Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Faculdade de Odontologia Belo Horizonte - MG GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA PROGRAMAS DE MESTRADO EM ODONTOLOGIA Nível Acadêmico Área de concentração: Clínicas Odontológicas Ênfases: Endodontia Estomatologia Periodontia Prótese Dentária Nível Profissionalizante Áreas de concentração: Ortodontia e Odontopediatria, Implantodontia CURSOS DE ESPECIALIZAÇÃO Áreas: Estomatologia Dentística Endodontia Implantodontia Saúde Coletiva Odontopediatria Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais Periodontia Prótese Dentária Radiologia e Imaginologia Odontológica Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial RESIDÊNCIAS EM ODONTOLOGIA INFORMAÇÕES Secretaria dos Programas de Mestrado – (0xx31) 3319-4414 / 3319-4508 – [email protected] Secretaria de Pós-Graduação Lato sensu – (0xx31)3319-4411 / 3319-4409 – [email protected] ARQUIVO BRASILEIRO DE ODONTOLOGIA BRAZILIAN ARCHIVE OF DENTISTRY PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Reitor Prof. Eustáquio Afonso Araújo Vice-Reitor Prof. Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães FACULDADE DE ODONTOLOGIA Diretor Prof. Tarcísio Junqueira Pereira COLEGIADO DO CURSO DE GRADUAÇÃO Coordenadora Profa . Franca Arenare Jeunon Membros Profa . Ana Maria Abras da Fonseca Prof. Dr. Paulo Franco Taitson Prof. Rubens de Menezes Santos COLEGIADOS DOS PROGRAMAS DE MESTRADO Coordenador Prof. Dr. Roberval de Almeida Cruz Membros Prof. Dr. Ênio Tonani Mazzieiro - Ortodontia Profa. Dra. Claúdia Valéria R. S. Penido - Odontopediatria Prof. Dr. Eduardo Nunes - Endodontia Prof. Dr. Carlos Roberto Martins - Estomatologia Prof. Dr. Élton Gonçalves Zenóbio - Periodontia Prof. Dr. Paulo Isaias Seraidarian - Prótese Prof. Dr. Wellington Jansen - Implantodontia Prótese Dentária Prof. Arnaldo Horácio Pereira Radiologia e Imaginologia Profa. Luciana Cardoso Fonseca Cirurgia Prof. Belini Freire Maia RESIDÊNCIAS ODONTOLÓGICAS Coordenador Prof. Saint’Clair Batista Rabelo Neto ARQUIVO BRASILEIRO DE ODONTOLOGIA e o v d i u a o i q r g i r e A sil olo t a n r o B d O COORDENAÇÃO DOS CURSOS DE ESPECIALIZAÇÃO Coordenadora Geral Profa . Alcione Maria Soares Dutra de Oliveira COORDENADORES DAS ESPECIALIDADES Estomatologia Profa . Franca Arenare Jeunon Dentística Prof. Guilherme Senna Figueiredo Azevedo Endodontia Profa . Ana Maria Abras da Fonseca Implantodontia Prof. Dr. José Alfredo Gomes de Mendonça Saúde Coletiva Prof. Renato César Ferreira Odontopediatria Prof. Alexandre Costa Pereira Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais Prof. Luís Cândido Pinto da Silva Periodontia Prof. Peterson Antonio Dutra de Oliveira EDITORES CIENTÍFICOS José Antonio Valle Fróes Paulo Franco Taitson Paulo Isaias Seraidarian Roberval de Almeida Cruz – Coordenador COMISSÃO EDITORIAL Antenor Araújo – UNESP Antônio Mourthé Filho – PUC/MG Carlos Roberto Martins – PUC/MG Estevão Tomomitsu Kimpara – UNESP Eustáquio Afonso Araújo – PUC/MG Fernando Borba Araújo – UFRGS Flávio Zelante – USP Franca Arenare Jeunon – PUC/MG Francisco Todescan – USP Gerson Bonfante – USP João Humberto Antoniazzi – USP José Nelson Mucha – UFF Maria Ilma S. Gruppioni Côrtes – PUC/MG Martinho C. Rebello Horta – PUC/MG Nadir Eunice Valverde B. de Prates – USP Paulo José Medeiros – UERJ Ricardo Santiago Gómez – UFMG Sigmar de Mello Rode – UNESP Volnei Garrafa – UnB Vinícius Eustáquio Jeunon – Prontocor Arquivo Brasileiro de Odontologia – Faculdade de Odontologia da PUC Minas Gerais Av. Dom José Gaspar, 500 – Prédio 46 – 30.535-901 – Belo Horizonte – MG - Brasil FICHA CATALOGRÁFICA Elaborada pela Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais A772 Arquivo Brasileiro de Odontologia / Faculdade de Odontologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. – v.1, n.1- (2004)Belo Horizonte: FUMARC, 2004. Anual ISSN 1808-2998 1. Odontologia - Periódicos. I. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Faculdade de Odontologia CDU: 616.314(05) Índice EDITORIAL ............................................................................................................................... ........... 1 Prof. Paulo Franco Taitson I INFLUÊNCIA DE DIFERENTES MANIPULADORES MECÂNICOS NO PREPARO DE CIMENTOS IONOMÉRICOS 3 Influence of different mechanical devices in manipulation of encapsulated glass ionomer cements Walison Arthuso Vasconcellos, José Flávio Batista Gabrich Giovannini, Wellington Correa Jansen ENCAPSULADOS ............................................................................................................................... ..... II RESISTÊNCIA DE UNIÃO À TRAÇÃO DE SISTEMAS ADESIVOS AUTO -CONDICIONANTES VERSUS DE CONDICIONAMENTO TOTAL À DENTINA ............................................................................................... 11 Tensile bond strength of self-etching versus total-etching adhesive systems at dentin Walison Arthuso Vasconcellos, Rodrigo Fagundes Farias, Nathália Mendes de Campos, Altair Soares Moura, Alexandre Henrique Susin III AVALIAÇÃO COMPARATIVA ENTRE DOIS MÉTODOS NA ODONTOMETRIA: ELETRÔNICO E RADIOGRÁFICO 17 Comparative assessment between two methods of odontometry: electronic and radiographic Cristiane Bonetti, Mônica Costa Armond, Marina Santana Gazolla, Sérgio Antônio Corsetti, Luciano José Pereira IV DISPLASIA CEMENTO-ÓSSEA FLORIDA: RELATO DE CASO CLÍNICO ................................................ 25 Florid cemento-osseous dysplasia: A case report Carolina Rebello Alves, Flávio Ricardo Manzi V ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO SOB SEDAÇÃO ENDOVENOSA DE PACIENTE COM SÍNDROME DE JOUBERT. RELATO DE CASO CLÍNICO ................................................................................................ 32 The use of endovenous sedation on dental treatment of a patient with Joubert syndrome Luís Cândido Pinto da Silva, Alessandra Duarte Gondim de Almeida, Cláudia Valéria de Sousa Resende Penido, Roberval de Almeida Cruz VI REABILITAÇÃO ORAL: PRÓTESE FIXA METALO-CERÂMICA ANTERIOR INFERIOR COM RECONSTRUÇÃO RELATO DE CASO CLÍNICO ............................................................................................... 38 Oral rehabilitation: Fixed metaloceramic lower anterior prothesis with reconstruction of guide. Case report Luciana Barbosa Morandi, Saint’Clair Batista Rabelo Neto DE GUIA. VII ANAIS DA 15A JORNADA ODONTOLÓGICA DA FO/PUC MINAS ........................................................... 45 Analls of the 15a Dental Meeting – FO/PUC Minas VIII NORMAS EDITORIAIS ......................................................................................................................... 83 Editorial É com grande satisfação que colocamos à disposição da comunidade científica mais um número da revista Arquivo Brasileiro de Odontologia. Este número é dedicado aos artigos científicos elaborados e aprovados pela comissão editorial, bem como os trabalhos científicos apresentados na Jornada Acadêmica do Curso de Odontologia em 2007, na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Representa, portanto, parte dos Anais deste evento. A Revista da Faculdade de Odontologia da PUC Minas é, como toda publicação desse gênero, uma obra coletiva, construída com base na contribuição científica de autores e consultores e que a equipe técnica encarrega-se de materializar entre duas capas. A manutenção do nível científico, a continuidade e a regularidade da publicação são requisitos básicos para o crescimento de toda revista científica. Para que isso aconteça, a interação entre todos os envolvidos deve ser permanente, de forma que as experiências passadas alimentem o futuro e, com prática, diminuam os equívocos e cresça a qualidade. Reiteramos o convite a todos a participarem do próximo número, já em preparação, para que cada vez mais possamos disseminar as diversas pesquisas desenvolvidas em odontologia. Boa leitura! Prof. Dr Paulo Franco Taitson Arquivo Brasileiro de Odontologia 1 Arq bras odontol 2007; 3(1):3-10 ISSN 1808-2998 INFLUÊNCIA DE DIFERENTES MANIPULADORES MECÂNICOS NO PREPARO DE CIMENTOS IONOMÉRICOS ENCAPSULADOS INFLUENCE OF DIFFERENT MECHANICAL DEVICES IN MANIPULATION OF ENCAPSULATED GLASS IONOMER CEMENTS Walison Arthuso Vasconcellos1 José Flávio Batista Gabrich Giovannini2 Wellington Correa Jansen3 Resumo: Os cimentos ionômero de vidro apresentam-se como boa alternativa em diversas áreas da Odontologia, como agentes de cimentação de restaurações indiretas e acessórios ortodônticos, materiais para reconstrução e forramento. Entretanto, em função de sua reação de presa, são considerados materiais sensíveis cujas variações no proporcionamento e manipulação podem alterar significativamente suas propriedades. O objetivo deste trabalho foi investigar a influência da energia de manipulação no tempo de trabalho, tempo de presa e espessura de película de três cimentos de ionômero de vidro encapsulados indicados para cimentação, restauração e reconstrução morfológica, empregando-se aparelhos de diferentes potências (4300 ciclos/minuto e 2400 ciclos/minutos, em média). O tempo de trabalho foi avaliado de acordo com a perda de brilho de superfície do material. O tempo de presa aproximado foi determinado pela não visualização de endentações na superfície do cimento. A espessura de película foi determinada pela aplicação de uma carga controlada sobre o cimento recémmanipulado. Em todos os testes, a ativação das cápsulas de cimento foi executada de acordo com o fabricante. Os resultados foram submetidos à análise de variância e permitiram constatar a ausência de diferenças significativas nas propriedades analisadas, quando foram empregados aparelhos de diferentes velocidades de manipulação. Entretanto, tais diferenças foram encontradas quando se propôs a modificação no tipo de cimento avaliado. Os cimentos de menor granulometria de partículas apresentaram os maiores tempos de trabalho e de presa, assim como maior escoamento e menor espessura de película. Descritores: Cimento ionômero de vidro, Escoamento, Tempo de trabalho, Tempo de presa INTRODUÇÃO Os cimentos de ionômero de vidro desempenham papel de destaque na Odontologia, mesmo com o crescente emprego dos materiais restauradores resinosos. Idealizado por Wilson & Kent (1971), o cimento surgiu da necessidade de se criar um material que apresentasse efetiva adesão às estruturas dentárias (McLean & Wilson, 1977; McCabe, 1988; Anusavice, 1998). Outras propriedades desejáveis como resiliência, liberação de flúor e coeficiente de expansão térmico linear próximo ao da estrutura dentária justificam sua ampla aceitação e o indicam como material para preenchimento, forramento, cimentação e procedimentos restauradores (Dental Advisor, 1993, Mount, 1998, Li & White, 1999). 1 Doutor em Dentística Restauradora pela UNESP, Professor da UNIMONTES e da FUNORTE. 2 Doutorando em Ciência e Engenharia de Materiais – UFMG, Professor do Centro Universitário Newton Paiva. 3 Doutor em Materiais Dentários pela USP, Professor da PUC Minas Arquivo Brasileiro de Odontologia 3 Entretanto, tem sido observado que seu proporcionamento e manipulação constituem os aspectos mais críticos relacionados com seu desempenho clínico (Gee & Pearson, 1993; Carvalho, 1995). Variações nestes quesitos podem alterar não só a consistência final do material, como também suas propriedades mecânicas (Dubois et al., 1992). Na tentativa de minimizar erros com relação a estes aspectos e promover misturas homogêneas adequadas para sua inserção na cavidade, foram idealizados os cimentos ionoméricos encapsulados (Mitchell et al., 1998). É importante enfatizar que a obtenção do desempenho clínico aceitável depende diretamente da velocidade de manipulação e do padrão de oscilação do manipulador (Bass & Wing, 1998; Giovannini et al., 2001). Alterações significativas na velocidade de manipulação podem ser detectadas em função da variação na voltagem elétrica, do peso da cápsula acoplada ao aparelho e características intrínsecas do aparelho, como número de ciclos por minuto, tempo de uso clínico, extensão ou amplitude do percurso (Council on Dental Materials, 1983; Dubois et al., 1992, Kilpatrick et al., 1994, Mount, 1999). Frente ao significativo número de aparelhos disponíveis para manipulação mecânica de cimentos ionômero de vidro encapsulados, é objetivo deste trabalho avaliar a influência de dois diferentes aparelhos nos tempos de trabalho e de presa, no escoamento e na espessura de película de diferentes cimentos. MATERIAIS E MÉTODOS Sessenta cápsulas de cimento ionomérico encapsulado, sendo 20 cápsulas de Ketac-Fil Aplicap® (3M ESPE Corporate, Minesota, EUA), 20 cápsulas de Ketac-Silver Aplicap® (3M ESPE Corporate, Minesota, EUA) e 20 cápsulas de KetacArquivo Brasileiro de Odontologia 4 Cem Aplicap®(3M ESPE Corporate, Minesota, EUA), foram utilizadas para a execução deste experimento. Trinta delas foram empregadas para avaliação do tempo de trabalho e de presa, e o restante utilizado para avaliação do escoamento e espessura de película. Manipulação do material Depois da ativação, de acordo com as instruções do fabricante, as cápsulas foram acopladas aos manipuladores para a realização da mistura. Foram utilizados os aparelhos: Capmix® (3M ESPE Corporate, Minesota, EUA) e Deltronix® (ATX Equipamentos, São Paulo, Brasil), que apresentam respectivamente 4300 e 2400 ciclos por minuto, em média. Após 10 segundos de manipulação, as cápsulas foram inseridas em um dispositivo aplicador desenvolvido pelo fabricante e utilizadas conforme testes experimentais posteriormente descritos. Adotou-se o mesmo tempo de manipulação para ambos, a fim de eliminar esta variável. Após a manipulação e inserção dos materiais, prosseguiu-se com a abertura das cápsulas e verificação da presença de resíduos de pó e/ou líquido que não se incorporaram à mistura. Todos os procedimentos foram realizados em temperatura ambiente (25 +/-5ºC). Avaliação dos tempos de trabalho e presa Após a acomodação do material no dispositivo, cronometrou-se o tempo decorrido do início da manipulação, até que ocorresse a perda de brilho superficial, critério este adotado para a determinação do tempo de trabalho de cada cimento (Gee & Pearson, 1993). A partir desta observação, avaliouse o tempo de presa obtido através da penetração das duas agulhas de Vicat que possuíam peso e espessura da ponta ativa diferentes. A agulha 1 (ponta ativa com 2,0mm de diâmetro) e a agulha 2 (ponta ativa com 1,0mm de diâmetro). O tempo de presa inicial foi determinado pela ausência de edentação completa, proporcionada pela ponta ativa da agulha 1 na superfície do material. A partir daí, passou-se a considerado como valor final a sua média. Após estas medições, as placas de vidro foram separadas e procedeu-se à medição da espessura da película formada. como sendo o tempo de presa final do material. Todas as medições foram realizadas, aleatoriamente, por três examinadores distintos, previamente calibrados, sendo considerado como resultado a média dos valores encontrados. Os resultados obtidos foram submetidos ao tratamento estatístico, através do método ANOVA, considerando-se α= 0,05. Avaliação do escoamento e espessura de película RESULTADOS se empregar a agulha 2, capaz de gerar maior pressão sobre a superfície do material. O tempo decorrido do início da manipulação até a não formação da edentação completa da agulha número 2 foi definido Procurando avaliar este quesito, utilizaram-se duas placas de vidro com comprimento, largura e espessura previamente determinada por um micrômetro digital (MITUTOYO, Carolina do Sul, EUA). Prosseguiu-se com a manipulação do cimento e sua aplicação sobre a placa inferior. Em seguida, a placa superior foi posicionada centralmente sobre o cimento, aplicando uma carga de 15 Kgf (150 +/2N). Após um período de 10 minutos, a carga foi removida, prosseguindo com a avaliação do escoamento através da medição do diâmetro da área circular formada pelo material, quando submetido ao carregamento. Para isto, foram realizadas duas medições em sentido perpendicular, sendo Em relação ao tempo de trabalho e de presa (Tabela 1) pode ser verificado que a análise dos resultados apresentou diferença significativa entre os diferentes grupos testados. Os maiores tempos estavam associados ao emprego de Ketac-Cem, independente do aparelho manipulador, quando comparado aos demais cimentos. A comparação dos valores absolutos das diferenças entre os grupos mostrou que o tempo de trabalho apresentado pelo grupo 2 foi significativamente superior a todos os outros. Não houve diferença significativa entre os demais cimentos, independentemente do manipulador, assim como em relação ao cimento Ketac-Cem®, quando manipulado em aparelho de alta potência. Tabela 1 - Tempo de trabalho e presa final dos CIV encapsulados Produto Manipulador Ketac Cem Capmix Deutronix Capmix Deutronix Capmix Deutronix Ketac Fil Ketac Silver Tempo de trabalho Média DP 116.40 25.43 165.80 30.92 86.20 9.01 97.40 11.33 102.00 11.25 112.40 17.81 Tempo de presa final Média DP 331.20 51.26 400.80 15.72 244.40 34.72 240.80 6.14 267.40 23.04 345.40 45.58 Arquivo Brasileiro de Odontologia 5 No que se refere ao tempo de presa final, diferença significativa também pode ser observada. Pela análise comparativa pareada dos grupos, verificou-se que o grupo 2 apresentou tempo de trabalho significativamente superior a todos os demais, exceto o grupo 6 quando não foi observada diferença significativa, embora o tempo tenha sido superior. Os grupos 1 e 6 apresentaram tempo de presa final significativamente superior aos grupos 3, 4 e 5, não sendo observada diferença entre eles. de película (ìm) e diâmetro do disco (cm) dos Correlação positiva pode ser observada entre os resultados dos tempos de trabalho e de presa final, uma vez que os maiores tempos foram apresentados pelo grupo 2 e os menores pelos grupos 3, 4 e 5. a maior média de espessura de película, podendo ser A Tabela 2 apresenta as médias de espessura diferentes grupos de materiais. Analisando os resultados relativos à espessura de película, constatou-se a presença de diferença significativa entre os materiais e condições de manipulação testadas. Os grupos 1 e 2 apresentaram médias de espessura de película significativamente menores que os demais grupos, o que pode ser explicado pela menor granulometria de partículas, não sendo observada diferença entre ambos. O grupo 5 foi o que apresentou verificada diferença significativa em relação ao grupo 6, permitindo afirmar a existência de melhor comportamento associado ao emprego do manipulador de baixa potência. Tabela 2 - Média das espessuras de película (ìm) e diâmetro do disco (cm) dos CIV encapsulados. Produto Manipulador Ketac Cem Capmix Deutronix Capmix Deutronix Capmix Deutronix Ketac Fil Ketac Silver Espessura de película Média DP 25.7 3.66 21.0 8.94 51.7 6.23 48.0 8.20 59.0 3.66 44.7 6.05 Diâmetro do disco Média DP 1.5652 0.0943 1.7246 0.3465 1.2672 0.0895 1.3104 0.0477 1.2136 0.0234 1.1686 0.0909 A medição do diâmetro do disco corresponde a uma das formas de avaliação das características de escoamento do cimento, estando o maior diâmetro associado ao maior escoamento e menor espessura de película. Pode-se verificar que as maiores médias de diâmetro de disco foram apresentadas pelos corpos de prova do grupo 2, sendo significativamente superiores aos demais grupos, exceto o grupo 1, que apresentou médias significativamente superiores aos grupos 5 e 6. respectivamente em Capmix ® (7 cápsulas) e Além dos dados apresentados na Tabela 2, maior número de cápsulas contendo pó remanescente observa-se a presença de líquido remanescente em cápsulas de Ketac-Cem®, quando manipuladas foi associado ao emprego do manipulador de baixa Arquivo Brasileiro de Odontologia 6 Deutronix® (6 cápsulas). O melhor resultado apresentado pelo cimento Ketac-Cem®, indiferente da forma de manipulação, poderia ser ainda superior, caso houvesse a incorporação de todo pó ao líquido, o que não aconteceu, uma vez que foi constatada a presença de líquido na maioria das cápsulas deste cimento. A presença de pó nas cápsulas foi verificada para todos os cimentos e nas diferentes formas de manipulação (Tabela 3), podendo-se constatar que potência. Tabela 3 - Número de cápsulas com presença de pó Capmix Deutronix Ketac Silver Sim Não 3 7 0 10 Ketac Cem Sim Não 0 10 3 7 DISCUSSÃO Ketac Fil Sim Não 0 10 3 7 Total Sim 3 6 Não 27 24 (recomendada pelo fabricante e, por isto, definida Variações na potência dos aparelhos e no como “controle”) e 4500 cpm. Após a realização dos tempo de trituração do material podem alterar tanto testes envolvendo os materiais, observou-se que, em a sua consistência como o tempo de trabalho e de presa. A redução no tempo de trituração aumentará velocidades mais altas, os tempos de trabalho e de ligeiramente o tempo de trabalho. Porém, corre-se o resultado da mistura pó:líquido mais efetiva, o que risco da reação incompleta entre o pó e o líquido, favorece a completa reação química do material. Além além de alterações nas propriedades finais do material. disso, o aumento na velocidade de manipulação Diversos autores que conduziram estudos a respeito, poderia aumentar a temperatura da mistura, dentre eles Dubois et al. (1992), observaram que variações significativas podem ser observadas nos aumentando a velocidade da reação. O quesito manipuladores, sendo que a velocidade de pela velocidade de manipulação do Ketac Cem manipulação pode variar com a voltagem do aparelho, Maxicap. Entretanto, o mesmo não foi observado seu tempo de uso, e também com o peso da cápsula neste estudo em relação ao Fuji Cap I, quando o a ele acoplada. Bass & Wing (1988) concluíram que tanto o tempo de manipulação como a velocidade de emprego de velocidades de manipulação mais baixas oscilação do triturador podem afetar o tempo de Isto poderia ser explicado pelo fato de que, com a trabalho de ionômeros de vidros restauradores. inadequada velocidade de manipulação, houve a Amplas variações na velocidade de manipulação incompleta dissolução dos grânulos de pó. Além disso, podem ser capazes de afetar importantes esta baixa velocidade tende a fornecer energia propriedades físicas, tais como tempo de trabalho e presa, espessura de película e força compressiva. insuficiente às partículas do pó do cimento para que O estudo desenvolvido por Rupp et al. (1996) estabelecimento de menores valores de espessura de procurou avaliar a influência da variação na velocidade de trituração sobre as propriedades físicas de dois película. Com relação à força compressiva, a variação cimentos de ionômero de vidro encapsulados (Ketac propriedade do cimento Ketac Cem Maxicap, nem Cem® – ESPE e FUJI CAP I® – GC Dental Inc.). As a 24 horas e nem a 7 dias. A força compressiva do Fuji propriedades estudadas foram: tempos de trabalho e Cap I foi afetada somente a uma velocidade de 3000 de presa, espessura de película e forças compressivas. cpm, sobretudo quando mensurada após 24 horas. após 24 horas e 7 dias O aparelho empregado neste estudo foi o Kerr Automix Computerized Mixing Importante aspecto a ser avaliado é a presença de pó não incorporado nas cápsulas do cimento. Tem se observado que a velocidades mais baixas (3000 cpm), a quantidade de pó residual é significativamente System® (KERR), sendo os materiais manipulados a velocidades de 3000 cpm, 3500 cpm, 4000 cpm presa tornaram-se reduzidos, provavelmente como espessura de película não foi significativamente afetado (3000 cpm) implicou em maior espessura de película. elas sejam fragmentadas, o que prejudica o na velocidade de manipulação pareceu não afetar esta Arquivo Brasileiro de Odontologia 7 maior do que em velocidades mais altas (4000 e 4500 sensíveis à umidade, durante e imediatamente após a cpm), quando praticamente nenhum pó não sua manipulação. A exposição precoce deste material incorporado foi encontrado. Deve-se estar atento para a ambientes úmidos pode resultar na perda de íons este fato, uma vez que se algum pó não manipulado formados, prejudicando suas propriedades finais. Os está presente, o cimento resultante apresenta uma cimentos de ionômeros encapsulados disponíveis relação pó:líquido mais baixa. Conseqüências da atualmente apresentam, como vantagem, a proporção alteração nesta relação podem se manifestar por pó:líquido constante e fixada no nível recomendado redução nas forças de compressão e na espessura de pelos fabricantes, para conseguir as propriedades película, aumento nos tempos de trabalho e de presa, físicas ideais. Este estudo procurou avaliar os tempos e na sensibilidade pulpar pós- cimentação, além de de trabalho e de presa de 5 cimentos de ionômero de aumento na solubilidade do material. vidro encapsulado: Ketac Fil®; Chenfil II®, ambos Gee & Pearson (1993) avaliaram os efeitos da restauradores; Ketac Silver®, do tipo Cermet; e Ketac variação da velocidade de mistura de cimentos de Bond® e Baseline®, indicados para forramento. Estes ionômero de vidro encapsulado nos tempos de materiais foram submetidos a diferentes velocidades trabalho e de presa, assim como suas propriedades de manipulação: 8, 10, 12, 14 e 16 segundos, em mecânicas, após 24 horas e 7 dias. Foram utilizados triturador mecânico Silamat®. Foi constatado que os ionômeros Ketac Fil®, Chemfil® e Opusfil®, e os aumentando o tempo de manipulação dos cimentos manipuladores Silamat ®, Capsule Mixer ® e nenhum efeito significante foi observado em seu tempo Dentomat®, que apresentam 4650, 4375 e 2730 cpm, de presa. Também foi concluído que o monitoramento respectivamente. O tempo de trabalho e de presa foi da reação de presa desses cimentos, através das determinado através de um reômetro. A medição da observações das mudanças em sua dureza, como força de compressão foi feita usando uma máquina preconizado pelo padrão ISO 1197, pode não refletir de ensaio universal com a velocidade de carregamento a conclusão da reação de presa. de 0,5mm/min. No que se refere aos tempos de A menor espessura de película apresentada trabalho e de presa, nenhuma alteração foi observada pelos grupos 1 e 2 pode estar associada não apenas pela variação da velocidade de mistura. Para a força a granulometria de partículas, mas também ao maior ® tempo de trabalho e presa final apresentado por tal e o Chemfil apresentaram comportamento material o que o permitiria escoar pelo tempo adicional semelhante, sendo observado leve aumento na força em relação aos demais. de compressão, os resultados sugerem que o Opusfil ® compressiva, depois de passadas 24 horas. Já para o Ketac Fil® foi observado o aumento significativo na força compressiva, quando se aumentou a velocidade CONCLUSÕES de oscilação nas primeiras 24 horas, não sendo 1. Diferenças não significativas foram observadas, para ele nem para os demais materiais, observadas nas propriedades analisadas, quando se diferenças na força compressiva após 7 dias, utilizou aparelhos com velocidades de manipulação indiferente da velocidade de mistura. diferentes. De acordo com Kilpatrick et al. (1994), os cimentos ionoméricos são materiais extremamente Arquivo Brasileiro de Odontologia 8 2. Alterações nos tempos de trabalho e de presa final, assim como na espessura de película e escoamento, foram observadas com a modificação do tipo do cimento. of different speeds of manipulation had been used. 3. Os cimentos de menor granulometria de partículas apresentaram os maiores tempos de trabalho e de presa, assim como maior escoamento e menor espessura de película. modification in the type of evaluated cement was However, such differences had been found when the considered. The cements of smaller granulometry of particles had presented the highest times of working and setting, as well as higher draining and minor thickness of film. ABSTRACT The glass ionomer cements are presented as a good alternative in diverse areas of the Dentistry, as lutring agents for indirect restorations and orthodontic accessories, reconstruction and liners. However, in function of its setting reaction, are considered sensible materials whose variations in proportion and manipulation can modify significantly its properties. The development of available materials in capsules, manipulated mechanically, has allowed to keep under control critical factors. The selection of a device of adequate power and the manipulation time are important factors to optimize the properties of the material. The objective of this work was to investigate the influence of the energy of manipulation in the working time, setting time and thickness of film of three encapsulated glass ionomer cements indicated for luting, restoration and morphologic reconstruction procedures, using devices of different powers (4300 cicles/min. and 2400 cicles/min., in average). The working time was evaluated in accordance with the loss of surface brightness of the material. The approach setting time was determined by not the visualization of edentations in the surface of the cement. The thickness of film was determined by the application of a controlled load on the just-manipulated cement. In all tests, the activation of the cement capsules was executed in accordance with the manufacturer. The results had been submitted the variance analysis, and had allowed to evidence the absence of significant differences in the analyzed properties, when devices DESCRIPTORS Glass ionomer cement, Draining, Working time, Setting time. REFERÊNCIAS American Dental Association. Council on Dental Materials, Instruments and Equipment. Status report on amlgamators. J Am Dent Assoc 1983;100(2):246. Anusavice KJ. Phillips: Materiais Dentários. Trad., Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 1998. 412 p. Bass EV, Wing G. The mixing of encapsulated glassionomer cement restorative materials. Austr Dent J 1988;33(3):243. Carvalho RM. Ionômero de vidro. Maxi-Odonto – Dentística 1995;1(5):1-46. Dental Advisor. Dental cements. Dent Adv 1993;10(1):1-8. Dubois LM, Haisch LD, Rinne VW. Change frequency of oscillation of amalgamators over time. Oper Dent 1992;7(3):142-4. Gee D, Pearson GJ. Effect of mixing speed on mechanical properties of encapsulated glass-ionomer cements. Brit Dent J 1993;174(2):65-8. Giovannini JFBG. et al. Influence of mechanical manipulators on pellicle thickness of encapsulated glass-ionomer cements. J Dent Res 2001;80(4):1079. (IADR Abstract 639). Arquivo Brasileiro de Odontologia 9 Kilpatrick NM, McCabe JF, Murray JJ. Factors that influence the setting characteristics of encapsulated glass ionomer cements. J Dent 1994;22(3):182-7. Li ZC, White SN. Mechanical properties of dental luting cements. J Prosth Dent 1999;81(5):597-609. McCabe JF. Applied Dental Materials. 7th Ed. London: Blackwell Scientific Publications, 1988, 174 p. McLean JF, Wilson AD. The clinical development of the glass-ionomer cements. I: Formulations and properties. Aust Dent J 1977; 22(1):31-6. McLean JF, Wilson AD. The clinical development of the glass-ionomer cements. II: Some clinical applications. Aust Dent J 1977;22(2):120-7. Mitchell CA, Orr JF, Russell MD. Capsulated versus hand-mixed glass-ionomer luting cements for post retention. J Prosth Dent 1998;26(1):47-51. Mount GJ. 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Recebido em: 09/04/2007 Aceito em: 06/06/2007 Endereço para correspondência: Walison Arthuso Vasconcellos Rua Nova Ponte, 148 30550-720 - Belo Horizonte – MG E-mail: [email protected] Arquivo Brasileiro de Odontologia 10 Arq bras odontol 2007; 3(1):11-16 ISSN 1808-2998 RESISTÊNCIA DE UNIÃO À TRAÇÃO DE SISTEMAS ADESIVOS AUTO-CONDICIONANTES VERSUS DE CONDICIONAMENTO TOTAL À DENTINA1 TENSILE BOND STRENGTH OF SELF-ETCHING VERSUS TOTAL-ETCHING ADHESIVE SYSTEMS AT DENTIN Walison Arthuso Vasconcellos2 Rodrigo Fagundes Farias3 Nathália Mendes de Campos3 Altair Soares Moura4 Alexandre Henrique Susin5 Resumo: Os profissionais encontram dificuldade na seleção de um sistema adesivo devido à variedade de produtos. O objetivo deste estudo foi comparar a resistência de união à dentina usando três sistemas adesivos, dois auto-condicionantes (AD, XE) e um condicionamento total (SB), empregando o ensaio de microtração. Doze terceiros molares humanos tiveram suas coroas cortadas 3 mm abaixo da superfície oclusal para a remoção do esmalte e exposição da dentina. A camada de smear layer foi padronizada empregando uma politriz e os dentes foram aleatoriamente divididos em três grupos, em função do sistema adesivo. Os sistemas adesivos foram utilizados seguindo as recomendações dos fabricantes. Após a polimerização dos adesivos por 40 segundos, os espécimes foram restaurados com resina composta. Empregando uma maquina de corte, espécimes de microtração foram obtidos com área de interface adesiva de 1,44 mm2, e submetidos a carregamento na velocidade de 0,5mm/ min. Os resultados foram submetidos à análise de variância e teste de Tukey (p=0,05). Maior resistência adesiva foi verificada para o sistema SB (19,65) em detrimento de sistemas adesivos AD (17,75) e XE (12,03). Concluiu-se que a simplificação da técnica implicou em diminuição da resistência de união. Descritores: Resinas compostas, Adesivos dentinários, Resistência à tração. INTRODUÇÃO Sistemas adesivos deveriam apresentar eficácia semelhante, tanto em esmalte dental quanto em dentina. Entretanto, a adesão à dentina é dificultada por algumas de suas características intrínsecas, como maior conteúdo orgânico, presença de fluídos em seus túbulos, smear layer e umidade superficial. Assim, o tratamento adequado da superfície dentinária torna- se determinante para a eficiente adesão (Carvalho et al., 2003, Boullaguet et al., 1994). É necessário o condicionamento da dentina com ácido fosfórico, antes da aplicação do sistema adesivo (primer e adesivo), como parte dos procedimentos restauradores. Este procedimento promove a remoção da smear layer e exposição das fibras colágenas da matriz dentinária, favorecendo a 1 Projeto de iniciação científica das Faculdades Unidas do Norte de Minas (FUNORTE) 2 Doutor em Dentística Restauradora pela UNESP. Professor da FUNORTE e da UNIMONTES 3 Alunos de graduação em Odontologia da FUNORTE 4 Mestre em Clinica Odontológica pela UFBA. Professor da FUNORTE e da UNIMONTES 5 Doutor em Dentística pela UNESP. Professor da UFSM Arquivo Brasileiro de Odontologia 11 infiltração dos agentes adesivos e, conseqüentemente, reduzindo a microinfiltração, a irritação pulpar e cáries recorrentes (Prati et al., 1998, Nakabayashi & Sami, 1996). Os sistemas que utilizam o condicionamento prévio da dentina são conhecidos como sistema de condicionamento total. Durante o procedimento de união, há a difusão de monômeros hidrofílicos dentro da rede de colágeno da dentina desmineralizada. Entretanto, a discrepância da espessura de desmineralização e infiltração de monômeros hidrofílicos, assim como a hidrólise das fibras colágenas incompletamente hibridizadas, influenciam negativamente na durabilidade da união, sendo ainda um problema não resolvido (Chaves et al., 2002, De Goes et al., 1998). período máximo de 45 dias, até sua utilização. O esmalte dental foi removido pelo corte da coroa, transversalmente 3,0 mm abaixo de um plano localizado nas pontas das cúspides.. A padronização da camada de smear layer foi produzida, empregando uma politriz com disco de lixa de papel na granulação de 600 por 40 segundos. Os dentes foram divididos aleatoriamente, através de sorteio simples, em três grupos de 4 dentes cada, em função do sistema adesivo: dois autocondicionantes (Adhese – Ivoclar Vivadent, Schan, Liechtenstein: AI; Xeno III – Dentsply Int, Nova Iorque, EUA: XE) e um adesivo convencional (Single Bond, 3M ESPE Corporate, Minesota, EUA: SB). O tratamento da superfície foi realizado seguindo as Desta forma, um procedimento de adesão foi desenvolvido sem a necessidade de condicionamento ácido prévio e, conseqüentemente, sem exposição das fibras colágenas. Estes sistemas foram denominados auto-condicionantes e caracterizam-se pela eliminação dos passos de condicionamento, lavagem e secagem da dentina, que são fases críticas no protocolo de adesão. Nestes sistemas não há discrepância entre a profundidade de desmineralização e de infiltração de adesivo, uma vez que ambos os processos ocorrem simultaneamente (Bouillaguet et al., 2001, Kato et al, 1998). recomendações dos respectivos fabricantes. Para o Os sistemas adesivos auto-condicionantes são recentes e geram discussões, quando se considera a simplificação da técnica e a efetividade na adesão a diferentes substratos. O objetivo deste estudo foi comparar a resistência de união à microtração de três sistemas adesivos à dentina, sendo dois sistemas autocondiconantes e um sistema adesivo convencional. secagem da dentina sem desidratá-la. Então, aplicou- sistema adesivo Adhese, iniciou-se com a aplicação ativa do AdheSE Primer por 30 segundos. Após a aplicação de jato de ar, prosseguiu-se com a aplicação de uma camada de Adhese Bonding. Para o sistema Xeno III, o primer ácido e o adesivo foram dispensados em um casulo disponibilizado pelo fabricante, misturado e então aplicado sobre a superfície por 30 segundos de forma ativa, sendo o excesso removido. Para o sistema adesivo Single Bond, procedeu-se ao condicionamento ácido da dentina por 15 segundos, lavagem por 30 segundos e se a primeira camada do sistema adesivo por 20 segundos e, após a aplicação de leve jato de ar, outra camada do sistema foi aplicada. Após a polimerização dos sistemas adesivos por 40 segundos, os dentes foram restaurados com resina composta Esthet X (Dentsply Int, Nova Iorque, EUA) em quatro incrementos de 1,5 mm de MATERIAL E MÉTODOS espessura, dentro de uma matriz especialmente Doze terceiros molares recém-extraídos foram mantidos em solução de cloramina 0,5%, a 5o C pelo Arquivo Brasileiro de Odontologia 12 desenvolvida para o teste, resultando em uma interface de união circular com diâmetro de 4,0 mm. Cada incremento de resina foi polimerizado pelo tempo de 40 segundos, empregando o aparelho fotopolimerizador Optiligth Digital (Gnatus Ind., São Paulo, Brasil), sendo a intensidade luminosa aferida entre cada corpo de prova. Os dentes restaurados, após 24 horas em água destilada a 37ºC, foram cortados em uma máquina de corte (Isomet 1000, Buehler Lake Bluff, Il., EUA), com espessura de 1,2 mm nos sentidos mésio-distal e vestíbulo-lingual, gerando espécimes com área adesiva de 1,44 mm 2. Oito espécimes foram selecionados por grupo e mantidos em solução salina a 37º C, de 8-12 horas, para aliviar as tensões geradas durante o corte. A área de secção de cada espécime foi medida para se calcular a resistência de união depois da fratura. µTBS foi desenvolvido em uma máquina de teste universal MTS (Material Test System, MTS 810, Minesota, EUA) com a velocidade de carregamento de 0,5 mm/min. Os dados foram submetidos à análise de variância (ANOVA), sendo a resistência de união a variável dependente e o sistema adesivo o fator de variação. Os espécimes obtidos a partir do mesmo elemento dentário foram tratados