filho recém nascido
no castelo de Carnarvon, e a partir desta data o primogênito do rei da Inglaterra recebe o título
de príncipe de Gales. E ao tentar unir os reinos da Inglaterra com o da Escócia, Eduardo I
propôs o casamento de seu filho com a virgem da Noruega, cuja mãe era filha do rei da
Escócia, porém com a morte da jovem Margarida no mar do norte o rumo dos acontecimentos
35
mudou. E no momento em que surgiram violentas contendas entre os pretendentes à coroa da
Escócia, Eduardo I se viu obrigado a interferir com árbitro, porém devido ao fato dos escoceses
terem se apresentado para a luta no propósito de combater as ambiciosas intenções do rei da
Inglaterra, ele se viu obrigado a empreender no período de dez anos três grandes campanhas
na Escócia onde acabou encontrando a morte ao dar o golpe decisivo, e ao ser sucedido pelo
filho Eduardo II o mesmo deu continuidade à guerra iniciada pelo seu pai, porém em virtude de
suas qualidades guerreiras ele foi batido em Bannockburn pelas forças do rei da Escócia
Robert Bruce que com a sua vitória não só assegurou a independência do seu país, como
também o enriquecimento do seu país com os tesouros que o soberano inglês abandonou no
campo de batalha, e que o fez abdicar em favor de seu filho Eduardo III que após casar com
Filipa de Hainault prosseguiu a luta vitoriosa contra Escócia que havia se aliado com a França,
com isto Eduardo III ao alegar os seus direitos por parte de sua mãe ao trono francês,
imediatamente declarou guerra a Filipe de Valois.
E desta maneira iniciou-se a luta que ficou conhecida como guerras dos cem anos na qual se
feriram diversas e sangrentas batalhas, e que podemos destacar a batalha naval ocorrida em
1340 em Edusa nas costas de Flandres onde os franceses saíram derrotados ao perderem
duzentos e trinta navios, e seis anos mais tarde deu-se na França a batalha de Crecy onde o
exército francês foi severamente castigado pelas flechas dos arqueiros ingleses que o
obrigaram a se retirarem da batalha de forma desordenadamente, e nestas batalhas o filho
primogênito de Eduardo III se distinguiu de forma brilhante nos campos de batalhas, e por
utilizar uma armadura totalmente preta, ele ficou conhecido como o príncipe negro, e que na
batalha de Crecy adquiriu a divisa alemã com a inscrição ICH Diene e três penas de avestruz
que eram da cimeira do capacete de João O Bravo rei da Boêmia que apesar de sua avançada
idade, se fez conduzir ao ponto onde a batalha era mais intensa aonde encontro à morte com
seus fieis cavaleiros, e a partir desta data os príncipes de Gales ostentam as três penas em
suas armas. E a batalha de Crecy, seguiu-se o cerco de Calais que resistiu bravamente
durante onze meses até capitular, fato este que irritou profundamente ao rei inglês que mandou
que lhe fosse entregue seis dos principais burgueses para serem sacrificados em favor da vida
dos restantes, e no momento em que Eustaquio de São Pedro e sus cinco companheiros se
apresentaram ante ao rei Eduardo III e lhe entregaram as chaves da cidade, então o
encolerizado monarca mandou chamar o verdugo, porém a rainha Filipa ao interceder a favor
deles quando conseguiu abandar a ira do rei e salvou a vida daqueles cinco heróis, e com a
continuidade da guerra, grandes levas de soldados ingleses atravessavam o canal e iam
morrer longe da pátria em belos campos da França, com isto acarretou a falta de braços para
cultivar as terras o que precipitou a fome e a manifestação de descontentamento do povo, e
através de uma grande vitória que o príncipe negro alcançou em Poitiers sobre o rei João O
Bom que na oportunidade foi feito prisioneiro, e ao ser levado à presença do rei Eduardo III o
monarca vencido foi tratado com grande respeito, e por ser merecedor dessa atenção o valente
e brioso e honrado rei da França voltou ao seu país para conseguir a avultada quantia que os
ingleses exigia para o seu resgate, e por não ter alcançado o valor estipulado, o rei João tornou
a entregar-se como prisioneiro na Inglaterra, onde acabou os seus dias.
E como sucessor de Eduardo III foi coroado o seu neto Ricardo II filho do príncipe negro, que
nos primeiros tempos do seu reinado foram assinalados pelas lutas dos grandes senhores e
por tumultos dos camponeses provocados pela miséria e por quererem um governo sem o
parlamento, por este motivo ele abdicou o trono e acabou os seus dias na prisão, com isto o
trono inglês foi ocupado por Henrique IV que lutou com grande dificuldade para manter a paz e
a ordem na Inglaterra e no País de Gales e ao ser sucedido pelo seu filho Henrique V a
Inglaterra reuniu um grande exército e atravessou o canal da mancha e alcançou uma vitória
decisiva em Azincourt sobre o exército francês, e ao aproveitar a guerra civil que dividia os
franceses Henrique V procurou obter a mão de Catarina que era filha de Carlos VI para ser
reconhecido como herdeiro da coroa francesa em detrimento ao delfim Carlos que seu pai
deserdara, todavia os seus planos não puderam se realizar em virtude de sua morte, e com isto
ele deixou como único herdeiro do trono inglês o seu filho Henrique VI que foi coroado quando
contava com nove meses de idade, com isto em sua menoridade a Inglaterra foi governada
pelos seus tios que perderam todos os domínios que tinham na França com exceção de Calais.
36
E para isto os franceses contaram com a valiosa contribuição da célebre donzela de Orleans
Joana Dárc que ao vestir uma armadura, montou a cavalo e pôs-se à frente de um exército e
alcançou significativas vitórias até cair nas mãos do inimigo, que a fez perecer entre as chamas
de uma fogueira.
Entretanto o exemplo estava dado e o patriotismo dos franceses fez com que a guerra se
prolongasse por alguns anos e a França se libertasse do domínio estrangeiro até alcançar
vitória final na guerra que ficou conhecida como a dos cem anos, com isto teve inicio na
Inglaterra a guerra das duas rosas, que explodiu devido à rivalidade das famílias Lancaster que
pertencia ao rei Henrique V e que tinham uma rosa vermelha por distintivo, e a York que
pertencia a Eduardo, filho do duque de York que por descender de um filho de Eduardo III e
que escolheram uma rosa branca como distintivo e que alegava ter direitos a ocupar o trono
inglês, e durante os trintas anos de guerra foram travadas onze batalhas entre o rei e os nobres
em diferente ponto do país, e das quais o duque de York saiu vencedor e se tornou o primeiro
rei desta dinastia com o nome de Eduardo IV.
Henrique VI ao ser derrotado, acabou sendo aprisionado na torre de Londres onde acabou os
seus últimos dias totalmente abandonado, e a sua esposa a princesa Margarida de Anjou fez o
quanto pode para conservar a coroa para seu filho que foi assassinado e acabou sendo
aprisionada em Tewkesbury e depois levada a torre de Londres onde esteve encarcerada por
quatro anos até ser resgatada pelo rei da França Luis XI, e devido à fuga da Inglaterra do rei
Eduardo IV em virtude do receio de cair nas mãos dos partidários da rosa vermelha, o trono
deveria ser ocupado pelo seu filho primogênito de treze anos de idade, contudo ele não chegou
a ser coroado em virtude de seu tio Ricardo o ter encerrado na torre de Londres e tempos
depois o seu irmão acabou lhe fazendo companhia.
E com desaparecimento dos filhos de Eduardo IV da torre de Londres , Ricardo III foi
proclamado rei da Inglaterra e de imediato convocou o parlamento e colocou muitas coisas em
ordem e fomentou o comércio com intuito de agradar o povo que sentia o mais vivo horror pelo
assassínio dos príncipes, e por governar a Inglaterra tiranicamente ele acabou sendo vencido e
morto na batalha de Brosworth no ano de 1485 por Henrique de Tudor da família de Lancaster
que por este motivo subiu ao trono com o nome de Henrique VII e que ao se casar com a filha
de Eduardo IV ele fundiu as famílias de York e Lancaster em uma só família e as duas rosas
vieram a formar uma dupla flor, chamada de a Rosa de Tudor que se tornou o emblema da
Inglaterra e fez surgir uma nova era no país.
do os estatutos Henrique III acabou sendo feito prisioneiro por Simão de Montford quando da
convocação do parlamento em sessão extraordinária, e na presença dos bispos, dos barões,
dos cavaleiros, dos burgueses, dos habitantes das cidades e dos burgos que foram convidados
a elegerem os deputados, e na reunião destes deputados e dos cavaleiros foi constituída a
câmara dos comuns e da reunião dos condes, barões e dos bispos foi constituída a câmara
dos lordes que começou o seu funcionamento regular em 1295 durante o reinado de Eduardo I
quando se estabeleceu o governo representativo.
E após ter conseguido recuperar a liberdade e reinar com tranqüilidade, Henrique III até ao fim
de seus dias ele foi sucedido pelo seu filho Eduardo I que se tornou um rei justo e inteligente
ao dar boas leis ao seu povo, e que logo no inicio de seu reinado se envolveu com serias lutas
com os galeses que se mantinham independentes, porém após sangrentas batalhas Eduardo I
acabou por submetê-los e assenhorear-se do País de Gales, e ao se apropriar da coroa de
Lewellyn que foi o último príncipe Gales, Eduardo I prometeu dar ao povo como futuro
governante um rei nascido no País de Gales, e para isto ele apresentou o filho recém nascido
no castelo de Carnarvon, e a partir desta data o primogênito do rei da Inglaterra recebe o título
de príncipe de Gales. E ao tentar unir os reinos da Inglaterra com o da Escócia, Eduardo I
propôs o casamento de seu filho com a virgem da Noruega, cuja mãe era filha do rei da
Escócia, porém com a morte da jovem Margarida no mar do norte o rumo dos acontecimentos
mudou. E no momento em que surgiram violentas contendas entre os pretendentes à coroa da
Escócia, Eduardo I se viu obrigado a interferir com árbitro, porém devido ao fato dos escoceses
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terem se apresentado para a luta no propósito de combater as ambiciosas intenções do rei da
Inglaterra, ele se viu obrigado a empreender no período de dez anos três grandes campanhas
na Escócia onde acabou encontrando a morte ao dar o golpe decisivo, e ao ser sucedido pelo
filho Eduardo II o mesmo deu continuidade à guerra iniciada pelo seu pai, porém em virtude de
suas qualidades guerreiras ele foi batido em Bannockburn pelas forças do rei da Escócia
Robert Bruce que com a sua vitória não só assegurou a independência do seu país, como
também o enriquecimento do seu país com os tesouros que o soberano inglês abandonou no
campo de batalha, e que o fez abdicar em favor de seu filho Eduardo III que após casar com
Filipa de Hainault prosseguiu a luta vitoriosa contra Escócia que havia se aliado com a França,
com isto Eduardo III ao alegar os seus direitos por parte de sua mãe ao trono francês,
imediatamente declarou guerra a Filipe de Valois.
