O_Relatorio_CAA

Propaganda
Comunicação Aumentativa: Tecnologias de Apoio em Contexto de Sala de Aula
CENTRO DE FORMAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO DE ESCOLAS DO CONCELHO DA AMADORA
ACÇÃO Nº 14
COMUNICAÇÃO AUMENTATIVA: TECNOLOGIAS DE APOIO EM CONTEXTO
DE SALA DE AULA
Relatório Final
FORMANDA:
Maria da Graça Dias Santos de Azevedo Tavares
FORMADORES:
Rui Fernandes
Filomena Rodrigues
Fevereiro 2012
Maria da Graça Azevedo Tavares
16-23-30 Novembro/7-14 Dezembro/11-18-25 Janeiro
Comunicação Aumentativa: Tecnologias de Apoio em Contexto de Sala de Aula
1. Introdução/Motivação
Este trabalho foi desenvolvido no âmbito da Acção de Formação
“Comunicação
Aumentativa: Tecnologias de Apoio em Contexto de Sala de Aula”
promovida pelo Centro de Formação da Associação de Escolas do Concelho da
Amadora.
A Acção teve a duração de 25 horas presenciais, distribuídas por 7 sessões.
Foram responsáveis pelo módulo da formação os professores, Rui Fernandes
e Filomena Rodrigues.
O que nos levou a frequentar esta acção de formação, foi a necessidade de
dar consistência a alguns, poucos, conhecimentos nesta área, de forma a ficar mais
consciente dos meios a que podemos recorrer para dar respostas com uma maior
qualidade aos nossos alunos com Necessidades Educativas Especiais, em particular
aos alunos com incapacidades ao nível da comunicação.
A expectativa inicial para esta formação era o desenvolver competências
específicas e práticas de forma a conseguir utilizar com uma maior eficácia, as
novas tecnologias de apoio como meio de comunicação. O conhecimento dos
sistemas de Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA), a que podemos
recorrer para pôr em prática a resposta apropriada aos alunos que deles
necessitem e também a seleccionar o que melhor se adeqúe a cada um deles de
acordo com a sua problemática e capacidades, é uma motivação.
2. A Comunicação Alternativa e Aumentativa
A Comunicação Alternativa e Aumentativa (CAA) é segundo Azevedo e
Nunes da Ponte, 2003, “Qualquer tipo de dispositivo, sistema, método que aumente
ou suplemente a capacidade de comunicar….” Este tipo de comunicação tem como
objectivo, permitir a comunicação de necessidades básicas, a expressão, a
interacção, a comunicação, a compreensão da linguagem e a aprendizagem.
Estes
meios
de
comunicação
são
essencialmente
direccionados
ou
vocacionados para pessoas que apresentem incapacidades, ao nível da deficiência
física congénita, paralisia cerebral e deficiência mental; de pessoas com
incapacidades adquiridas ou para pessoas com doenças neurológicas, mas podem
também ser usados como um recurso para quem não domine a língua num país
estrangeiro. Ou seja, estes sistemas de CAA, não são exclusivos para pessoas com
incapacidades permanentes ou temporárias, mas para quem delas necessitem, por
Maria da Graça Azevedo Tavares
16-23-30 Novembro/7-14 Dezembro/11-18-25 Janeiro
Comunicação Aumentativa: Tecnologias de Apoio em Contexto de Sala de Aula
um curto período de tempo, de um meio que facilite a comunicação numa situação
fora do comum.
Estas tecnologias ao nível da comunicação alternativa, são uma ferramenta
que pode funcionar como um meio temporário de comunicação até o seu utilizador
conseguir falar de forma mais inteligível, como um meio facilitador, de forma a
aumentar o desenvolvimento da fala e também como meio de comunicação a longo
prazo.
Todos os sistemas de Comunicação Alternativa e Aumentativa integram uma
linguagem de símbolos; estratégias para a sua utilização e tecnologias para a
produção de mensagem: - conter e expor símbolos - apoiar os processos de
aprendizagem - leitura e escrita.
Em qualquer dos sistemas de Comunicação utilizados são reconhecidos
limites e restrições, quer para quem os utiliza quer também para quem se
direccionam. São sistemas que não são habituais, e que por vezes são rejeitados
por se pensar que impede a fala, a produção da mensagem é muito lenta, a
conversão, ou seja o retorno é demorado e exigem materiais e treinos específicos.
Na prática, é um óptimo meio auxiliar para quem deles necessita e embora
para alguns possa ser utilizado como um complemento, para outros é seguramente,
a sua única forma de comunicação. Foi-nos apresentado um excerto do filme “O
escafandro e a borboleta” em que o protagonista só consegue comunicar através do
movimento dos olhos, num processo extremamente lento, mas que é a sua única
forma de o fazer, uma vez que era tetraplégico. Também conheço uma pessoa, com
“esclerose amiotrófica lateral” (doença do neurónio motor), com a perda já quase
total dos seus músculos, pois esta doença, revela-se com a perda progressiva do
controle motor, mas que consegue funcionar ainda com o movimento dos olhos, com
o seu computador e comunica para todo o mundo, escrevendo ainda, alguns artigos
relativos à profissão que exercia, antes de ficar “preso” a um corpo que não
controla. É a sua única forma de comunicar com os que o rodeiam e com o exterior.
