Volume 22- Nº 4 Outubro 2015 - Sociedade Brasileira de Diabetes

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Volume 22 – número 04 – outubro 2015
Dia Mundial do Diabetes e
as Novas Ações em 2015
Momento de se Preparar
para o Diabetes 2015
SBD Lança
Quatro Novos
Posicionamentos
Oficiais
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Vol. 22 - nº 04 - outubro 2015
capa2
TRESIBA™
INSULINA DE AÇÃO
ULTRALONGA
em dose única diária1,2
Sucesso na redução da HbA1c3,4
Menor risco de hipoglicemia
noturna vs. glargina3,4
Flexibilidade no horário de
administração da dose diária,
quando necessário1
...administrada em dose única.
C
M
Y
CM
MY
CY
MY
K
Referências bibliográficas: 1. Bula do produto. 2. Jonassen I, Havelund S,
Hoeg-Jensen T, Steensgaard DB, Wahlund P-O, Ribel U. Design of the novel
protraction mechanism of insulin degludec, an ultra-long-acting basal insulin.
Pharmaceutical Research. 2012;29(8):2104-2114. 3. Zinman B, Philis-Tsimikas
A, Cariou B, Handelsman Y, Rodbard HW, Johansen T, Endahl L, Mathieu C.
Insulin degludec versus insulin glargine in insulin-naive patients with type 2
diabetes: a 1-year, randomized, treat-to-target trial (BEGIN Once Long).
Diabetes Care. 2012;35(12):2464-2471. 4. Heller S, Buse J, Fisher M, Garg S,
Marre M, Merker L, Renard E, Russell-Jones D, Philotheou A, Ocampo Francisco
AM, Pei H, Bode B. Insulin degludec, an ultra-longacting basal insulin, versus
insulin glargine in basal-bolus treatment with mealtime insulin aspart in type 1
diabetes (BEGIN Basal-Bolus Type 1): a phase 3, randomised, open-label,
treat-to-target non-inferiority trial. Lancet. 2012;379(9825):1489-1497.
Tresiba™ - insulina degludeca. Solução injetável de insulina degludeca 100
U/mL em sistema de aplicação preenchido com 3 mL. Indicação: tratamento de
diabetes mellitus. Uso adulto. Contraindicações: hipersensibilidade à insulina
degludeca ou excipientes. Contraindicado para menores de 18 anos.
Advertências e Precauções: hipoglicemia pode ocorrer se a dose de insulina
for muito alta. Hiperglicemia e cetoacidose diabética podem ocorrer com
dosagens inadequadas ou com a descontinuação. A transferência para outro
tipo ou marca de insulina pode levar a alteração de dosagem. Tiazolidinedionas
devem ser descontinuadas se ocorrer piora de sintomas cardíacos. Pode causar
piora temporária da retinopatia diabética. Pacientes devem ser instruídos a
verificar rótulo e tipo de insulina antes de cada injeção. Pode ocorrer formação
de anticorpos anti-insulina, nestes casos há necessidade de ajuste de dose. Há
limitada experiência clínica durante a gravidez e lactação, nestes casos
recomenda-se o monitoramento e controle intensificado da glicemia. Categoria
de risco na gravidez: C. A habilidade do paciente em concentrar-se e reagir
pode ser prejudicada como resultado da hipoglicemia. Interações:
antidiabéticos orais, agonista do receptor do GLP-1, inibidor da
monoaminooxidase (IMAO), beta-bloqueadores, inibidores da enzima
conversora da angiotensina (ECA), salicilatos, esteroides anabólicos e
sulfonamidas, contraceptivos orais, tiazidas, glicocorticoides, hormônios da
tireoide, simpatomiméticos, hormônios de crescimento e danazol, octreotida,
lanreotida e álcool. Reações adversas: hipoglicemia, reações no local de
administração, edema periférico, lipodistrofia, hipersensibilidade e urticária.
Posologia: A dose inicial para a diabetes mellitus tipo 2 é de 10 U seguido por
ajustes individuais de dose. Para a diabetes mellitus tipo 1 deve ser usado uma
vez ao dia, associado à insulina prandial com subsequentes ajustes individuais
da dose. Administração subcutânea uma vez ao dia a qualquer horário. VENDA
SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. Registro MS: 1.1766.0029. Para informações
completas, vide bula do medicamento.
Este medicamento não deve ser utilizado em caso de hipersensibilidade ao princípio ativo ou a qualquer
um de seus excipientes. O álcool pode intensificar ou diminuir o efeito hipoglicêmico da insulina.
Material destinado exclusivamente a profissionais de saúde habilitados a prescrever e/ou dispensar medicamentos
Material de uso exclusivo do representante
Novo Nordisk Farmacêutica do Brasil Ltda.
Av. Francisco Matarazzo, 1.500 - 13º andar - Ed. New York - Água Branca - São Paulo/SP - CEP 05001-100
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TM
insulina degludeca
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Palavra do Presidente
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1
N
ão é possível escolher os rumos
que a vida nos dá. Existe um significado sim, mas às vezes é tão
difícil entender. Só que é preciso seguir em frente e é o trabalho na
SBD que irá ajudar a atravessar o momento e continuar.
São muitas atividades que estão em
andamento, sem falar de uma agenda
de reuniões e prestação de contas que
serão realizadas durante nosso Congresso, em Porto Alegre, em novembro. Nem é preciso comentar que será
um mês repleto de compromissos, já
que logo após o Diabetes 2015 acontece o Dia Mundial do Diabetes. Tarefas
importantes e que estão sendo realizadas de forma primorosa pela equipe do
Congresso e da Comissão de Campanhas. Balduíno e Bertoluci, que estão à
frente do Diabetes 2015, boa sorte e já
temos certeza de que será um sucesso.
Krakauer, parabéns pelas conquistas na
campanha do Dia Mundial em 2015, sei
o quanto batalhou pelo projeto.
Enquanto isso, comunico que, a partir de 1º de outubro de 2015, a SBD colocou à disposição de médicos, profissionais de saúde e estudantes de medicina
o app do “E-book: Diabetes na Prática
Clínica”, disponível para download em
smartphones e tablets gratuitamente.
A decisão foi a partir de uma avaliação das vendas do aplicativo. Consideramos ruim o resultado nos três primeiros
meses. Já as assinaturas dos associados
da SBD e SBEM tiveram resultado positivo com 300 downloads. Acredito
que com esta ação, certamente, iremos
melhorar a qualidade do atendimento
dado pelos médicos brasileiros a toda a
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população, além de divulgar o nome da
SBD como a instituição voltada ao tratamento adequado do diabetes.
Outra informação importante, que
vocês já devem ter lido no site da SBD
e, também, serão informados nesta edição, foi a publicação de novos Posicionamentos Oficiais. Graças ao esforço do
coordenador editorial do site, Augusto
Pimazoni, e dos autores dos quatros últimos Posicionamentos Oficiais da SBD,
o material foi finalizado. “Recomendações sobre o uso de estatinas em pessoas
com diabetes”, “Conduta terapêutica no
DM tipo 2: algoritmo SBD 2015”, “Controle da glicemia no paciente hospitalizado” e “Atividade física e diabetes: a
prática segura de atividades desportivas”
foram os temas escolhidos.
Desta maneira estamos colocando à
disposição de médicos, profissionais de
saúde e estudantes de medicina o conhecimento mais atualizado, baseado
em evidências, no tratamento do diabetes, cumprindo uma das principais
missões da Sociedade Brasileira de Diabetes.
Os dias não têm sido fáceis e só graças à colaboração e à ajuda da diretoria,
de todos os representantes dos Departamentos, Comissões, organizadores do
Congresso, staff e colaboradores, está
sendo possível superar e caminhar.
Minha gratidão a todos por todo o
carinho, empenho, mensagens e energias positivas enviadas. Não esquecerei
isso jamais.
Walter Minicucci
Presidente da SBD 2014/2015
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Índice
Vol. 22 - nº 04 - outubro 2015
2
1Palavra do Presidente
3Palavra do Editor-Chefe
4Saúde & Ciência
6Páginas Azuis - Dr. Leão Zagury
8 Diretrizes sobre Tratamento do Diabetes Podem
Contribuir para a Inércia Clínica
9
12
14
16
Congresso da SBD
Mais uma Ação Global
Preconceito Existe?
SBD Lança Novos Posicionamentos Oficiais e
Ebook Tem Acesso Livre
18
20
22
Dia Mundial do Diabetes 2015
Obesidade e Farmacoeconomia
Descarte Correto do Lixo Gerado no
Tratamento do Diabetes
24
27
28
30
31
32
Tecnologia & Diabetes
Ponto de Vista - Mais Gordura, Menos Açúcar
Pelo Brasil
Mundo Digital
Comunicados da SBD
Agenda
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Editorial
O
editor-chefe da Revista Diabetes, Dr. Leão Zagury, nos deu
uma missão importante. Talvez
uma das mais importantes dos
últimos anos. A decisão teve um motivo
especial. Nesta edição, o entrevistado
da coluna Páginas Azuis é o Dr. Leão.
Ele relata seu trabalho quando esteve à
frente da SBD, na penúltima entrevista
da série.
Em função disso, o editor-chefe preferiu usar aquele espaço e deixou para
nós a tarefa de escrever o editorial da
Revista, contando sobre o que os leitores encontrarão nessa edição. Agradecemos muito a honra de assinar o editorial, excepcionalmente, nesse número.
Mas vamos ao conteúdo da Revista
Diabetes.
Talvez não tenham observado, mas
temos mais páginas e com boas razões
para isso. Foram muitos assuntos de
grande importância em um mesmo período. Os três principais, e que ocupam
as chamadas de capa da Revista, são o
Congresso da SBD, o Dia Mundial do
Diabetes e as novas publicações científicas da SBD.
Este ano, Congresso e Dia Mundial
estão em datas muito próximas. O que
devem estar pensando, e com toda razão, é que teremos muito trabalho pela
frente, mas por uma causa mais do que
justa.
O preparo físico de todos deve estar em dia para acompanhar um ritmo
como esse. Inclusive, é o conselho dos
organizadores que prometem um Congresso intenso de manhã à noite. O Dr.
Marcello Bertoluci, responsável pela
coordenação científica do Congresso,
detalhou todo o conteúdo em uma entrevista especial.
Vale lembrar que, como sempre, a
SBD terá um espaço especial na Feira
Expositora, que se tornou, em todos os
congressos, o ponto de encontro dos
associados e futuros sócios. Outro ponto de encontro será na exposição Vila
Brasil, que acontecerá pela quinta vez.
O Congresso estará acabando e começam as atividades do Dia Mundial
do Diabetes. O planejamento para 2015
vem sendo divulgado ao longo das edições deste anto. SBD e SBEM, por meio
do coordenador Dr. Marcio Krakauer
e Dra. Marisa Cesar Coral, estão trabalhando juntas desde o mês de fevereiro. O resultado desse empenho é um
grande volume de ações, inclusive no
mundo virtual. O ritmo? Acelerado.
Além da descrição de diversas atividades, uma delas ficará no imaginário de
todos. Uma surpresa especial no dia 14
de Novembro.
Na atualização científica, os profissionais de saúde passam a ter à disposição
quatro novos posicionamentos oficiais
DIRETORIA BIÊNIO – 2014-2015
Presidente: Dr. Walter Minicucci; Vice-Presidentes: Dra.
Hermelinda Cordeiro Pedrosa, Dr. Luiz Alberto Andreotti Turatti, Dr. Marcos Cauduro Troian, Dra. Rosane
Kupfer e Dr. Ruy Lyra; primeiro secretário: Dr. Domingos
Augusto Malerbi; segundo secretário: Dr. Luis Antonio de
Araujo; tesoureiro: Dr. Antonio Carlos Lerário; segundo
tesoureiro: Dr. Edson Perrotti dos Santos; conselho fiscal:
Dr. Antonio Carlos Pires, Dra Denise Reis Franco, Dr.
Levimar Rocha Araújo, Dr. Raimundo Sotero de Menezes Filho
SEDE
Rua Afonso Brás, 579, salas 72/74, Vila Nova
Conceição, São Paulo, SP, CEP 04511-011; e-mail:
[email protected],
Site: www.diabetes.org.br; Tel.: (11) 3846-0729; Gerente:
Anna Maria Ferreira; Secretária: Maria Izabel Homem de
Mello e Eliana Andrade.
Filiada à International Diabetes Federation.
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e novidades no acesso ao E-book: Diabetes na Prática Clínica. O Dr. Augusto
Pimazoni fala sobre o assunto.
As reportagens dessa edição abordam
temas como o preconceito com pessoas
com diabetes, em uma entrevista com
a diretora do Centro Educacional Mingozzi; o lado econômico do tratamento,
com a Dra. Luciana Bahia; o trabalho
realizado pelo Departamento de Enfermagem, com as enfermeiras Marcia
Camargo de Oliveira e Paula Pascali; e
a cobertura do Congresso Europeu de
Diabetes, em mais uma edição especial
do SBD Online, coordenada pelo Dr.
Rodrigo Moreira.
Fechando, o momento especial para
o editor-chefe: As Páginas Azuis. O Dr.
Leão relembra o início do seu trabalho
como médico e como sua vida se mistura com o diabetes de forma tão natural. Vocês poderão acompanhar os
desafios dele quando ocupou o cargo
de presidente e como ele vê o papel da
entidade.
Prontos para a leitura? Esperamos
que gostem dos temas e estaremos em
Porto Alegre acompanhando cada detalhe do Congresso.
Vol. 22 - nº 04 - outubro 2015
3
Cristina Dissat
Jornalista da Revista Diabetes
REVISTA DA SBD
Editor-chefe: Dr. Leão Zagury
Presidente da SBD: Dr. Walter Minicucci
Equipe de Jornalismo: DC Press
Editora: Cristina Dissat – MTRJ 17518; Redação: André Dissat, Tainá Oliveira
e Patrícia Bernardo.
Colunistas: Dr. Augusto Pimazoni e Dr. Ney Cavalcanti.
