O LÁBARO Outubro 2014 Eu Sou a Luz A serviço da evangelização Distribuição Gratuita 1 O LÁBARO Ano CV - Edição nº 2.134 - Outubro 2014 Jubileu de prata de criação da Paróquia Sagrada Família Há 25 anos, no dia 15 de janeiro de 1989, Dom Antonio Afonso de Miranda, sdn, assinava decreto elevan- do à condição de paróquia a Comunidade Sagrada Família, fundada no Bairro Jardim das Nações, na cidade de Taubaté. Dom Antonio atendia ao pedido dos padres do Instituto Missionário São José, então responsáveis pela comunidade que, à época, era filial da Paróquia do Menino Jesus, no Bairro Independência. Págs. 8 e 9 Entrevista do mês Ordenado diácono a pouco mais de um mês, Cipriano Alexandre de Oliveira, é o entrevistado desse mês. Em sintonia com o Mês Missionário, Cipriano fala de sua experiência em três viagens missionárias que fez, durante suas férias do seminário. Sua experiência missionária fez parte de um programa oferecido aos seminaristas, como parte de sua formação. Págs. 14 e15 Diocese de Taubaté participa de Congresso Nacional da Pastoral da Saúde Pág. 5 Novos Decanos são escolhidos para os Decanatos da Diocese Diofest, Diocese promove festa para restaurar a Igreja do Rosário Pág. 7 Pág. 7 Em “Falando de Maria”: romaria e devoção à nossa Senhora Aparecida “Enviou-me para proclamar a libertação aos presos e, aos cegos, a recuperação da vista; para dar liberdade aos oprimidos” (Lc 4,18b) Orgão Oficial da Diocese de Taubaté A serviço da Evangelização www.dt7.com.br/ Pág. 12 2 O LÁBARO Outubro 2014 A serviço da evangelização Editorial Missões e eleições democráticas marcam o mês de outubro Mês Missionário e as eleições são temas dominantes nesse mês de outubro. O Lábaro não podia estar alheio a esses dois assuntos. Dai esses dois temas estarem presentes nessa edição. Conteúdo da seção “Tema do Mês”, de “A voz do pastor” e da entrevista desse mês, já é uma tradição na Igreja dedicar o mês de outubro a reflexão e orações pelas missões. Seremos convidados também, a fazer generosa oferta para auxiliar os trabalhos missionários, promovidos pela Igreja em todo mundo. Todos os anos, dioceses e paróquias promovem a Coleta Nacional pelas Missões. Iniciativa da Pontifícia Obra Missionária, essa coleta é inspirada na tradição da Igreja, quando os chefes das comunidades mais abastadas convocavam seus fiéis para socorrer com doações os missionários que pregavam o evangelho. Traços desse costume encontramos em Filipenses 4,18, onde lemos o agradecimento de Paulo àquela comunidade, que o socorreu na necessidade. Quando essa edição for publicada, já sabemos os resultados do primeiro turno e estaremos nas vésperas do segundo. Nossos articulistas recomendam o voto consciente, baseado nos conceitos da fé cristã. Não poderia ser de outro modo, considerando o dever profético da Igreja, tal como o Bom Pastor, tem obrigação de orientar seus filhos de acordo com os ensinamentos do evangelho. Evidentemente, O Lábaro não poderia fugir dessa responsabilidade, vez que é órgão de comunicação oficial da Diocese de Taubaté. Nessa edição, O Lábaro homenageia a Paróquia Sagrada Família, que comemora 25 anos de sua criação. A história dessa comunidade está permeada de dificuldades, mas, também, de sucessos e bênçãos de Deus. Parabéns aos seus paroquianos e a todos os que participaram de sua história. Para acompanhar a apuração dos votos nessas eleições, seguindo os resultados pelo canal de televisão mais visto no país, é preciso ouvir o chavão rebatido desde o restabelecimento dos pleitos diretos: é a festa da democracia. Que sejam democráticas de fato as eleições o são. Que sejam uma festa, até parece que são mesmo, tirando o fato que muitos comparecem a essa festa só porque foram obrigados. Impossível, porém, negar que esse sistema político, a democracia, seja, de longe, o melhor de todos, sem substituto a altura na história até os dias de hoje. Isso, considerando todas as suas falhas, que não são poucas, principalmente se olharmos a sua forma representativa como está vigente no Brasil. E de todas as suas virtudes, sem dúvidas, a melhor é a possibilidade de se escolher, em eleições diretas, os políticos que irão representar o povo e governar os destinos da nação. Desse modo, a cada quatro anos, podemos corrigir os erros que cometemos nas eleições passadas. Políticas falhas, promessas quebradas e outros erros, poderão ser trocados por novos compromissos. Assim sendo, a alternância