Parada Cardiorrespiratória Conceito: cessação súbita e inesperada da atividade mecânica ventricular seguida de parada respiratória após alguns segundos. Diagnóstico: inconsciência, ausência de pulsos em grandes artérias, midríase, coloração da pele branco-acinzentada ou cianose, hiperpnéia por estímulo do centro respiratório, respiração irregular até apnéia, enchimento capilar lentificado, coloração escura do sangue, ausculta cardíaca ausente, ausência de atividade elétrica no ECG e alteração da atividade elétrica cerebral no EEG. Apresentação: fibrilação ventricular, taquicardia ventricular, assistolia e dissociação eletromecânica. Fibrilação ventricular: perda de contração global coordenada do miocárdio. Leva à perda imediata de débito cardíaco efetivo resultando em choque circulatório. A isquemia é o mecanismo causador mais importante. Cerca de 75% das paradas por fibrilação ventricular ocorrem em ambiente extra-hospitalar. Outras causas: arritmias ventriculares crônicas, drogas, toxicidade digitálica, bradicardia e efeitos autonômicos, choque elétrico ( 110 e 220 V por 2-3 seg ), alterações metabólicas, hemólise por afogamento em água doce e hipotermia profunda ( < 28 graus ). Assistolia: ausência de atividade elétrica e mecânica ventricular, ausência de perfusão, PA e pulso. Cerca de 50% das paradas por assistolia ocorrem em ambiente intra-hospitalar. A sobrevida após a ressucitação é de 0 a 3,7%. Causas: reflexo vagal, drogas colinérgicas, alterações iônicas, sobrecarga de anestésicos, isquemia miocárdica severa generalizada, hipercalemia severa, hipomagnesemia e ruptura ventricular. Dissociação eletromecânica: presença de atividade elétrica sem atividade mecânica. Cerca de 2% das paradas por dissociação eletromecânica ocorrem em ambiente intra-hospitalar. Causas: disfunção miocárdica extensa e perda maciça de volume. Tratamento: Suporte básico da vida: permite a chegada de oxigênio ao pulmão e o transporte do mesmo aos órgãos vitais. A – AIRWAYS: permeabilidade de vias aéreas. B – BREATHING: ventilação quando não houver sinais de respiração espontânea C – CIRCULATION Suporte avançado da vida: restabelece a capacidade do paciente de manter a própria perfusão e oxigenação tecidual. D – tratamento definitivo (desfibrilação, drogas e diagnóstico) D – DRUGS E – ECG F – FLUIDS Vias aéreas: as principais causas de obstrução são a queda da base da língua sobre a faringe e a presença de corpos estranhos. Conduta: hiperextensão da cabeça e elevação do mento mantendo-se a boca aberta, cânula de Guedel, entubação traqueal, cricotireoidostomia e traqueostomia. Respiração artificial: boca a boca, ambú, máscaras e bolsas. Massagem cardíaca: externa e interna. Frequencia de compressão: 80 a 120 bpm. Avaliar a eficácia pela palpação do pulso femoral a cada 5 minutos. Massagem cardíaca externa: paciente em DDH apoiado sobre superfície rígida. A cabeça deve estar no mesmo nível que o tórax. Pode-se elevar os MMII para melhorar o retorno venoso. A massagem deve ser feita entre o terço médio e inferior do esterno, evitando pressionar o processo xifóide. Na presença de 1 reanimador devem ser feitas 15 massagens para duas insuflações. Na presença de 2 reanimadores devem ser feitas 5 massagens para uma insuflação. Massagem cardíaca interna: a mão espalmada deve comprimir o coração contra o esterno. Indicação: deformidade torácica, impossibilidade de desfibrilação externa, tórax já aberto, MCE ineficaz, ferimento penetrante no coração, tamponamento cardíaco, pneumotórax hipertensivo e embolia gasosa maciça. Drogas:Cateterização venosa: deve-se escolher a veia antecubital. O intracath pode causar pneumotórax quando é feita a massagem cardíaca externa. Via intrapulmonar: adrenalina, lidocaína e atropina Desfibrilação: quando houver sinais de fibrilação ventricular no ECG deve-se desfibrilar o mais rápido possível. Coloca-se uma pá abaixo da clavícula direita e a outra abaixo do mamilo esquerdo. Na desfibrilação indireta deve-se usar a sequência de 200J, 300J e 400J. Na desfibrilação direta deve-se iniciar com 5J e dobrar chegando a um máximo de 50J. Adrenalina: possui ação inotrópica e cronotrópica positiva. Indicações: assistolia, dissociação eletromecânica e fibrilação ventricular. Lidocaína: é indicada nos casos de fibrilação resistente à desfibrilação. Complicações da reanimação: laceração hepática (compressão na porção inferior do esterno), ruptura de baço, ruptura de estômago, regurgitação e aspiração de conteúdo gástrico, fratura de costela e pneumotórax e embolia de medula óssea.