1 INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS NA TERAPIA INTENSIVA

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INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS NA TERAPIA INTENSIVA
MEDICINALS INTERATIONS IN A THERAPY INTENSIVE
MIRANDA, Tatiana Lucena¹
WANDERLEY, Maria Helena Rodrigues de Barros²
INSTITUIÇÕES DOS AUTORES
SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA-SOBRATI
SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA-SOBRATI
RESUMO
Introdução: A interação medicamentosa se configura quando duas ou mais
drogas que reagem no organismo de forma benéfica ou maléfica, podem
promover alterações farmacodinâmicas ou farmacocinéticas. Este estudo teve
por objetivo identificar a incidência das interações medicamentosas no setor da
unidade de terapia intensiva em um Hospital Público na Paraíba. Materiais e
métodos:Tratou-se de uma pesquisa exploratória e descritiva com abordagem
quantitativa, cujo campo de pesquisa compreendeu a UTI do referido Hospital,
sendo a coleta de dados realizada através das prescrições médicas diárias
junto a 48 clientes internados no setor por mais de 3 dias. Resultados: 56-75
anos 43,8 % do sexo masculino, 43,6 % do Município de Cajazeiras, 89,6 % de
ocorrência de interação medicamentosa. Discussão: Evidenciou-se que
existiam mais pessoas do sexo masculino internado no período da coleta.
Sendo a maioria de 56-75 anos 43,8 %; grande parte dos indivíduos
pesquisados eram proveniente de Cajazeiras-PB 43,6 %; o número de
interações medicamentosas identificadas foi de 89,6 %, enquanto a incidência
da classe de fármacos mais encontrados, destacou-se anti-úlcerativo 14,07 %,
analgésicos-antipirético 9,88 %, antibióticos 8,08 % e vasodilatadores 7,78 %;
já a classe mais envolvida em interação teve como predomínio anti-úlcerativo
39 %, vasodilatadores 39 %, anti-hipertensivo 34,2 %, analgésicos-antipirético
34,2 %; os fármacos mais envolvidos em interações teve como relevância
Ranitidina 39 %, Mononitrato de isossorbida 39,0 %, Captopril 34,2 % e Ácido
acetilsalicílico 34,2 %. No entanto, foi estabelecido intervenções para melhorar
o problema das interações. Conclusão: Devido o grande número de fármacos
usados concomitantemente o risco de acontecer interações medicamentosas é
grande, podendo surgir efeitos indesejados, entretanto pode-se evitar esse
malefício através da substituição de classes farmacológicas, mudanças nos
horários na administração, mudança da via de administração e busca constante
pelo conhecimento do assunto. Num contexto mais amplo, a grande presença
2
de interações medicamentosas foi vista como uma forma de alerta para os
profissionais de saúde em busca de um maior conhecimento quanto aos
fármacos e suas reações ao corpo humano.
PALAVRAS-CHAVE: Interação medicamentosa. Polifarmácia. UTI.
ABSTRACT
Introduction: Drug interaction is configured as two or more drugs that react in
the body in a beneficial or detrimental and may promote changes
pharmacokinetic or pharmacodynamic. This study aimed to identify the drug
interactions incidence in the intensive care field in a unit public hospital in
Paraíba. Materials and methods: As an exploratory and descriptive research
with quantitative approach, whose field of research included the ICU of the
Hospital, and the data collection performed by the medical prescriptions daily
along the 48 clients admitted to the unit for more than three days. Results: 5675 years 43.8% male, 43.6% of the Municipality of Cajazeiras, 89.6%
occurrence of drug interactions. Talk: evidence that there were more males in
the hospital sector during the collection period. As a majority of 56-75 years
43.8%, whereas the majority of individuals surveyed was 43.6% Cajazeiras-PB,
the number of interactions identified 89.6%, while the incidence of the drugs
class most commonly found, especially up 14.07% anti-ulcer, antipyretic
analgesics, 9.88%, 8.08% antibiotics and vasodilators 7.78%, while the class is
involved in interaction was predominantly anti-ulcer 39%, 39% vasodilators,
34.2% antihypertensive, antipyretic analgesics, 34.2% of the drugs most
commonly involved in interactions relevance Ranitidine was 39%, 39.0%
isosorbide mononitrate, captopril 34.2% and 34.2%, acetylsalicylic acid.
