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PROCESSO SELETIVO DE
TRANSFERÊNCIA EXTERNA
20/10/2013
CADERNO DE PROVAS
INSTRUÇÕES
1. Confira, abaixo, seu nome e número de inscrição. Confira, também, o curso e a série correspondentes à sua
inscrição. Atenção: Assine no local indicado.
2. Não serão permitidos empréstimos de materiais, consultas e comunicação entre candidatos, tampouco o uso
de livros e apontamentos. Relógios, aparelhos eletrônicos e, em especial, aparelhos celulares deverão ser
desligados e colocados no saco plástico fornecido pelo Fiscal. O não cumprimento destas exigências ocasionará
a exclusão do candidato deste Processo Seletivo.
3. Aguarde autorização para abrir o Caderno de Provas. Antes de iniciar a prova, confira a paginação.
4. Este caderno de provas é composto por 10 questões dissertativas, para candidatos ao ingresso na segunda
série, por 12 questões dissertativas, para candidatos ao ingresso na terceira ou por 15 questões dissertativas
para candidatos ao ingresso na quarta série.
5. Transcreva para o Caderno Definitivo de Respostas o texto que julgar correto em cada questão, não ultrapassando o espaço disponível. Não haverá substituição do Caderno Definitivo de Respostas por erro de transcrição.
6. A interpretação das questões é parte do processo de avaliação, não sendo permitidas perguntas aos Fiscais.
7. A duração das provas será de 4 (quatro) horas, incluindo o tempo para transcrição das questões dissertativas
para o Caderno Definitivo de Respostas.
8. Ao concluir a prova, permaneça em seu lugar e comunique ao Fiscal. Aguarde autorização para devolver, em
separado, o Caderno de Prova e o Caderno Definitivo de Respostas, devidamente assinados.
LETRAS – LICENCIATURA – LÍNGUA PORTUGUESA (3ª SÉRIE)
Leia os textos a seguir e responda às questões de 1 a 3.
“Outro dia encontrei um mandinho, um guri desses que andam pela rua sem carpim, de bragueta aberta,
soltando pandorga. Eu vinha de bici, descendo a lomba pra ir na lancheria comprar umas bergamotas...”.
Se você não é gaúcho, provavelmente não entendeu nada do que eu estava contando. No Rio Grande do
Sul a gente chama tangerina de bergamota e carne moída de guisado. Bidê, que a maioria usa no banheiro
é o nome que nós demos para a mesinha de cabeceira, que em alguns lugares chamam de criado mudo.
E por aí vai. A privada nós chamamos de patente. Dizem que começou com a chegada dos primeiros
vasos sanitários de louça, vindos da Inglaterra, que traziam impresso “Patent” número tal. E pegou.
O Brasil tem dessas coisas, é um país maravilhoso, com o português como língua oficial, mas cheio de
dialetos diferentes.
(Adaptado de:
RAMIL, K. Língua Brasileira.
Acesso em: 30 set. 2013.)
Disponível em:
<http://www.cantadoresdolitoral.com.br/k/kl16.htm#102>.
(Disponível de: <http://blogdosquadrinhos.blog.uol.com.br/noticia/arch2009-01-01_2009-01-31.html>. Acesso em: 30 set. 2013.)
1 Tendo como base os textos e os conceitos sobre a diversidade linguística, seus usos e normas, disserte
sobre a variação linguística quanto às diferenças de uso da nossa língua, tanto de um país para outro (Brasil e Portugal, no caso), quanto dentro do nosso país, tendo em vista as relações entre língua e formação
da identidade.
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2 Leia a frase a seguir.
Boa ideia, Calvin, é um prato de lixo tóxico que te transformará num mutante se o comeres.
Discorra sobre o uso das vírgulas na oração, apontando a classificação do termo entre vírgulas dada pela
gramática.
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3 Os textos apresentados tratam da variação da Língua Portuguesa.
Diante dessa situação, qual deve ser o papel do profissional de Letras no que se refere ao ensino de
Língua Portuguesa nas escolas?
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4 Leia o texto a seguir.
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da nação brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
(Oswald de Andrade (Domínio público))
No texto, o autor salienta o uso da linguagem popular (Me dá um cigarro) e discute o uso do pronome
prescrito pela gramática e o utilizado pelo falante.
Descreva as regras de colocação pronominal prescritas pela gramática e a sua utilização pelos falantes
da língua.
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Leia o texto a seguir e responda às questões 5 e 6.
