FACULDADES INTEGRADAS PROMOVE DE BRASÍLIA CURSO DE BACHAREL EM ENFERMAGEM ADESÃO DA EDUCAÇÃO PARA O TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL CRÔNICA Ana Lúcia de Souza Corado Nunes Charles Borges da Silva ORIENTADOR: prof. Msc. Oswaldo Célio Lage BRASÍLIA 2013 ANA LÚCIA DE SOUZA CORADO NUNES CHARLES BORGES DA SILVA CURSO DE BACHAREL EM ENFERMAGEM ADESÃO DA EDUCAÇÃO PARA O TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL CRÔNICA Trabalho de Conclusão de Curso apesentado ao Curso de Enfermagem das Faculdades Integradas Promove de Brasília como requisito parcial para à obtenção do grau de Bacharel em Enfermagem. Orientador: Prof. Msc. Oswaldo Célio Lage. BRASÍLIA 2013 Resumo Introdução: A Hipertensão Arterial Crônica é considerada um problema de saúde pública devido à elevada prevalência e mortalidade em todo mundo, mas pode ser controlada mediante um diagnóstico precoce, tratamento eficiente e adoção de medidas que favoreçam a adesão ao tratamento proposto pelos enfermeiros. Portanto, a Educação em Saúde por se tratar de uma prática multiprofissional requer ações do profissional enfermeiro. Objetivo: a realização deste estudo objetiva entender e descrever como as pesquisas têm abordado os diferentes fatores que podem interferir favorável ou desfavoravelmente nas orientações prestadas aos pacientes portadores de Hipertensão Arterial de forma a favorecer sua adesão ao tratamento proposto, com a finalidade de melhorá-lo, prevenir o aparecimento de complicações e aumentar sua sobrevida. Materiais e Métodos: Este artigo caracteriza-se por uma pesquisa bibliográfica, que procurou recorrer aos estudos existentes no país entre 2005 a 2013 para conhecer e discutir sobre os aspectos educacionais e as formas de adesão que favorecem o tratamento do paciente portador de Hipertensão Crônica. Conclusão: Apesar do estudo não ser conclusivo e de necessitar maiores e melhores coletas das informações, podemos considerar que a adesão ao tratamento passa antes pela qualidade de informação prestada ao paciente e familiar, passa pela mudança de comportamento e pela valorização da saúde do indivíduo. Podemos verificar que o tratamento da Hipertensão Crônica atualmente é multifatorial e deve envolver diversos profissionais, dentre eles o enfermeiro. O papel desse profissional corresponde o elo entre os demais elementos da equipe e o paciente e familiar e é importante na prevenção de danos causados pela doença. Palavras-chave: Hipertensão Arterial Crônica; Educação em Saúde; Adesão ao tratamento. ABSTRACT Introduction: The chronic arterial hypertension is considered a public health problem due to the high prevalence and mortality worldwide, but being controlled through a previous diagnosis, efficient treatment and adoption of measures that further accession to the treatment proposed by nurses. Objective: The fulfillment of this study objectifies the understanding and description on how researches have approached the different factors that may interfere favorable or unfavorably in the orientation towards patients who carry arterial hypertension for the fostering of their adhesion to the treatment proposal, in order to better it, prevent the occurrence of complications and enhance their lives. Materials and Method: This article is characterized by a bibliographical research that sought to resort to existent studies in the country from 2005 to 2013 to recognize and discuss about educational aspects and the forms of favoring the treatment for the patient who carries chronic hypertension. Conclusion: Besides the study not being conclusive and in need of greater and better information gathering, it can be considered the accession to the treatment passing by quality of information provided on the patient and family members, by the change of behavior and by the patient's health appreciation. We can verify that nowadays the treatment for chronic hypertension is systemic multifactorial and should involve several professionals, among them, nurse. Their role match the link between team, patient and family members' elements, and it is important for prevention of the harm caused by the disease. Keyword: chronic arterial hypertension; Education whithin health; Accession to treatment. INTRODUÇÃO Nas últimas décadas tem-se assistido uma acentuada mudança em relação à adoção de novos e melhores hábitos e comportamentos das pessoas em relação a sua saúde e a melhor qualidade de vida. No entanto, ainda há muito que ser feito para que possamos ter uma taxa de morbidade aceitável e reduzir o número de doentes a fim de diminuir a sobrecarga no atendimento dos serviços de saúde1. Na área da Enfermagem é possível verificar que houve mudança na postura do enfermeiro e que esse profissional tem dado maior importância ao processo de educação de sua clientela. Especificamente para os clientes, portadores de hipertensão arterial, o enfermeiro tem incentivado a busca para o autocuidado em relação ao tratamento e controle a doença para prevenir as complicações. Há várias estratégias que podem ser empregadas pelos profissionais para aumentar o nível de conhecimento, alterar os valores do cliente em relação a sua saúde, torná-lo mais participativo no tratamento e as mudanças de seus hábitos de vida. As ações que adotam medidas de prevenção e tratamento precoce da Hipertensão Arterial Crônica têm sido acolhidas pela implantação do Programa de Assistência ao Hipertenso e Diabético do Ministério da Saúde (HIPERDIA) nas quais estão incluídas ações multidisciplinares e multiprofissionais2. O HIPERDIA é um sistema de cadastramento e acompanhamento de hipertensos e diabéticos captados por mio do Plano Nacional de Reorganização de Atenção à Hipertensão Arterial e à Diabetes Mellitus. Este Sistema está presente em todas as unidades ambulatoriais do Sistema Único de Saúde gerando informações para os gerentes locais, gestores das secretarias municipais, estaduais e Ministério da Saúde. Além disso, a distribuição dos medicamentos prescritos e a médio prazo, poderá definir o perfil epidemiológico desta população e o consequente desencadeamento de estratégias de saúde pública que levarão à modificação do quadro atual e a melhoria da qualidade de vida dessas pessoas com redução do custo social3. O Programa HIPERDIA soma-se às ações dos trabalhadores de saúde e tem como proposta a prevenção de complicações decorrentes da não adesão ao tratamento antihipertensivo prescrito pelo médico. Quando este fato está relacionado à falta de recursos financeiros para aquisição de medicamentos, o Programa possibilita aos usuários cadastrados o acesso a medicamentos de forma gratuita e o acompanhamento médico4. Mas sem dúvida a melhoria e a manutenção do estado de saúde do cliente somente poderá se manter quando este compreende o que deve ser feito para tratar e controlar a sua doença. Por isso deve ser mantido um forte canal de comunicação entre o paciente e a equipe de saúde, de modo que ocorra a verbalização dos problemas apresentados e suas dúvidas. Quando percebemos essas atitudes no paciente em relação ao seu tratamento, dizemos que este paciente está aderido ou possui adesão ao tratamento proposto5. Desse modo, o enfermeiro pode ser identificado como um elemento de confiança para entender, propor soluções e/ou compartilhar com o paciente as soluções para seus problemas e questões surgidas, sejam de ordem física, social, familiar, econômica e emocional. Na maioria das vezes, os portadores de hipertensão arterial desejam não só esclarecimentos para suas dúvidas, mas, também, de alguém que amenize seus anseios emocionais5. A orientação sobre os cuidados com a saúde dos pacientes hipertensos é de extrema