A cultura - Agrupamento Escolas João da Silva Correia

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A cultura
A importância da cultura no processo de humanização
A cultura
 A capacidade do Homem de se adaptar ao meio,
transformando-o, distingue-o dos outros animais.
 Para aprender e desenvolver a capacidade de adaptação, não
basta um programa genético aberto nem um cérebro
complexo. Estas são apenas condições necessárias mas não
suficientes. De facto, apesar do ser humano à nascença ser
dotado de um sistema biológico complexo, este é contudo
inacabado e provavelmente o mais prematuro de todo o
planeta.
 É necessário um meio que ensine e permita aprender. É em
função da qualidade das interações com os estímulos
externos, isto é, das relações que ativamente estabelece com o
mundo envolvente (com as outras pessoas), que o fazem
evoluir.
A cultura
 Através das relações que estabelece com outros indivíduos e
do que estas lhe transmitem e ensinam, o indivíduo,
aprenderá a comportar-se de acordo com o que o grupo social
(sociedade) exige.
 Assim, é desta maneira que o ser humano, imaturo e
ignorante aprenderá a comportar-se como membro da
sociedade cultural, adotando os seus comportamentos, normas
e valores sociais.
 A necessidade de ser aceite, de se integrar numa sociedade
são alguns dos fatores que o levam a submeter-se às
diferentes formas de pressão social.
A cultura
 A cultura é o conjunto de valores, crença,
conhecimentos, instituições, normas, comportamentos,
produções artísticas e técnicas partilhadas pelos
membros de uma sociedade, transmissíveis às gerações
seguintes e resultantes da interação social. É uma
herança social que provém do meio.
A cultura
 A cultura compreende dois tipos de elementos: os
espirituais e os materiais.
 Conteúdo espiritual: Constituído pelas instituições,
pelos valores, pelas normas, pelos conhecimentos, pelas
crenças e ideias, pelas produções literárias e artísticas.
 Conteúdo material: Constituído pelas coisas e objetos
produzidos e pela tecnologia para produzir objetos e
instrumentos, para adquirir produtos e para transportálos.
Padrões culturais
 Estando presente em todas as sociedades, a cultura
pode ser abstratamente pensada como sendo
universal.
 No entanto, a enorme diversidade de culturas que
existem num mundo obriga-nos a falar de modelos
específicos ou de padrões culturais, que incluem as
regras sobre o que é aceitável e expectável no seio de
uma determinada cultura.
Padrões culturais
 Os padrões culturais dizem respeito a maneiras próprias
e tipificadas de pensar, sentir e agir específicas de uma
determinada cultura.
O Processo de Socialização
 A socialização é um processo dinâmico (exige interação) de
interiorização dos padrões culturais, sob a influência de
agentes socializadores significativos, (família, creches,
escola, grupos de pares, meios de comunicação social,
instituições sociais, políticas, religiosas, militares) que se
desenvolve no interior de uma dada cultura. Consiste na
aprendizagem de valores, normas e padrões de
comportamento tendo como objetivo facilitar a integração
social do indivíduo na sociedade e decorre ao longo de toda a
nossa vida.
 Há dois tipos de socialização: a socialização primária e a
socialização secundária.
A socialização primária
 A socialização primária realiza-se no seio da família, das
escolas e dos grupos de pares que consiste na adaptação
aos padrões culturais da sociedade. Visa a adaptação
básica dos indivíduos à sociedade de modo a que na sua
forma de pensar, agir e sentir haja um mínimo
denominador comum que os torne elementos de um
mesmo meio sociocultural.
 Processa-se durante a infância e adolescência.
A socialização primária
 A Nível Motor - são-nos transmitidas normas quanto aos
gestos, atitudes corporais, horários.
 A Nível Afetivo - aprendemos a expressar sentimentos
de forma considerada apropriada e a reprimir e recalcar
aqueles que não são socialmente aceites.
 A Nível Ideológico - interiorizamos conceções, valores,
ideias, preconceitos e estereótipos próprios da nossa
cultura.
