ENFERMAGEM SEGURANÇA DO PACIENTE EM SERVIÇOS DE OXIGENOTERAPIA HIPERBÁRICA PATIENT SAFETY INOXYGEN THERAPY SERVICES HYPERBARIC MARIA APARECIDA DA SILVA BICALHO JUDITH APARECIDA TREVISAN Resumo Introdução: Desde o ano de 1995, os procedimentos envolvendo a Oxigenoterapia Hiperbárica (OHB) foram regulamentados no Brasil, pelo Conselho Federal de Medicina, através da Resolução nº 1.457/95 como modalidade terapêutica, porém esta atividade envolve também profissionais de enfermagem e outras áreas correlatas.Objetivo: Descrever através da literatura a importância da segurança do paciente nos serviços de saúde e no ambiente hiperbárico. Materiais e Métodos. Revisão de literatura, onde foram utilizadas fontes como LILACS , SCIELO, e BIREME, as quais constam nas referências. Resultados: É possível observar que a Oxigenoterapia Hiperbárica (OHB) eleva a concentração de oxigênio dissolvido no plasma sanguíneo, facilitando a proliferação de fibroblastos, promovendo a neovascularização e acelerando a granulação, a reepitelização e, portanto, a cicatrização. Diminuindo o número de amputações e acelerando a recuperação dos membros lesionados. E a importância de adotar normas e protocolos de segurança na terapia hiperbárica Conclusão: Levando-se em consideração os aspectos relacionados à segurança do paciente, concluímos sobre a suma importância da prevenção dos riscos e danos à saúde do paciente hiperbárico, através do estabelecimento de protocolos. Tendo em vista que é imprescindível que todos se conscientizem sobre a importância de seguir normas e procedimentos operacionais padrão que visam à segurança do paciente nos serviços de saúde, onde a seleção, capacitação e treinamento do profissional hiperbáricoé fundamental, bem como a RDC 36/2013 preconiza. Abstract Introduction: Since the year 1995, the procedures involving the hyperbaric oxygen therapy (OHB) have been regulated in Brazil, by the Federal Council of Medicine, through resolution no. 1.457/95 as therapeutic modality, but this activity also involvesnursing professionals and other related areas.Objective: To describe through the literature the importance of patient safety in health services and in hyperbaric environment. Materials and Methods: This is a scientific article of bibliographic review. After the first analysis, fifty articles were considered eligible for the second phase of this review, which consisted of reading the abstracts. After evaluation of the abstracts, studies that seemed to be related to the subject were read in their entirety. The end were selected eighteen articles. Final Considerations: Taking into consideration the aspects related to the safety of the patient, we concluded on the paramount importance of preventing the risks and damage to health of hyperbaric patient, through the establishment of protocols. In view of that it is indispensable that all be conscious of the importance of following rules and standard operating procedures that aim to patient safety in health services, where the selection and capacity and training of hyperbaric professional is fundamental, as well as the DRC 36/2013 advocates. Key words: hyperbaric oxygen therapy. Patient safety in health services.RDC 36.Safety in the prescription.Prevention of fall.Handhygiene. INTRODUÇÃO O direito do paciente não é somente o acesso a um serviço de saúde, esse serviço tem que ser prestado com respeito à sua privacidade e dignidade. Deve oferecer ampla informação, de maneira a possibilitar sua escolha pessoal, e ser prestado por profissional qualificado e em ambiente que adote práticas de segurança estabelecidas por lei. A Resolução – RDC Nº 36, de 25 de julho de 2013 instituiu ações para a promoção da segurança do paciente e a melhoria da qualidade nos serviços de saúde. Esta Resolução se aplica aos serviços de saúde, sejam eles públicos, privados, filantrópicos, civis ou militares, incluindo aqueles que exercem ações de ensino e pesquisa (BARBANO, 2013). Normas de segurança no ambiente de Oxigenoterapia Hiperbárica objetivam eliminar erros que acarretam riscos à saúde do usuário. A Oxigenoterapia Hiperbárica para tratamento de patologias que integram as indicações oficiais, reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina, Resolução nº 1.457/95, conta com a assistência obrigatória da Enfermagem Hiperbárica, que deve prestar os cuidados pré, trans e pós Oxigenoterapia Hiperbárica, instituindo rotina voltada à segurança do paciente hiperbárico. Visando a segurança no ambiente hiperbárico, a enfermagem deve confeccionar e executar os procedimentos operacionais padrão. Supervisionar o cumprimento das