TEORIA DO CONHECIMENTO Immanuel Kant (1724

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TEORIA DO CONHECIMENTO
Immanuel Kant (1724-1804)
Obras de destaque da Filosofia Kantiana
• Epistemologia - Crítica da Razão Pura (1781)
Prolegômenos e a toda a Metafísica Futura (1783)
• Ética - Crítica da Razão Prática (1788)
Fundamentação da Metafísica dos Costumes (1785)
• Estética - Crítica da Faculdade de Julgar (1791)
• Filosofia da Religião - A Religião nos Limites da
Simples Razão (1793)
Temas principais da filosofia do
conhecimento de Kant
• Método da “crítica”
• Dupla ordem de realidades:
Fenômeno: “coisa para nós”
Noumeno: “coisa em si”
Doutrina das formas a priori da
sensibilidade
Formas
puras
da
sensibilidade
(espaço
e
tempo)
Percebemos um objeto de acordo com
propriedade espaciais e temporais.
Temas principais da filosofia do
conhecimento de Kant
KANT operou, na epistemologia, uma
síntese
entre
o
Racionalismo
de
DESCARTES, onde impera a forma de
raciocínio e a tradição empírica inglesa
(de Hume, Locke , que valoriza a
INDUÇÃO).
Temas principais da filosofia do
conhecimento de Kant
KANT é famoso sobretudo pela elaboração
do denominado Idealismo Transcendental,
pelo qual considera que todos nós trazemos
formas e conceitos a priori (aqueles que não
vêm da experiência) para a experiência
concreta do mundo, os quais seriam de outra
forma impossíveis de determinar.
Temas principais da filosofia do
conhecimento de Kant
A questão do método e da busca
de FUNDAMENTOS SEGUROS
para o CONHECIMENTO é um
problema para Kant.
Qual é o sentido da Crítica à Razão para Kant?
"Só a crítica pode cortar pela raiz o
materialismo, o fatalismo, o ateísmo,
a incredulidade dos espíritos fortes, o
fanatismo e a superstição, que se
podem tornar nocivos a todos e, por
último, também o idealismo e o
ceticismo, que são sobretudo
perigosos para as escolas e
dificilmente se propagam no
público.“ (CRP)
Qual é o sentido da Crítica à Razão para Kant?
“A crítica não é contraposta ao
procedimento dogmático da razão no
seu conhecimento puro como ciência
(...), mas sim ao dogmatismo, isto é, à
pretensão de progredir apenas com um
conhecimento puro a partir de
conceitos (o filósofo) segundo
princípios há tempo usados pela razão,
sem se indagar contudo de que modo e
com que direito chegou a eles.” (CRP)
RESUMINDO:
O que conduziu Kant à idéia
crítica não foi a rejeição das
conclusões metafísicas, mas
sim, a consciência da incerteza
dessas conclusões e da
fraqueza dos argumentos em
que assentavam.
Como é possível Conhecer?
• Há duas formas de conhecimento:
– Empírico ou a posteriori (dados
oferecidos pela experiência).
– Puro ou a priori (não depende de
nenhuma experiência sensível e distinguese do conhecimento empírico pela
universalidade e necessidade.
A experiência sensível por si só jamais
produz juízos necessários e universais.
Todas as vezes em que se está diante
desse tipo tem-se um conhecimento
puro ou a priori.
Conhecimento: analítico e sintético
JUÍZO ANALÍTICO: o predicado já está contido no
sujeito de tal forma que o juízo em questão
consiste apenas em um processo de análise,
através do qual se extrai do sujeito aquilo que já
está contido nele.
Ex: O círculo é redondo.
JUÍZO SINTÉTICO: une o conceito expresso pelo
predicado ao conceito do sujeito, constituindo o
único tipo de juízo que enriquece o
conhecimento.
Ex: Todos os corpos se movimentam.
TIPOS DE JUÍZOS
Juízos sintéticos a posteriori: também carecem de
importância, pois por depender da experiência são
contingentes e particulares.
Juízos sintéticos a priori: Universais e necessários;
enriquece e faz progredir o conhecimento porque
independem da experiência.
ATENÇÃO
ANOTAR AS DEFINIÇÕES
Kant mostra que tempo e espaço
são formas fundamentais de
percepção
(formas
da
sensibilidade) que existem como
ferramentas da mente, mas que só
podem ser usadas na experiência.
Tente imaginar alguma coisa que existe
fora do tempo e que não tem extensão no
espaço. A mente humana não pode
produzir tal idéia. Nada pode ser
percebido exceto através destas formas, e
os limites da física são os limites da
estrutura fundamental da mente. Assim, já
vemos que não podemos conhecer fora do
espaço e do tempo.
Espaço e Tempo
• São duas as formas a priori da sensibilidade:
Espaço e Tempo. São apriorísticas e, portanto,
independentes da experiência sensível.
ESPAÇO: Se pode abstrair todas as coisas
que estão no espaço, mas não se pode
abstrair o próprio espaço.
