vivencia da prática de enfermagem em um laboratório de

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VIVENCIA DA PRÁTICA DE ENFERMAGEM
EM UM LABORATÓRIO DE PRÁTICAS EM SAÚDE¹
QUADROS, Jacqueline Silveira de ²; MACHADO, Neliza dos Santos ³; DOTTO,
Jessica Ineu4; FREITAS, Hilda Maria Barbosa de5.
1
Relatório de Estágio II desenvolvido na disciplina de Estágio Supervisionado II do Curso de
Graduação em Enfermagem do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA). Santa Maria, RS,
Brasil.
2
Enfermeira Graduada pelo Centro Universitário Franciscano (UNIFRA). Membro do Grupo de
Estudos e Pesquisa em Empreendedorismo Social da Enfermagem e Saúde (GEPESES/UNIFRA).
Santa Maria, RS, Brasil.
3
Enfermeira Graduada pelo Centro Universitário Franciscano (UNIFRA).
4
Acadêmica do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria,
RS, Brasil.
5
Docente do Curso de Enfermagem do Centro Universitário Franciscano - UNIFRA. Doutoranda em
Enfermagem Membro do Grupo de Estudos e Pesquisa em Empreendedorismo Social da
Enfermagem e Saúde (GEPESES/UNIFRA). Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil.
E-mail: [email protected];
[email protected]
[email protected];
[email protected];
RESUMO
Este trabalho objetiva socializar a experiência de acadêmicas de enfermagem na realização de
consultas de enfermagem propiciando a promoção da saúde, por meio de espaços de educação em
saúde, deste modo estimulando ao autocuidado. Trata-se de um relato de uma experiência
vivenciada por acadêmicas do oitavo semestre do Curso de Graduação em Enfermagem durante o
Estágio Curricular Supervisionado II, o qual foi desenvolvido no primeiro semestre do ano de 2012.
Nesse sentido, a consulta de enfermagem desencadeia a promoção da saúde, tornando-se uma
estratégia promissora para enfrentar os múltiplos problemas de saúde que afetam a população. A
consulta de enfermagem que embora seja um dos instrumentos onde o profissional coloca em pratica
todo seu saber cientifica ainda é um recurso pouco valorizado pelos demais profissionais e que
necessita de mais apoderamento por parte dos enfermeiros na busca da qualidade do ser e fazer
enfermagem.
Palavras-chave: Promoção da saúde; Educação em saúde;
1.INTRODUÇÃO
A atenção básica torna-se a porta de entrada para o Sistema Único de Saúde (SUS).
Sendo entendida como um conjunto de ações que visam à promoção da saúde, a prevenção
de agravos, o tratamento e reabilitação nos âmbitos individual e coletivo. Situa-se no
primeiro nível de atenção dos sistemas de saúde, com capacidade para resolver algumas
necessidades que extrapolam a intervenção curativa individual e são denominadas de
necessidades básicas de saúde (IBAÑEZ, et al., 2006).
Dentre as estratégias de trabalho, escolheu-se a consulta de enfermagem, por ser
um método que permite a detecção precoce de irregularidades na saúde e auxilia no
acompanhamento de medidas estabelecidas, as quais se dirigem ao bem-estar dos
pacientes (LIMA, ARAÙJO, MOREIRA, MEDEIROS, CUSTODIO, MELO, 2010).
Na definição estabelecida pela Resolução COFEN - 159/96, a Consulta de
Enfermagem é uma atividade exclusiva do enfermeiro que utiliza processos científicos para
identificar situação de saúde/doença, prescrever e implementar medidas de enfermagem
que colaborem para a promoção, prevenção, proteção da saúde, recuperação e reabilitação
do indivíduo, família e comunidade (COFEN, 1993).
A Consulta de Enfermagem passa a ter validade prática, quando proporcionar
mudanças favoráveis na saúde do indivíduo, demonstrando que a atuação do enfermeiro
melhora a adesão ao tratamento, acelera o restabelecimento do paciente e, acredita-se que
também diminui o custo final da assistência. É uma ação que se diferencia entre as várias
maneiras de cuidar, pois possibilita aproximação pessoa a pessoa, estabelecendo uma
relação interpessoal de ajuda diante de aspectos culturais, econômicos e sociais (OLIVEIRA,
COIMBRA, OLIVEIRA, PEREIRA, MARTINS, 2011).
