adesão da educação para o tratamento da hipertensão arterial

FACULDADES INTEGRADAS PROMOVE DE BRASÍLIA
CURSO DE BACHAREL EM ENFERMAGEM
ADESÃO DA EDUCAÇÃO PARA O TRATAMENTO DA
HIPERTENSÃO ARTERIAL CRÔNICA
Ana Lúcia de Souza Corado Nunes
Charles Borges da Silva
ORIENTADOR: prof. Msc. Oswaldo Célio Lage
BRASÍLIA
2013
ANA LÚCIA DE SOUZA CORADO NUNES
CHARLES BORGES DA SILVA
CURSO DE BACHAREL EM ENFERMAGEM
ADESÃO DA EDUCAÇÃO PARA O TRATAMENTO
DA HIPERTENSÃO ARTERIAL CRÔNICA
Trabalho de Conclusão de Curso
apesentado ao Curso de Enfermagem
das Faculdades Integradas Promove de
Brasília como requisito parcial para à
obtenção do grau de Bacharel em
Enfermagem.
Orientador: Prof. Msc. Oswaldo Célio Lage.
BRASÍLIA
2013
Resumo
Introdução: A Hipertensão Arterial Crônica é considerada um problema de saúde pública
devido à elevada prevalência e mortalidade em todo mundo, mas pode ser controlada
mediante um diagnóstico precoce, tratamento eficiente e adoção de medidas que
favoreçam a adesão ao tratamento proposto pelos enfermeiros. Portanto, a Educação em
Saúde por se tratar de uma prática multiprofissional requer ações do profissional
enfermeiro.
Objetivo: a realização deste estudo objetiva entender e descrever como as pesquisas
têm abordado os diferentes fatores que podem interferir favorável ou desfavoravelmente
nas orientações prestadas aos pacientes portadores de Hipertensão Arterial de forma a
favorecer sua adesão ao tratamento proposto, com a finalidade de melhorá-lo, prevenir o
aparecimento de complicações e aumentar sua sobrevida.
Materiais e Métodos: Este artigo caracteriza-se por uma pesquisa bibliográfica, que
procurou recorrer aos estudos existentes no país entre 2005 a 2013 para conhecer e
discutir sobre os aspectos educacionais e as formas de adesão que favorecem o
tratamento do paciente portador de Hipertensão Crônica.
Conclusão: Apesar do estudo não ser conclusivo e de necessitar maiores e melhores
coletas das informações, podemos considerar que a adesão ao tratamento passa antes
pela qualidade de informação prestada ao paciente e familiar, passa pela mudança de
comportamento e pela valorização da saúde do indivíduo. Podemos verificar que o
tratamento da Hipertensão Crônica atualmente é multifatorial e deve envolver diversos
profissionais, dentre eles o enfermeiro. O papel desse profissional corresponde o elo entre
os demais elementos da equipe e o paciente e familiar e é importante na prevenção de
danos causados pela doença.
Palavras-chave: Hipertensão Arterial Crônica; Educação em Saúde; Adesão ao
tratamento.
ABSTRACT
Introduction: The chronic arterial hypertension is considered a public health problem due
to the high prevalence and mortality worldwide, but being controlled through a previous
diagnosis, efficient treatment and adoption of measures that further accession to the
treatment proposed by nurses.
Objective: The fulfillment of this study objectifies the understanding and description on
how researches have approached the different factors that may interfere favorable or
unfavorably in the orientation towards patients who carry arterial hypertension for the
fostering of their adhesion to the treatment proposal, in order to better it, prevent the
occurrence of complications and enhance their lives.
Materials and Method: This article is characterized by a bibliographical research that
sought to resort to existent studies in the country from 2005 to 2013 to recognize and
discuss about educational aspects and the forms of favoring the treatment for the patient
who carries chronic hypertension.
Conclusion: Besides the study not being conclusive and in need of greater and better
information gathering, it can be considered the accession to the treatment passing by
quality of information provided on the patient and family members, by the change of
behavior and by the patient's health appreciation. We can verify that nowadays the
treatment for chronic hypertension is systemic multifactorial and should involve several
professionals, among them, nurse. Their role match the link between team, patient and
family members' elements, and it is important for prevention of the harm caused by the
disease.
Keyword: chronic arterial hypertension; Education whithin health; Accession to treatment.
INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas tem-se assistido uma acentuada mudança em relação à
adoção de novos e melhores hábitos e comportamentos das pessoas em relação a sua
saúde e a melhor qualidade de vida. No entanto, ainda há muito que ser feito para que
possamos ter uma taxa de morbidade aceitável e reduzir o número de doentes a fim de
diminuir a sobrecarga no atendimento dos serviços de saúde1.
Na área da Enfermagem é possível verificar que houve mudança na postura do
enfermeiro e que esse profissional tem dado maior importância ao processo de educação
de sua clientela. Especificamente para os clientes, portadores de hipertensão arterial, o
enfermeiro tem incentivado a busca para o autocuidado em relação ao tratamento e
controle a doença para prevenir as complicações. Há várias estratégias que podem ser
empregadas pelos profissionais para aumentar o nível de conhecimento, alterar os
valores do cliente em relação a sua saúde, torná-lo mais participativo no tratamento e as
mudanças de seus hábitos de vida.
As ações que adotam medidas de prevenção e tratamento precoce da Hipertensão
Arterial Crônica têm sido acolhidas pela implantação do Programa de Assistência ao
Hipertenso e Diabético do Ministério da Saúde (HIPERDIA) nas quais estão incluídas
ações multidisciplinares e multiprofissionais2.
O HIPERDIA é um sistema de cadastramento e acompanhamento de hipertensos e
diabéticos captados por mio do Plano Nacional de Reorganização de Atenção à
Hipertensão Arterial e à Diabetes Mellitus. Este Sistema está presente em todas as
unidades ambulatoriais do Sistema Único de Saúde gerando informações para os
gerentes locais, gestores das secretarias municipais, estaduais e Ministério da Saúde.
Além disso, a distribuição dos medicamentos prescritos e a médio prazo, poderá definir o
perfil epidemiológico desta população e o consequente desencadeamento de estratégias
de saúde pública que levarão à modificação do quadro atual e a melhoria da qualidade de
vida dessas pessoas com redução do custo social3.
O Programa HIPERDIA soma-se às ações dos trabalhadores de saúde e tem como
proposta a prevenção de complicações decorrentes da não adesão ao tratamento antihipertensivo prescrito pelo médico. Quando este fato está relacionado à falta de recursos
financeiros para aquisição de medicamentos, o Programa possibilita aos usuários
cadastrados o acesso a medicamentos de forma gratuita e o acompanhamento médico4.
Mas sem dúvida a melhoria e a manutenção do estado de saúde do cliente
somente poderá se manter quando este compreende o que deve ser feito para tratar e
controlar a sua doença. Por isso deve ser mantido um forte canal de comunicação entre o
paciente e a equipe de saúde, de modo que ocorra a verbalização dos problemas
apresentados e suas dúvidas. Quando percebemos essas atitudes no paciente em
relação ao seu tratamento, dizemos que este paciente está aderido ou possui adesão ao
tratamento proposto5.
Desse modo, o enfermeiro pode ser identificado como um elemento de confiança
para entender, propor soluções e/ou compartilhar com o paciente as soluções para seus
problemas e questões surgidas, sejam de ordem física, social, familiar, econômica e
emocional. Na maioria das vezes, os portadores de hipertensão arterial desejam não só
esclarecimentos para suas dúvidas, mas, também, de alguém que amenize seus anseios
emocionais5.