como amostras dependentes. O teste de Tukey foi aplicado, considerando o nível de significância de 5%. RESULTADOS As médias de resistência de união ao ensaio de microtração em função dos tratamentos de superfície podem ser vistos no Gráfico 1, onde se verifica o melhor resultado para o sistema adesivo de condicionamento total (SB) em detrimento de sistemas adesivos auto-condicionantes (Adhese e Xeno III). Na Tabela 1, observa-se que à comparação pareada através do teste de Tukey, o sistema adesivo SB apresentou resultados significativamente superiores aos do Adhese, e ambos superiores ao do sistema adesivo Xeno III. Gráfico 1 - Média de resistência de união (MPa) à dentina proporcionada por três sistemas adesivos. Arquivo Brasileiro de Odontologia 13 Tabela 1 - Comparação pareada das médias de resistência de união pelo Teste de Tukey Grupos Sb x Adhese Sb x Xeno III Adhese x Xeno III Média (MPa) 17,75 12,03 19,65 Diferença entre médias Significância 1,9 5,725 7,625 * * * Diferença mínima significante = 1,34 * Significante para p= 5%. DISCUSSÃO condicionamento ácido separadamente, os auto- A longevidade da interface adesiva e, consequentemente, das restaurações aos tecidos dentários mineralizados tem sido muito estudada, uma vez que é responsável pela integridade marginal e retenção das restaurações (Oliveira et al., 2003, Perdigão et al., 1999, Retief et al., 1994. condicionantes realizam este condicionamento A interface adesiva está diretamente relacionada ao sistema adesivo empregado, sendo que os profissionais têm à sua disposição vários sistemas adesivos dentinários, o que gera dúvidas no momento de definir qual material empregar. Os Prati et al., 1998). Uma vez desmineralizada a dentina, sistemas adesivos podem ser divididos em função da forma de tratamento do substrato. Sendo assim, existem sistemas adesivos de condicionamento total e sistemas adesivos auto-condicionantes. Nos sistemas adesivos de condicionamento total, a profundidade de desmineralização causada pelo condicionamento com ácido fosfórico, determina parcialmente a espessura da camada híbrida. O ácido fosfórico aplicado antes do sistema adesivo remove a smear layer, desmineralizando a dentina e expondo a rede de fibras colágenas (Prati et al., 1998, Nakabayashi & Sami, 1996). Prati et al., 1998, Perdigão et al., 1996). O colapso da rede de fibras colágenas, causada pela desidratação da dentina, dificulta a penetração do primer presente no sistema adesivo, comprometendo a retenção micromecânica e resistência de união (Gwinnett et al., 1996, Já no sistema Xeno III é aplicada a mistura de Nakabayashi & Sami, 1996). componentes do sistema (ácido, primer e adesivo) Enquanto os sistemas adesivos de condicionamento total necessitam do passo de podem ter suas funções minimizadas, quando Arquivo Brasileiro de Odontologia 14 simultaneamente, com a aplicação do sistema adesivo. Estes novos sistemas adesivos produzem a dissolução da smear layer e desmineralização controlada da dentina por modificação no pH durante a sua aplicação (Bouillaguet et al., 2001, Rosales-Leal et al., 2110, entende-se que toda a espessura de dentina desmineralizada será preenchida com monômeros adesivos, o que certamente não ocorre com sistemas de condicionamento total (Bouillaguet et al., 2001, A resistência de união proporcionada pelo sistema adesivo Sb (19,65) foi estatisticamente superior aos demais adesivos. Comparando os sistemas adesivos auto-condicionantes entre si, o Adhese (17,75) foi estatisticamente superior ao Xeno III (12,03). Tal situação pode estar relacionada ao pH dos sistemas e, principalmente, à forma de aplicação do sistema adesivo. No que se refere à forma de aplicação, no Adhese primeiro se aplica o primer acido para depois aplicar o adesivo, que apresenta características hidrofóbicas. primer acido e adesivo, constituindo a aplicação em passo único. Sistemas adesivos do tipo “tudo em um”, extremamente simplificados, podem se tornar menos efetivos, uma vez que os empregados simultaneamente. CONCLUSÃO Bouillaguet S, Gysi P, Watana JC, Ciucchi B, Cattani Os resultados mostraram que o sistema de M, Godin Ch. Bond strength of composite to dentin condicionamento total apresentou melhores resultados using conventional, one-step and self-etching adhesive que os sistemas auto-condicionantes, e que sistemas systems. J Dent 2001;29:55-61. auto-condicionantes de dois passos são mais efetivos Carvalho, RM, Mendonça, JS, Santiago, SL, Silveira, que sistemas de passo único. RP, Garcia, FC, Tay, FR, Pashley, DH. Effects of ABSTRACT The professionals find difficulty in the election of an adhesive system due to variety of products. The aim of this study was to compare the bond strength to HEMA/solvent combinations on bond strength to dentin. J Dent Res 2003;73:597-601. Chaves, P, Giannini, M, Ambrosano, GM. Influence of smear layer pretreatments on bond strengths to dentin. J Adhes Dent 2002; 4:191-6. dentin using three adhesive systems, two self-etching De Goes MF, Pachane GCF, Garcia-Godoy F. Resin (AD and XE) and one total-etching (SB), using the bond strength with different methods to remove excess microtraction assay. Twelve human third molar were water from the dentin. Am J Dent 1997;10:298-301 sectioned 3 mm below of the oclusal surface for the Gwinnett AJ. Dentin bond strength after air drying and rewetting. Am J Dent 1994;7:144-148. removal of the enamel and exposition of the dentine. The adhesive systems were used following the recommendations of the manufacturers. The Gwinnett AJ, Tay F, Pang KM, Wei SHY. Quantitative contribuition of the collagen network in dentin specimens were restored with composite resin. hybridization. Am J Dent 1996;9:140-144. Specimens were gotten with area of adhesive interface of 1,44 mm2, and submitted to load in the speed of 0,5mm/min. The means were submitted to two-way ANOVA and Tukey‘s test (p=0,05). SB (19,65) presented the highest bond strength in detriment of AD adhesive systems (17,75) and XE (12,03). The Kato G, Nakabayashi N. The durability of adhesion to phosphoric acid etched wet dentin substrates. Dent Mater 1998;14:347-52 Nakabayashi N, Sami Y. Bonding to intact dentin. J Dent Res 1996;75:1706-15. simplification of the technique implied in reduction of Prati C, Chersoni S, Mongiorgi R, Pashley DH. Resin- the bond strength. infiltrated dentin layer formation of new bonding systems. Oper Dent 1998;23:185-194. DESCRIPTORS Composites resins, Dentin-bonding agents, Tensile strength Perdigão J, Lambrechts P, Van Meerbeek B. The interaction of adhesive systems with human dentin. Am J Dent 1996;9:167-73. Rosales-Leal JI, Osorio, R, Holgado-Terriza JÁ, Cabrerizo-Vílchez MA, Toledano M. Dentin wetting by REFERÊNCIAS four adhesive systems. Dent Mater 2001;17:526-532. Armstrong AR, Boyer DB, Keller, JC. Microtensile Retief DH, Mandras RS, Russel, CM. Shear bond bond strength testing and failures analysis of two dentin strength required to prevent microleakage at the dentin adhesives. Dent Mater 1998;14:44-50. / restoration interface. Am J Dent 1994;7:43-46. Arquivo Brasileiro de Odontologia 15 Tay FR, Gwinnett AJ, Wei SHY. The overwet phenomenon: a scanning electron microscopic study of surface moisture in the acid-conditioned, resindentin interface. Am J Dent 1996;9:109-114. Recebido em: 09/04/2007 Aceito em: 06/06/2007 Endereço para correspondência: Walison Arthuso Vasconcellos Rua Nova Ponte, 148 30550-720 - Belo Horizonte - MG E-mail: [email protected] Arquivo Brasileiro de Odontologia 16 Arq bras odontol 2007; 3(1):17-24 AVALIAÇÃO ISSN 1808-2998 COMPARATIVA ENTRE DOIS MÉTODOS NA ODONTOMETRIA: ELETRÔNICO E RADIOGRÁFICO1 COMPARATIVE ASSESSMENT BETWEEN TWO METHODS OF ODONTOMETRY: ELECTRONIC AND RADIOGRAPHIC Cristiane Bonetti2 Mônica Costa Armond3 Marina Santana Gazolla3 Sérgio Antônio Corsetti4 Luciano José Pereira3 Resumo: Existem vários métodos para determinar o comprimento real de trabalho (CRT) de um dente e a forma mais moderna de realizar esta mensuração é através do aparelho localizador apical eletrônico. Alguns se mostraram realmente eficientes para determinar o CRT e, até mesmo, dispensar a radiografia convencional. Contudo, outros não foram tão efetivos, sendo então contra-indicados como substitutos para as técnicas radiográficas convencionais. Os objetivos desse trabalho foram verificar se as medidas do CRT pelo localizador apical Root ZX II são compatíveis com as obtidas por meio de radiografia convencional e se o método eletrônico pode ser utilizado com segurança. Para essa pesquisa foram utilizados 20 dentes multirradiculares in vivo, totalizando 52 canais. Todos os pacientes foram anestesiados, realizado isolamento absoluto e abertura da câmara coronária. Após abertura dos canais, fez-se radiografia periapical convencional de diagnóstico sem lima e mensurado cada canal com régua milimetrada endodôntica. Em seguida, foi acoplada a lima tipo K com respectivo cursor ao localizador apical eletrônico e inserida no canal até atingir o comprimento real de trabalho. A lima e cursor foram retirados e a medida da lima foi mensurada com a mesma régua milimetrada endodôntica. Posteriormente, foi tomada radiografia com a lima calibrada na medida determinada pelo localizador apical eletrônico para confirmar ou não o CRT. Os resultados não mostraram diferença estatisticamente significante (p>0,05), tanto para os casos de bio quanto de necropulpectomia. Concluiu-se que as medidas foram semelhantes para ambos os métodos e que o Root Zx II pode ser usado com segurança na odontometria. Descritores: Localizador apical, Canal radicular, Odontometria INTRODUÇÃO Entre os fatores locais que podem influir nos resultados da terapêutica do canal, o limite da instrumentação e da obturação merecem atenção 1 2 3 4 especial. Por isto, a correta e precisa determinação do comprimento de trabalho é tão importante. Atualmente, existem vários métodos usados para determinar o comprimento de trabalho, tais como o Monografia de conclusão de curso de Graduação. Trabalho realizado na Clínica de Especialidades Odontológicas Brasil Sorridente, Prefeitura Municipal de Varginha/MG. Acadêmica de Odontologia da Universidade Vale do Rio Verde de Três Corações/MG (UNINCOR) Professores da Faculdade de Odontologia da Universidade Vale do Rio Verde de Três Corações/MG (UNINCOR) Endodontista da Prefeitura Municipal de Varginha/MG Arquivo Brasileiro de Odontologia 17 táctil-digital, radiográfico, elétrico e audiométrico. O meio elétrico vem sendo cada vez mais estudado e é realizado por meio do aparelho chamado de localizador apical eletrônico. Alguns desses aparelhos mostraram-se realmente eficientes na medição dos canais, ajudando na determinação do comprimento de trabalho. Contudo, outros não foram tão efetivos, sendo então contra-indicados como substitutos para as técnicas radiográficas convencionais. Os objetivos desta pesquisa foram comparar as medidas do comprimento radicular de trabalho pelo localizador apical Root ZX II® com as obtidas por meio de radiografia convencional e verificar se o método eletrônico pode ser utilizado com segurança. REVISÃO DE LITERATURA Vários trabalhos têm sido publicados, em diferentes condições experimentais, demonstrando a utilização de diferentes tipos de localizadores apicais eletrônicos para a mensuração de canais radiculares. Assim, Becker et al. (1980) estudaram primeiros molares decíduos de porcos. Após a extirpação da polpa dental, o comprimento de trabalho (CRT) foi medido através do localizador apical eletrônico Forameter. As medidas foram tomadas independentemente por 2 ou 3 observadores e comparadas pelo método radiográfico, para determinar o comprimento de trabalho pela medida visual direta, obtida após a extração dos dentes. Os resultados indicaram que o método eletrônico foi menos preciso que o método radiográfico. Algum tempo depois, Moraes et al. (1988) analisaram a capacidade do Foramatrom III em registrar a ponta do instrumento 0,5mm aquém do forame apical, em 21 canais radiculares. Os resultados foram avaliados após os dentes serem extraídos, através de lupa estereoscópica e radiografias. O exame através de lupa demonstrou que o aparelho Arquivo Brasileiro de Odontologia 18 foi fiel em 38,1% dos registros dos instrumentos no canal radicular, 0,5mm aquém do forame apical. A avaliação radiográfica mostrou a precisão de 42,8%. As radiografias tomadas pela técnica da bissetriz foram fiéis em 61,9% dos casos. Foi concluído que o aparelho mostrou-se menos preciso que a radiografia, porque não apontava o real posicionamento da ponta do instrumento no canal radicular. Além disto, Shabahang et al. (1996) avaliaram in vivo a eficácia do localizador apical ROOT ZX na presença de hipoclorito de sódio, sangue, água e anestésico local. A odontometria de 26 raízes foi realizada com o aparelho e comparada com tomada radiográfica depois da introdução de lima endodôntica no interior do canal. Os resultados demonstraram que o localizador encontrou exatamente o forame apical em 65,4% dos canais, enquanto que em 3,8% dos casos o localizador ficou aquém e em 30,8% além do forame apical. Felippe et al. (1997) avaliaram a capacidade do aparelho ROOT ZX para fornecer a medida do elemento dentário in vitro. Para isto analisaram 315 dentes humanos unirradiculares, utilizando os métodos direto e audiométrico. Em 96,4% dos dentes analisados, as medidas realizadas com o aparelho coincidiram com as fornecidas pelo método direto. Também foi concluído que o aparelho testado é de fácil manuseio, não necessitando calibragem a cada nova medida, apresentando sinais audiovisuais de ótima qualidade e podendo ser utilizado em canais úmidos (sangue, exsudato ou soluções irrigadoras como hipoclorito de sódio). O mesmo aparelho foi também usado in vitro por Jenkins et al. (2001), quando analisaram sua precisão na presença de várias substâncias irrigantes endodônticas: lidocaína com 1:100 de epinefrina a 2%, hipoclorito de sódio a 5,25%, preparado RC, EDTA líquido, peróxido de hidrogênio a 3% e Peridex, em 30 dentes unirradiculares extraídos. Os resultados comprimento de trabalho na ausência da reabsorção obtidos indicaram que o localizador eletrônico ROOT foi de 1,025mm e na presença de reabsorção foi de ZX mede confiavelmente canais longos com até 0,825mm. Não existiu diferença entre os dois grupos, 0,31mm e que os agentes irritantes empregados não tendo sido concluído que o aparelho é preciso e dificultaram ou impediram a determinação do confiável para as duas diferentes situações. comprimento de trabalho. Concluíram que o aparelho Outro trabalho que publicou os resultados do é preciso, útil, versátil para a determinação de canais mesmo localizador apical foi o de Paravidino et al. longos e sua eficácia não é comprometida, (2004), quando avaliaram in vivo a localização independente do tipo de irrigante utilizado na prática anatômica da ponta do instrumento em relação ao endodôntica. forame apical, no momento da medição eletrônica. Elayouti et al. (2002) também avaliaram in Utilizaram 20 dentes humanos unirradiculares vitro a habilidade do localizador apical ROOT ZX, indicados para extração. Após administração de para ser evitada a instrumentação além do forame anestesia local, procedeu-se à abertura coronária, apical. Utilizaram 30 pré-molares extraídos, com 43 isolamento absoluto, pulpectomia e irrigação dos canais radiculares, e mediram seus comprimentos de canais radiculares com solução de hipoclorito de sódio trabalho, radiográfica e eletronicamente. Os resultados a 5,25%. Em seguida, foi realizada a odontometria demostraram que em 51% dos canais radiculares com o referido aparelho e os valores foram registrados testados radiograficamente houve perfuração do ápice como medidas eletrônicas. Após exodontia, os dados dental, enquanto que em 21% dos canais radiculares foram comparados com 2 medidas diretas obtidas testados com o localizador eletrônico houve também com o auxílio de microscópio cirúrgico: a primeira perfuração do ápice dental. Em 6 canais, ambas com a ponta da lima posicionada na saída visual do técnicas apresentaram medida superestimada. Foi canal radicular (medida 1) e a outra com a ponta da concluído que a complementação radiográfica da lima posicionada numa linha virtual tangente às bordas medida do comprimento de trabalho com o localizador da abertura do forame apical (medida 2). Os pode ajudar a evitar o posicionamento além do forame resultados foram submetidos à análise estatística, apical. tendo sido demonstrado que não houve diferenças Bolonhez et al. (2003) avaliaram a precisão significantes entre as medidas eletrônicas e as medidas do localizador apical eletrônico ROOT ZX na 2 (tangente) (p>0,05). Já entre as medidas eletrônicas determinação do comprimento de trabalho em dentes e as medidas 1 houve diferença estatisticamente com e sem reabsorções radiculares apicais. Utilizaram significante (p<0,01). Diante dos resultados obtidos, 20 dentes pré-molares inferiores unirradiculados pode-se concluir que, no momento da medição humanos, extraídos e com rizogênese completa, eletrônica, a ponta do instrumento encontra-se separados em 2 grupos. No primeiro foram utilizadas localizada próxima da tangente às bordas da abertura as medidas obtidas através da visualização direta da do forame apical. ponta do instrumento no ápice radicular menos 1mm, Leonardo et al. (2005) utilizaram o motor obtendo-se o comprimento de trabalho. O segundo Dentaport ZX e instrumentos do sistema FKG grupo foi mensurado com o localizador apical. Os RaCeTM para tratamento de dente que apresentava resultados mostraram que a média de leitura do biopulpectomia. Os aparelhos apresentaram-se Arquivo Brasileiro de Odontologia 19 seguros em razão de sua sensibilidade, sendo de grande valia em razão da utilização do localizador eletrônico foraminal, combinado com peça de mão, determinando o preciso limite apical de instrumentação. Concluíram que os aparelhos possibilitaram rapidez na instrumentação e maior conforto para paciente e profissional. realizada pelo método de Ingle. Em seguida, foi realizada a odontometria utilizando-se o localizador apical testado. Na comparação com o método radiográfico não houve diferença estatística significante entre os grupos. Entretanto, o Endex foi o que mais se aproximou do método radiográfico. Silva et al. (2006) avaliaram in vitro a confiabilidade de dois localizadores foraminais para realização da odontometria em dentes decíduos. Foram utilizadas 17 raízes de dentes unirradiculares e 17 de dentes multirradiculares. A odontometria foi realizada por meio de 2 localizadores foraminais eletrônicos: ROOT ZX e SybronEndo. Os resultados mostraram que, nos dentes unirradiculares não houve diferença estatisticamente significante entre o CRT obtido diretamente nos dentes e aquele obtido com o uso dos 2 localizadores foraminais., os quais também não evidenciaram diferenças entre si. Com relação aos dentes multirradiculares, o SybronEndo apresentou maior confiabilidade. Nesses dentes, o ROOT ZX exibiu tendência de determinar medidas ligeiramente superiores às reais.Concluíram que os localizadores eletrônicos foram confiáveis na determinação da odontometria em dentes decíduos unirradiculares, embora somente um tenha demonstrado maior confiabilidade para dentes multirradiculares. MATERIAL Mais recentemente, Souza et al. (2006) avaliaram a eficiência de diferentes localizadores eletrônicos apicais em relação ao método radiográfico na obtenção da odontometria. Foram utilizados 30 dentes unirradiculares, com polpa vital ou necrótica ou com indicação de retratamento endodôntico, de pacientes selecionados independentemente de idade ou sexo. Os elementos foram divididos em 3 grupos (10 dentes), de acordo com o localizador eletrônico apical utilizado, ROOT ZX, Endex e Novapex.Com base na radiografia inicial, o comprimento do dente foi estipulado e a odontometria Arquivo Brasileiro de Odontologia 20 E MÉTODO Foram utilizados 20 dentes multirradiculares in vivo (molares e pré- molares) , totalizando 52 canais que apresentavam-se com biopulpectomia (11) ou necropulpectomia (41), de pacientes que compareceram para tratamento endodôntico na Clínica de Especialidades Odontológicas Brasil Sorridente, no município de Varginha - MG, no 2o semestre de 2006. A faixa etária variou dos 12 aos 45 anos de idade para os gêneros masculino e feminino. Primeiramente, foi tomada a radiografia periapical de diagnóstico, com a utilização de posicionador radiográfico sem lima e mensurado cada canal com régua milimetrada endodôntica (IMAGEM). Em seguida, todos os pacientes foram anestesiados, realizado isolamento absoluto e a abertura da câmara coronária. Em seguida, foi acoplada a lima tipo K (Maillefer) com respectivo cursos ao localizador apical eletrônico ROOT ZX II® (J. Morita- Brasil) (Fig. 1) e inserida no canal até atingir Figura 1 - Aparelho Root ZX II o CRT, observado no visor digital do aparelho (Fig. 2). A lima e cursor foram retirados e a medida da lima foi mensurada com a mesma régua milimetrada endodôntica. Posteriormente, foi realizada a segunda proporcionando aparelhos cada vez mais precisos, para que a mensuração do dente e localização do forame apical seja mais eficiente (Felippe et al, 1997; Bolonhez et al. 2003). Os resultados obtidos neste trabalho estão de acordo com os de diversos pesquisadores (Bolonhez et al., 2003; Leonardo et al., 2005; Jenkis et al., 2001; Silva et al., 2006; Souza et al., 2006), demonstrando que os localizadores apicais eletrônicos são eficientes e confiáveis para a odontometria. Agora também foi enfatizada a eficiência do Figura 2 - Visor do Root ZX II, a cor verde, indicada pela seta, mostra o CRT ideal radiografia convencional, sem o posicionador endodôntico, com a lima calibrada na medida determinada com o localizador eletrônico, para confirmar ou não o CRT. Todas as 3 medidas anteriores foram anotadas e submetidas ao tratamento estatístico (Tabela 1). Nos casos de biopulpectomia, foram realizados a pulpotomia, odontometria, preparo químico-mecânico com hipoclorito de sódio a 2% e obturação dos canais radiculares. Para os casos de necropulpectomia, fêz-se a neutralização do conteúdo séptico/tóxico com hipoclorito de sódio a 2%, odontometria, preparo químico-mecânico e obturação dos canais. Root ZX II®, quando são analisados os resultados observados na determinação do comprimento dos condutos, uma vez que em 48 dos 52 canais avaliados houve coincidência entre a medida fornecida pelo aparelho e a obtida pela medição direta. Nos casos de biopulpectomia (11 canais), houve diferença na medida fornecida pelo aparelho e a obtida pela medição direta em 9,09 % dos casos. Já nos casos de necropulpectomia (41 canais), a diferença foi de 5,76%. Por outro lado, existem trabalhos (Becker et al., 1980; Moraes et al., 1988) em que o método eletrônico para determinar o comprimento de trabalho foi menos preciso que o método radiográfico, discordando dos resultados deste trabalho. O propósito deste trabalho não é abolir a RESULTADOS Os resultados não mostraram diferença estatisticamente significante (p>0,05), tanto para os casos de bio quanto os de necropulpectomia (Tabela 1), ou seja, as 3 medidas foram semelhantes. técnica radiográfica na determinação do CRT, mas sim, que o método eletrônico sirva como meio auxiliar de segurança para os endodontistas em algumas situações clínicas onde o método radiográfico é contra-indicado ou ineficaz, tais como: pacientes que não podem receber radiações ionizantes adicionais, DISCUSSÃO Na tentativa de minimizar falhas na odontometria, significativos avanços tecnológicos vêm dentes que apresentam dificuldades na localização radiográfica do ápice radicular por sobreposição de estruturas anatômicas, pacientes com náuseas ou, ainda, gestantes. Arquivo Brasileiro de Odontologia 21 Tabela 1 - Distribuição das 3 medidas do CRT Canal V P V P 1 a medida 220 210 220 220 2 a medida 200 185 220 220 3 a medida 200 190 220 220 36 MV DV 140 140 130 130 130 130 F 19 MV ML 170 170 170 170 170 170 5 (Bio) F 29 D V 170 210 170 210 170 210 6 (Necro) F 26 P DV MV P 210 180 180 200 210 180 180 200 210 180 180 200 7(Necro) F 38 DV MV 190 190 180 180 170 170 8 (Necro) F 15 9 (Necro) F 36 P V P DV 210 190 190 190 200 190 190 200 200 190 190 200 MV P 190 190 200 200 200 200 MV ML D MV 100 110 170 200 100 110 170 180 120 130 180 180 ML D 200 200 170 200 170 200 Paciente 1 (Bio) Sexo M Idade 33 2 (Bio) F 21 3 (Bio) F 4 (Bio) 10 (Necro) M 22 11 (Necro) F 36 12 (Necro) M 45 V P 220 220 210 210 210 210 13 (Necro) M 23 V P 210 210 210 210 210 210 14 (Necro) F 33 15 (Necro) F 19 P MV DV D 170 170 170 180 170 170 170 180 170 170 170 180 MV ML 190 200 190 200 190 200 D MV ML P 210 210 210 210 200 200 200 200 200 200 200 200 MV DV 200 190 190 180 190 180 200 180 180 210 200 180 180 210 200 180 180 210 210 200 210 200 210 200 16 (Necro) F 16 17 (Necro) F 26 18 (Necro) F 12 19 (Necro) M 24 D MV ML V 20 (Necro) M 38 P P MV 170 170 170 DV 160 160 160 Legenda 1ª Medida: Radiografia de diagnóstico, régua milimetrada marca IMAGEM 2ª Medida: Medida com ROOT ZX II 3ª Medida: Medida da lima calibrada (ROOT ZX II) + radiografia convencional Arquivo Brasileiro de Odontologia 22 p=0.823 somente entre os Bios Bio p=0.582 somente entre os necros CONCLUSÕES Diante da metodologia empregada e os resultados encontrados pode ser concluído que: – as 3 medidas do comprimento real de trabalho foram semelhantes para os métodos radiográfico e eletrônico, tanto para os casos de bio quanto os de necropulpectomia; – o método eletrônico pode ser usado com segurança na odontometria. Agradecimento especial Agradecemos o empréstimo do Aparelho Root ZX II , gentilmente cedido pela J. Morita do Brasil, indispensável para a realização desta pesquisa. ® with the respective curser was coupled to the electronic apical position locator and inserted in the canal until the real working length was attained. The file and cursor were removed and the file measurement was taken with the same millimetric endodontic ruler. Afterwards, a radiograph was taken with the file calibrated to the measurement determined by the electronic apical position locator to verify whether or not the RWT was confirmed. The results showed no statistically significant difference (p >0.05) both for the cases of bio- and necropulpectomy. It was concluded that the measurements were similar for both methods and that the Root ZxII could safely be used in odontometry. DESCRIPTORS ABSTRACT There are several methods for determining the real working length (RWL) of a tooth, and the most modern way of taking this measurement is by means of an electronic apical position locater. Some of these appliance have shown to be really efficient for determining the RWL, even dispensing with conventional radiography, however, others have not been as effective, and are contra-indicated as substitutes for conventional radiographic techniques. The aims of this study were to verify whether the RWL measurements obtained by the Apical Root ZX II position locator are compatible with those obtained by means of conventional radiography, and whether the electronic method can be safely used. In this research, 20 multirooted teeth were used in vivo, in total 52 canals. All patients were anesthetized, and absolute isolation and opening of the coronal chamber were performed. After opening the canals, conventional periapical radiographs for diagnosis without file were taken, and each canal was measured with a millimetric endodontic ruler. Next, a type K file Apical position locator, Root canal, Odontometry. REFERÊNCIAS Becker GJ, Lankelma P, Wesselink PR, Thoden Van Velzer SK. Eletronic determination of root canal length. J Endod 1980; 6:876-80. Bolonhez F, Silva Neto UX, Westphaun VPD, Deonízio MAD, Brochado VHD. Avaliação in vitro da precisão do root zx em dentes com e sem reabsorção radicular apical. Anais 20º Encontro SBPqO, p.39. Águas de Lindóia; 2003. Elayouti A, Weiger R, Löst C. The ability of root zx apex locator to reduce the frequency of overestimated radiographic working length. J Endod 2002; 28: 116-19. Fellipe M, Lucena M, Soares I. Avaliação da precisão de um aparelho audiométrico na determinação do comprimento dos dentes. Rev Bras Odontol 1997; 54: 53-5. Jenkins JA, Walker WA, Schindler WG, Flores CM. 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Recebido em: 19/04/2007 Endereço para correspondência: Aceito em: 22/06/2007 Cristiane Bonetti Rua: Alferes Joaquim Antônio, 157 37010-600 – Varginha - MG Email: [email protected] e [email protected] Arquivo Brasileiro de Odontologia 24 Arq bras odontol 2007; 3(1):25-31 ISSN 1808-2998 DISPLASIA CEMENTO-ÓSSEA FLORIDA RELATO DE CASO CLÍNICO FLORID CEMENTO-OSSEOUS DYSPLASIA –A CASE REPORT Carolina Rebello Alves1 Flávio Ricardo Manzi2 Resumo: A displasia cemento-ósseo florida é uma lesão assintomática fibro-óssea, na qual há a substituição de tecido ósseo por tecido conjuntivo fibroso e, posteriormente, com a maturação da lesão, deposição de material mineralizado (cemento e osso) até atingir a fase final, o qual as trabéculas individuais e a massa de cemento e osso fundem-se, formando grandes massas lobulares. Aparece nas áreas dentadas dos maxilares. Sua etiologia ainda não está bem definida e geralmente não é necessária nenhuma forma de tratamento, exceto nas lesões mais agressivas e sintomáticas. Possui predileção por paciente do gênero feminino, melanoderma de meia idade. Radiograficamente, a lesão apresenta três aspectos: primeira fase de lise óssea proporcionando rarefação óssea periapical (radiolúcido), segunda fase ou cementoblástica caracterizada pela deposição de material mineralizado proporcionando uma imagem mista e fase final com grandes massas radiopacas. A biópsia é contraindicada para evitar infecção de difícil tratamento. Será descrito o caso clínico de uma mulher negra de 46 anos de idade, que procurou a Clínica de Radiologia a pedido do periodontista, para a realização de exames radiográficos. Após esses exames e o exame de vitalidade pulpar foi diagnosticada a displasia cemento-óssea florida. Como tratamento, foi instituído o acompanhamento radiográfico e raspagem supragengival, devido à presença de gengivite. Descritores: Diagnóstico por imagem; Doenças maxilomandibulares, Doenças ósseas Introdução A displasia cemento óssea florida, também conhecida como displasia óssea ou fibroma cementoossificante é um grupo de lesão fibro óssea em que há substituição de tecido ósseo por tecido conjuntivo fibroso, com a maturação, o trabeculado ósseo se torna espesso com estruturas curvilíneas, na fase final trabéculas individuais fundem-se e formam massas lobulares. Possui etiologia desconhecida, porém por possuir características histopatológicas semelhantes com as estruturas do ligamento periodontal pode ser que tenha origem nessa estrutura (Bencharit et al., 2003). Outros autores acreditam que a displasia cemento óssea florida representa um defeito extraligamentar no osso em remodelação, que pode ser ativado por fatores locais e possivelmente correlacionado a um desequilíbrio hormonal subjacente (Neville et al., 2004). A lesão aparece com envolvimento multifocal não limitado à região anterior da mandíbula, possui predileção por mulheres negras e pacientes de meia-idade aos mais idosos. Existe uma tendência marcante para a bilateralidade, 1 Aluna de graduação de Odontologia da PUC-Minas 2 Professor Adjunto da PUC-Minas e Professor Colaborador da FOP-UNICAMP Arquivo Brasileiro de Odontologia 25 e geralmente o envolvimento é bastante simétrico, não sendo incomum encontrar lesões extensas em todos os quatro quadrantes posteriores. Existem casos em que a displasia cemento óssea florida é uma característica familiar, herdada como autossômica dominante com expressão fenotípica variável (White & Pharoah, 2000). Clinicamente, as lesões se limitam aos ossos maxilares nas regiões periapicais de dentes, os quais apresentam vitalidade pulpar. Estas lesões ocorrem em todos os quadrantes, porém geralmente não causam expansão óssea. Como a grande maioria das displasias cemento-óssea florida são assintomáticas, estas são descobertas casualmente durante um exame radiográfico de rotina. As lesões se tornam sintomáticas na presença de infecção secundária, que pode ser originada de exodontias, compressão exercida por próteses mal adaptadas, ou outro motivo que este tecido seja exposto, como nas cirurgias periodontais e biópsias (Waldron, 1993). MacDonald-Jankowski (2003) compararam a prevalência da displasia cemento-ósseo florida em relação à raça. Pesquisaram 156 mulheres que possuíam a lesão, identificando que 59,6% das pacientes eram negras, 37,2% eram orientais e 3,2% das pacientes eram índias ou caucasianas (só em três índios foi identificada a doença). Conclui então que a doença é relativamente rara na Índia, sendo negra a maioria da população afetada. A idade mais propensa para ocorrer a doença foi entre os 47 e 49 anos. A doença pode ser completamente assintomática e, em tais casos, só é descoberta em exame radiográfico de rotina. Em outras circunstâncias, o paciente pode queixar-se de dor intensa, havendo exposição do osso alveolar, avascular, amarelado, na cavidade bucal. Embora raramente seja um achado proeminente, algum grau de expansão pode ser observado em uma ou mais Arquivo Brasileiro de Odontologia 26 áreas envolvidas. Radiograficamente, a lesão apresenta três aspectos: primeira fase de lise óssea e substituição por tecido fibroso proporcionando rarefação óssea periapical (radiolúcido), segunda fase ou cementoblática caracterizada pela deposição de material mineralizado proporcionando uma imagem mista e fase final com grandes massas radiopacas. O tamanho pode variar de menos de 1 cm até 10 cm (Ackermann & Altini, 1992). A lesão não é circunscrita, sendo inicialmente radiolúcida, com a maturação (substituição de osso alveolar por tecido conjuntivo fibroso), se torna progressivamente mista e depois radiopaca com só uma borda periférica fina radiolúcida. Em algumas ocasiões, uma lesão pode se tornar quase totalmente radiopaca e misturar-se com o osso subjacente aparentemente normal (Kramer et al., 1992; White & Pharoah, 2000, Neville et al., 2004). Histologicamente, o tecido consiste em fragmentos de tecido celular mesenquimal composto de fibroblastos fusiformes e fibras colágenas com numerosos vasos sanguíneos de pequeno calibre. Áreas de hemorragia livre são geralmente observadas ao longo da lesão. Neste tecido conjuntivo fibroso de fundo há uma mistura de osso trabeculado, osso lamelar e partículas semelhantes ao cemento. A porção de cada material mineralizado varia de lesão para lesão e de área para área em locais individuais de envolvimento. Como as lesões amadurecem e se tornam mais escleróticas, a quantidade de tecido conjuntivo fibroso diminui em relação ao tecido mineralizado. Com a maturação, o trabeculado ósseo se torna espesso com estruturas curvilíneas. Com a progressão para a fase radiopaca final, trabéculas individuais fundem-se e formam massas lobulares compostas de lençóis ou glóbulos fusionados de material cemento-ósseo relativamente celular e desorganizado (Neville et al., 2004). O diagnóstico da displasia cemento óssea florida é realizado por meio de uma série de radiografias e exame clinico, já que a biópsia é contra indicada; pois aumenta o risco de infecção ou fratura da mandíbula e a remoção não é o tratamento indicado para tal lesão (Melrose et al., 1976; Bencharit et al., 2003). Como a maioria das lesões são assintomáticas não é necessário nenhum tratamento, pois não causam nenhum problema para o paciente. O paciente deve ser acompanhado anualmente para se garantir que não existe nenhuma mudança na benignidade da lesão (a transformação maligna é rara, mas pode ocorrer); e deve ser realizado a profilaxia e o reforço na boa higiene bucal domiciliar para controlar a doença periodontal e prevenir a perda do dente (Toffanin et al., 2000; Freitas et al., 2006). Como o início dos sintomas é normalmente associado com exposição das massas escleróticas na cavidade bucal, biópsia ou extração eletiva de dente deveriam ser evitadas. Em outras circunstâncias, os sintomas começam depois da exposição da massa esclerótica na cavidade bucal como resultado da atrofia alveolar progressiva debaixo de uma dentadura. Os pacientes afetados devem ser encorajados a manter os seus dentes para prevenir o desenvolvimento de sintomas mais tarde. A conduta no paciente sintomático é mais difícil. Nesta fase, há um componente inflamatório na doença e o processo é basicamente uma osteomielite crônica envolvendo osso displásico e cemento, isso ocorre porque a circulação sanguínea fica prejudicada na área afetada pela lesão. Antibióticos podem ser indicados, mas geralmente não são eficazes, devido à característica avascular da lesão. Cirurgias podem ser necessárias, mas causam defeitos ósseos, que podem ser corrigidos por meio de enxertos ósseos vascularizados. A sequestração das massas escleróticas de cemento ocorrem lentamente e são seguidas de cura. A saucerização de osso necrótico pode acelerar a cura. Quando presente esclerose significante, as lesões têm propensão à necrose com provocação mínima (Melrose et al., 1976; Waldron, 1993; Bencharit et al., 2003; Neville et al., 2004). CASO CLÍNICO Uma mulher 46 anos de idade, melanoderma; procurou um periodontista queixando-se de aumento gengival. O periodontista realizou os exames iniciais e, para avaliar o suporte ósseo dos elementos dentais, encaminhou a paciente para uma clinica de radiologia, para que fossem realizadas radiografias periapicais e panorâmica. Ao se analisar o exame radiográfico notou-se a presença de áreas radiolúcidas nas regiões periapicais na arcada superior e radiolúcidas e radiopacas (mista) na arcada inferior, simétricas e não circunscritas (Figuras 1 e 2). Ao exame físico, nenhuma anormalidade foi detectada. A mucosa apresentavase integra e não havia expansão óssea (Figura 3). As lesões foram observadas em toda a arcada superior e inferior, compatível com displasia cemento óssea florida. Devido aos aspectos clínicos como a raça, idade, ausência de sintomatologia, aspectos radiográficos, além do teste de vitalidade pulpar positivo em todos os dentes, o diagnóstico final foi de displasia cemento-óssea florida. Como o diagnóstico foi obtido pelas características clínicas e radiográficas, a biópsia não foi realizada, para evitar risco de infecção secundária. Para o tratamento foram realizadas raspagens supragengivais, devido à presença de gengivite. A displasia cemento-óssea florida apresentada pela paciente é assintomática, não possui nenhuma área de expansão óssea e não foi identificado nenhuma infecção secundária. A paciente também foi encorajada a manter boa higiene bucal, para prevenir perda dos dentes e periodontite severa, que poderia originar infecção no osso. Optou-se, assim, pelo acompanhamento radiográfico da lesão. Arquivo Brasileiro de Odontologia 27 Figura 1 - Radiografia panorâmica, na qual podem ser