Redação: Rua Haddock Lobo, 356 sala 202- Tijuca - Rio de Janeiro - RJ;
Tels.: (21) 2205-0707; e-mail: [email protected], www.dcpress.com.br
As colunas e artigos assinados são de inteira responsabilidade de
seus autores.
Comercialização: AC Farmacêutica, tel.: (11) 5641-1870 e
(21) 3543-0770, [email protected]
([email protected]); Direção de Arte e Fotografia: Celso Pupo e Tom Carvalho.
Periodicidade: Bimestral
Impressão e CTP: Melting Color Gráfica e Editora Ltda; Tiragem: 4000
exemplares.
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Saúde & Ciência
Foto: Celso Pupo
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4
Equilibrando o
Diabetes Tipo 2
O
Dia da Caminhada
A
American Diabetes Association criou uma nova ação
para estimular a atividade física. O “Step Out” acontece em 95 cidades nos Estados Unidos com mais
de 100.000 caminhantes, que compartilham suas histórias. Para a ADA, é uma enorme celebração dos esforços
para angariar fundos para a comunidade Savannah e sua
dedicação para encontrar a cura para o diabetes. O link
para ver a ação é o www.diabetes.org/stepoutsavannah.
De acordo com coordenador do “Step Out”, Terry
Lemmons, é importante criar a consciência do diabetes e envolver a comunidade no trabalho. “Nós usamos
esta campanha como uma forma de educar as pessoas e
arrecadar fundos para pesquisa, educação e advocacia.
Convocamos a comunidade a se envolver no ano em que
celebramos 75 anos de trabalho contínuo da entidade
na luta contra o diabetes, o assassino silencioso.”
Durante o evento são feitos exames gratuitos de glicose no sangue e pressão arterial, aptidão, informações e
aconselhamento profissional. Para obter mais informações, visite www.diabetes.org/savannahstepout. n
Equilibrium Diabetes, do Centro de Excelência
em Endocrinologia e Diabetes de Joinville, Santa
Catarina (Endoville), é um programa integrado
de medicina, nutrição e psicologia, com o objetivo de
possibilitar o reconhecimento e compreensão dos vários aspectos ligados à obesidade e o diabetes tipo 2.
Tem consultas semanais, com o objetivo de possibilitar
o reconhecimento e a compreensão dos múltiplos aspectos relacionados ao controle do diabetes, estimular
a automonitorização, a reeducação alimentar, a prática
regular de atividade física, para atingir um bom controle metabólico.
O desenvolvimento foi baseado no artigo Diabetes
Guidelines May Delay Timely Adjustments During Treatment
and Might Contribute to Clinical Inertia, de autoria do Dr.
Augusto Pimazoni Netto e da Dra. Maria Teresa Zanella, do Grupo de Educação e Controle do Diabetes
do Hospital do Rim da UNIFESP, publicado no Diabetes
Technology & Therapeutics volume 16, number 10, 2014.
De acordo com o Dr. Luiz Antônio de Araújo, diretor técnico, do Endoville, há um mau controle glicêmico de DM2, demora na obtenção do bom resultado e a necessidade de abordagens mais eficazes. O
programa busca utilizar estratégias educativas como:
monitorização estruturada, terapias adequadas, podendo promover a normalização do controle glicêmico de forma mais rápida (4 a 6 semanas em 70%
dos pacientes) e segura. n
Pesquisa sobre Acesso ao Site da SBD
E
ntre os dias 23 de março e 20 de
abril, a SBD disponibilizou no
www.diabetes.org.br uma enquete
para conhecer o perfil das pessoas com
diabetes que acessam seu site. Os resultados foram divulgados recentemente.
Responderam a enquete 469 pessoas,
com idades que variaram de 4 a 82 anos
– segundo os responsáveis foi observada
a participação de crianças, representadas pelos seus pais. A faixa de idade mais
frequente ficou entre 32 a 36 anos.
Os doutores Augusto Pimazoni e
Fani Eta Kom Malerbi fizeram toda a
análise de dados, entre os quais foi observado que 48,2% tinham DM1, 39,7%
DM2 e o restante não sabia informar
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o tipo de diabetes. A maioria das pessoas que preencheram o questionário
(n=390; 83,2%) tinha pelo menos 11
anos de estudo (ensino médio completo). O diagnóstico de diabetes foi
realizado nos últimos cinco anos para
48,0% (n=225) dos usuários que preencheram o questionário.
O resultado detalhado da pesquisa
está publicado no site da SBD, com gráficos e avaliações de todas as questões.
A primeira vez que realizou-se uma pesquisa similar (sobre o perfil de quem
acessa o site da SBD) foi em 2003 e os
dados apresentados no Congresso Mundial da International Diabetes Federation,
em Paris. Naquela ocasião, sem ferra-
mentas mais acessíveis, a pesquisa foi
realizada pela equipe de jornalismo do
site, que fez um levantamento através de
900 e-mails recebidos.
Segundo os coordenadores, os resultados da atual pesquisa permitem uma
avaliação de alguns conceitos e práticas
sobre como essa população está enfrentando os desafios impostos pelo diabetes. “Entre todos os parâmetros avaliados, vale ressaltar que, embora 28,6%
dos respondentes se considerem capazes de se cuidar em todas as situações,
um contingente muito significativo (da
ordem de 75,5%) informa nunca ter
participado de programas estruturados
de educação em diabetes.” n
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Vol. 22 - nº 04 - outubro 2015
Cresce Venda de Genéricos
U
ma edição especial foi produzida
para celebrar o aniversário de 50
anos da revista Diabetologia. Os
editores encomendaram, a um grupo de
especialistas, artigos inovadores e provocativos, analisando os anos de pesquisa
e olhando para o futuro da área. A Diabetologia é a publicação oficial da EASD
(European Association for the Study of Diabetes), criada depois da fundação, após
uma reunião anual em Montecatini,
Itália, tendo como primeiro editor-chefe Karl Oberdisse. Desde então, mais
dez editores-chefes estiveram à frente da revista: Karl Schöffling e Werner
Creutzfeldt (1973-1976); George Alberti
(1977-1980); Andrew Cudworth (19811982); Michael Berger (1983-1988);
Claes Hellerström (1989-1992); He Ferrannini (1993-1997); Werner Waldhäusl
(1998-2003); Edwin Gale (2004-2010); e
a atual, Juleen Zierath.
No início, a revista tinha uma equipe
de quatro pessoas divididas entre Editores Associados, um Conselho Consultivo
e um Managing Editor. Atualmente são
22 Editores Associados, 18 membros do
Conselho Consultivo e um Editor de gerenciamento de trabalho, com três assistentes e dois editores de texto. n
dicamentos Genéricos (PróGenéricos)
é uma entidade que realiza diversos levantamentos da área. Atualmente conta
com 15 associadas. n
Imposto de Renda e o Diabetes
D
e acordo com a Agência de Notícias do Congresso, aposentados
com diabetes poderão ser incluídos entre os beneficiários da isenção do
Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF)
por doença grave. É o que determina
o Projeto de Lei 2570, do deputado
federal Marcus Vicente (PP). Segundo
o político, é uma medida importante e
que promove a justiça social, em função
da alta incidência da doença ao longo
dos últimos anos. Dados utilizados para
embasar a proposta foram usados pelo
deputado a partir de informes do Departamento de Farmaeconomia da SBD,
coordenado pela Dra. Lucia Bahia (RJ).
Atualmente, são isentas do imposto
pessoas portadoras de uma das seguintes doenças: AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), alienação
mental, cardiopatia grave, cegueira,
contaminação por radiação, doença de
Paget em estados avançados (osteíte de-
Foto: Lspencer
50 Anos da
Diabetologia
Ilustração: Tom Carvalho
A
venda de genéricos cresceu 11,2%
no primeiro semestre do ano, movimentando R$ 9,1 bilhões. Os
dados estão no balanço das vendas de
medicamentos, produzido pela Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos, a PróGenéricos, com
base nos dados do IMS Health, instituto
que audita as vendas do setor no Brasil
e no mundo.
A venda de medicamentos movimentou, entre janeiro e junho de 2015, R$36
bilhões, o que representa um crescimento de 16,6% em relação aos R$30,9
bilhões em 2014 no mesmo período. Já
os genéricos apresentaram crescimento superior à média do mercado. As
vendas da categoria apresentaram alta
de 24,6%. Foram movimentados R$9,1
bilhões no primeiro semestre de 2015,
contra R$7,3 bilhões no mesmo período
do ano passado.
Fundada em janeiro de 2001, a Associação Brasileira das Indústrias de Me-
formante), doença de Parkinson, esclerose múltipla. Além de espondiloartrose
anquilosante, fibrose cística (Mucoviscidose), hanseníase, nefropatia grave,
hepatopatia grave, neoplasia maligna,
paralisia irreversível e incapacitante e
tuberculose ativa. n
NA EDIÇÃO DIGITAL DA REVISTA DIABETES OS LEITORES PODEM ACESSAR OS LINKS DOS ESTUDOS APRESENTADOS NA COLUNA SAÚDE & CIÊNCIA.
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Páginas Azuis
Vol. 22 - nº 04 - outubro 2015
6
Dr. Leão Zagury
Q
uando as Páginas Azuis surgiram o objetivo foi mostrar a
construção da SBD, através das
experiências vividas pelos seus
ex-presidentes. A série vai chegando ao
fim, tendo passado por quase todos os
gestores que estiveram à frente da entidade. Os leitores tiveram a oportunidade de conhecer um pouco de cada
um, suas vidas e seu envolvimento com
o diabetes e a medicina.
Foram diversas entrevistas. Neste número quem conta seu trabalho e desafios é o Dr. Leão Zagury, ex-presidente
na gestão 2004 / 2005 e atual editor da
Revista Diabetes.
Revista Diabetes: Como o diabetes e a endocrinologia entraram na sua vida?
Dr. Leão Zagury: Aos 10 anos de idade,
minha avó disse: “Vem cá, aprender a
pesquisar açúcar na urina da sua avó”.
Foi o meu primeiro contato com o diabetes. Minha primeira paciente tinha
diabetes. Essa mulher incrível me mostrou as dificuldades de viver com diabetes. Eu não imaginava como era difícil.
Há 50 anos o diabetes não era entendido como problema de saúde pública.
Era considerado pelos médicos como
“fácil de tratar”. Não se tinha ideia da
gravidade.
Naquela altura ainda não tinha me
decidido sobre a especialidade. No
quinto ano viajei com o Projeto Rondon para a Amazônia e trabalhei atendendo a população ribeirinha. Desci o
Solimões em uma corveta da Marinha,
parando nas cidades à margem do Rio
e, como me interessava por diabetes, era
solicitado sempre. Eu era apenas um estudante e não tinha conhecimento suficiente. O clímax dessa história foi em
Amatuará. Fui chamado a atender um
coma diabético. Trabalhei sem exames.
Permaneci ao lado do paciente até a recuperação. Nos tornamos amigos e durante anos trocamos cartas.
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“A história da vida
das pessoas é um
poderoso instrumento
para recuperar o
passado e construir
o futuro.” (Dr. Leão
Zagury)
Quando retornei já estava inteiramente apaixonado pelo diabetes e me
envolveria pelo resto da vida. Procurei
o Instituto de Endocrinologia da Santa
Casa, que tinha um setor especializado,
e nunca mais parei de cuidar de diabéticos.
Depois de formado fiz concurso para
o IEDE e trabalhei com o Dr. Arduíno.
Muito interessante lembrar que no dia
em que cheguei ao Rio, retornando da
Amazônia, conheci no Aeroporto do
Galeão minha esposa, que é a minha
outra paixão. Na verdade, acho que o
diabetes me escolheu e não o contrário.
Revista Diabetes: Seus filhos estão na área
médica e sua esposa é professora. Existe
separação da sua vida pessoal e sua vida
profissional?
Dr. Leão Zagury: “Tudo junto e misturado.” Minha esposa foi seduzida a se
interessar pela educação de diabéticos.
Foi minha parceira na implantação dos
primeiros cursos e, depois, quando fui
chefe do Serviço de Diabetes do IEDE,
no treinamento da equipe multiprofissional para a Unidade de Educação
que criei. Não influenciei meus filhos a
se aproximarem dos diabéticos. Eles se
aproximaram sozinhos. Viveram em um
ambiente onde se falava muito sobre os
problemas dos pacientes e acompanharam a construção do livro “Diabetes sem
medo”, um dos primeiros destinados à
educação dos pacientes. O Renato, que
é dentista, se preparou para atender diabéticos e o Roberto, endocrinologista,
é o meu legado para a especialidade.
Desculpem o orgulho deste pai coruja.
Revista Diabetes: Como foi ser presidente
da SBD na sua época? O que destaca na
sua gestão?
Dr. Leão Zagury: Sou fundador da SBD
e um dos últimos vivos. O início se baseou no entusiasmo do seu fundador, o
Dr. Procópio do Valle, que era professor
de Clínica Médica da UFF e trabalhava
no Hospital Antônio Pedro, em Niterói.
Reuniu colegas em uma saleta do Hospital para assinarem a ata. Tudo absolutamente amador.
Quando cheguei à presidência minha
meta foi organizar a entidade para enfrentar os desafios crescentes. Procurei
profissionalizar a SBD. Deu certo. Redefini Missão e Visão, que não estavam de
acordo com o momento. Aproveitei os
novos elementos de comunicação. Tínhamos o Jornal e um site, e acreditei
que este seria um poderoso instrumento
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para divulgar a SBD em todos os níveis.
Precisávamos democratizar a informação
e levá-la aos associados, ao público em
geral e aos diabéticos, além de aumentar o número de sócios. Atraí outros profissionais de saúde. Mudei a mensagem
para “Se você trata diabéticos, junte-se a
nós para aprimorar os seus conhecimentos e nos ajudar a aperfeiçoar os nossos”
e “Unir, nunca dividir”. Aceitamos médicos, clínicos e criamos vários departamentos dentre os quais destaco o de
Enfermagem e o de Nutrição. Na área administrativa, contamos com a excelente
pessoa e excepcional gerente, Anna Maria, que se tornou minha parceira na implementação dessas mudanças. Tornei as
reuniões da diretoria presenciais e mensais. Na primeira, quando demonstrei interesse em investir na modernização do
site, e em gente capacitada, algumas reações foram negativas, mas os convenci.