rotinas técnicas instituídas referentes às normas de segurança do mergulho. Supervisionar a manutenção das condições de salubridade da câmara hiperbárica. Controlar, em conjunto com o Setor de Engenharia, a necessidade e periodicidade dos contratos de manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos sob a responsabilidade do Serviço Médico Hiperbárico. Supervisionar e executar a manutenção da infra-estrutura física, elétrica e hidráulica do Serviço Médico Hiperbárico (LACERDA, 2006). O objetivo do trabalho foi descrever através da literatura, a importância da segurança do paciente nos serviços de saúde e no ambiente hiperbárico, o mesmo se justifica quando o tratamento na Câmara Hiperbárica é a esperança para pacientes que sofrem desde doença descompressiva até lesões por radiação. A prática da Oxigenoterapia Hiperbárica exige conhecimento de normas de segurança de pessoal e de equipamentos como: máscaras, câmaras, tendas cefálicas, compressores. Elaboração de protocolos de tratamento dos pacientes, dos efeitos terapêuticos e adversos do oxigênio hiperbárico, das leis da física do mergulho e as complicações das atividades hiperbáricas (ALCANTARA, 2010). Simpósio de TCC e Seminário de IC , 2016 / 1º 923 Este estudo demonstra a importância de divulgarmais essa opção de tratamento, que proporciona resultados eficientes em um período de tempo bem menor que o esperado em tratamentos convencionais. Materiais e Métodos A presente revisão de literatura foi de cunho descritivo qualitativo onde foram utilizados os artigos da base de dados científicos: LILACS – Literatura Latino Americana em Ciências de Saúde, SCIELO – ScientificElectronic Library e BIREME – Biblioteca Regional de Medicina, os manuais do Ministério de Saúde e Anvisa – Segurança do Paciente em Serviços de Saúde, Livro de Legislação dos profissionais de Enfermagem do Coren-DF, Manual de orientações Básicas para prescrição médica, Manual para profissionais da saúde, Programa Nacional de Referencial Teórico Oxigenoterapia Hiperbárica A Oxigenoterapia Hiperbárica é o tratamento com oxigênio (O²) a 100% no interior de uma câmara hiperbárica mono ou multiplace, visando proporcionar a cura de patologias elencadas na Resolução nº 1.457/95. São elas: embolias gasosas; doença descompressiva; embolia traumática pelo ar; envenenamento por monóxido de carbono ou inalação de fumaça; envenenamento por cianeto ou derivados cianídricos; gangrena gasosa; síndrome de Fournier; outras infecções necrotizantes de tecidos moles como celulites, fasciites e miosites; isquemias agudas traumáticas como lesão por esmagamento, síndrome compartimental, reimplantação de extremidades amputadas e outras; vasculites agudas de etiologia alérgica, medicamentosa ou toxinas biológicas (aracnídeos, ofídios e insetos); queimaduras térmicas e elétricas; lesões refratárias como úlceras de pele, pé diabético, escaras de decúbito, úlceras por vasculitesauto-imunes, deiscência de sutura; lesões por radiação como radiodermite, osteoradionecrose e lesões actínicas de mucosas; retalhos ou enxertos comprometidos ou de risco; osteomielites; anemia aguda, nos casos de impossibilidade de transfusão sanguínea (RESOLUÇÃO/1.457, 1995). A oxigenoterapia hiperbárica é um método terapêutico capaz de combater algumas condições adversas ao processo de cicatrização. Os principais efeitos da Oxigenoterapia Hiperbárica são: proliferação de fibroblastos, neovascularização, atividade osteoclástica e osteoblástica e ação antimicrobiana. Como vantagens desse tratamento podemos citar a diminuição de tempo de internação, de antibioticoterapia e de número de amputações. Além de reduzir custos e oferecer melhores condições de qualidade para os procedimentos cirúrgicos(LACERDA, 2006). Segurança do Paciente (PNSP), Protocolo Prevenção de Quedas, Fiocruz. Foram identificadas inicialmente 50 publicações entre os anos de 2000 a 2016, das quais foram utilizadas 22, cujo critério foi estarem relacionados à oxigenoterapia hiperbárica e a segurança do paciente no ambiente hiperbárico. Os resultados após analise dos artigos estão condicionados aos protocolos estabelecidos pelos órgãos públicos regulamentadores e fiscalizadores das normas de segurança dos pacientes em serviços de saúde e os procedimentos operacionais padrão – POP’s adotados no ambiente de tratamento hiperbárico. Quanto aos critérios éticos, por se tratar de uma revisão de literatura, nada a declarar. Seguiu as normas do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa – NIP 2015 e as normas da ABNT 2010. A Oxigenoterapia Hiperbárica (O²HB) é um tratamento médico baseado nos efeitos biofísicos