observadas imagens mistas (radiolúcida com massa radiopaca) bilaterais, tanto na arcada inferior como na superior. Figura 2 - Exame periapical completo. Note que na arcada superior a displasia cemento-óssea florida ainda se apresenta na primeira fase (osteolítica), enquanto na arcada inferior apresenta-se na segunda fase (cementoblástica), proporcionando imagens radiolúcida e mista, respectivamente. Figura 3 - Aspecto clínico do caso. Não havia expansão óssea ou coloração anormal na mucosa. Figura 4 - Exame periapical de acompanhamento da boca toda. Não houve mudança no padrão da lesão Arquivo Brasileiro de Odontologia 28 Comparando-se a primeira radiografia com a radiografia de acompanhamento, realizada após um ano e quatro meses, observou-se que não havia mudança no padrão da lesão, tanto na arcada superior como na arcada inferior (Figura 4). DISCUSSÃO As displasias cemento-ósseas são normalmente classificadas em três grupos principais, dependendo da extensão da lesão e dos aspectos radiográficos: periapical (ocorre na região periapical dos dentes e é bilateral), focal (presença de uma lesão única) e florida ( massa esclerótica simétrica) (Jerjes et al., 2005). O termo displasia cemento-óssea florida foi proposto na segunda edição do “World Health Organization´s” (Kramer et al., 1992). Por ser uma lesão assintomática e benigna, nenhum tratamento é indicado ou necessário. Porém, devem ser realizadas radiografias de controle por muitos anos, para se assegurar que não haja mudança na benignidade da lesão (White & Pharoah, 2000; Neville et al., 2004). Quando houver infecções secundárias, o tratamento conservador é indicado com antibioticoterapia (Waldron, 1993). Contudo, o tratamento mais radical é requerido, quando o conservador não soluciona o problema (Neville et al., 2004; Freitas et al., 2006). A natureza avascular da lesão normalmente complica o tratamento, contribuindo para a necrose do osso periapical, que pode não responder ao tratamento conservador, inclusive a antibioticoterapia. Intervenções cirúrgicas podem ser necessárias, deixando um defeito periapical no arco, requerendo reconstrução com enxertos ósseos. Enxertos ósseos vascularizados devem ser realizados quando a reconstrução primária é requerida ou quando o defeito é maior que 9 mm; em defeitos menores que 9 mm e com contorno ósseo crítico é sugerido usar enxerto não vascularizado (Bencharit et al., 2003). O diagnóstico da displasia cemento-óssea florida é concluído por meio dos aspectos clínicos e radiográficos. Inicialmente a lesão é radiolúcida e com a maturação (aumento da quantidade de tecido mineralizado em relação ao tecido conjuntivo fibroso); torna-se mista e, por último, radiopaca. Não é recomendada a realização de biópsia, ao contrário de outras lesões que acometem a mandíbula, pois aumenta os riscos de infecção e fratura da mandíbula. Além disto, a remoção cirúrgica não é o tratamento indicado para este tipo de lesão. Deve ser realizado o diagnóstico diferencial com a Síndrome de Gardner e com a Síndrome de Paget (Lahbabi et al., 1998). A displasia cemento-óssea florida localiza-se acima do canal da mandíbula, enquanto a doença de Paget afeta toda a mandíbula, além de ser uma doença poliostótica. Outra lesão que pode ser incluída no diagnóstico diferencial é a osteomielite esclerosante difusa, embora esta seja única e mal delimitada, além do dente envolvido não apresentar vitalidade pulpar. Gonçalves et al. (2005) acrescentaram que a osteomielite envolve o corpo da mandíbula da região alveolar até a base, podendo chegar ao ramo ascendente, o que não ocorre na displasia cemento-óssea florida. CONSIDERAÇÕES FINAIS A displasia cemento-óssea florida é uma condição autolimitante, não inflamatória, assintomática e benigna. O correto diagnóstico e a sintomatologia são importantes para o plano de tratamento adequado. Como este caso, se não houver sintomatologia, deve ser realizado apenas o acompanhamento radiográfico, inicialmente semestral e posteriormente anual. Quando as lesões são sintomáticas, primeiramente devem ser tratadas com antibioticoterapia. Não havendo melhora, a remoção deve-se ser realizada. Arquivo Brasileiro de Odontologia 29 ABSTRACT The florid cemento-osseous dysplasia is a fibroosseous asymptomatic lesion, characterized by the replacement of the fibrous connective tissue. After, with the maturation of the lesion, deposition of mineralized material (cemento and bone) until reaching the final phase, which individual trabeculae and the cemento mass and bone are established, forming great lobular masses. It appears in the dentated areas of jaws. Its etiology is still not well defined and generally it is not necessary any treatment form, except in more aggressive and symptomatic lesions. It possesses predilection for patient of the feminine sex, middle age black women. Radiographically, the injury presents three aspects: in the first phase the bone decomposition occurs providing periapical bone rarefaction (radiolucent), the second phase, cementoblastic, is characterized for the deposition of mineralized material providing a mixed image and final phase with great radio-opaque masses. The biopsy is contraindicated to prevent infection of difficult treatment. A case report of a black woman of 46 years will be described. She came into the radiology clinic in order of the periodontist, for the accomplishment of radiographic examinations. After these examinations and the vitality examination was discovered that she has florid cemento-osseous dysplasia. As treatment, it was instituted the radiographic following up and supra-gingival scraping due to the periodontitis. Freitas DQ, Montebello Filho A, Almeida SM, Bóscolo FN. Displasia cemento-ósse florida: relato de dois casos com diferentes condutas. Rev Min Estomatol 2006;1(5): 6-11. Gonçalves M, Pispico R, Alves FA, Lugão CEB, Gonçalves A. Clinical, radiographic, biochemical and histological findings of florid cemento osseous dysplasia and report of a case. Braz Dent J 2005;16: 247-50. Jerjes W, Banu B, Swinson B, Hopper C. Florid cemento-osseous dysplasia in a young Indian woman. A case report. Brit Dent J 2005;188: 477-8. Kramer IRH, Pindborg JJ, Shear M. The WHO histological typing of odontogênico tumours. A commentary on the second edition. Cancer 1992;70: 2988-94. Lahbabi M, Fleuridas G, Lockhart R, Delabrouche C, Guilbert F, Bertrand JC. Florid cemento-osseous dysplasia: a poorly recognized entity.Apropos of 5 cases. Rev Stomatol Chir Maxillofac 1998; 99(1): 33-9. 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RELATO DE CASO CLÍNICO THE USE OF ENDOVENOUS SEDATION ON DENTAL TREATMENT OF A PATIENT WITH JOUBERT SYNDROME Luís Cândido Pinto da Silva1 Alessandra Duarte Gondim de Almeida2 Cláudia Valéria de Sousa Resende Penido3 Roberval de Almeida Cruz4 Resumo: A síndrome de Joubert é uma doença rara, decorrente de malformação do cerebelo, com fenótipos e genótipos variados, que é caracterizada pela falta de coordenação motora e retardo no desenvolvimento neuropsicomotor do paciente. O objetivo deste trabalho é relatar o caso clínico de uma criança com diagnóstico de Síndrome de Joubert e seus distúrbios comportamentais, que impediam o atendimento odontológico em condições normais. Devido ao grande comprometimento da saúde bucal, o tratamento odontológico foi realizado com o auxílio de sedação venosa, conduzida por médico-anestesista, em ambiente clínico adequado. Tal abordagem possibilitou a execução do plano de tratamento ideal, atenuando, significantemente, os problemas bucais normalmente existentes no tipo paciente afetado. Descritores: Pacientes odontológicos com necessidades especiais; Sedação endovenosa; Síndrome de Joubert. INTRODUÇÃO A Síndrome de Joubert é alteração genética rara, também conhecida como Síndrome de JoubertBoltshauser, primeiramente descrita por Marie Joubert em 1969 e por Eugene Boltshauer e Werner Isler em 1977, tendo sido descritos pouco mais de 200 casos na literatura médica. Pertence ao grupo das ataxias hereditárias, que são distúrbios de coordenação dos movimentos provocados por danos na estrutura ou no metabolismo do cerebelo, levando a manifestações clínicas evidentes de ataxia, perda do tônus muscular, perda da coordenação motora, nistagmo (movimentos 1 2 3 4 oculares anormais), alteração de marcha e postura, refletindo a interrupção dos circuitos corticais e nucleares cerebelares (Campistol, 2002; Lima, 2003). A prevalência da síndrome foi descrita como sendo de 1:100.000-1:150.000 para crianças nascidas vivas e tem caráter hereditário autossômico recessivo. É uma síndrome heterogênica, com fenótipos e genótipos (9q34.3/11p12-q13.3) ainda não definidos, o que promove grande variedade de achados clínicos, associados ou não a alterações neurológicas (Joubert et al., 1969; Boltshauser & Isler, 1977; Saar et al., 1999; Keeler et al., 2003; Valente et al., 2003). Mestre em Odontopediatria pela PUC Minas. Professor da FO/PUC Minas Mestre em Odontopediatria pela PUC/MG Doutora em Odontopediatria pela UNESP. Professora da PUC Minas Docente Livre em Odontopediatria pela UERJ. Professor da PUC Minas Arquivo Brasileiro de Odontologia 32 O diagnóstico da síndrome é baseado na interação de características clínicas com os achados tomográficos e genéticos. Existem critérios clínicos para o diagnóstico, podendo a doença ser classificada em anomalias comuns, anomalias associadas e anomalias ocasionais. As anomalias comuns são hipotonia desde o nascimento, ataxia, atraso no desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM), movimentos oculares anormais e ritmo respiratório alterado, com taquipnéia e apnéia, agenesia ou hipoplasia do verme cerebelar. As anomalias associadas são descritas como as faciais, polipnéia episódica, displasia de retina, colobomas, estrabismo, ptoses, apraxia oculomotora com movimentos horizontais e verticais e cistos renais. As anomalias ocasionais são a polidactilia, micro/macrocefalia, refluxo gastroesofágico, tumores linguais, epilepsia, cardiopatias congênitas, atresia duodenal e de coanas, fibrose ocular, escoliose e meningocele (Maria et al., 1999). No recém-nascido, as características podem ser obtidas através de ultra-som pré-natal e exame clínico pós-natal, podendo ser detectado agenesia do verme cerebelar, episódios de alteração do padrão respiratório com aumento da taxa respiratória, nódulo bilateral na língua, nistagmo e distrofia de retina (Aslan et al., 2002). Alterações clínicas secundárias também foram identificadas, incluindo pigmentação de retina, perda severa de visão, discinesias buco-linguo-faciais, tumores na língua, epiglote bífida, escoliose, cardiopatia congênita, rins policísticos, convulsões, ventriculomegalia e polidactilia bilateral de pés e mãos (Sztriha et al., 1999; Barreirinho et al., 2001; Solomon et al., 2001; Sung et al., 2001). Além do exame clínico, a avaliação da criança deve incluir ressonância magnética, exame de retina, ultrasonografia renal, eletroretinograma e exame genético. Os exames são necessários para correlacionar as características clínicas que definem a síndrome, com a presença do “sinal do dente molar” (imagem observada no interior do cerebelo semelhante à forma dentária), que é o achado tomográfico patognomônico (Quisling et al., 1999; Padgett et al., 2002). O “sinal do dente molar” é definido como a anormalidade na região do mesencéfalo, aprofundamento da fossa interpeduncular, pedúnculos cerebelares proeminentes, achatados e afilados (Figura 1), que está presente em 85% dos casos diagnosticados da síndrome (Maria et al., 1999). Outras imagens podem fazer parte da síndrome, como o aumento do quarto ventrículo com formato de asa de morcego, além de displasia do bulbo e dilatação da cisterna magna (Barreirinho et al., 2001). Figura 1 - Tomografia do crânio evidenciando o “sinal do dente molar” A presença somente da alteração neurológica, sem a manifestação do fenótipo, não define diagnóstico de síndrome de Joubert, podendo estar correlacionado com outras enfermidades neurológicas (Solomon et al., 2001). O prognóstico varia de acordo com a severidade da malformação cerebelar e, geralmente, é desfavorável, com a criança apresentando déficits cognitivos, retardo de moderado a severo no DNPM, transtornos de comportamento com hiperatividade, agressividade e dependência social4. Devido à heterogeneidade clínica, genética e evolutiva da síndrome, o prognóstico deve ser dado Arquivo Brasileiro de Odontologia 33 depois de acurada avaliação neuro-psico-motora, fornecendo à família informações realistas sobre a capacidade de desenvolvimento da criança, assim como o prognóstico correto em todas as áreas. O relato de quatro pacientes de 2 a 12 anos de idade apresentando evolução favorável, com graus de inteligência mediana, capacidade de comunicação e compreensão da linguagem e retardo motor leve, reforça estas afirmações (Rivero-Martinez & Castroviejo, 2002). O objetivo deste trabalho é apresentar o caso clínico de um paciente com a síndrome de Joubert, descrevendo a conduta para a realização do exame clínico e do plano de tratamento odontológico, sob sedação endovenosa, adotado para atenuar sua péssima condição de saúde bucal. RELATO DO CASO CLÍNICO Paciente de 8 anos de idade, gênero masculino (Figura 2), foi encaminhado à Clínica de Atendimento de Pacientes com Necessidades Especiais, da Faculdade de Odontologia da PUC/MG, apresentando fratura nos incisivos superiores, devido a queda, e lesões cariosas nos molares decíduos e permanentes. Durante a anamnese, foi relatado pela mãe que seu filho já havia sido diagnosticado como portador da síndrome de Joubert, que apresentava traços autistas, coordenação motora afetada, hipotonia desde a primeira infância, além de dores de cabeça e vômitos freqüentes, precedentes a crises convulsivas. Na tentativa de realização de exame clínico inicial, o paciente foi extremamente não cooperador e agressivo. Devido à alteração cognitiva e retardo no DNPM, não realizava a higiene bucal diária, consumindo usualmente dieta pastosa com elevado teor de sacarose. Não foi possível a tomada de radiografias diagnósticas e o planejamento do tratamento odontológico, sendo o paciente encaminhado para o médico anestesista da equipe. Durante a consulta, foi realizada a anamnese específica, o exame físico de rotina, com ectoscopia e exames cardiológico e pulmonar, além da solicitação de exames complementares, principalmente o exame de sangue (hemograma: eritrograma e leucograma; contagem de plaquetas, glicemia em jejum, dosagem de creatinina para verificação da função renal, coagulograma, função plaquetária, tempo de sangramento, tempo de coagulação e tempo de tromboplastina parcial ativado (PTTA). Tendo o paciente sido considerado apto para o procedimento, foi tomada a decisão para o atendimento sob sedação endovenosa, seguindo-se os seguintes passos: Figura 2 - Vista frontal do paciente com síndrome de Joubert Arquivo Brasileiro de Odontologia 34 a) Pré-sedação: Dormonid® (maleato de midazolan) (Produtos Roche Químicos e Farmacêuticos, São Paulo – SP), via nasal, 0,5 mg/ kg. Após 20 minutos, foi realizada a venóclise, com a finalidade de manutenção do acesso venoso e colocação de soro glicosado isotônico a 5%, para a reposição hídrica de glicose. O paciente recebeu oxigênio por via nasal, assim como a atropinização, para manter a cavidade bucal seca e a prevenção de reflexo cardíaco. Após a conclusão das intervenções, iniciou-se o período de recuperação do paciente (duração de 1 hora) (Figura 4). Foram dadas as recomendações pós-operatórias, em relação à dieta e a ingestão de antieméticos e analgésicos, em caso de necessidade. b) Sedação: Diprivan® (propofol)(Astra Zeneca do Brasil Ltda, São Paulo – SP) em infusão contínua. c) Fentanil® (citrato de fentanila)(1,0 µg/ kg)(Janssen-Cilag, Farmacêutica, São Paulo – SP). Desta maneira, foi realizado o exame clínico e estabelecido o plano de tratamento, depois de constatada a fratura dos ângulos mesiais dos dentes anteriores superiores, existência de quadro dramático de atividade de cárie, afetando todos os dentes posteriores decíduos e permanentes, e quadro periodontal alterado. Então, optou-se pelo tratamento restaurador, com resina fotopolimerizável nos dentes anteriores, amálgama de prata nos dentes posteriores e tratamento da condição periodontal, em ambiente adequado (Figura 3), adotando-se o auxílio da anestesia infiltrativa local para os procedimentos cirúrgicos. Durante a realização dos procedimentos, foram continuamente monitoradas as condições cárdio-respiratórias do paciente. Figura 3 - Paciente sedado sendo submetido ao tratamento Figura 4 - Fase final do tratamento, na recuperação do paciente DISCUSSÃO E CONCLUSÕES O tratamento odontológico sob sedação objetiva a redução da ansiedade, proporcionando maior conforto e tranqüilidade ao paciente, principalmente em tratamentos mais demorados. Especificamente em relação aos pacientes com necessidades especiais, o cirurgião-dentista freqüentemente se depara com situações nas quais torna-se necessário lançar mão de métodos que o auxiliem na abordagem odontológica adequada, facilitando a realização dos procedimentos e melhorando a qualidade do tratamento oferecido. A sedação endovenosa possibilita a obtenção da hipnose, proporcionando a redução controlada do nível de consciência, ao manter as vias aéreas respiratórias devidamente oxigenadas e a respiração espontânea adequada. Deve ser ministrado maleato de midazolan como pré-sedativo, atropina para manter os níveis adequados de umidade da cavidade bucal e prevenção de possíveis padrões anormais de reflexos cardíacos. A analgesia propriamente dita é proporcionada pelo Arquivo Brasileiro de Odontologia 35 hipnótico propofol, através de infusão contínua, cuja característica de meia vida curta (3 a 5 minutos) proporciona menor tempo de recuperação. A associação com o citrato de fentanila tem efeito analgésico, potencializando a ação hipnótica (Sousa, 1966). A sedação endovenosa, especialmente naqueles pacientes com necessidades especiais, deve ter indicação bem feita e precisa, e é obrigatória a realização dos exames pré-anestésicos, visando o abrandamento da pressão psicológica que o procedimento exerce sobre a família do paciente, prevenindo intercorrências potencialmente perigosas e evitando efeitos secundários, tanto de atos cirúrgicos, quanto de efeitos não desejados das drogas utilizadas. Exames pré-anestésicos e monitorização dos sinais vitais do paciente, através de equipamentos que mostram seus batimentos cardíacos, sua temperatura corporal, pressão arterial e a saturação de oxigênio devem ser obrigatoriamente realizados. A escolha e a condução do processo de sedação são de responsabilidade médica, preferencialmente do anestesista, representando processo auxiliar da terapêutica de grande eficácia no tratamento odontológico, principalmente aplicável em pacientes com necessidades especiais. ABSTRACT Joubert syndrome is a rare developmental defect of the cerebellar vermis, with heterogeneous genotype and phenotype. It is usually associated with lack of coordination and delay of neuropsychological and motor developmental. The article describes case of a child with Joubert syndrome and behavioral disturbances that could not be treated according standards procedures. Therefore, owing to his precarious oral health, his treatment was conducted under sedation in a dental clinic environment. Arquivo Brasileiro de Odontologia 36 DESCRIPTORS Joubert syndrome; Patients with special needs; Sedation REFERÊNCIA Aslan H, Gul A, Polat I, Ncutaf C,Agar M, Ceylan Y. Prenatal diagnosis of New-Laxova syndrome. A case report. BMC Pregnancy Childbirth 2002; 2(1):1. Barreirinho MSM, Moreira NC, Teixeira J, Bastos SC, Gonçalvez S, Bardot MC. Síndrome de Joubert: revisão de 12 casos. Rev Neurol 2001; 3-2:812-7. Boltshauser E, Isler W. Joubert syndrome: episodic hyperpnoea, abnormal eye movements, retardation and ataxia, associated with dysplasia of the cerebellar vermis. Neuropediatrie 1977; 8:57-66. Campistol J. Nuevos conocimientos en la fisiopatologia del cerebelo. Rev Neurol 2002; 35:231-5. Joubert M, Eisenring JJ, Robb J, Andremann F. Familial agenesis of the cerebellar vermis. A syndrome of episodic hyperpnoea, abnormal eye movements, ataxia, and retardation. 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CASE REPORT Luciana Barbosa Morandi1 Saint’Clair Batista Rabelo Neto2 Resumo: A exigência pela utilização de restaurações estéticas tem tido crescente procura pelos pacientes, que cada vez mais procuram a aparência natural para suas restaurações. O artigo, através da descrição de caso clínico, aborda os aspectos de relevância clínica para que haja a reabilitação oral, como: o restabelecimento da função, através da reconstrução da guia anterior; restabelecimento da estética do paciente através da utilização da metalocerâmica, que vem sendo utilizada há décadas, com grande sucesso clínico, devido sua resistência e biocompatibilidade. Descritores: Prótese Parcial Fixa, Estética, Oclusão. INTRODUÇÃO seja benéfica ao sistema mastigatório, evitando A terapia reabilitadora deve estar sempre baseada no estabelecimento de benefícios ao paciente. Os materiais empregados objetivam manter e/ou desenvolver a saúde do sistema estomatognático (Matsumoto et al., 1996). As reabilitações protéticas almejam a estética e a função na busca da perfeição, recuperando, além dos dentes ausentes, as estruturas de suporte ósseo e gengival perdidas (Rosa et al., 1999). Sempre se buscou a utilização de materiais que permitissem a confecção de próteses satisfatórias, principalmente no que se refere às qualidades de ajuste, biocompatibilidade, resistência a manchamento e corrosão. Além desta preocupação em reabilitação de próteses anteriores, outro fator de grande importância é a conformação da guia anterior que contatos posteriores durante os movimentos mandibulares excêntricos (Muñoz-Chaves et al., 2002). Desta forma, será apresentado e discutido neste artigo um caso clínico no qual foi necessária a reabilitação protética dos elementos anteriores inferiores, a partir da confecção de ponte fixa metalocerâmica, com o objetivo de proporcionar ao paciente a boa função, estética, fonética e o perfeito equilíbrio fisiológico da oclusão. REVISÃO Reabilitação em Metalocerâmica As restaurações metalocerâmicas, quando apropriadamente confeccionadas em laboratório e cimentadas em dentes corretamente preparados, têm 1 Aluna do Curso de Graduação em Odontologia da FO/PUC Minas 2 Mestre em Clínicas Odontológicas pela PUC Minas. Professor da PUC Minas Arquivo Brasileiro de Odontologia 38 DE LITERATURA tido comprovado registro de sucesso (Cho et al., 1996). Isto pode ser atribuído às suas propriedades químicas e físicas, como insolubilidade e resistência ao desgaste, sua compatibilidade biológica e seu potencial estético, que conferem grande versatilidade a essas restaurações. As restaurações metalocerâmicas combinam a resistência e a precisão de um metal fundido com a estética da porcelana. Elas são compostas por uma infra-estrutura metálica que se encaixa sobre o preparo do dente e por uma parte de cerâmica fundida à infraestrutura metálica (Shillinburg et al., 1998). O preparo inadequado pode levar ao sobrecontorno da prótese, inflamação gengival, estética desfavorável e pouca retenção. Já o sucesso clínico das restaurações metalocerâmicas depende fundamentalmente da obediência de uma série de características técnicas, para que se preserve a condição de resistência da estrutura conjunta de metal e cerâmica (Chiche & Pinault, 1996; Araújo, 2004). Reconstrução da Guia Anterior A definição da guia anterior na reconstrução protética é, sem dúvida, muito importante no funcionamento da boa oclusão. Ao se estabelecer a guia anterior, tem-se como finalidade obter o equilíbrio do sistema neuromuscular e da articulação têmporomandibular (ATM) e buscar o tratamento mais duradouro e estável. Uma vez reconhecida a necessidade de desoclusão anterior, deve ser estabelecido o contorno, posição, inclinação e trespasse adequados dos dentes anteriores, para alcançar os objetivos (Matsumoto et al.,1996). A guia canina é a desoclusão, pelos caninos, de todos os dentes em excursões laterais, sendo essa a guia ideal, pois os caninos ocupam o papel mais importante durante as trajetórias de lateralidade (Matsumoto et al., 1996). Em oclusão, os dentes posteriores possuem toque e os anteriores se mantêm separados, sem engrenamento. A desoclusão inicial dos dentes anteriores corresponde à altura funcional dos dentes posteriores. A partir desse momento, os dentes anteriores proporcionam a desoclusão final, quando estabelecerem a relação de “topo a topo”, o que se manifesta sobre os dentes posteriores como verdadeiro espaço desoclusivo. Este fenômeno é chamado de mútua proteção. Os dentes desgastados estabelecem relações oclusais patológicas, que afetam diversas áreas do sistema, como por exemplo, as ATMs, ossos, músculos e ligamentos, entre outros. Portanto, as placas estabilizadoras oclusais são indicadas para pacientes com dentes naturais, para pacientes reabilitados e que possuam para-função, como o bruxismo (Alonso et al., 1999). RELATO DE CASO O paciente M.H.F, gênero masculino, 39 anos, apresentou-se à clínica de Prótese Fixa IV da Faculdade de Odontologia da PUC Minas, no curso de graduação, com a situação agravada que mostrava a perda de guia anterior pelo desgaste da prótese parcial fixa metaloplástica inferior anterior (Figuras 1 e 2), dos elementos 33 ao 43, ocasionando um problema estético e funcional. Após anamnese, exame clínico e radiográfico completo, foram confeccionados Figura 1 - Foto sorriso inicial Arquivo Brasileiro de Odontologia 39 Figura 2 - Foto frontal intra-bucal inicial os modelos de estudo montados em articulador semiajustável para estudo e planejamento do caso. Depois da análise criteriosa dos modelos de estudo, foi estabelecido o plano de tratamento com a seguinte seqüência: 3- Fase restauradora: Foi observada a perda por desgaste da ponta de cúspide dos caninos superiores, o que prejudicava os movimentos mandibulares. Assim, foi realizada a reconstrução destas cúspides com resina Tetric-ceram® (Ivoclar, Vivadent AG, Liechtenstein). Como o paciente apresentava restaurações com resinas manchadas nos dentes 12, 11, 21 e 22, foram também substituídas pelo mesmo material, proporcionando melhor estética ao paciente (Figura 4). Nesta mesma fase foi realizado o tratamento endodôntico do elemento 32, complementado pela confecção e adaptação de núcleo metálico fundido em níquel-cromo (Figura 5). 1- Estabilização do meio oral: raspagem supragengival e polimento coronário. Foram realizados em primeira instância, para que houvesse a melhora periodontal do paciente, já que havia o quadro de gengivite leve. 2- Fase protética inicial: Com os modelos já montados no articulador semi-ajustável foi realizado o enceramento diagnóstico (Figura 3) para recuperar a guia anterior do paciente, sendo que o parâmetro utilizado foi a realização dos movimentos excêntricos da mandíbula, principalmente movimento excursivo de protrusão. Confeccionada a ponte provisória imediata de resina acrílica autopolimerizável de canino a canino inferior, o paciente estava pronto para a fase restauradora. Figura 4 - Restaurações de resina nos dentes anteriores superiores: 13, 12, 11, 21, 22, 23 e ainda 14 e 24 Figura 5 - Núcleo metálico fundido cimentado, elemento 32 4- Finalização protética: Os preparos protéticos dos pilares (retentores), elementos 32, 33 e 43, foram refinados em relação à sua linha de término. A partir daí foram confeccionados os casquetes (Figura 6) para moldagem individual dos pilares com poliéter (Impregum ®) e posterior moldagem de transferência com silicone de adição Express® (3M) para confecção da estrutura metálica de níquel-cromo realizada em laboratório (Figura 7). Figura 3 - Modelos de estudo no ASA Arquivo Brasileiro de Odontologia 40 Figura 6 - Prova e reembasamento dos casquetes para posterior moldagem com Impregum® Com a ponte parcial fixa metalocerâmica pronta e bem adaptada à cavidade bucal (Figura 9), foram realizados os ajustes e a avaliação dos movimentos excêntricos da mandíbula (Figuras 10 a 12), para que esta estivesse sem qualquer tipo de interferência e exercendo de maneira natural suas funções mastigatórias, fonéticas e estéticas. Diante disto, a prótese foi enviada novamente ao laboratório, para realização de novo polimento e glazeamento. Portanto, foi confeccionada para o arco inferior a prótese abrangendo a região 33 até o 43, além de restaurações de resina nos elementos 13, 12, 11, 21, 22 e 23 (Figuras 13 e 14). Figura 7 - Estrutura metálica em níquel-cromo, adaptada no modelo de trabalho É importante lembrar que reembasamentos foram realizados na ponte parcial provisória, devolvendo estética e função. Esta ponte tem papel importantíssimo nesta fase, uma vez que será o protótipo da reabilitação metalocerâmica final. Depois de realizado os ajustes da estrutura metálica na cavidade bucal (Figura 8), Figura 9 - Prótese parcial fixa em metalocerâmica cimentada com fosfato de zinco Figura 10 - Reconstrução da guia anterior Figura 8 - Prova e ajustes da estrutura metálica na boca foi escolhida a cor pela escala VITA (B3) da cerâmica a ser aplicada. Foi obtido novo registro em cera utilidade no 7 e cera pegajosa intercalada, de modo a transferir a correta dimensão vertical de oclusão determinada pelo articulador. Figura 11 – Lateralidade direita recuperada Arquivo Brasileiro de Odontologia 41 protegem os posteriores dos impactos oclusais (Alonso et al., 1999). Portanto, é necessária a relação harmoniosa dos dentes anteriores, para haver oclusão mutuamente protegida, o que não se observou no paciente. Diante disto, foi realizada sua reabilitação com a reconstrução de sua guia anterior. Figura 12 – Lateralidade esquerda recuperada As placas estabilizadoras oclusais são indicadas para pacientes reabilitados e que possuam parafunção, como o bruxismo (Alonso et al., 1999). Como o paciente apresentava para-função e uma ponte metalocerâmica anterior inferior, foi necessária a confecção de placa estabilizadora para uso noturno. De acordo com Cosme et al. (2004), o desgaste dentário por atrição e erosão compromete Figura 13 – Foto frontal intra-bucal final seriamente a estética e a mastigação, o que foi observado na prótese parcial fixa em metaloplástica com a qual o paciente se apresentou na primeira consulta. Para que em futuro próximo estas complicações não viessem acometer o paciente, foi realizada sua reabilitação, com o restabelecimento da dimensão vertical de oclusão. As coroas metalocerâmicas são extremamente versáteis em suas indicações, devido ao seu potencial Figura 14 – Foto sorriso final estético, sua resistência, durabilidade e relativa simplicidade (Mattos et al., 2004). Desta forma, optou- DISCUSSÃO se por esse material para resolução do caso do paciente. A guia anterior funcional compatível é benéfica ao sistema mastigatório, evitando ou prevenindo contatos posteriores, durante movimentos mandibulares (Matsumoto et al., 1996). Devido ao desgaste apresentado na antiga prótese, no inicio do tratamento, foi realizada a confecção de nova prótese para restabelecer a guia anterior, evitando dor e disfunções miofaciais. A mútua proteção deve existir tanto nos movimentos excêntricos da mandíbula, quanto no repouso mandibular. Desta maneira, os dentes posteriores protegem os anteriores e os anteriores Arquivo Brasileiro de Odontologia 42 A confecção de próteses parciais fixas, principalmente na região anterior inferior, envolve uma gama de detalhes, desde estéticos até funcionais, que o clínico deve estar atento para que as expectativas do paciente sejam atendidas e a saúde do sistema estomatognático mantida. CONSIDERAÇÕES FINAIS A Odontologia tem buscado novos recursos na tentativa de aproximar o máximo possível o elemento protético das formas originais do órgão ou elemento dentário perdido, tanto na parte estética, quanto no seu conteúdo funcional e biológico. Cada dia surge no mercado odontológico materiais que visam atingir este objetivo. A metalocerâmica é seguramente o sistema de prótese mais utilizado nas modalidades de reabilitação oral, sendo que o restabelecimento dos dentes anteriores requer a atenção do profissional por estar ele trabalhando a estética, e, portanto, com as características do sorriso. A reabilitação protética extensa necessita de interação de diversas especialidades, para serem alcançados resultados satisfatórios. Este caso clínico seguiu minuciosamente todos os passos envolvidos, desde a fase de diagnóstico e plano de tratamento, até a instalação da ponte fixa metalocerâmica anterior inferior. ABSTRACT Nowadays, the demand for aesthetic has been leading to an increase for aesthetic restorations that give the patients a natural look. This manuscript describes a case in which all the most relevant clinical aspects of oral rehabilitation are discussed as functional rearrangement through anterior guidance reconstruction, recovery of patient’s aesthetic by means of metal ceramic restorations. This material has been used for decades successfully, owing to its resistance and biocompatibility. Pegoraro LF. Prótese Fixa. São Paulo: Artes Médicas 1998. p.203-18. Chiche G, Pinault A. Estética em Próteses Fixas Anteriores. São Paulo: Quintessence, 1996. Cho GC, Donovan TE. The versatile and esthetic metal-ceramic crown. J Calif Dent Assoc 1996;24(9):39-43. Cosme DC, Rivaldo EG, Frasca LCF, Padilha DMP. Reabilitação oral em pacientes idosos com desgaste dentário acentuado. Rev ABO Nac 2004;11(6):368-74. Matsumoto W, Santos LPR, Novaes PMR. O papel funcional da guia anterior na reabilitação oral. Rev Bras Odont 1996;53(4):2-5. Mattos CMA, Guerra SMG, Gomes AA. Coroas metalocerâmicas: passado, presente e futuro. 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In: Endereço para correspondência: Luciana Barbosa Morandi Rua Oscar Trompowisky, 920/205 30.430-060 - Belo Horizonte - MG E-mail: [email protected] Arquivo Brasileiro de Odontologia 43 ANAIS DA 15a JORNADA ODONTOLÓGICA 3o Encontro de Pesquisa Período de realização: 21 a 24 de março de 2007 Arquivo Brasileiro de Odontologia 45 PESQUISA APRESENTAÇÃO ORAL ANÁLISE QUANTITATIVA DA ADM DA COLUNA CERVICAL EM PACIENTES COM E SEM DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR ANDRADE JA, LEITE M, MANZI FR Faculdade de Odontologia da PUC Minas A relação entre o sistema estomatognático e o grupo crânio cervical tem sido descrita há mais de 40 anos. Além disso, há também estudos relatando a relação do posicionamento da cabeça e a função mandibular. O objetivo do presente estudo é analisar a relação de déficit de amplitude de movimento (ADM) da coluna cervical em flexão – extensão – rotação – inclinação em pacientes com DTM avaliados e classificados de acordo com “Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders” (RDC - TMD) e correlacionar os dados obtidos com um grupo controle sem DTM. Este estudo foi composto por 10 pacientes com DTM e 10 pacientes sem DTM, selecionados e avaliados por três cirurgiões dentistas calibrados de acordo com as normas do “Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders” (RDC - TMD). O equipamento utilizado para obtenção das amplitudes de movimento da coluna cervical foi o “Cervical Range of Motion”, CROM. Verificou-se que os indivíduos com DTM apresentam limitação da ADM na coluna cervical nos movimentos de extensão, rotação e inclinação. Porém, não houve diferença significativa da ADM na coluna cervical no movimento de flexão (p<0,05) Pode-se concluir que isso ocorre devido ao padrão muscular exigido para a realização separada de cada movimento. IMPACTO DA DOR OROFACIAL NA QUALIDADE DE VIDA DOS PACIENTES COM DESORDEM TEMPOROMANDIBULAR maiores impactos do que os que não apresentaram estes diagnósticos (p<0,05). O teste de Pearson demonstrou correlação entre o impacto na qualidade de vida e a gravidade da DTM (p<0,05). A dor orofacial gerou grande impacto na qualidade de vida dos indivíduos com DTM, sem diferença entre os sexos. A presença de desordem muscular e osteoartrite estiveram relacionadas a maiores impactos na qualidade de vida, fato não observado em relação aos diagnósticos do grupo II do RDC/TMD. Ficou evidente a correlação da gravidade da DTM com o impacto na qualidade de vida. AVALIAÇÃO DOS DESLOCAMENTOS DENTÁRIOS, EM ARCOS DENTAIS REDUZIDOS, PELO MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS OLIVEIRA BF, SERAIDARIAN PI, LANDRE Jr J, OLIVEIRA SG Faculdade de Odontologia da PUC Minas Este trabalho analisou a possibilidade de alteração no posicionamento dos dentes, em arcos dentais reduzidos quando comparados a um arco dental completo, utilizando o método dos elementos finitos. Utilizou-se o programa MSC.Patran® para a construção de 5 modelos tridimensionais de mandíbula e maxila dentadas, com as respectivas fossas articulares, diferenciando esmalte, dentina, polpa, periodonto, osso cortical e medular. Foram gerados quatro diferentes arcos dentais reduzidos e um arco dental completo. Atribuiu-se propriedades mecânicas a cada componente anatômico e estabelecida uma carga oclusal total de 100N, para cada modelo. O programa MSC.Nastran™ realizou a os cálculos matemáticos necessários para a análise biomecânica dos modelos desenvolvidos. Essas simulações mostraram um aumento do deslocamento dentário à medida que o arco dentário diminuía. AVALIAÇÃO DA RETENÇÃO DE PRÓTESE PARCIAL FIXA PROVISÓRIA CIMENTADA TEMPORARIAMENTE BARROS VM , SERAIDARIAN PI, CÔRTES MIS, PAULA LV Faculdade de Odontologia da PUC Minas GUIMARÃES GD, JANSEN WC Faculdade de Odontologia da PUC Minas Ainda que haja confirmação de que a desordem temporomandibular (DTM) exerça algum impacto sobre a qualidade de vida, tem sido pouco estudada sua relação com gênero, diagnóstico e gravidade da DTM. Com o objetivo de relacionar estes fatores, foram examinados 83 indivíduos que buscaram tratamento de DTM entre maio e agosto de 2005. Todos foram avaliados por um único examinador, treinado e calibrado e diagnosticados de acordo com os critérios do eixo I do índice RDC/TMD (Dworkin e LeResche, 1992). A gravidade foi determinada pelo Temporomandibular Index (Pehling et al., 2002) e o impacto na qualidade de vida pelo indicador OHIP 14 (Slade, 1997). Todos revelaram algum impacto relacionado à dor física, exceto um único paciente. O teste de Mann-Whitney demonstrou que, das sete dimensões avaliadas no OHIP 14, as mulheres apresentaram impacto maior do que os homens apenas na dimensão correspondente às limitações funcionais (p<0,05). Os indivíduos que apresentaram desordens musculares e osteoartrite relataram Muitas marcas de cimentos temporários estão disponíveis no mercado odontológico, sendo necessário conhecer suas propriedades principalmente a de retenção para adequá-los a cada necessidade da prótese dentária na fixação temporária de trabalhos. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a retenção de próteses parciais fixas provisórias de três elementos fixadas com 4 (quatro) cimentos temporários e um verniz cavitário. Foi confeccionada uma matriz metálica a partir de preparos realizados em dentes de manequim com preparos de coroa total nos dentes 34 e 36 e fundidos em liga de Ni-Cr. Estas matrizes foram posicionadas por meio de um paralelômetro e fixadas em uma base de resina acrílica ativada quimicamente. Os preparos foram realizados observando-se os princípios mecânicos padronizados, como altura, conicidade, extensão e paralelismo. Sobre esta matriz confeccionou-se 52 próteses parciais fixas provisórias em resina acrílica ativada quimicamente, pela técnica da moldagem prévia para padronização Arquivo Brasileiro de Odontologia 46 por volume. As restaurações provisórias foram aleatoriamente divididas em sete grupos. Destas, cinco grupos, de acordo com o agente cimentante utilizado, e dois grupos, representam o controle negativo e positivo. Sobre a superfície oclusal foi fixado um dispositivo em forma triangular para fixação na haste superior da máquina de ensaio mecânico. Após a cimentação, as amostras foram submetidas ao teste de tração. Os dados foram anotados e procedeuse à remoção das próteses, foi removido o cimento e as mesmas recimentadas mais duas vezes, sendo novamente, submetidas ao teste de tração. Os resultados foram anotados, organizados e submetidos à análise estatística. O material Duofluorid XII apresentou os menores valores de retenção (média de 8,3N) nas três cimentações, sendo estatisticamente diferente dos demais. Os cimentos Hydro C, Temp Bond, Rely X Temp NE e Temp Bond NE apresentaram comportamento estatisticamente semelhante nas três cimentações com médias de 58,3N, 67,6N, 62,8N e 77,3N respectivamente. ANÁLISE DAS TENSÕES FUNCIONAIS EM PRÓTESE TOTAL INFERIOR, IMPLANTOSSUPORTADA, GERADA POR DISTINTOS PADRÕES DE DESOCLUSÃO GRECO GD, JANSEN WC, LANDRE Jr J, SERAIDARIAN PI Faculdade de Odontologia da PUC Minas O sucesso de uma reabilitação oral implantossuportada, é amplamente determinado pela distribuição das cargas funcionais da desoclusão nos componentes, implantes e tecidos de suporte. Este trabalho analisou, qualitativamente e comparativamente, pelo método dos elementos finitos tridimensionais, as tensões geradas por diferentes padrões desoclusão (guia canino (GC) e oclusão balanceada bilateral(OBB)) em uma prótese total (PT) inferior, implantossuportada. Foi desenvolvido um modelo tridimensional de uma PT implantossuportada, inferior, tipo protocolo de Brånemark, composto por 5 implantes como pilares, com 13 mm de altura por 3.75 mm de diâmetro, localizados na região intra-forame mentual, com componentes protéticos de 3 mm de altura, unidos por uma infra-estrutura metálica em níquel-cromo, com 12 mm de cantilever bilateral, recoberto por resina acrílica e 12 dentes artificiais também em resina acrílica. O pacote do programa SolidWorks® foi utilizado no pré e pós processamento dos dados. As propriedades mecânicas dos componentes foram inseridas no modelo e estabeleceu-se um carregamento de 15 N nos pontos pré-determinados. Os dados foram coletados ao longo da infra-estrutura metálica. Os resultados obtidos foram visualizados tridimensionalmente, mostrando que o padrão de desoclusão em GC gera uma tensão maior na região do primeiro implante e na OBB, as tensões foram altas em toda a infra-estrutura. A tensão máxima encontrada na simulação da OBB foi 3.22 vezes maior que na desoclusão em GC. Concluiu-se que o padrão de desoclusão em GC é a ideal para esse tipo de prótese. INFILTRAÇÃO APICAL EM DENTES OBTURADOS COM GUTA-PERCHA / AH26 E RESILON / EPIPHANY LIMA RMN, NUNES E, SILVEIRA FF Faculdade de Odontologia da PUC Minas O sucesso da terapia endodôntica está fundamentado na correta desinfecção, modelagem e obturação do sistema de canais radiculares. O objetivo desse estudo, in vitro, foi avaliar a capacidade de selamento apical, após obturação de canais radiculares, utilizando dois cimentos endodônticos, à base de resina: Epiphany com adesivo dentinário e AH26 sem adesivo dentinário, ambos associados, respectivamente a Resilon e guta-percha. Foram utilizados 32 dentes, incisivos centrais superiores, extraídos de humanos, divididos em dois grupos experimentais (de 14 espécimes, cada) e dois grupos controle (de 2 espécimes, cada). Após padronização do comprimento de trabalho e diâmetro do forame, os canais foram instrumentados pela técnica de Oregon, com limas tipo k, sob irrigação de hipoclorito de sódio, a 2,5% e irrigação final com EDTA, a 17%. A obturação foi realizada pela Técnica de Ondas Contínuas de Condensação, e as superfícies dentárias foram impermeabilizadas, exceto nos 3 mm apicais. Em seguida, os dentes foram imersos em solução corante de azul de metileno, a 2% por 72 horas, a 37ºC. A seguir, os elementos foram clivados no sentido vestíbulo/lingual, e, com auxílio de lupa estereomicroscópica, com câmara digital acoplada, a infiltração foi medida quanto à máxima penetração do corante na interface material obturador/paredes dentinárias. Os resultados foram tabulados e submetidos à análise estatística, utilizando o teste Mann-Whitney e concluindo que a guta-percha/AH26 apresentou uma significante melhor capacidade seladora na região apical do que Resilon/Epiphany. PREVALÊNCIA E SEVERIDADE DA CÁRIE DENTÁRIA EM ESCOLARES. CONHECIMENTO E COMPORTAMENTO EM RELAÇÃO À SAÚDE BUCAL DE CRIANÇAS, MÃES E PROFESSORES EM MUNICÍPIO DE PEQUENO PORTE ANDRADE BAB, PAULA FMT, CÔRTES MIS, CRUZ RA Faculdade de Odontologia da PUC Minas O estudo foi realizado no município de Patis - MG. Objetivou avaliar a prevalência e severidade da cárie dentária em estudantes de 6 e 12 anos de idade das zonas urbana e rural, além de suas características demográficas, socioeconômicas e do comportamento relativo à saúde bucal; avaliar o conhecimento em saúde bucal das crianças de 12 anos, das mães e professores e o interesse dos docentes quanto à promoção de saúde e a relação dos fatores demográficos, socioeconômicos, do conhecimento e comportamentais sobre a experiência de cárie. Participaram 72 crianças de 6 anos, 113 de 12 anos de idade, 185 responsáveis e 29 professores do pré-escolar à 4ª série. Os exames foram efetuados por única examinadora treinada e calibrada. Utilizaram-se normas de biossegurança e critérios diagnósticos preconizados pelo Projeto SB2000 e OMS. Os dados relativos às crianças e o conhecimento das mães foram coletados através de entrevista individual. O conhecimento em saúde bucal das crianças e professores foi coletado mediante questionário autoadministrado. Os resultados revelaram alta prevalência e severidade da cárie entre as crianças de 6 anos (87,5%, ceo-d 5,2) e 12 anos de idade (74,4%, CPO-D 2,8.) e predomínio do componente cariado na composição dos índices. Os principais indicadores socioeconômicos - renda familiar e escolaridade dos responsáveis se mostraram baixos. Os aspectos comportamentais relativos à saúde bucal precisam ser melhorados, bem como o conhecimento dos participantes. Arquivo Brasileiro de Odontologia 47 AVALIAÇÃO DA SIMETRIA BILATERAL DO CANAL MANDIBULAR EM RADIOGRAFIAS PANORÂMICAS PAULA JS, REZENDE CC, DEVITO KL Faculdade de Odontologia da UFJF O canal mandibular tem origem no forame mandibular e termina no forame mentoniano. Através dele passam o nervo, a artéria e a veia alveolares inferiores. O conhecimento da anatomia deste canal é fundamental para a realização bem sucedida de intervenções odontológicas, como bloqueios anestésicos, tratamentos com implantes e cirurgias mandibulares. Injúrias ao nervo alveolar inferior causam alterações neurosensoriais que se manifestam geralmente por meio de parestesias temporárias ou permanentes. Este estudo foi realizado com o objetivo de avaliar a simetria bilateral dos canais mandibulares. Foram utilizadas 42 radiografias pertencentes ao arquivo da Disciplina de Radiologia da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Juiz de Fora, classificadas em três diferentes grupos: pacientes dentados bilaterais (grupo I), pacientes com dentes posteriores em apenas um lado (grupo II), pacientes edêntulos bilaterais (grupo III). Foram realizadas, por dois avaliadores, mensurações lineares verticais bilaterais em sete pontos diferentes do trajeto do canal mandibular. Para verificar a simetria bilateral em cada um dos pontos estudados, as medidas obtidas foram submetidas ao teste t, com nível de significância de 5%. Não foi observada diferença estatisticamente significativa para os grupos I e III, e apenas um dos avaliadores encontrou, para um dos pontos estudados, diferença significativa entre o lado dentado e edêntulo. Pode-se concluir que, em relação à altura do canal mandibular, existe uma tendência à simetria entre os lados direito e esquerdo de um mesmo indivíduo. MATRIZ DÉRMICAACELULAR E CONJUNTIVO GENGIVAL, NO TRATAMENTO DAS RECESSÕES PERIODONTAIS: AVALIAÇÃO CLÍNICA COMPARATIVA EM HUMANOS CUNHA FA, SILVA FRC, SOUZA EA SOBRAIMO (Sociedade Brasileira de Implantodontia) Diferentes técnicas cirúrgicas periodontais têm sido propostas para o tratamento das recessões periodontais. Dentre essas, o enxerto de tecido conjuntivo destaca-se pela alta previsibilidade de sucesso. Esse trabalho comparou os resultados clínicos do tratamento das recessões periodontais, utilizando os enxertos de tecido conjuntivo e matriz dérmica acelular. Um total de 36 recessões constituiu a amostra, divididas igualmente em 2 grupos. O grupo 1 tratado com o enxerto de matriz dérmica acelular associado ao retalho deslocado coronariamente, enquanto o grupo 2 recebeu o tratamento com enxerto de tecido conjuntivo, também associado à técnica de retalho. Foram avaliados os parâmetros de profundidade de sondagem, nível clínico de inserção, recessão periodontal no sentido corono-apical, diâmetro mésio-distal das recessões e a faixa de mucosa ceratinizada. As medidas iniciais foram comparadas às obtidas com 45, 90 e 120 dias pósoperatórios. Não foram encontradas diferenças estatisticamente Arquivo Brasileiro de Odontologia 48 significantes, entre os grupos, em termos de redução das recessões periodontais e faixa de mucosa ceratinizada. O grupo 2(conjuntivo gengival) apresentou redução significante, na profundidade de sondagem e nível clínico de inserção, comparativamente ao grupo 1(matriz dérmica acelular). Porém, essas diferenças não foram clinicamente relevantes. Baseado nos resultados,pôde-se concluir que tanto o enxerto de tecido conjuntivo quanto a matriz dérmica acelular podem ser utilizados no tratamento das recessões periodontais, com uma alta previsibilidade de sucesso. ANÁLISE DO PADRÃO DE SECREÇÃO DAS MUCINAS SALIVARES EM INDIVÍDUOS COM PERIODONTITE AGRESSIVA E CRÔNICA SILVA KS, ROCHA DM, ZENOBIO EG, SOARES RV Faculdade de Odontologia da PUC Minas As propriedades da saliva são derivadas em grande parte das proteínas presentes neste fluido. Há evidencias de que a expressão e função de algumas se encontra alterada em indivíduos portadores de doença periodontal. O objetivo do presente estudo é avaliar a influência da ausência e presença de estímulo no padrão de secreção das proteínas salivares MG1 e MG2 em indivíduos portadores de periodontite agressiva, crônica e sem periodontite. Um total de 15 indivíduos participou do estudo e estes, de acordo com critérios específicos, foram alocados nos seguintes grupos: GPA - 5 indivíduos portadores de periodontite agressiva, GPC - 5 indivíduos portadores de periodontite crônica e GC – 5 indivíduos sem periodontite. Exame clínico periodontal foi realizado e amostras de saliva, na ausência e presença de estímulo gustatório, coletadas e processadas. A análise das proteínas salivares foi realizada em géis foram coradas por PAS e em membranas incubadas com anticorpos primários direcionados contra MG1 ou MG2. A estimulação aumentou significantemente o fluxo salivar em todos os grupos (GPA – p = 0.01; GPC – p = 0.03; GC – p= 0.001) assim como levou a um aumento da expressão da MG1 nos três grupos. GPA e GC exibiram uma notável redução na expressão da MG2 após a estimulação e GPC um discreto aumento. Concluindo, o padrão de secreção da MG1 e MG2 em indivíduos com periodontite agressiva e crônica é complexo e as variações observadas entre os grupos indicam que a expressão diferenciada pode influenciar na progressão da doença. AVALIAÇÃO DA PROLIFERAÇÃO CELULAR E APOPTOSE EM TUMORES ODONTOGÊNICOS ANDRADE BAB, BONISSON LA, AMARAL FR, MATEUS GCP, HORTA MCR, MARIGO HA Faculdade de Odontologia da PUC Minas Este estudo teve como objetivo avaliar a existência de diferença nos índices de proliferação celular, no índice apoptótico e no índice de renovação celular dos componentes epiteliais dos ameloblastomas e dos tumores odontogênicos ceratocísticos (TOCs). Foram utilizadas 11 amostras de ameloblastoma e 11 amostras de TOC esporádico. Para avaliação do índice de proliferação celular, utilizou- se à reação imunohistoquímica para Ki-67. Para avaliação do índice apoptótico, à coloração de methyl-green-pyronine. O método TUNEL foi utilizado para confirmação da apoptose. O índice de renovação celular foi obtido dividindo-se o índice de proliferação celular pelo índice apoptótico. Os resultados mostraram diferenças significativas entre os tumores em relação ao índice de proliferação celular e índice de renovação celular, sendo estes maiores nos TOCs. Com relação ao índice apoptótico, não houve diferenças significativas entre as lesões. Foi constatada diferença significativa entre as camadas periférica e central dos ameloblastomas, sendo maior na periférica, tanto para o índice de proliferação como para o índice apoptótico e índice de renovação celular. Nos TOCs o índice de proliferação celular foi significativamente maior na camada suprabasal quando comparada à basal e superficial. A camada basal teve maior índice para proliferação celular do que a superficial. O índice apoptótico foi significativamente maior na camada superficial em relação às camadas basal e suprabasal. Não houve diferenças significativas entre as camadas basal e suprabasal para o índice apoptótico. REDUÇÃO DO ATRITO DURANTE A MECÂNICA DE DESLIZE. BRÁQUETES AUTO-LIGANTES OU LIGADURAS ELÁSTICAS DE BAIXA FRICÇÃO? PACHECO MR, OLIVEIRA DD, JANSEN WC, SMITH PN Faculdade de Odontologia da PUC Minas O atrito gerado na interface bráquete/fio durante a mecânica de deslize pode reduzir a movimentação ortodôntica desejada. O método de ligação do fio ao bráquete exerce importante papel na determinação desse atrito. O presente estudo comparou a força de atrito gerada entre quatro tipos de bráquetes auto-ligantes (Time®, Damon 2®, In-Ovation® e Smart Clip®), e duas ligaduras elásticas ditas de baixa fricção (Slide® e Super Slick®) e ligaduras elásticas convencionais (Dispens-A-Stix ®) associadas a bráquetes préajustados (Dynalock®), sendo que esta última combinação serviu como grupo controle. Quatorze grupos (n=10) foram submetidos a cinco testes consecutivos. A força de atrito estático foi mensurada através da máquina universal de ensaios modelo EMIC® com dois fios de aço inoxidável com secção transversal 0.018” e 0.017 x 0.025”. Análise de variância ANOVA e teste de Tukey mostraram baixos níveis de atrito nos quatro bráquetes auto-ligantes e fios 0.018” (p<0,05). Entretanto, os resultados observados com os bráquetes auto-ligantes exibiram alta resistência ao deslize com fios 0.017 x 0.025”. O teste de Krukal-Wallis (p< 0,05) comprovou que o elástico Slide® obteve atrito significativamente menor do que os resultados registrados pelos elásticos regulares e os Super Slick®, e desempenhos similares aos bráquetes auto-ligantes com fio 0.018”. Entretanto, ao utilizar o fio 0.017 x 0.025”, a ligadura Slide ® apresentou menor atrito que o In-Ovation R® e maior que o Smart Clip®. Assim, o atrito dos bráquetes auto-ligantes foi menor do que nos bráquetes convencionais com ligaduras elásticas de baixa fricção. Além disso, o sistema formado pelo bráquete convencional associados ao elástico Slide® pode ser considerado uma alternativa clínica para substituir os bráquetes auto-ligantes quanto à redução da força de atrito. CORRELAÇÃO ENTRE CANDIDA spp E USO DE APARELHO ORTODÔNTICO FIXO AMORMINO SAF, MARIGO HA, ALVAREZ-LEITE ME, MAZZIEIRO ET, SILVA AIV Faculdade de Odontologia da PUC Minas A Candida albicans faz parte da microbiota oral, sendo encontrada em indivíduos saudáveis. Esta levedura integra-se com outros microrganismos existentes na cavidade bucal caracterizando um estado de equilíbrio ecológico. Modificações neste estado poderão favorecer o aumento da população de C. albicans e possibilitar o desenvolvimento de uma ação patogênica por parte dos mesmas, levando ao desenvolvimento de quadros clínicos diversos..Os objetivos deste estudo consistem em avaliar a quantidade de Candida spp e realizar a identificação das espécies de C .albicans obtidas da cavidade oral dos pacientes que são tratados na clínica de Ortodontia na Faculdade de Odontologia da PUC Minas antes e após a colocação do aparelho ortodôntico fixo. A metodologia para realização deste trabalho constituiu de uma amostra de 30 pacientes, com faixa etária variando de 12 a 30 anos de idade. Os indivíduos selecionados não apresentavam qualquer alteração que predispunha ao aparecimento de Candida spp. Os mesmos indivíduos constituíram respectivamente, o grupo de caso e controle. A coleta do fluxo salivar estimulado foi realizado um mês antes da colocação do aparelho ortodôntico fixo, a segunda coleta um mês após a colocação do aparelho e a terceira, três meses após a colocação do aparelho. Durante as coletas foram avaliadas: a quantificação da placa bacteriana, índice de sangramento gengival e o diário dietético. Os resultados da pesquisa mostraram que houve um aumento do índice de placa e da quantidade de Candida spp, o índice de sangramento gengival não teve um aumento significativo estatisticamente. Conclui-se que a utilização do aparelho ortodôntico fixo dificulta a higiene oral e cria áreas retentivas para a placa bacteriana causando o aumento da população de microrganismos, entre eles a Candida spp. EFEITO DO TRATAMENTO DE SUPERFÍCIE DE COMPÓSITO E ARMAZENAMENTO NA RESISTÊNCIA DE UNIÃO COM CIMENTO AUTO-ADESIVO ANTUNES ANG, DE GOES MF, SOUZA GMD, SINHORETI MAC Faculdade de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP O estudo avaliou o efeito de diferentes tratamentos na superfície de resina composta indireta e do armazenamento em água na resistência de união com o cimento auto-adesivo. Quarenta blocos cilíndricos de compósito MZ100 com dimensões de 4x10mm (altura x diâmetro) foram cimentados dois a dois com o cimento RelyX Unicem. Vinte corpos-de-prova foram divididos, em 5 grupos, de acordo com o tratamento de superfície. G1 (controle) - sem tratamento; G2 Jateamento com partículas de Al2O3; G3 - Aplicação do condicionador de metal; G4 - Jateamento com partículas de Al2O3 seguido da aplicação do condicionador de metal; G5 - Jateamento com partículas de Al2O3 e aplicação do silano. Após a cimentação (24 horas), os conjuntos foram seccionados, produzindo espécimes em forma de palito com 0,8mm2 de área. O ensaio de tração foi executado, em uma máquina de ensaio universal (Instron) sob velocidade de 0,5mm/min Arquivo Brasileiro de Odontologia 49 em 2 períodos de tempo: 48 horas e 40 dias após a cimentação. As médias de resistência de união em 48 horas foram G1=45,48MPa; G2=47,17MPa; G3= 36,16MPa; G4=41,68MPa; G5=45,84MPa. Após 40 dias de armazenamento as médias de resistência de união foram: G1=48,07Mpa; G2=42,56Mpa; G3=37,84Mpa; G4=34,17MPa; G5=45,59MPa. No período de teste de 48 horas e 40 dias a aplicação do condicionador de metal resultou em valores de resistência de união menores em relação aos outros tratamentos. O armazenamento de 40 dias produziu redução estatisticamente significativa na resistência de união para o G4. a mastigação e tipo de mastigação. 85% apresentaram incisão central do alimento; 65% lábios fechados com participação exagerada da musculatura periorbicular e do músculo mentual; 70% mastigação bilateral alternada; 65% movimentos rotatórios da mandíbula. O padrão mastigatório de crianças portadoras de deficiência visual se mostrou próximo ao padrão mastigatório de crianças videntes. AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA DE UNIÃO ENTRE BASES RESILIENTES DE SILICONE E BASES ACRÍLICAS SOB A INFLUÊNCIA DO MONÔMERO RESIDUAL ROCHA AEC, SERAIDARIAN PI Faculdade de Odontologia da PUC Minas SILVA AG, SERAIDARIAN PI Faculdade de Odontologia da PUC Minas Foram comparadas, quanto ao desempenho em relação à resistência de união à resina acrílica ativada termicamente (QC-20®), cinco bases resilientes de silicone, sendo quatro ativadas quimicamente (UfiGel SC®, UfiGel P®, Permafix®, Softliner®), e uma ativada termicamente (Permaflex®), considerando a influência do monômero residual. Confeccionaram-se 100 amostras, 20 para cada material resiliente, divididas em dois grupos: no grupo A, os blocos de resina acrílica foram unidos à base resiliente logo após o seu processamento; no grupo B, os blocos de resina foram unidos à base resiliente após o armazenamento desses em água destilada, por 21 dias, em uma temperatura controlada de 37ºC, com o objetivo de diminuir a concentração de metilmetacrilto residual. Todas as amostras foram submetidas à tração mecânica em máquina de ensaio universal (EMIC DL 500) com velocidade constante de 5 mm/min. Os dados obtidos foram tratados estatisticamente pela análise de variância (ANOVA) e teste de Tukey com nível de significância de 0,05. Os resultados demonstraram que todas as bases ativadas quimicamente, exceto a base Softliner® no grupo A, apresentaram diferenças significativas nos valores de resistência de união em relação à base Permaflex®. Também foi possível constatar que, no grupo B, todas as bases apresentaram diminuição na resistência de união quando comparadas ao grupo A, com significância estatística para as bases Softliner® e Permafix®. O material que apresentou a maior média dos valores de resistência de união, tanto no grupo A, quanto no grupo B, foi o Permaflex®. CARACTERÍSTICAS MASTIGATÓRIAS DE CRIANÇAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA VISUAL BATISTA DCA, BRITTO ATBO, CARNEIRO VS, FARAGO L Faculdade de Odontologia da PUC Minas Este trabalho teve como objetivo caracterizar o padrão mastigatório de crianças de 2 a 12 anos portadoras de deficiência visual. 20 crianças foram observadas e filmadas enquanto comiam um pão de queijo. Os dados observados durante a mastigação, por meio da filmagem, foram: tipo de incisão; postura dos lábios, movimentos mandibulares durante Arquivo Brasileiro de Odontologia 50 ANÁLISE ELETROMIOGRÁFICA DOS MÚSCULOS MASSETER SUPERFICIAL E TEMPORAL ANTERIOR EM DIFERENTES PADRÕES DE OCLUSÃO DENTÁRIA Este estudo se propôs a analisar, por meio de eletromiografia de superfície, os músculos masseter superficial e temporal anterior, bilateralmente, em diferentes padrões de oclusão. Selecionou-se nove indivíduos entre 21 e 24 anos que atenderam os critérios de inclusão. Para cada participante foi confeccionado um dispositivo interoclusal de recobrimento completo, na maxila, que apresentava uma superfície oclusal plana com um contato por cúspide de contenção, nos dentes posteriores e nas incisais dos anteriores, com o arco inferior, e uma rampa, na região de canino que promovia um padrão de oclusão lateral em canino. Nessa condição foi realizado um registro eletromiográfico em contração isométrica máxima voluntária. Em seguida o padrão de oclusão foi modificado para balanceamento posterior e novo registro foi obtido na mesma condição anterior. Assim, foi possível obter e analisar a amplitude do sinal eletromiográfico e o índice de assimetria, nas diversas situações. Os dados foram analisados pelo teste t’ de student para dados pareados sendo, também, aplicado o teste dos sinais para o índice de assimetria. A maior redução da amplitude do sinal eletromiográfico foi observada no padrão de guia canino, entretanto, esta foi acompanhada da maior assimetria muscular. Ao analisar-se o padrão de balanceamento bilateral, este mostrou maior amplitude eletromiográfica e uma significante redução da assimetria dos músculos estudados quando comparada ao padrão canino. PREVALÊNCIA DE BRUXISMO EM PACIENTES COM OU SEM DISTÚRBIO RESPIRATÓRIO DO SONO CAIXETA ACP, CAIXETA EC, SANTANA TD, COSTA FO, BARBOSA JFS Faculdade de Odontologia da PUC Minas O bruxismo tem representado um grande desafio para a odontologia. À sua etiologia, são atribuídas diversas causas, no entanto, distúrbios de sono em geral têm sido apontados como as mais freqüentes. Um dos distúrbios é a síndrome da apnéia e hipopnéia do sono, caracterizadas respectivamente por interrupções repetidas da respiração, com duração de pelo menos 10 segundos e a redução do fluxo de ar superior a 50%. O distúrbio respiratório do sono pode ser medido por um índice IDR (Índice de distúrbio respiratório do sono), o qual representa número de episódios de apnéia e hipopnéia por hora, considerados padrões normais aqueles com IDR<5. Este estudo transversal teve como objetivo verificar a prevalência de bruxismo em pacientes com IDR>5 e IDR<5, por meio da utilização de exames de polissonografia, capazes de revelar a presença de bruxismo e IDR, e então, avaliar a correlação entre eles. Um total de 533 exames polissonográfico foi avaliado no período de maio a outubro de 2005 em uma clínica especializada em distúrbio do sono em Belo Horizonte e, estas foram separadas em dois grupos: IDR>5 e IDR<5. O primeiro grupo (398 pacientes), 53 apresentou bruxismo, o segundo (135 pacientes), 21 apresentaram bruxismo. Os dados estatísticos obtidos por meio do teste de qui-quadrado evidenciaram que não houve diferença significativa entre os grupos com IDR>5 e IDR<5 (p=0.835). Um cálculo de odds ratio com o objetivo de verificar se a presença de IDR>5 levaria a um risco aumentado para bruxismo, também não mostrou aumento de risco (OR=0.8). Conclui-se que os pacientes com IDR>5 não apresentaram risco aumentado para bruxismo. PESQUISA APRESENTAÇÃO EM PAINEL INFLUÊNCIA DO TRATAMENTO PERIODONTAL NA OCORRÊNCIA DE PARTO PRÉ-TERMO E/OU NASCIMENTO DE CRIANÇAS COM BAIXO PESO CORPORAL CARMELO JC, OLIVEIRA AMSD, PEREIRA VLM Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde – PUC Minas A doença periodontal tem sido investigada como potencial fator de risco para a ocorrência de parto pré-termo e/ou baixo peso ao nascimento (PTBPN). O presente estudo é do tipo intervencionista e tem o objetivo de avaliar o impacto do tratamento periodontal mecânico não-cirúrgico na ocorrência de parto pré-termo e/ou o nascimento de crianças com baixo peso corporal. Participaram do estudo 250 mulheres grávidas, com características socioeconômicas semelhantes e inscritas no Programa Saúde da Mulher da Prefeitura de Belo Horizonte. Os dados maternos, obstétricos e pediátricos foram obtidos dos prontuários médicos, questionário de saúde e do formulário de acompanhamento das gestantes preconizados pelos postos de saúde. O exame periodontal incluiu a avaliação dos parâmetros clínicos profundidade de sondagem (PS), nível clínico de inserção (NIC), sangramento à sondagem (SS) e índice de placa bacteriana. Para análise considerou-se como um caso-doença gengivite, a presença de =25% de sítios com sangramento à sondagem e periodontite a presença de 1 sítio com PS e NIC =4mm. As gestantes foram alocadas em cinco grupos de acordo com o diagnóstico clínico e com a realização do tratamento periodontal durante o 2ª trimestre de gestação ou após o desfecho da gravidez. Os dados conclusivos do presente estudo estão sendo processados. A RELAÇÃO DE SINAIS E SINTOMAS DA DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR E ESTRESSE EM ACADÊMICOS DO CURSO DE FONOAUDIOLOGIA OLIVEIRA GD, MANZI FR, ALVES AMC, GASPARINI AP, BRITTO ATBO Curso de Fonoaudiologia – PUC Minas A articulação têmporomandibular (ATM) é uma estrutura de grande interesse do fonoaudiólogo, bem como de outros profissionais da área da saúde. É necessário identificar os sinais e sintomas e relacioná-los aos possíveis fatores etiológicos,em consideração as diversas relações entre os componentes do sistema estomatognático e deste com outros aspectos do organismo humano. Há várias teorias afirmando a relação da sintomatologia da Disfunção Temporomandibular (DTM) ao estresse. Investigar a relação dos sinais e sintomas da DTM e Estresse em acadêmicos do curso de Fonoaudiologia da PUC Minas. Para realização desta pesquisa 60 estudantes do curso de Fonoaudiologia, do sexo feminino, foram divididos em 2 grupos, sendo o primeiro grupo constituído de 30 alunos cursando o primeiro ano e o segundo grupo constituído de 30 alunos cursando o último ano. Foram utilizados um protocolo para identificação de sinais de DTM e um questionário relacionado ao estresse. Os dados foram submetidos a tratamento estatístico. Observa-se a distribuição dos indivíduos, dos dois grupos estudados, em relação às variáveis obtidas pelo exame anamnésico, em relação aos sinais e sintomas: cefaléia, dor na região cervical, dor na região da ATM em função; dor na região da ATM em repouso, dificuldade de abrir a boca e história de trauma. O ruído articular foi o que mais destacou (40% do grupo de alunos do 1º ano e 73,3% do grupo de alunos do último ano). Dos sinais e sintomas o ruído apresentou maior relação ao estresse (p<0,05). Houve maior prevalência de sinais e sintomas de DTM relacionados aos alunos do último ano do curso de Fonoaudiologia, cujos sinais e sintomas estavam associados à presença de estresse. AVALIAÇÃO ANÁTOMO-RADIOGRÁFICO DO FORAME DE HUSCHKE E SUA IMPORTÂNCIA CLÍNICA CHAGAS AAP, GURGEL FC, VEADO JAS, VIDIGAL BCL, SERAIDARIAN PI, MANZI FR Faculdade de Odontologia da PUC Minas No desenvolvimento do crânio humano, pode-se verificar a presença de um forame na parede posterior da fossa articular, na região central da porção timpânica do osso temporal. Este forame, denominado de Huschke, geralmente se oblitera fisiologicamente ao redor dos 5 anos de idade. Entretanto, este forame permanece aberto em alguns indivíduos adultos, o que pode ser a causa de alterações envolvendo a articulação temporomandibular e a porção medial do canal auditivo externo, como a artrite séptica. Pacientes com a presença deste forame pode apresentar problemas otológicos após artroscopia, uma vez que este exame pode favorecer a comunicação entre a orelha e a ATM. Para a constatação deste forame pode ser utilizada a tomografia computadorizada. Porém, devido a seu elevado custo e a baixa incidência desta condição, o exame da região fica um pouco restrito às técnicas radiográficas convencionais. Assim, a realização deste trabalho teve como objetivo identificar e localizar este forame em radiografias panorâmicas e transcranianas com o cefalostato PTR, uma vez que apresentam custo muito menor e a utilização de baixas doses de radiação ionizante. Para tanto, utilizou-se um crânio macerado adulto com forame de Huschke, sendo o mesmo identificado com marcador metálico. Após as análises das radiografias, pode-se observar que, apesar das limitações de sobreposições de imagens, a radiografia transcraniana pode ser utilizada como uma das formas de diagnóstico na avaliação da presença do forame de Huschke. Arquivo Brasileiro de Odontologia 51 EFEITO DA RADIAÇÃO IONIZANTE NO DESENVOLVIMENTO DENTÁRIO EM RATOS SILVA AIV, MANZI FR, BOSCOLI FN, AZEVEDO MP, ALMEIDA S Faculdade de Odontologia da PUC Minas Os efeitos da radiação ionizante no desenvolvimento dentário têm demonstrado grande interesse, e avaliá-los foi o objetivo deste trabalho. Foram utilizadas 21 ratas, divididas em 7 grupos de forma aleatória. Por meio de esfregaço vaginal diário, foi determinado o ciclo estral das ratas para a avaliação do período fértil das mesmas e uma vez comprovado este período, as ratas foram isoladas em gaiolas individuais com um macho para o acasalamento, durante o período noturno. Ao amanhecer, foi determinado o 1º dia de gestação pela presença do “plug” vaginal e visualização de espermatozóides em outro esfregaço vaginal. A região abdominal das ratas dos grupos La1 e La4 foi irradiada aos 13 dias de gestação com dose de 1 Gy e 4 Gy de Raios X. Nesta fase, os 1ºs molares dos embriões se encontravam no estágio de lâmina. Utilizandose as mesmas doses, os grupos Br1 e Br4 foram irradiados aos 16 dias de gestação e os grupos Si1 e Si4 aos 19 dias, correspondendo, assim, aos estágios de broto e sino. O grupo Co foi formado por animais não irradiados. Após 30 dias do nascimento, foram sacrificados 3 filhotes de cada ninhada para avaliação quantitativa e qualitativa dos molares por meio da microscopia eletrônica de varredura. Pela análise dos resultados, a radiação X promove efeito deletério nas dimensões oclusais dos molares em desenvolvimento, em todos os estágios iniciais estudados (lâmina, broto e sino) na dose de 4 Gy, principalmente no estágio de sino, os quais apresentaram fusão de cúspides, fraturas coronárias e canalículos dentinários levemente mais delgados e dispersos. Na dose de 1 Gy verificaram-se alterações dimensionais apenas nos molares irradiados no estágio de sino (p<0,01). EFEITO DA RADIAÇÃO IONIZANTE NO DESENVOLVIMENTO DENTÁRIO EM PACIENTES SUBMETIDOS À RADIOTERAPIA DE CABEÇA E PESCOÇO SILVA AIV, MANZI FR, AZEVEDO MP Faculdade de Odontologia da PUC Minas O estomóide é revestido por um epitélio primitivo espesso sob um tecido conjuntivo (ectomesênquima) originado a partir da crista neural. Este epitélio primitivo formará as bandas epiteliais primárias da maxila e mandíbula primitivas, que rapidamente se dividem em lâmina vestibular, o que formará o vestíbulo oral e lâmina dentária. Dentro da lâmina dentária, observa-se atividade proliferativa que proporciona o crescimento epitelial para o interior do ectomesênquima nos locais correspondentes à posição dos futuros dentes. A partir deste evento, o desenvolvimento do dente continua em três estágios: broto, capuz e sino. Assim como em outras estruturas, os efeitos biológicos da radiação ionizante nas estruturas da cavidade bucal variam de acordo com o tamanho da área irradiada, a dose, o tipo e o ritmo de aplicação da radiação, bem como o estágio de desenvolvimento do tecido irradiado. No desenvolvimento dentário, estes efeitos são desde pequeno retardo no crescimento e/ ou erupção até a total destruição do germe. Quando a radiação ionizante é utilizada para fins terapêuticos em pacientes portadores Arquivo Brasileiro de Odontologia 52 de certos tipos de neoplasias pode proporcionar injúrias em tecidos circunjacentes à lesão. Esta energia é capaz de excitar os elétrons ou ionizar os átomos ou moléculas que constituem os tecidos, podendo promover dano irreparável da célula, pela interação com o DNA, ou indiretamente, pela presença de radicais livres. O resultado é considerado terapêutico se este dano ocorrer numa célula neoplásica ou nocivo se a célula lesada constitui o tecido normal circunjacente à lesão. Atualmente, vários pacientes pediátricos obtêm sucesso no tratamento contra o câncer por meio da radioterapia de cabeça e pescoço; por isso, os cirurgiões dentistas devem conhecer as possíveis alterações dentárias que possam ocorrer nesses pacientes, para obtenção do diagnóstico correto além de propor um tratamento adequado, possibilitando assim, um prognóstico favorável. O trabalho teve como objetivo a avaliação dos efeitos da radiação ionizante por meio de avaliação radiográfica de pacientes que foram submetidos à radioterapia na região de cabeça e pescoço na infância. TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS PARA PACIENTES PEDIÁTRICOS E/OU COM NECESSIDADES ESPECIAIS NA ODONTOLOGIA SILVA AIV, OLIVEIRA WL, BECKLER AA, MANZI FR Faculdade de Odontologia da PUC Minas Os pacientes portadores de necessidades especiais, principalmente as crianças são geralmente dependentes do auxílio familiar para a realização de higiene bucal, havendo maiores riscos de exposição à cárie dentária. Sabe-se que, para a realização de um planejamento adequado, é necessária a obtenção de um diagnóstico correto. O exame radiográfico constitui um dos métodos mais importantes para a conclusão do diagnóstico. Porém, para que se consiga maior potencial de informações de uma imagem radiográfica, a mesma deve-se apresentar tecnicamente perfeita, ou seja, mínima distorção e máximo detalhe e grau médio de densidade e contraste. Devido o perfil desses pacientes, torna-se difícil à execução da técnica radiográfica, uma vez que o profissional ou auxiliar não deve permanecer no mesmo ambiente da incidência dos raios X, segundo a portaria 453. Assim, o objetivo desse trabalho é demonstrar uma forma de execução de radiografias intra-orais em pacientes com necessidades especiais, com nível satisfatório e médio de colaboração, porém sem coordenação motora, utilizando o acompanhante para imobilizar a cabeça do paciente, ao mesmo tempo em que mantêm o filme radiográfico na cavidade bucal, promovendo o suporte emocional durante o procedimento. Essas técnicas foram desenvolvidas com o objetivo de facilitar e agilizar este procedimento, proporcionando comodidade maior ao paciente e minimizando os erros radiográficos comuns. Assim o trabalho constituirá na demonstração dos protocolos desenvolvidos. ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DE 1.248 LESÕES COM DIAGNÓSTICO DE CISTOS E GRANULOMAS VIEIRA MG, ARAÚJO SS, BARBOSA FPF, MARTINS SDC, CAPISTRANO HM, FRÓES JAV Faculdade de Odontologia da PUC Minas Os cistos e granulomas são as mais freqüentes entre as lesões periapicais e o diagnóstico clínico, através do exame radiográfico, não pode ser estabelecido para a maioria dos casos encontrados. O objetivo deste estudo foi o de verificar a freqüência e analisar fatores associados com a ocorrência de cistos e granulomas periapicais. Foi feita análise retrospectiva de 6096 registros de biópsias enviadas para diagnóstico histológico no Laboratório de Patologia Bucal da Faculdade de Odontologia da PUC Minas no período de cinco anos. Foram encontrados 628 diagnósticos de cistos e 620 diagnósticos de granulomas, totalizando 1248 destas lesões periapicais. 