AS CRUZADAS E ALGUNS MITOS QUE A CERCAM

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AS CRUZADAS E ALGUNS MITOS QUE A CERCAM
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Quem puder leia: "CRUZADAS. La verdadera historia. 1ed. Buenos Aires: Lumen, 2005"
de Thomas Madden. Professor de história medieval e catedrático do departamento de
História da Universidade de Saint Louis, Missouri (EUA). Especialista mundialmente
reconhecido sobre o tema das cruzadas.
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"Para la gente moderna resulta muy fácil desestimar las cruzadas como algo
moralmente repugnante y cinicamente malvado. Tales juicios, sin embargo, nos
dicen más sobre el observador que sobre el observado. Se basan en valores
especificamente modernos."(MADDEN, Thomas. Cruzadas. La verdadera historia.
Buenos Aires: Lumen, 2005. p.267)
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UMA ENTREVISTA DO AUTOR
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Novas
descobertas
sobre
as
Cruzadas
Entrevista com Thomas Madden, historiador americano
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Os cruzados não eram ávidos depredadores ou colonizadores medievais como
afirmam alguns livros de história, diz um especialista ao concluir um estudo com
novas revelações. Thomas Madden, professor associado da Faculdade de História
da Universidade de San Luis (Estados Unidos) e autor de «A Concise History of the
Crusades» («Breve História das Cruzadas»), sustenta que os cruzados
representavam uma força defensiva que não aproveitava as próprias empresas
para ganhar com isso riquezas terrenas ou territórios. Madden traçou os mitos
mais difundidos sobre os cruzados e os novos descobrimentos históricos que os
privam de fundamento.
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Quais são os erros historiográficos mais comuns sobre as Cruzadas e sobre os
cruzados?
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Madden: — Alguns dos mitos mais comuns e as razões de sua falta de
fundamento são os seguintes:
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Mito número 1:
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As cruzadas eram guerras de agressões provocadas contra um mundo
muçulmano pacÃfico. Esta afirmação é completamente errônea. Desde os
tempos de Maomé os muçulmanos haviam tentado conquistar o mundo
cristão. E inclusive haviam obtido êxitos notáveis. Após vários séculos de
contÃnuas conquistas, os exércitos muçulmanos dominavam todo o norte da
Õfrica, o Oriente Médio, a Õsia Menor e grande parte da Espanha. Em outras
palavras, ao final do século XI, as forças islâmicas haviam conquistado dois
terços do mundo cristão. Palestina, a terra de Jesus Cristo; Egito, onde nasce
o cristianismo monástico; Õsia Menor, onde São Paulo havia plantado as
sementes das primeiras comunidades cristãs. Estes lugares não estavam na
periferia da cristandade, mas eram seu verdadeiro centro. E os impérios
muçulmanos não acabavam ali. Seguiram expandindo-se para o Ocidente, para
Constantinopla e mais além chegando até os confins da Europa. As
agressões provinham, portanto, da parte muçulmana. Chegados a um certo
ponto, a parte que ficava do mundo cristão não tinha mais remédio além de
se defender, se não quisesse sucumbir à conquista islâmica.
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Mito número 2:
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Os cruzados levavam crucifixos, mas a única coisa que lhes interessava era
conquistar riquezas e terras. Suas intenções piedosas eram só uma cobertura
sob a que se escondia uma avidez voraz. Há tempos, os historiadores afirmavam
que na Europa se havia produzido um aumento demográfico que levou a um
número excessivo de nobres secundários, adestrados nas artes da guerra de
cavalaria, mas privados da herança de terras feudais. As cruzadas, portanto,
eram vistas como uma válvula de escape que impulsionava estes homens
guerreiros a sair da Europa para terras por conquistar a expensas de outros. A
historiografia moderna, com a ajuda da chegada das bases de dados
computadorizadas, destruiu este mito. Hoje sabemos que foram mais os
primogênitos da Europa os que responderam ao chamado do Papa em 1095 e
à conseguinte Cruzada. Ir a uma cruzada era uma operação muito custosa. Os
senhores se viam obrigados a vender ou hipotecar as próprias casas para
conseguir fundos necessários. Muitos deles, também, não tinham interesse
em constituir um reino de ultramar. Mais ou menos como os soldados de hoje, os
cruzados medievais se sentiam orgulhosos de cumprir com seu dever, mas ao
mesmo tempo desejavam voltar para casa.