However, it was established interventions to ameliorate the interactions
problem.. Conclusion: Due to the large number of drugs used concomitantly
the risk of drug interactions occur is large unwanted effects may arise, however
you can avoid this harm by replacing drug classes, changes in administration
schedules, change of route of administration and search the constant
knowledge of the subject. In a broader context, the large presence of drug
interactions was seen as a warning to health professionals in search of greater
knowledge about the drugs and their reactions to the human body.
KEY-WORDS: Medicinal interation. Polidrug. UTI.
INTRODUÇÃO
A UTI é considerada uma área de internamento para pacientes gravemente
enfermos ou que precisem de assistência contínua, em virtude dos
equipamentos e materiais avançados que são próprios desses locais.
3
Assim, é neste setor que os pacientes por se encontrarem com exigência de
uma assistência mais especializada e capacitada acabam precisando de
cuidados ainda mais atentos, pois é maior o risco devido à gravidade em que o
paciente encontra-se, os procedimentos realizados que predispõem à infecção,
a
grande
quantidade
de
medicações
principalmente
parenterais,
os
equipamentos de monitorização, que exigem mais tempo de internamento,
entre outras.
Além do mais, na UTI se faz necessária uma melhor estrutura física e material
porque é um setor que necessita de uma ampla área física, de materiais
específicos e adequados e de recursos humanos capacitados para haver
assistência tecnológica e cientifica eficientes.
Os
usuários
de
Unidades
de
Terapia
Intensiva
apresentam
maior
vulnerabilidade física devido às alterações patológicas que o acomete e para
dispor de alta, estes pacientes precisam apresentar melhora do quadro clínico,
caso contrário permanecerão internados e expostos na UTI. Caso haja um
tempo prolongado no internamento, maior será não só a exposição ao
ambiente, mas também o uso de medicamentos, principalmente parenterais.
Obviamente quando pensamos em exposição, pensamos também em cuidados
redobrados, mas até que ponto redobramos esses cuidados () será que a UTI –
Unidade de Terapia Intensiva não está largamente associada ao risco de
infecção, promovendo o esquecimento de outros riscos ()
Não queremos aqui, minimizar os riscos que existem quanto ao processo
infeccioso em Unidades de Terapia Intensiva – UTI, estamos sim, lembrando
que temos outros possíveis riscos que podem estar associados ao
internamento neste setor.
É devido à vulnerabilidade relacionada às infecções, que encontramos nessas
unidades, por parte dos profissionais, dos familiares dos pacientes – já
orientados pelos profissionais, que surge um cuidado redobrado com a
lavagem das mãos e outras técnicas assépticas, mas ainda assim, evidenciase em alguns ambientes, o aumento das infecções, o que exige um cuidado
cada vez maior com a higienização e com as técnicas desenvolvidas.
Entretanto existe um problema que comumente pode ocorrer em hospitais de
uma maneira geral, mais especificamente em UTIs, que é determinado pela
interação medicamentosa, que pode acontecer por descuido, desconhecimento
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ou despreparo dos profissionais, gerando complicações na evolução clínica do
paciente, resultantes de ação de uma droga sobre outra, mascarando
resultados e efeitos, impedindo reações orgânicas positivas ou até mesmo,
anulando uma possível evolução. Essa interação pode ser positiva ou negativa,
por isso é necessário um amplo grau de conhecimento para evitar prejuízos a
saúde, o que pode ocorrer na farmacodinâmica ou na farmacocinética das
drogas sendo importante o conhecimento da dosagem, dos cuidados gerais
que deve-se ter no preparo e com a própria associação de medicamentos
(RANG; DALE; RITTER, 2001).
Muitos são os grupos medicamentosos que podem em associação ter seus
efeitos
alterados,
entre
eles
temos
anticoagulantes,
cumarínicos,
anticonvulsivantes, antipsicóticos, anti-hipertensivos, entre outros que quando
associados com outras drogas podem modificar sua ação.