importância para fazer com que ele possa aderir adequadamente à assistência proposta pela equipe de saúde; seguir as orientações; participar no controle dos níveis da pressão arterial; e seguir o tratamento recomendado pela equipe de saúde. O enfermeiro e a equipe de Enfermagem têm um importante papel na educação do cliente hipertenso crônico. A Hipertensão Arterial é uma doença silenciosa e que tem uma tendência a tornarse crônica devido a sua baixa manifestação clínica no início da doença. Uma vez ocorrendo a manifestação da doença, sendo diagnosticada pelo profissional por meio da aferição da pressão arterial, ou relato de cefaleia occipitais. Tinus Aureus, visão turva, tontura, muitas vezes são sintomas toleráveis pelo paciente; há de ter por parte do profissional uma maior atenção nas medidas utilizadas no tratamento e no controle da doença. Entende-se que a Hipertensão Arterial acometerá o paciente durante muitos anos e naturalmente o indivíduo tende a “relaxar” a vigilância sobre os aspectos importantes e necessários de seu tratamento para evitar o aparecimento de complicações e aumentar adesão às medidas que lhe são esclarecidas por meio das orientações fornecidas pelo enfermeiro e sua equipe. Assim, ao assistir seu paciente, o enfermeiro deve prestar orientações para os cuidados com a saúde, prevenção de riscos ou danos causados pela doença e principalmente, como realizar o tratamento correto. Quando o paciente se encontra impossibilitado de receber orientações ou de ser educado, o enfermeiro deve oferecê-la aos familiares e/ou acompanhantes. Observa-se que um paciente bem orientado é aquele que conhece sua doença e é capaz de mudar seus hábitos, para buscar uma vida mais saudável, aumentando a expectativa de vida por diminuir os episódios de complicações causadas pela doença. Portanto, a orientação fornecida pelo enfermeiro pode ser um fator diferencial na adesão do cliente ao tratamento. A realização deste estudo se justifica pelo fato de que devemos descrever como as pesquisas têm abordado os diferentes fatores que podem interferir favorável ou desfavoravelmente nas orientações prestadas aos pacientes portadores de Hipertensão Arterial para favorecer sua adesão ao tratamento proposto, com a finalidade de melhorálo, prevenir o aparecimento de complicações e aumentar sua sobrevida. O presente estudo tem como objetivo descrever quais são as orientações que devem ser prestadas aos pacientes portadores de Hipertensão Arterial Crônica a fim de favorecer a adesão ao tratamento proposto pelo enfermeiro. Pretende-se especificamente descrever quais são os fatores que aumentam e os que diminuem a adesão ao tratamento do paciente hipertenso nas orientações recebidas; e descrever e discutir quais são as orientações que têm sido prestadas aos pacientes hipertensos crônicos e que podem ser responsáveis pelo aumento da adesão ao tratamento da Hipertensão Arterial Crônica. METODOLOGIA Trata-se de um estudo com a metodologia baseada na revisão de literatura a cerca do conteúdo educativo que deve ser prestado ao paciente portador de hipertensão arterial, descrever a maneira como o paciente poderá aumentar a adesão ao tratamento proposto. Este estudo utiliza como fonte de pesquisa artigos de revistas indexadas na área da saúde (enfermagem principalmente), existentes nos principais bancos de dados do país, de autores nacionais, tais como Portal Capes, Biblioteca Virtual de Saúde, Bireme, Lilacs; bem como obras de dissertação e teses existentes no banco de teses da Universidade de São Paulo, Conselho Nacional de Pesquisa (CNPQ) e Capes. O período do estudo compreende oito anos, ou seja, de 2005 a 2013, tendo em vista se tratar de um período onde houve maiores mudanças no tratamento da Hipertensão Arterial, tais como a implantação do Programa de Assistência ao Hipertenso e Diabético do Ministério da Saúde6. Utiliza-se neste estudo os seguintes descritores: adesão ao tratamento da Hipertensão Arterial Crônica; pressão alta, educação no tratamento da pressão alta; que estejam presentes em textos nacionais escritos na língua portuguesa e publicados em revistas indexadas nacionais e/ou internacionais. O presente estudo coletou textos existentes nas bibliotecas virtuais e nos bancos de dados, que tratam sobre as orientações que podem ser prestadas pelos enfermeiros para favorecer a adesão ao tratamento. Após a reunião e seleção dos textos pertinentes realizou uma discussão, entre os principais textos que tratam sobre os principais aspectos, fatores e conceitos relacionados à adesão ao tratamento; aspectos relacionados aos cuidados antes, durante e após a ingestão da medicação antihipertensiva; aspectos relacionados à dietoterapia, e aqueles relacionados a mudança de hábitos de vida, tais como: exercícios físicos, peso, tabagismo, controle do estresse entre outros. REvisão da literatura A Hipertensão Arterial Crônica (HAC) pode ser definida como uma doença crônicadegenerativa de natureza multifatorial, assintomática que compromete o equilíbrio dos sistemas vasodilatadores e vasoconstritores responsáveis pelo tônus vasomotor, o que leva a uma redução da luz dos vasos e danos aos órgãos por eles irrigados. Na prática, a HAC é caracterizada pelo aumento dos níveis pressóricos acima do que é recomendado para uma determinada faixa etária1. Para os autores a Doença da Hipertensão constitui um relevante problema de saúde pública por apresentar elevada prevalência e mortalidade nas diferentes camadas sociais, étnicas, raciais e de gênero. A doença hipertensiva tem se tornado um desafio para as instituições de saúde pública que visam prevenir, controlar e evitar agravos da doença¹. A Hipertensão Arterial Crônica (HAC) pode ser classificada em Hipertensão primária quando as causas da doença não são conhecidas; podendo ocasionar alterações hemodinâmicas e fisiopatológicas. Quaisquer que sejam os mecanismos patogênicos envolvidos eles podem acarretar um aumento da resistência periférica total vascular induzindo vasoconstrição ou a um aumento do débito cardíaco ou ambos. Na Hipertensão Secundária apresenta sempre uma causa, e decorre devido a um problema conhecido, como por exemplo, a hipertensão causada pelo estreitamento de uma parte da artéria ou provocada pelo estreitamento de uma válvula cardíaca, entre outras7. O objetivo primordial do tratamento da hipertensão é a redução do risco da doença cardiovascular – minimizar as mortes prematuras e os eventos altamente incapacitantes, como os quadros de acidente vascular cerebral (AVC), independente se o médico optar por um tratamento medicamentoso e/ou por orientações e outros tipos de tratamentos multiprofissionais. Torna-se importante ainda que o hipertenso seja abordado de forma a considerar todos os fatores de risco presentes, minimizando-os, e não só a pressão arterial isolada8. Estudiosos referem que a Hipertensão Arterial também pode ter origem e influência genética. Quanto mais parentes portadores de pressão alta um paciente possuir, maiores serão as chances de também desenvolver hipertensão arterial. Pessoas com pelo menos um parente de primeiro grau hipertenso têm o dobro de chances de desenvolver pressão alta quando comparado com pessoas sem história familiar. Portanto, o profissional deve investigar minuciosamente a presença de algum parente do paciente que apresente hipertensão arterial9. A HAC é considerada uma doença assintomática, multifatorial, associada a alterações metabólicas e hormonais e a fenômenos tróficos (hipertrofias cardíaca e vascular)9. Devido à incidência lenta, progressiva e dos sintomas pouco evidente na hipertensão é referida como uma doença com tendência a cronicidade. Com o passar dos