Investi no site uma bela soma. Atraímos
o colega Reginaldo Albuquerque para o
cargo de editor, uma atitude mais do que
certa e muito ajudou a alavancar o projeto. Mudamos formato e conteúdo. A
visitação diária, em 2004, atingiu 20 mil
pessoas. Ficamos entre os três melhores
na área de saúde no Prêmio Ibest. Além
disso, estimulei novas Regionais. Sem falsa modéstia, penso que meu trabalho foi
preparar a SBD para o futuro que agora
estamos vivendo.
Revista Diabetes: Como foi o trabalho na
SBD até a eleição e como foi a eleição?
Dr. Leão Zagury: Só recentemente não
participei das diretorias, depois que assumi a editoria da Revista Diabetes. No
princípio, a diretoria era composta apenas por paulistas e cariocas. Por estar
sempre disposto a trabalhar pela entidade, fui aproveitado nas atividades mais
trabalhosas. Os associados participavam
pouco da eleição, principalmente os que
moravam no interior, o que considero
natural pelas dimensões continentais do
país e grande dificuldade de comunicação. Hoje, esse problema não existe. O
primeiro passo foi integrar, da melhor
maneira possível, os que moravam no
interior. Fazê-los comparecer à Assembleia Geral e dar seu voto consciente.
Esse tipo de apoio daria mais credibilidade a meu mandato. Liguei, pessoalmente, para inúmeros associados e os
convoquei a participar. Fui muito bem
recebido. Vencida a certa oposição dos
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que achavam que eu “não teria capacidade para dirigir a SBD”, a chapa se
tornou única e mesmo assim o apoio foi
maciço, o que me deixou muito feliz.
Revista Diabetes: Quais as principais diferenças entre ser presidente naquela época e
atualmente?
Dr. Leão Zagury: Enfrentei dois problemas sérios. Pôr em prática a profissionalização da entidade e administrar o conflito com a SBEM. Liderei a retomada
de entendimentos e estabelecemos os
limites de atuação das duas entidades.
Não trabalhei sozinho. Atualmente inexistem problemas e as duas diretorias
trabalham harmonicamente, somando
forças. A SBD está assumindo novas responsabilidades como, por exemplo, o
maior número de medicamentos destinados ao tratamento, e é obrigada a
liderar esses processos. As sucessivas diretorias vêm fazendo isso muito bem,
publicando diretrizes. Quando saí,
creio ter deixado a entidade preparada
para encaminhar a solução dos novos
desafios. Cada diretoria acrescentou seu
tijolo na construção da SBD forte que
vejo hoje. Estamos caminhando para os
moldes da ADA. O presidente da SBD
precisa ter visão social; precisa atender
os associados cientificamente, como se
faz através da revista D&M; e mantê-los
unidos através de abordagem mais intimista, acatando opiniões, experiências,
registrando dificuldades e comentários
através da revista Diabetes.
Vol. 22 - nº 04 - outubro 2015
7
Revista Diabetes: Qual o papel da SBD em
relação ao diabetes no país?
Dr. Leão Zagury: A SBD se organizou
gradualmente. No primeiro Congresso,
até arrumar cadeiras os organizadores
fizeram. Depois de ter liderado o Censo, adquiriu personalidade e força para,
através do Ministério da Saúde, intervir
em muitos aspectos. Induzimos o Governo a publicar Manuais para profissionais
de saúde, a dispensar gratuitamente insulina aos necessitados e a padronizar
as insulinas, adotando a escala decimal,
entre outros.
Revista Diabetes: Que mensagem daria aos
associados?
Dr. Leão Zagury: Entendo como Kennedy, que disse “não perguntem o que
seu país pode fazer por vocês - mas o
que vocês podem fazer pelo seu país”. n
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Atualidades
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8
Diretrizes
sobre
Tratamento
do Diabetes
Podem
Contribuir
para a
Inércia
Clínica
1755_Revista_SBD_v22n04.indd 8
Foto: Celso Pupo
Dr. Augusto Pimazoni Netto
Coordenador do Grupo de Educação e
Controle do Diabetes do
Hospital do Rim – Universidade Federal
de São Paulo – UNIFESP
A
s diretrizes e posicionamentos
oficiais sobre o tratamento do
diabetes constituem-se em valioso recurso de orientação na
definição das melhores estratégias para
o controle do diabetes. Por outro lado,
existem alguns conceitos já arraigados
desde há muitos anos e que precisam
ser atualizados. O presente artigo aborda a possibilidade das principais diretrizes sobre tratamento do diabetes estarem retardando o necessário ajuste
da conduta terapêutica, acabando por
contribuir decisivamente para a inércia
clínica.
A inércia clínica e a hesitação de muitos médicos em intensificar a terapia no
tempo devido desempenham um papel
importante em retardar o controle do
diabetes. Entre outras orientações, o Posicionamento Oficial da American Diabetes Association / European Association for
the Study of Diabetes (ADA/EASD) é uma
diretriz altamente respeitável, com alto
poder de influência sobre a comunidade médica, em termos de interferir na
definição de uma abordagem estratégica para superar o mau controle glicêmico.
Mas, por outro lado, esse documento
contém uma recomendação que pode
contribuir para a inércia clínica, uma
vez que pode promover atrasos significativos na implementação de estratégias
mais vigorosas, intensivas e eficazes para
superar o mau controle glicêmico dentro de um prazo razoável durante a evo-
lução da doença. Estamos nos referindo
à questionável recomendação da ADA/
EASD no sentido de só efetuar alterações na conduta terapêutica a cada três
meses, ao invés de propor intervenções
mais racionais e frequentes, objetivando
contribuir para que o paciente atinja o
bom controle glicêmico no menor espaço de tempo possível. O mesmo acontece com outros algoritmos respeitados de
diferentes associações de diabetes.
Juntamente com as intervenções farmacológicas, é importante ressaltar o
papel da educação em diabetes e de um
acompanhamento mais intensivo da glicemia nas fases iniciais após o diagnóstico. Essas são estratégias fundamentais
para o controle efetivo do diabetes. O
principal objetivo de um controle mais
rápido da glicemia é o de aumentar a
confiança e a adesão do paciente às recomendações da equipe de cuidados
com o diabetes. Resultados melhores e
mais rápidos no controle da glicemia só
podem ser alcançados de forma segura
com a implementação conjunta de estratégias farmacológicas, educacionais
e de automonitorização glicêmica estruturada, o que permitirá ajustes mais frequentes na terapia farmacológica até se
atingir a melhor estratégia terapêutica
para cada caso em particular. n
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Pimazoni-Netto A and Zanella MT. Diabetes guidelines may delay timely adjustments during treatment and might contribute to clinical inertia. Diabetes
Technol Ther. 2014 Nov;16(11):768-70.
DOI: 10.1089/dia.2014.0092 (livre acesso).
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Evento Nacional
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9
A
Foto: Dudu Leal
organização do Congresso da Sociedade Brasileira de Diabetes recomenda: descansem e venham preparados para uma avalanche de informações. Esse parece
ser o ritmo dos três dias de intensa programação científica.
Dando um panorama geral do evento, o presidente do Diabetes 2015, Dr. Balduíno Tschiedel, lembra que as atividades se iniciam na quarta-feira (11/11) pela manhã
e encerram na sexta-feira (13/11), no final do dia. “Recomendamos que reservem quatro
diárias, pois a programação da sexta-feira à tarde (Simpósio ADA, entre outras atrações) é
imperdível. Além disso, a festa de encerramento, em uma sexta feira, 13 (sem superstição),
será especial e no sábado estarão todos liberados para, quem sabe, aproveitar um pouco
das belezas da Serra Gaúcha ou, ainda, para as atividades do Dia Mundial do Diabetes em
suas cidades”, comentou o presidente.
1755_Revista_SBD_v22n04.indd 9
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10
N
a grade científica do Congresso
estão incluídas 80 sessões, tendo, cada uma, quatro palestras.
Em agosto, 95% dos temas já estavam confirmados. O desenvolvimento
com muita antecedência propiciou um
planejamento detalhado e com prazos
importantes que garantem o sucesso do
Congresso.
O Dr. Marcello Bertoluci, presidente da Comissão Científica do Diabetes
2015, descreve um resumo das atividades. “A programação do Congresso
procurou focar em cinco perfis de congressistas: o endocrinologista/diabetologista, o médico clínico com interesse
em diabetes, o pesquisador clínico e
básico, a nutricionista e o educador em
diabetes, incluindo aqui a enfermagem,
o educador físico, entre outros profissionais ligados ao diabetes. Pretendemos fazer com que cada perfil tenha
atividades constantes o tempo todo. A
programação está especialmente densa
com mais de 200 palestrantes, 30 convidados internacionais em 80 atividades
em oito salas simultâneas.
“Temos muitos simpósios internacionais, como o da American Diabetes Association, confirmado para a sexta-feira,
com o tema: Controvérsias no Diabetes.
Nele, será abordado o diabetes gestacional, tratamento insulínico intra-hospitalar e drogas orais no tratamento do
DM2.” Estão confirmadas as presenças
dos doutores Steven Kahn, Willian Herman, Robert Ratner e Guillermo Umpierrez,, todos da ADA. “Um simpósio
imperdível”, enfatizou o Dr. Bertoluci.
Outra atividade internacional importante é o início da parceria Brasil-Argentina em um Simpósio Colaborativo, que discutirá o tratamento do
DM2 nos dois países em diversas situações. Para os epidemiologistas, haverá
um Simpósio Internacional sobre o
tema, com os convidados: Dr. Edward
Gregg, William Herman, Dra. Maria
Inês Schimdt e Dr. Bruce Duncan. O
debate será: A Epidemia do Diabetes
no Brasil e no Mundo.
Outra importante atividade internacional será sobre pré-diabetes. Os debates contarão com os doutores: Steven
Kahn, Leigh Perreault e Silva Arslanian,
que participaram do estudo DPPOS.
A partir do sucesso de abordagens
na área de tecnologia e diabetes, incluímos um Simpósio Internacional focado
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Convidados Internacionais
• Abhimanyu Garg – Estados Unidos
• Andrew Boulton – Reino Unido
• David R. Matthews – Reino Unido
• Decio Laks Eizirik – Bélgica
• Edward Gregg – Estados Unidos
• Edwin Gale – Reino Unido
• Enrique Caballero – Estados Unidos
• Franco Folli – Estados Unidos
• Gilberto Velho – França
• Guillermo Umpierrez – Estados Unidos
• Juan José Gagliardino – Argentina
• Larry Hirsch – Estados Unidos
• Leigh Perreault – Estados Unidos
• Michele Solimena – Itália
• Ralph Ziegler – Alemanha
• Roger Mazze – Estados Unidos
• Robert Ratner – Estados Unidos
• Silva Arslanian – Estados Unidos
• Simon Heller – Reino Unido
• Steven Kahn – Estados Unidos
• William Herman – Estados Unidos
em Novas Tecnologias, com Dr. Roger
Mazze, Dr. Ralf Ziegler, Dr. Larry Hirsch
e o Dr. Marcio Krakauer (coordenador
de Novas Tecnologias da SBD), que falarão dos avanços nesta área.
Um dos temas palpitantes é o novo escore para Cirurgia Metabólica, que desperta tanto interesse dos profissionais
de saúde. Haverá uma mesa com setes
integrantes, focada no que pensa a SBD,
a SBEM e a ABESO sobre esta nova ferramenta. Mas o debate não acaba aí: à
tarde, a Sociedade Brasileira de Cirurgia
Bariátrica e Metabólica (SBCBM) também está responsável por uma atividade,
abordando o mesmo tema na versão dos
cirurgiões. “Um acontecerá pela manhã
e um à tarde. Dessa forma, a discussão
será importante para que os especialistas possam tentar chegar um consenso
quanto à indicação de cirurgia bariátrica, entre outras serão avaliadas”.
Para os pesquisadores, haverá dois
simpósios internacionais importantes.
Os doutores Michele Solimena (ITA),
Décio Eizirik e Franco Foli participam
dos debates sobre Ilhota de Langerhans,
nos quais novos aspectos sobre a história natural da secreção de insulina no
diabetes tipo 1 e 2 serão abordados.
Em outro momento acontecerá mais
uma atividade internacional sobre novos conceitos em resistência à insulina.
“Teremos, também, dois simpósios da
World Wide Diabetes, com Novas Terapias
para o diabetes tipo 2”, explicou o presidente da Comissão Científica.
Na área de educação, várias atividades
estão previstas, incluindo um workshop
de vivências em diabetes e novas técnicas em educação. Diversas atividades em
nutrição também estão incluídas.
É uma extensa grade científica com
simpósios na área clínica, com tópicos
principais na área, além de assuntos
não muito usuais como o zumbido no
diabetes e outras doenças mais raras e
não abordadas, habitualmente, nos congressos.
Simpósios sobre doenças cardiovasculares; sessões diárias sobre educação
em diabetes, com atividades interativas;
grandes estudos epidemiológicos; complicações crônicas; alimentação, suplementação, guia alimentar e adoçantes;
pesquisas clínicas; e análises de posicionamentos oficiais estão entre os debates. O Dr. Bertoluci menciona, também,
a presença de grandes conferencistas
como o Dr. David Matthews, criador
do HOMA, que fará uma análise crítica
dos ensaios clínicos, seus pontos fortes
e suas falhas.
“Sem falar que teremos 300 trabalhos
publicados na revista Diabetology and Metabolic Syndrome e 300 nos Arquivos Brasileiros de Endocrinologia, além de 80
apresentações orais”, detalhou.
A recomendação é que os congressistas invistam um tempo para avaliar toda
a programação com antecedência e se
programem, através do aplicativo para
smartphone, para que façam as escolhas
que mais se aproximem de suas necessidades de acordo com o seu perfil. O
ideal é programar para passar o dia no
Centro de Convenções. Depois, não
deixem de trocar informações entre si,
pois o local é um excelente espaço de
networking profissional. “Será um grande
Congresso”, enfatizou o Dr. Bertoluci.
QUEM PARTICIPA DO CONGRESSO?
