A importância da sistematização da assistência de enfermagem (SAE)

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A importância da sistematização da assistência de enfermagem (SAE) em uma unidade
de hemodiálise
Diôgo Amaral Barbosa (UNEMAT) [email protected]
Regina Horlanys Correia Martins (UNEMAT) [email protected]
Alex Rodrigues Borges (UEM) [email protected]
Alcione Oliveira de Souza (UNIC) [email protected]
RESUMO
A utilização da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) em uma unidade de
hemodiálise, pelo enfermeiro e sua equipe de enfermagem, permite aos clientes em tratamento
hemodialítico um acompanhamento detalhado de suas necessidades humanas básicas,
favorecendo a identificação de estratégias para aprimorar o atendimento ao paciente,
melhorando a qualidade de vida e suas atividades cotidianas. Esta pesquisa apresentada teve o
objetivo de avaliar a importância da implantação e implementação da Sistematização da
Assistência de Enfermagem (SAE) quanto à atuação do enfermeiro em um Instituto de
Nefrologia de Tangará da Serra. Para alcançar este objetivo o estudo teve uma abordagem
quanti-qualitativa, do tipo descritivo e explicativo, tendo como fonte de informação a pesquisa
de campo em um Instituto de nefrologia de Tangará da Serra, com aplicação de questionário e
uma observação minuciosa aos3 enfermeiros que atuam ou atuaram neste instituto de janeiro
de 2010 a junho de 2011 e levantamentos bibliográficos, além de dados e estudos obtidos do
Ministério da Saúde, do “Data SUS”, do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) e
Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso (COREN-MT). Por todos os aspectos
observados nesta pesquisa, constatamos que nesta instituição não há a implantação e
implementação da SAE. Com este estudo percebemos que quando o enfermeiro implanta a SAE
em uma unidade de hemodiálise e mantém contínua a sua implementação, ele ganha como
vantagem, mais tempo, um serviço organizado, tem um registro quanto à assistência prestada
ao cliente, favorece ao paciente uma assistência individualizada, melhorando o processo de
cuidar e tendo resultados esperado compensatórios e fidedignos, comprovados por meio dos
registros e alcançado por meio dos diagnósticos e prescrições de enfermagem.
Palavras-chave: sistematização da assistência de enfermagem (SAE) - processo de
enfermagem (PE) - hemodiálise.
INTRODUÇÃO
A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é um método privativo do
enfermeiro, utilizada para a construção de um plano e processo de trabalho, necessários para a
identificação das situações de saúde e doença, subsidiando ações de assistência de enfermagem
que favorece a promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde do indivíduo, família
e comunidade (LEFEVRE, 2000). A sistematização desta assistência em uma unidade de
hemodiálise é de extrema importância, devido ao alto crescimento do número de pessoas com
Insuficiência Renal Crônica no mundo, fazendo com que estas necessitem de um dos dois tipos
de diálise existentes, a diálise peritoneal e a hemodiálise, a mais utilizada atualmente.
No Brasil, ainda não existem dados confiáveis que possam retratar a incidência e a
prevalência da Insuficiência Renal Crônica (IRC), que pode ser definida como uma síndrome
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complexa, que se caracteriza pela perda lenta, progressiva e irreversível das funções renais, que
termina inevitavelmente em uremia e suas complicações. Para evitar estes problemas o
indivíduo deve submeter-se a diálise ou a um transplante renal. Apesar dos avanços no
tratamento da IRC, a morbi-mortalidade continua elevada, no Brasil, a sobrevida gira em torno
de 79% e 41%, respectivamente no primeiro e no quinto ano de diálise (CABRAL, DINIZ &
ARRUDA, 2005; NETTINA, 2007). Com isto, percebe-se que o número de clientes em diálise
em nosso país aumenta todos os anos, o “Data SUS” comprova isto com seus censos realizados
entre 1999 a 2007.
O interesse em evidenciar a importância da Sistematização da Assistência de
Enfermagem (SAE) em uma Unidade de Hemodiálise, surgiu a partir de discussões com
enfermeiros especialistas em nefrologia, tendo um olhar voltado para a realidade da
implantação e implementação da SAE em todos os ambientes onde atua uma equipe de
enfermagem. Devido a todas estas informações, preocupamos com o conhecimento e o
desenvolvimento da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) utilizada nesta
unidade de hemodiálise pelos enfermeiros e sua equipe de enfermagem.
Com isto, esta pesquisa teve como objetivo geral avaliar a importância da implantação
e implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) quanto à atuação do
enfermeiro em um Instituto de Nefrologia de Tangará da Serra. E como objetivos específicos,
verificar o conhecimento da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) e o
conhecimento técnico-científico nefrológico dos enfermeiros da unidade de hemodiálise de
Tangará da Serra; constatar o que o Conselho Regional de Enfermagem (COREN) de Mato
Grosso oferece para capacitação da equipe de enfermagem relacionada à hemodiálise; analisar
a atuação do enfermeiro do Instituto de Hemodiálise de Tangará da Serra frente às complicações
ocorridas durante a hemodiálise, procedimentos cirúrgicos e cuidados ao cliente.