E desta maneira iniciou-se a luta que ficou conhecida como guerras dos cem anos na qual se
feriram diversas e sangrentas batalhas, e que podemos destacar a batalha naval ocorrida em
1340 em Edusa nas costas de Flandres onde os franceses saíram derrotados ao perderem
duzentos e trinta navios, e seis anos mais tarde deu-se na França a batalha de Crecy onde o
exército francês foi severamente castigado pelas flechas dos arqueiros ingleses que o
obrigaram a se retirarem da batalha de forma desordenadamente, e nestas batalhas o filho
primogênito de Eduardo III se distinguiu de forma brilhante nos campos de batalhas, e por
utilizar uma armadura totalmente preta, ele ficou conhecido como o príncipe negro, e que na
batalha de Crecy adquiriu a divisa alemã com a inscrição ICH Diene e três penas de avestruz
que eram da cimeira do capacete de João O Bravo rei da Boêmia que apesar de sua avançada
idade, se fez conduzir ao ponto onde a batalha era mais intensa aonde encontro à morte com
seus fieis cavaleiros, e a partir desta data os príncipes de Gales ostentam as três penas em
suas armas. E a batalha de Crecy, seguiu-se o cerco de Calais que resistiu bravamente
durante onze meses até capitular, fato este que irritou profundamente ao rei inglês que mandou
que lhe fosse entregue seis dos principais burgueses para serem sacrificados em favor da vida
dos restantes, e no momento em que Eustaquio de São Pedro e sus cinco companheiros se
apresentaram ante ao rei Eduardo III e lhe entregaram as chaves da cidade, então o
encolerizado monarca mandou chamar o verdugo, porém a rainha Filipa ao interceder a favor
deles quando conseguiu abandar a ira do rei e salvou a vida daqueles cinco heróis, e com a
continuidade da guerra, grandes levas de soldados ingleses atravessavam o canal e iam
morrer longe da pátria em belos campos da França, com isto acarretou a falta de braços para
cultivar as terras o que precipitou a fome e a manifestação de descontentamento do povo, e
através de uma grande vitória que o príncipe negro alcançou em Poitiers sobre o rei João O
Bom que na oportunidade foi feito prisioneiro, e ao ser levado à presença do rei Eduardo III o
monarca vencido foi tratado com grande respeito, e por ser merecedor dessa atenção o valente
e brioso e honrado rei da França voltou ao seu país para conseguir a avultada quantia que os
ingleses exigia para o seu resgate, e por não ter alcançado o valor estipulado, o rei João tornou
a entregar-se como prisioneiro na Inglaterra, onde acabou os seus dias.
E como sucessor de Eduardo III foi coroado o seu neto Ricardo II filho do príncipe negro, que
nos primeiros tempos do seu reinado foram assinalados pelas lutas dos grandes senhores e
por tumultos dos camponeses provocados pela miséria e por quererem um governo sem o
parlamento, por este motivo ele abdicou o trono e acabou os seus dias na prisão, com isto o
trono inglês foi ocupado por Henrique IV que lutou com grande dificuldade para manter a paz e
a ordem na Inglaterra e no País de Gales e ao ser sucedido pelo seu filho Henrique V a
Inglaterra reuniu um grande exército e atravessou o canal da mancha e alcançou uma vitória
decisiva em Azincourt sobre o exército francês, e ao aproveitar a guerra civil que dividia os
franceses Henrique V procurou obter a mão de Catarina que era filha de Carlos VI para ser
reconhecido como herdeiro da coroa francesa em detrimento ao delfim Carlos que seu pai
deserdara, todavia os seus planos não puderam se realizar em virtude de sua morte, e com isto
ele deixou como único herdeiro do trono inglês o seu filho Henrique VI que foi coroado quando
contava com nove meses de idade, com isto em sua menoridade a Inglaterra foi governada
pelos seus tios que perderam todos os domínios que tinham na França com exceção de Calais.
E para isto os franceses contaram com a valiosa contribuição da célebre donzela de Orleans
Joana Dárc que ao vestir uma armadura, montou a cavalo e pôs-se à frente de um exército e
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alcançou significativas vitórias até cair nas mãos do inimigo, que a fez perecer entre as chamas
de uma fogueira.
Entretanto o exemplo estava dado e o patriotismo dos franceses fez com que a guerra se
prolongasse por alguns anos e a França se libertasse do domínio estrangeiro até alcançar
vitória final na guerra que ficou conhecida como a dos cem anos, com isto teve inicio na
Inglaterra a guerra das duas rosas, que explodiu devido à rivalidade das famílias Lancaster que
pertencia ao rei Henrique V e que tinham uma rosa vermelha por distintivo, e a York que
pertencia a Eduardo, filho do duque de York que por descender de um filho de Eduardo III e
que escolheram uma rosa branca como distintivo e que alegava ter direitos a ocupar o trono
inglês, e durante os trintas anos de guerra foram travadas onze batalhas entre o rei e os nobres
em diferente ponto do país, e das quais o duque de York saiu vencedor e se tornou o primeiro
rei desta dinastia com o nome de Eduardo IV.
Henrique VI ao ser derrotado, acabou sendo aprisionado na torre de Londres onde acabou os
seus últimos dias totalmente abandonado, e a sua esposa a princesa Margarida de Anjou fez o
quanto pode para conservar a coroa para seu filho que foi assassinado e acabou sendo
aprisionada em Tewkesbury e depois levada a torre de Londres onde esteve encarcerada por
quatro anos até ser resgatada pelo rei da França Luis XI, e devido à fuga da Inglaterra do rei
Eduardo IV em virtude do receio de cair nas mãos dos partidários da rosa vermelha, o trono
deveria ser ocupado pelo seu filho primogênito de treze anos de idade, contudo ele não chegou
a ser coroado em virtude de seu tio Ricardo o ter encerrado na torre de Londres e tempos
depois o seu irmão acabou lhe fazendo companhia.
E com desaparecimento dos filhos de Eduardo IV da torre de Londres , Ricardo III foi
proclamado rei da Inglaterra e de imediato convocou o parlamento e colocou muitas coisas em
ordem e fomentou o comércio com intuito de agradar o povo que sentia o mais vivo horror pelo
assassínio dos príncipes, e por governar a Inglaterra tiranicamente ele acabou sendo vencido e
morto na batalha de Brosworth no ano de 1485 por Henrique de Tudor da família de Lancaster
que por este motivo subiu ao trono com o nome de Henrique VII e que ao se casar com a filha
de Eduardo IV ele fundiu as famílias de York e Lancaster em uma só família e as duas rosas
vieram a formar uma dupla flor, chamada de a Rosa de Tudor que se tornou o emblema da
Inglaterra e fez surgir uma nova era no país.
Itália
Os antigos habitantes da península eram os celtas, iberos, pelágicos e etruscos. Não podemos
esquecer dos gregos, com suas colônias que se estendiam do golfo de Nápoles até Tarento e
Palermo. A cidade de Alba Longa, fundada por Ascanio, filho de Aeneas, no século X a.C., foi a
metrópoles de Lacio até o ano de 666 a.C., quando foi vencida e destruída por Roma.
39
Essa, cuja fundação a tradução atribui a Rômulo e Remo no ano 753 a.C., foi desde o primeiro
momento inimiga de Alba. Tarquino, o Magnífico (534-509 a.C.) findou a primeira monarquia
romana. Durante a república, Roma, apesar de abalada pelas batalhas internas, venceu muitos
inimigos. Resistiu às invasões gaulesas (364 a.C.); conquistou o restante da Itália (495-271
a.C.); lutou contra Cartage até derrotá-la e destruí-la (264-146 a.C.) e estabeleceu sua
superioridade na Ásia Menor e no Egito.
Apesar de logo despedaçada pelas guerras civis (primeiramente pela rivalidade entre Mario e
Sila, mais tarde entre César e Pompeio, e finalmente entre Octavio e Marco Antonio), a
República romana estendeu seus domínios mais e mais, até se tornar o país mais poderoso do
mundo. O esplendor do século de Agosto foi seguido pela decaída, iniciada pela excessiva
concentração de autoridade pessoal dada aos imperadores, o enfraquecimento do Senado, e
as constantes intervenções de grupos armados que acabaram impondo imperadores incapazes
e cruéis na maioria dos casos.
No entanto, o Império Romano era tão consistente e moralmente firme, e a eficiência de seus
generais tão alta, que o colapso final só ocorreu quando milhões de soldados bárbaros
atacaram simultaneamente toda a fronteira do país com a Europa, Ásia e África. Mesmo assim,
o inevitável avanço da multidão de hunos de Atila aconteceu, e os germânicos pediram apoio
da decadente Roma imperial, e foi o general romano Aécio, com suas legiões, que conseguiu
derrotar as multidões de mongóis na batalha dos Campos Cataláunicos, forçando Átila a voltar
para Panonia (atual Hungria). Com a morte de Teodósio (395) o Império foi dividido em dois, o
do Leste e o do Oeste, e finalmente caiu com o ataque dos bárbaros no quinto século.
De 493 a 843, a Itália foi dominada sucessivamente por ostrogodos, lombardes e francos.
Liberta desse ultimo pelo acordo de Verdún e presa da anarquia, foi invadida por sarracenos,
germânicos, húngaros e normandos. Após a Guerra da Investidura, e da longa batalha entre
guelfos e guibelinos provocada pela ambição do Papa que se opunha ao império germânico, o
país foi mais uma vez vítima de rivalidades locais.
No final da Idade Média, havia cinco estados principais da península: o ducado de Saboya, o
de Milão, as republicas de Florença e Veneza, e o estado pontifício e o reino de Nápoles, que
foram divididos entre is franceses e o príncipe de Aragon, mas pertenciam na época ao rei da
Espanha. Nos séculos XV e XVI os espanhóis, franceses e alemães disputaram o território
italiano; mas os espanhóis venceram finalmente, e foram donos das terras por dois séculos.
Através do tratado de Utrecht (1713), o reino de Nápoles, o Milãnesado e Sardinha tornaram-se
território da Áustria, e o Ducado de Saboya adquiriu a Sicília, que a trocou por Sardinha sete
anos depois. Com o tratado de Viena (1738), Toscana passou da extinta família dos Médici,
para a casa de Lorena Hapsburg. O mesmo tratado e o de Aquisgrán (1748) asseguraram o
reino de Nápoles e a Sicília dos ducados de Parma e Plasencia a duas partes da família
Bornone da Espanha.
