Texto de apoio ao curso de Especialização Atividade Física Adaptada e Saúde Prof. Dr. Luzimar Teixeira Programa Nacional de Educação em Pressão Arterial O SEXTO RELATÓRIO DA REUNIÃO NACIONAL DO COMITÊ na Prevenção, Detecção, Avaliação, e Tratamento da Pressão Arterial Alta. CAPÍTULO 4 Populações e Situações especiais Hipertensão em Minorias raciais e Étnicas Os Estados Unidos é uma nação não diversificada, composta de indivíduos de muitas culturas. O censo de 1990 revelou que a população norte-americana era constituída de 0,8 por cento de índios americanos, aleutas e inuítas, 2,9 por cento de asiáticos e ilhéus do Pacífico, 9,0 por cento de pessoas de origem hispânica, 12,1 por cento de afro-americanos e 80,3 por cento de brancos. 146 (Essas categorias auto-atribuídas não são mutuamente excludentes; por isso, o total é maior do que 100 por cento.) Na última década, o país apresentou um acentuado aumento nas populações de minorias e número de imigrantes. A expectativa é que esta tendência se mantenha. Quando essas populações imigrantes se aculturam, seu risco para alterações cardiovasculares se alterou.147F A prevalência de hipertensão difere entre grupos raciais e étnicos em comparação com a população em geral. Por exemplo, índios americanos apresentam prevalência igual ou maior do que a população em geral; entre hispânicos, a pressão arterial é geralmente a mesma ou menor do que para brancos não-hispânicos, apesar de uma elevada prevalência de obesidade e diabetes mellitus tipo 2. Também parece que os asiáticos do sul respondem melhor a diversos medicamentos antihipertensivos do que os brancos.,. Evidências mostram que o conhecimento da hipertensão, o tratamento e o controle em alguns grupos, especialmente aqueles com estado socio-econômico geralmente mais baixo, exigem educação mais orientada para hipertensão e programas de intervenção. 152X, 153X A prevalência de hipertensão em afro-americanos está entre as mais altas do mundo. Em comparação com os brancos, a hipertensão se desenvolve mais cedo durante a vida e as pressões arteriais médias são muito mais altas entre os afro-americanos. Afro-americanos apresentam taxas mais altas de hipertensão estágio 3 do que os brancos, provocando uma maior carga de complicações de hipertensão.14Pr, 24X Esse início mais precoce, maior prevalência e maior taxa de hipertensão estágio 3 em afro-americanos é acompanhada por um índice de mortalidade por acidente vascular cerebral 80 por cento mais alto, um índice de mortalidade por cardiopatia 50 por cento mais alto e uma taxa de doença renal terminal relacionada à hipertensão 320 por cento mais alta do que a da população em geral.154X, 155F A evidência disponível indica que, em comparação com os brancos, os afro-americanos que recebem tratamento adequado irão atingir reduções globais semelhantes na pressão arterial e podem apresentar uma menor incidência de doença cardiovascular. 157F No entanto, afro-americanos freqüentemente não recebem tratamento até que a pressão arterial já esteja elevada durante longo tempo e a lesão de órgão-alvo já esteja presente. Isso também pode ser responsável pela incidência 1 mais alta de morbidade e mortalidade relacionadas à hipertensão na população afro-americana, incluindo doença renal terminal. Por causa da elevada prevalência de fatores de risco cardiovasculares em afro-americanos – como obesidade, fumo e diabetes tipo 2 – bem como uma resposta aumentada à ingestão reduzida de sal, as modificações de estilo de vida são particularmente importantes. Em afro-americanos, bem como em brancos, os diuréticos mostraram, em estudos controlados, reduzir a morbidade e a mortalidade por hipertensão; por isso, os diuréticos devem ser o agente de primeira escolha na ausência de condições que contra-indiquem seu uso. Antagonistas de cálcio e alfa ou beta bloqueadores também são eficazes na redução da pressão arterial.129Ra A monoterapia com beta-bloqueadores ou inibidores da ECA é menos eficaz, mas a adição de diuréticos melhora acentuadamente a resposta. No entanto, esses agentes são indicados independentemente da etnia quando os pacientes apresentam outras indicações específicas (p.ex., beta-bloqueadores para angina e pós-infarto do miocárdio, inibidores da ECA para nefropatia diabética ou disfunção sistólica de ventrículo esquerdo).159Ra Por causa de sua maior prevalência de hipertensão estágio 3, muitos pacientes afro-americanos precisam de terapêutica multidroga. Todo esforço deve ser feito para atingir uma pressão arterial alvo abaixo de 140/90 mmHg. Em pacientes com insuficiência renal, dados recentes sugerem que a redução da pressão arterial a um nível ainda menor pode ser benéfica (ver discussão de doença renal neste capítulo). Hipertensão em Crianças e Adolescentes O quinto som de Korotkoff agora é usado para definir PAD para todas as idades. Definições de hipertensão levam em consideração a idade e altura por sexo. A pressão arterial no 95o percentil ou mais é considerada elevada (tabela 14). Os médicos devem estar atentos à possibilidade de causas identificáveis de hipertensão em crianças menores. Intervenções sobre estilo de vida devem ser recomendadas, com introdução de terapêutica farmacológica em níveis mais elevados de pressão arterial ou se houver resposta insuficiente a modificações de estilo de vida. Embora as recomendações para escolha de drogas sejam semelhantes em crianças e adultos, as doses de medicação anti-hipertensiva devem ser menores e ajustadas muito cuidadosamente para crianças. Inibidores da ECA e bloqueadores de receptor de angiotensina II não devem ser usados em gestantes e meninas sexualmente ativas. A hipertensão arterial não complicada isolada não deve ser uma razão para restringir crianças assintomáticas da participação em atividades físicas, particularmente porque o exercício pode reduzir a pressão arterial e evitar hipertensão. O uso de hormônios esteróides anabolizantes com a finalidade de aumentar o porte físico deve ser fortemente desestimulado. Devem ser envidados esforços para descobrir outros fatores de risco (p.ex., fumo) em crianças e devem ser feitas intervenções se estiverem presentes. As recomendações detalhadas em relação à hipertensão em crianças e adolescentes podem ser encontradas no trabalho de 1996 pelo NHBPEP Working Group on Hypertension Control in Children and Adolescents.160Pr Hipertensão em Mulheres Estudos clínicos grandes a longo prazo sobre tratamento anti-hipertensivos incluíram homens e mulheres e não demonstraram diferenças clinicamente significativas entre os sexos na resposta e 2 evolução da pressão arterial.128M Estudos recentes sobre idosas apóiam uma abordagem semelhante ao tratamento da hipertensão em homens e mulheres.26Pr Hipertensão Associada a Contraceptivos Orais Mulheres em uso de contraceptivos orais apresentam uma elevação pequena mas detectável em PAS e PAD, geralmente dentro do intervalo normal. Foi descrito que a hipertensão é duas a três vezes mais comum em mulheres que usam contraceptivos orais, especialmente nas obesas e mais velhas do que nas que não recebem estes medicamentos. Mulheres com 35 anos ou mais que fumam devem ser enfaticamente orientadas a abandonar o fumo; se continuarem a fumar, devem interromper o uso de contraceptivos orais. Se a hipertensão se desenvolver em mulheres usando contraceptivos orais, é aconselhável