A pesquisa iniciou-se após parecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade do Estado de Mato Grosso – Unemat – Campus de Cáceres, conforme protocolo
nº076/2011 e parecer nº138/2011 de 15 de setembro de 2011, ambos CEP/UNEMAT e
respeitando os preceitos éticos e legais de acordo com a Resolução 196/96. Os sujeitos
concordaram livremente em participar da pesquisa após esclarecimentos sobre os objetivos e
procedimentos a serem adotados e, assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido que
lhe foram entregues em três via, sendo que uma permaneceu com eles, uma com o comitê de
ética e a outra em posse dos pesquisadores.
Esta pesquisa teve uma abordagem quanti-qualitativa, foi realizada em Tangará da
Serra, Mato Grosso. Esta cidade está localizada na região sudoeste do Estado de Mato Grosso.
Fizeram parte da amostra desta pesquisa 3 enfermeiros nefrologistas, sendo 2 mulheres e 1
homem, que atuam ou atuaram em janeiro de 2010 à junho de 2011 nesta unidade de terapia
renal. Os sujeitos tiveram seus nomes preservados e o código adotado foi entrevistado número
um (1), entrevistado número dois (2) e entrevistado número três (3). No mês de agosto de 2011
foi realizado o estágio voluntário, acompanhando os enfermeiros da unidade e aplicado um
questionário fechado com 12 afirmativas entregues a eles. Durante a análise dos dados foi
necessário anular a afirmativa de número cinco(5) referente a contraindicação de hemodiálise
para pacientes com coagulopatias, por apresentar ambigüidade na questão, pois não foi
especificado a forma de coagulopatia.
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
O resultado obtido foi organizado e realizado, baseado na transcrição na íntegra dos
depoimentos gravados e registro das observações, aos quais foram feitos recortes dos
depoimentos mais importantes para o nosso estudo. Foram então excluídas as falas que na
leitura das mesmas na íntegra não apresentaram relação com o tema em questão. Além disso,
foi aplicado um questionário, que foi analisado o índice de erros e acertos pelos entrevistados.
Para demonstrar os resultados obtidos nesta pesquisa e discutir estes, respondendo a
todos os objetivos propostos, as análises aos depoimentos e processamento dos dados
possibilitaram a divisão dos resultados em cinco categorias, as quais são, respectivamente,
conhecimentos, capacitação, atuação dos enfermeiros e Sistematização da Assistência de
Enfermagem.
CATEGORIA I - CONHECIMENTOS
Conforme o questionário aplicado que segue em apêndice, iremos discutir em ordem
crescente cada questão, sendo que algumas estão agrupadas por estarem se tratando de um
mesmo assunto, citando as respostas dadas pelos entrevistados, revelando assim a quantidade
de respostas adequadas e inadequadas destes. O gráfico abaixo demonstra a quantidade de
respostas adequadas dadas pelos sujeitos, sendo que do questionário foram válidas 11 questões.
Figura 01 – Distribuição quanto à adequacidade das respostas*
10
Quantidade de afirmativas corretas
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
Entrevistado Entrevistado Entrevistado
1
2
3
Fonte: Autores desta pesquisa
*Considera-se não adequado quando respondeu tenho dúvida, quando respondeu discordo e deveria responder
concordo, quando respondeu concordo e deveria responder discordo.
Na tabela a seguir pode ser analisada a adequacidade das afirmativas dadas pelos 3
enfermeiros entrevistados quanto aos temas expostos no questionário.
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Tabela 1 – Distribuição quanto aos temas expostos no questionário.
Resposta
Adequada
Resposta
Inadequada
F (%)
F(%)
Resolução COFEN-358/2009 e a importância da implantação e
implementação da SAE e o uso de uma teoria de enfermagem
9(100%)
0
Participação de Florence na História da Enfermagem
0
3(100%)
Decisão COREN de Mato Grosso 025/2004
2(66,66%)
1(33,33)
RDC nº 154 de 15 de junho de 2004
6(100%)
0
Fisiologia do Edema
2(66,66%)
1(33,33%)
Complicações durante a sessão de hemodiálise
3(100%)
0
Sistema Renina Angiostensina (SRA)
1(33,33%)
2(66,66%)
Diagnósticos de Enfermagem
2(66,66%)
1(33,33%)
Tema
Fonte: Autores desta pesquisa
Relacionado à primeira afirmativa desta pesquisa, quanto à nova resolução da SAE, a
resolução COFEN-358/2009, os enfermeiros apresentaram adequado conhecimento, por todos
terem acertado a afirmação, demonstrando desta forma que os enfermeiros estão com seus
conhecimentos atualizados em relação a este tema. Este resultado também foi encontrado na
pesquisa de Moura, Rodrigues & Silva (2003), sobre as percepções de enfermeiros e gestantes
sobre a assistência pré-natal, com 30 enfermeiros, onde eles apresentaram conhecimento quanto
a SAE, porém não aplicavam na prática.