anos a doença outrora assintomática torna-se sintomática. É nesta fase da doença que constitui um importante fator de risco para a ocorrência de outras doenças, tais como as cardiovasculares e as doenças ateroscleróticas. As complicações originárias destas doenças são o Acidente Vascular Cerebral, Aneurismas, a Doença Coronariana, Distúrbios Renais, a Insuficiência Vascular Periférica, Cardíaca, Encefalopatia 10 Hipertensiva e Retinopatia . A Hipertensão Arterial pode provocar algumas complicações clínicas de ocorrência ocasional, tais como: hemorragias, exsudados (acúmulo de líquido), estreitamento arteriolar, e manchas algodoadas (pequenos infartos). Na hipertensão grave, pode ser observado o papiledema (edema do disco óptico)¹. TRATAMENTO UTILIZADO PARA Hipertensão arterial crônica Recomendações apresentadas no III Consenso Brasileiro de Hipertensão Arterial, ocorrido no ano de 1998, considera que os pacientes normotensos são aqueles que apresentam uma pressão menor que 130x85 mmHg; e que a pressão arterial limítrofe é aquela que está nos parâmetros 130x85 mmHg. Nestes casos o paciente deve ser orientado a verificar sua pressão arterial no mínimo uma vez por ano10. A Hipertensão Leve é classificada como aquela em que o paciente deve apresentar uma pressão diastólica entre 90-99 e sistólica entre140-159 mm Hg. Para os pacientes que apresentam esse nível de pressão recomenda-se a realização de uma dieta hipossódica e a redução dos fatores agravantes (fumo, sobre peso e obesidade, situações estressantes)11. A Hipertensão Moderada o paciente deve apresentar uma pressão diastólica entre 100 a 109 mmHg e uma pressão sistólica entre 160 a 179 mmHg. Nesses casos são recomendados medicamentos hipotensores (ver Anexo I) e também dieta8. A Hipertensão Grave é aquela em que a pressão sistólica está acima de 180 mmHg e a pressão diastólica acima de 110 mmHg. Essa é uma situação grave e de urgência, cabendo o paciente ser encaminhado para hospital para que possa ser medicado por via endovenosa7. Uma pessoa quanto mais velha maior é o risco de desenvolver Hipertensão Arterial. Isto ocorre porque com o passar dos anos os vasos sanguíneos vão sofrendo um processo de perda da elasticidade e da capacidade de se acomodarem de acordo com as variações da pressão, processo denominado de arteriosclerose. A hipertensão do idoso é tipicamente sistólica, isto é, a pressão máxima (pressão sistólica) alta e a pressão mínima (pressão diastólica) fica baixa1. No III Congresso de Cardiologia reconheceu-se que nesse nível a pressão Sistólica sempre está acima de 140 mmHg e a Diastólica abaixo de 90 mmHg10. Outro fator importante e que deve ser considerado é a presença da taxa de Colesterol elevada, o que aumenta a deposição de gordura nas artérias, resultando um processo denominado de Aterosclerose. O colesterol HDL é benéfico ao organismo, pois o mesmo retira o colesterol LDL das células e facilita sua eliminação do organismo por ser uma lipoproteína de alta densidade. Estudos comprovaram que as altas concentrações do colesterol benéfico no sangue estão associadas a um menor risco de ataques cardíacos. Ao contrário do colesterol benéfico, o colesterol LDL ajuda o colesterol a entrar nas células, fazendo com que o excesso seja acumulado nas artérias sob a forma de placas de gordura e são proteínas de baixa densidade. As altas concentrações do mau colesterol no sangue estão associadas a um maior risco de doenças no coração. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, os níveis ideais de colesterol no sangue devem ser: Colesterol Total deve estar abaixo de 200mg/dL de sangue. Colesterol benéfico HDL deve estar acima de 35mg/dL de sangue, colesterol prejudicial LDL deve estar abaixo de 130mg/dL de sangue9. Recentemente, ficou determinado que a medida não farmacológica mais eficaz é a utilização de uma dieta hipossódica caracterizada pela diminuição da ingestão de sódio. Deve-se reduzir os fatores desencadeantes tais como: a redução do peso corporal (obesidade), consumo de bebidas alcoólicas, tabaco, níveis de gordura na corrente sanguínea, estresse diário. Por outro lado deve-se aumentar a prática regular de exercícios físicos¹. Do ponto de vista farmacológico (Anexo 1), é recomendado que no início do tratamento para hipertensos leves, uma droga pertencente a uma das 6 classes de antihipertensivos, a saber: diuréticos, betabloqueadores, simpatolíticos de ação central, antagonistas dos canais de cálcio, inibidores da enzima conversora da angiotensina e antagonistas do receptor da angiotensina II. A falha no seguimento do tratamento proposto, caracterizando falta de adesão e consequente controle inadequado da pressão arterial é frequente e está associado a vários fatores. Em relação ao tratamento medicamentoso, efeitos indesejáveis das drogas e custo têm sido apontados como elementos importantes. O tratamento não-farmacológico, por outro lado, tem falhado frequentemente no seguimento de longo prazo pela falta de constância e persistência dos pacientes11. Considerando estes aspectos, a escolha do tratamento anti-hipertensivo inclui as medidas farmacológicas e não-farmacológicas e estas devem merecer atenção especial por parte dos membros da equipe de saúde 11. O objetivo do tratamento da Hipertensão Arterial consiste em evitar as complicações atingindo diversos órgãos importantes do organismo (coração, rins e cérebro) o que pode resultar em danos permanentes e até mesmo a morte. Além disso, o tratamento também objetiva o paciente a manter os níveis pressóricos dentro da normalidade¹. EDUCAÇÃO EM SAÚDE: ASPECTOS GERAIS De acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH, 2003), estudo realizado pela OMS ressalta, como prejuízos do não cumprimento do tratamento, pode ocasionar complicações para o paciente em relação a doença, comprometendo a qualidade de vida12. Segundo, Lemogoum apud Pires e Musi13 cita: “A prevenção primaria da HAS é fundamental para a redução da morbidade e mortalidade por doenças cardiovasculares. Tem como objetivo primordial a redução ou modificação dos fatores de risco da doença hipertensiva por meio da implementação de políticas públicas apropriado e programas educativos, que i busquem evitar ou retardar o desenvolvimento da doença ”. Segundo Spinato, Monteiro e Santos10 a Educação em Saúde é uma prática interdisciplinar que requer o engajamento entre os clientes, e os profissionais da área da saúde. A Educação em Saúde tem como objetivo fazer com que o indivíduo se motive a buscar novas e melhores mudanças do comportamento promovendo a saúde e o bemestar. Além disso, a Educação em Saúde quando adotada adequadamente possibilita e capacita as pessoas a aderirem às mudanças no estilo de vida, tratamento e no autocuidado, buscando atingir uma maior longevidade e evitando o adoecimento precoce. A Educação em Saúde, enquanto prática interdisciplinar possibilita a construção de um vínculo entre as pessoas e os profissionais de saúde, para fins de estabelecimento de metas com vista às mudanças de comportamento, promovendo a saúde e o bem-estar 10. A Educação em Saúde é uma estratégia importante que traz grandes benefícios a indivíduos e a comunidade (familiares), principalmente durante o tratamento de pessoas portadoras de doenças crônicas como a hipertensão arterial. Portanto, essa prática de educar é uma responsabilidade fundamental da enfermagem. Porém, todos os profissionais de saúde devem dirigir a promoção, a manutenção, a restauração da saúde do paciente e promover o bem-estar do cliente sob seus cuidados¹. Uma das metas da Educação em Saúde visando o tratamento do paciente portador de Hipertensão Arterial Crônica é fazer com que