O USO DA CIF COMO PROPOSTA PARA O ACOMPANHAMENTO DAS CRIANÇAS COM SÍNDROME CONGÊNITA DO ZIKA VÍRUS: RELATO DE UM CASO The use of ICF as proposed for children with monitoring of zika virus congenital syndrome: a case report Resumo A ndres s a Pa di l ha Ba rbos a Acadêmica do curso de Fisioterapia da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL). Em ail: [email protected] Da ri a na Ta va res dos Sa ntos Acadêmica do curso de Fisioterapia da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL). Em ail: [email protected] Luca s Soa res Sa ntos Acadêmico do curso de Fisioterapia da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL). Em ail: [email protected] Ra i a ny A z evedo dos Sa ntos G om es Acadêmica do curso de Fisioterapia da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL). Em ail: [email protected] Cl a ri s s a Cotri m dos A nj os Fisioterapeuta, Especialista em Fisioterapia Neurofuncional, Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL). Em ail: [email protected] Este estudo objetivou relatar um caso de uma criança com Síndrome Congênita do Zika Vírus no qual o seu acompanhamento foi realizado por meio da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) e de instrumentos de investigação do desenvolvimento. Aplicou-se um protocolo de investigação que consistia de avaliação dos estados de comportamento, dos reflexos, tolerância e adaptação ao manuseio, tônus muscular, postura adotada e desenvolvimento motor para a idade. Em seguida, foi desenvolvida e aplicada uma lista resumida da CIF. Após 4 meses de acompanhamento verificou-se uma interferência dos fatores ambientais na evolução da criança. Esse relato pode ser considerado como um ponto de partida para verificar a interação entre a lista resumida de códigos da CIF como recurso para classificar essas crianças. O uso da CIF pode ser uma excelente ferramenta classificatória uma vez que não é centrada na doença, mas considera o contexto do indivíduo a partir de fatores ambientais e pessoais. Descritores: Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde, Fisioterapia, Zika Vírus. Abstract This study aimed to report a case of a child with Zika virus of congenital syndrome in which their monitoring was conducted by International Classification of Functioning, Disability and Health (ICF) and the development of research instruments. It was applied a research protocol of assessment of the behavior of states, reflexes, tolerance and adaptation to handling, muscle tone, posture adopted and motor development for age. Then it was developed and applied a short list of ICF. After 4 months of follow-up there was an interference of environmental factors in the evolution of child. This case report can be considered as a starting point to verify the interaction between the ICF short codes list as a resource to classify these children. The use of ICF can be an excellent tool classification since it is not focused on the disease, but consider the context of the individual from environmental and personal factors. Descriptors: International Classification of Functioning, Disability and Health, Physical Therapy, Zika Virus. 18 Barbosa AP, Santos DT, Santos LS, Gomes RAS, Anjos CC Revista Científica CIF Brasil. 2016; 6(6):18-33. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- In tro d u ç ã o um bebê com microcefalia e também no líquido amniótico de duas gestantes. E considerando a A Portaria n.º 793, de 24 de abril de 2012 emergência em relação a situação de casos de institui a Rede de Cuidados à Pessoa com microcefalia no Brasil, em 11 de novembro de Deficiência no Âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), 2015, o Ministério da Saúde por meio da Portaria um conjunto de serviços, ações e nº 1.813, declarou Emergência em Saúde Pública estratégias para garantir a assistência integral de Importância Nacional (ESPIN), em razão de aos que necessitem deste tipo de atendimento. alteração Essa rede tem como objetivos: ampliar o acesso e qualificar atendimento às pessoas do padrão de ocorrência de microcefalias no Brasil (BRASIL/MS, 2015). com No ano de 2016, o Centro de Pesquisa norte- deficiência no SUS, com foco na organização de americano validou cientificamente as descobertas rede e na atenção integral à saúde, que contemple as áreas de deficiência auditiva, física, feitas no Brasil. O Centro de Controle e Prevenção visual, de Doenças Transmissíveis (CDC) dos Estados intelectual integração e e ostomias; articulação dos ampliar serviços a Unidos de anunciou, no dia 13 de abril, a confirmação da relação entre o zika e a reabilitação com a rede de atenção primária e outros pontos de atenção especializada; e ocorrência de microcefalia em bebês cujas mães desenvolver ações de prevenção de deficiências foram infectadas pelo vírus. O estudo realizou uma revisão rigorosa das evidências já