Esta nova resolução, a COFEN-358/2009 destacada na afirmativa, sobre a
sistematização da assistência de enfermagem, também foi utilizada para conceituar a SAE e
analisar sua aplicação em alguns ambientes em pesquisa, como nos estudos de Luiz et al.
(2010), sobre a sistematização da assistência de enfermagem na perspectiva em relação ao
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conhecimento e aplicação da SAE da equipe de um hospital de ensino, onde houve uma
limitação da instituição e dos profissionais de enfermagem para a implantação. E também, nos
estudos de Silva & Moreira (2011), sobre Sistematização da assistência de enfermagem em
cuidados paliativos na oncologia sob visão dos enfermeiros, onde evidenciaram que havia uma
necessidade de capacitação teórica para a implantação da SAE.
A segunda afirmativa refere-se à participação de Florence na história da enfermagem,
quando combateu há um movimento de enfermeiras inglesas que objetivava a obtenção do
registro oficial, os enfermeiros entrevistados apresentaram um desconhecimento sobre o tema,
por terem escolhido a opção inadequada para a afirmação.
A questão é evidenciada nos estudos de Geovanini et al. (2002), sobre a história da
enfermagem, ao relatar que para Florence não era necessário o registro de enfermagem, porque
o real significado da profissão era o seu espírito vocacional e de submissão, postura que, de
uma certa forma, mostrava seu compromisso com as elites, para Florence a enfermagem era um
dom e não uma profissão.
Em relação à terceira afirmativa sobre a Decisão COREN de Mato Grosso quanto à
aplicação da SAE neste estado. Esta afirmativa formulada através da Decisão COREN MT
025/2004- que dispõe sobre a implantação da SAE, que o mesmo resolveu que em todas as
instituições de saúde do estado deveriam implantar e/ou implementar a Sistematização da
Assistência de Enfermagem neste estado em determinando prazos, que variavam de nove a doze
meses, para que todas as instituições se organizassem para o cumprimento desta resolução.
Esta afirmativa em questão apresentava o ano e o período errados, ao colocarem,
respectivamente, 2006 e o período de 3 a 9 meses para a implantação da SAE neste estado,
sendo que o correto é o ano de 2004 e o período de 9 a 12 meses para atualização dos
enfermeiros.Nesta afirmativa,dois enfermeiros responderam de forma adequada, enquanto um
sujeito respondeu inadequadamente à afirmativa, apresentando desta forma um
desconhecimento quanto ao tema exposto.
Este desconhecimento de um dos entrevistados quanto à legislação acima citada, do
Conselho de Regional de Enfermagem de Mato Grosso, também foram encontrados nos
trabalhos de Leal, Monteiro & Barbosa (2004), com 25 enfermeiros de Programa de Saúde da
Família (PSF), quanto aos horizontes da percepção do enfermeiro do PSF sobre os limites de
sua legislação, onde somente 42,8% souberam diferenciar tais elementos, confirmando um
desconhecimento dos enfermeiros entrevistados acerca da legislação de sua classe profissional.
Quanto às afirmativas quatro e dez, uma referente à resolução RDC nº 154 de 15 de
junho de 2004, esta resolução dispõe sobre o regulamento técnico para o funcionamento dos
serviços de diálise, e diz em anexo que em cada turno de hemodiálise deve haver 1 enfermeiro
para cada 35 pacientes e 1 técnico ou auxiliar de enfermagem para cada 4 pacientes. E a outra
referente às linhas arteriais e venosas que podem ser reutilizadas, até 12vezes, quando utilizado
o reprocessamento manual, como disposto no anexo da resolução RDC nº154/2004 e a
afirmativa dizia que esta reutilização poderia ser feita até 14 vezes. Os enfermeiros
apresentaram conhecimento quanto a estas afirmativas ao marcarem a opção adequada para
cada questão.
Estas afirmativas são específicas para a área de nefrologia, onde os entrevistados
apresentaram respostas adequadas, alguns estudos sobre o conhecimento específico do
enfermeiro sobre sua área de atuação, demonstraram resultados negativos. Como no estudo de
Lourenço & Ohara (2010), ao verificar o conhecimento dos enfermeiros sobre a técnica de
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inserção do cateter central de inserção periférica em recém-nascidos, os resultados
demonstraram que os enfermeiros apresentaram conhecimento inadequado sobre esses
aspectos, sendo que a média do índice total de acertos foi de 67,7%, enquanto em nosso estudo
o índice de conhecimento foi de 100%.
As afirmativas de número seis e doze referem-se ao processo de implantação da SAE
quanto à utilização de uma teoria e da importância da implantação e implementação da SAE na
unidade de hemodiálise, onde todos os sujeitos apresentaram conhecimentos destas afirmativas
aos assinalarem a opção concordo.
