Untitled - PUC Minas

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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Faculdade de Odontologia
Belo Horizonte - MG
GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA
PROGRAMAS DE MESTRADO EM ODONTOLOGIA
Nível Acadêmico
Área de concentração: Clínicas Odontológicas
Ênfases:
Endodontia
Estomatologia
Periodontia
Prótese Dentária
Nível Profissionalizante
Áreas de concentração: Ortodontia e Odontopediatria, Implantodontia
CURSOS DE ESPECIALIZAÇÃO
Áreas:
Estomatologia
Dentística
Endodontia
Implantodontia
Saúde Coletiva
Odontopediatria
Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais
Periodontia
Prótese Dentária
Radiologia e Imaginologia Odontológica
Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial
RESIDÊNCIAS EM ODONTOLOGIA
INFORMAÇÕES
Secretaria dos Programas de Mestrado – (0xx31) 3319-4414 / 3319-4508 – [email protected]
Secretaria de Pós-Graduação Lato sensu – (0xx31)3319-4411 / 3319-4409 – [email protected]
ARQUIVO BRASILEIRO DE ODONTOLOGIA
BRAZILIAN ARCHIVE OF DENTISTRY
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
Reitor
Prof. Eustáquio Afonso Araújo
Vice-Reitor
Prof. Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães
FACULDADE DE ODONTOLOGIA
Diretor
Prof. Tarcísio Junqueira Pereira
COLEGIADO DO CURSO DE GRADUAÇÃO
Coordenadora
Profa . Franca Arenare Jeunon
Membros
Profa . Ana Maria Abras da Fonseca
Prof. Dr. Paulo Franco Taitson
Prof. Rubens de Menezes Santos
COLEGIADOS DOS PROGRAMAS DE MESTRADO
Coordenador
Prof. Dr. Roberval de Almeida Cruz
Membros
Prof. Dr. Ênio Tonani Mazzieiro - Ortodontia
Profa. Dra. Claúdia Valéria R. S. Penido - Odontopediatria
Prof. Dr. Eduardo Nunes - Endodontia
Prof. Dr. Carlos Roberto Martins - Estomatologia
Prof. Dr. Élton Gonçalves Zenóbio - Periodontia
Prof. Dr. Paulo Isaias Seraidarian - Prótese
Prof. Dr. Wellington Jansen - Implantodontia
Prótese Dentária
Prof. Arnaldo Horácio Pereira
Radiologia e Imaginologia
Profa. Luciana Cardoso Fonseca
Cirurgia
Prof. Belini Freire Maia
RESIDÊNCIAS ODONTOLÓGICAS
Coordenador
Prof. Saint’Clair Batista Rabelo Neto
ARQUIVO BRASILEIRO DE ODONTOLOGIA
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COORDENAÇÃO DOS CURSOS DE ESPECIALIZAÇÃO
Coordenadora Geral
Profa . Alcione Maria Soares Dutra de Oliveira
COORDENADORES DAS ESPECIALIDADES
Estomatologia
Profa . Franca Arenare Jeunon
Dentística
Prof. Guilherme Senna Figueiredo Azevedo
Endodontia
Profa . Ana Maria Abras da Fonseca
Implantodontia
Prof. Dr. José Alfredo Gomes de Mendonça
Saúde Coletiva
Prof. Renato César Ferreira
Odontopediatria
Prof. Alexandre Costa Pereira
Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais
Prof. Luís Cândido Pinto da Silva
Periodontia
Prof. Peterson Antonio Dutra de Oliveira
EDITORES CIENTÍFICOS
José Antonio Valle Fróes
Paulo Franco Taitson
Paulo Isaias Seraidarian
Roberval de Almeida Cruz – Coordenador
COMISSÃO EDITORIAL
Antenor Araújo – UNESP
Antônio Mourthé Filho – PUC/MG
Carlos Roberto Martins – PUC/MG
Estevão Tomomitsu Kimpara – UNESP
Eustáquio Afonso Araújo – PUC/MG
Fernando Borba Araújo – UFRGS
Flávio Zelante – USP
Franca Arenare Jeunon – PUC/MG
Francisco Todescan – USP
Gerson Bonfante – USP
João Humberto Antoniazzi – USP
José Nelson Mucha – UFF
Maria Ilma S. Gruppioni Côrtes – PUC/MG
Martinho C. Rebello Horta – PUC/MG
Nadir Eunice Valverde B. de Prates – USP
Paulo José Medeiros – UERJ
Ricardo Santiago Gómez – UFMG
Sigmar de Mello Rode – UNESP
Volnei Garrafa – UnB
Vinícius Eustáquio Jeunon – Prontocor
Arquivo Brasileiro de Odontologia – Faculdade de Odontologia da PUC Minas Gerais
Av. Dom José Gaspar, 500 – Prédio 46 – 30.535-901 – Belo Horizonte – MG - Brasil
FICHA CATALOGRÁFICA
Elaborada pela Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
A772
Arquivo Brasileiro de Odontologia / Faculdade de Odontologia da
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. – v.1, n.1- (2004)Belo Horizonte: FUMARC, 2004.
Anual
ISSN 1808-2998
1. Odontologia - Periódicos. I. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.
Faculdade de Odontologia
CDU: 616.314(05)
Índice
EDITORIAL ............................................................................................................................... ........... 1
Prof. Paulo Franco Taitson
I
INFLUÊNCIA
DE DIFERENTES MANIPULADORES MECÂNICOS NO PREPARO DE CIMENTOS IONOMÉRICOS
3
Influence of different mechanical devices in manipulation of encapsulated glass ionomer cements
Walison Arthuso Vasconcellos, José Flávio Batista Gabrich Giovannini, Wellington Correa Jansen
ENCAPSULADOS ............................................................................................................................... .....
II
RESISTÊNCIA
DE UNIÃO À TRAÇÃO DE SISTEMAS ADESIVOS AUTO -CONDICIONANTES VERSUS DE
CONDICIONAMENTO TOTAL À DENTINA ...............................................................................................
11
Tensile bond strength of self-etching versus total-etching adhesive systems at dentin
Walison Arthuso Vasconcellos, Rodrigo Fagundes Farias, Nathália Mendes de Campos, Altair
Soares Moura, Alexandre Henrique Susin
III
AVALIAÇÃO COMPARATIVA ENTRE DOIS MÉTODOS NA ODONTOMETRIA: ELETRÔNICO E RADIOGRÁFICO 17
Comparative assessment between two methods of odontometry: electronic and radiographic
Cristiane Bonetti, Mônica Costa Armond, Marina Santana Gazolla, Sérgio Antônio Corsetti,
Luciano José Pereira
IV
DISPLASIA CEMENTO-ÓSSEA FLORIDA: RELATO DE CASO CLÍNICO ................................................ 25
Florid cemento-osseous dysplasia: A case report
Carolina Rebello Alves, Flávio Ricardo Manzi
V
ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO SOB SEDAÇÃO ENDOVENOSA DE PACIENTE COM SÍNDROME DE
JOUBERT. RELATO DE CASO CLÍNICO ................................................................................................ 32
The use of endovenous sedation on dental treatment of a patient with Joubert syndrome
Luís Cândido Pinto da Silva, Alessandra Duarte Gondim de Almeida, Cláudia Valéria de Sousa
Resende Penido, Roberval de Almeida Cruz
VI
REABILITAÇÃO ORAL: PRÓTESE FIXA METALO-CERÂMICA ANTERIOR INFERIOR COM RECONSTRUÇÃO
RELATO DE CASO CLÍNICO ............................................................................................... 38
Oral rehabilitation: Fixed metaloceramic lower anterior prothesis with reconstruction of guide.
Case report
Luciana Barbosa Morandi, Saint’Clair Batista Rabelo Neto
DE GUIA.
VII
ANAIS DA 15A JORNADA ODONTOLÓGICA DA FO/PUC MINAS ........................................................... 45
Analls of the 15a Dental Meeting – FO/PUC Minas
VIII NORMAS EDITORIAIS ......................................................................................................................... 83
Editorial
É com grande satisfação que colocamos à disposição da comunidade científica mais um número da
revista Arquivo Brasileiro de Odontologia. Este número é dedicado aos artigos científicos elaborados e
aprovados pela comissão editorial, bem como os trabalhos científicos apresentados na Jornada Acadêmica
do Curso de Odontologia em 2007, na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Representa, portanto, parte dos Anais deste evento.
A Revista da Faculdade de Odontologia da
PUC Minas é, como toda publicação desse gênero, uma
obra coletiva, construída com base na contribuição científica de autores e consultores e que a equipe técnica encarrega-se de materializar entre duas capas. A
manutenção do nível científico, a continuidade e a regularidade da publicação são requisitos básicos para o
crescimento de toda revista científica. Para que isso
aconteça, a interação entre todos os envolvidos deve
ser permanente, de forma que as experiências passadas alimentem o futuro e, com prática, diminuam os
equívocos e cresça a qualidade.
Reiteramos o convite a todos a participarem
do próximo número, já em preparação, para que cada
vez mais possamos disseminar as diversas pesquisas
desenvolvidas em odontologia.
Boa leitura!
Prof. Dr Paulo Franco Taitson
Arquivo Brasileiro de Odontologia
1
Arq bras odontol 2007; 3(1):3-10
ISSN 1808-2998
INFLUÊNCIA
DE DIFERENTES MANIPULADORES MECÂNICOS NO
PREPARO DE CIMENTOS IONOMÉRICOS ENCAPSULADOS
INFLUENCE
OF DIFFERENT MECHANICAL DEVICES
IN MANIPULATION OF ENCAPSULATED GLASS IONOMER CEMENTS
Walison Arthuso Vasconcellos1
José Flávio Batista Gabrich Giovannini2
Wellington Correa Jansen3
Resumo: Os cimentos ionômero de vidro apresentam-se como boa alternativa em diversas áreas da
Odontologia, como agentes de cimentação de restaurações indiretas e acessórios ortodônticos, materiais para
reconstrução e forramento. Entretanto, em função de sua reação de presa, são considerados materiais sensíveis
cujas variações no proporcionamento e manipulação podem alterar significativamente suas propriedades. O
objetivo deste trabalho foi investigar a influência da energia de manipulação no tempo de trabalho, tempo de
presa e espessura de película de três cimentos de ionômero de vidro encapsulados indicados para cimentação,
restauração e reconstrução morfológica, empregando-se aparelhos de diferentes potências (4300 ciclos/minuto e
2400 ciclos/minutos, em média). O tempo de trabalho foi avaliado de acordo com a perda de brilho de superfície do
material. O tempo de presa aproximado foi determinado pela não visualização de endentações na superfície do
cimento. A espessura de película foi determinada pela aplicação de uma carga controlada sobre o cimento recémmanipulado. Em todos os testes, a ativação das cápsulas de cimento foi executada de acordo com o fabricante. Os
resultados foram submetidos à análise de variância e permitiram constatar a ausência de diferenças significativas
nas propriedades analisadas, quando foram empregados aparelhos de diferentes velocidades de manipulação.
Entretanto, tais diferenças foram encontradas quando se propôs a modificação no tipo de cimento avaliado. Os
cimentos de menor granulometria de partículas apresentaram os maiores tempos de trabalho e de presa, assim
como maior escoamento e menor espessura de película.
Descritores: Cimento ionômero de vidro, Escoamento, Tempo de trabalho, Tempo de presa
INTRODUÇÃO
Os cimentos de ionômero de vidro
desempenham papel de destaque na Odontologia,
mesmo com o crescente emprego dos materiais
restauradores resinosos. Idealizado por Wilson & Kent
(1971), o cimento surgiu da necessidade de se criar
um material que apresentasse efetiva adesão às
estruturas dentárias (McLean & Wilson, 1977;
McCabe, 1988; Anusavice, 1998). Outras
propriedades desejáveis como resiliência, liberação
de flúor e coeficiente de expansão térmico linear
próximo ao da estrutura dentária justificam sua ampla
aceitação e o indicam como material para
preenchimento, forramento, cimentação e
procedimentos restauradores (Dental Advisor, 1993,
Mount, 1998, Li & White, 1999).
1
Doutor em Dentística Restauradora pela UNESP, Professor da UNIMONTES e da FUNORTE.
2
Doutorando em Ciência e Engenharia de Materiais – UFMG, Professor do Centro Universitário Newton Paiva.
3
Doutor em Materiais Dentários pela USP, Professor da PUC Minas
Arquivo Brasileiro de Odontologia
3
Entretanto, tem sido observado que seu
proporcionamento e manipulação constituem os
aspectos mais críticos relacionados com seu
desempenho clínico (Gee & Pearson, 1993; Carvalho,
1995). Variações nestes quesitos podem alterar não
só a consistência final do material, como também suas
propriedades mecânicas (Dubois et al., 1992). Na
tentativa de minimizar erros com relação a estes
aspectos e promover misturas homogêneas adequadas
para sua inserção na cavidade, foram idealizados os
cimentos ionoméricos encapsulados (Mitchell et al.,
1998).
É importante enfatizar que a obtenção do
desempenho clínico aceitável depende diretamente da
velocidade de manipulação e do padrão de oscilação
do manipulador (Bass & Wing, 1998; Giovannini et
al., 2001). Alterações significativas na velocidade de
manipulação podem ser detectadas em função da
variação na voltagem elétrica, do peso da cápsula
acoplada ao aparelho e características intrínsecas do
aparelho, como número de ciclos por minuto, tempo
de uso clínico, extensão ou amplitude do percurso
(Council on Dental Materials, 1983; Dubois et al.,
1992, Kilpatrick et al., 1994, Mount, 1999).
Frente ao significativo número de aparelhos
disponíveis para manipulação mecânica de cimentos
ionômero de vidro encapsulados, é objetivo deste
trabalho avaliar a influência de dois diferentes
aparelhos nos tempos de trabalho e de presa, no
escoamento e na espessura de película de diferentes
cimentos.
MATERIAIS
E
MÉTODOS
Sessenta cápsulas de cimento ionomérico
encapsulado, sendo 20 cápsulas de Ketac-Fil
Aplicap® (3M ESPE Corporate, Minesota, EUA),
20 cápsulas de Ketac-Silver Aplicap® (3M ESPE
Corporate, Minesota, EUA) e 20 cápsulas de KetacArquivo Brasileiro de Odontologia
4
Cem Aplicap®(3M ESPE Corporate, Minesota,
EUA), foram utilizadas para a execução deste
experimento. Trinta delas foram empregadas para
avaliação do tempo de trabalho e de presa, e o
restante utilizado para avaliação do escoamento e
espessura de película.
Manipulação do material
Depois da ativação, de acordo com as
instruções do fabricante, as cápsulas foram acopladas
aos manipuladores para a realização da mistura.
Foram utilizados os aparelhos: Capmix® (3M ESPE
Corporate, Minesota, EUA) e Deltronix® (ATX
Equipamentos, São Paulo, Brasil), que apresentam
respectivamente 4300 e 2400 ciclos por minuto, em
média. Após 10 segundos de manipulação, as cápsulas
foram inseridas em um dispositivo aplicador
desenvolvido pelo fabricante e utilizadas conforme
testes experimentais posteriormente descritos.
Adotou-se o mesmo tempo de manipulação para
ambos, a fim de eliminar esta variável.
Após a manipulação e inserção dos materiais,
prosseguiu-se com a abertura das cápsulas e
verificação da presença de resíduos de pó e/ou líquido
que não se incorporaram à mistura. Todos os
procedimentos foram realizados em temperatura
ambiente (25 +/-5ºC).
Avaliação dos tempos de trabalho e presa
Após a acomodação do material no dispositivo,
cronometrou-se o tempo decorrido do início da
manipulação, até que ocorresse a perda de brilho
superficial, critério este adotado para a determinação
do tempo de trabalho de cada cimento (Gee &
Pearson, 1993). A partir desta observação, avaliouse o tempo de presa obtido através da penetração
das duas agulhas de Vicat que possuíam peso e
espessura da ponta ativa diferentes. A agulha 1 (ponta
ativa com 2,0mm de diâmetro) e a agulha 2 (ponta
ativa com 1,0mm de diâmetro). O tempo de presa
inicial foi determinado pela ausência de edentação
completa, proporcionada pela ponta ativa da agulha
1 na superfície do material. A partir daí, passou-se a
considerado como valor final a sua média. Após estas
medições, as placas de vidro foram separadas e
procedeu-se à medição da espessura da película
formada.
como sendo o tempo de presa final do material.
Todas as medições foram realizadas,
aleatoriamente, por três examinadores distintos,
previamente calibrados, sendo considerado como
resultado a média dos valores encontrados. Os
resultados obtidos foram submetidos ao tratamento
estatístico, através do método ANOVA,
considerando-se α= 0,05.
Avaliação do escoamento e espessura de película
RESULTADOS
se empregar a agulha 2, capaz de gerar maior pressão
sobre a superfície do material. O tempo decorrido
do início da manipulação até a não formação da
edentação completa da agulha número 2 foi definido
Procurando avaliar este quesito, utilizaram-se
duas placas de vidro com comprimento, largura e
espessura previamente determinada por um
micrômetro digital (MITUTOYO, Carolina do Sul,
EUA). Prosseguiu-se com a manipulação do cimento
e sua aplicação sobre a placa inferior. Em seguida, a
placa superior foi posicionada centralmente sobre o
cimento, aplicando uma carga de 15 Kgf (150 +/2N). Após um período de 10 minutos, a carga foi
removida, prosseguindo com a avaliação do
escoamento através da medição do diâmetro da área
circular formada pelo material, quando submetido ao
carregamento. Para isto, foram realizadas duas
medições em sentido perpendicular, sendo
Em relação ao tempo de trabalho e de presa
(Tabela 1) pode ser verificado que a análise dos
resultados apresentou diferença significativa entre os
diferentes grupos testados. Os maiores tempos
estavam associados ao emprego de Ketac-Cem,
independente do aparelho manipulador, quando
comparado aos demais cimentos. A comparação dos
valores absolutos das diferenças entre os grupos
mostrou que o tempo de trabalho apresentado pelo
grupo 2 foi significativamente superior a todos os
outros. Não houve diferença significativa entre os
demais cimentos, independentemente do manipulador,
assim como em relação ao cimento Ketac-Cem®,
quando manipulado em aparelho de alta potência.
Tabela 1 - Tempo de trabalho e presa final dos CIV encapsulados
Produto
Manipulador
Ketac Cem
Capmix
Deutronix
Capmix
Deutronix
Capmix
Deutronix
Ketac Fil
Ketac Silver
Tempo de trabalho
Média
DP
116.40
25.43
165.80
30.92
86.20
9.01
97.40
11.33
102.00
11.25
112.40
17.81
Tempo de presa final
Média
DP
331.20
51.26
400.80
15.72
244.40
34.72
240.80
6.14
267.40
23.04
345.40
45.58
Arquivo Brasileiro de Odontologia
5
No que se refere ao tempo de presa final,
diferença significativa também pode ser observada.
Pela análise comparativa pareada dos grupos,
verificou-se que o grupo 2 apresentou tempo de
trabalho significativamente superior a todos os demais,
exceto o grupo 6 quando não foi observada diferença
significativa, embora o tempo tenha sido superior. Os
grupos 1 e 6 apresentaram tempo de presa final
significativamente superior aos grupos 3, 4 e 5, não
sendo observada diferença entre eles.
de película (ìm) e diâmetro do disco (cm) dos
Correlação positiva pode ser observada entre
os resultados dos tempos de trabalho e de presa final,
uma vez que os maiores tempos foram apresentados
pelo grupo 2 e os menores pelos grupos 3, 4 e 5.
a maior média de espessura de película, podendo ser
A Tabela 2 apresenta as médias de espessura
diferentes grupos de materiais. Analisando os
resultados relativos à espessura de película,
constatou-se a presença de diferença significativa entre
os materiais e condições de manipulação testadas.
Os grupos 1 e 2 apresentaram médias de espessura
de película significativamente menores que os demais
grupos, o que pode ser explicado pela menor
granulometria de partículas, não sendo observada
diferença entre ambos. O grupo 5 foi o que apresentou
verificada diferença significativa em relação ao grupo
6, permitindo afirmar a existência de melhor
comportamento associado ao emprego do
manipulador de baixa potência.
Tabela 2 - Média das espessuras de película (ìm) e diâmetro do disco (cm) dos CIV encapsulados.
Produto
Manipulador
Ketac Cem
Capmix
Deutronix
Capmix
Deutronix
Capmix
Deutronix
Ketac Fil
Ketac Silver
Espessura de película
Média
DP
25.7
3.66
21.0
8.94
51.7
6.23
48.0
8.20
59.0
3.66
44.7
6.05
Diâmetro do disco
Média
DP
1.5652
0.0943
1.7246
0.3465
1.2672
0.0895
1.3104
0.0477
1.2136
0.0234
1.1686
0.0909
A medição do diâmetro do disco corresponde
a uma das formas de avaliação das características de
escoamento do cimento, estando o maior diâmetro
associado ao maior escoamento e menor espessura
de película. Pode-se verificar que as maiores médias
de diâmetro de disco foram apresentadas pelos
corpos de prova do grupo 2, sendo significativamente
superiores aos demais grupos, exceto o grupo 1, que
apresentou médias significativamente superiores aos
grupos 5 e 6.
respectivamente em Capmix ® (7 cápsulas) e
Além dos dados apresentados na Tabela 2,
maior número de cápsulas contendo pó remanescente
observa-se a presença de líquido remanescente em
cápsulas de Ketac-Cem®, quando manipuladas
foi associado ao emprego do manipulador de baixa
Arquivo Brasileiro de Odontologia
6
Deutronix® (6 cápsulas). O melhor resultado
apresentado pelo cimento Ketac-Cem®, indiferente
da forma de manipulação, poderia ser ainda superior,
caso houvesse a incorporação de todo pó ao líquido,
o que não aconteceu, uma vez que foi constatada a
presença de líquido na maioria das cápsulas deste
cimento. A presença de pó nas cápsulas foi verificada
para todos os cimentos e nas diferentes formas de
manipulação (Tabela 3), podendo-se constatar que
potência.
Tabela 3 - Número de cápsulas com presença de pó
Capmix
Deutronix
Ketac Silver
Sim
Não
3
7
0
10
Ketac Cem
Sim
Não
0
10
3
7
DISCUSSÃO
Ketac Fil
Sim
Não
0
10
3
7
Total
Sim
3
6
Não
27
24
(recomendada pelo fabricante e, por isto, definida
Variações na potência dos aparelhos e no
como “controle”) e 4500 cpm. Após a realização dos
tempo de trituração do material podem alterar tanto
testes envolvendo os materiais, observou-se que, em
a sua consistência como o tempo de trabalho e de
presa. A redução no tempo de trituração aumentará
velocidades mais altas, os tempos de trabalho e de
ligeiramente o tempo de trabalho. Porém, corre-se o
resultado da mistura pó:líquido mais efetiva, o que
risco da reação incompleta entre o pó e o líquido,
favorece a completa reação química do material. Além
além de alterações nas propriedades finais do material.
disso, o aumento na velocidade de manipulação
Diversos autores que conduziram estudos a respeito,
poderia aumentar a temperatura da mistura,
dentre eles Dubois et al. (1992), observaram que
variações significativas podem ser observadas nos
aumentando a velocidade da reação. O quesito
manipuladores, sendo que a velocidade de
pela velocidade de manipulação do Ketac Cem
manipulação pode variar com a voltagem do aparelho,
Maxicap. Entretanto, o mesmo não foi observado
seu tempo de uso, e também com o peso da cápsula
neste estudo em relação ao Fuji Cap I, quando o
a ele acoplada. Bass & Wing (1988) concluíram que
tanto o tempo de manipulação como a velocidade de
emprego de velocidades de manipulação mais baixas
oscilação do triturador podem afetar o tempo de
Isto poderia ser explicado pelo fato de que, com a
trabalho de ionômeros de vidros restauradores.
inadequada velocidade de manipulação, houve a
Amplas variações na velocidade de manipulação
incompleta dissolução dos grânulos de pó. Além disso,
podem ser capazes de afetar importantes
esta baixa velocidade tende a fornecer energia
propriedades físicas, tais como tempo de trabalho e
presa, espessura de película e força compressiva.
insuficiente às partículas do pó do cimento para que
O estudo desenvolvido por Rupp et al. (1996)
estabelecimento de menores valores de espessura de
procurou avaliar a influência da variação na velocidade
de trituração sobre as propriedades físicas de dois
película. Com relação à força compressiva, a variação
cimentos de ionômero de vidro encapsulados (Ketac
propriedade do cimento Ketac Cem Maxicap, nem
Cem® – ESPE e FUJI CAP I® – GC Dental Inc.). As
a 24 horas e nem a 7 dias. A força compressiva do Fuji
propriedades estudadas foram: tempos de trabalho e
Cap I foi afetada somente a uma velocidade de 3000
de presa, espessura de película e forças compressivas.
cpm, sobretudo quando mensurada após 24 horas.
após 24 horas e 7 dias O aparelho empregado neste
estudo foi o Kerr Automix Computerized Mixing
Importante aspecto a ser avaliado é a presença
de pó não incorporado nas cápsulas do cimento. Tem
se observado que a velocidades mais baixas (3000
cpm), a quantidade de pó residual é significativamente
System® (KERR), sendo os materiais manipulados a
velocidades de 3000 cpm, 3500 cpm, 4000 cpm
presa tornaram-se reduzidos, provavelmente como
espessura de película não foi significativamente afetado
(3000 cpm) implicou em maior espessura de película.
elas sejam fragmentadas, o que prejudica o
na velocidade de manipulação pareceu não afetar esta
Arquivo Brasileiro de Odontologia
7
maior do que em velocidades mais altas (4000 e 4500
sensíveis à umidade, durante e imediatamente após a
cpm), quando praticamente nenhum pó não
sua manipulação. A exposição precoce deste material
incorporado foi encontrado. Deve-se estar atento para
a ambientes úmidos pode resultar na perda de íons
este fato, uma vez que se algum pó não manipulado
formados, prejudicando suas propriedades finais. Os
está presente, o cimento resultante apresenta uma
cimentos de ionômeros encapsulados disponíveis
relação pó:líquido mais baixa. Conseqüências da
atualmente apresentam, como vantagem, a proporção
alteração nesta relação podem se manifestar por
pó:líquido constante e fixada no nível recomendado
redução nas forças de compressão e na espessura de
pelos fabricantes, para conseguir as propriedades
película, aumento nos tempos de trabalho e de presa,
físicas ideais. Este estudo procurou avaliar os tempos
e na sensibilidade pulpar pós- cimentação, além de
de trabalho e de presa de 5 cimentos de ionômero de
aumento na solubilidade do material.
vidro encapsulado: Ketac Fil®; Chenfil II®, ambos
Gee & Pearson (1993) avaliaram os efeitos da
restauradores; Ketac Silver®, do tipo Cermet; e Ketac
variação da velocidade de mistura de cimentos de
Bond® e Baseline®, indicados para forramento. Estes
ionômero de vidro encapsulado nos tempos de
materiais foram submetidos a diferentes velocidades
trabalho e de presa, assim como suas propriedades
de manipulação: 8, 10, 12, 14 e 16 segundos, em
mecânicas, após 24 horas e 7 dias. Foram utilizados
triturador mecânico Silamat®. Foi constatado que
os ionômeros Ketac Fil®, Chemfil® e Opusfil®, e os
aumentando o tempo de manipulação dos cimentos
manipuladores Silamat ®, Capsule Mixer ® e
nenhum efeito significante foi observado em seu tempo
Dentomat®, que apresentam 4650, 4375 e 2730 cpm,
de presa. Também foi concluído que o monitoramento
respectivamente. O tempo de trabalho e de presa foi
da reação de presa desses cimentos, através das
determinado através de um reômetro. A medição da
observações das mudanças em sua dureza, como
força de compressão foi feita usando uma máquina
preconizado pelo padrão ISO 1197, pode não refletir
de ensaio universal com a velocidade de carregamento
a conclusão da reação de presa.
de 0,5mm/min. No que se refere aos tempos de
A menor espessura de película apresentada
trabalho e de presa, nenhuma alteração foi observada
pelos grupos 1 e 2 pode estar associada não apenas
pela variação da velocidade de mistura. Para a força
a granulometria de partículas, mas também ao maior
®
tempo de trabalho e presa final apresentado por tal
e o Chemfil apresentaram comportamento
material o que o permitiria escoar pelo tempo adicional
semelhante, sendo observado leve aumento na força
em relação aos demais.
de compressão, os resultados sugerem que o Opusfil
®
compressiva, depois de passadas 24 horas. Já para
o Ketac Fil® foi observado o aumento significativo na
força compressiva, quando se aumentou a velocidade
CONCLUSÕES
de oscilação nas primeiras 24 horas, não sendo
1. Diferenças não significativas foram
observadas, para ele nem para os demais materiais,
observadas nas propriedades analisadas, quando se
diferenças na força compressiva após 7 dias,
utilizou aparelhos com velocidades de manipulação
indiferente da velocidade de mistura.
diferentes.
De acordo com Kilpatrick et al. (1994), os
cimentos ionoméricos são materiais extremamente
Arquivo Brasileiro de Odontologia
8
2. Alterações nos tempos de trabalho e de
presa final, assim como na espessura de película e
escoamento, foram observadas com a modificação
do tipo do cimento.
of different speeds of manipulation had been used.
3. Os cimentos de menor granulometria de
partículas apresentaram os maiores tempos de trabalho
e de presa, assim como maior escoamento e menor
espessura de película.
modification in the type of evaluated cement was
However, such differences had been found when the
considered. The cements of smaller granulometry of
particles had presented the highest times of working
and setting, as well as higher draining and minor
thickness of film.
ABSTRACT
The glass ionomer cements are presented as a
good alternative in diverse areas of the Dentistry, as
lutring agents for indirect restorations and orthodontic
accessories, reconstruction and liners. However, in
function of its setting reaction, are considered sensible
materials whose variations in proportion and
manipulation can modify significantly its properties. The
development of available materials in capsules,
manipulated mechanically, has allowed to keep under
control critical factors. The selection of a device of
adequate power and the manipulation time are
important factors to optimize the properties of the
material. The objective of this work was to investigate
the influence of the energy of manipulation in the
working time, setting time and thickness of film of three
encapsulated glass ionomer cements indicated for
luting, restoration and morphologic reconstruction
procedures, using devices of different powers (4300
cicles/min. and 2400 cicles/min., in average). The
working time was evaluated in accordance with the
loss of surface brightness of the material. The approach
setting time was determined by not the visualization of
edentations in the surface of the cement. The thickness
of film was determined by the application of a
controlled load on the just-manipulated cement. In all
tests, the activation of the cement capsules was
executed in accordance with the manufacturer. The
results had been submitted the variance analysis, and
had allowed to evidence the absence of significant
differences in the analyzed properties, when devices
DESCRIPTORS
Glass ionomer cement, Draining, Working time,
Setting time.
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Materials, Instruments and Equipment. Status report
on amlgamators. J Am Dent Assoc 1983;100(2):246.
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Recebido em: 09/04/2007
Aceito em: 06/06/2007
Endereço para correspondência:
Walison Arthuso Vasconcellos
Rua Nova Ponte, 148
30550-720 - Belo Horizonte – MG
E-mail: [email protected]
Arquivo Brasileiro de Odontologia
10
Arq bras odontol 2007; 3(1):11-16
ISSN 1808-2998
RESISTÊNCIA
DE UNIÃO À TRAÇÃO DE SISTEMAS ADESIVOS
AUTO-CONDICIONANTES VERSUS DE CONDICIONAMENTO TOTAL À DENTINA1
TENSILE
BOND STRENGTH OF SELF-ETCHING VERSUS TOTAL-ETCHING ADHESIVE SYSTEMS AT DENTIN
Walison Arthuso Vasconcellos2
Rodrigo Fagundes Farias3
Nathália Mendes de Campos3
Altair Soares Moura4
Alexandre Henrique Susin5
Resumo: Os profissionais encontram dificuldade na seleção de um sistema adesivo devido à variedade
de produtos. O objetivo deste estudo foi comparar a resistência de união à dentina usando três sistemas adesivos,
dois auto-condicionantes (AD, XE) e um condicionamento total (SB), empregando o ensaio de microtração. Doze
terceiros molares humanos tiveram suas coroas cortadas 3 mm abaixo da superfície oclusal para a remoção do
esmalte e exposição da dentina. A camada de smear layer foi padronizada empregando uma politriz e os dentes
foram aleatoriamente divididos em três grupos, em função do sistema adesivo. Os sistemas adesivos foram
utilizados seguindo as recomendações dos fabricantes. Após a polimerização dos adesivos por 40 segundos, os
espécimes foram restaurados com resina composta. Empregando uma maquina de corte, espécimes de microtração
foram obtidos com área de interface adesiva de 1,44 mm2, e submetidos a carregamento na velocidade de 0,5mm/
min. Os resultados foram submetidos à análise de variância e teste de Tukey (p=0,05). Maior resistência adesiva
foi verificada para o sistema SB (19,65) em detrimento de sistemas adesivos AD (17,75) e XE (12,03). Concluiu-se
que a simplificação da técnica implicou em diminuição da resistência de união.
Descritores: Resinas compostas, Adesivos dentinários, Resistência à tração.
INTRODUÇÃO
Sistemas adesivos deveriam apresentar eficácia
semelhante, tanto em esmalte dental quanto em
dentina. Entretanto, a adesão à dentina é dificultada
por algumas de suas características intrínsecas, como
maior conteúdo orgânico, presença de fluídos em seus
túbulos, smear layer e umidade superficial. Assim, o
tratamento adequado da superfície dentinária torna-
se determinante para a eficiente adesão (Carvalho et
al., 2003, Boullaguet et al., 1994).
É necessário o condicionamento da dentina com
ácido fosfórico, antes da aplicação do sistema adesivo
(primer e adesivo), como parte dos procedimentos
restauradores. Este procedimento promove a
remoção da smear layer e exposição das fibras
colágenas da matriz dentinária, favorecendo a
1
Projeto de iniciação científica das Faculdades Unidas do Norte de Minas (FUNORTE)
2
Doutor em Dentística Restauradora pela UNESP. Professor da FUNORTE e da UNIMONTES
3
Alunos de graduação em Odontologia da FUNORTE
4
Mestre em Clinica Odontológica pela UFBA. Professor da FUNORTE e da UNIMONTES
5
Doutor em Dentística pela UNESP. Professor da UFSM
Arquivo Brasileiro de Odontologia
11
infiltração dos agentes adesivos e, conseqüentemente,
reduzindo a microinfiltração, a irritação pulpar e cáries
recorrentes (Prati et al., 1998, Nakabayashi & Sami,
1996). Os sistemas que utilizam o condicionamento
prévio da dentina são conhecidos como sistema de
condicionamento total.
Durante o procedimento de união, há a difusão
de monômeros hidrofílicos dentro da rede de colágeno
da dentina desmineralizada. Entretanto, a discrepância
da espessura de desmineralização e infiltração de
monômeros hidrofílicos, assim como a hidrólise das
fibras colágenas incompletamente hibridizadas,
influenciam negativamente na durabilidade da união,
sendo ainda um problema não resolvido (Chaves et
al., 2002, De Goes et al., 1998).
período máximo de 45 dias, até sua utilização. O
esmalte dental foi removido pelo corte da coroa,
transversalmente 3,0 mm abaixo de um plano
localizado nas pontas das cúspides.. A padronização
da camada de smear layer foi produzida,
empregando uma politriz com disco de lixa de papel
na granulação de 600 por 40 segundos.
Os dentes foram divididos aleatoriamente,
através de sorteio simples, em três grupos de 4 dentes
cada, em função do sistema adesivo: dois autocondicionantes (Adhese – Ivoclar Vivadent, Schan,
Liechtenstein: AI; Xeno III – Dentsply Int, Nova
Iorque, EUA: XE) e um adesivo convencional (Single
Bond, 3M ESPE Corporate, Minesota, EUA: SB).
O tratamento da superfície foi realizado seguindo as
Desta forma, um procedimento de adesão foi
desenvolvido sem a necessidade de condicionamento
ácido prévio e, conseqüentemente, sem exposição das
fibras colágenas. Estes sistemas foram denominados
auto-condicionantes e caracterizam-se pela
eliminação dos passos de condicionamento, lavagem
e secagem da dentina, que são fases críticas no
protocolo de adesão. Nestes sistemas não há
discrepância entre a profundidade de desmineralização
e de infiltração de adesivo, uma vez que ambos os
processos ocorrem simultaneamente (Bouillaguet et
al., 2001, Kato et al, 1998).
recomendações dos respectivos fabricantes. Para o
Os sistemas adesivos auto-condicionantes são
recentes e geram discussões, quando se considera a
simplificação da técnica e a efetividade na adesão a
diferentes substratos. O objetivo deste estudo foi
comparar a resistência de união à microtração de três
sistemas adesivos à dentina, sendo dois sistemas autocondiconantes e um sistema adesivo convencional.
secagem da dentina sem desidratá-la. Então, aplicou-
sistema adesivo Adhese, iniciou-se com a aplicação
ativa do AdheSE Primer por 30 segundos. Após a
aplicação de jato de ar, prosseguiu-se com a aplicação
de uma camada de Adhese Bonding. Para o sistema
Xeno III, o primer ácido e o adesivo foram
dispensados em um casulo disponibilizado pelo
fabricante, misturado e então aplicado sobre a
superfície por 30 segundos de forma ativa, sendo o
excesso removido. Para o sistema adesivo Single
Bond, procedeu-se ao condicionamento ácido da
dentina por 15 segundos, lavagem por 30 segundos e
se a primeira camada do sistema adesivo por 20
segundos e, após a aplicação de leve jato de ar, outra
camada do sistema foi aplicada.
Após a polimerização dos sistemas adesivos
por 40 segundos, os dentes foram restaurados com
resina composta Esthet X (Dentsply Int, Nova Iorque,
EUA) em quatro incrementos de 1,5 mm de
MATERIAL
E MÉTODOS
espessura, dentro de uma matriz especialmente
Doze terceiros molares recém-extraídos foram
mantidos em solução de cloramina 0,5%, a 5o C pelo
Arquivo Brasileiro de Odontologia
12
desenvolvida para o teste, resultando em uma
interface de união circular com diâmetro de 4,0 mm.
Cada incremento de resina foi polimerizado pelo
tempo de 40 segundos, empregando o aparelho
fotopolimerizador Optiligth Digital (Gnatus Ind., São
Paulo, Brasil), sendo a intensidade luminosa aferida
entre cada corpo de prova.
Os dentes restaurados, após 24 horas em água
destilada a 37ºC, foram cortados em uma máquina
de corte (Isomet 1000, Buehler Lake Bluff, Il., EUA),
com espessura de 1,2 mm nos sentidos mésio-distal
e vestíbulo-lingual, gerando espécimes com área
adesiva de 1,44 mm 2. Oito espécimes foram
selecionados por grupo e mantidos em solução salina
a 37º C, de 8-12 horas, para aliviar as tensões geradas
durante o corte.
A área de secção de cada espécime foi medida
para se calcular a resistência de união depois da
fratura. µTBS foi desenvolvido em uma máquina de
teste universal MTS (Material Test System, MTS 810,
Minesota, EUA) com a velocidade de carregamento
de 0,5 mm/min.
Os dados foram submetidos à análise de
variância (ANOVA), sendo a resistência de união a
variável dependente e o sistema adesivo o fator de
variação. Os espécimes obtidos a partir do mesmo
elemento dentário foram tratados como amostras
dependentes. O teste de Tukey foi aplicado,
considerando o nível de significância de 5%.
RESULTADOS
As médias de resistência de união ao ensaio de
microtração em função dos tratamentos de superfície
podem ser vistos no Gráfico 1, onde se verifica o
melhor resultado para o sistema adesivo de
condicionamento total (SB) em detrimento de sistemas
adesivos auto-condicionantes (Adhese e Xeno III).
Na Tabela 1, observa-se que à comparação pareada
através do teste de Tukey, o sistema adesivo SB
apresentou resultados significativamente superiores
aos do Adhese, e ambos superiores ao do sistema
adesivo Xeno III.
Gráfico 1 - Média de resistência de união (MPa) à dentina proporcionada por três sistemas adesivos.
Arquivo Brasileiro de Odontologia
13
Tabela 1 - Comparação pareada das médias de resistência de união pelo Teste de Tukey
Grupos
Sb x Adhese
Sb x Xeno III
Adhese x Xeno III
Média
(MPa)
17,75
12,03
19,65
Diferença entre médias
Significância
1,9
5,725
7,625
*
*
*
Diferença mínima significante = 1,34 * Significante para p= 5%.