interromper seu uso. A pressão arterial irá se normalizar na maioria dos casos dentro de alguns meses. Se a hipertensão arterial persistir, se os riscos de gravidez forem considerados maiores do que os riscos da hipertensão e se outros métodos contraceptivos não forem adequados, podem ser mantidos os contraceptivos orais e introduzido tratamento para hipertensão. Uma abordagem prudente para o uso de contraceptivos orais é prescrever uma quantidade para 6 meses ou menos de cada vez para verificar a pressão arterial semestralmente. Tabela 14. Percentil 95o da Pressão Arterial por Idades Selecionadas em Meninas e Meninos, pelos Percentis de Altura 50o e 75o* PAS/PAD em meninas PAS/PAD em meninos Idade (anos) Percentil 50o para Altura Percentil 75o para Altura Percentil 50o para Altura Percentil 75o para Altura 1 104/58 105/59 102/57 104/58 6 111/73 112/73 114/74 115/75 12 123/80 124/81 123/81 125/82 17 129/84 130/85 136/87 138/88 * Adaptado do trabalho do NHBPEP Working Group on Hypertension Control in Children and Adolescents.160 PAS indica pressão arterial sistólica, PAD, pressão arterial diastólica. Hipertensão na Gestação A hipertensão crônica é a pressão arterial elevada presente e observável antes da gestação ou que é diagnosticada antes da 20a semana de gestação. O objetivo do tratamento para mulheres com hipertensão crônica na gestação é reduzir os riscos a curto prazo da elevação da pressão arterial para a mãe e evitar tratamento que comprometa o bem-estar fetal. Se introduzidos antes da gravidez, os diuréticos e a maioria das outras drogas anti-hipertensivas, exceto inibidores da ECA e bloqueadores de receptor de angiotensina II, podem ser mantidos. A metildopa foi avaliada mais extensamente e portanto é recomendada para mulheres cuja hipertensão é diagnosticada pela primeira vez durante a gestação. Os beta-bloqueadores se compararam favoravelmente à metildopa em relação à eficácia e são considerados seguros na última parte da gravidez; no entanto, seu uso no início da gravidez pode estar associado a retardo de crescimento fetal (tabela 15). Os inibidores da ECA e bloqueadores de receptor de angiotensina II devem ser evitados, porque problemas neonatais graves, incluindo insuficiência renal e óbito foram descritos quando as mães recebem estes agentes durante os dois últimos trimestres da gestação.162Pr Pré-eclâmpsia. Pré-eclâmpsia, uma condição específica da gestação, é a pressão arterial aumentada acompanhada de proteinúria, edema ou ambos e às vezes anormalidades da coagulação e função 3 renal e hepática que podem evoluir rapidamente para uma fase convulsiva, a eclâmpsia. A préeclâmpsia ocorre principalmente durante as primeiras gestações e depois da 20a semana de gravidez. Pode ser superimposta à hipertensão crônica preexistente. Grandes estudos não confirmaram o benefício de baixas doses de aspirina como profilático ou de suplementos de cálcio para evitar pré-eclâmpsia. 164Pr Um resumo detalhado da hipertensão na gravidez foi publicado em um trabalho do NHBPEP Working Group on High Blood Pressure in Pregnancy.165Pr Revisões mais recentes já foram publicadas.162Pr, 163Pr Tabela 15. Drogas Anti-hipertensivas Usadas na Gravidez* O trabalho do NHBPEP Working Group on High Blood Pressure in Pregnancy165 permite a manutenção da terapêutica medicamentosa em mulheres com hipertensão crônica (exceto para inibidores da ECA). Além disso, bloqueadores de receptor de angiotensina II não devem ser usados na gestação. Em mulheres com hipertensão crônica com níveis diastólicos de 100 mmHg ou mais (ou menos na presença de lesão de órgão final ou doença renal subjacente) e em mulheres com hipertensão aguda quando os níveis forem de 105 mmHg ou mais, os seguintes agentes são sugeridos. Droga sugerida Comentários Alfa-agonistas centrais Metildopa (C ) é a droga de escolha recomendada pelo NHBPEP Working Group.165 Beta-bloqueadores Atenolol (C ) e metoprolol (C ) parecem ser seguros e eficazes no final da gestação. O labetalol (C ) também parece ser eficaz (droga alfa e beta bloqueadora) Antagonistas do Cálcio Potencial sinergismo com sulfato de magnésio pode levar a uma hipotensão acentuada. (C ) Inibidores da ECA, bloqueadores de receptor de angiotensina II Anormalidades fetais, incluindo óbito, podem ser provocados e essas drogas não devem ser usadas na gestação. (D ) Diuréticos Diuréticos (C ) são recomendados para hipertensão crônica se prescritos antes da gestação ou se as pacientes parecem ser sensíveis ao sal. Não estão recomendados na préeclâmpsia. Vasodilatadores diretos Hidralazina (C ) é a droga de escolha parenteral com base em sua longa história de segurança e eficácia. (C ) * Adaptado de Sibai162 e Lindheimer.163 Existem várias outras drogas anti-hipertensivas para as quais existem dados muito limitados. A U.S. Food and Drug Administration classifica o risco gestacional da seguinte forma: C, efeitos adversos em animais, sem estudos controlados no homem: use se o risco parece justificado; D, evidência positiva de risco fetal. ECA indica enzima conversora de angiotensina. Terapêutica de Reposição Hormonal e Resposta da Pressão Arterial A presença de hipertensão não é contra-indicação para terapêutica de reposição de estrógeno pósmenopausa. Um estudo recente indicou que a pressão arterial não aumenta significativamente com a terapêutica de reposição hormonal na maioria das mulheres com e sem hipertensão e que a terapêutica de reposição hormonal tem um efeito benéfico sobre os perfis de fator de risco cardiovascular global.166Ra No entanto, algumas mulheres podem apresentar uma elevação de pressão arterial atribuível à terapêutica estrogênica. Portanto, recomenda-se que todas as mulheres tratadas com terapêutica de reposição hormonal controlem a pressão arterial com maior freqüência 4 depois da introdução deste tratamento. O efeito do estrógeno e progesterona transdérmicas sobre a pressão arterial não foi estabelecido. Hipertensão em Idosos A hipertensão é extremamente comum nos norte-americanos idosos. Entre os norte-americanos com 60 anos ou mais examinados no NHANES III, foi descoberta hipertensão arterial em 60 por cento dos brancos não-hispânicos, 71 por cento dos afro-americanos e 61 por cento dos americanos de origem mexicana.24X Especialmente entre os idosos, a PAS é um previsor melhor de eventos (cardiopatia coronária, doença cardiovascular, insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral, doença renal terminal e mortalidade por todas as causas) do que a PAD.26Pr Recentemente, ficou claro que uma pressão de pulso elevada (PAS menos PAD), que indica redução da complacência vascular em grandes artérias, pode ser um marcador ainda melhor de aumento do risco cardiovascular do que PAS ou PAD isoladamente. Isso é particularmente relevante para indivíduos idosos, que freqüentemente apresentam uma elevação isolada de PAS (140 mmHg ou mais com PAD abaixo de 90 mmHg) (tabela 2). Aqueles com hipertensão estágio 1 isolada apresentam um risco cardiovascular significativamente aumentado, mas os benefícios do tratamento nestes indivíduos ainda não foram demonstrados em um estudo controlado.167F A hipertensão primária é de longe a forma mais comum de hipertensão nos idosos. No entanto, os clínicos precisam reconhecer que certas causas identificáveis de hipertensão (p.ex., hipertensão renovascular aterosclerótica, aldosteronismo