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Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 6, n° 1, 2013, p (1 -9), 2013 ISSN 18088597
Avaliação dos fatores de risco de cardiopatias isquêmicas em
funcionários de uma instituição de ensino superior no interior de Goiás
Jhérica Vieira Leite, Leila de Freitas Pires, Rodrigo Luís Taminato,
Carla Rosane Mendanha da Cunha
1
Trabalho realizado por discentes das FMB para obtenção do título de Bacharel em Farmácia.
Discentes do curso de Farmácia da Faculdade de Montes Belos.
3
Orientadora do trabalho de conclusão de curso
4
Co- orientadora do trabalho de conclusão de curso.

e-mail: [email protected]
2
Resumo: - As doenças cardiovasculares (DCV) são as causas mais comuns de
mortalidade e morbidade no Brasil e no mundo, sendo que os fatores de risco como
Diabetes mellitus, Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), sedentarismo, obesidade e
histórico familiar de doenças colesterol total, triglicérides e glicemia que levam a
eventos cardiovasculares podem ser demonstrados pelo estudo de Framingham e que
mudanças no estilo de vida podem influenciar na saúde ocupacional dos trabalhadores
em desenvolver DCV. Com o objetivo da avaliação clínico-laboratorial de funcionários
administrativos de uma faculdade privada no interior do Estado de Goiás, através da
anamnese farmacêutica e de exames laboratoriais direcionados à prevenção e
acompanhamento de doenças cardiovasculares, foi realizado um estudo transversal de
caráter qualitativo e quantitativo de 31 funcionários, sendo dividido em duas etapas: a
fase observacional e outra analítica, respectivamente foram realizadas a anamnese
farmacêutica onde todos os funcionários apresentaram um ou mais fatores de riscos. Em
seguida realizou- se os exames bioquímicos de glicose, colesterol total e triglicérides.
Dos 31 funcionários voluntários avaliados houve resultados elevados dos parâmetros
bioquímicos em 12 funcionários, sendonecessário uma nova avaliação dos mesmos e o
acompanhamento mais sistemático destes voluntários buscando proporcionar melhor
qualidade de vida.
Palavras chaves: Doenças cardiovasculares. Fatores de riscos.Saúdeocupacional.
Assessment ofrisk factors forischemic heart diseasein employeesof ahigher
education institution in Goiás state
Abstract: Cardiovascular diseases are the most common causes of mortality and morbidity in
Brazil and in the world, and the risk factors such as Diabetes Mellitus, Hypertension(HTN),
inactivity, obesity and family history of total disease, cholesterol, triglycerides and glucose and
that lead to cardiovascular events can be demonstrated by the Framingham study and changes in
life style can influence the occupational health of workers in developing CVD. With the goal of
clinical and laboratory evaluation of administrative employees of a private college in the state of
Goiás, through anamnesis pharmaceutical and laboratory tests related to the prevention and
monitoring of cardiovascular disease, across-sectional study was performed of qualitativeand31
employees quantitative, divided into two stages: a observational stage and other analytic
respectively were held pharmaceutical anamnesis where all employees had one or morerisk
factors, was conducted after biochemical tests glucose, total cholesterol and triglycerides.
Among 31 results of volunteers employee evaluated was observed elevated biochemical
parameters in12 employees, requiring a reassessment of the sameand more systematic
monitoring of these volunteers seeking to provide better life quality.
Key words: Cardiovascular diseases. Occupational health. Riskfactors.
Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 6, n° 1, 2013, p (2 -9), 2013 ISSN 18088597
1 Introdução
Atualmente
as
Doenças
Cardiovasculares (DCV) são o grupo de
doenças que estão em primeiro lugar
nas
causas
de
mortalidade
e
morbidadeno
Brasil
e
no
Mundo(ESCOSTEGUY, 2011).
Em
países desenvolvidos, até 80% de
mortes são atribuídas às DCV.As
evidências epidemiológicas também
demonstram que existe alto índice de
mortalidade
em
países
em
desenvolvimento(CAVAGIONI,2011).