e bioquímicos do oxigênio. A Lei de Henry fundamenta a técnica de promover o aumento da disponibilidade de oxigênio às células e tecidos, por meio de sua maior dissolução no plasma quando ventilado sob pressões maiores que a pressão atmosférica normal (BRITO,2014). A composição percentual do ar atmosférico, para fins práticos, é de 80% de nitrogênio e 20% de oxigênio. Os demais gases aparecem em proporções desprezíveis (argônio, hélio, radônio e hidrogênio. A pressão atmosférica ao nível do mar corresponde a 1 kg/cm², valor este convencionalmente chamado de uma atmosfera (atm). A cada 10 metros de profundidade na água, acrescenta-se mais 1 kg/cm²; logo, a essa profundidade, o indivíduo estará sujeito à pressão de 2atm. (MARTINS, 2014). Painel de Controle O painel de controle da câmara hiperbárica é o controle de todos os sistemas da câmara, possui o Analisador de Oxigênio (equipamento do sistema de segurança), Sistema de fonia (comunicação entre os ambientes internos e externos), Sistema de monitoramento externo (vigias ou câmaras de vídeo), Sistema de controle geral do tratamento (pressurização/despressurização e admissão/exaustão de oxigênio), Sistema antiincêndio de controle externo (liberação automática de água para o interior da câmara) (LACERDA, 2006). Cuidados de Enfermagem Hiperbárica Os cuidados de enfermagem hiperbárica são prestados desde a chegada do paciente ao serviço para tratamento até a sua saída. E são classificados em pré, trans e pós oxigenoterapia hiperbárica. Essa assistência é realizada pelos técnicos de enfermagem operadores de câmaras hiperbáricas, guias interno e externo, responsáveis pelos controles interno e externo da Simpósio de TCC e Seminário de IC , 2016 / 1º 924 câmara hiperbárica para a realização da sessão de tratamento, sob a supervisão do enfermeiro. Finalidade dos Cuidados de Enfermagem Hiperbárica Prestar cuidado de enfermagem hiperbárica humanizado, seguro, holístico, eficiente, visando conforto e prevenção de acidentes. Detecção precoce de possíveis intercorrências para intervenções imediatas, a partir de avaliação geral do paciente e maior interação paciente/equipe (LACERDA, 2006). Cuidados Pré, Trans e Pós OxigenoterapiaHiperbárica Pré tratamento: tem por objetivo preparar o ambiente terapêutico e o paciente, de modo a garantir segurança e conforto durante o tratamento. Dentre eles, confere os objetos que estão sendo levados para dentro da câmara, não permitindo a entrada de pacientes usando relógios, equipamentos eletrônicos em geral, fósforos, cigarros e afins. Ou seja, quaisquer elementos que sirvam de fonte de ignição na presença de oxigênio. Durante o tratamento: cuidados realizados durante a sessão terapêutica com o objetivo de viabilizar a adaptação do paciente ao ambiente hiperbárico. Dentre eles, observar e detectar sinais de dificuldade de compensação das cavidades aéreas por parte do paciente e orientá-lo de modo a realizar as manobras necessárias. Pós tratamento: cuidados prestados aos pacientes desde o término da sessão de tratamento até o momento da saída da área física do serviço. Tem por objetivo garantir a assistência completa ao paciente e permitir-lhe estabilidade (COREN-RJ, 2013). Referencial Teórico Identificar corretamente o paciente A correta identificação do paciente é de suma importância para garantir a segurança e a qualidade da assistência nas instituições de saúde. Uma das práticas mais usuais é a utilização da pulseira de identificação (TASE, 2013). A identificação do paciente por meio da pulseira é uma prática recomendada internacionalmente. Bem como a correta identificação de todos os materiais e utensílios de uso exclusivo do paciente, tais como máscaras, roupas, adesivos nos armários, prontuários e etc. Mas muitas vezes fatores culturais, organizacionais, materiais e humanos concorrem para a não adoção dessas práticas de segurança. Existem lacunas na instituição de protocolos sobre ações gerenciais e assistenciais, e essas barreiras precisam ser superadas. Para a segurança do paciente, a pulseira de identificação deve ser usada até a alta hospitalar (HOFFMEISTER, 2015). Comunicação entre os profissionais da saúde Dentre os maiores desafios na última década relacionados à área da saúde, encontrase a segurança do paciente. Devido a diversas ocorrências de erros ou acidentes, reconhecidos pelas instituições de saúde, a Organização Mundial da Saúde – OMS, constituiu comissões com o intuito de identificar situações de risco e elaborar soluções que possam servir de recursos para a prevenção dessas ocorrências. Como resultado do estudo dessas comissões, tornou perceptível