ocorra a adesão ao seu regime terapêutico. Por exemplo, podemos citar a adesão ao uso de medicamentos conforme as orientações médica e a outros hábitos que promovam a melhoria de sua qualidade de vida e promova a sua própria saúde. Contudo, mudanças profundas de comportamento (tais como modificações do estilo de vida) exigem antes de tudo compreensão da situação externa (o que ocorre onde o sujeito está inserido), e depois um movimento interno - e, normalmente, lento - em direção às modificações de hábitos10. A Hipertensão Arterial Crônica é uma doença cujo tratamento e controle exige alterações de comportamento do paciente em relação a sua doença para adotar um novo estilo de vida. Se estas alterações não forem seguidas poderá comprometer a qualidade de vida do paciente. Se não houver por parte do profissional o fornecimento de uma orientação adequada fazendo para ele aderir ao tratamento ou reconhecer a importância das complicações que decorrem destas patologias, poderá obter o insucesso em todo o plano terapêutico4. Como a Hipertensão Arterial é uma doença crônica e incurável há necessidade do enfermeiro estimular e motivar o paciente para que continue a seguir o tratamento e regimes prescritos. Com o passar dos anos há uma natural perda da adesão ao tratamento, principalmente se o paciente não for motivado a continuá-lo¹. De modo geral, a adesão ao tratamento varia de acordo com a fonte utilizada, mas significa um grau de concordância entre a orientação recebida (em relação à frequência de consultas, aos cuidados, à terapia não medicamentosa e medicamentosa) e a conduta do paciente14. Portanto, podemos conceituar a adesão terapêutica como uma relação colaborativa entre o paciente e os profissionais de saúdeii. A adesão pode ser caracterizada pelo grau de coincidência entre prescrição médica e a alteração do comportamento do paciente15. A adesão ao tratamento é um fator imprescindível para o controle da doença crônica e o sucesso da terapia proposta16. No entanto, a adesão ao tratamento é o fator primordial para o controle efetivo da Pressão Arterial e para que isso aconteça requer mudanças no estilo de vida do próprio indivíduo15. Segundo SMELTZER & BARE1 explicam que ao aderir ao tratamento o paciente assume um papel mais ativo na autodeterminação e na alteração dos seus hábitos de vida. Nesta ótica, adesão pode ser reconceitualizada, passando de uma atividade linear e controladora, para um esforço participativo que inclui a equipe profissional e paciente12. A adesão às condutas preventivas e/ou terapêuticas resulta em promoção da saúde, que é o incremento do poder (empowerment) comunitário e pessoal, por meio do desenvolvimento de habilidades e atitudes, conducentes à aquisição de poder técnico (saberes) e político para atuar em prol de sua saúde, como propõe a Carta de Ottawa. O empowerment está diretamente relacionado ao desenvolvimento de programas que promovam nas comunidades uma consciência crítica sobre sua realidade vivida10. Enquanto que a não adesão ao tratamento é um problema multifatorial, influenciado por aspectos relacionados à idade (jovens ou idosos), sexo (homens ou mulheres), doença (crônica ou aguda), ao paciente (esquecimento, diminuição sensorial e problemas econômicos), problemas relacionados aos medicamentos (custo, efeitos adversos reais ou percebidos e ainda o horário de uso dos medicamentos) e quanto a equipe cuidadora de saúde (envolvimento ou relacionamento inadequado)10. Pesquisas realizadas por LYRA JUNIOR et. al5. e CHAZAN e PEREZ6 concluem que a participação do enfermeiro na assistência do paciente hipertenso contribui na melhoria da adesão ao tratamento e no controle da pressão. Para que se possa instituir uma visão completa e eficaz no tratamento da Hipertensão há necessidade de que ocorra uma relação direta entre uma equipe multi profissional e o paciente, para que se possam obter melhores resultados em termos de adesão aos cuidados propostos. Esse engajamento se deve à complexidade da mudança de vida que se faz necessária para quem é portador de uma doença crônica. As equipes multiprofissionais conseguem pela diversidade de profissionais abordarem variados enfoques, de modo a prestar melhor esclarecimento ao paciente não apenas sobre a doença, mas sobre seu papel no tratamento14. Segundo matéria veiculada na Revista Brasileira de Hipertensão14, existem várias estratégias para conseguir aumentar a adesão, mas todas partem da boa relação entre o paciente e a equipe da saúde. Para conseguir isso, é necessário: convencer o paciente e seus familiares que a Hipertensão Arterial é uma doença que pode ser tratada e os problemas minimizados se forem seguida as recomendações tratada no “acordo” entre o paciente e a equipe; detalhar adequadamente o regime de tratamento, sendo o mais didático possível no tocante aos horários e às drogas (descrever os comprimidos, a cor e o tamanho e correlacioná-los com seus horários é uma alternativa); o profissional deve prescrever o medicamento não apenas baseando-se na potência anti-hipertensiva, mas também em relação ao seu perfil de efeitos colaterais e de interações com os outros medicamentos que o paciente faça uso; explicar os efeitos colaterais que podem ocorrer durante o tratamento, orientando o paciente e seus familiares para reconhecer os efeitos colaterais mais comuns e seu tratamento. Tem-se apontado os seguintes efeitos colaterais: quadros de hipotensão arterial, tosse, presença de broncoespasmo, distúrbios na micção e sexuais; a equipe deve reconhecer quais são os preconceitos ou medos do paciente e de seus familiares sobre esses efeitos colaterais provocados pelo uso continuado dos medicamentos anti-hipertensivos, de modo garantir a adesão ao tratamento proposto; orientar e estimular o paciente e o familiar a aprender a mensurar a pressão arterial em casa com a finalidade de controlar o nível pressórico; o profissional deve planejar com o paciente e seus familiares o tratamento, definindo as metas e os resultados a serem alcançados na mudança de estilo de vida; o profissional não deve esquecer de que a orientação para melhorar a adesão deve estar de acordo com o grau de compreensão do paciente. O profissional deve introduzir aos poucos pequenas mudanças simplificadas na rotina do paciente de modo que ele possa cumprir. Desse modo, o paciente deve ir cumprindo as rotinas simples para as mais complexas de modo a motivá-lo na mudança do comportamento; estimular o paciente a ser um agente efetivo na monitoração de seu tratamento, tanto por meio das consultas com os profissionais de saúde presente nas unidades de saúde, como por contato telefônico14. A forma como os profissionais de saúde interagem e se comunicam com o usuário são fatores determinantes para a adesão ao tratamento, uma vez que pacientes satisfeitos com a equipe apresentam melhor aceitação às orientações17. Segundo Maldaner16, determina a existência de nove fatores que influenciam na adesão terapêutica: confiança na equipe, redes de apoio, nível de escolaridade, aceitação da doença, efeitos colaterais na terapêutica, falta de acesso aos medicamentos, tratamento longo, esquema terapêutico complexo e ausência de sintomas. Em geral, os clientes que apresentam quadros de Hipertensão Arterial em grau avançado ou grave exigem acompanhamento e apoio mais constantes por meio de uma equipe multiprofissional. Além disso, hoje preconiza o uso da farmacoterapia contínua. No entanto, a adesão terapêutica significa relação colaborativa entre os pacientes e os profissionais de saúde. Estudos têm demonstrado que a baixa adesão ou a não adesão do paciente ao tratamento poderá ocasionar o aparecimento de problemas multi