DISCUSSÃO
condicionamento ácido separadamente, os auto-
A longevidade da interface adesiva e,
consequentemente, das restaurações aos tecidos
dentários mineralizados tem sido muito estudada, uma
vez que é responsável pela integridade marginal e
retenção das restaurações (Oliveira et al., 2003,
Perdigão et al., 1999, Retief et al., 1994.
condicionantes realizam este condicionamento
A interface adesiva está diretamente
relacionada ao sistema adesivo empregado, sendo
que os profissionais têm à sua disposição vários
sistemas adesivos dentinários, o que gera dúvidas
no momento de definir qual material empregar. Os
Prati et al., 1998). Uma vez desmineralizada a dentina,
sistemas adesivos podem ser divididos em função
da forma de tratamento do substrato. Sendo assim,
existem sistemas adesivos de condicionamento total
e sistemas adesivos auto-condicionantes. Nos
sistemas adesivos de condicionamento total, a
profundidade de desmineralização causada pelo
condicionamento com ácido fosfórico, determina
parcialmente a espessura da camada híbrida. O
ácido fosfórico aplicado antes do sistema adesivo
remove a smear layer, desmineralizando a dentina
e expondo a rede de fibras colágenas (Prati et al.,
1998, Nakabayashi & Sami, 1996).
Prati et al., 1998, Perdigão et al., 1996).
O colapso da rede de fibras colágenas, causada
pela desidratação da dentina, dificulta a penetração
do primer presente no sistema adesivo,
comprometendo a retenção micromecânica e
resistência de união (Gwinnett et al., 1996,
Já no sistema Xeno III é aplicada a mistura de
Nakabayashi & Sami, 1996).
componentes do sistema (ácido, primer e adesivo)
Enquanto os sistemas adesivos de
condicionamento total necessitam do passo de
podem ter suas funções minimizadas, quando
Arquivo Brasileiro de Odontologia
14
simultaneamente, com a aplicação do sistema adesivo.
Estes novos sistemas adesivos produzem a dissolução
da smear layer e desmineralização controlada da
dentina por modificação no pH durante a sua aplicação
(Bouillaguet et al., 2001, Rosales-Leal et al., 2110,
entende-se que toda a espessura de dentina
desmineralizada será preenchida com monômeros
adesivos, o que certamente não ocorre com sistemas
de condicionamento total (Bouillaguet et al., 2001,
A resistência de união proporcionada pelo
sistema adesivo Sb (19,65) foi estatisticamente
superior aos demais adesivos. Comparando os
sistemas adesivos auto-condicionantes entre si, o
Adhese (17,75) foi estatisticamente superior ao
Xeno III (12,03). Tal situação pode estar
relacionada ao pH dos sistemas e, principalmente,
à forma de aplicação do sistema adesivo. No que
se refere à forma de aplicação, no Adhese primeiro
se aplica o primer acido para depois aplicar o
adesivo, que apresenta características hidrofóbicas.
primer acido e adesivo, constituindo a aplicação
em passo único. Sistemas adesivos do tipo “tudo
em um”, extremamente simplificados, podem se
tornar menos efetivos, uma vez que os
empregados simultaneamente.
CONCLUSÃO
Bouillaguet S, Gysi P, Watana JC, Ciucchi B, Cattani
Os resultados mostraram que o sistema de
M, Godin Ch. Bond strength of composite to dentin
condicionamento total apresentou melhores resultados
using conventional, one-step and self-etching adhesive
que os sistemas auto-condicionantes, e que sistemas
systems. J Dent 2001;29:55-61.
auto-condicionantes de dois passos são mais efetivos
Carvalho, RM, Mendonça, JS, Santiago, SL, Silveira,
que sistemas de passo único.
RP, Garcia, FC, Tay, FR, Pashley, DH. Effects of
ABSTRACT
The professionals find difficulty in the election
of an adhesive system due to variety of products. The
aim of this study was to compare the bond strength to
HEMA/solvent combinations on bond strength to
dentin. J Dent Res 2003;73:597-601.
Chaves, P, Giannini, M, Ambrosano, GM. Influence
of smear layer pretreatments on bond strengths to
dentin. J Adhes Dent 2002; 4:191-6.
dentin using three adhesive systems, two self-etching
De Goes MF, Pachane GCF, Garcia-Godoy F. Resin
(AD and XE) and one total-etching (SB), using the
bond strength with different methods to remove excess
microtraction assay. Twelve human third molar were
water from the dentin. Am J Dent 1997;10:298-301
sectioned 3 mm below of the oclusal surface for the
Gwinnett AJ. Dentin bond strength after air drying and
rewetting. Am J Dent 1994;7:144-148.
removal of the enamel and exposition of the dentine.
The adhesive systems were used following the
recommendations of the manufacturers. The
Gwinnett AJ, Tay F, Pang KM, Wei SHY. Quantitative
contribuition of the collagen network in dentin
specimens were restored with composite resin.
hybridization. Am J Dent 1996;9:140-144.
Specimens were gotten with area of adhesive interface
of 1,44 mm2, and submitted to load in the speed of
0,5mm/min. The means were submitted to two-way
ANOVA and Tukey‘s test (p=0,05). SB (19,65)
presented the highest bond strength in detriment of
AD adhesive systems (17,75) and XE (12,03). The
Kato G, Nakabayashi N. The durability of adhesion
to phosphoric acid etched wet dentin substrates. Dent
Mater 1998;14:347-52
Nakabayashi N, Sami Y. Bonding to intact dentin. J
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Arquivo Brasileiro de Odontologia
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of surface moisture in the acid-conditioned, resindentin interface. Am J Dent 1996;9:109-114.
Recebido em: 09/04/2007
Aceito em: 06/06/2007
Endereço para correspondência:
Walison Arthuso Vasconcellos
Rua Nova Ponte, 148
30550-720 - Belo Horizonte - MG
E-mail: [email protected]
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16
Arq bras odontol 2007; 3(1):17-24
AVALIAÇÃO
ISSN 1808-2998
COMPARATIVA ENTRE DOIS MÉTODOS NA ODONTOMETRIA:
ELETRÔNICO E RADIOGRÁFICO1
COMPARATIVE
ASSESSMENT BETWEEN TWO METHODS OF ODONTOMETRY:
ELECTRONIC AND RADIOGRAPHIC
Cristiane Bonetti2
Mônica Costa Armond3
Marina Santana Gazolla3
Sérgio Antônio Corsetti4
Luciano José Pereira3
Resumo: Existem vários métodos para determinar o comprimento real de trabalho (CRT) de um dente e a
forma mais moderna de realizar esta mensuração é através do aparelho localizador apical eletrônico. Alguns se
mostraram realmente eficientes para determinar o CRT e, até mesmo, dispensar a radiografia convencional. Contudo,
outros não foram tão efetivos, sendo então contra-indicados como substitutos para as técnicas radiográficas
convencionais. Os objetivos desse trabalho foram verificar se as medidas do CRT pelo localizador apical Root ZX
II são compatíveis com as obtidas por meio de radiografia convencional e se o método eletrônico pode ser
utilizado com segurança. Para essa pesquisa foram utilizados 20 dentes multirradiculares in vivo, totalizando 52
canais. Todos os pacientes foram anestesiados, realizado isolamento absoluto e abertura da câmara coronária.
Após abertura dos canais, fez-se radiografia periapical convencional de diagnóstico sem lima e mensurado cada
canal com régua milimetrada endodôntica. Em seguida, foi acoplada a lima tipo K com respectivo cursor ao
localizador apical eletrônico e inserida no canal até atingir o comprimento real de trabalho. A lima e cursor foram
retirados e a medida da lima foi mensurada com a mesma régua milimetrada endodôntica. Posteriormente, foi
tomada radiografia com a lima calibrada na medida determinada pelo localizador apical eletrônico para confirmar
ou não o CRT. Os resultados não mostraram diferença estatisticamente significante (p>0,05), tanto para os casos
de bio quanto de necropulpectomia. Concluiu-se que as medidas foram semelhantes para ambos os métodos e
que o Root Zx II pode ser usado com segurança na odontometria.
Descritores: Localizador apical, Canal radicular, Odontometria
INTRODUÇÃO
Entre os fatores locais que podem influir nos
resultados da terapêutica do canal, o limite da
instrumentação e da obturação merecem atenção
1
2
3
4
especial. Por isto, a correta e precisa determinação
do comprimento de trabalho é tão importante.
Atualmente, existem vários métodos usados para
determinar o comprimento de trabalho, tais como o
Monografia de conclusão de curso de Graduação. Trabalho realizado na Clínica de Especialidades Odontológicas Brasil Sorridente, Prefeitura
Municipal de Varginha/MG.
Acadêmica de Odontologia da Universidade Vale do Rio Verde de Três Corações/MG (UNINCOR)
Professores da Faculdade de Odontologia da Universidade Vale do Rio Verde de Três Corações/MG (UNINCOR)
Endodontista da Prefeitura Municipal de Varginha/MG
Arquivo Brasileiro de Odontologia
17
táctil-digital, radiográfico, elétrico e audiométrico. O
meio elétrico vem sendo cada vez mais estudado e é
realizado por meio do aparelho chamado de
localizador apical eletrônico. Alguns desses aparelhos
mostraram-se realmente eficientes na medição dos
canais, ajudando na determinação do comprimento
de trabalho. Contudo, outros não foram tão efetivos,
sendo então contra-indicados como substitutos para
as técnicas radiográficas convencionais. Os objetivos
desta pesquisa foram comparar as medidas do
comprimento radicular de trabalho pelo localizador
apical Root ZX II® com as obtidas por meio de
radiografia convencional e verificar se o método
eletrônico pode ser utilizado com segurança.
REVISÃO
DE LITERATURA
Vários trabalhos têm sido publicados, em
diferentes condições experimentais, demonstrando a
utilização de diferentes tipos de localizadores apicais
eletrônicos para a mensuração de canais radiculares.
Assim, Becker et al. (1980) estudaram
primeiros molares decíduos de porcos. Após a
extirpação da polpa dental, o comprimento de trabalho
(CRT) foi medido através do localizador apical
eletrônico Forameter. As medidas foram tomadas
independentemente por 2 ou 3 observadores e
comparadas pelo método radiográfico, para
determinar o comprimento de trabalho pela medida
visual direta, obtida após a extração dos dentes. Os
resultados indicaram que o método eletrônico foi
menos preciso que o método radiográfico.
Algum tempo depois, Moraes et al. (1988)
analisaram a capacidade do Foramatrom III em
registrar a ponta do instrumento 0,5mm aquém do
forame apical, em 21 canais radiculares. Os resultados
foram avaliados após os dentes serem extraídos,
através de lupa estereoscópica e radiografias. O
exame através de lupa demonstrou que o aparelho
Arquivo Brasileiro de Odontologia
18
foi fiel em 38,1% dos registros dos instrumentos no
canal radicular, 0,5mm aquém do forame apical. A
avaliação radiográfica mostrou a precisão de 42,8%.
As radiografias tomadas pela técnica da bissetriz foram
fiéis em 61,9% dos casos. Foi concluído que o
aparelho mostrou-se menos preciso que a radiografia,
porque não apontava o real posicionamento da ponta
do instrumento no canal radicular.
Além disto, Shabahang et al. (1996) avaliaram
in vivo a eficácia do localizador apical ROOT ZX
na presença de hipoclorito de sódio, sangue, água e
anestésico local. A odontometria de 26 raízes foi
realizada com o aparelho e comparada com tomada
radiográfica depois da introdução de lima endodôntica
no interior do canal. Os resultados demonstraram que
o localizador encontrou exatamente o forame apical
em 65,4% dos canais, enquanto que em 3,8% dos
casos o localizador ficou aquém e em 30,8% além do
forame apical.
Felippe et al. (1997) avaliaram a capacidade
do aparelho ROOT ZX para fornecer a medida do
elemento dentário in vitro. Para isto analisaram 315
dentes humanos unirradiculares, utilizando os métodos
direto e audiométrico. Em 96,4% dos dentes
analisados, as medidas realizadas com o aparelho
coincidiram com as fornecidas pelo método direto.
Também foi concluído que o aparelho testado é de
fácil manuseio, não necessitando calibragem a cada
nova medida, apresentando sinais audiovisuais de
ótima qualidade e podendo ser utilizado em canais
úmidos (sangue, exsudato ou soluções irrigadoras
como hipoclorito de sódio).
O mesmo aparelho foi também usado in vitro
por Jenkins et al. (2001), quando analisaram sua
precisão na presença de várias substâncias irrigantes
endodônticas: lidocaína com 1:100 de epinefrina a 2%,
hipoclorito de sódio a 5,25%, preparado RC, EDTA
líquido, peróxido de hidrogênio a 3% e Peridex, em
30 dentes unirradiculares extraídos. Os resultados
comprimento de trabalho na ausência da reabsorção
obtidos indicaram que o localizador eletrônico ROOT
foi de 1,025mm e na presença de reabsorção foi de
ZX mede confiavelmente canais longos com até
0,825mm. Não existiu diferença entre os dois grupos,
0,31mm e que os agentes irritantes empregados não
tendo sido concluído que o aparelho é preciso e
dificultaram ou impediram a determinação do
confiável para as duas diferentes situações.
comprimento de trabalho. Concluíram que o aparelho
Outro trabalho que publicou os resultados do
é preciso, útil, versátil para a determinação de canais
mesmo localizador apical foi o de Paravidino et al.
longos e sua eficácia não é comprometida,
(2004), quando avaliaram in vivo a localização
independente do tipo de irrigante utilizado na prática
anatômica da ponta do instrumento em relação ao
endodôntica.
forame apical, no momento da medição eletrônica.
Elayouti et al. (2002) também avaliaram in
Utilizaram 20 dentes humanos unirradiculares
vitro a habilidade do localizador apical ROOT ZX,
indicados para extração. Após administração de
para ser evitada a instrumentação além do forame
anestesia local, procedeu-se à abertura coronária,
apical. Utilizaram 30 pré-molares extraídos, com 43
isolamento absoluto, pulpectomia e irrigação dos
canais radiculares, e mediram seus comprimentos de
canais radiculares com solução de hipoclorito de sódio
trabalho, radiográfica e eletronicamente. Os resultados
a 5,25%. Em seguida, foi realizada a odontometria
demostraram que em 51% dos canais radiculares
com o referido aparelho e os valores foram registrados
testados radiograficamente houve perfuração do ápice
como medidas eletrônicas. Após exodontia, os dados
dental, enquanto que em 21% dos canais radiculares
foram comparados com 2 medidas diretas obtidas
testados com o localizador eletrônico houve também
com o auxílio de microscópio cirúrgico: a primeira
perfuração do ápice dental. Em 6 canais, ambas
com a ponta da lima posicionada na saída visual do
técnicas apresentaram medida superestimada. Foi
canal radicular (medida 1) e a outra com a ponta da
concluído que a complementação radiográfica da
lima posicionada numa linha virtual tangente às bordas
medida do comprimento de trabalho com o localizador
da abertura do forame apical (medida 2). Os
pode ajudar a evitar o posicionamento além do forame
resultados foram submetidos à análise estatística,
apical.
tendo sido demonstrado que não houve diferenças
Bolonhez et al. (2003) avaliaram a precisão
significantes entre as medidas eletrônicas e as medidas
do localizador apical eletrônico ROOT ZX na
2 (tangente) (p>0,05). Já entre as medidas eletrônicas
determinação do comprimento de trabalho em dentes
e as medidas 1 houve diferença estatisticamente
com e sem reabsorções radiculares apicais. Utilizaram
significante (p<0,01). Diante dos resultados obtidos,
20 dentes pré-molares inferiores unirradiculados
pode-se concluir que, no momento da medição
humanos, extraídos e com rizogênese completa,
eletrônica, a ponta do instrumento encontra-se
separados em 2 grupos. No primeiro foram utilizadas
localizada próxima da tangente às bordas da abertura
as medidas obtidas através da visualização direta da
do forame apical.
ponta do instrumento no ápice radicular menos 1mm,
Leonardo et al. (2005) utilizaram o motor
obtendo-se o comprimento de trabalho. O segundo
Dentaport ZX e instrumentos do sistema FKG
grupo foi mensurado com o localizador apical. Os
RaCeTM para tratamento de dente que apresentava
resultados mostraram que a média de leitura do
biopulpectomia. Os aparelhos apresentaram-se
Arquivo Brasileiro de Odontologia
19
seguros em razão de sua sensibilidade, sendo de
grande valia em razão da utilização do localizador
eletrônico foraminal, combinado com peça de mão,
determinando o preciso limite apical de
instrumentação. Concluíram que os aparelhos
possibilitaram rapidez na instrumentação e maior
conforto para paciente e profissional.
realizada pelo método de Ingle. Em seguida, foi
realizada a odontometria utilizando-se o localizador
apical testado. Na comparação com o método
radiográfico não houve diferença estatística
significante entre os grupos. Entretanto, o Endex
foi o que mais se aproximou do método radiográfico.
Silva et al. (2006) avaliaram in vitro a
confiabilidade de dois localizadores foraminais para
realização da odontometria em dentes decíduos. Foram
utilizadas 17 raízes de dentes unirradiculares e 17 de
dentes multirradiculares. A odontometria foi realizada
por meio de 2 localizadores foraminais eletrônicos:
ROOT ZX e SybronEndo. Os resultados
mostraram que, nos dentes unirradiculares não houve
diferença estatisticamente significante entre o CRT
obtido diretamente nos dentes e aquele obtido com o
uso dos 2 localizadores foraminais., os quais também
não evidenciaram diferenças entre si. Com relação aos
dentes multirradiculares, o SybronEndo apresentou
maior confiabilidade. Nesses dentes, o ROOT ZX
exibiu tendência de determinar medidas ligeiramente
superiores às reais.Concluíram que os localizadores
eletrônicos foram confiáveis na determinação da
odontometria em dentes decíduos unirradiculares,
embora somente um tenha demonstrado maior
confiabilidade para dentes multirradiculares.
MATERIAL
Mais recentemente, Souza et al. (2006)
avaliaram a eficiência de diferentes localizadores
eletrônicos apicais em relação ao método radiográfico
na obtenção da odontometria. Foram utilizados 30
dentes unirradiculares, com polpa vital ou necrótica
ou com indicação de retratamento endodôntico, de
pacientes selecionados independentemente de idade
ou sexo. Os elementos foram divididos em 3 grupos
(10 dentes), de acordo com o localizador eletrônico
apical utilizado, ROOT ZX, Endex e
Novapex.Com base na radiografia inicial, o
comprimento do dente foi estipulado e a odontometria
Arquivo Brasileiro de Odontologia
20
E MÉTODO
Foram utilizados 20 dentes multirradiculares in
vivo (molares e pré- molares) , totalizando 52 canais
que apresentavam-se com biopulpectomia (11) ou
necropulpectomia (41), de pacientes que
compareceram para tratamento endodôntico na
Clínica de Especialidades Odontológicas Brasil
Sorridente, no município de Varginha - MG, no 2o
semestre de 2006. A faixa etária variou dos 12 aos
45 anos de idade para os gêneros masculino e
feminino. Primeiramente, foi tomada a radiografia
periapical de diagnóstico, com a utilização de
posicionador radiográfico sem lima e mensurado cada
canal com régua milimetrada endodôntica
(IMAGEM). Em seguida, todos os pacientes foram
anestesiados, realizado isolamento absoluto e a
abertura da câmara coronária. Em seguida, foi
acoplada a lima tipo K (Maillefer) com respectivo
cursos ao localizador apical eletrônico ROOT ZX II®
(J. Morita- Brasil) (Fig. 1) e inserida no canal até atingir
Figura 1 - Aparelho Root ZX II
o CRT, observado no visor digital do aparelho (Fig.
2). A lima e cursor foram retirados e a medida da lima
foi mensurada com a mesma régua milimetrada
endodôntica. Posteriormente, foi realizada a segunda
proporcionando aparelhos cada vez mais precisos,
para que a mensuração do dente e localização do
forame apical seja mais eficiente (Felippe et al, 1997;
Bolonhez et al. 2003).
Os resultados obtidos neste trabalho estão de
acordo com os de diversos pesquisadores (Bolonhez
et al., 2003; Leonardo et al., 2005; Jenkis et al.,
2001; Silva et al., 2006; Souza et al., 2006),
demonstrando que os localizadores apicais eletrônicos
são eficientes e confiáveis para a odontometria.
Agora também foi enfatizada a eficiência do
Figura 2 - Visor do Root ZX II, a cor verde, indicada pela seta,
mostra o CRT ideal
radiografia convencional, sem o posicionador
endodôntico, com a lima calibrada na medida
determinada com o localizador eletrônico, para
confirmar ou não o CRT. Todas as 3 medidas
anteriores foram anotadas e submetidas ao tratamento
estatístico (Tabela 1). Nos casos de biopulpectomia,
foram realizados a pulpotomia, odontometria, preparo
químico-mecânico com hipoclorito de sódio a 2% e
obturação dos canais radiculares. Para os casos de
necropulpectomia, fêz-se a neutralização do conteúdo
séptico/tóxico com hipoclorito de sódio a 2%,
odontometria, preparo químico-mecânico e obturação
dos canais.
Root ZX II®, quando são analisados os resultados
observados na determinação do comprimento dos
condutos, uma vez que em 48 dos 52 canais avaliados
houve coincidência entre a medida fornecida pelo
aparelho e a obtida pela medição direta. Nos casos
de biopulpectomia (11 canais), houve diferença na
medida fornecida pelo aparelho e a obtida pela
medição direta em 9,09 % dos casos. Já nos casos
de necropulpectomia (41 canais), a diferença foi de
5,76%.
Por outro lado, existem trabalhos (Becker et
al., 1980; Moraes et al., 1988) em que o método
eletrônico para determinar o comprimento de trabalho
foi menos preciso que o método radiográfico,
discordando dos resultados deste trabalho.
O propósito deste trabalho não é abolir a
RESULTADOS
Os resultados não mostraram diferença
estatisticamente significante (p>0,05), tanto para os
casos de bio quanto os de necropulpectomia (Tabela
1), ou seja, as 3 medidas foram semelhantes.
técnica radiográfica na determinação do CRT, mas
sim, que o método eletrônico sirva como meio auxiliar
de segurança para os endodontistas em algumas
situações clínicas onde o método radiográfico é
contra-indicado ou ineficaz, tais como: pacientes que
não podem receber radiações ionizantes adicionais,
DISCUSSÃO
Na tentativa de minimizar falhas na
odontometria, significativos avanços tecnológicos vêm
dentes que apresentam dificuldades na localização
radiográfica do ápice radicular por sobreposição de
estruturas anatômicas, pacientes com náuseas ou,
ainda, gestantes.
Arquivo Brasileiro de Odontologia
21
Tabela 1 - Distribuição das 3 medidas do CRT
Canal
V
P
V
P
1 a medida
220
210
220
220
2 a medida
200
185
220
220
3 a medida
200
190
220
220
36
MV
DV
140
140
130
130
130
130
F
19
MV
ML
170
170
170
170
170
170
5 (Bio)
F
29
D
V
170
210
170
210
170
210
6 (Necro)
F
26
P
DV
MV
P
210
180
180
200
210
180
180
200
210
180
180
200
7(Necro)
F
38
DV
MV
190
190
180
180
170
170
8 (Necro)
F
15
9 (Necro)
F
36
P
V
P
DV
210
190
190
190
200
190
190
200
200
190
190
200
MV
P
190
190
200
200
200
200
MV
ML
D
MV
100
110
170
200
100
110
170
180
120
130
180
180
ML
D
200
200
170
200
170
200
Paciente
1 (Bio)
Sexo
M
Idade
33
2 (Bio)
F
21
3 (Bio)
F
4 (Bio)
10 (Necro)
M
22
11 (Necro)
F
36
12 (Necro)
M
45
V
P
220
220
210
210
210
210
13 (Necro)
M
23
V
P
210
210
210
210
210
210
14 (Necro)
F
33
15 (Necro)
F
19
P
MV
DV
D
170
170
170
180
170
170
170
180
170
170
170
180
MV
ML
190
200
190
200
190
200
D
MV
ML
P
210
210
210
210
200
200
200
200
200
200
200
200
MV
DV
200
190
190
180
190
180
200
180
180
210
200
180
180
210
200
180
180
210
210
200
210
200
210
200
16 (Necro)
F
16
17 (Necro)
F
26
18 (Necro)
F
12
19 (Necro)
M
24
D
MV
ML
V
20 (Necro)
M
38
P
P
MV
170
170
170
DV
160
160
160
Legenda
1ª Medida: Radiografia de diagnóstico, régua milimetrada marca IMAGEM
2ª Medida: Medida com ROOT ZX II
3ª Medida: Medida da lima calibrada (ROOT ZX II) + radiografia convencional
Arquivo Brasileiro de Odontologia
22
p=0.823 somente entre os Bios
Bio
p=0.582 somente entre os necros
CONCLUSÕES
Diante da metodologia empregada e os
resultados encontrados pode ser concluído que:
– as 3 medidas do comprimento real de
trabalho foram semelhantes para os métodos
radiográfico e eletrônico, tanto para os casos de bio
quanto os de necropulpectomia;
– o método eletrônico pode ser usado com
segurança na odontometria.
Agradecimento especial
Agradecemos o empréstimo do Aparelho Root
ZX II , gentilmente cedido pela J. Morita do Brasil,
indispensável para a realização desta pesquisa.
®
with the respective curser was coupled to the electronic
apical position locator and inserted in the canal until
the real working length was attained. The file and
cursor were removed and the file measurement was
taken with the same millimetric endodontic ruler.
Afterwards, a radiograph was taken with the file
calibrated to the measurement determined by the
electronic apical position locator to verify whether or
not the RWT was confirmed. The results showed no
statistically significant difference (p >0.05) both for
the cases of bio- and necropulpectomy. It was
concluded that the measurements were similar for both
methods and that the Root ZxII could safely be used
in odontometry.
DESCRIPTORS
ABSTRACT
There are several methods for determining the
real working length (RWL) of a tooth, and the most
modern way of taking this measurement is by means
of an electronic apical position locater. Some of these
appliance have shown to be really efficient for
determining the RWL, even dispensing with
conventional radiography, however, others have not
been as effective, and are contra-indicated as
substitutes for conventional radiographic techniques.
The aims of this study were to verify whether the RWL
measurements obtained by the Apical Root ZX II
position locator are compatible with those obtained
by means of conventional radiography, and whether
the electronic method can be safely used. In this
research, 20 multirooted teeth were used in vivo, in
total 52 canals. All patients were anesthetized, and
absolute isolation and opening of the coronal chamber
were performed. After opening the canals,
conventional periapical radiographs for diagnosis
without file were taken, and each canal was measured
with a millimetric endodontic ruler. Next, a type K file
Apical position locator, Root canal, Odontometry.
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Arquivo Brasileiro de Odontologia
23
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comparados com método radiográfico na
odontomeetria. Anais 23º Encontro SBPqO, 94-0.
Atibaia;2006.
Recebido em: 19/04/2007
Endereço para correspondência:
Aceito em: 22/06/2007
Cristiane Bonetti
Rua: Alferes Joaquim Antônio, 157
37010-600 – Varginha - MG
Email: [email protected] e
[email protected]
Arquivo Brasileiro de Odontologia
24
Arq bras odontol 2007; 3(1):25-31
ISSN 1808-2998
DISPLASIA CEMENTO-ÓSSEA FLORIDA
RELATO DE CASO CLÍNICO
FLORID
CEMENTO-OSSEOUS DYSPLASIA
–A
CASE REPORT
Carolina Rebello Alves1
Flávio Ricardo Manzi2
Resumo: A displasia cemento-ósseo florida é uma lesão assintomática fibro-óssea, na qual há a
substituição de tecido ósseo por tecido conjuntivo fibroso e, posteriormente, com a maturação da lesão, deposição
de material mineralizado (cemento e osso) até atingir a fase final, o qual as trabéculas individuais e a massa de
cemento e osso fundem-se, formando grandes massas lobulares. Aparece nas áreas dentadas dos maxilares. Sua
etiologia ainda não está bem definida e geralmente não é necessária nenhuma forma de tratamento, exceto nas
lesões mais agressivas e sintomáticas. Possui predileção por paciente do gênero feminino, melanoderma de meia
idade. Radiograficamente, a lesão apresenta três aspectos: primeira fase de lise óssea proporcionando rarefação
óssea periapical (radiolúcido), segunda fase ou cementoblástica caracterizada pela deposição de material
mineralizado proporcionando uma imagem mista e fase final com grandes massas radiopacas. A biópsia é contraindicada para evitar infecção de difícil tratamento. Será descrito o caso clínico de uma mulher negra de 46 anos de
idade, que procurou a Clínica de Radiologia a pedido do periodontista, para a realização de exames radiográficos.
Após esses exames e o exame de vitalidade pulpar foi diagnosticada a displasia cemento-óssea florida. Como
tratamento, foi instituído o acompanhamento radiográfico e raspagem supragengival, devido à presença de
gengivite.
Descritores: Diagnóstico por imagem; Doenças maxilomandibulares, Doenças ósseas
Introdução
A displasia cemento óssea florida, também
conhecida como displasia óssea ou fibroma cementoossificante é um grupo de lesão fibro óssea em que
há substituição de tecido ósseo por tecido conjuntivo
fibroso, com a maturação, o trabeculado ósseo se
torna espesso com estruturas curvilíneas, na fase final
trabéculas individuais fundem-se e formam massas
lobulares. Possui etiologia desconhecida, porém por
possuir características histopatológicas semelhantes
com as estruturas do ligamento periodontal pode ser
que tenha origem nessa estrutura (Bencharit et al.,
2003). Outros autores acreditam que a displasia
cemento óssea florida representa um defeito
extraligamentar no osso em remodelação, que pode
ser ativado por fatores locais e possivelmente
correlacionado a um desequilíbrio hormonal
subjacente (Neville et al., 2004). A lesão aparece
com envolvimento multifocal não limitado à região
anterior da mandíbula, possui predileção por mulheres
negras e pacientes de meia-idade aos mais idosos.
Existe uma tendência marcante para a bilateralidade,
1
Aluna de graduação de Odontologia da PUC-Minas
2
Professor Adjunto da PUC-Minas e Professor Colaborador da FOP-UNICAMP
Arquivo Brasileiro de Odontologia
25
e geralmente o envolvimento é bastante simétrico, não
sendo incomum encontrar lesões extensas em todos
os quatro quadrantes posteriores. Existem casos em
que a displasia cemento óssea florida é uma
característica familiar, herdada como autossômica
dominante com expressão fenotípica variável (White
& Pharoah, 2000).
Clinicamente, as lesões se limitam aos ossos
maxilares nas regiões periapicais de dentes, os quais
apresentam vitalidade pulpar. Estas lesões ocorrem
em todos os quadrantes, porém geralmente não
causam expansão óssea. Como a grande maioria das
displasias cemento-óssea florida são assintomáticas,
estas são descobertas casualmente durante um exame
radiográfico de rotina. As lesões se tornam
sintomáticas na presença de infecção secundária, que
pode ser originada de exodontias, compressão
exercida por próteses mal adaptadas, ou outro motivo
que este tecido seja exposto, como nas cirurgias
periodontais e biópsias (Waldron, 1993).
MacDonald-Jankowski (2003) compararam a
prevalência da displasia cemento-ósseo florida em
relação à raça. Pesquisaram 156 mulheres que
possuíam a lesão, identificando que 59,6% das
pacientes eram negras, 37,2% eram orientais e 3,2%
das pacientes eram índias ou caucasianas (só em três
índios foi identificada a doença). Conclui então que a
doença é relativamente rara na Índia, sendo negra a
maioria da população afetada. A idade mais propensa
para ocorrer a doença foi entre os 47 e 49 anos.
A doença pode ser completamente
assintomática e, em tais casos, só é descoberta em
exame radiográfico de rotina. Em outras
circunstâncias, o paciente pode queixar-se de dor
intensa, havendo exposição do osso alveolar,
avascular, amarelado, na cavidade bucal. Embora
raramente seja um achado proeminente, algum grau
de expansão pode ser observado em uma ou mais
Arquivo Brasileiro de Odontologia
26
áreas envolvidas. Radiograficamente, a lesão
apresenta três aspectos: primeira fase de lise óssea e
substituição por tecido fibroso proporcionando
rarefação óssea periapical (radiolúcido), segunda fase
ou cementoblática caracterizada pela deposição de
material mineralizado proporcionando uma imagem
mista e fase final com grandes massas radiopacas. O
tamanho pode variar de menos de 1 cm até 10 cm
(Ackermann & Altini, 1992). A lesão não é
circunscrita, sendo inicialmente radiolúcida, com a
maturação (substituição de osso alveolar por tecido
conjuntivo fibroso), se torna progressivamente mista
e depois radiopaca com só uma borda periférica fina
radiolúcida. Em algumas ocasiões, uma lesão pode
se tornar quase totalmente radiopaca e misturar-se
com o osso subjacente aparentemente normal
(Kramer et al., 1992; White & Pharoah, 2000,
Neville et al., 2004).
Histologicamente, o tecido consiste em
fragmentos de tecido celular mesenquimal composto
de fibroblastos fusiformes e fibras colágenas com
numerosos vasos sanguíneos de pequeno calibre.
Áreas de hemorragia livre são geralmente
observadas ao longo da lesão. Neste tecido
conjuntivo fibroso de fundo há uma mistura de osso
trabeculado, osso lamelar e partículas semelhantes
ao cemento. A porção de cada material
mineralizado varia de lesão para lesão e de área
para área em locais individuais de envolvimento.
Como as lesões amadurecem e se tornam mais
escleróticas, a quantidade de tecido conjuntivo
fibroso diminui em relação ao tecido mineralizado.
Com a maturação, o trabeculado ósseo se torna
espesso com estruturas curvilíneas. Com a
progressão para a fase radiopaca final, trabéculas
individuais fundem-se e formam massas lobulares
compostas de lençóis ou glóbulos fusionados de
material cemento-ósseo relativamente celular e
desorganizado (Neville et al., 2004).
O diagnóstico da displasia cemento óssea
florida é realizado por meio de uma série de
radiografias e exame clinico, já que a biópsia é contra
indicada; pois aumenta o risco de infecção ou fratura
da mandíbula e a remoção não é o tratamento indicado
para tal lesão (Melrose et al., 1976; Bencharit et al.,
2003). Como a maioria das lesões são assintomáticas
não é necessário nenhum tratamento, pois não causam
nenhum problema para o paciente. O paciente deve
ser acompanhado anualmente para se garantir que não
existe nenhuma mudança na benignidade da lesão (a
transformação maligna é rara, mas pode ocorrer); e
deve ser realizado a profilaxia e o reforço na boa
higiene bucal domiciliar para controlar a doença
periodontal e prevenir a perda do dente (Toffanin et
al., 2000; Freitas et al., 2006). Como o início dos
sintomas é normalmente associado com exposição das
massas escleróticas na cavidade bucal, biópsia ou
extração eletiva de dente deveriam ser evitadas. Em
outras circunstâncias, os sintomas começam depois
da exposição da massa esclerótica na cavidade bucal
como resultado da atrofia alveolar progressiva
debaixo de uma dentadura. Os pacientes afetados
devem ser encorajados a manter os seus dentes para
prevenir o desenvolvimento de sintomas mais tarde.
A conduta no paciente sintomático é mais difícil. Nesta
fase, há um componente inflamatório na doença e o
processo é basicamente uma osteomielite crônica
envolvendo osso displásico e cemento, isso ocorre
porque a circulação sanguínea fica prejudicada na área
afetada pela lesão. Antibióticos podem ser indicados,
mas geralmente não são eficazes, devido à
característica avascular da lesão. Cirurgias podem ser
necessárias, mas causam defeitos ósseos, que podem
ser corrigidos por meio de enxertos ósseos
vascularizados. A sequestração das massas
escleróticas de cemento ocorrem lentamente e são
seguidas de cura. A saucerização de osso necrótico
pode acelerar a cura. Quando presente esclerose
significante, as lesões têm propensão à necrose com
provocação mínima (Melrose et al., 1976; Waldron,
1993; Bencharit et al., 2003; Neville et al., 2004).
CASO CLÍNICO
Uma mulher 46 anos de idade, melanoderma;
procurou um periodontista queixando-se de aumento
gengival. O periodontista realizou os exames iniciais
e, para avaliar o suporte ósseo dos elementos dentais,
encaminhou a paciente para uma clinica de radiologia,
para que fossem realizadas radiografias periapicais e
panorâmica. Ao se analisar o exame radiográfico
notou-se a presença de áreas radiolúcidas nas regiões
periapicais na arcada superior e radiolúcidas e
radiopacas (mista) na arcada inferior, simétricas e não
circunscritas (Figuras 1 e 2). Ao exame físico, nenhuma
anormalidade foi detectada. A mucosa apresentavase integra e não havia expansão óssea (Figura 3). As
lesões foram observadas em toda a arcada superior
e inferior, compatível com displasia cemento óssea
florida. Devido aos aspectos clínicos como a raça,
idade, ausência de sintomatologia, aspectos
radiográficos, além do teste de vitalidade pulpar
positivo em todos os dentes, o diagnóstico final foi de
displasia cemento-óssea florida. Como o diagnóstico
foi obtido pelas características clínicas e radiográficas,
a biópsia não foi realizada, para evitar risco de infecção
secundária.
Para o tratamento foram realizadas raspagens
supragengivais, devido à presença de gengivite. A
displasia cemento-óssea florida apresentada pela
paciente é assintomática, não possui nenhuma área
de expansão óssea e não foi identificado nenhuma
infecção secundária. A paciente também foi
encorajada a manter boa higiene bucal, para prevenir
perda dos dentes e periodontite severa, que poderia
originar infecção no osso. Optou-se, assim, pelo
acompanhamento radiográfico da lesão.
Arquivo Brasileiro de Odontologia
27
Figura 1 - Radiografia panorâmica, na qual podem ser observadas imagens mistas (radiolúcida
com massa radiopaca) bilaterais, tanto na arcada inferior como na superior.
Figura 2 - Exame periapical completo. Note que na arcada superior a displasia cemento-óssea
florida ainda se apresenta na primeira fase (osteolítica), enquanto na arcada inferior apresenta-se
na segunda fase (cementoblástica), proporcionando imagens radiolúcida e mista, respectivamente.
Figura 3 - Aspecto clínico do caso. Não havia expansão óssea ou coloração anormal na mucosa.
Figura 4 - Exame periapical de acompanhamento da boca toda. Não houve mudança no padrão da lesão
Arquivo Brasileiro de Odontologia
28
Comparando-se a primeira radiografia com a
radiografia de acompanhamento, realizada após um
ano e quatro meses, observou-se que não havia
mudança no padrão da lesão, tanto na arcada superior
como na arcada inferior (Figura 4).
DISCUSSÃO
As displasias cemento-ósseas são
normalmente classificadas em três grupos principais,
dependendo da extensão da lesão e dos aspectos
radiográficos: periapical (ocorre na região periapical
dos dentes e é bilateral), focal (presença de uma
lesão única) e florida ( massa esclerótica simétrica)
(Jerjes et al., 2005).
O termo displasia cemento-óssea florida foi
proposto na segunda edição do “World Health
Organization´s” (Kramer et al., 1992). Por ser uma
lesão assintomática e benigna, nenhum tratamento é
indicado ou necessário. Porém, devem ser realizadas
radiografias de controle por muitos anos, para se
assegurar que não haja mudança na benignidade da
lesão (White & Pharoah, 2000; Neville et al., 2004).
Quando houver infecções secundárias, o tratamento
conservador é indicado com antibioticoterapia
(Waldron, 1993). Contudo, o tratamento mais radical
é requerido, quando o conservador não soluciona o
problema (Neville et al., 2004; Freitas et al., 2006).
A natureza avascular da lesão normalmente complica
o tratamento, contribuindo para a necrose do osso
periapical, que pode não responder ao tratamento
conservador, inclusive a antibioticoterapia.
Intervenções cirúrgicas podem ser necessárias,
deixando um defeito periapical no arco, requerendo
reconstrução com enxertos ósseos. Enxertos ósseos
vascularizados devem ser realizados quando a
reconstrução primária é requerida ou quando o
defeito é maior que 9 mm; em defeitos menores que
9 mm e com contorno ósseo crítico é sugerido usar
enxerto não vascularizado (Bencharit et al., 2003).