O Congresso da SBD é o principal momento científico da entidade e de grande interesse dos associados. Entretanto,
para definir uma programação que fosse de encontro a todos os interessados,
a comissão organizadora e a comissão
científica definiram cinco perfis principais de pessoas com interesse em assistir o Diabetes 2015: o diabetologista, o
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CERIMÔNIA DE ABERTURA
CONFERÊNCIA DE ABERTURA
COQUETEL
Local: FIERGS
Data: 11/11/2015
clínico geral, o pesquisador, o educador
e o nutricionista. “Para cada um deles
foram definidos simpósios específicos
em oito salas simultâneas no evento”,
explicou o Dr. Bertoluci.
TRABALHOS CIENTÍFICOS
Foram mais de 600 trabalhos submetidos e, destes, 300 serão publicados na
Diabetology & Metabolic Syndrome (trabalhos em inglês), publicação oficial da
SBD na internet. Os selecionados para
apresentação oral foram incluídos em
sessões no primeiro dia do evento. Todos os trabalhos aprovados estarão nas
publicações oficiais do evento.
alizada a Assembleia Geral da entidade,
onde, além da prestação de contas da
gestão SBD 2014/2015, presidida pelo
Dr. Walter Minicucci, ocorrerá a eleição
do novo presidente da entidade para
gestão 2018/2019. A Assembleia será na
quinta-feira, 12 de novembro, das 12h às
14h30, na sala 4 – Piratini. A diretoria
da SBD lembra que é muito importante
a presença dos associados.
VILA BRASIL
Pela quinta vez,
acontece a Exposição Vila
Brasil. Serão 60
painéis colocados em área de circulação do Congresso para divulgar ações, projetos e iniciativas em diabetes realizadas pelo país,
desenvolvidas por Associações, Grupos,
ONGs ou outras entidades.
Além de representantes de pratica-
mente todos os estados brasileiros, foi
criada uma nova categoria com projetos
digitais, onde estão painéis com blogs e
publicações em redes sociais sobre diabetes.
A iniciativa surgiu em 2007, no Congresso em Campinas, e vem sendo feita
regularmente em todos os congressos.
Em 2011, uma Fanpage sobre o Vila
Brasil foi criada no Facebook, onde os
painéis começaram a ser publicados na
área de fotos.
CERTIFICADOS
Adotando uma linha digital, os certificados de participação estarão online a
todos os participantes. Para fazer o download e imprimir o congressista deverá
acessar a área “Certificados”, localizada
na página inicial do Congresso – www.
diabetes2015.com.br, inserir o e-mail
cadastrado e preencher a “Pesquisa de
Satisfação”. Estarão liberados, no máximo, 20 dias após o término do evento.
A organização lembra que os certificados não são enviados diretamente para
o e-mail do congressista. n
Foto: Arquivo DC Press
SBD NO DIABETES 2015
Como já vem ocorrendo em edições anteriores, um estande da SBD será montado em local de destaque na Feira Expositora do Congresso, que pretende
ser o ponto de encontro dos associados.
Serão realizados lançamentos, distribuição de publicações científicas e ações relacionadas ao Dia Mundial do Diabetes.
A SBD informa, também, que será re-
FESTA DO CONGRESSO
Local: Pepsi on Stage
Data: 13/11/2015
Dr. Marcello Bertoluci, presidente da Comissão Científica
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Dr. Balduíno Tschiedel, presidente do Congresso
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Espírito Santo
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12
Mais uma Ação Global
V
itória recebeu, em setembro,
mais uma edição do Bem Estar
Ação Global. Na área de saúde,
o projeto é uma parceria da SBD
e SBEM e, na capital do Espírito Santo,
também com a participação da Emescam
(Escola de Medicina da Santa Casa de
Misericórdia de Vitória), Universidade
de Vila Velha, Viver Unimed, Biofarma
– farmácia do diabetes e Roche.
A ação contou com o apresentador do
Bem Estar da TV Globo, Fernando Rocha, e foi transmitida ao vivo para todo
o Brasil, no dia 11 de setembro, direto da
Praça do Papa. Estiveram à frente da atividade os endocrinologistas Dr. Laerte
Damaceno, pela SBD, e a Dra. Lusanere Cruz, presidente da SBEM-Regional
Espírito Santo.
TENDA “MEÇA SUA SAÚDE” E
“TENDA DO DIABETES”
No espaço onde foram feitos os atendimentos participaram 10 endocrinologis-
1755_Revista_SBD_v22n04.indd 12
tas, quatro enfermeiros, um técnico de
enfermagem, duas nutricionistas e 12
estudantes de medicina.
As equipes fizeram medição de peso,
altura, cintura, cálculo do IMC; aplicação de questionário para calcular o risco
de desenvolvimento de diabetes mellitus; medicação da glicemia capilar para
os pacientes com risco moderado-grave;
avaliação dos pés dos diabéticos; e orientação nutricional para crianças e adultos
com sobrepeso / obesidade.
Entre os 780 atendimentos, nove casos de diabetes foram considerados muito suspeitos (primeiro diagnóstico), um
caso de suspeita de diabetes gestacional,
vários casos de diabetes descompensado
e uma crise hipertensiva.
Os pacientes com suspeita de diabetes, que não tinham diagnóstico prévio,
foram orientados a procurar o serviço de saúde para confirmação e dado
atenção especial da nutricionista. Já os
casos de diabetes descompensados fo-
ram avaliados pelas endocrinologistas e
nutricionistas e orientados a procurar
seus médicos assistentes. O paciente que
apresentou crise hipertensiva foi encaminhado para a ambulância do evento.
No espaço disponível foram montadas duas tendas e o grande movimento
provocou fila. A organização da SBD e
SBEM acredita que, em uma próxima
ocasião, seria interessante um local mais
amplo, com mais profissionais de saúde,que poderiam fazer as avaliações simultaneamente e agilizar atendimento.
Essas e outras questões foram avaliadas pela equipe de saúde para reter uma
maior atenção do público nas informações sobre cuidados no tratamento.
Mesmo com estas questões a repercussão das atividades a nível nacional
foi considerada excelente, e informações úteis. Além do atendimento, alcançaram um grande número de pessoas, possibilitada pela transmissão
pela televisão. n
10/27/15 16:00
DIAB
JANUMET XR:
• Potente redução da HbA1c;1
• Estabilidade de peso;1
• Baixo risco de hipoglicemia;1
• Conveniência de uma vez ao dia2
Indicações de JANUMET XR para pacientes
com diabetes tipo 22
• Como terapia inicial;
• Para pacientes não controlados com metformina;
• Em combinação com uma sulfonilureia, uma
glitazona ou com insulina.
Dosagem
Esquema conveniente de dosagem, sempre
uma vez ao dia2
Ao ministrar JANUMET XR, a dose de sitagliptina é
sempre de 100 mg ao dia.2
A dose inicial para pacientes que já recebem
metformina deve ser de 100 mg de sitagliptina e
a dose de metformina já prescrita.
A dose de metformina deverá ser ajustada conforme
necessário e individualizada com base no esquema
atual do paciente, na eficácia e na tolerabilidade,
desde que não exceda a dose diária máxima
recomendada de 100 mg de sitagliptina/2.000 mg
de metformina de liberação prolongada.2
JANUMET XR deve ser administrado uma vez ao
dia com a refeição, com elevação gradual da dose
para reduzir os efeitos colaterais gastrintestinais
causados pela metformina.2
A dose inicial total recomendada para pacientes
que não recebem metformina é de 100 mg de
sitagliptina/1.000 mg de cloridrato de metformina
de liberação prolongada uma vez ao dia, com
elevação gradual da dose recomendada.
Posologia e potência
JANUMET XR 50 mg/500 mg
Dois comprimidos
uma vez ao dia
50 mg de sitagliptina
JANUMET XR 50 mg/1.000 mg
Dois comprimidos
uma vez ao dia
50 mg de sitagliptina
Metformina HCl = cloridrato de metformina.
DIAB-1154724-0000 Anuncio_Dosagem_21x28_JanumetXR.indd
1
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13
500 mg de metformina HCl
1.000 mg de metformina HCl
Imagem meramente ilustrativa, não reflete o tamanho real do medicamento.
7/13/15
PM
10/27/153:29
16:00
Inclusão Social
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Preconceito Existe?
“C
omo é bom ficar aqui. Me sinto acolhida. Na
outra escola ninguém queria saber de mim só
porque eu tinha esse ‘problema’ com insulina.
Aqui todo mundo gosta de mim e todo mundo
se preocupa comigo.” Esse é o tipo de frase que gostaríamos
de ouvir de qualquer criança com diabetes, de qualquer escola do mundo. Mas é de uma aluna, de 10 anos, do Centro
Educacional Mingozzi (CEM), no Engenho de Dentro, bairro
da Zona Norte do Rio de Janeiro.
O depoimento surgiu no pátio da escola, segundo Márcia
Barreiros Mingozzi, diretora da instituição. Márcia também
é diabética e enfatizou que ouvir essa declaração foi gratificante. Esse reconhecimento é fruto de todo o trabalho que o
Centro Educacional vem fazendo em prol da inclusão e melhoria na qualidade de vida não só da criança com diabetes,
mas de crianças com outras necessidades.
Apesar de todo o cuidado, a Escola passou por problemas
de preconceito, mas conseguiu vencer o desafio, o que tornou
a equipe muito mais forte e unida.
Márcia Barreiros Mingozzi, diretora da instituição
Apesar de negativo,
o caso serviu como
experiência para que
toda a equipe, que
realiza esse trabalho
social com dedicação,
fosse ainda mais
valorizada.
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INCLUSÃO X PRECONCEITO
A diretora explicou que o CEM tem como papel promover
a inclusão da criança com diabetes e também daquelas que
necessitam de atenção especial. Ela destacou que apenas abrir
as portas para essas crianças, sem um amparo para que ela se
sinta realmente inserida no ambiente, não é o suficiente. Segundo Márcia, a equipe trabalha para, efetivamente, dar um
respaldo técnico e especializado. A ideia é capacitar e orientar
os profissionais para que eles possam dar o apoio necessário.
Márcia Mingozzi ainda destacou que a equipe de coordenação da instituição é a responsável pelo elo entre os profissionais, as crianças e a família de todos os alunos, com dedicação
especial àqueles em condições particulares. De acordo com a
diretora, é um dever da escola ser uma instituição inclusiva.
Apesar desse perfil, e de ter profissionais que trabalham
há muito tempo no colégio e já habituados a essa política,
surgiu um problema com uma funcionária que não entendeu
as normas da instituição.
Aconteceu há quase dois anos com uma profissional que
trabalhou durante seis ou sete meses. A administradora contou que a funcionária fazia parte da coordenação, e em um
determinado momento pediu demissão, alegando que havia
encontrado outro emprego. Passaram-se alguns dias e a di-
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Fotos: Celso Pupo
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Equipe de coordenação da escola: Leíze Gomes de Azevedo Craveiro, Andrea Diniz de Menezes
Chebla, Suzanna de Oliveira Machado e Maria Cristina dos Santos Carvaleira Natividade.
retoria da escola foi surpreendida com
uma ação trabalhista. Entre as queixas
da ex-funcionária estava o atendimento
a criança com diabetes.
A profissional alegava que era obrigada a lidar com a situação de manuseio e
trato com a criança, e que teria que ter
conhecimento para realizar esse atendimento. Porém, Márcia Mingozzi esclareceu que a aplicação da insulina - através
de bomba de infusão - era realizada pelo
pai da menor, que residia próximo à escola. A função da equipe escolar era fazer a medição da glicemia e informar a
família, caso necessário, que se dirigisse
ao colégio.
Para isso, a profissional contava
com todo o aparato. A ex-funcionária
dispunha de orientações por parte
da família, do médico da criança que
apresentou tudo documentado com
as informações necessárias, material,
um passo a passo de como realizar o
suporte e uma tabela com orientações
aos profissionais, informou a diretora.
Márcia enfatizou que a responsabilidade nunca foi exclusivamente da coordenadora, já que a família sempre esteve presente na escola.
A situação deixou a instituição e os fa-
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miliares da aluna – que não estuda mais
no local - muito surpreendidos, já que
nunca havia acontecido nada parecido.
Esse foi o primeiro e único caso até o
momento.
Márcia Mingozzi acredita que esse
episódio, apesar de negativo, serviu
como experiência para que toda a equipe, que realiza esse trabalho social com
dedicação, fosse ainda mais valorizada.
A diretora, inclusive, informou que a ex-funcionária não saiu vitoriosa na ação
trabalhista. O Tribunal entendeu que
as alegações não tinham fundamentos.
Apesar da vitória, Márcia lamentou
que ainda existam profissionais com
essa atitude, que se acomodam afirmando estar fora de suas funções e de não
estarem preparados. Segundo ela, isso
é um retrocesso.
Ela entende que nem todo profissional precisa estar de acordo com as
normas da instituição e tem o direito
de não querer fazer parte da equipe.
Porém, acredita que em qualquer local onde haja uma criança que precisa
de atendimento especial é importante
uma preparação da equipe para qualquer tipo de emergência. A qualificação
desses profissionais também precisa ser
observada para que a instituição possa
fazer um trabalho de retorno, evitando
conflitos na comunidade escolar.
De acordo com a gerente, cada setor
tem um responsável capaz de conduzir
a questão. Mas, diversos profissionais
são preparados para saber agir na falta
de algum colega. Márcia destacou, ainda, que Suzanna de Oliveira Machado,
membro da coordenação, é quem lida
especificamente com as crianças.
A postura da instituição vem dando
certo. Mesmo não tendo um número
expressivo de crianças com diabetes – a
escola atualmente possui uma aluna em
uso de insulina, que conta com a presença da família na hora da aplicação – o
colégio realiza diariamente um trabalho
social e educativo relevante com relação
à diabetes.