54,1% das lesões ocorreram no sexo feminino. A faixa etária de 10 a 39 anos foi a mais acometida. Até o momento do diagnóstico clínico, o tempo de evolução das lesões era desconhecido por 72,6% dos portadores. Os primeiros molares inferiores foram os dentes mais afetados por granulomas e os incisivos laterais superiores os mais afetados por cistos periapicais. A freqüência de acertos do diagnóstico clínico foi de 12,7% para granulomas e de 35,3% para cistos. Os resultados encontrados indicam a necessidade de enviar todo material removido da região periapical para diagnóstico histológico e confirmam alguns resultados de estudos anteriores. AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO DA DOR EM PACIENTES SUBMETIDOS AO EXAME RADIOGRÁFICO PERIAPICAL COM OS FILMES KODAK INSIGHT E KODAK INSIGHT SURE SOFT VIDIGAL BCL, COELHO RM, JUNIOR ISSO, RODRIGUES KS, MANZI FR Faculdade de Odontologia da PUC Minas Muitos pacientes sentem-se apreensivos na realização de tratamentos odontológicos por afirmarem que são incômodos e dolorosos. Para esses, o menor sinal de desconforto, ainda que somente durante a acomodação do filme radiográfico na boca, pode ser interpretado como o tratamento poderá ser doloroso, e com isso, a cooperação com o profissional torna-se comprometida. O objetivo deste trabalho foi avaliar a percepção da dor em pacientes submetidos ao exame radiográfico periapical com os filmes Kodak Insight e Kodak Insight Sure Soft Foram selecionados 40 indivíduos, de ambos os sexos, divididos em 2 grupos etários, sendo um com idade entre 6 e 12 anos (grupo 1) e outro com idade acima de 18 anos (grupo 2). Todos os participantes foram submetidos a simulações de exame radiográfico periapical com os dois tipos de filmes nas regiões de incisivos e molares superiores e inferiores com e sem uso de posicionadores. Os resultados foram submetidos ao teste estatístico não paramétrico de Wilcoxon. O filme radiográfico kodak Insight Sure Soft®, quando comparado ao filme Insight padrão, mostrou-se mais confortável na região de molares inferiores, com e sem o uso de posicionador, para o grupo 1, e na região de molares superiores com o uso do posicionador, em ambos os grupos. Para a região anterior, ambos os filmes mostraram resultados semelhantes com e sem uso de posicionador em ambos os grupos. Cocluiu-se que o filme Kodak Insight Sure Soft ® foi mais confortável que o Kodak Insight® em 2 das 3 regiões de maior desconforto relatadas pelos pacientes. ANÁLISE DE POLIMORFISMO FUNCIONAL NO GENE DA CITOCINA IL-1 BETA EM PACIENTES COM LESÕES DE CÉLULAS GIGANTES BUCAIS MOTTA GF, MOREIRA PR, GOMEZ RS, GOLLOB KJJ, DUTRA WO, SOUZA PEA Faculdade de Odontologia da PUC Minas As lesões central (LCCG) e periférica (LPCG) de células gigantes ocorrem nos tecidos bucais e apresentam características histopatológicas idênticas representadas por numerosas células macrofágicas permeadas por células gigantes multinucleadas. Embora sejam lesões de etiologia desconhecida, estudos apontam para participação de mecanismos imuno-inflamatórios no desenvolvimento dessas lesões. Polimorfismos em genes de citocinas, que podem confirmar diferenças interindividuais na síntese e secreção destas proteínas, têm sido associados a doenças que têm uma patogênese inflamatória. O objetivo deste trabalho foi avaliar a ocorrência de polimorfismo funcional no gene da citocina próinflamatória, indutora do recrutamento celular e da reabsorção óssea, IL-1beta (+3954) em pacientes com LCCG e LPCG e em indivíduos não acometidos pelas lesões (grupo controle). Para isso, foram obtidos raspados de mucosa bucal dos indivíduos e realizada a extração de DNA, amplificação gênica, digestão com enzima de restrição e eletroforese em gel de poliacrilamida. A distribuição dos genótipos foi avaliada comparando os grupos LCCG e LPCG com o grupo controle. Não houve indivíduo com genótipo TT em nenhum dos grupos avaliados. Os genótipos CC e CT foram identificados nos indivíduos. Entretanto, a análise estatística revelou não haver associação entre o genótipo CT, o qual confere maior produção da citocina, e os grupos de LCCG ou LPCG, quando esses foram comparados ao grupo controle, nem quando foram comparados entre si. Este estudo mostrou que o polimorfismo funcional do gene IL-1 beta no locus +3954 (C/T) não constitui um fator de risco para o desenvolvimento da LCCG e da LPCG. AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DA CITOCINA IL-10 E DA EXPRESSÃO DO RECEPTOR IL-10R NAS LESÕES DE CÉLULAS GIGANTES BUCAIS MELO NFLS, FARIA DR, GALVÃO CF, GOLLOB KJ, DUTRA WO, SOUZA PEA Faculdade de Odontologia da PUC Minas As lesões central (LCCG) e periférica (LPCG) de células gigantes são lesões bucais de histogênese incerta e etiopatogênese ainda desconhecida, que apresentam características histopatológicas idênticas. O fato de a maioria das células das lesões apresentar características fenotípicas e funcionais de macrófagos sugere a participação de mecanismos imunoinflamatórios no controle do desenvolvimento das lesões. As citocinas são moléculas importantes no controle dos processos inflamatórios e sabe-se que pacientes com LCCG apresentam maiores freqüências de monócitos circulantes produtores da citocina IL-10 que indivíduos não acometidos pela lesão. Neste trabalho, nos propusemos avaliar a produção da citocina imunossupressora IL-10, por células gigantes e mononucleares da LCCG e da LPCG, fenotipicamente identificadas Arquivo Brasileiro de Odontologia 53 pelo marcador macrofágico CD68, e avaliar a expressão do receptor IL-10R? nessas células. Para isso utilizamos reações de imunofluorescência e análises ao microscópio confocal. Os resultados revelaram que todas as células gigantes da LCCG e da LPCG são CD68+ e expressam o receptor IL-10R? e que a grande maioria delas produz IL-10. Mais da metade das células mononucleares da LCCG e da LPCG produz IL-10 e expressa o CD68 e o receptor IL-10R?. Entretanto, a LPCG apresenta freqüência estatisticamente maior de células CD68+ e de células IL-10+ que a LCCG. Nossos resultados sugerem forte participação da citocina IL-10 nos mecanismos relacionados à patogênese das lesões de células gigantes b. AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DO MÉTODO DE ESTERILIZAÇÃO PELO CALOR ÚMIDO (VAPOR SATURADO SOB PRESSÃO) E CALOR SECO (FORNO DE PASTEUR) EM SUGADORES ENDODÔNTICOS SEMIM KO, ALVAREZ-LEITE ME. Faculdade de Odontologia da PUC Minas A pesquisa analisou a eficácia de esterilização dos sugadores endodônticos utilizados nas clínicas de Endodontia, pelo método de cultura microbiológica, com o intuito de garantir a prevenção e o controle da infecção cruzada entre os pacientes atendidos na Faculdade de Odontologia da PUC Minas. Estes artigos são de aço inoxidável, com uma haste adaptada na mangueira do sugador e uma ponta fina, com um lúmen de pequeno diâmetro; são utilizados nos canais radiculares para aspirar secreções e soluções retidas em seu interior. Os sugadores foram coletados na clínica de endodontia e, após utilização e lavagem mecânica (cuba ultrassônica), transportados até ao laboratório de Microbiologia e processados em tempo não superior a 20 minutos. Para a avaliação da contaminação, o lúmen do sugador foi banhado por 1mL de soro fisiológico e alíquotas de 0,2 mL deste soro foram semeadas em meio Brain Heart Infusion (BHI). As placas foram incubadas em estufa bacteriológica, em condição de aerobiose, a 37°C, por 2448h. Após o período de incubação, realizou-se a contagem e observação das características morfológicas coloniais dos microrganismos. O artigo foi então levado para esterilização e o mesmo processo, repetido. Dos 32 sugadores avaliados, observouse crescimento microbiano em 14 deles, na etapa em que tais artigos estavam somente lavados. Após a esterilização, ainda houve contaminação de um sugador que, por sua vez, apresentou alto índice de contaminação, na primeira etapa. Apesar de preliminares, os resultados são de extrema importância, pois caso não se confirme a eficácia da esterilização nestes artigos, os sugadores estarão funcionando como veículos potenciais de infecção cruzada entre pacientes, quando utilizados nas clínicas da FOPUC Minas. AVALIAÇÃO DE DOIS SISTEMAS DE IMAGENS NO DIAGNÓSTICO DE LESÕES DE FURCA SIMULADAS ANDRADE JGP, OLIVEIRA AMSD, MANZI FR Faculdade de Odontologia da PUC Minas O objetivo deste estudo foi avaliar 2 sistemas de imagens no Arquivo Brasileiro de Odontologia 54 diagnóstico de lesão de furca. Foram realizados defeitos ósseos artificiais na região de furca de dentes de suínos utilizando brocas esféricas para a obtenção de radiografias intra-orais. Periodontistas e radiologistas analisaram estas simulações por meio de filmes convencionais e imagens digitalizadas. Observou-se que os periodontistas apresentaram maior dificuldade em diagnosticar lesões de furca menores localizadas nos molares inferiores. Já os radiologistas, na visualização das lesões de furca nos molares superiores. Quanto aos sistemas de avaliação, estes apresentaram resultados semelhantes. Conclui-se, portanto, que a imagem digitalizada não aumenta a acuracidade, não perde a qualidade sendo importante para arquivamento e transferência de dados. INFLUÊNCIA DA ANGULAÇÃO HORIZONTAL NO DIAGNÓSTICO DE SIMULAÇÕES DE CÁRIES PROXIMAIS, UTILIZANDO FILME CONVENCIONAL E IMAGENS DIGITALIZADAS. ANDRADE JGP, MANZI FR Faculdade de Odontologia da PUC Minas O objetivo deste estudo foi verificar se alterações na angulação horizontal de radiografias interproximais podem interferir no diagnóstico de simulações de lesões cariosa utilizando filmes convencionais e imagens digitalizadas. Para tanto, 16 dentes hígidos foram posicionados em manequins a fim de serem radiografados na técnica padrão e com alterações na angulação horizontal: 5º, 10º, 15º, 20º. Posteriormente, foi realizada a técnica padrão e com as alterações nas angulações horizontais. Os mesmos procedimentos foram feitos com as brocas 1012 e 1013. Cirurgiõesdentistas e radiologistas odontológicos analisaram estas simulações por meio de filmes convencionais e imagens digitalizadas. Com base nos resultados, conclui-se que lesões restritas ao esmalte são de difícil observação quando se altera a angulação horizontal. Alterando esta angulação, pode promover diagnóstico falsopositivo de lesão em superfícies hígidas. Em superfícies com simulação de cárie na menor profundidade, alterações e ângulos de até 10º proporcionam resultados semelhantes à radiografia padrão. Nas demais perfurações, observam-se o aumento na percepção das simulações, sendo que os radiologistas apresentam melhores resultados. Comparando os tipos de análise, os cirurgiões-dentistas apresentaram resultados melhores ou semelhantes nas imagens analisadas por meio de filmes convencionais, enquanto os radiologistas mostraram-se melhores ou semelhantes nas análises com imagens digitalizadas. AVALIAÇÃO DAS DIMENSÕES DE ASA DENTFLEX® LANA ACC, FIALHO DL, GRECO GD, JANSEN WC, SERAIDARIAN PI Faculdade de Odontologia da PUC Minas O articulador semi-ajustável tem o propósito de reproduzir as relações maxilomandibulares, estáticas e parcialmente as dinâmicas. No entanto, parte destas características depende da qualidade da fabricação dos aparelhos. O objetivo foi de aferir os componentes responsáveis pela determinação do ângulo de Bennett (AB), da eminência articular (EA) e da distância intercondilar (DI) do articulador semi-ajustável (ASA) Dentflex®. Além disso, aferiuse o paralelismo entre os ramos, altura entre a base horizontal do ramo inferior que contém as esferas condilares e a distância dos pinos de inserção da placa de montagem até a porção mais posterior. A amostra constituiu-se de 30 ASA novos dos alunos da PUC Minas e as medidas obtidas com um paquímetro digital e um aferidor de ângulo. O AB mostrou para o lado direito uma média de 15,25 ±2,08 e para o lado esquerdo 15,73 ±2,43. Quanto a EA a média foi de 29,13 ±1,80 e 29,5 ±1,38 para os lados direito e esquerdo respectivamente. A DI pequena mostrou uma média de 96,00 ±0,15, a média 109,95 ±0,17 e a grande 123,88 ±0,17. O paralelismo apresentou uma diferença média de 10,0mm ± 1,30. A altura da base em relação às esferas condilares foi em média 41,82 ±0,44 para o lado direito e 41,82 ±0,44 para o lado esquerdo e a distância dos pinos de inserção da placa de montagem apresentou uma média de 100,79 ±0,25 no ramo superior e 83,83 ±0,23 no ramo inferior. Isto nos permite concluir que os ASA aferidos neste trabalho apresentam alterações dimensionais de fabricação. INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS DISFUNÇÕES TÊMPORO MANDIBULARES (DTM’S): PANORAMA DOS ATENDIMENTOS REALIZADOS NO AMBULATÓRIO DE FISIOTERAPIA NO ANO DE 2005 ARAÚJO AR, FERREIRA AC, ISAAC DB, MOTTA LF, PEREIRA AM Curso de Fisioterapia da PUC Minas Disfunção têmporomandibular é o termo usado para descrever o conjunto de distúrbios que envolvem a articulação têmporomandibular, os músculos mastigatórios e estruturas associadas a essa articulação. Esses distúrbios podem ser decorrentes de alterações posturais, desequilíbrios biomecânicos e/ou musculares, alterações oclusais, bem como por fatores psicológicos. Dor facial, otalgia, cefaléias, ruídos, desvios e travamento estão comumente relacionados às DTM’s. Esta disfunção apresenta incidência de 40 a 60% na população, sendo mais comum dos 20 aos 40 anos. Devido à grande incidência de queixas relacionadas à ATM e do impacto dessas na função do sistema mastigatório, foi criado o Ambulatório de Fisioterapia Aplicada às DTM’s. No ano de 2005 foram atendidos 28 indivíduos, sendo 25 do sexo feminino e 3 do sexo masculino, na faixa etária de 15 a 54 anos (média de 34,8 ± 13,4 anos). Desses indivíduos, a grande maioria apresentou-se para a avaliação com queixas de dor muscular e/ou articular, ruídos no ouvido, estalidos, vertigem e perda de equilíbrio. As disfunções articulares, capsulares e musculares representaram os diagnósticos mais freqüentes encontrados nos pacientes. A conduta fisioterapêutica envolvia, além das orientações, a aplicação de recursos físicos, cinesioterápicos e manuais. Pôde-se observar, por meio de escalas e questionários, melhora satisfatória dos indivíduos em relação ao quadro álgico e funcional. Dessa forma, conclui-se que a intervenção fisioterápica contribuiu para a melhoria dos sintomas e da qualidade de vida dos indivíduos portadores de DTM’s. PADRÕES OCLUSAIS DE PACIENTES RESPIRADORES BUCAIS ROSA RTF, JÚNIOR OS Escola de Aperfeiçoamento Profissional da ABO-MG A respiração bucal é um hábito deletério encontrado frequentemente nos pacientes. Muitos trabalhos na literatura afirmam que portadores de respiração bucal podem ser acometidos por diversas alterações funcionais e oclusais, dada a duração e intensidade deste mau hábito. Este trabalho teve por objetivo quantificar essas alterações de padrões oclusais presentes em pacientes respiradores bucais. Assim, 332 pacientes foram estudados e, destes, 123 constatados respiradores bucais. Os padrões oclusais vertical, ântero-posterior e transversal destes pacientes respiradores bucais puderam então ser pesquisados. Sobremordida profunda, distoclusão e ausência de mordida cruzada foram os padrões oclusais encontrados em maior porcentagem. CORRELAÇÃO DA CURVA DE CRESCIMENTO ESTATURAL COM O CRESCIMENTO VERTICAL EM PACIENTES PORTADORES DE SOBRE-MORDIDA PROFUNDA TRATADOS COM ORTOPEDIA FUNCIONAL DOS MAXILARES NOVAES CAA, JÚNIOR OS Escola de Aperfeiçoamento Profissional da ABO-MG Diante da hipótese do melhor momento para intervenção em pacientes portadores de sobremordida profunda, foi realizada pesquisa relacionando a curva de crescimento estatural e a velocidade de ganho de dimensão vertical. Foram selecionados 49 pacientes portadores de sobremordida profunda, do total de 332 pacientes em tratamento na clínica do Curso de Especialização em Ortopedia Funcional dos Maxilares da EAP/ABO-MG. A idade cronológica não foi requisito de inclusão ou exclusão da amostra que consistiu em pacientes de ambos os gêneros com idade variando entre 8 anos e 10 anos e 11 meses, com idade média de 9 anos de idade, correspondendo ao 7o estágio de desenvolvimento. Os pacientes selecionados foram examinados mensalmente e tiveram as medidas de overbite e de estatura registrados por período de 12 a 20 meses. Foi concluído que houve melhora considerável da sobremordida profunda com o uso de aparelhos ortopédicos funcionais e que não há correlação entre a curva de crescimento estatural e a melhora da sobremordida profunda, durante o 7o estágio de desenvolvimento. A CONFIABILIDADE DA REPRODUTIBILIDADE DE PONTOS CEFALOMÉTRICOS PEREIRA TBJ, SIQUEIRA VCV Faculdade de Odontologia da PUC Minas A cefalometria mostra-se como ferramenta importante para o diagnóstico ortodôntico, mas apresenta algumas limitações por reproduzir de forma bidimensional uma estrutura tridimensional, o que contribui em erros de diagnóstico ortodôntico. O presente trabalho pretende apontar os possíveis equívocos cometidos pelo Arquivo Brasileiro de Odontologia 55 ortodontista quando realiza seu estudo cefalométrico, auxiliando o profissional visualizar claramente os problemas mais comuns, minimizando-os. Cinco telerradiografias, obtidas em norma lateral, de jovens com dentadura permanente, foram enviadas para 5 ortodontistas experientes e 5 alunos do curso de pós-graduação ao nível de mestrado em ortodontia. Foi solicitado a cada profissional que identificasse as estruturas relativas à base anterior, média e posterior do crânio, órbitas, maxila, mandíbula, primeiros molares permanentes superiores e inferiores, e do perfil tegumentar. Após a identificação das estruturas, solicitou-se a marcação dos pontos N, S, A, B, Me, Go, Gn, Pg, Or, Po, ENA, ENP e a mensuração das grandezas cefalométricas SNA, SNB, ANB, SN.GoGn, FMA, IMPA, I.PP, 1.1, 1-NA, 1.NA, 1-NB, 1.NB. Foi utilizado o teste estatístico “t” de Student, para verificar a existência ou não de diferenças entre os profissionais e a significância desses erros. Os autores dessa pesquisa acreditam que mesmo os ortodontistas com anos de experiência possuem níveis de erros de traçado que não induz confiança nos resultados de um único traçado radiográfico, sendo necessárias mensurações repetidas numa mesma radiografia. A observação clínica de um profissional competente e experiente constitui-se uma ferramenta muito poderosa e deve ser mais utilizada para tornar mais confiável qualquer observação cefalométrica. AVALIAÇÃO DO POSICIONAMENTO DA MAXILA, ATRAVÉS DO ÂNGULO NASOLABIAL, ANTES E APÓS O USO DO HERBST MELO PRR, PEREIRA TBJ, PEREIRA TJ Faculdade de Odontologia da PUC Minas O aparelho de Herbst foi introduzido por Emil Herbst em 1905, e, reintroduzido por Pancherz em 1979. O Herbst é um aparelho funcional fixo, apresenta um dispositivo telescópico bilateral, para o tratamento da maloclusão de classe II por retrusão mandibular. Possui uma série de vantagens em comparação aos removíveis, atuam 24 horas por dia, não dependem de colaboração, o tempo de tratamento é de 6 a 8 meses em adolescentes e, 10 a 12 em adultos jovens. É contra-indicado em pacientes sem crescimento e com protrusão maxilar. McNamara (1981) relatou que na classe II era mais freqüente encontrar uma maxila normal ou retruída do que protruída. Holdaway (1983) critica os ortodontistas em relação às mudanças do lábio superior, quando tratados ortodonticamente. Martins et al. (1994), avaliaram o aparelho de Herbst e observaram na maxila um pequeno redirecionamento ou inibição de seu deslocamento anterior. Ursi et al. (1999) realizaram comparação cefalométrica entre os aparelhos extrabucal cervical, Frankel e Herbst. Concluíram que o Herbst restringe o deslocamento anterior da maxila, mas que é menos significante em relação aos outros aparelhos removíveis. Este trabalho tem como objetivo avaliar o posicionamento da maxila, através do ângulo nasolabial, antes e após o uso do Herbst. Foram selecionados 26 pacientes, de ambos os gêneros, com idade média de 12 a 16 anos. O ângulo nasolabial foi medido através de uma fotografia de perfil, antes e após o tratamento. De acordo com os resultados obtidos, o ângulo nasolabial praticamente permaneceu o mesmo, não alterando a relação do lábio superior. Arquivo Brasileiro de Odontologia 56 A RELAÇÃO ENTRE CURVA DE CRESCIMENTO ESTATURAL E O FECHAMENTO DA MORDIDA ABERTA ANTERIOR SANTOS VR, JÚNIOR OS Escola de Aperfeiçoamento Profissional da ABO-MG O estudo, baseado na literatura, apresenta o comportamento da mordida aberta anterior, em pacientes do curso de Ortopedia Funcional dos Maxilares da EAP/ABOMG (Associação Brasileira de Odontologia), com uso exclusivo de aparelhos ortopédicos funcionais, e sua relação com o crescimento estatural. Os resultados permitiram concluir que a amostra estudada, apresentou uma relação indireta entre o crescimento estatural e ao fechamento da mordida aberta anterior. Contudo, demonstrou-se, que houve fechamento da mordida aberta independente de sexo, ou idade em que se encontravam os indivíduos da amostra, em torno de 83,85%. Em casos em que a má oclusão em questão era mais discrepante ou mais severa os resultados finais foram mais satisfatórios e em casos em que a má oclusão não era assim tão evidente, ou discrepante, os resultados foram menos evidentes que os anteriores. Esta diminuição da mordida aberta anterior, deveu-se ao uso dos aparelhos ortopédicos funcionais, tendo pouca relação com o crescimento estatural, pois em indivíduos em que já havia cessado o crescimento estatural ou naqueles em que o crescimento não foi tão significativo, mesmo assim houve alteração no overbite, e consequentemente o fechamento da mordida aberta anterior. CARACTERIZAÇÃO FONOAUDIOLÓGICA DOS PACIENTES ORTO-CIRÚRGICOS ATENDIDOS NO CENTRARE BRAGA APG, FRAGA F, BELO FD, CARDOSO MF, CRUZ RC, NEVES SF Centro de Tratamento e Reabilitação de Fissuras Labiopalatais e Deformidades Craniofaciais/PUC Minas/Hospital da Baleia Pacientes com deformidades dentofaciais apresentam distúrbios miofuncionais orofaciais e cervicais relacionados com o tipo de deformidade que apresentam. Além desses distúrbios verifica-se também a presença de sinais e sintomas de disfunção temporomandibular e hábitos orais deletérios. O objetivo do estudo foi caracterizar os distúrbios fonoaudiológicos apresentados pelos pacientes orto-cirúrgicos, na fase pré-cirúrgica. Foi realizada a coleta de dados nos prontuários dos pacientes atendidos pela Fonoaudiologia no setor de Cirurgia Buco-maxilo-facial. Dos 16 pacientes que foram atendidos no pré-cirúrgico, 62,5% eram do gênero masculino e 37,5% do feminino, sendo que 31,25% apresentaram queixa funcional, enquanto 18,75% queixa estética e 50% queixa estética e funcional. Quanto aos sinais e sintomas de disfunção têmporomandibular verificou-se a presença de pelo menos 3 destes em 31,25% de pacientes. Foi verificada hipofuncionalidade de língua, bochechas e lábios em 93,75%, 81,25% e 68,75% dos pacientes, respectivamente; 100% dos pacientes apresentaram alteração de mastigação e deglutição; 63,25% dos avaliados apresentaram alguma alteração de fala. Os pacientes apresentaram queixas funcionais, presença de hábitos orais, sinais e sintomas de disfunção temporomandibular, e alterações significativas em relação à musculatura orofacial e funções orais, justificando-se a importância da participação fonoaudiológica na equipe interdisciplinar que trata estes pacientes, desde o pré-cirúrgico. A INFLUÊNCIA DO SORRISO NA INSERÇÃO SOCIAL DE CRIANÇAS FONSECA Jr AM, MACIEL KF, CAIXETA DT Faculdade de Odontologia da UFMG Este estudo buscou conhecer a percepção quanto à aparência bucal de um grupo de alunos, na faixa etária de 9 e 10 anos, da 4a série de uma escola pública de Belo Horizonte e como isso influenciaria a inserção social das crianças. O trabalho desenvolveu-se por meio de entrevista com 42 crianças na qual eram utilizadas 5 fotos. Uma ordem de preferência era pedida para a criança em relação a cada uma das seis perguntas que lhes eram feitas. Ao final das respostas procurava-se saber o porquê das primeiras e últimas escolhas. A análise dos fatos foi feita considerando-se os gêneros masculino e feminino. Os resultados mostraram que a preferência como primeira opção foi pela foto que apresentava dentes aparentemente normais e como última opção ficou a foto que apresentava dentes anteriores cariados. Também foi dada a opção ‘’qualquer um’’ para as crianças quando elas achassem que uma foto não deveria ser escolhida em detrimento de outra. Sua escolha foi substancial somente para algumas perguntas. Concluiu-se que a estética é um fator importante nas relações sociais entre as crianças, sendo esse fato constatado pela prevalência de escolhas da foto que apresentava dentes aparentemente normais como primeira opção. É importante enfatizar a semelhança do número de respostas entre os dois gêneros, o que nos mostra com um de nossos resultados a importância que vem sendo dada à aparência também pelo sexo masculino. AVALIAÇÃO DA ALTERAÇÃO DIMENSIONAL LINEAR DE MODELOS EM FUNÇÃO DO TIPO DE ALGINATO E DO TEMPO DE VAZAMENTO TEIXEIRA FILHO JM, PEREIRA AH, NASCIMENTO PRG, JANSEN WC Faculdade de Odontologia da PUC Minas Para o alginato, o vazamento deve ser imediato após a obtenção molde, evitando alteração dimensional. Segundo o fabricante do alginato Kromopan 100®, os moldes armazenados em sacos de plástico permitem um vazamento tardio. Procurou-se comprovar esta vantagem e testar o método de armazenamento em outras marcas. A partir de um modelo mestre, demarcado com 2 pontos anteriores e 2 posteriores localizados na crista do rebordo obteve-se as distâncias A, B, C e D, em milímetros. Sessenta moldes com três marcas comerciais de alginato foram obtidos e divididos em 3 grupos (n=20). Cada grupo foi subdividido (n=10) de acordo com o tempo de vazamento: imediato ou tardio. O vazamento tardio ocorreu 100 horas após a obtenção do molde sendo o mesmo armazenado em saco plástico hermeticamente fechado. Através de um paquímetro digital, as medidas foram realizadas por três examinadores. O modelo mestre apresentou como média: A:32,79; B:43,32; C:24,78 e D:28,65. No Grupo Kromopan 100® as médias para o vazamento imediato foram de: 32,79; 43,49; 24,81; 28,62 e para o tardio: 32,77; 43,53; 24,89; 28,64, respectivamente. Para o Grupo Hidrogum® as médias foram para o vazamento imediato: 32,75; 43,50; 24,79; 28,63 e para o tardio: 32,81; 43,53; 24,81; 28,68. Já para o Grupo Jeltrate® o vazamento imediato apresentou: 32,80; 43,41; 24,85; 28,71 e para o tardio: 32,77; 43,41; 24,84; 28,69. A análise pelo teste t-Student mostrou não haver diferença estatisticamente significante entre os vazamentos imediato e tardio, exceto entre as medidas C do grupo Kromopan 100® e as medidas A e D do grupo Hidrogum®. UTILIZAÇÃO DE UM HIDROCOLÓIDE IRREVERSÍVEL POR ACADÊMICOS DA PUCMINAS VIDIGAL BCL, AKAKI E, ANDRADE MO Faculdade de Odontologia da PUC Minas O alginato é um dos materiais de moldagem mais utilizados em Odontologia. Trata-se de um hidrocolóide irreversível, cuja técnica de utilização é bastante sensível, exigindo rigor na realização de procedimentos de moldagem e obtenção de modelos. O presente estudo se propôs a mensurar e avaliar os procedimentos de moldagem e obtenção de modelos com esse material realizado por 85 alunos do último ano de graduação da Faculdade de Odontologia da PUC Minas. Foi aplicado questionário abordando aspectos relacionados à correta utilização do alginato: proporção água/pó, manipulação, desinfecção, armazenamento e vazamento de gesso para obtenção de modelos. Constatou-se que a maioria dos alunos (61,2%) proporciona água/pó indevidamente. Dos 85 acadêmicos entrevistados 70,6% realizam a desinfecção do molde, somente 25% o fazem em ambiente fechado e 41,7% fazem o controle do tempo de desinfecção. Com relação ao vazamento de gesso para obtenção de modelos, somente 60% fazem uso do vibrador e deixam a reação de presa ocorrer ao ar livre, não fazendo uso de um umidificador e 58,8% fazem remoção do modelo após 45 minutos, tempo preconizado pela literatura. Os resultados mostraram que os acadêmicos não fazem uso correto do hidrocolóide irreversível por negligencia ou desconhecimento das propriedades inerentes a esse material moldador, tornando-se necessária uma maior conscientização da importância desse conhecimento para a obtenção de trabalhos mais fiéis e adequados. Arquivo Brasileiro de Odontologia 57 CASOS CLÍNICOS Apresentação oral DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE CARTILAGEM TRITÍCEA COM DOENÇA ATEROESCLERÓTICA – ATEROMA histopatológicos, o diagnóstico foi de pênfigo vulgar. O paciente foi submetido ao tratamento com corticosteróide. Inicialmente foi prescrito o uso de uma ampola de Disprospam intramuscular, com o objetivo de regressão rápida das lesões e controlar a dor do paciente, para que o mesmo pudesse se alimentar melhor. Posteriormente uso de predinisona 60mg/dia por 30 dias, em seguida 40mg/dia por 2 meses e 20mg/dia por mais 2 meses. Atualmente, o paciente encontra-se em acompanhamento. SILVA AIV, OLIVEIRA WL, ÁLVARES JFT, MANZI FR Faculdades de Odontologia da PUC Minas e UNICAMP A radiografia panorâmica continua sendo o exame mais solicitado pelo cirurgião dentista. Embora, mesmo nos aparelhos mais modernos, seja um método radiográfico que tem como desvantagem à ampliação de imagem, tem-se como ponto positivo o fato de que a imagem reproduzida corresponde a uma grande área, abrangendo os maxilares e estruturas circunvizinhas, como a articulação temporomandibulares, as fossas nasais e órbita. Com certa freqüência, o Radiologista pode observar a presença de imagens radiopacas localizadas em áreas de tecido mole. Dentre tantas estruturas anatômicas e entidades patológica que fornecem tais imagens, a imagem de um ateroma, calcificação na artéria carótida, e das cartilagens tritíceas, localizadas nos ligamentos tireohioideos, fornecem imagens na radiografia panorâmica muito semelhante quanto ao tamanho, à forma, à radiopacidade e, principalmente, à localização, região do pescoço no espaço intervertebral C3 e C4. Com base na literatura e ocorrência de casos nas Clínicas de Radiologia das Faculdades de Odontologia de Piracicaba – UNICAMP e PUC Minas, o objetivo deste trabalho é elucidar os profissionais no procedimento de diagnóstico dessas condições, pois se houver um diagnóstico incorreto, não será possível de identificar um paciente de risco em desenvolver um acidente vascular cerebral. PÊNFIGO VULGAR: RELATO DE CASO CLÍNICO ANDRADE BAB, AMORMINO SAF, MARIGO HA Faculdade de Odontologia da PUC Minas Paciente W.G.F, sexo masculino, leucoderma, 26 anos, compareceu à clínica de Estomatologia da FOPUC-MG, para avaliação de lesões vesículo-bolhosas, sintomáticas na cavidade oral. Estas apresentavam um tempo de evolução de quatro meses, sendo que o primeiro sinal foi uma dor de garganta. Posteriormente, apareceu uma “ferida” no palato e múltiplas lesões bolhosas dolorosas. No exame intra-oral observou-se a presença de poucas lesões vesículobolhosas, com tendência a romperem facilmente, de diâmetros variáveis, de conteúdo seroso claro e sanguinolento. Havia várias áreas de erosões e ulcerações superficiais irregulares. Estas lesões localizavam-se no 1/3 posterior do palato duro, palato mole, orofaringe, lábio superior e inferior, mucosa jugal bilateralmente, dorso e ventre lingual, assoalho bucal e rebordos alveolares. Diante do quadro clínico, as hipóteses diagnósticas foram: pênfigo vulgar, penfigóide benigno de mucosa e líquen plano erosivo. E para a confirmação do diagnóstico, realizou–se a biópsia perilesional na região do lábio superior. Com base nos achados clínicos e Arquivo Brasileiro de Odontologia 58 PERIOSTITE PROLIFERATIVA: RELATO DE CASO ANDRADE BAB, BONISSON LA, LEAL RM, CAPISTRANO HM, MARIGO HA Faculdade de Odontologia da PUC Minas A paciente DSO, sexo feminino, feoderma, 13 anos de idade, apresentou-se à clínica de Estomatologia da FOPUC Minas queixando-se de um discreto aumento de volume na região posterior da mandíbula do lado esquerdo. Durante a anamnese nenhuma alteração de ordem sistêmica foi relatada, apenas dor no dente 36, há um ano atrás. Ao exame clínico intra-oral observou-se uma lesão de cárie extensa, comprometendo toda a coroa do dente 36 e uma tumefação, firme à palpação, próxima a região periapical. A mucosa adjacente encontrava-se com coloração e textura normais. O exame radiográfico periapical mostrou lesão de cárie envolvendo toda a câmara pulpar com comprometimento da região de furca. Foram feitas uma radiografia oclusal total de mandíbula e outra oclusal com filme periapical, do dente 36. Estas radiografias mostraram uma área radiopaca na cortical vestibular, bem delimitada com laminações concêntricas lembrando o aspecto de “casca de cebola”. Baseando-se na história clínica e nos achados radiográficos estabeleceu-se o diagnóstico de periostite proliferativa. Foi realizada a exodontia do dente 36, uma vez que não houve possibilidade de realizar o tratamento endodôntico e a restauração do mesmo. Aproximadamente 8 meses após a extração, a paciente apresentou completa cicatrização na área correspondente ao dente 36, sem qualquer tumefação clinicamente visível. Radiografias periapical e oclusal mostram uma completa remodelação óssea da região envolvida. DISPLASIA CEMENTO OSSEA FLORIDA: RELATO DE CASO CLINICO ALVES CR, MANZI FR Faculdade de Odontologia da PUC Minas A displasia cemento ósseo florida é uma lesão assintomática fibroóssea, na qual há a substituição de tecido ósseo por tecido conjuntivo fibroso e posteriormente, com a maturação da lesão, deposição de material mineralizado (cemento e osso) até atingir a fase final, o qual as trabéculas individuais e a massa de cemento e osso fundem-se, formando grandes massas lobulares. Aparece nas áreas dentadas dos maxilares. Sua etiologia ainda não está bem definida e geralmente não é necessária nenhuma forma de tratamento, exceto nas lesões mais agressivas e sintomáticas. Possui predileção por paciente do sexo feminino, melanoderma de meia idade. Radiograficamente, a lesão apresenta três aspectos: primeira fase de lise óssea proporcionando rarefação óssea periapical (radiolúcido), segunda fase ou cementoblástica caracterizada pela deposição de material mineralizado proporcionando uma imagem mista e fase final com grandes massas radiopacas. A biópsia é contra-indicada para evitar infecção de difícil tratamento. Será descrito um caso clinico de uma mulher negra de 46 anos, que procurou a clinica de radiologia a pedido do periodontista, para a realização de exames radiográficos. Após esses exames e o exame de vitalidade pulpar foi descoberto que ela possui displasia cemento óssea florida. Como tratamento, foi instituído o acompanhamento radiográfico e raspagem subgengival, devido a presença de periodontite. AMELOGÊNESE IMPERFEITA: RELATO DE CASO CLÍNICO MIRANDA DA, GUERRA MJC, SILVA R, DEVITO KL Faculdade de Odontologia da UFJF A amelogênese imperfeita constitui um grupo de anomalias estruturais do esmalte, de natureza ectodérmica e hereditária. Pode ser classificada em hipoplásico, hipocalcificado e hipomaturado. O artigo a seguir relata o caso clínico de um paciente de 21 anos que apresentou nos dentes anteriores (superfície vestibular) depressões profundas em forma de linhas e alterações morfológicas nos primeiros pré-molares. No exame radiográfico ainda foi verificada a presença de um pré-molar inferior extra-numerário. Considerando que a estética vem sendo prioridade no cotidiano da população, foi utilizado como terapêutica reabilitadora restaurações diretas com resina composta. FIBROMA CEMENTO-OSSIFICANTE PERIFÉRICO: RELATO DE CASO CLÍNICO GURGEL FC, AMARAL FR, MARIGO HA, RUSSO PL, SOUZA PEA Faculdade de Odontologia da PUC Minas Paciente MAA, 46 anos, sexo feminino, foi encaminhada para a Clinica de Estomatologia da Faculdade de Odontologia da PUC Minas para remoção de lesão hiperplásica na região da maxila direita, com tempo de evolução de 6 meses, apresentando rápido crescimento nos últimos 4 meses. A história médica não foi contribuitória. À ectoscopia, observou-se tumefação na região maxilar direita, sem sinais de inflamação evidentes e nem linfonodos infartados. À oroscopia, notou-se a presença de lesão nodular, pediculada, móvel, eritematosa, de consistência firme, com áreas ulceradas, apresentando tamanho aproximado de 6 cm de diâmetro. Foram realizadas radiografias panorâmica e oclusal da maxila, que evidenciaram restos radiculares e sugeriram a presença de material mineralizado no interior da lesão. A hipótese diagnóstica foi de lesão proliferativa não neoplásica. Foi realizada a biópsia incisional juntamente com a extração dos restos radiculares. O exame histopatológico mostrou a presença de fragmento de mucosa com intenso infiltrado inflamatório misto e com grande neoformação vascular, compatível com granuloma piogênico. Diante das características clínicas e radiográficas optou-se pela excisão cirúrgica da lesão para análise de toda peça cirúrgica. A avaliação microscópica mostrou fragmento de mucosa com tecido conjuntivo fibroso celularizado com trabéculas ósseas entremeadas por mineralizações compatíveis com cemento, levando ao diagnóstico conclusivo de fibroma cemento-ossificante periférico. DIAGNÓSTICO COMPLICADO DE SIALOLITO NA GLÂNDULA PARÓTIDA: RELATO DE CASO CLÍNICO GURGEL FC, MANZI FR, MARIGO HA, OLIVEIRA WL, VESPASIANO AI Faculdade de Odontologia da PUC Minas O sialolito é uma estrutura calcificada que se desenvolve no interior do sistema ductal salivar decorrente da precipitação de sais de cálcio e da falta de colóides protetores inibindo a secreção salivar. Preferencialmente, ocorre nas glândulas salivares maiores, com predileção pela glândula submandibular. O sialolito pode ser redondo, oval ou alongado variando de alguns milímetros até 2 cm ou mais de diâmetro.O diagnóstico desta patologia baseia-se no exame clínico e imaginológico: oclusal e extra-oral ultra-sonografias (US) e de sialografias, com introdução de contraste. A terapêutica varia de acordo com os tamanhos dos cálculos, quando pequeno pode-se realizar a estimulação do fluxo salivar (gotas de limão) e ordenha da glândula conseguimos a sua eliminação. Na presença de cálculos maiores deve-se realizar a remoção cirúrgica. Neste trabalho relata-se o caso da paciente JOM, 36 anos de idade, gênero feminino, que procurou atendimento médico, queixando-se de sensação dolorosa intensa na região de ângulo da mandíbula do lado direito, principalmente na hora da ingestão de alimentos ácidos, além de sentir dores na região da ATM desse mesmo lado. Esta foi encaminhada para a FOPUC Minas, devido não ser encontrado o diagnóstico exato. Sendo assim, para melhor avaliação, foram solicitados vários exames por imagem: radiografia panorâmica, AP de Towne, sialografia e ultra-sonografia, além da técnica oclusal de parótida na qual se detectou sialolito na glândula parótida do lado direito. TRATAMENTO DE REABSORÇÃO RADICULAR EXTERNA COM MTA. SUCESSO CONFIRMADO POR TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA. RELATO DE CASO NUNES E, SILVEIRA FF, SOARES JA, NUNES CAA Faculdade de Odontologia da PUC Minas Paciente R.C.A., 32 anos, relatou trauma na região anterior superior quando criança. Clinicamente foi observada presença de fístula,sendo ao exame radiográfico constatado reabsorção externa, provavelmente de origem interna, no terço médio da raiz do incisivo central superior direito. O prognóstico apresentava-se bastante Arquivo Brasileiro de Odontologia 59 desfavorável, tendo o paciente concordado em tentar a resolução com uma terapia conservadora. Após remoção da obturação previamente existente, foram feitas trocas periódicas de curativo com pasta de hidróxido de cálcio associado a soro fisiológico, constatando-se desaparecimento da fístula após a segunda troca. O canal foi obturado apenas no terço apical da raiz sendo o restante preenchido com MTA, com auxílio de microscópio cirúrgico. Controle de 75 meses comprovou o sucesso do tratamento , realizado-se exame clínico, radiografia periapical e tomografia computadorizada, onde observou-se ossificação normal nos septos ósseos interdentais. MOLAR SUPERIOR COM DOIS CANAIS INDEPENDENTES NA RAÍZ DISTO-VESTIBULAR: RELATO DE TRATAMENTO ENDODÔNTICO MAGALHÃES RRSM, NUNES E, SILVEIRA FF, SOARES JA Faculdade de Odontologia da PUC Minas A variabilidade na configuração anatômica do sistema de canais radiculares representa um desafio ao diagnóstico e tratamento endodôntico. A maioria das variações anatômicas nos molares permanentes superiores se relaciona com o número de canais na raiz mésio-vestibular, sendo a não obturação do canal acessório um fator importante no insucesso. A detecção de canais radiculares adicionais ou outras irregularidades apresenta algumas regras básicas: 1. avaliação radiográfica criteriosa; 2: adequado conhecimento da existência de possíveis canais adicionais; 3: investigação cuidadosa do assoalho pulpar usando dispositivos de ampliação, como lupa ou microscópio cirúrgico. Será apresentado um caso clínico de tratamento endodôntico em primeiro molar superior com cinco canais, sendo observados dois canais com forames independentes na raiz disto-vestibular. ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR ACELERADA – PLANEJAMENTO E ESTRATÉGIAS PARA ACELERAR O TRATAMENTO ORTODÔNTICO DE UM PACIENTE ADULTO COM NECESSIDADE INTERDISCIPLINAR BRANT JCO Faculdade de Odontologia da PUC Minas O conhecimento e o domínio da mecânica ortodôntica, por si só, podem não ser suficientes para preencher as expectativas de alguns pacientes que necessitam receber tratamento ortodôntico, mas não estão dispostos a se submeter a um longo período de utilização de aparatologia fixa. A integração entre diversas especialidades permite que, de maneira lógica e fundamentada em evidências científicas, seja estabelecido o planejamento ortodôntico acelerado por corticotomia e, concomitantemente com a movimentação ortodôntica. Outros procedimentos de especialidades correlatas podem ser aplicados, reduzindo assim o tempo total do tratamento. Neste trabalho, será apresentado o planejamento e as estratégias interdisciplinares envolvidas no tratamento ortodôntico de um paciente adulto com maloclusão de Classe I e severo apinhamento, Arquivo Brasileiro de Odontologia 60 e que apresentava a necessidade de intervenção periodontal, cirúrgica, implantodôntica e protética, cujo tratamento total durou apenas 6 meses. DISTRAÇÃO OSTEOGÊNICA MANDIBULAR NA CORREÇÃO DE UMA SEVERA MALOCLUSÃO DE CLASSE II: RELATO DE UM CASO CLÍNICO BRANT JCO Faculdade de Odontologia da PUC Minas Atualmente, a distração osteogênica craniofacial é um dos tópicos mais intrigantes da Ortodontia e da Cirurgia Oral e Maxilofacial. Essa técnica, utilizada ao longo de décadas para o alongamento ósseo, tem atraído a atenção sobre a possibilidade de ser aplicada no alargamento e alongamento mandibular, distração alveolar, distração maxilar, do terço médio da face e distração craniana. Assim, sua atuação se aplica em uma série de distúrbios do complexo craniofacial. A distração osteogênica mandibular pode ser um dispositivo auxiliar no tratamento de pacientes adultos com anomalias esqueléticas, que se submeteriam a um tratamento combinado ortodôntico/cirúrgico. Neste trabalho, será apresentado o tratamento de um paciente adulto com severa maloclusão de Classe II, divisão 1 no qual procedeu-se a abordagem interdisciplinar de Ortodontia, associada a distração osteogênica mandibular, e não uma tradicional osteotomia sagital bilateral. ANODONTIA EM CLIENTE DE 15 ANOS DE IDADE, TRATADA COM IMPLANTODONTIA, APÓS RADIOGRAFIA DE PUNHO E INTRUSÃO ORTODÔNTICA PARA RECUPERAÇÃO DO ESPAÇO PROTÉTICO MONTEIRO MAO, FONSECA LG Faculdade de Odontologia da PUC Minas Cliente do sexo feminino, L.M.M., nascida em outubro/1990, residente em Brasília – D.F., procurou-nos no consultório em abril/ 2000 apresentando anodontia dos seguintes elementos: 37, 38, 47, 18, 28. Optamos por acompanhar clinicamente o crescimento da cliente através de medidas da estatura, para futuramente colocarmos um implante na região do 37. Acompanhamos também a erupção e mesialização do 48 que serviria como antagonista do 17, concomitantemente ao uso de uma placa de bruxismo superior para tentar evitar a erupção passiva do 27, que não tinha antagonista. Apesar das recomendações, a cliente não fez uso adequado da placa, o que culminou na perda de espaço protético na região do 37, onde planejávamos fazer uso da implantodontia. Decidimos em fevereiro de 2006, após radiografia de punho que confirmou o final do processo de crescimento, fazer a cirurgia de implantodontia na região do 37 e indicar a cliente para intrusão ortodôntica do 27 para recuperarmos o espaço protético. Finalmente, após todos esses passos, parafusamos uma prótese sobre implante metalo-cerâmica na região do 37, com altura e oclusão adequadas. TÉCNICA LINGUAL: UM “UP-GRADE” EM ORTODONTIA ESTÉTICA ETO LF, TITO MQ UNIVERSIDADE DE ITAÚNA Será apresentada a técnica recém-lançada no Brasil: a Ortodontia Lingual. Serão abordados os conceitos básicos da técnica, suas características principais, indicações e contra-indicações, fase laboratorial, colagem indireta e casos para ilustrar a mesma. SINDROME DE EAGLE: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO CARDOSO FO, ASSUNÇÃO CA, TASSARA LFR, OLIVEIRA DRF, MANZI FR Hospital Maria Amélia Lins e PUC Minas A Sindrome de Eagle é caracterizada pelo alongamento do processo estilohioideo ou a calcificação do ligamento estilohioideo que podem ocasionar uma serie de sintomas como disfagia, dor facial, otalgia, zumbido e trismo. O processo estilohioideo é uma fina projeção óssea que origina na porção timpânica do osso temporal. A mineralização do complexo estilohioideo é relativamente comum, mas os casos sintomáticos são bastante raros. A radiografia panorâmica e a tomografia computadorizada (TC) são exames complementares importantes para o auxilio diagnóstico desta síndrome. Existem duas formas de tratamento relatados na literatura, o clínico e o cirúrgico (com acesso intra ou extra-oral), sendo o cirúrgico o mais efetivo e satisfatório, apresentando melhora clinica do paciente ainda no período pós-operatório. Será relatado um caso de um paciente de 54 anos de vida que compareceu ao ambulatório de cirurgia bucomaxilofacial, no Hospital Maria Amélia Lins, Belo Horizonte-MG, relatando sensação de “corpo estranho na garganta” e dor na região do pescoço durante a movimentação. No exame clínico não se observou aumento de volume e na técnica da palpação faringeana e qualquer alteração da normalidade. Foi realizado radiografia panorâmica e Antero-posterior de Towne que apresentaram imagens sugestivas de alongamento do processo estilohioideo bilateral. Para melhor avaliação, foi solicitada uma TC, que confirmou o diagnóstico de Sindrome de Eagle. Sob anestesia geral, realizou-se remoção cirúrgica do processo estilohioideo alongado do lado esquerdo, onde os sintomas eram mais evidentes. No período pós-operatório imediato o paciente relatou o desaparecimento de todos os sintomas optando pelo tratamento conservador do lado direito. RINÓLITO: RELATO DE CASO ASSUNÇÃO CA, CARDOSO FO, GABARDO MP, RODRIGUES OS, MANZI FR Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP Quando sais de cálcio são depositados ao redor de algum corpo estranho alojado dentro da cavidade nasal, uma massa mineralizada é formada, sendo denominada de rinólito. Os objetos encontrados no nariz, na maioria das vezes são exógenos (botão, semente), mas também podem ser endógenos (muco, fragmento de osso). Se não forem desalojados, eles aumentam lentamente de tamanho, como resultado de uma mineralização contínua e podem ser assintomáticos, sendo descobertos acidentalmente em radiografias dentárias, ou sintomáticos, quando em maior tamanho. Os rinólitos apresentam grande variedade de forma, tamanho e radiopacidade. Para sua exata localização vários exames radiográficos, de diferentes angulações, são necessários. O tratamento indicado é a remoção cirúrgica da lesão. Será relatado um caso clínico, de uma menina de 09 anos de idade, que após a realização de uma radiografia panorâmica para iniciar um tratamento odontológico observou-se uma imagem radiopaca próxima à cavidade nasal. Após avaliação de história clínica da paciente, assim como, avaliação de exames radiográficos periapical, oclusal e telerradiografia de perfil, foi obtido o diagnóstico de rinólito, sendo a paciente encaminhada para otorrinolaringologista para remoção cirúrgica da lesão. LIPOMA – CASO CLÍNICO SILVA CA, DE MELO CR, BARBOSA FPF SILVA JG, LEAL RM, CAPISTRANO HM Faculdade de Odontologia da PUC Minas Paciente NAC, sexo feminino, feoderma, 31 anos de idade, foi examinada na clínica de Estomatologia apresentando um nódulo medindo 1 cm de diâmetro, de base séssil, móvel, de coloração amarelada, superfície lisa com vasos sanguíneos superficiais visíveis, assintomático localizado no vestíbulo bucal próximo aos dentes anteriores inferiores. A lesão estava presente aproximadamente há dois meses. Pelo aspecto clínico observado estabeleceu-se um diagnóstico provável de Lipoma. Foi realizada uma biópsia excisional. O material flutuou ao ser colocado em um frasco contendo uma solução de formol a 10%, fato este que veio confirmar a hipótese clinica de um lipoma. O exame microscópico revelou uma massa de tecido adiposo maduro sustentado por um escasso tecido conjuntivo fibroso. DISPLASIA CEMENTÁRIA PERIAPICAL: CASO CLÍNICO MACHADO LM, LEAL RM, SANTIAGO MO Faculdade de Odontologia da PUC Minas Pacientes N.F. e N.F., gêmeas, do sexo feminino, 38 anos de idade, melanodermas, foram atendidas na disciplina de Clínica Integrada da Faculdade de Odontologia da PUC Minas para tratamento odontológico. Após exame radiográfico de rotina foram observadas áreas radiopacas bem definidas no ápice dos quatro incisivos inferiores. Ao exame clínico, as pacientes apresentavam os dentes 31, 32, 41 e 42 hígidos com vitalidade pulpar e nenhum aumento de volume na região periapical anterior. Durante a anamnese, as pacientes foram questionadas sobre a presença de sintomatologia dolorosa, traumatismo local ou ocorrência familiar, negando a existência destes fatos. A radiografia panorâmica mostrou áreas radiopacas apenas nos ápices dos incisivos inferiores. Foram Arquivo Brasileiro de Odontologia 61 informadas da condição, não foi realizado nenhum tratamento, apenas o acompanhamento periódico. RECONSTRUÇÃO DO OSSO FRONTAL UTILIZANDO POLIMETILMETACRILATO ATRAVÉS DA TÉCNICA DA INSERÇÃO DIRETA: RELATO DE CASO MONTEIRO RR, CARDOSO FO, DINIZ LT, MAIA BF Hospital Maria Amélia Lins e PUC Minas As cirurgias corretivas ou cirurgias de reconstrução tem como objetivo a correção das deformidades faciais causadas por patologias ou por traumas. A conduta terapêutica visa atender princípios como o estabelecimento da harmonia facial, oclusão dentaria funcional, estabilidade, assim como o restabelecimento da estética e da função. Atualmente, existem à disposição do cirurgião bucomaxilo-facial, diversas técnicas e materiais para reconstrução das deformidades faciais. Este trabalho tem por objetivo apresentar um caso clinico de uma cirurgia de reconstrução de defeito bicortical no osso frontal na qual foi utilizado o polimetilmetacrilato como material de preenchimento, através da técnica direta, assim como discutir algumas técnicas e materiais disponíveis hoje. TRANSPLANTE DENTÁRIO AUTÓGENO: RELATO DE CASO RESENDE RG, ALBUQUERQUE RC, CASTRO WH Faculdade de Odontologia da UFMG Paciente E.V.S., 18 anos, feoderma, sexo feminino, compareceu ao Serviço de Cirurgia Bucal da FO/UFMG para avaliação do dente 36. Ao exame físico e radiográfico observou-se a presença de extensa lesão cariosa que impossibilitava a realização de tratamento restaurador do mesmo. Na oportunidade, observou-se ainda a presença do terceiro molar inferior esquerdo incluso. Após a avaliação do caso, optou-se pela exodontia do dente 36 e transplante do dente 38 para o alvéolo do primeiro molar inferior esquerdo. A técnica de transplante utilizada foi a de “dois estágios”. Uma avaliação após 20 meses, mostrou o dente transplantado com uma implantação satisfatória no “alvéolo receptor”, com o periodonto associado com aspecto de normalidade, mobilidade fisiológica, revascularização pulpar e crescimento radicular. A INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NO DESLOCAMENTO DO DISCO COM REDUÇÃO E NA MIALGIA: UM ESTUDO DE CASO pacientes com desordem da musculatura mastigatória, que possui como principal sintoma a dor em função, que pode estar associada a sensação de fadiga e tensão muscular. O objetivo deste trabalho é relatar o caso de um indivíduo do sexo feminino, 25 anos, auxiliar de vendas, com diagnóstico de mialgia e DD com redução. A paciente apresentava dor na região da ATM, musculatura mastigatória, estalido e desvios durante a abertura da boca. As medições de abertura, lateralidade, protusão foram feitas através do uso do paquímetro manual e a mensuração da intensidade da dor foi realizada através da escala visual análoga (EVA). Foram realizadas um total de 14 sessões de fisioterapia, com freqüência de 1 sessão por semana, com duração média de 50 minutos na Clínica do projeto interdisciplinar de Dor Orofacial e Disfunção Temporomandibular da PUC Minas, durante o período de 08/03/2006 a 22/11/2006. O tratamento incluía técnicas de terapia manual, cinesioterapia, propriocepção além de orientações domiciliares que mostraram serem efetivos na melhora da sintomatologia da paciente. CASOS CLÍNICOS Apresentação em painel OSSIFICAÇÃO COMPLETA DA CADEIA ESTILÓIDE. ASPECTOS MORFOLÓGICOS E RADIOLÓGICOS EM ACHADO ANATÔMICO ASSOCIADOS A APLICAÇÕES CLÍNICAS FERREIRA NS, MANZI FR, MAZZIEIRO ET, VILAÇA FR UNIVALE e PUC Minas A cadeia estilóide ou complexo estilohióideo se definem estruturalmente pela porção timpânica do osso temporal, pelo processo estilóide, pelo ligamento estilohióideo e pelo corno menor do osso hióide. A ossificação de algumas destas partes de forma isolada ou em conjunto não é fato raro. Já a ossificação total de toda a cadeia estilóide é menos comum. Este trabalho relata um caso raro de achado anatômico em que a ossificação se mostrou de forma completa e bilateral. São mostrados os aspectos da morfologia óssea, os aspectos radiográficos em radiografias convencionais e as principais alterações clínicas que podem ocorrer diante desta alteração. O Cirurgião Dentista e outros profissionais da saúde devem estar atentos aos exames radiográficos e estruturais desta região para a execução de diagnósticos clínicos mais precisos. Também devem estar atentos para a compreensão da sintomatologia desta e de outras alterações que podem ocorrer nesta região anatômica e confundir o diagnóstico. Sendo assim, estarão aptos a indicar tratamentos mais eficazes, menos onerosos e atraumáticos para os pacientes. PEREIRA AM, MIRANDA JS, ISAAC DB Curso de Fisioterapia - PUC Minas ASPECTO RADIOGRÁFICO NÃO USUAL DE DISPLASIA FIBROSA MONOSTÓTICA O deslocamento do disco (DD) ocorre devido a uma relação anormal do disco com o côndilo articular, fossa e eminência articular. O DD com redução ocorre quando há recaptura do disco durante a abertura e ao exame clínico pode ser observado estalido, desvios durante a abertura, associado ou não a dor. A mialgia é uma queixa comum dos CARDOSO FO, ASSUNÇÃO CA, TASSARA LFR, MAIA BF, MANZI FR Faculdade de Odontologia da PUC Minas Arquivo Brasileiro de Odontologia 62 A displasia fibrosa é uma condição de desenvolvimento, semelhante a tumor, considerada uma lesão fibro-óssea. È caracterizada pela substituição de osso normal pela proliferação excessiva de tecido conjuntivo fibroso com trabéculas ósseas irregulares. O tipo monostótica consiste no surgimento da lesão em apenas um dos ossos da face, sendo esta forma a mais freqüente (80%) e menos severa. Dos ossos faciais, a maxila é a mais afetada, não havendo predileção por sexo. Possui crescimento lento, assintomático e o principal sinal clinico é o aumento de volume na região da lesão. Envolve com maior freqüência a cortical vestibular e raramente a lingual. Radiograficamente, a lesão apresenta a imagem opacificada com aspecto de “vidro fosco”, normalmente mal delimitada. Histologicamente, apresenta trabéculas irregulares de osso imaturo em um estroma fibroso celular, frouxamente organizado. A terapêutica recomendada para esta lesão consiste quase sempre no procedimento cirúrgico conservador e observação clinica. Será relatado um caso onde a paciente A.M.F., 24 anos de idade, compareceu ao Curso de Especialização de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, da PUC Minas para avaliação de imagem sugestiva de lesão cística, próxima ao dente 48. Foram realizados novos exames por imagem, incluindo radiografias periapicais, oclusais, panorâmica, além da tomografia computadorizada com cortes axiais e reconstruções coronais, sagitais e 3D para auxilio do diagnostico, que demonstrou a imagem de “vidro fosco” em região de corpo mandibular direito, compatível com displasia fibrosa. Assim, o tratamento proposto foi de acompanhamento radiográfico periódico, por não apresentar sintomatologia e assimetria facial. ASPECTO RADIOGRÁFICO E TOMOGRÁFICO DE MIXOMA ODONTOGÊNICO TASSARA LFR, CARDOSO FO, ASSUNÇÃO CA, OLIVEIRA DRF, MANZI FR Hospital Maria Amélia Lins e PUC Minas O mixoma odontogênico é considerado uma neoplasia benigna, podendo se situar em tecido ósseo e também em tecido moles como língua, lábio inferior, bochecha, soalho bucal e músculo masseter. O mixoma origina-se principalmente dos componentes mesenquimais que formariam a papila dentaria. Possui crescimento lento, assintomático e expansivo. Quando a lesão esta associada a dente é rara a reabsorção radicular e não há perda da vitalidade pulpar. Acomete preferencialmente indivíduos da segunda ou terceira década de vida, não havendo predileção por sexo ou raça, sendo a mandíbula a região mais afetada. Radiograficamente apresenta imagem radiolúcida, uni ou multilocular, com lojas de tamanho variáveis, dando o aspecto de “bolhas de sabão” ou “favos de mel”. Histologicamente o tumor não é encapsulado, o seu crescimento envolve o tecido ósseo de maneira infiltrativa, sem delimitação precisa sendo formado por tecido conjuntivo. As células tumorais apresentam processos citoplasmáticos longos e afilados, semelhantes as células do reticulo estrelado da papila dental. O tratamento esta limitado a remoção cirúrgica seja. Será relatado um caso clinico onde o paciente A.R.F., 35 anos de idade, compareceu ao ambulatório de cirurgia bucomaxilofacial, no Hospital Maria Amélia Lins, em Belo Horizonte – MG, com queixa de aumento de volume em mandíbula. O paciente apresentava dois resultados de exame anátomo-patológico diferentes, sendo um de mixoma odontogênico e o outro de fibroma ossificante periférico. Foi realizado exame radiográfico panorâmico e uma tomografia computadorizada com cortes axiais e coronais. Uma nova biopsia incisional foi realizada, onde o exame anátomo-patológico foi de mixoma odontogênico. Assim foi realizada a remoção cirúrgica da lesão, preservando a região basilar da mandíbula. O paciente se encontra em controle clinico e radiográfico pós-operatório. ASPECTOS CLÍNICO, RADIOGRÁFICO E TOMOGRÁFICO DO CISTO DO DUCTO NASOPALATINO TASSARA LFR, CARDOSO FO, ALMEIDA D, REHER P, MANZI FR Faculdade de Odontologia da PUC Minas O cisto do ducto nasopalatino é o cisto não-odontogênico da cavidade oral mais comum, ocorrendo em cerca de 1% da população. Acredita-se que o cisto se origine de remanescentes do ducto nasopalatino, uma estrutura embrionária que liga as cavidades oral e nasal na região do canal incisivo. Este cisto possui predileção pelo sexo masculino e acomete indivíduos entre a quarta e sexta década de vida. A maioria destas lesões é assintomática, mas tumefação, drenagem e dor podem ser observados. É rara a reabsorção radicular e possui recidiva baixa. Radiograficamente apresenta imagem radiolúcida, unilocular bem delimitada, na região anterior da maxila entre os ápices dos incisivos centrais, podendo apresentar a clássica forma de coração, resultante da sobreposição da espinha nasal. Histologicamente esta lesão possui um revestimento epitelial muito variável, podendo ser constituído de epitélio escamoso estratificado (mais comum), epitélio colunar pseudo-estratificado, epitélio colunar simples e epitélio cúbico simples. Células caliciformes e ciliadas podem esta associada ao revestimento epitelial. O tratamento consiste em enucleação cirurgia da lesão e acompanhamento radiográfico no pós-operatório. Será relatado um caso de um paciente de 69 anos de idade, que foi encaminhado para o Curso de Especialização de Cirurgia Bucomaxilofacial da PUC Minas, para avaliação de uma imagem radiolúcida em região anterior da maxila. O paciente apresentava exames radiográficos e tomografia computadorizada com cortes axiais e coronais. Após avaliação clinica e radiográfica, o diagnóstico sugestivo foi de cisto do ducto nasopalatino. Assim foi realizada cirurgia para enucleação da lesão, onde o resultado do exame anátomo-patológico confirmou o diagnóstico. CICATRIZ CALCIFICADA DE ACNE: RELATO DE CASO ASSUNÇÃO CA, CARDOSO FO, GABARDO MP, ALMEIDA SM, MANZI FR Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP O grupo de desordens que possui várias formas de depósito de sais de cálcio no tecido mole é conhecido como calcinose cutânea, sendo que as cicatrizes calcificadas fazem parte desse grupo, onde a formação de tecido conjuntivo, que repara a substância perdida Arquivo Brasileiro de Odontologia 63 USO DA TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA NA AVALIAÇÃO DA RELAÇÃO DO 3º MOLAR INFERIOR COM O CANAL MANDIBULAR patologia baseia-se no exame clínico e imaginológico: oclusal e extra-oral, ultra-sonografias (US) e de sialografias, com introdução de contraste. A terapêutica varia de acordo com os tamanhos dos cálculos, quando pequeno somente através da estimulação do fluxo salivar (gotas de limão) e ordenha da glândula conseguimos a sua eliminação. Na presença de cálculo não removido com a manobra anterior, sua remoção será cirúrgica. Neste trabalho relata-se o caso da paciente MVL, 36 anos de idade, sexo feminino que procurou a Clinica de Estomatologia da Faculdade de Odontologia da PUC Minas, queixando-se de um aumento de volume na região de ângulo da mandíbula do lado esquerdo, além de dor quando se alimentava de algo ácido (limão, vinagrete). Para melhor avaliação, foram solicitados vários exames por imagem: radiografia panorâmica, AP de Towne, sialografia e US, além da técnica oclusal de parótida na qual se detectou sialolito na parótida direita. OLIVEIRA FJ, DUTRA RM, NUNES FF, MIRANDA EC, FONSECA LC Faculdade de Odontologia da PUC Minas ASPECTOS CLÍNICOS E IMAGINOLÓGICOS DA SÍNDROME DE SJÖGREN como resultado da injúria ou um dano, está associada a depósito de cálcio no tecido. A cicatriz é formada quando existe uma injúria particular ou doença da pele (ex: acne) e ocorre uma reparação tecidual. Quando nesse processo há depósito de sais de cálcio, tem-se uma cicatriz calcificada. Será relatado um caso em que foi visualizada na radiografia panorâmica uma imagem radiopaca na região de rebordo alveolar, sugestiva de raiz residual. Com a realização de outras técnicas radiográficas e relacionando com a história clínica do paciente, obteve-se o diagnóstico de calcificação de tecido mole compatível com cicatriz de acne. Os procedimentos clínicos odontológicos na mandíbula exigem perfeito conhecimento anatômico para a execução de uma segura técnica anestésica, intervenções cirúrgicas como remoção de dentes retidos e colocação de implantes osteointegrados. Injúrias ao nervo alveolar inferior causam alterações neurosensoriais, desconfortáveis para o paciente, que se manifestam geralmente por meio de parestesia do lábio inferior, e pele do mento, podendo ser temporária ou permanente. O exame radiográfico convencional fornece informações indispensáveis para o entendimento da estrutura óssea. Entretanto, por ser uma imagem projetiva, muitas vezes, não permite ao profissional avaliar a real relação de proximidade entre as estruturas adjacentes. Com os exames especializados por imagem, como a tomografia computadorizada (TC), esta dificuldade pôde ser solucionada. O objetivo deste trabalho é o de mostrar um caso clínico em que o paciente necessitava extrair o 3º molar inferior direito e a radiografia convencional não mostrava com precisão a relação do mesmo com o canal mandibular. Por isso, foi solicitada uma TC que demonstrou o íntimo contato do 3º molar com o canal mandibular, ressaltandose assim, a necessidade da adequada avaliação pré-cirúrgica para se prevenir possível complicação clínica. DIAGNÓSTICO POR IMAGEM PARA AVALIAÇÃO DE SIALOLITO NA GLÂNDULA PARÓTIDA SILVA AIV, OLIVEIRA WL, GURGEL F, MANZI FR Faculdade de Odontologia da PUC Minas O cálculo salivar ou sialolito é uma estrutura calcificada que se desenvolve no interior do sistema ductal salivar decorrente da precipitação de sais de cálcio e da falta de colóides protetores inibindo a secreção salivar. Preferencialmente, ocorre nas glândulas salivares maiores, com predileção pela glândula submandibular. O sialolito pode ser redondo, oval ou alongado variando de alguns milímetros até 2 cm ou mais de diâmetro. A região envolvida pode conter uma ou várias estruturas calcificadas. A pequena quantidade de saliva que é excretada é usualmente turva. O diagnóstico desta Arquivo Brasileiro de Odontologia 64 SILVA AIV, OLIVEIRA WL, FICHE A, HORTA MC, MANZI FR Faculdade de Odontologia da PUC Minas A Síndrome de Sjögren (SS) é definida como doença inflamatória auto-imune, crônica e multi-sistêmica, que acomete principalmente as glândulas endócrinas e exócrinas, resultando em xerostomia (boca seca) e xeroftalmia (olhos secos), sendo que essas apresentações clínicas são denominadas de Síndrome sicca. Histologicamente, a SS é caracterizada pela infiltração linfocitária, destruição do parênquima e atrofia das glândulas afetadas. Estudos epidemiológicos estimam que a Síndrome de Sjögren primária (SSp) é a segunda doença do tecido conjuntivo mais comum, após a artrite reumática), a SS é uma doença que afeta mais as mulheres do que homens (9:1), podendo acometer pacientes de todas as idades, sobretudo na quarta e quinta década de vida, afetando todos os grupos étnicos e raciais. A sialografia, método de avaliação das alterações anatômicas do sistema ductal parotídeo, é um método tão sensível e específico quanto à biópsia das glândulas salivares menores. Em condições normais a sialografia revela toda a árvore canalicular parotídea, na SS observam-se distorções nos dúctulos, com acentuada retenção do contraste, dando o aspecto de pinheiro com frutos. A realização deste trabalho teve como objetivo relatar um caso de uma paciente com Síndrome de Sjögren primária enfatizando os aspectos clínicos e as formas para a determinação de um diagnóstico precoce na tentativa de melhorar a qualidade de vida dos pacientes acometidos. DIAGNÓSTICO RADIOGRÁFICO DA VÁLVULA DE DERIVAÇÃO LICÓRICA EM RADIOGRAFIAS ODONTOLÓGICAS SILVA AIV, OLIVEIRA WL, MANZI FR, BÓSCOLI FN, ALMEIDA SM Faculdade de Odontologia da PUC Minas O líquido cefaloraquidiano (líquor) é produzido constantemente no interior dos ventrículos cerebrais. Em pessoas normais, o líquor flui através dos ventrículos para fora do cérebro, descendo para a medula espinhal. Se as vias de drenagem do líquor forem obstruídas em algum ponto, o fluído se acumula nos ventrículos cerebrais, causando inchaço dos mesmos, resultando na compressão do tecido adjacente. Nos indivíduos em que ainda não houve a consolidação das fontanelas (bebês e crianças), a cabeça se alargará com o acúmulo do líquor, entretanto em pacientes que já houve a maturação do crânio (adultos), o tamanho da cabeça não aumenta, porém geralmente é relatado cefaléia. O tratamento comumente empregado para a hidrocefalia é a colocação de válvulas de derivação licórica (shunts) - um tubo plástico inserido nos ventrículos que comunica o cérebro à outra parte do corpo, criando uma nova via de drenagem licórica. Entretanto, a derivação não cura a hidrocefalia, apenas não permite a sua progressão e sintomatologia, além do que o paciente deve permanecer com este dispositivo durante toda a vida.Esta válvula passa pela região subcutâneo do pescoço, o que pode proporcionar imagens em radiografias odontológicas, possibilitando confusão de diagnóstico. A realização deste trabalho teve como objetivo avaliar a presença destes shunts em radiografias panorâmicas, teleradiografias lateral e frontal e tomografia computadorizada. A correta identificação de tal dispositivo nas radiografias mencionadas acima é de extrema importância para a obtenção de um correto diagnostico e prognóstico, para que não ocorra confusão com outras estruturas anatômicas e condições patológicas. ANQUILOSE DA ATM – RELATO DE CASO CARDOSO FO, ASSUNÇÃO CA, TASSARA LFR, OLIVEIRA DRF, MANZI FR Hospital Maria Amélia Lins e PUC Minas A anquilose da articulação têmporo-mandibular (ATM) é a “fusão” de partes de seus componentes, que restringem a movimentação da articulação, resultando na limitação do paciente em abrir a boca, o que dificulta as funções fisiológicas como deglutição, mastigação e fonação. Ocorre devido a traumas com fraturas condilares (não tratadas ou tratadas inadequadamente), artrites em estágios avançados e infecção próxima a região da ATM como otite média aguda e mastoidite. Podem ocorrer em qualquer idade sendo mais freqüente na primeira década de vida. O tratamento é cirúrgico e consiste na remoção da massa óssea anquilosada associada à interposição de material autógeno ou aloplástico para prevenir recidiva. Durante o período pósoperatório é necessário acompanhamento fonoaudiólogo imediato, realizando terapia miofuncional. Será relatado um caso onde o paciente C.H.A., 13 anos de idades, compareceu ao ambulatório de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial, no Hospital Maria Amélia Lins, em Belo Horizonte - MG, com limitação de abertura bucal e com historia de otite na infância. Ao exame clinico e tomográfico apresentando cortes axiais, coronais e reconstrução 3D, ficou diagnosticado anquilose de ATM esquerda. Foi realizado cirurgia e acompanhamento fonoaudiólogo pós-operatório como tratamento. Após 3 anos o paciente retornou ao mesmo ambulatório com recidiva do caso. Foram realizados novos exames tomográficos que evidenciaram anquilose da ATM direita. O tratamento proposto foi cirúrgico com remoção da massa óssea anquilosada e coronoidectomia bilateral, com acompanhamento fonoaudiólogo mais intensivo. Atualmente o paciente se encontra em tratamento miofuncional, com 37mm de abertura. SÍNDROME DOLOROSA REGIONAL COMPLEXA: RELATO DE CASO NA FACE DRUMMOND AMA, GOMES RT, PEDRAS RBN, SILVA JF Clínica de Dor – Hospital das Clínicas da UFMG A dor neuropática é definida como uma dor iniciada ou causada por uma lesão primária ou uma disfunção do sistema nervoso. A Síndrome Dolorosa Regional Complexa (SDRC) é um tipo de dor neuropática que pode estar associada com alterações tróficas da pele, tais como aumento local de temperatura, sudorese aumentada e edema. Distúrbios motores como tremores, distonias ou fraqueza muscular também podem ser detectados. O objetivo deste trabalho é apresentar um caso clínico de SDRC e discutir a conduta terapêutica adotada por uma equipe multidisciplinar de dor em âmbito hospitalar. Paciente M.J.M., feoderma, 34 anos, residente em Rio Acima - MG, compareceu a Clínica de Dor do HC-UFMG com queixa de dor na face do lado direito há 2 anos. Relatou ter sofrido uma queda com injúria facial e, desde então, relata dor constante na região infra-orbitária direita. Ao longo dos últimos 4 meses o quadro álgico se tornou mais intenso. A dor foi caracterizada como diária, localizada, latejante e em ardência. Foram relatados como fatores de piora o toque leve na região, o ato de falar e o sol. A paciente não relata fatores de alívio da dor. Ao exame constatou-se edema e eritema na região. Realizou-se o diagnóstico de SDRC. A associação do anticonvulsivante carbamazepina, com ajuste progressivo da dose, juntamente com bloqueios nervosos simpáticos consecutivos do gânglio estrelado, mostrou-se como uma conduta terapêutica eficaz para o alívio da dor e melhora da qualidade de vida da paciente. USO DE LASER DE BAIXA INTENSIDADE NO TRATAMENTO DE DTM: RELATO DE CASO ARRUDA GMJ, PAULA LV, MANZI FR Faculdade de Odontologia da PUC Minas O termo disfunção temporomandibular (DTM) é usado para descrever a disfunção que pode envolver, de forma isolada ou não, a articulação têmporomandibular, a musculatura mastigatória e estruturas associadas, e que mais frequentemente tem como sintoma a dor. Recentemente tem se usado a terapia laser em baixa intensidade (LILT) no tratamento da DTM, embora seja uma técnica já usada para o alívio da dor em várias outras patologias. Os efeitos da LILT, entretanto, só serão alcançados se a estrutura tratada receber uma dosagem apropriada de irradiação. Isto irá depender do uso adequado de potência, densidade de energia e comprimento de onda, pois haverá pouco ou nenhum efeito Arquivo Brasileiro de Odontologia 65 terapêutico se a área tratada receber pouca irradiação, enquanto uma dosagem muito alta irar inibir os efeitos da LILT. Paciente M. G. G., sexo feminino, 56 anos. Foi diagnosticada de disfunção muscular e articular (dor miofacial e deslocamento anterior da ATM esquerda). Recebeu irradiações por laser de baixa intensidade, modelo Twin Laser, com densidade de energia de 70J/cm², densidade de potência de 70mW. Foram feitas 3 aplicações de 40 segundos, 3 vezes por semana, por 2 semanas. Antes do tratamento a paciente apresentava EVA 8. Após o tratamento experimentou uma considerável diminuição na sensação dolorosa miofacial, EVA 0. Este resultado está de acordo com estudos que concluíram que o uso da LILT tem efeito significativo na redução da dor em pacientes com DTM, entretanto, como as causas desencadeantes da DTM são multifatoriais, a paciente foi encaminhada para execução de outras terapias indicadas. REABILITAÇÃO ORAL COM PLANEJAMENTO MULTIDISCIPLINAR GRECO GD, LANZA MD, COSTA V, ROCHA WMS Um tratamento protético restaurador deve ser precedido por uma avaliação periodontal dos dentes pilares para que o planejamento integrado proporcione um prognóstico favorável e uma condição clínica ótima à realização do tratamento protético periodontal. Em caso de desequilíbrio periodontal, procedimentos podem e devem ser coadjuvados com a reabilitação protética a fim de restabelecer a saúde e função do paciente. A odontologia restauradora deve ser realizada em ambiente livre de inflamação. É necessária avaliação criteriosa quanto ao estado do tecido gengival, alterações do contorno gengival, profundidade de sondagem, mobilidade dentaria, presença de sangramento e exsudato, e avaliação do suporte natural. Uma reabilitação oral, atualmente, deve levar em consideração também, em seu planejamento, a possibilidade de instalação de implantes osseointegráveis. Este trabalho descreve um caso clínico de uma reabilitação oral envolvendo cirurgias periodontais, levantamento de seio maxilar com instalação de implantes no mesmo tempo cirúrgico, prótese parcial fixa implantossuportada e próteses parciais fixas suportadas por pilares dentários avaliados criteriosamente segundo os conceitos periodontais pertinentes. radicular longitudinal no dente 21, com pequena perda óssea vestibular. A paciente foi submetida à cirurgia de exodontia do remanescente radicular e instalação do implante com fixação imediata da coroa provisória, buscando uma condição periodontal mais favorável, com a manutenção das papilas gengivais. Passado o período de osseointegração, a prótese final foi confeccionada em metalocerâmica. A INTERVENÇÃO DA FISIOTERAPIA NA HIPEREXCURSÃO DO CÔNDILO E NA OSTEOARTRITE: UM ESTUDO DE CASO ISAAC DB, BRASIL CV, FERREIRA AC, MOTTA LF Curso de Fisioterapia - PUC Minas A articulação temporomandibular permite inúmeros movimentos sendo considerada a mais completa das articulações. Em alguns casos podem existir uma hiperexcursão ou hipermobilidade da mandíbula que é quando o côndilo ultrapassa a eminência articular do osso temporal. Esse processo pode ocorrer de forma assintomática ou gerar sintomatologia dolorosa. A osteoartrite é caracterizada pela degeneração da articulação por destruição e abrasão do tecido articular e remodelação do osso subcondral adjacente. O objetivo deste trabalho foi relatar o caso do paciente C.S.P, 71 anos, masculino, aposentado, com diagnóstico de disfunção temporomandibular por osteoartrite, cuja queixa principal era edema esporádico na região da ATM D, dor à mastigação e ao repouso, sintomas otológicos e cefaléia. As medições de abertura, lateralidade e protusão foram feitas através do paquímetro manual e a mensuração da intensidade da dor foi realizada através da EVA. Foram realizadas o total de 15 sessões, uma vez por semana com duração de 50 minutos no ambulatório de Dor Orofacial e DDTM da PUC-Minas. A conduta proposta consistia de analgesia, técnicas de relaxamento e fortalecimento muscular, conscientização do movimento e orientações domiciliares. Os resultados obtidos demonstraram a eficácia da fisioterapia no tratamento da hiperexcurssão do côndilo e osteoartrite do caso apresentado. HIPERTROFIA DO MÚSCULO MASSETER: RELATO DE CASO IMPLANTE COM CARGA IMEDIATA PÓS EXODONTIA VIDIGAL BCL, MANZI FR, SERAIDARIAN PI Faculdade de Odontologia da PUC Minas GOES IMG, GRECO ACDL, GRECO WCDL, GRECO GD Os músculos masseteres são músculos estriados, voluntários, fusiformes e juntamente com os músculos temporais e pterigóideos mediais, exercem, entre outras funções a de elevação da mandíbula. A hipertrofia do músculo masseter é uma alteração de etiologia desconhecida. Apesar de estar associada a fatores bastante conhecidos, tais como, o bruxismo cêntrico, excêntrico, entre outros hábitos parafuncionais, frequentemente associados ao estresse. O diagnóstico se dá por meio de exame clínico e radiográfico. Por esses exames, diagnosticam-se casos de hipertrofia unilateral ou bilateral do músculo em questão. Paciente B.C.V, sexo masculino, solteiro, 21 anos de idade, estudante A fratura radicular é um comprometimento comum em dentes que apresentam tratamento endodôntico e pinos intrarradiculares, principalmente quando estes não respeitam as dimensões e propriedades recomendáveis e também, por comprometimentos funcionais ou parafuncionais, dentre outros. Com a possibilidade de utilização de implantes osseointegráveis, o