O diagnóstico da displasia cemento-óssea
florida é concluído por meio dos aspectos clínicos e
radiográficos. Inicialmente a lesão é radiolúcida e
com a maturação (aumento da quantidade de tecido
mineralizado em relação ao tecido conjuntivo
fibroso); torna-se mista e, por último, radiopaca. Não
é recomendada a realização de biópsia, ao contrário
de outras lesões que acometem a mandíbula, pois
aumenta os riscos de infecção e fratura da
mandíbula. Além disto, a remoção cirúrgica não é o
tratamento indicado para este tipo de lesão. Deve
ser realizado o diagnóstico diferencial com a
Síndrome de Gardner e com a Síndrome de Paget
(Lahbabi et al., 1998). A displasia cemento-óssea
florida localiza-se acima do canal da mandíbula,
enquanto a doença de Paget afeta toda a mandíbula,
além de ser uma doença poliostótica. Outra lesão
que pode ser incluída no diagnóstico diferencial é a
osteomielite esclerosante difusa, embora esta seja
única e mal delimitada, além do dente envolvido não
apresentar vitalidade pulpar. Gonçalves et al. (2005)
acrescentaram que a osteomielite envolve o corpo
da mandíbula da região alveolar até a base, podendo
chegar ao ramo ascendente, o que não ocorre na
displasia cemento-óssea florida.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A displasia cemento-óssea florida é uma
condição autolimitante, não inflamatória, assintomática
e benigna. O correto diagnóstico e a sintomatologia
são importantes para o plano de tratamento adequado.
Como este caso, se não houver sintomatologia, deve
ser realizado apenas o acompanhamento radiográfico,
inicialmente semestral e posteriormente anual. Quando
as lesões são sintomáticas, primeiramente devem ser
tratadas com antibioticoterapia. Não havendo
melhora, a remoção deve-se ser realizada.
Arquivo Brasileiro de Odontologia
29
ABSTRACT
The florid cemento-osseous dysplasia is a fibroosseous asymptomatic lesion, characterized by the
replacement of the fibrous connective tissue. After,
with the maturation of the lesion, deposition of
mineralized material (cemento and bone) until reaching
the final phase, which individual trabeculae and the
cemento mass and bone are established, forming great
lobular masses. It appears in the dentated areas of
jaws. Its etiology is still not well defined and generally
it is not necessary any treatment form, except in more
aggressive and symptomatic lesions. It possesses
predilection for patient of the feminine sex, middle age
black women. Radiographically, the injury presents
three aspects: in the first phase the bone
decomposition occurs providing periapical bone
rarefaction (radiolucent), the second phase,
cementoblastic, is characterized for the deposition of
mineralized material providing a mixed image and final
phase with great radio-opaque masses. The biopsy is
contraindicated to prevent infection of difficult
treatment. A case report of a black woman of 46 years
will be described. She came into the radiology clinic
in order of the periodontist, for the accomplishment
of radiographic examinations. After these examinations
and the vitality examination was discovered that she
has florid cemento-osseous dysplasia. As treatment,
it was instituted the radiographic following up and
supra-gingival scraping due to the periodontitis.
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Recebido em: 30/03/2007
Aceito em: 30/04/2007
Endereço para correspondência:
Flávio Manzi
Faculdade de Odontologia – PUC Minas
Av. Dom José Gaspar, 500 – Prédio 45
30535-901 - Belo Horizonte – MG
E-mail: [email protected]
Arquivo Brasileiro de Odontologia
31
Arq bras odontol 2007; 3(1):32-37
ISSN 1808-2998
ATENDIMENTO
ODONTOLÓGICO SOB SEDAÇÃO ENDOVENOSA DE PACIENTE
COM SÍNDROME DE JOUBERT. RELATO DE CASO CLÍNICO
THE
USE OF ENDOVENOUS SEDATION ON DENTAL TREATMENT OF A PATIENT
WITH JOUBERT SYNDROME
Luís Cândido Pinto da Silva1
Alessandra Duarte Gondim de Almeida2
Cláudia Valéria de Sousa Resende Penido3
Roberval de Almeida Cruz4
Resumo: A síndrome de Joubert é uma doença rara, decorrente de malformação do cerebelo, com fenótipos
e genótipos variados, que é caracterizada pela falta de coordenação motora e retardo no desenvolvimento
neuropsicomotor do paciente. O objetivo deste trabalho é relatar o caso clínico de uma criança com diagnóstico
de Síndrome de Joubert e seus distúrbios comportamentais, que impediam o atendimento odontológico em
condições normais. Devido ao grande comprometimento da saúde bucal, o tratamento odontológico foi realizado
com o auxílio de sedação venosa, conduzida por médico-anestesista, em ambiente clínico adequado. Tal abordagem
possibilitou a execução do plano de tratamento ideal, atenuando, significantemente, os problemas bucais
normalmente existentes no tipo paciente afetado.
Descritores: Pacientes odontológicos com necessidades especiais; Sedação endovenosa; Síndrome de
Joubert.
INTRODUÇÃO
A Síndrome de Joubert é alteração genética
rara, também conhecida como Síndrome de JoubertBoltshauser, primeiramente descrita por Marie Joubert
em 1969 e por Eugene Boltshauer e Werner Isler em
1977, tendo sido descritos pouco mais de 200 casos
na literatura médica. Pertence ao grupo das ataxias
hereditárias, que são distúrbios de coordenação dos
movimentos provocados por danos na estrutura ou
no metabolismo do cerebelo, levando a manifestações
clínicas evidentes de ataxia, perda do tônus muscular,
perda da coordenação motora, nistagmo (movimentos
1
2
3
4
oculares anormais), alteração de marcha e postura,
refletindo a interrupção dos circuitos corticais e
nucleares cerebelares (Campistol, 2002; Lima, 2003).
A prevalência da síndrome foi descrita como
sendo de 1:100.000-1:150.000 para crianças nascidas
vivas e tem caráter hereditário autossômico recessivo.
É uma síndrome heterogênica, com fenótipos e
genótipos (9q34.3/11p12-q13.3) ainda não definidos,
o que promove grande variedade de achados clínicos,
associados ou não a alterações neurológicas (Joubert
et al., 1969; Boltshauser & Isler, 1977; Saar et al.,
1999; Keeler et al., 2003; Valente et al., 2003).
Mestre em Odontopediatria pela PUC Minas. Professor da FO/PUC Minas
Mestre em Odontopediatria pela PUC/MG
Doutora em Odontopediatria pela UNESP. Professora da PUC Minas
Docente Livre em Odontopediatria pela UERJ. Professor da PUC Minas
Arquivo Brasileiro de Odontologia
32
O diagnóstico da síndrome é baseado na
interação de características clínicas com os achados
tomográficos e genéticos. Existem critérios clínicos
para o diagnóstico, podendo a doença ser classificada
em anomalias comuns, anomalias associadas e
anomalias ocasionais. As anomalias comuns são
hipotonia desde o nascimento, ataxia, atraso no
desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM),
movimentos oculares anormais e ritmo respiratório
alterado, com taquipnéia e apnéia, agenesia ou
hipoplasia do verme cerebelar. As anomalias
associadas são descritas como as faciais, polipnéia
episódica, displasia de retina, colobomas, estrabismo,
ptoses, apraxia oculomotora com movimentos
horizontais e verticais e cistos renais. As anomalias
ocasionais são a polidactilia, micro/macrocefalia,
refluxo gastroesofágico, tumores linguais, epilepsia,
cardiopatias congênitas, atresia duodenal e de coanas,
fibrose ocular, escoliose e meningocele (Maria et al.,
1999). No recém-nascido, as características podem
ser obtidas através de ultra-som pré-natal e exame
clínico pós-natal, podendo ser detectado agenesia do
verme cerebelar, episódios de alteração do padrão
respiratório com aumento da taxa respiratória, nódulo
bilateral na língua, nistagmo e distrofia de retina (Aslan
et al., 2002). Alterações clínicas secundárias também
foram identificadas, incluindo pigmentação de retina,
perda severa de visão, discinesias buco-linguo-faciais,
tumores na língua, epiglote bífida, escoliose,
cardiopatia congênita, rins policísticos, convulsões,
ventriculomegalia e polidactilia bilateral de pés e mãos
(Sztriha et al., 1999; Barreirinho et al., 2001;
Solomon et al., 2001; Sung et al., 2001). Além do
exame clínico, a avaliação da criança deve incluir
ressonância magnética, exame de retina, ultrasonografia renal, eletroretinograma e exame genético.
Os exames são necessários para correlacionar as
características clínicas que definem a síndrome, com
a presença do “sinal do dente molar” (imagem
observada no interior do cerebelo semelhante à forma
dentária), que é o achado tomográfico patognomônico
(Quisling et al., 1999; Padgett et al., 2002). O “sinal
do dente molar” é definido como a anormalidade na
região do mesencéfalo, aprofundamento da fossa
interpeduncular, pedúnculos cerebelares
proeminentes, achatados e afilados (Figura 1), que
está presente em 85% dos casos diagnosticados da
síndrome (Maria et al., 1999). Outras imagens podem
fazer parte da síndrome, como o aumento do quarto
ventrículo com formato de asa de morcego, além de
displasia do bulbo e dilatação da cisterna magna
(Barreirinho et al., 2001).
Figura 1 - Tomografia do crânio evidenciando o “sinal do
dente molar”
A presença somente da alteração neurológica,
sem a manifestação do fenótipo, não define diagnóstico
de síndrome de Joubert, podendo estar
correlacionado com outras enfermidades neurológicas
(Solomon et al., 2001). O prognóstico varia de
acordo com a severidade da malformação cerebelar
e, geralmente, é desfavorável, com a criança
apresentando déficits cognitivos, retardo de moderado
a severo no DNPM, transtornos de comportamento
com hiperatividade, agressividade e dependência
social4. Devido à heterogeneidade clínica, genética e
evolutiva da síndrome, o prognóstico deve ser dado
Arquivo Brasileiro de Odontologia
33
depois de acurada avaliação neuro-psico-motora,
fornecendo à família informações realistas sobre a
capacidade de desenvolvimento da criança, assim
como o prognóstico correto em todas as áreas. O
relato de quatro pacientes de 2 a 12 anos de idade
apresentando evolução favorável, com graus de
inteligência mediana, capacidade de comunicação e
compreensão da linguagem e retardo motor leve,
reforça estas afirmações (Rivero-Martinez &
Castroviejo, 2002).
O objetivo deste trabalho é apresentar o caso
clínico de um paciente com a síndrome de Joubert,
descrevendo a conduta para a realização do exame
clínico e do plano de tratamento odontológico, sob
sedação endovenosa, adotado para atenuar sua
péssima condição de saúde bucal.
RELATO
DO
CASO CLÍNICO
Paciente de 8 anos de idade, gênero masculino
(Figura 2), foi encaminhado à Clínica de Atendimento
de Pacientes com Necessidades Especiais, da
Faculdade de Odontologia da PUC/MG,
apresentando fratura nos incisivos superiores, devido
a queda, e lesões cariosas nos molares decíduos e
permanentes.
Durante a anamnese, foi relatado pela mãe que
seu filho já havia sido diagnosticado como portador
da síndrome de Joubert, que apresentava traços
autistas, coordenação motora afetada, hipotonia
desde a primeira infância, além de dores de cabeça e
vômitos freqüentes, precedentes a crises convulsivas.
Na tentativa de realização de exame clínico inicial, o
paciente foi extremamente não cooperador e
agressivo. Devido à alteração cognitiva e retardo no
DNPM, não realizava a higiene bucal diária,
consumindo usualmente dieta pastosa com elevado
teor de sacarose.
Não foi possível a tomada de radiografias
diagnósticas e o planejamento do tratamento
odontológico, sendo o paciente encaminhado para o
médico anestesista da equipe. Durante a consulta, foi
realizada a anamnese específica, o exame físico de
rotina, com ectoscopia e exames cardiológico e
pulmonar, além da solicitação de exames
complementares, principalmente o exame de sangue
(hemograma: eritrograma e leucograma; contagem de
plaquetas, glicemia em jejum, dosagem de creatinina
para verificação da função renal, coagulograma,
função plaquetária, tempo de sangramento, tempo de
coagulação e tempo de tromboplastina parcial ativado
(PTTA).
Tendo o paciente sido considerado apto para
o procedimento, foi tomada a decisão para o
atendimento sob sedação endovenosa, seguindo-se
os seguintes passos:
Figura 2 - Vista frontal do paciente com síndrome de Joubert
Arquivo Brasileiro de Odontologia
34
a)
Pré-sedação: Dormonid® (maleato de
midazolan) (Produtos Roche Químicos e
Farmacêuticos, São Paulo – SP), via nasal, 0,5 mg/
kg. Após 20 minutos, foi realizada a venóclise, com a
finalidade de manutenção do acesso venoso e
colocação de soro glicosado isotônico a 5%, para a
reposição hídrica de glicose. O paciente recebeu
oxigênio por via nasal, assim como a atropinização,
para manter a cavidade bucal seca e a prevenção de
reflexo cardíaco.
Após a conclusão das intervenções, iniciou-se
o período de recuperação do paciente (duração de 1
hora) (Figura 4). Foram dadas as recomendações
pós-operatórias, em relação à dieta e a ingestão de
antieméticos e analgésicos, em caso de necessidade.
b)
Sedação: Diprivan® (propofol)(Astra
Zeneca do Brasil Ltda, São Paulo – SP) em infusão
contínua.
c)
Fentanil® (citrato de fentanila)(1,0 µg/
kg)(Janssen-Cilag, Farmacêutica, São Paulo – SP).
Desta maneira, foi realizado o exame clínico e
estabelecido o plano de tratamento, depois de
constatada a fratura dos ângulos mesiais dos dentes
anteriores superiores, existência de quadro dramático
de atividade de cárie, afetando todos os dentes
posteriores decíduos e permanentes, e quadro
periodontal alterado. Então, optou-se pelo tratamento
restaurador, com resina fotopolimerizável nos dentes
anteriores, amálgama de prata nos dentes posteriores
e tratamento da condição periodontal, em ambiente
adequado (Figura 3), adotando-se o auxílio da
anestesia infiltrativa local para os procedimentos
cirúrgicos. Durante a realização dos procedimentos,
foram continuamente monitoradas as condições
cárdio-respiratórias do paciente.
Figura 3 - Paciente sedado sendo submetido ao tratamento
Figura 4 - Fase final do tratamento, na recuperação do paciente
DISCUSSÃO
E
CONCLUSÕES
O tratamento odontológico sob sedação
objetiva a redução da ansiedade, proporcionando
maior conforto e tranqüilidade ao paciente,
principalmente em tratamentos mais demorados.
Especificamente em relação aos pacientes com
necessidades especiais, o cirurgião-dentista
freqüentemente se depara com situações nas quais
torna-se necessário lançar mão de métodos que o
auxiliem na abordagem odontológica adequada,
facilitando a realização dos procedimentos e
melhorando a qualidade do tratamento oferecido.
A sedação endovenosa possibilita a obtenção da
hipnose, proporcionando a redução controlada do nível
de consciência, ao manter as vias aéreas respiratórias
devidamente oxigenadas e a respiração espontânea
adequada. Deve ser ministrado maleato de midazolan
como pré-sedativo, atropina para manter os níveis
adequados de umidade da cavidade bucal e prevenção
de possíveis padrões anormais de reflexos cardíacos. A
analgesia propriamente dita é proporcionada pelo
Arquivo Brasileiro de Odontologia
35
hipnótico propofol, através de infusão contínua, cuja
característica de meia vida curta (3 a 5 minutos)
proporciona menor tempo de recuperação. A associação
com o citrato de fentanila tem efeito analgésico,
potencializando a ação hipnótica (Sousa, 1966).
A sedação endovenosa, especialmente naqueles
pacientes com necessidades especiais, deve ter
indicação bem feita e precisa, e é obrigatória a realização
dos exames pré-anestésicos, visando o abrandamento
da pressão psicológica que o procedimento exerce
sobre a família do paciente, prevenindo intercorrências
potencialmente perigosas e evitando efeitos secundários,
tanto de atos cirúrgicos, quanto de efeitos não desejados
das drogas utilizadas.
Exames pré-anestésicos e monitorização dos
sinais vitais do paciente, através de equipamentos que
mostram seus batimentos cardíacos, sua temperatura
corporal, pressão arterial e a saturação de oxigênio
devem ser obrigatoriamente realizados.
A escolha e a condução do processo de
sedação são de responsabilidade médica,
preferencialmente do anestesista, representando
processo auxiliar da terapêutica de grande eficácia
no tratamento odontológico, principalmente aplicável
em pacientes com necessidades especiais.
ABSTRACT
Joubert syndrome is a rare developmental
defect of the cerebellar vermis, with heterogeneous
genotype and phenotype. It is usually associated with
lack of coordination and delay of neuropsychological
and motor developmental. The article describes case
of a child with Joubert syndrome and behavioral
disturbances that could not be treated according
standards procedures. Therefore, owing to his
precarious oral health, his treatment was conducted
under sedation in a dental clinic environment.
Arquivo Brasileiro de Odontologia
36
DESCRIPTORS
Joubert syndrome; Patients with special needs;
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Endereço para correspondência:
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e-mail: [email protected]
Arquivo Brasileiro de Odontologia
37
Arq bras odontol 2007; 3(1):38-43
ISSN 1808-2998
REABILITAÇÃO ORAL: PRÓTESE
FIXA METALOCERÂMICA ANTERIOR INFERIOR
COM RECONSTRUÇÃO DE GUIA. RELATO DE CASO CLÍNICO
ORAL
REHABILITATION:
FIXED
METALOCERAMIC LOWER ANTERIOR PROTHESIS WITH RECONSTRUCTION OF
GUIDE.
CASE
REPORT
Luciana Barbosa Morandi1
Saint’Clair Batista Rabelo Neto2
Resumo: A exigência pela utilização de restaurações estéticas tem tido crescente procura pelos pacientes,
que cada vez mais procuram a aparência natural para suas restaurações. O artigo, através da descrição de caso
clínico, aborda os aspectos de relevância clínica para que haja a reabilitação oral, como: o restabelecimento da
função, através da reconstrução da guia anterior; restabelecimento da estética do paciente através da utilização
da metalocerâmica, que vem sendo utilizada há décadas, com grande sucesso clínico, devido sua resistência e
biocompatibilidade.
Descritores: Prótese Parcial Fixa, Estética, Oclusão.
INTRODUÇÃO
seja benéfica ao sistema mastigatório, evitando
A terapia reabilitadora deve estar sempre
baseada no estabelecimento de benefícios ao paciente.
Os materiais empregados objetivam manter e/ou
desenvolver a saúde do sistema estomatognático
(Matsumoto et al., 1996).
As reabilitações protéticas almejam a estética
e a função na busca da perfeição, recuperando, além
dos dentes ausentes, as estruturas de suporte ósseo
e gengival perdidas (Rosa et al., 1999). Sempre se
buscou a utilização de materiais que permitissem a
confecção de próteses satisfatórias, principalmente
no que se refere às qualidades de ajuste,
biocompatibilidade, resistência a manchamento e
corrosão. Além desta preocupação em reabilitação
de próteses anteriores, outro fator de grande
importância é a conformação da guia anterior que
contatos posteriores durante os movimentos
mandibulares excêntricos (Muñoz-Chaves et al.,
2002). Desta forma, será apresentado e discutido
neste artigo um caso clínico no qual foi necessária a
reabilitação protética dos elementos anteriores
inferiores, a partir da confecção de ponte fixa
metalocerâmica, com o objetivo de proporcionar ao
paciente a boa função, estética, fonética e o perfeito
equilíbrio fisiológico da oclusão.
REVISÃO
Reabilitação em Metalocerâmica
As restaurações metalocerâmicas, quando
apropriadamente confeccionadas em laboratório e
cimentadas em dentes corretamente preparados, têm
1
Aluna do Curso de Graduação em Odontologia da FO/PUC Minas
2
Mestre em Clínicas Odontológicas pela PUC Minas. Professor da PUC Minas
Arquivo Brasileiro de Odontologia
38
DE LITERATURA
tido comprovado registro de sucesso (Cho et al.,
1996). Isto pode ser atribuído às suas propriedades
químicas e físicas, como insolubilidade e resistência
ao desgaste, sua compatibilidade biológica e seu
potencial estético, que conferem grande versatilidade
a essas restaurações.
As restaurações metalocerâmicas combinam a
resistência e a precisão de um metal fundido com a
estética da porcelana. Elas são compostas por uma
infra-estrutura metálica que se encaixa sobre o preparo
do dente e por uma parte de cerâmica fundida à infraestrutura metálica (Shillinburg et al., 1998).
O preparo inadequado pode levar ao
sobrecontorno da prótese, inflamação gengival,
estética desfavorável e pouca retenção. Já o sucesso
clínico das restaurações metalocerâmicas depende
fundamentalmente da obediência de uma série de
características técnicas, para que se preserve a
condição de resistência da estrutura conjunta de metal
e cerâmica (Chiche & Pinault, 1996; Araújo, 2004).
Reconstrução da Guia Anterior
A definição da guia anterior na reconstrução
protética é, sem dúvida, muito importante no
funcionamento da boa oclusão. Ao se estabelecer a
guia anterior, tem-se como finalidade obter o equilíbrio
do sistema neuromuscular e da articulação têmporomandibular (ATM) e buscar o tratamento mais
duradouro e estável. Uma vez reconhecida a
necessidade de desoclusão anterior, deve ser
estabelecido o contorno, posição, inclinação e
trespasse adequados dos dentes anteriores, para
alcançar os objetivos (Matsumoto et al.,1996).
A guia canina é a desoclusão, pelos caninos,
de todos os dentes em excursões laterais, sendo essa
a guia ideal, pois os caninos ocupam o papel mais
importante durante as trajetórias de lateralidade
(Matsumoto et al., 1996).
Em oclusão, os dentes posteriores possuem
toque e os anteriores se mantêm separados, sem
engrenamento. A desoclusão inicial dos dentes
anteriores corresponde à altura funcional dos dentes
posteriores. A partir desse momento, os dentes
anteriores proporcionam a desoclusão final, quando
estabelecerem a relação de “topo a topo”, o que se
manifesta sobre os dentes posteriores como
verdadeiro espaço desoclusivo. Este fenômeno é
chamado de mútua proteção. Os dentes desgastados
estabelecem relações oclusais patológicas, que afetam
diversas áreas do sistema, como por exemplo, as
ATMs, ossos, músculos e ligamentos, entre outros.
Portanto, as placas estabilizadoras oclusais são
indicadas para pacientes com dentes naturais, para
pacientes reabilitados e que possuam para-função,
como o bruxismo (Alonso et al., 1999).
RELATO
DE
CASO
O paciente M.H.F, gênero masculino, 39 anos,
apresentou-se à clínica de Prótese Fixa IV da
Faculdade de Odontologia da PUC Minas, no curso
de graduação, com a situação agravada que mostrava
a perda de guia anterior pelo desgaste da prótese
parcial fixa metaloplástica inferior anterior (Figuras 1
e 2), dos elementos 33 ao 43, ocasionando um
problema estético e funcional. Após anamnese, exame
clínico e radiográfico completo, foram confeccionados
Figura 1 - Foto sorriso inicial
Arquivo Brasileiro de Odontologia
39
Figura 2 - Foto frontal intra-bucal inicial
os modelos de estudo montados em articulador semiajustável para estudo e planejamento do caso.
Depois da análise criteriosa dos modelos de
estudo, foi estabelecido o plano de tratamento com a
seguinte seqüência:
3- Fase restauradora: Foi observada a perda
por desgaste da ponta de cúspide dos caninos
superiores, o que prejudicava os movimentos
mandibulares. Assim, foi realizada a reconstrução
destas cúspides com resina Tetric-ceram® (Ivoclar,
Vivadent AG, Liechtenstein). Como o paciente
apresentava restaurações com resinas manchadas nos
dentes 12, 11, 21 e 22, foram também substituídas
pelo mesmo material, proporcionando melhor estética
ao paciente (Figura 4). Nesta mesma fase foi realizado
o tratamento endodôntico do elemento 32,
complementado pela confecção e adaptação de núcleo
metálico fundido em níquel-cromo (Figura 5).
1- Estabilização do meio oral: raspagem
supragengival e polimento coronário. Foram realizados
em primeira instância, para que houvesse a melhora
periodontal do paciente, já que havia o quadro de
gengivite leve.
2- Fase protética inicial: Com os modelos já
montados no articulador semi-ajustável foi realizado
o enceramento diagnóstico (Figura 3) para recuperar
a guia anterior do paciente, sendo que o parâmetro
utilizado foi a realização dos movimentos excêntricos
da mandíbula, principalmente movimento excursivo
de protrusão. Confeccionada a ponte provisória
imediata de resina acrílica autopolimerizável de canino
a canino inferior, o paciente estava pronto para a fase
restauradora.
Figura 4 - Restaurações de resina nos dentes anteriores
superiores: 13, 12, 11, 21, 22, 23 e ainda 14 e 24
Figura 5 - Núcleo metálico fundido cimentado, elemento 32
4- Finalização protética: Os preparos
protéticos dos pilares (retentores), elementos 32, 33
e 43, foram refinados em relação à sua linha de
término. A partir daí foram confeccionados os
casquetes (Figura 6) para moldagem individual dos
pilares com poliéter (Impregum ®) e posterior
moldagem de transferência com silicone de adição
Express® (3M) para confecção da estrutura metálica
de níquel-cromo realizada em laboratório (Figura 7).
Figura 3 - Modelos de estudo no ASA
Arquivo Brasileiro de Odontologia
40
Figura 6 - Prova e reembasamento dos casquetes para
posterior moldagem com Impregum®
Com a ponte parcial fixa metalocerâmica pronta
e bem adaptada à cavidade bucal (Figura 9), foram
realizados os ajustes e a avaliação dos movimentos
excêntricos da mandíbula (Figuras 10 a 12), para que
esta estivesse sem qualquer tipo de interferência e
exercendo de maneira natural suas funções
mastigatórias, fonéticas e estéticas. Diante disto, a
prótese foi enviada novamente ao laboratório, para
realização de novo polimento e glazeamento. Portanto,
foi confeccionada para o arco inferior a prótese
abrangendo a região 33 até o 43, além de
restaurações de resina nos elementos 13, 12, 11, 21,
22 e 23 (Figuras 13 e 14).
Figura 7 - Estrutura metálica em níquel-cromo, adaptada no
modelo de trabalho
É importante lembrar que reembasamentos foram
realizados na ponte parcial provisória, devolvendo
estética e função. Esta ponte tem papel importantíssimo
nesta fase, uma vez que será o protótipo da reabilitação
metalocerâmica final. Depois de realizado os ajustes
da estrutura metálica na cavidade bucal (Figura 8),
Figura 9 - Prótese parcial fixa em metalocerâmica cimentada
com fosfato de zinco
Figura 10 - Reconstrução da guia anterior
Figura 8 - Prova e ajustes da estrutura metálica na boca
foi escolhida a cor pela escala VITA (B3) da cerâmica
a ser aplicada. Foi obtido novo registro em cera
utilidade no 7 e cera pegajosa intercalada, de modo a
transferir a correta dimensão vertical de oclusão
determinada pelo articulador.
Figura 11 – Lateralidade direita recuperada
Arquivo Brasileiro de Odontologia
41
protegem os posteriores dos impactos oclusais
(Alonso et al., 1999). Portanto, é necessária a
relação harmoniosa dos dentes anteriores, para haver
oclusão mutuamente protegida, o que não se observou
no paciente. Diante disto, foi realizada sua reabilitação
com a reconstrução de sua guia anterior.
Figura 12 – Lateralidade esquerda recuperada
As placas estabilizadoras oclusais são indicadas
para pacientes reabilitados e que possuam parafunção, como o bruxismo (Alonso et al., 1999).
Como o paciente apresentava para-função e uma
ponte metalocerâmica anterior inferior, foi necessária
a confecção de placa estabilizadora para uso noturno.
De acordo com Cosme et al. (2004), o
desgaste dentário por atrição e erosão compromete
Figura 13 – Foto frontal intra-bucal final
seriamente a estética e a mastigação, o que foi
observado na prótese parcial fixa em metaloplástica
com a qual o paciente se apresentou na primeira
consulta. Para que em futuro próximo estas
complicações não viessem acometer o paciente, foi
realizada sua reabilitação, com o restabelecimento da
dimensão vertical de oclusão.
As coroas metalocerâmicas são extremamente
versáteis em suas indicações, devido ao seu potencial
Figura 14 – Foto sorriso final
estético, sua resistência, durabilidade e relativa
simplicidade (Mattos et al., 2004). Desta forma, optou-
DISCUSSÃO
se por esse material para resolução do caso do paciente.
A guia anterior funcional compatível é benéfica
ao sistema mastigatório, evitando ou prevenindo
contatos posteriores, durante movimentos
mandibulares (Matsumoto et al., 1996). Devido ao
desgaste apresentado na antiga prótese, no inicio do
tratamento, foi realizada a confecção de nova prótese
para restabelecer a guia anterior, evitando dor e
disfunções miofaciais.
A mútua proteção deve existir tanto nos
movimentos excêntricos da mandíbula, quanto no
repouso mandibular. Desta maneira, os dentes
posteriores protegem os anteriores e os anteriores
Arquivo Brasileiro de Odontologia
42
A confecção de próteses parciais fixas,
principalmente na região anterior inferior, envolve uma
gama de detalhes, desde estéticos até funcionais, que
o clínico deve estar atento para que as expectativas
do paciente sejam atendidas e a saúde do sistema
estomatognático mantida.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Odontologia tem buscado novos recursos na
tentativa de aproximar o máximo possível o elemento
protético das formas originais do órgão ou elemento
dentário perdido, tanto na parte estética, quanto no
seu conteúdo funcional e biológico. Cada dia surge
no mercado odontológico materiais que visam atingir
este objetivo. A metalocerâmica é seguramente o
sistema de prótese mais utilizado nas modalidades de
reabilitação oral, sendo que o restabelecimento dos
dentes anteriores requer a atenção do profissional por
estar ele trabalhando a estética, e, portanto, com as
características do sorriso.
A reabilitação protética extensa necessita de
interação de diversas especialidades, para serem
alcançados resultados satisfatórios. Este caso clínico
seguiu minuciosamente todos os passos envolvidos,
desde a fase de diagnóstico e plano de tratamento, até a
instalação da ponte fixa metalocerâmica anterior inferior.
ABSTRACT
Nowadays, the demand for aesthetic has been
leading to an increase for aesthetic restorations that
give the patients a natural look. This manuscript
describes a case in which all the most relevant clinical
aspects of oral rehabilitation are discussed as
functional rearrangement through anterior guidance
reconstruction, recovery of patient’s aesthetic by
means of metal ceramic restorations. This material has
been used for decades successfully, owing to its
resistance and biocompatibility.
Pegoraro LF. Prótese Fixa. São Paulo: Artes Médicas
1998. p.203-18.
Chiche G, Pinault A. Estética em Próteses Fixas
Anteriores. São Paulo: Quintessence, 1996.
Cho GC, Donovan TE. The versatile and esthetic
metal-ceramic crown. J Calif Dent Assoc
1996;24(9):39-43.
Cosme DC, Rivaldo EG, Frasca LCF, Padilha
DMP. Reabilitação oral em pacientes idosos com
desgaste dentário acentuado. Rev ABO Nac
2004;11(6):368-74.
Matsumoto W, Santos LPR, Novaes PMR. O papel
funcional da guia anterior na reabilitação oral. Rev
Bras Odont 1996;53(4):2-5.
Mattos CMA, Guerra SMG, Gomes AA. Coroas
metalocerâmicas: passado, presente e futuro. Rev
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Muñoz-Chaves ZOF, Lombardo GHL, Terence RL,
Araújo PCA. Prótese fixa metalocerâmica com liga
de titânio comercialmente pura. Rev Bras Prot Clín e
Lab 2002;.4(19):196-201.
Rosa DM, Neto JS. Prótese fixa metalocerâmica
dento-gengival: Uma alternativa entre as soluções
estéticas. Rev Ass Paul Cir Dent 1999;53(4):291-9.
Shillinburg HT, Hobo S, Whitsett LD, Jacob R,
Brackett SE. Fundamentos de Prótese Fixa. 3a Ed.,
São Paulo: Quintessence 1998. p.373-95.
Descriptors
Prosthesis fixed, Esthetic, Occlusion.
Recebido em: 19/01/2007
Aceito em: 15/06/2007
REFERÊNCIAS
Alonso AA, Albertini JS, Bechelli AH. Oclusión y
Diagnostico en Rehabilitación Oral. Buenos Aires: Ed.
Médica Panamericana 1999. p.171-269.
Araújo CRP. Formas e características das infraestruturas para próteses metalocerâmicas. In:
Endereço para correspondência:
Luciana Barbosa Morandi
Rua Oscar Trompowisky, 920/205
30.430-060 - Belo Horizonte - MG
E-mail: [email protected]
Arquivo Brasileiro de Odontologia
43
ANAIS DA 15a JORNADA ODONTOLÓGICA
3o Encontro de Pesquisa
Período de realização: 21 a 24 de março de 2007
Arquivo Brasileiro de Odontologia
45
PESQUISA
APRESENTAÇÃO ORAL
ANÁLISE QUANTITATIVA DA ADM DA COLUNA
CERVICAL EM PACIENTES COM E SEM DISFUNÇÃO
TEMPOROMANDIBULAR
ANDRADE JA, LEITE M, MANZI FR
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
A relação entre o sistema estomatognático e o grupo crânio cervical
tem sido descrita há mais de 40 anos. Além disso, há também estudos
relatando a relação do posicionamento da cabeça e a função
mandibular. O objetivo do presente estudo é analisar a relação de
déficit de amplitude de movimento (ADM) da coluna cervical em
flexão – extensão – rotação – inclinação em pacientes com DTM
avaliados e classificados de acordo com “Research Diagnostic
Criteria for Temporomandibular Disorders” (RDC - TMD) e
correlacionar os dados obtidos com um grupo controle sem DTM.
Este estudo foi composto por 10 pacientes com DTM e 10 pacientes
sem DTM, selecionados e avaliados por três cirurgiões dentistas
calibrados de acordo com as normas do “Research Diagnostic Criteria
for Temporomandibular Disorders” (RDC - TMD). O equipamento
utilizado para obtenção das amplitudes de movimento da coluna
cervical foi o “Cervical Range of Motion”, CROM. Verificou-se
que os indivíduos com DTM apresentam limitação da ADM na
coluna cervical nos movimentos de extensão, rotação e inclinação.
Porém, não houve diferença significativa da ADM na coluna cervical
no movimento de flexão (p<0,05) Pode-se concluir que isso ocorre
devido ao padrão muscular exigido para a realização separada de
cada movimento.
IMPACTO DA DOR OROFACIAL NA QUALIDADE DE
VIDA DOS PACIENTES COM DESORDEM
TEMPOROMANDIBULAR
maiores impactos do que os que não apresentaram estes diagnósticos
(p<0,05). O teste de Pearson demonstrou correlação entre o impacto
na qualidade de vida e a gravidade da DTM (p<0,05). A dor orofacial
gerou grande impacto na qualidade de vida dos indivíduos com
DTM, sem diferença entre os sexos. A presença de desordem
muscular e osteoartrite estiveram relacionadas a maiores impactos
na qualidade de vida, fato não observado em relação aos diagnósticos
do grupo II do RDC/TMD. Ficou evidente a correlação da gravidade
da DTM com o impacto na qualidade de vida.
AVALIAÇÃO DOS DESLOCAMENTOS DENTÁRIOS, EM
ARCOS DENTAIS REDUZIDOS, PELO MÉTODO DOS
ELEMENTOS FINITOS
OLIVEIRA BF, SERAIDARIAN PI,
LANDRE Jr J, OLIVEIRA SG
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
Este trabalho analisou a possibilidade de alteração no posicionamento
dos dentes, em arcos dentais reduzidos quando comparados a um
arco dental completo, utilizando o método dos elementos finitos.
Utilizou-se o programa MSC.Patran® para a construção de 5 modelos
tridimensionais de mandíbula e maxila dentadas, com as respectivas
fossas articulares, diferenciando esmalte, dentina, polpa, periodonto,
osso cortical e medular. Foram gerados quatro diferentes arcos dentais
reduzidos e um arco dental completo. Atribuiu-se propriedades
mecânicas a cada componente anatômico e estabelecida uma carga
oclusal total de 100N, para cada modelo. O programa
MSC.Nastran™ realizou a os cálculos matemáticos necessários
para a análise biomecânica dos modelos desenvolvidos. Essas
simulações mostraram um aumento do deslocamento dentário à
medida que o arco dentário diminuía.
AVALIAÇÃO DA RETENÇÃO DE PRÓTESE
PARCIAL FIXA PROVISÓRIA CIMENTADA
TEMPORARIAMENTE
BARROS VM , SERAIDARIAN PI,
CÔRTES MIS, PAULA LV
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
GUIMARÃES GD, JANSEN WC
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
Ainda que haja confirmação de que a desordem temporomandibular
(DTM) exerça algum impacto sobre a qualidade de vida, tem sido
pouco estudada sua relação com gênero, diagnóstico e gravidade da
DTM. Com o objetivo de relacionar estes fatores, foram examinados
83 indivíduos que buscaram tratamento de DTM entre maio e agosto
de 2005. Todos foram avaliados por um único examinador, treinado
e calibrado e diagnosticados de acordo com os critérios do eixo I do
índice RDC/TMD (Dworkin e LeResche, 1992). A gravidade foi
determinada pelo Temporomandibular Index (Pehling et al., 2002)
e o impacto na qualidade de vida pelo indicador OHIP 14 (Slade,
1997). Todos revelaram algum impacto relacionado à dor física,
exceto um único paciente. O teste de Mann-Whitney demonstrou
que, das sete dimensões avaliadas no OHIP 14, as mulheres
apresentaram impacto maior do que os homens apenas na dimensão
correspondente às limitações funcionais (p<0,05). Os indivíduos
que apresentaram desordens musculares e osteoartrite relataram
Muitas marcas de cimentos temporários estão disponíveis no
mercado odontológico, sendo necessário conhecer suas propriedades
principalmente a de retenção para adequá-los a cada necessidade da
prótese dentária na fixação temporária de trabalhos. Assim, o
objetivo deste estudo foi avaliar a retenção de próteses parciais
fixas provisórias de três elementos fixadas com 4 (quatro) cimentos
temporários e um verniz cavitário. Foi confeccionada uma matriz
metálica a partir de preparos realizados em dentes de manequim
com preparos de coroa total nos dentes 34 e 36 e fundidos em liga
de Ni-Cr. Estas matrizes foram posicionadas por meio de um
paralelômetro e fixadas em uma base de resina acrílica ativada
quimicamente. Os preparos foram realizados observando-se os
princípios mecânicos padronizados, como altura, conicidade,
extensão e paralelismo. Sobre esta matriz confeccionou-se 52
próteses parciais fixas provisórias em resina acrílica ativada
quimicamente, pela técnica da moldagem prévia para padronização
Arquivo Brasileiro de Odontologia
46
por volume. As restaurações provisórias foram aleatoriamente
divididas em sete grupos. Destas, cinco grupos, de acordo com o
agente cimentante utilizado, e dois grupos, representam o controle
negativo e positivo. Sobre a superfície oclusal foi fixado um
dispositivo em forma triangular para fixação na haste superior da
máquina de ensaio mecânico. Após a cimentação, as amostras foram
submetidas ao teste de tração. Os dados foram anotados e procedeuse à remoção das próteses, foi removido o cimento e as mesmas recimentadas mais duas vezes, sendo novamente, submetidas ao teste
de tração. Os resultados foram anotados, organizados e submetidos
à análise estatística. O material Duofluorid XII apresentou os
menores valores de retenção (média de 8,3N) nas três cimentações,
sendo estatisticamente diferente dos demais. Os cimentos Hydro
C, Temp Bond, Rely X Temp NE e Temp Bond NE apresentaram
comportamento estatisticamente semelhante nas três cimentações
com médias de 58,3N, 67,6N, 62,8N e 77,3N respectivamente.