Frente ao exposto entendemos que ações que ignorem a possibilidade de
interações medicamentosas, sejam elas por qual causa for, podem estabelecer
a involução ou o retardo na condição de saúde do cliente, em virtude disto essa
pesquisa traz informações sobre a incidência das interações medicamentosas
e consequências no tratamento na unidade de terapia intensiva no hospital
público na Paraíba.
Desenvolvemos essa pesquisa no intuito de tornar público o cuidado
desenvolvido em uma UTI no que tange a interação medicamentosa, porque
como já dissemos antes, na UTI encontramos clientes com necessidade de
cuidados eficientes por estarem em fase crítica, além do mais cabe ressaltar
que estes pacientes tem atrelado ao desgaste físico, o estado emocional que é
determinado pela invasão do “eu”, pela ausência dos familiares e pela própria
doença que determinou o internamento; outro aspecto que encoraja a pesquisa
é por saber que a UTI tem os fármacos como imprescindível ao tratamento de
um enfermo, portanto a ânsia de promover a melhora pode favorecer a prática
equivocada da administração, e os profissionais, em seu o dia-a-dia atribulado
de atividades também, em virtude da rotina, pode se sentir desencorajados ou
distanciados do conhecimento cientifico e técnico desenvolvido pelos
profissionais de saúde.
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MATERIAIS E MÉTODOS
Este estudo caracteriza-se por ser de campo, adotando uma natureza
exploratória e descritiva, com análise estatística em busca de respostas para
os objetivos propostos. A pesquisa exploratória tem como objetivo principal
aprimorar a descoberta de intuições, tornando o problema mais explícito e
aumentando sua familiaridade com o mesmo (FIGUEIREDO, 2007).
Na pesquisa descritiva observa- se, registra e analisa as características da
população ou do fato em questão, sem interferir nele. Através de variáveis
obtidas com a utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais
como a observação sistemática e o questionário (ANDRADE, 2003).
A pesquisa quantitativa é um método que realiza a análise estatística para o
tratamento dos dados, no qual a preocupação com a precisão científica é
evidente e com o conhecimento a fundo do problema (SILVA; SILVEIRA;
FIGUEIREDO, 2007).
O estudo foi desenvolvido em um Hospital Público de médio porte, na unidade
de terapia intensiva (UTI), composto por sete leitos com um perfil de
internamento de acordo com a demanda ocorrida e não com as diversas
especialidades. A cidade a qual pertence o hospital é referencia para outras
cidades com menor porte, servindo de contra referência para os postos de
saúde do município.
A população foi composta por 48 pacientes internados na UTI do HPP, nos
meses de agosto a setembro de 2013. A amostra foi composta por 48
pacientes. Essa escolha se deu em virtude de estudo prévio realizado pela
própria pesquisadora em 2010, abordando o mesmo campo de atuação; neste
período de desenvolvimento da pesquisa o quantitativo amostral se deu
considerando o número de pacientes atendidos e em uso de medicações que
podem em associação promover interação, então frente a abordagem inicial,
obtivemos como base para o estudo em questão o quantitativo abordado
inicialmente para se estabelecer um comparativo e até mesmo para verificar se
houve melhoras no setor em relação às interações medicamentosas; Essa
verificação se deu com a visualização do aumento ou queda das interações
ocorridas atualmente. Como critério de inclusão foi considerado ser maior de
18 anos, internação ou transferência há mais de 3 dias, está consciente e
6
orientado
e
autorização
do
próprio
paciente
através
do
Termo
de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Como critérios de exclusão teve-se
os pacientes maiores de 18 anos que não desejaram participar da pesquisa e
os pacientes que foram admitidos na UTI, mas não fazem uso de medicações
que possam determinar interações medicamentosas.
Para coleta de dados foram utilizados dados constantes nos prontuários de
pacientes internados no período de realização da pesquisa, para se extrair
dados de identificação, as prescrições médicas diárias da UTI, observando os
tipos de interações, natureza das interações, polifarmácia e frequência das
interações.