Durante as guerras da Revolução Francesa, Bonaparte expulsou a Áustria do norte da Itália
(1796), fundou a República Cisalpina e deu à Áustria o Veneto (1797). Em 1800, após a
batalha de Marengo, o Piamonte foi dado à França e a republica Cisalpina mudou de nome,
para República Itálica, que mais tarde, em 1806, se tornou o Reino da Itália, sob o trono de
Napoleão I. Após a queda de Napoleão, o espírito revolucionário começou a desabrochar na
Itália e seguiu-se um período de agitações e tentativas de insurreição nacional, fomentadas
pelos reis da Sardinha, Victor Manuel I e Carlos Humberto.
Com a expulsão da Áustria, começou a formação no novo Reino da Itália, cujo unificação,
preparada por Cavour e quase realizada com a conquista do reino de Nápoles (1860) por
Garibaldi e com a entrega de Veneto feita pela Prússia em 1866, foi terminada definitivamente
em 1870, por Victor Manuel II, cujo exércitos dominaram Roma, que desde então voltou a ser a
capital da Itália. Com a unificação da Itália, o país não parou de desenvolver seus recursos
econômicos e militares, a fm de alcançar a posição de potência mundial.
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Sua expansão começou pela Eritrea (1880), seguida pela Somália (1891) e terminada em
Abissinis, com a derrota de Adua (1896). No século XX, após lutar com a Turquia (191119125), se apropriou de Tripolitania e Cirenaica (Líbia) e das ilhas do Mar Ageu. Em 1914
explodiu a Primeira Guerra Mundial. A Itália entrou na guerra em maio de 1915, contra a
Áustria e a Alemanha. No final da guerra, a Itália que teve seu território invadido, não só o
recuperou, como o expandiu.
Foi seguido por um período realmente critico que facilitou a ascensão ao poder, em 1922, de
um ex-socialista, fundador do partido fascista: Benito Mussolini, que se tornou um ditador, e
sabia como renovar o espírito nacional. Um de seus grandes sucessos foi o Tratado de Letrán
de 1929, pelo qual findou a tensas relações da Igreja Católica com o Estado Italiano.
Em 1936, conquistou a Abissínia, a Sociedade das Nações decretou uma série de sansões
contra a Itália, que se aliou ao regime nazista alemão (Axis-Roma-Berlim). No curso da
Segunda Guerra Mundial, quando a França foi derrotada pela Alemanha, a Itália de uniu a
França na batalha. Como resultado, a Itália perdeu seu Império Africano e viu seu próprio
território ser invadido pelas tropas inimigas. A gravidade das circunstancias forçou Mussolini a
renunciar. O rei Victor Manuel teve que abdicar e seu filho, Humberto II (1946), mas então
houve eleições um mês depois e o país optou pela república, o que terminou sendo o fim do
regime monarquista.
Japão
O Japão é um país de cultura única, sua história até hoje é cheia de mistérios e segredos, isso
devido a seu "isolamento" de outras nações asiáticas — a divisão por eras foi feita para facilitar
o bom entendimento de sua história. No decorrer das descrições, vamos perceber que o país é
marcado pelo patriotismo e vamos entender toda a curiosidade que essa cultura e história nos
trazem.
** a 8000 a.C
Período "Pré-Cerâmico"
Definir com toda a certeza em que época realmente iniciou-se a civilização japonesa é muito
difícil, mas os vestígios de vida no arquipélago indicam que pelo menos a 100 mil anos atrás,
em uma época em que a área que corresponde ao Japão era colada ao continente asiático
(prova disso foram os fósseis de mamute e de elefante naumann encontrados na parte norte do
arquipélago). Os habitantes da Eurásia passaram a migrar para o leste, o povo provavelmente
estava seguindo os animais, tendo em vista que, na época, a caça e a alimentação por plantas
selvagens eram seus hábitos. Diferente do que muitos pensam, muitos indícios mostram que a
origem do povo japonês não é chinesa. Instrumentos de pedra e fósseis humanos desse
período mostram que esse povo existe desde a idade da pedra lascada, chamado também de
Período Pré-cerâmico ou Período Paleolítico.
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8000 a.C. a 300 a.C.
Período Jomon
Um dos maiores períodos, que durou milhares de anos. Foi nele que o arquipélago que
conhecemos como Japão realmente se formou, pois com um aumento considerável da
temperatura, o gelo começou a derreter e o nível do mar se elevou, mas o Japão ainda não era
oficialmente um país. Naquele período, o homem continuava vivendo da caça de animais e de
plantas selvagens, mas já se iniciava a produção de recipientes de barro (cerâmica jomon), o
uso do arco e flecha e as primeiras tentativas de plantio. O interessante é que a extinção de
algumas espécies de animais (que possuíam tamanhos muito diferentes do que conhecemos
hoje) não foi causada apenas pelas mudanças climáticas, mas sim por ações humanas.
300 a.C. a 300 d.C.
Período Yayoi
O período Yayoi durou cerca de 600 anos e foi um dos períodos que trouxe mais mudanças ao
arquipélago japonês. Talvez isso tenha ocorrido devido às viagens que habitantes do
arquipélago fizeram para regiões de difícil acesso e, também, pela emigração de coreanos ao
país, que levaram novas culturas, novos idiomas. Foram os coreanos que levaram ao Japão as
técnicas do plantio do arroz e o trabalho com o metal (bronze e ferro). Influenciaram também
nos recipientes de barro, ferramentas de uso cotidiano, entre outras coisas. Mas nem tudo foi
benéfico, junto com tantas novidades vieram as guerras pelo poder, onde o tamanho de uma
"aldeia" determinava quem era o mais forte, a diferença entre os ricos e pobres e uma certa
rivalidade entre regiões. Mas muitos perguntam: por que os antigos habitantes da Coréia
começaram a migrar para o Japão? E a resposta é bem simples, cerca de 2.500 anos atrás a
Coréia enfrentava uma guerra e para fugir dela muitos coreanos embarcaram rumo à ilha de
Kyushu e lá começaram a implantar o plantio do arroz que logo se expandiu por todas as ilhas.
Com o tempo, os aldeões perceberam que o arroz poderia ser estocado por um grande período
e logo o tamanho desse estoque mostrava o poder e a riqueza de cada vila. Na era Yayoi as
pessoas se alimentavam do arroz cru, que era cozido no vapor ou fervido, mas essa não foi a
única novidade da alimentação no arquipélago japonês, pois legumes (soja, azuki e trigo) que
foram trazidos pelos chineses e a alimentação à base de carne de animais como cavalos e
gado também foram incorporados à cultura japonesa.
300 d.C. a 593 d.C.
Período Yamato ou Kofun
Antes de resumir esse período, é curioso dizer que muitos dos dados dessa época foram
conseguidos apenas depois que historiadores pesquisaram a história da China, isso devido à
grande influência que esse país teve no Japão. No início desse período, o Japão acabou
ficando dividido em varias áreas, devido ao seu relevo, cada uma delas com seus próprios
costumes. Novos itens como ferramentas agrícolas e armas começaram a entrar no
arquipélago através da Coréia e China, a arte de cerâmica aumentou e tornou-se mais prática
e até a escrita chinesa entrou no país para fins comerciais. O budismo foi introduzido no Japão
graças a esses dois paises em 538 d.C. E foi durante a invasão de cavaleiros da Mongólia (que
acabaram conquistando o país) que surgiu a dinastia Yamato, por volta de 250 d.C, Jimmu
Tenno se consagraria o primeiro Imperador do Japão. Com o tempo, todas as pequenas vilas
estavam sendo transformadas em um único Estado. Séculos depois, com o príncipe Shotoku
Taishi (Shôotoku-Tishi), o poder dos proprietários de terras (os chamados ujis) foi diminuído
consideravelmente. Destaques: a unificação do Japão como nação (por volta do 3º e 4º século)
e a introdução do budismo no país.
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593 d.C a 710 d.C
Período Asuka
Um período meio que conturbado, mas que trouxe muitas das características visíveis até hoje
no país. Em 604 d.C é criada por Shotoku, a primeira Constituição do país, com 17 artigos.
Essa organização centralizada é aumentada ainda mais em 645 d.C com a reforma Taika, que
entre outras coisas criava impostos que deveriam ser pagos pelos camponeses. Tais
mudanças devem-se principalmente ao budismo e ao confucionismo. Esse período que durou
cerca de cem anos foi marcado também por avanços na parte de arquitetura e nas áreas
filosóficas. Já na parte política, as coisas eram mais complicadas, pois no período Asuka
ocorreu diversos atentados à família imperial (inclusive ocorrendo mortes) e muitas brigas entre
famílias de grande poder no Japão. O período Asuka marca e muito a "aceitação" e
consagração do budismo no país graças ao príncipe Shotoku. O período Asuka chega ao seu
fim quando no governo da Imperatriz Genmei acontece a mudança da capital, que passa a ser
Heijou-kyou (Heidjôokyôo), uma província de Nara.
710 d.C a 794 d.C
Período Nara
Esse período se inicia quando a Imperatriz Genmei transfere a capital imperial japonesa para
Nara, uma cidade que foi construída baseada na capital chinesa Tang, o que prova a grande
influência exercida pela China e pela religião budista nessa época. Foram construídos diversos
templos budistas, por todo o país. Graças a isso, o crescimento cultural na área artística foi
enorme. Foi nessa época que a escrita chinesa (Kanji) foi adaptada para o japonês. A
sociedade em sua maioria era agrícola e dividida em aldeias. O regime uji-kabane (grandes
proprietários) entra em decadência e floresce o regime Ritsuriô (administrativo). Muitas escolas
com pensamentos budistas foram estabelecidas na capital Nara e uma se destacou por ser a
mais apreciada pelos imperadores, a Sutra da Luz Dourada, que definiu Buda como o ser
universal. Mais uma vez o período é finalizado com uma mudança de capital, a nova capital
imperial do Japão passaria a ser Heian-kyou. Destaques: mudança da capital imperial e o
crescimento do poder centralizado no país.
