PERCEPÇÃO E RELAÇÕES AMBIENTAIS DOS MORADORES DA

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ANAIS ELETRÔNICOS - 1ª JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E EXTENSÃO DO IFTO
PERCEPÇÃO E RELAÇÕES AMBIENTAIS DOS MORADORES DA COMUNIDADE AGRÍCOLA
PALESTINA NO MUNICÍPIO DE AXIXÁ–TO.
Juliana Barros CARVALHO (1)
1. Instituto Federal de Educação Ciências e Tecnologia do Tocantins, Pov. Santa Tereza, Km 05 – Zona Rural –
Araguatins – TO, e-mail: [email protected]
RESUMO
Investigou-se no presente trabalho a percepção e as relações ambientais dos moradores da comunidade
palestina, localizada no município de Axixá–To, buscando levantar o nível de conhecimento dos
moradores em relação aos problemas ambientais e como tais problemas são observados e tratados pelos
próprios moradores, problemas não só regionais, mas globais. A pesquisa se trata de um estudo de caso,
aplicou-se questionários com a intenção de conhecer o perfil e o grau de conhecimento dos produtores
rurais sobre a temática ambiental. Concluímos que os moradores têm um profundo cuidado e
conhecimento herdado de seus ancestrais, por isso respeita a natureza e a transforma em sua aliada, a
maioria conhece a problemática ambiental, sofre com todos esses problemas, pois precisam de todos os
recursos para a sua sobrevivência. A maioria não exercita a prática de conservação do meio ambiente por
falta de conhecimento. Nota–se que, o contato com a realidade deles, contribuiu para a reconstrução de
conhecimentos, possibilitando a percepção de novos valores diante da relação ser humano/ambiente.
Palavras-chave: Percepção. Problemas ambientais. Moradores. Conservação.
INTRODUÇÃO
A percepção ambiental pode ser definida como sendo uma tomada de consciência do ambiente pelo
homem, ou seja, o ato de perceber o ambiente que se está inserido, aprendendo a proteger e a cuidar do
mesmo.
Cada indivíduo percebe, reage e responde diferentemente às ações sobre o ambiente em que vive. As
respostas ou manifestações daí decorrentes são resultados das percepções (individuais e coletivas), dos
processos cognitivos, julgamentos e expectativas de cada pessoa.
Desta forma, o estudo da percepção ambiental é de fundamental importância para que possamos
compreender melhor as inter-relações entre o homem e o ambiente, suas expectativas, anseios,
satisfações e insatisfações, julgamentos e condutas.
Através da percepção ambiental são estabelecidas as relações de afetividade do indivíduo para com o
ambiente. A partir da formação de laços afetivos positivos pode acontecer a modificação dos valores
atribuídos pelas pessoas inseridas neste contexto, esta pesquisa foi desenvolvida buscando levantar a
percepção, as relações ambientais e o nível de informação ambiental dos moradores da comunidade
Palestina no município de Axixá-To e seu grau de interesse com a preservação e conservação ambiental.
1. REVISÃO DE LITERATURA
Segundo MACEDO (2000), a percepção ambiental é definida como sendo as diferentes maneiras
sensitivas que os seres humanos captam, percebem e se sensibilizam pelas realidades, ocorrências,
manifestações, fatos, fenômenos, processos ou mecanismos ambientais observados “in loco”. Realça-se
a importância da percepção ambiental principalmente por ser a mesma, considerada a precursora do
processo que desperta a conscientização do indivíduo em relação às realidades ambientais observadas.
1.1 Educação Ambiental
Para NAVES (2004), a Educação Ambiental é um tema muito discutido e com muitos significados nos dias
atuais. Na escola básica, nas universidades, na sociedade civil, as ONGs, nos programas
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intergovernamentais, em projetos de iniciativa privada enfim, um leque muito vasto de grupos
sociais lhe emprestam significados e muitos não correspondem-se e mesmo se antepõem criando
situações muito complexas no já complexo sistema educacional brasileiro.
