Universidade Federal do Piauí Caracterização da Diversidade Genética de Ovinos Santa Inês no Estado do Piauí Iolly Tábata Oliveira Marques Dissertação apresentada à Universidade Federal do Piauí como parte das exigências do Programa de Pós-graduação em Genética e Melhoramento, área de concentração Melhoramento, “Mestre”. Teresina 2014 para em obtenção Genética do título e de Iolly Tábata Oliveira Marques Bióloga Caracterização da Diversidade Genética de Ovinos Santa Inês no Estado do Piauí Orientador: Prof. Dr. Fábio Barros Britto Dissertação apresentada à Universidade Federal do Piauí como parte das exigências do Programa de Pós-graduação em Genética e Melhoramento, área de concentração em Genética e Melhoramento, para obtenção do título de “Mestre”. Teresina 2014 Caracterização da Diversidade Genética de Ovinos Santa Inês no Estado do Piauí Iolly Tábata Oliveira Marques Aprovada em 30 / 05 / 2014 Comissão julgadora: __________________________________________________________________ Profa. Dra. Cintia de Souza Clementino – UESPI __________________________________________________________________ Prof. Dr. Marcos Jacob de Oliveira Almeida – EMBRAPA __________________________________________________________________ Prof. Dr. Fábio Barros Britto - UFPI (Orientador) Dedico ao meu marido, Rodrigo Alves de Souza Galvão, por ser meu principal incentivador para seguir a carreira acadêmica. Aos meus pais, Eudes Gomes Marques e Mª do Perpétuo Socorro de Oliveira Marques pelo apoio incondicional. AGRADECIMENTOS À Deus, a Ele todas as honras e glórias, por ser minha fortaleza, meu refúgio, minha redenção, minha verdade e minha vida. À Universidade Federal do Piauí e ao Programa de Pós Graduação em Genética e Melhoramento, por nos proporcionar um ensino de qualidade com professores de alto gabarito. À CAPES, pela bolsa concedida durante parte da realização do curso. À Coordenadora Profa. Dra. Ângela Celis, por ser uma mãe para todos nós, auxiliando, aconselhando e consolando nos momentos difíceis, e sempre nos estimulando para alcançarmos nossos objetivos. Ao meu orientador Dr. Fábio Barros Britto (o melhor de todos!) pela paciência infinita, calma, atenção e confiança dedicadas a mim. Obrigada por aguentar minhas paranoias, reclamações e prantos de maneira tranquila e sempre encontrar a melhor saída para tudo. Ao professor do Campus Cinobelina Elvas – Bom Jesus, José Lindenberg Rocha Sarmento e ao aluno de pós graduação em Ciência Animal, Daniel Biagiotti por fornecer o material biológico e parte dos reagentes fundamentais para a realização desse trabalho. Aos professores Dr. Fábio Diniz e Dra. Regina Lúcia Ferreira Gomes e ao Márcio Costa, por fornecer reagentes necessários e em especial ao professor Dr. Evando Aguiar, que além de material, disponibilizou tempo e atenção para esclarecer as mais diversas dúvidas. Às amigas de mestrado, Kátia Carvalho e Kaline Gonzalez, por me ensinarem as técnicas que desenvolvi nesse trabalho e por me ajudarem na adaptação em Bom Jesus. Aos companheiros de Bom Jesus: Rafael Lino e Renan pela ajuda no laboratório e Sarah Albuquerque, por me abrigar em sua casa, fazendo que com a temporada que passei na cidade fosse mais fácil. Aos colegas de turma, pela ajuda mútua nas dificuldades das disciplinas, em especial aos amigos: Rafael Almeida, Rosimeire Xavier, Joseane Inácio, Polyanna Bacelar e Larrone Silva. Ao amigo que esse curso me deu, Sérgio Ewerton Menezes, pela amizade sincera, pela ajuda abnegada, por todos os momentos em que dividimos as muitas dificuldades e alegrias, dentro e fora do laboratório. Somos irmãos em Cristo e em Maria, e nossa amizade durará para sempre. Aos meus amigos do Encontro de Jovens com Cristo (EJC), pela força e incentivo, que mesmo com a minha ausência no grupo, nunca deixaram de torcer e rezar por mim. Aos meus amigos e família pelo apoio. “Eu vou e quem me impedirá? Se ao meu lado está o autor da minha fé; Eu vou! A força ele me dá, coragem pra enfrentar o que vier; Eu vou e crendo levarei a salvação aos meus, à minha família; E já não importa o grau a que eu cheguei; Eu vou seguir decididamente o amado Rei.” Decididamente - Walmir Alencar SUMÁRIO RESUMO..................................................................................................................VIII ABSTRACT.................................................................................................................IX LISTA DE FIGURAS....................................................................................................X LISTA DE TABELAS...................................................................................................XI 1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................12 2. REVISÃO DE LITERATURA..................................................................................14 2.1. Ovinocultura no Brasil.........................................................................................14 2.2. Ovinos deslanados e a raça Santa Inês..............................................................16 2.3. A raça Santa Inês como um recurso genético.....................................................19 2.4. A biologia molecular como ferramenta na conservação de recursos genéticos....................................................................................................................20 2.5. Caracterização molecular de populações...........................................................24 3. MATERIAL E MÉTODO.........................................................................................26 3.1. Amostragem........................................................................................................26 3.2. Extração de DNA................................................................................................27 3.3. Seleção e amplificação de Marcadores RAPD....................................................28 3.4. Genotipagem.......................................................................................................30 3.5. Análise dos dados...............................................................................................30 4. RESULTADOS.....................................................................................................33 4.1. Marcadores RAPD selecionados.........................................................................33 4.2. Diversidade genética...........................................................................................34 4.3. Análise de variância molecular (AMOVA) e Estrutura populacional....................35 5. DISCUSSÃO..........................................................................................................39 6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES.............................................................43 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................44 VIII RESUMO MARQUES. I.T.O. Caracterização da Diversidade Genética de Ovinos Santa Inês no Estado do Piauí. 2014. 53p. Dissertação para obtenção do título de Mestre na área de concentração de Genética e Melhoramento - Universidade Federal do Piauí, Teresina, Piauí, 2014. A raça Santa Inês está entre os ovinos deslanados de maior destaque existentes no Brasil. Esta raça apresenta vantagens em qualidade da carne, carcaça de desenvolvimento considerável e o sistema de criação relativamente simples. Devido a estas razões, uma crescente comercialização da raça foi observada entre os produtores. No entanto, o manejo reprodutivo sem controle com cruzamentos intercorrentes e poucos reprodutores pode levar à perda da diversidade genética. Assim, são necessários estudos genéticos de populações, considerando à conservação de germoplasma. Este estudo realizado com marcadores RAPD avaliou a diversidade genética de ovinos Santa Inês em rebanhos do Piauí, Brasil. Seis populações localizadas nos municípios de Cristino Castro, Bom Jesus, Redenção, São Raimundo Nonato, Teresina e Campo Maior foram analisadas com cinco primers. Trinta e seis locos polimórficos foram encontrados e um índice de heterozigosidade (Hs) de 0,289. O coeficiente de endogamia (f) das populações foi de 0,172, mostrando um nível médio de diferenciação entre as populações. Os valores de Hs observados foram, respectivamente, 0,132 e 0,199, que revelam a diferenciação genética significativa entre os locais pesquisados. A Análise de Variância Moleucular mostrou que 80% da variabilidade é explicada pelo componente "dentro das populações", e 8% pelas diferenças "entre os grupos", no entanto a análise de cluster e teste de Mantel não mostrou relação entre as diferenças genéticas e localização geográfica das amostras. Análise no software Structure estabeleceu que as amostras poderiam ser organizadas em três grupos, com certo fluxo gênico entre as localidades. A origem dos animais utilizados neste estudo e a troca de reprodutores entre os locais podem ser responsáveis pelos resultados encontrados neste trabalho. Palavras-chave: Caracterização molecular, deslanados, estrutura populacional, RAPD. marcadores moleculares, ovinos IX ABSTRACT MARQUES. I.T.O. Characterization of Genetic Diversity of Santa Ines Sheep in the state of Piaui. 2014. 53p. Dissertação para obtenção do título de Mestre na área de concentração de Genética e Melhoramento - Universidade Federal do Piauí, Teresina, Piauí, 2014. Santa Inês is one of the most prominent hair sheep found in Brazil. This breed present good quality on meat, considerable carcass development and a relative simple rearing system. Due to these reasons, an increasing on the marketing considering this breeding was observed among producers. However, the uncontrolled reproductive management, with intercurrent crossing using few sires, may lead to the loss of genetic diversity. Thus, studies on population genetics considering the germoplasm conservation are necessary. This study was carried out with RAPD makers and evaluated the genetic diversity of Santa Inês sheep in herds located in Piaui state, Brazil. Six populations located in the municipalities of Cristino Castro, Bom Jesus, Redenção, São Raimundo Nonato, Teresina and Campo Maior were analyzed with five markers. Thirty-six polymorphic loci were found and showed heterozygosity index (Hs) of 0.289. The mean inbreeding coefficient (f) of the populations was 0.172, showing an intermediate level of inbreeding; θII and ΦST index show the level of differentiation among populations. The values observed were respectively 0.132 and 0.199, which reveal significant genetic differentiation among locations surveyed. The Analysis of Molecular Variance showed that 80 % of the variability is explained by the “within populations” component, and 8% by the differences “among groups”, however cluster analysis and Mantel test showed no relationship between genetic differences and geographical location of samples. Analysis on the software Structure established that samples could be organized in three groups, with certain gene flow among locations. The origin of the animals used in this study and the exchange of reproducers among locations may be responsible for the results found in this work. Keywords: Molecular characterization, molecular markers, hair