Além de fazer o controle da alimentação e acompanhamento da criança,
a diretora informou que a escola realiza um trabalho ao lado da educadora
Tania Zagury, buscando orientar pais e
alunos sobre o tema. Já foram realizadas
duas visitas da educadora, que contou
também com a presença do Dr. Leão
Zagury, editor da Revista Diabetes e ex-presidente da SBD. n
10/27/15 16:00
Publicação
Vol. 22 - nº 04 - outubro 2015
16
SBD Lança Novos
Posicionamentos Oficiais
e Ebook Tem Acesso Livre
mentos Oficiais das sociedades médicas
como “documentos de recomendações
sobre assuntos específicos de relevada
importância para o processo de atualização contínua, através de conteúdos
didáticos dirigidos aos profissionais de
saúde, envolvidos nos cuidados de pacientes portadores de determinadas
condições com maior impacto na saúde pública como o diabetes”. Ele explica
que o projeto de lançamento dos Posicionamentos Oficiais da SBD foi iniciado há 10 anos, em setembro de 2005. Na
ocasião, foram lançados sete Posicionamentos Oficiais.
D
esenvolver materiais de atualização em diabetes para profissionais de saúde tem sido um dos
principais trabalhos da SBD ao
longo dos últimos anos. Além das Diretrizes de Tratamento, em versão impressa e digital, e do E-book, repaginado e
disponibilizado para dispositivos móveis
através de aplicativos na Apple Store e
Google Play, agora são quatro novos Posicionamentos Oficiais liberados para
acesso livre.
São quatro fascículos atualizados:
1.Recomendações sobre o uso de estatinas em pessoas com diabetes;
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2.Conduta terapêutica no diabetes tipo
2: Algoritmo SBD 2015;
3.Controle da glicemia no paciente hospitalizado;
4.Atividade física e diabetes: a prática
segura de atividades desportivas
Todas as ferramentas são fundamentais
para o tratamento do diabetes e as atualizações foram desenvolvidas a partir de um
grande investimento humano dos especialistas da Sociedade, sob a coordenação
geral do presidente da SBD, Dr. Walter
Minicucci, e do Dr. Augusto Pimazoni.
O Dr. Pimazoni define os Posiciona-
CONCEITOS E RECOMENDAÇÕES
A decisão de se posicionar, diante de
vários conceitos relativos a importantes aspectos da assistência à pessoa
com diabetes na prática clínica diária,
foi a partir de solicitações de instituições públicas e privadas encaminhadas
à SBD. Além disso, o enorme volume
de informação e novos medicamentos
mostraram que é fundamental atualizar
conhecimentos e condutas clínicas dos
profissionais de saúde, que recorrem a
orientações da SBD.
Dessa forma, são divulgados os pareceres oficiais da instituição em relação
a aspectos preventivos, diagnósticos e
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terapêuticos do diabetes e das doenças
comumente associadas.
A produção é um trabalho de esforço conjunto de especialistas qualificados em seus temas para o desenvolvimento do material, e a parceria com a
indústria farmacêutica é realizada de
forma muito ética e transparente. “O
texto final de cada documento é desenvolvido sem nenhuma influência
da indústria farmacêutica e, depois de
finalizado, a SBD distribui os exemplares em versão imprensa para todos os
seus associados. A partir desse ponto,
a indústria farmacêutica é convidada a
adquirir cotas de patrocínio, para distribuição gratuita aos seus médicos visitados ampliando, assim, a abrangência
de profissionais beneficiados com este
projeto de atualização continuada”, detalhou o coordenador.
O conteúdo dos quatro novos Posicionamentos estão disponíveis a partir
do link na home do site da SBD – www.
diabetes.org.br. Os sócios, além do acesso online, também recebem as versões
impressas em suas residências, o que é
mais um serviço oferecido pela entidade.
NOVIDADES NO E-BOOK
No primeiro semestre, a SBD lançou
um aplicativo do “E-book: Diabetes na
1755_Revista_SBD_v22n04.indd 17
Prática Clínica”, que é a opção de fácil
consulta ao livro digital pela internet no
endereço http://ebook.diabetes.org.
br/. Com o app ficou mais simples de
ter o material na palma da mão, já que
os celulares e tablets são equipamentos
cada vez mais usados.
Segundo a SBD, a proposta foi pensada para que o conteúdo tivesse um
alcance ainda maior com informações
atualizadas sobre tratamento do diabetes. No primeiro momento, o aplicativo
foi disponibilizado gratuitamente aos
sócios da SBD e SBEM, e pago para os
demais. Entretanto, após uma análise
dos resultados das vendas no período
de três meses – no Google Play e Apple
Store –, a diretoria optou por liberar
gratuitamente o app para todos. As vendas foram muito abaixo das expectativas
e a função de divulgação de informações aos profissionais de saúde poderia
ficar comprometida. Por outro lado, os
donwloads feitos pelos associados da SBD
e SBEM tiveram resultado positivo com
cerca de 300 assinaturas.
Com a liberação gratuita, a SBD aumenta a divulgação da instituição voltada ao tratamento adequado do diabetes
e auxiliar milhares de profissionais de
saúde a estarem atualizados em relação
às novidades científicas. n
Todas as publicações
são fundamentais para o
tratamento do diabetes
e as atualizações foram
desenvolvidas a partir de
um grande investimento
humano dos especialistas
da Sociedade.
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14 de Novembro
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18
Dia Mundial do Diabetes 2015
C
om um planejamento feito com
muita antecedência e novas propostas para 2015, o Dia Mundial
do Diabetes este ano ganhou
ainda mais espaço e força.
Vários projetos que estavam nos sonhos das entidades e na comissão de
campanha saíram do papel e se concretizaram. Um deles vai ficar no imaginário
dos leitores, pois é uma surpresa guardada para o dia 14 de Novembro. Talvez
quando os leitores estiverem folheando
a revista, a proposta tenha sido divulgada nos sites do Dia Mundial, SBD, SBEM
e todas as redes sociais envolvidas.
DESTAQUE DO INÍCIO DAS ATIVIDADES
Na última reunião em São Paulo, a equipe de trabalho definiu um ponto especial de partida no segundo semestre
para a Campanha 2015, com o objetivo
de mobilizar a opinião pública e a imprensa. SBD, SBEM e ABESO redigiram
um documento, direcionado ao Governo Brasileiro e à Anvisa, para alertar sobre o problema da presença da gordura
trans nos alimentos.
No texto – disponível nos sites –, as
entidades falam sobre a participação
dos alimentos industrializados, contendo gordura trans, na dieta contemporânea e o impacto na saúde, tanto no
desenvolvimento de doenças crônicas
quanto no estado nutricional.
Nas reportagens, publicadas nos sites e press releases distribuídos aos
jornalistas, foi mencionado o documento da OMS, que lançou a Estratégia Global para Promoção da Ali-
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mentação Saudável, Atividade Física
e Saúde, com a meta de eliminação
do consumo de gordura trans industrial.
Outro ponto incluído no texto falou sobre o Guia Alimentar para a População
Brasileira (GAPB), lançado em 2006, que
já enfatizava a importância na restrição
do consumo de gordura trans a 1% do valor energético diário, o que corresponde
a aproximadamente 2 g/dia em uma dieta de 2.000 calorias. Apesar disso, não foram observados progressos na proibição.
“Neste sentido, a SBD, junto com a
SBEM e ABESO, vem a público neste
momento de mudança mundial em relação aos hábitos de vida, solicitar a RETIRADA COMPLETA em tempo hábil,
de todo alimento que contenha GORDURA TRANS. E, com apoio da ciência
moderna, temos um racional para exigir
esta atitude. Que melhore a saúde do
brasileiro, que o governo se responsabilize por normas que protejam as pessoas.” (SBD, SBEM e ABESO).
INFLUENCIADORES DIGITAIS E DIFUSÃO
DAS INFORMAÇÕES
A partir de uma experiência em outras
áreas, foi apresentado pela DC Press,
equipe de comunicação do Dia Mundial
do Diabetes, uma nova linha de relacionamento digital. A ideia lançada foi a de
reunir pacientes e parentes de pessoas
com diabetes com relevância na internet para se tornarem os Influenciadores
Digitais do Dia Mundial do Diabetes.
Os primeiros blogueiros convidados
participaram de uma mobilização em
2013, inclusive com uma reunião realiza-
da na sede da SBD, em São Paulo. A partir daí, o grupo foi criado no Whatsapp.
Atualmente são 25 integrantes.
Nas primeiras trocas de mensagens,
observou-se que, se é para mobilizar,
nada como um grupo que vivencia, analisa, discute, sugere e dá mil ideias. São
várias trocas de mensagens e sempre objetivas, entre os membros, entre blogueiros, diretoria das entidades e equipes de
trabalho.
A mensagem inicial, em vídeo, foi
enviada ao grupo pelo coordenador da
Campanha, o Dr. Marcio Krakuer. Além
do endocrinologista, a Dra. Marisa Cesar Coral também participa, respondendo pela SBEM.
Logo em seguida, os Influenciadores receberam informes especiais sobre
a Carta Aberta das Sociedades sobre a
gordura trans. O próprio grupo de Influenciadores Digitais optou por fazer
uma blogagem coletiva naquela sexta-feira, dia 28 de agosto, em várias mídias sociais, apoiando o pedido da SBD,
SBEM e ABESO quanto à retirada da
gordura trans do mercado. Tweets, textos em blogs, mensagens nas fanpages e
perfis foram programados.
A partir desse momento as blogagens
coletivas, todas as sextas-feiras, começaram e ganharam, inclusive, a atenção
da International Diabetes Federation, que
divulgou as ações pelo twitter da entidade (@IntDiabetesFed). As mensagens
em várias mídias sociais serão feitas com
a hastag #DMD2015 e, recentemente,
também a #action2015, utilizada pela
IDF e pela ONU.
10/27/15 16:00
CONCURSO DE CULINÁRIA NA TV BAND
Através do Departamento de Nutrição e
assessoria de imprensa da SBD, a campanha do Dia Mundial do Diabetes fechou uma parceria com TV Band para
o concurso “Adoçando sem açúcar”.
O programa Dia Dia, da Band, que já
havia aderido à proposta em 2014, abriu
mais espaço em 2015 e antecipou o concurso de culinária. Diversos programas,
abordando a culinária saudável, com a
participação de membros da SBD, começaram a ser transmitidos pela emissora todas as sextas-feiras. Em agosto, foi
lançado o concurso.
As receitas recebidas pela SBD serão
avaliadas por membros da entidade e as
cinco primeiras colocadas participarão
de uma semifinal no programa. As duas
melhores irão para a grande final no dia
13 de novembro, onde farão seus pratos
passo a passo.
Nos sites do Dia Mundial, da SBD e
SBEM foram divulgadas todas as regras
de participação, incluindo as premiações e os jurados que farão a seleção das
melhores receitas. Os critérios de escolha do vencedor incluem a apresentação
do prato, o valor nutricional da receita
e o sabor. A secretaria da SBD começou
a receber as receitas, logo após a divulgação do concurso.
APOIO IMPORTANTE
Também em agosto, o Dia Mundial do
Diabetes ganhou um reforço especial.
Através de uma rede de relacionamento na área do futebol, chegou até o ex-jogador Zico um pedido de apoio à
campanha.
O ídolo do futebol brasileiro aceitou
de imediato e recebeu a equipe do Dia
Mundial do Diabetes na sede do CFZ –
Centro de Futebol Zico –, que fica em
Algumas pedagiadas, empresas
que administram estradas no país,
aderiram à campanha do Dia Mundial do Diabetes. Através de contato iniciado em 2014, empresas farão
distribuição de milhares de folhetos
nos pontos de pedágio.
Mensagens sobre o Dia Mundial
do Diabetes, dicas de saúde etc. serão incluídas e entregues aos motoristas. A previsão é que a ação provoque um grande impacto positivo,
pois atinge um número significativo
de pessoas com ou sem diabetes
que passam pelos pedágios. n
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19
A iluminação azul voltou a ser um
ponto importante da campanha,
agora centralizada no dia 14 de Novembro, Dia Mundial do Diabetes.
Quem aderir pode enviar a foto para
[email protected],
pois todas as imagens serão publicadas e enviadas para a IDF, que costuma
postar todo o material em suas redes
sociais e algumas participam do relatório final, distribuído ao mundo todo.
No Rio de Janeiro, estão confirmados o Pão de Açúcar e Cristo
Redentor.n
Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Ele recebeu a equipe com o carinho
com que sempre atende a todos que o
procuram, e logo começou a sessão de
fotos. Zico brincou com o círculo azul
para as fotos e não esqueceu de autografar a camisa do Dia Mundial do Diabetes, para ficar na memória de todos.
SBD e a SBEM agradecem ao Zico
pelo apoio e também à Jussara Ajax, do
Blog Donas da Bola, e ao Blog Fim de
Jogo, que auxiliaram no contato. O vídeo com os bastidores foi publicado no
canal do DMD 2015 no Youtube, compartilhado nas redes sociais e a IDF solicitou a imagem, que deve constar em
apresentações do próximo World Diabetes Congress, em dezembro, em Vancouver (Canadá). n
Dia Mundial Online
O
site, a Fanpage, canal no Youtube e no Flickr (compartilhamento de fotos) são os canais de comunicação
oficiais do Dia Mundial do Diabetes.
Através deles é possível acompanhar de perto as programações, atividades e notícias relacionadas ao projeto.
• Site - www.diamundialdodiabetes.org.br.
• Fanpage – www.facebook.com/diamundialdodiabetes
• Fotos – www.flickr.com/photos/diamundialdodiabetes
• Vídeos - www.youtube.com/user/Diamundialdodiabetes
Grupo de Influenciadores Digitais
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Economia da Saúde
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20
Obesidade e Farmacoeconomia
A
Farmacoeconomia ou Economia da Saúde surgiu no final
da década de 1970, quando
dois professores de Farmácia da
Universidade de Minnesota, nos Estados
Unidos, introduziram os conceitos de
custo-benefício e de custo-efetividade, e
os aplicaram em estudos de individualização de um determinado medicamento para pacientes severamente queimados. Porém, o termo Farmacoeconomia
de fato surgiu apenas em meados da década de 1980.