Os conteúdos teóricos e práticos em educação ambiental devem ser valorizados em todas as disciplinas,
incluindo-se em todas as instâncias de ação na vida. A educação ambiental está presente, portanto, em
todas as instâncias de reprodução da cultura socioeconômica atual, passando a ser valorizada e
enfaticamente estudada por profissionais que acreditam na educação como uma era de transformação
sócio ambiental, ou seja, uma versão teórica e muito concreta contra ações danosas ao meio ambiente e
suas populações cada vez mais pobres e exploradas pelo sistema de reprodução da vida em vigor.
1.2 A Relação Homem-Natureza
Segundo ALMEIDA (2002), nos primórdios da humanidade, o homem pouco modificava a natureza, pois
vivia de coleta, da caça e da pesca. Era muito subordinado às condições naturais, a tal ponto que em geral
era nômade, pois andavam de um lugar para outro a procura de meios para a sua sobrevivência. A
integração do homem à natureza era tão grande que ele não se sentia separado dela. Ao contrário, sentiase parte do meio natural.
Quando o homem descobriu a arte de produzir o fogo na chamada revolução neolítica ocorrida por volta
de 12000 a 10000 anos a.C., surge a agricultura e a pecuária, pois o fogo passou a ser utilizado para
queimar a natureza e plantar parte dos alimentos de que o homem necessita. Começa aí a destruição dos
recursos naturais, principalmente a vegetação e o desgaste do solo. O homem deixou de ser nômade,
fixou-se a terra e, assim, tornou-se sedentário. Com isso, apropriou-se da natureza, passando a utilizá-la
de acordo com seus interesses (COELHO,2002).
Desde então, a natureza tem sido cada vez mais modificada em suas condições originais. Em sua ação, o
homem derruba floresta e semeia lavoura, remove morros e abre túneis, aterra enseadas e constrói
cidades.
MOREIRA (2002), diz que diversificação e intensificação da ação humana exige um saber cada vez maior
sobre a natureza, tanto em relação aos elementos que a constituem quanto aos mecanismos de seu
funcionamento. Daí o avanço do conhecimento, que por sua vez alimenta a idéia – plantada desde a
apropriação – de domínios do homem sobre a natureza.
1.3 Impactos Ambientais Causados Pela Agricultura
A procura de áreas novas para a prática da agricultura tradicional principalmente dos países
subdesenvolvidos da Ásia, África e América Latina, tem causado grandes impactos ambientais como o
desmatamento e a queima da biomassa dessas áreas, causando erosão do solo e a morte de
microorganismos que são responsáveis pela decomposição de restos orgânicos para a fertilização do solo.
A erosão e contaminação do solo por agrotóxicos, que podem atingir lençóis de água subterrânea, rios e
lagos, são os principais impactos ambientais causados pela agricultura (Almeida, 2002).
2. METODOLOGIA
O trabalho aborda a percepção e relação ambiental dos moradores da comunidade Palestina, o nível de
conhecimento deles sobre os problemas ambientais globais. Apresenta o resultado da pesquisa de campo
com o objetivo de compreender qual a importância que os produtores rurais e familiares atribuem aos
recursos naturais, se há ou não interesse na sua preservação e conhecer a relação que o homem do
campo tem com a terra e como ele interage com o meio que garante seu sustento.
Inicialmente foi realizado um levantamento bibliográfico referente ao assunto em questão, apurando
informações sobre conceitos, problemáticas e outros casos dentro da temática ambiental.
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Foram realizadas visitas às propriedades dos moradores e aplicado questionários com 18
questões objetivas e subjetivas dirigidas a 50 moradores, com questões sobre sexo, escolaridade, quantas
pessoas que vivem nas residências e tempo de moradia na comunidade. Além de questões relacionadas
com a problemática ambiental, como: quais os problemas ambientais que o morador sente ser mais
afetado, os problemas que mais afetarão as próximas gerações, os problemas que merecem mais atenção
e soluções mais urgentes, nomes de espécies da fauna selvagem mais encontrada na região, quais os
maiores problemas encontrados em relação à produção agrícola, quais os tipos de atividades
desenvolvidas pelos moradores, entre outras perguntas. Foram também realizadas entrevistas com alguns
moradores. Os dados foram trabalhados e submetidos à análise estatística.