sheep, population structure, RAPD. X LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Fenótipo de representante da raça Santa Inês........................................18 Figura 2 - Variação de cor de pelagem entre animais da raça Santa Inês................18 Figura 3 - Mapa do Estado do Piauí destacando municípios onde foram realizadas as coletas de pelos em ovinos Santa Inês.................................................................26 Figura 4 - Gel de agarose 0,8% mostrado resultados de extração de DNA de pelos de ovinos Santa Inês com amostras numeradas do município de Teresina – PI......28 Figura 5 - Gel de Agarose a 1,5% mostrando padrão de bandas obtido pelo primer RAPD UBC 180, com amostras numerdas de DNA de ovinos Santa Inês provenientes de São Raimundo Nonato, PI. As setas indicam locos com presença de polimorfismos.............................................................................................................34 Figura 6 - Dendrograma gerado pelos de valores de ΦST par a par entre as populações, através do método UPGMA. SRN: São Raimundo Nonato, CM: Campo Maior, RE: Redenção do Gurguéia, CC: Cristino Castro, BJ: Bom Jesus, TE: Teresina......................................................................................................................36 Figura 7 - Representação gráfica do ΔK mais provável de acordo com Evanno; Regnault e Goudet (2005).........................................................................................37 Figura 8 - Designação das populações de Ovinos Santa Inês usando a estrutura baseada na alocação das amostras para K=3. Em A: Cristino Castro, B: Bom Jesus, C: Redenção do Gurguéia, D: São Raimundo Nonato, E: Teresina e F: Campo Maior......................................................................................................................... 38 XI LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Relação de municípios e quantidade de animais amostrados..................27 Tabela 2 - Lista de marcadores RAPD testados no experimento e suas sequências................................................................................................................30 Tabela 3 - Primers de RAPD selecionados, com suas respectivas sequências, número de fragmentos amplificados e polimórficos...................................................33 Tabela 4 - Estimativa da diversidade genética para cada uma das seis populações de ovinos Santa Inês no estado do Piauí analisadas no presente estudo.................33 Tabela 5 - Análise de Variância Molecular (AMOVA) para as populações de ovinos Santa Inês no estado do Piauí...................................................................................35 Tabela 6 - Distâncias genéticas par-a-par entre cada localidade estudada (ΦST; diagonal superior) e distâncias geográficas em quilômetros (diagonal inferior). CC: Cristino castro, BJ: Bom Jesus, RE: Redenção do Gurguéia, SRN: São Raimundo Nonato, TE: Teresina, CM: Campo Maior..........................................................................................................................36 12 1. INTRODUÇÃO As raças de ovinos trazidas para América do Sul tiveram procedência tanto europeia quanto africana e, com o passar dos anos, estas foram se adaptando às condições locais, adquirindo características próprias. Esse fato levou ao surgimento de raças nativas que apresentam grande rusticidade, tendo como principal aptidão a produção de carne, leite e peles para subsistência (EGITO et al., 2002; PAIVA et al., 2005a). No Brasil, a ovinocultura teve destaque inicialmente na produção de lã na região Sul do país, onde durante décadas acumulou um contingente de maior significado nacional. Já na região Nordeste encontrava-se um segundo agrupamento de ovinos, característico da pecuária de corte de subsistência, formada por raças nativas e mestiças (MORAIS, 2000). Com a crise do mercado da lã na década de 90, a ovinocultura de corte brasileira ganhou destaque (VIANA, 2008). Os rebanhos do Nordeste têm como finalidade a produção de carne, com raças deslanadas (IBGE, 2011), que representam uma importante fonte de proteína para as populações locais, principalmente nos locais que enfrentam longos períodos de estiagem. Tais raças deslanadas são adaptadas à região Nordeste, porém apresentam baixos índices de produtividade (SOUSA e LEITE, 2000). Este fato está diretamente relacionado à falta de um sistema de produção adequado, de modo que se utilizem raças apropriadas para cada objetivo de produção (CARNEIRO et al., 2007). Segundo Vieira et al. (2000) as raças que mais se destacam no Nordeste são as naturalizadas Somalis Brasileira, Bergamácia Brasileira; e as nativas Morada Nova Rabo Largo, Cariri e Santa Inês. No estado do Piauí existe um efetivo de aproximadamente 1,4 milhões de ovinos, formados tanto por raças nativas como raças exóticos, onde a raça Santa Inês é a que mais se destaca, devido ao potencial genético, porte e adaptabilidade (BIAGIOTTI et al., 2012). Os animais são rústicos, precoces e se ajustam a qualquer sistema de criação e pastagem, em diversas regiões do país. Atualmente, encontrase em fase de expansão por ser o destaque entre as raças de ovinos (ABSI, 2012; ARCO, 2012). Em busca do aumento da produtividade, muitos produtores lançam mão de cruzamentos de suas raças nativas com raças comerciais (ARANDAS et al., 2012; GUIMARÃES et al., 2012), o que pode ocasionar à perda de variabilidade de 13 germoplasma nativo. Diante deste fato, a caracterização das populações da raça Santa Inês torna-se importante para evitar a erosão genética e direcionar estratégias de preservação (FARID et al., 2000; MENEZES et al., 2006). Com o aumento da taxa de perda de raças e a limitação nos recursos disponíveis, o abandono dos rebanhos nordestinos tem se tornado mais significativo, levando, em último caso, ao risco de extinção (RODRIGUES, 2009). A utilização de marcadores moleculares como técnica para caracterização genética de raças tem ganhado espaço, servindo como uma ferramenta útil para a identificação dos animais e a estimativa da distância genética (TENEVA, 2009; SILVA et al., 2011). Objetivou-se avaliar a diversidade genética de ovinos da raça Santa Inês em rebanhos do Piauí, utilizando marcadores RAPD. Devido à velocidade e baixo custo de obtenção de dados com marcadores RAPD, o presente trabalho apresenta os resultados de uma análise preliminar da diversidade genética e da estrutura de populações de ovinos da raça Santa Inês. Neste Estado, os dados técnicos são escassos e os resultados gerados nortearão futuros estudos de conservação da raça, visando o melhoramento da mesma sem perder o foco na diversidade genética presente na mesma. 14 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1. Ovinocultura no Brasil Evidências mostram que a domesticação dos animais consistiu num processo lento e complexo, no qual envolveu não só a modificação do comportamento das espécies, mas também sua morfologia e fisiologia. As ovelhas constam no primeiro grupo de animais domesticados para fins de abate, datando por volta de 7000 anos a.C. Naquele período, os animais não representavam somente alimento (carne e leite), mas também fonte de matéria prima para agasalho, força de tração e companhia (MARIANTE e CAVALCANTE, 2006). Ovinos estão presente na América do Sul desde a época da colonização, quando espanhóis e portugueses os trouxeram em seus navios, juntamente com bovinos, caprinos, aves, cavalos e suínos; fazendo deste evento o ponto inicial de disseminação de animais domesticados no continente (PRIMO, 2004; McMANUS et al., 2010). Há indícios que as raças ovinas chegadas ao Brasil tenham origem tanto europeia quanto africana, e que ao longo dos anos esses animais passaram por processos de adaptação e seleção natural resultando em várias raças localmente adaptadas em toda área territorial do país (PAIVA et al., 2005a). Tais raças ficaram conhecidas como “locais”, “crioulas” ou “nativas” por terem agregado valores como a rusticidade, o que promoveu a criação de ovinos para fins de subsistência, na produção de carne, leite e peles (EGITO et al., 2002). No Brasil, a ovinocultura teve destaque inicialmente na região Sul do país, mais precisamente no estado de Rio Grande do Sul, onde a demanda de ovinos melhorados advindos da Austrália, Europa e Estados Unidos foi bem significativa, levando a essa região posição de destaque na exploração comercial (ARAÚJO, 2000). Apesar de algumas raças serem de corte, o forte da ovinocultura sulista foi o comércio de lã, tanto que em 1942 foi criada a primeira associação do ramo, a Associação Riograndense de Criadores de Ovinos (ARCO), que após alguns anos veio a ser Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (sem mudar a sigla), a qual iniciou as primeiras avaliações objetivas para seleção de ovinos, no final da década de 80, visando melhorar a produtividade e a qualidade da lã (OJEDA, 1999). O declínio do promissor mercado de lã nacional se deu no início dos anos 1990, quando o mercado foi atingindo por uma profunda crise internacional (devido ao início da comercialização de tecidos sintéticos no mercado) a qual atingiu 15 fortemente os produtores gaúchos, que ainda tentaram continuar com a manutenção da raça Corriedale como uma forma de voltar para a produção de carne. Porém, depois de uma ligeira recuperação, a crise voltou a um profundo agravamento, concomitante ao aumento de áreas cultivadas com grãos, cultura que se mostrou competitiva e lucrativa. A soma desses fatores fez com que muitos produtores desistissem da ovinocultura (MORAIS, 2000; VIANA, 2008). Foi nesse cenário que a ovinocultura de corte da região Nordeste, que até então se tratava somente de subsistência, ganhou destaque no mercado brasileiro. O número de rebanhos efetivos tem aumentado como um todo a cada ano no país, sendo que dados da Produção da Pecuária Municipal de 2011 estimaram mais de 17 milhões de cabeças, apontando um aumento de 1,6% em relação aos dados apresentados em 2010, porém a seca prolongada no Nordeste no ano de 2012 acarretou uma redução de 5% no efetivo de cabeças em relação ao ano anterior, somando 16,789 milhões de cabeças (IBGE 2012). Desse total, mais de 9 milhões estão concentrados no Nordeste brasileiro, representando 55,5% do total nacional. Destacam-se os estados da Bahia, Ceará, Pernambuco e Piauí, os quais estão respectivamente em 2º, 3º, 4º e 5º lugar na listagem nacional (IBGE, 2012). Esse efetivo nordestino é composto de raças deslanadas, especializadas para corte e com grande capacidade adaptativa às condições peculiares da região, além de representar uma importante fonte de proteína para a população (SILVA, 2002). Com o objetivo de incrementar a ovinocultura de corte, alguns produtores importaram raças exóticas, que foram usadas em cruzamentos para produção de animais “meio-sangue” (MORAIS, 2000). Porém, como essas raças foram selecionadas em climas temperados, não obtiveram o mesmo sucesso adaptativo das raças locais (EGITO, 2002; CARNEIRO, 2010) fazendo com que todas as atenções se voltassem às raças deslanadas nativas. Sinais de que a ovinocultura de corte tem ganhado espaço ao longo dos anos no país são notados através das exigências dos consumidores por carcaças de melhor qualidade, da regulamentação do Governo Federal na comercialização de carnes e na constante ampliação de pesquisas no ramo; criando uma situação favorável para expansão do comércio, o que consequentemente desperta o interesse de produtores visando o aumento da qualidade dos animais (ROSANOVA, 2005; SIMPLÍCIO E SIMPLÍCIO, 2006; FARIA, 2008). 