Uma das cardiopatias de grande
incidência é a doença arterial
coronariana (DAC) que é resultante do
estreitamento ou oclusão das artérias
coronarianas por aterosclerose, e em
90% dos casos são evidenciados pela
formação de placa de ateroma
constituída por um núcleo lipídico
podendo permanecer durante anos sem
manifestação
clínica
sintomática
(DATASUS, 2009).
Outra patologia relacionada ao
sistema cardiovascular é o acidente
vascular cerebral (AVC) ou doença
vascular encefálica isquêmica ou
hemorrágica (DVEI ou DVEH),
popularmente conhecidas como derrame
cerebral, que ocorre quando háisquemia
ou rompimento dos vasos responsáveis
de transportar o sangue ao cérebro, em
consequência ocorre uma paralisia
cerebral, pois não há oxigenação e
nutrição das células, provocando perda
das funções neurológicas (COSTA et
al., 2011).
Ainda sobre as cardiopatias,
define-se o Infarto Agudo do Miocárdio
(IAM) como uma necrose irreversível
do miocárdio, que por sua vez é
resultado de uma trombose em uma
lesão já existente da parede vascular de
uma placa aterosclerótica em uma
artéria coronariana. Inicialmente o IAM
se dá por uma isquemia, dependendo da
gravidade da mesma, segue se o infarto
do miocárdio, cuja extensão depende da
exigência de oxigênio do tecido suprido
por essa artéria (MOTTA, 2009).
Quando
um
paciente
apresenta vários fatores de riscos para
desenvolver DCV define-se como síndrome
metabólica
(SM),
tais
como
hiperinsulinemia, dislipidemia, hipertensão,
distúrbios do metabolismo de carboidratos e
obesidade abdominal; todos esses fatores
estão significativamente associados a taxas
mais altas de mortalidade(COSTA et al.,
2012). Esses fatores ocorrem comumente de
forma simultânea, o que caracteriza maior
risco se comparado à soma do efeito de
cada um isoladamente, como um indício de
sinergia. A predisposição genética e os
fatores ambientais podem contribuir para
simultaneidade
desses
fatores,
em
indivíduos com estilo de vida pouco
saudável (MION JR et al., 2006).
Portanto, quanto maior o número
de fatores de riscos presente, maior será
a probabilidade de apresentar uma
patologia cardiovascular. Da mesma
forma, quanto melhor o controle dos
hábitos de vida, com redução do
número de fatores modificáveis
associados, maior é a redução desses
riscos
(MUNIZ
et
al,
2012;
FERNANDES et al., 2008).
De acordo com a importância
clínica da DCV, diversos fatores de
riscos para o desenvolvimento de
cardiopatias
foram
demonstrados
através do estudo de Framingham. O
Framingham Heart Studyfoi realizado
com acompanhamento de pessoas para
avaliar a incidência de cardiopatias
entre os indivíduos expostos aos fatores
de risco que levam ao desenvolvimento
da mesma. Com base nesse estudo
foram estabelecidos fatores de risco de
maior
probabilidade
para
o
desenvolvimento das DCV, alguns deles
são: a hipertensão arterial, as
dislipidemias e o Diabetesmellitus.
Outros fatores como obesidade total e
sedentarismo também se associam
positivamente com o risco de
desenvolver DCV(LOTUFO, 2008).
Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 6, n° 1, 2013, p (3 -9), 2013 ISSN 18088597
Funcionários de uma instituição
podem apresentar fatores de risco para o
desenvolvimento de DCV devido ao
estilo de vida adotado, com uma carga
horária de 40h/semanais, funcionários
alegam não ter tempo para a prática de
exercícios
físicos,
caracterizando
sedentarismo, o que pode se relacionar
com a obesidade, e se associados a
outros fatores aumentam a possibilidade
de um evento cardiovascular, o que não
comprova o desenvolvimento, mas
contribui para que isso ocorra. Ressaltase que isso acontece com o estilo de
vida adotado por cada indivíduo
(CAVAGIONI, 2011; ABBES, 2011).
