Produção do sujeito e do território em Bakhtin e Merleau-Ponty

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“ Produção do sujeito e do território em Bakhtin e Merleau-Ponty:
O caso de uma criança com deficiência visual”
Nome: Bruno Silva
Orientador: Armando Barros
Campo de Confluência: Linguagem , subjetividade e cultura
“Por uma Nova Geografia”. Assim foi o começo de toda uma preocupação que
levou ao desenvolvimento deste trabalho. Foi a partir das idéias do geógrafo Milton
Santos que nasceu o desejo em mim de pensar o mundo a partir do olhar geográfico e
das práticas educativas. Assim, abri meus olhos para ver os que não podiam ver o
mundo com os olhos, mas podiam “ver” o mundo com todo seu corpo.
A experiência com alguns amigos cegos, e depois com outras pessoas também
cegas ou com baixa-visão, foi responsável por despertar o interesse por essas questões,
levando-me a definir meu projeto de trabalho dentro do campo híbrido entre a Geografia
e a Educação. Mais tarde, tornei-me um professor já preocupado com as diferentes
linguagens que precisava trabalhar em sala de aula.
A partir do campo teórico da linguagem e de uma influência fenomenológica, este
trabalho busca investigar a produção do sujeito com deficiência visual a partir de sua
interação com o território e o processo de produção de linguagem. Ao pensar o sujeito
em Bakhtin e suas implicações no campo da deficiência visual e, lembrando também
que o sujeito se faz ‘na’ e ‘pela’ linguagem, deve-se ter em mente que o processo
cognitivo do deficiente visual, assim como a produção desse sujeito, depende da
internalização de linguagens. Então, é de importância ímpar que se possibilite a todas
as pessoas, independentemente de serem videntes ou não, a possibilidade de ler o
mundo. Para isso, é necessário o uso de linguagens para construção dos signos e
produção dos sujeitos.
O indivíduo cego ou com baixa visão é constantemente desafiado em um mundo
altamente midiático e lúdico.. Ele é convidado a reorganizar o seu sistema cognitivo
para atuar como sujeito nesse mundo. Outros sentidos serão mais utilizados como a
audição, o tato e o olfato e, assim, teremos novas entradas cognitivas para internalização
das subjetividades que produzem esse sujeito.
Quanto à escolha metodológica, será feito um estudo de caso e com observação
participante. O estudo será feito com o índio guarani que possui baixa visão. A escolha
para o estudo de caso foi feita por esse índio por se tratar de um indivíduo que traz em
si a complexidade da baixa visão e também da complexidade ímpar do seu
pertencimento à que território, um índio numa cultura branca.
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