De acordo com a International Society
for Pharmacoeconomics and Outcomes Research (ISPOR), a Economia da Saúde
se caracteriza como “o campo de estudo que avalia o comportamento de
indivíduos, empresas e mercados com
relação ao uso de produtos, serviços
e programas farmacêuticos, e que frequentemente enfoca os custos e as consequências desta utilização (Pashos et
al., 1998)”. Ou seja, ela analisa os custos
e benefícios de tudo o que engloba uma
terapia medicamentosa.
1755_Revista_SBD_v22n04.indd 20
Para compreender um pouco melhor esse tema, a Dra. Luciana Bahia,
Coordenadora de Farmacoeconomia
da SBD, esclareceu o assunto. A médica destacou que esse campo de estudo é
muito importante, principalmente porque a economia faz parte da vida. Além
disso, enfatizou também que atualmente a realidade é de recursos escassos.
Dessa forma, essa área de estudo contribuiria para orientar o gestor, o diretor
de uma unidade de saúde e até mesmo o
médico a alocar o seu recurso financeiro de uma maneira melhor, provendo a
melhoria da saúde.
A Dra. Luciana explicou ainda que,
quando se fala em obesidade, principalmente, a Farmacoeconomia se torna ainda mais importante, visto que a
obesidade é um problema de saúde pública que vem crescendo no mundo inteiro. Ela enfatiza que o paciente obeso carrega o risco de adquirir outras
doenças como diabetes, hipertensão,
doenças cardiovasculares e vários tipos
de câncer. O que acaba causando um
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21
“Para o indivíduo há, além
dos custos médicos, os
chamados custos indiretos,
por perda de produtividade,
por aposentadoria precoce,
por licenças médicas, por
desemprego, tudo o que
sabemos que o obeso
enfrenta mais do que o
indivíduo com peso normal.”
(Dra. Luciana Bahia)
impacto econômico muito grande.
Um dos problemas, de acordo com
a Dra. Luciana, é que não há no Brasil
muitos estudos relativos aos impactos
econômicos da obesidade. Ela citou o
artigo publicado na Revista HUPE, do
Hospital Universitário Pedro Ernesto,
no Rio de Janeiro. “Um dos estudos foi
conduzido pelo nosso grupo da UERJ,
publicado em 2011. Levantamos os gastos do SUS com as doenças relacionadas
à obesidade e listamos todas as doenças
em que tradicionalmente a obesidade é
um fator de risco. Os custos do SUS são
muito elevados. São astronômicos, principalmente pelas doenças cardiovasculares. Quando falamos em SUS, são custos
médicos. Para o indivíduo há, além dos
gastos médicos, os chamados indiretos,
por perda de produtividade, por aposentadoria precoce, por licenças médicas, por desemprego etc., ou seja, tudo o
que sabemos que o indivíduo obeso enfrenta mais do que o de peso normal”,
explicou a médica.
Segundo a endocrinologista, há vá-
1755_Revista_SBD_v22n04.indd 21
rios tipos de estudos (Estudo de custo-efetividade; custo-utilidade e impacto
da doença) que buscam ajudar nessa
avaliação do que é chamado de Burden
Of Disease – a carga da doença. Ela esclareceu que essa questão atinge tanto o
sistema como o indivíduo e a sua família, e não se trata apenas da carga física,
mas também a econômica.
Para mensurar melhor essa carga econômica, basta realizar um comparativo
dos custos das enfermidades relacionadas à obesidade com o de outras doenças, afirmou a médica. “Podemos dizer
que o impacto das doenças relacionadas
à obesidade é maior do que todas. Porque são muitas condições. Até mesmo o
câncer. A doença tem um custo muito
elevado de tratamento, mas a frequência dela é muito pequena em relação à
frequência da obesidade. Há menos casos de câncer do que de obesos. Então,
paralelamente, dentro das doenças crônicas, podemos considerar a obesidade
de maior impacto”, disse.
Para a Dra. Luciana Bahia, a estraté-
gia para mudar esse cenário é o envolvimento de toda a sociedade na questão.
Para ela, uma andorinha só (no caso
o médico) não faz verão. Governo, sociedade, indústrias alimentícias e de
propaganda têm que estar em parceria para tentar frear o crescimento da
doença e suas complicações. A médica
afirma que os principais passos são a
prevenção e a orientação, principalmente na infância, e a comercialização
dos alimentos. “É preciso subsidiar ou
ajudar para que o alimento saudável,
não processado, não industrializado
como o legume, uma verdura, não custe mais do que opções muito menos
nutritivas. Enquanto houver essa defasagem econômica, que o indivíduo tem
dinheiro para comprar um refrigerante
com açúcar ou um saco enorme de biscoito, que tem mil calorias, e não tem
dinheiro para comprar duas frutas com
legume e uma verdura – porque acaba
sendo mais caro – esse panorama não
mudará. Esse é um ponto fundamental”, concluiu a médica. n
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Departamento de Enfermagem
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22
Descarte Correto
do Lixo Gerado
no Tratamento
do Diabetes
Enfa. Marcia Camargo de Oliveira
e Enfa. Paula Pascali*
O
Departamento de Enfermagem
da SBD vem há algumas gestões
se preocupando com o destino
e processamento do lixo gerado pelo tratamento do diabetes em
domicílio.
O uso de injetáveis e a monitorização da glicemia constituem importante
fonte gerador de resíduos perfurocortantes, biológicos e químicos nas residências.
Enquanto existe uma legislação rigorosa de gerenciamento destes materiais nos Serviços de Saúde – inclusive
sujeito a penalidades –, nos domicílios o descarte de seringas, agulhas,
canetas descartáveis, materiais descartáveis da bomba de insulina, lancetas, resíduos biológicos, frascos de
insulina e outros não têm merecido a
necessária atenção de especialistas no
assunto e nem dos governantes. Não
existem recomendações técnicas nem
legais para o manejo desses materiais
usados no tratamento do diabetes.
No decorrer deste ano, durante os
eventos da SBD em que estiveram reunidos profissionais de saúde, realizamos
uma breve pesquisa e constatamos que
médicos, enfermeiros, nutricionistas e
demais profissionais desconheciam a
forma como o seu paciente descartava
os perfurocortantes e material biológico
gerados no domicílio.
1755_Revista_SBD_v22n04.indd 22
As principais recomendações técnicas
e legais estão descritas na Resolução da
Diretoria Colegiada (RDC) 306 da ANVISA; Resolução nº 358 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA);
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT); Norma Regulamentadora
(NR32); e Lei 12.305, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).
De acordo com a RDC 306 e CONAMA 358, o material deve ser descartado
no local de sua geração, imediatamente
após o uso, em coletor específico para
perfurocortantes. Os coletores para esse
tipo de descarte são recipientes rígidos,
resistentes à punctura, ruptura e vazamento, com tampa e devidamente identificados com o símbolo internacional
de risco biológico, acrescido da inscrição “PERFUROCORTANTE”, indicando o risco que apresenta o resíduo, segundo normas da ABNT.
Em domicílio, o mesmo material é
descartado, muitas vezes, no lixo doméstico, em recipientes inadequados, expondo um grande número de pessoas
à contaminação com agentes biológicos
envolvendo perfurocortantes. Além do
ferimento, a grande preocupação em um
acidente dessa natureza é a possibilidade
de infecção com um patógeno de transmissão sanguínea, especialmente os vírus
das hepatites B (HBV) e C (HCV).
Por falta de legislação específica, não
temos uma ação homogênea em relação a este assunto nas prefeituras brasileiras. São observadas, apenas, ações
individuais de profissionais de saúde
neste cenário.
Algumas Unidades de Saúde distribuem o coletor, mas não cobram a devolução, portanto, muito provavelmente,
vai para o lixo doméstico. Outras não
oferecem o coletor e orientam descarte
em recipiente que não atende as recomendações de segurança, mas recebem
na unidade para tratamento e destino
final. Neste caso, muitas vezes, profissionais e usuários correm riscos, já que
o recipiente oferece riscos para quem
transporta e para quem recebe. E, ainda, um grande número de instituições
que não se preocupa com o assunto.
Em São Paulo, o formulário de solicitação de insumos, que deve ser preenchido pelo médico para que as pessoas
recebam os insumos, consta a opção:
Recipiente para perfurocortante. Com
o preenchimento correto e a apresentação do formulário, as pessoas podem
retirar todo material necessário para o
seu tratamento.
Todo o contexto nos faz pensar que
é responsabilidade do profissional de
saúde colaborar para que, em breve,
tenhamos legislação específica para
padronizar as ações de descarte domiciliar, além de educar as pessoas quanto
ao manejo dos resíduos gerados com o
tratamento do diabetes, visando minimizar acidentes e riscos à saúde.
* Dra. Marcia Camargo de Oliveira (coordenadora) e Enfermeira Paula Pascali
são membros do Departamento de Enfermagem da SBD.
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O descarte seguro é um
ato de cidadania. Faça a
sua parte e jogue o seu
lixo no lixo certo!
SIMPÓSIO EM SÃO PAULO
As Coord. do Depart. de Enfermagem da SBD
- Enfa. Marcia Camargo de Oliveira e Paula
Pascali - com Dr. João Eduardo Salles, membro
da diretoria.
1755_Revista_SBD_v22n04.indd 23
Fotos: Kelly Dantas
U
ma das atividades realizadas pelo Departamento de
Enfermagem da SBD aconteceu em São Paulo, em
agosto, onde foi lançado um vídeo dedicado ao descarte domiciliar de resíduos provenientes do tratamento do
diabetes.
Trata-se de um vídeo com conteúdo educativo sobre descarte, voltado para a população em geral e profissionais de
saúde. O foco é sensibilizar e envolver, segundo o Departamento, a todas as pessoas no tema, através da importância
da segurança do descarte.
O vídeo está publicado no site da SBD, com download
gratuito, e pode ser exibido nos programas internos de TV
dos postos de saúde, consultórios médicos, Associações de
Pacientes com Diabetes, assim como em aulas educativas.
Também foi produzido um folder educativo, com o mesmo conteúdo do vídeo, que você está recebendo junto com
esta edição da Revista Diabetes. A cópia digital ficará disponível no site da SBD. Basta fazer o download e imprimir,
tanto em copiadoras quanto em gráficas, para distribuição
no seu serviço.
O vídeo e o folder foram desenvolvidos pelas enfermeiras
Paula M. Pascali e Marcia Camargo de Oliveira. “Esperamos
Palestrantes do Simpósio em São Paulo, em agosto: enfa. Marcia, Mieco,
Thaliya, Nilce, Magda, Leda, Rebeca e Paula.
que estas e outras ações futuras contribuam para que, o
mais breve possível, tenhamos legislações, pessoas envolvidas e comprometidas, visando à proteção das pessoas,
dos animais, à preservação da saúde pública, dos recursos
naturais e do meio ambiente”, enfatizaram as organizadoras
do projeto.
Apresentação do programa do Simpósio de São
Paulo com a Enfa. Marcia Camargo de Oliveira.
Abertura do COREN/SP com a enfa. Renata
Pietro e Dr. João Eduardo Salles, da SBD.
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Pelo Mundo
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24
Congresso da EASD em Estocolmo
E
m setembro aconteceu a 51a edição do principal Congresso europeu sobre pesquisas e atualizações
em Diabetes Mellitus. O 51º Meeting da
EASD – European Association for the Study
of Diabetes – reuniu os principais endocrinologistas do mundo no Stockholmsmässan Convention and Exhibition
Center, em Estocolmo, na Suécia.
Pela terceira vez em eventos internacionais, a cobertura do Congresso
foi realizada através de um projeto da
SBD Online, com a coordenação do Dr.
Rodrigo O. Moreira. A cobertura com
os especialistas brasileiros foi feita, pela
primeira vez, durante o 50º Meeting da
EASD, realizado no último ano na cidade de Viena.
O presidente da SBD, Dr. Walter Minicucci, comentou sobre o sucesso das
edições anteriores e alguns dias antes do
EASD convidou os associados a acompanhar a cobertura e avaliou como bem
positiva. “Foi uma atividade com muito
impacto entre os profissionais de saúde. Centenas de pessoas participaram,
aprenderam e discutiram o que foi
apresentado. No EASD, mais uma vez
grandes nomes comentaram sobre as
novidades, as novas técnicas, os novos
pensamentos a respeito do diabetes,
Vídeos
Temas apresentados no projeto SBD Online.
• Boas Vindas Dr. Walter Minucucci
• A Leptina Está de Volta?
• As Drogas do Futuro Para Diabetes
Tipo 2
• Causas do Pré-Diabetes
• Diabetes no Idoso: Riscos e Condutas
• EASD Pode Criar Núcleos no Brasil
e na Índia
• A Resistência à Insulina: Uma Questão Intrigante
• Avanços na Ciência Trazem Nova
Perspectiva para o Tratamento do
Diabetes em Crianças
• Derrubando Mitos Sobre a Frutose
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• Esteatose Hepática Não Alcoólica:
Diagnósticos e Novos Guidelines
• Incretina e Câncer de Pâncreas
• Novas Tecnologias Para o Tratamento do Diabetes
• Novos Estudos Sobre Risco Cardiovascular: O Que Vem Por Aí?
• O Futuro do Diabetes: Insulina Ultra Rápida e Glucagon Nasal
• Pesquisas Avançam Sobre o Uso de
Inibidores da SGLT2
• Novas Formas de Prevenir Complicações no Diabetes
• Novos Antagonistas Para o Glucagon
• Novos Inibidores da PCSK9 Vem Aí
• Pesquisador é Premiado Por Estudo
Sobre Obesidade e Saúde Metabólica
• Prós e Contras dos Inibidores do
SGLT2 no Diabetes Tipo 1
• Qual o Impacto do Tratamento
Combinado
• Resultados do Empa-Reg são divulgados no EASD 2015
• Recompensas do Cérebro e Saciedade
• Terapias Triplas ou Quádruplas:
Prós e Contras
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26
traduzindo os avanços para a prática clínica. O objetivo é tratar cada vez melhor
a nossa população de pacientes com diabetes”, disse o Dr. Minicucci.
Avanço em ciências básicas, na prevenção, no diagnóstico e tratamento
do diabetes foram os pilares da programação do EASD, e dividido em cinco
temas: Genética/Epidemiologia; Patologia/Metabolismo; Ilhotas/Transplantes/Imunologia; Ciência Clínica e Cuidados e Complicações.