TEMPO: A argumentação em relação ao
tempo: todas as coisas que se enquadram
dentro do tempo podem desaparecer, mas o
próprio tempo não pode ser suprimido.
Os limites do Conhecimento
RESUMO: Da dedução da nossa capacidade de
conhecimento a priori, na primeira parte da Metafísica,
extrai-se um resultado insólito e aparentemente muito
desfavorável à sua finalidade, da qual trata a segunda
parte; ou seja, que deste modo não podemos nunca
ultrapassar os limites da experiência possível, o que
é precisamente a questão mais essencial desta
ciência. Porém, a verdade do resultado que obtemos
nesta primeira apreciação do nosso conhecimento
racional a priori é-nos dada pela contra-prova da
experimentação, pelo fato desse conhecimento
apenas se referir a fenómenos e não as coisas em si
que, embora em si mesmas reais, se mantém para
nos incognoscíveis. (CRP – Prefácio)
Os limites do Conhecimento
Resultado: Não podemos conhecer o que ultrapassa os
limites da experiência, ou seja só podemos conhecer os
fenômenos (os objetos
tal como nos são dados e
nunca as coisas em si). Nos domínios da metafísica é
possível pensar, mas não é possível conhecer.
Qual é a distinção que Kant estabelece para resolver o
problema dos objetos que ultrapassam os limites da
experiência possível?
Resposta: A distinção FENOMENO / NOUMENO
1º nível do conhecimento
A construção do conhecimento, numa primeira fase - sensibilidade ou
receptividade – é feita através desta faculdade que está “equipada” com as
intuições puras do espaço e do tempo. Podemos organizar os fenómenos em
percepções. A este nível do conhecimento podemos chamar nível da intuição.
Percepções
Espaço
Sensibilidade
Fenómenos
Númeno = “coisa em si”
Tempo
1º nível:
Conhecimento
sensível
2º nível do conhecimento
Numa segunda etapa - a do entendimento - os fenómenos estabelecem relações entre si,
organizando as percepções correspondentes, através da faculdade da imaginação, num nível
superior que chamaremos de representação ou de conhecimento, através do auxílio de um
conjunto de regras a priori designadas de categorias - quantidade, qualidade, relação e
modalidade. Em sentido próprio só neste momento podemos falar de conhecimento, pois só
aqui os objectos são pensados. Este conhecimento será constituído por um conjunto de juízos
sintéticos a priori que se identificam, na prática, com o conhecimento científico.
Juízos sintéticos a priori
2º nível:
Conhecimento
Científico
Entendimento
Qualidade
Quantidade
Conhecer
Conceitos puros
Relação
Modalidade
Percepções
Percepções
Espaço
Sensibilidade
Fenómenos
Númeno = coisa em si
Tempo
1º nivel:
Conhecimen
sensível
A razão
Pensar
Ideais reguladores
Alma
Deus
Mundo
Razão
Conceitos racionais
Juízos sintéticos a priori
Este edifício não ficaria completo se Kant não pensasse um nível
superior
completamente
metafísico
constituído,
não
por
conhecimentos mas, por um conjunto de ideias reguladoras do qual
faz parte a faculdade da razão. Estes ideais, por oposição à
sensibilidade, são perfeitamente vazios, tendo como finalidade
estabelecer a unidade racional de todo o conhecimento. A nível
científico, os objectos nunca serão conhecidos em si mesmos
enquanto noumeno); só podem mesmo ser conhecidos como algo
para nós (como fenómenos) porquanto têm de se submeter a um
conjunto de regras ou princípios a priori.
Esquema do processo de conhecimento em Kant
Ideais reguladores
Pensar
Alma
Deus
Mundo
Razão
Conceitos racionais
Juízos sintéticos a priori
2º nível:
Conhecimento
Científico
Entendimento
Qualidade
Quantidade
Causalidade
Conceitos puros
Relação
Modalidade
Percepções
Conhecer
Espaço
Sensibilidade
Intuições Sensíveis
Fenómenos = objectos
Númeno = coisa em si
Tempo
1º nivel:
Conhecimento
Sensivel
Deste modo, a razão especulativa concede-nos, ainda assim, campo
livre para essa extensão, embora o tivesse que deixar vazio,
competindo-nos a nós preenchê-lo, se pudermos, com os dados
práticos, ao que por ela mesmo somos convidados”. (CRP – Prefácio)
• QUESTÃO: Qual a solução de Kant para o problema do
conhecimento apresentado aqui?
RESPOSTA: A distinção entre coisas dadas (fenómeno) e coisas
em si (noumeno).
• QUESTÃO: Se o incondicionado (as coisas em si) não podem ser
conhecidas como é possível pensar nelas?
RESPOSTA: A partir da faculdade da razão que regula e
estabelece os limites do entendimento.
• QUESTÃO: Depois de traçar estes limites ao conhecimento, como
é possível falarmos de Deus, alma e mundo?
RESPOSTA: Só é possível ultrapassar os limites do conhecimento
apenas do ponto de vista prático (moral).
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