Sendo a doença cardiovascular
coronariana isquêmica uma das
principais doenças que provocam alta
morbi-mortalidade no Brasil e a
carência de assistência à saúde do
trabalhador e do cidadão brasileiro,
principalmente em municípios do
interior do Estado de Goiás, este estudo
se faz necessário para a promoção e
prevenção de saúde de funcionários de
uma Instituição privada (por exemplo) e
o conhecimento dos fatores de risco
para DCV por meio de exames
laboratoriais e Anamnese Farmacêutica.
Sendo assim o objetivo desse artigo foi
a avaliação clínico-laboratorial de
funcionários administrativos de uma
faculdade privada através da anamnese
farmacêutica e de exames laboratoriais
direcionados
à
prevenção
e
acompanhamento
de
doenças
cardiovasculares.
2 Material e métodos
2.1
ÁREA DE ESTUDO
O presente estudo foi realizado
em uma cidade de 30.050 mil
habitantes, no interior do estado de
Goiás com funcionários administrativos
em uma Instituição privada. A
instituição tem 246 funcionários no
geral, sendo 60 funcionários do setor
administrativo.
2.2 Seleção da casuística
Dos critérios de inclusão foram
escolhidos
os
funcionários
administrativos, devido à assiduidade
deles na instituição, uma vez que a
presença de professores variam em
determinados dias da semana. Todos os
funcionários
voluntários
foram
convidados a participar da pesquisa,
seguindo a Resolução 196/96, em que
foi assinado o Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido (TCLE).
2.3 Caracterização do estudo e Coleta
de dados
Este estudo é transversal de
caráter qualitativo e quantitativo, no
qual foram avaliados os fatores de risco
no desenvolvimento de doenças
cardiovasculares, dos funcionários
administrativos voluntários da pesquisa.
Esse estudo foi realizado emduas fases:
a fase observacional e a fase analítica.
2.3.1 Fase observacional
Todos
os
voluntários
selecionados foram avaliados através de
uma anamnese farmacêutica utilizando
um formulário semi-estruturado de
avaliação clínica adaptado nos critérios
demonstrados
pelo
estudo
de
Framingham, e os dados obtidos foram
anotados em um prontuário individual.
A consulta farmacêutica foi baseada nas
técnicas de anamnese, direcionada aos
pacientes de baixo, médio e alto risco
para o desenvolvimento de doenças ou
complicações cardiovasculares segundo
a U.S. Public Health de 2011, e da
Sociedade Brasileira de Cardiologia –
SBCardiol.
2.3.2 Fase analítica
Após
a
consulta
foram
orientados para a coleta de sangue de 10
ml da fossa ante cubital em jejum,
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seguindo
as
recomendações
da
sociedade brasileira de patologia clinica
e medicina laboratorial (SBPC/ML)
para a realização das analises clinicolaboratoriais. As análises bioquímicas
laboratoriais realizadas foram de
colesterol total, triglicérides e glicemia
de jejum. Sendo avaliados os resultados
e correlacionando com os fatores de
risco
para
desenvolver
doenças
cardiovasculares, estes fatores foram
demonstrados
pelo
estudo
de
Framingham que avaliou se os
pacientes estão ou não expostos aos
fatores de interesse. As metodologias
técnicas da coleta e das etapas préanalíticas, analíticas e pós-analíticas
seguem os protocolos e diretrizes da
Sociedade Brasileira de Patologia
Clínica e Medicina Laboratorial
(SBPC/ML), da Sociedade Brasileira de
Análises Clínicas (SBAC) e as bulas
técnicas de procedimentos analíticos
dos kits reagentes (Doles) para análises
clínicas.
2.4 Análise avaliados
Foram
avaliados
os
seguintes fatores de risco para DCV:
Diabetes mellitus,Hipertensão Arterial
Sistêmica
(HAS),
sedentarismo,
obesidade e histórico familiar de
doenças
através
da
anamnese
farmacêutica. E o colesterol total,
triglicérides e glicemia através dos
resultados dos exames bioquímicos.
3
RESULTADOS
E
DISCUSSÃO
Dos
60
funcionários
administrativos, 40 aceitaram participar
como voluntários da pesquisa. Porém,
na data marcada compareceram 31
funcionários, caracterizando 77,5%, os
outros 22,5% desistiram ou não
compareceram no dia da coleta.