De acordo com a resolução COFEN-358/2009 e a Decisão COREN MT 025/2004 após
a SAE ser implantada, deverá ser sempre implementada para melhorar a assistência prestada.
Silva & Moreira (2011), concordam com este relato, ao dizerem em seu estudo que a SAE
compreende a forma como o trabalho da enfermagem é organizado, de acordo com o método
científico e o referencial teórico, de modo que seja possível o melhor atendimento das
necessidades de cuidado do indivíduo, família e comunidade pela aplicação das cinco fases que
compõem este processo de enfermagem.
Quanto à sétima afirmativa, referente ao significado do edema, baseado no estudo
nefrológico de Riella (2003), que afirma que o edema significa excesso de água e sal, o qual
causa aumento do componente intersticial do volume extracelular, confirmando a afirmativa
exposta. Dos entrevistados, dois sujeitos mostraram conhecimento ao tema exposto ao
assinalarem concordo e um afirmou ter dúvida, evidenciando desconhecimento da afirmação.
Quanto a este resultado, não foram encontrados estudos em relação ao conhecimento do
enfermeiro em relação ao edema, porém encontramos um estudo quanto ao conhecimento do
enfermeiro em relação ao exame físico, pois o edema deve ser evidenciado neste exame. Este
estudo de Paula & Cintra (2005), refere-se sobre a relevância do exame físico do idoso para a
assistência de enfermagem hospitalar, realizado com 25 enfermeiros, onde eles apresentaram
reconhecimento da utilização de apenas parte desses itens para a assistência de enfermagem, e
a divergência quanto aos momentos da realização do exame físico, mostraram a necessidade de
capacitação desses profissionais para uma avaliação clínica cuidadosa.
A oitava afirmativa refere-se ao risco das complicações que podem ocorrer durante a
sessão de hemodiálise, os enfermeiros mostraram conhecimento adequado quanto ao risco que
o paciente em tratamento está exposto. Tal questão é evidenciada nos estudos de Nascimento
& Marques (2005), ao enfatizarem que o indivíduo necessita de um monitoramento constante
ao longo das sessões para prevenir e detectar complicações decorrentes durante este
procedimento, pois algumas são eventuais e outras já são graves e fatais. Por meio disto
percebe-se que a alternativa está incorreta ao falar que não há riscos fatais. Em concordância
com esta afirmativa, diversos autores citam em seus estudos várias complicações que o paciente
está exposto ao longo da sessão, como hipotensão, cãibras, tonturas, náuseas, vômitos,
hipoglicemia, arritmias e choque pirogênico (BOUDY et al., 2004; MORTON et al., 2007;
TIMBY & SMITH, 2005; RIELLA, 2003).
A afirmativa de número nove referente ao sistema renina-angiotensina (SRA), baseado
nos estudos de Guyton& Hall (2002); e Riella (2003), foi a única que nenhum dos enfermeiros
entrevistados entraram em consenso, pois cada sujeito marcou uma alternativa diferente, tendo
apenas um que respondeu adequadamente à afirmativa, revelando conhecimento em relação a
esta.
A questão onze menciona alguns diagnósticos de enfermagem que podem ser
encontrados em uma unidade de hemodiálise, baseado no manual de diagnósticos de
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enfermagem 2007-2008 da NANDA (North American NursingDiagnosisAssociation)que
afirmam que são alguns dos diagnósticos de enfermagem para pacientes com problemas renais.
Dos entrevistados, verificamos que dois enfermeiros têm o conhecimento adequado quanto aos
diagnósticos de enfermagem, por terem assinalado corretamente à afirmativa, enquanto um
enfermeiro assinalou de forma inadequada sobre a afirmativa, revelando desconhecimento
sobre os diagnósticos de enfermagem relatados.
Nos estudos de Lata et al. (2008); e de Souza et al.(2007),também foram evidenciados
os diagnósticos de insônia, volume excessivo de líquidos e risco de infecção, afirmando estes
autores que estes são os principais diagnósticos de enfermagem encontrados em uma clínica de
hemodiálise apresentados pelos pacientes em tratamento, conhecimento demonstrado por 2 dos
3 enfermeiros entrevistados.
CATEGORIA II - CAPACITAÇÃO
A capacitação se faz para aperfeiçoamento de uma equipe em qualquer meio de trabalho,
nesta categoria foi identificado que não há capacitação pelo COREN de Mato Grosso para as
equipes de enfermagem que atuam em uma unidade de hemodiálise e que a instituição onde foi
realizada a pesquisa também não oferece uma capacitação aos enfermeiros. Geralmente os
enfermeiros fazem capacitação para os técnicos de enfermagem, e que eles, como enfermeiros,
buscam por conta própria o aperfeiçoamento técnico. Este fato é evidenciado nas falas
seqüenciais:
“O COREN do Mato grosso não oferece nenhuma capacitação em relação à
hemodiálise, nós aqui que fazemos os treinamentos para os técnicos que iremos
contratar. Fazemos um treinamento e estágio antes de contratar” (E. 1).