fatoriais, envolvendo vários órgãos acometidos, o que aumenta a possibilidade de internações hospitalares, aparecimento de complicações e risco de morte do paciente. A farmacoterapia no idoso: revisão sobre a abordagem multiprofissional no controle da Hipertensão Arterial Sistêmica18. Há estudos que demonstram a relação entre a adesão ao tratamento e outros fatores ligados ao indivíduo, tais como o sexo do paciente, sua cultura e importância para com a sua saúde. Segundo alguns autores, Spinato, Monteiro e Silva10, as mulheres geralmente aderem mais ao tratamento, quando comparadas aos homens, e também foi visto que os indivíduos de idade mais avançada, mulheres, grau de escolaridade mais elevado aderem melhor o tratamento, pois podemos inferir que esta população apresenta maior longevidade e menor morbidade no seu processo saúde doença. Para Araújo e Garcia12 explicam que o jovem não se sente vulnerável à doença, enquanto que o idoso se preocupa com a saúde e apega ao tratamento como alternativa de prolongamento da vida. Ressaltam que a disponibilidade financeira deve ser um ponto importante a ser considerado no processo de adesão12. Segundo os autores acima referem que a situação socioeconômica é um fator altamente interveniente na adesão, estando não só relacionada à compra de medicamentos, mas também a aspectos educacionais, culturais e sociais. Para eles os fatores ligados ao paciente, tais como às características biossociais - idade, sexo, raça, escolaridade, nível socioeconômico, ocupação, estado civil, religião, crenças de saúde, hábitos de vida e aspectos culturais, podem interferir no processo de adesão ao tratamento. Verificaram nos pacientes com maior conhecimento sobre a doença e o tratamento que deverá ser cumprido apresentaram-se 3,6 vezes mais aderentes do que aqueles com um menor nível de conhecimento12. No que se refere à terapêutica não farmacológica há autores que consideram o processo de aceitação e adaptação às modificações no estilo de vida relaciona-se diretamente ao seguimento do tratamento para o controle da Hipertensão Arterial. Os autores verificaram que os pacientes relacionam o tratamento a mudanças problemáticas no cotidiano, como restrições alimentares, de lazer e trabalho. Os autores apontam que quanto os mais altos forem o níveis de adesão do paciente relacionados somente à medicação, pior será a adesão do paciente a outras terapias não medicamentosas, o que inclui a dieta, atividades físicas e o consumo de álcool. Segundo as autoras, os pacientes que utilizam medicamentos tendem a aderir menos às modificações no estilo de vida, pois acreditam que o uso das drogas é suficiente para se obter o controle da pressão arterial 12. Este comportamento de baixa adesão que pode ocorrer em alguns pacientes hipertensos é de fato preocupante. Pois os objetivos dos tratamentos não farmacológicos constituem na redução das cifras tensionais e dos fatores de risco cardiovasculares. Levando-se em conta esses aspectos é recomendável que os profissionais de saúde discutam com os pacientes quais modificações eles podem ser capazes de realizar de modo que as práticas terapêuticas possam ser incorporadas efetiva e realisticamente ao cotidiano do paciente14. ORIENTAÇÃO PARA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTO CORRETA Conforme descrito anteriormente os tipos de medicamentos que podem ser empregados no tratamento da Hipertensão Arterial. No entanto, somente a prescrição dos medicamentos pelo médico não é o suficiente para que a mesma possa ter seu efeito mais eficaz em relação ao tratamento. O paciente deve conhecer quais são os cuidados na administração do medicamento19. Deste modo, é essencial que o profissional de saúde forneça aos pacientes algumas informações complementares para a administração do medicamento. Considerase importante as seguintes condutas19. - Informar o paciente das razões de utilizar corretamente o medicamento de maneira que ele possa comprometer-se com o tratamento proposto; - Orientar sobre a forma adequada de ingerir os diferentes tipos de medicamentos, se com água, leite, suco, e/ou alimentos, ou antes, durante e após as refeições; - Informar o paciente sobre a importância do cumprimento dos horários estabelecidos, a quantidade de medicamento e a duração do tratamento; e informar sobre a possibilidade de eventuais ocorrências de reações desagradáveis e qual a conduta a ser adotada. O paciente deve seguir atentamente as orientações e as determinações que estão contidas na receita médica. Esta deve indicar à dosagem indicada e à forma de tomar o medicamento. A utilização errada do produto pode acarretar ineficácia do tratamento ou até mesmo a intoxicação do paciente19. Outro cuidado antes do uso do medicamento é ler atentamente as informações presentes na bula, principalmente quanto às interações entre os medicamentos ou com alimentos e bebidas, em especial as alcoólicas, para evitar alteração na ação da medicação. Caso o paciente não entenda as informações existentes na bula, deve buscar esclarecimentos com seu médico que prescreveu o medicamento ou com um farmacêutico19. Para Araújo e Silva15 com a introdução de novos agentes farmacológicos, a qualidade de vida dos hipertensos tem melhorado significativamente e esse fator parece estar influenciando diretamente na adesão do paciente ao tratamento medicamentoso proposto. O autor ainda chama a atenção que os médicos devem ajustar rapidamente a dose dos medicamentos para cada nível pressórico do paciente. Esse fator tem a finalidade de evitar o aparecimento de sintomas desagradáveis no início do tratamento. Os sintomas provocados, quando severos, poderá ser um fator de baixa aderência do paciente ao esquema terapêutico proposto, pois o paciente associa a piora na qualidade de vida com os efeitos colaterais do medicamento, abandonando por conta própria o uso da medicação. Verificam que o maior nível de adesão está relacionado à terapia farmacológica, sendo um dos motivos para a ocorrência desse fato os progressos dos medicamentos, a cada dia mais efetivos e com uma incidência cada vez menor de efeitos colaterais. Num estudo realizado demonstra que os fatores de ordem financeira arcado pelo paciente para adquirir muitas vezes múltiplos medicamentos que requerem uso prolongado e continuado podem constituir um dos principais fatores para a descontinuação do tratamento farmacológico12. Alguns autores apontam que os serviços de saúde devem possuir algumas responsabilidades para favorecer a adesão do paciente no tratamento da hipertensão arterial. Os autores concluem que o fornecimento gratuito de medicamentos para o tratamento da hipertensão; a facilidade no agendamento de exames e consultas médicas; do serviço possuir política que favorece a aproximação do paciente (facilidade na localização e o recebimento de vale transporte); a presença contínua de médicos e de funcionários são medidas que favorecem a adesão do tratamento e cria um vínculo do paciente com o serviço de saúde15. Há autores16 que relacionam a complexidade do regime terapêutico pode afetar a adesão ao tratamento. Relata que o número de doses, aplicação de múltiplos horários necessários para o paciente ingerir os medicamentos, duração do tratamento, falhas ocorridas nos tratamentos anteriores, mudanças frequentes do tipo de medicamento e a influência na qualidade de vida como fatores influentes. Pesquisas demonstram que o paciente adere melhor ao tratamento quando há simplificação da rotina do uso da medicação. Ela recomenda as seguintes estratégias: diminuição do número de medicamentos a serem ingeridos diariamente; diminuição da frequência das dosagens dando preferência a única