Os
funcionários
avaliados
declararam sobre ausência ou presença
de diabetes, hipertensão e sedentarismo
durante anamnese farmacêutica. Os
resultados foram demonstrados na
Figura 1
Figura 1Diferentes males de
saúde que afetam o grupo amostrado
No sexo masculino, 3% dos
funcionários declaram ser diabéticos, e
nenhum do sexo feminino apresentou
tal doença. O risco cardiovascular é
aumentado
quando
encontra-se
associado a Diabetes mellitus, pois a
resistência a insulina correlaciona a
aumento da fagocitose de LDL-C
oxidada
por
macrófagos
desempenhando papel principal para o
desenvolvimento e complicações da
doença aterosclerótica e o risco de
desenvolvimento
cardiovascular
é
diminuído quando os níveis de glicemia
estão
dentro
dos
padrões
da
normalidade
(ANDRADE,
2009;
MACHADO, 2012). Em outro estudo
realizado em um hospital do Sul do País
sobre pacientes diabéticos acometidos
por infarto agudo do miocárdio foi
analisado que a glicose quando não
controlada, com o passar do tempo,
pode levar a complicação do diabetes
como doenças micro e macrovasculares
dentre outras, o que provocariam
alterações na transmissão ou geração de
impulsos nervosos entre o sistema
nervoso central (SNC) e o periférico do
paciente, tendo como resultado a
redução ou até mesmo a ausência de
dor,
conhecida
como
isquemia
silenciosa no IAM (PAIM, 2012).
Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 6, n° 1, 2013, p (5 -9), 2013 ISSN 18088597
Visto ser uma população jovem
analisada, em relação à Hipertensão
Arterial Sistêmica (HAS) houve um
índice baixo de funcionários, 3%,de
ambos os sexos que confirmaram serem
hipertensos e que fazem uso de
medicação, sendo que todos esses
voluntários quando aferido a PAS no
dia que foi realizada a consulta
apresentaram resultados dentro dos
valores considerados normais. Pois em
outro estudo realizado na cidade de São
Paulo,
que
avaliou
o
risco
cardiovascular em profissionais de
saúde de serviços de atendimento préhospitalar, também de funcionários
jovens, apresentou prevalência de
33,1% de funcionários hipertensos
(CAVAGION, 2011). A hipertensão
arterial sistêmica é uma condição
clínica caracterizada por níveis elevados
da pressão arterial, através de alterações
funcionais de órgãos como coração,
encéfalo, rins, vasos sanguíneose por
alterações
metabólicas
onde
a
mortalidade por doença cardiovascular
aumenta de forma pregressa com
elevação da P.A. (NOBRE, 2010).
Em relação á ausência da
prática de atividade física, caracterizada
como sedentarismo 41% do sexo
feminino declarou ser sedentário,
enquanto apenas 16% do sexo
masculino declarou a inatividade física,
o que identifica maior prevalência do
sedentarismo em mulheres do que em
homens nessa população estudada.Em
outro estudo realizado com jovens em
São Paulo, concluiu-se que o
sedentarismo está fortemente associado
coma obesidade (ABBES, 2011).
Como pode - se observar na
Figura 2, foi calculado o Índice de
Massa
Corporal
(IMC)
dos
funcionários, apresentou-se os seguintes
resultados:
Figura 2. Classificação dos voluntários
em baixo peso, normal, pré obeso,
obesidade
grau I e obesidade grau II de
acordo com o cálculo do IMC.
De acordo com os resultados
obtidos na Figura 2 verificou - se que o
sexo feminino apresenta uma taxa de
normalidade em relação à obesidade
bem superior ao sexo masculino, no
qual 41 % têm o Índice de Massa
Corporal (IMC) normal e somente 13%
do sexo masculino apresenta essa
normalidade,
caracterizando
na
população estudada a existência de uma
maior
quantidade
de
homens
apresentando
pré-obesosendo
que
16%de obesidade grau I 6% obesidade
grau II 3% do que mulheres que
apresentaram pré-obeso 12% obesidade
grau I 3%, e nenhuma das voluntarias
apresentaram obesidade grau II. Em um
artigo de revisão foi relatado que cerca
de 50% dos adultos dos Estados Unidos,
do Canadá e de alguns países da Europa
Ocidental têm perfil de sobrepeso ou
obesidade, e em alguns subgrupos
populacionais chega a ser superior a
70% (ROSSETI, 2009).