“O COREN não ajuda para nada [...] a gente que dá o curso... A gente que
busca uma especialização [...] faz curso fora, para dar uma assistência melhor [...]
congressos [...]” (E. 2).
“Não oferece nada” (E. 3).
Tais achados estão de acordo com os relatos de Fernandes et al. (2010), ao realizarem
uma pesquisa com enfermeiros de unidades básicas de saúde sobre capacitação, pois neste
estudo demonstrou que havia uma composição incompleta das equipes, falta de capacitação
profissional e carência de recursos financeiros.
Estes achados também podem ser evidenciados nos estudos de Menezes et al. (2009),
quanto ao conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre atendimento de reanimação
cardiopulmonar, realizado com 153 profissionais de enfermagem, onde evidenciaram que
30,9% dos profissionais não sabiam reconhecer os sinais de Parada Cardiorrespiratória (PCR),
e ainda assim, 93% se consideravam aptos para realizar o atendimento de Reanimação
Cardiopulmonar (RCP).Com isto constatou que mais da metade dos profissionais nunca
obtiveram nenhum tipo de treinamento para obtenção de conhecimento técnico/científico sobre
o assunto, questão que foi evidenciada em nosso estudo, porém os entrevistados de nossa
pesquisa buscaram por conta própria o aperfeiçoamento de seu conhecimento.
CATEGORIA III - ATUAÇÃO DOS ENFERMEIROS
Esta categoria visa demonstrar a atividade exercida pelo enfermeiro na instituição, desde
a de competência a toda equipe de enfermagem ao de caráter privativo do enfermeiro. Em
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relação aos principais cuidados de enfermagem que devem ser realizados ao cliente em
tratamento dialítico, estes são específicos aos clientes nesta modalidade de tratamento e que
dever ser sempre discutidos com o paciente para que eles possam seguir os passos orientados
sem dificuldades. Os relatos a seguir demonstram os principais cuidados:
“A gente frisa bem a dieta [...] todo mês a gente passa os exames para eles e de
acordo com os exames a gente orienta eles [...] Para quem tem cateter, orientar eles para
não molhar, ter cuidado [...] e a fístula cuidado para não carregar peso no local [...] essas
coisas” (E. 1).
“Bom, eh [...] a gente tenta confortar o paciente, verificar pressão, manter.
Alguma intercorrência, caso teja, a gente tenta corrigir [...] orientar o paciente quanto
alimentações, ganho de peso [...] essas coisas” (E. 2).
“Devemos orientar os pacientes a reduzir a ingesta de líquidos, a realizar
exercício que elimine líquido, como caminhadas leve [...] reduzir alimentos ricos em
potássio, orientar quanto aos cuidados com cateter e com a fístula artério-venosa”(E3).
Os principais cuidados de enfermagem orientada pelos enfermeiros ficam centrados na
prevenção de infecção de cateter e complicações que poderiam ocorrer devido alimentação e
estilo de vida, de modo geral, na melhoria da qualidade de vida do paciente, confortando o
paciente para que ele se sinta seguro, principalmente ao longo das sessões. Tal percepção é
relatada no estudo de Souza et al. (2010) quanto ao papel do enfermeiro na sessão de
hemodiálise, onde destaca que o paciente deve-se atentar aos hábitos e costumes cotidianos que
devem ser mudados, como a limitação à vida profissional, à atividade física e adesão às rotinas
do tratamento.
Além disto, podemos evidenciar em alguns estudos que a equipe de enfermagem deve
monitorar a pressão arterial para controle antes, durante e após a sessão de hemodiálise
(BONDY et al., 2004; SMELTZER & BARE, 2005). Fato que encontramos nesta pesquisa,
onde os entrevistados citaram que deve haver alterações na dieta e, o entrevistado de número
três(3), especificar quanto à orientação da diminuição do consumo de alimentos ricos em
potássio e o entrevistado de número dois(2) quanto ao controle da pressão arterial.
Em relação à importância de um registro do peso diário para o seu controle e a orientar
o paciente a informar a equipe de saúde quanto ao ganho de peso, fato encontrado na fala do
entrevistado número dois (2), também foram encontrados nos estudos de Mortonet al. (2007).
Os entrevistados articularam sobre o único procedimento cirúrgico que acontece nesta
unidade de hemodiálise e o que o enfermeiro faz durante o procedimento, de um modo geral.
Conforme podemos observar nas seguintes falas:
“Implante de cateter. Auxilia o médico, eu peço o técnico para preparar a sala,
ai eu vou lá e auxilio o doutor, ele vai pedindo o material e a gente vai ajudando [...]”
(E.1).
“Aqui na clínica, apenas implantação de cateter de duplo lúmen, e quando o
acesso é muito difícil a gente tem que mandar para o vascular, cirurgião [...] O
enfermeiro faz a assistência com o médico, ele auxilia, prepara o paciente, tem sempre
o técnico também, que prepara o material [...]” (E. 2).