ANÁLISE DAS TENSÕES FUNCIONAIS EM PRÓTESE
TOTAL INFERIOR, IMPLANTOSSUPORTADA, GERADA
POR DISTINTOS PADRÕES DE DESOCLUSÃO
GRECO GD, JANSEN WC, LANDRE Jr J, SERAIDARIAN PI
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
O sucesso de uma reabilitação oral implantossuportada, é amplamente
determinado pela distribuição das cargas funcionais da desoclusão
nos componentes, implantes e tecidos de suporte. Este trabalho
analisou, qualitativamente e comparativamente, pelo método dos
elementos finitos tridimensionais, as tensões geradas por diferentes
padrões desoclusão (guia canino (GC) e oclusão balanceada
bilateral(OBB)) em uma prótese total (PT) inferior,
implantossuportada. Foi desenvolvido um modelo tridimensional de
uma PT implantossuportada, inferior, tipo protocolo de Brånemark,
composto por 5 implantes como pilares, com 13 mm de altura por
3.75 mm de diâmetro, localizados na região intra-forame mentual,
com componentes protéticos de 3 mm de altura, unidos por uma
infra-estrutura metálica em níquel-cromo, com 12 mm de cantilever
bilateral, recoberto por resina acrílica e 12 dentes artificiais também
em resina acrílica. O pacote do programa SolidWorks® foi utilizado
no pré e pós processamento dos dados. As propriedades mecânicas
dos componentes foram inseridas no modelo e estabeleceu-se um
carregamento de 15 N nos pontos pré-determinados. Os dados foram
coletados ao longo da infra-estrutura metálica. Os resultados obtidos
foram visualizados tridimensionalmente, mostrando que o padrão de
desoclusão em GC gera uma tensão maior na região do primeiro
implante e na OBB, as tensões foram altas em toda a infra-estrutura.
A tensão máxima encontrada na simulação da OBB foi 3.22 vezes
maior que na desoclusão em GC. Concluiu-se que o padrão de
desoclusão em GC é a ideal para esse tipo de prótese.
INFILTRAÇÃO APICAL EM DENTES OBTURADOS COM
GUTA-PERCHA / AH26 E RESILON / EPIPHANY
LIMA RMN, NUNES E, SILVEIRA FF
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
O sucesso da terapia endodôntica está fundamentado na correta
desinfecção, modelagem e obturação do sistema de canais radiculares.
O objetivo desse estudo, in vitro, foi avaliar a capacidade de selamento
apical, após obturação de canais radiculares, utilizando dois cimentos
endodônticos, à base de resina: Epiphany com adesivo dentinário e
AH26 sem adesivo dentinário, ambos associados, respectivamente
a Resilon e guta-percha. Foram utilizados 32 dentes, incisivos
centrais superiores, extraídos de humanos, divididos em dois grupos
experimentais (de 14 espécimes, cada) e dois grupos controle (de 2
espécimes, cada). Após padronização do comprimento de trabalho
e diâmetro do forame, os canais foram instrumentados pela técnica
de Oregon, com limas tipo k, sob irrigação de hipoclorito de sódio,
a 2,5% e irrigação final com EDTA, a 17%. A obturação foi realizada
pela Técnica de Ondas Contínuas de Condensação, e as superfícies
dentárias foram impermeabilizadas, exceto nos 3 mm apicais. Em
seguida, os dentes foram imersos em solução corante de azul de
metileno, a 2% por 72 horas, a 37ºC. A seguir, os elementos foram
clivados no sentido vestíbulo/lingual, e, com auxílio de lupa
estereomicroscópica, com câmara digital acoplada, a infiltração
foi medida quanto à máxima penetração do corante na interface
material obturador/paredes dentinárias. Os resultados foram
tabulados e submetidos à análise estatística, utilizando o teste
Mann-Whitney e concluindo que a guta-percha/AH26 apresentou
uma significante melhor capacidade seladora na região apical do
que Resilon/Epiphany.
PREVALÊNCIA E SEVERIDADE DA CÁRIE DENTÁRIA EM
ESCOLARES. CONHECIMENTO E COMPORTAMENTO
EM RELAÇÃO À SAÚDE BUCAL DE CRIANÇAS, MÃES E
PROFESSORES EM MUNICÍPIO DE PEQUENO PORTE
ANDRADE BAB, PAULA FMT, CÔRTES MIS, CRUZ RA
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
O estudo foi realizado no município de Patis - MG. Objetivou
avaliar a prevalência e severidade da cárie dentária em estudantes de
6 e 12 anos de idade das zonas urbana e rural, além de suas
características demográficas, socioeconômicas e do comportamento
relativo à saúde bucal; avaliar o conhecimento em saúde bucal das
crianças de 12 anos, das mães e professores e o interesse dos docentes
quanto à promoção de saúde e a relação dos fatores demográficos,
socioeconômicos, do conhecimento e comportamentais sobre a
experiência de cárie. Participaram 72 crianças de 6 anos, 113 de 12
anos de idade, 185 responsáveis e 29 professores do pré-escolar à
4ª série. Os exames foram efetuados por única examinadora treinada
e calibrada. Utilizaram-se normas de biossegurança e critérios
diagnósticos preconizados pelo Projeto SB2000 e OMS. Os dados
relativos às crianças e o conhecimento das mães foram coletados
através de entrevista individual. O conhecimento em saúde bucal
das crianças e professores foi coletado mediante questionário autoadministrado. Os resultados revelaram alta prevalência e severidade
da cárie entre as crianças de 6 anos (87,5%, ceo-d 5,2) e 12 anos de
idade (74,4%, CPO-D 2,8.) e predomínio do componente cariado
na composição dos índices. Os principais indicadores
socioeconômicos - renda familiar e escolaridade dos responsáveis se mostraram baixos. Os aspectos comportamentais relativos à
saúde bucal precisam ser melhorados, bem como o conhecimento
dos participantes.
Arquivo Brasileiro de Odontologia
47
AVALIAÇÃO DA SIMETRIA BILATERAL DO CANAL
MANDIBULAR EM RADIOGRAFIAS PANORÂMICAS
PAULA JS, REZENDE CC, DEVITO KL
Faculdade de Odontologia da UFJF
O canal mandibular tem origem no forame mandibular e termina
no forame mentoniano. Através dele passam o nervo, a artéria e a
veia alveolares inferiores. O conhecimento da anatomia deste canal
é fundamental para a realização bem sucedida de intervenções
odontológicas, como bloqueios anestésicos, tratamentos com
implantes e cirurgias mandibulares. Injúrias ao nervo alveolar
inferior causam alterações neurosensoriais que se manifestam
geralmente por meio de parestesias temporárias ou permanentes.
Este estudo foi realizado com o objetivo de avaliar a simetria
bilateral dos canais mandibulares. Foram utilizadas 42 radiografias
pertencentes ao arquivo da Disciplina de Radiologia da Faculdade
de Odontologia da Universidade Federal de Juiz de Fora,
classificadas em três diferentes grupos: pacientes dentados
bilaterais (grupo I), pacientes com dentes posteriores em apenas
um lado (grupo II), pacientes edêntulos bilaterais (grupo III).
Foram realizadas, por dois avaliadores, mensurações lineares
verticais bilaterais em sete pontos diferentes do trajeto do canal
mandibular. Para verificar a simetria bilateral em cada um dos
pontos estudados, as medidas obtidas foram submetidas ao teste
t, com nível de significância de 5%. Não foi observada diferença
estatisticamente significativa para os grupos I e III, e apenas um
dos avaliadores encontrou, para um dos pontos estudados,
diferença significativa entre o lado dentado e edêntulo. Pode-se
concluir que, em relação à altura do canal mandibular, existe uma
tendência à simetria entre os lados direito e esquerdo de um mesmo
indivíduo.
MATRIZ DÉRMICAACELULAR E CONJUNTIVO
GENGIVAL, NO TRATAMENTO DAS RECESSÕES
PERIODONTAIS: AVALIAÇÃO CLÍNICA COMPARATIVA
EM HUMANOS
CUNHA FA, SILVA FRC, SOUZA EA
SOBRAIMO (Sociedade Brasileira de Implantodontia)
Diferentes técnicas cirúrgicas periodontais têm sido propostas
para o tratamento das recessões periodontais. Dentre essas, o
enxerto de tecido conjuntivo destaca-se pela alta previsibilidade
de sucesso. Esse trabalho comparou os resultados clínicos do
tratamento das recessões periodontais, utilizando os enxertos de
tecido conjuntivo e matriz dérmica acelular. Um total de 36
recessões constituiu a amostra, divididas igualmente em 2 grupos.
O grupo 1 tratado com o enxerto de matriz dérmica acelular
associado ao retalho deslocado coronariamente, enquanto o grupo
2 recebeu o tratamento com enxerto de tecido conjuntivo, também
associado à técnica de retalho. Foram avaliados os parâmetros de
profundidade de sondagem, nível clínico de inserção, recessão
periodontal no sentido corono-apical, diâmetro mésio-distal das
recessões e a faixa de mucosa ceratinizada. As medidas iniciais
foram comparadas às obtidas com 45, 90 e 120 dias pósoperatórios. Não foram encontradas diferenças estatisticamente
Arquivo Brasileiro de Odontologia
48
significantes, entre os grupos, em termos de redução das recessões
periodontais e faixa de mucosa ceratinizada. O grupo 2(conjuntivo
gengival) apresentou redução significante, na profundidade de
sondagem e nível clínico de inserção, comparativamente ao grupo
1(matriz dérmica acelular). Porém, essas diferenças não foram
clinicamente relevantes. Baseado nos resultados,pôde-se concluir
que tanto o enxerto de tecido conjuntivo quanto a matriz dérmica
acelular podem ser utilizados no tratamento das recessões
periodontais, com uma alta previsibilidade de sucesso.
ANÁLISE DO PADRÃO DE SECREÇÃO DAS MUCINAS
SALIVARES EM INDIVÍDUOS COM PERIODONTITE
AGRESSIVA E CRÔNICA
SILVA KS, ROCHA DM, ZENOBIO EG, SOARES RV
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
As propriedades da saliva são derivadas em grande parte das
proteínas presentes neste fluido. Há evidencias de que a expressão
e função de algumas se encontra alterada em indivíduos portadores
de doença periodontal. O objetivo do presente estudo é avaliar a
influência da ausência e presença de estímulo no padrão de secreção
das proteínas salivares MG1 e MG2 em indivíduos portadores de
periodontite agressiva, crônica e sem periodontite. Um total de
15 indivíduos participou do estudo e estes, de acordo com critérios
específicos, foram alocados nos seguintes grupos: GPA - 5
indivíduos portadores de periodontite agressiva, GPC - 5
indivíduos portadores de periodontite crônica e GC – 5 indivíduos
sem periodontite. Exame clínico periodontal foi realizado e
amostras de saliva, na ausência e presença de estímulo gustatório,
coletadas e processadas. A análise das proteínas salivares foi
realizada em géis foram coradas por PAS e em membranas
incubadas com anticorpos primários direcionados contra MG1
ou MG2. A estimulação aumentou significantemente o fluxo salivar
em todos os grupos (GPA – p = 0.01; GPC – p = 0.03; GC – p=
0.001) assim como levou a um aumento da expressão da MG1 nos
três grupos. GPA e GC exibiram uma notável redução na expressão
da MG2 após a estimulação e GPC um discreto aumento.
Concluindo, o padrão de secreção da MG1 e MG2 em indivíduos
com periodontite agressiva e crônica é complexo e as variações
observadas entre os grupos indicam que a expressão diferenciada
pode influenciar na progressão da doença.
AVALIAÇÃO DA PROLIFERAÇÃO CELULAR E
APOPTOSE EM TUMORES ODONTOGÊNICOS
ANDRADE BAB, BONISSON LA, AMARAL FR, MATEUS
GCP, HORTA MCR, MARIGO HA
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
Este estudo teve como objetivo avaliar a existência de diferença nos
índices de proliferação celular, no índice apoptótico e no índice de
renovação celular dos componentes epiteliais dos ameloblastomas
e dos tumores odontogênicos ceratocísticos (TOCs). Foram
utilizadas 11 amostras de ameloblastoma e 11 amostras de TOC
esporádico. Para avaliação do índice de proliferação celular, utilizou-
se à reação imunohistoquímica para Ki-67. Para avaliação do índice
apoptótico, à coloração de methyl-green-pyronine. O método
TUNEL foi utilizado para confirmação da apoptose. O índice de
renovação celular foi obtido dividindo-se o índice de proliferação
celular pelo índice apoptótico. Os resultados mostraram diferenças
significativas entre os tumores em relação ao índice de proliferação
celular e índice de renovação celular, sendo estes maiores nos TOCs.
Com relação ao índice apoptótico, não houve diferenças
significativas entre as lesões. Foi constatada diferença significativa
entre as camadas periférica e central dos ameloblastomas, sendo
maior na periférica, tanto para o índice de proliferação como para o
índice apoptótico e índice de renovação celular. Nos TOCs o índice
de proliferação celular foi significativamente maior na camada
suprabasal quando comparada à basal e superficial. A camada basal
teve maior índice para proliferação celular do que a superficial. O
índice apoptótico foi significativamente maior na camada superficial
em relação às camadas basal e suprabasal. Não houve diferenças
significativas entre as camadas basal e suprabasal para o índice
apoptótico.
REDUÇÃO DO ATRITO DURANTE A MECÂNICA DE
DESLIZE. BRÁQUETES AUTO-LIGANTES OU
LIGADURAS ELÁSTICAS DE BAIXA FRICÇÃO?
PACHECO MR, OLIVEIRA DD,
JANSEN WC, SMITH PN
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
O atrito gerado na interface bráquete/fio durante a mecânica de
deslize pode reduzir a movimentação ortodôntica desejada. O método
de ligação do fio ao bráquete exerce importante papel na
determinação desse atrito. O presente estudo comparou a força de
atrito gerada entre quatro tipos de bráquetes auto-ligantes (Time®,
Damon 2®, In-Ovation® e Smart Clip®), e duas ligaduras elásticas
ditas de baixa fricção (Slide® e Super Slick®) e ligaduras elásticas
convencionais (Dispens-A-Stix ®) associadas a bráquetes préajustados (Dynalock®), sendo que esta última combinação serviu
como grupo controle. Quatorze grupos (n=10) foram submetidos a
cinco testes consecutivos. A força de atrito estático foi mensurada
através da máquina universal de ensaios modelo EMIC® com dois
fios de aço inoxidável com secção transversal 0.018” e 0.017 x
0.025”. Análise de variância ANOVA e teste de Tukey mostraram
baixos níveis de atrito nos quatro bráquetes auto-ligantes e fios
0.018” (p<0,05). Entretanto, os resultados observados com os
bráquetes auto-ligantes exibiram alta resistência ao deslize com fios
0.017 x 0.025”. O teste de Krukal-Wallis (p< 0,05) comprovou que
o elástico Slide® obteve atrito significativamente menor do que os
resultados registrados pelos elásticos regulares e os Super Slick®, e
desempenhos similares aos bráquetes auto-ligantes com fio 0.018”.
Entretanto, ao utilizar o fio 0.017 x 0.025”, a ligadura Slide ®
apresentou menor atrito que o In-Ovation R® e maior que o Smart
Clip®. Assim, o atrito dos bráquetes auto-ligantes foi menor do que
nos bráquetes convencionais com ligaduras elásticas de baixa fricção.
Além disso, o sistema formado pelo bráquete convencional
associados ao elástico Slide® pode ser considerado uma alternativa
clínica para substituir os bráquetes auto-ligantes quanto à redução
da força de atrito.
CORRELAÇÃO ENTRE CANDIDA spp E USO DE
APARELHO ORTODÔNTICO FIXO
AMORMINO SAF, MARIGO HA, ALVAREZ-LEITE ME,
MAZZIEIRO ET, SILVA AIV
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
A Candida albicans faz parte da microbiota oral, sendo encontrada
em indivíduos saudáveis. Esta levedura integra-se com outros
microrganismos existentes na cavidade bucal caracterizando um estado
de equilíbrio ecológico. Modificações neste estado poderão favorecer
o aumento da população de C. albicans e possibilitar o
desenvolvimento de uma ação patogênica por parte dos mesmas,
levando ao desenvolvimento de quadros clínicos diversos..Os objetivos
deste estudo consistem em avaliar a quantidade de Candida spp e
realizar a identificação das espécies de C .albicans obtidas da cavidade
oral dos pacientes que são tratados na clínica de Ortodontia na
Faculdade de Odontologia da PUC Minas antes e após a colocação
do aparelho ortodôntico fixo. A metodologia para realização deste
trabalho constituiu de uma amostra de 30 pacientes, com faixa etária
variando de 12 a 30 anos de idade. Os indivíduos selecionados não
apresentavam qualquer alteração que predispunha ao aparecimento
de Candida spp. Os mesmos indivíduos constituíram respectivamente,
o grupo de caso e controle. A coleta do fluxo salivar estimulado foi
realizado um mês antes da colocação do aparelho ortodôntico fixo, a
segunda coleta um mês após a colocação do aparelho e a terceira, três
meses após a colocação do aparelho. Durante as coletas foram
avaliadas: a quantificação da placa bacteriana, índice de sangramento
gengival e o diário dietético. Os resultados da pesquisa mostraram
que houve um aumento do índice de placa e da quantidade de Candida
spp, o índice de sangramento gengival não teve um aumento
significativo estatisticamente. Conclui-se que a utilização do aparelho
ortodôntico fixo dificulta a higiene oral e cria áreas retentivas para a
placa bacteriana causando o aumento da população de microrganismos,
entre eles a Candida spp.
EFEITO DO TRATAMENTO DE SUPERFÍCIE DE
COMPÓSITO E ARMAZENAMENTO NA RESISTÊNCIA
DE UNIÃO COM CIMENTO AUTO-ADESIVO
ANTUNES ANG, DE GOES MF,
SOUZA GMD, SINHORETI MAC
Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP
O estudo avaliou o efeito de diferentes tratamentos na superfície de
resina composta indireta e do armazenamento em água na resistência
de união com o cimento auto-adesivo. Quarenta blocos cilíndricos de
compósito MZ100 com dimensões de 4x10mm (altura x diâmetro)
foram cimentados dois a dois com o cimento RelyX Unicem. Vinte
corpos-de-prova foram divididos, em 5 grupos, de acordo com o
tratamento de superfície. G1 (controle) - sem tratamento; G2 Jateamento com partículas de Al2O3; G3 - Aplicação do condicionador
de metal; G4 - Jateamento com partículas de Al2O3 seguido da
aplicação do condicionador de metal; G5 - Jateamento com partículas
de Al2O3 e aplicação do silano. Após a cimentação (24 horas), os
conjuntos foram seccionados, produzindo espécimes em forma de
palito com 0,8mm2 de área. O ensaio de tração foi executado, em uma
máquina de ensaio universal (Instron) sob velocidade de 0,5mm/min
Arquivo Brasileiro de Odontologia
49
em 2 períodos de tempo: 48 horas e 40 dias após a cimentação. As
médias de resistência de união em 48 horas foram G1=45,48MPa;
G2=47,17MPa; G3= 36,16MPa; G4=41,68MPa; G5=45,84MPa.
Após 40 dias de armazenamento as médias de resistência de união
foram: G1=48,07Mpa; G2=42,56Mpa; G3=37,84Mpa;
G4=34,17MPa; G5=45,59MPa. No período de teste de 48 horas e
40 dias a aplicação do condicionador de metal resultou em valores de
resistência de união menores em relação aos outros tratamentos. O
armazenamento de 40 dias produziu redução estatisticamente
significativa na resistência de união para o G4.
a mastigação e tipo de mastigação. 85% apresentaram incisão central
do alimento; 65% lábios fechados com participação exagerada da
musculatura periorbicular e do músculo mentual; 70% mastigação
bilateral alternada; 65% movimentos rotatórios da mandíbula. O
padrão mastigatório de crianças portadoras de deficiência visual se
mostrou próximo ao padrão mastigatório de crianças videntes.
AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE BASES
RESILIENTES DE SILICONE E BASES ACRÍLICAS SOB
A INFLUÊNCIA DO MONÔMERO RESIDUAL
ROCHA AEC, SERAIDARIAN PI
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
SILVA AG, SERAIDARIAN PI
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
Foram comparadas, quanto ao desempenho em relação à resistência
de união à resina acrílica ativada termicamente (QC-20®), cinco
bases resilientes de silicone, sendo quatro ativadas quimicamente
(UfiGel SC®, UfiGel P®, Permafix®, Softliner®), e uma ativada
termicamente (Permaflex®), considerando a influência do monômero
residual. Confeccionaram-se 100 amostras, 20 para cada material
resiliente, divididas em dois grupos: no grupo A, os blocos de resina
acrílica foram unidos à base resiliente logo após o seu processamento;
no grupo B, os blocos de resina foram unidos à base resiliente após
o armazenamento desses em água destilada, por 21 dias, em uma
temperatura controlada de 37ºC, com o objetivo de diminuir a
concentração de metilmetacrilto residual. Todas as amostras foram
submetidas à tração mecânica em máquina de ensaio universal (EMIC
DL 500) com velocidade constante de 5 mm/min. Os dados obtidos
foram tratados estatisticamente pela análise de variância (ANOVA)
e teste de Tukey com nível de significância de 0,05. Os resultados
demonstraram que todas as bases ativadas quimicamente, exceto a
base Softliner® no grupo A, apresentaram diferenças significativas
nos valores de resistência de união em relação à base Permaflex®.
Também foi possível constatar que, no grupo B, todas as bases
apresentaram diminuição na resistência de união quando comparadas
ao grupo A, com significância estatística para as bases Softliner® e
Permafix®. O material que apresentou a maior média dos valores de
resistência de união, tanto no grupo A, quanto no grupo B, foi o
Permaflex®.
CARACTERÍSTICAS MASTIGATÓRIAS DE CRIANÇAS
PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA VISUAL
BATISTA DCA, BRITTO ATBO,
CARNEIRO VS, FARAGO L
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
Este trabalho teve como objetivo caracterizar o padrão mastigatório
de crianças de 2 a 12 anos portadoras de deficiência visual. 20 crianças
foram observadas e filmadas enquanto comiam um pão de queijo. Os
dados observados durante a mastigação, por meio da filmagem, foram:
tipo de incisão; postura dos lábios, movimentos mandibulares durante
Arquivo Brasileiro de Odontologia
50
ANÁLISE ELETROMIOGRÁFICA DOS MÚSCULOS
MASSETER SUPERFICIAL E TEMPORAL ANTERIOR EM
DIFERENTES PADRÕES DE OCLUSÃO DENTÁRIA
Este estudo se propôs a analisar, por meio de eletromiografia de
superfície, os músculos masseter superficial e temporal anterior,
bilateralmente, em diferentes padrões de oclusão. Selecionou-se
nove indivíduos entre 21 e 24 anos que atenderam os critérios de
inclusão. Para cada participante foi confeccionado um dispositivo
interoclusal de recobrimento completo, na maxila, que apresentava
uma superfície oclusal plana com um contato por cúspide de
contenção, nos dentes posteriores e nas incisais dos anteriores,
com o arco inferior, e uma rampa, na região de canino que promovia
um padrão de oclusão lateral em canino. Nessa condição foi realizado
um registro eletromiográfico em contração isométrica máxima
voluntária. Em seguida o padrão de oclusão foi modificado para
balanceamento posterior e novo registro foi obtido na mesma
condição anterior. Assim, foi possível obter e analisar a amplitude
do sinal eletromiográfico e o índice de assimetria, nas diversas
situações. Os dados foram analisados pelo teste t’ de student para
dados pareados sendo, também, aplicado o teste dos sinais para o
índice de assimetria. A maior redução da amplitude do sinal
eletromiográfico foi observada no padrão de guia canino, entretanto,
esta foi acompanhada da maior assimetria muscular. Ao analisar-se
o padrão de balanceamento bilateral, este mostrou maior amplitude
eletromiográfica e uma significante redução da assimetria dos
músculos estudados quando comparada ao padrão canino.
PREVALÊNCIA DE BRUXISMO EM PACIENTES COM OU
SEM DISTÚRBIO RESPIRATÓRIO DO SONO
CAIXETA ACP, CAIXETA EC, SANTANA TD,
COSTA FO, BARBOSA JFS
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
O bruxismo tem representado um grande desafio para a odontologia. À
sua etiologia, são atribuídas diversas causas, no entanto, distúrbios de
sono em geral têm sido apontados como as mais freqüentes. Um dos
distúrbios é a síndrome da apnéia e hipopnéia do sono, caracterizadas
respectivamente por interrupções repetidas da respiração, com duração
de pelo menos 10 segundos e a redução do fluxo de ar superior a 50%.
O distúrbio respiratório do sono pode ser medido por um índice IDR
(Índice de distúrbio respiratório do sono), o qual representa número de
episódios de apnéia e hipopnéia por hora, considerados padrões normais
aqueles com IDR<5. Este estudo transversal teve como objetivo verificar
a prevalência de bruxismo em pacientes com IDR>5 e IDR<5, por
meio da utilização de exames de polissonografia, capazes de revelar a
presença de bruxismo e IDR, e então, avaliar a correlação entre eles.
Um total de 533 exames polissonográfico foi avaliado no período de
maio a outubro de 2005 em uma clínica especializada em distúrbio do
sono em Belo Horizonte e, estas foram separadas em dois grupos:
IDR>5 e IDR<5. O primeiro grupo (398 pacientes), 53 apresentou
bruxismo, o segundo (135 pacientes), 21 apresentaram bruxismo. Os
dados estatísticos obtidos por meio do teste de qui-quadrado
evidenciaram que não houve diferença significativa entre os grupos
com IDR>5 e IDR<5 (p=0.835). Um cálculo de odds ratio com o
objetivo de verificar se a presença de IDR>5 levaria a um risco aumentado
para bruxismo, também não mostrou aumento de risco (OR=0.8).
Conclui-se que os pacientes com IDR>5 não apresentaram risco
aumentado para bruxismo.
PESQUISA
APRESENTAÇÃO EM PAINEL
INFLUÊNCIA DO TRATAMENTO PERIODONTAL NA
OCORRÊNCIA DE PARTO PRÉ-TERMO E/OU
NASCIMENTO DE CRIANÇAS COM BAIXO PESO
CORPORAL
CARMELO JC, OLIVEIRA AMSD, PEREIRA VLM
Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde – PUC Minas
A doença periodontal tem sido investigada como potencial fator de
risco para a ocorrência de parto pré-termo e/ou baixo peso ao
nascimento (PTBPN). O presente estudo é do tipo intervencionista
e tem o objetivo de avaliar o impacto do tratamento periodontal
mecânico não-cirúrgico na ocorrência de parto pré-termo e/ou o
nascimento de crianças com baixo peso corporal. Participaram do
estudo 250 mulheres grávidas, com características socioeconômicas
semelhantes e inscritas no Programa Saúde da Mulher da Prefeitura
de Belo Horizonte. Os dados maternos, obstétricos e pediátricos
foram obtidos dos prontuários médicos, questionário de saúde e do
formulário de acompanhamento das gestantes preconizados pelos
postos de saúde. O exame periodontal incluiu a avaliação dos
parâmetros clínicos profundidade de sondagem (PS), nível clínico
de inserção (NIC), sangramento à sondagem (SS) e índice de placa
bacteriana. Para análise considerou-se como um caso-doença
gengivite, a presença de =25% de sítios com sangramento à sondagem
e periodontite a presença de 1 sítio com PS e NIC =4mm. As
gestantes foram alocadas em cinco grupos de acordo com o
diagnóstico clínico e com a realização do tratamento periodontal
durante o 2ª trimestre de gestação ou após o desfecho da gravidez.
Os dados conclusivos do presente estudo estão sendo processados.
A RELAÇÃO DE SINAIS E SINTOMAS DA DISFUNÇÃO
TEMPOROMANDIBULAR E ESTRESSE EM
ACADÊMICOS DO CURSO DE FONOAUDIOLOGIA
OLIVEIRA GD, MANZI FR, ALVES AMC, GASPARINI AP,
BRITTO ATBO
Curso de Fonoaudiologia – PUC Minas
A articulação têmporomandibular (ATM) é uma estrutura de grande
interesse do fonoaudiólogo, bem como de outros profissionais da área
da saúde. É necessário identificar os sinais e sintomas e relacioná-los
aos possíveis fatores etiológicos,em consideração as diversas relações
entre os componentes do sistema estomatognático e deste com outros
aspectos do organismo humano. Há várias teorias afirmando a relação
da sintomatologia da Disfunção Temporomandibular (DTM) ao estresse.
Investigar a relação dos sinais e sintomas da DTM e Estresse em
acadêmicos do curso de Fonoaudiologia da PUC Minas. Para realização
desta pesquisa 60 estudantes do curso de Fonoaudiologia, do sexo
feminino, foram divididos em 2 grupos, sendo o primeiro grupo
constituído de 30 alunos cursando o primeiro ano e o segundo grupo
constituído de 30 alunos cursando o último ano. Foram utilizados um
protocolo para identificação de sinais de DTM e um questionário
relacionado ao estresse. Os dados foram submetidos a tratamento
estatístico. Observa-se a distribuição dos indivíduos, dos dois grupos
estudados, em relação às variáveis obtidas pelo exame anamnésico,
em relação aos sinais e sintomas: cefaléia, dor na região cervical, dor
na região da ATM em função; dor na região da ATM em repouso,
dificuldade de abrir a boca e história de trauma. O ruído articular foi
o que mais destacou (40% do grupo de alunos do 1º ano e 73,3% do
grupo de alunos do último ano). Dos sinais e sintomas o ruído
apresentou maior relação ao estresse (p<0,05). Houve maior
prevalência de sinais e sintomas de DTM relacionados aos alunos do
último ano do curso de Fonoaudiologia, cujos sinais e sintomas estavam
associados à presença de estresse.
AVALIAÇÃO ANÁTOMO-RADIOGRÁFICO DO FORAME
DE HUSCHKE E SUA IMPORTÂNCIA CLÍNICA
CHAGAS AAP, GURGEL FC, VEADO JAS,
VIDIGAL BCL, SERAIDARIAN PI, MANZI FR
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
No desenvolvimento do crânio humano, pode-se verificar a presença
de um forame na parede posterior da fossa articular, na região central
da porção timpânica do osso temporal. Este forame, denominado
de Huschke, geralmente se oblitera fisiologicamente ao redor dos 5
anos de idade. Entretanto, este forame permanece aberto em alguns
indivíduos adultos, o que pode ser a causa de alterações envolvendo
a articulação temporomandibular e a porção medial do canal auditivo
externo, como a artrite séptica. Pacientes com a presença deste
forame pode apresentar problemas otológicos após artroscopia,
uma vez que este exame pode favorecer a comunicação entre a
orelha e a ATM. Para a constatação deste forame pode ser utilizada
a tomografia computadorizada. Porém, devido a seu elevado custo
e a baixa incidência desta condição, o exame da região fica um pouco
restrito às técnicas radiográficas convencionais. Assim, a realização
deste trabalho teve como objetivo identificar e localizar este forame
em radiografias panorâmicas e transcranianas com o cefalostato
PTR, uma vez que apresentam custo muito menor e a utilização de
baixas doses de radiação ionizante. Para tanto, utilizou-se um crânio
macerado adulto com forame de Huschke, sendo o mesmo
identificado com marcador metálico. Após as análises das
radiografias, pode-se observar que, apesar das limitações de
sobreposições de imagens, a radiografia transcraniana pode ser
utilizada como uma das formas de diagnóstico na avaliação da
presença do forame de Huschke.
Arquivo Brasileiro de Odontologia
51
EFEITO DA RADIAÇÃO IONIZANTE NO
DESENVOLVIMENTO DENTÁRIO EM RATOS
SILVA AIV, MANZI FR, BOSCOLI FN,
AZEVEDO MP, ALMEIDA S
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
Os efeitos da radiação ionizante no desenvolvimento dentário têm
demonstrado grande interesse, e avaliá-los foi o objetivo deste trabalho.
Foram utilizadas 21 ratas, divididas em 7 grupos de forma aleatória.
Por meio de esfregaço vaginal diário, foi determinado o ciclo estral das
ratas para a avaliação do período fértil das mesmas e uma vez comprovado
este período, as ratas foram isoladas em gaiolas individuais com um
macho para o acasalamento, durante o período noturno. Ao amanhecer,
foi determinado o 1º dia de gestação pela presença do “plug” vaginal e
visualização de espermatozóides em outro esfregaço vaginal. A região
abdominal das ratas dos grupos La1 e La4 foi irradiada aos 13 dias de
gestação com dose de 1 Gy e 4 Gy de Raios X. Nesta fase, os 1ºs
molares dos embriões se encontravam no estágio de lâmina. Utilizandose as mesmas doses, os grupos Br1 e Br4 foram irradiados aos 16 dias
de gestação e os grupos Si1 e Si4 aos 19 dias, correspondendo, assim,
aos estágios de broto e sino. O grupo Co foi formado por animais não
irradiados. Após 30 dias do nascimento, foram sacrificados 3 filhotes
de cada ninhada para avaliação quantitativa e qualitativa dos molares
por meio da microscopia eletrônica de varredura. Pela análise dos
resultados, a radiação X promove efeito deletério nas dimensões oclusais
dos molares em desenvolvimento, em todos os estágios iniciais
estudados (lâmina, broto e sino) na dose de 4 Gy, principalmente no
estágio de sino, os quais apresentaram fusão de cúspides, fraturas
coronárias e canalículos dentinários levemente mais delgados e dispersos.
Na dose de 1 Gy verificaram-se alterações dimensionais apenas nos
molares irradiados no estágio de sino (p<0,01).
EFEITO DA RADIAÇÃO IONIZANTE NO
DESENVOLVIMENTO DENTÁRIO EM PACIENTES
SUBMETIDOS À RADIOTERAPIA DE CABEÇA E
PESCOÇO
SILVA AIV, MANZI FR, AZEVEDO MP
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
O estomóide é revestido por um epitélio primitivo espesso sob um
tecido conjuntivo (ectomesênquima) originado a partir da crista
neural. Este epitélio primitivo formará as bandas epiteliais primárias
da maxila e mandíbula primitivas, que rapidamente se dividem em
lâmina vestibular, o que formará o vestíbulo oral e lâmina dentária.
Dentro da lâmina dentária, observa-se atividade proliferativa que
proporciona o crescimento epitelial para o interior do
ectomesênquima nos locais correspondentes à posição dos futuros
dentes. A partir deste evento, o desenvolvimento do dente continua
em três estágios: broto, capuz e sino. Assim como em outras
estruturas, os efeitos biológicos da radiação ionizante nas estruturas
da cavidade bucal variam de acordo com o tamanho da área irradiada,
a dose, o tipo e o ritmo de aplicação da radiação, bem como o
estágio de desenvolvimento do tecido irradiado. No desenvolvimento
dentário, estes efeitos são desde pequeno retardo no crescimento e/
ou erupção até a total destruição do germe. Quando a radiação
ionizante é utilizada para fins terapêuticos em pacientes portadores
Arquivo Brasileiro de Odontologia
52
de certos tipos de neoplasias pode proporcionar injúrias em tecidos
circunjacentes à lesão. Esta energia é capaz de excitar os elétrons ou
ionizar os átomos ou moléculas que constituem os tecidos, podendo
promover dano irreparável da célula, pela interação com o DNA, ou
indiretamente, pela presença de radicais livres. O resultado é
considerado terapêutico se este dano ocorrer numa célula neoplásica
ou nocivo se a célula lesada constitui o tecido normal circunjacente
à lesão. Atualmente, vários pacientes pediátricos obtêm sucesso no
tratamento contra o câncer por meio da radioterapia de cabeça e
pescoço; por isso, os cirurgiões dentistas devem conhecer as
possíveis alterações dentárias que possam ocorrer nesses pacientes,
para obtenção do diagnóstico correto além de propor um tratamento
adequado, possibilitando assim, um prognóstico favorável. O
trabalho teve como objetivo a avaliação dos efeitos da radiação
ionizante por meio de avaliação radiográfica de pacientes que foram
submetidos à radioterapia na região de cabeça e pescoço na infância.
TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS PARA PACIENTES
PEDIÁTRICOS E/OU COM NECESSIDADES ESPECIAIS
NA ODONTOLOGIA
SILVA AIV, OLIVEIRA WL, BECKLER AA, MANZI FR
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
Os pacientes portadores de necessidades especiais, principalmente
as crianças são geralmente dependentes do auxílio familiar para a
realização de higiene bucal, havendo maiores riscos de exposição à
cárie dentária. Sabe-se que, para a realização de um planejamento
adequado, é necessária a obtenção de um diagnóstico correto. O
exame radiográfico constitui um dos métodos mais importantes
para a conclusão do diagnóstico. Porém, para que se consiga maior
potencial de informações de uma imagem radiográfica, a mesma
deve-se apresentar tecnicamente perfeita, ou seja, mínima distorção
e máximo detalhe e grau médio de densidade e contraste. Devido o
perfil desses pacientes, torna-se difícil à execução da técnica
radiográfica, uma vez que o profissional ou auxiliar não deve
permanecer no mesmo ambiente da incidência dos raios X, segundo
a portaria 453. Assim, o objetivo desse trabalho é demonstrar uma
forma de execução de radiografias intra-orais em pacientes com
necessidades especiais, com nível satisfatório e médio de colaboração,
porém sem coordenação motora, utilizando o acompanhante para
imobilizar a cabeça do paciente, ao mesmo tempo em que mantêm
o filme radiográfico na cavidade bucal, promovendo o suporte
emocional durante o procedimento. Essas técnicas foram
desenvolvidas com o objetivo de facilitar e agilizar este procedimento,
proporcionando comodidade maior ao paciente e minimizando os
erros radiográficos comuns. Assim o trabalho constituirá na
demonstração dos protocolos desenvolvidos.
ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DE 1.248 LESÕES COM
DIAGNÓSTICO DE CISTOS E GRANULOMAS
VIEIRA MG, ARAÚJO SS, BARBOSA FPF,
MARTINS SDC, CAPISTRANO HM, FRÓES JAV
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
Os cistos e granulomas são as mais freqüentes entre as lesões
periapicais e o diagnóstico clínico, através do exame radiográfico,
não pode ser estabelecido para a maioria dos casos encontrados.
O objetivo deste estudo foi o de verificar a freqüência e analisar
fatores associados com a ocorrência de cistos e granulomas
periapicais. Foi feita análise retrospectiva de 6096 registros de
biópsias enviadas para diagnóstico histológico no Laboratório de
Patologia Bucal da Faculdade de Odontologia da PUC Minas no
período de cinco anos. Foram encontrados 628 diagnósticos de
cistos e 620 diagnósticos de granulomas, totalizando 1248 destas
lesões periapicais. 54,1% das lesões ocorreram no sexo feminino.
A faixa etária de 10 a 39 anos foi a mais acometida. Até o momento
do diagnóstico clínico, o tempo de evolução das lesões era
desconhecido por 72,6% dos portadores. Os primeiros molares
inferiores foram os dentes mais afetados por granulomas e os
incisivos laterais superiores os mais afetados por cistos periapicais.
A freqüência de acertos do diagnóstico clínico foi de 12,7% para
granulomas e de 35,3% para cistos. Os resultados encontrados
indicam a necessidade de enviar todo material removido da região
periapical para diagnóstico histológico e confirmam alguns
resultados de estudos anteriores.
AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO DA DOR EM PACIENTES
SUBMETIDOS AO EXAME RADIOGRÁFICO PERIAPICAL
COM OS FILMES KODAK INSIGHT E KODAK
INSIGHT SURE SOFT
VIDIGAL BCL, COELHO RM, JUNIOR ISSO,
RODRIGUES KS, MANZI FR
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
Muitos pacientes sentem-se apreensivos na realização de
tratamentos odontológicos por afirmarem que são incômodos e
dolorosos. Para esses, o menor sinal de desconforto, ainda que
somente durante a acomodação do filme radiográfico na boca,
pode ser interpretado como o tratamento poderá ser doloroso, e
com isso, a cooperação com o profissional torna-se comprometida.
O objetivo deste trabalho foi avaliar a percepção da dor em
pacientes submetidos ao exame radiográfico periapical com os
filmes Kodak Insight e Kodak Insight Sure Soft Foram
selecionados 40 indivíduos, de ambos os sexos, divididos em 2
grupos etários, sendo um com idade entre 6 e 12 anos (grupo 1) e
outro com idade acima de 18 anos (grupo 2). Todos os
participantes foram submetidos a simulações de exame radiográfico
periapical com os dois tipos de filmes nas regiões de incisivos e
molares superiores e inferiores com e sem uso de posicionadores.
Os resultados foram submetidos ao teste estatístico não
paramétrico de Wilcoxon. O filme radiográfico kodak Insight Sure
Soft®, quando comparado ao filme Insight padrão, mostrou-se
mais confortável na região de molares inferiores, com e sem o uso
de posicionador, para o grupo 1, e na região de molares superiores
com o uso do posicionador, em ambos os grupos. Para a região
anterior, ambos os filmes mostraram resultados semelhantes com
e sem uso de posicionador em ambos os grupos. Cocluiu-se que o
filme Kodak Insight Sure Soft ® foi mais confortável que o Kodak
Insight® em 2 das 3 regiões de maior desconforto relatadas pelos
pacientes.