A coleta de dados foi realizada no período de agosto a setembro de 2013, a
partir das informações constantes nos prontuários aos dados de identificação
dos pacientes envolvidos e quanto aos nomes dos medicamentos e as
associações usadas; durante a coleta foram investigados a terapêutica
realizada nos pacientes internados no período de realização da pesquisa,
buscando abordar os fármacos no que se refere a possibilidade de interação,
bem como de intensidade destes. Os dados obtidos foram compilados e
analisados com base em um enfoque no método quantitativo, a partir dos
dados primários que foram coletados através de informações contidas nas
prescrições médicas, sendo discutido através das interações ocasionadas e o
que essas interações provocam no paciente para evoluir satisfatoriamente ou
não o estado de saúde do cliente. Sendo também discutido sob a luz da
literatura pertinente ao tema.
Para verificação das ocorrências de interações medicamentosas foi utilizado o
Dicionário
Terapêutico
Guanabara
ano
2007/2008(KOROLKOVAS;
ALBUQUERQUE; FRANÇA, 2008).
Os dados coletados foram processados no programa Excel para construção de
banco de dados referentes as variáveis quantitativa e expressos em tabelas
com auxílio da planilha Microsoft Office Excel 2003. Foi utilizado a análise
estatística média, erro padrão. Sendo usado também o dicionário terapêutico
Guanabara para melhor embasamento Cientifico.
Sendo utilizado o teste quiquadrado no Excel for Window, Considerando
significante quando o p < 0,05.
O
paciente
foi
esclarecido
quanto
aos
objetivos e métodos da pesquisa, por meio de informações contidas no Termo
7
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), que foi apresentado no
momento da coleta dos dados.
Nesta pesquisa foi respeitado o anonimato dos clientes, baseado na Resolução
n° 196/96 que envolve seres humanos (BRASIL, 1996).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A análise dos dados foi realizada pelas características sócio-demográficas do
grupo pesquisado, identificando a prevalência do sexo, idade e cidade de
origem dos indivíduos, os quais utilizaram-se de atendimento por motivos
diversos, da Unidade de Terapia Intensiva.
Para identificar as possíveis interações medicamentosas presentes nas
prescrições da Unidade, registramos: classes de fármacos que foram citadas
no estudo, incidência de interações, classes que mantiveram interações,
fármacos envolvidos, com destaque para os psicotrópicos e depressores do
sistema nervoso central destacando o número de interações por prescrições
(tabela 1).
Tabela 1- Dados sócio-demográficos dos pacientes internados na UTI de um
Hospital Público na Paraíba.
Dados
n
%
Sexo
Masculino
Feminino
32
16
67
33
36-55 anos
56-75 anos
76-95 anos
10
21
17
20,8
43,8
35,4
Masculino
Feminino
Total
18-80 anos
27-95 anos
67
33
21
03
03
15
03
43,6
6,3
6,3
31,2
6,3
Média e Erro
Padrão
Idade
Cidade
Cajazeiras
Cachoeira dos Índios
Pombal
São João do Rio do Peixe
Bonito de Santa Fé
65,84 ± 2,94
71,93 ± 2,58
68 ± ± 2,85
8
Santa Helena
03
6,3
Verificado que a amostra estudada compreendida de prescrições médicas de
48 pacientes, sendo uma predominância do sexo masculino de 67%, referente
a idade nesse sexo a média 65,84 anos e erro padrão 2,94, variando de 15 a
80 anos. Em relação ao sexo feminino foi encontrado 33% quanto ao sexo e
idade média 71,93 anos e erro padrão 2,58, variando de 27 a 95 anos. Apesar
de se tratar de uma unidade de saúde de alta complexidade no qual os clientes
que estão no setor passam por problemas de saúde de grande gravidade, as
médias de idades dos sexos masculino e feminino permitiram identificar que as
pessoas do sexo feminino possui uma maior longevidade e o erro padrão
permite minimizar o erro humano diante dos dados pesquisados. Apresentando
uma média total de idade em torno de 68 anos, o que determina a prevalência
de idosos. A faixa etária que foi prevalente de 56-75 anos em torno de 43,8 %.