16 Diante disso, Faria e Silva (2006) relataram a crescente demanda por carne de ovinos em cortes padronizados ou produtos processados, de maneira mais industrializada (embalados e comercializados de forma resfriada ou congelada) principalmente em áreas habitadas pelo segmento populacional detentor de maior poder aquisitivo. Além disso, Carvalho e Souza (2008) destacam a modificação do mercado consumidor nos centros urbanos do Nordeste, onde se observou um aumento da procura por carne ovina e caprina, em consequência das campanhas e propagandas relacionadas ao consumo de alimentos mais saudáveis, com baixos teores de gordura, além do resgate da valorização dos hábitos alimentares regionais, estimulada pelo turismo da região. 2.2. Ovinos deslanados e a raça Santa Inês Com a crescente demanda de carne ovina, as raças deslanadas mostram-se claramente como a melhor opção, tanto pelo tamanho da carcaça e qualidade da carne (ZAPATA et al., 2001), quanto pelas características atribuídas aos animais que são adaptados a altas temperaturas, resistentes a parasitas, além da rusticidade e prolificidade (EGITO et al., 2002). Porém, por outro lado, estas raças apresentam baixos índices de produtividade (SOUSA e LEITE, 2000). Este fato pode estar diretamente relacionado à falta um sistema de produção adequado, de modo que se utilizem raças apropriadas para cada objetivo de produção (CARNEIRO et al., 2007). Pinheiro Jr. et al. (2010) destacam as exigências de uma exploração racional de ovinos de corte, tais como: planejamento, infra-estrutura, mão-de-obra qualificada e conhecimento de mercado. Já Simplício et al. (2007) falam da importância que a nutrição, a saúde e o ambiente exercem sobre os animais e como isso reflete no desempenho produtivo. Dessa maneira, uma relação custo/benefício rentável é obtida através de animais geneticamente superiores, os quais podem ser trabalhados em sistemas modernos e eficazes de produção, agregados aos manejos corretos de nutrição, reprodução e sanitário, culminando no melhoramento zootécnico (ROSANOVA et al., 2005). Segundo Vieira et al. (2000) as raças mais presentes no Nordeste são: Somalis Brasileira, Bergamácia Brasileira, Morada Nova, Rabo Largo, Cariri e Santa Inês. Os representantes da raça Santa Inês ganharam destaque em detrimento aos animais de outras raças, por apresentar alto valor adaptativo e reprodutivo, potencial genético, resistência a parasitas 17 gastrointestinais, excelente qualidade de pele, além de um bom desenvolvimento ponderal (SOUSA et al., 2003). A raça teve provável origem no estado da Bahia (PAIVA et al., 2005b), sendo desenvolvida a partir de cruzamentos intercorrentes das raças Bergamácia, Morada Nova, Somalis e outros ovinos sem raça definida. Algumas características morfológicas corroboram com esta teoria, tais como: tipo de orelhas, formato da cabeça e os vestígios de lã que correspondem à Bergamácia, a condição deslanada e a pelagem se dá pela participação da raça Morada Nova. Já a participação da Somalis é caracterizada pela presença de alguma gordura em torno da implantação da cauda, quando o animal está muito gordo (ABSI, 2012; ARCO, 2012; VERÍSSIMO et al., 2009). Em contrapartida, Paiva et al. (2003) concluíram em seus trabalhos de caracterização genética de Santa Inês que a raça é mais próxima da raça Rabo Largo ao invés da raça Morada Nova, o que aumenta a dúvida em relação à sua origem. O fenótipo apresentado pelos animais pertencentes à raça é bem determinado (Figura 1), podendo-se citar a presença de pelos curtos e sedosos, com pelagens que podem variar entre castanha, vermelha, preta, malhada de preto e branco ou malhada de vermelho e branco (Figura 2). Os machos são de porte médio a grande, com peso variando de 80 a 120 Kg e fêmeas pesando de 60 a 90 Kg. A cabeça tem tamanho médio, focinho alongado, as orelhas são carnudas, em forma de lança; a fronte apresenta-se curta, larga e reta. O pescoço é alongado nas fêmeas e curto e forte nos machos, o peito é largo, arredondado e um pouco proeminente. O tronco dos animais é forte, com os quartos dianteiro e traseiro grandes, com a garupa levemente inclinada; a cauda tem base larga, estreitando ao longo do comprimento. A raça também apresenta pele de altíssima qualidade com grande elasticidade e excelente flexibilidade, maciez, resistência e textura fina, podendo alcançar até 30% do valor total do animal, utilizada na indústria de vestiário e calçados finos. Os animais são rústicos, precoces e se adaptam a qualquer sistema de criação e pastagem nativa, em diversas regiões do país e estiveram em fase de expansão por serem o destaque entre as raças de ovinos, sendo encontrados em grade escala em fazendas do Centro-oeste, Sudeste e Sul (ABSI, 2012; ARCO, 2012; SANTOS, 2003; SOUSA et al., 2003). 18 Figura 1 - Fenótipo de representante da raça Santa Inês. Fonte: http://ovinossantainesedorper.blogspot.com.br/ Figura 2 - Variação de cor de pelagem entre animais da raça Santa Inês. Fonte: http://www.revistaberro.com.br/?materias/ler,1100 19 2.3. A raça Santa Inês como um recurso genético Vários autores relatam que as principais raças nativas nordestinas estão sofrendo cada vez mais a ação de cruzamentos indiscriminados com raças exóticas (ARANDAS et al., 2012; GUIMARÃES et al., 2012; PAIVA et al., 2005c), o que ocasionam perda de variabilidade genética destes animais localmente adaptados. Sendo assim, torna-se essencial sua conservação, promovendo a manutenção das variabilidades inter-racial, a qual evita a extinção das raças, e intra-racial, que evita a erosão genética (MENEZES et al., 2006). Recentes dados de polimorfismo genômico apontam que a população de ovinos ao redor do mundo manteve um efetivo populacional grande mesmo após gerações de domesticação e/ou seleção, conservando altos níveis de diversidade genética entre raças (KIJAS et al., 2012). Mesmo nessas condições, raças ovinas do Nordeste brasileiro sofrem com o abandono da variedade local em favor de raças exóticas e seus cruzamentos. Este evento promove o aumento da taxa de perda de raças e a limitação nos recursos disponíveis, fornecendo evidências de que podem estar sob risco de erosão da diversidade genética e, em último caso, de extinção (RODRIGUES, 2009). Paiva e Pimentel (2008) afirmaram que a raça Santa Inês é uma forte candidata a perder grande parte de suas características de rusticidade e adaptação em detrimento de ganhos de heterose obtidos por cruzamentos com várias raças comerciais, o que pode, ao longo dos anos, levar à formação de ecótipos. McManus et al. (2010) reforçaram essa tese, quando diz que a "nova Inês Santa" pode perder características importantes herdadas ao longo dos anos, como: qualidade da pele, resistência a parasitas gastro-intestinais; assim como adquirir características nãodesejáveis como a sensibilidade à scrapie (IANELLA et al., 2009). A raça Suffolk, suspeita de ser utilizada para a criação deste novo animal, tem um histórico de susceptibilidade a esta doença (HEGGEBØ et al., 2002). Como uma maneira de conservação de material genético ameaçado de extinção, ovinos nativos foram incluídos no Programa de Conservação de Recursos Genéticos, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA). Rebanhos de conservação in vivo são encontrados em Centros de Pesquisa da EMBRAPA (em deles localizado em Campo Maior – PI), Universidades, Empresas 20 Estaduais de Pesquisa, assim como por criadores particulares, sendo esta rede coordenada pelo Centro Nacional de Pesquisa de Recursos Genéticos e Biotecnologia (Cenargen, Brasília - DF). O centro de conservação de germoplasma in situ da raça Santa Inês fica localizado no estado de Sergipe (EGITO et al., 2002), sendo proposto por Sousa et al. (2003) o “Programa de melhoramento genético para ovinos deslanados e caprinos de corte no Brasil”. Este, por sua vez, deu origem ao Programa de Melhoramento Genético de Ovinos da Raça Santa Inês (PROMOSI) gerido pela Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba (EMEPA) (LOBO e LOBO, 2007; SOUSA et al., 2008). Vários estudos envolvendo a raça Santa Inês foram realizados nos últimos anos, como uma forma de aumentar o conhecimento acerca da raça, o que justifica a variedade dos temas abordados, tais como: reprodução (SILVA e ARAÚJO, 2000; QUESADA et al., 2002; NETO, 2008), alimentação (SILVA, 2002), resistência à parasitas (AMARANTE et al., 2004), tolerância à temperatura (CEZAR et al., 2003; SANTOS et al., 2006; VERÍSSIMO et al., 2009), desenvolvimento ponderal (OLIVEIRA, et al., 2010; SILVA et al., 2012), morfometria (COSTA JÚNIOR et al., 2006; BIAGIOTTI et al., 2013; TORRES, et al., 2013), manejo (MORAIS e MADALENA, 2006) e principalmente estudos genéticos (PAIVA et al., 2003; PAIVA, et al., 2005d; ROCHA et al., 2009; PETROLI et al., 2009; OLIVEIRA et al., 2010; SANTOS et al., 2012; SOUZA et al., 2012). Essas informações vêm agregar conhecimento e reforçar a importância de conservação da raça, além de sugerir uma forma mais eficiente de realizar a manutenção da mesma, contribuindo para melhores estratégias futuras de melhoramento e seleção. Com isso, pode-se aumentar a produtividade da raça, despertando o interesse por parte dos produtores com a percepção destes de um melhor retorno financeiro. 