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Após os êxitos espetaculares da primeira cruzada, com a conquista de
Jerusalém e de grande parte da Palestina, praticamente todos os cruzados
voltaram para casa. Só uma mÃnima parte ficou para consolidar e governar os
novos territórios. Desta forma o ganho era escasso. Ainda que os cruzados
tivessem sonhado com grandes riquezas nas opulentas cidades orientais,
praticamente quase nenhum conseguiu nem sequer recuperar os gastos. Contudo,
o dinheiro e a terra não eram o motivo para se lançar à aventura de uma
cruzada, iam para expiar os pecados e ganhar a salvação mediante as boas
obras em uma terra distante. Enfrentavam gastos e fatigas porque acreditavam
que, indo socorrer suas irmãs e seus irmãos cristãos no Oriente, haveriam
acumulado riquezas onde nem a ferrugem nem a traça corroem. Eram bem
conscientes da exortação de Cristo, segundo a qual quem não toma sua cruz
não é digno dEle. Recordavam também que «ninguém tem um amor maior
do que aquele que dá a vida pelos amigos».
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Mito número 3:
Quando os cruzados conquistaram Jerusalém, em 1099, massacraram todos os
homens, mulheres e crianças da cidade, até inundar as ruas e sangue. Esta é
uma das histórias preferidas por quem quer demonstrar a natureza malvada das
Cruzadas. Certamente é verdade que muitas pessoas em Jerusalém
encontraram a morte depois que os cruzados conquistaram a cidade. Mas este
aspecto se deve considerar no contexto histórico. O princÃpio moral aceito em
todas as civilizações européias ou asiáticas pré-modernas era que uma
cidade que havia resistido à captura e havia sido tomada pela força pertencia
aos vencedores. E isto não incluÃa somente os edifÃcios e os bens, mas os
habitantes. Por esta razão, cada cidade ou fortaleza tinha que pesar
cuidadosamente se podia se permitir resistir aos sitiadores. Se não, era mais
sábio negociar os termos da rendição. No caso de Jerusalém, tentou-se a
defesa até o último momento. Calculava-se que as formidáveis muralhas da
cidade deteriam os cruzados até a chegada de uma força proveniente do Egito.
Mas estavam em um erro. E quando a cidade caiu, foi saqueada. Deu-se morte de
muitos habitantes, mas outros muitos foram resgatados ou libertados. Segundo o
critério moderno, isto pode parecer brutal. Mas um cavaleiro medieval poderia
fazer notar que um número muito maior de homens, mulheres e crianças
inocentes morreria cada dia mediante as modernas técnicas de guerra,
comparado com o número de pessoas que podiam cair sob a espada durante um
ou dois dias. Há que observar que nas cidades muçulmanas que se renderam
aos cruzados, as pessoas não foram atacadas. Suas propriedades eram
confiscadas e se lhes deixavam livres para professar a própria fé.
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Mito número 4:
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As cruzadas eram uma forma de colonialismo medieval revestido de atributos
religiosos. É importante recordar que na Idade Média o Ocidente não era uma
cultura poderosa e dominante que se aventurava em uma região primitiva e
atrasada. Na realidade, quem era potente, acomodado e opulento era o Oriente
muçulmano. A Europa era o Terceiro Mundo. Os Estados Cruzados, fundados
após a primeira cruzada, não eram novos assentamentos de católicos em um
mundo muçulmano, semelhante às colonizações britânicas na América.