A orientação sobre os cuidados com a saúde dos pacientes hipertensos é de
extrema importância para fazer com que ele possa aderir adequadamente à assistência
proposta pela equipe de saúde; seguir as orientações; participar no controle dos níveis da
pressão arterial; e seguir o tratamento recomendado pela equipe de saúde. O enfermeiro
e a equipe de Enfermagem têm um importante papel na educação do cliente hipertenso
crônico.
A Hipertensão Arterial é uma doença silenciosa e que tem uma tendência a tornarse crônica devido a sua baixa manifestação clínica no início da doença. Uma vez
ocorrendo a manifestação da doença, sendo diagnosticada pelo profissional por meio da
aferição da pressão arterial, ou relato de cefaleia occipitais. Tinus Aureus, visão turva,
tontura, muitas vezes são sintomas toleráveis pelo paciente; há de ter por parte do
profissional uma maior atenção nas medidas utilizadas no tratamento e no controle da
doença.
Entende-se que a Hipertensão Arterial acometerá o paciente durante muitos anos
e naturalmente o indivíduo tende a “relaxar” a vigilância sobre os aspectos importantes e
necessários de seu tratamento para evitar o aparecimento de complicações e aumentar
adesão às medidas que lhe são esclarecidas por meio das orientações fornecidas pelo
enfermeiro e sua equipe.
Assim, ao assistir seu paciente, o enfermeiro deve prestar orientações para os
cuidados com a saúde, prevenção de riscos ou danos causados pela doença e
principalmente, como realizar o tratamento correto. Quando o paciente se encontra
impossibilitado de receber orientações ou de ser educado, o enfermeiro deve oferecê-la
aos familiares e/ou acompanhantes.
Observa-se que um paciente bem orientado é aquele que conhece sua doença e é
capaz de mudar seus hábitos, para buscar uma vida mais saudável, aumentando a
expectativa de vida por diminuir os episódios de complicações causadas pela doença.
Portanto, a orientação fornecida pelo enfermeiro pode ser um fator diferencial na adesão
do cliente ao tratamento.
A realização deste estudo se justifica pelo fato de que devemos descrever como as
pesquisas têm abordado os diferentes fatores que podem interferir favorável ou
desfavoravelmente nas orientações prestadas aos pacientes portadores de Hipertensão
Arterial para favorecer sua adesão ao tratamento proposto, com a finalidade de melhorálo, prevenir o aparecimento de complicações e aumentar sua sobrevida.
O presente estudo tem como objetivo descrever quais são as orientações que
devem ser prestadas aos pacientes portadores de Hipertensão Arterial Crônica a fim de
favorecer a adesão ao tratamento proposto pelo enfermeiro. Pretende-se especificamente
descrever quais são os fatores que aumentam e os que diminuem a adesão ao tratamento
do paciente hipertenso nas orientações recebidas; e descrever e discutir quais são as
orientações que têm sido prestadas aos pacientes hipertensos crônicos e que podem ser
responsáveis pelo aumento da adesão ao tratamento da Hipertensão Arterial Crônica.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo com a metodologia baseada na revisão de literatura a
cerca do conteúdo educativo que deve ser prestado ao paciente portador de hipertensão
arterial, descrever a maneira como o paciente poderá aumentar a adesão ao tratamento
proposto.
Este estudo utiliza como fonte de pesquisa artigos de revistas indexadas na área
da saúde (enfermagem principalmente), existentes nos principais bancos de dados do
país, de autores nacionais, tais como Portal Capes, Biblioteca Virtual de Saúde, Bireme,
Lilacs; bem como obras de dissertação e teses existentes no banco de teses da
Universidade de São Paulo, Conselho Nacional de Pesquisa (CNPQ) e Capes.
O período do estudo compreende oito anos, ou seja, de 2005 a 2013, tendo em
vista se tratar de um período onde houve maiores mudanças no tratamento da
Hipertensão Arterial, tais como a implantação do Programa de Assistência ao Hipertenso
e Diabético do Ministério da Saúde6.
Utiliza-se neste estudo os seguintes descritores: adesão ao tratamento da
Hipertensão Arterial Crônica; pressão alta, educação no tratamento da pressão alta; que
estejam presentes em textos nacionais escritos na língua portuguesa e publicados em
revistas indexadas nacionais e/ou internacionais.
O presente estudo coletou textos existentes nas bibliotecas virtuais e nos bancos
de dados, que tratam sobre as orientações que podem ser prestadas pelos enfermeiros
para favorecer a adesão ao tratamento. Após a reunião e seleção dos textos pertinentes
realizou uma discussão, entre os principais textos que tratam sobre os principais
aspectos, fatores e conceitos relacionados à adesão ao tratamento; aspectos
relacionados aos cuidados antes, durante e após a ingestão da medicação antihipertensiva; aspectos relacionados à dietoterapia, e aqueles relacionados a mudança de
hábitos de vida, tais como: exercícios físicos, peso, tabagismo, controle do estresse entre
outros.
REvisão da literatura
A Hipertensão Arterial Crônica (HAC) pode ser definida como uma doença crônicadegenerativa de natureza multifatorial, assintomática que compromete o equilíbrio dos
sistemas vasodilatadores e vasoconstritores responsáveis pelo tônus vasomotor, o que
leva a uma redução da luz dos vasos e danos aos órgãos por eles irrigados. Na prática, a
HAC é caracterizada pelo aumento dos níveis pressóricos acima do que é recomendado
para uma determinada faixa etária1.
Para os autores a Doença da Hipertensão constitui um relevante problema de
saúde pública por apresentar elevada prevalência e mortalidade nas diferentes camadas
sociais, étnicas, raciais e de gênero. A doença hipertensiva tem se tornado um desafio
para as instituições de saúde pública que visam prevenir, controlar e evitar agravos da
doença¹.
A Hipertensão Arterial Crônica (HAC) pode ser classificada em Hipertensão
primária quando as causas da doença não são conhecidas; podendo ocasionar alterações
hemodinâmicas e fisiopatológicas. Quaisquer que sejam os mecanismos patogênicos
envolvidos eles podem acarretar um aumento da resistência periférica total vascular
induzindo vasoconstrição ou a um aumento do débito cardíaco ou ambos. Na Hipertensão
Secundária apresenta sempre uma causa, e decorre devido a um problema conhecido,
como por exemplo, a hipertensão causada pelo estreitamento de uma parte da artéria ou
provocada pelo estreitamento de uma válvula cardíaca, entre outras7.
O objetivo primordial do tratamento da hipertensão é a redução do risco da doença
cardiovascular – minimizar as mortes prematuras e os eventos altamente incapacitantes,
como os quadros de acidente vascular cerebral (AVC), independente se o médico optar
por um tratamento medicamentoso e/ou por orientações e outros tipos de tratamentos
multiprofissionais. Torna-se importante ainda que o hipertenso seja abordado de forma a
considerar todos os fatores de risco presentes, minimizando-os, e não só a pressão
arterial isolada8.
Estudiosos referem que a Hipertensão Arterial também pode ter origem e influência
genética. Quanto mais parentes portadores de pressão alta um paciente possuir, maiores
serão as chances de também desenvolver hipertensão arterial. Pessoas com pelo menos
um parente de primeiro grau hipertenso têm o dobro de chances de desenvolver pressão
alta quando comparado com pessoas sem história familiar. Portanto, o profissional deve
investigar minuciosamente a presença de algum parente do paciente que apresente
hipertensão arterial9.