2.4. A biologia molecular como ferramenta na conservação de recursos genéticos Até os anos 60, estudos de genética e melhoramento eram realizados apenas por meio de marcadores morfológicos, baseados em caracteres fenotípicos. Com o avanço da tecnologia uma nova ferramenta passou a ser utilizada, fazendo com que as informações dos marcadores morfológicos passassem a ser complementadas por marcadores isoenzimáticos. Porém para o uso de uma investigação mais detalhada 21 do genoma, as isoenzimas apresentaram algumas limitações como, por exemplo, o baixo número de locos que podem ser detectados no genoma e o baixo número de alelos por loco (FERREIRA e GRATTAPAGLIA, 1998; CASTIGLIONI e BICUDO, 2003). A descoberta da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), desenvolvida por Kary Mullis em 1983 (MULLIS et al., 1986), inaugurou uma nova era em estudos genéticos. A PCR é uma técnica bioquímica e molecular para amplificar exponencialmente um fragmento de DNA, através de replicação enzimática, sem o uso de um organismo vivo (PAVLOV et al., 2004); tornou-se uma ferramenta essencial na biologia molecular e desempenha um papel fundamental em quase todas as técnicas que estão atualmente aplicáveis à análise e caracterização de genomas (TENEVA, 2009). Após o advendo da PCR, surgiram diversos métodos de detecção de polimorfismos genéticos diretamente ao nível de DNA, que permitem a obtenção de uma gama de marcadores, cobrindo todo o genoma do organismo em questão. Tais marcadores, denominados “marcadores moleculares” têm sua funcionalidade baseada no dogma central da Biologia Molecular e na pressuposição do que as diferenças genéticas significam (CASTIGLIONI e BICUDO, 2003). Com o uso de marcadores moleculares pode-se obter um número ilimitado de polimorfismos genéticos, como também a identificação direta de genótipos sem influência do ambiente; e como são capazes de detectar a variação genética ao nível da sequência de DNA, foram removidas as limitações dos marcadores morfológicos, cromossômicos e proteínas. Podem ser utilizados em estudos ecológicos, filogenéticos e taxonômicos, como também em estudos evolutivos, de diversidade genética inter e intra-específica, de identidade, origem genética e identificação de novas variantes; gerando informações importantes para subsidiar diferentes ações de pesquisa desde a coleta até o uso dos recursos genéticos em programas de melhoramento (CASTIGLIONI e BICUDO, 2003; FALEIRO, 2007). Na genética animal, os marcadores moleculares são peças-chave, pois atuam revelando o polimorfismo repetitivo em nível de DNA. Servem como uma ferramenta útil para identificar animais, estimar a distância genética, assim como avaliar a variabilidade genética inter e intrapopulacional, tornando a seleção de acordo com o genótipo uma ferramenta importante em animais silvestres, domésticos e na criação de animais de fazenda (ROSA e PAIVA, 2009; TENEVA, 2009). Tais polimorfismos 22 podem ser utilizados para construir mapas genéticos e avaliar as diferenças entre os marcadores na expressão de características particulares (VIGNAL et al., 2002). Foram construídos mapas genéticos extensos em uma variedade de espécies animais, tais como: bovinos, ovinos e suínos, usados para o marcador de seleção assistida, análise segregação e para a detecção de genes principais (KINGHORN et al., 1993. ; ROHER et al., 1994; KINGHORN, 1997; VIGNAL et al., 2002). No caso de animais de rebanho intensamente selecionados (rebanhos comerciais), esse conhecimento molecular pode auxiliar na otimização de acasalamentos visando um maior controle sobre os níveis de endogamia, já que esse controle é crucial para planejamento de programas de conservação de espécies ou raças adaptadas ameaçadas de extinção, além de nortear programas de melhoramento animal que visem ganho genético a logo prazo (ROSA e PAIVA, 2009). Entre os marcadores disponíveis, os RADP (Polimorfismo de DNA amplificado ao acaso) mostraram resultados importantes em diversas pesquisas com mamíferos (TELLES, et al., 2001; SPRITZE et al., 2003; ALBUQUERQUE et al., 2006), inclusive de ovinos (PAIVA et al., 2003), para caracterização e estimativa de variabilidade, com o objetivo de investigação da diversidade genética e similaridade entre e dentro de raças. Esses dados gerados são necessários para fornecer informação genética útil essencial para o desenvolvimento de planos de gestão eficazes para a conservação e melhoria dos recursos genéticos (KHALDI et al., 2010). Os RADP são fragmentos de DNA amplificados através da técnica de PCR utilizando primers curtos e aleatórios (geralmente 8-10 nucleotídeos), funcionando de tal maneira que não há necessidade do conhecimento prévio da sequência de DNA a ser amplificada. Esses primers quando submetidos a temperaturas ideais se hibridizam com sequências genômicas complementares (WILLIAMS et al., 1990). A técnica pode ser utilizada para produzir os perfis de DNA relativamente detalhados e complexos para a detecção de polimorfismos do fragmento amplificado entre os organismos (TENEVA, 2009). A amplificação de um fragmento RAPD no genoma em questão é atrelada à existência de duas sequências de DNA complementares ao primer aleatório, que devem estar posicionadas em orientação oposta e adjacentes o suficiente para permitir a amplificação exponencial de um segmento de DNA pela enzima DNA polimerase. Cada primer utilizado, em diferentes amplificações, dirige a 23 síntese de vários segmentos de DNA simultaneamente em diversos pontos do genoma, resultando em várias bandas (FERREIRA e GRATTAPAGLIA, 1998; CASTIGLIONI e BICUDO, 2003). A visualização das bandas é realizada através de eletroforese horizontal em gel de agarose, seguida de coloração (geralmente realizada com brometo de etídio) e fotodocumentação sob luz ultravioleta. Os polimorfismos são detectados como a presença ou ausência de bandas de um tamanho específico. Em teoria, o número de bandas visualizadas no gel depende exclusivamente do comprimento do primer utlizado e do tamanho e complexidade do genoma analisado. Porém, dados experimentais têm mostrado que o número de bandas obtido é independente da complexidade do genoma (CASTIGLIONI e BICUDO, 2003; TENEVA, 2009). RAPD caracterizam-se como marcadores dominantes, isto é, não é possível diferenciar homozigotos dominantes de heterozigotos. Como consequência, ao se observar uma banda no gel, não é possível informar se aquele segmento originou-se a partir de uma ou duas cópias da sequência amplificada (considerando um organismo diploide). Assim, o genótipo recessivo é identificado pela ausência de banda no gel e os genótipos dominantes e heterozigotos são identificados de igual forma, com a presença de banda (CASTIGLIONI e BICUDO, 2003; FERREIRA e GRATTAPAGLIA, 1998). As vantagens que se podem destacar do uso do marcador em questão, de acordo com Vignal et al. (2002) e Mburu e Hanotte (2005), são: baixo custo, simplicidade e rapidez da técnica, produção de grande número de bandas (cada uma correspondendo a um loco do genoma), sem necessidade de conhecimento prévio da sequência, podendo ser utilizada em qualquer organismo e pequena quantidade de amostras de DNA requerida, já que será amplificado pela técnica de PCR. Existem também algumas desvantagens a respeito da técnica, principalmente a sensibilidade às condições de PCR, como a temperatura de anelamento dos primers, a quantidade de íons de magnésio, a concentração e qualidade do DNA e a presença de possíveis contaminantes na mesma (CASTIGLIONI e BICUDO, 2003; TENEVA, 2009). A utilização de marcadores RAPD pode ser observada em recentes estudos de várias espécies, como por exemplo: diversidade em plantas (VALLE et al., 2013; SANTOS et al., 2013), caracterização molecular de populações e diversidade genética em peixes (USMAN et al., 2013; MASSAGO et al., 2009), diversidade 24 genética e estudos populacionais em insetos (RAMPELOTTI et al., 2008; SUZUKI et al., 2006; HIRAGI et al., 2009). Em ovinos, um dos pioneiros em estudos moleculares de raças brasileiras foi Paiva et al. (2005b), que utilizou marcadores RAPD para estimar a variabilidade genética de cinco raças brasileiras deslanadas em quatro estados mais o Distrito Federal e identificar a origem racial de ovinos Santa Inês. 2.5. Caracterização molecular de populações A variabilidade genética se mostra útil na investigação das relações genéticas entre subpopulações de uma espécie onde os alelos são compartilhados entre subpopulações por ocasião da migração, como também são compartilhados dentro das populações em virtude da ancestralidade em comum (HARTL e CLARK, 2010). A variabilidade genética de um indivíduo ou de uma população é medida através da heterozigosidade (Hs). O índice Hs representa o nível de heterozigose que pode ser encontrado em uma população se a mesma estiver sendo submetida a acasalamentos ao acaso. Ou seja, o Hs estima heterozigosidade média esperada dentro de subpopulações que tem o sistema de acasalamento ao acaso como modo reprodutivo (McMANUS et al., 2011). Em 1951 Wright introduziu o coeficiente de endogamia como um parâmetro que afeta diretamente a diversidade genética de uma população, sendo que o dividiu em três índices: FIS, FST, FIT. O efeito da endogamia em população subdividida é dado através do índice de fixação (f), o qual mede a falta de heterozigotos dentro de uma população. Como é sabido, a subdivisão ou fragmentação de uma população causa carência de heterozigotos, portanto, o aumento da endogamia ao longo das gerações. O índice de fixação é análogo ao FIS de Wright (endogamia do indivíduo em relação à subpopulação) e se mostra como uma ferramenta útil para indicar a diferenciação genética, pois permite uma comparação objetiva do efeito geral da estrutura populacional entre diferentes organismos (HEDRICK, 2009). O índice FST de Wright mede a carência de heterozigotos entre subpopulações e é a medida mais inclusiva da subdivisão populacional, pois mostra a proporção da diversidade total (HEDRICK, 2009). Essa redução de heterozigosidade pode ser usada para quantificar o nível de diferenciação genética 25 entre as subpopulações. Análogos modernos de FST incluem GST (NEI, 1973; 1987), θ (COCKERHAM 1969; 1973; WEIR e COCKERHAM 1984), e ФST (EXCOFFIER et al. 1992). Os parâmetros para interpretação do FST variam de 0 a 1, e segue a seguinte escala: de 0 a 0,05 considera-se baixo, de 0,05 a 0,15 considera-se moderado, de 0,15 a 0,25 considera-se alto e acima de 0,25 considera-se valores muito altos de diferenciação genética (HARTL e CLARK, 2010). A redução da heterozigosidade em relação à população total é dada pelo coeficiente FIT de Wright, o qual leva em consideração os efeitos do acasalamento não aleatório e os efeitos da subdivisão da população. Weir e Cockerham (1984) definiram F como índice similar ao FIT de Wright. Os três coeficientes de endogamia se relacionam da seguinte maneira: 26 3. MATERIAL E MÉTODOS 3.1. Amostragem Foram coletadas amostras de pelos de 164 ovinos da raça Santa Inês oriundos de seis fazendas no estado do Piauí, localizadas em seis municípios: Cristino Castro, Bom Jesus, Redenção do Gurguéia, São Raimundo Nonato, Teresina e Campo Maior (Figura 3, Tabela 1). Os pelos foram coletados próximo à região caudal do animal, colocados em envelopes identificados individualmente por fazenda/localidade, transportados em caixa térmica até o Laboratório de Genética e Conservação de Germoplasma da Universidade Federal do Piauí, Campus Profª. Cinobelina Elvas. O material coletado foi acondicionado a aproximadamente 4°C até o momento da extração de DNA. As coletas foram realizadas entre os anos de 2010 e 2013, por membros do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da Universidade Federal do Piauí, Campus Profª. Cinobelina Elvas, os quais gentilmente cederam parte de suas amostras para a realização deste trabalho. Figura 3 – Mapa do Estado do Piauí destacando municípios onde foram realizadas as coletas de pelos em ovinos Santa Inês. 27 Tabela 1 – Relação de municípios e quantidade de animais amostrados. Município N° de Indivíduos Cristino Castro 33 Bom Jesus 36 Redenção do Gurguéia 13 São Raimundo Nonato 22 Teresina 30 Campo Maior 30 Total 164 3.2. Extração de DNA O DNA dos bulbos pilosos foi extraído no Laboratório de Genética e Conservação de Germoplasma da Universidade Federal do Piauí, Campus Profª. Cinobelina Elvas, por meio do kit de extração Qiagen QIAamp® DNA Tissue Kit com as modificações descritas abaixo. Foram utilizados aproximadamente 40 pelos de cada indivíduo, dos quais foram individualmente retirados os bulbos pilosos com auxílio de bisturi, para logo em seguida serem armazenados em microtubos de 1,5 mL devidamente identificados. Em cada tubo foi adicionado 45 µL de tampão ATL 1 e, em seguida, o material foi rapidamente centrifugado para concentrar o conteúdo no fundo do tubo. Dando prosseguimento, 10 µL de Proteinase K foram adicionados a cada amostra, sendo estas agitadas em vórtex e incubadas a 56°C por quatro horas. Durante a incubação o material foi homogeneizado a cada 30 minutos. Após a incubação adicionou-se 50 µL de tampão AL1 sendo o material agitado em vórtex e incubado a 70°C por 10 minutos. Após essa incubação, foram adicionados 50 µL de álcool absoluto, levando os microtubos ao vórtex e, em seguida, a uma rápida centrifugação. O sobrenadante foi transferido para um novo tubo contendo um filtro de membrana de sílica, o qual foi centrifugado por 1 minuto a 8.000 rpm. O filtrado foi descartado e 250 µL de tampão AW11 foi adicionado à cada membrana, sendo as 1 Nome do Tampão fornecido pelo fabricante. Não há descrição da sigla no manual do mesmo. 