a importância da comunicação como um determinante da qualidade e da segurança na prestação de cuidados ao paciente(SILVA, 2006). O uso de novas tecnologias de informação e comunicação em saúde tem crescido nas últimas décadas, com o surgimento do uso do email e de mídias sociais, que efetivam o fluxo de dados e informações para a tomada de decisão de gerentes e gestores, assim como contribuem para a produção do conhecimento em redes e ampliação dos canais de comunicação para acesso aos serviços de saúde (PINTO, 2016). Após a Organização Mundial da Saúde – OMS, identificar os problemas e desafios relacionados à segurança do paciente no ano de 2005, foram descritos nove desafios e soluções sobre o tema. Dentre eles está a comunicação entre a equipe, em especial durante as mudanças de turno. Os transtornos e falhas na comunicação dentro da equipe de saúde leva à diminuição da qualidade do serviço prestado, erros no tratamento e danos de grandes proporções ao paciente (SANTOS, 2010). Melhorar a segurança na prescrição, no uso e na administração de medicamentos Conforme preceitua o artigo 1º da RDC 36, esta tem por objetivo instituir ações para a promoção da segurança do paciente e a melhoria da qualidade nos serviços de saúde. O art. 8º, inciso VII, da RDC elenca a “segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos”, como uma das exigências prioritárias do Ministério da Saúde. Tendo em vista que, ainda que manuscrita, a prescrição deve ser redigida de forma legível, sem dar margens a dúvidas ou erros de nenhuma espécie. A Portaria GM/MS 4283/2010 regulamenta a análise farmacêutica das prescrições, priorizando aquelas que contêm antimicrobianos e medicamentos potencialmente perigosos ou de alta vigilância, observando-se concentração, viabilidade, compatibilidade físico-química e farmacológica dos componentes, dose, dosagem, forma farmacêutica, via e horários de administração, devendo ser realizada antes do início da dispensação e manipulação. Embora a administração da medicação seja uma prática comum à enfermagem, a análise da prescrição, de modo a evitar ou minimizar erros, conta com o apoio do farmacêutico e do dispensador, bem como de toda a equipe inter e Simpósio de TCC e Seminário de IC , 2016 / 1º 925 multidisciplinar. Mas as responsabilidades maiores recaem sobre o administrador (FERRACINI, 2005). São recomendados os dez certos na administração de medicamentos na orientação mais recente do Ministério da Saúde em trabalho conjunto com a Fiocruz e a Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG: I. Paciente certo; II. Medicamento certo; III. Dose certa; IV. Via certa; V. Hora certa; VI. Tempo certo; VII. Validade certa; VIII. Abordagem certa; IX. Previsão certa; X. Registro certo. Procedimento operacional padrão para a administração de medicamentos Implementar a prática de verificação dos dez certos da terapia medicamentosa. Certificarse de que as informações sobre o processo de medicação estejam documentadas corretamente.Somente administrar medicamento se as dúvidas forem esclarecidas.Estabelecer protocolos institucionais de administração de medicamentos e atualizá-los periodicamente.Utilizar materiais e técnicas assépticas para administrar medicamentos por via intravenosa e para outras vias que exijam esse tipo de procedimento (COREN-SP, 2011). Higienização das mãos As mãos dos profissionais que atuam em serviços de saúde devem ser higienizadas utilizando água e sabonete líquido, e tem a finalidade de remover os microrganismos que colonizam as camadas superficiais da pele, assim como o suor, a oleosidade e as células mortas.A higienização simples das mãos com água e sabonete líquido retira a sujidade propícia à permanência e à proliferação de microorganismos (BRASIL, 2009). A higienização das mãos é reconhecida como a medida mais eficaz na prevenção das IRAS, pois estudos comprovam a redução da transmissão de microorganismos patogênicos sempre que os profissionais aderem ao procedimento (BELELA, 2013). A higienização antisséptica das mãos: A técnica de higienização antisséptica é igual àquela utilizada para a higienização simples das mãos, mas utiliza um produto antisséptico no lugar do sabonete líquido, reduzindo a carga microbiana das mãos. A fricção antisséptica das mãos com preparações alcoólicas reduz a carga microbiana, mas não remove a sujidade. Assim, pode-se substituir a higienização com água e sabonete líquido apenas quando as mãos não estiverem visivelmente sujas (BRASIL, 2009). Procedimento Operacional Padrãopara Lavagemdas Mãos A ANVISA adota as recomendações da OMS quanto aos cinco momentos para a higienização