primário) podem ocorrer mais freqüentemente em idosos, especialmente naquelas cuja hipertensão se apresentou pela primeira vez depois dos 60 anos de idade ou é resistente ao tratamento.145Pr A pressão arterial precisa ser verificada com cuidado especial em idosos porque alguns apresentam pseudo-hipertensão (leituras falsamente elevadas no esfingmomanômetro) por rigidez vascular excessiva.168 Além disso, os idosos com hipertensão, especialmente mulheres, podem apresentar a "hipertensão do jaleco branco" e variabilidade excessiva da PAS.169X Na ausência de lesão de órgão-alvo, os clínicos devem pensar em pseudo-hipertensão ou "hipertensão do jaleco branco" e devem obter leituras fora do consultório (ver capítulo 2). Além disso, pacientes idosos têm maior probabilidade do que os mais jovens de apresentar uma redução ortostática em pressão arterial e hipotensão; por isso, nos idosos, a pressão arterial deve sempre ser verificada nas posições em pé e sentado ou deitado.170X Ooi e cols170 utilizando população idosa mais debilitada procuraram determinar as variações da pressão arterial durante o dia na posição ortostática e correlacionar com fatores clínicos. Hipotensão ortostática ocorreu em mais da metade desta população, sendo muito variável ao longo do dia. Tem sua maior prevalência pela manhã, quando o indivíduo se levanta e quando a pressão arterial na posição supina for mais elevada. A relação observada entre hipotensão ortostática e pressão elevada, mas não com a medicação anti-hipertensiva, sugere que o tratamento para hipertensão melhora a regulação postural da pressão arterial. O tratamento da hipertensão em idosos demonstrou benefícios importantes (figura 7). Grandes estudos de pacientes acima dos 60 anos de idade mostraram que a terapêutica medicamentosa antihipertensiva reduz acidente vascular cerebral, CHD, doença cardiovascular, insuficiência cardíaca e mortalidade.140Ra, 171Ra, 172Ra, 173Ra, 174Ra Este estudo 173, Morbidity and Mortality in the Swedish Trial in Old Patients with Hypertension (STOP-Hypertension), teve como objetivo o de estabelecer o valor do tratamento anti-hipertensivo em pacientes mais idosos (70-84 anos). Comparou-se três betabloqueadores e um diurético versus placebo. Concluiu-se que o benefício do tratamento é discernível até a idade de 84 anos. O tratamento anti-hipertensivo em homens e mulheres hipertensos com idade entre 70-84 anos resulta em redução altamente significante e de 5 relevância clínica na mordidade e mortalidade cardiovascular assim como na mortalidade geral. No estudo do Systolic Hypertension Elderly Person 174 teve objetivo de investigar a prevenção do tratamento anti-hipertensivo na ocorrência de insuficiência cardíaca em idosos com hipertensão sistólica isolada. Concluiu que o tratamento baseado em baixas doses de clortalidona tem papel protetor significativo na prevenção da insuficiência cardíaca. Entre os pacientes com infarto do miocárdio prévio foi observado redução em 80% do risco. O tratamento da hipertensão em idosos, como em pessoas mais jovens, deve começar com modificações de estilo de vida.26Pr Idosos respondem a uma redução discreta do sal e perda de peso. Se a pressão arterial alvo não for atingida, o tratamento farmacológico é indicado. A dose inicial em idosos deve ser aproximadamente metade da usada em pacientes mais jovens. Diuréticos tiazídicos ou beta-bloqueadores em combinação com diuréticos tiazídicos são recomendados porque são eficazes na redução da mortalidade e da morbidade em idosos com hipertensão, como demonstrados em múltiplos estudos controlados randomizados. 171Ra Quando comprados uns aos outros, os diuréticos (hidroclorotiazida com hidrocloreto de amiloride) são superiores ao betabloqueador atenolol.172Ra Em pacientes idosos com hipertensão sistólica isolada, os diuréticos são preferidos, porque apresentam uma redução significativa de múltiplos eventos de "endpoints" 171Ra Além disso, um RCT nestes pacientes recebendo o dihidropiridínico nitrendipina mostraram uma redução de 42 por cento em acidente vascular cerebral fatal e não fatal em um período médio de 2 anos.140Ra As reduções concomitantes em eventos coronarianos e insuficiência cardíaca não atingiram significado estatístico, embora tenha sido descrita uma tendência favorável e toda mortalidade por doença cardiovascular tenha sido significativamente reduzida. Como a nitrendipina não está disponível nos Estados Unidos, outros antagonistas de cálcio dihidropiridínicos de ação prolongada são considerados alternativas apropriadas para esses pacientes. O objetivo do tratamento em idosos deve ser o mesmo que nos mais jovens (até abaixo de 140/90 mmHg se for possível), embora um objetivo intermediário de PAS abaixo de 160 mmHg pode ser necessário nos pacientes com hipertensão sistólica acentuada.26Pr Qualquer redução na pressão arterial parece oferecer benefício – quanto mais próximo ao normal, maior o benefício. As drogas que exageram alterações posturais na pressão arterial (bloqueadores adrenérgicos periféricos, alfabloqueadores e altas doses de diuréticos) ou drogas que possam provocar disfunção cognitiva (agonistas alfa2 centrais) devem ser usados com cautela. Recomendações adicionais sobre hipertensão em idosos podem ser encontradas no trabalho do NHBPEP Working Group on Hypertension in the Elderly.26Pr Pacientes com Hipertensão e Doenças Cardiovasculares Coexistentes Pacientes com Doença Cerebrovascular Doença cerebrovascular clinicamente evidente é uma indicação para tratamento anti-hipertensivo. No entanto, imediatamente após a ocorrência de um infarto cerebral isquêmico, é adequado suspender o tratamento (a menos que a pressão arterial esteja muito elevada) até que a situação esteja estabilizada. Mesmo quando o tratamento é suspenso temporariamente, o eventual objetivo é reduzir gradualmente a pressão arterial evitando ao mesmo tempo a hipotensão ortostática. Pacientes com acidente vascular cerebral isquêmico agudo tratados com agentes fibrinolíticos precisam de monitorização cuidadosa da pressão arterial, especialmente nas primeiras 24 horas depois de introduzir o tratamento. A PAS de 180 mmHg ou maior ou PAD de 105 mmHg ou maior podem ser 6 controladas com agentes intravenosos com monitorização cuidadosa em relação à piora do estado neurológico. Pacientes com Arteriopatia Coronária Pacientes com coronariopatia e hipertensão estão sob risco particularmente elevado de morbimortalidade cardiovascular. Os benefícios e segurança da terapêutica anti-hipertensiva nesses pacientes estão bem estabelecidos.176Pr, 177Pr A redução excessivamente rápida da pressão arterial, particularmente quando provoca taquicardia reflexa ou ativação simpática, deve ser evitada. A pressão arterial deve ser reduzida ao valor alvo habitual (abaixo de 140/90 mmHg) e uma pressão arterial ainda mais baixa é desejável se persistir a angina. Beta-bloqueadores ou antagonistas de cálcio podem ser especificamente úteis em pacientes com hipertensão e angina pectoris; no entanto, antagonistas de cálcio de ação curta não devem ser usados. 