CAPÍTULO 13: A DESCOLONIZAÇÃO DA ÁFRICA E DA ÁSIA Imperialismo: o Imperialismo repartiu principalmente os continentes africano e asiático entre os europeus a partir da 2ª metade do século XIX. No entanto, após a II Guerra com o desmantelamento de antigos impérios coloniais, muitos países africanos e asiáticos iniciaram um processo que ficou conhecido como descolonização. Política internacional: o processo de descolonização foi marcado pela influência da Guerra Fria. EUA e URSS passaram a apoiar os processos de libertação com o objetivo de influenciar ideologicamente os países envolvidos nesse processo. Conferência de Bandung: 29 países africanos e asiáticos se reuniram na Indonésia e decidiram não se alinhar com a política bipolar da Guerra Fria. Por esta razão foram chamados de “Terceiro Mundo”, termo que com o tempo passou a se aplicar a países pobres também da América Latina. Descolonização da Ásia: - Índia: destacou-se um movimento ocorrido após a II Guerra liderado por Mahatma Gandhi, que formou-se em Direito na Inglaterra e depois de formado permaneceu por cerca de 20 anos na África do Sul, lutando pelo direito da minoria hindu que vivia no país. Quando retornou para a Índia em 1914 aderiu a um movimento que lutava pelo fim da dominação britânica na Índia. - Práticas de Gandhi: suas práticas incluíam o boicote a instituições e produtos ingleses e o estímulo ao não pagamento de impostos. Para Gandhi essa “desobediência civil” seria a arma mais eficaz para a luta pela independência. Em 1947 a Inglaterra cedeu e aprovou a independência da Índia, que se dividiu em dois países: Índia, de maioria hindu e Paquistão, de maioria muçulmana. Em 1948 Gandhi foi assassinado por um radical hindu que não concordava com suas ideias de conciliar diferentes religiões na Índia. - Indochina: território no sul da Ásia que atualmente compreende o Laos, o Camboja e o Vietnã e que pertencia a França. - Vietnã: luta contra a França: de 1945 a 1954 o Vietnã lutou contra a dominação francesa e após sua libertação foi dividido em Vietnã do Norte, com influência socialista e Vietnã do Sul, com influência capitalista. Em 1955 ocorreriam eleições para decidir pela unificação do país, mas no sul, formou-se uma guerrilha comunista chamada vietcong, que passou a lutar pela unificação de um Vietnã comunista. - Vietnã: luta contra os EUA: temendo uma unificação comunista, os EUA passaram a enviar armas para os franceses, que ainda ocupavam parte do Vietnã do Sul, para combater os vietcongs. O governo do Vietnã do Norte resolve então invadir o Sul. Os franceses resolvem retirar suas tropas e em 1961 os EUA enviam seu exército para combater os comunistas. As tropas americanas sofriam com o clima, a vegetação e as táticas de guerrilha vietnamitas. Empregaram o uso de armas químicas (napalm e agente laranja) e destruíam aldeias inteiras. Em 1973, sem sucesso no combate aos comunistas, os EUA retiram suas tropas e em 1976 o Vietnã é unificado como um país comunista. - China: sempre sofreu com a influência imperialista primeiramente da Inglaterra e depois do Japão (II Guerra). Em 1949, o líder do Partido Comunista Mao Tsé-tung tomou o poder com homens armados e treinados, proclamando a República Popular da China. - Grande Salto em Frente (1957): política de Mao que visava à aceleração do crescimento econômico da China em pouco tempo, sobretudo incentivando a produção de alimentos. - Revolução Cultural (1966): para atrair jovens à causa socialista, Mao Tsé-tung queria apagar completamente os traços imperialistas e burgueses da sociedade chinesa. Essa política durou uma década e muitos chineses foram perseguidos e acusados de “cães imperialistas”. Com a morte de Mao Tsé-tung em 1986 a China iniciou uma abertura econômica que a tornou uma das principais potências da atualidade. Descolonização da África: esse processo teve início em 1955 e foi marcado por uma série de guerras civis, motivadas por conflitos étnicos e tribais em razão do estabelecimento arbitrário de fronteiras pelos pelas potências imperialistas. Norte da África: destaque para as lutas de independência contra o domínio francês na Tunísia, Marrocos e Argélia. A Argélia só conseguiu sua libertação em 1962 após um período de intensos conflitos. Angola: conseguiu sua libertação de Portugal em 1975, no entanto, esse processo foi marcado pelo desentendimento entre grupos políticos apoiados por EUA e URSS. Mesmo após a independência, a guerra civil permaneceu até 2002 em Angola. Marcas da colonização: conflitos étnicos e tribais que ainda permanecem e fome generalizada.