existentes na infância e vida adulta (PORTAL DA SAÚDE, e concluiu que o Zika é a causa da microcefalia e 2012). outros danos cerebrais identificados em fetos Dentro da rede estão os Centros (PORTAL BRASIL, 2016). Especializados de Reabilitação (CER). O CER é um ponto de atenção ambulatorial especializado em Entretanto, parece ainda muito precipitada a reabilitação que realiza diagnóstico, tratamento, publicação da relação entre os casos de concessão, adaptação e microcefalia e Zika no Brasil. Outras variáveis tecnologia assistiva, constituindo-se manutenção de possíveis devem ser avaliadas, para alguns em referência para a rede de atenção à saúde no autores. Afinal, estudos de efeito e de associação território (BRASIL/MS, 2012). ainda precisam ser desenvolvidos considerando outras variáveis possíveis, como a qualidade dos A relação entre o Zika vírus e a microcefalia foi lotes da vacina contra a Rubéola e análise das reconhecida e anunciada pelo governo brasileiro fontes de água utilizadas durante a seca que em novembro de 2015, quando o vírus foi ocorreu no mesmo período da suposta grande identificado em amostras de sangue e tecidos de circulação do vírus Zika (ARAÚJO, 2016). 19 Barbosa AP, Santos DT, Santos LS, Gomes RAS, Anjos CC Revista Científica CIF Brasil. 2016; 6(6):18-33. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Dessa forma, o acompanhamento dessas Portanto, este artigo se propõe a relatar crianças que estavam nascendo com microcefalia a experiência da utilização da CIF para o e que apresentavam padrão de comportamento acompanhamento motor diferentes, fez com que os profissionais da funcionalidade área de reabilitação, fisioterapeutas, terapeutas atendida no Centro Especializado em Reabilitação ocupacionais e fonoaudiólogos, buscassem meios (CER) III da Universidade Estadual de Ciências da de realizar uma avaliação e classificar o nível de Saúde de Alagoas (UNCISAL) na cidade de comprometimento dessas crianças. Maceió/AL. Assim, se fazia necessário uma avaliação bem da de incapacidade uma criança e com SCZV Ma te ria l e Mé to d o conduzida, utilizando instrumentos de medida que Trata-se de um estudo de caráter descritivo do favorecessem um bom planejamento terapêutico, tipo estudo de caso, realizado no período de maio com uma abordagem centrada no paciente e na a família (ABRAFIN, 2016). Entretanto, embora as diagnosticada com Síndrome Congênita do Zika associações de classe tenham recomendados Vírus. válidos, alguns confiáveis e instrumentos desenvolvimento, na responsivos, de avaliação prática clínica 2016, SCZV no estado de Alagoas. Por meio de um protocolo de atendimento, todas as crianças que são encaminhadas para o do Zika Vírus (SCZV), serviço são avaliadas por composta por fisioterapeuta, interdisciplinar ambientais estavam ganhando cada vez mais terapeuta espaços no processo de entendimento e de outros profissionais. intervenção em Saúde. ocupacional, uma equipe fonoaudiólogo entre As crianças são submetidas a uma avaliação Por esse motivo, passou-se a levar em Classificação criança referência para o atendimento das crianças com verificou-se com a prática, que os fatores o uma a Em contrapartida, nos casos das crianças com consideração com A UNCISAL dispõe de um CER III no qual é eficazes para essas crianças. Congênita de do aplicabilidade dos mesmos não pareciam tão Síndrome setembro modelo Internacional publicado de global, onde nesse momento são fornecidas as na orientações e os encaminhados necessários para Incapacidade, cada criança de acordo com a sua necessidade. Funcionalidade e Saúde (CIF) a fim de investigar, A concluir e determinar ações de saúde referentes criança em estudo iniciou o acompanhamento fisioterapêutico no dia 02 de ao aumento da frequência de microcefalia no maio de 2016, aos três meses de idade, Brasil (ARAÚJO, 2015). 20 Barbosa AP, Santos DT, Santos LS, Gomes RAS, Anjos CC Revista Científica CIF Brasil. 2016; 6(6):18-33. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- necessitando ficar em terapia, inicialmente uma Inicialmente, realizou-se seguida de uma um anamnese vez por semana, com duração média de 40 detalhada exame físico minutos. Posteriormente, o número de sessões foi neurológico baseado nos seguintes aspectos: incrementado para duas vezes por semana. Comportamento da criança durante o exame, reflexos primitivos, tolerância e adaptação ao O protocolo de avaliação fisioterapêutico consistiu em três etapas: anamnese, exame manuseio, avaliação dos tônus musculares por clinico e do desenvolvimento e aplicação de uma meio lista resumida da CIF, tomando como referencial a avaliação da postura adotada e desenvolvimento lista resumida da CIF para a Fisioterapia motor. Neurofuncional Infantil utilizado no Centro da escala modificada de Ashworth, O resumo do exame neurológico realizado da Funcional de Barueri. criança