Quando a incidência da cidade de origem dos indivíduos pesquisados teve-se
destaque para Cajazeiras com 43,6 % e para São José do Rio do Peixe com
31,2 %.
Os dados que foram referenciados quanto a predominância do sexo masculino
no setor de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), justificados devido o próprio
cuidado e atenção disponibilizado pelo sexo feminino quanto a sua saúde e as
atividades realizadas, e a busca pelo profissional da saúde ao menor sinal de
alteração no organismo, o que levou a comprovar através da busca ativa nas
unidades de saúde da família.
Diante da pesquisa foi verificado um número maior de idosos, tendo este uma
debilidade maior devido ao próprio envelhecimento do organismo de forma
geral, quando encontrados no hospital requer uma atenção maior por parte dos
profissionais e um cuidado maior quanto a administração e horários da
medicação
para
evitar
reações
adversas,
interações
medicamentosas
impedindo que haja novos problemas a saúde dessas pessoas.
Há evidência que os idosos por necessitarem de um número maior de
remédios, sendo este um grupo usualmente exposto a maior número de
doenças e, mas propício a internações, verificou-se que há um maior índice de
9
indivíduos com idade elevada, destacando pela idade média (MOURA;
RIBEIRO; MAGALHÃES, 2007).
Segundo Brasil (2006) quando as pessoas encontram-se em uma idade mais
elevada, aumenta a fragilidade, culminando com um maior estado de
vulnerabilidade aumentando o risco de hospitalizações, principalmente em
torno de 65 anos a frente.
De acordo Souza e Thomson (2006) justificou-se a prevalência de idosos que
permanecem no hospital e sofrem interações medicamentosas devido a
debilidade do próprio organismo ao longo dos anos e a necessidade de uso
cada vez maior de medicamentos nesse momento da vida.
Quando a prevalência de pessoas no hospital em questão, da cidade de
Cajazeiras foi compreendido devido o município possuir a própria instituição de
saúde, de caráter regional sendo este de médio porte e com um setor de
complexidade (UTI), o qual é referência para as cidades vizinhas; no município
de São José do Rio do Peixe não possui um hospital de mesmo porte que a
cidade citada anteriormente e com a mesma complexidade, o que faz
consideravelmente aumentar o grau de internação em Cajazeiras das pessoas
que moram em São José do Rio do Peixe.
Uma pesquisa anterior realizada pela mesma foi identificado que as mulheres
estão cuidando melhor da saúde e a qualidade de vida melhorou, pois a média
da expectativa de vida aumentou para 03 anos, e que o sexo masculino ainda
não dispõe da atenção necessária para a saúde.
Tabela 2- Incidência das classes de fármacos mais envolvidos em interações
medicamentosas nas prescrições médicas na UTI de um Hospital Público na
Paraíba.
Dados
n
%
Fármacos Anti-Úlcerativo
Vasodilatadores
Fármacos Anti-hipertensivos
Analgésicos-Antipiréticos
Diuréticos
Antibióticos
Fármacos de Coagulação Sanguínea e
Hemostáticos
Fármacos Antiarrítmicos
Antidiabéticos
16
16
14
14
14
13
13
39
39
34,2
34,2
34,2
31,7
31,7
12
11
29,3
26,8
Média e Erro
Padrão
33,34 ± 0,58
10
Diante das classes de fármacos prescritas na UTI de um hospital público,
podem-se destacar (tabela 2) os grupos mais envolvidos em interações
medicamentosas, sendo eles, fármacos anti-úlcerativo 39 %, vasodilatadores
39 %, anti-hipertensivos 34,2 %, e analgésicos e antipiréticos 34,2 %. A média
de todos os grupos envolvidos no processo de interação é em torno de 33,34 e
o erro padrão 0,58. De acordo com a média encontrada foi permitindo averiguar
os dados para que possa ser feita uma substituição das classes com maior
interação por outras com um menor índice, diminuindo complicações na terapia
farmacológica.