Foram mais de três mil apresentações
orais e em pôsteres, aulas ministradas
pelos principais estudiosos sobre o tema
e palestras especiais, além de sessões
científicas e educacionais.
O Dr. Rodrigo Moreira destacou a
Conferência de abertura do evento
(Claude Bernard Lecture), apresentada pelo Dr. Hans-Ulrich Häring sobre
Pré-Diabetes e novas técnicas para compreender as causas da doença.
“Um dos pontos mais interessantes
é a classificação dos pacientes obesos
(metabolicamente saudáveis e metabolicamente doentes). O Dr. Hans-Ulrich
e seu grupo vêm demonstrando que, realmente, há pacientes obesos que irão
evoluir para o diabetes e que têm maior
risco de apresentar a doença. Um dos
principais objetivos de suas pesquisas
é tentar identificar o que torna um paciente obeso mais pré-disposto ao diabetes e a pré-diabetes. O médico cita
a Esteatose Hepática como um grande
marcador e vem tentando identificar o
papel do fígado com um dos mais importantes determinantes na evolução
para os estados de disglicemia.”
O Dr. Rodrigo comenta que, de acordo com o médico alemão, “esse fígado esteatótico conversa com a gordura
pancreática”. “Esse é um tema com pesquisas realizadas pelo IEDE, com a participação do Dr. Amélio Godoy Matos
e da Dra. Cynthia Valério, que também
entendem que a infiltração gordurosa
do pâncreas é um grande marcador de
pré-diabetes. Além disso, vem surgindo
cada vez com mais força o conceito das
hepatoquinas – substâncias semelhantes às adipoquinas, só que agora produzidas pelo fígado. Um dos principais
exemplos são as fetuínas”, explica o Dr.
Rodrigo.
Além do tema Pré-Diabetes, questões como diabetes em pacientes especiais, renais crônicos e idosos; diabetes
na infância; incretinas e o câncer de
pâncreas; resistência à insulina; novas
tecnologias para o tratamento do diabetes e drogas do futuro para DM2
também foram pontos destacados no
Congresso.
Durante o evento também foram
apresentados e discutidos os resultados
do EMPA-REG OUTCOME, estudo de
desfecho cardiovascular com uma classe nova de medicação no tratamento da
diabetes (inibidores SGLT2). De acordo com o presidente da SBEM, Dr. Alexandre Hohl, o ensaio clínico contou
com mais de 7 mil pacientes estudados
e trouxe resultados significativos e muito positivos.
O estudo premiado no EASD 2015
foi o do médico e professor do Departamento de Medicina da Universidade
de Leipzig, na Alemanha, Dr. Matthias
Bluer. O tema The Importance of Adipose
Tissue in Diabetes and Beyond baseou-se
na investigação da relação desse tecido
como órgão endócrino e sua relação
com a saúde metabólica e a obesidade.
Além dos debates do SBD Online,
o site da EASD disponibiliza diversas
apresentações online em uma área de
webcasting em http://www.easdvirtualmeeting.org/ n
Foto: Flickr/IDF
Congresso da IDF
1755_Revista_SBD_v22n04.indd 26
V
ancouver, no Canadá, será a sede
de mais uma edição do World Diabetes Congress, da International Diabetes Federation (IDF). O evento acontecerá do dia 30 de novembro até 4 de
dezembro e tem o apoio de uma das
mais tradicionais associações mundiais
em diabetes, a Canadian Diabetes Association (CDA).
Para o presidente do Congresso, Dr.
Michael Hirst, é uma honra ter um evento sediado em um país que foi responsável por uma das maiores descobertas
da história: a insulina. Ainda segundo o
Dr. Hirst, a programação científica será
composta por 220 horas de sessões dividida em seis partes, cujos temas estão
baseados na edição do Congresso realizada em Melbourne em 2013, onde estão destacados os avanços políticos para
diabetes. Esse será o último evento dele
à frente da presidência da IDF. O próximo presidente, Dr. Shaukat Sadikot, da
Índia, assume em 2016.
Serão 12 mil delegados e mais de 300
palestrantes circulando no Congresso,
que reúne a maior comunidade global
de diabetes. Entre as atividades paralelas encontros dos jovens líderes em diabetes e debates em torno da Advocacy.
Está confirmada a realização da
Global Village que reúne representantes de todas as associações-membro da
IDF em um espaço para troca de informações e apresentações de projetos
de todas as partes do mundo. No local,
serão realizadas diversas atividades paralelas além da exposição de projetos
desenvolvidos por todas as associações-membro da IDF.
Para os interessados as inscrições
estão sendo feitas no site: www.idf.org.
São esperados médicos, cientistas, enfermeiros, educadores e outros profissionais da saúde de diversos lugares do
mundo. n
10/27/15 16:01
Ponto de Vista
Foto: Ricardo Oliveira
Vol. 22 - nº 04 - outubro 2015
27
Dr. Ney Cavalcanti
Mais Gordura, Menos Açúcar
O
governo norte-americano, através dos seus departamentos de
agricultura e saúde, periodicamente publica um Guia de
Orientação Dietética para a população.
No momento, está redigindo a versão
de 2015, o “The 2015 US Dietary Gudelinas”. Estas recomendações repercutem
em todos os setores envolvidos com alimentos: agricultura, indústria alimentícia, programa de assistência alimentar,
restaurantes etc. Dessa forma, este documento interfere na vida de milhões
de pessoas.
A sua redação é feita por cientistas
e reflete o que existe atualmente nas
pesquisas e literatura médica sobre o
que seriam hábitos dietéticos saudáveis. O documento atual se difere, entre outros, em um importante ponto em
relação aos anteriores: não existe recomendação para o uso muito limitado
de gorduras.
Nas versões anteriores desse guia
dietético, a recomendação era de que
o consumo máximo de gorduras variasse entre 20% e 30% do valor calórico
total. E por que fizeram esta modificação? As razões são várias. Entre elas, a
constatação de que, apesar de a sua diminuição vir sendo sugerida há muitos
anos, o consumo de gordura não tem
aumentado, mas a incidência do excesso de peso não para de crescer.
Considerou-se por muito tempo que
a gordura era o tipo de alimento que
1755_Revista_SBD_v22n04.indd 27
mais favorecia o excesso de peso. Qualquer alimento que ingerido, independentemente do seu tipo, tem as suas
calorias armazenadas no nosso tecido
gorduroso. Este tecido é nossa reserva energética. Afinal, necessitamos de
energia a cada segundo para fazer com
que os nossos órgãos exerçam as suas
funções e não nos alimentarmos continuamente. Ora, a gordura é o alimento mais calórico. São nove calorias por
cada grama.
Além disso, para ser absorvida e armazenada no tecido adiposo, ela consome apenas menos de 5% do seu valor calórico. Por outro lado, o açúcar
e o carboidrato só têm quatro calorias
por grama e tem gasto calórico elevado
para ser transformado em gordura e
armazenado como tal. Consome cerca
de 25% do valor calórico. Conclusão
óbvia: a gordura seria o alimento que
mais engorda por ter mais calorias e
menos gastos para o seu armazenamento. Certo? A experiência demonstrou ser absolutamente falso. Na tentativa de diminuir a ingestão de gordura, segundo
as orientações dietéticas anteriores dos
órgãos governamentais, aumentou-se a
ingestão de carboidratos. O consumo
deste tipo de alimento vem aumentando significativamente nos últimos anos.
Resultado: o número de pessoas com
excesso de peso não para de crescer.
Também se acreditava que a ingestão
de gorduras iria provocar a elevação
delas na corrente sanguínea. Hoje, se
sabe que isto não ocorre ou se faz de
maneira pouco importante.
Inclusive, hoje, se tem conhecimento de que o consumo de alimentos gordurosos pode trazer benefícios como
a elevação do colesterol bom, o HDLcolesterol. Durante muitos anos, recomendava-se a proibição de alimentos
ricos em colesterol para aqueles que tivessem seus níveis sanguíneos aumentados. Atualmente, não existe nenhuma razão para isto. Assim, são liberados
para quem tem essa alteração as gemas
de ovo e os crustáceos.
Há, inclusive, algumas pesquisas
em que a ingestão de gordura é muito maior do que 35% do valor calórico,
podendo acarretar diminuição do risco
cardiovascular.
Desta forma, as evidências atuais são
de que não há nenhum benefício com
relação à substituição das gorduras pelos carboidratos. Muito pelo contrário.
Eles, os carboidratos, são os principais
culpados pelo aumento da obesidade,
hipertensão arterial, diabetes, doenças
cardíacas, AVC e esteatose hepática.
“É necessário enfatizar que esta abordagem só deve ser feita por indicação
e supervisão médica. Este tipo de conduta não é indicado, entre outros, para
os magros (IMC menor que 18/kg/m2)
e nos diabéticos em uso de medicação
para diminuir a glicemia” n
10/27/15 16:01
Pelo Brasil
28
Foto: Celso Pupo
Vol. 22 - nº 04 - outubro 2015
Encontro
do IEDE
Diabetes e Corrida
D
urante a realização da 12ª edição
da Maratona Caixa da Cidade do
Rio de Janeiro, em julho deste
ano, um corredor ganhou destaque,
em especial para os ligados ao diabetes.
O triatleta Kener de Oliveira Assis, de
48 anos, estava participando com a camisa do Dia Mundial do Diabetes. Um
simples ato que mostrou que o esporte
pode contribuir e muito para que o paciente tenha uma vida normal.
O Kener ficou na posição 3744, porém em primeiro lugar quando se trata
de cuidado, dedicação, e ultrapassar limites. Um exemplo a ser seguido. Parabéns Kener.
No total, foram 26 mil competidores de 61 países. A prova praticamente
parou a cidade. Na Maratona, categoria masculina, Willy Kangogo Kimutai
conquistou o bicampeonato e bateu o
próprio recorde. O atleta venceu pela
diferença de um segundo. No feminino,
a vitória ficou com Caroline Chemutai
Komen. Os brasileiros melhores colocados foram: Edson Amaro e Graciete
Moreira Carneiro. n
C
omo acontece há vários anos, o
Encontro do IEDE fecha as atividades da endocrinologia no Rio
de Janeiro. O 44º Encontro Anual do
Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (IEDE) será
em Mangaratiba, como em 2014, no Hotel Portobello, entre os dias 11 a 13 de
dezembro de 2015. A Dra Erika Paniago
Guedes, presidente da ASSEX (organizadora do Encontro) é responsável pela
coordenação geral do evento.
O Encontro Anual tem como tema
“Dos Neurônios aos Hormônios”. A programação final está recebendo os últimos acertos e será divulgada no site da
entidade – www.assex.org.br –, mesmo
endereço onde são feitas as inscrições. n
Obesidade
em Pauta
A
cidade de Belém do Pará receberá a décima sétima edição do Congresso da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica
e Metabólica (SBCBM). O evento
acontecerá do dia 20 a 23 de outubro, no Hangar Centro de Convenções. O Dr. Luiz Claudio Chaves é
o responsável pela coordenação,
que conta com o apoio de diversas entidades como a SBD, SBEM
e ABESO.
As inscrições são realizadas no
site do evento: www.sbcbm2015.
com.br e o prazo para envio de
trabalho foi encerrado no último
dia 30 de setembro. n
Mutirão em Sergipe
N
o dia 26 de agosto, a Secretaria
Municipal da Saúde de Neópolis,
juntamente com o Centro de Diabetes de Sergipe, realizou um mutirão
no Dia dos Pais. A atividade aconteceu
das 8h às 12h, na Rua Bonfim. O Dr. Raimundo Sotero, um dos coordenadores,
palestrou sobre prevenção e cuidados
com diabetes.
Os participantes receberam materiais
educativos, panfletos, Jornal do Diabético e um livro para crianças. Também foram feitas aferições da pressão arterial,
cálculo de IMC e medidas de circunferência abdominal, realizadas pelos alunos de fisioterapia, enfermagem e educação física da Universidade Tiradentes.
Além disso, os presentes puderam fazer exames de glicemia capilar e monitoramento do diabetes. O apoio foi da Accu-chek (Roche). Os participantes com
resultados alterados foram atendidos, no
local, pelo Dr. Sotero e pela nutricionista
Cinthia Fontes, e, posteriormente, encaminhados para Unidades Básicas de
Saúde da cidade de Neópolis. n
Falando Sobre Atividade Física
Em Salvador
os dias 24 e 25 de outubro será
realizado o Seminário de Educação e Atividade Física em Diabetes (SEAFID 2015), em Brasília.
Idealizado pelo Instituto Gesporte,
Centro Universitário IESB – Educação Física e o Projeto
Doce Desafio, o evento
tem como objetivo trocar experiências sobre
Regional Bahia da SBD realizou nos dias 21 e 22 de agosto o Diabetes Bahia 2015,
coordenado pela Dra. Odelisa
Matos, presidente da SBD local.
Nesta edição, o tema foi “Diabetes na Linha da Vida”, com uma
programação científica que contemplou as diversas fases desde
a infância e adolescência, até a
fase adulta e os idosos. No total,
o evento contou com a participação de 258 inscritos. n
N
1755_Revista_SBD_v22n04.indd 28
a importância da aplicabilidade da prática orientada de exercícios e atividades
físicas na vida do paciente diabético.
O Seminário é coordenado pela
Dra. Jane Dullius e as inscrições podem ser feitas no
site www.docedesafio.
org.br. É importante
lembrar que as vagas
são limitadas. n
A
10/27/15 16:01
Tschiedel e Dra. Ana Claudia Ramalho
falaram sobre o uso das bombas de insulina, cenário no Brasil e as novas tecnologias no tratamento do diabetes tipo 1.
De acordo com o Dr. Tschiedel, ainda há
uma resistência dos pacientes em adotarem os novos métodos para o tratamento do Diabetes. “Muitas pessoas usam e
gostam das tecnologias para a diversão.
Contudo, quando o assunto é a saúde
não tem o mesmo efeito. É preciso conscientizar os pacientes e os profissionais
dos benefícios das novas tecnologias. É
um caminho longo, mas que estamos aos
poucos conquistando”, declarou.