794 d.C a 1192 d.C
Período Heian (Heiã)
Com a posse do Imperador Kammu, novamente a sede da capital imperial muda de local,
dessa vez seria Heian, que significa "capital da paz e da tranqüilidade" (essa capital, hoje em
dia, é a província de Kyoto); foi justamente nessa época que surgiram os saburais (que
possivelmente deram origem aos samurais). Por volta de 838 d.C. o Japão cortou as relações
com a China devido à desordem que enfrentava. Já no século X, o Japão se encontrava sob o
comando do clã Fujiwara e avançou muito na área cultural. Graças a isso, surgiu um sistema
de escrita japonês de 46 símbolos básicos conhecido como Kana. Mas enquanto passava por
um grande avanço cultural, na parte da política as coisas começaram a ficar mais difíceis e, por
isso, duas nobres famílias, Taira e Minamoto, passaram a auxiliar os Fujiwara a manter a
ordem em seu governo, com o recrutamento de camponeses. Mas logo toda essa harmonia
entre as famílias acabou e o poder falou mais alto. Durante muito tempo ocorreram batalhas
pelo poder — nesse período complicado, surgiram de fato os samurais e em duas grandes
batalhas, Hogen (1156) e Heiji (1159), a família Taira venceu e assumiu o poder. Taira
Kiyomori foi o primeiro samurai a ocupar o poder. A família Tara não governou bem e logo
passou a ser odiada por todos; somente 20 anos depois foi derrotada e Minamoto Yoritomo
assumiu o poder, encerrando assim esse período cheio de evoluções e guerras. Destaque:
surgem os samurais.
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1192 d.C - 1333 d.C
Período Kamakura
Minamoto Yoritomo consagra-se o vencedor da batalha e é denominado o Xogum, pelo
imperador, assim se inicia uma nova época no Japão, um período em que os samurais se
consagraram no poder. Nessa época, é criado o regime militar conhecido como Xogunato (ou
bakufu). A capital imperial passa a ser em Kamamura, uma vila de pescadores bem protegida,
ideal para se defender de grandes conflitos. Nesse período, o governo segue como base o
código de honra dos samurais e, nessa mesma época, as espadas japonesas tornam-se as
melhores do mundo. Um período calmo e de relativa evolução termina quando Yoritomo morre,
assim como seus filhos, pouco tempo depois. A família Hojo passa a ser o poder no Japão e o
país enfrenta bons tempos, a cultura novamente evolui e as relações com a China melhoram.
Em 1220, o rei da Mongólia conquista toda a China devido ao seu grande armamento. Kublai
Kan, neto de Genghis Kan resolve conquistar também o Japão e em 1274 desembarca com
seu exército no arquipélago. Kublai Kan é derrotado pelos samurais e ainda tem seus navios
atacados por fortes furacões, em duas tentativas. Com a vitória, os samurais mais uma vez se
consagram como soldados leais e importantes, mas devido à guerra, o poder imperial não teve
condições de recompensar seus bravos guerreiros, o que gerou uma certa turbulência no
governo; o período chega ao fim quando o Xogunato de Kamamura foi derrotado pelo
imperador Godaigo, em 1333. Destaques: a importância dos samurais, o crescimento do
budismo, a eleição do primeiro Xogum do Japão.
1333 d.C a 1573 d.C
Período Muromachi
Nesse período é estabelecido o Xogunato Muromachi, por Ashikaga Takauji, em Kyoto. Esse
período, apesar de violento, foi marcado por grande evolução econômica e cultural, como a
arquitetura, pintura, poesia, canções, a cerimônia do chá (Chanoyu), o Ikebana (arte de
arranjar flores) e o teatro (Nô e Kyogen). Pela primeira vez há o contato com o Ocidente,
quando uma embarcação portuguesa chega ao arquipélago trazendo as primeiras armas de
fogo (mosquetes). Na parte econômica, o poder passa para as mãos dos daymiôs, que eram
os senhores feudais da época. Cada governo tinha uma certa liberdade, mas sempre
mantendo seu respeito para com o Xogum. Devido a isso, grandes batalhas por territórios
aconteceram e a construção de castelos pelos senhores feudais foi algo muito comum durante
todo o período, devido aos grandes conflitos pela conquista de terras. Kyoto foi incendiada e o
declínio do Xogum se inicia. Destaques: a grande evolução cultural, a chegada do cristianismo
no país graças ao jesuíta Francisco Xavier.
1573 d.C a 1603 d.C
Período Azuchi-Momoyama
Devido ao declínio do Xogunato Muromochi não houve maneira de se defender dos constantes
ataques de diversos senhores feudais, que tentavam assumir o poder a todo custo, mas depois
de muitas tentativas, somente Oda Nobunaga, um importante general, conseguiu finalmente
conquistar o poder. Primeiro Nobunaga conquistou a província de Owari e, anos depois,
conquistou a capital do país, assim ressurge o poder imperial no país. Nabunaga só conseguiu
tais conquistas porque usou o armamento fornecido pelos portugueses. Mesmo com tanto
poder, o general não esperava por uma traição interna e acabou sendo assassinado antes de
unificar todo o país. Seus passos foram seguidos por seu mais fiel general, Toyotomi
Hideyoshi, que depois de adotar diversas medidas drásticas para evitar um possível golpe (tais
como, confisco de armas, destruição de castelos, levantamento de propriedades etc.)
finalmente conseguiu unificar o Japão em um único governo. O Japão começa a evoluir
novamente e até tenta conquistar a Coréia duas vezes, mas falha em ambas. Esse período
chega ao fim com a morte de Hideyoshi. Destaques: grande evolução econômica e social do
país, unificação do país.
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1603 d.C a 1868 d.C
Período Edo
Com a morte de Hideyoshi, Tokugawa Ieyasu assume o poder e logo de cara surpreende a
todos traindo Hideyori, o sucessor de direito do Hideyoshi. Conquista o controle total do país
quando na batalha de Sekigahara venceu alguns grupos rivais e seguidores de Hideyori.
Torna-se, então, o novo Xogum a mando do Imperador, e estabelece-se na cidade de Edo
(atual Tóquio). Chegamos a uma era conhecida como "Era de Tokugawa", em que a sociedade
é dividida em quatro classes distintas (samurais, camponeses, artesãos e comerciantes), os
feudos foram distribuídos a pessoas de confiança do Xogum, centralizando, assim, o poder na
capital. Em 1633, a entrada de navios portugueses e a saída de japoneses do país foram
proibidas, o cristianismo é proibido também e o Japão tem um elevado aumento comercial. O
Japão estava praticamente fechado para o mundo exterior. Em 1760, finalmente as portas para
outras culturas são reabertas. Quase no final do século XVIII, o Xogunato começa a enfrentar
problemas e diversas rebeliões internas-continentes passam a ocorrer, exigindo uma reforma
política. Acontece a revolução industrial no Ocidente e o Japão vê-se obrigado a mudar sua
política para não ficar atrasado. São então firmados diversos acordos com países ocidentais.
Destaques: perseguição a milhares de cristãos.
1868 d.C a 1911 d.C
Período Meiji
Com a mudança do Imperador Meiji para Tóquio, e graças também à restauração de Meiji, o
Japão se encontra novamente em uma nova fase, onde assina diversos tratados com países
do Ocidente. Tais mudanças, entre outras coisas, trouxeram a liberdade religiosa e a igualdade
social. Graças ao imperador e a seus tratados, o Japão passou por uma grande
industrialização e a chegada de grandes estudiosos ocidentais ajudaram no avanço do país.
Os feudos foram extintos e, assim, surgiram as prefeituras e uma verdadeira invasão ocidental
ocorreu, durante cerca de duas décadas, ocorrendo também uma sentimento de elevado
nacionalismo. Em 1880, devido ao investimento na industrialização do país, o Japão entra
numa crise que só foi extinta com a criação do Banco do Japão. Essa época trouxe grandes
avanços políticos, como a criação da primeira Constituição Nesse período, o Japão passou por
duas guerras territoriais e em ambas se foi vencedor (uma contra a China, em 1895, e outra
contra a Rússia, em 1905). Em 1910, o Japão ocupa o território coreano. Em 1912, morre o
imperador Meiji e esse período chega ao seu fim com um saldo bem positivo.
1912 d.C a 1925 d.C
Período Taisho
o período inicia-se quando Taisho, filho do Imperador Meiji, assume o poder. Aos poucos, o
governo democrático ganhou grande força. Devido aos tratados feitos, o Japão acaba entrando
na Primeira Guerra Mundial junto aos Aliados. Sua participação ficou bem restrita a pequenos
ataques na Ásia. Ao termino da guerra, a situação econômica do país piorou bastante e se
agravou ainda mais quando em 1923 um terremoto praticamente destruiu Tóquio. Destaques:
as mulheres começam a participar mais da vida social do país, é estabelecida a democracia.
1926 d.C a 1988 d.C
Período Showa
Com a grande crise econômica que o mundo todo enfrentava, incluindo o Japão, os militares
defendem que somente a conquista de novas áreas territoriais solucionaria o problema. E
mesmo contra a vontade do imperador, os militares tomam quase que por completo o poder. O
Japão começa uma pequena guerra por novos territórios e em 1933 retira-se da Liga das
Nações. Em 1937 se inicia a Segunda Guerra Mundial, mas em pequena escala, porém no dia
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7 de dezembro de 1941 o Japão ataca Pearl Harbor, base americana no Havaí. Depois desse
ataque, o Japão nunca mais seria o mesmo, pois em 1945 os Estados Unidos lançaram
bombas atômicas sobre as províncias de Hiroshima e Nagasaki, dando fim à guerra. O
imperador se rende e o saldo final foram as mortes de quase 2 milhões de japoneses, metade
do país destruído e uma economia arrasada. Com o término da guerra, por alguns anos o
Japão manteve-se ocupado pelas forças vitoriosas e em 1947 foi criada uma nova Constituição
que proibia a resolução de problemas internacionais com guerra. O imperador perdeu o poder
e a nova forma de governo passou a ser a monarquia constitucional, sob o controle de um
parlamento. As relações exteriores só voltam a ser realizadas em 1951. Logo, com a ajuda dos
Estados Unidos, o Japão se tornaria uma das principais potências econômicas do mundo. Em
1973, o Japão entra numa crise de petróleo que só é superada com os investimentos nas
indústrias de alta tecnologia. Em 1989 o imperador Hirohito falece, marcando o fim desse
período.
1989 d.C aos dias atuais
Período Heisei
Com a morte de seu pai, Akihito assume o poder e inicia uma nova era, marcada por grandes
avanços e tranqüilidade. Em 1993, o príncipe se casa com a plebéia Masako Owada.
México
Antes da chegada dos espanhóis, México estava habitado por vários povos. Os Maias, por
exemplo, tinham se estabelecido no sul. No princípio do século XIV apareceram os Astecas,
povo que alcançou uma notável civilização e fundou em 1325 a cidade de Tenochtitlán, hoje
México. Uma das suas tribus, a dos mexicas, deu ao país seu nome atual. Esse povo constituiu
um poderoso império e nele reinava Moctezuma II quando chegaram os espanhóis.