A presença católica nos Estados cruzados era sempre muito reduzida, em geral
inferior 10% da população. Eram governantes e magistrados, comerciantes
italianos e membros das ordens militares. A grande maioria da população dos
Estados cruzados era muçulmana. Não eram, portanto, colônias no sentido de
plantações ou fábricas, como no caso da Õndia. Eram postos de avanço. A
finalidade última dos Estados cruzados era defender os santos lugares na
Palestina, especialmente Jerusalém, e proporcionar um ambiente seguro para os
peregrinos cristãos que visitavam aqueles lugares. Não havia um paÃs de
referência dos Estados cruzados com o qual pudessem manter relações
econômicas, nem os europeus obtinham benefÃcios econômicos destes
Estados. Pelo contrário, os gastos das cruzadas para manter o Oriente latino
pesavam fortemente sobre os recursos europeus. Como posições de
vanguarda, os Estados cruzados tinham um caráter militar. Enquanto os
muçulmanos combatiam entre eles, os Estados cruzados estavam a salvo, mas,
quando os muçulmanos se uniram, foram capazes de derrubar as
fortificações, tomar as cidades e, em 1291, expulsar completamente os
cristãos.
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Mito número 5:
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As cruzadas se fizeram também contra os judeus. Nenhum Papa lançou jamais
uma cruzada contra os judeus. Durante a primeira cruzada, um numeroso bando
de malfeitores, não pertencentes ao exército principal, invadiram as cidades de
Renania e decidiram depredar e assassinar os judeus que ali residiam. Isto se
produziu em parte por pura avidez e em parte por uma errônea concepção pela
qual os judeus, enquanto responsáveis pela crucificação de Cristo, eram
objetivos legÃtimos da guerra. O Papa Urbano II e os Papas sucessivos
condenaram energicamente estes ataques contra os judeus. Os bispos locais e os
outros eclesiásticos e leigos trataram de defender os judeus ainda que com
pouco êxito. De modo parecido, durante fase inicial da segunda cruzada, um
grupo de renegados assassinou muitos judeus na Alemanha, antes que São
Bernardo conseguisse alcançá-los e detê-los. Estes desvios do movimento
eram um indesejado subproduto do entusiasmo das Cruzadas, mas não eram o
objetivo das Cruzadas. Par usar uma analogia moderna, durante a Segunda Guerra
Mundial alguns soldados americanos cometeram crimes enquanto se
encontravam em ultramar. Foram presos e castigados por tais crimes, mas o
motivo pelo qual haviam entrado em guerra não era o de cometer crimes.
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Pensa que a luta entre o Ocidente e o mundo muçulmano é de certo modo uma
reação às Cruzadas?
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Madden: — Não. Pode parecer uma estranha a resposta se consideramos que
Osama Bin Laden e outros islâmicos com freqüência se referem aos
americanos como «Cruzados». É importante recordar que durante a Idade
Média, na realidade até finais do século XVI, a superpotência do mundo
ocidental era o islã. As civilizações muçulmanas gozavam de grande bemestar, eram sofisticadas e imensamente poderosas. O que hoje chamamos
Ocidente era atrasado e relativamente fraco. Há que fazer notar que, com a
exceção da Primeira Cruzada, praticamente o restante das Cruzadas lançadas
pelo Ocidente --e houve centenas-- não tiveram êxito. As Cruzadas podem haver
freado o expansionismo muçulmano mas de nenhum modo o detiveram. O
império muçulmano continuou expandindo-se para territórios cristãos,
conquistando os Bálcãs, grande parte da Europa do Leste e inclusive a maior
cidade cristã do mundo, Constantinopla.
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Desde a perspectiva muçulmana, não tiveram tanta importância. Se você
tivesse perguntado a alguém do mundo muçulmano pelas Cruzadas no
século XVIII, não saberia nada do tema. Eram importantes para os europeus
porque foram esforços massivos que fracassaram. Contudo, durante o século
XX, quando os europeus começaram a conquistar e colonizar paÃses do Oriente
Médio, muitos historiadores --especialmente escritores franceses nacionalistas
ou monárquicos-- começaram a denominar as Cruzadas como o primeiro intento
da Europa de levar os frutos da civilização ocidental ao mundo muçulmano
atrasado. Em outras palavras, as Cruzadas foram transformadas em guerras
imperialistas.
Estas histórias se ensinavam nas escolas coloniais e se converteram no ponto de
vista normalmente aceitado no Oriente Médio e mais além. No século XX, o
imperialismo foi desacreditado. Islamistas e alguns nacionalistas árabes
assumiram a visão colonial das Cruzadas, denunciando que o Ocidente era
responsável por sua miséria porque havia depredado os muçulmanos desde
as Cruzadas.
