Barodontalgia em voo e diagnóstico diferencial de dor odontogênica

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Barodontalgia em voo e diagnóstico diferencial de dor
odontogênica
In flight barodontalgia and differential diagnosis of odontogenic pain
Marilia Fagury Videira Marceliano Alves¹
Urubatan Vieira de Medeiros²
Sandra Rivera Fidel³
Rivail Antônio Sérgio Fidel4
Resumo
Abstract
Os pilotos são responsáveis pelas vidas da tripulação e passageiros, pela conclusão do voo em segurança. Por este motivo, a saúde e bem estar destes
profissionais é de extrema importância. Uma condição que pode aparecer em vôo é a Barodontalgia, que é uma dor aguda causada pela diferença
de pressão atmosférica no dente. Tal ocorrência
pode levar a vertigem, incapacitação do profissional, e finalização prematura do vôo. Objetivo do
trabalho foi realizar uma revisão de literatura sobre barodontalgia evidenciando a etiologia, condições de aparecimento, bem como conduta para
o manejo dos aeronavegantes. A literatura considera que as causas descritas são: cárie profunda,
restauração desadaptada, tratamento endodôntico incompleto, abscesso periodontal/periapical, e
extrações recentes. Doenças congestivas dos seios
paranasais, sobretudo do seio maxilar, podem se
assemelhar a barodontalgia. As tripulações de
aeronaves civis e militares têm maior potencial
para experimentar tal ocorrência, por conta disso,
sua saúde bucal deve ser periodicamente avaliada, e ainda os cirurgiões-dentistas devem estar
conscientes da possibilidade da ocorrência deste
fenômeno durante a jornada de trabalho destes
profissionais, bem como estar preparados para o
uso de medidas preventivas e curativas, a fim de
reduzir sua incidência e gravidade, melhorando as
condições de trabalho desta população.
Descritores: Odontologia do trabalho, pressão
atmosférica, aviação, odontalgia.
Pilots are responsible for the lives of the crew
and passengers, and for completing the flight
safely. For this reason, health and welfare of
these professionals is extremely important. A
condition that may appear in flight is Barodontalgia, which is a sharp pain caused by the
difference in air pressure in the tooth. Such
an occurrence can lead to dizziness, professional disability, and premature termination
of the flight. The purpose of the study was a
literature review on the etiology of barodontalgia, conditions of appearance, and the management of air crew. The literature describes
as causes: deep decay, defectives restoration,
incomplete root canal therapy, periodontal
abscess/ periapical, and recent extractions.
Congestive diseases of the paranasal sinuses,
especially of the maxillary sinus may resemble
barodontalgia. The crews of civil and military
aircraft have greater potential to experience
such an occurrence, because of that, their
dental health should be periodically evaluated, and even the dentists should be aware of
the possibility of this phenomenon during the
working hours of these professionals, and be
prepared for the use of preventive and curative measures, in order to reduce its incidence
and severity, improving working conditions in
this population.
Descriptors: Occupational dentistry, atmospheric pressure, aviation, toothache.
¹Doutoranda em Endodontia pela UERJ.
²Prof. Titular do Departamento de Odontologia Preventiva Comunitária UERJ/UFRJ.
³ Profª Adjunto da Faculdade de Odontologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
4
Prof. Titutal da Faculdade de Odontologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Correspondência com o autor: [email protected]
Recebido: 05/07/2011
Aceito: 29/07/2011
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Introdução
Durante o voo os pilotos são responsáveis pelas vidas dos membros da tripulação e passageiros, para conclusão do voo, e para a manutenção
o avião em boas condições. A incapacitação súbita
pode comprometer segurança do vôo, assim, o estado de saúde do indivíduo importante no preparo profissional da tripulação1,32.
Uma situação desconfortável que pode acometer os aeronavegantes durante o voo é a Barodontalgia, que é uma dor aguda causada pela
diferença de pressão atmosférica no dente que
pode levar a vertigem, incapacitação, e finalização
prematura do voo.