planejamento para estes casos, apresenta um prognóstico mais favorável, quando diagnosticado precocemente. Este relato de caso clínico apresenta uma paciente do sexo feminino, com 37 anos de idade, com fratura Arquivo Brasileiro de Odontologia 66 procurou as clínicas da Faculdade de Odontologia da PUC Minas, queixando um inchaço do lado direito do rosto, sem dores. Relatou ainda que não havia história de trauma na região e que aproximadamente dois anos atrás este aumento de volume era menor e observa que ultimamente havia ocorrido crescimento significativo. Ao morder nota-se um aumento ainda maior, há relato de apertamento dentário em alguns momentos. No exame clínico o paciente apresentava assimetria facial significativa, havendo uma tumefação unilateral direita, sem sintomatologia dolorosa. Ao ocluir os arcos dentários, observava-se que este aumento de volume se exacerbava. No exame radiográfico foi constatada a ausência de esporão ósseo e o diagnóstico de Hipertrofia do músculo masseter foi confirmado. Foi proposto tratamento conservador, confeccionada placa oclusal miorrelaxante e conscientização do hábito para redução de hábitos parafuncionais. COLAPSO DA ESTRUTURA DENTAL DECORRENTE DE HIPERATIVIDADE MUSCULAR - BRUXISMO MACEDO PF, MORAIS FB, MOTA SLJ Faculdade de Odontologia da UFJF Atualmente é notória a grande preocupação direcionada às disfunções do sistema estomatognático. Muito se tem pesquisado a respeito da etiologia, diagnóstico e tratamento das alterações dentárias, musculares, neurológicas e articulares envolvidas na manifestação do bruxismo. Tendo em vista a importância de tais alterações, a proposta deste painel é abordar as conseqüências deletérias que a hiperatividade muscular impõe às estruturas dentárias, reportando o caso clínico de uma paciente de 21 anos que se apresentou à Clínica de Semiologia II - FO/UFJF para a avaliação de sua saúde bucal. Durante a anamnese, a paciente relatou exercer atividade parafuncional - bruxismo noturno - e ter, por conseqüência deste, fraturado o elemento 31 o qual já havia sido restaurado. Ao exame físico foi constatado que a paciente apresentava desgaste dental. O tratamento iniciado a três meses com o uso de férula neuromiorrelaxante demonstra bons resultados, não se tendo verificado reincidência nos sintomas. CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS DA ESTOMATITE INDUZIDA POR PRÓTESE TOTAL MAL ADAPTADA: CASO CLÍNICO microbiana, infecção por cândida, trauma, uso contínuo da dentadura e xerostomia (Budtz-Jorgensen, 1974). Na literatura é freqüente a associação da estomatite provocada por dentadura e candidíase, mais especificamente, C. albicans (Lemos et al., 2003). Além da estomatite, outras lesões estão associadas ao uso de próteses totais como hiperplasia fibrosa inflamatória, úlceras traumáticas, rebordos flácidos, hiperqueratose e queilite angular (Goiato et al., 2005). QUERATOCISTO ODONTOGÊNICO NO INTERIOR DO SEIO MAXILAR ASSUNÇÃO CA, TASSARA LFR, CARDOSO FO, OLIVEIRA DRF, MANZI FR Hospital Maria Amélia Lins e PUC Minas Atualmente, o queratocisto odontogênico é considerado um tumor odontogênico de origem controversa, de acordo com a nova nomenclatura de SLOOTWEG (2006). Esta lesão possui características mais agressivas, quando comparada aos cistos odontogênicos, apresentando alta taxa de recidiva. Esta lesão apresenta maior prevalência nos indivíduos do sexo masculino, entre 20 e 30 anos de idade, e geralmente é descoberta por exames radiográficos de rotina, uma vez que na maioria das vezes são assintomáticos. Histologicamente, esta condição é caracterizado pela grande presença de queratina e por uma cápsula fina e friável, podendo apresentar cistos satélites em seu interior. O tratamento indicado é a remoção cirúrgica com margens de segurança, já que apresenta grande taxa de recidiva. Neste trabalho, será relatado um caso clínico raro de queratocisto odontogênico, associado ao elemento dentário 28, localizado no interior do seio maxilar, cuja suspeita foi levantada por meio de uma radiografia periapical de rotina. Para uma melhor avaliação do caso foi realizado um estudo radiográfico completo incluindo novas radiografias periapicais, oclusais, panorâmica e telerradiografia lateral e frontal. Para melhor localização da lesão e auxílio no planejamento cirúrgico foi realizada uma tomografia computadorizada com cortes axiais, coronais e reconstruções sagitais. O diagnóstico foi concluído pelo exame histopatológico. AMELOGÊNESE IMPERFEITA: RELATO DE CASO CLÍNICO GUERRA MJC, MIRANDA DA, SILVA R, DEVITO KL Faculdade de Odontologia da UFJF FANNI ABR, SOUZA JD Faculdade de Odontologia da UFJF A estomatite (do grego “stoma”, boca, e “ytis”, inflamação) consiste em uma inflamação da mucosa bucal ocasionada por fatores locais e/ou generalizados. O presente artigo relata o caso clínico da paciente s.g.s, 31 anos, sexo feminino, portadora de estomatite induzida por prótese mal adaptada, associada à hiperplasia fibrosa inflamatória, à flacidez do rebordo alveolar e à hiperceratose focal. Foi realizado um exame microbiológico da lesão branca presente no palato, no qual não se constatou infecção por cândida. A etiologia da estomatite por dentadura é bastante variável, envolvendo placa A amelogênese imperfeita constitui um grupo de anomalias estruturais do esmalte, de natureza ectodérmica e hereditária. Pode ser classificada em hipoplásico, hipocalcificado e hipomaturado. É apresentado o caso clínico de um paciente de 21 anos que apresentou nos dentes anteriores (superfície vestibular) depressões profundas em forma de linhas e alterações morfológicas nos primeiros pré-molares. No exame radiográfico ainda foi verificada a presença de um pré-molar inferior extra-numerário. Considerando que a estética vem sendo prioridade no cotidiano da população, foi utilizado como terapêutica reabilitadora restaurações diretas com resina composta. Arquivo Brasileiro de Odontologia 67 GENGIVOESTOMATITE NECROSANTE: RELATO DE CASO CLÍNICO BONISSON LA, ANDRADE BAB, CAPISTRANO HM, BRENER S Faculdade de Odontologia da PUC Minas Paciente A.P.S. 19 anos, sexo feminino, feoderma, compareceu a clínica de Estomatologia da FOPUC Minas, com uma lesão ulcerada recoberta por uma pseudomembrana, estendendo-se desde a região de rebordo alveolar do dente 47. tomando as regiões de trígono retromolar, mucosa jugal, palato mole e orofaringe. Na anamnese, a paciente relatou histórico de dor no 47, e por conta própria iniciou o uso de Paracetamol 750 mg por 5 semanas. Na 5a semana, o efeito do medicamento já não era satisfatório, fazendo-a procurar um serviço de urgência. O dentista indicou o uso de Diclofenaco Sódico 50 mg para alivio da dor. Após o uso de três caixas, a paciente começou a apresentar dores abdominais, procurando serviço médico. O médico durante exame físico observou a presença de áreas eritematosas na coxa direita, indicando uma reação alérgica ao medicamento Diclofenaco Sódico. O médico suspendeu o seu uso, e uma semana depois as irritações desapareceram. A paciente retornou ao dentista para realizar tratamento endodôntico e o mesmo observou a presença de áreas ulceradas recobertas por uma pseudomembrana, encaminhando a paciente para a PUC. Na faculdade, foi levantada a hipótese principal de Gengivoestomatite Necrosante. Foi indicado o uso de Amoxicilina 500 mg e Metronidazol 400 mg por sete dias, e o pedido de um hemograma completo, para verificar a presença de possíveis discrasias sanguíneas. Após uma semana, a paciente retornou e as lesões haviam desaparecido e o hemograma encontrava sem alteração, confirmando o diagnóstico, possivelmente causado por um quadro de estresse ou baixa imunidade. TRATAMENTO DE PAPILOMA DE GRANDE EXTENSÃO E MULTIFOCAL EM CRIANÇA, COM ÁCIDO TRICLOROACÉTICO À 50% BONISSON LA, ANDRADE BAB, CAPISTRANO HM, MARQUES ER, ROCHA RC, SILVA LCP Faculdade de Odontologia da PUC Minas O papiloma escamoso é uma proliferação benigna do epitélio escamoso estratificado presumivelmente induzida pelo papiloma vírus humano (HPV). O relato de caso é da paciente HHPS, sexo feminino, feoderma, 6 anos, que compareceu à clínica de Odontopediatria da FOPUC Minas, com queixa de crescimento nas gengivas que sangravam facilmente. A criança apresentava mudança de comportamento, tornando-se calada e arredia, segundo informação da mãe. Após exame clínico foram levantadas as hipóteses de diagnóstico de papiloma e condiloma e realizada uma biópsia excisional da lesão presente na gengiva dos incisivos inferiores. A menina foi encaminhada para o serviço de Psicologia da universidade para avaliação. O exame histopatológico confirmou o diagnóstico de papiloma. As lesões foram todas removidas cirurgicamente. Dois meses após, a menor retornou com recidiva das lesões, de forma mais exacerbadas. Foi então Arquivo Brasileiro de Odontologia 68 encaminhada à clínica de Estomatologia. Ao exame clínico intrabucal observou-se uma lesão exofítica, de superfície rugosa na região vestibular da mucosa gengival estendendo-se dos elementos dentais 53 a 62. Lesões semelhantes menores foram observadas na gengiva palatina dos dentes anteriores superiores e na gengiva vestibular dos dentes 73 ao 81. Diante do insucesso da remoção cirúrgica anterior, optou-se por tratamento com aplicação local de ácido tricloroacético a 50%, diluição maior que a usada na dermatologia. Depois de 8 sessões as lesões regrediram completamente e não ocorreu recidiva até o momento presente, 18 meses após o tratamento. CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS EM LÁBIO BONISSON LA, ANDRADE BAB, LEAL RM, BRENER S, CAPISTRANO HM Faculdade de Odontologia da PUC Minas O carcinoma de células escamosas é uma neoplasia maligna com origem no epitélio de revestimento da boca, sendo responsável por cerca de 95% das lesões malignas com esta localização. No Brasil, a boca representa a 5a localização de maior incidência de câncer em homens e a 7a em mulheres. Os fatores mais associados ao desenvolvimento do carcinoma de células escamosas são tabagismo, etilismo e radiação solar, considerando-se que estes podem complicar seu curso e prognóstico. No caso do carcinoma de células escamosas em lábio seu acometimento é maior em pessoas de pele clara que se expõem por muito tempo à radiação ultravioleta. Nesse caso o tratamento realizado é uma excisão cirúrgica com resultados satisfatórios. Esse trabalho tem por objetivo relatar um caso clínico de paciente portador de carcinoma de células de escamosas em lábio, enfatizando as características clínicas, histológicas e conduta de tratamento. Paciente MFS, 62 anos de idade, sexo feminino, leucoderma, dona de casa, apresentou-se a clínica de Estomatologia da FOPUC Minas com uma úlcera medindo mais ou menos 1 cm de diâmetro, bordos elevados e endurecidos, assintomática localizada na linha média do lábio inferior com tempo de evolução de 2 meses segundo relato da mesma. Estabeleceu-se uma hipótese clínica de carcinoma. Foi realizada uma biópsia excisional com o diagnóstico histopatológico confirmado de carcinoma de células escamosas. A paciente foi encaminhada a um serviço de oncologia que sugeriu acompanhamento periódico e há três anos encontra-se sem sinal de recidiva. PERIODONTITE AGRESSIVA LOCALIZADA: RELATO DE CASO BONISSON LA, ANDRADE BAB, VESPASIANO AIS, MANZI FR Faculdade de Odontologia da PUC Minas A periodontite agressiva localizada é um tipo de doença periodontal cuja característica principal é sua rápida progressão, escassez de placa bacteriana, além de características próprias de agressão ao hospedeiro e pequena quantidade de cálculo dentário. Ocorre em adolescentes e adultos jovens, na região de primeiros molares permanentes e incisivos. Radiograficamente observa-se perda de suporte ósseo na área dos primeiros molares ou incisivos ou a associação de ambos. O prognóstico dos pacientes de um modo geral é desfavorável, porém quando a terapêutica periodontal se estabelece a tempo, consegue-se bons resultados. O trabalho relata um caso clínico da paciente AFR, 19 anos, sexo feminino, leucoderma, que tinha como queixa principal mobilidade nos incisivos centrais superiores. Clinicamente não foi observado acúmulo de placa visível, cálculo dentário ou inflamação gengival. Durante a sondagem observou-se uma profundidade de 4mm. Foi verificada mobilidade grau 1 nos elementos dentais 11 e 21. Foi solicitada uma radiografia periapical e oclusal onde encontrou-se uma zona de perda óssea em forma de arco envolvendo as raízes dos elementos 11 e 21. Testes de vitalidade pulpar foram realizados com resultado positivo. Radiografias periapicais e oclusais foram feitas nos molares sem nenhuma alteração radiográfica. Diagnosticou-se como periodontite agressiva localizada. Raspagens quinzenais foram realizadas durante 3 meses e novas radiografias realizadas. Observou-se redução da perda óssea com pequena neoformação óssea. Atualmente a paciente encontra-se em acompanhamento. PATOGENIA, ASPECTOS CLÍNICOS E RADIOGRÁFICOS DO CISTO RADICULAR: DESCRIÇÃO DE UM CASO CLÍNICO ASSOCIADO A TRAUMATISMO SANTOS P, SILVA MMB, DEVITO KL Faculdade de Odontologia da UFJF Cistos radiculares são lesões inflamatórias que ocorrem nos ápices de dentes com polpas necróticas e infectadas. São caracterizados pela formação de uma cavidade patológica circundada por epitélio e por paredes de tecido conjuntivo denso contendo material fluido, semi-fluido ou sólido em seu interior. É uma lesão que evolui lentamente a partir de uma necrose pulpar não tratada. O presente trabalho teve por objetivo apresentar uma revisão de literatura incluindo a formação, patogenia, aspectos clínicos e radiográficos do cisto radicular. Além disso, é relatado um caso clínico de um paciente de 16 anos de idade que se apresentou à clínica de Semiologia da Faculdade de Odontologia da UFJF com queixa principal de dor à palpação na região apical do elemento 12 que havia sofrido uma fratura coronária estendendo-se abaixo da gengiva há quatro anos. Foi feita uma detalhada anamnese, um exame clínico completo da cavidade bucal e um estudo de sua radiografia periapical, sugerindo-se então presença de cisto radicular. Pode-se concluir que o cisto radicular é uma lesão de grande importância, podendo estar associada a vários fatores, sendo bastante encontrada em quadros de traumatismos. É imprescindível ao cirurgião-dentista conhecer suas características clínicas, radiográficas e fazer uma detalhada anamnese para chegar ao diagnóstico. O tratamento é feito retirando-se o estímulo inflamatório e a promovendo a curetagem da lesão. TRATAMENTO DE REABSORÇÃO RADICULAR INTERNA NÃO-COMUNICANTE: RESOLUÇÃO MULTIDISCIPLINAR HELENO JFG, MAGALHÃES CF ABO – Regional Governador Valadares As reabsorções radiculares internas ocorrem no interior da cavidade pulpar em direção à superfície externa da coroa ou raiz. São processos destrutivos e multifatoriais que afetam as estruturas mineralizadas dos dentes, comprometendo suas características anatômicas e funcionais. Este trabalho descreve uma opção de tratamento para dentes que apresentam reabsorção interna não-comunicante localizada no terço médio do conduto radicular. Paciente M.V.F., 35 anos, sexo masculino, observouse, durante a inspeção intra-oral, a presença do elemento dental 22 sem a superfície coronária, conduto radicular extensamente alargado, preenchido com cianoacrilato, e exposto ao meio bucal. Ao exame radiográfico, constatou-se tratamento endodôntico insatisfatório, áreas radiolúcidas irregulares ampliando a cavidade pulpar e presença do canino adjacente retido na região palatina. Iniciou-se a desobstrução do conduto e nova instrumentação endodôntica. Trocas sucessivas de Ca(OH)2 em veículo aquoso foram realizadas e, em seguida, procedeu-se, primeiramente, à obturação da porção apical do canal radicular empregando-se o System B e Obtura II. Posteriormente, realizou-se o preparo e aplicação de MTA branco no local da reabsorção e finalizou-se a conclusão da obturação pela técnica da termoplastificação. Um “plug” sobre a guta-percha foi colocado para receber um retentor metálico e uma cirurgia de aumento de coroa clínica foi necessária para a confecção de uma prótese unitária adesiva. A terapêutica realizada conduziu a resultados bastante satisfatórios, comprovados após controle de 3 anos. GEMINAÇÃO – REVISÃO DE LITERATURA E RELATO DE CASO CLÍNICO LELIS CCO, MARINHO CC, OLIVEIRA DA, QUEIROZ ER Faculdade de Odontologia da UFJF O objetivo do estudo é observar as diferentes visões na literatura quanto à definição, etiologia e tratamento de uma anomalia dentária nomeada de geminação, visto que o cirurgião dentista, apesar de raras vezes, pode-se deparar com tal situação, que é objeto de controvérsia entre os autores. O presente artigo visa também, através de características clínicas e radiográficas dessa anormalidade da odontogênese, relatar um caso clínico ocorrido na cidade de Valença-RJ, com ilustração e discussão da mesma, contribuindo para que se possa entender melhor o assunto. MANEJO DE PACIENTE COM ALTO RISCO DE CÁRIE NA CLÍNICA INTEGRADA DA PUC MINAS: RELATO DE CASO ALMEIDA LG, VIDIGAL BCL, SANTIAGO MO Faculdade de Odontologia da PUC Minas Arquivo Brasileiro de Odontologia 69 A cárie dentária é o resultado de um processo que gradualmente dissolve a superfície externa mais resistente do dente (esmalte)e avança para o interior do mesmo, dando origem a cárie de esmalte. Quando a cárie de esmalte atinge um volume de poros superior a 50%, a camada superficial geralmente se rompe. A massa microbiana, então invade a dentina periférica já desmineralizada, caracterizando a cárie de dentina. Esta pode ser caracterizada em duas fases aguda ou crônica. Para realizarmos essa diferenciação é necessário diagnóstico preciso e plano de tratamento adequado. Atualmente, a odontologia apresenta um novo olhar sobre a filosofia do tratamento da dentária, de uma forma mais conservadora e com desconforto mínimo para o paciente. Com esse intuito relatamos um caso de paciente com alto risco de cárie, tratado na disciplina de Clinica Integrada, da PUC Minas. O manejo da paciente foi realizado de forma mais conservadora possível, buscando, numa primeira fase, paralisar a evolução do processo carioso, por meio de ações de promoção de saúde e adequação de meio bucal. As ações foram: remoção profissional de placa bacteriana, informações, orientações e motivação para higiene bucal, além da remoção mecânica de parte do tecido cariado, em dentes com cárie de dentina, nos quais foram realizados Tratamento Restaurador Atraumático e selamento com ionômero de vidro. Numa fase posterior, os dentes foram restaurados definitivamente. INCLUSÃO SOCIAL E O ATENDIMENTO NO ESTÁGIO DE URGÊNCIA ODONTOLÓGICA MIANA TA, RODRIGUES FSF, REIS TL, RODRIGUES CD, CHAVES MGAM Faculdade de Odontologia da UFJF Um dos principais papéis da odontologia é devolver ao paciente a confiança e a auto-estima, perdidas, na maioria das vezes, por doenças bucais como a cárie, a gengivite e a perda precoce dos dentes. Muitos dos pacientes que dependem da saúde pública do país têm apenas como referência de atendimento odontológico as Faculdades de Odontologia que atendem pelo SUS. Dessa forma, procuram o serviço de pronto-atendimento como a esperança de solucionar seus problemas bucais. Porém, em serviço de urgência, apenas podem ser atendidos os pacientes com procedimentos relacionados à dor, troca de curativos de espera, e provisórios mal adaptados. No entanto, a urgência pode ser relativa, pois para o paciente com mau hálito, gengiva sangrante, cáries extensas e falta de dentes também podem ser considerados procedimentos de urgências. Solucionar seu problema para que o mesmo possa voltar ao convívio social e assim, perder o acanhamento de sorrir, constitui um apelo ao cirurgião-dentista. Apresentamos o caso clínico de paciente com estas queixas e vários elementos dentais portadores de doença cárie. Realizou-se a remoção de cálculos e placas dentárias, orientou-se o paciente para a realização de bochechos com chá de romã, e após a adequação do meio bucal procederamse as restaurações dos elementos anteriores portadores de lesões cariosas. Este caso clínico realizado na clínica de prontoatendimento da Faculdade de Odontologia da UFJF, mostra como é possível a resolução de problemas de pacientes na própria clínica de pronto-atendimento, com procedimentos simples e capazes de devolver a confiança, a auto-estima e promovendo a humanização Arquivo Brasileiro de Odontologia 70 da saúde odontológica e dessa maneira, conscientizando também o paciente sobre a importância da manutenção da saúde bucal. AÇÕES DO PROJETO DE ODONTOLOGIA NO PROGRAMA CIRENEU MOREIRA ECS, SANTIAGO MO, FERREIRA RC Faculdade de Odontologia da PUC Minas O Projeto Cireneu surgiu em 1996 por iniciativa de professores e alunos da PUC Minas. Sua proposta inicial era promoção humana, inclusão social e cidadania. Em 2004 elevou-se ao status de Programa. O Programa é realizado na região de Nova Contagem, que se localiza ao noroeste de Contagem e adentra os municípios de Esmeraldas e Betim. Os professores e alunos do Projeto de Odontologia no Programa Cireneu vêm trabalhando desde 1998, entendendo que a extensão constitui-se na própria essência da atividade de ensino. A participação dos alunos nos projetos de intervenção social tem por objetivo desenvolver um trabalho multidisciplinar, apoiado na experiência em ação comunitária e programação local participativa. O Projeto de Odontologia no Programa Cireneu tem como objetivos: conhecer as condições de vida das populações, os problemas de saúde e doença das comunidades envolvidas; desenvolver ações de saúde coletiva, com ênfase em promoção de saúde bucal; enfrentar os problemas de saúde bucal das comunidades, incluindo promoção de saúde e higiene bucal como hábito na vida das crianças e como rotina dentro das instituições. Este programa é de extrema importância para a interação dos futuros cirurgiões-dentistas com as diferentes situações apresentadas não só clinicamente, mas também cultural e socialmente. E por enfatizar a importância da promoção de saúde bucal para a prática odontológica, em nível individual e coletivo, este programa vem contribuindo para o crescimento científicoprofissional e o enobrecimento pessoal dos alunos envolvidos, na construção da cidadania. RECONSTRUÇÃO DE REBORDO INFRA-ORBITÁRIO DIREITO COM ENXERTO ÓSSEO AUTÓGENO RELATO DE CASO MONTEIRO RR, CARDOSO FO, RABELO YBN, OLIVEIRA DRF Hospital Maria Amélia Lins Neste trabalho é apresentado um caso clinico no qual o paciente apresentava, como seqüela de trauma, um afundamento em região infra-orbitária direita e pequena limitação da abertura bucal, devido uma fratura do complexo zigomático direito. O tratamento planejado foi a remoção do processo coronóide direito e sua fixação na região de zigoma direito, servindo de enxerto ósseo autógeno, ganhando um pouco de projeção zigomática e liberando a total abertura de boca do paciente. No ato cirúrgico, após remoção do processo coronóide direito, observou-se a necessidade de mais tecido ósseo para um resultado satisfatório, assim foi removido um enxerto em bloco, na região de ramo mandibular direito. Obtivemos resultado satisfatório através deste tratamento, não comprometendo a estética da face do paciente através de incisões cutâneas, o volume do enxerto ósseo foi suficiente para compensar o defeito e não sendo necessário a refratura do complexo zigomático o tempo cirúrgico foi menor, diminuído as chances de complicações no trans-operatório. EXODONTIA EM PACIENTE PORTADOR DE INSUFICIÊNCIA CORONARIANA OBSTRUTIVA GRAVE significativa de sondagem vestibular. O enxerto livre de tecido conjuntivo é uma técnica relativamente previsível para recobrimento de raízes desnudas, desde que bem planejada e executada. No entanto, nem sempre se tem ótimo resultado. Recomenda-se que se controle o caso com fotografias por pelo menos 12 meses em caso de resultado ou insatisfatório, pois pode haver um aumento do recobrimento. O diagnóstico é fundamental para o estabelecimento de qualquer terapia. Neste caso, foi considerado que a causa principal da recessão era o trauma devido à escovação e, talvez, a história de inflamação induzida por placa. SOUZA AF A arteriosclerose é uma doença inflamatória que resulta de uma injúria endotelial, as quais podem ser causadas por multi-fatores, entre eles, agentes infecciosos e sub-produtos específicos. A doença periodontal é uma condição inflamatória localizada induzida por infecção de bactérias e suas toxinas. A inflamação crônica é reconhecidamente o principal desencadeante e perpetuador da doença aterosclerótica. A doença periodontal tem sido correlacionada à doença arterial coronariana. O presente caso clínico refere-se à paciente M.C.C.T., 76 anos de idade, sexo feminino, diagnóstico de doença periodontal crônica com indicação de exodontia dos dentes (17 e 26). É portadora de hipotireoidismo, hipertensão, diabetes (controle alimentar), sofreu infarto há quatro meses, realizou cateterismo constatando obstrução grave apresentando quadro de hemorragia no cateterismo sendo formado um pseudo-aneurisma sendo internada por 5 dias no CTI. Posteriormente, fez compressão na tentativa de fechar o pseudoaneurisma com insucesso. Fez angioplastia para remover o pseudoaneurisma com sucesso. Faz uso de euthyrox, omeprazol, propanolol, monocordil, losartana de potassa, pravix, AAS infantil e sinvastatina. Após avaliação de risco cirúrgico ASA II, coagulograma e suspensão do pravix e AAS por 72 horas e cobertura profilática com amoxicilina e tomadas as devidas precauções contra possíveis hemorragias (hemostáticos locais e sutura). O procedimento foi realizado com sucesso. CRESCIMENTO GENGIVAL CORONAL TARDIO COMO CONSEQÜÊNCIA DE ENXERTO LIVRE DE TECIDO MOLE PARA RECOBRIMENTO RADICULAR (CREEPING ATTACHMENT) RELATO DE CASO FONSECA LG Gênero feminino, 36 anos, boa saúde, leucoderma, em programa de manutenção periodontal a 6,5 anos para controle de periodontite. Dente 13, recessão gengival de 5mm, com faixa inadequada de gengiva ceratinizada, classe III de Miller .Enxerto livre de tecido conjuntivo subepitelial com deslocamento coronal do retalho. A sutura foi removida 7 dias após a cirurgia. Constatou-se recobrimento radicular insatisfatório, porém sem presença de tecido necrosado, que normalmente é esbranquiçado. A cobertura radicular obtida foi de apenas 1mm. As fotografiasdocumentam o fenômeno “creeping attachment”, que é o crescimento coronal tardio que às vezes ocorre em decorrência do enxerto livre de tecido mole. Atualmente, a raiz está quase toda coberta e sem profundidade FORAME MENTONIANO DUPLO: RELATO DE CASO E REVISÃO DE LITERATURA REZENDE CC, PAULA JS, DEVITO KL Faculdade de Odontologia da UFJF A correta identificação radiográfica do forame mentoniano é de grande importância clínica, seja para o diagnóstico diferencial de lesões periapicais ou para garantir o sucesso de bloqueios anestésicos da região anterior da mandíbula, abrangendo os nervos mentoniano e incisivo. Além disso, a variação na forma, no tamanho e na localização pode implicar em complicações durante cirurgias, colocação de implantes, próteses e outras intervenções. Alterações anatômicas são relatadas na literatura assim como a ausência desta estrutura. Neste trabalho apresenta-se um caso raro de forame mentoniano unilateral, detectado em radiografia panorâmica de rotina e uma revisão de literatura enfatizando suas variações. PRESENÇA ASSINTOMÁTICA DE CORPO ESTRANHO EM SEIO MAXILAR: RELATO DE CASO PAIVA MEMS, SANTIAGO MO Faculdade de Odontologia da PUC Minas É comum serem observadas diversas iatrogenias na prática odontológica,. Na literatura, erros e falhas comumente identificados relacionam-se mais com procedimentos de dentística e endodontia. No presente caso, foi relatada a presença de um corpo estranho detectado durante a anamnese rotineira realizada na disciplina de Clínica Integrada I, no ano de 2006. A paciente apresenta-se sem sintomatologia ou outra manifestação clínica, que necessite de qualquer intervenção cirúrgica. ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR NO TRATAMENTO DE INCISIVOS CENTRAIS PERMANENTES ANQUILOSADOS FERREIRA APCG, MAZZIEIRO ET, GUIGNONE BC, CARNEIRO RC Faculdade de Odontologia da PUC Minas A intrusão traumática de dentes representa um dos mais sérios problemas de saúde pública em crianças e adolescentes, sendo a queda o principal fator etiológico. A intrusão consiste no Arquivo Brasileiro de Odontologia 71 deslocamento do dente para dentro do seu alvéolo em conseqüência de um impacto axial direto e representa o trauma mais comum da primeira infância. Além disso, quando na fase de dentadura decídua, a estreita proximidade entre os dentes decíduos e os germes dos permanentes intra-ósseos possibilita que a força de um impacto severo seja transmitida ao germe do permanente. Este impacto resulta em compressão e lesão do ligamento periodontal, injúrias à polpa do dente intruído e possível deslocamento e/ou alteração do desenvolvimento do dente permanente. Este trabalho tem como objetivo apresentar o tratamento ortodôntico de uma paciente com histórico de traumatismo dentário severo durante a infância, resultando em anquilose e reabsorção radicular extensa dos incisivos centrais superiores permanentes, que foram extraídos, sendo os espaços das extrações fechados pela mesialização dos incisivos laterais. Ao final do tratamento ortodôntico, gengivoplastia e dentística restauradora restabeleceram os contornos adequados das margens gengivais e anatomia dentária. COLAGEM INDIRETA DE BRAQUETES ORTODÔNTICOS PEREIRA BF, MARINHO KC, LARISSA LPM, OLIVEIRA DD Faculdade de Odontologia da PUC Minas O sucesso de qualquer tratamento ortodôntico está relacionado ao correto diagnóstico, ao planejamento criterioso de cada paciente e à condução cuidadosa da terapia ortodôntica. O posicionamento adequado dos bráquetes ortodônticos é um dos fatores que contribuem para a concretização dos objetivos previamente determinados, tendo importância significativa para a aplicação efetiva da biomecânica necessária e para a finalização adequada do tratamento. Tradicionalmente, esses acessórios são colados diretamente aos dentes com resina composta, após o condicionamento ácido do esmalte. A técnica de colagem indireta de bráquetes ortodônticos foi inicialmente descrita com o intuito de superar as dificuldades de colocação ideal dos bráquetes em determinados casos. Dentre as possíveis vantagens dessa abordagem destacam-se: posicionamento mais preciso dos bráquetes, devido ao melhor acesso e visualização das superfícies dentárias nos modelos de gesso, facilidade de remoção de excessos de resina e otimização do tempo clínico durante a colagem. Uma provável desvantagem é o maior tempo laboratorial requerido para a confecção da moldeira de transferência. O objetivo desse trabalho é ilustrar uma técnica laboratorial para o emprego da colagem indireta de bráquetes ortodônticos. PROTRAÇÃO MAXILAR E DISJUNTOR ENCAPSULADO: RELATO DE CASO FARIA TV, CARNEIRO RC, OLIVEIRA DD Faculdade de Odontologia da PUC Minas Atresias maxilares são problemas esqueléticos cujo tratamento freqüentemente envolve a disjunção da sutura palatina mediada. Proposta por Angel em 1859, essa abordagem terapêutica encontrou Arquivo Brasileiro de Odontologia 72 grande resistência no meio científico e ficou esquecida até metade do século passado, quando o interesse na técnica ressurgiu graças aos trabalhos de Hass (1961). A partir de então, diversos autores propuseram diferentes condutas clínicas para a disjunção palatina. Os aparelhos disjuntores mais utilizados atualmente são o de Hass, o Hyrax bandado e o Hyrax encapsulado. Esse último se apresenta como uma boa alternativa para pacientes que necessitam de disjunção palatina e possuem altura facial anterior inferior aumentada. Outra indicação seria impedir que haja interferências oclusais ao se realizar a protração maxilar, procedimento recorrente em casos de maxilas atrésicas. O objetivo desse trabalho é ilustrar os benefícios do uso do disjuntor encapsulado através de um caso clínico, onde tal aparatologia foi associada ao uso de uma máscara facial para protração maxilar, buscando uma posição mais anteriorizada da maxila e uma relação mais harmônica dessa com a mandíbula. PLANEJAMENTO INTEGRADO NO TRATAMENTO DE AGENESIA DENTÁRIA GRECO BB, GRECO ACDL, GRECO WCDL, GÓES IMG, GRECO GD Uma visão multidisciplinar deve ser observada durante o diagnostico, prognostico e plano de tratamento a fim de proporcionar um resultado que tenha boa previsibilidade e atenda as expectativas estéticas e funcionais do paciente que vai se submeter a um tratamento de restauração protética implantossuportada. Este trabalho descreve um caso clínico de uma paciente jovem, de 19 anos, que apresentava agenesia dentária do incisivo central inferior direito, que foi conduzido com um planejamento integrado, envolvendo ortodontia, implantodontia, periodontia e prótese dentária. ANQUILOSE DE DENTES DECÍDUOS E SUAS IMPLICAÇÕES CLÍNICAS SILVA BPA, VIDIGAL BCL, LANZA CRM Faculdade de Odontologia da PUC Minas A anquilose dentária é definida como uma fusão anatômica do cemento ou da dentina radicular ao osso alveolar (Messer 1980), sendo considerada uma interrupção no processo de erupção do dente. Se a anquilose ocorre precocemente, o dente fica abaixo da linha de oclusão e estático, porém os dentes adjacentes continuam o processo de erupção, causando a impressão que esse dente anquilosado está submerso. Sua etiologia não está bem definida podendo estar relacionada com distúrbios metabólicos que provocam o desaparecimento do ligamento periodontal antes da reabsorção radicular fisiológica, permitindo a fusão do cemento ao osso alveolar. Pode ocorrer também devido à ossificação em um dado local da membrana periodontal provocado por injúria térmica, química, trauma local, ou ainda devido a fatores genéticos. Acomete principalmente os molares inferiores decíduos, raramente os permanentes, numa proporção de 10:1. A anquilose de um dente decíduo pode alterar sua exfoliação, bem como a erupção do seu sucessor permanente e provocar problemas ortodônticos na área envolvida, resultantes do alinhamento irregular dos dentes adjacentes e opostos, perda localizada ou generalizada do comprimento da arcada e impactação dentária. O objetivo deste trabalho é apresentar as características clínicas e radiográficas da anquilose leve, moderada e grave assim como suas implicações odontopediátricas, enfatizando a importância do diagnóstico precoce para implementação de medidas terapêuticas corretas para caso particular. A IMPORTANCIA DO TRATAMENTO MULTIDISCIPLINAR EM PACIENTES FISSURADOS GUIGNONE BC, FERREIRA APCG, FARIA TV, BRITO HHA, AZEVEDO GSF Faculdade de Odontologia da PUC Minas A fenda labial, com ou sem envolvimento do palato, é a segunda deformidade congênita mais comum envolvendo a face e os maxilares. Os pacientes portadores dessa deformidade requerem um tratamento com abordagem multidisciplinar envolvendo especialidades como a cirurgia plástica, a cirurgia buco-maxilofacial, a ortodontia e a dentística. Nos casos de fenda palatina o enxerto ósseo é indicado, sendo uma etapa importante no tratamento. Procedimentos ortodônticos pré-enxerto, como expansão da maxila, alinhamento e nivelamento, se fazem necessários em quase a totalidade dos casos. A cirurgia deve ser realizada antes da irrupção do canino permanente do lado afetado. Vários sítios doadores para recomposição da fenda lábio-palatina têm sido descritos na literatura, como mandíbula, calvária, crista ilíaca e costela. Outra alternativa é a utilização de osso autógeno, alogênico, aloplástico e membranas. O sucesso do enxerto é alcançado quando houve a obliteração do defeito alveolar com osso esponjoso normal, o que pode ser evidenciado radiograficamente ou através de tomografia computadorizada. A presença de osso enxertado fornece uma boa matriz para a movimentação dentária e consequentemente para o tratamento ortodôntico. O objetivo desse trabalho é mostrar, através da apresentação de um caso clínico, o tratamento multidisciplinar de um paciente fissurado, no qual foi realizado um enxerto ósseo alveolar permitindo assim a correção cirúrgica, ortodôntica e estética do caso através da interação entre várias especialidades. Arquivo Brasileiro de Odontologia 73 REVISÃO APRESENTAÇÃO ORAL OTIMIZAÇÃO DE TECIDOS MOLES EM IMPLANTODONTIA COM USO DO ENXERTO DE TECIDO CONJUNTIVO GENGIVAL CUNHA FA, SOUZA EA, COSTA CADG, SILVEIRA STC SOBRAIMO (Sociedade Brasileira de Implantodontia) O tratamento implantodôntico inclui a visão multidisciplinar das especialidades odontológicas. Neste contexto, a manipulação de tecidos moles, adjacentes aos implantes dentários, surge como etapa fundamental para o sucesso funcional e estético das reabilitações que utilizam implante (Lindhe, 2004). O enxerto de tecido conjuntivo apresenta-se como técnica altamente previsível para otimização destes tecidos moles, com excelentes resultados em correções de deformidades de rebordo e aumento da faixa de mucosa ceratinizada inserida ao redor de implantes (Borgueti, 2002; Cunha et al., 2003). MINI-IMPLANTES COMO ACORAGEM ORTODÔNTICA TITO MCQ, ETO LF Faculdade de Odontologia da Universidade de Itaúna A terapia ortodôntica tem sido muito beneficiada com os recentes avanços de outras áreas da odontologia. Uma das melhores contribuições no avanço tecnológico da Ortodontia é o auxílio no controle da ancoragem. Recentemente, foi introduzido um sistema de ancoragem absoluta, o mini-implante, considerado ideal uma vez que ele apresenta as seguintes características: fácil instalação, resistente às forças ortodônticas, de remoção simples, tamanho reduzido e pronto para ser ativado precocemente (carga imediata) minimizando o tempo total de tratamento, aumentando, portanto, a eficiência. Esse novo tipo de ancoragem tem apresentado uma série de vantagens possibilitando até mesmo a sua utilização em casos limítrofes. Há necessidade de um conhecimento preciso da execução da técnica, suas indicações e, sobretudo, dos fatores de risco associados. O presente trabalho tem como objetivo descrever os mini-implantes com suas características gerais, técnica de execução, indicações, fatores de risco e complicações. DISJUNTOR MAXILAR ENCAPSULADO: CONSTRUÇÃO LABORATORIAL PARA OTIMIZAR SEU EMPREGO CLÍNICO FARIA TV, CARNEIRO RC, OLIVEIRA DD Faculdade de Odontologia da PUC Minas Arquivo Brasileiro de Odontologia 74 A construção meticulosa dos aparelhos ortodônticos é parte fundamental para o sucesso do tratamento. Aparelhos como os disjuntores palatinos, propostos por Angel em 1859, foram apresentados em diversas configurações, buscando adequar-se as mais diferentes condições clínicas dos pacientes. Entre esses, Spolyar (1984) cita o disjuntor palatino encapsulado como uma alternativa para pacientes com tendência de crescimento vertical e necessidade de protração maxilar, uma vez que a cobertura oclusal acrílica impede que haja