28 mesmas centrifugadas por 1 minuto a 8.000 rpm. O filtrado foi descartado e adicionou-se 500 µL de tampão AW21. Novamente o material foi centrifugado por 3 minutos a 14.000 rpm. O tampão foi despejado e os tubos novamente centrifugados por 1 minuto a 14.000 rpm. Os filtros contendo as membranas foram colocados em outros microtubos de 1,5mL, nos quais foram adicionados 50 µL de tampão AE2 (10 mM Tris·Cl; 0.5 mM EDTA; pH 9.0) para conservação do DNA. Nesta fase as amostras ficaram 5 minutos em temperatura ambiente e em seguida foram centrífugadas por 1 minuto a 8.000 rpm para a recuperação do DNA. Todos os tampões e a Proteinase K foram fornecidos no Kit. Os resultados das extrações foram verificados através de gel de agarose a 0,8% e a concentração das amostras foi ajustada para ~10ng/µL utilizando marcador DNA nas concentrações de 10 e 25 ng/µL (Figura 4). Em seguida as mesmas foram estocadas em freezer a -20°C para procedimentos posteriores. Figura 4 – Gel de agarose 0,8% mostrado resultados de extração de DNA de pelos de ovinos Santa Inês com amostras numeradas do município de Teresina – PI. 3.3. Seleção e Amplificação de Marcadores RAPD Foram avaliados 34 primers RAPD, desenhados pela University of Britsh Columbia (Tabela 2) os quais foram testados em amostras de DNA escolhidas aleatoriamente. Para cada um dos primers foi realizada Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) em volume final de 10 µL contendo os seguintes componentes: 2 Nome do Tampão fornecido pelo fabricante. Não há descrição da sigla no manual do mesmo. 29 tampão de PCR a 1; MgCl2 a 3,4 mM; dNTP a 0,8 mM; primer a 0,8 µM, 1 U de Taq DNA polimerase; 0,5 µL de DNA genômico (~5 ng) e água ultrapura q.s.p. 10 µL. A amplificação do DNA foi realizada em Termociclador Maxygene Gradiente (Axygen) e Termocilador Veriti 96 Well Thermal Cycler 9902 (Applied Biosystems)3 com desnaturação inicial de 5 minutos a 94ºC, seguida de 36 ciclos com desnaturação de 40 segundos a 94ºC, 1 minuto a 36ºC para anelamento e 2 minutos a 72ºC para extensão. Foi realizada uma etapa de extensão final de 10 minutos a 72ºC. Ao final da reação, os produtos das amplificações foram congelados até o momento da genotipagem. 3 Cada primer foi processado em apenas um termociclador. 30 Tabela 2 – Lista de marcadores RAPD testados no experimento e suas sequências. Marcador UBC-001 UBC-013 UBC-040 UBC-088 UBC-097 UBC-125 UBC-158 UBC-180 UBC-197 UBC-243 UBC-247 UBC-248 UBC-270 UBC-272 UBC-321 UBC-358 UBC-378 UBC-386 UBC-409 UBC-436 UBC-386 UBC-474 UBC-494 UBC-506 UBC-529 UBC-549 UBC-556 UBC-564 UBC-573 UBC-626 UBC-643 UBC-663 UBC-686 UBC-691 Sequência 5’-CCTGGGCTTC-3’ 5’-CCTGGGTGGA-3’ 5’-TTACCTGGGC-3’ 5’-CGGGGGATGG-3’ 5’-ATCTGCGAGC-3’ 5’-GCGGTTGAGG-3’ 5’-TAGCCGTGGC-3’ 5’-GGGCCACGCT-3’ 5’-TCCCCGTTCC-3’ 5’-GGGTGAACCG-3’ 5’-TACCGACGGA-3’ 5’-GAGTAAGCGG-3’ 5’-TGCGCGCGGG-3’ 5’-AGCGGGCCAA-3’ 5’-ATCTAGGGAC-3’ 5’-GGTCAGGCCC-3’ 5’-GACAACAGGA-3’ 5’-TGTAAGCTCG-3’ 5’-TAGGCGGCGG-3’ 5’-GAGGGGGCCA-3’ 5’-TGTAAGCTCG-3’ 5’-AGGCGGGAAC-3’ 5’-TGATGCTGTC-3’ 5’-CCTTTCCCGA-3’ 5’-CACTCCTACA-3’ 5’-CCGGCTTATG-3’ 5’-ATGGATGACG-3’ 5’-CGGCGTTACG-3’ 5’-CCCTAATCAG-3’ 5’-CCAAGCCCGG-3’ 5’-ATAAGCGGTG-3” 5’-CGTATAGCCG-3’ 5’-CGTGACAGGA-3’ 5’-AAACCAGGCG-3’ 3.4. Genotipagem A genotipagem foi realizada através de eletroforese em gel de agarose a 1,5%, corados com SYBR SAFE ou banho em brometo de etídio e visualização em Transiluminador L.PIX (Loccus Biotecnologia). As informações moleculares obtidas nos géis foram convertidas em dados binários, onde a presença ou ausência respectivamente, com os valores 1 e 0. de bandas foram codificadas, 31 3.5. Análise dos dados A partir dos dados gerados em análise direta no gel, foi possível verificar a taxa de polimorfismo após a contagem de locos polimórficos entre o número total de locos amplificados. Além disso, a taxa de polimorfismo foi avaliada para cada população isoladamente. O programa HICKORY 1.1, que implementa o método Bayesiano descrito por Holsinger; Lewis e Dey, (2002), foi usado para estimar as heterozigosidades (Hs). Também foram estimados os índices θII (análogo do FST de Weir e Cockerham) e f (análogo do FIS). Foram utilizadas 25.000 simulações de Cadeias de Markov Monte Carlo com burn in de 5.000. A confiabilidade dos dados foi estimada a partir do intervalo de confiança entre 2,5% a 97,5% (IC=95%). A análise de variância molecular (AMOVA) para as seis populações foi realizado para determinar ΦST (outro análogo FST) utilizando ARLEQUIN 3.0 (EXCOFFIER; LAVAL; SCHNEIDER, 2005). A AMOVA foi configurada agrupando-se as populações em duas regiões, de acordo com sua proximidade geográfica, como segue: Grupo 1 (Região Sul): Cristino Castro, Bom Jesus, Redenção do Gurguéia e São Raimundo Nonato; Grupo 2 (Região Centro-Norte): Teresina e Campo Maior. Também foram calculados os valores de ΦST par-a-par entre cada localidade para a realização do teste de Mantel, que mostra a proporção da variação genética explicada pela proporção da variação geográfica. O nível de significância do teste foi calculado após 1.000 permutações dos dados. A distância geográfica entre cada localidade foi calculada com o auxílio do Google Maps (https://www.google.com/maps/). Estes dados também foram utilizados para a construção de um dendrograma utilizando o método Ligação Média entre Grupos (UPGMA) realizado no programa MEGA 5.02 (KUMAR et al., 2008). O programa STRUCTURE versão 2.2 (PRITCHARD; STEPHENS; DONNELLY, 2000) foi utilizado para definir o número de grupos (K) mais provável nas amostras coletadas, por meio de métodos Bayesianos sem informações a “priori” sobre a origem das amostras. Foram utilizadas 100.000 simulações de Cadeias de Markov Monte Carlo com burn in de 50.000 e modelo de ancestralidade admixture. Foram 32 testados valores de K variando de 1 a 8. A determinação do K mais provável em relação aos propostos foi realizada utilizando valores de ΔK (EVANNO; REGNAULT; GOUDET, 2005), como segue: | | [ ] onde, m = média, s = desvio padrão e K = número de grupos proposto. E L’ sendo: [ ] 33 4. RESULTADOS 4.1. Marcadores RAPD selecionados Dentre os primers testados, apenas cinco apresentaram padrão de bandas nítido e presença de polimorfismos (Tabela 3). Juntos, estes somaram um total de 37 bandas (locos), sendo 36 polimórficas (97,2%), conforme é mostrado na Tabela 3. Foi observada uma variação de 6 a 9 bandas amplificadas entre os cinco primers (Tabela 3), resultando numa média de 7,4 bandas por primer. Na Figura 5, observa-se o padrão de bandas obtido pelos primers RAPD. Tabela 3 - Primers de RAPD selecionados, com suas respectivas sequências, número de fragmentos amplificados e polimórficos. Primer Sequência NTLA NTLP PP (%) UBC 180 5’-GGGCCACGCT-3’ 7 7 100 UBC 506 5’-CCTTTCCCGA-3’ 6 6 100 UBC 549 5’-CCGGCTTATG-3’ 9 8 88,8 UBC 556 5’-ATGGATGACG-3’ 8 8 100 UBC 691 5’-AAACCAGGCG-3’ 7 7 100 Total 37 36 97,2 NTLA= Número total de locos amplificados; NTLP = Número total de locos polimórficos; PP = porcentagem de polimorfismo. 34 Figura 5 – Gel de Agarose a 1,5% mostrando padrão de bandas obtido pelo primer RAPD UBC 180, com amostras numerdas de DNA de ovinos Santa Inês provenientes de São Raimundo Nonato, PI. As setas indicam locos com presença de polimorfismos. 4.2. Diversidade Genética Considerando cada população isoladamente, a porcentagem de polimorfismo variou entre 59,45% na população de Redenção e 83,78% na população de Bom Jesus. O índice de heterozigosidade (Hs) das populações variou entre 0,259 a 0,342 (Tabela 4). Tabela 4 - Estimativa da diversidade genética para cada uma das seis populações de ovinos Santa Inês analisadas no presente estudo. Populações Cristino Castro Bom Jesus Redenção do Gurguégia São Raimundo Nonato Teresina Campo Maior Média N 36 33 13 22 30 30 27,33 NTLP 27 31 22 28 23 24 25,83 TP(%) 72,97 83,78 59,45 75,67 62,16 64,86 69,82 Hs (95% IC) 0,305 (0,272-0,336) 0,342 (0,309-0,371) 0,266 (0,222-0,306) 0,288 (0,245-0,324) 0,259 (0,212-0,297) 0,269 (0,229-0,305) 0,289 (0,254-0,315) N: tamanho da população; NTLP = número total de locos polimórficos; TP = taxa de polimorfismo; Hs = heterozigosidade; IC = intervalo de confiança. 35 Foi obtido o coeficiente de endogamia f que mostrou média de 0,172 (IC = 0,148-0,493). O coeficiente diferenciação entre populações θII apresentou valor de 0,132 (IC = 0,098-0,175). 4.3. Análise de Variância Molecular (AMOVA) e Estrutura Populacional A análise revelou que a maior parte da variância foi encontrada dentro das populações de forma geral (80,03%); alta variabilidade essa pode ser atribuída às diferenças genéticas entre as fêmeas do rebanho. Porém as diferenças entre populações pode ser considerada significativa, de acordo com os valores de ΦST (0,199; P < 0,001). Considerando a organização das amostras entre região CentroNorte e Sul do Piauí, a variação encontrada nos dados mostra que 8,42% desta pode ser explicada pela variação entre regiões (ΦCT = 0,084; P < 0,001). Por fim, observou-se que 11,55% da variação é explicada pelas diferenças encontradas entre populações dentro das regiões (ΦSC = 0,126; P < 0,001). Tabela 5 - Análise de Variância Molecular (AMOVA) para as populações de ovinos Santa Inês no estado do Piauí. Fonte de Variação GL SQ Componente de Variância 0,374 0,514 % Total Φ P* a Entre Regiões 1 47,201 8,42% 0,084 <0,001 b Entre populações 4 67,815 11,55% 0,126 <0,001 dentro das regiões c Dentro das 157 559,437 3,563 80.03% 0,199 <0,001 populações Total 162 674,454 4,45247 100% GL: grau de liberdade; SQ: soma dos quadrados; Φ: estatísticas F para marcadores dominantes; P*: significância a 0,001 calculado após 1000 permutações; a = ΦCT; b = ΦSC, c = ΦST Apesar dos valores obtidos na AMOVA, não foi observada relação entre diferenciação genética e distância geográfica. O dendrograma obtido através das análises de agrupamento com valores de ΦST par-a-par mostra este fato (Figura 5), bem como os resultados do teste de Mantel, que não mostrou-se significativo (r2 = 0,30; P = 0,106). A única correlação positiva foi observada entre as populações de Teresina e Cristino Castro, com a maior distância genética (ΦST =0,314), as quais encontram-se a 561 km de distância (Tabela 6). Porém, altos valores de distância 36 genética também foram observados entre populações geograficamente mais próximas, como Redenção do Gurguéia e Cristino Castro (ΦST = 0,216) com apenas 93 km de distância entre si. Essas variações podem também ser notadas na análise de grupamento (Figura 6). Figura 6 – Dendrograma