dose diária; e o horário deve estar associado a rotina do paciente a fim de evitar o esquecimento12. Há vários autores que enfatizam a prescrição medicamentosa deve ser adaptada às necessidades do individuo e ser elaborada de acordo com o estilo de vida dos pacientes15. Para SPINATO et al10 constataram que os pacientes preferem medicamentos administrados em dose única diária, com o horário de administração associado a atividades rotineiras matinais; e que eles preferem adotar formas que conciliem suas atividades com o tratamento proposto. Portanto, é de extrema importância levar em conta as necessidades e preferências pessoais por ocasião da realização da prescrição. Para LEMOLGOUM et. al.13 referem que o tratamento farmacológico deve ser efetivo e ter pouco ou nenhum efeito colateral e não interferir negativamente na qualidade de vida dos pacientes. Os principais fatores que afetam a adesão estão relacionados à complexidade do regime terapêutico, como número de doses, comprimidos e horário das tomadas, duração do tratamento, falha de tratamentos anteriores, mudanças frequentes no tratamento e influência na qualidade de vida. A adesão ao tratamento pode ser mais eficaz em indivíduos que nunca mudaram de esquema terapêutico e que tomam apenas um comprimido por dia2. Segundo Gusmão et al14 verificaram em estudo realizado com 353 hipertensos que 56% tinham preferência por tratamento farmacológico, por via oral (84%), em comprimidos (60%), uma vez ao dia (81%) e pela manhã (65%), aspectos esses que devem ser considerados na prescrição do tratamento. FATORES DE RISCO PARA HIPERTENSÃO ARTERIAL CRÔNICA (HAC) Dietoterapia A Hipertensão Arterial pode ser considerada como uma doença típica das sociedades ocidentalizadas que habitualmente consomem muito sal. Pessoas que ingerem mais de 6g de sal por dia (ou 2,3g de sódio) apresentam maior risco de terem pressão alta. O sal aumenta a pressão arterial por induzir duas alterações nos vasos sanguíneos: a) o sal (cloreto de sódio) aumenta o volume de líquidos dentro dos vasos, pois para o sangue não ficar com níveis altos de sódio, os rins absorvem mais água para dilui-lo; b) o sódio age diretamente nas paredes das artérias causando uma constrição das mesmas, levando a um aumento da resistência (pressão) à passagem do sangue e uma menor capacidade de vasodilatação9. O paciente hipertenso deverá ser orientado a fazer uso de uma dieta hipossódica desde o início do tratamento. Assim, ele deverá ser orientado pelo profissional de enfermagem a alterar seu hábito alimentar, principalmente evitar ingerir alimentos gordurosos e embutidos; molhos e temperos prontos e concentrados; bolachas, pães, salgadinhos, pipocas e aperitivos salgados. Recomenda-se também não ingerir cafeína em excesso, para não elevar a pressão arterial. Alimentos ricos em potássio devem ser estimulados a ingestão, principalmente naqueles que fazem uso de diuréticos espoliadores de potássio (ver anexo 1)¹. A alimentação desempenha um papel importante na atividade física, pois prepara o organismo para o esforço, fornecendo os nutrientes necessários que irão variar de acordo com o tipo de exercício e o objetivo que se pretende alcançar, como, por exemplo, perda de peso ou ganho de massa muscular10. Controle de peso O excesso de peso caracterizado pela obesidade é um importante fator de risco quando associada a Hipertensão Arterial, pois aumentam consideravelmente o risco para o aparecimento de complicações de maior gravidade ao paciente hipertenso pela manutenção da taxa elevada da pressão arterial. Em pessoas obesas quando apresentam Índice de Massa Corporal (IMC) maior que 30 apresentam até seis vezes mais chances de apresentarem pressão alta do que indivíduos com IMC abaixo de vinte e cinco. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o IMC deve norma deve estar entre 18,5 e 25 para que seja afastado o risco da ocorrência da Hipertensão Arterial21. Além do excesso de peso, o tamanho da circunferência abdominal também constitui um fator de risco importante. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes20 identifica que os homens que apresentam a circunferência abdominal acima de 105 cm de diâmetro e as mulheres acima de 85 cm correm o risco de apresentar problemas cardiovasculares em relação ao desenvolvimento de doenças hipertensivas e de colesterolemia. Para um maior controle de peso recomenda-se que os pacientes façam uso de dietas fracionadas, em pequenas quantidades, em torno de cinco a seis vezes ao dia a fim de evitar o ganho de peso o que também lhe é prejudicial2. Recomenda-se também que o paciente deve dar preferência na ingestão de alimentos integrais, tais como: pão, arroz, macarrão, biscoitos; carnes brancas (aves e peixes); aumentar consumo de frutas, verduras e legumes. Além disso, deve realizar uma dieta variada para se obter diferentes tipos de vitaminas e de sais minerais. É permitido ingerir diariamente leite desnatado e/ou derivados, mas deve estar atento aos teores de sal contidos em queijos, requeijões e ricotas. Sabe-se que os laticínios são uma fonte importante de cálcio¹. Bebidas alcoólicas Estudos nutricionais não recomendam o consumo diário de mais de dois copos de vinho ou dois copos de cerveja, pois oferecem o dobro de chances do paciente adquirir pressão alta. Quanto maior o volume regular de álcool ingerido, maior é o risco. Por outro lado, o consumo moderado de álcool, isto é, consumo não diário e não maior do que 2 drinks ao dia, não parece ter efeitos maléficos sobre a pressão arterial9. Sedentarismo e Exercícios Físicos O sedentarismo constitui também um importante fator de risco para hipertensão arterial. A prática regular de exercícios diminui os níveis circulantes de adrenalina, que causa constrição das artérias, aumenta a liberação de endorfinas e óxido nítrico que causam vasodilatação. Além disso, o sedentarismo contribui para o sobrepeso e aumento do colesterol9. Prevenir e tratar a Hipertensão Crônica requer o envolvimento da equipe de saúde, com o objetivo de ensinamentos para introduzir mudanças de hábitos de vida. A implementação dessas mudanças, porém, é lenta, e necessitam de medidas educativas que tenham continuidade. Devem ser promovidas por meio de ações individualizadas, elaboradas para atender as necessidades específicas de cada individuo, de modo a serem mantidas ao longo do tempo21. Alterar hábitos requer a entrada em uma nova realidade, que eventualmente poderá produzir a perda de certas referências, como nas relações sócias e familiares. A adoção de um interfere de forma positiva no controle dos fatores de risco cardiovasculares. Falar em estilo de vida saudável pressupõe, no mínimo, uma alimentação balanceada e a prática regular de atividades físicas, salientando-se que as orientações não farmacológicas são tão importantes quanto o uso de anti-hipertensivos 21. Estudos realizados há muitos anos, sobre a prática de exercícios físicos aeróbicos como medida não farmacológica para apoio ao tratamento da hipertensão demonstra um importante componente na melhoria da qualidade de vida. Estudos constataram que a prática regular de exercícios físicos resulta numa menor morbidade e mortalidade, por doenças relacionadas ao sistema cardiovascular com benefícios evidentes para os indivíduos portadores da hipertensão10. O paciente também deve ser instruído a realizar atividade física aeróbica regular. Caminhadas rápidas com duração de no mínimo trinta minutos por dia, em média quatro vezes por semana constituem exercícios aeróbicos é permitido aos pacientes de maneira geral. Exercícios como a hidroginástica é muito bem tolerada para os pacientes que tem problemas relacionados com a