“Só implante de cateter. Auxilia na troca ou passagem de cateter duplo lúmen”
(E. 3).
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Nesta vertente, todos os sujeitos trouxeram em seus discursos a mesma resposta em
questão, apenas complementando de formas diferentes, representando o depoimento acima a
atuação do enfermeiro durante o procedimento cirúrgico que ocorre na unidade em pesquisa,
que é apenas o implante de cateter. O enfermeiro se faz presente em todos os procedimentos
marcados e enfatizam que eles ficam na assistência ao médico, este procedimento que é
realizado para ser utilizado até que a fístula fique pronta para uso.
Cabe a unidade de hemodiálise um adequado amparo ao cliente para cada tipo de
cirurgia, a qual neste instituto nefrológico, o único procedimento cirúrgico que o mesmo tem
capacidade e profissionais adequados para oferecer é o implante de cateter de duplo lúmen ou
também conhecido como luz dupla, sendo os demais procedimentos cirúrgicos transferidos para
uma unidade de saúde competente. O implante de cateter na clínica em pesquisa é de uso
temporário para diálise, até que se realize uma fístula arteriovenosa ou o enxerto em outra
unidade competente a oferecer este procedimento e que eles estejam prontos para o uso.
Em relação às principais e freqüentes complicações, que ocorrem ao longo das sessões
de hemodiálise vivenciadas por eles e que os enfermeiros ficam atentos e preparados para
intervir caso estas apareçam, podemos observar nos relatos apresentados:
“Hipotensão, câimbras, náuseas, vômitos, arritmias [...] numa sessão de
hemodiálise a gente pode presenciar varias coisas, mas aqui é isso ai [...]” (E. 1).
“Cãibras, hipotensão, edema agudo de pulmão [...] é isso ai [...] hipoglicemia,
já vi algum, fica até inconsciente ou desorientado [...] arritmia” (E. 2).
“Picos hipertensivos, dispnéia, naúses, vômitos, hipotensão, hipoglicemia,
choque pirogênico,bacteremias por uso prolongado de cateter, febre e calafrios [...]
Hipervolemia” (E. 3).
Estes depoimentos acima representam a visão, sob experiência dos enfermeiros quanto
às principais complicações que ocorrem durante as sessões de hemodiálise e que eles ao
percebê-las tentam controlar estes sintomas ajustando as máquinas quanto ao nível de sódio,
potássio, dentre outros, ou chamam o médico para reverter esta situação e mantém ao lado do
paciente até sua estabilização.
Tais complicações descritas pelos entrevistados nesta pesquisa, foram encontradas nos
relatos de Boudyet al. (2004);Morton et al. (2007); Timby& Smith (2005);e de Riella (2003),ao
dizerem em seus estudos que as complicações mais frequentesincluem infecção, isquemia
distal, febre, cãibras musculares, hipotensão arterial e desequilíbrio, este último sintoma pode
ser constatado por náuseas, cefaléia, inquietação e comprometimento mental brando a vômitos,
convulsão, agitação, tonturas e confusões, podendo ser causado pela remoção rápida dos
líquidos e por alterações dos eletrólitos. Além disto, podem ocorrer arritmias, geralmente em
pacientes com cardiopatia subjacente em resposta à remoção de líquidos.
Nos relatos dos entrevistados também foram constatados que podem ocorrer
bacteremias e choque pirogênico, caso também encontrados nos estudos de Mortonet al. (2007),
que podem ocorrer devido aos subprodutos bacterianos que se encontram dentro do dialisado,
uma solução composta de água e dos principais eletrólitos do soro normal, que está dentro do
dialisador pode provocar reações pirogênicas, levando a um choque pirogênico como o já
vivenciado e relatado pelo entrevistado número três (3).
Os resultados encontrados em nossa pesquisa divergem com os resultados do estudo de
Nascimento & Marques (2005), quanto às complicações freqüentes durante a sessão de
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hemodiálise, ao referirem que também são complicações freqüentes os sintomas, como prurido,
dor torácica e lombar, estes que não foram evidenciados em nosso trabalho.
CATEGORIA IV – SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
Nesta categoria foi identificada a importância deste registro de enfermagem com todas
as etapas da SAE na clínica de hemodiálise, porém no local onde foi realizada a pesquisa, não
se utiliza a SAE em todas as suas etapas, não tendo desta forma o seu registro formal. Os sujeitos
verbalizam quanto à importância da SAE na unidade, o porquê não se aplica esta assistência
sistematizada e o que a falta de sua aplicação pode causar.
Percebe-se nas falas a seguir que os enfermeiros reconhecem a importância da SAE na
unidade de hemodiálise ao expressarem que esta avalia a assistência prestada, pois realmente a
SAE é um instrumento facilitador de trabalho e, além disso, reconhece que sem este método de
trabalho poderia acabar prejudicando o atendimento. As falas a seguir refletem esta realidade
quanto à importância da SAE nesta unidade e se sua não aplicação traria algum prejuízo à
assistência de enfermagem:
“Concerteza. Contribui sim, pra gente acompanhar o paciente mais de perto. A
SAE na verdade é assistir o paciente mais de perto [...] conhecer ele individualmente
[...]. Com a SAE seria mais detalhado, talvez conseguiria atuar de maneira mais
particularizada” (E. 1).