125M, 178Re, 179Re Neste trabalho Psaty e cols179 procuraram verificar a associação entre infarto agudo do miocárdio (IAM) e uso de anti-hipertensivos. Foram estudados pacientes hipertensos que sofreram o primeiro IAM, fatal ou não fatal, entre 1986-93 entre as mulheres e durante 1989-93 entre os homens. Como controle foram estratificados hipertensos pareados para idade, sexo e ano. O risco relativo de IAM aumentou em 60% nos que faziam uso de bloqueadores de cálcio associado ou não a diuréticos comparados aqueles que somente faziam uso de diuréticos. Este mesmo resultado foi observado quando comparado a betabloqueadores. Concluiu-se que o uso de bloqueadores de cálcio de curta ação, especialmente em altas doses, aumenta o risco de IAM. Outro trabalho desenvolvido com o mesmo objetivo por Alderman e cols178 obteve o mesmo resultado com os bloqueadores de cálcio de curta duração, porém não com os de longa duração. Depois de um infarto do miocárdio, beta-bloqueadores sem atividade simpatomimética intrínseca devem ser administrados porque reduzem o risco de infarto do miocárdio subseqüente ou morte súbita cardíaca. Inibidores da ECA também são úteis depois do infarto do miocárdio, especialmente com disfunção sistólica ventricular esquerda, para evitar insuficiência cardíaca e mortalidade subseqüentes.176Pr Se os beta-bloqueadores forem ineficazes ou contra-indicados, hidrocloreto de verapamil ou hidrocloreto de diltiazem podem ser usados, porque mostraram reduzir discretamente eventos cardíacos e mortalidade em duas circunstâncias: (1) depois de infarto do miocárdio sem onda Q e (2) depois de infarto do miocárdio com função ventricular esquerda preservada (LVH).119Pr, 180Pr, 181Pr Alguns pacientes com hipertensão, especialmente quando associada a LVH grave, podem apresentar angina sem evidência de aterosclerose coronária. Isso é considerado reflexo de um desequilíbrio entre suprimento de oxigênio para o miocárdio e a sua necessidade, em virtude, em parte, de alterações na microcirculação coronária. O tratamento deve ser direcionado ao controle da pressão arterial, reversão de LVH e evitar taquicardia, que poderia exacerbar o desequilíbrio suprimentodemanda. Pacientes com Hipertrofia Ventricular Esquerda O desenvolvimento de LVH permite adaptação cardíaca ao aumento da pós-carga imposto pela elevação da pressão arterial. No entanto, LVH é um fator de risco independente importante para morte súbita cardíaca, infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral e outros eventos cardiovasculares mórbidos e fatais.182F, 183F Koren e cols182 investigaram o significado prognóstico da hipertrofia ventricular esquerda (HVE) e geometria ventricular em hipertensos essencias, sem hipertrofia prévia e após 10 anos. Da casuística de 253 pacientes 27% 7 desenvolveram HVE. Eventos cardiovasculares ocorreram em maior proporção em pacientes com HVE (26%) em relação aqueles sem (12%). Pacientes com HVE comparados respectivamente aqueles com ausência, também apresentaram maior risco para morte cardiovascular (14% versus 0,5%) e mortalidade geral (16% versus 2%). HVE verificada pelo eletrocardiograma não apresentava valor preditivo. Pacientes com geometria ventricular normal apresentaram poucas complicações (nenhuma morte cardíaca; eventos mórbidos em 11%) comparados aos com hipertrofia concêntrica (morte 21%; eventos mórbidos 31%). Massa e geometria ventricular esquerda, determinadas ecocardiograficamente, estratificam o risco em paciente com hipertensão essencial independentemente e com maior intensidade do que a própria pressão arterial ou outro fator de risco reverssível potencial e poderia auxiliar na estratificação da necessidade de tratamento mais rigoroso. Evidência mostra que agentes anti-hipertensivos (exceto vasodilatadores diretos, como hidralazina e minoxidil), redução de peso e redução da ingestão excessiva de sal na dieta são capazes de reduzir o aumento da massa ventricular esquerda e a espessura da parede.184Pr Em um estudo com homens com hipertensão, o tratamento com um diurético e um inibidor da ECA foi melhor do que o tratamento com outras classes de drogas testadas para regressão de LVH em 1 ano. Dados observacionais indicam que a regressão da evidência eletrocardiográfica de LVH está associada a uma redução do risco para eventos cardiovasculares.186F No entanto, nenhum estudo controlado demonstra que essa reversão da LVH oferece benefícios adicionais além do oferecido pela redução da pressão arterial.187Pr O eletrocardiograma continua valioso não apenas para detectar a hipertrofia atrial esquerda e LVH, mas também para identificar evidência de isquemia miocárdica e arritmia.188Pr Ecocardiografia é mais sensível e específica para identificar LVH, mas é cara demais para uso rotineiro. Ecocardiografia limitada irá identificar LVH a um custo que pode justificar seu uso em alguns pacientes (p.ex., aqueles com hipertensão estágio 1 não tratada, sem fatores de risco cardiovascular, sem evidência de doença cardiovascular clinicamente e sem lesão de órgão-alvo).189Pr Pacientes Com Insuficiência Cardíaca Em pacientes com hipertensão, alterações estruturais no ventrículo esquerdo (LVH ou remodelação ventricular esquerda com dilatação) bem como isquemia miocárdica por aterosclerose de artéria coronária podem contribuir para o desenvolvimento de insuficiência cardíaca. Alguns pacientes com hipertensão (atual ou pregressa) desenvolvem insuficiência cardíaca com fração de ejeção normal, implicando em disfunção diastólica. Relatórios do Framingham Heart Study demonstraram que a hipertensão continua sendo a principal causa de insuficiência ventricular esquerda nos Estados Unidos.190Pr O controle da pressão arterial elevada usando alterações no estilo de vida e terapêutica medicamentosa melhora a função miocárdica e evita e reduz a insuficiência cardíaca e a mortalidade cardiovascular.119Pr Depois do infarto do miocárdio, o tratamento com inibidores da ECA evita insuficiência cardíaca subseqüente e reduz a morbidade e a mortalidade191Ra . Após infarto do miocárdio, dilatação e disfunção ventricular esquerda são preditivos de morte. Em estudos experimentais e clínicos tratamento prolongado com o inibidor da ECA captopril atenua estas anormalidades . No estudo de Pfeffer191, concluiu-se que pacientes no pós infarto do miocárdio, assintomáticos e com disfunção ventricular esquerda, a administração de captopril foi associado a melhora da sobrevida e redução da morbidade e mortalidade causada pelos eventos cardiovasculares maiores. Estes benefícios foram observados por pacientes que receberam terapêutica trombolítica, aspirina ou betabloqueadores, assim como aqueles que não receberam, sugerindo que o tratamento com captopril resulta em melhora adicional na evolução de sobreviventes de infarto do miocárdio. No tratamento da insuficiência cardíaca, os inibidores da ECA, quando usados isoladamente ou em conjunto com digoxina ou diuréticos, são eficazes na redução da morbidade e da mortalidade192M Em pacientes com insuficiência cardíaca sintomática, um estudo de meta-análise192 verificou benefício similar com vários inibidores da ECA, embora os dados, na maioria, fossem baseados em dados obtidos com enalapril, captopril, ramipril, quinalapril e lisinopril. Os pacientes com fração de 8 ejeção mais baixa foram os mais beneficiados. O maior efeito foi observado nos primeiros três meses, com ganho adicional no transcorrer do tratamento. Concluiu-se que a mortalidade e hospitalização por insuficiência cardíaca congestiva foi significantemente reduzida com inibidores da ECA com efeito similar consistente em vários subgrupos