No que diz respeito as classes farmacológicas mais envolvidas em interações,
confirma-se que essa ocorrência pode diminuir ao estudar sobre esse tipo de
fenômeno é possível identificar as classes medicamentosas que podem ser
administradas concomitante e aquelas as quais pode esperar ou ser
substituídas por outras com índice reduzido de interações, para que isso ocorra
é necessário uma educação continuada por parte de todos os profissionais
tanto os que prescrevem para saberem identificar as drogas mais propicias
para cada caso em particular, como para os que administram e prestam
assistência constante para verificar qual o melhor intervalo entre um remédio e
outro e qual a conduta deve ser realizada caso aja necessidade.
Segundo Sehn et al (2003) a educação continuada por parte dos profissionais
de saúde atuando de forma constante em hospitais, os quais o índice de
medicamentos prescritos e de interações medicamentosas destes é maior,
torna-se importante para a redução dessas interações, devido a um melhor
acesso as mudanças que possam existir no decorrer de pesquisas sobre os
medicamentos.
As interações entre classes farmacológicas estão cada vez mais presentes, no
entanto é necessário que os profissionais tenham um maior grau de
informações, sendo importante também o centro de referência de estudos e
atividades educativas para que essas interações que na maioria das vezes
provocam graves efeitos adversos como nos fármacos anti-úlcerativo que pode
levar
a
depressão,
psicose,
vômito;
nos
vasodilatadores:
hipotensão
ortostática, síncope e em raros casos isquemia cerebral; já os antihipertensivos provocam dor no peito, proteinúria, pancreatite e os analgésicos-
11
antipiréticos podem levar a distúrbios gastrintestinais, confusão e vômito,
podem ser revertidos e impedidos de se manifestar, através de uma prescrição
mais criteriosas (MOSEGUI et al, 1999). Ao comparar os estudos sobre
interações medicamentosas Moura, Ribeiro e Magalhães (2007) perceberam
que essas classes de fármacos estavam mais presentes nas interações
ocasionando efeitos adversos, o que dificultava o tratamento através do
aparecimento de complicações.
É diante das classes de fármacos envolvidas diretamente em interações que se
faz necessário a diminuição de um tratamento indiscriminado de politerapia,
devido a vulnerabilidade do próprio cliente, o que pode torna-se cada vez mais
comprometido o caso clínico e além do gasto para a instituição por causa das
complicações que iram surgir na saúde do cliente (SOUZA E THOMSON,
2006).
Tabela 3- Incidência dos fármacos mais envolvidos em interações
medicamentosas nas prescrições médicas na UTI de um Hospital Público na
Paraíba.
Dados
N
%
Ranitidina
Mononitrato de Isossorbida
Captopril
Ácido Acetilsalicílico
Furosemida
Ceftriaxona
Heparina
Propranolol
Insulina
Metamizol
16
16
14
14
14
13
13
12
11
10
39
39
34,2
34,2
34,2
31,7
31,7
29,3
26,8
24,4
Média e Erro
Padrão
13,30 ± 0,28
De acordo com (tabela 3) a incidência dos fármacos mais envolvidos em
interações medicamentosas, existem quatro fármacos que mais chamaram
atenção para o seu grau de envolvimento, a ranitidina 39 %, o mononitrato de
isosorbida 39 %, o captopril 34,2 % e ácido acetilsalicílico 34,2 %. Destaque
para a média total 13,30 e o erro padrão 0,28. No que diz respeito à média
encontrada das drogas que mais apresentam interações medicamentosas é
relevante para apurar soluções como, a mudança na via de administração, do
horário administrado, ou até mesmo a suspensão ou substituição do remédio
12
depois da análise do quadro clinico do cliente para impedir que origine uma
nova situação difícil.
Diante do exposto foi observado que muitos dos fármacos utilizados
apresentam interações, entretanto essa situação pode ser revertida com a
mudança de drogas com a mesma função, mais que apresentem um menor
número de interações e problemas para o cliente, ou através da mudança da
via de administração usada o que irá permitir uma maior absorção, diminuindo
o tempo de contato do remédio com o organismo ou vice-versa dependendo da
necessidade do cliente.