está descrito na tabela 1. Tabela 1: Características qualitativas do exame neurológico usado na criança. Item analisado Descrição do item Comportamento Estados de Comportamento - Estado 1, 2, 3, 4, 5 e 6 Reflexos primitivos Presença dos seguintes reflexos primitivos: preensão palmar, preensão plantar, marcha automática, sucção, quatro pontos cardeais, gallant, cutâneo plantar em extensão, reflexo tônico cervical assimétrico, moro, reflexo osteotendinoso - patelar Tolerância e Adaptação ao manuseio Reação ao manuseio Tônus muscular Hipotonia, hipertonia Postura Adotada Prono, supino, quando puxado para sentar, sentado, em pé Desenvolvimento motor Itens da caderneta de saúde da criança desenvolvimento enquadrasse para o quadro clínico da criança, neuropsicomotor verificou-se a presença dos visto que diante das disponíveis sempre existiu marcos motores, bem como a qualidade do alguma restrição para o seu o uso devido às desenvolvimento. características Em relação ao clínicas da criança. Assim, realizou-se o exame neurológico básico. Optou-se inicialmente em não fazer uso de uma escala de avaliação do desenvolvimento em Para a realização de uma adequada avaliação virtude da dificuldade de encontrar uma que se neurológica, recomenda-se que o bebê esteja 21 Barbosa AP, Santos DT, Santos LS, Gomes RAS, Anjos CC Revista Científica CIF Brasil. 2016; 6(6):18-33. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- tranquilo e atento; não deve estar com fome ou clônus. É quantificada da seguinte forma: 0 = ter sido alimentado recentemente. Podem ser Ausente, 1 = Hiporreflexia, 2 = Normal, 3 = identificados seis estados comportamentais no Hiperreflexia leve, 4 = Clônus esgotável (3 -4 bebê. repetições), 5 = Clônus inesgotável (SPOSITO; Esses estados foram definidos primeiramente por Prechtl, que sistematizou os RIBERTO, 2010). estados do ciclo vigília-sono para o recém- A presença desses reflexos traduz integridade nascido (RN). Esses estágios foram descritos por do SNC, e a ausência ou exacerbação de suas Brazelton em 1984 como: estado 1 (sono quieto), respostas pode denotar algum tipo de transtorno estado 2 (sono ativo), estado 3 (sonolência), ou lesão neurológica (FORMIGA; et al, 2015). estado 4 (alerta quieto), estado 5 (alerta ativo) e A avaliação do tônus muscular foi realizada estado 6 (choro) (FORMIGA; et al, 2015). Dessa pela observação da postura ou pela amplitude forma, o comportamento da criança foi avaliado dos movimentos passivos das extremidades de acordo com os estados de comportamento. (FORMIGA; et al, 2015). O tônus muscular foi Ao utilizarmos estímulos atrativos, auditivos ou avaliado por meio da escala de Ashworth visuais, a criança tem capacidade de ficar atento Modificada que é um escala subjetiva que avalia e alerta ao estímulo, e irá suprimir respostas o tônus em graus de 0-4. Ela tem se mostrado reflexas interferentes, de modo a responder com confiável e é a escala mais citada na literatura no comportamentos muito previsíveis. Assim, ele tratamento da espasticidade, tanto em adultos responde e interage com seu meio ambiente quanto em crianças. Sua classificação é baseada desde o nascimento. A maneira pela qual o bebê nos seguintes parâmetros: 0 = sem aumento do responde aos estímulos apropriados ou não tônus muscular; 1 = leve aumento do tônus apropriados demonstra a complexidade de um muscular manifestado por uma “pega e soltura” SNC intacto e adaptável (GASPARETTO; et al, ou por resistência mínima no final do arco de 2000). movimento, quando o membro afetado é movido Os reflexos primitivos foram avaliados por em flexão ou extensão; 1+ = leve aumento do meio da observação da criança e quando tônus muscular manifestado por uma “pega necessário ocorreu à pesquisa especifica de seguida de mínima resistência” através do arco algum reflexo. Os reflexos osteotendinosos foram de movimento restante (menos que metade do quantificados por meio de escala de reflexos arco de movimento total); 2 = aumento mais osteotendinosos. Essa com marcado do tônus muscular, manifestado através graduação variando de 0-5, que analisa a da maior parte do arco de movimento, mas o intensidade da resposta reflexa e a presença de membro afetado é facilmente movido; 3 = é uma escala 22 Barbosa AP, Santos DT, Santos LS, Gomes RAS, Anjos CC Revista Científica CIF Brasil. 2016; 6(6):18-33. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- considerável aumento do tônus muscular - o boca; localiza o som; muda de posição ativamente movimento passivo é difícil; e 4 = A parte afetada (rola); brinca de esconde-achou; transfere objetos está rígida em flexão ou extensão (SPOSITO; de uma mão para outra; duplica sílabas; senta-se RIBERTO, 2010). sem apoio. Todos esses itens são registrados na escala como: P = marco presente A = marco Quanto à avaliação da postura corporal, é importante observar o bebê durante ausente NV = marco não verificado (BRASIL, os 2015). procedimentos de cuidado (por exemplo, troca de fraldas, banho, alimentação) e ficar atento à Já na segunda etapa foi desenvolvida e movimentação da criança nas posturas supino e aplicada uma lista resumida da CIF baseando-se prono, com objetivo de observar como ela na proposta utilizada pelo Centro Funcional de organiza o seu corpo, movimentação espontânea Barueri para a fisioterapia neurofuncional infantil dos membros superiores e inferiores e posição da para classificar os estados de saúde (ARAÚJO; cabeça (FORMIGA; et al, 2015). NEVES, 2015). Em relação aos itens do desenvolvimento, Para avaliação do quadro clínico, coletou os optou-se em seguir o padrão existente na dados do prontuário e resultados dos exames Caderneta de Saúde da Criança, verificando a complementares. presença ou ausência dos itens. Durante essa Re la to d o Ca s o avaliação, verificou-se a presença ou ausência de movimentos espontâneos e voluntários na Foi avaliada e classificada uma criança com criança. SCZV, do sexo masculino, 4 meses, residente de De acordo com a Caderneta de Saúde da São Luiz do Quitunde no interior de Alagoas. O Criança, em crianças de 0-8 meses avalia-se diagnóstico foi confirmado por exclusão de outras como infecções congênitas e pelo laudo da Tomografia instrumento de vigilância do Computadoriza. desenvolvimento os seguintes marcos: Postura: barriga para cima, pernas e braços fletidos, A criança nasceu com as seguintes medidas: cabeça lateralizada; observa um rosto; reage ao 28 centímetros de perímetro cefálico, 2795 som; eleva a cabeça; sorriso social quando gramas estimulada; abri as mãos; emite sons; movimenta comprimento, ativamente os membros; resposta ativa ao gestacional, sendo notificado ao Serviço de contato social; segura objetos; emite sons; Vigilância Epidemiológica do Estado de Alagoas, debruço, levanta a cabeça, apoiando-se nos para ser inserida no Protocolo de Atenção a antebraços; busca ativa de objetos; leva objetos à criança com Microcefalia. 23 de peso e 48 centímetros com 40 semanas de de idade Barbosa AP, Santos DT, Santos LS, Gomes RAS, Anjos CC Revista Científica CIF Brasil. 2016; 6(6):18-33. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- O fluxo de atendimento da criança com parenquimatosas secundárias a infecção microcefalia no estado de Alagoas ocorre da congênita (TORCHS), incluindo a possibilidade de seguinte forma: toda maternidade, seja ela ZIKA. pública ou privada, diante do nascimento de uma Foram realizadas todas as sorologias para as criança com PC inferior a 31.9 para meninas e 31, infecções congênitas (TORCHS) e todas foram 5 cm para meninos (BRASIL, 2015) notifica o negativas. Centro de Informações em Vigilância em Saúde Em relação aos exames de triagens neonatais (CIEVS) do estado. A partir daí inicia-se o processo de agendamento da (teste da orelhinha, teste do pezinho e teste do tomografia olhinho), os mesmos foram realizados em tempo computadorizada, exame de imagem escolhido oportuno. para o diagnóstico no estado de Alagoas. Diante No teste de emissões otoacústicas evocadas de um laudo sugestivo de alteração por infecção encaminhada para (EOA) foi identificada a presença de emissões em avaliação com o Neuropediatra dos centros ambas as orelhas existindo a necessidade de confirmadores para a solicitação de sorologias monitoramento auditivo pelo motivo do indivíduo para o fechamento do diagnóstico. em questão ter microcefalia. congênita, a criança é Entretanto, devido à presença de indicadores Após a confirmação do diagnóstico, a criança é encaminhada para os serviços de reabilitação do de risco foi sugerido uma avaliação Estado de Alagoas. O a CER III da UNCISAL é otorrinolaringologica e a realização de exames referência para a realização dos exames de complementares como Potencial Evocado Auditivo triagem, consultas com profissionais médicos e do Tronco Encefálico (PEATE) e imitanciometria para a estimulação precoce. (BRASIL/MS, 2016). O resultado encontrado com o PEATE demonstrou uma integridade retrococlear Na criança em estudo, foi realizado o exame bilateral, com limiares eletrofisiológicos dentro de imagem com aproximadamente 2 meses de do padrão de normalidade. idade, por meio de Tomografia Computadorizada, identificou os seguintes achados: Na avaliação oftalmológica, realizou-se um presença de calcificações distróficas esparsas em exame do fundo de olho (fundoscopia) que auxilia ambos hemisférios cerebrais, ventrículos laterais no e quarto ventrículo aumento de volume, presença congênitas, de citomegalovírus, que deve ser realizado após a no qual padrão bilateralmente, radiológica giral do tipo lissencefálico, crânio com uma compatível de diagnóstico diferencial como sífilis, de infecções toxoplasmose e impressão alta da criança na maternidade (BRASIL/MS, alterações 2016). 