das mãos (BRASIL, 2009). (1) antes de contato com o paciente, (2) antes da realização de procedimento asséptico, (3) após risco de exposição a fluidos corporais, (4) após contato com o paciente e (5) após contato com as áreas próximas ao paciente Prevenção de queda As quedas estão entre os principais eventos adversos a serem prevenidos em instituições de saúde. Entre os pacientes idosos hospitalizados ou em cuidados domiciliares, as quedas estão entre as causas mais comuns, provocando traumas teciduais, fraturas e até mesmo morte. Além dos danos físicos e emocionais, as quedas afetam a confiança do paciente e da família nos serviços de saúde. Acarretam custos desnecessários aos serviços pelo aumento do tempo de hospitalização, intervenções, tratamentos e exames para reduzir os danos causados (GERIATRIA, 2008). No ambiente hiperbárico o cuidado para prevenir quedas necessita de especial atenção, pois o público alvo são pacientes idosos, diabéticos, portadores de úlceras, escaras e lesões que dificultam a deambulação. Os idosos longevos tendem a necessitar de cuidados mais complexos e de longa duração, eles utilizam medicamentos usualmente, o que contribui para maior busca por serviços de saúde, com custos elevados e riscos para o desenvolvimento de incapacidade funcional (VERAS, 2003). A definição aceita pela Sociedade Brasileira de Geriatria é a de que a queda é o deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial com incapacidade de correção em tempo hábil, determinado por circunstâncias multifatoriais, comprometendo a estabilidade (UCHIDA, 2013). A queda de pacientes hospitalizados é fator de risco, que é agravado se os pacientes forem idosos com mobilidade prejudicada. Os fatores intrínsecos caracterizam-se por alterações inerentes à condição fisiológica do indivíduo, como as condições patológicas apresentadas por ele. Os fatores extrínsecos estão associados aos riscos oferecidos pelo ambiente (FASSINI, 2013). Procedimento OperacionalPadrão para Prevenção de Queda Toda a equipe de saúde deve desempenhar um papel ativo na prevenção de quedas dos pacientes: Informar e orientar o paciente e seus acompanhantes quanto aos riscos de queda, utilizando linguagem de fácil compreensão. Certificar-se de que, na Simpósio de TCC e Seminário de IC , 2016 / 1º 926 deambulação, o paciente use calçado antiderrapante. Desencorajar o uso de chinelos e deambulação apenas com meias ou propés de algodão. Revisar e estar atento ao uso de medicamentos.Tornar o ambiente seguro, organização e boa iluminação do ambiente, piso de material antiderrapante, limpo e seco; banheiros e áreas de deambulação dos pacientes com pontos/barras de apoio (UCHIDA, 2013). Considerações Finais Na prestação dos serviços de saúde, toda a equipe de enfermagem deve ter conhecimento técnico científico, ou se informar com quem tenha. Um dos jargões da enfermagem afirma que na dúvida, não faça. O erro na administração de um medicamento ou na execução de um procedimento, muito mais do que colocar em risco o seu emprego ou o seu registro profissional, pode culminar com a perda da vida de uma pessoa e destruir uma família. Se o auxiliar ou técnico de enfermagem tiver dúvidas de qualquer tipo com relação à prescrição, medicação, procedimento, deve reportar-se ao enfermeiro. Se o enfermeiro também não sentir segurança para executar, deve consultar a literatura especializada, e se julgar necessário, o médico prescritor. Na dúvida ou na insegurança, o profissional deve recusar-se a executar a tarefa. E o mesmo encontra respaldo legal no Código de Ética dos profissionais de Enfermagem. É dever de toda a equipe zelar pela prevenção, promoção e recuperação da saúde do paciente/cliente. Portanto, a percepção do enfermeiro sobre a Segurança do Paciente em Serviços de Oxigenoterapia Hiperbárica implica em ser um profissional selecionado, treinado e capacitado a prestar o tratamento hiperbárico. Conhecer a patologia do paciente. Conhecer as políticas públicas e normas oficiais relacionadas à segurança do paciente e de todo o ambiente onde se presta o serviço. Saber definir e elaborar procedimentos operacionais e normas de conduta, visando à segurança de todos no ambiente de trabalho. Agradecimentos Agradeço à orientadora Judith Trevisan pelo apoio e paciência durante a elaboração desse artigo. Agradeço ao professor Lacerda, do Centro Hiperbárico de Brasília, pela teoria aliada à prática. E agradeço em especial à Deus, por me manter motivada. página 19829. 4. LACERDA, Elias Pereira de; Sitinoveter, EL; Alcântara, LM; Leite, JL. Rev. Latino –am. 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