marcha e necessitam realizar exercícios de baixo impacto. Mas, tanto paciente como o enfermeiro necessitam de orientações especiais fornecidas por um preparador físico qualificado nesse tipo de atendimento¹. Segundo especialistas referem que os exercícios físicos realizados regularmente provocam importantes adaptações autonômicas e hemodinâmicas que vão influenciar o sistema cardiovascular7. Os exercícios aeróbicos têm o objetivo de manter a homeostasia celular diante do incremento das demandas metabólicas. Há aumento no débito cardíaco, redistribuição no fluxo sanguíneo e elevação da perfusão circulatória para os músculos em atividade10. Em 1996, o Colégio Americano de Medicina do Esporte e o Centro de Prevenção e Controle de Doenças9 desenvolveram guias para quantificar o montante de atividade física requerida para propiciar benefícios à saúde, preconizando a execução de atividades moderadas em pelo menos 30 minutos diários todos dias da semana, de preferência, ou pelo menos em três dias. As sessões de atividade física não precisam ser de esforços continuados, podem ser realizados em pequenas sessões (três vezes de 10 minutos, por exemplo, ou duas vezes de 15 minutos)10. As medidas de intervenção comunitária para mudanças no estilo de vida e adoção de hábitos mais saudáveis devem ser sustentáveis ao longo prazo e devem incluir todos os grupos sociais, especialmente aqueles com menores possibilidades de escolha em razão da pobreza e da exclusão social8. Tabagismo O cigarro causa aumento imediato da pressão arterial por ação vasoconstritora da nicotina e também acelera o mecanismo de arteriosclerose, deixando os vasos duros e rígidos. Estudos também demonstram que o fumante passivo corre o risco de apresentar hipertensão arterial quando convive por longos anos com o fumante. A pílula anticoncepcional também é apontada como fator causador do aumento da pressão arterial, principalmente quando utilizada por muitos anos ou estar associada ao tabagismo em mulheres acima de 25 anos de idade9. APOIO FAMILIAR A HAS destaca-se no contexto familiar como uma experiência de difícil adaptação. Por isso, é importante que o enfermeiro interfira, fornecendo orientações ao paciente estimulando-o para a mudança do estilo de vida ou comportamento22. Vale ressaltar que é de fundamental importância o envolvimento dos familiares do hipertenso na busca das metas a serem atingidas pelas modificações do estilo de vida. Acrescenta-se que com o acesso dos profissionais de saúde às famílias de hipertensos há o favorecimento nos esforços preventivos, incentivando tanto os portadores da doença como a seus familiares a adotarem hábitos de vida saudáveis e controlando, corrigindo e evitando maiores complicações23. CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao realizarmos este estudo, podemos considerar que o tratamento dispensado ao paciente portador de Hipertensão Arterial Crônica deve ser realizado por uma equipe multiprofissional devido aos seus múltiplos recursos que são utilizados para tratá-lo. Como a doença da Hipertensão atinge de forma insidiosa os indivíduos, quando estes se manifestam os problemas por ela causados pode ser que a doença já acomete o indivíduo durante muitos anos. Com isso, há necessidade de um tratamento mais longo e demorado. A ação do profissional em fazer com que o paciente atue ativamente no controle da doença e na adoção de medidas preventivas para evitar o agravamento somente pode ser perdurada por mais tempo quando o paciente toma consciência de como a doença se manifesta. A Hipertensão, por ser uma doença crônica pode fazer com que o paciente relaxe a vigilância e não adote mais as recomendações médicas e de outros profissionais de saúde, fazendo com que perca a adesão ao tratamento com possibilidade de surgir graves complicações. Por isso, é importante que todo profissional da saúde conheça os fatores que favorecem e aqueles que dificultam a adesão do paciente ao tratamento proposto. Entende-se que a maior medida de fazer com que o paciente esteja aderido ao tratamento passa pela confiança dele junto à equipe que o trata, da sua liberdade em expor facilidades e dificuldades encontradas durante o tratamento, do apoio recebido na equipe e pelos familiares em casa, da disponibilidade de ter seu medicamento a qualquer tempo e hora e de valorizar sua saúde. Portanto pode-se concluir que, mediante a realização das pesquisas e a confecção do presente estudo foi possível atingir os objetivos propostos em relação ao fato de descrever quais os fatores que aumentam e diminuem a adesão ao tratamento, sendo estes respectivamente: grau de escolaridade; mudança do estilo de vida; confiança na equipe; sexo e idade; complexidade do regime terapêutico; efeitos colaterais da medicação; fator socioeconômico; número de medicamentos; horário da tomada do medicamento. Contudo não podendo esquecer-se das orientações descritas e discutidas nas fontes de pesquisa as quais são: orientar ao cliente e familiares sobre a patologia, complicações, manifestações clínicas, fatores de risco e tratamento a ser seguido. Orientações estas prestadas por toda a equipe de saúde com maior ênfase na atuação do profissional enfermeiro. Finalmente entende-se que a adesão ao tratamento também pode ser uma forma de humanizar o atendimento do paciente, visto que ela se dá pelo diálogo franco e verdadeiro entre as partes envolvidas. agradecimentos Agradecemos ao nosso Deus por todas as coisas que Ele nos concedeu, e aos familiares que tiveram paciência diante de nossas ausências necessárias para a realização do curso, aos amigos pela troca de conhecimento, palavras positivas e o ombro amigo diante das nossas fraquezas e cansaços, ao corpo docente desta instituição e em especial ao nosso orientador por acreditar e nos incentivar e auxiliarnos nesta jornada. REFERÊNCIAS 1. SMELTZER, S.C.; BARE, B.G; HINKLE, J.L.; CHEEVER, K.H. Tratado Enfermagem Médico-cirúrgica. 11ed. Rio de Janeiro: Guanabara; 2009. 2. CHAVES, E.S.; LOPES, M.V.O.; ARAÚJO, T.L. Investigação de fatores de risco associados a hipertensão arterial em grupos escolares. Rev. Enfermagem. v.14,n.2, p.169-75, 2006. 3. BRASIL, Ministério da Saúde. http://portal.saude.gov.br/portal/se/datasus/area.cfm?id_area=807. Acesso em 23 de agosto 2012. 4. MIRANZI, S de S.C.; FERREIRA, F.S.; IWAMOTO, H.H.; PEREIRA, G de A.; MIRANZI, M.A.S. Qualidade de vida de indivíduos com diabetes mellitus e hipertensão acompanhados por uma equipe de saúde da família. Texto contexto - enferm. v.17, n.4, p. 672-79, abr/jun, 2008. 5. LYRA JUNIOR, J.D.P.de; AMARAL, R.T. do; VEIGA, E.V.; CÁRNIO, E.C.; NOGUEIRA, M.S.; PELÁ, I.R. A farmacoterapia no idoso: revisão sobre a abordagem multiprofissional no controle da Hipertensão Arterial Sistêmica. Rev. Latino-Am. Enfermagem. v.14, n.3, p. 435-41, maio/jun, 2006. 6. CHAZAN, A.C.; PEREZ, E.A. Avaliação da Implementação do Sistema Informatizado de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos (HIPERDIA) nos Municípios do Estado do Rio de Janeiro. Rev. APS, v. 11, n. 1, p. 10-16, jan./mar. 2008. 7. MITCHELL, R.N. (Ed.). Robbins & Cotran: fundamentos de patologia. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. 829 p. 8. COTTA, R.M.M.; BATISTA, K.C.S.; REIS, R.S.; SOUZA, G.A.; DIAS, G; CASTRO, F.A.F; ALFENAS, R.C.G. Perfil sociossanitário e estilo de vida de hipertensos e/ou diabéticos, usuários do Programa de Saúde da Família no município de Teixeira, MG. Ciência & Saúde Coletiva. v.14, n.4, p.1251-1260, 2009. 9. MED.SAUDE. Sintomas da Hipertensão Arterial. http://www.mdsaude.com/2012/08/sintomas-da-hipertensao.html. Ago.2012. Disponível em: Acesso em: 29 10. SPINATO, I.L.; MONTEIRO, L.Z.; SANTOS, Z.M.deS. Adesão da pessoa hipertensa ao exercício físico - uma proposta educativa em saúde. Texto contexto - enferm. v.19, n.2, p. 256-264, 2010. 