no poder mostra ser uma prática A serviço da evangelização Departamento de Comunicação da Diocese de Taubaté Avenida Professor Moreira, nº 327 – Centro – Taubaté/SP. CEP 12030-070 saudável, mantendo a democracia robusta e produtiva. Um problema são aqueles atos institucionais feitos pretensamente para melhorar a democracia, mas que na verdade a deturpam, viciando as eleições, promovendo a manutenção ininterrupta de políticas rejeitadas nas urnas, levando o eleitor ao engano. Eles são tudo, menos democráticos. Para que seja do povo, a democracia precisa dar ao povo, a oportunidade de nas eleições escolher manter ou mudar os seus governantes. Mas, quando se vota um político, elegendo outro, de outro partido, representando políticas rejeitadas pelo eleitor, como chamar isso de festa da democracia? Exorbita da intenção genuína dos eleitores haver em nossa democracia os tais puxadores de voto. Aqueles candidatos que acabam levando consigo, outros que nada tem a ver com a intenção do eleitor ou que representa mesmo sua aversão. Outro defeito da democracia representativa, ainda não solucionado, é a política partidária. No Brasil, ninguém pode ser candidato se não estiver filiado a um partido. O partido, na verdade não é o problema. O que distorce a democracia são as políticas partidárias que se colocam acima do bem comum da nação. O vencedor de uma eleição democrática representa o povo e suas necessidades. Ele não foi eleito para estabelecer o poder a um partido só, aparelhando o estado; não foi escolhido para governar em prol apenas dos que comungam de sua ideologia; não foi colocado no comando da nação, recebendo a gestão do patrimônio publico, para beneficiar apenas os que participam de sua coligação. Todo político é eleito para promover o bem comum para todos. Numa democracia não existe luta de classes, mas igualdade de oportunidades para todos. Na democracia não existem inimigos políticos a serem varridos do mapa, mas adversários. O que existe é oposição no modo de ver e gerenciar a coisa pública, apenas uma alternativa diferente de fazer o que é melhor para todos da nação. Na democracia, político é servidor público e não dono do patrimônio nacional. _____________________ Pe. Silvio Dias [email protected] Falta de água porque faltou planejamento Por conta da data de fechamento d’O Lábaro, escrevo esta coluna na véspera do primeiro turno destas eleições. Pelas pesquisas mais recentes, porém, não pairam grandes dúvidas acerca da reeleição de Alckmin já no dia 5 e em meio a uma crise hídrica sem precedentes no Estado. Pode ter parecido bastante compreensível que o governador tenha negado, durante a campanha, que seu governo tivesse qualquer responsabilidade na falta d’água. Mas refutar o inegável não resolve problemas. Vejamos: ao menos 29 cidades, cujas populações somam mais de 3,6 milhões de pessoas, enfrentam racionamento d’água. Outros municípios sofrem com o abastecimento irregular. E a água do volume morto do Sistema Cantareira, que abastece a capital, está na iminência de se esgotar. O governador reeleito culpou a ausência de chuvas pela situação. Ora, o clima pode estar no terreno do impon- O LÁBARO Eleições democráticas derável, mas a falta de planejamento e do uso consciente agravou demais a situação. A relatora especial da ONU para o Direito à Água e ao Saneamento, Catarina Albuquerque, criticou o governo Alckmin publicamente por conta do desperdício d’água, por exemplo. Segundo dados da própria Sabesp, 31,2% da água tratada em 2012 (último dado disponível) se perderam com vazamentos de tubulações antigas e malfeitas. Especificamente para o Vale do Paraíba, a questão da água pode ter consequências desastrosas, visto que está nos planos do governo usar a bacia do rio Paraíba do Sul, que já abastece a Região Metropolitana do Rio de Janeiro, para aliviar parte da crise na Grande São Paulo. Evidentemente, haverá impactos na região que deveriam ser discutidos com as comunidades locais. Quanto à Grande São Paulo, segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, “um estoque de água equivalente a dois sistemas Cantareira, capaz Diretor: Pe. Silvio José Dias Editor e Jornalista Responsável: Pe. Jaime Lemes MTB 62839/SP Editora Executiva: Iára de Carvalho - MTB 10655 Conselho Editorial: Pe. Leandro Alves de Souza e Anaísa Stipp Projeto Gráfico: Sol Moraes de sanar a crise de abastecimento, é ignorado” na região. São cerca de 60 mil