A HAC é considerada uma doença assintomática, multifatorial, associada a
alterações metabólicas e hormonais e a fenômenos tróficos (hipertrofias cardíaca e
vascular)9.
Devido à incidência lenta, progressiva e dos sintomas pouco evidente na
hipertensão é referida como uma doença com tendência a cronicidade. Com o passar dos
anos a doença outrora assintomática torna-se sintomática. É nesta fase da doença que
constitui um importante fator de risco para a ocorrência de outras doenças, tais como as
cardiovasculares e as doenças ateroscleróticas. As complicações originárias destas
doenças são o Acidente Vascular Cerebral, Aneurismas, a Doença Coronariana,
Distúrbios
Renais,
a
Insuficiência
Vascular
Periférica,
Cardíaca,
Encefalopatia
10
Hipertensiva e Retinopatia .
A Hipertensão Arterial pode provocar algumas complicações clínicas de ocorrência
ocasional, tais como: hemorragias, exsudados (acúmulo de líquido), estreitamento
arteriolar, e manchas algodoadas (pequenos infartos). Na hipertensão grave, pode ser
observado o papiledema (edema do disco óptico)¹.
TRATAMENTO UTILIZADO PARA Hipertensão arterial crônica
Recomendações apresentadas no III Consenso Brasileiro de Hipertensão Arterial,
ocorrido no ano de 1998, considera que os pacientes normotensos são aqueles que
apresentam uma pressão menor que 130x85 mmHg; e que a pressão arterial limítrofe é
aquela que está nos parâmetros 130x85 mmHg. Nestes casos o paciente deve ser
orientado a verificar sua pressão arterial no mínimo uma vez por ano10.
A Hipertensão Leve é classificada como aquela em que o paciente deve apresentar
uma pressão diastólica entre 90-99 e sistólica entre140-159 mm Hg. Para os pacientes
que apresentam esse nível de pressão recomenda-se a realização de uma dieta
hipossódica e a redução dos fatores agravantes (fumo, sobre peso e obesidade, situações
estressantes)11.
A Hipertensão Moderada o paciente deve apresentar uma pressão diastólica entre
100 a 109 mmHg e uma pressão sistólica entre 160 a 179 mmHg. Nesses casos são
recomendados medicamentos hipotensores (ver Anexo I) e também dieta8.
A Hipertensão Grave é aquela em que a pressão sistólica está acima de 180
mmHg e a pressão diastólica acima de 110 mmHg. Essa é uma situação grave e de
urgência, cabendo o paciente ser encaminhado para hospital para que possa ser
medicado por via endovenosa7.
Uma pessoa quanto mais velha maior é o risco de desenvolver Hipertensão
Arterial. Isto ocorre porque com o passar dos anos os vasos sanguíneos vão sofrendo um
processo de perda da elasticidade e da capacidade de se acomodarem de acordo com as
variações da pressão, processo denominado de arteriosclerose. A hipertensão do idoso é
tipicamente sistólica, isto é, a pressão máxima (pressão sistólica) alta e a pressão mínima
(pressão diastólica) fica baixa1.
No III Congresso de Cardiologia reconheceu-se que nesse nível a pressão Sistólica
sempre está acima de 140 mmHg e a Diastólica abaixo de 90 mmHg10.
Outro fator importante e que deve ser considerado é a presença da taxa de
Colesterol elevada, o que aumenta a deposição de gordura nas artérias, resultando um
processo denominado de Aterosclerose. O colesterol HDL é benéfico ao organismo, pois
o mesmo retira o colesterol LDL das células e facilita sua eliminação do organismo por ser
uma lipoproteína de alta densidade. Estudos comprovaram que as altas concentrações do
colesterol benéfico no sangue estão associadas a um menor risco de ataques cardíacos.
Ao contrário do colesterol benéfico, o colesterol LDL ajuda o colesterol a entrar nas
células, fazendo com que o excesso seja acumulado nas artérias sob a forma de placas
de gordura e são proteínas de baixa densidade. As altas concentrações do mau colesterol
no sangue estão associadas a um maior risco de doenças no coração. De acordo com a
Sociedade Brasileira de Cardiologia, os níveis ideais de colesterol no sangue devem
ser: Colesterol Total deve estar abaixo de 200mg/dL de sangue. Colesterol benéfico HDL
deve estar acima de 35mg/dL de sangue, colesterol prejudicial LDL deve estar abaixo de
130mg/dL de sangue9.
Recentemente, ficou determinado que a medida não farmacológica mais eficaz é a
utilização de uma dieta hipossódica caracterizada pela diminuição da ingestão de sódio.
Deve-se reduzir os fatores desencadeantes tais como: a redução do peso corporal
(obesidade), consumo de bebidas alcoólicas,
tabaco, níveis de gordura na corrente
sanguínea, estresse diário. Por outro lado deve-se aumentar a prática regular de
exercícios físicos¹.
Do ponto de vista farmacológico (Anexo 1), é recomendado que no início do
tratamento para hipertensos leves, uma droga pertencente a uma das 6 classes de antihipertensivos, a saber: diuréticos, betabloqueadores, simpatolíticos de ação central,
antagonistas dos canais de cálcio, inibidores da enzima conversora da angiotensina e
antagonistas do receptor da angiotensina II. A falha no seguimento do tratamento
proposto, caracterizando falta de adesão e consequente controle inadequado da pressão
arterial é frequente e está associado a vários fatores. Em relação ao tratamento
medicamentoso, efeitos indesejáveis das drogas e custo têm sido apontados como
elementos importantes. O tratamento não-farmacológico, por outro lado, tem falhado
frequentemente no seguimento de longo prazo pela falta de constância e persistência dos
pacientes11.
Considerando estes aspectos, a escolha do tratamento anti-hipertensivo inclui as
medidas farmacológicas e não-farmacológicas e estas devem merecer atenção especial
por parte dos membros da equipe de saúde 11.
O objetivo do tratamento da Hipertensão Arterial consiste em evitar as
complicações atingindo diversos órgãos importantes do organismo (coração, rins e
cérebro) o que pode resultar em danos permanentes e até mesmo a morte. Além disso, o
tratamento também objetiva o paciente a manter os níveis pressóricos dentro da
normalidade¹.
EDUCAÇÃO EM SAÚDE: ASPECTOS GERAIS
De acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH, 2003), estudo
realizado pela OMS ressalta, como prejuízos do não cumprimento do tratamento, pode
ocasionar complicações para o paciente em relação a doença, comprometendo a
qualidade de vida12.
Segundo, Lemogoum apud Pires e Musi13 cita:
“A prevenção primaria da HAS é fundamental para a redução da morbidade e
mortalidade por doenças cardiovasculares. Tem como objetivo primordial a
redução ou modificação dos fatores de risco da doença hipertensiva por meio da
implementação de políticas públicas apropriado e programas educativos, que
i
busquem evitar ou retardar o desenvolvimento da doença ”.
Segundo Spinato, Monteiro e Santos10 a Educação em Saúde é uma prática
interdisciplinar que requer o engajamento entre os clientes, e os profissionais da área da
saúde. A Educação em Saúde tem como objetivo fazer com que o indivíduo se motive a
buscar novas e melhores mudanças do comportamento promovendo a saúde e o bemestar. Além disso, a Educação em Saúde quando adotada adequadamente possibilita e
capacita as pessoas a aderirem às mudanças no estilo de vida, tratamento e no
autocuidado, buscando atingir uma maior longevidade e evitando o adoecimento precoce.