2.1 Campo de estudo
A comunidade Palestina está localizada no município de Axixá do Tocantins, no estremo norte do estado,
também conhecido como Bico do Papagaio, dentro da Amazônia Legal.
Na topografia, encontram–se solo arenoso e argiloso, terrenos acidentados com algumas montanhas,
depressões e chapadões.
Há uma grande diversidade de biomas, dentre eles mata dos cocais, floresta amazônica e cerrado. Clima
tropical quente e seco no verão.
A temperatura média varia de 24º a 30º, a temperatura mais elevada ocorre em julho e setembro com as
realizações de queimadas na região chegando a 38ºC. O maior índice pluviométrico acontece de
novembro a maio.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Baseado nas pesquisas de campo, que representou um contato direto com os moradores, foi possível
obter algumas informações que serão discutidas a seguir.
Das pessoas que responderam aos questionários 60% são do sexo masculino e 40% do sexo feminino e
que a maioria tem entre 36 e 45 anos, ou seja, 30 % dos entrevistados, contra 27% que estão entre 46 a
55 anos, 23% acima de 56 anos, 17% entre 26 a 35 anos e apenas 3% entre 15 a 25.
Outro questionamento foi com relação a escolaridade dos moradores, 46,6% possuem o fundamental
incompleto, 16,6% o fundamental completo, 13,3% são analfabetos, 13,3% o médio incompleto, 6,6% o
médio completo e apenas 3,3% estão cursando o nível superior (gráfico 01). O número de analfabetos na
comunidade ainda é elevado e a grande maioria dos entrevistados possuem baixo nível de escolaridade.
Na comunidade não há escolas, os alunos são obrigados a irem estudar na cidade, precisam andar muito
para terem que chegar a escola, pois a estrada que liga a comunidade à cidade está em péssimas
condições, dificultando assim o acesso do transporte a essas comunidades.
A falta de estradas, créditos agrícolas, água tratada, uma boa assistência médica e transporte para levar
os estudantes para as escolas são as dificuldades mais reclamadas pelos moradores. Essas dificuldades
impediram muitas famílias de permanecerem nessa área, muitas dessas famílias migraram para a cidade
em busca de melhores condições de vida.
Gráfico 01: nível de escolaridade
60% 46,6%
40%
20%
16,6%
0% 13,3%
13,3%
6,6%
3,3%
fundamental
incompleto
fundamental
co mpleto
analfabeto
médio
incompleto
Embora muitas vezes o lavrador seja considerado um iletrado, mesmo porque no campo faltam escolas,
ele tem um profundo conhecimento da natureza herdado de seus ancestrais. É claro que a escola, além de
outros meios de comunicação é responsável pela educação do indivíduo e conseqüentemente da
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sociedade, uma vez que há o repasse de informações, isso gera um sistema dinâmico e
abrangente a todos.
Quando a pergunta trata sobre problemas ambientais atuais, os trabalhadores rurais sentem–se
diretamente mais afetados, com 80% das ocorrências, por degradação do solo, 70% destruição das
florestas, 60% escassez de água, 40% mudanças climáticas, 16% aquecimento global, 13% perda da
biodiversidade e 7% poluição da água (gráfico 02). Na pergunta foi pedido para marcar mais de um item.