Os primeiros casos de barodontalgia datam de
1923, mas foi na Segunda Guerra Mundial, com o
uso do avião subsônico, que a incidência se torna
mais expressiva. Os pilotos espanhóis da chamada
“Esquadrilha Azul”, foram os primeiros a relatar
uma dor aguda nos dentes, que perdurava por
alguns segundos diminuindo gradualmente até
desaparecer após o pouso da aeronave. Diversas
causas foram relatadas como responsáveis por
estes episódios, dentre elas condições pulpares e
dentes retidos4,5.
Após a Segunda Guerra Mundial a Marinha
Americana testou 12.000 de seus pilotos quanto
às consequências das diferenças de pressão no organismo e observaram o surgimento de barodontalgia entre 1.500 e 3.500 metros de altura11,32.
A classificação atual de Barodontalgia relaciona a polpa dentária (vital ou não), condições periapicais e sintomas6,12 (Tabela 1). A natureza da dor
depende da patologia relacionada, e geralmente
cessa quando o paciente retorna ao nível do solo,
mas pode perdurar por algum tempo se causados
por doença periodontal ou barotrauma facial31,32.
A barodontalgia se manifesta por conta da
expansão do ar existente em cavidades dentárias, devido à diferença de pressão atmosférica que ocorre durante a decolagem e pouso de
aeronaves6,7,12,13,30.
Barodontalgia é um sintoma e não uma condição patológica, na maioria dos casos, é a exacerbação da condição oral subclínica preexistente3.
As patologias orais têm sido relatadas como fontes
de barodontalgia: cárie dentária, restaurações mal
adaptadas, pulpite, necrose pulpar, periodontite
apical, bolsas periodontais, dentes retidos, fratura
radicular, e cistos residuais12,13,30,32.
As fraturas verticais da raiz são geralmente
observadas em dentes submetidos ao tratamento
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endodôntico prévio. Alterações na pressão atmosférica podem causar dor devido à elevada pressão
dentro da fratura vertical da raiz induzida pela bolsa periodontal e/ ou lesão óssea. A barodontalgia
em casos de dentes retidos, se deve à elevação
pressão no saco pericoronário no momento da
decolagem do avião9,10,12,27. A Tabela 2 reúne as
condições mais comuns de barodontalgia durante
voo de alta altitude.
Geralmente, a dor gerada na subida da aeronave está relacionada com doenças de polpa vital,
e dor na descida à necrose pulpar ou barotrauma
facial. Rauch20 (1985) considera que dor relacionada às lesões periapicais podem surgir durante o
pouso e na decolagem do avião, porém se observa
que a maioria dos casos de barodontalgia acontece na subida30.
O barotrauma facial, que é um trauma barométrico relacionado às cavidades faciais, inclui
barotite média (barotrauma do ouvido médio),
barotrauma otítico externo, e barossinusite (barotrauma sinusal). A barotite média é a inflamação
traumática da área da orelha média pela diferença
de pressão entre o ar na cavidade pós-tímpano e a
atmosfera. A barotite externa é causada por lesão
da mucosa de revestimento do canal auditivo externo e do tímpano. Barossinusite é a inflamação
de um ou mais seios paranasais pela diferença de
pressão (geralmente negativa) entre o ar na cavidade nasal e a atmosfera circundante8.
A dor referida ao barotrauma facial pode
manifestar-se ao paciente como dor de dente, e
este deve ser incluído no diagnóstico diferencial. A
Tabela 2 compara a dor pulpar e periapical (barodontalgia direta) e dor por barotite / barossinusite
induzidas (indiretos) 3,8,23,32.
A maioria dos dados existentes quanto à barodontalgia foi proveniente do meio militar. Isto
se deve ao fato dos pilotos civis sejam submetidos
a manobras mais rápidas e situações menos extremas do que os militares, desta forma, Zadik31
(2009) considera que eles são menos vulneráveis
a ocorrência de alterações bruscas de pressão atmosférica.
A pressurização das cabines de avião ajuda a
reduzir a prevalência da barodontalgia, porém a
pressão nas cabines dos aviões comerciais corresponde à pressão em altitudes de 5.000 a 10.000
pés, e a literatura relata que barodontalgia pode
ocorrer em altitudes de 2.000 metros23 ou 5.000
pés13.