Nesse sentido, a consulta de enfermagem desencadeia a promoção da saúde,
tornando-se uma estratégia promissora para enfrentar os múltiplos problemas de saúde que
afetam a população apontando para a necessidade de articulações entre os saberes
técnicos e populares, na busca de uma construção de propostas viáveis para os problemas
de saúde (CERVERA, PARREIRA, GOULART, 2011).
Para tanto, as condições de vida de uma população voltadas para as práticas de
promoção da saúde e qualidade de vida, também desencadeiam ações de educação em
saúde tendo como foco a promoção da saúde, que se evidencia como uma prática voltada
para a responsabilização individual e prevenção de doenças, levando aos demais
profissionais de saúde e à enfermagem um olhar reflexivo sobre suas práticas (SILVA,
SENA, GRILO, HORTA, 2010).
O interesse pela realização deste trabalho surgiu a partir da experiência acadêmica
durante o Estágio Curricular Supervisionado II do oitavo semestre do Curso de Graduação
em Enfermagem, onde foi possível vivenciar o cuidado de Enfermagem realizado na
atenção primária de saúde no Laboratório de Práticas em Enfermagem (LPE)- UNIFRA,
suas implicações e repercussões do cuidado ao paciente.
Com o decorrer do estágio, evidenciou-se uma demanda de pacientes procurando
pela consulta de Enfermagem. A partir de então foi sugeridas alternativas para um melhor
atendimento desta clientela, desse modo propiciando uma promoção da saúde e reflexões
sobre o autocuidado.
Em parceria com as acadêmicas do sétimo semestre do curso de enfermagem e a
professora supervisora do estágio, propôs-se o delineamento de estratégias para captação
de nova clientela e ações para conservar os pacientes que buscam o serviço de saúde.
Além, da necessidade de dar voz e visibilidade ao cuidado do enfermeiro como
educador e promotor da saúde.
Neste cenário de prática acadêmica a comunidade, os alunos precisam ser
instigados a realizar e visibilizar o trabalho de enfermagem, uma vez, é na acadêmica onde
as mudanças precisam acontecer, para que o enfermeiro seja reconhecido não apenas um
tecnicista. Mas, um profissional indispensável para promoção, educação e reabilitação das
pessoas, atuando junto aos diversos profissionais de saúde, o qual tem uma visão ampla e
inovadora sobre o cuidado.
Diante do exposto, este trabalho tem por objetivo relatar a experiência do estágio
curricular II em um Laboratório de Práticas de enfermagem, dando ênfase na consultas de
enfermagem.
2. METODOLOGIA
Trata-se de um relato de uma experiência vivenciado no oitavo semestre do Curso
de Graduação em Enfermagem durante o Estágio Curricular Supervisionado II, no primeiro
semestre do ano de 2012. O cenário dessa vivência foi no Laboratório de Práticas em
Enfermagem, o qual se situa na região central do município de Santa Maria em uma
instituição de ensino superior. Onde despõe do exame de eletrocardiograma, teste de
glicemia capilar, teste de colesterol e triglicerídeos, consulta de enfermagem (diagnóstico,
prescrição e implementações de enfermagem), realização de curativos e avaliação de
lesões de pele. Nesse atendimento, atuam duas acadêmicas do sétimo semestre, duas do
oitavo semestre e alguns alunos do sexto semestre do curso de Enfermagem, sendo
caracterizado como um campo propício para a formação em saúde.
No intuito de fortalecer as consultas de enfermagem buscou-se proporcionar
condições favoráveis para o desenvolvimento desse atendimento, procurando parcerias com
os demais cursos da área da saúde que atuam neste cenário de prática acadêmica e outros
semestres de do curso de Enfermagem para realização de Educação em Saúde, por meio
de projetos de extensão. Além do planejamento e efetivação dessas ações, as acadêmicas
de enfermagem buscaram sua inserção nas demais atividades em andamento, como os
encontros com as mães das crianças e adolescentes atendidos pelo curso de fisioterapia
intitulado “Sala de espera” e com os “cadeirantes”. As ações desenvolvidas foram realizadas
de forma sistematizada, com a participação da docente supervisora.