Em 1518, Juan de Grijalba reconheceu o país e no ano seguinte empreendeu sua conquista
Hernán Cortés quem em 1521 tomou o poder da capital e pouco depois converteu o grande
império Asteca em reinado espanhol. A dominação espanhola durou três séculos, atendendo
sempre a prosperidade da colônia e melhorando as condições sociais dos índios.
1810-1821 A LUTA PELA INDEPENDÊNCIA
No início do século XIX, começa o processo que acarretou na independência do México. sde
1810 a 1821 diversos caudilhos se sublevaram contra a dominação espanhola, destacando
neste sentido o "Grito de Dolores" encabeçado pelo padre Hidalgo e as campanhas
empreendidas pelo padre Morelos. Todos estes movimentos acabaram sendo sufocados pelas
autoridades espanholas.
Em 1820, a restauração em Espanha da Constituição de 1812 e a rejeição às reformas liberais
provocou que a elite conservadora deixasse de apoiar o regime espanhol. Uma sublevação das
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tropas mexicanas ao comando de Agustín de Iturbide promulgou o Plano de Iguala ou das Três
Garantias, que proclamava: uma religião única, a união de todos os grupos sociais e a
independência de México com uma monarquia constitucional.
Iturbide foi proclamado Emperador pelo que se estabeleceu o primeiro Império Mexicano, de
curta duração já que ao perder o apoio dos caudilhos regionais e do exército, o imperador
Agustín I acabou sendo derrocado.
1823-1855 OSANOS DE SANTA ANNA
Os anos que decorrem até o triunfo da revolução liberal foram uns anos de profunda
instabilidade interna, conflitos entre os Estados que compunham a nação e estancamento
econômico. A época esteve marcada pela personalidade do general Antonio López de Santa
Anna, quem pese a assumir a presidência em sete ocasiões, não conseguiu dar estabilidade à
república.
Além disso, a debilidade do Estado mexicano facilitou a separação de Texas, em 1836, que
acabou unindo-se aos Estados Unidos em 1845, o qual desembocou numa guerra entre ambos
países (1846-1848) que concluiu com a perda do norte de México: a Alta California, Texas e
Novo México.
1855-1876 GUERRA DE REFORMA E MEXICO LIBERAL
O triunfo da revolução liberal, em 1853, trouxe consigo grandes reformas e transformações: o
partido conservador que tinha apoiado a Santa Anna perdeu o poder, implementou-se uma
legislação laica, levou-se a cabo uma reforma agrária e se aboliram os privilégios.
A figura dominante do período foi Benito Juárez em cujo mandato (1864-1872) foi colocada em
vigor a legislação liberal conhecida como Leis de Reforma. O partido conservador, contrário a
tais reformas, resistiu-se apelando às armas o que se traduziu em duas guerras civis. A
primeira (1858-1861) acabou com o triunfo do liberais e a segunda trouxe consigo a
intervenção estrangeira e a invasão das tropas francesas que impuseram a Maximiliano de
Habsburgo como Emperador (1864-1867). Mas a retirada do exército francês, em 1866, pelos
compromissos de Napoleão III em Europa e o desgaste das forças conservadoras ante a
ofensiva dos guerrilheiros liberais conduziu à queda do II Império e ao regresso de Juárez à
presidência em 1867. Mas nem Juárez nem seu sucessor, Sebastián Lerdo de Tejada (18721876), conseguiram estabilizar ao país.
1876-1911 O PORFIRIATO
As reformas liberais, a estabilidade política e o crescimento econômico não foi conseguido até
a chegada ao poder de Porfirio Díaz. Este militar mexicano impôs seu domínio durante mais de
três décadas graças à intimidação dos seus rivais, o clientelismo com seus apoiantes e a
repressão contra seus opositores. México viveu uma época de ouro em matéria econômica e
de estabilidade interna pois o porfiriato facilitou a chegada de investimentos estrangeiros que
se traduziram, principalmente, na criação de uma ampla e moderna rede de transportes
ferroviários.
Porém, as contradições políticas e sociais sintetizadas na falta de liberdade e o surgimento das
classes média e obreira, excluídas do sistema porfirista, conduziram à queda do regime, já
desgastado, em 1911.
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1911-1920 A REVOLUÇÃO MEXICANA
A revolução mexicana foi um processo longo e complexo que mudou ao país definitivamente e
que impulsionou o México moderno. Começou como uma reforma política de caráter
democratizador, processo que encarnou Francisco Madero, presidente entre 1911 e 1913,
cujas mudanças moderadas foram cortados na raiz por um golpe de Estado que acabou com
sua vida.
A Revolução continuou depois como um conflito de características sociais, durante a guerra
civil de 1913-16 que enfrentou as forças conservadoras do presidente Victoriano Horta e as
forças revolucionárias encarnadas em Emiliano Zapata no sul, líder dos camponeses
indígenas, e Pancho Vila, Álvaro Obregón e Venustiano Carranza no norte. O triunfo dos
revolucionários sobre Horta foi só a antessala de uma nova guerra civil, desta vez entre os
próprios dirigentes revolucionários que se finalizou com a vitória militar de Obregón e Carranza
sobre Zapata e Pancho Vila.
No final da segunda década do século XX, a Revolução conseguiu consolidar-se com a
promulgação da Constituição de 1917, ainda vigente, e a chegada ao poder de Obregón e seus
apoiantes, os sonorenses, cujo domínio se estendeu até os anos 30.
1920-1946 A ERA DO PRI
Entre 1920 e 1940 foi se desenhando o novo modelo de Estado e se assentou o regime. As
metas mais importantes foram a criação do Partido Nacional Revolucionário em 1929,
antecedente direto do PRI, que uniu as forças revolucionárias e as enquadrou de tal maneira
que puderam ser controladas pelo Estado, o que facilitou a pacificação do país, que só se viu
alterado pela sublevação dos setores católicos (a Guerra Cristera) em desacordo com a
legislação leiga do homem forte de México, Plutarco Elías Calles, depois da morte, em 1928,
de Obregón.
As reformas implementadas por Lázaro Cárdenas, entre 1934 e 1940, outorgaram maior
legitimidade ao regime, sobretudo, graças ao impulso da reforma agrária e a nacionalização do
petróleo.
O PNR, que em 1937 passou a chamar-se Partido da Revolução Mexicana, adotou, em 1946, o
nome de Partido Revolucionário Institucional, PRI. Desde esse ano, o PRI se converteu no
partido hegemônico no sistema político deste país pois até os anos 80 nunca perdeu uma
eleição estatal. A estabilidade dos anos 40, foi seguida pelo crescimento econômico dos 50, as
tentativas de introduzir reformas moderadas no sistema, nos anos 60, e o giro para a esquerda
nos 70.
A crise pela suspensão do pagamento da dívida e a nacionalização da banca em 1982, unida à
crise econômica e o descrédito do PRI e seu sistema, propiciaram o surgimento de forças
políticas que, em meados dos anos 80, colocaram em perigo o domínio do PRI. O Partido de
Ação Nacional, o PAN, nascido em 1939, e o Partido da Revolução Democrática, surgido de
uma cisão dos setores mais à esquerda do PRI, foram ocupando espaços de poder.
1990- OS ÚLTIMOS ANOS
As reformas econômicas e sociais de Carlos Salinas de Gortari (1988-1994), em especial a
assinatura do Tratado de Livre Comércio com os Estados Unidos, pareceram dar um novo
impulso ao PRI, mas a crise econômica de 1994 e a sublevação zapatista em Chiapas, desse
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mesmo ano, prejudicaram o partido que perdeu a maioria na Câmara de Deputados em 1997 e
no ano 2000 a presidência.
Nigéria
A região onde fica a Nigéria abriga, na Antigüidade, uma das mais avançadas civilizações da
África Ocidental, a cultura nok (500 a.C. a 200 a.C.). O norte torna-se islâmico a partir do ano
1000, com a civilização kanem, cujos sucessores dominam as rotas comerciais do norte da
África. Os britânicos, em luta com os portugueses pelo controle do tráfico de escravos,
conseguem hegemonia sobre o litoral no século XVIII. A proibição do comércio escravista, no
início do século XIX, não impede sua expansão pela bacia do rio Níger. Em 1914, a Nigéria
torna-se colônia britânica.
Guerra civil
A partir de 1946, o governo britânico concede autonomia, até a independência da Nigéria, em
1960. A luta entre tribos leva o país à guerra civil, em 1966, quando um grupo de oficiais do
Exército, de etnia ibo, toma o poder, mata o primeiro-ministro, Akubar Tafawa Balewa, e outros
dirigentes, todos da etnia hauçá. O novo governo, sob a chefia do general Johnson AguiyiIronsi, extingue a federação e centraliza o poder. Um contragolpe depõe Aguiyi-Ironsi, que é
assassinado. Milhares de ibos são massacrados. O governo do general Yakubu Gowon divide
a Nigéria em 12 estados em 1967. Os ibos do leste rejeitam a divisão e formam um país
independente, a Biafra. O resultado é uma guerra civil que dura até 1970, quando Biafra é
reincorporada à Nigéria. No conflito morrem entre 500 mil e 2 milhões de civis, quase todos
ibos.
Os anos seguintes são marcados por golpes militares. Há um intervalo democrático durante a
gestão do presidente Shehu Shagari, eleito em 1979 e reeleito em 1983. Shagari é deposto
pelo general Muhammadu Buhari, destituído em 1985 pelo general Ibrahim Babangida. Ele
governa em meio a conflitos étnicos, corrupção e crise econômica provocada pela queda no
preço do petróleo. Em 1991, a capital do país é transferida de Lagos para Abuja.
49
Nova Zelândia
O povo indígena da Nova Zelândia, Maori, chegou aqui em torno do ano 1.200 a.C., vindo das
Ilhas Polinésias. Eles viajaram milhares de quilômetros a bordo de wakas (canoas) de casco
duplo, servindo-se de estrelas, correntes oceânicas e migrações de pássaros como guias.
A maioria dos maoris reconhece que a linhagem da sua whakapapa (genealogia) tem origem
nas wakas destes primeiros imigrantes polinésios. Uma delas foi comandada por Kupe, cuja
esposa deu ao país o nome de Aotearoa, que significa terra da longa nuvem branca.
A sociedade maori é por sua natureza tribal e, apesar de a maioria dos maoris viverem em
cidades, muitos se identificam solidamente com a sua própria iwi (tribo). Te reo Maori (a língua
maori) é comum a todas as iwis, e é um idioma oficial da Nova Zelândia. Todos os maoris
também têm em conjunto uma rica cultura de mitos e lendas, uma sólida tradição artística e
uma história oral pitoresca.