A subida rápida em um helicóptero não pressurizado (4.000m/min) está relacionada com uma
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alteração circulatória aguda sistêmica brusca, e os
mecanismos fisiológicos podem ter dificuldades
em compensar, tal fato pode estar relacionado à
ocorrência de barodontalgia19.
Apesar da evolução da Odontologia nos últimos 60 anos, pouco se encontra na literatura sobre a Barodontalgia, bem como no que se relacio-
na ao manejo de pacientes aeronavegantes. Desta
forma, se justifica a realização de uma revisão e
literatura referente a este assunto, ressaltando os
fatores etiológicos, o diagnóstico diferencial, e
o manejo de pacientes aeronavegantes, que por
conta de sua atividade laboral pode experimentar
a ocorrência deste fenômeno.
Tabela 1 - Classificação atual de barodontalgia em relação à causa e sintomas.
Classificação
Causa
Sintomas
I
Pulpite reversível
Dor aguda na subida
II
Pulpite irreversível
Dor latejante na subida
III
Polpa necrosada
Dor latejante na descida
IV
Patologias periapicais
Dor severa persistente na subida ou descida
Características
Dor pulpar
Dor periapical
Barotrauma facial
Causas
Doença pulpar
Doença periapical
Barosinusite, barotite média
Aparecimento
Durante decolagem
(cessa durante pouso)
Periodontite periapical (em altas
atitudes – 38,000 pés– durante
decolagem e descida)
Durante a decida (continua no
solo)
Sintomas
Pulpite não reversível: dor
aguda penetrante
Pulpite irreversível/ polpa
necrosada: dor pulsátil
Dor contínua intensa e pulsátil
Dor dentária na maxila (região
de pré-molares e molares)
História Dental
Tratamento dentário recente
Dor ao frio/ calor prévia
Dente com percussão dental
positiva
Presença de infecção de no
sistema respiratório superior
Achados
clínicos
Extensa lesão de cárie,
restaurações defeituosas
Dor ao teste de percussão
vertical
Dor a palpação sinusal
Dor aguda com abaixamento da
cabeça
Achados
radiográficos
Lesões cariosas ou
restaurações profundas
Radiolucidez periapical
Tratamento endodôntico
inadequado
Opacidades nos seios maxilares
Discussão
A barodontalgia é um sintoma e não uma
condição patológica4,7,12,13,31. É geralmente um
surto de uma doença sub-clínica existente na região oral-maxilo-facial causada por uma mudança
na pressão atmosférica12,13,26.
A literatura considera que grande parte dos
episódios de barodontalgia se devem ao fato do
indivíduo esquecer ser portador de uma condiçao
que a propicie7,13,16. Uma limitação adicional é a
ausência de capacidade de diferenciar entre casos de dor induzidos pelas condições de voo e os
casos de dor de dentária que por ventura possa
ter ocorrido durante o voo que poderiam ocorrer
mesmo em terra.
Na década de 1940, os incidentes mais comuns
de barodontalgia ocorreram durante simulações
em câmara alta altitude, tais ocorrências estavam
relacionadas a à exposição da polpa dentária, aos
dentes restaurados recentemente, e doenças periapicais12.
Kollmann13 (1993) realizou experimentos com
pilotos em câmara alta altitude, e observou que
a causa mais comum de barodontalgia está rela-
Alves MFVM, Urubatan Vieira de Medeiros UV, Fidel SR, Fidel RAS.
Tabela 2 - Características clínicas e condições de aparecimento das barodontalgias dentais e não-dentais relacionadas.
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cionada a dentes com lesões de cárie profundas
não tratadas sem exposição pulpar (36%), sendo
seguidos pelas lesões de cárie com exposição do
tecido pulpar vital (29%), e entao por dentes com
pulpite ou periodontite periapical (14%)7.