ANÁLISE DE POLIMORFISMO FUNCIONAL NO GENE
DA CITOCINA IL-1 BETA EM PACIENTES COM LESÕES
DE CÉLULAS GIGANTES BUCAIS
MOTTA GF, MOREIRA PR, GOMEZ RS,
GOLLOB KJJ, DUTRA WO, SOUZA PEA
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
As lesões central (LCCG) e periférica (LPCG) de células gigantes
ocorrem nos tecidos bucais e apresentam características
histopatológicas idênticas representadas por numerosas células
macrofágicas permeadas por células gigantes multinucleadas. Embora
sejam lesões de etiologia desconhecida, estudos apontam para
participação de mecanismos imuno-inflamatórios no
desenvolvimento dessas lesões. Polimorfismos em genes de citocinas,
que podem confirmar diferenças interindividuais na síntese e secreção
destas proteínas, têm sido associados a doenças que têm uma
patogênese inflamatória. O objetivo deste trabalho foi avaliar a
ocorrência de polimorfismo funcional no gene da citocina próinflamatória, indutora do recrutamento celular e da reabsorção óssea,
IL-1beta (+3954) em pacientes com LCCG e LPCG e em indivíduos
não acometidos pelas lesões (grupo controle). Para isso, foram
obtidos raspados de mucosa bucal dos indivíduos e realizada a
extração de DNA, amplificação gênica, digestão com enzima de
restrição e eletroforese em gel de poliacrilamida. A distribuição dos
genótipos foi avaliada comparando os grupos LCCG e LPCG com
o grupo controle. Não houve indivíduo com genótipo TT em nenhum
dos grupos avaliados. Os genótipos CC e CT foram identificados
nos indivíduos. Entretanto, a análise estatística revelou não haver
associação entre o genótipo CT, o qual confere maior produção da
citocina, e os grupos de LCCG ou LPCG, quando esses foram
comparados ao grupo controle, nem quando foram comparados
entre si. Este estudo mostrou que o polimorfismo funcional do gene
IL-1 beta no locus +3954 (C/T) não constitui um fator de risco para
o desenvolvimento da LCCG e da LPCG.
AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DA CITOCINA IL-10 E DA
EXPRESSÃO DO RECEPTOR IL-10R NAS LESÕES DE
CÉLULAS GIGANTES BUCAIS
MELO NFLS, FARIA DR, GALVÃO CF,
GOLLOB KJ, DUTRA WO, SOUZA PEA
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
As lesões central (LCCG) e periférica (LPCG) de células gigantes
são lesões bucais de histogênese incerta e etiopatogênese ainda
desconhecida, que apresentam características histopatológicas
idênticas. O fato de a maioria das células das lesões apresentar
características fenotípicas e funcionais de macrófagos sugere a
participação de mecanismos imunoinflamatórios no controle do
desenvolvimento das lesões. As citocinas são moléculas importantes
no controle dos processos inflamatórios e sabe-se que pacientes
com LCCG apresentam maiores freqüências de monócitos
circulantes produtores da citocina IL-10 que indivíduos não
acometidos pela lesão. Neste trabalho, nos propusemos avaliar a
produção da citocina imunossupressora IL-10, por células gigantes
e mononucleares da LCCG e da LPCG, fenotipicamente identificadas
Arquivo Brasileiro de Odontologia
53
pelo marcador macrofágico CD68, e avaliar a expressão do receptor
IL-10R? nessas células. Para isso utilizamos reações de
imunofluorescência e análises ao microscópio confocal. Os resultados
revelaram que todas as células gigantes da LCCG e da LPCG são
CD68+ e expressam o receptor IL-10R? e que a grande maioria delas
produz IL-10. Mais da metade das células mononucleares da LCCG
e da LPCG produz IL-10 e expressa o CD68 e o receptor IL-10R?.
Entretanto, a LPCG apresenta freqüência estatisticamente maior de
células CD68+ e de células IL-10+ que a LCCG. Nossos resultados
sugerem forte participação da citocina IL-10 nos mecanismos
relacionados à patogênese das lesões de células gigantes b.
AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DO MÉTODO DE
ESTERILIZAÇÃO PELO CALOR ÚMIDO (VAPOR
SATURADO SOB PRESSÃO) E CALOR SECO (FORNO
DE PASTEUR) EM SUGADORES ENDODÔNTICOS
SEMIM KO, ALVAREZ-LEITE ME.
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
A pesquisa analisou a eficácia de esterilização dos sugadores
endodônticos utilizados nas clínicas de Endodontia, pelo método
de cultura microbiológica, com o intuito de garantir a prevenção e o
controle da infecção cruzada entre os pacientes atendidos na
Faculdade de Odontologia da PUC Minas. Estes artigos são de aço
inoxidável, com uma haste adaptada na mangueira do sugador e uma
ponta fina, com um lúmen de pequeno diâmetro; são utilizados nos
canais radiculares para aspirar secreções e soluções retidas em seu
interior. Os sugadores foram coletados na clínica de endodontia e,
após utilização e lavagem mecânica (cuba ultrassônica),
transportados até ao laboratório de Microbiologia e processados
em tempo não superior a 20 minutos. Para a avaliação da
contaminação, o lúmen do sugador foi banhado por 1mL de soro
fisiológico e alíquotas de 0,2 mL deste soro foram semeadas em
meio Brain Heart Infusion (BHI). As placas foram incubadas em
estufa bacteriológica, em condição de aerobiose, a 37°C, por 2448h. Após o período de incubação, realizou-se a contagem e
observação das características morfológicas coloniais dos
microrganismos. O artigo foi então levado para esterilização e o
mesmo processo, repetido. Dos 32 sugadores avaliados, observouse crescimento microbiano em 14 deles, na etapa em que tais artigos
estavam somente lavados. Após a esterilização, ainda houve
contaminação de um sugador que, por sua vez, apresentou alto
índice de contaminação, na primeira etapa. Apesar de preliminares,
os resultados são de extrema importância, pois caso não se confirme
a eficácia da esterilização nestes artigos, os sugadores estarão
funcionando como veículos potenciais de infecção cruzada entre
pacientes, quando utilizados nas clínicas da FOPUC Minas.
AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE IMAGENS NO
DIAGNÓSTICO DE LESÕES DE FURCA SIMULADAS
ANDRADE JGP, OLIVEIRA AMSD, MANZI FR
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
O objetivo deste estudo foi avaliar 2 sistemas de imagens no
Arquivo Brasileiro de Odontologia
54
diagnóstico de lesão de furca. Foram realizados defeitos ósseos
artificiais na região de furca de dentes de suínos utilizando brocas
esféricas para a obtenção de radiografias intra-orais. Periodontistas
e radiologistas analisaram estas simulações por meio de filmes
convencionais e imagens digitalizadas. Observou-se que os
periodontistas apresentaram maior dificuldade em diagnosticar
lesões de furca menores localizadas nos molares inferiores. Já os
radiologistas, na visualização das lesões de furca nos molares
superiores. Quanto aos sistemas de avaliação, estes apresentaram
resultados semelhantes. Conclui-se, portanto, que a imagem
digitalizada não aumenta a acuracidade, não perde a qualidade sendo
importante para arquivamento e transferência de dados.
INFLUÊNCIA DA ANGULAÇÃO HORIZONTAL NO
DIAGNÓSTICO DE SIMULAÇÕES DE CÁRIES
PROXIMAIS, UTILIZANDO FILME CONVENCIONAL E
IMAGENS DIGITALIZADAS.
ANDRADE JGP, MANZI FR
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
O objetivo deste estudo foi verificar se alterações na angulação
horizontal de radiografias interproximais podem interferir no
diagnóstico de simulações de lesões cariosa utilizando filmes
convencionais e imagens digitalizadas. Para tanto, 16 dentes hígidos
foram posicionados em manequins a fim de serem radiografados
na técnica padrão e com alterações na angulação horizontal: 5º,
10º, 15º, 20º. Posteriormente, foi realizada a técnica padrão e com
as alterações nas angulações horizontais. Os mesmos
procedimentos foram feitos com as brocas 1012 e 1013. Cirurgiõesdentistas e radiologistas odontológicos analisaram estas simulações
por meio de filmes convencionais e imagens digitalizadas. Com
base nos resultados, conclui-se que lesões restritas ao esmalte são
de difícil observação quando se altera a angulação horizontal.
Alterando esta angulação, pode promover diagnóstico falsopositivo de lesão em superfícies hígidas. Em superfícies com
simulação de cárie na menor profundidade, alterações e ângulos de
até 10º proporcionam resultados semelhantes à radiografia padrão.
Nas demais perfurações, observam-se o aumento na percepção
das simulações, sendo que os radiologistas apresentam melhores
resultados. Comparando os tipos de análise, os cirurgiões-dentistas
apresentaram resultados melhores ou semelhantes nas imagens
analisadas por meio de filmes convencionais, enquanto os
radiologistas mostraram-se melhores ou semelhantes nas análises
com imagens digitalizadas.
AVALIAÇÃO DAS DIMENSÕES
DE ASA DENTFLEX®
LANA ACC, FIALHO DL, GRECO GD, JANSEN WC,
SERAIDARIAN PI
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
O articulador semi-ajustável tem o propósito de reproduzir as
relações maxilomandibulares, estáticas e parcialmente as dinâmicas.
No entanto, parte destas características depende da qualidade da
fabricação dos aparelhos. O objetivo foi de aferir os componentes
responsáveis pela determinação do ângulo de Bennett (AB), da
eminência articular (EA) e da distância intercondilar (DI) do
articulador semi-ajustável (ASA) Dentflex®. Além disso, aferiuse o paralelismo entre os ramos, altura entre a base horizontal do
ramo inferior que contém as esferas condilares e a distância dos
pinos de inserção da placa de montagem até a porção mais posterior.
A amostra constituiu-se de 30 ASA novos dos alunos da PUC
Minas e as medidas obtidas com um paquímetro digital e um
aferidor de ângulo. O AB mostrou para o lado direito uma média
de 15,25 ±2,08 e para o lado esquerdo 15,73 ±2,43. Quanto a EA
a média foi de 29,13 ±1,80 e 29,5 ±1,38 para os lados direito e
esquerdo respectivamente. A DI pequena mostrou uma média de
96,00 ±0,15, a média 109,95 ±0,17 e a grande 123,88 ±0,17. O
paralelismo apresentou uma diferença média de 10,0mm ± 1,30. A
altura da base em relação às esferas condilares foi em média 41,82
±0,44 para o lado direito e 41,82 ±0,44 para o lado esquerdo e a
distância dos pinos de inserção da placa de montagem apresentou
uma média de 100,79 ±0,25 no ramo superior e 83,83 ±0,23 no
ramo inferior. Isto nos permite concluir que os ASA aferidos neste
trabalho apresentam alterações dimensionais de fabricação.
INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS
DISFUNÇÕES TÊMPORO MANDIBULARES (DTM’S):
PANORAMA DOS ATENDIMENTOS REALIZADOS NO
AMBULATÓRIO DE FISIOTERAPIA NO ANO DE 2005
ARAÚJO AR, FERREIRA AC, ISAAC DB,
MOTTA LF, PEREIRA AM
Curso de Fisioterapia da PUC Minas
Disfunção têmporomandibular é o termo usado para descrever o
conjunto de distúrbios que envolvem a articulação
têmporomandibular, os músculos mastigatórios e estruturas
associadas a essa articulação. Esses distúrbios podem ser
decorrentes de alterações posturais, desequilíbrios biomecânicos
e/ou musculares, alterações oclusais, bem como por fatores
psicológicos. Dor facial, otalgia, cefaléias, ruídos, desvios e
travamento estão comumente relacionados às DTM’s. Esta
disfunção apresenta incidência de 40 a 60% na população, sendo
mais comum dos 20 aos 40 anos. Devido à grande incidência de
queixas relacionadas à ATM e do impacto dessas na função do
sistema mastigatório, foi criado o Ambulatório de Fisioterapia
Aplicada às DTM’s. No ano de 2005 foram atendidos 28
indivíduos, sendo 25 do sexo feminino e 3 do sexo masculino, na
faixa etária de 15 a 54 anos (média de 34,8 ± 13,4 anos). Desses
indivíduos, a grande maioria apresentou-se para a avaliação com
queixas de dor muscular e/ou articular, ruídos no ouvido, estalidos,
vertigem e perda de equilíbrio. As disfunções articulares, capsulares
e musculares representaram os diagnósticos mais freqüentes
encontrados nos pacientes. A conduta fisioterapêutica envolvia,
além das orientações, a aplicação de recursos físicos,
cinesioterápicos e manuais. Pôde-se observar, por meio de escalas
e questionários, melhora satisfatória dos indivíduos em relação ao
quadro álgico e funcional. Dessa forma, conclui-se que a intervenção
fisioterápica contribuiu para a melhoria dos sintomas e da qualidade
de vida dos indivíduos portadores de DTM’s.
PADRÕES OCLUSAIS DE PACIENTES
RESPIRADORES BUCAIS
ROSA RTF, JÚNIOR OS
Escola de Aperfeiçoamento Profissional da ABO-MG
A respiração bucal é um hábito deletério encontrado frequentemente
nos pacientes. Muitos trabalhos na literatura afirmam que portadores
de respiração bucal podem ser acometidos por diversas alterações
funcionais e oclusais, dada a duração e intensidade deste mau hábito.
Este trabalho teve por objetivo quantificar essas alterações de
padrões oclusais presentes em pacientes respiradores bucais. Assim,
332 pacientes foram estudados e, destes, 123 constatados
respiradores bucais. Os padrões oclusais vertical, ântero-posterior
e transversal destes pacientes respiradores bucais puderam então
ser pesquisados. Sobremordida profunda, distoclusão e ausência de
mordida cruzada foram os padrões oclusais encontrados em maior
porcentagem.
CORRELAÇÃO DA CURVA DE CRESCIMENTO
ESTATURAL COM O CRESCIMENTO VERTICAL EM
PACIENTES PORTADORES DE SOBRE-MORDIDA
PROFUNDA TRATADOS COM ORTOPEDIA FUNCIONAL
DOS MAXILARES
NOVAES CAA, JÚNIOR OS
Escola de Aperfeiçoamento Profissional da ABO-MG
Diante da hipótese do melhor momento para intervenção em
pacientes portadores de sobremordida profunda, foi realizada
pesquisa relacionando a curva de crescimento estatural e a velocidade
de ganho de dimensão vertical. Foram selecionados 49 pacientes
portadores de sobremordida profunda, do total de 332 pacientes
em tratamento na clínica do Curso de Especialização em Ortopedia
Funcional dos Maxilares da EAP/ABO-MG. A idade cronológica
não foi requisito de inclusão ou exclusão da amostra que consistiu
em pacientes de ambos os gêneros com idade variando entre 8 anos
e 10 anos e 11 meses, com idade média de 9 anos de idade,
correspondendo ao 7o estágio de desenvolvimento. Os pacientes
selecionados foram examinados mensalmente e tiveram as medidas
de overbite e de estatura registrados por período de 12 a 20 meses.
Foi concluído que houve melhora considerável da sobremordida
profunda com o uso de aparelhos ortopédicos funcionais e que não
há correlação entre a curva de crescimento estatural e a melhora da
sobremordida profunda, durante o 7o estágio de desenvolvimento.
A CONFIABILIDADE DA REPRODUTIBILIDADE DE
PONTOS CEFALOMÉTRICOS
PEREIRA TBJ, SIQUEIRA VCV
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
A cefalometria mostra-se como ferramenta importante para o
diagnóstico ortodôntico, mas apresenta algumas limitações por
reproduzir de forma bidimensional uma estrutura tridimensional, o
que contribui em erros de diagnóstico ortodôntico. O presente
trabalho pretende apontar os possíveis equívocos cometidos pelo
Arquivo Brasileiro de Odontologia
55
ortodontista quando realiza seu estudo cefalométrico, auxiliando o
profissional visualizar claramente os problemas mais comuns,
minimizando-os. Cinco telerradiografias, obtidas em norma lateral,
de jovens com dentadura permanente, foram enviadas para 5
ortodontistas experientes e 5 alunos do curso de pós-graduação ao
nível de mestrado em ortodontia. Foi solicitado a cada profissional
que identificasse as estruturas relativas à base anterior, média e
posterior do crânio, órbitas, maxila, mandíbula, primeiros molares
permanentes superiores e inferiores, e do perfil tegumentar. Após a
identificação das estruturas, solicitou-se a marcação dos pontos N,
S, A, B, Me, Go, Gn, Pg, Or, Po, ENA, ENP e a mensuração das
grandezas cefalométricas SNA, SNB, ANB, SN.GoGn, FMA,
IMPA, I.PP, 1.1, 1-NA, 1.NA, 1-NB, 1.NB. Foi utilizado o teste
estatístico “t” de Student, para verificar a existência ou não de
diferenças entre os profissionais e a significância desses erros. Os
autores dessa pesquisa acreditam que mesmo os ortodontistas com
anos de experiência possuem níveis de erros de traçado que não
induz confiança nos resultados de um único traçado radiográfico,
sendo necessárias mensurações repetidas numa mesma radiografia.
A observação clínica de um profissional competente e experiente
constitui-se uma ferramenta muito poderosa e deve ser mais utilizada
para tornar mais confiável qualquer observação cefalométrica.
AVALIAÇÃO DO POSICIONAMENTO DA MAXILA,
ATRAVÉS DO ÂNGULO NASOLABIAL, ANTES E APÓS O
USO DO HERBST
MELO PRR, PEREIRA TBJ, PEREIRA TJ
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
O aparelho de Herbst foi introduzido por Emil Herbst em 1905,
e, reintroduzido por Pancherz em 1979. O Herbst é um aparelho
funcional fixo, apresenta um dispositivo telescópico bilateral,
para o tratamento da maloclusão de classe II por retrusão
mandibular. Possui uma série de vantagens em comparação aos
removíveis, atuam 24 horas por dia, não dependem de colaboração,
o tempo de tratamento é de 6 a 8 meses em adolescentes e, 10 a
12 em adultos jovens. É contra-indicado em pacientes sem
crescimento e com protrusão maxilar. McNamara (1981) relatou
que na classe II era mais freqüente encontrar uma maxila normal
ou retruída do que protruída. Holdaway (1983) critica os
ortodontistas em relação às mudanças do lábio superior, quando
tratados ortodonticamente. Martins et al. (1994), avaliaram o
aparelho de Herbst e observaram na maxila um pequeno
redirecionamento ou inibição de seu deslocamento anterior. Ursi
et al. (1999) realizaram comparação cefalométrica entre os
aparelhos extrabucal cervical, Frankel e Herbst. Concluíram que
o Herbst restringe o deslocamento anterior da maxila, mas que é
menos significante em relação aos outros aparelhos removíveis.
Este trabalho tem como objetivo avaliar o posicionamento da
maxila, através do ângulo nasolabial, antes e após o uso do Herbst.
Foram selecionados 26 pacientes, de ambos os gêneros, com
idade média de 12 a 16 anos. O ângulo nasolabial foi medido
através de uma fotografia de perfil, antes e após o tratamento.
De acordo com os resultados obtidos, o ângulo nasolabial
praticamente permaneceu o mesmo, não alterando a relação do
lábio superior.
Arquivo Brasileiro de Odontologia
56
A RELAÇÃO ENTRE CURVA DE CRESCIMENTO
ESTATURAL E O FECHAMENTO DA MORDIDA ABERTA
ANTERIOR
SANTOS VR, JÚNIOR OS
Escola de Aperfeiçoamento Profissional da ABO-MG
O estudo, baseado na literatura, apresenta o comportamento da
mordida aberta anterior, em pacientes do curso de Ortopedia
Funcional dos Maxilares da EAP/ABOMG (Associação Brasileira
de Odontologia), com uso exclusivo de aparelhos ortopédicos
funcionais, e sua relação com o crescimento estatural. Os resultados
permitiram concluir que a amostra estudada, apresentou uma relação
indireta entre o crescimento estatural e ao fechamento da mordida
aberta anterior. Contudo, demonstrou-se, que houve fechamento da
mordida aberta independente de sexo, ou idade em que se
encontravam os indivíduos da amostra, em torno de 83,85%. Em
casos em que a má oclusão em questão era mais discrepante ou mais
severa os resultados finais foram mais satisfatórios e em casos em
que a má oclusão não era assim tão evidente, ou discrepante, os
resultados foram menos evidentes que os anteriores. Esta diminuição
da mordida aberta anterior, deveu-se ao uso dos aparelhos
ortopédicos funcionais, tendo pouca relação com o crescimento
estatural, pois em indivíduos em que já havia cessado o crescimento
estatural ou naqueles em que o crescimento não foi tão significativo,
mesmo assim houve alteração no overbite, e consequentemente o
fechamento da mordida aberta anterior.
CARACTERIZAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA DOS
PACIENTES ORTO-CIRÚRGICOS ATENDIDOS NO
CENTRARE
BRAGA APG, FRAGA F, BELO FD,
CARDOSO MF, CRUZ RC, NEVES SF
Centro de Tratamento e Reabilitação de Fissuras Labiopalatais e
Deformidades Craniofaciais/PUC Minas/Hospital da Baleia
Pacientes com deformidades dentofaciais apresentam distúrbios
miofuncionais orofaciais e cervicais relacionados com o tipo de
deformidade que apresentam. Além desses distúrbios verifica-se
também a presença de sinais e sintomas de disfunção
temporomandibular e hábitos orais deletérios. O objetivo do estudo
foi caracterizar os distúrbios fonoaudiológicos apresentados pelos
pacientes orto-cirúrgicos, na fase pré-cirúrgica. Foi realizada a coleta
de dados nos prontuários dos pacientes atendidos pela
Fonoaudiologia no setor de Cirurgia Buco-maxilo-facial. Dos 16
pacientes que foram atendidos no pré-cirúrgico, 62,5% eram do
gênero masculino e 37,5% do feminino, sendo que 31,25%
apresentaram queixa funcional, enquanto 18,75% queixa estética e
50% queixa estética e funcional. Quanto aos sinais e sintomas de
disfunção têmporomandibular verificou-se a presença de pelo menos
3 destes em 31,25% de pacientes. Foi verificada hipofuncionalidade
de língua, bochechas e lábios em 93,75%, 81,25% e 68,75% dos
pacientes, respectivamente; 100% dos pacientes apresentaram
alteração de mastigação e deglutição; 63,25% dos avaliados
apresentaram alguma alteração de fala. Os pacientes apresentaram
queixas funcionais, presença de hábitos orais, sinais e sintomas de
disfunção temporomandibular, e alterações significativas em relação
à musculatura orofacial e funções orais, justificando-se a importância
da participação fonoaudiológica na equipe interdisciplinar que trata
estes pacientes, desde o pré-cirúrgico.
A INFLUÊNCIA DO SORRISO NA INSERÇÃO SOCIAL
DE CRIANÇAS
FONSECA Jr AM, MACIEL KF, CAIXETA DT
Faculdade de Odontologia da UFMG
Este estudo buscou conhecer a percepção quanto à aparência bucal
de um grupo de alunos, na faixa etária de 9 e 10 anos, da 4a série de
uma escola pública de Belo Horizonte e como isso influenciaria a
inserção social das crianças. O trabalho desenvolveu-se por meio de
entrevista com 42 crianças na qual eram utilizadas 5 fotos. Uma
ordem de preferência era pedida para a criança em relação a cada
uma das seis perguntas que lhes eram feitas. Ao final das respostas
procurava-se saber o porquê das primeiras e últimas escolhas. A
análise dos fatos foi feita considerando-se os gêneros masculino e
feminino. Os resultados mostraram que a preferência como primeira
opção foi pela foto que apresentava dentes aparentemente normais
e como última opção ficou a foto que apresentava dentes anteriores
cariados. Também foi dada a opção ‘’qualquer um’’ para as crianças
quando elas achassem que uma foto não deveria ser escolhida em
detrimento de outra. Sua escolha foi substancial somente para
algumas perguntas. Concluiu-se que a estética é um fator importante
nas relações sociais entre as crianças, sendo esse fato constatado
pela prevalência de escolhas da foto que apresentava dentes
aparentemente normais como primeira opção. É importante enfatizar
a semelhança do número de respostas entre os dois gêneros, o que
nos mostra com um de nossos resultados a importância que vem
sendo dada à aparência também pelo sexo masculino.
AVALIAÇÃO DA ALTERAÇÃO DIMENSIONAL LINEAR DE
MODELOS EM FUNÇÃO DO TIPO DE ALGINATO E DO
TEMPO DE VAZAMENTO
TEIXEIRA FILHO JM, PEREIRA AH, NASCIMENTO PRG,
JANSEN WC
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
Para o alginato, o vazamento deve ser imediato após a obtenção
molde, evitando alteração dimensional. Segundo o fabricante do
alginato Kromopan 100®, os moldes armazenados em sacos de
plástico permitem um vazamento tardio. Procurou-se comprovar
esta vantagem e testar o método de armazenamento em outras marcas.
A partir de um modelo mestre, demarcado com 2 pontos anteriores
e 2 posteriores localizados na crista do rebordo obteve-se as
distâncias A, B, C e D, em milímetros. Sessenta moldes com três
marcas comerciais de alginato foram obtidos e divididos em 3 grupos
(n=20). Cada grupo foi subdividido (n=10) de acordo com o tempo
de vazamento: imediato ou tardio. O vazamento tardio ocorreu 100
horas após a obtenção do molde sendo o mesmo armazenado em
saco plástico hermeticamente fechado. Através de um paquímetro
digital, as medidas foram realizadas por três examinadores. O modelo
mestre apresentou como média: A:32,79; B:43,32; C:24,78 e
D:28,65. No Grupo Kromopan 100® as médias para o vazamento
imediato foram de: 32,79; 43,49; 24,81; 28,62 e para o tardio: 32,77;
43,53; 24,89; 28,64, respectivamente. Para o Grupo Hidrogum® as
médias foram para o vazamento imediato: 32,75; 43,50; 24,79;
28,63 e para o tardio: 32,81; 43,53; 24,81; 28,68. Já para o Grupo
Jeltrate® o vazamento imediato apresentou: 32,80; 43,41; 24,85;
28,71 e para o tardio: 32,77; 43,41; 24,84; 28,69. A análise pelo
teste t-Student mostrou não haver diferença estatisticamente
significante entre os vazamentos imediato e tardio, exceto entre as
medidas C do grupo Kromopan 100® e as medidas A e D do grupo
Hidrogum®.
UTILIZAÇÃO DE UM HIDROCOLÓIDE IRREVERSÍVEL
POR ACADÊMICOS DA PUCMINAS
VIDIGAL BCL, AKAKI E, ANDRADE MO
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
O alginato é um dos materiais de moldagem mais utilizados em
Odontologia. Trata-se de um hidrocolóide irreversível, cuja técnica
de utilização é bastante sensível, exigindo rigor na realização de
procedimentos de moldagem e obtenção de modelos. O presente
estudo se propôs a mensurar e avaliar os procedimentos de
moldagem e obtenção de modelos com esse material realizado por
85 alunos do último ano de graduação da Faculdade de Odontologia
da PUC Minas. Foi aplicado questionário abordando aspectos
relacionados à correta utilização do alginato: proporção água/pó,
manipulação, desinfecção, armazenamento e vazamento de gesso
para obtenção de modelos. Constatou-se que a maioria dos alunos
(61,2%) proporciona água/pó indevidamente. Dos 85 acadêmicos
entrevistados 70,6% realizam a desinfecção do molde, somente
25% o fazem em ambiente fechado e 41,7% fazem o controle do
tempo de desinfecção. Com relação ao vazamento de gesso para
obtenção de modelos, somente 60% fazem uso do vibrador e deixam
a reação de presa ocorrer ao ar livre, não fazendo uso de um
umidificador e 58,8% fazem remoção do modelo após 45 minutos,
tempo preconizado pela literatura. Os resultados mostraram que
os acadêmicos não fazem uso correto do hidrocolóide irreversível
por negligencia ou desconhecimento das propriedades inerentes a
esse material moldador, tornando-se necessária uma maior
conscientização da importância desse conhecimento para a obtenção
de trabalhos mais fiéis e adequados.
Arquivo Brasileiro de Odontologia
57
CASOS CLÍNICOS
Apresentação oral
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE CARTILAGEM
TRITÍCEA COM DOENÇA ATEROESCLERÓTICA –
ATEROMA
histopatológicos, o diagnóstico foi de pênfigo vulgar. O paciente
foi submetido ao tratamento com corticosteróide. Inicialmente foi
prescrito o uso de uma ampola de Disprospam intramuscular,
com o objetivo de regressão rápida das lesões e controlar a dor do
paciente, para que o mesmo pudesse se alimentar melhor.
Posteriormente uso de predinisona 60mg/dia por 30 dias, em
seguida 40mg/dia por 2 meses e 20mg/dia por mais 2 meses.
Atualmente, o paciente encontra-se em acompanhamento.
SILVA AIV, OLIVEIRA WL, ÁLVARES JFT, MANZI FR
Faculdades de Odontologia da PUC Minas e UNICAMP
A radiografia panorâmica continua sendo o exame mais solicitado
pelo cirurgião dentista. Embora, mesmo nos aparelhos mais
modernos, seja um método radiográfico que tem como desvantagem
à ampliação de imagem, tem-se como ponto positivo o fato de que
a imagem reproduzida corresponde a uma grande área, abrangendo
os maxilares e estruturas circunvizinhas, como a articulação
temporomandibulares, as fossas nasais e órbita. Com certa
freqüência, o Radiologista pode observar a presença de imagens
radiopacas localizadas em áreas de tecido mole. Dentre tantas
estruturas anatômicas e entidades patológica que fornecem tais
imagens, a imagem de um ateroma, calcificação na artéria carótida,
e das cartilagens tritíceas, localizadas nos ligamentos tireohioideos,
fornecem imagens na radiografia panorâmica muito semelhante
quanto ao tamanho, à forma, à radiopacidade e, principalmente, à
localização, região do pescoço no espaço intervertebral C3 e C4.
Com base na literatura e ocorrência de casos nas Clínicas de
Radiologia das Faculdades de Odontologia de Piracicaba –
UNICAMP e PUC Minas, o objetivo deste trabalho é elucidar os
profissionais no procedimento de diagnóstico dessas condições,
pois se houver um diagnóstico incorreto, não será possível de
identificar um paciente de risco em desenvolver um acidente
vascular cerebral.
PÊNFIGO VULGAR:
RELATO DE CASO CLÍNICO
ANDRADE BAB, AMORMINO SAF, MARIGO HA
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
Paciente W.G.F, sexo masculino, leucoderma, 26 anos, compareceu
à clínica de Estomatologia da FOPUC-MG, para avaliação de lesões
vesículo-bolhosas, sintomáticas na cavidade oral. Estas
apresentavam um tempo de evolução de quatro meses, sendo que
o primeiro sinal foi uma dor de garganta. Posteriormente, apareceu
uma “ferida” no palato e múltiplas lesões bolhosas dolorosas. No
exame intra-oral observou-se a presença de poucas lesões vesículobolhosas, com tendência a romperem facilmente, de diâmetros
variáveis, de conteúdo seroso claro e sanguinolento. Havia várias
áreas de erosões e ulcerações superficiais irregulares. Estas lesões
localizavam-se no 1/3 posterior do palato duro, palato mole,
orofaringe, lábio superior e inferior, mucosa jugal bilateralmente,
dorso e ventre lingual, assoalho bucal e rebordos alveolares. Diante
do quadro clínico, as hipóteses diagnósticas foram: pênfigo vulgar,
penfigóide benigno de mucosa e líquen plano erosivo. E para a
confirmação do diagnóstico, realizou–se a biópsia perilesional na
região do lábio superior. Com base nos achados clínicos e
Arquivo Brasileiro de Odontologia
58
PERIOSTITE PROLIFERATIVA:
RELATO DE CASO
ANDRADE BAB, BONISSON LA, LEAL RM,
CAPISTRANO HM, MARIGO HA
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
A paciente DSO, sexo feminino, feoderma, 13 anos de idade,
apresentou-se à clínica de Estomatologia da FOPUC Minas
queixando-se de um discreto aumento de volume na região posterior
da mandíbula do lado esquerdo. Durante a anamnese nenhuma
alteração de ordem sistêmica foi relatada, apenas dor no dente 36,
há um ano atrás. Ao exame clínico intra-oral observou-se uma
lesão de cárie extensa, comprometendo toda a coroa do dente 36 e
uma tumefação, firme à palpação, próxima a região periapical. A
mucosa adjacente encontrava-se com coloração e textura normais.
O exame radiográfico periapical mostrou lesão de cárie envolvendo
toda a câmara pulpar com comprometimento da região de furca.
Foram feitas uma radiografia oclusal total de mandíbula e outra
oclusal com filme periapical, do dente 36. Estas radiografias
mostraram uma área radiopaca na cortical vestibular, bem
delimitada com laminações concêntricas lembrando o aspecto de
“casca de cebola”. Baseando-se na história clínica e nos achados
radiográficos estabeleceu-se o diagnóstico de periostite
proliferativa. Foi realizada a exodontia do dente 36, uma vez que
não houve possibilidade de realizar o tratamento endodôntico e a
restauração do mesmo. Aproximadamente 8 meses após a extração,
a paciente apresentou completa cicatrização na área correspondente
ao dente 36, sem qualquer tumefação clinicamente visível.
Radiografias periapical e oclusal mostram uma completa
remodelação óssea da região envolvida.
DISPLASIA CEMENTO OSSEA FLORIDA:
RELATO DE CASO CLINICO
ALVES CR, MANZI FR
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
A displasia cemento ósseo florida é uma lesão assintomática fibroóssea, na qual há a substituição de tecido ósseo por tecido
conjuntivo fibroso e posteriormente, com a maturação da lesão,
deposição de material mineralizado (cemento e osso) até atingir a
fase final, o qual as trabéculas individuais e a massa de cemento e
osso fundem-se, formando grandes massas lobulares. Aparece nas
áreas dentadas dos maxilares. Sua etiologia ainda não está bem
definida e geralmente não é necessária nenhuma forma de
tratamento, exceto nas lesões mais agressivas e sintomáticas. Possui
predileção por paciente do sexo feminino, melanoderma de meia
idade. Radiograficamente, a lesão apresenta três aspectos: primeira
fase de lise óssea proporcionando rarefação óssea periapical
(radiolúcido), segunda fase ou cementoblástica caracterizada pela
deposição de material mineralizado proporcionando uma imagem
mista e fase final com grandes massas radiopacas. A biópsia é
contra-indicada para evitar infecção de difícil tratamento. Será
descrito um caso clinico de uma mulher negra de 46 anos, que
procurou a clinica de radiologia a pedido do periodontista, para a
realização de exames radiográficos. Após esses exames e o exame
de vitalidade pulpar foi descoberto que ela possui displasia cemento
óssea florida. Como tratamento, foi instituído o acompanhamento
radiográfico e raspagem subgengival, devido a presença de
periodontite.
AMELOGÊNESE IMPERFEITA:
RELATO DE CASO CLÍNICO
MIRANDA DA, GUERRA MJC,
SILVA R, DEVITO KL
Faculdade de Odontologia da UFJF
A amelogênese imperfeita constitui um grupo de anomalias
estruturais do esmalte, de natureza ectodérmica e hereditária. Pode
ser classificada em hipoplásico, hipocalcificado e hipomaturado.
O artigo a seguir relata o caso clínico de um paciente de 21 anos
que apresentou nos dentes anteriores (superfície vestibular)
depressões profundas em forma de linhas e alterações morfológicas
nos primeiros pré-molares. No exame radiográfico ainda foi
verificada a presença de um pré-molar inferior extra-numerário.
Considerando que a estética vem sendo prioridade no cotidiano da
população, foi utilizado como terapêutica reabilitadora restaurações
diretas com resina composta.
FIBROMA CEMENTO-OSSIFICANTE PERIFÉRICO:
RELATO DE CASO CLÍNICO
GURGEL FC, AMARAL FR, MARIGO HA,
RUSSO PL, SOUZA PEA
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
Paciente MAA, 46 anos, sexo feminino, foi encaminhada para a
Clinica de Estomatologia da Faculdade de Odontologia da PUC
Minas para remoção de lesão hiperplásica na região da maxila
direita, com tempo de evolução de 6 meses, apresentando rápido
crescimento nos últimos 4 meses. A história médica não foi
contribuitória. À ectoscopia, observou-se tumefação na região
maxilar direita, sem sinais de inflamação evidentes e nem linfonodos
infartados. À oroscopia, notou-se a presença de lesão nodular,
pediculada, móvel, eritematosa, de consistência firme, com áreas
ulceradas, apresentando tamanho aproximado de 6 cm de diâmetro.
Foram realizadas radiografias panorâmica e oclusal da maxila, que
evidenciaram restos radiculares e sugeriram a presença de material
mineralizado no interior da lesão. A hipótese diagnóstica foi de
lesão proliferativa não neoplásica. Foi realizada a biópsia incisional
juntamente com a extração dos restos radiculares. O exame
histopatológico mostrou a presença de fragmento de mucosa com
intenso infiltrado inflamatório misto e com grande neoformação
vascular, compatível com granuloma piogênico. Diante das
características clínicas e radiográficas optou-se pela excisão
cirúrgica da lesão para análise de toda peça cirúrgica. A avaliação
microscópica mostrou fragmento de mucosa com tecido conjuntivo
fibroso celularizado com trabéculas ósseas entremeadas por
mineralizações compatíveis com cemento, levando ao diagnóstico
conclusivo de fibroma cemento-ossificante periférico.
DIAGNÓSTICO COMPLICADO DE SIALOLITO NA
GLÂNDULA PARÓTIDA:
RELATO DE CASO CLÍNICO
GURGEL FC, MANZI FR, MARIGO HA,
OLIVEIRA WL, VESPASIANO AI
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
O sialolito é uma estrutura calcificada que se desenvolve no interior
do sistema ductal salivar decorrente da precipitação de sais de
cálcio e da falta de colóides protetores inibindo a secreção salivar.
Preferencialmente, ocorre nas glândulas salivares maiores, com
predileção pela glândula submandibular. O sialolito pode ser
redondo, oval ou alongado variando de alguns milímetros até 2 cm
ou mais de diâmetro.O diagnóstico desta patologia baseia-se no
exame clínico e imaginológico: oclusal e extra-oral ultra-sonografias
(US) e de sialografias, com introdução de contraste. A terapêutica
varia de acordo com os tamanhos dos cálculos, quando pequeno
pode-se realizar a estimulação do fluxo salivar (gotas de limão) e
ordenha da glândula conseguimos a sua eliminação. Na presença
de cálculos maiores deve-se realizar a remoção cirúrgica. Neste
trabalho relata-se o caso da paciente JOM, 36 anos de idade,
gênero feminino, que procurou atendimento médico, queixando-se
de sensação dolorosa intensa na região de ângulo da mandíbula do
lado direito, principalmente na hora da ingestão de alimentos ácidos,
além de sentir dores na região da ATM desse mesmo lado. Esta foi
encaminhada para a FOPUC Minas, devido não ser encontrado o
diagnóstico exato. Sendo assim, para melhor avaliação, foram
solicitados vários exames por imagem: radiografia panorâmica, AP
de Towne, sialografia e ultra-sonografia, além da técnica oclusal de
parótida na qual se detectou sialolito na glândula parótida do lado
direito.
TRATAMENTO DE REABSORÇÃO RADICULAR
EXTERNA COM MTA. SUCESSO CONFIRMADO POR
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA.
RELATO DE CASO
NUNES E, SILVEIRA FF, SOARES JA, NUNES CAA
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
Paciente R.C.A., 32 anos, relatou trauma na região anterior superior
quando criança. Clinicamente foi observada presença de
fístula,sendo ao exame radiográfico constatado reabsorção externa,
provavelmente de origem interna, no terço médio da raiz do incisivo
central superior direito. O prognóstico apresentava-se bastante
Arquivo Brasileiro de Odontologia
59
desfavorável, tendo o paciente concordado em tentar a resolução
com uma terapia conservadora. Após remoção da obturação
previamente existente, foram feitas trocas periódicas de curativo
com pasta de hidróxido de cálcio associado a soro fisiológico,
constatando-se desaparecimento da fístula após a segunda troca.
O canal foi obturado apenas no terço apical da raiz sendo o
restante preenchido com MTA, com auxílio de microscópio
cirúrgico. Controle de 75 meses comprovou o sucesso do
tratamento , realizado-se exame clínico, radiografia periapical e
tomografia computadorizada, onde observou-se ossificação normal
nos septos ósseos interdentais.