O primeiro europeu que chegou à Nova Zelândia foi o explorador holandês Abel Tasman, em
1642. Apesar da brevidade da sua visita, um cartógrafo holandês mais tarde deu ao país o
nome de "Nieuw Zeeland", em homenagem a uma região dos Países Baixos.
A chegada do explorador britânico, o capitão James Cook, em 1769, teve um impacto muito
mais duradouro, pois induziu à colonização britânica da Nova Zelândia. Os Maoris chamaram
os recém-chegados de "Pakeha", e hoje esta palavra é usada comumente para descrever os
neozelandeses de etnia européia.
Os primeiros colonizadores enfrentaram um ambiente hostil e estranho. Tendo à sua
disposição poucos bens importados, inventaram e fizeram sozinhos aquilo de que precisavam.
A determinação, independência e criatividade dos primeiros pioneiros contribuíram para formar
a índole da Nova Zelândia.
Alguns Maoris e Pakehas comercializavam, trabalhavam e viviam lado a lado. Mas com o
aumento dos colonos que chegavam, a população Maori foi drasticamente afetada por
doenças, confisco de terras e guerras. Os colonizadores europeus também trouxeram
influências, tais como a palavra escrita e o Cristianismo, que provocaram um profundo impacto
na sociedade Maori.
Em 1840, um grande número de chefes Maoris assinou o Tratado de Waitangi, um acordo com
a Coroa Britânica (Estado), que hoje é considerado como o documento de fundação da nação.
Ele permitiu aos britânicos instalarem-se na Nova Zelândia e governarem o país, reconhecendo
aos Maoris o direito de conservar o controle de suas terras e recursos.
50
A promessa do Tratado, de proteger a terra e recursos Maoris, não foi respeitada e, durante as
décadas de 1860 e 1870, houve várias guerras ferozes entre os Maoris e os colonizadores
europeus, que confiscaram grandes áreas de terra do povo indígena.
A descoberta de ouro na Ilha do Sul, em 1861, atraiu à Nova Zelândia uma nova onda de
pessoas, entre elas os primeiros imigrantes chineses. A imigração de muitos países continuou
aumentando e em pouco tempo a população não Maori superou a população Maori.
Soldados neozelandeses lutaram com as Forças Aliadas em ambas as Guerras Mundiais. Na
desastrosa campanha da Primeira Guerra Mundial em Galípoli, na Turquia, as tropas da Nova
Zelândia e da Austrália, sob o comando britânico, sofreram perdas horríveis. O sacrifício de
todos os soldados neozelandeses é comemorado no dia 25 de abril, Dia de ANZAC.
Um importante capítulo da história da Nova Zelândia foi sua passagem de uma colônia que
buscava orientação da Grã-Bretanha para uma nação independente, com uma perspectiva
internacional. Uma etapa importante deste processo foi alcançada em 1972 quando a Nova
Zelândia expandiu suas relações comerciais, logo depois que a Grã-Bretanha aderiu à
Comunidade Econômica Européia.
A Nova Zelândia mantém uma sólida posição nos fóruns internacionais e, em 1989, foi
reconhecida como o primeiro país do mundo isento de atividades nucleares. Apesar de ainda
manter fortes laços com a Grã-Bretanha, hoje a Nova Zelândia identifica-se firmemente com a
região da Ásia e Pacífico. Há mais pessoas das Ilhas do Pacífico vivendo na Nova Zelândia
que em qualquer outro país do mundo e um número igual de neozelandeses de origem asiática
– o grupo de novos cidadãos que mais cresce.
O relacionamento dos Maoris com os Pakehas é outra característica do desenvolvimento da
Nova Zelândia como nação. Tentou-se, por mais de um século depois da colonização, fazer
com que os Maoris assimilassem a sociedade inglesa e, por consequência, a língua e tradições
Maoris começaram a definhar.
Os últimos 30 anos testemunharam o início de um renascimento Maori. O Tratado de Waitangi
agora desempenha um papel vital na sociedade moderna da Nova Zelândia. A crescente
influência Maori está dando forma a uma sociedade que reconhece sua singular posição de
tangata whenua (povo da terra). Como nos seus primórdios, a Nova Zelândia continua sendo
moldada por todos aqueles que desembarcam aqui.
He aha te mea nui i tenei Ao? He tangata, he tangata, he tangata. Qual é a coisa mais
importante do mundo? É o povo, é o povo, é o povo.
Chegada dos Maoris
Acredita-se que viajantes provenientes das Ilhas Cook ou do Taiti navegaram até a Nova
Zelândia há aproximadamente 1.000 anos em canoas à vela de casco duplo. Eram ávidos
navegadores que usavam as estrelas, as correntes predominantes e as rotas migratórias dos
pássaros para navegarem no sul do Oceano Pacífico.
A história dos Maoris conta que seus ancestrais vieram de um local chamado Hawaiiki numa
grande frota de canoas, aportando na costa nordeste da Ilha do Norte. O grande descobridor
Taitiano Kupe é tido como o capitão da primeira embarcação, a Matahourua. Na chegada, sua
mulher viu os verdes montes encobertos num véu de nuvens e chamou a terra de Aotearoa,
"Terra da Grande Nuvem Branca".
Os colonizadores Polinésios rapidamente alteraram seu modo de vida ao da nova terra, cheia
de pássaros e cercada por oceanos com vida marítima riquíssima. Com o conseqüente
51
aumento da população – estima-se que ela duplicava a cada 30 anos – as ricas fontes de
alimentação começaram a diminuir e os migrantes foram obrigados a se adaptarem ao clima
temperado. Aprenderam a plantar e armazenar comida de acordo com as estações, alterando
desde suas vestimentas ao tamanho de suas casas.
Colonização Européia
Os exploradores europeus que se aventuraram na Nova Zelândia durantes os séculos XVII e
XVIII estavam atrás do legendário continente do sul. O primeiro deles foi Abel Tasman, um
navegador holandês que comandava duas embarcações de um posto comercial em Java.
Desembarcou próximo à ponta norte da Ilha do Sul no final de 1642. Tasman não conseguiu
estabelecer uma relação amigável com os Maoris do local e quatro membros de sua equipe
morreram em um sangrento confronto. Um cartógrafo holandês chamou a nova terra de Nieuw
Zeeland, em homenagem a uma província na Holanda.
A segunda viagem registrada por um europeu ocorreu quase um século depois, pelo
explorador inglês James Cook. Cook comandava uma embarcação chamada Endeavour em
uma viagem de exploração científica quando, em outubro de 1769, ele avistou a costa leste da
Ilha do Norte. Em seguida ele navegou ao redor de ambas as ilhas, traçando mapas,
documentando sobre os Maoris que encontrou e coletando espécimes da flora e fauna.
Cook ainda fez mais duas visitas, em 1773 e 1777, registrando tudo o que via e incentivando
outros exploradores a fazerem a árdua jornada até a Nova Zelândia. A maioria dos recémchegados eram comerciantes, vendedores, missionários e caçadores de baleias. Ansiosos para
explorar os recursos da nova terra, a população transitória de comerciantes exportava barcos
cheios de valiosas mercadorias. Não havia regras nem leis, e a venda de terras era feita de
uma maneira extremamente desorganizada; quanto aos Missionários, o importante era levar o
Cristianismo à nova terra.
Paraguai
Primeiros Habitantes
Antes do descobrimento da América o Paraguai estava habitado pelos índios Guaranis, que
povoaram certas zonas dos Andes e as márgens do rio Amazonas. Os meio de vida eram a
caça, a pesca e a lavoura para conseguir alguns alimentos. Quando chegaram os espanhóis
em 1524 ficou fundada a cidade de Assunção e transformou-se no centro do poder hispânico
no sudeste de América do Sul.
52
A Época Colonial
Durante o século XVII grande parte da população guaraní fugiu para os bosques não ficando
sobre o domínio dos espanhóis, embora os jesuítas convenceram muitos para que ficassem
nas missões.
Ali 150.000 índios costruíram as suas moradas, trabalhando a terra, fazendo artesanato e
instrumentos musicais tradicionais. Mesmo asssim, ficou proibido a troca de dinheiro dentro do
território de caráter religioso.
Com o tempo as organizações do norte foram prosperando, situação que não agradou aos
coronéis. Tanto o poder econômico quanto o religioso ameaçaram a sua autoridade e a
situação tomou outro sentido. As comunidades foram saqueadas e alguns índios voltaram de
novo para a selva.
A Independência
Em 1811 Paraguai declarou-se independente. Os primeiros ditadores do Paraguai tentaram
tirar o país do subdesenvolvimento evitando a ajuda do estrangeiro. Durante um tempo foi
considerado um dos paises com mais índice de analfabetismo de América Latina e avançava a
passos gigantescos no setor econômico. Por não ter o Paraguai acesso ao mar, as suas
exportações dependiam dos paises vizinhos, que aproveitavam a circunstância, o que revertiu,
com a intervenção britânica, em sérios conflitos tanto internos como externos. Em 1852, os
brasileiros derrubaram o ditador Rosas e penetraram no Paraguai. Isto provocou a guerra da
Tríplice Aliança, que este país lutou contra Argentina, Uruguai e Brasil. Ao final da guerra
quase toda a população paraguaia estava exterminada.
Vários ditatores chegaram ao poder até 1954, em que Alfredo Stressner ocupou o cargo
supremo do país. Stressner praticou um regime brutal e repressivo, sempre dependente dos
Estados Unidos. Finalmente, depois de muitos anos a pressão interna acabou com o regime,
tomando a direção o general Andrés Rodríguez. A partir de então, a situação econômica
melhorou a passos lentos e produziu0 alguma reforma, a nível político. No ano de 1993 foi
eleito presidente, de forma democrática, Juan Carlos Wasmosy, que deu um certo impulso ao
desenvolvimento do país.
Portugal
A história de Portugal se inicia nos primeiros séculos da era cristã. Mesmo sendo parte da
Ibéria, a revolta na Lusitânia contra os romanos no século II a.C. é reividicada como uma
demonstração de unidade nacional anterior à criação da nação portuguesa.
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Entre 1095 e 1279, o Reino de Portugal estabelece as suas fronteiras continentais,
praticamente inalteradas até hoje. Depois deste período,a monarquia se consolida mesmo com
a resistência do Reino de Castela.
Localizado entre a Espanha e o mar, Portugal se lança na aventura marítima rumo à conquista
de novas terras. Considerada uma das quatro quinas da Europa, junto com Inglaterra, Rússia e
Turquia, os portugueses, naturalmente iniciaram sua epopéia ao redor do mundo.