A Literatura do Agora e a Estética Contemporânea
Everton Vinícius de Santa
Pensar a literatura contemporânea ou literatura do agora, pautada no fragmento, aquele do homem, do
ser, da vida, da memória, que, na verdade, se constitui aos pedaços, é pensar em formas e motivos que
permeiam essa produção. O jogo autor-leitor tem sido explorado de várias maneiras ao longo dos séculos, determinando marcas estéticas nas produções literárias. A literatura do século XXI, por sua vez, é
marcada pela imersão desse sujeito-autor, explorando o lado midiático de sua exposição, o que interfere
na composição de sua obra e em sua recepção por leitores ávidos pelo contato com a mítica figura do
autor (já decadente?). Autor e leitor caminham juntos, um que justifica suas escolhas na composição da
obra e se permite ser criticado, o outro que se vê cada vez mais próximo desse autor e com a sensação
de interferência e influência nessa produção. Há um jogo aqui, do autor justificando suas escolhas e do
leitor querendo saber de onde vem a história narrada, de certa maneira reiterando ou retroalimentando o
foco sobre a própria obra do autor. Nesse sentido, este artigo propõe delinear aspectos de uma estética
contemporânea a fim de elucidar questões pertinentes aos modos de produção de literatura no século
XXI. Para isso, recorremos ao romance Cidade Livre (2010), de João Almino, mais especificamente ao
modo como ele se estrutura e explora elementos narrativos recorrentes em obras deste século para se
chegar a alguns denominadores com respeito a essa estética atual.
(Adaptado de: h<ttp://www.cielli.com.br>. Acesso em: 2 out. 2013.)
5 O gênero desse texto é frequentemente utilizado na academia.
Descreva o gênero textual utilizado, sua finalidade e a tipologia textual predominante nele.
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6 O autor do texto utiliza vários elementos da Língua Portuguesa para que seu texto seja coeso e, assim,
coerente.
Descreva os elementos de coesão usados no texto.
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7 Comumente, o nascimento da linguística moderna (início do século passado) é atribuído a Ferdinand de
Saussure. Seu grande mérito está no caráter metodológico que o levou a, em primeiro lugar, “pôr ordem”
nos estudos linguísticos. As doutrinas de Saussure estão ligadas a uma série de distinções que têm como
base as relações dicotômicas. Em suas palavras: “A linguagem é redutível a cinco ou seis dualidades ou
pares de coisas” (CLG).
Diante do exposto, escreva sobre as dicotomias: língua/fala; sincronia/diacronia; relações sintagmáticas/relações paradigmáticas.
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8 A maior inovação da doutrina saussureana é a Teoria do Signo Linguístico: a junção de significante e
significado, ou seja, união do sentido e da imagem acústica, que são regidos por 2 princípios: linearidade
e arbitrariedade.
Escreva sobre o princípio da arbitrariedade do signo linguístico.
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9 Os morfemas podem ser definidos como unidades mínimas significativas. Dividem-se em morfemas lexicais e gramaticais. Os morfemas gramaticais podem ser subdivididos em classificatórios, derivacionais e
flexionais.
Disserte sobre os conceitos dos tipos de morfemas gramaticais mencionados e exemplifique.
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10 Leia o texto a seguir.
Carta de Pero Vaz
A terra é mui graciosa,
Tão fértil eu nunca vi.
A gente vai passear,
No chão espeta um caniço,
No dia seguinte nasce
Bengala de castão de oiro.
Tem goiabas, melancias,
Banana que nem chuchu.
Quanto aos bichos, tem-nos muitos.
De plumagens mui vistosas.
Tem macaco até demais.
Diamantes tem à vontade,
Esmeralda é para os trouxas.
Reforçai, Senhor, a arca.
Cruzados não faltarão,
Vossa perna encanareis,
Salvo o devido respeito.
Ficarei muito saudoso
Se for embora d’aqui.
(MENDES, M. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.)
O texto de Murilo Mendes constitui uma releitura da Carta de Pero Vaz de Caminha. Conforme assinala, de
imediato, o título atribuído ao poema, a analogia entre os dois textos é notória.
Considerando ambos os textos, discorra sobre a intencionalidade de cada um.
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11 Por que Gregório de Matos, importante poeta do período barroco brasileiro, recebeu o apelido de “Boca
do Inferno”?
Em qual parcela de sua produção encontra-se a razão de tal alcunha?
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12 Padre Antônio Vieira é estudado tanto na literatura brasileira quanto na literatura portuguesa.
Leia o trecho a seguir do Sermão da sexagésima, proferido na Capela Real de Lisboa, no ano de 1655.
Enfim, para que os pregadores saibam como hão de pregar e os ouvintes a quem hão de ouvir, acabo
com um exemplo do nosso Reino, e quase dos nossos tempos. Pregavam em Coimbra dois famosos
pregadores, ambos bem conhecidos por seus escritos; não os nomeio, porque os hei de desigualar.
Altercou-se entre alguns doutores da Universidade qual dos dois fosse maior pregador; e como não
há juízo sem inclinação, uns diziam este, outros, aquele. Mas um lente, que entre os mais tinha maior
autoridade, concluiu desta maneira: “Entre dois sujeitos tão grandes, não me atrevo a interpor juízo;
só direi uma diferença, que sempre experimento: quando ouço um, saio do sermão muito contente do
pregador; quando ouço outro, saio muito descontente de mim.”
(VIEIRA, P. A. Sermões. 13.ed. Rio de Janeiro: Agir, 1997.)
De acordo com a concepção de Vieira, qual seria o papel do sermão?
Considerando a sua produção, teria o sacerdote luso-brasileiro atuado em conformidade com tal ensinamento?
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