litros de esgoto por segundo que poderiam ser reaproveitados, depois de tratamento. Ali, as estações de tratamento já existem e poderiam ser readaptadas para que a água de reuso se torne potável. Esse sistema, aliás, funciona em países como Estados Unidos, Bélgica e Austrália. As alternativas estão aí: as de menor impacto ambiental terão custos de implantação maiores, mas ajudam a evitar o esgotamento dos recursos e crises como a atual. Será que, agora que a eleição passou, os vencedores terão visão de longo prazo na resolução do problema? Cabe à população exigir que sim, ou todos pagaremos pelas escolhas erradas. ________________________ Ivan Martínez Atualmente é jornalista na Tv Record about. me/ivanmvs Impressão: Katú Editora Gráfica Tiragem: 5.000 | Distribuição dirigida e gratuita Contatos: Tel.: (12) 3632-2855 / ramal: 216 (Redação) site: www.dt7.com.br email: [email protected] www.facebook.com/olabaro As matérias assinadas são de inteira responsabilidade de seus autores, não emitem necessariamente a opinião deste veículo. O LÁBARO Outubro 2014 A serviço da evangelização 3 A voz do pastor Outubro: Mês Missionário Jesus se aproximou e lhes falou: “Foi-me concedido todo o poder no céu e na terra. Portanto, ide e fazei discípulos meus todos os povos...” (cf. Mt 28,18-19). 1 – Introdução. Jesus foi solene ao se despedir dos discípulos invocando até sua autoridade antes de enviá-los. Todo poder me foi dado, afirmou e confiou a missão aos que para isso chamara (cf. Mc 3,13-15). Ide... Evangelizar: fazendo discípulas todas as nações. Ide – ontem, hoje e sempre. Jesus chamou os doze, com a intenção de enviá-los, depois de, para isso, formá-los. Durante sua vida, já, os enviara dois a dois (cf. Lc 10,1-2). Chamou-lhes a atenção para a grandeza da missão e para os sentimentos que deveriam cultivar para o bom desempenho da mesma. Queria que fossem despojados, convictos, sem medo, alegres e pacíficos. Deveriam ir bem focados na missão recebida. Quando voltaram, chegaram felizes, até eufóricos, prestando contas (cf. Lc 10,17). Jesus, no entanto, os chamou à realidade: deveriam estar felizes, não por causa de alguma realização extraordinária, mas porque seus nomes estavam escritos no céu. 2 - Hoje a missão continua, pois os tempos mudaram... e como. Os adversários de Cristo e do Evangelho, estão mais do que nunca ativos. Em verdade o Reino de Deus tem inimigos que trabalham noite e dia. Os discípulos do Senhor e membros da Igreja não podem esmorecer no exercício da missão. Mas quem são eles? Somos todos nós. 2.1 - Todos os batizados. Em primeiro lugar: Os ministros ordenados: profetas que não se podem cansar, nem temer nada. São portadores, por excelência, da Boa Nova. Em segundo lugar: Os membros da vida consagrada. Pelo estilo de vida, pelo carisma, devem viver em função do Reino. Devem ser livres, como o Mestre. Obedientes ao Pai como Jesus. Totalmente despojados. Por último, os leigos e leigas. São o grande exército de Cristo, pois estão sempre com as mãos na massa: na indústria, nas faculdades, na economia, na política, etc. São o fermento de um mundo novo. Totalizam 99,9% dos membros da Igreja. Nada devem invejar dos outros irmãos, mas com eles ir para a luta. Não há renovação na Igreja, sem o aporte maciço e convicto do laicato, da família e da juventude. Tenho grande esperança no poder evangelizador do laicato. Que o Pai da messe os ilumine, e assim escutem o que Cristo lhes está dizendo: “Ide também vós trabalhar na minha vinha” (cf. Mt 20,4). Não interessa tanto a hora do envio, mas a determinação para assumilo. O mundo espera pela ação evangelizadora dos nossos irmãos leigos. 3 - O Concílio Vaticano II, apresentou as linhas da espiritualidade missionária e suas virtudes. (AG 23-26.29). Pede ainda que se promovam a vocação e a espiritualidade missionárias (AG 29). E o grande Paulo VI? Ele, na “Evangelii Nuntiandi”, retoma a vocação do evangelizador, como ponto fundamental do Espírito da Evangelização (EN 74) (cf. Dicionário de Espiritualidade, Paulinas, Vat II, p. 1646). O Pai – repito – quer continuar a enviar filhos e filhas para a missão. 3.1 - Quer oferecer o dom da missão. O Espírito Santo, alma da Igreja, consciente de sua missão, a quer decididamente missionária (cf. LG 17). É claro que tudo isso exige grande conversão de todos nós. Não somos missionários por instinto, mas por vocação. É preciso sentir paixão pelo Cristo e pelo Reino. Isto exige fé, conversão, bem como, redescoberta da missão batismal. Temos consciência disto? 