O século XV é marcado pelas Cruzadas e descobertas marítimas. Com as conquistas, o país
se torna um império de proporções mundiais. Este avanço é interrompido com a fusão política
com a Espanha de 1581 a 1640. Retomada a independência, iniciam-se as reformas que
desencadeam a transformação do absolutismo em monarquia constitucional em 1826. Na
mesma década o Brasil se torna independente de Portugal.
A partir do século XVII, Portugal perde o seu poderio dos séculos anteriores. O gigante
terremoto de Lisboa em 1755 piorou ainda mais a situação do páis. A ocupação do país pelas
tropas de Napoleão e a fuga da família real para o Brasil é um exemplo claro do poder perdido.
A República implantada em 1910, dura até o golpe de estado de 1926. Na Primeira Guerra
Mundial, Portugal entra no conflito ao lado dos Aliados. O país sofre uma grave crise no
período de entreguerras, o que forneceu o surgimento do "Estado Novo", no mesmo período
que governos fascistas dominavam na Europa. Mesmo neutro na Segunda Guerra, Portugal
era cortejado pelo Eixo, Salazar, assim como Vargas, entrou no conflito bélico ao lado dos
Aliados apenas em 1945, quando a guera esta paticamente encerrada. No Guerra Fria, as
ditaduras ibéricas eram toleradas pelos países ocidentais no combate ao bloco comunista.
Mesmo com a retirada de Salazar, a ditadura só termina em 25 de abril de 1974 com o golpe
militar que derrubou Marcello Caetano, A Revolução dos Cravos. Após golpes e contra-golpes,
a democracia se restabelece em Portugal, o país retoma a via do desenvolvimento,
impulsionado ainda pela adesão à Comunidade Económica Européia (CEE) em 1986.
As colônias africanas foram decisivas para o fim do regime salazarista. Apoiado pela Igreja e
pelo ultranacionalismo de um Portugal uno e indivisível de Lisboa ao Timor, o regime perdeu o
apoio dos militares nas sucessivas guerras coloniais e da população. Após a queda do
salazarismo, Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau declararam sua
indepêndencia.
As marcas da expansão marítima ainda persistem, o português hoje é uma das línguas mais
faladas em todo o mundo. São cerca de 200 milhões de lusófonos em oito países distribuidos
por cinco continentes (Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe, GuinéBissau, Timor-Leste e Cabo Verde), além de Macau, Goa, Damão e Diu.
Mesmo sendo um país pequeno e tendo uma população menor do que a da cidade de São
Paulo, Portugal tem uma história grande de um dos grandes impérios da história.
O país tem um alto índice de desenvolvimento humano (0.896), mesmo assim, tem um dos
menores desempenhos da Europa Ocidental. Portugal tem um desnível em relação ao bloco
em índices de desemprego, analfabetismo e PNB.
Depois de 48 anos de ditadura, Portugal consolida a sua democracia. A constituição de 1976
reestabele os direitos e deveres básicos do estado democrático com um regime
semipresidencialista. Enquanto o presidente, eleito por sufrágio universal, representa a
república e é o Comandante Supremo das Forças Armadas, o Primeiro-Ministro é nomeado
pelo Presidente da República de acordo com o resultado das eleições para a Assembleia da
República. Esta é composta por um mínimo de 230 deputados eleitos pela população com um
mandato de 4 anos. O sistema português é unicameral.
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Administração local portuguesa é praticamente autônoma. Exercida pelas autarquias locais,
municípios e as freguesias. Elas tem um larga tradição histórica.
Portugal não tem mais colônias mas permite autonomia à Açores e Madeira. Estas Regiões
autônomas, separadas do continente, têm estatutos políticos e administrativos e órgãos do
Governo próprios.
Portugal foi um exemplo no combate às ditaduras latinas nos anos 70. Depois do 25 de abril,
os países que viviam em regimes chamados democráticos viram a esperança das ditaduras
acabarem, mesmo que lentas, graduais e seguras para seus impositores. Desde o fim da
ditadura, o país melhora a qualidade de vida aos seus cidadãos, mesmo enfrentando os
problemas de imigração ilegal, desemprego e pobreza, Portugal hoje é palco de grandes
eventos, como a Exposição Mundial em 1998 e, neste ano, o páis sedia a primeira edição
europeia do Rock in rio e o Campeonato Europeu de Seleções, maior evento futebolístico entre
seleções depois da Copa do Mundo.
Portugal é a prova de que sem as ditaduras os países melhoram. Sem o salazarismo e o
franquismo, os países ibéricos estariam em situações melhores. O 25 de abril trouxe
experiências negativas e frustrações, mas é inegável que se o salazarismo estivesse
perdurado até os dias de hoje a hisótia seria outra, felizmente não foi.
Sérvia
Iugoslávia (pronunciado "yugoslaviya") é um termo utilizado para três entidades políticas
separadas que existiram durante a maior parte do século XX. Traduzido, o nome significa Terra
dos Eslavos do Sul (o jug de Jugoslavija significa "sul" na maioria das línguas eslavas).
O primeiro foi um reino formado em 1918 como Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos, que
passou a chamar-se Reino da Iugoslávia em 1929 e existiu com esse nome até ser invadido
em 1941 pelas potências do Eixo.
O segundo foi um estado comunista instituído imediatamente após a Segunda Guerra Mundial
em 1945 como Iugoslávia Democrática Federal, que se transformou na República Popular
Federal da Iugoslávia (FNRJ) em 1946 e na República Socialista Federal da Iugoslávia (SFRJ)
em 7 de Abril de 1963. Esta versão do estado subsistiu até 1992, quando quatro das seis
repúblicas que a compunham (Eslovênia, Croácia, Macedônia e Bósnia-Herzegovina) se
tornaram independentes.
O terceiro chamou-se República Federal da Iugoslávia (SRJ) e foi formado em 1991 pelas
repúblicas remanescentes da Sérvia e de Montenegro. Em 2003, o nome Iugoslávia foi
oficialmente abolido quando o estado foi transformado numa comunidade chamada Sérvia e
Montenegro.
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Sérvia e Montenegro foi um estado federal com aproximadamente três anos de duração (de
2003 a 2006). Em 21 de maio de 2006, foi realizado um referendo no Montenegro, que atingiu
55% dos votos a favor da independência de Montenegro, a que se seguiu, no dia 3 de junho, a
proclamação formal da independência pelo parlamento montenegrino.
Com a independência, Sérvia torna-se então o sucessor legal da antiga federação, enquanto
Montenegro terá de se candidatar a membro da União Européia, ONU e outras instituições
internacionais.
A Republica da Sérvia e um estado situado nos Balcãs, confina a norte com a Hungria, a leste
com a Romênia e a Bulgária, a sul com a Macedônia e a Albânia e a oeste com Montenegro, a
Bósnia-Herzegovina e a Croácia.
Durante a Idade Média gozou um curto apogeu durante o reinado de Estevão Dushan (13311355), seguido de um rápido declínio. Após a derrota frente aos turcos na batallha de Kosovo
Polje (1389), não demorou a ser incorporada ao Império Otomano.
Ao longo da história a Sérvia foi um principado autônomo (face ao Império Austríaco) entre
1817 e 1878, um principado independente entre 1878 e 1882 e um reino independente entre
1872 e 1918. Durante a Primeira Guerra Mundial, teve uma atuação destacada. A partir de
1918 passou a ser um dos Estados integrantes do reino da Jugoslávia (que se converteu em
Républica Socialista após 1945).
A Sérvia festeja sua Data Nacional no dia 15 de fevereiro, em lembrança do Dia da
Apresentação do NSS SENHOR no ano de 1804, em que começou a primeira rebelião em
Orašac. No mesmo dia, em 1835, foi proclamada a primeira Constituição da Sérvia em
Kragujevac.
Suíça
Antiguidade
A História da Suíça começa antes do Império Romano: em 500 a.C. Nessa altura, muitas tribos
celtas estavam localizadas nos territórios do Centro-Norte da Europa. A mais importante tribo
era a dos Helvécios, nome que iria originar a designação actual da Suíça. Os Helvécios, bem
como as outras tribos, pertenciam aos Proto-Indo-Europeus onde se destacavam também os
gregos, os romanos e os povos do Sul da Rússia.
Ao comtrário do que era dito pelos Romanos e pelos Gregos, os Helvécios não eram selvagens
mas sim avançados na técnica de jóias e outras peças pequenas. As escavações feitas no
Lago de Neuchâtel provaram isso. Em 58 a.C., os Helvécios tinham planeado descer para Sul
mas foram parados pelo Império Romano perto de Bibracte pelo imperador Júlio César, e
foram obrigados a recuar. O Império Romano
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Os Romanos controlaram o território suíço até cerca 400 d.C. Foram criadas fronteiras e
fortalezas a Norte do rio Reno para conter as invasões bárbaras provenientes do Norte da
Europa. Com o imperador Augusto, os romanos conquistaram parte Oeste da Alemanha e a
Áustria. Muitas cidades actuais da Suíça foram fundadas naquela era.
Idade Média
Para alguns historiadores, a era da Idade Média da Suíça foi um pouco confusa até à formação
da antiga Suíça. Depois da queda do império romano, foram formados pequenos reinos e grãoducados no centro da Europa. Sabe-se que o território da Suíça foi integrado no Império
Alemão. O que se sabe ao certo é que vários territórios pequenos começaram a fundir-se
através de acordos para que a cooperação pudesse proporcionar defesa mútua.
A Revolução de 1798: a Queda do Antigo Regime
Muitos olham a Suíça como a democracia mais antiga do Mundo. Mas isso só era aplicável em
algumas zonas do país. Depois da criação da Confederação em 1291, a Suíça vai atravessar
um longo período de revoluções, guerra e invasões contra o Antigo Regime.
Entre 1650 e 1790, vários são os conflitos que vão acontecendo na Suíça contra famílias ricas
e que não tiveram sucesso.
Apenas o Cantão de Genebra e a cidade de Toggenburg conseguiram restaraura algumas
regras antigas. Porém, em 1782, tropas francesas e de Berna conseguiram instaurar a
aristocracia em Genebra.
Contudo, durante o séc. XVIII, eram cada vez mais as pessoas que insistiam na unidade da
Suíça, criando regras equivalentes entra os cidadãos. Em 1761, foi criada a Sociedade
Helvética em Zurique. Juntavam-se todos os anos em Bad Schinznach (Cantão de Argóvia) e
discutiam a histrória e o futuro da Confedaração.
A República Helvética
As revoltas que ocorriam entre o século XVII e o século XVIII mostraram que a revolução de
1798 não correu da mesma maneira que a Revolução Francesa. Enquanto que em França a
revolução deveu-se o abuso do poder da monarquia, na Suíça, a revolução de de 1798 deveuse mais à corrupção das casas ricas. De todas as maneiras, a Revolução Francesa de 1789
provou aos suíços que era possível uma revolução na confederação.