Segundo Marcolin, Cantarelli e Garcia (2004) a interação medicamentosa ainda
é um desafio a ser vencido, através de um melhor conhecimento dos fármacos,
seus efeitos e de uma melhor compreensão do caso clínico do paciente e da
evolução do tratamento para que possa ser identificado os efeitos
farmacológicos indesejados e impedidos que prejudique o cliente.
Diante dos fármacos citados e da porcentagem de interações que eles
representam, os profissionais devem preocupar-se cada vez mais com os
medicamentos que desencadear um número maior e com maior freqüência de
interações, dando início com a prescrição cuidadosa, evitando a união
desnecessária durante a administração das drogas para que reduza o risco de
problemas para os consumidores desses fármacos (SEHN et al, 2003).
De acordo com Nicolini et al (2008), as interações são problemas comprovados
durante as prescrições, o que vem causando a diminuição na eficácia dos
tratamentos, além de surgir risco para saúde, pois essas drogas ao serem
combinadas podem potencializar, diminuir, anular os efeitos dos fármacos ou
ainda dar início a uma nova situação de risco eminente à vida.
Tabela 4- Incidência das interações medicamentosas nas prescrições médicas
na UTI de um Hospital Público na Paraíba.
Dados
n
%
Uma Interação
Duas Interações
Três Interações
Quatro ou mais Interações
13
10
12
08
30,2
23,3
27,9
18,6
Média e Erro
Padrão
10,75 ± 0,32
13
Nessa (tabela 4) a incidência de interações medicamentosas nas prescrições
médicas, no qual se pode perceber que a prescrição de pelo menos uma
interação é de 30,2 % das prescrições, duas interações 23,3 %, três interações
27,9 % e quatro ou mais interações 18,6 %, existindo uma média 10,75 e um
erro padrão 0,32. A média presente no estudo permite identificar a quantidade
de interações em cada prontuário, alertando para que haja uma menor
quantidade de fármacos prescritos, o que irá reduzir drasticamente esses
problemas.
Na pesquisa foi identificada uma grande incidência de interações em cada
prescrição. Isso é um problema sério, pois nos mostra que alguns profissionais
não têm conhecimento adequado sobre o assunto. Contudo essa situação
pode ser mudada se houver uma avaliação e observação diária quanto aos
problemas apresentados, quanto à situação geral de cada paciente e através
de pesquisas e estudos sobre os casos, para que cada uma dessas interações
possam ser impedidas ou minimizadas, através da observação dos sinais e
sintomas, tratando os malefícios que possam causar para o cliente.
As interações mostraram-se muito frequentes, pois de todas as prescrições
pelo menos 30,2 % apresentaram algum tipo de interação, percebe-se que o
cuidado ao prescrever e ao manipular os medicamentos ao paciente não está
sendo tomado, sendo necessário alertar os profissionais quanto a analisar o
fármaco antes de indicar ao cliente, medido o risco beneficio do mesmo no
tratamento (MOURA; RIBEIRO; MAGALHÃES, 2007).
Segundo Sehn et al (2003) as interações medicamentosas ainda representam
um risco para a saúde do cliente, é diante dessa realidade que se deve avaliar
o perfil das prescrições, através de estudos sobre os medicamentos que serão
prescritos para tentar impedir um número cada vez maior de situações
prejudiciais a saúde, evitando o prolongamento do tratamento na instituição de
saúde a qual o paciente encontra-se.
De acordo Miyasaka e Atallah (2003) as interações medicamentosas ainda
representa um grave risco ao cliente, no entanto, é possível diminuir esse risco
minimizando na prescrição o número de fármacos, checando antes de
prescrever a quantidade e a gravidade das interações e se elas podem ser
evitadas, prescrever genéricos ou similares para evitar esse tipo de problema
14
explicando o porquê da realização dessas mudanças aos profissionais do
setor.