A Educação em Saúde, enquanto prática interdisciplinar possibilita a construção de
um vínculo entre as pessoas e os profissionais de saúde, para fins de estabelecimento de
metas com vista às mudanças de comportamento, promovendo a saúde e o bem-estar 10.
A Educação em Saúde é uma estratégia importante que traz grandes benefícios a
indivíduos e a comunidade (familiares), principalmente durante o tratamento de pessoas
portadoras de doenças crônicas como a hipertensão arterial. Portanto, essa prática de
educar é uma responsabilidade fundamental da enfermagem. Porém, todos os
profissionais de saúde devem dirigir a promoção, a manutenção, a restauração da saúde
do paciente e promover o bem-estar do cliente sob seus cuidados¹.
Uma das metas da Educação em Saúde visando o tratamento do paciente portador
de Hipertensão Arterial Crônica é fazer com que ocorra a adesão ao seu regime
terapêutico. Por exemplo, podemos citar a adesão ao uso de medicamentos conforme as
orientações médica e a outros hábitos que promovam a melhoria de sua qualidade de
vida e promova a sua própria saúde.
Contudo, mudanças profundas de comportamento (tais como modificações do
estilo de vida) exigem antes de tudo compreensão da situação externa (o que ocorre onde
o sujeito está inserido), e depois um movimento interno - e, normalmente, lento - em
direção às modificações de hábitos10.
A Hipertensão Arterial Crônica é uma doença cujo tratamento e controle exige
alterações de comportamento do paciente em relação a sua doença para adotar um novo
estilo de vida. Se estas alterações não forem seguidas poderá comprometer a qualidade
de vida do paciente. Se não houver por parte do profissional o fornecimento de uma
orientação adequada fazendo para ele aderir ao tratamento ou reconhecer a importância
das complicações que decorrem destas patologias, poderá obter o insucesso em todo o
plano terapêutico4.
Como a Hipertensão Arterial é uma doença crônica e incurável há necessidade do
enfermeiro estimular e motivar o paciente para que continue a seguir o tratamento e
regimes prescritos. Com o passar dos anos há uma natural perda da adesão ao
tratamento, principalmente se o paciente não for motivado a continuá-lo¹.
De modo geral, a adesão ao tratamento varia de acordo com a fonte utilizada, mas
significa um grau de concordância entre a orientação recebida (em relação à frequência
de consultas, aos cuidados, à terapia não medicamentosa e medicamentosa) e a conduta
do paciente14.
Portanto, podemos conceituar a adesão terapêutica como uma relação colaborativa
entre o paciente e os profissionais de saúdeii. A adesão pode ser caracterizada pelo grau
de coincidência entre prescrição médica e a alteração do comportamento do paciente15. A
adesão ao tratamento é um fator imprescindível para o controle da doença crônica e o
sucesso da terapia proposta16.
No entanto, a adesão ao tratamento é o fator primordial para o controle efetivo da
Pressão Arterial e para que isso aconteça requer mudanças no estilo de vida do próprio
indivíduo15.
Segundo SMELTZER & BARE1 explicam que ao aderir ao tratamento o paciente
assume um papel mais ativo na autodeterminação e na alteração dos seus hábitos de
vida. Nesta ótica, adesão pode ser reconceitualizada, passando de uma atividade linear e
controladora, para um esforço participativo que inclui a equipe profissional e paciente12.
A adesão às condutas preventivas e/ou terapêuticas resulta em promoção da
saúde, que é o incremento do poder (empowerment) comunitário e pessoal, por meio do
desenvolvimento de habilidades e atitudes, conducentes à aquisição de poder técnico
(saberes) e político para atuar em prol de sua saúde, como propõe a Carta de Ottawa. O
empowerment está diretamente relacionado ao desenvolvimento de programas que
promovam nas comunidades uma consciência crítica sobre sua realidade vivida10.
Enquanto que a não adesão ao tratamento é um problema multifatorial,
influenciado por aspectos relacionados à idade (jovens ou idosos), sexo (homens ou
mulheres), doença (crônica ou aguda), ao paciente (esquecimento, diminuição sensorial e
problemas econômicos), problemas relacionados aos medicamentos (custo, efeitos
adversos reais ou percebidos e ainda o horário de uso dos medicamentos) e quanto a
equipe cuidadora de saúde (envolvimento ou relacionamento inadequado)10.
Pesquisas realizadas por LYRA JUNIOR et. al5. e CHAZAN e PEREZ6 concluem
que a participação do enfermeiro na assistência do paciente hipertenso contribui na
melhoria da adesão ao tratamento e no controle da pressão.
Para que se possa instituir uma visão completa e eficaz no tratamento da
Hipertensão há necessidade de que ocorra uma relação direta entre uma equipe multi
profissional e o paciente, para que se possam obter melhores resultados em termos de
adesão aos cuidados propostos. Esse engajamento se deve à complexidade da mudança
de vida que se faz necessária para quem é portador de uma doença crônica. As equipes
multiprofissionais conseguem pela diversidade de profissionais abordarem variados
enfoques, de modo a prestar melhor esclarecimento ao paciente não apenas sobre a
doença, mas sobre seu papel no tratamento14.
Segundo matéria veiculada na Revista Brasileira de Hipertensão14, existem várias
estratégias para conseguir aumentar a adesão, mas todas partem da boa relação entre o
paciente e a equipe da saúde. Para conseguir isso, é necessário:
 convencer o paciente e seus familiares que a Hipertensão Arterial é uma doença
que pode ser tratada e os problemas minimizados se forem seguida as
recomendações tratada no “acordo” entre o paciente e a equipe;
 detalhar adequadamente o regime de tratamento, sendo o mais didático possível
no tocante aos horários e às drogas (descrever os comprimidos, a cor e o tamanho
e correlacioná-los com seus horários é uma alternativa);
 o profissional deve prescrever o medicamento não apenas baseando-se na
potência anti-hipertensiva, mas também em relação ao seu perfil de efeitos
colaterais e de interações com os outros medicamentos que o paciente faça uso;
 explicar os efeitos colaterais que podem ocorrer durante o tratamento, orientando o
paciente e seus familiares para reconhecer os efeitos colaterais mais comuns e seu
tratamento. Tem-se apontado os seguintes efeitos colaterais: quadros de
hipotensão arterial, tosse, presença de broncoespasmo, distúrbios na micção e
sexuais;
 a equipe deve reconhecer quais são os preconceitos ou medos do paciente e de
seus familiares sobre esses efeitos colaterais provocados pelo uso continuado dos
medicamentos anti-hipertensivos, de modo garantir a adesão ao tratamento
proposto;
 orientar e estimular o paciente e o familiar a aprender a mensurar a pressão arterial
em casa com a finalidade de controlar o nível pressórico;
 o profissional deve planejar com o paciente e seus familiares o tratamento,
definindo as metas e os resultados a serem alcançados na mudança de estilo de
vida;
 o profissional não deve esquecer de que a orientação para melhorar a adesão deve
estar de acordo com o grau de compreensão do paciente. O profissional deve
introduzir aos poucos pequenas mudanças simplificadas na rotina do paciente de
modo que ele possa cumprir. Desse modo, o paciente deve ir cumprindo as rotinas
simples para as mais complexas de modo a motivá-lo na mudança do
comportamento;
 estimular o paciente a ser um agente efetivo na monitoração de seu tratamento,
tanto por meio das consultas com os profissionais de saúde presente nas unidades
de saúde, como por contato telefônico14.