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
degradação do solo
80%
70%
60%
destruição das florestas
escassez de água
40%
mudanças climáticas
16%
13%
7%
aquecimento global
perda da biodiversidade
poluiçãoda água
Gráfico 02: Problemas ambientais que os moradores se sentem mais diretamente afetados
Outro questionamento foi sobre as previsões dos problemas ambientais para o futuro, os itens mais
apontados foram 80% destruição das florestas, 64% degradação do solo, 60% escassez de água e o
menos assinalado foi o aquecimento global com 7%. Constatou–se que os moradores estão bastante
preocupados com o futuro, pois eles precisam da terra para a sobrevivência futura das suas próximas
gerações, o que eles podem ensinar para os filhos são somente assuntos relacionados com o cuidado
com a terra, eles não possuem outro tipo de cultura intelectual.
Os problemas ambientais que requerem atenção mais urgente, na opinião dos entrevistados, são as
destruições das florestas com 66,6% das respostas e 60% degradações do solo (gráfico 03).
Gráfico 03: Os principais problemas ambientais que merecem atenção e soluções mais urgentes.
70%
60%
50%
40%
66,6%
60%
destruição das florestas
50%
30%
20%
10%
0%
degradação do solo
escassez de água
16,6%
6,6%
aquecimentoglobal
perda da biodiversidade
Os problemas ambientais são importantes e devem ser discutidos, principalmente em um ambiente em
que as pessoas enxergam e sentem esses problemas como sendo delas. Os trabalhadores agrícolas são
os primeiros a sofrerem com os efeitos da degradação ambiental, eles não têm a menor idéia das relações
entre diversidade dos ecossistemas e o desenvolvimento sustentado, eles possuem, no entanto, uma
vivência direta e dramática com as piores manifestações de poluição e de agressões ambientais.
No questionário questionou-se sobre os animais selvagens mais encontrados na região, a maioria dos
moradores citou a peba como animal selvagem mais encontrado na região, com 83,3%, tatu e cutia com
66,6% das respostas, 33% paca, 23,3% gato selvagem, 16,6% mucura e 10% raposa. Como
conseqüência do desmatamento e da caça predatória houve grande diminuição de animais silvestres,
peixes e espécies florestais e extinção de outras.
Os moradores citaram algumas espécies frutíferas cultivadas na região, como goiaba, manga, banana,
laranja, tamarindo, jaca e caju, com respectivamente 76,6%, 73,3%, 50%, 45%, 17%, 15% e 10%. Todas
essas frutas citadas são encontradas do quintal das residências e são cultivadas apenas para o consumo
das famílias.
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Segundo os moradores a principal fonte de água da comunidade são os olhos d’águas, que
respondem por 83,4% das respostas dos moradores, o restante dos entrevistados, 16,6%, responderam
poços, além dessas podemos citar grotas e açudes como fontes de água da região.
Os pequenos produtores têm consciência da problemática ambiental quando se trata da água, 100% deles
afirmaram que futuramente a água pode vir a faltar na região, segundo eles isso pode acontecer em
decorrência da destruição das florestas que é constante e devido também à poluição da água.
Os maiores problemas encontrados pelos moradores devido à produção agrícola foram os recursos
materiais, 84%, e 16% citaram as pragas. Nota–se que a população rural diminui sua produção agrícola a
cada dia, por enfrentar problemas como falta de incentivos financeiros. O governo precisa desenvolver
programas de incentivos ao trabalhador, propiciando financiamentos para a compra de máquinas e
equipamentos, sementes selecionadas e fertilizantes. Outros fatores que desmotivam os agricultores a
investirem na agricultura são: baixo preço dos produtos, dificuldade de escoar a produção e estradas
precárias.
Todos os moradores, 100% deles, afirmaram que o solo da região é fértil. Foram analisadas as atividades
desenvolvidas pelos moradores, 87% afirmou ser a agricultura a atividade mais desenvolvida, 75% citaram
a pecuária e 20% a fruticultura (gráfico 04).
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
87%
75 %
agricultura
pecuária
fruticultura
2 0%
Gráfico 04: Tipos de atividades desenvolvidas pelos moradores.