Tabela 5- Relação das interações medicamentosas
Interações medicamentosas
Sim
Não
N
%
N
Masculino 31
64,90
01
Feminino 12
24,75
04
%
2,09
8,25
p-valor
0,1647
De acordo com (tabela 5) a relação das interações medicamentosas foi
verificado que dos 32 prontuários de pessoas do sexo masculino 64,90 %
apresentaram alguma interação na prescrição, sendo também expressivo o
número de interações que acometeu os indivíduos do sexo feminino em torno
de 24,75 %. O p-valor não foi considerado significante, no entanto apresentou
0,1647.
A existência de um número expressivo de interações, torna-se mais evidente a
importância do conhecimento desse assunto para os profissionais de saúde,
para que situações de risco a vida sejam evitadas, facilitando o tratamento em
buscar de um melhor bem estar.
A interação medicamentosa requer muita atenção e conhecimento sobre
fármacos já que como o paciente encontra-se deprimindo os efeitos colaterais
e tóxico podem ocasionar danos ao indivíduo de forma irreversível
(MARCOLIN; CANTARELLI; JUNIOR GARCIA, 2004).
Com o uso de forma indiscriminada da polifarmácia, através de terapias mais
agressivas, propicia a ocorrência de interações medicamentosas cada vez mais
freqüentes, interferindo no tratamento e na permanência do cliente no hospital
(MOURA; RIBEIRO; MAGALHÃES, 2007).
CONCLUSÃO
Na unidade de terapia intensiva do hospital publico na Paraíba acontece uma
elevada incidência de interações medicamentosas em virtude da polifarmácia,
as quais são evidenciadas por problemas relacionados a quantidade de
medicamentos usados gerando riscos à vida dos pacientes.
15
Todo esse risco à saúde dos usuários da Unidade de Terapia Intensiva, pode
ser minimizado por medidas simples, a exemplo de, aprazamento dos
medicamentos em horários diferentes, melhor escolha de horário, com
possibilidade
administração,
de
alternar
substituição
alguns
de
medicamentos,
classes
opções
farmacológicas,
de
via
de
suspensão
de
medicação de acordo com o quadro clínico do paciente, e em maior proporção:
conhecimento da ação farmacológica e da atualização das drogas e
prescrições.
Ações educativas podem
ser benéficas com a
conscientização
dos
profissionais, desde os que prescrevem aos que administram, na perspectiva
de um melhor desempenho dos profissionais, quanto à utilização de
medicamentos diversos.
Lamentavelmente,
constatamos
um
elevado
número
de
reações
farmacológicas provocada pelo envolvimento de classes farmacológicas
diversas, que tendem a ser utilizadas com muita frequência, sem atentar para
os riscos de interações.
Essa problemática fora constatada na utilização de diversas classes de drogas,
inclusive os psicotrópicos e depressores do sistema nervoso central que são
fármacos que em razão da sua própria função já podem causar efeitos
adversos graves, fato este também constatado em pesquisa anteriormente
realizada, demonstrando com isso, que neste aspecto nada mudou.
Na pesquisa verificamos que as principais classes de fármacos prescritas
foram
fármacos
anti-úlcerativo,
vasodilatadores,
anti-hipertensivos
e
analgésicos-antipiréticos, dentre estes teve-se como drogas mais envolvidas
em interações, a ranitidina, o mononitrato de isosorbida, o captopril e ácido
acetilsalicílico já que nesse local em especial, os pacientes receberam uma
grande quantidade de remédios e encontra-se com uma maior vulnerabilidade,
devido os problemas já instalados.
Percebemos claramente que embora tenha se passado algum tempo de
pesquisa realizada com a mesma temática e a atual, não houveram mudanças
comportamentais em relação ao processo de interação medicamentosa, apesar
das orientações realizadas anteriormente. Assim reforça-se ainda mais a
necessidade de implementar esforços no sentido de promover capacitações
16
voltadas para apreensão do saber relacionado a prescrição e administração de
medicamentos.
Como profissional espero que esse estudo venha contribuir para melhorar o
conhecimento sobre as medicações e diminua o risco de complicações na
saúde ligadas a fármacos, além de aumentar o interesse e a cumplicidade dos
diversos profissionais da área quanto ao trabalho em equipe para que ocasione
um tratamento de alta qualidade ao cliente.
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