“Seria importante, mas não viável. Com a falta da SAE o paciente não fica bem
assistido. A SAE faz muita diferença sim [...] é fundamental. O paciente renal é um
paciente diferenciado [...] a gente acaba sendo um pouco nutricionista, psicólogo [...]
eles vem 3vezes, 4 vezes na semana, eles tem mais confiança na gente” (E. 2).
“Para organização do serviço, atenção integral ao paciente, registro das
atividades realizadas pelo enfermeiro [...] para documentar as atividades que a gente
faz. A falta da SAE prejudica, porque você não tem um registro, um documento da
assistência prestada ao paciente.Você não consegue organizar a coleta de dados, você
perde tempo” (E.3).
Todos os enfermeiros que foram entrevistados demonstraram interesse e reconheceram
a importância da prática de enfermagem sistematizada. Além disso, enfatizaram no cuidado
individual, na sua proximidade com o paciente e no registro do cuidado, que desta forma fariam
mais coisas em menos tempo.
Backes& Schwartz (2005); Cunha & Barros (2005); e Neves (2006), também
observaram em suas pesquisas que a Sistematização da Assistência de Enfermagem, com base
em modelos teóricos, eleva a qualidade da assistência de enfermagem, beneficiando tanto o
paciente, através de um atendimento individualizado, quanto ao serviço do enfermeiro,
proporcionando meios para organizar as informações e os dados dos clientes, para analisar e
interpretar esses dados, para cuidar e avaliar os resultados do processo de cuidar de forma
segura, dinâmica e competente, e que com a ausência da SAE, ficaria menos visível saber como
o paciente está se recuperando, pois não haveria informação do seu estado de saúde físico e
mental em registros.
No início do relato do entrevistado número dois (2) mostrou-se que o uso da SAE não
seria viável, resultado que não foi encontrado em nenhum dos estudos analisados. Para Luft
(2000), viável significa algo exeqüível, algo que se pode executar. Foi encontrado nas falas do
entrevistado 2 que a SAE é importante, porém não é viável.
De acordo com os estudos dos autores citados nesta categoria há uma divergência com
este resultado encontrado em nosso estudo, pois os autores confirmam em seus estudos que a
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SAE deve ser realizada, tornando desta forma viável, conforme diz na resolução COFEN358/2009, que a SAE deve ser realizada em todas as instituições de onde se prestam a assistência
de enfermagem, sendo pública ou privada. Porém no final desta mesma fala do entrevistado
demonstra que a SAE é uma assistência individualizada e que seria importante a sua utilização.
Como os sujeitos entrevistados afirmaram de certa forma, que há importância em se
aplicar a SAE na clínica de Hemodiálise, interrogamos a eles o porquê que esta assistência
sistematizada ainda não foi implantada. Houve uma divisão entre as opiniões dos enfermeiros
entrevistados entre algumas dificuldadesrelacionadas à operacionalização da SAE e quanto
àorganização em se aplicar esta modalidade de assistência. Foram observados os seguintes
relatos dos entrevistados que apontaram dificuldades:
“A SAE é muito boa, mas requer um tempo do enfermeiro e a gente aqui ta
com tanta coisa para fazer, a vigilância sanitária vem ai, e teremos que estar com tudo
pronto [...] tenho vários manuais para revisar. A SAE em hemodiálise é complicado
[...] acho que nunca vi uma SAE em uma clínica de [...] Tipo, em um hospital, a SAE
fica mais fácil de se aplicar” (E. 1).
“[...] porque não dá, é muito paciente para você da uma assistência desse tipo
[...] para a gente fazer isso gastaria muito tempo. É muita coisa para um enfermeiro
só” (E. 2).
Um entrevistado demonstra em sua fala a facilidade para a prática desta assistência
sistematizada, observada no relato abaixo:
“Então, com mais organização o enfermeiro consegue sim aplicar a SAE em
uma unidade de hemodiálise, basta ele se organizar” (E. 3).
Conforme exposto no depoimento do entrevistado 1 e 2, os enfermeiros alimentaram
discussões sobre as dificuldades de se aplicar a SAE em todas as suas etapas, enquanto o
entrevistado 3 relata que se houver mais organização esta aplicação poderá se tornar possível.
Tais dificuldades encontradas nesta pesquisa, por meio das falas dos entrevistados
número um (1) e número dois (2), também foram encontradas nos estudos de Guimarães et al.
(2002); Oliveira et al. (2008); e de Silva & Moreira (2011), ao enfatizarem que apesar de ser
conhecida, a SAE não é utilizada de forma efetiva pelos enfermeiros.