A socialização secundária
 Começa na idade adulta, ocorre ao longo de toda avida e
verifica-se sempre que há mudanças(transições)
significativas na nossa condição social. São situações
novas que implicam uma adaptação pautada por valores,
normas e conceções da cultura a que pertence.
 Ex: entrar no mercado de emprego, casar, o nascimento
de um filho…
 É um processo permanente ao longo da vida do
indivíduo.
Socialização
 A aprendizagem por observação e imitação (também
chamada modelação ou modelagem) assume um
importante papel no processo de socialização.
 Uma grande parte dos comportamentos adquiridos ao
longo da vida são aprendidos desta forma.
 Como ocorre a aprendizagem por observação e
imitação?
Socialização
Prestamos atenção ao
que dizem e fazem e
guardamos as ações
que observamos.
Se motivados para tal,
reproduzimos os
modelos fisicamente,
imitamo-los.
Depois, ensaiamos e
repetimos
mentalmente cada um
destes gestos.
Socialização e individuação
 O processo de desenvolvimento social encerra duas
importantes funções interrelacionadas: uma integradora
(de socialização) e uma diferenciadora (de
individuação).
 As duas acompanham o desenvolvimento ao longo da
vida e contribuem para a adaptação bem-sucedida e para
a formação de uma identidade pessoal coesa e dinâmica.
Socialização e individuação
FUNÇÃO INTEGRADORA
FUNÇÃO
DIFERENCIADORA
• Através da socialização cada
um de nós estabelece
relações com outros e,
guiado pela cultura, torna-se
parte
integrante
da
sociedade.
• Através da individuação
construímos a nossa
identidade e damos sentido à
nossa existência,
diferenciando-nos dos outros
que nos rodeiam.
A transmissão cultural
 A cultura transforma-nos de indivíduos biológicos em
seres humanos. Isolados do contacto com os outros não
nos tornamos seres humanos.
 Sem um meio cultural humano a que pertençamos desde
o início da vida, não desenvolveremos as capacidades e
caraterísticas que fazem de nós seres humanos.
Transmissão Cultural – Crianças Selvagens
 As crianças selvagens são crianças que cresceram com um
contacto humano mínimo, ou mesmo nulo. Podem ter sido
criadas por animais ou, de alguma maneira terem sobrevivido
sozinhas. Normalmente, são perdidas, roubadas ou
abandonadas na infância e, depois, anos mais tarde,
descobertas, capturadas e recolhidas entre os humanos.
 Os casos que se conhecem de crianças selvagens revestem-se
de grande interesse científico. Elas constituem uma espécie
de grau zero do desenvolvimento humano, ensinam-nos o que
seríamos sem os outros, mostram de forma abrupta a
fragilidade da nossa animalidade, revelam a raiz precária da
nossa vida humana.
Transmissão Cultural – Crianças Selvagens
 Em termos de comportamento, as crianças selvagens
exibem o comportamento social das suas “famílias
adotivas”.
 Não se riem ou choram, apesar de eventualmente
poderem desenvolver alguma ligação afetiva.
 Manifestam pouco ou nenhum controlo emocional e,
muitas vezes, têm ataques de raiva podendo então exibir
uma força particular e um comportamento claramente
selvagem.
Crianças Selvagens - Fatores
 O fenómeno das crianças selvagens é explicado pelos
seguintes fatores:
 O homem é um animal social: só se pode desenvolver
plenamente se estiver inserido numa sociedade humana;
 O homem é um ser cultural: nasce desprovido de
meios para poder adaptar-se, por si só, ao meio e para
conseguir garantir a sua sobrevivência;
Crianças Selvagens - Fatores
 É através da socialização que o homem se integra numa
sociedade e adquire as capacidades especificamente
humanas: a capacidade de falar (de usar uma linguagem
simbólica) ; capacidade de pensar e de fazer escolhas
racionais (que só é possível graças à liberdade); a
capacidade de atribuir valores à realidade e às suas
ações, de forma a poder orientar a sua vida em função de
normas e de escolhas pessoais.
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