gerado pelos de valores de ΦST par-a-par entre as populações, através do método UPGMA. SRN: São Raimundo Nonato, CM: Campo Maior, RE: Redenção do Gurguéia, CC: Cristino Castro, BJ: Bom Jesus, TE: Teresina. Tabela 6 – Distâncias genéticas par-a-par entre cada localidade estudada (ΦST; diagonal superior) e distâncias geográficas em quilômetros (diagonal inferior). CC: Cristino castro, BJ: Bom Jesus, RE: Redenção do Gurguéia, SRN: São Raimundo Nonato, TE: Teresina, CM: Campo Maior. CC BJ RE SRN TE CM CC 36,2 93,9 226,0 561,0 641,0 BJ 0,028 59,3 245,0 597,0 677,0 RE 0,216 0,150 303,0 654,0 735,0 SRN 0,184 0,130 0,096 524,0 576,0 TE 0,314 0,220 0,257 0,187 81,4 CM 0,219 0,118 0,097 0,081 0,117 - 37 Os resultados obtidos com o programa STRUCTURE mostraram que o valor de ΔK mais provável para agrupar as populações foi igual a três (Figura 7). A Figura 8 mostra a distribuição das seis populações coletadas organizadas em três grupos. Dois destes representaram a maioria dos indivíduos avaliados (grupo “vermelho” e “azul” no gráfico) e, um terceiro grupo menor apareceu representado por poucos indivíduos (grupo “verde) (Figura 8). Nota-se que assim como na análise de grupamento, as populações de Bom Jesus e Cristino Castro apareceram mais similares, tendo a maioria de seus representantes no “grupo vermelho” (Figura 8), enquanto as outras populações foram representadas principalmente por indivíduos do “grupo azul” (Figura 8). A população de Teresina foi a que menos apresentou introgressão de alelos oriundos de outras localidades (Figura 8), sendo considerada a mais homogênea. Não obstante, nota-se ainda que a população de Teresina também foi a que apresentou menor heterozigosidade (HS = 0,259; ver Tabela 4). Quanto ao “grupo verde”, observa-se que em praticamente todas as populações há representantes desse grupo (Figura 8). 250 200 ΔK 150 100 50 0 0 1 2 3 4 5 K 6 7 8 9 10 Figura 7 - Representação gráfica do ΔK mais provável de acordo com Evanno; Regnault e Goudet (2005). 38 Figura 8 - Designação das populações de Ovinos Santa Inês usando a estrutura baseada na alocação das amostras para K=3. Em A: Cristino Castro, B: Bom Jesus, C: Redenção do Gurguéia, D: São Raimundo Nonato, E: Teresina e F: Campo Maior. 39 5. DISCUSSÃO O alto polimorfismo encontrado (97,2%) nas amostras de DNA de ovinos Santa Inês através do uso de marcadores RAPD pode representar uma variabilidade genética alta das populações, porém é preciso levar em consideração que se obteve somente de 6 a 8 bandas polimórficas por primer. Outros estudos sobre caracterização genética de ovinos com RAPD (KHALDI et al., 2010) e outras espécies de ruminantes (ALBUQUERQUE et al., 2006) mostraram resultados semelhantes, evidenciando que, mesmo com um pequeno número de marcadores é possível mensurar a variabilidade genética devido ao alto grau de polimorfismo destes marcadores. Considerando a análise para cada população, isoladamente, a taxa de locos polimórficos variou de 59,45% a 83,78%, sendo a menor taxa encontrada na população de Redenção do Gurguéia. No entanto, este resultado pode refletir o baixo número de amostras analisadas neste município. O valor encontrado de diversidade genética (Hs), medido pelo índice de heterozigosidade, revela variação entre populações. A estimativa apresentou menor valor para Teresina (0,289) maior para Bom Jesus (0,342). Esta característica também ficou representada pela análise realizada no programa Structure, onde a população de Teresina não mostrou grande variação de cor (“grupo azul”). No entanto, mesmo com esta constatação, esses valores podem ser considerados baixos, revelando a predominância de indivíduos homozigotos. Este fato pode estar atrelado ao uso de poucos reprodutores e/ou cruzamentos entre meio-irmãos nas localidades, os quais levam ao aumento da endogamia. Esta prática pode levar a um processo conhecido como “Depressão Endogâmica” que pode reduzir sensivelmente a produtividade de um rebanho (BREDA et al.,2004; CARNEIRO et al., 2007). Os valores de Hs encontrados neste estudo (média de 0,289) foram um pouco abaixo dos valores encontrados por Paiva et al. (2003), que obtiveram uma média de Hs = 0,367 também estudando a raça Santa Inês (populações de Sergipe, Goiás e Distrito Federal), e de Hs = 0,322 para a raça ovina Somalis usando marcadores RAPD. Esses resultados podem ser um indicativo da ocorrência de deriva genética e/ou endogamia. Segundo Eding (2001), a perda contínua de diversidade genética de uma raça reduz a possibilidade de melhoramento genético no futuro. Corroborando com estes resultados, o índice de endogamia estimado (f = 0,172) indicou presença de endogamia dentro das populações, porém, a medida 40 deve ser interpretada com cautela já que o intervalo de confiança obtido foi considerado alto (0,010 a 0,492; a 95%). Entretanto, mesmo nessas condições, as populações usadas no presente estudo eram formadas na sua maioria por fêmeas, indicando o pequeno número de machos reprodutores dentro dos rebanhos estudados. Como consequência direta, pode-se esperar o aumento da endogamia observada pela presença constate de meios-irmãos dentro da população. Rego Neto (2013) em seu trabalho de estrutura genética de populações de ovinos Santa Inês no Estado do Piauí através de dados de pedigree observou que, na população estudada, o nível de endogamia aumentou entre os anos de 2010 e 2012, por consequência da diminuição do tamanho efetivo das populações. Diante disso a raça encontra-se em estado de monitoramento no Estado, pois populações com tamanho efetivo reduzido têm maior probabilidade de perda da diversidade genética e consequentemente, aumento no coeficiente de endogamia. Teixeira Neto et al. (2013) obtiveram um valor de Fis = -0,005 através de dados de pedigree em rebanhos Santa Inês dos estados da Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe e São Paulo. O valor negativo foi justificado pelos autores como um provável resultado do consórcio de reprodutores, prática utilizada por produtores dos rebanhos avaliados, para redução de custo na aquisição de animais melhoradores. Dados moleculares, como os do presente estudo, são mais precisos na estimativa de índice de endogamia, pois dados de pedigree podem conter erros ou estar incompletos. Entretanto a prática de consórcio de reprodutores, se bem conduzida, pode ser estratégia para diminuir os índices de endogamia acima do limite em rebanhos e favorecer o melhoramento genético da raça. Outro fator resultante da endogamia dentro dos rebanhos é a justamente o acúmulo de diferenças interpopulacionais. Essas diferenças foram avaliadas pelos índices θII e ΦST, que apresentaram valores considerados de moderados a altos. Hartl e Clark (2010) afirmam que quando há subdivisão populacional, quase não se pode evitar a ocorrência de alguma diferenciação genética entre as populações, visto que as frequências alélicas entre as subpopulações se tornam diferentes ao longo do tempo. As diferenças encontradas foram avaliadas com a AMOVA que revelou que cerca de 8% da variação pode ser explicada pela divisão entre as regiões CentroNorte e Sul do Piauí. Já as diferenças entre populações explicam cerca de 20% da variação. Porém, as análises realizadas no programa STRUCTURE mostraram que, 41 mesmo com a subdivisão populacional sendo significativa e com a baixa heterozigosidade encontrada, há compartilhamento de alelos entre as populações. A única localidade que mostrou baixa introgressão de alelos foi Teresina, onde também foi observada a menor heterozigosidade, fato que pode ser justificado pelo uso dos animais, na sua maioria, para fins de exposição; o que é uma prática comum entre os produtores do município. De acordo com o Φst par a par de cada localidade, as populações de Bom Jesus e Cristino Castro são mais assemelhadas, podendo esse ser um reflexo da proximidade entre os municípios (36,2 Km), e consequentemente o uso do(s) mesmo(s) reprodutor(es). Os demais grupamentos formados não seguem nenhum padrão específico de estruturação que esteja relacionado com a posição geográfica das amostras, sendo este fato confirmado pelo teste de Mantel. Como não se sabe da ancestralidade dos animais em questão, pode-se supor que o comércio de ovinos existente entre os municípios colabora com esses resultados. Outro ponto a ser destacado é entre os municípios de Campo Maior e Teresina, que além da proximidade geográfica, compartilham alguns produtores e reprodutores. A falta de relação positiva encontrada no presente trabalho pode ser devido a fazendas sem relacionamento ou até mesmo aquisição de reprodutores da “velha Santa Inês” (ver próximo parágrafo). Assim, para ovinos onde há manipulação antrópica, padrões de isolamento genético por distância não são tão óbvios quanto em populações naturais (SUN et al., 2007). A estrutura das amostras nos três grupos indicados pelas análises do STRUCTURE também pode estar relacionada com a presença de animais pertencentes ao “Novo Santa Inês”, citado por Carneiro et al. (2010) e Paiva et al. (2005b). Estes autores concluíram que raças de ovinos nativos no Brasil eram intimamente relacionadas por ter ocorrido cruzamentos aleatórios no passado, além da ação da deriva genética e mesmo com esse fato, as raças nativas apresentam maior diversidade genética do que raças comerciais. Em alguns casos, as distâncias entre as populações de Santa Inês eram maiores que a distância entre as raças, o que reforça a hipótese da existência de uma “velha raça Santa Inês” versus a “nova raça Santa Inês”. Criadores e técnicos classificam a “velha Santa Inês” como animais mais rústicos e menores, que eram predominantes nas décadas de 1980 e 1990. A “nova Santa Inês” é descrita com o fenótipo que temos atualmente, como um animal de grande porte e bem desenvolvido, que tem justificativa mais provável 42 os cruzamentos com a raça Suffolk do que a seleção dentro da própria raça (McMANUS et al., 2010; CARNEIRO et al., 2010). Entretanto, informações fenotípicas são necessárias para afirmar a presença desses duas linhagens entre os animais analisados no presente estudo. Assim, este trabalho traz resultados preliminares sobre a estruturação e a diversidade genética de importantes rebanhos da raça Santa Inês localizados no Estado do Piauí. Estes dados serão importantes para nortear futuras pesquisas onde serão considerados marcadores com maior poder de resolução e populações mais representativas. 43 6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES Constatou-se a prática de endocruzamentos nos rebanhos estudados através dos altos índices de f, θII e Φst, porém a variabilidade ainda encontrada dentro das populações revela que há diversidade genética entre os indivíduos dentro das populações. As seis populações estudadas formaram apenas três grupos genéticos, sendo que a população de Teresina se mostrou a mais endogâmica. Recomenda-se aos produtores a aquisição de mais animais reprodutores ou de origens diferentes e/ou o rodízio destes entre as fazendas, para que assim os efeitos da endogamia sejam diminuídos e a diversidade genética possa aumentar nos rebanhos de Santa Inês no Estado do Piauí. 