4 - Nossa Diocese deve ser missionária. São Francisco, nosso Padroeiro, teve espírito missionário. Inaugurou novo estilo de vida religiosa. Desapegou-se das coisas, para apegar-se a Cristo. Ajudou, assim, na purificação da Igreja. Marcou época. Mostrou que é preciso voltar ao essencial: ao Evangelho. Este é a Boa Nova e a missão. Significa ir ao encontro de... como Cristo, como São Francisco, como Santa Teresinha. 5 - Antes de concluir este artigo, quero invocar Maria, Mãe da Igreja, Estrela da Evangelização, e Mãe do grande Missionário do Pai: Jesus Cristo. Que ela – A Virgem Aparecida -, nos inspire a sermos o que devemos ser – missionários. Nossa Diocese não pode ser apática ou omissa, pois fomos tanto abençoados pelo Senhor, nesses 106 anos de Diocese. Precisamos de novos missionários. De muitos, seja entre os ministros ordenados, como entre os de vida consagrada, bem como, entre os irmãos leigos, promotores natos de um mundo melhor. Que o Senhor abençoe a todos. _______________________________ Dom Carmo João Rhoden, SCJ Bispo Diocesano de Taubaté 100 anos atrás O Papa Bento XV e a Primeira Guerra Mundial No dia 15 de outubro de 1914, O Lábaro publicava as primeiras palavras do Papa Bento XV, pronunciadas na festa da Natividade de Nossa Senhora, no dia 8 de setembro daquele funesto ano. Depois de breves palavras introdutórias, falando de seus sentimentos ao aceitar a chefia da Igreja, o pontífice aludiu aos horrores da Primeira Guerra Mundial. Ele recordou o sofrimento de seu antecessor, Pio X, que morreu entristecido vendo a guerra fratricida ceifando a vida de tantas ovelhas de seu rebanho. Por fim, exortou aos chefes dos estados beligerantes a apressarem acordos de paz! “Àquelles pois que governam os destinos dos povos, Nós ardentemente pedimos e rogamos com instancia que dobrem desde já a sua vontade, esquecendo as próprias dissidências, em vista da salvação da sociedade humana. Considerem que já são bastantes as misérias e os luctos que acompanham esta vida mortal; por isso não se deve realmente torná-la ainda mais misera e luctuosa. Persuadam-se que agora já é mais que bastante a quantidade de ruínas feitas, a quantidade de sangue humano espalhado. Apressem-se, portanto, a encaminhar resoluções de paz e a apertar as mãos direitas”. 4 O LÁBARO Outubro 2014 A serviço da evangelização Tema do mês Anunciar a libertação é missão permanente da Igreja O mês de outubro é dedicado pela Igreja em todo o mundo, para realizar iniciativas de informação, formação, animação e cooperação em prol da Missão universal. O objetivo principal é despertar a consciência missionária de todos os batizados e promover as vocações missionárias. Os bispos em Aparecida nos ensinam que: “Somos testemunhas e missionários: nas grandes cidades e nos campos, nas montanhas e florestas de nossa América, em todos os ambientes da convivência social, nos mais diversos ‘areópagos’ da vida pública das nações, nas situações extremas da existência, assumindo nossa solicitude pela missão universal da Igreja” (DA 548). Cada comunidade eclesial é responsável com a missão universal da Igreja. Não são poucos os que pensam que missão é coisa de padres e religiosas que deixam sua terra natal e vão evangelizar em países distantes. Embora nem todos os discípulos possam deixar sua terra para ir longe, aos povos e às Igrejas mais necessitadas, todos devem dar a própria colaboração de uma maneira ou de outra: espiritualmente, economicamente, participando de projetos, educando as pessoas, promovendo campanhas, etc. Isso é indispensável para nos chamarmos de “católicos”. A missão é a razão de ser da Igreja, faz parte de sua natureza e identidade, por isso é permanente, deve acontecer todos os dias do ano e não apenas no mês de outubro. O Papa João Paulo II afirmava que a dimensão missionária não é, como muitos ainda pensam, “mais uma pastoral” ao lado de tantas outras, mas ela é a dimensão essencial de ser Igreja e deve impregnar e inspirar todas as comunidades, pastorais e movimentos da Igreja (Cf. RM 38). Nossa alegria e nosso entusiasmo pela missão deve ser uma realidade contagiante, tanto para o continente americano como para todo o mundo a fim de que sejamos uma Igreja em estado permanente de missão. Atentos a esse apelo e comprometidos com a Campanha da Fraternidade sobre o tráfico