3.RESULTADOS E DISCUSSÕES
Após a observação do cenário, por meio do reconhecimento das rotinas do LPE,
notaram-se algumas fragilidades passíveis de mudanças. Uma das primeiras intervenções
foram o diálogo e a criação de vínculo com os demais acadêmicos da, por meio de
conversas informais, conhecendo cada profissional em diferentes situações. Assim, foi
possível conhecer a singularidade, desejos, insatisfações, bem como frustrações e anseios
mediante o ambiente de trabalho, assim como, o reconhecimento do ambiente rico e
acolhedor que os acadêmicos têm para atuação teórico-prática, o que não existe na maioria
das instituições de ensino.
A partir disso, as fragilidades começaram a ser trabalhadas com a finalidade de dar
maior visibilidade ao trabalho do enfermeiro neste ambiente de prática. Foi dada
continuidade a divulgação do serviço do enfermeiro na comunidade acadêmica, como para a
sociedade que procura o serviço de saúde nesta instituição de ensino. Iniciamos
pela
divulgação e busca dos pacientes que se deslocavam para os demais cursos da saúde e
estavam no aguardo para atendimento, convidando-os para realizar consulta de
enfermagem, onde obtivemos uma procura significativa.
O ambiente físico necessitou de mudanças para maior conforto e acolhimento aos
pacientes, a maior divulgação e troca de referencia com as Unidades Básicas de Saúde
(UBS) para realização de serviços de promoção e prevenção em saúde.
Pela falta de um controle de estoque da entrada e saída de materiais do laboratório,
foi organizado por meio de uma ata para controle de estoque para organizar a entrada e
saída de materiais do laboratório, auxiliando no gerenciamento do laboratório.
O enfermeiro é um profissional capacitado para o cuidado humano e integral. A
sensibilidade, o respeito ao outro e a ética associada ao conhecimento técnico-científico,
são elementos fundamentais para o desempenho de um profissional crítico, reflexivo e
comprometido com a qualidade do cuidado em enfermagem (MOTTA, 2004).
Foi criado um memorando de apresentação do LPE que foram destinados aos
coordenadores dos cursos da área da saúde, realizado panfletagem para divulgação do
atendimento aos pacientes que estavam nas salas de esperas dos cursos da área da saúde,
participação das discentes em um evento realizado para comemoração dos 80 anos do
Hospital Casa de Saúde no calçadão do município e foi postado informações sobre o LPE
na página do curso de enfermagem no site do Centro Universitário Franciscano. Essas
ações ajudaram a aumentar o fluxo dos pacientes e o maior conhecimento e procura pela
consulta de enfermagem.
Figura 1- Participação do grupo coração amigo no evento de comemoração aos
80 anos do Hospital Casa de Saúde.
Figura 2 – Postagem de informações sobre o Laboratório de Práticas em Enfermagem
na página do curso de enfermagem no site do Centro Universitário Franciscano.
É de extrema relevância o conhecimento dos serviços de saúde pelos usuários,
proposto pela Lei 80.80.de 19 de setembro de 1990 que rege o SUS ficou estipulado no
artigo 7º da referida lei, é necessária a divulgação de informações quanto ao potencial dos
serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário (BRASIL, 1990).
Para melhoria no atendimento e na realização das consultas de enfermagem foram
necessárias algumas mudanças, como a instalação de um software para armazenamento
dos dados obtido pelo exame de eletrocardiograma, proporcionando um progresso na
organização, e pequenas adequações na área física para instalação do aparelho de
eletrocardiograma facilitando o atendimento.
Contudo no processo de formação do enfermeiro, analisa-se a construção da
dimensão do conhecimento gerencial, no que se relaciona com a teoria e a prática, o
amadurecimento dos participantes desse processo e suas estratégias de ação, devem ser
organizados conforme o compromisso social. Ocorre à necessidade da realização de
parcerias com ensino-serviço auxiliando no trabalho gerencial do enfermeiro, onde este
ainda é focalizado para dimensão assistencial, procurando novas oportunidades de atuação
gerencial (RESCK, GOMES, 2008).
Com o auxílio da coordenação do curso de enfermagem foi possível realizar
parecerias com a prefeitura municipal de Santa Maria, para realização de atendimentos
(consultas de enfermagem, exames de eletrocardiograma) para os pacientes que buscam as
UBS, onde os mesmos são encaminhados para o LPE. Contudo, aos poucos o fluxo de
pacientes começou a aumentar e encaminhamentos realizados pelos outros cursos da área
da saúde, onde os usuários buscavam pela consulta de enfermagem.