Ao longo das sessões, foram apresentados materiais utilizados em CAA, tais
como o Gotalk, o Scanmate, o BigmacK, o Cheaptalk, o Pointer e alguns brinquedos
adaptados – os quais pudemos manipular, explorar e fazer trabalhos práticos para
perceber a sua utilização. Este tipo de material, é importante numa fase inicial,
sobretudo com crianças pequenas para se irem familiarizando com os símbolos, com
mensagens muito simples. Abordámos de uma forma generalizados sistemas de
comunicação como o “Makaton”, o “Pic”, o “Bliss”, o “SPC” entre outros o que nos
Maria da Graça Azevedo Tavares
16-23-30 Novembro/7-14 Dezembro/11-18-25 Janeiro
Comunicação Aumentativa: Tecnologias de Apoio em Contexto de Sala de Aula
deu uma ideia do que existe e como os podemos utilizar. Alguns destes sistemas
servem de base – biblioteca - para o trabalho com o software de comunicação.
Aprofundámos mais o software de comunicação, como o “Boardmaker”, o
”Speaking Dinamically Pro” (SDP), o “Grid”, e o “Comunicar com Símbolos”. Foi-nos
facultado inicialmente o “Boardmaker com SDP”, que aprendemos a utilizar e a
fazer tabelas de comunicação. Durante o período limitado a um mês da sua
utilização gratuita, pudemos explorar livremente este software em casa, e fiquei
muito surpreendida com todo o manancial de símbolos disponibilizados e pela
facilidade como nos permite a criação de grelhas de comunicação quer simples,
quer dinâmicas, que nos permitem a sua utilização em vários contextos educativos,
com crianças com problemas ao nível da comunicação, mas não só.
A apresentação do “Grid 2” suplantou a minha expectativa, ainda mais que o
software anterior, pelas suas imensas possibilidades, na interacção entre sons,
imagens e textos. Também este software que nos foi facultado, por um período
mais alargado que o anterior, para podermos explorar, e claro para apresentarmos
trabalho solicitado pelos formadores, apresenta-se como uma ferramenta
extremamente útil, prática e que permite uma autonomia significativa para
comunicar, ao seu utilizador.
O último software apresentado, “Comunicar com Símbolos”, apresenta a
possibilidade de associar os símbolos à escrita, e permite uma transposição rápida,
embora não se apresente tão flexível quanto os softwares anteriores.
Todo o material, sistemas e software apresentados nesta formação, que não
conhecia de todo, embora tivesse ouvido falar de um ou outro, mas com os quais
nunca tinha tido contacto, tiveram um impacto muito positivo, pelas possibilidades
imensas de aplicação com os nossos alunos com limitações significativas ao nível da
comunicação e que podem fazer a diferença entre a criança poder comunicar ou
não poder comunicar, ser incluída ou ser excluída.
Aprendi o básico de todo o material apresentado, de forma a poder
trabalhar com qualquer um deles; aprendi que a selecção do que devemos utilizar,
depende da criança a quem se destina; aprendi que temos que ter em conta a
escola, a família e o meio em que a criança está inserida para que a sua utilização
seja funcional; aprendi que podemos utilizar os CAA, em contextos e situações
diversas; aprendi que independentemente da forma de acesso o importante é
comunicar; aprendi….aprendi muito. Tudo o que aprendi ao longo de toda a
formação, tem aplicação e implicação prática no trabalho que desenvolvemos com
as nossas crianças e alunos com NEEp.
Maria da Graça Azevedo Tavares
16-23-30 Novembro/7-14 Dezembro/11-18-25 Janeiro
Comunicação Aumentativa: Tecnologias de Apoio em Contexto de Sala de Aula
3. Reflexão final /Avaliação pessoal
Esta formação teve uma vertente prática, com muita dinâmica dos
diferentes grupos de trabalho e com experiencias tão diversas que contribuíram
para um enriquecimento pessoal. Aprendemos a utilizar formas simples de
comunicação, com material comum, tal como cartolinas, canetas, lápis e deparámonos com a dificuldade imensa que é, o não poder utilizar a comunicação oral como
forma de comunicar naturalmente e o constrangimento sentido quando não somos
compreendidos pelos pares.
Todas as sessões desta formação foram dinamizadas pelos formadores, de
forma a conciliarem a teoria com trabalhos práticos o que contribui para manter o
interesse constante dos formandos. O facto dos grupos de trabalho serem
compostos alternadamente entre os vários formandos, facilitou uma partilha de
saberes, facilitou o conhecimento mútuo e entreajuda entre todos o que só nos
enriqueceu.
Os conhecimentos adquiridos na componente teórica, complementada com a
componente prática foram fundamentais para desenvolver as competências e os
conhecimentos necessários para estarmos preparados a dar respostas com maior
qualidade aos nossos alunos com problemáticas que necessitem destas tecnologias
de apoio.
As expectativas iniciais foram largamente ultrapassadas, na medida
em que os formadores conseguiram manter o interesse geral em cada uma das
sessões, apresentando os conteúdos de forma sucinta e clara, seguidos de
propostas de trabalho prático em pequeno grupo, que no final era partilhado com o
grande grupo e comentado pelos formadores. Toda esta dinâmica criou um ritmo
trabalho muito enriquecedor e animado para todos os presentes. De salientar a
disponibilidade constante por parte dos formadores, para corresponder às
constantes solicitações dos formandos.
Todos os trabalhos e pesquisas feitas pelos grupos, ao nível das tecnologias
da comunicação, foram enviados para a plataforma Moodle, de forma a permitir a
partilha entre todos os formandos.
Ao longo das sessões foi-nos facultado material pelos formadores e muita
informação de como proceder em caso de necessitarmos de apoio técnico para
alguma criança/aluno em particular, o que foi uma mais-valia para todos.
Maria da Graça Azevedo Tavares
16-23-30 Novembro/7-14 Dezembro/11-18-25 Janeiro
Download