44 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABSI. Associação Brasileira de Santa Inês: www.absantaines.com.br. Acesso em 29.08.2012. A Raça. Disponível em: ALBUQUERQUE, M. S. M.; EGITO, A. A.; MARQUES, J. R. F.; CIAMPI, A. Y.; MARIANTE, A. S.; CASTRO, S.T. R.; COSTA,M. R.; PAIVA, S. R.; SILVA, A. M.; CONTEL, E. P. B. Variabilidade genética em búfalos estimada por marcadores RAPD. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.41, n.4, p.623-628, 2006. AMARANTE, A. F. T; BRICARELLO, P. A.; ROCHA, R. A.; GENNARI, S. M. Resistance of Santa Inês, Suffolk and Lle de France sheep to naturally acquired gastrointestinal nematode infections. Veterinary Parasitology, ed. 120, p. 91-106, 2004. ARANDAS, J. K. G.; RIBEIRO, M. N.; PIMENTA FILHO, E. C.; DA SILVA, R. C. B.; FACÓ, O.; ESTEVES, S. N. Estrutura Populacional de Ovinos da Raça Morada Nova. In: IX SIMPÓSIO BRASILEIRO DE MELHORAMENTO ANIMAL, Anais... João Pessoa. 2012. ARAÚJO, A. M.; SIMPLÍCIO, A. A. Melhoramento Genético em Caprinos e Ovinos no Brasil: Importância do padrão racial. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE MELHORAMENTO ANIMAL, Anais... Belo Horizonte, 2000. ARCO. Associação Brasileira de Criadores de Ovinos: Padrões raciais. Disponível em: www.arcoovinos.com.br. Acesso em 19.07.2012. BIAGIOTTI, D.; NERI, V. S.; DO Ó, A.O.; TORRES, T.S.; GUIMARÃES, F. F.; PIRES, L.C.; SARMENTO, J.L.R. Diversidade biométrica entre ovinos criados no Estado do Piauí utilizando analise multivariada. In: IX SIMPÓSIO BRASILEIRO DE MELHORAMENTO ANIMAL, Anais... João Pessoa, 2012. BIAGIOTTI, D.; SARMENTO, J.L.R; Ó, A.O. do; RÊGO NETO, A. de A.; SANTOS; G. V. dos; SANTOS, N. P. da S.; TORRES, T.S.; NERI, V. S. Caracterização fenotípica de ovinos da raça Santa Inês no Estado do Piauí. Revista Brasileira de Saúde e Produção Animal, v.14, n.1, p.29-42, 2013. BREDA F.C., EUCLYDES R.F., PEREIRA C.S., TORRES R. de A., CARNEIRO P.L.S., SARMENTO R.L., FILHO R. de A. T., MOITA A.K.F. Endogamia e limite de seleção em populações selecionadas obtidas por simulação. Revista Brasileira de Zootecnia, v.33, p. 2017-2025, 2004. CARNEIRO, H.; LOUVANDINI, H.; PAIVA, S.R.; MACEDO, F.; MERNIES, B.; McMANUS, C. Morphological characterization of sheep breeds in Brazil, Uruguay and Colombia. Small Ruminant Research, v.94, p.58-65, 2010. CARNEIRO, P.L.S.; MALHADO, C.H.M.; SOUZA JÚNIOR, A. A. O.; SILVA, A. G. S.; SANTOS, P.F. et al. Desenvolvimento ponderal e diversidade fenotípica entre 45 cruzamentos de ovinos Dorper com raças locais. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 42, p. 991-998, 2007. CARNEIRO, T.X.; GONÇALVES, E.C.; SCHNEIDER, M.P.C.; SILVA, A. Diversidade genética e eficiência de DNA microssatélites para o controle genealógico da raça Nelore. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.59, n.5, p.12571262, 2007. CARVALHO, D. M; SOUZA, J.P. Análise da cadeia produtiva de caprino-ovinocultura em Garanhuns. In: XLVI Congresso da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural. Anais... Acre, 2008. CASTIGLIONI, L.; BICUDO, H. E. M. C. A Técnica de RAPD (Random Amplified Polymorphic DNA) e suas aplicações para estudos em genética molecular. Revista UNORP, v. 3, n.2, p. 63-77, 2003. CEZAR, M. F.; SOUZA, B. B. de; SOUZA, W. H. de; PIMENTA FILHO, E. C.; TAVARES, G.de P.; MEDEIROS, G. X. Avaliação de parâmetros fisiológicos de ovinos Dorper, Santa Inês e seus mestiços perante condições climáticas do trópico semi-árido nordestino. Ciência e Agrotecnologia, v.28, n.3, p. 614 – 620, 2003. COCKERHAM, C.C. Variance of gene frequencies. Evolution, v. 23, p.72–84, 1969. COCKERHAM, C.C. Analyses of gene frequencies. Genetics, v. 74, p.679–700, 1973. COSTA JÚNIOR, G. da S.; CAMPELO, J. E. G.; AZEVÊDO, D. M. M. R.; MARTINS FILHO, R.; CAVALCANTE, R. R.; LOPES, J. B.; OLIVEIRA, M. E. Caracterização morfométrica de ovinos da raça Santa Inês criados nas microrregiões de Teresina e Campo Maior, Piauí. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 35, n.6, p. 2260-2267, 2006. EDING, H. Conservation of genetic diversity: assessing genetic variation using marker estimated kinships. Thesis (Ph.D. in Animal Science). Wageningen, Wageningen University, 79p, 2001. EGITO, A. A.; MARIANTE, A. S.; ALBUQUERQUE, M. S. M. Programa brasileiro de conservação de recursos genéticos animais. Archivos de Zootecnia, v. 51, p. 3952, 2002. EVANNO, G.; REGNAULT, S.; GOUDET, J. Detecting the number of clusters of individuals using the software STRUCTURE: a simulation study. Molecular Ecology. v. 14, p. 2611-2620, 2005. EXCOFFIER, L.; LAVAL, G.; SCHNEIDER, S. Arlequin (version 3.0): An integrated software package for population genetics data analysis. Evolutionary Bioinformatics Online, v. 1, p. 47-50, 2005. 46 EXCOFFIER, L.; SMOUSE, P. E.; QUATTRO, J. M. Analysis of molecular variance inferred from metric distances among DNA haplotypes: application to human mitochondrial DNA restriction data. Genetics, v.131, p. 479–491, 1992. FALEIRO, F.G. Marcadores genético moleculares aplicados a programas de conservação e uso de recursos genéticos. Embrapa Cerrados, Planaltina, DF, 107p., 2007. FARIA, L. A. Estratégias de coordenação da cadeia da carne ovina e a qualidade de carne, 2008. Disponível em: www.farmpoint.com.br. Acesso em 09.02.14. FARIA, L.A.; SILVA, D.J. Segmentos de distribuição e consumo na cadeia da ovinocultura brasileira. Instituto Didatus de Ensino e Qualificação. 2006. Disponível em: http://www.didatus.com.br/noticias/noticia.asp?cod=42. Acesso em 09.02.14. FARID, A.; O’REILLY, E.; DOLLARD, C.; KELSEY JR, C.R. Genetic analysis of ten sheep breeds using microsatellite markers. Canadian Journal of Animal Science, v. 80, p. 9–17, 2000. FERREIRA, M. E.; GRATTAPAGLIA, D. Introdução ao uso de marcadores moleculares em análise genética. 3 ed., Embrapa CENARGEN, Brasília, DF. 1998 GUIMARÃES, F. F.; REGO NETO, A. A.; ROCHA, L. M. C.; DO Ó, A.O.; BIAGIOTTI, D.; SARMENTO, J.L.R. Parâmetros populacionais de ovinos Santa Inês na região sul do Piauí. In: IX SIMPÓSIO BRASILEIRO DE MELHORAMENTO ANIMAL, Anais... João Pessoa. 2012. HARTL, D. L. e A. G., CLARK. Princípios de genética de populações. Editora Artmed, 4ª edição, 2010. HEDRICK, PHILIP. Genetics of Populations. Jones e Bartlett Learning, 4th Edition, 2009. HEGGEBØ, R.; PRESS, C.M.; GUNNES, G.; GONZÁLEZ, L.; JEFFREY, M. Distribution and accumulation of PrP in gut-associated and peripheral lymphoid tissue of scrapie-affected Suffolk sheep. Journal of General Virology, v.83, n.2, p.479-489, 2002. HIRAGI, C.; SIMÕES, K.; MARTINS, E.; QUEIROZ, P.; LIMA, LUZIA; MONNERAT, R. Variabilidade Genética em Populações de Aedes aegypti (L.) (Diptera:Culicidae) Utilizando Marcadores de RAPD. Neotropical Entomology, v.38, n.4, p.542-547, 2009. HOLSINGER, K.E.; LEWIS, P.O.; DEY, D.K. A Bayesian approach to inferring population structure from dominant markers. Molecular Ecology, v.11, p.11571164, 2002. 47 IANELLA, P.; McMANUS, C.; CAETANO, A.R.; MARTINS, C. F.; SOUZA, C. J.H. de; FACÓ, O.; AZEVEDO, H.C.; CARNEIRO, P.S.; PAIVA, S.R. Avaliação dos polimorfismos do gene PRNP ligados a scrapie clássica em núcleos de conservação de ovinos do Brasil. In: SIMPOSIO DE RECURSOS GENETICOS DA AMERICA LATINA Y EL CARIBE, 7., 2009, Pucon. Proceedings... Pucon: v.2, p.265-266. 2009. IBGE. Produção da Pecuária Municipal, volume 39, 2011. IBGE. Produção da Pecuária Municipal, volume 40, 2012. KHALDI, Z.; REKIK, B.; HADDAD, B.; ZOURGUI, L.; SOUID, S. Genetic characterization of the three ovine breeds in Tunisia using randomly amplified polymorphic DNA markers. Livestock Research for Rural Development, v. 22, n. 3, 2010. KIJAS, J.W.; LENSTRA, J. A.; HAYES, B.; BOITARD, S.; NETO, L. R. P.; CRISTOBAL, M. S.; SERVIN, B.; McCULLOCH, R.; WHAN, V.; GIETZEN, K.; PAIVA, S.; BARENDSE, W.; CIANI, E.; RAADSMA, H.; McEWAN, J.; DALRYMPLE, B. Genome-wide analysis of the world´s sheep breeds reveals high levels of historic mixture and strong recent selection. PLoS Biology, v.10 n.2, 2012. KINGHORN, B.P. An index of information content for genotype probabilities derived from segregation analysis. Genetics, v. 145, p. 479-483, 1997. KINGHORN, B.P.; KENNEDY, B.W.; SMITH, C. A method for screening for genes of major effect. Genetics, v.134, p. 351-360, 1993. KUMAR, S., NEI, M., DUDLEY, J., TAMURA, K. MEGA: a biologist-centric softwarefor evolutionary analysis of DNA and protein sequences. Briefings in Bioinformatics, v. 9, p. 299-306. 2008. LÔBO, R. N. B.; LÔBO, A. M. B. O. Melhoramento genético como ferramenta para o crescimento e o desenvolvimento da ovinocultura de corte. Revista Brasileira de Reprodução Animal, v.31, n.2, p.247-253, 2007. MARIANTE, A. S.; CAVALCANTE, N. Animais do Descobrimento: Raças domésticas da história do Brasil. Brasília, 2ª ed. Embrapa. 2006. MASSAGO, H.; RIBEIRO, R. P.; BARRERO, N. M. L.; POVH, J. A.; CASTAGNOLLI, N.; GOMES, P.C. Diversidade genética de quatro linhagens de Oreochromis niloticus utilizando o marcador RAPD. Bioscience Journal, v. 25, n.4, p.150-159, 2009. MBURU, D.; HANOTTE, O. A practical approach to microsatellite genotyping with special reference to livestock population genetics. ILRI Biodiversity project, Nairobi, Kenya, 2005. 48 McMANUS, C.; PAIVA, S. R.; ARAÚJO, R.O. Genetics and breeding of sheep in Brazil. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 39, p. 236-246, 2010. MCMANUS, C.; PAIVA, S. Estatísticas para descrever genética de populações. Informação Genético-Sanitária da Pecuária Brasileira. Publicado on-line em www.animal.unb.br em 07.01.2011. MENEZES, M. P. C.; MARTINEZ, A. M.; RIBEIRO, M. N.; PIMENTA FILHO, E. C.; BERMEJO, J. V. D. Caracterização genética de raças caprinas nativas brasileiras utilizando-se 27 marcadores microssatélites. Revista Brasileira de Zootecnia, v.35, n.4, p.1336-1341, 2006. MORAIS, O.R. O melhoramento genético dos ovinos no Brasil: situação atual e perspectivas para o futuro. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE MELHORAMENTO ANIMAL, 2000, Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte: FEPMVZ, p.266-272, 2000. MORAIS, O. R.; MADALENA, F. E. Economic values for production traits in Santa Inês sheep. In: 8th World Congress on Genetics Applied to Livestock Production. Anais… Belo Horizonte, 2006. MULLIS, K.; FACOMA, F.; SCHARF, S.; SNIKL, R.; HORN, G.; ERLISH, H. Specific amplification of DNA in vitro: the polymerase chain reaction. Cold Sping Harbor Symposium Quantitative Biology, v. 51, p.260, 1986. NEI, M. Analysis of gene diversity in subdivided populations. Proceedings of the National Academy of Sciences, v. 70, p. 3321–3323, 1973. NEI, M. Molecular Evolutionary Genetics. New York, NY: Columbia University Press, 1987. NETO, A. C. B. Avaliação de cruzamentos de ovinos das raças Dorper, Poll Dorset, Santa Inês, e Somalis Brasileira. 45 f. Dissertação de Mestrado em Zootecnia - CCA, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2008. OJEDA, D.B. Participação do melhoramento genético na produção ovina. Revista Brasileira de Reprodução Animal, v.23, n.2, p.146-149, 1999. OLIVEIRA, K. A. P. de; LÔBO, R. N. B.; FACÓ, O. Genetic evaluation of partial growth trajectory of Santa Inês breed using random regression models. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 39, n.5, p. 1029 – 1036, 2010. PAIVA, S. R.; PIMENTEL, C. McM. Uso de marcadores moleculares como ferramenta adicional para conservação e melhoramento da raça Santa Inês. In: V Congresso Nordestino de produção animal, 2008, Aracajú. Anais... Aracajú: Sociedade Nordestina de Produção Animal, 2008. PAIVA, S. R.; FARIA, D. A.; SILVÉRIO, V. C.; McMANUS, C.; EGITO, A. A.; DERGAM, J. A.; GUIMARÃES, S. E. F.; CASTRO, S. T. R.; ALBUQUERQUE, M. S. 49 M.; MARIANTE, A. S. Genetic variability among Brazilian sheep using microsatellites. The role of biotechnology for the characterization and conservation of crop, forestry, animal and fishery genetic resources. Turim, Itália: Rome, Itália : FAO Working Group on Biotechnology, p.195-196, 2005c. PAIVA, S. R.; FARIA, D. A.; SILVÉRIO, V. C.; McMANUS, C.; EGITO, A. A.; DERGAM, J. A.; GUIMARÃES, S. E. F.; CASTRO, S. T. R.; ALBUQUERQUE, M. S. M.; MARIANTE, A. S. Phylogenetic relationships among brazilian sheep breeds. The role of biotechnology, 2005d. PAIVA, S. R.; SILVÉRIO, V. C.; EGITO, A. A.; MCMANUS, C.; FARIA, D. A.; MARIANTE, A. S.; CASTRO, S.R.; ALBUQUERQUE, M.S.M.; DERGAM, J. Genetic variability of the brazilian hair sheep breeds. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.40, n.9, p.887-893, 2005b. PAIVA, S. R.; SILVÉRIO, V. C.; EGITO, A. A.; MCMANUS, C.; FARIA, D. A.; MARIANTE, A. S.; CASTRO, S.R.; ALBUQUERQUE, M.S.M.; DERGAM, J. Caracterização Genética da raça Santa Inês. In: 2ND International Symposium on Sheep and Goat Production, 2003, João Pessoa. Anais… João Pessoa: Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba, p. 487- 499, 2003. PAIVA, S. R.; SILVÉRIO, V. C.; PAIVA, D. A. de F.; McMANUS, C.; EGITO, A. A.; MARIANTE, A. da S.; CASTRO, S. R.; ALBUQUERQUE, M.S.M.; DERGRAM, J. A. Origin of the main locally adapted sheep breeds of Brazil: a RFLP-PCR molecular analysis. Archivos de Zootecnia, v. 54, p. 395-399, 2005a. PAVLOV, A.R.; PAVLOVA, N.V.; KOZYAKIN, S.A.; SLESAREV, A.I. Recent development in the optimization of termostable SNA polymerases for efficient applications. Trends Biotechnology, v. 22, p. 253-260, 2004. PETROLI, C. D. ; PAIVA, S. R. ; CORREA, M. P. C. ; McMANUS, C. Genetic monitoring of a Santa Ines herd using microsatellite markers near or linked to the sheep MHC. Revista Brasileira de Zootecnia, v.38, n.4, p. 670-675, 2009. PINHEIRO JÚNIOR, J. W.; OLIVEIRA, A. A. Da F.; ANDERLINI, G. A.; ABREU, S. R. De O.; VALENÇA, R. M. B.; MOTA, R. A. Aspectos sociais, higiênico-sanitários e reprodutivos da ovinocultura de corte do Estado de Alagoas, Brasil. Revista Brasileira de Ciências Agrárias, v. 5, n. 4, p. 600-605, 2010. PRITCHARD, J. K.; STEPHENS, M.; DONNELLY, P. Inference of population structure using multilocos genotype data. Genetics, v. 115, p. 945-959, 2000. PRIMO, AT. América: conquista e colonização. Porto Alegre: Movimento, 2004. QUESADA, M.; McMANUS, C.; COUTO, F. A. D’A. Efeitos genéticos e fenotípicos sobre características de produção e reprodução de ovinos deslanados no Distrito Federal. Revista Brasileira de Zootecnia, v.31, n.1, p. 342-349, 2002 (suplemento). 50 RAMPELOTTI, F. T.; FERREIRA, A.; TCACENCO, F. A.; MARTINS, J. F. DA S.; GRÜTZMACHER, A. D. E PRANDO, H. F. Diversidade genética de Tibraca limbativentris Stål (Hemiptera:Pentatomidae) de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, usando marcadores RAPD. Neotropical Entomology, v.37, n.1, 2008. REGO NETO, A. A. Estrutura genética da população de ovinos Santa Inês no Estado do Piauí. Dissertação de Mestrado em Ciência Animal - CCA, Universidade Federal do Piauí, Teresina, 2013. ROCHA, S. S. N. da; SILVA, D. M. F. da; LEAL, C. A. de S.; ROCHA NETO, M. N. da; OLIVEIRA, A. E. T.; ADRIÃO, M.; WISCHRAL, A. Caracterização gênica de ovinos nativos, da raça Santa Inês, para o gene da BMP15. Anais... IX Jepex, Recife, 2009. RODRIGUES, D. S. Estrutura Populacional de um Rebanho Morada Nova Variedade Branca no Estado do Ceará. 2009. 45 f. Dissertação de Mestrado em Zootecnia - CCA, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2009. ROHRER, G.A.; ALEXANDER, L.J.; KEELE, J.W.; SMITH, T.P.; BEATTIE, C.W. A microsatellite linkage map of the porcine genome. Genetics, n.136, v.1, p. 231-245, 1994. ROSA, A. J. M., PAIVA, S. R. Marcadores moleculares e suas aplicações em estudos populacionais de espécies de interesse zootécnico. Planaltina, DF: Embrapa Cerrados, 35p, 2009. ROSANOVA, C.; SOBRINHO, A. G. Da S.; NETO, S. G. A raça Dorper e sua caracterização produtiva e reprodutiva. Veterinária Notícias, Uberlândia, v. 11, n. 1, p. 127-135, 2005. SANTOS, C. R.; MORI, E.; LEÃO, D. A.; MAIORKA, P. C. Genotipagem de polimorfismos no gene prnp em ovinos da raça Santa Inês no Estado de São Paulo. Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 32, n.3, p. 221-226, 2012. SANTOS, J. R.S. dos; SOUZA, B. B. de; SOUZA, W. H. de; CEZAR, M. FONTES; TAVARES, G. de P. Respostas fisiológicas e gradientes térmicos de ovinos das raças Santa Inês, Morada Nova e de seus cruzamentos com a raça Dorper às condições do semi-árido nordestino. Ciência e Agrotecnologia, v.30, n.5, p.9951001, 2006. SANTOS, P. S.; BLANK, M. F. A.; BLANK, A. F.; SILVA, S. A.; GOIS, I. G.; MANN, R. S. Caracterização molecular de germoplasma de patchouli (Pogostemon sp.) por marcadores RAPD. Scientia plena, v.9, n.5, 2013. SANTOS, R. A cabra e a ovelha no Brasil. Uberaba: Agropecuária Tropical, 2003. 51 SILVA, F. L. R. da. Desempenho de ovinhos deslanados e mestiços criados em pastagem nativa, na região semi-árida do Nordeste do Brasil. Revista Científica de Produção Animal, v.4, n. 12, p. 71-76, 2002. SILVA, F. L. R. da; ARAÚJO, A. M. Características de reprodução e de crescimento de ovinos mestiços Santa Inês, no Ceará. Revista Brasileira de Zootecnia, v.29, n.6, p.1712-1720, 2000. SILVA, L. S. A. da; FRAGA, A. B., SILVA, F. de L. da; BEELEN, P. M. G.; SILVA, R. M. de O. Growth curve in Santa Inês sheep. Small Ruminant Research, v. 105, p. 182-185, 2012. SILVA, R. C. B. DA; PIMENTA FILHO, E. C.; RIBEIRO, M. N.; SILVA, E. C. DA; FACÓ, O.; PAIVA, S. R. Diversidade genética de ovinos Morada Nova no estado do Ceará, Brasil. In: 48ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, Belém, 2011, Anais... Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, 2011. SIMPLÍCIO, A.A.; FREITAS, V.J.F.; FONSECA, J.F. Biotécnicas da reprodução como técnicas de manejo reprodutivo em ovinos. Revista Brasileira de Reprodução Animal, v.31, n.2, p.234-246, 2007. SIMPLÍCIO, A.A.; SIMPLÍCIO, K.M.M.G. Caprinocultura e ovinocultura de corte: desafios e oportunidades. Revista CFMV. Brasília, DF, p 7-18, 2006. SOUSA, W.H.; LEITE, P.R.M. Ovinos de corte: a raça Dorper. João Pessoa: Emepa-PB, 76p, 2000. SOUSA, W.H.de; LÔBO, R.N.B.; MORAIS, O. R. Ovinos Santa Inês: estado da arte e perspectivas. In: Simpósio Internacional sobre caprinos e ovinos de corte, 2003. João Pessoa. Anais... João Pessoa: Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba, 2003. SOUSA ,W.H. de; OJEDA, M. D.B.; MORAIS, O. R.; ROCHA, J. L. Programa de melhoramento genético para ovinos deslanados e caprinos de corte do Brasil: uma proposta. Tecnologia e Ciência Agropecuária, João Pessoa, v.2, n.3, p.41-46, 2008. SOUZA, C. A.; PAIVA, S. R.; McMANUS, C.M.; AZEVEDO, H. C.; MARIANTE, A.S.; GRATTAPAGLIA, D. Genetic diversity and assessment of 23 microsatellite markers for parentage testing of Santa Inês hair sheep in Brazil. Genetic and Molecular Research, v. 11, n.2, p.1217-1229, 2012. SPRITZE, A.; EGITO, A. A. DE; MARIANTE, A. DA S.; MCMANUS, C. Caracterização genética da raça bovina Crioulo Lageano por marcadores moleculares RAPD. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 38, n. 10, p. 1157-1164, 2003. 52 SUN, W.; CHANG, H.; JI, D.; LIAO, X.; DU, L.; LU, S.; KENJI, T. Distance of different ecological type sheep breeds in Mongolia sheep group. Journal of Genetics and Genomics, v.34, n. 11, p. 1001-1009, 2007. SUZUKI, K. M.; ALMEIDA, F.S.; SODRÉ, L. M. K.; PASCUAL, A. N.T.; SOFIA, S. H. Genetic similarity among male bees of Euglossa truncate Rebêlo e Moure (Hymenoptera: Apidae) revealed by RADP markers. Neotropical Entomology, v. 35, n.4, p. 477-482, 2006. TEIXEIRA NETO, M. R.; DA CRUZ,J.F.; CARNEIRO, P. L. S.; MALHADO, C. H. M.; FARIA, H. H. N. Parâmetros populacionais da raça ovina Santa Inês no Brasil. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.48, n.12, p.1589-1595, 2013. TELLES, M. P. DE C.; MONTEIRO, M. S. R.; RODRIGUES, F. M.; SOARES, T. N.; RESENDE, L. V.; AMARAL, A. DAS G.; MARRA, P. R. Marcadores RAPD na análise da divergência genética entre raças de bovinos e número de locos necessários para a estabilidade da divergência estimada. Ciência Animal Brasileira, v. 2, n. 2, p. 8795, 2001. TENEVA, A. Molecular markers in animal genome analysis. Biotechnology in Animal Husbandry, v. 25 (5-6), p.1267-1284, 2009. TORRES, T. S.; NERI, V. dos S.; BIAGIOTTI, D.; FIGUEIREDO FILHO, L. A. S.; SENA, L. S.; SARMENTO, J. L. R. Uso do método de agrupamento da ligação média (UPGMA) associado à caracterização fenotípica de ovinos Santa Inês. In: X Simpósio Brasileiro de Melhoramento Animal. Anais... Uberaba, 2013. USMAN, B. A.; AGBEBI, O.T.; BANKOLE, M. O.; OGUNTADE, O .R.; POPOOLA, M. O. Molecular characterication of two cichlids populations (Tilapia guineenses and Sarotherodon melanotheron) from diferente water bodies in Lagos State, Nigeria. International Journal for Biotechnology and Molecular Biology Research, v. 4, n.5, p. 71-77, 2013. VALLE, J. S.; FONSECA, B. K. D.; NAKAMURA, S.S.; LINDE, G.A.; MATTANA, R.S.; MING, L.C.; COLAUTO, N.B. Diversidade genética de populações naturais de pariparoba [Pothomorphe umbellata (L.) Miq.] por RAPD. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 15, n.1. p.47-53, 2013. VERÍSSIMO, C. J.; TITTO, C. G.; KATIKI, L. M.; BUENO, M. S.; CUNHA, E. A. da; MOURÃO, G. B.; OTSUK, I. P.; PEREIRA, A. M. F.; NOGUEIRA FILHO, J. C. M.; TITTO, E. A. L. Tolerância ao calor em ovelhas Santa Inês de pelagem clara e escura. Revista Brasileira de Saúde e Produção Animal, v. 10, n.1, p. 159-167, 2009. VIANA, J G. A. Panorama geral da ovinocultura no mundo e no Brasil. Revista Ovinos, ano 4, n.12, p. 44 - 47, 2008. 53 VIEIRA, O. R.; SIMPLICIO, A. A.; LEITE, E. R.; CIRIACO, A. L. T. Padrão Racial no melhoramento genético de caprinos e ovinos no Brasil. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE MELHORAMENTO ANIMAL, Anais... Belo Horizonte, 2000. VIGNAL, A.; MILAN, D.; SANCRISTOBAL, M.; EGGEN, A. A review on SNP and other types of molecular markers and their use in animal genetics. Genetics Selection Evolution, v. 34, p. 275-305., 2002. WEIR, B.S. e COCKERHAM, C.C. Estimating F-estatistics for the analysis of population structure. Evolution, v. 38, n.6, p. 1358-1370, 1984. WILLIAMS, J. G. K.; KUBELIK, A. R.; LIVAK, K. J.; RAFASLKI, J. A. e TINGEY, S. V. DNA polymorphisms amplified by arbitrary primers are useful as genetic markers. Nucleic Acids Research, v. 18, n. 22, p. 6531-5, 1990. WISCHRAL, A.; SILVA, D. M. F.; LEAL, C. A. S.; ROCHA S. S. N.; ADRIÃO, M. Caracterização genotípica de ovinos das raças Santa Inês e Morada Nova para o marcador microssatélite SSR-GHR. Anais... IX Jepex, Recife, 2009. ZAPATA, J. F. F.; SEABRA, L. M. A . J.; NOGUEIRA, C. M.; BEZERRA, L. C.; BESERRA, F. J. Características de carcaça de pequenos ruminantes do nordeste do Brasil. Ciência Animal, v. 11, p. 79-86, 2001.