De acordo com as Diretrizes
Brasileiras de Obesidade, a distribuição de
gordura corporal é avaliada pelo Índice de
Massa Corporal (IMC) no qual é calculado
através do peso e altura do paciente e de
acordo com o resultado é classificado em
baixo peso (≤18,5), normal (18,5- 24,9),
pré-obeso (25,0 a 29,9), obesidade grau
I (30 a 34,9), obesidade grau II (35,0 a
39,9) e obesidade grau III (≥
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40,0)(ARAÚJO, 2009).Em todos os
resultados, os homens apresentaram
valores superiores dos resultados do
sexo feminino. Em outro estudo foi
relatado que a obesidade se relaciona
com alterações no metabolismo lipídico
e na pressão arterial o que aumenta a
possibilidade de DCV. A obesidade é
caracterizada como doença crônica, de
origem multifatorial e definida como
um distúrbio do metabolismo energético
(ABBES et al, 2011).
Ainda durante a anamnese
farmacêutica, foi avaliado o histórico
familiar dos funcionários em relação a
parentes de primeiro grau, sobre as
doenças Diabetes mellitus, HAS, IAM e
acidente vascular cerebral, em quese
obtiveram os resultados demonstrados
na Figura 3:
Todos esses fatores hereditários
são importantes determinantes de
doença cardiovascular. O histórico
familiar de várias patologias reflete uma
hereditariedade multifatorial em que a
susceptibilidade determina-se pelo
conjunto de números de genes que vão
interagir com o estilo de vida (PORTO,
2008).
Nos
exames
bioquímicos
realizados os pacientes de pesquisa,
apresentaram
os
resultados
demonstrados na Figura 4.
Figura 4Resultados dos exames
bioquímicos em jejum de colesterol
total
(≥200mg/dl),
triglicérides
(≥150mg/dl) eglicose (70 a 99mg/dl)
dos voluntários.
Figura 3Histórico familiar de
parentes de 1º grau dos voluntários que
apresentam os fatores de risco e DCV.
Os parentes de primeiro grau
que tinham HAS foram maiores no sexo
masculino chegando a 29%(9) do que
em mulheres, apresentando25%, ao
contrário da Diabetes mellitus que teve
prevalência maior em parentes do sexo
feminino com 16% (5)do que no sexo
masculino com 6%. Em relação ao
IAM, o sexo feminino apresentou 22%e
o masculino 16%. E o histórico familiar
em relação ao AVC foi maior no sexo
masculino apresentando 12% do que no
sexo feminino que teve 6 %.
Na dosagem de colesterol total,
houve maior número de exames
alterados em valores acima do
consideradodentro dos parâmetros de
normalidade em pacientes do sexo
masculino com19 %, do que no sexo
feminino 10%, exibindo um risco maior
para estes voluntários desenvolverem
complicações ou doenças circulatória
estando, a inatividade física, mudanças
na alimentação ricas no consumo de
gorduras principalmente saturadas, de
origem animal, aumento na ingestão de
ácidos graxos saturados, ácidos graxos
trans estão associados com o aumento
Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 6, n° 1, 2013, p (7 -9), 2013 ISSN 18088597
do colesterol total (CARVALHO et
al.,2008).
Sendo que o sexo feminino
apresenta fator de proteção,o hormônio
estrógeno que possui característica de
aumentar o HDL-c,prevenindo no
desenvolvimento
doenças
cardiovasculares,ao contrario do sexo
masculino não apresentando nenhum
fator de proteção o que aumenta os
riscos para o desenvolvimento de
doenças cardiovasculares (CALLEJON
et al.,2009). O HDL remove lipídios
oxidados da LDL, estimula a liberação
de óxido nítrico e inibe a fixação de
moléculas de adesão que irão proteger o
leito vascular contra a aterogênese, além
de ser uma lipoproteína de alta
densidade (SPOSITO, 2007).