humano, as Pontifícias Obras Missionárias, POM, promovem nesse mês de outubro a Campanha Missionária com o tema “Missão para libertar” e o lema “Enviou-me para anunciar a libertação” (Lc 4,18). A temática surge como um grande desafio para a missão hoje porque a missão da Igreja de defender a vida e libertar o ser humano de toda escravidão é urgente e sem fronteiras. A missão para libertar está no centro da mensagem cristã e denuncia toda prática perversa de exploração, em que os seres humanos são tratados como mercadorias. Nunca houve tantos escravos na história da humanidade como hoje. São as vítimas contemporâneas do tráfico humano em suas diversas expressões: a exploração do trabalho, a exploração sexual, a extração de órgãos e o tráfico de crianças e adolescentes para adoção. Essa é a terceira atividade criminosa mais rentável do mundo, atrás apenas do tráfico de armas e de drogas e o Brasil é um dos países de origem, de trânsito e destino dessa prática criminosa. Não obstante essa realidade que nos cerca, vivemos numa sociedade cada vez mais egoísta e individualista que nos torna insensíveis aos sofrimentos alheios e pouco, ou quase nada engajados nas causas solidárias da humanidade. Essa situação favorece os projetos dos que exploram a pobreza e a ignorância das pessoas e promovem todo tipo de mal contra elas. Nós cristãos, movidos pelo compromisso de seguir os passos de Jesus, não podemos ficar indiferentes a essa realidade. Pensando em intensificar a ação missionária de todo o povo de Deus, o Papa Pio XI instituiu, em 1926, o Dia Mundial das Missões incentivando toda a Igreja a realizar uma coleta missionária como gesto concreto de todos os católicos do mundo inteiro para com a Missão universal. Essa coleta destina-se a promover os projetos missionários realizados pela Igreja em todo o mundo, especialmente nos países mais carentes e onde a Igreja católica ainda é minoria. Esperamos que a coleta missionária desse ano seja uma ação solidária no combate a toda forma de exploração e tráfico humano. Que São Francisco Xavier e Santa Teresinha, padroeiros das missões, intercedam a Jesus por todos os missionários que deixam suas famílias para anunciar o Evangelho em terras distantes e que todos nós possamos entender que todo cristão é chamado a ser missionário em sua própria família, em sua escola, em seu trabalho e nos diversos ambiente que frequentamos. Combater o tráfico humano e anunciar a libertação é missão de todos nós. Obs.: Você sabia que temos muitos missionários/ as brasileiros que trabalham em outros países? Que tal procurarmos o endereço deles e mandar-lhes uma cartinha demonstrando um gesto concreto do nosso mês missionário? ORAÇÃO DO MÊS MISSIONÁRIO Pai de bondade, nós ti agradecemos por teu Filho Jesus enviado para dar vida plena a toda criatura. Dá-nos teu Espírito para que, libertos do egoísmo e do medo, lutemos com coragem contra toda forma de escravidão. Como Igreja missionária renovamos o nosso compromisso de anunciar o Evangelho em toda parte. E, com intercessão de Maria, alcançar a libertação prometida. Amém. ________________________ Pe. Joaquim Calegari, msj Mestre em Missiologia Vigário da Paróquia Sagrada Família, em Taubaté O LÁBARO Outubro 2014 A serviço da evangelização 5 Diocese em foco Agentes diocesanos da Pastoral da Saúde participam de Congresso Nacional Ana Regina de Oliveira Gama Coordenadora Diocesana Pastoral da Saúde E Divulgação/Pastoral da Saúde-Taubaté m parceria com os Padres Camilianos, a Coordenação Nacional da Pastoral da Saúde promoveu, no final de semana 6 e 7 de setembro, o 23º Congresso Brasileiro de humanização e Pastoral da Saúde. A reunião aconteceu no Centro Universitário São Camilo, em São Paulo, capital. Representantes da Diocese de Taubaté no Congresso Nacional da Pastoral da Saúde. Da Diocese de Taubaté estiveram presentes 10 agentes da Pastoral da Saúde. O Congresso correu sob a coordenação de Padre Anísio Baldessin, da Ordem de São Camilo, auxiliado por Sebastião Venâncio, ambos da Coordenação Nacional da Pastoral da Saúde. Participaram ainda, coordenadores de Sub Regionais do Estado de São Paulo, que forma a Região Sul 1 da CNBB, assim como vários representantes dos estados do Brasil. O tema central abordado pelo encontro foi “A Fé desperta a ação: como enfrentar os obstáculos na Pastoral da Saúde”. Vários palestrantes trabalharam assuntos tais como investimento na saúde, transplantes