24 Nessa avaliação foi identificado Barbosa AP, Santos DT, Santos LS, Gomes RAS, Anjos CC Revista Científica CIF Brasil. 2016; 6(6):18-33. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- hipermetropia simétrica normal para a idade do em todos os grupos musculares avaliados, visto bebê, mapeamento de retina onde a pupila estava que ocorria um aumento considerável do tônus corada e nítida, vasos retinianos normais, mácula muscular e o movimento passivo era bastante com cicatriz coriorretiniana, levando a uma difícil. alteração visual na criança. A criança não aceitava a postura prono e supina, O comportamento da criança foi avaliado de apenas sentada no colo da mãe acompanhada acordo com os estados de comportamento de sempre por movimentos de balanços para que a Brazelton, o exame criança se acalmasse. Durante os procedimentos no estado 06 ou choro. É de cuidado, por exemplo, troca de fraldas, banho, e encontrava-se a criança durante importante destacar que a criança durante a alimentação, era algo extremamente difícil primeira consulta e nas seguintes, sempre se acompanhado de choro forte e constante. Tal fato encontrava nesse estado comportamental, não causava desconforto na família, a deixando aceitando o toque e nem manuseio de outra extremamente angustiada com a situação. A pessoa que não fosse a mãe. movimentação da criança nas posturas supino e prono tinha como objetivo observar como ela Verificou-se a presença dos seguintes reflexos: preensão palmar, preensão plantar, cutâneo organizava plantar em extensão, moro, reflexo tônico cervical espontânea dos membros superiores e inferiores corpo, movimentação inicial, não foi observado nenhuma atividade intensa, mesmo alguns sendo esperado para a Destaca-se seu e posição da cabeça. Entretanto, na avaliação assimétrico, marcha automática, todos de forma idade. o espontânea da criança e um posicionamento em também a presença de hiperextensão da cabeça. hiperreflexia do reflexo patelar (grau 3) para ambos os lados. Na tabela 2 abaixo está resumida as características encontradas na criança durante a O tônus muscular foi avaliado por meio escala avaliação inicial. de Ashworth Modificada e foi atribuído grau 03 25 Barbosa AP, Santos DT, Santos LS, Gomes RAS, Anjos CC Revista Científica CIF Brasil. 2016; 6(6):18-33. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Tabela 2: Características qualitativas do exame neurológico da criança em estudo. Avaliaç ão inicial. Maio 2016. Item analisado Resultado encontrado Comportamento Choro forte (estado 6) Reflexos primitivos Presente todos os reflexos primitivos para a idade, entretanto de forma exacerbada e intensa. Tolerância e Adaptação ao manuseio Extremamente irritado, sem tolerância ao manuseio e toque; pobre resposta visual e auditiva. Tônus muscular Aumentado nas extremidades e no tronco. Postura Adotada Tendência muito forte para a hiperextensão; não aceitava a postura prono e supino; sem movimentação espontânea de membros superiores e inferiores; postura da cabeça com tendência a hiperextensão. Desenvolvimento motor Dificuldade na fixação ocular, não alcançava a linha média, sem interação com terapeuta/família e ausência do controle de cabeça. do proposta pelo Centro de Saúde Funcional de desenvolvimento, optou-se em seguir o padrão Barueri. A classificação por meio da CIF em existente na caderneta de saúde da criança. relação aos domínios de função e estrutura do Para a avaliação dos itens corpo está descrita na tabela 3; a atividade, Já na segunda etapa foi aplicada uma lista participação e resumida da CIF onde se acrescentou outros itens a interferência dos ambientais na tabela 4. que foram julgados importantes na lista inicial 26 fatores Barbosa AP, Santos DT, Santos LS, Gomes RAS, Anjos CC Revista Científica CIF Brasil. 2016; 6(6):18-33. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Tabela 3: Representação da classificação por meio da CIF dos estados relacionados à saúde da criança em estudo em três momentos no domínio de estrutura e função do corpo. Qualificadores Código 1º avaliação 2º avaliação * 3º avaliação b1560 percepção auditiva 4 3 2 b1561 percepção visual 4 3 2 b4400 frequência respiratória 1 1 0 b4401 ritmo respiratório 1 1 0 das 4 4 2 b7354 funções do tônus muscular de todo os membros 3 3 1 b755 funções relacionadas aos reflexos de movimentos involuntários 4 4 2 b7600 funções do controle de movimentos voluntários simples 4 4 2 b7801 sensação de espasmo muscular 3 4 2 b7102 mobilidade articulações generalizada Legenda - Função do corpo (b) qualificadores: 0-nenhuma deficiência, 1-deficiência ligeira, 2-deficiência moderada, 3deficiência grave, 4- deficiência completa, 9-não aplicável; * mudança nos fatores ambientais Tabela 4: Representação da classificação por meio da CIF dos estados relacionados à saúde da criança em estudo em