Na cerimônia de abertura foram en-
Foto: Divulgação
Educando Educadores
Dr. Albermar Harrigan, presidente do CBAEM,
e Dr. Alexandre Hohl, presidente da SBEM.
tregues premiações dos Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia (2014), pelo Dr. Marcello Bronstein,
editor-chefe da Revista Científica. No
encerramento, foram divulgados os
melhores trabalhos apresentados. A cobertura do evento foi feita através de vídeo-reportagens publicadas no site da
SBEM Nacional e redes sociais. n
A
cidade de Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro, recebeu a 29ª
Edição do Curso de Qualificação
para Profissionais de Saúde em Educação
em Diabetes. O evento aconteceu entre
os dias 25 e 28 de agosto, na Universidade
Católica de Petrópolis. O projeto é uma
idealização da SBD, Rede de Educadores
Latino-Americana em Diabetes, Associação de Diabetes Brasil (ADJ) e a International Diabetes Federation (IDF).
De acordo com a coordenadora Graça Câmara, 70 participantes estiveram
presentes nesta edição. “Foi um trabalho bem produtivo com os profissionais
de Petrópolis, sendo que destes dez especialistas eram de outro estado”, comentou. A próxima edição do evento
acontecerá em outubro, em Goiânia. n
Foto: Celso Pupo
A
capital do Espírito Santo recebeu
o Congresso Brasileiro de Atualização em Endocrinologia e Metabologia (CBAEM 2015), promovido
pela SBEM. O evento foi presidido pelo
Dr. Albermar Roberts Harrigan, presidente da Regional ES, e recebeu cerca
de 1.500 participantes durante os dias
11 a 14 de agosto. Era nítida a alegria
do presidente quanto ao resultado do
Congresso. “O Espírito Santo está agora,
cientificamente e culturalmente, no lugar que deveria estar. Acredito que essa
edição foi um divisor de águas para nosso estado”, declarou o especialista. Na área de diabetes, o Dr. Balduíno
Foto: Arquivo DC Press
Congresso de Atualização em Vitória
Vol. 22 - nº 04 - outubro 2015
29
Atualização no Rio
O
Rio de Janeiro recebeu a sétima edição do EndoRio, nos dias 28
e 29 de agosto. A Dra. Flávia Conceição, presidente da SBEM Rio
de Janeiro, foi a responsável pela coordenação do evento, que
contou com a presença de cerca de 600 participantes, superando as
expectativas, já que a maioria realizou a inscrição previamente, possibilitando uma ótima logística feita pela Regional.
Na programação científica, vários tópicos relacionados ao diabetes,
entre eles diabetes gestacional, hipoglicemias no diabético e novas
drogas para o tratamento da doença.
Entre os momentos especiais duas homenagens. O Dr. Adolpho
Milech achou que faria uma surpresa ao Dr. José Egídio P. de Oliveira
que, por sua vez, acreditou que faria o mesmo com o amigo. O resultado foi de emoção dos dois endocrinologistas. O registro do momento
está no canal da SBEM Rio no Youtube. n
1755_Revista_SBD_v22n04.indd 29
Dr. José Egídio, Dra. Flávia Conceição e Dr. Adolpho Milech
10/27/15 16:01
Mundo Digital
Vol. 22 - nº 04 - outubro 2015
30
Tecnologia & Diabetes*
A internet é um imenso arquivo de informações preciosas para os profissionais de saúde. Basta
saber procurar onde estão tantos dados, o que não é das tarefas mais fáceis. Compartilhar esses
links e lançamentos na área de tecnologia é uma das nossas tarefas. Muitas estão ligadas à
saúde e outras só relacionadas à tecnologia que podem ser boas ferramentas de trabalho.
APLICATIVO PARA ACESSAR BULAS
Vários aplicativos têm sido lançados para facilitar a vida dos
profissionais de saúde. Um deles foi o da Memed. Assim como
na versão web, a para celular possui informações de mais de
20.000 medicamentos disponíveis no mercado brasileiro pela
Anvisa. Em breve, o aplicativo também contará com funcionalidades de prescrição e o download já pode ser feito tanto
na Google Play (Android) como Apple Store (iPhone).
TIC SAÚDE
Em setembro, aconteceu no Rio de Janeiro
o Rio Info 2015, um dos maiores eventos
de tecnologia do país. Os tópicos apresentados foram os mais variados, indo do
esporte à saúde. Em um dos seminários,
foi distribuído o TIC Saúde 2014, que é
uma pesquisa sobre o uso das tecnologias de informação e comunicação nos
estabelecimentos de saúde brasileiros, lançada recentemente, durante o 15º Congresso Mundial de Informática em
Saúde.
A pesquisa foi conduzida pelo Comitê Gestor da Internet
no Brasil (CGI.br), por meio do Centro Regional de Estudos
para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.
br) e do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR
(NIC.br).
Entre os tópicos abordados está a importância das ações de
educação e pesquisa à distância em saúde em estabelecimentos do setor público no Brasil. Lembrando que a SBD lançou
um projeto na área, coordenado pelo Dr. Laerte Damaceno.
A segunda edição do TIC Saúde investigou a adoção das
tecnologias de informação e comunicação (TIC) nos estabelecimentos de saúde e a apropriação desses recursos pelos profissionais do setor. Durante 2014, foram entrevistados
2.121 estabelecimentos de saúde públicos e privados de todo
o País, bem como 1.067 médicos e 2.037 enfermeiros. A pesquisa foi realizada entre setembro de 2014 e março de 2015.
ENTRE OS PONTOS:
- 52% dos estabelecimentos que utilizaram a Internet nos
últimos 12 meses possuem algum tipo de registro eletrônico
das informações presentes nos prontuários dos pacientes.
- 29% dos estabelecimentos que têm registro das informações dos pacientes as armazena parte em papel e parte em
formato eletrônico, e 23% totalmente eletrônica.
- 45% dos estabelecimentos que utilizaram a Internet nos
últimos 12 meses fazem os registros totalmente em papel.
- 35% dos estabelecimentos de saúde conectados à rede
possuem uma política interna de segurança regida por manual ou documento.
O documento na íntegra pode ser acessado no http://
cetic.br/pesquisa/domicilios/indicadores
D-NET: REDE DA INTERNATIONAL DIABETES FEDERATION
A International Diabetes Federation tem uma rede online de debates sobre diabetes para profissionais de saúde. Este ano, o
espaço digital foi totalmente reformulado para atender melhor aos participantes.
Atualmente, são mais de 2 mil membros que compartilham
experiências em todo mundo. Um aprendizado em conjunto realizado com debates – separados por tema –, agenda
de atividades e tópicos liderados por especialistas internacionais. Ainda é disponibilizada uma biblioteca interativa. O
endereço da rede é http://d-net.idf.org/ e tem o apoio da
AstraZeneca. n
LIBRARY
DISCUSSIONS
INTERACTIVE RESOURCE
CENTRE
INTERNATIONAL
EXPERTS
Share diabetes resources
Latest diabetes
developments
Search and upload
documents, videos
and weblinks
Bi-weekly discussions
related to diabetes care
Diabetes Network
for Health Professionals
CALENDAR
DIABETES EVENTS
AROUND THE WORLD
View upcoming
conferences
and other activities
Submit your own event
to the D-NET calendar
ASK D-NET
PROFESSIONAL
SUPPORT
Share a question or
issue with the D-NET
community
*Cristina Dissat, responsável pela coluna, é jornalista especializada em mídias digitais, com pós-graduação em comunicação digital. – [email protected].
1755_Revista_SBD_v22n04.indd 30
10/27/15 16:01
Comunicados SBD
Vol. 22 - nº 04 - outubro 2015
31
Novo
Editor-Chefe
dos Podcasts
da SBD
O
Comunicado Gordura Trans
N
o começo de setembro a SBD, em
conjunto com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e a Associação Brasileira para o
Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica, publicaram uma carta aberta
com o tema “Gordura Trans” ao Governo brasileiro e à Agência Nacional de
Vigilância Sanitária.
Uma das preocupações das entidades
está relacionada ao diabetes. A carta explica, por exemplo, que a participação
de alimentos industrializados contendo
gordura trans na dieta contemporânea
é traço marcante do padrão alimentar atual da população. Seu consumo causa impacto na saúde, tanto no
desenvolvimento de doenças crônicas
quanto no estado nutricional.
Além disso, os ácidos graxos trans podem ser sintetizados pela fermentação
bacteriana e estão presentes em pequena quantidade nas carnes e no leite, mas
sua principal fonte é a gordura hidrogenada, muito utilizada em produtos
industrializados.
O documento na íntegra pode ser lido
no site da SBD, pelo link: www.diabetes.
org.br/destaques/carta-aberta-gordura-trans-ao-governo-brasileiro-e-anvisa. O
conteúdo também foi reproduzido no
site do Dia Mundial do Diabetes e nas
demais entidades envolvidas. n
Nutriendocrinologista/Nutriendocrinologia
A
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia publicou
um alerta à população sobre a
inexistência de termos como Nutriendocrinologia e/ou Nutriendocrinologista, devido ao aumento no uso das
terminologias na mídia leiga.
No documento, que também foi divulgado pelo site da SBD, a SBEM Nacional mencionou a regulamentação
existente no Conselho Federal de Medicina, assim como as condutas éticas
1755_Revista_SBD_v22n04.indd 31
adotadas e seguidas pela entidade e seus
associados.
A Endocrinologia e Metabologia é
uma das especialidades médicas reconhecidas no país, inexistindo reconhecimento pelo CFM e pela AMB para a
“Nutriendocrinologia” ou para um profissional que se diga “Nutriendocrinologista”.
Para visualizar o documento no site
da SBD, acesse: www.diabetes.org.br/
ultimas/comunicado-sbem-nacional. n
Dr. Fernando Valente, que
atuava como coeditor, é o
novo editor-chefe dos Podcasts da SBD. A principal função
dessa mídia é atualizar os profissionais de saúde envolvidos na
atenção às pessoas com diabetes.
Uma ferramenta simples e que
pode ser utilizada e acessada facilmente.
Os programas são quinzenais
e contarão com a participação de
grandes especialistas brasileiros,
comentando artigos internacionais para que o profissional esteja
sempre bem informado sobre as
últimas tendências. Para acessar,
digite no seu navegador: http://
www.diabetes.org.br/podcasts-sbd-artigos-cientificos-comentados. n
Estande
da SBD no
Congresso
O
Diabetes 2015 está chegando e, mais uma vez, o estande da SBD será o ponto de
encontro dos associados. A equipe da SBD estará presente para o
atendimento aos sócios, realizando lançamentos das novas Diretrizes 2015-2016, do Software SISPED
– sobre Pé Diabético e fazendo a
divulgação do Dia Mundial do Diabetes, já que o evento acontece na
época em que a campanha está
intensificada.
O congressista que ainda não é
sócio da entidade poderá integrar
o quadro de associados e fortalecer o diabetes no país. n
10/27/15 16:01
Agenda
Outubro 2015
54th European Society for Paediatric
Endocrinology Annual Meeting
Data: 1
a3
Local: Barcelona, Espanha
Informações: www.eurospe.org
XV Congremem 2015
9 a 11
Local: Associação Médica de Minas
Gerais, Belo Horizonte, MG
Informações: www.congremem.com.br /
(31) 2510-1012
30ª Edição do Curso de Qualificação
para Profissionais de Saúde em
Educação em Diabetes
Data: 26
a 30
Inn August Hotel, Goiânia,
GO
Informações: www.diabetes.org.br / (11)
2761-7196
Local: Plaza
Data: 15
a 18
Local: Antalya, Turquia
Informações: endobridge.org/2015
XVII Congresso da Sociedade
Brasileira de Cirurgia Bariátrica e
Metabólica
Data: 20
a 23
Hangar Centro de Convenções,
Belém, PA
Informações: www.sbcbm2015.com.br /
(51) 3086-9101
Local:
1º Simpósio de Psicologia e Diabetes
Santa Casa BH
Data: 24
Local: Santa
Casa, Belo Horizonte, MG
Informações: www.santacasabh.org.br /
(31) 3274-7377
1755_Revista_SBD_v22n04.indd 32
Data: 30
de novembro a 4 de dezembro
Canadá
Informações: www.idf.org.br/
worlddiabetescongress
Local: Vancouver,
Dezembro 2015
44º Encontro Anual do IEDE
Data: 11
Data:
EndoBridge 2015
World Diabetes Congress – IDF 2015
Foto: ra2studio
Vol. 22 - nº 04 - outubro 2015
32
Novembro 2015
3rd International Conference on
Endocrinology
Data: 2
a4
Local: Atlanta,
EUA
Informações: endocrinology.
conferenceseries.com
XX Congresso da Sociedade
Brasileira de Diabetes
a 13
Portobello, Mangaratiba, RJ
Informações: www.assex.org.br /
(21) 2224-8587
Local: Hotel
Abril 2016
ENDO 2016
Data:
1a4
Local: Boston,
EUA
Informações: www.endocrine.org/endo-2016
a 13
Maio 2016
Local: Centro
ENDOSUL 2016
Data: 11
de Convenções FIERGS,
Porto Alegre, RS
Informações: www.diabetes2015.com.br /
(51) 3086-9100
I Simpósio Catarinense de
Atualização Terapêutica em Diabetes
Data: 21
Local: Associação Médica da Serra, Lages, SC
Informações: kalinamarinho.wix.com/
simpcatdiabetes / (48) 3365-4647
Data: 20
a 22
Local: Gramado,
Rio Grande do Sul
/
(51) 3384-8251
Informações: www.sbemrs.com.br
Junho 2016
ADA 76th Scientific Sessions American Diabetes Association
Data: 10
a 14
Los Angeles, EUA
Informações: www.diabetes.org
Local:
10/27/15 16:01
AF-a
Takeda Pharma Ltda.
Rua do Estilo Barroco, 721 - 04709-011 - São Paulo - SP
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Departamento Médico ou por meio de nossos representantes.
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27/04/15 16:01
17:34
10/27/15
1755_Revista_SBD_v22n04.indd 4
10/27/15 16:01
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