11. MION JR, D.; PIERIN, A.M. G.; GUIMARÃES, A. Tratamento da Hipertensão Arterial – respostas de Médicos Brasileiros a um inquérito. Rev Ass Med Brasil. v.47, n.3, p. 249-54, 2001. 12. ARAÚJO, G.B da S.; GARCIA, T.R. Adesão Ao Tratamento Anti-Hipertensivo: uma análise conceitual. Rev. Eletrônica de Enfermagem. v. 08, n. 02, p. 259 - 272, 2006. 13. LEMOLGOUM, D. In: PIRES, C.G.da S.; MUSI, F.C. Refletindo sobre pressupostos do cuidar/cuidado na educação em saúde da pessoa hipertensa. Rev. Esc Enferm USP. v. 43, n.1, p.229-26, 2009. 14. GUSMÃO, J.L.; GINANI, G.F.; SILVA, G.V.; ORTEGA, K.C.; MION JR., D. Adesão ao tratamento em hipertensão arterial sistólica isolada. Rev. Bras. Hipertensão. v. 16, n.1,p.38-43, 2009. 15. ARAÚJO, L.C.L.; SILVA, E.V. Avaliação da adesão ao tratamento anti-hipertensivo em pacientes atendidos na Unidade de Saúde de Cocalzinho (Goiás). Actas de Saúde Coletiva. v.4,n.3,p.83-93,2010. 16. MALDANER, C.R.; BEUTER, M.; BRONDANI, C.M.; BUDÓ, M.L.D.; PAULETTO M.R. Fatores que influenciam a adesão ao tratamento na doença crônica: o doente em terapia hemodialítica. Rev Gaúcha Enferm. v.29.n.4,p. 647-53,dez, 2008. 17. SANTOS, F.S.; OLIVEIRA, K.R.; COLET, C.F. Adesão ao tratamento medicamentoso pelos portadores de Diabetes Mellitus atendidos em uma Unidade Básica de Saúde no município de Ijuí/RS: um estudo exploratório. Ver. Ciênc Farm Básica Apl. V.31, n.3, p.223-227, 2010. 18. LYRA JÚNIOR, D.P; AMARAL, R.T.; VEIGA, E.V.; CÁRNIO, E.C.; NOGUEIRA, M.S.; PELÁ, I.R. Rev. Latino-Am. Enfermagem. v.14, n.3, p. 435-41, maio/jun, 2006. 19. AGENCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA E INSTITUTO DEFESA DO CONSUMIDOR. Guia Didático. Vigilância Sanitária: alimentos, medicamentos, produtos e serviços de interesse à saúde. 2007. 20. SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Risco cardiovascular relacionada com a circunferência abdominal. http://www.diabetes.org.br/. Acesso 25 de maio de 2013. 21. PALOTA, L.. Adesão ao tratamento da Hipertensão Arterial: Estudo entre usuários cadastrados no Centro de Saúde de um Município do Interior Paulista. Dissertação apresentada na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto para obtenção do grau de mestre na área de Enfermagem Fundamental, 2010, 91p. 22. SARAIVA, K.R. de O.; SANTOS, Z.M.de S.A.; LANDIM, F.L.P.; TEIXEIRA, A.C. Saber do familiar na adesão da pessoa hipertensa ao tratamento: análise com base na popular em saúde. Texto contexto - enferm. v.16, n.2, p. 263-70, abr/jun, 2007. 23. LAZARINI, C.L.C.; VITORINO, C.M.; L.; ESPÍNDULA, M.B. Hipertensos usam corretamente as medicações, mas não mudam hábitos alimentares e estilo de vida. Revista Eletrônica de Enfermagem [serial on line] 2009. Ago – Dez. 1(2) 1 – 26. Available from: http://www.ceen.com.br/revista. ANEXO I MEDICAMENTOS DE USO CONTÍNUO. CLASSE Diuréticos tiazídicos TIPO AÇÃO INDICAÇÃO REAÇÕES ADVERSAS RECOMEND AÇÕES Hidroclorotiazida (1ª escolha) Diurético Antihipertensivo Tratamento de edema associado a ICC; Cirrose Hepáticas, Disfunção renal, Hipertensão Arterial. Indicado para pacientes idosos e negros. Hipotensão postural, trombose venosa, remias, dor no peito e cefaleia. Tomar medicamento via oral pela manhã todos os dias. Clortalidona (1ª escolha) Amilorida escolha) Diuréticos de Alça Diurético espoliador de Potássio e Antihipertensivo Edema e Hipertensão Arterial. Indicado para pacientes idosos e negros. (1ª Diurético poupador de potássio+ antihipertensivo Controle arterial. da Pressão Furosemida (2ª escolha) Diurético espoliador de Potássio e Antihipertensivo Crise hipertensiva, edema (devido a distúrbio cardíaco, hepático ou renal), edema pulmonar agudo, hipertensão arterial (leve a moderada). Podem dificultar o controle da glicemia evitar uso em pacientes diabéticos. hipotensão postural, trombose venosa, arritmia, dor no peito, cefaleia, fraqueza, sonolência, fadiga, anorexia. Palpitações, taquicardia sinusal, extrasístole, hipotensão, urticaria, náusea, vômito, dispepsia, diarreia, aumento da frequência respiratória, anorexia, inquietação, nervosismo, tontura, cefaleia, insônia, convulsão. hiperglicemia constipação, diarreia, boca seca, dispepsia, poliúria, desidratação, hipovolemia, mialgia, tontura, Podem aumentar o nível de ácido úrico, por isso deve ser evitado em pacientes com gotas. Tomar medicamento continuamente, sem interrupção. Podem dificultar o controle da glicemia evitar uso em pacientes diabéticos. Podem aumentar o nível de ácido úrico, por isso deve ser evitado em pacientes com gotas. Tomar o medicamento no mesmo horário e não interromper o tratamento. Tomar medicamento VO antes das 18h00, preferencialment e pela manhã com alimentos para aumentar a excreção urinária cefaleia. Bumetamida (2ª escolha) Espoliador de potássio; antihipertensivo Edema na insuficiência cardíaca congestiva. Edema na cirrose hepática, edema na doença renal. Bloqueadores do Receptor de Aldosterona Espironolactona Diurético poupador de potássio, antihipertensivo. Controle arterial. Inibidores da ECA (IECA) e Antagonistas dos receptores da angiotensina 2 (ARA2) Captopril, Enalapril, Ramipril, Lisinopril, Losartan, Candesartana, Olmesartana Antihipertensivo Para tratamento pressão arterial. Inibidores do canal de cálcio Nifedipina Amlodipina da Pressão da Indicado para jovens, pessoas com doença cardiovascular e insuficiente renais crônicos, principalmente se já houver proteinúria. e Antihipertensivo de forte ação Para indivíduos da raça negra e idosos. taquicardia, vasodilatação, hipotensão postural, elevação da PA, sincope, boca seca, náusea, vomito, dor abdominal, constipação, distúrbio visuais, anorexia, insônia, tremor, dor torácica. Arritmia, ginecomastia, irritação gástrica, hiponatremia, tontura, confusão mental, cefaleia. e evitar desconforto gástrico. Usar medicamento no mesmo horário, pela manhã para evitar a nictúria. Se necessário a 2ª dose administrar a tarde. Tomar o medicamento no mesmo horário e não interromper o tratamento. Funcionam mal em negros. Podem elevar o potássio sanguíneo e causar alergias em alguns doentes. Edema em alguns pacientes. Indicado quando a pressão não diminui com o uso de IECA. BetaBloqueadores Propranolol, Atenolol, Carvedilol, Metoprolol, Bisoprolol Antihipertensivo Apesar de ser pouco eficiente do que os 2 tipos de medicamentos citados acima, é recomendado para ser utilizado em pacientes com doença cardiovascular, arritmias cardíacas, enxaqueca, Hipertiroidismo, e pessoas ansiosas com tremores das mãos. Contra indicado para pacientes asmáticos e pessoas com frequência cardíaca menor que 60 batimentos. Pacientes portadores de Hiperplasia de Prostata benigna (usar Bloqueadores Alfa = o Prazosin e o Doxazosin FONTE: GUIA DE MEDICAMENTOS E CUIDADOS DE ENFERMAGEM, LIVRO – AME 2009-2010. ANEXO II ORIENTAÇÃO QUANTO AOS ALIMENTOS PERMITIDOS OU NÃO ALIMENTO Salgados Gordurosos e Embutidos Molhos e temperos prontos e concentrados Massas e pães salgados Aperitivos Alimentos ricos em potássio Bebida com cafeína EXEMPLO toucinho, costela, salame, mortadela, presunto, carne seca, linguiça, salsicha, bacon, bacalhau, salaminho. PERMITIDO EVITADO Sim mostarda, maionese, catchup, molho inglês, caldo de carne em cubos e demais temperos, extrato de tomate, molho de soja. Sim Bolachas salgadas, pães salgados, salgadinhos de padaria, pipoca com sal, salgadinho industrializado. amendoim salgado, azeitonas, pepino, castanha. mamão, laranja, banana, ameixa, batata, cenoura, beterraba. Sim café, chá preto, chimarrão. Sim Sim Sim