e tráfico de órgãos humanos, desafios da promoção e prevenção da saúde, assistência pastoral aos doentes terminais e aos idosos, a comunicação com o doente e assistência espiritu- al. Todos temas de grande relevância para o desenvolvimento das atividades dos agentes da Pastoral da Saúde. Além do Congresso o encontro sediou a Assembléia Nacional da Pastoral da Saúde. Acontecendo no segundo dia da reunião, nessa assembleia foram deliberados e encaminhados diversos assuntos entres os quais a realização do Seminário da Saúde, programado para acontecer de 16 a 19 de outubro, em Campo Grande; Romaria Nacional de Aparecida, definida para 07 de fevereiro de 2015; a realização do mês da “Campanha de Doação de Sangue”, previsto para ser promovido pelas dioceses do Brasil, no mês de abril de 2015, em parceria com os hemocentros municipais; Assembléia eletiva para escolha do novo Coordenador Nacional da Pastoral da Saúde a ser realizada em Aparecida, no dia 09 de maio de 2015. Conselho de Leigos promove Semana Social Brasileira na Diocese de Taubaté Alexandre Baylão Presidente do CNLB da Diocese de Taubaté. N os dias 3, 4 e 5 de setembro, o CNLB (Conselho Nacional do Laicato Brasileiro) e o COPS (Colegiado de Organismos e Pastorais Sociais), ambos da Diocese de Taubaté, com o apoio e incentivo do Conselho Diocesano de Pastoral, promoveram debates e reflexões referentes às atividades da Semana Social Brasileira tendo como tema principal a questão da reforma política brasileira. O evento foi realizado no Centro Diocesano de Pastoral no prédio da Mitra Diocesana de Taubaté. No primeiro dia, o tema tratado foi “Embasamento Teórico-Prático sobre a Reforma Política”, apresentado pelo professor Carlos Francisco Signorelli, de Campinas. Signorelli apresentou uma visão global da situação sócio-político-econômica da realidade mundial, fundamentando a necessidade e urgência de uma reforma política em nosso país. No segundo dia, foram abordadas algumas “Propostas Práticas para a Reforma Política: Coalizão e Plataforma; Projeto de Lei e Constituinte Soberana e Exclusiva”. Esse tema, conduzido por Mauro Kano, advogado e educador popular, apresentou uma síntese do sistema capitalista neoliberal e suas deficiências na questão da correta distribuição de renda. Kano indicou alguns problemas estruturais do sistema político bem como algumas propostas concretas para uma reforma política. No último dia da Semana Social, a proposta era promover uma “mesa redonda” para debates entre os participantes e os dois assessores partindo de “Temas Práticos sobre Gestão Pública”. Os assessores iniciaram a abordagem mostrando deficiências de gestão, tanto em nossa cidade, com a participação especial de Joaquim Marcelino Joffre Neto, vereador em Taubaté, como em uma realidade mais ampla da cidade de São Paulo, apresentada por Edson Silva, secretário geral do CNLB-Sul 1. Relevante foi a análise dos erros cometidos por comunidades e paróquias nas relações com políticos que buscam apenas autopromoção ao se aproximar e oferecer sua “generosa” ajuda. A análise considerou as “Instruções e Normas para as Eleições de 2014” divulgadas por Dom Carmo João Rhoden, Bispo Diocesano de Taubaté, contendo orientações para a conduta dos católicos da Diocese nessas eleições, assim como as orientações contidas na cartilha da CNBB sobre as eleições de 2014. Na sequencia foram debatidas, com a participação dos presentes, as realidades de gestão em nossa cidade e região, tema que fechou o ciclo de palestras e debates. Decanato de Caçapava promove Semana Bíblica Pe. Silvio José Dias Decanato de Caçapava C omo parte de uma extensa programação para o Mês da Bíblia, tradição com mais de 30 anos, nesse ano, o Decanato de Caçapava promoveu a Semana Bíblica. A Paróquia São José Operário, em Caçapava, sediou o evento, que aconteceu de 22 a 26 de setembro. Todas as noites, mais de 120 pessoas participaram das atividades programadas. Para cada noite foi apresentado um tema específico referente às Sagradas Escrituras. O tema central seguiu a proposta da CNBB para o Mês da Bíblia 2014 “Discípulos Missionários a partir do Evangelho de Mateus”. Frei Aloísio de Oliveira abriu os círculos de palestras, na segunda feira, 22, apresentando o tema “Bem-aventuranças e discipulado”. Na noite seguinte, Pe. Osmar Cavaca tratou da Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, do Papa Francisco. Na quarta-feira, 24, Rodrigo