MOLAR SUPERIOR COM DOIS CANAIS
INDEPENDENTES NA RAÍZ DISTO-VESTIBULAR:
RELATO DE TRATAMENTO ENDODÔNTICO
MAGALHÃES RRSM, NUNES E,
SILVEIRA FF, SOARES JA
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
A variabilidade na configuração anatômica do sistema de canais
radiculares representa um desafio ao diagnóstico e tratamento
endodôntico. A maioria das variações anatômicas nos molares
permanentes superiores se relaciona com o número de canais na
raiz mésio-vestibular, sendo a não obturação do canal acessório
um fator importante no insucesso. A detecção de canais radiculares
adicionais ou outras irregularidades apresenta algumas regras
básicas: 1. avaliação radiográfica criteriosa; 2: adequado
conhecimento da existência de possíveis canais adicionais; 3:
investigação cuidadosa do assoalho pulpar usando dispositivos
de ampliação, como lupa ou microscópio cirúrgico. Será
apresentado um caso clínico de tratamento endodôntico em
primeiro molar superior com cinco canais, sendo observados dois
canais com forames independentes na raiz disto-vestibular.
ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR ACELERADA –
PLANEJAMENTO E ESTRATÉGIAS PARA ACELERAR O
TRATAMENTO ORTODÔNTICO DE UM PACIENTE
ADULTO COM NECESSIDADE INTERDISCIPLINAR
BRANT JCO
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
O conhecimento e o domínio da mecânica ortodôntica, por si só,
podem não ser suficientes para preencher as expectativas de alguns
pacientes que necessitam receber tratamento ortodôntico, mas
não estão dispostos a se submeter a um longo período de utilização
de aparatologia fixa. A integração entre diversas especialidades
permite que, de maneira lógica e fundamentada em evidências
científicas, seja estabelecido o planejamento ortodôntico acelerado
por corticotomia e, concomitantemente com a movimentação
ortodôntica. Outros procedimentos de especialidades correlatas
podem ser aplicados, reduzindo assim o tempo total do tratamento.
Neste trabalho, será apresentado o planejamento e as estratégias
interdisciplinares envolvidas no tratamento ortodôntico de um
paciente adulto com maloclusão de Classe I e severo apinhamento,
Arquivo Brasileiro de Odontologia
60
e que apresentava a necessidade de intervenção periodontal,
cirúrgica, implantodôntica e protética, cujo tratamento total durou
apenas 6 meses.
DISTRAÇÃO OSTEOGÊNICA MANDIBULAR NA
CORREÇÃO DE UMA SEVERA MALOCLUSÃO DE
CLASSE II: RELATO DE UM CASO CLÍNICO
BRANT JCO
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
Atualmente, a distração osteogênica craniofacial é um dos
tópicos mais intrigantes da Ortodontia e da Cirurgia Oral e
Maxilofacial. Essa técnica, utilizada ao longo de décadas para o
alongamento ósseo, tem atraído a atenção sobre a possibilidade
de ser aplicada no alargamento e alongamento mandibular,
distração alveolar, distração maxilar, do terço médio da face e
distração craniana. Assim, sua atuação se aplica em uma série
de distúrbios do complexo craniofacial. A distração osteogênica
mandibular pode ser um dispositivo auxiliar no tratamento de
pacientes adultos com anomalias esqueléticas, que se
submeteriam a um tratamento combinado ortodôntico/cirúrgico.
Neste trabalho, será apresentado o tratamento de um paciente
adulto com severa maloclusão de Classe II, divisão 1 no qual
procedeu-se a abordagem interdisciplinar de Ortodontia,
associada a distração osteogênica mandibular, e não uma
tradicional osteotomia sagital bilateral.
ANODONTIA EM CLIENTE DE 15 ANOS DE IDADE,
TRATADA COM IMPLANTODONTIA,
APÓS RADIOGRAFIA DE PUNHO E INTRUSÃO
ORTODÔNTICA PARA RECUPERAÇÃO DO
ESPAÇO PROTÉTICO
MONTEIRO MAO, FONSECA LG
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
Cliente do sexo feminino, L.M.M., nascida em outubro/1990,
residente em Brasília – D.F., procurou-nos no consultório em
abril/ 2000 apresentando anodontia dos seguintes elementos: 37,
38, 47, 18, 28. Optamos por acompanhar clinicamente o
crescimento da cliente através de medidas da estatura, para
futuramente colocarmos um implante na região do 37.
Acompanhamos também a erupção e mesialização do 48 que
serviria como antagonista do 17, concomitantemente ao uso de
uma placa de bruxismo superior para tentar evitar a erupção passiva
do 27, que não tinha antagonista. Apesar das recomendações, a
cliente não fez uso adequado da placa, o que culminou na perda de
espaço protético na região do 37, onde planejávamos fazer uso da
implantodontia. Decidimos em fevereiro de 2006, após radiografia
de punho que confirmou o final do processo de crescimento, fazer
a cirurgia de implantodontia na região do 37 e indicar a cliente para
intrusão ortodôntica do 27 para recuperarmos o espaço protético.
Finalmente, após todos esses passos, parafusamos uma prótese
sobre implante metalo-cerâmica na região do 37, com altura e
oclusão adequadas.
TÉCNICA LINGUAL: UM “UP-GRADE” EM
ORTODONTIA ESTÉTICA
ETO LF, TITO MQ
UNIVERSIDADE DE ITAÚNA
Será apresentada a técnica recém-lançada no Brasil: a Ortodontia
Lingual. Serão abordados os conceitos básicos da técnica, suas
características principais, indicações e contra-indicações, fase
laboratorial, colagem indireta e casos para ilustrar a mesma.
SINDROME DE EAGLE:
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
CARDOSO FO, ASSUNÇÃO CA, TASSARA LFR,
OLIVEIRA DRF, MANZI FR
Hospital Maria Amélia Lins e PUC Minas
A Sindrome de Eagle é caracterizada pelo alongamento do processo
estilohioideo ou a calcificação do ligamento estilohioideo que podem
ocasionar uma serie de sintomas como disfagia, dor facial, otalgia,
zumbido e trismo. O processo estilohioideo é uma fina projeção
óssea que origina na porção timpânica do osso temporal. A
mineralização do complexo estilohioideo é relativamente comum,
mas os casos sintomáticos são bastante raros. A radiografia
panorâmica e a tomografia computadorizada (TC) são exames
complementares importantes para o auxilio diagnóstico desta
síndrome. Existem duas formas de tratamento relatados na
literatura, o clínico e o cirúrgico (com acesso intra ou extra-oral),
sendo o cirúrgico o mais efetivo e satisfatório, apresentando melhora
clinica do paciente ainda no período pós-operatório. Será relatado
um caso de um paciente de 54 anos de vida que compareceu ao
ambulatório de cirurgia bucomaxilofacial, no Hospital Maria Amélia
Lins, Belo Horizonte-MG, relatando sensação de “corpo estranho
na garganta” e dor na região do pescoço durante a movimentação.
No exame clínico não se observou aumento de volume e na técnica
da palpação faringeana e qualquer alteração da normalidade. Foi
realizado radiografia panorâmica e Antero-posterior de Towne
que apresentaram imagens sugestivas de alongamento do processo
estilohioideo bilateral. Para melhor avaliação, foi solicitada uma
TC, que confirmou o diagnóstico de Sindrome de Eagle. Sob
anestesia geral, realizou-se remoção cirúrgica do processo
estilohioideo alongado do lado esquerdo, onde os sintomas eram
mais evidentes. No período pós-operatório imediato o paciente
relatou o desaparecimento de todos os sintomas optando pelo
tratamento conservador do lado direito.
RINÓLITO: RELATO DE CASO
ASSUNÇÃO CA, CARDOSO FO, GABARDO MP,
RODRIGUES OS, MANZI FR
Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP
Quando sais de cálcio são depositados ao redor de algum corpo
estranho alojado dentro da cavidade nasal, uma massa mineralizada
é formada, sendo denominada de rinólito. Os objetos encontrados
no nariz, na maioria das vezes são exógenos (botão, semente), mas
também podem ser endógenos (muco, fragmento de osso). Se não
forem desalojados, eles aumentam lentamente de tamanho, como
resultado de uma mineralização contínua e podem ser
assintomáticos, sendo descobertos acidentalmente em radiografias
dentárias, ou sintomáticos, quando em maior tamanho. Os rinólitos
apresentam grande variedade de forma, tamanho e radiopacidade.
Para sua exata localização vários exames radiográficos, de diferentes
angulações, são necessários. O tratamento indicado é a remoção
cirúrgica da lesão. Será relatado um caso clínico, de uma menina de
09 anos de idade, que após a realização de uma radiografia
panorâmica para iniciar um tratamento odontológico observou-se
uma imagem radiopaca próxima à cavidade nasal. Após avaliação
de história clínica da paciente, assim como, avaliação de exames
radiográficos periapical, oclusal e telerradiografia de perfil, foi
obtido o diagnóstico de rinólito, sendo a paciente encaminhada
para otorrinolaringologista para remoção cirúrgica da lesão.
LIPOMA – CASO CLÍNICO
SILVA CA, DE MELO CR, BARBOSA FPF
SILVA JG, LEAL RM, CAPISTRANO HM
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
Paciente NAC, sexo feminino, feoderma, 31 anos de idade, foi
examinada na clínica de Estomatologia apresentando um nódulo
medindo 1 cm de diâmetro, de base séssil, móvel, de coloração
amarelada, superfície lisa com vasos sanguíneos superficiais
visíveis, assintomático localizado no vestíbulo bucal próximo aos
dentes anteriores inferiores. A lesão estava presente
aproximadamente há dois meses. Pelo aspecto clínico observado
estabeleceu-se um diagnóstico provável de Lipoma. Foi realizada
uma biópsia excisional. O material flutuou ao ser colocado em um
frasco contendo uma solução de formol a 10%, fato este que veio
confirmar a hipótese clinica de um lipoma. O exame microscópico
revelou uma massa de tecido adiposo maduro sustentado por um
escasso tecido conjuntivo fibroso.
DISPLASIA CEMENTÁRIA PERIAPICAL:
CASO CLÍNICO
MACHADO LM, LEAL RM, SANTIAGO MO
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
Pacientes N.F. e N.F., gêmeas, do sexo feminino, 38 anos de idade,
melanodermas, foram atendidas na disciplina de Clínica Integrada
da Faculdade de Odontologia da PUC Minas para tratamento
odontológico. Após exame radiográfico de rotina foram observadas
áreas radiopacas bem definidas no ápice dos quatro incisivos
inferiores. Ao exame clínico, as pacientes apresentavam os dentes
31, 32, 41 e 42 hígidos com vitalidade pulpar e nenhum aumento
de volume na região periapical anterior. Durante a anamnese, as
pacientes foram questionadas sobre a presença de sintomatologia
dolorosa, traumatismo local ou ocorrência familiar, negando a
existência destes fatos. A radiografia panorâmica mostrou áreas
radiopacas apenas nos ápices dos incisivos inferiores. Foram
Arquivo Brasileiro de Odontologia
61
informadas da condição, não foi realizado nenhum tratamento,
apenas o acompanhamento periódico.
RECONSTRUÇÃO DO OSSO FRONTAL UTILIZANDO
POLIMETILMETACRILATO ATRAVÉS DA TÉCNICA DA
INSERÇÃO DIRETA: RELATO DE CASO
MONTEIRO RR, CARDOSO FO, DINIZ LT, MAIA BF
Hospital Maria Amélia Lins e PUC Minas
As cirurgias corretivas ou cirurgias de reconstrução tem como
objetivo a correção das deformidades faciais causadas por patologias
ou por traumas. A conduta terapêutica visa atender princípios
como o estabelecimento da harmonia facial, oclusão dentaria
funcional, estabilidade, assim como o restabelecimento da estética
e da função. Atualmente, existem à disposição do cirurgião bucomaxilo-facial, diversas técnicas e materiais para reconstrução das
deformidades faciais. Este trabalho tem por objetivo apresentar
um caso clinico de uma cirurgia de reconstrução de defeito bicortical
no osso frontal na qual foi utilizado o polimetilmetacrilato como
material de preenchimento, através da técnica direta, assim como
discutir algumas técnicas e materiais disponíveis hoje.
TRANSPLANTE DENTÁRIO AUTÓGENO:
RELATO DE CASO
RESENDE RG, ALBUQUERQUE RC, CASTRO WH
Faculdade de Odontologia da UFMG
Paciente E.V.S., 18 anos, feoderma, sexo feminino, compareceu ao
Serviço de Cirurgia Bucal da FO/UFMG para avaliação do dente
36. Ao exame físico e radiográfico observou-se a presença de extensa
lesão cariosa que impossibilitava a realização de tratamento
restaurador do mesmo. Na oportunidade, observou-se ainda a
presença do terceiro molar inferior esquerdo incluso. Após a
avaliação do caso, optou-se pela exodontia do dente 36 e
transplante do dente 38 para o alvéolo do primeiro molar inferior
esquerdo. A técnica de transplante utilizada foi a de “dois estágios”.
Uma avaliação após 20 meses, mostrou o dente transplantado
com uma implantação satisfatória no “alvéolo receptor”, com o
periodonto associado com aspecto de normalidade, mobilidade
fisiológica, revascularização pulpar e crescimento radicular.
A INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NO
DESLOCAMENTO DO DISCO COM REDUÇÃO E NA
MIALGIA: UM ESTUDO DE CASO
pacientes com desordem da musculatura mastigatória, que possui
como principal sintoma a dor em função, que pode estar associada
a sensação de fadiga e tensão muscular. O objetivo deste trabalho é
relatar o caso de um indivíduo do sexo feminino, 25 anos, auxiliar de
vendas, com diagnóstico de mialgia e DD com redução. A paciente
apresentava dor na região da ATM, musculatura mastigatória, estalido
e desvios durante a abertura da boca. As medições de abertura,
lateralidade, protusão foram feitas através do uso do paquímetro
manual e a mensuração da intensidade da dor foi realizada através da
escala visual análoga (EVA). Foram realizadas um total de 14 sessões
de fisioterapia, com freqüência de 1 sessão por semana, com duração
média de 50 minutos na Clínica do projeto interdisciplinar de Dor
Orofacial e Disfunção Temporomandibular da PUC Minas, durante
o período de 08/03/2006 a 22/11/2006. O tratamento incluía técnicas
de terapia manual, cinesioterapia, propriocepção além de orientações
domiciliares que mostraram serem efetivos na melhora da
sintomatologia da paciente.
CASOS CLÍNICOS
Apresentação em painel
OSSIFICAÇÃO COMPLETA DA CADEIA ESTILÓIDE.
ASPECTOS MORFOLÓGICOS E RADIOLÓGICOS EM
ACHADO ANATÔMICO ASSOCIADOS A APLICAÇÕES
CLÍNICAS
FERREIRA NS, MANZI FR,
MAZZIEIRO ET, VILAÇA FR
UNIVALE e PUC Minas
A cadeia estilóide ou complexo estilohióideo se definem estruturalmente
pela porção timpânica do osso temporal, pelo processo estilóide,
pelo ligamento estilohióideo e pelo corno menor do osso hióide. A
ossificação de algumas destas partes de forma isolada ou em conjunto
não é fato raro. Já a ossificação total de toda a cadeia estilóide é menos
comum. Este trabalho relata um caso raro de achado anatômico em
que a ossificação se mostrou de forma completa e bilateral. São
mostrados os aspectos da morfologia óssea, os aspectos radiográficos
em radiografias convencionais e as principais alterações clínicas que
podem ocorrer diante desta alteração. O Cirurgião Dentista e outros
profissionais da saúde devem estar atentos aos exames radiográficos
e estruturais desta região para a execução de diagnósticos clínicos
mais precisos. Também devem estar atentos para a compreensão da
sintomatologia desta e de outras alterações que podem ocorrer nesta
região anatômica e confundir o diagnóstico. Sendo assim, estarão
aptos a indicar tratamentos mais eficazes, menos onerosos e
atraumáticos para os pacientes.
PEREIRA AM, MIRANDA JS, ISAAC DB
Curso de Fisioterapia - PUC Minas
ASPECTO RADIOGRÁFICO NÃO USUAL DE DISPLASIA
FIBROSA MONOSTÓTICA
O deslocamento do disco (DD) ocorre devido a uma relação anormal
do disco com o côndilo articular, fossa e eminência articular. O DD
com redução ocorre quando há recaptura do disco durante a abertura
e ao exame clínico pode ser observado estalido, desvios durante a
abertura, associado ou não a dor. A mialgia é uma queixa comum dos
CARDOSO FO, ASSUNÇÃO CA, TASSARA LFR, MAIA
BF, MANZI FR
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
Arquivo Brasileiro de Odontologia
62
A displasia fibrosa é uma condição de desenvolvimento, semelhante
a tumor, considerada uma lesão fibro-óssea. È caracterizada pela
substituição de osso normal pela proliferação excessiva de tecido
conjuntivo fibroso com trabéculas ósseas irregulares. O tipo
monostótica consiste no surgimento da lesão em apenas um dos
ossos da face, sendo esta forma a mais freqüente (80%) e menos
severa. Dos ossos faciais, a maxila é a mais afetada, não havendo
predileção por sexo. Possui crescimento lento, assintomático e o
principal sinal clinico é o aumento de volume na região da lesão.
Envolve com maior freqüência a cortical vestibular e raramente a
lingual. Radiograficamente, a lesão apresenta a imagem opacificada
com aspecto de “vidro fosco”, normalmente mal delimitada.
Histologicamente, apresenta trabéculas irregulares de osso imaturo
em um estroma fibroso celular, frouxamente organizado. A
terapêutica recomendada para esta lesão consiste quase sempre
no procedimento cirúrgico conservador e observação clinica. Será
relatado um caso onde a paciente A.M.F., 24 anos de idade,
compareceu ao Curso de Especialização de Cirurgia e Traumatologia
Bucomaxilofacial, da PUC Minas para avaliação de imagem
sugestiva de lesão cística, próxima ao dente 48. Foram realizados
novos exames por imagem, incluindo radiografias periapicais,
oclusais, panorâmica, além da tomografia computadorizada com
cortes axiais e reconstruções coronais, sagitais e 3D para auxilio
do diagnostico, que demonstrou a imagem de “vidro fosco” em
região de corpo mandibular direito, compatível com displasia
fibrosa. Assim, o tratamento proposto foi de acompanhamento
radiográfico periódico, por não apresentar sintomatologia e
assimetria facial.
ASPECTO RADIOGRÁFICO E TOMOGRÁFICO DE
MIXOMA ODONTOGÊNICO
TASSARA LFR, CARDOSO FO, ASSUNÇÃO CA,
OLIVEIRA DRF, MANZI FR
Hospital Maria Amélia Lins e PUC Minas
O mixoma odontogênico é considerado uma neoplasia benigna,
podendo se situar em tecido ósseo e também em tecido moles
como língua, lábio inferior, bochecha, soalho bucal e músculo
masseter. O mixoma origina-se principalmente dos componentes
mesenquimais que formariam a papila dentaria. Possui crescimento
lento, assintomático e expansivo. Quando a lesão esta associada a
dente é rara a reabsorção radicular e não há perda da vitalidade
pulpar. Acomete preferencialmente indivíduos da segunda ou
terceira década de vida, não havendo predileção por sexo ou raça,
sendo a mandíbula a região mais afetada. Radiograficamente
apresenta imagem radiolúcida, uni ou multilocular, com lojas de
tamanho variáveis, dando o aspecto de “bolhas de sabão” ou “favos
de mel”. Histologicamente o tumor não é encapsulado, o seu
crescimento envolve o tecido ósseo de maneira infiltrativa, sem
delimitação precisa sendo formado por tecido conjuntivo. As células
tumorais apresentam processos citoplasmáticos longos e afilados,
semelhantes as células do reticulo estrelado da papila dental. O
tratamento esta limitado a remoção cirúrgica seja. Será relatado um
caso clinico onde o paciente A.R.F., 35 anos de idade, compareceu
ao ambulatório de cirurgia bucomaxilofacial, no Hospital Maria
Amélia Lins, em Belo Horizonte – MG, com queixa de aumento de
volume em mandíbula. O paciente apresentava dois resultados de
exame anátomo-patológico diferentes, sendo um de mixoma
odontogênico e o outro de fibroma ossificante periférico. Foi
realizado exame radiográfico panorâmico e uma tomografia
computadorizada com cortes axiais e coronais. Uma nova biopsia
incisional foi realizada, onde o exame anátomo-patológico foi de
mixoma odontogênico. Assim foi realizada a remoção cirúrgica da
lesão, preservando a região basilar da mandíbula. O paciente se
encontra em controle clinico e radiográfico pós-operatório.
ASPECTOS CLÍNICO, RADIOGRÁFICO E
TOMOGRÁFICO DO CISTO DO DUCTO
NASOPALATINO
TASSARA LFR, CARDOSO FO, ALMEIDA D, REHER P,
MANZI FR
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
O cisto do ducto nasopalatino é o cisto não-odontogênico da
cavidade oral mais comum, ocorrendo em cerca de 1% da população.
Acredita-se que o cisto se origine de remanescentes do ducto
nasopalatino, uma estrutura embrionária que liga as cavidades oral
e nasal na região do canal incisivo. Este cisto possui predileção
pelo sexo masculino e acomete indivíduos entre a quarta e sexta
década de vida. A maioria destas lesões é assintomática, mas
tumefação, drenagem e dor podem ser observados. É rara a
reabsorção radicular e possui recidiva baixa. Radiograficamente
apresenta imagem radiolúcida, unilocular bem delimitada, na região
anterior da maxila entre os ápices dos incisivos centrais, podendo
apresentar a clássica forma de coração, resultante da sobreposição
da espinha nasal. Histologicamente esta lesão possui um
revestimento epitelial muito variável, podendo ser constituído de
epitélio escamoso estratificado (mais comum), epitélio colunar
pseudo-estratificado, epitélio colunar simples e epitélio cúbico
simples. Células caliciformes e ciliadas podem esta associada ao
revestimento epitelial. O tratamento consiste em enucleação
cirurgia da lesão e acompanhamento radiográfico no pós-operatório.
Será relatado um caso de um paciente de 69 anos de idade, que foi
encaminhado para o Curso de Especialização de Cirurgia
Bucomaxilofacial da PUC Minas, para avaliação de uma imagem
radiolúcida em região anterior da maxila. O paciente apresentava
exames radiográficos e tomografia computadorizada com cortes
axiais e coronais. Após avaliação clinica e radiográfica, o diagnóstico
sugestivo foi de cisto do ducto nasopalatino. Assim foi realizada
cirurgia para enucleação da lesão, onde o resultado do exame
anátomo-patológico confirmou o diagnóstico.
CICATRIZ CALCIFICADA DE ACNE:
RELATO DE CASO
ASSUNÇÃO CA, CARDOSO FO, GABARDO MP,
ALMEIDA SM, MANZI FR
Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP
O grupo de desordens que possui várias formas de depósito de
sais de cálcio no tecido mole é conhecido como calcinose cutânea,
sendo que as cicatrizes calcificadas fazem parte desse grupo, onde
a formação de tecido conjuntivo, que repara a substância perdida
Arquivo Brasileiro de Odontologia
63
USO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA NA
AVALIAÇÃO DA RELAÇÃO DO 3º MOLAR INFERIOR
COM O CANAL MANDIBULAR
patologia baseia-se no exame clínico e imaginológico: oclusal e
extra-oral, ultra-sonografias (US) e de sialografias, com introdução
de contraste. A terapêutica varia de acordo com os tamanhos dos
cálculos, quando pequeno somente através da estimulação do fluxo
salivar (gotas de limão) e ordenha da glândula conseguimos a sua
eliminação. Na presença de cálculo não removido com a manobra
anterior, sua remoção será cirúrgica. Neste trabalho relata-se o
caso da paciente MVL, 36 anos de idade, sexo feminino que
procurou a Clinica de Estomatologia da Faculdade de Odontologia
da PUC Minas, queixando-se de um aumento de volume na região
de ângulo da mandíbula do lado esquerdo, além de dor quando se
alimentava de algo ácido (limão, vinagrete). Para melhor avaliação,
foram solicitados vários exames por imagem: radiografia
panorâmica, AP de Towne, sialografia e US, além da técnica oclusal
de parótida na qual se detectou sialolito na parótida direita.
OLIVEIRA FJ, DUTRA RM, NUNES FF,
MIRANDA EC, FONSECA LC
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
ASPECTOS CLÍNICOS E IMAGINOLÓGICOS DA
SÍNDROME DE SJÖGREN
como resultado da injúria ou um dano, está associada a depósito
de cálcio no tecido. A cicatriz é formada quando existe uma injúria
particular ou doença da pele (ex: acne) e ocorre uma reparação
tecidual. Quando nesse processo há depósito de sais de cálcio,
tem-se uma cicatriz calcificada. Será relatado um caso em que foi
visualizada na radiografia panorâmica uma imagem radiopaca na
região de rebordo alveolar, sugestiva de raiz residual. Com a
realização de outras técnicas radiográficas e relacionando com a
história clínica do paciente, obteve-se o diagnóstico de calcificação
de tecido mole compatível com cicatriz de acne.
Os procedimentos clínicos odontológicos na mandíbula exigem
perfeito conhecimento anatômico para a execução de uma segura
técnica anestésica, intervenções cirúrgicas como remoção de dentes
retidos e colocação de implantes osteointegrados. Injúrias ao nervo
alveolar inferior causam alterações neurosensoriais, desconfortáveis
para o paciente, que se manifestam geralmente por meio de
parestesia do lábio inferior, e pele do mento, podendo ser
temporária ou permanente. O exame radiográfico convencional
fornece informações indispensáveis para o entendimento da
estrutura óssea. Entretanto, por ser uma imagem projetiva, muitas
vezes, não permite ao profissional avaliar a real relação de
proximidade entre as estruturas adjacentes. Com os exames
especializados por imagem, como a tomografia computadorizada
(TC), esta dificuldade pôde ser solucionada. O objetivo deste
trabalho é o de mostrar um caso clínico em que o paciente
necessitava extrair o 3º molar inferior direito e a radiografia
convencional não mostrava com precisão a relação do mesmo com
o canal mandibular. Por isso, foi solicitada uma TC que demonstrou
o íntimo contato do 3º molar com o canal mandibular, ressaltandose assim, a necessidade da adequada avaliação pré-cirúrgica para
se prevenir possível complicação clínica.
DIAGNÓSTICO POR IMAGEM PARA AVALIAÇÃO DE
SIALOLITO NA GLÂNDULA PARÓTIDA
SILVA AIV, OLIVEIRA WL, GURGEL F, MANZI FR
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
O cálculo salivar ou sialolito é uma estrutura calcificada que se
desenvolve no interior do sistema ductal salivar decorrente da
precipitação de sais de cálcio e da falta de colóides protetores
inibindo a secreção salivar. Preferencialmente, ocorre nas glândulas
salivares maiores, com predileção pela glândula submandibular. O
sialolito pode ser redondo, oval ou alongado variando de alguns
milímetros até 2 cm ou mais de diâmetro. A região envolvida pode
conter uma ou várias estruturas calcificadas. A pequena quantidade
de saliva que é excretada é usualmente turva. O diagnóstico desta
Arquivo Brasileiro de Odontologia
64
SILVA AIV, OLIVEIRA WL, FICHE A,
HORTA MC, MANZI FR
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
A Síndrome de Sjögren (SS) é definida como doença inflamatória
auto-imune, crônica e multi-sistêmica, que acomete principalmente
as glândulas endócrinas e exócrinas, resultando em xerostomia
(boca seca) e xeroftalmia (olhos secos), sendo que essas
apresentações clínicas são denominadas de Síndrome sicca.
Histologicamente, a SS é caracterizada pela infiltração linfocitária,
destruição do parênquima e atrofia das glândulas afetadas. Estudos
epidemiológicos estimam que a Síndrome de Sjögren primária (SSp)
é a segunda doença do tecido conjuntivo mais comum, após a
artrite reumática), a SS é uma doença que afeta mais as mulheres
do que homens (9:1), podendo acometer pacientes de todas as
idades, sobretudo na quarta e quinta década de vida, afetando
todos os grupos étnicos e raciais. A sialografia, método de avaliação
das alterações anatômicas do sistema ductal parotídeo, é um
método tão sensível e específico quanto à biópsia das glândulas
salivares menores. Em condições normais a sialografia revela toda
a árvore canalicular parotídea, na SS observam-se distorções nos
dúctulos, com acentuada retenção do contraste, dando o aspecto
de pinheiro com frutos. A realização deste trabalho teve como
objetivo relatar um caso de uma paciente com Síndrome de Sjögren
primária enfatizando os aspectos clínicos e as formas para a
determinação de um diagnóstico precoce na tentativa de melhorar
a qualidade de vida dos pacientes acometidos.
DIAGNÓSTICO RADIOGRÁFICO DA VÁLVULA DE
DERIVAÇÃO LICÓRICA EM RADIOGRAFIAS
ODONTOLÓGICAS
SILVA AIV, OLIVEIRA WL, MANZI FR,
BÓSCOLI FN, ALMEIDA SM
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
O líquido cefaloraquidiano (líquor) é produzido constantemente
no interior dos ventrículos cerebrais. Em pessoas normais, o líquor
flui através dos ventrículos para fora do cérebro, descendo para a
medula espinhal. Se as vias de drenagem do líquor forem obstruídas
em algum ponto, o fluído se acumula nos ventrículos cerebrais,
causando inchaço dos mesmos, resultando na compressão do tecido
adjacente. Nos indivíduos em que ainda não houve a consolidação
das fontanelas (bebês e crianças), a cabeça se alargará com o
acúmulo do líquor, entretanto em pacientes que já houve a
maturação do crânio (adultos), o tamanho da cabeça não aumenta,
porém geralmente é relatado cefaléia. O tratamento comumente
empregado para a hidrocefalia é a colocação de válvulas de
derivação licórica (shunts) - um tubo plástico inserido nos
ventrículos que comunica o cérebro à outra parte do corpo, criando
uma nova via de drenagem licórica. Entretanto, a derivação não
cura a hidrocefalia, apenas não permite a sua progressão e
sintomatologia, além do que o paciente deve permanecer com este
dispositivo durante toda a vida.Esta válvula passa pela região
subcutâneo do pescoço, o que pode proporcionar imagens em
radiografias odontológicas, possibilitando confusão de diagnóstico.
A realização deste trabalho teve como objetivo avaliar a presença
destes shunts em radiografias panorâmicas, teleradiografias lateral
e frontal e tomografia computadorizada. A correta identificação de
tal dispositivo nas radiografias mencionadas acima é de extrema
importância para a obtenção de um correto diagnostico e
prognóstico, para que não ocorra confusão com outras estruturas
anatômicas e condições patológicas.
ANQUILOSE DA ATM – RELATO DE CASO
CARDOSO FO, ASSUNÇÃO CA, TASSARA LFR,
OLIVEIRA DRF, MANZI FR
Hospital Maria Amélia Lins e PUC Minas
A anquilose da articulação têmporo-mandibular (ATM) é a
“fusão” de partes de seus componentes, que restringem a
movimentação da articulação, resultando na limitação do paciente
em abrir a boca, o que dificulta as funções fisiológicas como
deglutição, mastigação e fonação. Ocorre devido a traumas com
fraturas condilares (não tratadas ou tratadas inadequadamente),
artrites em estágios avançados e infecção próxima a região da
ATM como otite média aguda e mastoidite. Podem ocorrer em
qualquer idade sendo mais freqüente na primeira década de vida.
O tratamento é cirúrgico e consiste na remoção da massa óssea
anquilosada associada à interposição de material autógeno ou
aloplástico para prevenir recidiva. Durante o período pósoperatório é necessário acompanhamento fonoaudiólogo
imediato, realizando terapia miofuncional. Será relatado um caso
onde o paciente C.H.A., 13 anos de idades, compareceu ao
ambulatório de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, no
Hospital Maria Amélia Lins, em Belo Horizonte - MG, com
limitação de abertura bucal e com historia de otite na infância. Ao
exame clinico e tomográfico apresentando cortes axiais, coronais
e reconstrução 3D, ficou diagnosticado anquilose de ATM
esquerda. Foi realizado cirurgia e acompanhamento
fonoaudiólogo pós-operatório como tratamento. Após 3 anos o
paciente retornou ao mesmo ambulatório com recidiva do caso.
Foram realizados novos exames tomográficos que evidenciaram
anquilose da ATM direita. O tratamento proposto foi cirúrgico
com remoção da massa óssea anquilosada e coronoidectomia
bilateral, com acompanhamento fonoaudiólogo mais intensivo.
Atualmente o paciente se encontra em tratamento miofuncional,
com 37mm de abertura.
SÍNDROME DOLOROSA REGIONAL COMPLEXA:
RELATO DE CASO NA FACE
DRUMMOND AMA, GOMES RT,
PEDRAS RBN, SILVA JF
Clínica de Dor – Hospital das Clínicas da UFMG
A dor neuropática é definida como uma dor iniciada ou causada
por uma lesão primária ou uma disfunção do sistema nervoso. A
Síndrome Dolorosa Regional Complexa (SDRC) é um tipo de
dor neuropática que pode estar associada com alterações tróficas
da pele, tais como aumento local de temperatura, sudorese
aumentada e edema. Distúrbios motores como tremores, distonias
ou fraqueza muscular também podem ser detectados. O objetivo
deste trabalho é apresentar um caso clínico de SDRC e discutir a
conduta terapêutica adotada por uma equipe multidisciplinar de
dor em âmbito hospitalar. Paciente M.J.M., feoderma, 34 anos,
residente em Rio Acima - MG, compareceu a Clínica de Dor do
HC-UFMG com queixa de dor na face do lado direito há 2 anos.
Relatou ter sofrido uma queda com injúria facial e, desde então,
relata dor constante na região infra-orbitária direita. Ao longo
dos últimos 4 meses o quadro álgico se tornou mais intenso. A
dor foi caracterizada como diária, localizada, latejante e em
ardência. Foram relatados como fatores de piora o toque leve na
região, o ato de falar e o sol. A paciente não relata fatores de
alívio da dor. Ao exame constatou-se edema e eritema na região.
Realizou-se o diagnóstico de SDRC. A associação do
anticonvulsivante carbamazepina, com ajuste progressivo da
dose, juntamente com bloqueios nervosos simpáticos
consecutivos do gânglio estrelado, mostrou-se como uma conduta
terapêutica eficaz para o alívio da dor e melhora da qualidade de
vida da paciente.
USO DE LASER DE BAIXA INTENSIDADE NO
TRATAMENTO DE DTM: RELATO DE CASO
ARRUDA GMJ, PAULA LV, MANZI FR
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
O termo disfunção temporomandibular (DTM) é usado para
descrever a disfunção que pode envolver, de forma isolada ou não,
a articulação têmporomandibular, a musculatura mastigatória e
estruturas associadas, e que mais frequentemente tem como sintoma
a dor. Recentemente tem se usado a terapia laser em baixa
intensidade (LILT) no tratamento da DTM, embora seja uma
técnica já usada para o alívio da dor em várias outras patologias.
Os efeitos da LILT, entretanto, só serão alcançados se a estrutura
tratada receber uma dosagem apropriada de irradiação. Isto irá
depender do uso adequado de potência, densidade de energia e
comprimento de onda, pois haverá pouco ou nenhum efeito
Arquivo Brasileiro de Odontologia
65
terapêutico se a área tratada receber pouca irradiação, enquanto
uma dosagem muito alta irar inibir os efeitos da LILT. Paciente M.
G. G., sexo feminino, 56 anos. Foi diagnosticada de disfunção
muscular e articular (dor miofacial e deslocamento anterior da
ATM esquerda). Recebeu irradiações por laser de baixa intensidade,
modelo Twin Laser, com densidade de energia de 70J/cm²,
densidade de potência de 70mW. Foram feitas 3 aplicações de 40
segundos, 3 vezes por semana, por 2 semanas. Antes do tratamento
a paciente apresentava EVA 8. Após o tratamento experimentou
uma considerável diminuição na sensação dolorosa miofacial, EVA
0. Este resultado está de acordo com estudos que concluíram que
o uso da LILT tem efeito significativo na redução da dor em
pacientes com DTM, entretanto, como as causas desencadeantes
da DTM são multifatoriais, a paciente foi encaminhada para
execução de outras terapias indicadas.
REABILITAÇÃO ORAL COM PLANEJAMENTO
MULTIDISCIPLINAR
GRECO GD, LANZA MD, COSTA V, ROCHA WMS
Um tratamento protético restaurador deve ser precedido por
uma avaliação periodontal dos dentes pilares para que o
planejamento integrado proporcione um prognóstico favorável e
uma condição clínica ótima à realização do tratamento protético
periodontal. Em caso de desequilíbrio periodontal, procedimentos
podem e devem ser coadjuvados com a reabilitação protética a
fim de restabelecer a saúde e função do paciente. A odontologia
restauradora deve ser realizada em ambiente livre de inflamação.
É necessária avaliação criteriosa quanto ao estado do tecido
gengival, alterações do contorno gengival, profundidade de
sondagem, mobilidade dentaria, presença de sangramento e
exsudato, e avaliação do suporte natural. Uma reabilitação oral,
atualmente, deve levar em consideração também, em seu
planejamento, a possibilidade de instalação de implantes
osseointegráveis. Este trabalho descreve um caso clínico de uma
reabilitação oral envolvendo cirurgias periodontais, levantamento
de seio maxilar com instalação de implantes no mesmo tempo
cirúrgico, prótese parcial fixa implantossuportada e próteses
parciais fixas suportadas por pilares dentários avaliados
criteriosamente segundo os conceitos periodontais pertinentes.
radicular longitudinal no dente 21, com pequena perda óssea
vestibular. A paciente foi submetida à cirurgia de exodontia do
remanescente radicular e instalação do implante com fixação
imediata da coroa provisória, buscando uma condição periodontal
mais favorável, com a manutenção das papilas gengivais. Passado
o período de osseointegração, a prótese final foi confeccionada em
metalocerâmica.
A INTERVENÇÃO DA FISIOTERAPIA NA
HIPEREXCURSÃO DO CÔNDILO E NA
OSTEOARTRITE: UM ESTUDO DE CASO
ISAAC DB, BRASIL CV, FERREIRA AC, MOTTA LF
Curso de Fisioterapia - PUC Minas
A articulação temporomandibular permite inúmeros movimentos
sendo considerada a mais completa das articulações. Em alguns
casos podem existir uma hiperexcursão ou hipermobilidade da
mandíbula que é quando o côndilo ultrapassa a eminência articular
do osso temporal. Esse processo pode ocorrer de forma
assintomática ou gerar sintomatologia dolorosa. A osteoartrite é
caracterizada pela degeneração da articulação por destruição e
abrasão do tecido articular e remodelação do osso subcondral
adjacente. O objetivo deste trabalho foi relatar o caso do paciente
C.S.P, 71 anos, masculino, aposentado, com diagnóstico de
disfunção temporomandibular por osteoartrite, cuja queixa
principal era edema esporádico na região da ATM D, dor à
mastigação e ao repouso, sintomas otológicos e cefaléia. As
medições de abertura, lateralidade e protusão foram feitas através
do paquímetro manual e a mensuração da intensidade da dor foi
realizada através da EVA. Foram realizadas o total de 15 sessões,
uma vez por semana com duração de 50 minutos no ambulatório
de Dor Orofacial e DDTM da PUC-Minas. A conduta proposta
consistia de analgesia, técnicas de relaxamento e fortalecimento
muscular, conscientização do movimento e orientações
domiciliares. Os resultados obtidos demonstraram a eficácia da
fisioterapia no tratamento da hiperexcurssão do côndilo e
osteoartrite do caso apresentado.