Após a Tomada da Bastilha, muitos suíços em todo o país começaram a pôr em causa o
sistema político em vigor através de petições como, por exemplo, em Unter-Hallau e Aarau no
cantão de Vaud. Outros acontecimentos são as celebrações da Revolução Francesa em
Lausanne (1790), de onde inicia-se a Revolução de 1798. Em 1792, ocorre a Revolução de
Genebra. Um ano depois são realizadas eleições que viriam a culminar com a celebração de
uma nova Carta Magna em 1793. Em 1794 dá-se a Revolução dos Grisons.
A Revolução de Vaud em 1797 representou um papel fundamental para a criação da República
Helvética. Frederico César de La Harpe perguntou à população se concordaria com uma
intervenção francesa contra Berna. Quando Napoleão caminhava a caminho da Alemanha
atravessando Genebra, em Vaud foi acolhido em festa e as populações aproveitaram esta
ocasião para lhe mostrar as suas convicções em Lyon. Apesar de tudo, Berna não queria
negociar e enviou 5000 soldados de expressão alemã à região. Os soldados de expressão
francesa proclamaram a República de Léman, em que Léman significava o Lago de Genebra.
O general francês Ménard aproveitou a vitória do conflito para declarar guerra a Berna. Os
vaudeses marcharam para Berna e tomaram a cidade a 5 de Março de 1798.
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O colapso e o Acto Mediático de Napoleão
Apesar da criação de uma nova república, a República Helvética viria a cair devido a diversos
factores. De um lado, os representantes do antigo sistema não falharam em atacar as novas
ordens, criticando e ridicularizando-as. Por outro lado, as guerras sucessivas foram esgotando
as reservas da confederação. O sistema polítco de centro não foi bem recebido pela população
e os camponeses, apesar de favoráveis à República, queriam estatutos iguais.
A França tornara-se uma ditadura sob o comando de Napoleão e a República Helvética teve
quatro tentativas de golpe de estado. Em razão da grande confusão e da instabilidade, alguns
cantões restauraram o estatuto cantonal (Schwyz, Nidwalden, Obwalden, Appenzell, Glarus e
Grisons). A cidade de Zurique criava uma forte oposição sobre a República dificultando as
tarefas da república. A República viria a cair em 1802 com uma guerra civil entre os
republicanos e apoiantes do antigo regime.
Napoleão, ao ver o estado na República Helvética, ordenou os seus soldados a invadir e a
desarmar os rebeldes e aí percebeu que o sistema de República nunca seria viável. Foi aí que
se criou um acto mediático entre várias partes a ser respeitado pelos cidadãosque durou de
1803 a 1815. A Suíça ganhou seis novos cantões: São Galo, Grisons, Aargau, Thurgau, Tessin
e Vaud.
Após Napoleão ter perdido contra a Rússia e na Batalha de Waterloo, a Suíça regressou ao
sistema federal. Os seis cantões que tinham entrado durante o acto mediático receberam o
estatuto de estados livres (cantão) em vez de membros associados. Valais, Neuchâtel e
Genebra voltaram a entrar para a confederação após terem sido anexados pela França. A
Suíça passava a ter 22 cantões com as fronteiras iguais às da actualidade.
Era Moderna
Durante o século XIX, a Confederação Helvética vai progredindo para se tornar numa
democracia moderna. Quando em 1815 o Antigo Regime fora restaurado, nem todos os
republicanos deisistiram. Muitos ainda reinvidicavam a liberdade de circulação, direitos iguais
entre classes sociais, entre outras exigências. Dadas a essas exigências, o cantão de Basileia
dividiu-se em dois: Basileia-Cidade e Basileia-Campo. Outros políticos defendiam a criação de
uma federação semelante aos EUA com um parlamento federal e fora a partir daí que se cirara
a Constituição Federal de 1848. À semelhança do sistema norte-americano, a Suíça adoptou a
Declaração dos Direitos Humanos, duas câmaras parlamentares - o senado e o federal -, o
governo federal e um tribunal de Justiça Surprema. A nova constituição foi aceite por 15
cantões e meio (dado que apenas Basileia-Campo tinha aceite). Berna foi desginada como a
capital federal. Porém, só em 1874 é que a constituição foi totalmente revista. Contudo, alguns
direitos eram negados, nomeadamente como o direito ao voto das mulheres que só fora
implementado em toda a totalidade do terriório em 1971.
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Uruguai
O registo da história do Uruguai se inicia com a chegada dos primeiros europeus à área no
início do século XVI. Tanto a Espanha como Portugal procuraram colonizar o futuro Uruguai.
Portugal tinha por base a Colônia do Sacramento (na margem oposta a Buenos Aires, no rio da
Prata), enquanto a Espanha ocupava Montevidéu, fundada no século XVIII e que veio a se
tornar a capital do futuro país.
O início do século XIX viu o surgimento de movimentos de independência por toda a América
do Sul, incluindo o Uruguai, então conhecido como a Banda Oriental del Uruguay (isto é, "faixa
a leste do rio Uruguai"), cujo território foi disputado pelos estados nascentes do Brasil, herdeiro
de Portugal, e das Províncias Unidas do Rio da Prata, atualmente República Argentina, com
capital em Buenos Aires, herdeira do Vice-reinado do Prata da Espanha..
O Brasil sob domínio de Portugal, havia ocupado a área em 1811 e a anexado em 1821 (ler
Incorporação da Cisplatina em História do Brasil). Mas uma nova revolta iniciou-se a 25 de
Agosto de 1825. O Uruguai se tornou numa nação independente com o Tratado de
Montevidéu, de 1828. As negociações para a independência tiveram o auxílio de George
Canning, então chefe do Foreign Office ou Ministério do Exterior britânico, para consolidar a
livre navegação do rio da Prata. Foi José Artigas, entretanto, a pessoa capaz de aglutinar
internamente as expectativas uruguaias de independência, cabendo-lhe o mérito da
independência.
A partir daí, o país experimentou uma série de presidentes eleitos e nomeados e entrou em
conflitos com estados vizinhos, flutuações e modernizações políticas e econômicas e grandes
fluxos de imigrantes, provenientes especialmente da Europa. Os militares tomaram o controle
da administração em 1973 e o governo civil só regressou em 1985, um ano depois de vastos e
violentos protestos contra os regimes militares na América do Sul, inclusive no Uruguai.
Época pré-colombiana e a colonização
Os únicos habitantes do Uruguai antes da colonização europeia eram os Charrua, uma
pequena tribo encaminhada para sul pelos Guaranis do Paraguai.
Os espanhóis chegaram ao território onde presentemente é o Uruguai em 1516, mas a feroz
resistência por parte dos índios, em combinação com a escassez de ouro e prata, limitaram a
colonização do território durante os séculos XVI e XVII. Os espanhóis começaram a criar gado
no ano de 1603, o que acabou por se tornar a fonte de riqueza da região. O primeiro povoado
de carácter permanente foi fundado pelos espanhóis em 1624 em Soriano perto do Rio Negro,
em 1669-71, os portugueses construíram um forte na Colônia do Sacramento, tendo os
espanhóis intensificado a colonização para limitar a expansão portuguesa das fronteiras do
Brasil.
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Montevidéu foi fundada pelos espanhóis nos primórdios do século XVIII, para servir como
fortaleza militar, tendo o seu porto rapidamente passado a ser um centro comercial capaz de
competir com Buenos Aires.
A história da primeira parte do século XIX uruguaio molda-se ao sabor das lutas existentes
entre o Reino Unido, Espanha, Portugal e as forças coloniais, pelo domínio da região
compreendendo a Argentina, o Brasil e o Uruguai. Em 1806 e 1807, o exército britânico tentou
cercar Buenos Aires no decorrer da sua guerra com Espanha, como resultado, no início de
1807, Montevidéu estava ocupada por uma força britânica composta por 10.000 homens, que
apenas saiu a meio do ano, quando foi atacar Buenos Aires.
Luta pela independência
Em 1811, é nomeado Vice-rei e Capitão Geral da região, Xavier de Elio, gerando insatisfação
devido a uma série de medidas adotadas por ele. Em fevereiro se dá o "grito de Asencio" e um
capitão chamado José Artigas, ao retornar de Buenos Aires, aonde fora oferecer seus serviços
torna-se líder dos autonomistas. Em 18 de maio de 1811, os autonomistas tomam o país,
exceto Montevidéu. Elio solicita e recebe apoio da Corte portuguesa instalada no Brasil que lhe
envia o exército "pacificador" sob o comando de Diego de Souza.
Em 23 de setembro junta-se a ele o governo de Buenos Aires. Artigas levanta o cerco a
Montevidéu e refugia-se no interior, até o rio Ayuí, e junto com ele vão os habitantes da área
rural. No começo de 1812 as tropas portuguesas se retiram.
Sem conseguir vencer Artigas, que tinha obtido já o alliance da província de província de Entre
Ríos, em 1814 seus inimigos iniciam mediações em favor da paz. Montevidéu é conquistada
em 20 de junho de 1814 por Carlos María de Alvear, general enviado por Buenos Aires. Este
quando retorna, abre caminho para a sublevação do Lado Oriental sob o comando de Artigas,
o qual terminaria seus dias exilado devido à oposição dos escravocratas portugueses e dos
comerciantes de Buenos Aires y de Montevideo, tornando-se, no entanto, um herói nacional do
Uruguai.
Em 1821, a Provincia Oriental del Rio de la Plata, o atual Uruguai, passou a ser parte do Brasil
e portanto também colónia de Portugal, sob o nome de Província Cisplatina. Em 1825 forma-se
o chamado "grupo dos 33 Orientales" contra a ocupação luso-brasileira que logo se transforma
em um pequeno exército e invade a província vindos de Buenos Aires. Após a tomada de
Montevidéu em 14 de junho, instala-se um governo provisório que vota a independência do
Brasil a 25 de Agosto de 1825 (depois de numerosas revoltas em 1821, 1823 e 1825), mas
decidiu aderir a uma federação regional com a Argentina.
Esta federação regional derrotou o Brasil depois de 500 dias de combates. O Tratado de
Montevideu, datado de 1828 e patrocinado pelo Reino Unido, criou o Uruguai como estado
independente, sendo a primeira constituição do recém-formado país adoptada a 18 de Julho de
1830. No resto do século XIX vários presidentes foram eleitos para lidarem com os conflitos
com os Estados vizinhos, as flutuações políticas e económicas e um grande afluxo de
imigrantes, oriundos sobretudo da Europa.
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