dos Santos falou sobre a Leitura Orante da Palavra de Deus (Lectio Divina). A quinta-feira foi reservada para celebração eucarística, que aconteceu concomitantemente nas sete paróquias que compõe o decanato. Para fechar a semana, na sexta-feira, 26, foram realizados vários círculos de debates, cada um com tema específico, previamente escolhido pelos participantes. Cada grupo, que foi chamado de tenda, teve um mediador que apresentava a temática e coordenava os debates. Os temas abordaram assuntos como o Evangelho de Mateus, a fé, a Igreja, a catequese e o discipulado. Para dirigir as tendas foram convidados os padres Fabio Modesto, Celso Luiz Longo, Roger Matheus e os diáconos Rafael Tiago dos Santos e Sinésio Siqueira. Além da Semana Bíblica, durante o Mês da Bíblia em Caçapava foram realizadas, ainda, uma Sessão Solene na Câmara Municipal, uma programação especial sobre o tema na Aproveitando o tema da Semana Social Brasileira, durante as comemorações do 7 de Setembro, membros do CNLB-Taubaté, estiveram na Faculdade Dehoniana, na Avenida do Povo e em Pindamonhangaba, colhendo assinaturas para o abaixo assinado promovido pela CNBB, em parceria com diversas entidades, com fins a apresentar um projeto de lei sobre a reforma eleitoral no Brasil. Rádio Capital FM e, encerrando a programação, no domingo, 28, reunindo todas as paróquias do decanato, aconteceram uma caminhada e Missa Campal. Celebrada no estacionamento da Igreja Nossa Senhora da Esperança, a missa foi presidida pelo Coordenador Diocesano de Pastoral, Padre Leandro Alves de Souza e concelebrada pelos padres e diáconos da cidade. Outro evento marcante foi a repetição do gesto concreto com doação de bíblias. No ano passado, as bíblias ofertadas foram entregues para a Pastoral Carcerária, nesse ano, as doações serão dadas à catequese, para atender as crianças mais carentes. 6 O LÁBARO Outubro 2014 A serviço da evangelização Diocese em foco Santuário de Santa Teresinha promove gesto Concreto de Evangelização Anaisa Stipp De Taubaté P ara marcar o Mês da Bíblia, o Santuário Diocesano de Santa Teresinha, em Taubaté, propôs como gesto concreto de evangelização a doação de bíblias novas. Os fiéis que quiseram, fizeram suas doações durante o ofertório das missas do domingo, 28, quando o Santuário celebrou a festa de sua padroeira. Os paroquianos foram convidados a escreverem dedicatórias nas bíblias que, durante o mês de outubro, serão levadas para clínicas de dependentes químicos de nossa Diocese. A missão de levar as doações foi confiada ao Setor Juventude do Santuário. A iniciativa quer unir o Mês da Bíblia e o Mês Missionário e, desse modo, promover a participação dos paroquianos na verdadeira alegria de anunciar o evangelho, como pede o Papa Francisco na Exortação Apostólica Egangelli Gaudium. O Santuário Santa Teresinha quer assim, atender a proposta do Papa para se suscitar uma Igreja em estado de saída, indo ao encontro dos mais necessitados. Torre da Igreja do Belém recebe uma cruz Bom Prato de Taubaté serve sopa gratuita e promove curso de panetone A Missão Sede Santos (MSS), da Diocese de Taubaté, e o Restaurante Bom Prato apresentam duas novidades. A partir de outubro, serão servidas, gratuitamente, sempre na última sexta-feira, 200 sopas. A sopa virá acompanhada de pão e suco. Outra iniciativa acontecerá no dia 8 de novembro, com um curso para geração de renda. Trata-se de um curso para a confecção de panetones Pe. Celso Luiz Longo Paróquia N. Sra do Belém N o dia em que a Igreja celebra a festa da Exaltação da Santa Cruz, 14 de setembro, a Paróquia Nossa Senhora do Belém, em Taubaté, realizou a bênção e a instalação de uma cruz na torre de sua Igreja Matriz. A cruz, com seis metros de altura, foi um presente da empresa Vitromorth, que a confeccionou; promessa feita no ano 2.000 e cumprida agora. No dia marcado, os fiéis da Paróquia se concentraram na entrada da Avenida Dr. Félix Guisard Filho para aguardar a chegada da Cruz, trazida num caminhão da empresa. Assim que ela chegou, seguiram todos em procissão até a Igreja Matriz. Lá chegando, a cruz foi levada para dentro da Igreja, onde foi celebrada Missa. Depois da celebração, o pároco abençoou solenemente a cruz, agradecendo ao Sr. José Marcelo Morth, doador da mesma. Em seguida, os próprios fiéis conduziram a cruz até o pátio, onde foi içada por um guindaste e instalada na torre da Igreja. Enquanto a cruz era afixada no topo