Os usuários também são convidados a participar de educação em saúde pelos
projetos de extensão que as acadêmicas do laboratório auxiliam: “Grupo Coração Amigo”
que como objetivo informar e ajudar pacientes pós-operatórios cardíacos, com consultas de
enfermagem e orientações para melhorar seu cotidiano, “Grupo Sala de Espera” com as
mães das crianças e adolescentes que são atendidas pelo curso de fisioterapia e terapia
ocupacional, e, o “Grupo De Cadeirantes” que se tenta reativá-lo juntamente com a
fisioterapia, mas ocorrem algumas dificuldades de horários com o transporte disponibilizado
pela prefeitura.
Os profissionais da saúde tornam-se agentes educativos em saúde, pois
proporcionam novos conhecimentos, auxiliam em formas alternativas de utilização dos
saberes dos indivíduos e juntamente aos usuários constroem novos saberes fundamentados
nas experiências de cada singularidade. Pode ser observado que a educação em saúde é
um dos principais meios de amenizar os danos de diversas ordens trazidos por doenças
(SILVA, COLÓSIMO, PIERIN, 2010).
4.CONSIDERAÇÕES FINAIS
A graduação de enfermagem, desperta saberes provendo a descoberta do
conhecimento. Diante das vivências, o acadêmico consegue além de conhecer os campos
práticos de sua profissão, passa a reconhecer a si mesmo: suas fragilidades,
potencialidades e os seus limites.
Neste cenário, ressaltamos ainda a forma pratica de planejar ações, executá-las,
avaliá-las e intervir sobre as mesmas, o que remete resultados positivos e satisfatórios,
tanto para os usuários como para nós acadêmicos. O planejamento estratégico em
enfermagem é fator decisivo para o sucesso das ações, uma vez que todas necessitam
serem realizada em conjunto.
Um exemplo disso foi o que observamos sobre a consulta de enfermagem que
embora seja um dos instrumentos, onde o enfermeiro precisa desenvolvê-la em seu cenário
de atuação visibilizando o saber cientifico da nossa profissão. O que, ainda é um recurso
pouco valorizado pelos demais profissionais e que necessita de mais apoderamento por
parte dos enfermeiros na busca da qualidade do ser e fazer em enfermagem.
O trabalho no LPE reforçou o pensamento de que desempenhar gestão em
enfermagem a partir de um olhar inovador que facilite a organização e melhoria da
qualidade é de extrema importância. A partir da visibilidade do cuidado de enfermagem, as
quais favorecem e auxiliam para as mudanças são necessárias ao seu desenvolvimento.
Mas, para isso, a implementação de novas metodologias que possibilitem a satisfação do
paciente, bem como na promoção da saúde e prevenção de agravos ainda estão incipientes
e precisam ser repensadas e desenvolvidas pelo enfermeiro.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei 8080. Brasília, 19 de setembro de 1990; 169º da Independência e 102º da
República.
CERVERA, D. P.P.; PARREIRA, B. D. M.; GOULART, B.F. Educação em saúde: percepção
dos enfermeiros da atenção básica em Uberaba (MG). Ciência & Saúde Coletiva., v.16,
n.1, p.1547-1554, 2011.
Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEN n. 159, de 19 de abril de 1993.
Dispõe sobre a consulta de enfermagem. In: Conselho Regional de Enfermagem.
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-SP; p. 101-2, 1997.
IBAÑEZ, N.; ROCHA, J. S. Y.; CASTRO, P. C.; RIBEIRO, M. C. S. A.; FORSTER, A. C.;
NOVAES, M. H. D. et al. Avaliação do desempenho da atenção básica no Estado de São
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LIMA, F. E. T.; ARAÙJO, T, L.; MOREIRA, T, M, M,; MEDEIROS, A. M.; CUSTODIO, I. L.;
MELO, E. Q. Consulta de enfermagem: espaço para criação e utilização de protocolo para
pacientes após revascularização miocárdica. Rev. Gaúcha Enfermagem., v.31, n.3, p. 458466, 2010.
MOTTA, Maria da Graça. Cuidado humanizado no ensino de enfermagem. Rev. bras.
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