A forma como os profissionais de saúde interagem e se comunicam com o usuário
são fatores determinantes para a adesão ao tratamento, uma vez que pacientes
satisfeitos com a equipe apresentam melhor aceitação às orientações17.
Segundo Maldaner16, determina a existência de nove fatores que influenciam na
adesão terapêutica: confiança na equipe, redes de apoio, nível de escolaridade, aceitação
da doença, efeitos colaterais na terapêutica, falta de acesso aos medicamentos,
tratamento longo, esquema terapêutico complexo e ausência de sintomas.
Em geral, os clientes que apresentam quadros de Hipertensão Arterial em grau
avançado ou grave exigem acompanhamento e apoio mais constantes por meio de uma
equipe multiprofissional. Além disso, hoje preconiza o uso da farmacoterapia contínua. No
entanto, a adesão terapêutica significa relação colaborativa entre os pacientes e os
profissionais de saúde. Estudos têm demonstrado que a baixa adesão ou a não adesão
do paciente ao tratamento poderá ocasionar o aparecimento de problemas multi fatoriais,
envolvendo vários órgãos acometidos, o que aumenta a possibilidade de internações
hospitalares, aparecimento de complicações e risco de morte do paciente. A
farmacoterapia no idoso: revisão sobre a abordagem multiprofissional no controle da
Hipertensão Arterial Sistêmica18.
Há estudos que demonstram a relação entre a adesão ao tratamento e outros
fatores ligados ao indivíduo, tais como o sexo do paciente, sua cultura e importância para
com a sua saúde. Segundo alguns autores, Spinato, Monteiro e Silva10, as mulheres
geralmente aderem mais ao tratamento, quando comparadas aos homens, e também foi
visto que os indivíduos de idade mais avançada, mulheres, grau de escolaridade mais
elevado aderem melhor o tratamento, pois podemos inferir que esta população apresenta
maior longevidade e menor morbidade no seu processo saúde doença.
Para Araújo e Garcia12 explicam que o jovem não se sente vulnerável à doença,
enquanto que o idoso se preocupa com a saúde e apega ao tratamento como alternativa
de prolongamento da vida. Ressaltam que a disponibilidade financeira deve ser um ponto
importante a ser considerado no processo de adesão12.
Segundo os autores acima referem que a situação socioeconômica é um fator
altamente interveniente na adesão, estando não só relacionada à compra de
medicamentos, mas também a aspectos educacionais, culturais e sociais. Para eles os
fatores ligados ao paciente, tais como às características biossociais - idade, sexo, raça,
escolaridade, nível socioeconômico, ocupação, estado civil, religião, crenças de saúde,
hábitos de vida e aspectos culturais, podem interferir no processo de adesão ao
tratamento. Verificaram nos pacientes com maior conhecimento sobre a doença e o
tratamento que deverá ser cumprido apresentaram-se 3,6 vezes mais aderentes do que
aqueles com um menor nível de conhecimento12.
No que se refere à terapêutica não farmacológica há autores que consideram o
processo de aceitação e adaptação às modificações no estilo de vida relaciona-se
diretamente ao seguimento do tratamento para o controle da Hipertensão Arterial. Os
autores verificaram que os pacientes relacionam o tratamento a mudanças problemáticas
no cotidiano, como restrições alimentares, de lazer e trabalho. Os autores apontam que
quanto os mais altos forem o níveis de adesão do paciente relacionados somente à
medicação, pior será a adesão do paciente a outras terapias não medicamentosas, o que
inclui a dieta, atividades físicas e o consumo de álcool. Segundo as autoras, os pacientes
que utilizam medicamentos tendem a aderir menos às modificações no estilo de vida, pois
acreditam que o uso das drogas é suficiente para se obter o controle da pressão arterial
12.
Este comportamento de baixa adesão que pode ocorrer em alguns pacientes
hipertensos é de fato preocupante. Pois os objetivos dos tratamentos não farmacológicos
constituem na redução das cifras tensionais e dos fatores de risco cardiovasculares.
Levando-se em conta esses aspectos é recomendável que os profissionais de saúde
discutam com os pacientes quais modificações eles podem ser capazes de realizar de
modo que as práticas terapêuticas possam ser incorporadas efetiva e realisticamente ao
cotidiano do paciente14.
ORIENTAÇÃO PARA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTO CORRETA
Conforme descrito anteriormente os tipos de medicamentos que podem ser
empregados no tratamento da Hipertensão Arterial. No entanto, somente a prescrição dos
medicamentos pelo médico não é o suficiente para que a mesma possa ter seu efeito
mais eficaz em relação ao tratamento. O paciente deve conhecer quais são os cuidados
na administração do medicamento19.
Deste modo, é essencial que o profissional de saúde forneça aos pacientes
algumas informações complementares para a administração do medicamento. Considerase importante as seguintes condutas19.
- Informar o paciente das razões de utilizar corretamente o medicamento de maneira que ele
possa comprometer-se com o tratamento proposto;
- Orientar sobre a forma adequada de ingerir os diferentes tipos de medicamentos, se com
água, leite, suco, e/ou alimentos, ou antes, durante e após as refeições;
- Informar o paciente sobre a importância do cumprimento dos horários estabelecidos, a
quantidade de medicamento e a duração do tratamento; e informar sobre a possibilidade de
eventuais ocorrências de reações desagradáveis e qual a conduta a ser adotada.
O paciente deve seguir atentamente as orientações e as determinações que estão
contidas na receita médica. Esta deve indicar à dosagem indicada e à forma de tomar o
medicamento. A utilização errada do produto pode acarretar ineficácia do tratamento ou
até mesmo a intoxicação do paciente19.
Outro cuidado antes do uso do medicamento é ler atentamente as informações
presentes na bula, principalmente quanto às interações entre os medicamentos ou com
alimentos e bebidas, em especial as alcoólicas, para evitar alteração na ação da
medicação. Caso o paciente não entenda as informações existentes na bula, deve buscar
esclarecimentos com seu médico que prescreveu o medicamento ou com um
farmacêutico19.
Para Araújo e Silva15 com a introdução de novos agentes farmacológicos, a
qualidade de vida dos hipertensos tem melhorado significativamente e esse fator parece
estar influenciando diretamente na adesão do paciente ao tratamento medicamentoso
proposto. O autor ainda chama a atenção que os médicos devem ajustar rapidamente a
dose dos medicamentos para cada nível pressórico do paciente. Esse fator tem a
finalidade de evitar o aparecimento de sintomas desagradáveis no início do tratamento.
Os sintomas provocados, quando severos, poderá ser um fator de baixa aderência do
paciente ao esquema terapêutico proposto, pois o paciente associa a piora na qualidade
de vida com os efeitos colaterais do medicamento, abandonando por conta própria o uso
da medicação. Verificam que o maior nível de adesão está relacionado à terapia
farmacológica, sendo um dos motivos para a ocorrência desse fato os progressos dos
medicamentos, a cada dia mais efetivos e com uma incidência cada vez menor de efeitos
colaterais.
Num estudo realizado demonstra que os fatores de ordem financeira arcado pelo
paciente para adquirir muitas vezes múltiplos medicamentos que requerem uso
prolongado e continuado podem constituir um dos
principais fatores
para a
descontinuação do tratamento farmacológico12.