Atualmente, as patologias que podem ser associadas a episódios de barodontalgia são: cárie
dentária, restaurações dentárias defeituosas, pulpite, necrose pulpar, periodontite periapical (cisto
e granuloma), infecções periodontais, dentes impactados, cistos de retenção12,13,26,30,31,32.
O tratamendo restaurador dentário pode causar pulpite reversível, o que é conhecido como dor
pós-operatória. Clinicamente, ao nível do solo,
o paciente pode experimentar uma dor ligeira e
transitória após a realização de procedimento
restaurador16,18. Após cerca de uma semana, cessa
a inflamação aguda da polpa e, em alguns casos,
segue-se inflamação crônica, quando se caracteriza a pulpite irreversível25 que também pode
ocorrer como resultado da invasão bacteriana à
câmara pulpar por meio de uma lesão de cárie
dental7,16,18,25,32.
Ao nível do solo, pulpite irreversível é caracterizada por dor intensa e espontânea, e induzida
por mudança de temperatura2, tal condição pulpar é a patologia causal em 7,4% dos casos de
barodontalgia16,18,25,29,31.
A literatura descreve várias teorias para explicar o mecanismo da ocorrência da barodontalgia na polpa dentária inflamada (reversível ou
irreversível): isquemia do tecido pulpar7,9,12, aumento da pressão do gás existente na cavidade
pulpar devido à expansão do ar pelo aumento da
altitude14,15,16,18.
Um fator a ser considerado é que ao contrário
de outras partes do corpo, as paredes dos dentes
são de tecido duro, logo o aumento da pressão
dentro da cavidade pulpar pode resultar em isquemia, levar a ocorrência dor e necrose2,9,12.
A literatura considera que a necrose pulpar,
com ou sem periodontite periapical, é responsável
por 18,5% dos casos de barodontalgia. É possível
que a dor pulpar ou periapical devida a necrose
pulpar seja induzida pelo aumento da pressão do
ar no interior da lesão óssea quando o paciente
em voo31,32.
Outra situação a ser considerada são as restaurações desadaptadas, pois em casos de polpa
viva as alterações barométricas podem forçar os
fluidos para fora dos túbulos dentinários causando sensibilidade. Em casos de tratamento endodôntico incompleto ou polpa necrosada o ar passa
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para a cavidade pulpar pelo aumento de pressão,
levando ao efisema periapical, e em casos de abscessos o conteúdo necrótico de dentro do canal
pode extruir para os espaços peri-rradiculares causando dor e infecções ósseas7,29,30,31.
A fratura vertical da raiz, e terceiros molares
impactados podem também estar relacionados a
episódios de barodontalgia. Alterações na pressão
atmosférica podem causar dor devido à elevação
da pressão do ar na linha de fratura e na bolsa
periodontal e/ ou lesão óssea. A barodontalgia em
casos de dentes impactados é provavelmente devida à elevação da pressão intra-óssea9,10,12,27.
Em trabalho retrospectivo realizado após a Segunda Guerra Mundial na Força Aérea americana,
114 indivíduos dos 1.176 (9,7%) aeronavegantes
relataram pelo um ou mais episódios de barodontalgia em seus voos passados12.
Em outro estudo realizado com 11 pilotos
militares, foi observada sensibilidade dentária ao
frio, bem como dor contínua durante vôos durante a Segunda Guerra Mundial28. O autor afirmou
ainda, que a maior parte dos casos de barodontalgia envolveram pilotos de caça.
Gonzalez-Santiago et al.7 (2004) relataram 12
casos (2,4%) de barodontalgia em voo por 499
membros da tripulação da Força Aérea espanhola. Tal estudo apresenta dados divergentes aos
encontrados por Zadik; Chapnick; Goldstein30
(2007), no qual os autores relataram 8,2% de
casos de barodontalgia nos participantes militares
estudados.
A população de tripulantes militares é vulnerável a ocorrência barodontalgia por patologias dentárias, além de pulpite tais trabalhadores podem
experimentar a fratura dentária em alta altitude
- odontocrexis31, e desgaste dentário15,21 enfatizou
a importância da manutenção da saúde dental das
tripulações a fim de evitar intercorrências de origem dentária em voo devido a barodontalgia.