HIPERTROFIA DO MÚSCULO MASSETER:
RELATO DE CASO
IMPLANTE COM CARGA IMEDIATA
PÓS EXODONTIA
VIDIGAL BCL, MANZI FR, SERAIDARIAN PI
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
GOES IMG, GRECO ACDL, GRECO WCDL, GRECO GD
Os músculos masseteres são músculos estriados, voluntários,
fusiformes e juntamente com os músculos temporais e
pterigóideos mediais, exercem, entre outras funções a de elevação
da mandíbula. A hipertrofia do músculo masseter é uma alteração
de etiologia desconhecida. Apesar de estar associada a fatores
bastante conhecidos, tais como, o bruxismo cêntrico, excêntrico,
entre outros hábitos parafuncionais, frequentemente associados
ao estresse. O diagnóstico se dá por meio de exame clínico e
radiográfico. Por esses exames, diagnosticam-se casos de
hipertrofia unilateral ou bilateral do músculo em questão. Paciente
B.C.V, sexo masculino, solteiro, 21 anos de idade, estudante
A fratura radicular é um comprometimento comum em dentes que
apresentam tratamento endodôntico e pinos intrarradiculares,
principalmente quando estes não respeitam as dimensões e
propriedades recomendáveis e também, por comprometimentos
funcionais ou parafuncionais, dentre outros. Com a possibilidade
de utilização de implantes osseointegráveis, o planejamento para
estes casos, apresenta um prognóstico mais favorável, quando
diagnosticado precocemente. Este relato de caso clínico apresenta
uma paciente do sexo feminino, com 37 anos de idade, com fratura
Arquivo Brasileiro de Odontologia
66
procurou as clínicas da Faculdade de Odontologia da PUC Minas,
queixando um inchaço do lado direito do rosto, sem dores. Relatou
ainda que não havia história de trauma na região e que
aproximadamente dois anos atrás este aumento de volume era
menor e observa que ultimamente havia ocorrido crescimento
significativo. Ao morder nota-se um aumento ainda maior, há
relato de apertamento dentário em alguns momentos. No exame
clínico o paciente apresentava assimetria facial significativa,
havendo uma tumefação unilateral direita, sem sintomatologia
dolorosa. Ao ocluir os arcos dentários, observava-se que este
aumento de volume se exacerbava. No exame radiográfico foi
constatada a ausência de esporão ósseo e o diagnóstico de
Hipertrofia do músculo masseter foi confirmado. Foi proposto
tratamento conservador, confeccionada placa oclusal
miorrelaxante e conscientização do hábito para redução de hábitos
parafuncionais.
COLAPSO DA ESTRUTURA DENTAL DECORRENTE DE
HIPERATIVIDADE MUSCULAR - BRUXISMO
MACEDO PF, MORAIS FB, MOTA SLJ
Faculdade de Odontologia da UFJF
Atualmente é notória a grande preocupação direcionada às
disfunções do sistema estomatognático. Muito se tem pesquisado
a respeito da etiologia, diagnóstico e tratamento das alterações
dentárias, musculares, neurológicas e articulares envolvidas na
manifestação do bruxismo. Tendo em vista a importância de tais
alterações, a proposta deste painel é abordar as conseqüências
deletérias que a hiperatividade muscular impõe às estruturas
dentárias, reportando o caso clínico de uma paciente de 21 anos
que se apresentou à Clínica de Semiologia II - FO/UFJF para a
avaliação de sua saúde bucal. Durante a anamnese, a paciente
relatou exercer atividade parafuncional - bruxismo noturno - e ter,
por conseqüência deste, fraturado o elemento 31 o qual já havia
sido restaurado. Ao exame físico foi constatado que a paciente
apresentava desgaste dental. O tratamento iniciado a três meses
com o uso de férula neuromiorrelaxante demonstra bons resultados,
não se tendo verificado reincidência nos sintomas.
CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS DA ESTOMATITE
INDUZIDA POR PRÓTESE TOTAL MAL ADAPTADA:
CASO CLÍNICO
microbiana, infecção por cândida, trauma, uso contínuo da dentadura
e xerostomia (Budtz-Jorgensen, 1974). Na literatura é freqüente a
associação da estomatite provocada por dentadura e candidíase,
mais especificamente, C. albicans (Lemos et al., 2003). Além da
estomatite, outras lesões estão associadas ao uso de próteses totais
como hiperplasia fibrosa inflamatória, úlceras traumáticas, rebordos
flácidos, hiperqueratose e queilite angular (Goiato et al., 2005).
QUERATOCISTO ODONTOGÊNICO NO INTERIOR DO
SEIO MAXILAR
ASSUNÇÃO CA, TASSARA LFR, CARDOSO FO,
OLIVEIRA DRF, MANZI FR
Hospital Maria Amélia Lins e PUC Minas
Atualmente, o queratocisto odontogênico é considerado um tumor
odontogênico de origem controversa, de acordo com a nova
nomenclatura de SLOOTWEG (2006). Esta lesão possui
características mais agressivas, quando comparada aos cistos
odontogênicos, apresentando alta taxa de recidiva. Esta lesão
apresenta maior prevalência nos indivíduos do sexo masculino,
entre 20 e 30 anos de idade, e geralmente é descoberta por exames
radiográficos de rotina, uma vez que na maioria das vezes são
assintomáticos. Histologicamente, esta condição é caracterizado
pela grande presença de queratina e por uma cápsula fina e friável,
podendo apresentar cistos satélites em seu interior. O tratamento
indicado é a remoção cirúrgica com margens de segurança, já que
apresenta grande taxa de recidiva. Neste trabalho, será relatado um
caso clínico raro de queratocisto odontogênico, associado ao
elemento dentário 28, localizado no interior do seio maxilar, cuja
suspeita foi levantada por meio de uma radiografia periapical de
rotina. Para uma melhor avaliação do caso foi realizado um estudo
radiográfico completo incluindo novas radiografias periapicais,
oclusais, panorâmica e telerradiografia lateral e frontal. Para melhor
localização da lesão e auxílio no planejamento cirúrgico foi realizada
uma tomografia computadorizada com cortes axiais, coronais e
reconstruções sagitais. O diagnóstico foi concluído pelo exame
histopatológico.
AMELOGÊNESE IMPERFEITA:
RELATO DE CASO CLÍNICO
GUERRA MJC, MIRANDA DA, SILVA R, DEVITO KL
Faculdade de Odontologia da UFJF
FANNI ABR, SOUZA JD
Faculdade de Odontologia da UFJF
A estomatite (do grego “stoma”, boca, e “ytis”, inflamação) consiste
em uma inflamação da mucosa bucal ocasionada por fatores locais
e/ou generalizados. O presente artigo relata o caso clínico da paciente
s.g.s, 31 anos, sexo feminino, portadora de estomatite induzida
por prótese mal adaptada, associada à hiperplasia fibrosa
inflamatória, à flacidez do rebordo alveolar e à hiperceratose focal.
Foi realizado um exame microbiológico da lesão branca presente
no palato, no qual não se constatou infecção por cândida. A etiologia
da estomatite por dentadura é bastante variável, envolvendo placa
A amelogênese imperfeita constitui um grupo de anomalias
estruturais do esmalte, de natureza ectodérmica e hereditária. Pode
ser classificada em hipoplásico, hipocalcificado e hipomaturado.
É apresentado o caso clínico de um paciente de 21 anos que
apresentou nos dentes anteriores (superfície vestibular) depressões
profundas em forma de linhas e alterações morfológicas nos
primeiros pré-molares. No exame radiográfico ainda foi verificada
a presença de um pré-molar inferior extra-numerário. Considerando
que a estética vem sendo prioridade no cotidiano da população,
foi utilizado como terapêutica reabilitadora restaurações diretas
com resina composta.
Arquivo Brasileiro de Odontologia
67
GENGIVOESTOMATITE NECROSANTE:
RELATO DE CASO CLÍNICO
BONISSON LA, ANDRADE BAB,
CAPISTRANO HM, BRENER S
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
Paciente A.P.S. 19 anos, sexo feminino, feoderma, compareceu a
clínica de Estomatologia da FOPUC Minas, com uma lesão ulcerada
recoberta por uma pseudomembrana, estendendo-se desde a região
de rebordo alveolar do dente 47. tomando as regiões de trígono
retromolar, mucosa jugal, palato mole e orofaringe. Na anamnese,
a paciente relatou histórico de dor no 47, e por conta própria
iniciou o uso de Paracetamol 750 mg por 5 semanas. Na 5a semana,
o efeito do medicamento já não era satisfatório, fazendo-a procurar
um serviço de urgência. O dentista indicou o uso de Diclofenaco
Sódico 50 mg para alivio da dor. Após o uso de três caixas, a
paciente começou a apresentar dores abdominais, procurando
serviço médico. O médico durante exame físico observou a presença
de áreas eritematosas na coxa direita, indicando uma reação alérgica
ao medicamento Diclofenaco Sódico. O médico suspendeu o seu
uso, e uma semana depois as irritações desapareceram. A paciente
retornou ao dentista para realizar tratamento endodôntico e o
mesmo observou a presença de áreas ulceradas recobertas por
uma pseudomembrana, encaminhando a paciente para a PUC. Na
faculdade, foi levantada a hipótese principal de Gengivoestomatite
Necrosante. Foi indicado o uso de Amoxicilina 500 mg e
Metronidazol 400 mg por sete dias, e o pedido de um hemograma
completo, para verificar a presença de possíveis discrasias
sanguíneas. Após uma semana, a paciente retornou e as lesões
haviam desaparecido e o hemograma encontrava sem alteração,
confirmando o diagnóstico, possivelmente causado por um quadro
de estresse ou baixa imunidade.
TRATAMENTO DE PAPILOMA DE GRANDE EXTENSÃO
E MULTIFOCAL EM CRIANÇA, COM ÁCIDO
TRICLOROACÉTICO À 50%
BONISSON LA, ANDRADE BAB, CAPISTRANO HM,
MARQUES ER, ROCHA RC, SILVA LCP
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
O papiloma escamoso é uma proliferação benigna do epitélio
escamoso estratificado presumivelmente induzida pelo papiloma
vírus humano (HPV). O relato de caso é da paciente HHPS, sexo
feminino, feoderma, 6 anos, que compareceu à clínica de
Odontopediatria da FOPUC Minas, com queixa de crescimento
nas gengivas que sangravam facilmente. A criança apresentava
mudança de comportamento, tornando-se calada e arredia, segundo
informação da mãe. Após exame clínico foram levantadas as
hipóteses de diagnóstico de papiloma e condiloma e realizada
uma biópsia excisional da lesão presente na gengiva dos incisivos
inferiores. A menina foi encaminhada para o serviço de Psicologia
da universidade para avaliação. O exame histopatológico
confirmou o diagnóstico de papiloma. As lesões foram todas
removidas cirurgicamente. Dois meses após, a menor retornou
com recidiva das lesões, de forma mais exacerbadas. Foi então
Arquivo Brasileiro de Odontologia
68
encaminhada à clínica de Estomatologia. Ao exame clínico
intrabucal observou-se uma lesão exofítica, de superfície rugosa
na região vestibular da mucosa gengival estendendo-se dos
elementos dentais 53 a 62. Lesões semelhantes menores foram
observadas na gengiva palatina dos dentes anteriores superiores
e na gengiva vestibular dos dentes 73 ao 81. Diante do insucesso
da remoção cirúrgica anterior, optou-se por tratamento com
aplicação local de ácido tricloroacético a 50%, diluição maior que
a usada na dermatologia. Depois de 8 sessões as lesões regrediram
completamente e não ocorreu recidiva até o momento presente,
18 meses após o tratamento.
CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS
EM LÁBIO
BONISSON LA, ANDRADE BAB, LEAL RM, BRENER S,
CAPISTRANO HM
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
O carcinoma de células escamosas é uma neoplasia maligna com
origem no epitélio de revestimento da boca, sendo responsável
por cerca de 95% das lesões malignas com esta localização. No
Brasil, a boca representa a 5a localização de maior incidência de
câncer em homens e a 7a em mulheres. Os fatores mais associados
ao desenvolvimento do carcinoma de células escamosas são
tabagismo, etilismo e radiação solar, considerando-se que estes
podem complicar seu curso e prognóstico. No caso do carcinoma
de células escamosas em lábio seu acometimento é maior em pessoas
de pele clara que se expõem por muito tempo à radiação ultravioleta.
Nesse caso o tratamento realizado é uma excisão cirúrgica com
resultados satisfatórios. Esse trabalho tem por objetivo relatar um
caso clínico de paciente portador de carcinoma de células de
escamosas em lábio, enfatizando as características clínicas,
histológicas e conduta de tratamento. Paciente MFS, 62 anos de
idade, sexo feminino, leucoderma, dona de casa, apresentou-se a
clínica de Estomatologia da FOPUC Minas com uma úlcera
medindo mais ou menos 1 cm de diâmetro, bordos elevados e
endurecidos, assintomática localizada na linha média do lábio
inferior com tempo de evolução de 2 meses segundo relato da
mesma. Estabeleceu-se uma hipótese clínica de carcinoma. Foi
realizada uma biópsia excisional com o diagnóstico histopatológico
confirmado de carcinoma de células escamosas. A paciente foi
encaminhada a um serviço de oncologia que sugeriu
acompanhamento periódico e há três anos encontra-se sem sinal
de recidiva.
PERIODONTITE AGRESSIVA LOCALIZADA:
RELATO DE CASO
BONISSON LA, ANDRADE BAB,
VESPASIANO AIS, MANZI FR
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
A periodontite agressiva localizada é um tipo de doença periodontal
cuja característica principal é sua rápida progressão, escassez de
placa bacteriana, além de características próprias de agressão ao
hospedeiro e pequena quantidade de cálculo dentário. Ocorre em
adolescentes e adultos jovens, na região de primeiros molares
permanentes e incisivos. Radiograficamente observa-se perda de
suporte ósseo na área dos primeiros molares ou incisivos ou a
associação de ambos. O prognóstico dos pacientes de um modo
geral é desfavorável, porém quando a terapêutica periodontal se
estabelece a tempo, consegue-se bons resultados. O trabalho relata
um caso clínico da paciente AFR, 19 anos, sexo feminino,
leucoderma, que tinha como queixa principal mobilidade nos
incisivos centrais superiores. Clinicamente não foi observado
acúmulo de placa visível, cálculo dentário ou inflamação gengival.
Durante a sondagem observou-se uma profundidade de 4mm. Foi
verificada mobilidade grau 1 nos elementos dentais 11 e 21. Foi
solicitada uma radiografia periapical e oclusal onde encontrou-se
uma zona de perda óssea em forma de arco envolvendo as raízes
dos elementos 11 e 21. Testes de vitalidade pulpar foram realizados
com resultado positivo. Radiografias periapicais e oclusais foram
feitas nos molares sem nenhuma alteração radiográfica.
Diagnosticou-se como periodontite agressiva localizada. Raspagens
quinzenais foram realizadas durante 3 meses e novas radiografias
realizadas. Observou-se redução da perda óssea com pequena
neoformação óssea. Atualmente a paciente encontra-se em
acompanhamento.
PATOGENIA, ASPECTOS CLÍNICOS E
RADIOGRÁFICOS DO CISTO RADICULAR:
DESCRIÇÃO DE UM CASO CLÍNICO ASSOCIADO A
TRAUMATISMO
SANTOS P, SILVA MMB, DEVITO KL
Faculdade de Odontologia da UFJF
Cistos radiculares são lesões inflamatórias que ocorrem nos
ápices de dentes com polpas necróticas e infectadas. São
caracterizados pela formação de uma cavidade patológica
circundada por epitélio e por paredes de tecido conjuntivo denso
contendo material fluido, semi-fluido ou sólido em seu interior.
É uma lesão que evolui lentamente a partir de uma necrose pulpar
não tratada. O presente trabalho teve por objetivo apresentar
uma revisão de literatura incluindo a formação, patogenia,
aspectos clínicos e radiográficos do cisto radicular. Além disso, é
relatado um caso clínico de um paciente de 16 anos de idade que
se apresentou à clínica de Semiologia da Faculdade de Odontologia
da UFJF com queixa principal de dor à palpação na região apical
do elemento 12 que havia sofrido uma fratura coronária
estendendo-se abaixo da gengiva há quatro anos. Foi feita uma
detalhada anamnese, um exame clínico completo da cavidade bucal
e um estudo de sua radiografia periapical, sugerindo-se então
presença de cisto radicular. Pode-se concluir que o cisto radicular
é uma lesão de grande importância, podendo estar associada a
vários fatores, sendo bastante encontrada em quadros de
traumatismos. É imprescindível ao cirurgião-dentista conhecer
suas características clínicas, radiográficas e fazer uma detalhada
anamnese para chegar ao diagnóstico. O tratamento é feito
retirando-se o estímulo inflamatório e a promovendo a curetagem
da lesão.
TRATAMENTO DE REABSORÇÃO RADICULAR
INTERNA NÃO-COMUNICANTE:
RESOLUÇÃO MULTIDISCIPLINAR
HELENO JFG, MAGALHÃES CF
ABO – Regional Governador Valadares
As reabsorções radiculares internas ocorrem no interior da
cavidade pulpar em direção à superfície externa da coroa ou raiz.
São processos destrutivos e multifatoriais que afetam as
estruturas mineralizadas dos dentes, comprometendo suas
características anatômicas e funcionais. Este trabalho descreve
uma opção de tratamento para dentes que apresentam reabsorção
interna não-comunicante localizada no terço médio do conduto
radicular. Paciente M.V.F., 35 anos, sexo masculino, observouse, durante a inspeção intra-oral, a presença do elemento dental
22 sem a superfície coronária, conduto radicular extensamente
alargado, preenchido com cianoacrilato, e exposto ao meio bucal.
Ao exame radiográfico, constatou-se tratamento endodôntico
insatisfatório, áreas radiolúcidas irregulares ampliando a cavidade
pulpar e presença do canino adjacente retido na região palatina.
Iniciou-se a desobstrução do conduto e nova instrumentação
endodôntica. Trocas sucessivas de Ca(OH)2 em veículo aquoso
foram realizadas e, em seguida, procedeu-se, primeiramente, à
obturação da porção apical do canal radicular empregando-se o
System B e Obtura II. Posteriormente, realizou-se o preparo e
aplicação de MTA branco no local da reabsorção e finalizou-se a
conclusão da obturação pela técnica da termoplastificação. Um
“plug” sobre a guta-percha foi colocado para receber um retentor
metálico e uma cirurgia de aumento de coroa clínica foi necessária
para a confecção de uma prótese unitária adesiva. A terapêutica
realizada conduziu a resultados bastante satisfatórios,
comprovados após controle de 3 anos.
GEMINAÇÃO – REVISÃO DE LITERATURA E
RELATO DE CASO CLÍNICO
LELIS CCO, MARINHO CC, OLIVEIRA DA, QUEIROZ ER
Faculdade de Odontologia da UFJF
O objetivo do estudo é observar as diferentes visões na literatura
quanto à definição, etiologia e tratamento de uma anomalia dentária
nomeada de geminação, visto que o cirurgião dentista, apesar de
raras vezes, pode-se deparar com tal situação, que é objeto de
controvérsia entre os autores. O presente artigo visa também,
através de características clínicas e radiográficas dessa anormalidade
da odontogênese, relatar um caso clínico ocorrido na cidade de
Valença-RJ, com ilustração e discussão da mesma, contribuindo
para que se possa entender melhor o assunto.
MANEJO DE PACIENTE COM ALTO RISCO DE CÁRIE
NA CLÍNICA INTEGRADA DA PUC MINAS:
RELATO DE CASO
ALMEIDA LG, VIDIGAL BCL, SANTIAGO MO
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
Arquivo Brasileiro de Odontologia
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A cárie dentária é o resultado de um processo que gradualmente
dissolve a superfície externa mais resistente do dente (esmalte)e
avança para o interior do mesmo, dando origem a cárie de esmalte.
Quando a cárie de esmalte atinge um volume de poros superior a
50%, a camada superficial geralmente se rompe. A massa
microbiana, então invade a dentina periférica já desmineralizada,
caracterizando a cárie de dentina. Esta pode ser caracterizada em
duas fases aguda ou crônica. Para realizarmos essa diferenciação é
necessário diagnóstico preciso e plano de tratamento adequado.
Atualmente, a odontologia apresenta um novo olhar sobre a
filosofia do tratamento da dentária, de uma forma mais
conservadora e com desconforto mínimo para o paciente. Com
esse intuito relatamos um caso de paciente com alto risco de cárie,
tratado na disciplina de Clinica Integrada, da PUC Minas. O manejo
da paciente foi realizado de forma mais conservadora possível,
buscando, numa primeira fase, paralisar a evolução do processo
carioso, por meio de ações de promoção de saúde e adequação de
meio bucal. As ações foram: remoção profissional de placa
bacteriana, informações, orientações e motivação para higiene bucal,
além da remoção mecânica de parte do tecido cariado, em dentes
com cárie de dentina, nos quais foram realizados Tratamento
Restaurador Atraumático e selamento com ionômero de vidro.
Numa fase posterior, os dentes foram restaurados definitivamente.
INCLUSÃO SOCIAL E O ATENDIMENTO NO ESTÁGIO
DE URGÊNCIA ODONTOLÓGICA
MIANA TA, RODRIGUES FSF, REIS TL, RODRIGUES CD,
CHAVES MGAM
Faculdade de Odontologia da UFJF
Um dos principais papéis da odontologia é devolver ao paciente a
confiança e a auto-estima, perdidas, na maioria das vezes, por
doenças bucais como a cárie, a gengivite e a perda precoce dos
dentes. Muitos dos pacientes que dependem da saúde pública do
país têm apenas como referência de atendimento odontológico as
Faculdades de Odontologia que atendem pelo SUS. Dessa forma,
procuram o serviço de pronto-atendimento como a esperança de
solucionar seus problemas bucais. Porém, em serviço de urgência,
apenas podem ser atendidos os pacientes com procedimentos
relacionados à dor, troca de curativos de espera, e provisórios mal
adaptados. No entanto, a urgência pode ser relativa, pois para o
paciente com mau hálito, gengiva sangrante, cáries extensas e falta
de dentes também podem ser considerados procedimentos de
urgências. Solucionar seu problema para que o mesmo possa voltar
ao convívio social e assim, perder o acanhamento de sorrir, constitui
um apelo ao cirurgião-dentista. Apresentamos o caso clínico de
paciente com estas queixas e vários elementos dentais portadores
de doença cárie. Realizou-se a remoção de cálculos e placas
dentárias, orientou-se o paciente para a realização de bochechos
com chá de romã, e após a adequação do meio bucal procederamse as restaurações dos elementos anteriores portadores de lesões
cariosas. Este caso clínico realizado na clínica de prontoatendimento da Faculdade de Odontologia da UFJF, mostra como
é possível a resolução de problemas de pacientes na própria clínica
de pronto-atendimento, com procedimentos simples e capazes de
devolver a confiança, a auto-estima e promovendo a humanização
Arquivo Brasileiro de Odontologia
70
da saúde odontológica e dessa maneira, conscientizando também o
paciente sobre a importância da manutenção da saúde bucal.
AÇÕES DO PROJETO DE ODONTOLOGIA NO
PROGRAMA CIRENEU
MOREIRA ECS, SANTIAGO MO, FERREIRA RC
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
O Projeto Cireneu surgiu em 1996 por iniciativa de professores e
alunos da PUC Minas. Sua proposta inicial era promoção humana,
inclusão social e cidadania. Em 2004 elevou-se ao status de
Programa. O Programa é realizado na região de Nova Contagem,
que se localiza ao noroeste de Contagem e adentra os municípios
de Esmeraldas e Betim. Os professores e alunos do Projeto de
Odontologia no Programa Cireneu vêm trabalhando desde 1998,
entendendo que a extensão constitui-se na própria essência da
atividade de ensino. A participação dos alunos nos projetos de
intervenção social tem por objetivo desenvolver um trabalho
multidisciplinar, apoiado na experiência em ação comunitária e
programação local participativa. O Projeto de Odontologia no
Programa Cireneu tem como objetivos: conhecer as condições de
vida das populações, os problemas de saúde e doença das
comunidades envolvidas; desenvolver ações de saúde coletiva, com
ênfase em promoção de saúde bucal; enfrentar os problemas de
saúde bucal das comunidades, incluindo promoção de saúde e
higiene bucal como hábito na vida das crianças e como rotina
dentro das instituições. Este programa é de extrema importância
para a interação dos futuros cirurgiões-dentistas com as diferentes
situações apresentadas não só clinicamente, mas também cultural
e socialmente. E por enfatizar a importância da promoção de saúde
bucal para a prática odontológica, em nível individual e coletivo,
este programa vem contribuindo para o crescimento científicoprofissional e o enobrecimento pessoal dos alunos envolvidos, na
construção da cidadania.
RECONSTRUÇÃO DE REBORDO INFRA-ORBITÁRIO
DIREITO COM ENXERTO ÓSSEO AUTÓGENO RELATO DE CASO
MONTEIRO RR, CARDOSO FO,
RABELO YBN, OLIVEIRA DRF
Hospital Maria Amélia Lins
Neste trabalho é apresentado um caso clinico no qual o paciente
apresentava, como seqüela de trauma, um afundamento em região
infra-orbitária direita e pequena limitação da abertura bucal, devido
uma fratura do complexo zigomático direito. O tratamento
planejado foi a remoção do processo coronóide direito e sua fixação
na região de zigoma direito, servindo de enxerto ósseo autógeno,
ganhando um pouco de projeção zigomática e liberando a total
abertura de boca do paciente. No ato cirúrgico, após remoção do
processo coronóide direito, observou-se a necessidade de mais
tecido ósseo para um resultado satisfatório, assim foi removido
um enxerto em bloco, na região de ramo mandibular direito.
Obtivemos resultado satisfatório através deste tratamento, não
comprometendo a estética da face do paciente através de incisões
cutâneas, o volume do enxerto ósseo foi suficiente para compensar
o defeito e não sendo necessário a refratura do complexo zigomático
o tempo cirúrgico foi menor, diminuído as chances de complicações
no trans-operatório.
EXODONTIA EM PACIENTE PORTADOR
DE INSUFICIÊNCIA CORONARIANA
OBSTRUTIVA GRAVE
significativa de sondagem vestibular. O enxerto livre de tecido
conjuntivo é uma técnica relativamente previsível para
recobrimento de raízes desnudas, desde que bem planejada e
executada. No entanto, nem sempre se tem ótimo resultado.
Recomenda-se que se controle o caso com fotografias por pelo
menos 12 meses em caso de resultado ou insatisfatório, pois pode
haver um aumento do recobrimento. O diagnóstico é fundamental
para o estabelecimento de qualquer terapia. Neste caso, foi
considerado que a causa principal da recessão era o trauma devido
à escovação e, talvez, a história de inflamação induzida por placa.
SOUZA AF
A arteriosclerose é uma doença inflamatória que resulta de uma
injúria endotelial, as quais podem ser causadas por multi-fatores,
entre eles, agentes infecciosos e sub-produtos específicos. A doença
periodontal é uma condição inflamatória localizada induzida por
infecção de bactérias e suas toxinas. A inflamação crônica é
reconhecidamente o principal desencadeante e perpetuador da
doença aterosclerótica. A doença periodontal tem sido
correlacionada à doença arterial coronariana. O presente caso
clínico refere-se à paciente M.C.C.T., 76 anos de idade, sexo
feminino, diagnóstico de doença periodontal crônica com indicação
de exodontia dos dentes (17 e 26). É portadora de hipotireoidismo,
hipertensão, diabetes (controle alimentar), sofreu infarto há quatro
meses, realizou cateterismo constatando obstrução grave
apresentando quadro de hemorragia no cateterismo sendo formado
um pseudo-aneurisma sendo internada por 5 dias no CTI.
Posteriormente, fez compressão na tentativa de fechar o pseudoaneurisma com insucesso. Fez angioplastia para remover o pseudoaneurisma com sucesso. Faz uso de euthyrox, omeprazol,
propanolol, monocordil, losartana de potassa, pravix, AAS infantil
e sinvastatina. Após avaliação de risco cirúrgico ASA II,
coagulograma e suspensão do pravix e AAS por 72 horas e cobertura
profilática com amoxicilina e tomadas as devidas precauções contra
possíveis hemorragias (hemostáticos locais e sutura). O
procedimento foi realizado com sucesso.
CRESCIMENTO GENGIVAL CORONAL TARDIO COMO
CONSEQÜÊNCIA DE ENXERTO LIVRE DE TECIDO
MOLE PARA RECOBRIMENTO RADICULAR
(CREEPING ATTACHMENT) RELATO DE CASO
FONSECA LG
Gênero feminino, 36 anos, boa saúde, leucoderma, em programa
de manutenção periodontal a 6,5 anos para controle de periodontite.
Dente 13, recessão gengival de 5mm, com faixa inadequada de
gengiva ceratinizada, classe III de Miller .Enxerto livre de tecido
conjuntivo subepitelial com deslocamento coronal do retalho. A
sutura foi removida 7 dias após a cirurgia. Constatou-se
recobrimento radicular insatisfatório, porém sem presença de tecido
necrosado, que normalmente é esbranquiçado. A cobertura radicular
obtida foi de apenas 1mm. As fotografiasdocumentam o fenômeno
“creeping attachment”, que é o crescimento coronal tardio que às
vezes ocorre em decorrência do enxerto livre de tecido mole.
Atualmente, a raiz está quase toda coberta e sem profundidade
FORAME MENTONIANO DUPLO:
RELATO DE CASO E REVISÃO DE LITERATURA
REZENDE CC, PAULA JS, DEVITO KL
Faculdade de Odontologia da UFJF
A correta identificação radiográfica do forame mentoniano é de
grande importância clínica, seja para o diagnóstico diferencial de
lesões periapicais ou para garantir o sucesso de bloqueios
anestésicos da região anterior da mandíbula, abrangendo os nervos
mentoniano e incisivo. Além disso, a variação na forma, no tamanho
e na localização pode implicar em complicações durante cirurgias,
colocação de implantes, próteses e outras intervenções. Alterações
anatômicas são relatadas na literatura assim como a ausência desta
estrutura. Neste trabalho apresenta-se um caso raro de forame
mentoniano unilateral, detectado em radiografia panorâmica de
rotina e uma revisão de literatura enfatizando suas variações.
PRESENÇA ASSINTOMÁTICA DE CORPO ESTRANHO
EM SEIO MAXILAR: RELATO DE CASO
PAIVA MEMS, SANTIAGO MO
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
É comum serem observadas diversas iatrogenias na prática
odontológica,. Na literatura, erros e falhas comumente identificados
relacionam-se mais com procedimentos de dentística e endodontia.
No presente caso, foi relatada a presença de um corpo estranho
detectado durante a anamnese rotineira realizada na disciplina de
Clínica Integrada I, no ano de 2006. A paciente apresenta-se sem
sintomatologia ou outra manifestação clínica, que necessite de
qualquer intervenção cirúrgica.
ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR NO TRATAMENTO
DE INCISIVOS CENTRAIS PERMANENTES
ANQUILOSADOS
FERREIRA APCG, MAZZIEIRO ET,
GUIGNONE BC, CARNEIRO RC
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
A intrusão traumática de dentes representa um dos mais sérios
problemas de saúde pública em crianças e adolescentes, sendo a
queda o principal fator etiológico. A intrusão consiste no
Arquivo Brasileiro de Odontologia
71
deslocamento do dente para dentro do seu alvéolo em conseqüência
de um impacto axial direto e representa o trauma mais comum da
primeira infância. Além disso, quando na fase de dentadura decídua,
a estreita proximidade entre os dentes decíduos e os germes dos
permanentes intra-ósseos possibilita que a força de um impacto
severo seja transmitida ao germe do permanente. Este impacto
resulta em compressão e lesão do ligamento periodontal, injúrias à
polpa do dente intruído e possível deslocamento e/ou alteração do
desenvolvimento do dente permanente. Este trabalho tem como
objetivo apresentar o tratamento ortodôntico de uma paciente
com histórico de traumatismo dentário severo durante a infância,
resultando em anquilose e reabsorção radicular extensa dos incisivos
centrais superiores permanentes, que foram extraídos, sendo os
espaços das extrações fechados pela mesialização dos incisivos
laterais. Ao final do tratamento ortodôntico, gengivoplastia e
dentística restauradora restabeleceram os contornos adequados
das margens gengivais e anatomia dentária.
COLAGEM INDIRETA DE BRAQUETES
ORTODÔNTICOS
PEREIRA BF, MARINHO KC,
LARISSA LPM, OLIVEIRA DD
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
O sucesso de qualquer tratamento ortodôntico está relacionado ao
correto diagnóstico, ao planejamento criterioso de cada paciente e
à condução cuidadosa da terapia ortodôntica. O posicionamento
adequado dos bráquetes ortodônticos é um dos fatores que
contribuem para a concretização dos objetivos previamente
determinados, tendo importância significativa para a aplicação
efetiva da biomecânica necessária e para a finalização adequada do
tratamento. Tradicionalmente, esses acessórios são colados
diretamente aos dentes com resina composta, após o
condicionamento ácido do esmalte. A técnica de colagem indireta
de bráquetes ortodônticos foi inicialmente descrita com o intuito
de superar as dificuldades de colocação ideal dos bráquetes em
determinados casos. Dentre as possíveis vantagens dessa
abordagem destacam-se: posicionamento mais preciso dos
bráquetes, devido ao melhor acesso e visualização das superfícies
dentárias nos modelos de gesso, facilidade de remoção de excessos
de resina e otimização do tempo clínico durante a colagem. Uma
provável desvantagem é o maior tempo laboratorial requerido para
a confecção da moldeira de transferência. O objetivo desse trabalho
é ilustrar uma técnica laboratorial para o emprego da colagem
indireta de bráquetes ortodônticos.
PROTRAÇÃO MAXILAR E DISJUNTOR
ENCAPSULADO: RELATO DE CASO
FARIA TV, CARNEIRO RC, OLIVEIRA DD
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
Atresias maxilares são problemas esqueléticos cujo tratamento
freqüentemente envolve a disjunção da sutura palatina mediada.
Proposta por Angel em 1859, essa abordagem terapêutica encontrou
Arquivo Brasileiro de Odontologia
72
grande resistência no meio científico e ficou esquecida até metade
do século passado, quando o interesse na técnica ressurgiu graças
aos trabalhos de Hass (1961). A partir de então, diversos autores
propuseram diferentes condutas clínicas para a disjunção palatina.
Os aparelhos disjuntores mais utilizados atualmente são o de Hass,
o Hyrax bandado e o Hyrax encapsulado. Esse último se apresenta
como uma boa alternativa para pacientes que necessitam de
disjunção palatina e possuem altura facial anterior inferior
aumentada. Outra indicação seria impedir que haja interferências
oclusais ao se realizar a protração maxilar, procedimento recorrente
em casos de maxilas atrésicas. O objetivo desse trabalho é ilustrar
os benefícios do uso do disjuntor encapsulado através de um caso
clínico, onde tal aparatologia foi associada ao uso de uma máscara
facial para protração maxilar, buscando uma posição mais
anteriorizada da maxila e uma relação mais harmônica dessa com a
mandíbula.
PLANEJAMENTO INTEGRADO NO TRATAMENTO DE
AGENESIA DENTÁRIA
GRECO BB, GRECO ACDL, GRECO WCDL,
GÓES IMG, GRECO GD
Uma visão multidisciplinar deve ser observada durante o
diagnostico, prognostico e plano de tratamento a fim de
proporcionar um resultado que tenha boa previsibilidade e atenda
as expectativas estéticas e funcionais do paciente que vai se
submeter a um tratamento de restauração protética
implantossuportada. Este trabalho descreve um caso clínico de
uma paciente jovem, de 19 anos, que apresentava agenesia dentária
do incisivo central inferior direito, que foi conduzido com um
planejamento integrado, envolvendo ortodontia, implantodontia,
periodontia e prótese dentária.
ANQUILOSE DE DENTES DECÍDUOS E SUAS
IMPLICAÇÕES CLÍNICAS
SILVA BPA, VIDIGAL BCL, LANZA CRM
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
A anquilose dentária é definida como uma fusão anatômica do
cemento ou da dentina radicular ao osso alveolar (Messer 1980),
sendo considerada uma interrupção no processo de erupção do
dente. Se a anquilose ocorre precocemente, o dente fica abaixo da
linha de oclusão e estático, porém os dentes adjacentes continuam
o processo de erupção, causando a impressão que esse dente
anquilosado está submerso. Sua etiologia não está bem definida
podendo estar relacionada com distúrbios metabólicos que
provocam o desaparecimento do ligamento periodontal antes da
reabsorção radicular fisiológica, permitindo a fusão do cemento ao
osso alveolar. Pode ocorrer também devido à ossificação em um
dado local da membrana periodontal provocado por injúria térmica,
química, trauma local, ou ainda devido a fatores genéticos. Acomete
principalmente os molares inferiores decíduos, raramente os
permanentes, numa proporção de 10:1. A anquilose de um dente
decíduo pode alterar sua exfoliação, bem como a erupção do seu
sucessor permanente e provocar problemas ortodônticos na área
envolvida, resultantes do alinhamento irregular dos dentes
adjacentes e opostos, perda localizada ou generalizada do
comprimento da arcada e impactação dentária. O objetivo deste
trabalho é apresentar as características clínicas e radiográficas da
anquilose leve, moderada e grave assim como suas implicações
odontopediátricas, enfatizando a importância do diagnóstico
precoce para implementação de medidas terapêuticas corretas para
caso particular.
A IMPORTANCIA DO TRATAMENTO
MULTIDISCIPLINAR EM PACIENTES FISSURADOS
GUIGNONE BC, FERREIRA APCG, FARIA TV, BRITO
HHA, AZEVEDO GSF
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
A fenda labial, com ou sem envolvimento do palato, é a segunda
deformidade congênita mais comum envolvendo a face e os
maxilares. Os pacientes portadores dessa deformidade requerem
um tratamento com abordagem multidisciplinar envolvendo
especialidades como a cirurgia plástica, a cirurgia buco-maxilofacial, a ortodontia e a dentística. Nos casos de fenda palatina
o enxerto ósseo é indicado, sendo uma etapa importante no
tratamento. Procedimentos ortodônticos pré-enxerto, como
expansão da maxila, alinhamento e nivelamento, se fazem
necessários em quase a totalidade dos casos. A cirurgia deve ser
realizada antes da irrupção do canino permanente do lado
afetado. Vários sítios doadores para recomposição da fenda
lábio-palatina têm sido descritos na literatura, como mandíbula,
calvária, crista ilíaca e costela. Outra alternativa é a utilização
de osso autógeno, alogênico, aloplástico e membranas. O sucesso
do enxerto é alcançado quando houve a obliteração do defeito
alveolar com osso esponjoso normal, o que pode ser evidenciado
radiograficamente ou através de tomografia computadorizada.
A presença de osso enxertado fornece uma boa matriz para a
movimentação dentária e consequentemente para o tratamento
ortodôntico. O objetivo desse trabalho é mostrar, através da
apresentação de um caso clínico, o tratamento multidisciplinar
de um paciente fissurado, no qual foi realizado um enxerto
ósseo alveolar permitindo assim a correção cirúrgica, ortodôntica
e estética do caso através da interação entre várias
especialidades.
Arquivo Brasileiro de Odontologia
73
REVISÃO
APRESENTAÇÃO ORAL
OTIMIZAÇÃO DE TECIDOS MOLES EM
IMPLANTODONTIA COM USO DO ENXERTO DE
TECIDO CONJUNTIVO GENGIVAL
CUNHA FA, SOUZA EA,
COSTA CADG, SILVEIRA STC
SOBRAIMO (Sociedade Brasileira de Implantodontia)
O tratamento implantodôntico inclui a visão multidisciplinar
das especialidades odontológicas. Neste contexto, a
manipulação de tecidos moles, adjacentes aos implantes
dentários, surge como etapa fundamental para o sucesso
funcional e estético das reabilitações que utilizam implante
(Lindhe, 2004). O enxerto de tecido conjuntivo apresenta-se
como técnica altamente previsível para otimização destes
tecidos moles, com excelentes resultados em correções de
deformidades de rebordo e aumento da faixa de mucosa
ceratinizada inserida ao redor de implantes (Borgueti, 2002;
Cunha et al., 2003).
MINI-IMPLANTES COMO ACORAGEM
ORTODÔNTICA
TITO MCQ, ETO LF
Faculdade de Odontologia da Universidade de Itaúna
A terapia ortodôntica tem sido muito beneficiada com os
recentes avanços de outras áreas da odontologia. Uma das
melhores contribuições no avanço tecnológico da
Ortodontia é o auxílio no controle da ancoragem.
Recentemente, foi introduzido um sistema de ancoragem
absoluta, o mini-implante, considerado ideal uma vez que
ele apresenta as seguintes características: fácil instalação,
resistente às forças ortodônticas, de remoção simples,
tamanho reduzido e pronto para ser ativado precocemente
(carga imediata) minimizando o tempo total de tratamento,
aumentando, portanto, a eficiência. Esse novo tipo de
ancoragem tem apresentado uma série de vantagens
possibilitando até mesmo a sua utilização em casos limítrofes.
Há necessidade de um conhecimento preciso da execução
da técnica, suas indicações e, sobretudo, dos fatores de
risco associados. O presente trabalho tem como objetivo
descrever os mini-implantes com suas características gerais,
técnica de execução, indicações, fatores de risco e
complicações.