Estes autores acreditam que diante do desempenho profissional do enfermeiro, este se
vê na contingência de executar muitas atividades administrativas, burocráticas e educativas,
além das práticas voltadas para a atenção ao paciente e este excesso de tarefas contribui para
aumentar a distância entre o profissional e o paciente.
As mesmas observações quanto às dificuldades da aplicação da SAE também foram
feitas por Silva & Moreira (2011), ao destacarem em seu estudo, como dificuldades no processo
de implantação da SAE, a falta de conhecimento por parte do enfermeiro sobre a metodologia
de assistência, sendo dos modelos teóricos e para aplicação das fases do processo de
enfermagem e, além disso, evidenciou que há uma desvalorização da aplicação da SAE por
parte da própria equipe de enfermagem conduzindo, muitas vezes, a prática por meio de
concepções do senso comum e por ações fragmentadas centradas nas tarefas.
A facilidade mencionada pelo entrevistado número três (3), foram demonstrados nos
estudos de Guimarães et al. (2002), ao revelarem que um dos motivos que podem justificar a
não adoção da SAE está ligada, na sua maioria, a entraves e barreiras colocadas pelo próprio
profissional,embora devam ser considerados os entraves institucionais que também têm servido
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como barreiras para a sua total implementação, questão onde o entrevistado 3 afirma que com
organização o enfermeiro consegue tornar possível a realização da SAE nesta unidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As experiências vividas neste estudo e nos relatos dos sujeitos entrevistados mostraram
que, quando o enfermeiro implanta a SAE em uma unidade de hemodiálise e mantém contínua
a sua implementação, ele ganha como vantagem, mais tempo, um serviço organizado, tem um
registro quanto à assistência prestada ao cliente, favorece ao paciente uma assistência
individualizada, melhorando o processo de cuidar e tendo resultados esperado compensatórios
e fidedignos, comprovados por meio dos registros e alcançado por meio dos diagnósticos e
prescrições de enfermagem. E, além de todos estes pontos positivos, o enfermeiro ainda estará
cumprindo o seu papel de forma legal, sujeito a vistorias periódicas que não trarão malefícios
à empresa e a si mesmo pelo seu conselho profissional.
Diante a análise dos dados foi possível identificar pontos positivos e pontos negativos
para a implantação da SAE. Quanto aos pontos positivos podemos citar: profissionais
especializados e críticos para a assistência prestada e tomada de decisões, boa experiência
profissional na área, disponibilidade de espaço na instituição, profissionais com um vínculo
muito forte com o paciente, percebido durante o estágio o carisma dos pacientes com esta
equipe, podendo ser um ponto facilitador da primeira etapa da SAE, o histórico de enfermagem.
Quanto aos pontos negativos observados no cotidiano e nos relatos dos próprios sujeitos,
podemos apontar: falta de enfermeiro, principalmente para ficar na assistência, falta de
organização quanto ao tempo de se aplicar a SAE, pois há um registro de algumas informações,
porém elas faltam se enquadrar nas etapas da SAE e também há uma falta de incentivo aos
profissionais quanto à aplicação deste método, que poderiam ser feitos por meio de capacitação
à equipe.
De maneira geral, notamos nos relatos que os enfermeiros almejam que a SAE seja
implantada no serviço, pois eles compartilham opiniões quanto aos problemas encontrados e
buscam soluções, considerando esta prática importante para o processo de enfermagem e,
garantem que irão implantar esta assistência assim que conseguirem se organizar quanto à parte
burocrática da instituição, os quais acreditam que resolverá este problema brevemente.
Então, para começar a aplicar a SAE de início, acredita-se que deve ser feito uma
aplicação pré-teste em grupo de pacientes nefropatas para averiguar se este registro está
adequado para a instituição, e se necessário fazerem adequação ao registro, para assim
implantar a SAE e aplicar em todos os pacientes em tratamento dialítico. Acreditamos que a
avaliação da SAE poderá ser feita a cada 15 dias, caso o paciente não apresente qualquer
intercorrência durante este período, quando necessário o enfermeiro poderá intervir neste
intervalo.
Também percebemos durante a experiência vivida nesta unidade de hemodiálise, que há
um atendimento diferenciado, que o paciente não é apenas um usuário do SUS e sim um amigo
da equipe, um membro da família, como eles mesmos falaram. Estes pacientes demonstraram
um reconhecimento profissional, fazendo com que a equipe fique satisfeita e retribuindo todo
o carinho recebido no ato do cuidar mais humano. Acreditamos que este fator seja relevante
para nosso estudo, sendo algo diferenciado de algumas outras instituições de saúde pública.
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Acreditamos que seria interessante a empresa adotar um aperfeiçoamento contínuo, para
que os enfermeiros e os técnicos de enfermagem pudessem aprimorar seus conhecimentos e,
facilitar principalmente ao enfermeiro, quanto a implementação da SAE. Na área do cuidado,
há mudanças constantes, buscando sempre benefícios ao cliente e a promoção, proteção e
recuperação da saúde do cidadão.
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