Alguns autores apontam que os serviços de saúde devem possuir algumas
responsabilidades para favorecer a adesão do paciente no tratamento da hipertensão
arterial. Os autores concluem que o fornecimento gratuito de medicamentos para o
tratamento da hipertensão; a facilidade no agendamento de exames e consultas médicas;
do serviço possuir política que favorece a aproximação do paciente (facilidade na
localização e o recebimento de vale transporte); a presença contínua de médicos e de
funcionários são medidas que favorecem a adesão do tratamento e cria um vínculo do
paciente com o serviço de saúde15.
Há autores16 que relacionam a complexidade do regime terapêutico pode afetar a
adesão ao tratamento. Relata que o número de doses, aplicação de múltiplos horários
necessários para o paciente ingerir os medicamentos, duração do tratamento, falhas
ocorridas nos tratamentos anteriores, mudanças frequentes do tipo de medicamento e a
influência na qualidade de vida como fatores influentes.
Pesquisas demonstram que o paciente adere melhor ao tratamento quando há
simplificação da rotina do uso da medicação. Ela recomenda as seguintes estratégias:
diminuição do número de medicamentos a serem ingeridos diariamente; diminuição da
frequência das dosagens dando preferência a única dose diária; e o horário deve estar
associado a rotina do paciente a fim de evitar o esquecimento12.
Há vários autores que enfatizam a prescrição medicamentosa deve ser adaptada
às necessidades do individuo e ser elaborada de acordo com o estilo de vida dos
pacientes15.
Para SPINATO et al10 constataram que os pacientes preferem medicamentos
administrados em dose única diária, com o horário de administração associado a
atividades rotineiras matinais; e que eles preferem adotar formas que conciliem suas
atividades com o tratamento proposto. Portanto, é de extrema importância levar em conta
as necessidades e preferências pessoais por ocasião da realização da prescrição.
Para LEMOLGOUM et. al.13 referem que o tratamento farmacológico deve ser
efetivo e ter pouco ou nenhum efeito colateral e não interferir negativamente na qualidade
de vida dos pacientes.
Os principais fatores que afetam a adesão estão relacionados à complexidade do
regime terapêutico, como número de doses, comprimidos e horário das tomadas, duração
do tratamento, falha de tratamentos anteriores, mudanças frequentes no tratamento e
influência na qualidade de vida. A adesão ao tratamento pode ser mais eficaz em
indivíduos que nunca mudaram de esquema terapêutico e que tomam apenas um
comprimido por dia2. Segundo Gusmão et al14 verificaram em estudo realizado com 353
hipertensos que 56% tinham preferência por tratamento farmacológico, por via oral (84%),
em comprimidos (60%), uma vez ao dia (81%) e pela manhã (65%), aspectos esses que
devem ser considerados na prescrição do tratamento.
FATORES DE RISCO PARA HIPERTENSÃO ARTERIAL CRÔNICA (HAC)
Dietoterapia
A Hipertensão Arterial pode ser considerada como uma doença típica das
sociedades ocidentalizadas que habitualmente consomem muito sal. Pessoas que
ingerem mais de 6g de sal por dia (ou 2,3g de sódio) apresentam maior risco de terem
pressão alta. O sal aumenta a pressão arterial por induzir duas alterações nos vasos
sanguíneos: a) o sal (cloreto de sódio) aumenta o volume de líquidos dentro dos vasos,
pois para o sangue não ficar com níveis altos de sódio, os rins absorvem mais água para
dilui-lo; b) o sódio age diretamente nas paredes das artérias causando uma constrição
das mesmas, levando a um aumento da resistência (pressão) à passagem do sangue e
uma menor capacidade de vasodilatação9.
O paciente hipertenso deverá ser orientado a fazer uso de uma dieta hipossódica
desde o início do tratamento. Assim, ele deverá ser orientado pelo profissional de
enfermagem a alterar seu hábito alimentar, principalmente evitar ingerir alimentos
gordurosos e embutidos; molhos e temperos prontos e concentrados; bolachas, pães,
salgadinhos, pipocas e aperitivos salgados. Recomenda-se também não ingerir cafeína
em excesso, para não elevar a pressão arterial. Alimentos ricos em potássio devem ser
estimulados a ingestão, principalmente naqueles que fazem uso de diuréticos
espoliadores de potássio (ver anexo 1)¹.
A alimentação desempenha um papel importante na atividade física, pois prepara o
organismo para o esforço, fornecendo os nutrientes necessários que irão variar de acordo
com o tipo de exercício e o objetivo que se pretende alcançar, como, por exemplo, perda
de peso ou ganho de massa muscular10.
Controle de peso
O excesso de peso caracterizado pela obesidade é um importante fator de risco
quando associada a Hipertensão Arterial, pois aumentam consideravelmente o risco para
o aparecimento de complicações de maior gravidade ao paciente hipertenso pela
manutenção da taxa elevada da pressão arterial.
Em pessoas obesas quando apresentam Índice de Massa Corporal (IMC) maior
que 30 apresentam até seis vezes mais chances de apresentarem pressão alta do que
indivíduos com IMC abaixo de vinte e cinco. Segundo a Organização Mundial da Saúde
(OMS) recomenda o IMC deve norma deve estar entre 18,5 e 25 para que seja afastado o
risco da ocorrência da Hipertensão Arterial21.
Além do excesso de peso, o tamanho da circunferência abdominal também
constitui um fator de risco importante. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes20
identifica que os homens que apresentam a circunferência abdominal acima de 105 cm de
diâmetro e as mulheres acima de 85 cm correm o risco de apresentar problemas
cardiovasculares em relação ao desenvolvimento de doenças hipertensivas e de
colesterolemia.
Para um maior controle de peso recomenda-se que os pacientes façam uso de
dietas fracionadas, em pequenas quantidades, em torno de cinco a seis vezes ao dia a
fim de evitar o ganho de peso o que também lhe é prejudicial2.
Recomenda-se também que o paciente deve dar preferência na ingestão de
alimentos integrais, tais como: pão, arroz, macarrão, biscoitos; carnes brancas (aves e
peixes); aumentar consumo de frutas, verduras e legumes. Além disso, deve realizar uma
dieta variada para se obter diferentes tipos de vitaminas e de sais minerais. É permitido
ingerir diariamente leite desnatado e/ou derivados, mas deve estar atento aos teores de
sal contidos em queijos, requeijões e ricotas. Sabe-se que os laticínios são uma fonte
importante de cálcio¹.
Bebidas alcoólicas
Estudos nutricionais não recomendam o consumo diário de mais de dois copos de
vinho ou dois copos de cerveja, pois oferecem o dobro de chances do paciente adquirir
pressão alta. Quanto maior o volume regular de álcool ingerido, maior é o risco. Por outro
lado, o consumo moderado de álcool, isto é, consumo não diário e não maior do que 2
drinks ao dia, não parece ter efeitos maléficos sobre a pressão arterial9.
Sedentarismo e Exercícios Físicos
O sedentarismo constitui também um importante fator de risco para hipertensão
arterial. A prática regular de exercícios diminui os níveis circulantes de adrenalina, que
causa constrição das artérias, aumenta a liberação de endorfinas e óxido nítrico que
causam vasodilatação. Além disso, o sedentarismo contribui para o sobrepeso e aumento
do colesterol9.
Prevenir e tratar a Hipertensão Crônica requer o envolvimento da equipe de saúde,
com o objetivo de ensinamentos para introduzir mudanças de hábitos de vida. A
implementação dessas mudanças, porém, é lenta, e necessitam de medidas educativas
que tenham continuidade. Devem ser promovidas por meio de ações individualizadas,
elaboradas para atender as necessidades específicas de cada individuo, de modo a
serem mantidas ao longo do tempo21.