três momentos no domínio de atividade, participação e a interferência dos fatores ambientais. Código d4100 deitar-se e1101 Medicamento (anticonvulsivante) e440 Atitudes individuais de cuidadores e assistentes pessoais d4107 rolar e1101 Medicamento (anticonvulsivante) e440 Atitudes individuais de cuidadores e assistentes pessoais d4103 sentar-se e1101 Medicamento (anticonvulsivante) d4550 engatinhar Qualificadores 1º avaliação 2º avaliação * 3º avaliação .40 .4 .40 .4 .02 +2 .4 .4 +2 .40 .4 .40 .4 .02 +2 .4 .4 +2 .40 .4 .40 .4 .02 +2 4 4 4 Legenda - Atividade e participação (d) – 0-Nenhuma dificuldade, 1-dificuldade ligeira, 2-dificuldade moderada, 3dificuldade grave, 4-dificuldade completa, 8- não especificada, 9-não aplicável; * mudança nos fatores ambientais. 27 Barbosa AP, Santos DT, Santos LS, Gomes RAS, Anjos CC Revista Científica CIF Brasil. 2016; 6(6):18-33. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- (e5400 É importante mencionar que após a 2º Serviços de transportes) o que avaliação, a criança em estudo iniciou a inicialmente era considerado um obstáculo em terapêutica medicamentos virtude dos gastos que a família tinha que realizar anticonvulsivantes, devido à presença constante para efetuar o seu deslocamento, e a partir do de espasmos motores em grupos musculares momento em que a prefeitura iniciou o transporte específicos e sempre seguido de choro. isso passou a ser considerado um facilitador para com o tratamento da criança; e um outro aspecto O eletroencefalograma foi realizado com 4 importante a ser mencionado foi o acesso aos meses de idade e encontrou uma atividade serviços de saúde (e5800 serviços de saúde), irritativa multifocal, associada a uma precária tanto referente a exames clínicos, profissionais organização da atividade elétrica cerebral de base, sendo necessário a introdução médicos e da reabilitação, sendo esse fator de considerado facilitador da evolução da criança. medicamento. Entretanto, durante o período de criança ainda As orientações familiares eram fornecidas apresentava vários espasmos, sendo necessário todas as sessões, de modo a mostrar a melhor um aumento da dosagem do mês. A demora se forma de manusear, carregar, trocar fralda e deu em decorrência da idade da criança e o brincar com a criança, utilizando como referencial desconhecimento sobre a evolução da doença. o manual de orientações proposto por Guimarães; Entretanto, et al (2015). aproximadamente 1 mês, após o a resultado do eletroencefalograma realizado, foi instituído uma Após cinco meses de acompanhamento, combinação de medicamento. A criança aos observando os poucos passou a reagir e aceitar mais os estrutura manuseios, bem como a interagir com o meio. participação e fatores ambientais, reavaliou-se a aspectos dos domínios de e função do corpo; atividade e criança tomando como base os marcos do É importante mencionar que por meio da interação da equipe, foi possível viabilizar desenvolvimento da criança serviços de transportes do interior para o CER Caderneta de Saúde da Criança, como está descrita na tabela 5 abaixo. 28 descritos na Barbosa AP, Santos DT, Santos LS, Gomes RAS, Anjos CC Revista Científica CIF Brasil. 2016; 6(6):18-33. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Tabela 5: Avaliação dos marcos do desenvolvimento da criança segundo indicadores da Caderneta de Saúde da Criança. Marcos do desenvolvimento 3 meses 5 meses 7 meses Reage ao som A P P Eleva a cabeça A A P Sorriso social quando estimulada A A P Movimenta ativamente os A A P A A P Segura objetos A A A De bruços, levanta a A A P* A A A A A A Membros Resposta ativa ao contato Social cabeça, apoiando-se nos antebraços Muda de posição ativamente (rola) Transfere objetos de uma mão para a outra Legenda: A = Ausente e P = Presente; * Momentaneamente Embora a evolução da criança usando os itens Discuss ão da caderneta da criança tenham sido poucas e lenta, é importante destacar que a mudança, A SCZV por se tratar de uma condição recente, mesmo que pequena, perpassa pela mudança dos onde os estudos ainda precisam ser feitos para fatores ambientais e que se faz necessário esse entender a magnitude da lesão, um instrumento monitoramente sistemático dessa mudança afim de avaliação específico se torna necessário. Os de proporcionar mudanças no desenvolvimento instrumentos motor, sendo a CIF umaa excelente ferramenta parecem ainda não serem adequados para esse para esse monitoramento. padrão motor encontrado nessas crianças. 29 existentes e recomendados Barbosa AP, Santos DT, Santos LS, Gomes RAS, Anjos CC Revista Científica CIF Brasil. 2016; 6(6):18-33. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Dessa maneira, se torna crucial que o processo Pode ser verificado também uma mudança no avaliativo das crianças com SCZV seja minucioso item das funções de controle de movimentos utilizando os recursos existentes e confiáveis. voluntários simples, onde a criança devido ao seu Assim, retoma-se o exame clínico neurológico, considerável aumento de tônus e dificuldade na baseado nos reflexos, padrões motores, posturas mobilidade das articulações, apresentava uma e comportamento da criança. deficiência considerável para iniciar qualquer movimento. Entretanto, Neste relato de caso, pode-se observar que com mudanças nos apesar da gravidade devido a irritabilidade, fatores ambientais, como já mencionado, isso já alteração do tônus muscular e atraso no está sendo possível. desenvolvimento motor, verificou-se que Entre as alterações do desenvolvimento, ocorreram mudanças no seu comportamento representadas pelo desempenho da criança no moto, em virtude das mudanças nos fatores rolar e no sentar, a presença de alterações ambientais. importantes na estrutura e função do corpo, em especial nas funções do tônus muscular e na Uma mudança observada, por exemplo, foi em mobilidade das articulações, ocorrem devido relação a alteração encontrada na mobilidade das articulações e na função do tônus muscular da alteração neurológica. Isso faz com que se tenha criança, apresentando alterações significativas uma necessidade de intervir inicialmente nos quando ocorreram mudanças nos domínios de estrutura e função do corpo e nos fatores fatores ambientais, para que a criança possa ambientais como o uso de medicamentos, atitude então ter condição de desempenhar as funções familiar mais positiva e aumento do número de de atividade e participação para a sua idade. sessões. Na criança estudada, observou-se que as Outro aspecto importante de ser mencionado, está na mudança das funções relacionadas aos mudanças nos fatores ambientais foram reflexos de movimentos voluntários que se extremamente facilitatórias para a mudança no desenvolvimento da mesma. A utilização do relaciona as reações posturais de cabeça na postura prono e sentada. No decorrer do medicamento anticonvulsivante; o acesso aos acompanhamento verificou-se uma considerável serviços de saúde de reabilitação (fisioterapia, melhora nas reações posturais de cabeça, o que terapia ocupacional e fonoaudiologia) e em especial aos profissionais médicos disponíveis no permitiu a criança uma melhora no contato visual CER III da UNCISAL; a mudança da atitude e auditivo, e início do alcance manual. familiar; e a disponibilidade de transporte do interior para a capital sem a necessidade de 30 Barbosa AP, Santos DT, Santos LS, Gomes RAS, Anjos CC Revista Científica CIF Brasil. 2016; 6(6):18-33. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- esperas prolongadas, foram determinantes para a instrumento, a CSC é um instrumento oficial e evolução da criança. bastante fácil para monitorizar o desenvolvimento da criança. Entretanto, existe uma dificuldade na definição de um instrumento de classificação que consiga É claro que a CSC apresenta limitações, mas já associar todas as necessidades da criança, bem é um início para registrar as mudanças no como a sua condição clínica. Diante desse fato, a desenvolvimento da criança com SCZV, e essa utilização de instrumentos capazes de identificar aliada a CIF, os profissionais poderão ter de fato e mapear as condições de saúde e as condições uma real dimensão do quadro de incapacidade e ambientais, funcionalidade dessas crianças. como também de levantar a necessidade de políticas públicas pontuais são A utilização da CIF como forma de acompanhar fundamentais, justificando a utilização da CIF e classificar essas crianças, parece ser uma para tal finalidade (CARVALHO; et al, 2015) grande possibilidade diante dessa situação. Mas, No desenvolvimento das ações voltadas para a para tanto, se faz necessário a modificação do vigilância à saúde, a Caderneta de Saúde da próprio processo de trabalho e para que isso Criança (CSC) apresenta-se como instrumento ocorra, um aspecto relevante é a questão da essencial de vigilância, por ser o documento onde formação são registrados os dados e eventos mais processo (CARVALHO; et al, 2015). significativos para a saúde infantil, por do profissional envolvido nesse A experiência com a utilização dos códigos possibilitar o diálogo entre a família e os diversos gerados profissionais demonstrou de uma forma prática todo o que atendem a criança e especialmente por pertencer à criança e à família processo pela CIF avaliativo na da criança criança com SCZV, estudada, e com elas transitar pelos diferentes serviços e poupando tempo aos avaliadores e facilitando a níveis de atenção demandados no exercício do discussão entre a equipe de trabalho (CARVALHO; cuidado com a saúde (ALVES; et al, 2009). et al, 2015). Entretanto, o uso da CSC ainda é pouco Dessa maneira, verifica-se que por meio da CIF valorizado pelos profissionais de saúde. E diante pode-se classificar as crianças com SCZV ao da situação em que os principais instrumentos de longo do tempo e observar o seu progresso ou avaliação do desenvolvimento, tais como a Test regressão of Infant Motor Performance (TIMP) e a Alberta indispensável Infant Motor Scale (AIMS), apresentam restrições do quadro, para o elemento ímpar desenvolvimento e de estratégias em saúde. Essa visão ampliada de para o uso nas crianças com SCZV, em virtude da saúde, baseada no modelo biopsicossocial da faixa etária, a forma de aplicação e objetivo do 31 Barbosa AP, Santos DT, Santos LS, Gomes RAS, Anjos CC Revista Científica CIF Brasil. 