Discurso proferido pelo Deputado Dr. HELENO (PP-RJ), na sessão de de setembro de 2004. Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, O planeta Terra vive um dos momentos mais difíceis de sua existência. Isso deu motivo para que o cientista inglês Sir David King fizesse uma afirmação mais que “bombástica” quando declarou: “o aquecimento global da Terra representa uma ameaça mais séria do que o próprio terrorismo”. A maioria de seus habitantes tem consciência de algum grau de aquecimento, isto porque os invernos estão ficando menos frios e a primavera cada vez chega mais cedo. Os cientistas, porém têm verificado que no Ártico o aquecimento tem sido duas vezes maior que na Europa e o perigo do derretimento da camada polar, com o conseqüente aumento do nível dos mares é iminente. Alertam os cientistas para o fato de que não é só as camadas polares que sofrerão com esse aumento na temperatura média do planeta. A própria floresta Amazônica poderia sofrer catástrofes em sua biodiversidade, caso houvesse uma elevação maior na temperatura média do planeta. A elevação nas médias de temperatura do planeta tem sua origem nos gases que provocam o chamado “efeito estufa” e no desaparecimento do gelo do Ártico. É quase como se tivéssemos acendido a lareira de nossa casa para nos aquecermos e não houvéssemos percebido que à medida que colocávamos mais lenha o fogo ficava fora de controle. O aquecimento global, tal qual um incêndio desse tipo está se acelerando e quase não resta mais tempo para agirmos. Confesso que, com seis bilhões de habitantes e em crescimento constante, restam poucas opções se continuarmos extraindo energia dos combustíveis fósseis e não desenvolvermos outras fontes alternativas de energia como a eólia, das marés, hidroelétrica e a nuclear. O nosso planeta tem sofrido tanto com a queima de combustíveis fósseis, que se parássemos de queimá-los hoje, levaria cerca de um milênio para ele se recuperar totalmente dos malefícios causados. O que entretanto vem ocorrendo é que a cada ano mais se queima o carbono, piorando a situação para os pósteros e a civilização. Penso que, em meio a toda essa previsão cataclimática, imediatamente apenas uma disponível e fonte que de não energia causa aquecimento global seria viável para salvaguardar o planeta: a energia nuclear. A mesma utilizada por todos os sóis do universo. Há, entretanto uma outra chance de salvação: talvez um acontecimento imprevisto, tal como uma série de erupções vulcânicas graves o bastante para bloquear a luz solar e assim esfriar a Terra. Todavia só perdedores, de antemão, apostariam em suas vidas no caso dessa hipótese. A oposição à energia nuclear se baseia no temor irracional alimentado pela ficção ao estilo Hollywood, pelos “lobbies” dos ambientalistas e pelos meios de comunicação. Este temor é infundado e a energia nuclear desde seu início, em 1952, tem demonstrado ser a mais segura de todas as fontes de energia. Temos que parar de nos atormentar com os riscos estatísticos ínfimos de câncer proveniente de produtos químicos ou radiação, isto morreremos porque de câncer um terço de nós de qualquer modo, principalmente porque respiramos um ar impregnado de carcinógenos, o oxigênio. Nossa ignorância dos fatos se deve a muitos autores; o mais importante entre eles tem sido o não-reconhecimento da alteração do clima nos Estados Unidos onde os governos não têm dado o apoio necessário aos cientistas. Os “lobbies” dos ambientalistas, que deveriam dar prioridade ao aquecimento global, parecem mais preocupados com as ameaças às pessoas do que com a própria Terra, não percebendo que somos parte da Terra e inteiramente dependentes de seu “bem-estar”. Talvez seja necessário um desastre pior do que as mortes do último verão europeu para que despertemos para a realidade de nosso planeta. Não tempos tempo mais a perder com fontes de energia quiméricas; a civilização se depara com um perigo iminente e tem que usar a energia nuclear – a única fonte de energia segura, disponível – agora, ou então enfrentar a tragédia que lhe será imposta por nosso castigado planeta Terra. Era o que eu tinha a dizer. Muito obrigado. Obs.: Pronunciamento extraído do artigo do cientista inglês James Lovelock, traduzido do Jornal Inglês “The Independent”.