Na dosagem de triglicérides,
valores acima do normal foram também
maiores em pacientes do sexo
masculino com 13%, do que do sexo
feminino 6% (2).A prevalência de
hipertrigliceridemia é frequente na
população em geral, no qual foi
avaliado uma população americana,
30% dos 8.814 participantes do estudo
com idade superior a 20 anos
apresentaram
níveis
séricos
de
triglicérides
>
150
mg/dl
(CARDOSO,2011). As dislipidemias
são caracterizadas por alterações nas
lipoproteínas presentes no sangue
(triglicérides, colesterol, LDL-c, HDLc) nos quais níveis baixo de HDL-c,
com o aumento triglicérides causando
alterações no sistema de homeostasia,
formando a placa aterosclerótica,
induzindo a formação de trombos, que
ira interromper o fluxo sanguíneo,
causando a morte tecidual, podendo
desenvolver DCV (CARDOSO, 2011;
FERNANDES et al., 2011).
Na dosagem de glicose, 3%de
pacientes
do
sexo
feminino
apresentaram glicose acima do normal.
No entanto nenhum paciente do sexo
masculino apresentou níveis alterados
de glicemia.Onível elevado de glicose é
caracterizado como hiperglicemia,
resultante nos defeitos na secreção ou
ação da insulina podendo levar ao
Diabete
mellitus,
pode
estar
relacionados a diversos fatores como
hereditários,
comportamentais
e
socioeconômicos (MENEZES,2011).
Constitui um dos fatores de risco
para o desenvolvimento de doenças
cardiovasculares, com isso a idade
avançada esta amplamente relacionada
com o aumento da glicose e em adquirir
doenças crônicas como o Diabete
mellitus (FERREIRA,2011).
Observou se que dentre os
resultados dos exames bioquímicos, a
quantidade de funcionários que não
apresentaram nenhuma alteração (n 19
= 62%)foi superior aos que tiveram
alterações (38%), fato este que
possivelmente pode ser explicado
devido a faixa etária dos funcionários,
visto que a população avaliada no
presente estudo é de uma população
jovem, e é mais comum alterações nos
níveis de colesterol, glicemia e
triglicérides em pessoas com idade mais
avançada (PERREIRA et al.,2008).
Figura 5Quantificação
dos
fatores de risco de cada paciente
voluntário.
Dos resultados obtidos tanto da
anamnese farmacêutica e dos exames
bioquímicos 7% dos pacientes do sexo
masculino apresentaram, 7% dos
pacientes apresentaram sete fatores de
risco,7% dos pacientes apresentaram
seis fatores de risco, 7% dos pacientes
Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 6, n° 1, 2013, p (8 -9), 2013 ISSN 18088597
cinco fatores de risco, 15% dos
pacientes quatro fatores de risco, 23%
dos pacientes três fatores de risco,30%
dos pacientes dois fatores de risco e
7%dos paciente apresentaram um fator
de risco para o desenvolvimento de
DCV.
Do sexo feminino, 5% dos
pacientes apresentaram seis fatores de
risco, 11%dos pacientes cinco fatores de
risco, 5% dos pacientes quatro fatores
de risco, 33% dos pacientes três fatores
de risco, 22% dos pacientes dois fatores
de risco e 22% dos pacientes um fator
de risco para desenvolvimento de DCV.
Ressalta-se que quanto mais fatores de
risco maior a probabilidade de evento
cardiovascular (MUNIZ et al., 2012).
4 Considerações gerais
Pode - se concluir com este
estudo que todos os funcionários
administrativos voluntários da pesquisa
apresentaram um ou mais fatores de
risco para o desenvolvimento ou
complicações
de
doenças
cardiovasculares, como infarto agudo
do
miocárdio e doença vascular
encefálica hemorrágica, que estão entre
as maiores causas de mortes em homens
e mulheres no Brasil. Sendo assim, há
necessidade de um acompanhamento
clínico e de atenção farmacêutica para o
tratamento e melhoria do estilo de vida
para que esses voluntários possam
atingir
as
metas
estabelecidas,
diminuindo a exposição a estes fatores,
consequentemente diminuindo os riscos
do desenvolvimento e das complicações
das DCV.
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