de pacientes classificados conforme sexo,idade, etiologia e classe de insuficiência cardíaca. Quando os inibidores da ECA são contra-indicados ou não são tolerados, a combinação vasodilatadora de hidrocloreto de hidralazina e dinitrato de isossorbida também é eficaz nestes pacientes. O alfa-beta-bloqueador carvedilol adicionado a inibidores da ECA mostrou ser benéfico,, 195Ra O carvedilol195, bloqueador beta-adrenérgico com propriedades alfa1bloqueadora, em pacientes com insuficiência cardíaca estável foi também eficaz sobre a função e tamanho ventricular esquerdo, prolongando-se por até um ano do início do tratamento. Entretanto, o carvedilol não afetou a tolerância ao exercício, os sintomas ou episódios de piora de insuficiência cardíaca. Houve redução nos eventos que resultaram em morte ou admissão hospitalar, e um ano de tratamento com carvedilol evitou um desses eventos sérios entre cada 12-13 pacientes com insuficiência cardíaca. e, em um estudo, o bloqueador de receptor de angiotensina II losartan potássico foi superior ao captopril na redução da mortalidade.196Ra O estudo ELITE( Evaluation of Losartan in the Elderly Study), comparou o antagonista da angiotensina II, losartan, contra captopril para verificar segurança e eficácia no tratamento da insuficiência cardíaca em idosos. Como resultado não esperado, houve redução do risco de mortalidade com losartan das causas em geral da ordem de 46%, principalmente com relacão à morte súbita. Não houve diferenças quanto a freqüência de disfunção renal e losartan teve melhor tolerância que captopril, com número reduzido de pacientes que necessitaram ser excluídos do estudo. Estudo adicional, ELITE II, está em andamento para avaliar os efeitos do losartan comparado a captopril quanto a mortalidade e morbidade, em número maior de pacientes com insuficiência cardíaca. Os antagonistas de cálcio dihidropiridínicos, besilato de amlodipina e felodipina, demonstraram ser seguros no tratamento da angina e hipertensão em pacientes com disfunção ventricular esquerda avançada quando usados em associação a inibidores da ECA, diuréticos ou digoxina197Ra, 198Ra Com relação aos antagonistas de cálcio na insuficiência cardíaca, dois estudos merecem destaque. A comparação de amlodipina contra placebo não aumentou a morbidade e mortalidade cardiovascular. Aventou-se a possibilidade da amlodipina prolongar a sobrevida de pacientes portadores de cardiomiopatia dilatada não isquêmica. Outro estudo198 envolveu a felodipina demonstrando possível efeito vasodilatador adicional em pacientes com insuficiência cardíaca tratados com enalapril. Entretanto, o benefício, a longo prazo, foi de melhor tolerância e qualidade de vida no segundo ano de tratamento.;outros antagonistas de cálcio não são recomendados nestes pacientes. Pacientes com Arteriopatia Periférica Hipertensão é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de aterosclerose de carótida e arteriopatia periférica com claudicação intermitente e aneurismas. No entanto, não existem dados para determinar se a terapêutica anti-hipertensiva irá alterar o curso desses processos. Estudos multicêntricos iniciais demonstraram uma redução em óbitos por aneurismas dissecantes de aorta. Pacientes com Hipertensão e Outras Doenças Concomitantes Pacientes com Doença de Parênquima Renal Fisiopatologia. A hipertensão pode resultar de qualquer forma de doença renal que reduza o número de néfrons funcionantes, levando à retenção de sódio e água200Pr . A doença parenquimatosa renal200 é causa comum, freqüentemente não diagnosticada, de hipertensão. Doença crônica renal e 9 hipertensão sistêmica podem coexistir como se fossem duas patologias distintas em um mesmo paciente. Hipertensão essencial é causa importante de doença renal crônica. Doença parênquimatosa renal é causa bem estabelecida de hipertensão secundária, sendo responsável por 2,5 a 5% de todas as causas de hipertensão sistêmica. Hipertensão secundária pode acelerar o declínio da função renal se não controlada adequadamente. Desse modo, hipertensão é causa e conseqüência de doença renal, havendo dificuldade na distinção clínica nesta diferença. Nefrosclerose hipertensiva está entre as causas mais comuns de doença renal progressiva, particularmente em afro-americanos. O seguimento de grande número de homens triados para o Multiple Risk Factor Intervention Trial e de veteranos do sexo masculino ofereceu a evidência mais conclusiva e direta de relação entre pressão arterial e doença renal terminal202F, 203F. A relação entre pressão arterial e desenvolvimento de insuficiência renal pode ser avaliado a partir do estudo MRFIT (Multiple Risk Factor Intervention Trial). Durante 16 anos de seguimento foi verificado o desenvolvimento de insuficiência renal crônica em mais de 300.000 homens entre 35-57 anos. Comparado a indivíduos com pressão arterial em nível ótimo (<120/<80 mmHg) o risco relativo de desenvolver insuficiência renal naqueles com níveis >210/>120 mmHg) foi de 22,1. Houve relação intensa, gradual, entre pressão arterial, sistólica ou diastólica, e doença renal crônica, independente da associação da doença com idade, renda, uso de medicação para diabetes, história de infarto do miocárdio, colesterol sérico, e hábito de fumar. Estratégias para Retardar a Insuficiência Renal Progressiva em Pacientes com Hipertensão. A detecção precoce da lesão renal hipertensiva é essencial. Pequenas elevações de creatinina sérica refletem perdas significativas de ritmo de filtração glomerular. A avaliação deve incluir urinálise para detectar proteinúria ou hematúria e possivelmente ultra-sonografia renal para excluir doença autossômica dominante do rim policístico e para determinar o tamanho dos rins204Pr . Dados atualizados do Grupo de Trabalho Do Programa Nacional de Educação em Pressão Arterial Elevada204 recomendam que o objetivo do tratamento é de se obter pressão alvo de 130/85 mmHg, com qualquer medicação anti-hipertensiva, necessária para prevenir a nefrosclerose hipertensiva . Parece razoável recomendar-se inibidores da ECA como tratamento inicial para pacientes diabéticos com microalbuminúria ou nefropatia diabética, com ou sem hipertensão. Causas reversíveis de insuficiência renal sempre devem ser pesquisadas e tratadas. A pressão arterial deve ser controlada em 130/85 mmHg – ou menos (125/75 mmHg) em pacientes com proteinúria maior do que 1 grama em 24 horas – com toda terapêutica anti-hipertensiva necessária., 155F Reduzir o sódio dietético a um nível inferior ao recomendado para hipertensão não complicada (menos de 100 mmol por dia de sódio) ajuda a controlar a pressão arterial elevada em pacientes com insuficiência renal.204Pr Se for instituída restrição de proteínas na dieta, é preciso prestar muita atenção à ingestão energética (calórica) total para evitar desnutrição. A restrição de potássio e fósforo na dieta de pacientes com clearance de creatinina abaixo de 30 ml por minuto é necessária para evitar hipercalemia e para ajudar a evitar hiperparatireoidismo secundário. Recomendações de Drogas Anti-hipertensivas para Pacientes com Hipertensão e Doença Renal. A ação mais importante para retardar a insuficiência renal progressiva é reduzir a pressão arterial até o objetivo. Todas as classes de drogas anti-hipertensivas são eficazes e, na maioria dos casos, podem ser necessárias múltiplas drogas