Rossi24 (1995) recomenda suspensão da atividade de voo para aeronavegantes civis e militares até que o tratamento dentário necessário seja
realizado. Contra- indica-se a realização de capeamento pulpar direto em aeronavegantes, pela
possibilidade de penetração de ar na cavidade
pulpar, ainda que tal fato não tenha evidencias
científicas comprovadas, e recomenda o tratamento endodôntico radical em caso de suspeita
de invasão à polpa radicular, com objetivo de evitar a pulpite subaguda ou necrose pulpar silenciosa, por seu potencial quanto à variação de pressão
barométrica.
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Durante o tratamento restaurador em pacientes aeronavegantes, após a remoção do tecido
cariado, o cirurgião-dentista deve examinar cuidadosamente o assoalho da cavidade e excluir a
possibilidade exposição da cavidade pulpar. Faz-se
pertinente a realização de proteção pulpar a base
de hidróxido de cálcio antes da realização da restauração definitiva23,31,32.
A literatura demonstra que o barotrauma facial pode mimetizar a barodontalgia, estimulado
pela diferença de pressão, como barossinusite e
barotite média12. No estudo de Zadik; Chapnick;
Goldstein30 (2007), a barossinusite foi considerada causa não odontogênica de dor oro-facial,
perfazendo 18,5% das situações de dor relatadas
em voo, tal ocorrência é maior em comparação
aos estudos anteriores em que 7% dos casos foram atribuídos a barodontalgia barossinusite12.
Os autores consideram que os resultados apresentados remontam à evidências que grande parte dos casos de barodontalgia são induzidas por
barossinusite10,17,27.
Embora rara, a barodontalgia pode diminuir o
desempenho em vôo, desta forma, os cirurgiõesdentistas devem estar conscientes da ocorrência
deste fenômeno, bem como estar preparados
para o diagnóstico diferencial, tratamento, e ainda para a implementação de medidas preventivas
a fim de reduzir sua incidência e gravidade.
Conclusão
Existem diversas publicações que tentam explicar o fenômeno da barodontalgia, e de acordo com a literatura consultada, pode-se concluir
que:
Várias são as causas da barodontalgia: cárie
profunda, restauração desadaptada, tratamento
endodôntico incompleto, abscesso periodontal/
periapical, extração recente, e fratura radicular
vertical. Dos casos relatados na literatura, 70% é
devido à pulpite por comunicação com a cavidade
pulpar, ou em restaurações profundas;
A maior parte dos casos de barodontalgia
ocorre na decolagem da aeronave (81%).
Deve-se realizar o diagnóstico diferencial de
barodontalgia com a congestão dos seios paranasais (sobretudo seio maxilar), pois pela proximidade das estruturas anatômicas, tais condições
podem se assemelhar.
Por conta das condiçòes extremas de voo, os
pilotos militares sao mais vulneráveis a barodontalgia, desta forma, é de extrema importância a
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manutenção da saúde dental desta classe.
A literatura recomenda a suspensão da atividade de voo para aeronavegantes civis e militares
até que o tratamento dentário necessário seja realizado.
O capeamento pulpar direto em aeronavegantes é contra-indicado, pela possibilidade de penetração de ar na cavidade pulpar, e recomenda-se
o tratamento endodôntico radical em caso de suspeita de invasão à polpa radicular, com objetivo
de evitar a pulpite subaguda ou necrose pulpar
silenciosa, por seu potencial quanto à variação de
pressão barométrica.
Durante o tratamento restaurador em pacientes aeronavegantes, após a remoção do tecido
cariado, o cirurgião-dentista deve examinar cuidadosamente o assoalho da cavidade e excluir a
possibilidade exposição da cavidade pulpar.
Os cirurgiões-dentistas devem conhecer as
causas e o manejo de aeronavegantes com Barodontalgia, bem como devem estar preparados
para o uso de medidas preventivas e curativas, a
fim de reduzir a incidência e gravidade, melhorando as condições de trabalho desta população.
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