Alterar hábitos requer a entrada em uma nova realidade, que eventualmente
poderá produzir a perda de certas referências, como nas relações sócias e familiares. A
adoção de um interfere de forma positiva no controle dos fatores de risco
cardiovasculares. Falar em estilo de vida saudável pressupõe, no mínimo, uma
alimentação balanceada e a prática regular de atividades físicas, salientando-se que as
orientações não farmacológicas são tão importantes quanto o uso de anti-hipertensivos 21.
Estudos realizados há muitos anos, sobre a prática de exercícios físicos aeróbicos
como medida não farmacológica para apoio ao tratamento da hipertensão demonstra um
importante componente na melhoria da qualidade de vida. Estudos constataram que a
prática regular de exercícios físicos resulta numa menor morbidade e mortalidade, por
doenças relacionadas ao sistema cardiovascular com benefícios evidentes para os
indivíduos portadores da hipertensão10.
O paciente também deve ser instruído a realizar atividade física aeróbica regular.
Caminhadas rápidas com duração de no mínimo trinta minutos por dia, em média quatro
vezes por semana constituem exercícios aeróbicos é permitido aos pacientes de maneira
geral. Exercícios como a hidroginástica é muito bem tolerada para os pacientes que tem
problemas relacionados com a marcha e necessitam realizar exercícios de baixo impacto.
Mas, tanto paciente como o enfermeiro necessitam de orientações especiais fornecidas
por um preparador físico qualificado nesse tipo de atendimento¹.
Segundo especialistas referem que os exercícios físicos realizados regularmente
provocam importantes adaptações autonômicas e hemodinâmicas que vão influenciar o
sistema cardiovascular7. Os exercícios aeróbicos têm o objetivo de manter a homeostasia
celular diante do incremento das demandas metabólicas. Há aumento no débito cardíaco,
redistribuição no fluxo sanguíneo e elevação da perfusão circulatória para os músculos
em atividade10.
Em 1996, o Colégio Americano de Medicina do Esporte e o Centro de Prevenção e
Controle de Doenças9 desenvolveram guias para quantificar o montante de atividade
física requerida para propiciar benefícios à saúde, preconizando a execução de atividades
moderadas em pelo menos 30 minutos diários todos dias da semana, de preferência, ou
pelo menos em três dias. As sessões de atividade física não precisam ser de esforços
continuados, podem ser realizados em pequenas sessões (três vezes de 10 minutos, por
exemplo, ou duas vezes de 15 minutos)10.
As medidas de intervenção comunitária para mudanças no estilo de vida e adoção
de hábitos mais saudáveis devem ser sustentáveis ao longo prazo e devem incluir todos
os grupos sociais, especialmente aqueles com menores possibilidades de escolha em
razão da pobreza e da exclusão social8.
Tabagismo
O cigarro causa aumento imediato da pressão arterial por ação vasoconstritora da
nicotina e também acelera o mecanismo de arteriosclerose, deixando os vasos duros e
rígidos. Estudos também demonstram que o fumante passivo corre o risco de apresentar
hipertensão arterial quando convive por longos anos com o fumante.
A pílula anticoncepcional também é apontada como fator causador do aumento da
pressão arterial, principalmente quando utilizada por muitos anos ou estar associada ao
tabagismo em mulheres acima de 25 anos de idade9.
APOIO FAMILIAR
A HAS destaca-se no contexto familiar como uma experiência de difícil adaptação.
Por isso, é importante que o enfermeiro interfira, fornecendo orientações ao paciente
estimulando-o para a mudança do estilo de vida ou comportamento22.
Vale ressaltar que é de fundamental importância o envolvimento dos familiares do
hipertenso na busca das metas a serem atingidas pelas modificações do estilo de vida.
Acrescenta-se que com o acesso dos profissionais de saúde às famílias de
hipertensos há o favorecimento nos esforços preventivos, incentivando tanto os
portadores da doença como a seus familiares a adotarem hábitos de vida saudáveis e
controlando, corrigindo e evitando maiores complicações23.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao realizarmos este estudo, podemos considerar que o tratamento dispensado ao
paciente portador de Hipertensão Arterial Crônica deve ser realizado por uma equipe
multiprofissional devido aos seus múltiplos recursos que são utilizados para tratá-lo.
Como a doença da Hipertensão atinge de forma insidiosa os indivíduos, quando estes se
manifestam os problemas por ela causados pode ser que a doença já acomete o indivíduo
durante muitos anos. Com isso, há necessidade de um tratamento mais longo e
demorado.
A ação do profissional em fazer com que o paciente atue ativamente no controle da
doença e na adoção de medidas preventivas para evitar o agravamento somente pode ser
perdurada por mais tempo quando o paciente toma consciência de como a doença se
manifesta.
A Hipertensão, por ser uma doença crônica pode fazer com que o paciente relaxe a
vigilância e não adote mais as recomendações médicas e de outros profissionais de
saúde, fazendo com que perca a adesão ao tratamento com possibilidade de surgir
graves complicações.
Por isso, é importante que todo profissional da saúde conheça os fatores que
favorecem e aqueles que dificultam a adesão do paciente ao tratamento proposto.
Entende-se que a maior medida de fazer com que o paciente esteja aderido ao tratamento
passa pela confiança dele junto à equipe que o trata, da sua liberdade em expor
facilidades e dificuldades encontradas durante o tratamento, do apoio recebido na equipe
e pelos familiares em casa, da disponibilidade de ter seu medicamento a qualquer tempo
e hora e de valorizar sua saúde.
Portanto pode-se concluir que, mediante a realização das pesquisas e a confecção
do presente estudo foi possível atingir os objetivos propostos em relação ao fato de
descrever quais os fatores que aumentam e diminuem a adesão ao tratamento, sendo
estes respectivamente: grau de escolaridade; mudança do estilo de vida; confiança na
equipe; sexo e idade; complexidade do regime terapêutico; efeitos colaterais da
medicação; fator socioeconômico; número de medicamentos; horário da tomada do
medicamento. Contudo não podendo esquecer-se das orientações descritas e discutidas
nas fontes de pesquisa as quais são: orientar ao cliente e familiares sobre a patologia,
complicações, manifestações clínicas, fatores de risco e tratamento a ser seguido.
Orientações estas prestadas por toda a equipe de saúde com maior ênfase na atuação do
profissional enfermeiro.
Finalmente entende-se que a adesão ao tratamento também pode ser uma forma
de humanizar o atendimento do paciente, visto que ela se dá pelo diálogo franco e
verdadeiro entre as partes envolvidas.
agradecimentos
Agradecemos ao nosso Deus por todas as coisas que Ele
nos concedeu, e aos familiares que tiveram paciência diante
de nossas ausências necessárias para a realização do
curso, aos amigos pela troca de conhecimento, palavras
positivas e o ombro amigo diante das nossas fraquezas e
cansaços, ao corpo docente desta instituição e em especial
ao nosso orientador por acreditar e nos incentivar e auxiliarnos nesta jornada.
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17. SANTOS, F.S.; OLIVEIRA, K.R.; COLET, C.F. Adesão ao tratamento medicamentoso
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município de Ijuí/RS: um estudo exploratório. Ver. Ciênc Farm Básica Apl. V.31, n.3,
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18. LYRA JÚNIOR, D.P; AMARAL, R.T.; VEIGA, E.V.; CÁRNIO, E.C.; NOGUEIRA, M.S.;
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19. AGENCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA E INSTITUTO DEFESA DO
CONSUMIDOR. Guia Didático. Vigilância Sanitária: alimentos, medicamentos,
produtos e serviços de interesse à saúde. 2007.