2016; 6(6):18-33. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Organização Mundial de Saúde defendida nos Disponível em: http://abrafin.org.br/wpcontent/uploads/2015/02/PARECERMICROCEFALIA.pdf. Acesso em: 30 set. 2016. princípios e diretrizes do SUS, poderá permitir ao setor saúde avaliar e acompanhar de modo ALVES, Claudia Regina Lindgren; et al. Qualidade do preenchimento da Caderneta de Saúde da Criança e fatores associados. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 25, n. 3, p. 583-595, mar. 2009. transversal e integral todos os ciclos de vida, além de delinear o perfil de funcionalidade e incapacidade na população, como também, em ARAÚJO, Eduardo Santana de. ZIKA E MICROCEFALIA: POR QUE NÃO? Rev. CIF Brasil. 2015; 3(3):50-51. especial, prever futuras ações preventivas e promotoras de saúde, além de otimizar as ações ARAÚJO, Eduardo Santana de; NEVES, Sebastião Fernando Pacini. Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde, E sus e Tabwin: As experiências de Barueri e Santo André, São Paulo. Revista Baiana de Saúde Pública. v.39, n.2, p.470-477 abr./jun. 2015. de intervenção de média e alta complexidade. Co n s id e ra ç õ e s F in a is Para o diagnóstico da SCZV é crucial a união BRASIL/MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria nº 793, de 24 de abril de 2012. Institui a Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência no âmbito do Sistema Único de Saúde. Disponível em:http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm /2012/prt0793_24_04_2012.html. Acesso em: 27 set. 2016. de diversos exames complementares aliados à avaliação clínica minuciosa, uma boa avaliação neurológica da criança, bem como a utilização de instrumentos avaliativos validados e adaptados à localidade. Entretanto, diante de um quadro novo BRASIL/MINISTÉRIO DA SAÚDE. Caderneta de saúde da criança. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. 10ª Edição. Brasília-DF. 2015. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cader neta_saude_crianca_menino_10ed.pdf Acesso em: 29 set. 2016. e diferente, essas crianças surgiram como um grande desafio para a reabilitação na escolha da melhor forma de avaliar e classificar as suas deficiências, incapacidades e funcionalidade. Dessa forma, por meio desse relato de caso, a CIF demonstrou-se como uma BRASIL/MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria nº 1.813, de 11 de novembro de 2015. Declara Emergência em Saúde Pública de importância Nacional (ESPIN) por alteração do padrão de ocorrência de microcefalias no Brasil. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/20 15/prt1813_11_11_2015.html Acesso em: 12 out. 2016. excelente ferramenta classificatória que não é centrada na doença, mas no indivíduo e em seus fatores ambientais e pessoais. Sua linguagem unificada norteia a equipe e permite o desenvolvimento de estratégias em saúde eficientes. BRASIL/MINISTÉRIO DA SAÚDE. Diretrizes de estimulação precoce crianças de zero a 3 anos com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor decorrente de microcefalia. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Brasília-DF. 2016. Disponível em: http://www.saude.go.gov.br/public/media/ZgUINS Re fe rê n c ia s ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE FISIOTERAPIA NEUROFINCIONAL – ABRAFIN. Parecer sobre estimulação precoce e microcefalia. 2016/02. 32 Barbosa AP, Santos DT, Santos LS, Gomes RAS, Anjos CC Revista Científica CIF Brasil. 2016; 6(6):18-33. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- pZiwmbr3/20066922000062091226.pdf. em: 29 set. 2016. Acesso GUIMARÃES, Fernanda Alves de Britto et al. Guia de orientações ao desenvolvimento de crianças de 0 a 6 anos. Anápolis: Universidade Estadual de Goiá, 2015. 28 p. ISBN 978-85-63192-65-3. GASPARETTO, S.; BUSSAB, V.S.R. Padrões e estados comportamentais de recém-nascidos durante o banho em maternidade: possibilidades de regulação e trocas sociais. Rev. Bras. Cresc. Desenv. Sumé, São Paulo, 10(1), 41-48, 2000. PORTAL DA SAÚDE. Rede de Cuidado à Pessoa com Deficiência. Departamento de Atenção Básica, 2012. Disponível em: http://dab.saude.gov.br/portaldab/smp_ras.php?c onteudo=rede_deficiencias. Acesso em: 27 set. 2016. 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