DISJUNTOR MAXILAR ENCAPSULADO:
CONSTRUÇÃO LABORATORIAL
PARA OTIMIZAR SEU EMPREGO CLÍNICO
FARIA TV, CARNEIRO RC, OLIVEIRA DD
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
Arquivo Brasileiro de Odontologia
74
A construção meticulosa dos aparelhos ortodônticos é parte
fundamental para o sucesso do tratamento. Aparelhos como
os disjuntores palatinos, propostos por Angel em 1859, foram
apresentados em diversas configurações, buscando
adequar-se as mais diferentes condições clínicas dos
pacientes. Entre esses, Spolyar (1984) cita o disjuntor
palatino encapsulado como uma alternativa para pacientes
com tendência de crescimento vertical e necessidade de
protração maxilar, uma vez que a cobertura oclusal acrílica
impede que haja interferências oclusais que atrapalhassem
a protração. Feito com fios calibrosos e possuindo cobertura
de acrílico envolvendo a superfície oclusal dos elementos
superiores, além do parafuso expansor centrado com a linha
média do palato, as vantagens do disjuntor com cobertura
oclusal, incluem a possibilidade de adaptação mesmo com
morfologias coronárias anômalas. Dessa forma, temos como
objetivo demonstrar uma técnica para otimizar a construção
laboratorial do disjuntor palatino encapsulado e exemplificar
sua aplicação clínica.
TÉCNICA CARPAL
NASCIMENTO JHG, JUNIOR AACP, LAGE FO,
OLIVEIRA FJ, BARCELOS CC, NETO SGO
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
O crescimento e desenvolvimento do ser humano é um
processo gradativo e um tanto quanto complexo, haja visto a
grande quantidade de elementos ósseos que se desenvolvem
simultaneamente durante toda vida. Uma das maneiras de
avaliar esse crescimento é a radiografia carpal que é utilizada
para determinar o desenvolvimento ósseo do paciente
avaliando os níveis de ossificação das epífises das falanges
distal, proximal e mediana. Assim, pode-se estabelecer a idade
biológica, já que a idade cronológica, por si só, não é suficiente
para oferecer uma precisão quanto à maturação esquelética
do indivíduo. Este estudo tem como objetivo demonstrar a
utilização da técnica Carpal e sua importância como método
complementar no traçado de um plano de tratamento, bem
como, auxiliar na avaliação do processo de desenvolvimento
e maturação óssea do paciente, a partir da análise dos estágios
de ossificação dos ossos da mão e punho. Assim, o estudo
da Carpal se apresenta como um exame complementar para
que seja traçado um plano de tratamento como, por exemplo,
ortodôntico e/ou ortopédico, áreas odontológicas nas quais
o desenvolvimento esquelético é de crucial importância.
Portanto, o trabalho visa revisar a importância da radiografia
carpal, mostrar como é realizada a técnica e suas principais
aplicações.
ASPECTOS RELEVANTES DO BRUXISMO
SILVA FM, SERAIDARIAN P, SERAIDARIAN PI
Faculdade de Odontologia da PUC Minas e UNITAU
Um hábito parafuncional, cada vez mais prevalente na
população mundial, o bruxismo ainda é um desafio para a
odontologia, tendo em vista a infinidade de alterações que
pode provocar no sistema estomatognático. Por apresentar
grande variedade em relação à intensidade, persistência e
freqüência, os problemas gerados por esta parafunção
também são de magnitudes distintas. Com o objetivo de
contribuir no entendimento e no gerenciamento deste
problema, propõe-se apresentar o estado atual do
conhecimento, através de uma revisão literária, dando ênfase
aos seus conceitos e terminologias, fatores etiológicos,
formas de diagnóstico, sinais e sintomas e possibilidades
de tratamento. Diante do proposto, pode-se relatar que a
maioria dos autores definiu como bruxismo o hábito de
ranger/apertar os dentes, em movimentos não-funcionais,
de forma espontânea e, principalmente, durante a noite. Em
relação aos fatores etiológicos existe grande discordância
na literatura em relação a estes aspectos, sendo considerado
de origem multifatorial. O diagnóstico deste hábito consiste
em anamnese e exame clínico minuciosos, com o intuito de
detectar alguns sinais e/ou sintomas que podem variar com
a intensidade, freqüência e idade do paciente. Suas formas
terapêuticas são multidisciplinares e devem ser,
preferencialmente, conservadoras, reversíveis e não
invasivas. No entanto, devido aos avanços nas pesquisas
relacionados a este assunto, parece surgir uma luz no fim do
túnel, na tentativa de se descobrir a verdadeira etiologia e
talvez uma terapêutica mais eficaz.
PROJETO INTERCLÍNICAS: AS DIFERENTES
VERTENTES DA DOR
PORCARO PMC, ALVIM KSF, FALCO H
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
O trabalho tem o propósito de indagar o conceito de dor
nos respectivos campos do saber - fisioterapia,
fonoaudiologia, odontologia e psicologia. Saberes estes,
envolvidos no projeto Interclínicas, que tem como objetivo
prestar atendimento a pacientes portadores de disfunções
nas articulações temporomandibular, inscritos no projeto.
Este se desenvolveu como um estágio supervisionado nas
clínicas citadas anteriormente, da PUC Minas no campus
Coração Eucarístico, no decorrer do ano de 2006. Nessa
vertente, pretende ampliar a discussão multidisciplinar, que
no contexto da pós-modernidade se impõe como uma
importante e necessária alternativa clínica, onde, a
diversidade de conhecimentos e especialidades se agregam
no sentido de promover uma interlocução entre as áreas da
saúde, visando o bem estar e a qualidade de vida dos
pacientes. Por um outro lado, constata que o trabalho
interdisciplinar nos incita a romper desafios, uma vez que,
cada campo opera com uma linguagem própria, além de
concepções e verdades distintas. Ao mesmo tempo, nos
aponta que é na diferença, ou seja, é no intervalo entre um
saber e outro que a palavra encontra espaço para fazer
circular novos saberes. Criar novas possibilidades de
trabalho lidando com a diversidade é o maior desafio do
projeto Interclínicas, e é também, o que nos move e coloca
nosso desejo em questão. Para ilustrar, serão apresentados
dois fragmentos de casos clínicos de pacientes atendidos
pelas estagiárias de psicologia, numa perspectiva
psicanalítica.
LESÃO CENTRAL DE CÉLULAS GIGANTES:
REVISÃO DE LITERATURA
CAIXETA ACP, ARAÚJO GBC, MACHADO AMF,
MANZI FR, MAIA BF, FONSECA LC
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
A lesão central de células gigantes (LCCG) é uma lesão intraóssea, que consiste de tecido fibroso com focos múltiplos
de hemorragia, agregação de células gigantes multinucleadas
e, ocasionalmente, trabéculas de tecido ósseo. Sua etiologia
ainda é incerta e várias teorias são propostas na literatura. A
maioria das LCCG é assintomática, sendo detectada pelo
exame radiográfico de rotina ou pela expansão indolor do
osso afetado. Acomete principalmente as mulheres e adultos
jovens com menos de 30 anos de idade, sendo localizada
geralmente na região anterior da mandíbula. Pode ser
dividida em duas categorias: as lesões agressivas e as nãoagressivas. A não-agressiva representa a maioria dos casos,
é assintomática, crescimento lento, não mostrando
perfuração da cortical ou reabsorção radicular dos dentes
envolvidos na lesão. A agressiva é caracterizada por dor,
crescimento rápido, perfuração da cortical, reabsorção
radicular e tende à recidiva. Radiograficamente, a lesão
apresenta-se como área radiolúcida, bem delimitada, uni ou
multilocular. Os aspectos clínico-radiográficos não são
específicos para confirmarem o diagnóstico, podendo esta
lesão ser confundida com outras afecções como o
ameloblastoma, mixoma e ceratocisto. O presente estudo
pretende mostrar uma revisão minuciosa das características
da LCCG, a fim de auxiliar o cirurgião dentista a conhecê-la
melhor.
FATORES BIOLÓGICOS PARA POTENCIALIZAR A
MOVIMENTAÇÃO ORTODONTICA
FERREIRAAPCG, HORTA MCR, OLIVEIRA DD
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
Apesar de sua resistência às pressões e de sua dureza, o
tecido ósseo é muito plástico, sendo capaz de remodelar
sua estrutura interna em resposta às modificações nas forças
a que está submetido. A resposta biomecânica adaptativa
às forças ortodônticas é um processo altamente sofisticado,
envolvendo centenas de reações em cadeia dentro e ao redor
do ligamento periodontal e do osso alveolar. Essas mudanças
de remodelamento nos tecidos paradentais são
consideradas essenciais para a realização do movimento
ortodôntico. Visando facilitar movimentações mais
complexas e para diminuir a duração da terapia ortodôntica,
Arquivo Brasileiro de Odontologia
75
vários estudos sobre os fatores que regulam a
movimentação dentária, como fatores hormonais,
nutricionais, químicos e mecânicos. Este trabalho tem como
objetivo rever a literatura sobre tais fatores, enfatizando os
efeitos que as corticotomias alveolares causam no osso
alveolar.
REVISÃO
APRESENTAÇÃO EM PAINEL
IMPORTÂNCIA DA PROFILAXIAANTIBIÓTICA NA
PREVENÇÃO DE ENDOCARDITE INFECCIOSA EM
PACIENTES COM COMPROMETIMENTO CARDÍACO
MORAIS FB, MOTA SL, MIRANDA DA,
MACEDO PF, GUERRA MJC
Faculdade de Odontologia da UFJF
A endocardite é uma das poucas complicações
potencialmente letais do tratamento odontológico. Isso é
explicado pelo fato de ser um processo infeccioso grave,
provocado por germes conhecidos, destacando-se bactérias
do grupo estreptococos. Em nosso meio bucal existem
milhares de microorganismos, dentre eles bactérias que,
quando introduzidas nos tecidos por meio de instrumentos,
sondagem periodontal, cirurgias, ou mesmo uma rigorosa
escovação e mastigação ganham a corrente sangüínea
provocando uma bacteremia transitória. Em pacientes com
comprometimentos cardíacos (válvulas protéticas,
endocardite prévia, doenças cardíacas congênitas, prolapso
de valva mitral) as bactérias ficam retidas e alojadas no
coração, desenvolvendo uma infecção, a endocardite
bacteriana. Assim, deve ser feito uma profilaxia com
antibióticos antes das intervenções odontológicas, sendo
a droga mais indicada a amoxicilina, uma hora antes do
procedimento (regime profilático padrão recomendado pela
American Hearth Association). Cabe ao cirurgião-dentista
realizar um rigoroso levantamento da história médica do
paciente a fim de determinar os casos de real indicação de
um regime profilático e o antimicrobiano mais adequado para
evitar o desenvolvimento de resistência aos antibióticos.
Além disso, deve orientar sobre uma boa higienização bucal
com o propósito de não haver demasiada proliferação de
microorganismos causadores de infecção.
ENDOCARDITE INFECCIOSA E SUA IMPLICAÇÃO NA
ODONTOLOGIA.
FARIA JMG, KILESSE CTSM, LEITE LBS
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
O trabalho tem por objetivo trazer informação adicional a
respeito da antibioticoprofilaxia para indivíduos com
possibilidade de desenvolver endocardite bacteriana, assim
como os fatores e as condições de risco. A endocardite
infecciosa é uma doença cardíaca que tem recebido atenção
Arquivo Brasileiro de Odontologia
76
por parte da comunidade odontológica devido à sua relativa
taxa de mortalidade. Hipoteticamente, qualquer bactéria ou
fungo pode causar endocardite infecciosa, mas para isso, é
necessário que ocorra bacteremia através de uma invasão
local dos vasos sanguíneos. O impacto negativo da infecção
periodontal sobre a saúde sistêmica pode resultar da entrada
de microrganismos ou seus produtos na corrente sanguínea,
respectivamente denominadas de bacteremia e endotoxemia.
A bacteremia transitória após diferentes manipulações na
cavidade bucal tem sido associada a ranger dos dentes,
mastigação, procedimentos cirúrgicos, raspagem e
alisamento radicular. A extensão da bacteremia parece ser
diretamente relacionada à severidade da inflamação
gengival. Uma das melhores maneiras de se prevenir a
endocardite infecciosa é realização de uma anamnese
rigorosa. O protocolo desenvolvido pela American Heart
Association parece ser o mais indicado para os profissionais
da saúde. Este trabalho descreve situações diversas e suas
respectivas condutas profiláticas. A antibioticoprofilaxia
desta patologia é empírica, entretanto, em procedimentos
odontológicos que possam causar excessivo sangramento
em pacientes com risco de desenvolver a mesma torna-se
uma prática coerente.
HIPERSENSIBILIDADE DENTINÁRIA CERVICAL:
SINTOMATOLOGIA, ETIOLOGIA E TERAPÊUTICA
FANNI ABR, SOUZA JD
Faculdade de Odontologia da UFJF
Dor aguda que surge perante estímulos, como alimentos
frios, quentes, ácidos, doces e escovação pode indicar um
caso de hipersensibilidade dentinária cervical, muito
confundida com cárie. as causas dessa hipersensibilidade
são variadas, mas têm em comum a exposição da
dentina.dentro desta estão os túbulos dentinários,
preenchidos por líquido. Estímulos que mudem a pressão
ao longo do dente, como baixa ou alta temperatura, provocam
uma rápida movimentação desse líquido, que estimula
terminações nervosas, provocando dor. Este trabalho aborda
os fatores causadores dessa exposição dentinária, a
necessidade de tratamento e a técnica utilizada, que
dependerão do grau de desconforto do paciente.
USO DE PRÓTESES PARCIAIS REMOVÍVEIS
PROVISÓRIAS – IMPORTÂNCIA ESTÉTICA E
FUNCIONAL
COSTA ATF, SANTOS CQ, ARAÚJO CV, SANTIAGO
MO, LEAL RM, FERNANDES MTL
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
As próteses parciais removíveis provisórias fazem parte de
um tratamento protético global. Elas devem permanecer na
boca parcialmente desdentada, por um tempo variável e
limitado. Na reabilitação de pacientes parcialmente
desdentados essas próteses possuem uma abordagem
multidisciplinar. Têm como finalidade a reabilitação estética
e funcional imediata; o restabelecimento de uma nova
relação oclusal ou dimensão vertical, proporcionando maior
conforto e estabilidade oclusal ao paciente. São também
responsáveis pela manutenção do espaço oral funcional,
da tonicidade dos músculos da língua, da dimensão mesiodistal e cervico-oclusal. Evitam a extrusão de dentes
antagonistas e a mesialização de dentes vizinhos. São
substitutas de próteses mal adaptadas ou insatisfatórias
em termos estéticos e funcionais, preparando a cavidade
bucal para receber um trabalho definitivo e muitas vezes
condicionam o paciente para o uso de uma prótese fixa.
Utilizadas na terapia periodontal, criam um ambiente mais
favorável para a cicatrização. São indicadas em casos onde
é necessário um trabalho provisório, especialmente em casos
em que não existem dentes “pilares” que possam suportar
uma prótese fixa, ou também para esperar a recuperação e
preparação para receber implantes. Este é um procedimento
fundamental no plano de tratamento, que deve ser utilizado
na fase de adequação de meio bucal, fase esta responsável
por determinar o prognóstico do trabalho definitivo,
ajudando o cirurgião-dentista a conseguir um produto final
satisfatório, atendendo às expectativas do paciente. Esse
trabalho tem por objetivo enfatizar o uso das próteses
parciais removíveis provisórias e sua importância estética e
funcional.
RADIOGRAFIA PANORÂMICA: PRÓS E CONTRAS
NO PLANEJAMENTO DE IMPLANTES
PIMONT MM, DEVITO KL
Faculdade de Odontologia da UFJF
Os implantes ósseo-integrados estão cada vez mais
difundidos na clínica odontológica e um dos fatores
essenciais para o seu sucesso é o planejamento préoperatório, onde devem ser usados todos os recursos
tecnológicos disponíveis para evitarem falhas no plano de
tratamento. O exame radiográfico é um importante auxiliar
na fase inicial de planejamento, bem como no trans e pósoperatório, servindo também como base de controle
protético. Entre os exames por imagem disponíveis para o
planejamento dos implantes, a radiografia panorâmica ainda
é a mais utilizada por grande parte dos implantodontistas,
pois além de ser um exame de baixo custo, permite uma visão
completa das arcadas dentárias e de todas as estruturas
circunvizinhas em apenas um filme. Entretanto, as distorções
e ampliações das imagens nessa radiografia têm levado
analistas a considerarem, com reservas, este método
radiográfico quando se necessita de exatidão em medidas
lineares. Por outro lado, os exames tomográficos são
métodos que permitem uma representação mais fidedigna
das estruturas analisadas, especialmente a tomografia
computadorizada; no entanto, o elevado custo deste exame,
aliado às altas doses de radiação pode restringir sua
utilização. Diante das disparidades de protocolo radiográfico
em casos de tratamento com implantes, neste trabalho tevese como objetivo realizar uma revisão da literatura
enfatizando os prós e contras da utilização da radiografia
panorâmica na Implantodontia.
IMAGENS RADIOGRÁFICAS APLICADAS NO
DIAGNÓSTICO PERIODONTAL
REZENDE CC, PAULA JS, DEVITO KL
Faculdade de Odontologia da UFJF
A radiografia é um meio auxiliar de inestimável valor para o
diagnóstico da doença periodontal. Na prática odontológica
o exame radiográfico alia-se ao exame clínico,
complementando-o, porém nunca o substituindo. A
radiografia mais indicada para avaliar a condição periodontal
é o exame periapical completo realizado pela técnica do
paralelismo, já que mostra uma imagem rica em detalhes. As
radiografias panorâmicas não são as mais aceitáveis para o
diagnóstico periodontal porque apresentam um maior grau
de distorção e menor grau de detalhes, sendo utilizadas
apenas para selecionar as áreas em que serão necessárias
imagens mais detalhadas. As radiografias interproximais
também são indicadas, permitindo verificar a crista óssea
alveolar, a presença de cálculos e a adaptação de
restaurações e próteses. Além dos fatores etiológicos, as
radiografias evidenciam as reabsorções ósseas que
caracterizam as doenças periodontais, incluindo os defeitos
ósseos horizontais, verticais e as lesões de furca. Além disso,
mais atualmente, métodos de subtração radiográfica têm sido
utilizados para acompanhar estudos longitudinais
envolvendo tratamento periodontal. Neste trabalho foram
descritas as principais técnicas radiográficas utilizadas na
clínica de Periodontia, além de serem apresentadas as
limitações da radiografia no diagnóstico e tratamento
periodontal.
ASPECTOS CLÍNICOS, RADIOGRÁFICOS E
HISTOLÓGICOS DA ODONTODISPLASIA REGIONAL
MIRANDA DA, ROCHA EL, SOUZA JD,
BERNARDES WL, VILELA EM
Faculdade de Odontologia da UFJF
A odontodisplasia regional é uma anomalia rara, não
hereditária e de etiologia desconhecida. Dentre suas
características clínicas, radiográficas e histológicas
destacam-se dentes com erupção incompleta, morfologia
profundamente alterada, aspecto altamente irregular e com
mineralização defeituosa. Clinicamente, afeta tanto a
dentição decídua quanto a dentição permanente,
preferencialmente os dentes da arcada superior.
Radiograficamente, os dentes apresentam um aspecto
fantasmagórico devido à redução da espessura do tecido
duro, baixa radiodensidade e má formação dos tecidos
dentais. Histologicamente mostra-se com esmalte totalmente
Arquivo Brasileiro de Odontologia
77
irregular e hipoplásico (amelogênese imperfeita), dentina
pobremente mineralizada e câmara pulpar ampla; o cemento
e a porção radicular possuem pouquíssimas alterações.
MUCOCELE NA CAVIDADE ORAL
QUEIROZ ER, LOPES LP, CHANDRETTI PCS,
LEITE FPP
Faculdade de Odontologia da UFJF
A cavidade oral apresenta numerosas glândulas salivares,
que são divididas em maiores (parótida, submandibular e
sublingual) e menores (palatinas, labiais, bucais e linguais).
Quando essas glândulas apresentam o acúmulo de saliva
em função de um trauma no seu ducto excretor, impedindo
que seu conteúdo seja liberado no meio bucal, ocorre a
formação de uma lesão bolhosa conhecida como mucocele,
que quando se localiza no soalho da boca, afetando
principalmente a glândula sublingual, é chamado de rânula.
Apesar de não haver consenso entre os autores sobre
definição de tal lesão, ela é de fácil diagnóstico e tratamento,
sendo este na maioria das vezes a remoção cirúrgica da
glândula afetada. Portanto, o objetivo do presente estudo é
apresentar por meio de uma revisão da literatura as diferentes
visões dos autores sobre o assunto, ajudando o cirurgião
dentista a compreender melhor o mesmo, otimizando sua
prática clínica diária.
LÍQUEN PLANO ORAL: POSSÍVEL RELAÇÃO ENTRE
A INTENSIDADE DO INFILTRADO INFLAMATÓRIO E
AAPOPTOSE NO EPITÉLIO
induzida através da liberação de citocinas pelos linfócitos T
presentes no infiltrado inflamatório subepitelial. Propõe-se
neste estudo avaliar uma possível relação entre a intensidade
do infiltrado inflamatório e a apoptose no epitélio nas lesões
de líquen plano oral, através de uma revisão bibliográfica e
de abordagens morfológicas.
DOENÇAS ODONTOGÊNICAS DOS SEIOS
MAXILARES E COMUNICAÇÕES
BUCOSINUSAIS
LOPES LP, CHANDRETTI PCS,
QUEIROZ ER, URBANO ES
Faculdade de Odontologia da UFJFPUC Minas
O seio maxilar é o maior dos seios paranasais. Está
intimamente relacionado aos processos alveolares dos
dentes posteriores e é revestido por uma mucosa cujo
epitélio é do tipo cilíndrico, ciliado, pseudoestratificado e
mucossecretor. O exsudato produzido pelo epitélio é
drenado por força dos movimentos ciliares para o óstio,
localizado abaixo da concha nasal média. Quando o antro é
acometido por algum evento patológico, a mucosa do mesmo
hipertrofia-se e torna-se hiperplásica, obstruindo o óstio,
impedindo a drenagem e estagnando no seu interior as
secreções. O seio pode ser acometido por abscessos
periapicais, infecções de caráter odontogênico e por traumas
cirúrgicos, sendo estes, muitas vezes responsáveis pelo
surgimento de comunicações oroantrais. Este trabalho visa
apresentar uma revisão de literatura a respeito de infecções
odontogênicas acometendo os seios e as possibilidades
terapêuticas medicamentosas e cirúrgicas(fechamento de
fístulas bucosinusais e abertura cirúrgica do seio).
BRANT JMC, VASCONCELOS AC, MARIGO HA
Faculdade de Odontologia da UFMG
O líquen plano oral (LPO) é uma doença inflamatória crônica,
de etiologia desconhecida, não contagiosa, recorrente,
caracterizada por períodos de exacerbação e remissão.
Acomete a pele, a cavidade oral ou ambos. Os sintomas são
passageiros, mas a manifestação clínica da doença bucal é
persistente. O LPO aparece em diferentes formas clínicas,
compreendendo a forma papular, reticular, em placa, erosivo,
ulcerado e bolhoso. A forma reticular é assintomática,
enquanto o tipo erosivo usualmente apresenta
sintomatologia dolorosa. Variações na diminuição ou
aumento da espessura epitelial têm sido observadas no LPO
e estas mudanças podem refletir na atividade da doença. A
apoptose é um mecanismo de morte celular com o objetivo
de controlar e manter o número de células de determinado
órgão ou tecido. Apesar de ser considerado um processo
fisiológico pode ser encontrado em muitos processos
patológicos. Embora a causa do LPO permaneça no campo
especulativo, muitos achados sugerem tratar-se de uma
doença auto-imune, mediada por linfócitos T que têm como
alvo os ceratinócitos basais. É possível que a apoptose seja
responsável pela lise das células da camada basal e que seja
Arquivo Brasileiro de Odontologia
78
SÍNDROME DE MOEBIUS – UMAABORDAGEM
INTERDISCIPLINAR
CARNEIRO RC, FARIA TV,
SILVA LCP, OLIVEIRA DD
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
A síndrome de Moebius é uma desordem rara caracterizada
pela paralisia combinada ou não dos 6o e 7o pares de nervos
cranianos. Ela é associada à falta de coordenação motora
fina, deficiência mental em diferentes graus, deformidades
músculo-esqueletais, anomalias de membros, estrabismo,
micrognatia dentre outras. Os achados orais mais comuns
envolvem hipoglossia, falta de selamento labial e palato
profundo e estreito. A etiologia da síndrome de Moebius é
multifatorial (genético e ambiental) e aponta para algum
distúrbio durante a 4ª até a 7ª semana de gestação, levando
a um quadro de hipóxia ou isquemia transitória fetal. Drogas
como misoprostol, benzodiazepínicos e cocaína têm sido
relacionadas como causas dessa síndrome. O objetivo do
tratamento é minimizar os defeitos associados e envolve a
atuação de uma equipe multidisciplinar. Na odontologia,
geralmente o odontopediatra é o primeiro profissional a ter
contato com esses pacientes. Ao ortodontista cabe oferecer
um tratamento que vise à melhora da micrognatia, forma dos
maxilares e da oclusão.
de tratamento preventivo à neoplasia maligna colorretal.
Ressalta-se a necessidade e a importância da integração
multidisciplinar para o efetivo diagnóstico e tratamento das
patologias que envolvem diferentes áreas de ação.
DENTINOGÊNESE IMPERFEITA
APOPTOSE NA REABSORÇÃO RADICULAR
FISIOLÓGICA DE DENTES DECÍDUOS HUMANOS:
PROVÁVEL MECANISMO NA ELIMINAÇÃO PULPAR
MIANA TA, WERNECK D,
LOPES LP, CHANDRETTI PCS
Faculdade de Odontologia da UFJF
Dentinogênese imperfeita é um distúrbio raro de
desenvolvimento da dentina e de caráter hereditário. Ambas
as dentições são afetadas sendo que a severidade está
relacionada com a idade durante a qual o dente se
desenvolveu. Sua classificação ainda é fator de discussão
entre autores, contudo em sua maioria ela está dividida em
dentinogênese tipos I, II e III. Faz-se necessário distinguir
dentinogênese imperfeita de outros distúrbios como a
osteogênese imperfeita e para tanto, a anamnese minuciosa
(história familiar), os exames clínico e radiográfico devem
ser feitos, a fim de se obter informações que possibilitarão a
obtenção do diagnóstico preciso e, posteriormente, o
tratamento efetivo.
ENVOLVIMENTO MÉDICO-ODONTOLÓGICO DA
SÍNDROME DE GARDNER: REVISÃO DE
LITERATURA
ASSIS GT, TORQUATO RN, CHAVES MGAM,
PIMENTEL RF, CHAVES-NETTO HDM
Faculdade de Odontologia da UFJF
A polipose múltipla do cólon (PMC) é uma doença de herança
autossômica dominante. Caracteriza-se pelo
desenvolvimento de pólipos colorretais que apresentam
grande risco de desenvolvimento de malignização por volta
da quarta década de vida. A Síndrome de Gardner é uma
variante da PMC na qual os indivíduos desenvolvem
tumores extra-intestinais, de tecidos duros e moles, de
origem mesenquimal, incluindo os cistos epidermóides,
fibromas e osteomas crânio faciais, com predileção pela
mandíbula e ossos do crânio, também em ossos longos como
o fêmur. Osteomas estes, sem potencial de malignização.
Manifestações adicionais têm sido relatadas, como
anormalidades dentárias, carcinoma da tireóide, tumores
desmóides, dentre outras. O objetivo deste trabalho é relatar
as manifestações bucais da Síndrome de Gardner e a
importância do diagnóstico precoce através destes achados,
citando dentre eles os elementos dentais supra numerários
e os osteomas, a época de sua formação, diagnóstico através
de exames clínico e radiográfico e correlacionar estes
achados com o tratamento profilático da Síndrome, visto as
manifestações bucais antecederem ao aparecimento dos
pólipos intestinais. Portanto, a elaboração do diagnóstico
da Síndrome de Gardner pode ser precoce, com instituição
RODRIGUES LV, VASCONCELOS AC, CAMPOS PA
Faculdade de Odontologia da UFMG
Os dentes decíduos fazem parte uma dentição transitória,
que dará lugar posteriormente a uma dentição chamada
permanente. Para que isso ocorra de forma natural, é
necessário que eles sofram um processo fisiológico de
reabsorção radicular. A apoptose é um tipo de morte celular
programada e silenciosa, de caráter fisiológico, pelo qual a
célula é estimulada a acionar mecanismos que culminam com
sua própria morte. A reabsorção fisiológica dos dentes
decíduos acomete todas as estruturas radiculares, ou seja,
cemento, dentina e polpa, porém a forma de ocorrência e o
significado da morte celular fisiológica da polpa dental na
reabsorção radicular ainda não estão esclarecidos. Até o
presente momento, sabe-se quando a reabsorção radicular
fisiológica, correspondente a cada grupo de dente, se inicia
e também sua cronologia, porém o processo desencadeante,
bem como o mecanismo responsável por essa reabsorção
ainda são desconhecidos. O caráter programado e a ausência
de processos inflamatórios na reabsorção dentária
fisiológica dos dentes decíduos, principalmente no que diz
respeito à eliminação pulpar, parecem indicar a participação
da apoptose neste processo. Propõe-se neste trabalho
avaliar morfologicamente a participação da apoptose como
mecanismo de eliminação pulpar durante a reabsorção
radicular fisiológica de dentes decíduos humanos.
A FORMAÇÃO EM SERVIÇO DO TÉCNICO
EM HIGIENE DENTAL(THD)
EM MINAS GERAIS
OLIVEIRA LA, PEREIRA NNR,
CORDEIRO RC, FIGUEIREDO CC
Escola de Saúde Pública de Minas Gerais (ESP-MG)
Em 2004, na ESPMG, teve início um Projeto Piloto, em parceira
com o Ministério da Saúde, objetivando formar em serviço,
240 THDs, distribuídos em 07 turmas oriundas de 113
municípios. O curso é realizado alternando períodos de
Concentração, momento de reflexão/teorização da prática
profissional em que acontece aquisição e desenvolvimento
dos conteúdos; e Dispersão, momento que visa favorecer a
reflexão de cada aluno no universo das funções para as
quais está se habilitando e também destinado à aquisição e
ao desenvolvimento das habilidades práticas. Em ambos os
momentos é observada a metodologia de integração ensino-
Arquivo Brasileiro de Odontologia
79
serviço. Para assegurar a interação dos professores/
dentistas, estes são preparados técnica e pedagogicamente
pela ESP-MG. A avaliação é contínua e processual, e busca
captar o processo de ensino-aprendizagem em sua
totalidade. É verificado o desempenho alcançado pelo aluno,
tendo em vista as competências a serem adquiridas e o perfil
profissional de conclusão do curso. O objetivo geral é formar
profissionais de nível técnico para o SUS aptos a compor as
equipes de saúde bucal do PSF. As avaliações têm mostrado
que, ao final do curso, os profissionais são capazes de
desenvolver ações voltadas para a promoção, manutenção
e/ou recuperação da saúde bucal do indivíduo, da família e
da comunidade. Tais atitudes são sempre fundamentadas
nos conhecimentos técnicos, científicos, éticos, políticos e
educativos, onde os alunos apresentam bom relacionamento
interpessoal, senso crítico, atitude reflexiva, senso de
observação, capacidade de autogestão e raciocínio lógico.
EXPANSÃO MAXILAR: COMO, QUANDO E POR
QUE? UMA REVISÃO CRÍTICADALITERATURA
ANDRADE DN, ELIAS RT, MARINHO KC,
SERAIDARIAN PI, OLIVEIRA DD
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
A atresia maxilar é a maloclusão de origem esquelética mais
comumente encontrada na população. Mesmo assim, vários
indivíduos chegam a idade adulta, portanto tal condição
oclusal, o que torna o tratamento ortodôntico mais complexo,
pois após a calcificação da sutura palatina mediana, a
correção eficaz da atresia maxilar tem que ser feita com auxílio
cirúrgico. A identificação da deficiência transversa da maxila
deveria ser feita com precisão pelos profissionais que
prestam cuidados primários aos pacientes em crescimento,
ou seja, clínicos gerais e odontopediatras. O objetivo desse
trabalho é rever a literatura acerca das diretrizes para
identificação da atresia maxilar, das justificativas para
intervenção ortodôntica e, finalmente, sobre a época ideal
de tratamento dessa maloclusão.
SÍNDROME DE BRODIE
SILVA LK, FARIA TV,
CARVALHO APG, PACHECO W
Faculdade de Odontologia da PUC Minas
A deficiência transversal mandibular tem sido um difícil
problema enfrentado pelos ortodontistas. As possíveis
etiologias a ela relacionadas estão ligadas à presença de
hábitos, uma excessiva largura maxilar ou uma deficiência
transversal mandibular esquelética. A Síndrome de Brodie é
uma anomalia presente nas más oclusões que tem provável
caráter hereditário e genético. Sua característica principal é
a deficiência transversal da mandíbula. Ao exame clínico,
observa-se cruzamento transversal bilateral e unilateral. Na
mordida cruzada bilateral observamos o total
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encapsulamento da mandíbula pela maxila, resultando em
total ausência de contatos oclusais e incisais em oclusão
cêntrica. Entre as possibilidades de tratamento estão o uso
de elásticos intermaxilares de mordida cruzada, constrição
do arco maxilar através de disjuntores palatinos, constrição
cirúrgica da maxila e uma nova modalidade de tratamento
cirúrgico que é a distração osteogênica mandibular. Este
trabalho, através de uma revisão bibliográfica sucinta, tem
como objetivo descrever a Síndrome de Brodie assim como
os tratamentos existentes para a correção das deficiências
esqueléticas que resultam dela.
BRÁQUETES AUTO-LIGANTES:
VANTAGENS E DESVANTAGENS
MOURA FO, MORATTI LA, ETO LF,
ASSIS RD, OLIVEIRA RMC
Faculdade de Odontologia da Universidade de Itaúna
Os bráquetes auto-ligantes são acessórios ortodônticos
que foram desenvolvidos com o principal objetivo de
reduzir o atrito existente durante a utilização das mecânicas
de deslize. Existem, entretanto, alguns outros aspectos de
interesse clínico, como por exemplo, a diferenciação dos
sistemas pela maneira com que o fio é retido dentro da
canaleta. Desta forma, podemos encontrar sistemas com
tampas ativas ou passivas. Como vantagens dos sistemas
auto-ligantes podem ser citadas: a) menor fricção entre
bráquete e fio; b) maior controle mecânico durante a
translação dentária; c) utilização de forças ortodônticas
ideais de baixa intensidade; d) conforto para o paciente; e)
redução do tempo clínico de atendimento do paciente; f)
redução do tempo total de tratamento; g) facilidade de
higienização bucal. Como desvantagens, podemos
destacar: a) alguns sistemas podem não possuir tampas
adequadas e podem ser abertos inadvertidamente ou
apresentar uma tendência à falha mecânica; b) tampas
passivas podem implicar em uma não adaptação completa
entre o fio e o bráquete (menor controle de torque); c)
tampas ativas podem aumentar o atrito em relação às tampas
passivas; d) custo mais elevado em relação aos bráquetes
convencionais; e) necessidade, em alguns sistemas, de
instrumental especial para promover a ativação ou engate
da tampa. O presente trabalho destaca também algumas
características individuais dos bráquetes auto-ligantes das
marcas comerciais ORMCO, GAC, 3M- UNITEK.
REABSORÇÕES DENTÁRIAS CAUSADAS POR
TRAUMAS ORTODÔNTICOS
CHANDRETTI PCS, LOPES LP, QUEIROZ ER, LEITE FPP
Faculdade de Odontologia da UFJF
As reabsorções dentárias podem ter diversas etiologias,
como fatores biológicos (ex: ação bacteriana e seus produtos
tóxicos), fatores físicos (ex: movimentos ortodônticos) e
fatores químicos (ex: agentes clareadores). A
susceptibilidade ou predisposição genética às reabsorções
dentárias não são cientificamente comprovadas, mas
merecem atenção durante o plano de tratamento. O princípio
da terapia ortodôntica baseia-se na aplicação de uma força
prolongada no dente, induzindo a formação de duas regiões,
uma de pressão (na direção da força) e outra de tensão
(contrária a força). A reabsorção óssea, resultante do
tratamento ortodôntico, acomete 90,5% dos dentes
permanentes submetidos a ortodontia, sendo o
arredondamento do ápice radicular considerado normal. A
reabsorção decorrente de trauma ortodôntico acomete 10%
dos dentes permanentes, o que vem provocando uma grande
preocupação. Sendo assim, a correta execução da anamnese
e o planejamento ortodôntico são fundamentais para se
prevenir a reabsorção dentária por trauma ortodôntico. Este
trabalho visa alertar e informar os cirurgiões-dentistas sobre
a importância do correto diagnóstico das reabsorções
dentárias e sobre a elaboração de um eficaz plano de
tratamento ortodôntico.
Arquivo Brasileiro de Odontologia
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Normas Editoriais
I. INFORMAÇÕES GERAIS
A Revista Arquivo Brasileiro de Odontologia é uma publicação científica da Faculdade
de Odontologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, com periodicidade
semestral. Aceita trabalhos científicos sobre temas relevantes para a Odontologia nas seguintes
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Brasileiro de Odontologia, publicação da Faculdade de Odontologia da PUC Minas. Declaro
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II. APRESENTAÇÃO DOS TRABALHOS
Os trabalhos devem ser enviados em 2 vias, digitados em espaço duplo, com páginas
separadas e numeradas, em papel formato A4, margens laterais de 2,5 cm x 2,5 cm, perfazendo
um total de, no máximo, 20 páginas (não incluindo as referências). Deve ser enviada, também,
cópia em disquete com o arquivo nos padrões “Microsoft Word 6.0” ou superior, fonte Times
New Roman, tamanho 12.
Primeira página
Título do Artigo
Nome(s) do(s) Autor(es)
Nome do Serviço onde foi executado o trabalho
Endereço, número de telefone, fax e e-mail do autor principal.
Se o trabalho for subvencionado, o tipo de auxílio, nome da agência financiadora e o número
do processo.
Segunda página
Resumo de, no máximo, 250 palavras e indicação de até 5 palavras-chave (conforme a lista
de descritores elaborada pela BIREME no site http://decs.bvs.br).
Terceira página
Título em inglês
Abstract
Descriptors
Texto
1 - Artigos originais devem obedecer à seqüência: Introdução, Revisão da Literatura, Material
e Métodos, Resultados, Discussão, Conclusões e Referências Bibliográficas.
2 - Artigos de atualização poderão ter o número de referências reduzido.
3 - Relatos de casos devem obedecer a seguinte seqüência: Introdução, Descrição do caso,
Discussão, Referências e Autores (5, no máximo).
III. REFERÊNCIAS
As referências devem ser ordenadas em ordem alfabética, pelo sobrenome dos autores.
Todos os autores devem constar nas referências bibliográficas. Quando o trabalho for escrito
por mais de seis autores, a citação deve ser feita apenas com o sobrenome dos seis autores,
seguido de et al. As citações serão identificadas no texto pelo nome do autor e data (Enlow,
1998) ou (Gonçalves & Melo, 2004). No texto, se houver mais de dois autores, coloca-se et
al. (Franco et al., 1999).
1 - Artigos em periódicos:
Angle EH. Classification of malocclusion. Dent Cosmos 1899; 41: 248-64.
2 - Capítulos de livros
Sahli CC. Preparacion Biomecánica de los Condutos Radiculares. In: Garcia JJE, Sala
EC. El Manual de Odontologia. Barcelona: Masson-Salvat; 1995. p. 725-34.
3 - Livros
Alvarez-Leite ME, Fróes JAV, Pereira CRS, Arenare-Jeunon F. Infecção Cruzada em
Odontologia: Prevenção e Controle. Belo Horizonte: Fumarc; 2003. 83 p.
4 - Monografias, dissertações e teses
Lima AAS. Avaliação sialométrica de indivíduos submetidos à radioterapia da região de
cabeça e pescoço. (Tese de Doutorado). Porto Alegre: Faculdade de Odontologia da
PUC-RS; 1999. 110 p.
5 - Anais
Calderon LS, Kaba SCP, Elias FM, Konig Jr B. Submandibular approach to the mandible
surgical anatomic correlation. Annals of 15th Panamerican Congress of Anatomy, 180-0.
Rio de Janeiro; 2002.
IV. ILUSTRAÇÕES
As tabelas, figuras, fotografias e gráficos devem ser enviados em folhas separadas,
numeradas em algarismos romanos e com legendas individualizadas. As fotografias devem
ter o formato mínimo de 9 x 12 cm. Eventuais despesas para scanner de cromos/slides devem
ser discutidas. As fotografias escaneadas deverão ser gravadas em formato TIFF com tamanho
máximo de 500kb.
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