anti-hipertensivas204Pr. Resultados expressivos foram obtidos com inibidores da ECA em pacientes com nefropatia diabética tipo 1, em pacientes com proteinúria maior do que 1 grama por 24 horas207Ra Neste trabalho de Klahr e cols207, MDRD (Modification of Diet in Renal Disease) investigou-se a restrição protéica na dieta e controle da pressão arterial na progressão da doença renal crônica. Entre os pacientes com insuficiência renal moderada (filtração glomerular 25-55 ml/min/1,73 m2) o menor declínio da função renal sugeriu pequeno benefício da intervenção na dieta. Entre pacientes com insuficiência renal severa (filtração glomerular 13-24 ml/min/1,73 m2), dieta com teor protéico muito baixo, comparado ao teor baixo, não alterou o ritmo de 10 progressão da doença renal. Entretanto, nos dois estudos o controle pressórico mais rigoroso (<125/<75mmHg) nos pacientes com proteinúria maior que 1g/24h mostraram um declínio da função renal significativamente menor. e em pacientes com insuficiência renal.208Ra, 209M Conseqüentemente, pacientes com hipertensão que apresentam insuficiência renal devem receber, a menos que contra-indicado, um inibidor da ECA (na maioria dos casos, junto com um diurético) para controlar a hipertensão e retardar a insuficiência renal progressiva206Ra, 208Ra, 209M. No estudo de Maschio e cols208 concluiu-se que o benazepril teve papel protetor na progressão da insuficiência renal causado por várias doenças renais. Neste estudo não pode ser descartado a influência da redução da pressão arterial, que no grupo com o inibidor da ECA foi de diminuição de 3,5 - 5 mmHg, enquanto o grupo placebo aumentou em 0,2 - 1,5 mmHg. Em outro estudo de meta-análise209, comparando-se inibidores da ECA contra outros anti-hipertensivos, esta classe foi superior em preservar a função renal em pacientes com doença renal não-diabética. Embora a redução pressórica tivesse sido um pouco maior com os inibidores da ECA (4,9/1,2 mmHg das pressões sistólicas e diastólicas, respectivamente) sugeriu-se que são drogas que oferecem proteção adicional além do efeito no controle pressórico. Em pacientes com nível de creatinina de 265,2 mmol/l (3 mg/dl) ou mais, os inibidores da ECA devem ser usados com cautela. Uma redução transitória inicial em ritmo de filtração glomerular pode ocorrer durante os primeiros 3 meses de tratamento enquanto a pressão arterial é reduzida207Ra .Se os pacientes forem euvolêmicos e a creatinina aumentar 88,4 mmol/l (1 mg/dl) acima dos níveis basais, a creatinina e o potássio devem ser dosados novamente depois de vários dias; se continuarem persistentemente elevados, deve-se considerar o diagnóstico de estenose de artéria renal e inibidores da ECA ou bloqueadores de receptor de angiotensina II devem ser suspensos, porque essas drogas podem reduzir acentuadamente a perfusão renal em pacientes com estenose bilateral de artéria renal ou estenose de artéria renal de rim solitário. Diuréticos tiazídicos não são eficazes com insuficiência renal avançada [nível sérico de creatinina de 221,0 mmol/l (2,5 mg/dl) ou mais], e são necessários diuréticos de alça (freqüentemente em doses relativamente elevadas). A combinação de um diurético de alça com um tiazídico de ação prolongada, como metolazona, é eficaz em pacientes resistentes a um diurético de alça isolado. Diuréticos poupadores de potássio devem ser evitados em pacientes com insuficiência renal. Pacientes com Doença Renovascular Estenose de artéria renal hemodinamicamente significativa pode estar associada a todos os estágios de hipertensão, mas é mais comumente encontrada com hipertensão estágio 3 ou resistente e, quando bilateral, pode levar a uma redução de função renal (nefropatia isquêmica).211F Indicadores clínicos de doença renovascular incluem (1) início de hipertensão antes dos 30 anos de idade, especialmente sem história familiar, ou início recente de hipertensão arterial significativa depois dos 55 anos, (2) um sopro abdominal, particularmente se continuar na diástole e for lateralizado, (3) hipertensão acelerada ou resistente, (4) edema pulmonar recorrente, (5) insuficiência renal de causa incerta, especialmente com sedimento urinário normal, (6) doença vascular aterosclerótica difusa coexistente, especialmente em grandes fumantes e (7) insuficiência renal aguda desencadeada por terapêutica anti-hipertensiva, particularmente inibidores da ECA ou bloqueadores de receptor de angiotensina II. Em pacientes com indicações de doença renovascular, o mapeamento renal com radioisótopos com captopril, estudos de fluxo por Doppler Duplex e angiografia com ressonância magnética podem ser usados como testes de triagem não invasivos. Imagens tridimensionais podem ser obtidas por 11 tomografia computadorizada espiral, uma técnica que infelizmente requer contraste intravenoso.204Pr O diagnóstico definitivo de doença renovascular requer angiografia renal, que acarreta algum risco, particularmente insuficiência renal aguda induzida por contraste radiológico ou ateroembolismo em idosos. Tratamento. Em pacientes mais jovens com displasia fibromuscular, os resultados da angioplastia renal transluminal percutânea (PTRA) foram excelentes e comparáveis à revascularização cirúrgica.213Re Pacientes com função renal normal e estenose de artéria renal aterosclerótica focal, unilateral e não de óstio, sem doença vascular disseminada, são tratados da mesma forma que aqueles com displasia fibromuscular. O "stenting" de artéria renal se tornou um importante adjunto para PTRA, sendo usado para contrabalançar a retração elástica e abolir a estenose residual freqüentemente observada depois de PTRA215C. Neste estudo 215 procurou-se determinar o nível de progressão da estenose de artéria renal em pacientes com obstrução menor ou maior que 60% de oclusão. A progressão ocorre na velocidade de 7% ao ano. A progressão da lesão aterosclerótica é relativamente comum, particularmente entre <60% para > ou = 60% de oclusão. Embora muitos pacientes com estenose de artéria renal de alto grau permaneçam estáveis durante períodos prolongados se a pressão arterial for bem controlada, 216F a revascularização cirúrgica ou o PTRA com "stenting" de artéria renal podem ser necessários para preservar a função renal. 204Pr Pacientes com Diabetes Mellitus Para detectar evidência de disfunção autonômica e hipotensão ortostática, a pressão arterial deve ser verificada nas posições deitada, sentada e em pé em todos os pacientes com diabetes mellitus; a monitorização ambulatorial automatizada da pressão arterial pode ser especialmente útil (ver capítulo 2). A terapêutica medicamentosa anti-hipertensiva deve ser introduzida juntamente com modificações de estilo de vida, especialmente perda de peso, para reduzir a pressão arterial abaixo de 130/85 mmHg. Inibidores da ECA, alfa-bloqueadores, antagonistas de cálcio e diuréticos em baixas doses são preferíveis, por causa de menores efeitos adversos sobre homeostase de glicose, perfis lipídicos e função renal.217Pr, 218Pr Embora beta-bloqueadores possam ter efeitos adversos sobre o fluxo sangüíneo periférico, prolongue a hipoglicemia e mascare sintomas de hipoglicemia, os pacientes com diabetes tratados com diuréticos e beta-bloqueadores apresentam uma redução semelhante ou maior de CHD e eventos cardiovasculares totais em comparação com pessoas sem diabetes.219Ra, 220Re Em pacientes com nefropatia diabética, inibidores da ECA são preferíveis. 