20. SOCIEDADE
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DIABETES.
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21. PALOTA, L.. Adesão ao tratamento da Hipertensão Arterial: Estudo entre
usuários cadastrados no Centro de Saúde de um Município do Interior Paulista.
Dissertação apresentada na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto para obtenção
do grau de mestre na área de Enfermagem Fundamental, 2010, 91p.
22. SARAIVA, K.R. de O.; SANTOS, Z.M.de S.A.; LANDIM, F.L.P.; TEIXEIRA, A.C. Saber
do familiar na adesão da pessoa hipertensa ao tratamento: análise com base na
popular em saúde. Texto contexto - enferm. v.16, n.2, p. 263-70, abr/jun, 2007.
23. LAZARINI, C.L.C.; VITORINO, C.M.; L.; ESPÍNDULA, M.B. Hipertensos usam
corretamente as medicações, mas não mudam hábitos alimentares e estilo de vida.
Revista Eletrônica de Enfermagem [serial on line] 2009. Ago – Dez. 1(2) 1 – 26.
Available from: http://www.ceen.com.br/revista.
ANEXO I
MEDICAMENTOS DE USO CONTÍNUO.
CLASSE
Diuréticos
tiazídicos
TIPO
AÇÃO
INDICAÇÃO
REAÇÕES
ADVERSAS
RECOMEND
AÇÕES
Hidroclorotiazida
(1ª escolha)
Diurético
Antihipertensivo
Tratamento de edema
associado a ICC; Cirrose
Hepáticas, Disfunção
renal, Hipertensão
Arterial. Indicado para
pacientes idosos e
negros.
Hipotensão
postural,
trombose venosa,
remias, dor no
peito e cefaleia.
Tomar
medicamento via
oral pela manhã
todos os dias.
Clortalidona (1ª
escolha)
Amilorida
escolha)
Diuréticos de
Alça
Diurético
espoliador
de Potássio
e
Antihipertensivo
Edema e Hipertensão
Arterial. Indicado para
pacientes
idosos
e
negros.
(1ª
Diurético
poupador de
potássio+
antihipertensivo
Controle
arterial.
da
Pressão
Furosemida (2ª
escolha)
Diurético
espoliador
de Potássio
e
Antihipertensivo
Crise
hipertensiva,
edema
(devido
a
distúrbio
cardíaco,
hepático
ou
renal),
edema pulmonar agudo,
hipertensão arterial (leve
a moderada).
Podem dificultar
o controle da
glicemia evitar
uso em pacientes
diabéticos.
hipotensão
postural,
trombose venosa,
arritmia, dor no
peito, cefaleia,
fraqueza,
sonolência,
fadiga, anorexia.
Palpitações,
taquicardia
sinusal, extrasístole,
hipotensão,
urticaria, náusea,
vômito, dispepsia,
diarreia, aumento
da frequência
respiratória,
anorexia,
inquietação,
nervosismo,
tontura, cefaleia,
insônia,
convulsão.
hiperglicemia
constipação,
diarreia, boca
seca, dispepsia,
poliúria,
desidratação,
hipovolemia,
mialgia, tontura,
Podem aumentar
o nível de ácido
úrico, por isso
deve ser evitado
em pacientes
com gotas.
Tomar
medicamento
continuamente,
sem interrupção.
Podem dificultar
o controle da
glicemia evitar
uso em pacientes
diabéticos.
Podem aumentar
o nível de ácido
úrico, por isso
deve ser evitado
em
pacientes
com gotas.
Tomar
o
medicamento no
mesmo horário e
não interromper o
tratamento.
Tomar
medicamento VO
antes das 18h00,
preferencialment
e pela manhã
com
alimentos
para aumentar a
excreção urinária
cefaleia.
Bumetamida (2ª
escolha)
Espoliador
de potássio;
antihipertensivo
Edema na insuficiência
cardíaca
congestiva.
Edema
na
cirrose
hepática,
edema
na
doença renal.
Bloqueadores
do Receptor
de
Aldosterona
Espironolactona
Diurético
poupador de
potássio,
antihipertensivo.
Controle
arterial.
Inibidores da
ECA (IECA) e
Antagonistas
dos
receptores da
angiotensina
2 (ARA2)
Captopril,
Enalapril,
Ramipril,
Lisinopril,
Losartan,
Candesartana,
Olmesartana
Antihipertensivo
Para
tratamento
pressão arterial.
Inibidores do
canal
de
cálcio
Nifedipina
Amlodipina
da
Pressão
da
Indicado para jovens,
pessoas com doença
cardiovascular
e
insuficiente
renais
crônicos, principalmente
se já houver proteinúria.
e
Antihipertensivo
de forte ação
Para indivíduos da raça
negra e idosos.
taquicardia,
vasodilatação,
hipotensão
postural, elevação
da PA, sincope,
boca seca,
náusea, vomito,
dor abdominal,
constipação,
distúrbio visuais,
anorexia, insônia,
tremor, dor
torácica.
Arritmia,
ginecomastia,
irritação gástrica,
hiponatremia,
tontura, confusão
mental, cefaleia.
e
evitar
desconforto
gástrico.
Usar
medicamento no
mesmo horário,
pela manhã para
evitar a nictúria.
Se necessário a
2ª
dose
administrar
a
tarde.
Tomar
o
medicamento no
mesmo horário e
não interromper o
tratamento.
Funcionam
mal
em
negros.
Podem elevar o
potássio
sanguíneo
e
causar
alergias
em
alguns
doentes.
Edema em alguns
pacientes.
Indicado
quando
a
pressão não diminui com
o uso de IECA.
BetaBloqueadores
Propranolol,
Atenolol,
Carvedilol,
Metoprolol,
Bisoprolol
Antihipertensivo
Apesar de ser pouco
eficiente do que os 2
tipos de medicamentos
citados
acima,
é
recomendado para ser
utilizado em pacientes
com doença cardiovascular, arritmias cardíacas,
enxaqueca, Hipertiroidismo, e pessoas ansiosas
com tremores das mãos.
Contra indicado
para
pacientes
asmáticos e pessoas com frequência cardíaca
menor que 60
batimentos. Pacientes portadores
de Hiperplasia de
Prostata benigna
(usar Bloqueadores Alfa = o
Prazosin
e
o
Doxazosin
FONTE: GUIA DE MEDICAMENTOS E CUIDADOS DE ENFERMAGEM, LIVRO – AME 2009-2010.
ANEXO II
ORIENTAÇÃO QUANTO AOS ALIMENTOS PERMITIDOS OU NÃO
ALIMENTO
Salgados
Gordurosos e
Embutidos
Molhos e temperos
prontos e
concentrados
Massas e pães
salgados
Aperitivos
Alimentos ricos em
potássio
Bebida com cafeína
EXEMPLO
toucinho, costela, salame, mortadela, presunto, carne seca, linguiça,
salsicha, bacon, bacalhau, salaminho.
PERMITIDO
EVITADO
Sim
mostarda, maionese, catchup, molho inglês, caldo de carne em cubos
e demais temperos, extrato de tomate, molho de soja.
Sim
Bolachas salgadas, pães salgados, salgadinhos de padaria, pipoca
com sal, salgadinho industrializado.
amendoim salgado, azeitonas, pepino, castanha.
mamão, laranja, banana, ameixa, batata, cenoura, beterraba.
Sim
café, chá preto, chimarrão.
Sim
Sim
Sim