interferências oclusais que atrapalhassem a protração. Feito com fios calibrosos e possuindo cobertura de acrílico envolvendo a superfície oclusal dos elementos superiores, além do parafuso expansor centrado com a linha média do palato, as vantagens do disjuntor com cobertura oclusal, incluem a possibilidade de adaptação mesmo com morfologias coronárias anômalas. Dessa forma, temos como objetivo demonstrar uma técnica para otimizar a construção laboratorial do disjuntor palatino encapsulado e exemplificar sua aplicação clínica. TÉCNICA CARPAL NASCIMENTO JHG, JUNIOR AACP, LAGE FO, OLIVEIRA FJ, BARCELOS CC, NETO SGO Faculdade de Odontologia da PUC Minas O crescimento e desenvolvimento do ser humano é um processo gradativo e um tanto quanto complexo, haja visto a grande quantidade de elementos ósseos que se desenvolvem simultaneamente durante toda vida. Uma das maneiras de avaliar esse crescimento é a radiografia carpal que é utilizada para determinar o desenvolvimento ósseo do paciente avaliando os níveis de ossificação das epífises das falanges distal, proximal e mediana. Assim, pode-se estabelecer a idade biológica, já que a idade cronológica, por si só, não é suficiente para oferecer uma precisão quanto à maturação esquelética do indivíduo. Este estudo tem como objetivo demonstrar a utilização da técnica Carpal e sua importância como método complementar no traçado de um plano de tratamento, bem como, auxiliar na avaliação do processo de desenvolvimento e maturação óssea do paciente, a partir da análise dos estágios de ossificação dos ossos da mão e punho. Assim, o estudo da Carpal se apresenta como um exame complementar para que seja traçado um plano de tratamento como, por exemplo, ortodôntico e/ou ortopédico, áreas odontológicas nas quais o desenvolvimento esquelético é de crucial importância. Portanto, o trabalho visa revisar a importância da radiografia carpal, mostrar como é realizada a técnica e suas principais aplicações. ASPECTOS RELEVANTES DO BRUXISMO SILVA FM, SERAIDARIAN P, SERAIDARIAN PI Faculdade de Odontologia da PUC Minas e UNITAU Um hábito parafuncional, cada vez mais prevalente na população mundial, o bruxismo ainda é um desafio para a odontologia, tendo em vista a infinidade de alterações que pode provocar no sistema estomatognático. Por apresentar grande variedade em relação à intensidade, persistência e freqüência, os problemas gerados por esta parafunção também são de magnitudes distintas. Com o objetivo de contribuir no entendimento e no gerenciamento deste problema, propõe-se apresentar o estado atual do conhecimento, através de uma revisão literária, dando ênfase aos seus conceitos e terminologias, fatores etiológicos, formas de diagnóstico, sinais e sintomas e possibilidades de tratamento. Diante do proposto, pode-se relatar que a maioria dos autores definiu como bruxismo o hábito de ranger/apertar os dentes, em movimentos não-funcionais, de forma espontânea e, principalmente, durante a noite. Em relação aos fatores etiológicos existe grande discordância na literatura em relação a estes aspectos, sendo considerado de origem multifatorial. O diagnóstico deste hábito consiste em anamnese e exame clínico minuciosos, com o intuito de detectar alguns sinais e/ou sintomas que podem variar com a intensidade, freqüência e idade do paciente. Suas formas terapêuticas são multidisciplinares e devem ser, preferencialmente, conservadoras, reversíveis e não invasivas. No entanto, devido aos avanços nas pesquisas relacionados a este assunto, parece surgir uma luz no fim do túnel, na tentativa de se descobrir a verdadeira etiologia e talvez uma terapêutica mais eficaz. PROJETO INTERCLÍNICAS: AS DIFERENTES VERTENTES DA DOR PORCARO PMC, ALVIM KSF, FALCO H Faculdade de Odontologia da PUC Minas O trabalho tem o propósito de indagar o conceito de dor nos respectivos campos do saber - fisioterapia, fonoaudiologia, odontologia e psicologia. Saberes estes, envolvidos no projeto Interclínicas, que tem como objetivo prestar atendimento a pacientes portadores de disfunções nas articulações temporomandibular, inscritos no projeto. Este se desenvolveu como um estágio supervisionado nas clínicas citadas anteriormente, da PUC Minas no campus Coração Eucarístico, no decorrer do ano de 2006. Nessa vertente, pretende ampliar a discussão multidisciplinar, que no contexto da pós-modernidade se impõe como uma importante e necessária alternativa clínica, onde, a diversidade de conhecimentos e especialidades se agregam no sentido de promover uma interlocução entre as áreas da saúde, visando o bem estar e a qualidade de vida dos pacientes. Por um outro lado, constata que o trabalho interdisciplinar nos incita a romper desafios, uma vez que, cada campo opera com uma linguagem própria, além de concepções e verdades distintas. Ao mesmo tempo, nos aponta que é na diferença, ou seja, é no intervalo entre um saber e outro que a palavra encontra espaço para fazer circular novos saberes. Criar novas possibilidades de trabalho lidando com a diversidade é o maior desafio do projeto Interclínicas, e é também, o que nos move e coloca nosso desejo em questão. Para ilustrar, serão apresentados dois fragmentos de casos clínicos de pacientes atendidos pelas estagiárias de psicologia, numa perspectiva psicanalítica. LESÃO CENTRAL DE CÉLULAS GIGANTES: REVISÃO DE LITERATURA CAIXETA ACP, ARAÚJO GBC, MACHADO AMF, MANZI FR, MAIA BF, FONSECA LC Faculdade de Odontologia da PUC Minas A lesão central de células gigantes (LCCG) é uma lesão intraóssea, que consiste de tecido fibroso com focos múltiplos de hemorragia, agregação de células gigantes multinucleadas e, ocasionalmente, trabéculas de tecido ósseo. Sua etiologia ainda é incerta e várias teorias são propostas na literatura. A maioria das LCCG é assintomática, sendo detectada pelo exame radiográfico de rotina ou pela expansão indolor do osso afetado. Acomete principalmente as mulheres e adultos jovens com menos de 30 anos de idade, sendo localizada geralmente na região anterior da mandíbula. Pode ser dividida em duas categorias: as lesões agressivas e as nãoagressivas. A não-agressiva representa a maioria dos casos, é assintomática, crescimento lento, não mostrando perfuração da cortical ou reabsorção radicular dos dentes envolvidos na lesão. A agressiva é caracterizada por dor, crescimento rápido, perfuração da cortical, reabsorção radicular e tende à recidiva. Radiograficamente, a lesão apresenta-se como área radiolúcida, bem delimitada, uni ou multilocular. Os aspectos clínico-radiográficos não são específicos para confirmarem o diagnóstico, podendo esta lesão ser confundida com outras afecções como o ameloblastoma, mixoma e ceratocisto. O presente estudo pretende mostrar uma revisão minuciosa das características da LCCG, a fim de auxiliar o cirurgião dentista a conhecê-la melhor. FATORES BIOLÓGICOS PARA POTENCIALIZAR A MOVIMENTAÇÃO ORTODONTICA FERREIRAAPCG, HORTA MCR, OLIVEIRA DD Faculdade de Odontologia da PUC Minas Apesar de sua resistência às pressões e de sua dureza, o tecido ósseo é muito plástico, sendo capaz de remodelar sua estrutura interna em resposta às modificações nas forças a que está submetido. A resposta biomecânica adaptativa às forças ortodônticas é um processo altamente sofisticado, envolvendo centenas de reações em cadeia dentro e ao redor do ligamento periodontal e do osso alveolar. Essas mudanças de remodelamento nos tecidos paradentais são consideradas essenciais para a realização do movimento ortodôntico. Visando facilitar movimentações mais complexas e para diminuir a duração da terapia ortodôntica, Arquivo Brasileiro de Odontologia 75 vários estudos sobre os fatores que regulam a movimentação dentária, como fatores hormonais, nutricionais, químicos e mecânicos. Este trabalho tem como objetivo rever a literatura sobre tais fatores, enfatizando os efeitos que as corticotomias alveolares causam no osso alveolar. REVISÃO APRESENTAÇÃO EM PAINEL IMPORTÂNCIA DA PROFILAXIAANTIBIÓTICA NA PREVENÇÃO DE ENDOCARDITE INFECCIOSA EM PACIENTES COM COMPROMETIMENTO CARDÍACO MORAIS FB, MOTA SL, MIRANDA DA, MACEDO PF, GUERRA MJC Faculdade de Odontologia da UFJF A endocardite é uma das poucas complicações potencialmente letais do tratamento odontológico. Isso é explicado pelo fato de ser um processo infeccioso grave, provocado por germes conhecidos, destacando-se bactérias do grupo estreptococos. Em nosso meio bucal existem milhares de microorganismos, dentre eles bactérias que, quando introduzidas nos tecidos por meio de instrumentos, sondagem periodontal, cirurgias, ou mesmo uma rigorosa escovação e mastigação ganham a corrente sangüínea provocando uma bacteremia transitória. Em pacientes com comprometimentos cardíacos (válvulas protéticas, endocardite prévia, doenças cardíacas congênitas, prolapso de valva mitral) as bactérias ficam retidas e alojadas no coração, desenvolvendo uma infecção, a endocardite bacteriana. Assim, deve ser feito uma profilaxia com antibióticos antes das intervenções odontológicas, sendo a droga mais indicada a amoxicilina, uma hora antes do procedimento (regime profilático padrão recomendado pela American Hearth Association). Cabe ao cirurgião-dentista realizar um rigoroso levantamento da história médica do paciente a fim de determinar os casos de real indicação de um regime profilático e o antimicrobiano mais adequado para evitar o desenvolvimento de resistência aos antibióticos. Além disso, deve orientar sobre uma boa higienização bucal com o propósito de não haver demasiada proliferação de microorganismos causadores de infecção. ENDOCARDITE INFECCIOSA E SUA IMPLICAÇÃO NA ODONTOLOGIA. FARIA JMG, KILESSE CTSM, LEITE LBS Faculdade de Odontologia da PUC Minas O trabalho tem por objetivo trazer informação adicional a respeito da antibioticoprofilaxia para indivíduos com possibilidade de desenvolver endocardite bacteriana, assim como os fatores e as condições de risco. A endocardite infecciosa é uma doença cardíaca que tem recebido atenção Arquivo Brasileiro de Odontologia 76 por parte da comunidade odontológica devido à sua relativa taxa de mortalidade. Hipoteticamente, qualquer bactéria ou fungo pode causar endocardite infecciosa, mas para isso, é necessário que ocorra bacteremia através de uma invasão local dos vasos sanguíneos. O impacto negativo da infecção periodontal sobre a saúde sistêmica pode resultar da entrada de microrganismos ou seus produtos na corrente sanguínea, respectivamente denominadas de bacteremia e endotoxemia. A bacteremia transitória após diferentes manipulações na cavidade bucal tem sido associada a ranger dos dentes, mastigação, procedimentos cirúrgicos, raspagem e alisamento radicular. A extensão da bacteremia parece ser diretamente relacionada à severidade da inflamação gengival. Uma das melhores maneiras de se prevenir a endocardite infecciosa é realização de uma anamnese rigorosa. O protocolo desenvolvido pela American Heart Association parece ser o mais indicado para os profissionais da saúde. Este trabalho descreve situações diversas e suas respectivas condutas profiláticas. A antibioticoprofilaxia desta patologia é empírica, entretanto, em procedimentos odontológicos que possam causar excessivo sangramento em pacientes com risco de desenvolver a mesma torna-se uma prática coerente. HIPERSENSIBILIDADE DENTINÁRIA CERVICAL: SINTOMATOLOGIA, ETIOLOGIA E TERAPÊUTICA FANNI ABR, SOUZA JD Faculdade de Odontologia da UFJF Dor aguda que surge perante estímulos, como alimentos frios, quentes, ácidos, doces e escovação pode indicar um caso de hipersensibilidade dentinária cervical, muito confundida com cárie. as causas dessa hipersensibilidade são variadas, mas têm em comum a exposição da dentina.dentro desta estão os túbulos dentinários, preenchidos por líquido. Estímulos que mudem a pressão ao longo do dente, como baixa ou alta temperatura, provocam uma rápida movimentação desse líquido, que estimula terminações nervosas, provocando dor. Este trabalho aborda os fatores causadores dessa exposição dentinária, a necessidade de tratamento e a técnica utilizada, que dependerão do grau de desconforto do paciente. USO DE PRÓTESES PARCIAIS REMOVÍVEIS PROVISÓRIAS – IMPORTÂNCIA ESTÉTICA E FUNCIONAL COSTA ATF, SANTOS CQ, ARAÚJO CV, SANTIAGO MO, LEAL RM, FERNANDES MTL Faculdade de Odontologia da PUC Minas As próteses parciais removíveis provisórias fazem parte de um tratamento protético global. Elas devem permanecer na boca parcialmente desdentada, por um tempo variável e limitado. Na reabilitação de pacientes parcialmente desdentados essas próteses possuem uma abordagem multidisciplinar. Têm como finalidade a reabilitação estética e funcional imediata; o restabelecimento de uma nova relação oclusal ou dimensão vertical, proporcionando maior conforto e estabilidade oclusal ao paciente. São também responsáveis pela manutenção do espaço oral funcional, da tonicidade dos músculos da língua, da dimensão mesiodistal e cervico-oclusal. Evitam a extrusão de dentes antagonistas e a mesialização de dentes vizinhos. São substitutas de próteses mal adaptadas ou insatisfatórias em termos estéticos e funcionais, preparando a cavidade bucal para receber um trabalho definitivo e muitas vezes condicionam o paciente para o uso de uma prótese fixa. Utilizadas na terapia periodontal, criam um ambiente mais favorável para a cicatrização. São indicadas em casos onde é necessário um trabalho provisório, especialmente em casos em que não existem dentes “pilares” que possam suportar uma prótese fixa, ou também para esperar a recuperação e preparação para receber implantes. Este é um procedimento fundamental no plano de tratamento, que deve ser utilizado na fase de adequação de meio bucal, fase esta responsável por determinar o prognóstico do trabalho definitivo, ajudando o cirurgião-dentista a conseguir um produto final satisfatório, atendendo às expectativas do paciente. Esse trabalho tem por objetivo enfatizar o uso das próteses parciais removíveis provisórias e sua importância estética e funcional. RADIOGRAFIA PANORÂMICA: PRÓS E CONTRAS NO PLANEJAMENTO DE IMPLANTES PIMONT MM, DEVITO KL Faculdade de Odontologia da UFJF Os implantes ósseo-integrados estão cada vez mais difundidos na clínica odontológica e um dos fatores essenciais para o seu sucesso é o planejamento préoperatório, onde devem ser usados todos os recursos tecnológicos disponíveis para evitarem falhas no plano de tratamento. O exame radiográfico é um importante auxiliar na fase inicial de planejamento, bem como no trans e pósoperatório, servindo também como base de controle protético. Entre os exames por imagem disponíveis para o planejamento dos implantes, a radiografia panorâmica ainda é a mais utilizada por grande parte dos implantodontistas, pois além de ser um exame de baixo custo, permite uma visão completa das arcadas dentárias e de todas as estruturas circunvizinhas em apenas um filme. Entretanto, as distorções e ampliações das imagens nessa radiografia têm levado analistas a considerarem, com reservas, este método radiográfico quando se necessita de exatidão em medidas lineares. Por outro lado, os exames tomográficos são métodos que permitem uma representação mais fidedigna das estruturas analisadas, especialmente a tomografia computadorizada; no entanto, o elevado custo deste exame, aliado às altas doses de radiação pode restringir sua utilização. Diante das disparidades de protocolo radiográfico em casos de tratamento com implantes, neste trabalho tevese como objetivo realizar uma revisão da literatura enfatizando os prós e contras da utilização da radiografia panorâmica na Implantodontia. IMAGENS RADIOGRÁFICAS APLICADAS NO DIAGNÓSTICO PERIODONTAL REZENDE CC, PAULA JS, DEVITO KL Faculdade de Odontologia da UFJF A radiografia é um meio auxiliar de inestimável valor para o diagnóstico da doença periodontal. Na prática odontológica o exame radiográfico alia-se ao exame clínico, complementando-o, porém nunca o substituindo. A radiografia mais indicada para avaliar a condição periodontal é o exame periapical completo realizado pela técnica do paralelismo, já que mostra uma imagem rica em detalhes. As radiografias panorâmicas não são as mais aceitáveis para o diagnóstico periodontal porque apresentam um maior grau de distorção e menor grau de detalhes, sendo utilizadas apenas para selecionar as áreas em que serão necessárias imagens mais detalhadas. As radiografias interproximais também são indicadas, permitindo verificar a crista óssea alveolar, a presença de cálculos e a adaptação de restaurações e próteses. Além dos fatores etiológicos, as radiografias evidenciam as reabsorções ósseas que caracterizam as doenças periodontais, incluindo os defeitos ósseos horizontais, verticais e as lesões de furca. Além disso, mais atualmente, métodos de subtração radiográfica têm sido utilizados para acompanhar estudos longitudinais envolvendo tratamento periodontal. Neste trabalho foram descritas as principais técnicas radiográficas utilizadas na clínica de Periodontia, além de serem apresentadas as limitações da radiografia no diagnóstico e tratamento periodontal. ASPECTOS CLÍNICOS, RADIOGRÁFICOS E HISTOLÓGICOS DA ODONTODISPLASIA REGIONAL MIRANDA DA, ROCHA EL, SOUZA JD, BERNARDES WL, VILELA EM Faculdade de Odontologia da UFJF A odontodisplasia regional é uma anomalia rara, não hereditária e de etiologia desconhecida. Dentre suas características clínicas, radiográficas e histológicas destacam-se dentes com erupção incompleta, morfologia profundamente alterada, aspecto altamente irregular e com mineralização defeituosa. Clinicamente, afeta tanto a dentição decídua quanto a dentição permanente, preferencialmente os dentes da arcada superior. Radiograficamente, os dentes apresentam um aspecto fantasmagórico devido à redução da espessura do tecido duro, baixa radiodensidade e má formação dos tecidos dentais. Histologicamente mostra-se com esmalte totalmente Arquivo Brasileiro de Odontologia 77 irregular e hipoplásico (amelogênese imperfeita), dentina pobremente mineralizada e câmara pulpar ampla; o cemento e a porção radicular possuem pouquíssimas alterações. MUCOCELE NA CAVIDADE ORAL QUEIROZ ER, LOPES LP, CHANDRETTI PCS, LEITE FPP Faculdade de Odontologia da UFJF A cavidade oral apresenta numerosas glândulas salivares, que são divididas em maiores (parótida, submandibular e sublingual) e menores (palatinas, labiais, bucais e linguais). Quando essas glândulas apresentam o acúmulo de saliva em função de um trauma no seu ducto excretor, impedindo que seu conteúdo seja liberado no meio bucal, ocorre a formação de uma lesão bolhosa conhecida como mucocele, que quando se localiza no soalho da boca, afetando principalmente a glândula sublingual, é chamado de rânula. Apesar de não haver consenso entre os autores sobre definição de tal lesão, ela é de fácil diagnóstico e tratamento, sendo este na maioria das vezes a remoção cirúrgica da glândula afetada. Portanto, o objetivo do presente estudo é apresentar por meio de uma revisão da literatura as diferentes visões dos autores sobre o assunto, ajudando o cirurgião dentista a compreender melhor o mesmo, otimizando sua prática clínica diária. LÍQUEN PLANO ORAL: POSSÍVEL RELAÇÃO ENTRE A INTENSIDADE DO INFILTRADO INFLAMATÓRIO E AAPOPTOSE NO EPITÉLIO induzida através da liberação de citocinas pelos linfócitos T presentes no infiltrado inflamatório subepitelial. Propõe-se neste estudo avaliar uma possível relação entre a intensidade do infiltrado inflamatório e a apoptose no epitélio nas lesões de líquen plano oral, através de uma revisão bibliográfica e de abordagens morfológicas. DOENÇAS ODONTOGÊNICAS DOS SEIOS MAXILARES E COMUNICAÇÕES BUCOSINUSAIS LOPES LP, CHANDRETTI PCS, QUEIROZ ER, URBANO ES Faculdade de Odontologia da UFJFPUC Minas O seio maxilar é o maior dos seios paranasais. Está intimamente relacionado aos processos alveolares dos dentes posteriores e é revestido por uma mucosa cujo epitélio é do tipo cilíndrico, ciliado, pseudoestratificado e mucossecretor. O exsudato produzido pelo epitélio é drenado por força dos movimentos ciliares para o óstio, localizado abaixo da concha nasal média. Quando o antro é acometido por algum evento patológico, a mucosa do mesmo hipertrofia-se e torna-se hiperplásica, obstruindo o óstio, impedindo a drenagem e estagnando no seu interior as secreções. O seio pode ser acometido por abscessos periapicais, infecções de caráter odontogênico e por traumas cirúrgicos, sendo estes, muitas vezes responsáveis pelo surgimento de comunicações oroantrais. Este trabalho visa apresentar uma revisão de literatura a respeito de infecções odontogênicas acometendo os seios e as possibilidades terapêuticas medicamentosas e cirúrgicas(fechamento de fístulas bucosinusais e abertura cirúrgica do seio). BRANT JMC, VASCONCELOS AC, MARIGO HA Faculdade de Odontologia da UFMG O líquen plano oral (LPO) é uma doença inflamatória crônica, de etiologia desconhecida, não contagiosa, recorrente, caracterizada por períodos de exacerbação e remissão. Acomete a pele, a cavidade oral ou ambos. Os sintomas são passageiros, mas a manifestação clínica da doença bucal é persistente. O LPO aparece em diferentes formas clínicas, compreendendo a forma papular, reticular, em placa, erosivo, ulcerado e bolhoso. A forma reticular é assintomática, enquanto o tipo erosivo usualmente apresenta sintomatologia dolorosa. Variações na diminuição ou aumento da espessura epitelial têm sido observadas no LPO e estas mudanças podem refletir na atividade da doença. A apoptose é um mecanismo de morte celular com o objetivo de controlar e manter o número de células de determinado órgão ou tecido. Apesar de ser considerado um processo fisiológico pode ser encontrado em muitos processos patológicos. Embora a causa do LPO permaneça no campo especulativo, muitos achados sugerem tratar-se de uma doença auto-imune, mediada por linfócitos T que têm como alvo os ceratinócitos basais. É possível que a apoptose seja responsável pela lise das células da camada basal e que seja Arquivo Brasileiro de Odontologia 78 SÍNDROME DE MOEBIUS – UMAABORDAGEM INTERDISCIPLINAR CARNEIRO RC, FARIA TV, SILVA LCP, OLIVEIRA DD Faculdade de Odontologia da PUC Minas A síndrome de Moebius é uma desordem rara caracterizada pela paralisia combinada ou não dos 6o e 7o pares de nervos cranianos. Ela é associada à falta de coordenação motora fina, deficiência mental em diferentes graus, deformidades músculo-esqueletais, anomalias de membros, estrabismo, micrognatia dentre outras. Os achados orais mais comuns envolvem hipoglossia, falta de selamento labial e palato profundo e estreito. A etiologia da síndrome de Moebius é multifatorial (genético e ambiental) e aponta para algum distúrbio durante a 4ª até a 7ª semana de gestação, levando a um quadro de hipóxia ou isquemia transitória fetal. Drogas como misoprostol, benzodiazepínicos e cocaína têm sido relacionadas como causas dessa síndrome. O objetivo do tratamento é minimizar os defeitos associados e envolve a atuação de uma equipe multidisciplinar. Na odontologia, geralmente o odontopediatra é o primeiro profissional a ter contato com esses pacientes. Ao ortodontista cabe oferecer um tratamento que vise à melhora da micrognatia, forma dos maxilares e da oclusão. de tratamento preventivo à neoplasia maligna colorretal. Ressalta-se a necessidade e a importância da integração multidisciplinar para o efetivo diagnóstico e tratamento das patologias que envolvem diferentes áreas de ação. DENTINOGÊNESE IMPERFEITA APOPTOSE NA REABSORÇÃO RADICULAR FISIOLÓGICA DE DENTES DECÍDUOS HUMANOS: PROVÁVEL MECANISMO NA ELIMINAÇÃO PULPAR MIANA TA, WERNECK D, LOPES LP, CHANDRETTI PCS Faculdade de Odontologia da UFJF Dentinogênese imperfeita é um distúrbio raro de desenvolvimento da dentina e de caráter hereditário. Ambas as dentições são afetadas sendo que a severidade está relacionada com a idade durante a qual o dente se desenvolveu. Sua classificação ainda é fator de discussão entre autores, contudo em sua maioria ela está dividida em dentinogênese tipos I, II e III. Faz-se necessário distinguir dentinogênese imperfeita de outros distúrbios como a osteogênese imperfeita e para tanto, a anamnese minuciosa (história familiar), os exames clínico e radiográfico devem ser feitos, a fim de se obter informações que possibilitarão a obtenção do diagnóstico preciso e, posteriormente, o tratamento efetivo. ENVOLVIMENTO MÉDICO-ODONTOLÓGICO DA SÍNDROME DE GARDNER: REVISÃO DE LITERATURA ASSIS GT, TORQUATO RN, CHAVES MGAM, PIMENTEL RF, CHAVES-NETTO HDM Faculdade de Odontologia da UFJF A polipose múltipla do cólon (PMC) é uma doença de herança autossômica dominante. Caracteriza-se pelo desenvolvimento de pólipos colorretais que apresentam grande risco de desenvolvimento de malignização por volta da quarta década de vida. A Síndrome de Gardner é uma variante da PMC na qual os indivíduos desenvolvem tumores extra-intestinais, de tecidos duros e moles, de origem mesenquimal, incluindo os cistos epidermóides, fibromas e osteomas crânio faciais, com predileção pela mandíbula e ossos do crânio, também em ossos longos como o fêmur. Osteomas estes, sem potencial de malignização. Manifestações adicionais têm sido relatadas, como anormalidades dentárias, carcinoma da tireóide, tumores desmóides, dentre outras. O objetivo deste trabalho é relatar as manifestações bucais da Síndrome de Gardner e a importância do diagnóstico precoce através destes achados, citando dentre eles os elementos dentais supra numerários e os osteomas, a época de sua formação, diagnóstico através de exames clínico e radiográfico e correlacionar estes achados com o tratamento profilático da Síndrome, visto as manifestações bucais antecederem ao aparecimento dos pólipos intestinais. Portanto, a elaboração do diagnóstico da Síndrome de Gardner pode ser precoce, com instituição RODRIGUES LV, VASCONCELOS AC, CAMPOS PA Faculdade de Odontologia da UFMG Os dentes decíduos fazem parte uma dentição transitória, que dará lugar posteriormente a uma dentição chamada permanente. Para que isso ocorra de forma natural, é necessário que eles sofram um processo fisiológico de reabsorção radicular. A apoptose é um tipo de morte celular programada e silenciosa, de caráter fisiológico, pelo qual a célula é estimulada a acionar mecanismos que culminam com sua própria morte. A reabsorção fisiológica dos dentes decíduos acomete todas as estruturas radiculares, ou seja, cemento, dentina e polpa, porém a forma de ocorrência e o significado da morte celular fisiológica da polpa dental na reabsorção radicular ainda não estão esclarecidos. Até o presente momento, sabe-se quando a reabsorção radicular fisiológica, correspondente a cada grupo de dente, se inicia e também sua cronologia, porém o processo desencadeante, bem como o mecanismo responsável por essa reabsorção ainda são desconhecidos. O caráter programado e a ausência de processos inflamatórios na reabsorção dentária fisiológica dos dentes decíduos, principalmente no que diz respeito à eliminação pulpar, parecem indicar a participação da apoptose neste processo. Propõe-se neste trabalho avaliar morfologicamente a participação da apoptose como mecanismo de eliminação pulpar durante a reabsorção radicular fisiológica de dentes decíduos humanos. A FORMAÇÃO EM SERVIÇO DO TÉCNICO EM HIGIENE DENTAL(THD) EM MINAS GERAIS OLIVEIRA LA, PEREIRA NNR, CORDEIRO RC, FIGUEIREDO CC Escola de Saúde Pública de Minas Gerais (ESP-MG) Em 2004, na ESPMG, teve início um Projeto Piloto, em parceira com o Ministério da Saúde, objetivando formar em serviço, 240 THDs, distribuídos em 07 turmas oriundas de 113 municípios. O curso é realizado alternando períodos de Concentração, momento de reflexão/teorização da prática profissional em que acontece aquisição e desenvolvimento dos conteúdos; e Dispersão, momento que visa favorecer a reflexão de cada aluno no universo das funções para as quais está se habilitando e também destinado à aquisição e ao desenvolvimento das habilidades práticas. Em ambos os momentos é observada a metodologia de integração ensino- Arquivo Brasileiro de Odontologia 79 serviço. Para assegurar a interação dos professores/ dentistas, estes são preparados técnica e pedagogicamente pela ESP-MG. A avaliação é contínua e processual, e busca captar o processo de ensino-aprendizagem em sua totalidade. É verificado o desempenho alcançado pelo aluno, tendo em vista as competências a serem adquiridas e o perfil profissional de conclusão do curso. O objetivo geral é formar profissionais de nível técnico para o SUS aptos a compor as equipes de saúde bucal do PSF. As avaliações têm mostrado que, ao final do curso, os profissionais são capazes de desenvolver ações voltadas para a promoção, manutenção e/ou recuperação da saúde bucal do indivíduo, da família e da comunidade. Tais atitudes são sempre fundamentadas nos conhecimentos técnicos, científicos, éticos, políticos e educativos, onde os alunos apresentam bom relacionamento interpessoal, senso crítico, atitude reflexiva, senso de observação, capacidade de autogestão e raciocínio lógico. EXPANSÃO MAXILAR: COMO, QUANDO E POR QUE? UMA REVISÃO CRÍTICADALITERATURA ANDRADE DN, ELIAS RT, MARINHO KC, SERAIDARIAN PI, OLIVEIRA DD Faculdade de Odontologia da PUC Minas A atresia maxilar é a maloclusão de origem esquelética mais comumente encontrada na população. Mesmo assim, vários indivíduos chegam a idade adulta, portanto tal condição oclusal, o que torna o tratamento ortodôntico mais complexo, pois após a calcificação da sutura palatina mediana, a correção eficaz da atresia maxilar tem que ser feita com auxílio cirúrgico. A identificação da deficiência transversa da maxila deveria ser feita com precisão pelos profissionais que prestam cuidados primários aos pacientes em crescimento, ou seja, clínicos gerais e odontopediatras. O objetivo desse trabalho é rever a literatura acerca das diretrizes para identificação da atresia maxilar, das justificativas para intervenção ortodôntica e, finalmente, sobre a época ideal de tratamento dessa maloclusão. SÍNDROME DE BRODIE SILVA LK, FARIA TV, CARVALHO APG, PACHECO W Faculdade de Odontologia da PUC Minas A deficiência transversal mandibular tem sido um difícil problema enfrentado pelos ortodontistas. As possíveis etiologias a ela relacionadas estão ligadas à presença de hábitos, uma excessiva largura maxilar ou uma deficiência transversal mandibular esquelética. A Síndrome de Brodie é uma anomalia presente nas más oclusões que tem provável caráter hereditário e genético. Sua característica principal é a deficiência transversal da mandíbula. Ao exame clínico, observa-se cruzamento transversal bilateral e unilateral. Na mordida cruzada bilateral observamos o total Arquivo Brasileiro de Odontologia 80 encapsulamento da mandíbula pela maxila, resultando em total ausência de contatos oclusais e incisais em oclusão cêntrica. Entre as possibilidades de tratamento estão o uso de elásticos intermaxilares de mordida cruzada, constrição do arco maxilar através de disjuntores palatinos, constrição cirúrgica da maxila e uma nova modalidade de tratamento cirúrgico que é a distração osteogênica mandibular. Este trabalho, através de uma revisão bibliográfica sucinta, tem como objetivo descrever a Síndrome de Brodie assim como os tratamentos existentes para a correção das deficiências esqueléticas que resultam dela. BRÁQUETES AUTO-LIGANTES: VANTAGENS E DESVANTAGENS MOURA FO, MORATTI LA, ETO LF, ASSIS RD, OLIVEIRA RMC Faculdade de Odontologia da Universidade de Itaúna Os bráquetes auto-ligantes são acessórios ortodônticos que foram desenvolvidos com o principal objetivo de reduzir o atrito existente durante a utilização das mecânicas de deslize. Existem, entretanto, alguns outros aspectos de interesse clínico, como por exemplo, a diferenciação dos sistemas pela maneira com que o fio é retido dentro da canaleta. Desta forma, podemos encontrar sistemas com tampas ativas ou passivas. Como vantagens dos sistemas auto-ligantes podem ser citadas: a) menor fricção entre bráquete e fio; b) maior controle mecânico durante a translação dentária; c) utilização de forças ortodônticas ideais de baixa intensidade; d) conforto para o paciente; e) redução do tempo clínico de atendimento do paciente; f) redução do tempo total de tratamento; g) facilidade de higienização bucal. Como desvantagens, podemos destacar: a) alguns sistemas podem não possuir tampas adequadas e podem ser abertos inadvertidamente ou apresentar uma tendência à falha mecânica; b) tampas passivas podem implicar em uma não adaptação completa entre o fio e o bráquete (menor controle de torque); c) tampas ativas podem aumentar o atrito em relação às tampas passivas; d) custo mais elevado em relação aos bráquetes convencionais; e) necessidade, em alguns sistemas, de instrumental especial para promover a ativação ou engate da tampa. O presente trabalho destaca também algumas características individuais dos bráquetes auto-ligantes das marcas comerciais ORMCO, GAC, 3M- UNITEK. REABSORÇÕES DENTÁRIAS CAUSADAS POR TRAUMAS ORTODÔNTICOS CHANDRETTI PCS, LOPES LP, QUEIROZ ER, LEITE FPP Faculdade de Odontologia da UFJF As reabsorções dentárias podem ter diversas etiologias, como fatores biológicos (ex: ação bacteriana e seus produtos tóxicos), fatores físicos (ex: movimentos ortodônticos) e fatores químicos (ex: agentes clareadores). A susceptibilidade ou predisposição genética às reabsorções dentárias não são cientificamente comprovadas, mas merecem atenção durante o plano de tratamento. O princípio da terapia ortodôntica baseia-se na aplicação de uma força prolongada no dente, induzindo a formação de duas regiões, uma de pressão (na direção da força) e outra de tensão (contrária a força). A reabsorção óssea, resultante do tratamento ortodôntico, acomete 90,5% dos dentes permanentes submetidos a ortodontia, sendo o arredondamento do ápice radicular considerado normal. A reabsorção decorrente de trauma ortodôntico acomete 10% dos dentes permanentes, o que vem provocando uma grande preocupação. Sendo assim, a correta execução da anamnese e o planejamento ortodôntico são fundamentais para se prevenir a reabsorção dentária por trauma ortodôntico. Este trabalho visa alertar e informar os cirurgiões-dentistas sobre a importância do correto diagnóstico das reabsorções dentárias e sobre a elaboração de um eficaz plano de tratamento ortodôntico. Arquivo Brasileiro de Odontologia 81 Normas Editoriais I. INFORMAÇÕES GERAIS A Revista Arquivo Brasileiro de Odontologia é uma publicação científica da Faculdade de Odontologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, com periodicidade semestral. Aceita trabalhos científicos sobre temas relevantes para a Odontologia nas seguintes línguas: português, espanhol e inglês. As matérias para publicação devem ser inéditas, na forma de artigos originais, artigos de atualização, relatos de caso, resumos de tese e opinião, este último a convite do editor. Os conceitos e informações emitidos nos trabalhos, bem como a exatidão e procedência das citações bibliográficas, são de responsabilidade exclusiva dos autores, não refletindo obrigatoriamente a opinião do conselho editorial. Os artigos que não estiverem dentro das normas não serão apreciados. Os textos devem vir acompanhados de carta assinada pelo autor principal nos seguintes termos: Transfiro para a Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, pela Pró-reitoria de Extensão, e para a Fundação Mariana Resende Costa (Fumarc), isolada ou solidariamente, todos os direitos sobre a publicação (citar o título), caso seja aceita para publicação no Arquivo Brasileiro de Odontologia, publicação da Faculdade de Odontologia da PUC Minas. Declaro que esta publicação é original e que seus direitos autorais não foram anteriormente cedidos a outra pessoa física ou jurídica. Os trabalhos devem ser enviados para: Conselho Editorial Arquivo Brasileiro de Odontologia Faculdade de Odontologia PUC Minas Av. Dom José Gaspar, 500 – prédio 46 - Coração Eucarístico 30.535-610 - Belo Horizonte – MG II. APRESENTAÇÃO DOS TRABALHOS Os trabalhos devem ser enviados em 2 vias, digitados em espaço duplo, com páginas separadas e numeradas, em papel formato A4, margens laterais de 2,5 cm x 2,5 cm, perfazendo um total de, no máximo, 20 páginas (não incluindo as referências). Deve ser enviada, também, cópia em disquete com o arquivo nos padrões “Microsoft Word 6.0” ou superior, fonte Times New Roman, tamanho 12. Primeira página Título do Artigo Nome(s) do(s) Autor(es) Nome do Serviço onde foi executado o trabalho Endereço, número de telefone, fax e e-mail do autor principal. Se o trabalho for subvencionado, o tipo de auxílio, nome da agência financiadora e o número do processo. Segunda página Resumo de, no máximo, 250 palavras e indicação de até 5 palavras-chave (conforme a lista de descritores elaborada pela BIREME no site http://decs.bvs.br). Terceira página Título em inglês Abstract Descriptors Texto 1 - Artigos originais devem obedecer à seqüência: Introdução, Revisão da Literatura, Material e Métodos, Resultados, Discussão, Conclusões e Referências Bibliográficas. 2 - Artigos de atualização poderão ter o número de referências reduzido. 3 - Relatos de casos devem obedecer a seguinte seqüência: Introdução, Descrição do caso, Discussão, Referências e Autores (5, no máximo). III. REFERÊNCIAS As referências devem ser ordenadas em ordem alfabética, pelo sobrenome dos autores. Todos os autores devem constar nas referências bibliográficas. Quando o trabalho for escrito por mais de seis autores, a citação deve ser feita apenas com o sobrenome dos seis autores, seguido de et al. As citações serão identificadas no texto pelo nome do autor e data (Enlow, 1998) ou (Gonçalves & Melo, 2004). No texto, se houver mais de dois autores, coloca-se et al. (Franco et al., 1999). 1 - Artigos em periódicos: Angle EH. Classification of malocclusion. Dent Cosmos 1899; 41: 248-64. 2 - Capítulos de livros Sahli CC. Preparacion Biomecánica de los Condutos Radiculares. In: Garcia JJE, Sala EC. El Manual de Odontologia. Barcelona: Masson-Salvat; 1995. p. 725-34. 3 - Livros Alvarez-Leite ME, Fróes JAV, Pereira CRS, Arenare-Jeunon F. Infecção Cruzada em Odontologia: Prevenção e Controle. Belo Horizonte: Fumarc; 2003. 83 p. 4 - Monografias, dissertações e teses Lima AAS. Avaliação sialométrica de indivíduos submetidos à radioterapia da região de cabeça e pescoço. (Tese de Doutorado). Porto Alegre: Faculdade de Odontologia da PUC-RS; 1999. 110 p. 5 - Anais Calderon LS, Kaba SCP, Elias FM, Konig Jr B. Submandibular approach to the mandible surgical anatomic correlation. Annals of 15th Panamerican Congress of Anatomy, 180-0. Rio de Janeiro; 2002. IV. ILUSTRAÇÕES As tabelas, figuras, fotografias e gráficos devem ser enviados em folhas separadas, numeradas em algarismos romanos e com legendas individualizadas. As fotografias devem ter o formato mínimo de 9 x 12 cm. Eventuais despesas para scanner de cromos/slides devem ser discutidas. As fotografias escaneadas deverão ser gravadas em formato TIFF com tamanho máximo de 500kb.