206Ra, 221Ra, 22M No estudo de Ravid e cols 221 verificou-se a ação dos inibidores da ECA em diabéticos não insulinodependentes com nefropatia, normotensos. Concluiu-se que estas drogas oferecem proteção prolongada contra o desenvolvimento da nefropatia naqueles pacientes com microalbuminúria e estabiliza a função renal nos pacientes com função renal comprometida. Suspensão do tratamento acarretará retomada imediata da progressão. Se inibidores da ECA forem contra-indicados ou não forem bem tolerados, bloqueadores de receptor de angiotensina II podem ser considerados. A proteção renal também foi mostrada pelo uso de um antagonista de cálcio 223Ra,. Os antagonistas de canais de cálcio, não dihidropiridínicos como diltiazem e verapamil, também foram comparados a outros anti-hipertensivos em diabéticos não insulínico-dependentes, quanto a progressão da nefropatia. Nesses pacientes, com controle pressórico semelhante, esses antagonistas de cálcio, do mesmo modo que o inibidor da ECA lisinopril, retardaram a progressão da doença renal mais intensamente que o betabloqueador atenolol. Além disso, este retardo correlacionou-se substancialmente com a redução significativa da proteinúria, fato não observado com atenolol. A ação dessas drogas na redução da proteinúria pode envolver o melhor controle da pressão arterial e outros 12 mecanismos peculiares a essas classes de drogas, como por exemplo, redução do tamanho do poro da membrana basal glomerular, como ocorre com o uso dos inibidores da ECA. Resistência à Insulina. Pacientes obesos com hipertensão apresentam resistência à captação de glicose mediada pela insulina pelo músculo esquelético, o que pode levar a um comprometimento da tolerância à glicose e diabetes tipo 2.218Pr Algumas pessoas não obesas com hipertensão e pessoas com pressão arterial normal com parentes de primeiro grau hipertensos também apresentam resistência à insulina. É incerto se níveis mais altos de insulina periférica ou a resistência à insulina podem gerar hipertensão. 225Pr Esses distúrbios metabólicos bem como a hipertensão respondem à perda de peso, exercício, agentes sensibilizantes de insulina, anti-hipertensivos vasodilatadores e certas drogas redutoras de lípides. Pacientes com Dislipidemia A coexistência comum e o risco aumentado de dislipidemia e hipertensão obrigam tratamento agressivo das duas condições.227Pr Como as modificações do estilo de vida são a primeira abordagem para o tratamento das duas condições, muita ênfase deve ser colocada no controle do excesso de peso; a redução da ingestão de gordura saturada, colesterol, cloreto de sódio e álcool, e atividade física aumentada em pacientes com lípides elevados e hipertensão arterial. Em altas doses, os diuréticos tiazídicos e de alça podem induzir aumentos pelo menos a curto prazo nos níveis de colesterol plasmático total, triglicérides e colesterol LDL228Pr . Kasiske e cols228 , comparando o efeito dos agentes anti-hipertensivos sobre o perfil lipídico, através de estudo de metaanálise observou: Os diuréticos causam aumento relativo nos níveis de colesterol, maior quanto maior a dose, pior em pacientes de raça negra. Os betabloqueadores causam aumento nos níveis dos triglicérides, substancialmente menor com betabloqueadores com atividade simpatomimética intrínseca. Inibidores da ECA reduzem os níveis dos triglicérides e colesterol total em pacientes com diabetes. Vasodilatadores reduzem o colesterol total e sua fração LDL e aumenta o colesterol HDL. Os antagonistas de cálcio são neutros. Modificações dietéticas podem reduzir ou eliminar estes efeitos. Diuréticos tiazídicos em baixa dose não produzem estes efeitos.230Ra No Systolic Hypertension in the Elderly Program and the Hypertension Detection and Follow-up Program, que usou diuréticos como monoterapia inicial ou em combinação, os riscos para eventos cerebrovasculares e coronários foram reduzidos igualmente em pessoas com níveis lipídicos normais e nos com níveis elevados. 232F Beta-bloqueadores podem aumentar os níveis de triglicérides plasmáticos transitoriamente e reduzir os níveis de colesterol HDL. Apesar disso, beta-bloqueadores mostraram reduzir a taxa de morte súbita, mortalidade global e infarto do miocárdio recorrente em pacientes com infarto do miocárdio prévio. Alfa-bloqueadores podem reduzir discretamente a concentração sérica de colesterol e aumentar a de colesterol HDL.230F Inibidores da ECA, bloqueadores de receptor de angiotensina II, antagonistas do cálcio e agonistas adrenérgicos centrais apresentam efeitos clinicamente neutros sobre os níveis de lípides séricos e lipoproteínas.228Pr Estudos recentes mostraram que a redução agressiva dos lípides, especialmente com inibidores de beta-hidroxi-beta-metilglutaril CoA (HMG-CoA) redutase (estatinas), oferece proteção primária e secundária contra CHD235Ra, 236Ra, 237Ra, 238M . O trabalho de Sacks e cols235 investigou o efeito da pravastatina na frequência de eventos coronarianos em pacientes com infarto do miocárdio prévio e colesterol ao redor da média, especificamente níveis menores que 240 mg/dl. A redução de 13 eventos coronarianos foi maior nas mulheres do que nos homens. Os resultados demontraram benefícios da terapêutica redutora de colesterol que pode ser recomendado a maioria dos pacientes coronarianos com níveis de colesterol ao redor da média. Nos pacientes com hipercolesterolemia o estudo escocês236 demonstrou que a pravastatina reduziu significantemente a incidência de infarto do miocárdio e mortes de causa cardiovascular em homens com hipercolesterolemia moderada sem história de infarto do miocárdio. Finalmente, na revisão de estudos clínicos de grande porte, Hebert e cols238 concluiu que as estatinas são importantes redutoras dos níveis de colesterol e tem benefício claro e evidente sobre o acidente vascular cerebral e mortalidade geral. Como esperado ocorre diminuição expressiva e significativa na mortalidade cardiovascular, sem evidências de aumento em mortes de origem não cardiovasculares ou incidência de câncer. Alterações de estilo de vida e agentes hipolipidêmicos devem ser usados para atingir os objetivos apropriados em pacientes com hipertensão e hiperlipidemia. Orientação para escolha de terapêutica redutora de colesterol apropriada está disponível nas orientações do National Cholesterol Education Program.239Pr Pacientes com Apnéia do Sono A apnéia do sono obstrutiva é caracterizada por roncos altos e respiração interrompida ou entrecortada durante o sono, é mais comum em pacientes com hipertensão e está associada a várias conseqüências clínicas adversas.240Re Apnéia do sono não diagnosticada pode explicar a dificuldade em controlar a hipertensão arterial em alguns pacientes; o melhor controle da hipertensão foi descrito em pacientes depois do tratamento de sua apnéia do sono. Pacientes com Asma Brônquica ou Doença Crônica das Vias Aéreas A elevação da pressão arterial é relativamente comum na asma aguda e pode estar relacionada ao tratamento com corticosteróides sistêmicos ou beta-agonistas. Beta-bloqueadores e alfa-beta-bloqueadores podem exacerbar a asma; portanto, esses agentes não devem ser usados em pacientes com asma, exceto em circunstâncias especiais. Além disso, a aplicação oftálmica tópica de beta-bloqueadores como maleato de