As principais fontes de renda da comunidade advêm das atividades da agricultura, da pecuária de corte e
de leite, da fruticultura e do extrativismo. Nas roças cultivam–se principalmente, o arroz, o feijão, milho e
mandioca. Estes produtos são prioritariamente destinados ao consumo. A criação de gado tem servido
para garantir a compra do mantimento, uma vez que a produção da roça não tem sido suficiente para
manter a família. E o leite é bastante consumido pela maioria dos agricultores e parte é destinada à
comercialização. Existe também na comunidade o extrativismo do babaçu e de outras frutas nativas como
a bacaba e o buriti. Porém, o extrativismo do babaçu é o que mais se destaca, onde a maioria das
comunidades rurais do município quebra côco. O babaçu é usado para diversos fins: palha para cobrir
casa, talo para amarrar parede e fazer cerca, casca para carvão, amêndoa para fazer azeite e leite, tronco
decomposto para adubo, mesocarpo para alimentação e uso medicinal e azeite para fazer sabão. Além da
criação de gado, a maioria das famílias possui criação de porcos, galinhas e guinés.
Em função dos problemas diagnosticados a partir do conhecimento do meio, das necessidades da
comunidade local, foi possível observar que cada morador faz sua leitura do meio ambiente, leitura essa,
pautada na historicidade de cada um, seus hábitos, atitudes, costumes, suas tradições têm íntima relação
com o meio natural e social em que vive e são passadas de geração a geração, enfim, sua cultura é
extremamente rica e expressa muitas vezes em suas estórias e lendas.
Os resultados obtidos mostram que os atores envolvidos na pesquisa possuem uma percepção empírica
do meio ambiente demonstram preocupação com o problema da degradação ambiental.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A maioria do moradores conhece a problemática ambiental, sofre com todos esses problemas, pois
precisam de todos os recursos ambientais para a sua sobrevivência e em suas respostas ficou bem claro,
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que os mesmos sabem que o mundo está sendo afetado por problemas como: degradação do
solo, destruição das florestas, poluição da água e do ar, escassez de água, perda de biodiversidade,
mudanças climáticas, aquecimento global, entre outros.
O estudo mostrou que o envolvimento na atividade agrícola está presente no cotidiano de todos os
componentes das famílias, quer trabalhando diretamente no roçado, quer contribuindo com trabalhos que
convergem para o desenvolvimento das atividades agrícolas. A percepção ambiental dos trabalhadores
rurais, sobretudo os pequenos agricultores, é marcada por um profundo apego a terra. Os agricultores
conhecem a terra porque ganham a vida com ela, apesar desta ser uma atividade árdua.
Refletindo na própria forma como preferem se identificar - agricultor, homem de roça - o homem rural traz
no próprio corpo as marcas da íntima relação que tem com a terra. São marcas não apenas físicas, mas
que revelam toda a experiência e conhecimentos adquiridos ao longo da vida. Embora muitas vezes o
lavrador seja considerado um iletrado, mesmo porque no campo faltam escolas, ele tem um profundo
conhecimento da natureza herdado de seus ancestrais (o clima local e seu ritmo, o regime dos rios, as
plantas e os animais), por isso a respeita e a transforma em sua aliada.
Pelos aspectos levantados nos relatos dos moradores, nota–se que o contato com a realidade contribuiu
para a reconstrução de conhecimento, possibilitando a criação de novos valores diante da relação ser
humano/ambiente. Percebe–se que a maioria é consciente que o mundo vem sendo afetado por
problemas ambientais, a comunidade sente que o meio ambiente sofre com problemas, a maioria não
exercita a prática de preservação do meio ambiente por falta de conhecimento.
Espera–se que com as informações obtidas possam ser implementados programas de educação
ambiental que permitam melhor conscientização dessa comunidade, contribuindo para a conservação do
meio ambiente. Promover atividades educativas para as crianças nas escolas e oficinas de trabalhos para
as mulheres, sempre com o objetivo de demonstrar que se bem aproveitados e preservados, os recursos
do meio ambiente só trazem benefícios para a comunidade.
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