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Diz-se com freqüência que o povo no Oriente Médio tem uma memória
duradoura; é verdade. Mas no caso das Cruzadas, tem uma memória
reconstruÃda, fabricada por seus conquistadores europeus.
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Há semelhanças entre as Cruzadas e a atual guerra contra o terrorismo?
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Madden: — Junto ao fato de que os soldados de ambas guerras desejavam servir
a alguém maior que eles mesmos e que desejavam voltar para casa enquanto
acabaram, não vejo outras semelhanças entre os cruzados medievais e a guerra
contra o terror. As motivações da sociedade secular de depois do Iluminismo
são muito diferentes das do mundo medieval.
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Em que as Cruzadas se diferenciam da jihad islâmica ou de outras guerras de
religião?
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Madden: O objetivo fundamental da jihad (guerra santa) é estender o «Dar alIslã» - (A Morada do Islã). Em outras palavras, a jihad é expansionista, busca
conquistar os não-muçulmanos e impor-lhes o regime muçulmano.
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Aos que são conquistados é dada uma só possibilidade. Para os que não
são do Povo do Livro --em outras palavras, os que não são cristãos ou
judeus-- a única opção é converter-se ao islã ou morrer. Para os que
pertencem ao Povo do Livro, a opção é submeter-se ao regime muçulmano
e à lei islâmica ou morrer. A expansão do islã, portanto, estava diretamente
ligada ao êxito militar da jihad. Os cruzados eram outra coisa. Desde seus inÃcios
a Cristandade sempre proibiu a conversão forçada de qualquer tipo. A
conversão pela espada, por conseguinte, não era possÃvel para a Cristandade.
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Ao contrário da jihad, o objetivo dos cruzados não era estender o mundo
cristão nem expandir a Cristandade mediante conversões forçadas. Os
cruzados eram uma resposta direta e relacionada com os séculos de conquistas
muçulmanas de terras cristãs. O acontecimento que fez explodir a Primeira
Cruzada foi a conquista turca de toda Õsia Menor de 1070 a 1090.
A Primeira Cruzada foi convocada pelo Papa Urbano II em 1095 em resposta a uma
urgente petição de ajuda do imperador bizantino de Constantinopla. Urbano fez
um chamado aos cavaleiros da Cristandade para que acudissem a ajudar seus
irmãos do Oriente. A Õsia Menor era cristã. Formava parte do império
bizantino e foi em primeiro lugar evangelizada por São Paulo. São Pedro foi o
primeiro bispo de Antioquia. Paulo escreveu sua famosa carta aos cristãos de
Éfeso. O credo da Igreja foi redigido em Nicéia. Todos estes lugares estão na
Õsia Menor. O imperador bizantino suplicou aos cristãos do Ocidente ajuda
para recuperar estas terras e expulsar os turcos. As Cruzadas foram esta ajuda.
Seu objetivo, contudo, não era só reconquistar a Õsia Menor, mas recuperar
outras terras antigamente cristãs perdidas por causa das jihads islâmicas.
Inclusive a Terra Santa.
Em poucas palavras, portanto, a maior diferença entre Cruzada e jihad é que a
primeira foi uma defesa contra a segunda. Toda a história das Cruzadas no
Oriente é uma resposta à agressão muçulmana.
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Tiveram algum êxito os cruzados em converter o mundo muçulmano?
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Madden: — Quero fazer notar que no século XIII alguns franciscanos iniciaram
uma missão no Oriente Médio para tentar converter os muçulmanos. Não
tiveram êxito, em grande parte porque a lei islâmica castiga a conversão a
outra religião com a pena de morte. Este intento, contudo, era uma coisa distinta
das Cruzadas, que não tinham nada a ver com a conversão. E foi um intento e
persuasão pacÃficos.
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Como a Cristandade assimilou sua derrota nas Cruzadas?
Madden: — Da mesma maneira que os judeus do Antigo Testamento. Deus negou
a vitória a seu povo porque era pecador. Isto levou a um movimento devocionista
de grande escala na Europa, cujo objetivo era purificar totalmente a sociedade
cristã.
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A História Ilustrada do Cristianismo - Justo L. González – 10 Volumes
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