timolol podem piorar a asma. A reatividade brônquica à histamina e à cinina permanece inalterada com inibidores da ECA, que são seguros na maioria dos pacientes com asma. Se ocorrer tosse relacionada ao inibidor da ECA, bloqueadores de receptor de angiotensina II são uma alternativa. Muitos medicamentos vendidos sem prescrição médica como descongestionantes e medicamentos para resfriado e asma podem conter um agente simpatomimético que podem elevar a pressão arterial. Apesar disso, esses medicamentos são em geral seguros quando administrados em doses limitadas em pacientes com hipertensão que estão recebendo terapêutica anti-hipertensiva adequada. Cromolim sódico, brometo de ipratropium ou corticosteróides inalatórios podem ser usados com segurança para congestão nasal em pessoas hipertensas. Pacientes Com Gota A hiperuricemia é um achado freqüente em pacientes com hipertensão não tratada e pode refletir uma redução no fluxo sangüíneo renal. Além disso, todos os diuréticos podem aumentar os níveis séricos de ácido úrico, mas raramente induzem a gota aguda243F . Numa análise dos dados do estudo HDFP (Hypertension and Detection and Follow-up Program) Langford e cols 243 investigaram a elevação do ácido úrico produzido pelos tiazídicos. Os resultados obtidos sugerem que nem o nível de ácido úrico 14 basal nem a alteração produzida pela terapêutica causaram lesão renal. Desse modo, não existe razão para reduzir-se farmacologicamente os níveis de ácido úrico em pacientes não gotosos. Permanece sem resposta se o ácido úrico tem valor preditivo como fator de risco, quando não houver outro fator de risco correlato. Em pacientes com gota, os diuréticos devem ser evitados se possível. Hiperuricemia induzida por diuréticos não requer tratamento na ausência de gota ou cálculos de urato. Pacientes Submetidos a Cirurgia Uma pressão arterial de 180/110 mmHg ou mais está associada a maior risco de eventos isquêmicos perioperatórios. Quando possível, a cirurgia deve ser adiada para reduzir a pressão arterial a níveis menores. 244Pr O risco perioperatório para qualquer pacientes, e especialmente pacientes com hipertensão, é em parte relacionado à estimulação adrenérgica antes, durante e depois da cirurgia. Aqueles sem terapêutica anti-hipertensiva prévia podem ser melhor tratados com terapêutica betabloqueadora cardiosseletiva antes e após a cirurgia. Deve ser oferecida suplementação adequada de potássio para corrigir hipocalemia bem antes da cirurgia. Candidatos à cirurgia que estejam controlando sua pressão arterial adequadamente com medicamento devem ser mantidos em seu esquema até o momento da cirurgia, e o tratamento deve ser reintroduzido logo que possível depois da cirurgia. Se a ingestão oral precisar ser interrompida, a terapêutica parenteral com diuréticos, inibidores adrenérgicos, vasodilatadores, inibidores da ECA ou hidrocloreto de clonidina transdérmico poderá ser usadas para evitar a hipertensão rebote que pode se seguir à interrupção abrupta de alguns agentes inibidores adrenérgicos. Dois estudos indicaram uma necessidade de cuidado com antagonistas de cálcio, por causa de um aumento no sangramento cirúrgico.247F Causas Diversas para Aumento de Pressão Arterial Cocaína A maioria dos dependentes de cocaína é normotensa, e nenhuma evidência sugere que o uso constante de cocaína provoque hipertensão crônica. No entanto, o abuso de cocaína precisa agora ser considerado em todos os pacientes que se apresentam ao pronto socorro com problemas relacionados a hipertensão. Indícios incluem a presença de dor torácica, pupilas dilatadas, agressividade, alteração do nível de consciência e convulsões. A cocaína pode induzir isquemia grave por vasoconstrição coronária e cerebral, bem como insuficiência renal aguda por rabdomiólise. A nitroglicerina está indicada para reverter a vasoconstrição coronária relacionada à cocaína, 251X mas sua eficácia anti-hipertensiva pode ser inadequada e outros agentes parenterais podem ser necessários (tabela 10). Beta-bloqueadores não-seletivos como propranolol devem em geral ser evitados, por causa do risco de uma elevação paradoxal na pressão arterial bem como na vasoconstrição coronária em virtude do efeito exagerado de catecolaminas sobre alfa-receptores não bloqueados. Anfetaminas 15 A toxicidade aguda por anfetamina é semelhante à da cocaína, mas tem duração mais prolongada, durante até várias horas. Vasculite cerebral e sistêmica e insuficiência renal podem ocorrer. O tratamento para toxicidade por anfetamina é semelhante ao da toxicidade por cocaína. Agentes Imunossupressores Esquemas imunossupressivos baseados em ciclosporina, tacrolimus e esteróides aumentam a pressão arterial em 50 a 80 por cento dos receptores de transplantes de órgãos sólidos. Quando a ciclosporina é usada isoladamente em aplicações fora de transplantes, a hipertensão se desenvolve em 25 a 30 por cento dos pacientes. A elevação na pressão arterial reflete vasoconstrição disseminada. A vasoconstrição renal leva a uma redução da filtração glomerular e aumento da reabsorção de sódio. O tratamento é baseado em vasodilatação, freqüentemente incluindo antagonistas de cálcio dihidropiridínicos. Diuréticos são eficazes mas podem exagerar a azotemia prérenal e podem desencadear a gota. Eritropoietina A eritropoietina humana recombinante aumenta a pressão arterial em 18 a 45 por cento dos pacientes quando usada no tratamento de doença renal terminal. A hipertensão é provocada por uma elevação na resistência vascular sistêmica, parcialmente relacionada a efeitos vasculares diretos da eritropoietina humana recombinante e não está estreitamente relacionada ao hematócrito ou à viscosidade. O tratamento inclui controle ideal do volume, agentes anti-hipertensivos e, em alguns casos, redução da dose de eritropoietina ou alteração da administração, da via intravenosa para a subcutânea. Outros Agentes A hipertensão pode ser induzida por vários outros agentes químicos e toxinas, como mineralocorticóides e derivados, esteróides anabolizantes, inibidores de monoamina oxidase, chumbo, cádmio e bromocriptina.254Pr Resumo Populações de minorias raciais e étnicas são segmentos crescentes de nossa sociedade. A prevalência de hipertensão nessas populações difere entre os grupos, e as taxas de controle não são tão boas quanto as da população em geral. Os médicos devem conhecer esses desafios de tratamento, levando em consideração fatores sociais e culturais. São oferecidas orientações para tratamento de crianças e mulheres hipertensas Em idosos, os diuréticos são preferíveis e os antagonistas de cálcio dihidropiridínicos de ação prolongada podem ser considerados. É apresentada a terapêutica específica para pacientes com hipertrofia ventricular esquerda, coronariopatia e insuficiência cardíaca. Pacientes com insuficiência renal com mais de 1 grama por dia de proteinúria devem ser tratados com uma pressão arterial alvo de 125/75 mmHg; aqueles com menos proteinúria devem ser tratados com uma pressão arterial alvo de 130/85 mmHg. Inibidores da ECA apresentam efeitos renoprotetores adicionais em relação a outros agentes anti-hipertensivos. Pacientes com diabetes devem ser tratados com um objetivo de tratamento de pressão arterial abaixo de 130/85 mmHg. A hipertensão pode coexistir com várias outras condições e pode ser induzida por vários agentes pressóricos. 16 17