da torre, o povo cantou o hino “Vitória, tu reinarás!” e fogos estouraram no céu límpido daquela manhã. (doce, salgado e trufado). O curso tem duração de 6 horas, é gratuito e as 60 vagas serão abertas a partir do dia 27 de outubro, na sede da MSS, a Casa João Paulo II, que fica na Rua do Café, número 58, no Centro de Taubaté. O Restaurante Bom Prato fica no Parque Doutor Barbosa de Oliveira, 31, Centro, Taubaté. Mais informações: (12) 3624-6883 / 36246433. O LÁBARO Outubro 2014 A serviço da evangelização 7 Diocese em foco Decanatos elegem Novos Decanos Da Redação D urante o mês de agosto e setembro foram eleitos novos decanos para os decanatos da Diocese de Taubaté. Por decanato se entende cada um das regiões em que uma diocese se divide territorialmente. Cada decanato reúne certo número de paróquias. Essas regiões formam unidades pastorais lideradas por um padre moderador, o decano. O termo “decanato” é tirado do Código de Direito Canônico e poderia ser chamado também, de vicariato ou forania. Visando o melhor atendimento das necessidades espirituais, pastorais, administrativas e jurídicas, a Diocese de Taubaté está divi- Pindamonhangaba: Padre Vitor Hugo Porto, Pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças. Padre Diocesano, foi ordenado no dia 19 de agosto de 2000. dida em sete decanatos. Sua função é promover a comunhão fraterna entre os padres do decanato; promover uma ação pastoral que atenda às necessidades da respectiva área, identificando seus desafios e peculiaridades; pôr em execução o Plano de Pastoral da Diocese num trabalho de conjunto; elaborar um calendário pastoral de atividades em co- mum entre as paróquias do mesmo decanato. Os decanatos da Diocese de Taubaté e seus novos decanos são os seguintes: Taubaté I: Padre Luis Lobato dos Santos, Pároco da Paróquia de São José Operário. Padre diocesano, foi ordenado sacerdote no dia 7 de janeiro de 2000. Taubaté II: Padre Arcemírio Leôncio Carvalho, msj, Pároco da Paróquia Sagrada Família. Membro do Instituto Missionário São José, foi ordenado sacerdote no dia 8 de janeiro de 1983. Taubaté III: Padre Antônio Marcondes Barbosa, scj, Pároco da Paróquia Espírito Santo. Padre da Congregação do Sagrado Coração de Jesus, Dehonianos, foi ordenado sacerdote no dia 19 de dezembro de 1981. Caçapava: Padre Décio Luiz da Silva Santos, Pároco da Paróquia Santo Antonio de Pádua. Membro do Clero Diocesano de Taubaté, foi ordenado no dia 7 de dezembro de 2001 Serra da Mantiqueira: Padre José Batista da Rosa, Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Saúde de Campos do Jordão. Foi ordenado sacerdote para a Diocese de Taubaté no dia 29 de novembro de 1997. Serra do Mar: Cônego Amâncio Calderaro Júnior, Pároco da Paróquia Santa Cruz de Redenção da Serra. Padre Diocesano, foi ordenado sacerdote no dia 26 de janeiro de 1991. Diocese realiza festa beneficente em prol da recuperação da Igreja do Rosário A Diocese de Taubaté promoveu a primeira Diofest, integração e união. No final de semana de 5 a 7 de setembro, no Taubaté Country Club (TCC), foram realizadas várias atividades de caráter beneficente. Além de promover a integração e a união das várias forças da diocese, a Diofest teve por objetivo levantar recursos para serem investidos na recuperação da Igre- ja do Rosário, uma das mai antigas da cidade de Taubaté. Nesse sentido, a festa fez parte do Projeto Cultural de Restauração da Igreja do Rosário, campanha lançada em parceria pela Diocese de Taubaté e a Fundação Dom Couto. Aliás, a Fundação foi a principal entidade ligada à Diocese de Taubaté à frente da organização da Diofest. O primeiro evento da programação da Diofest aconteceu na noite de sexta-feira, 5, às 22 horas e foi um baile animado pela Banda Oppus. O baile, um jantar dançante, ocorreu no Salão Nobre do TCC. No sábado, 6, sempre nas dependências do TCC, foi a vez da Feijoada Solidária. O almoço foi animado pela Bateria Mocidade Inde- pendente de São Bento, que anima os carnavais daquela cidade, sob a direção do Padre Ronaldo José de Castro Neto, MSJ. Com isso a Diofest cumpriu mais um de seus objetivos, que era apresentar trabalhos sociais desenvolvidos na Diocese. A iniciativa do Padre Ronaldo tem por finalidade valorizar as entidades assistência daquela cidade serrana, além, claro, de levar alegria ao povo, animando um carnaval que consegue unir oração, integração social de portadores de deficiência física e festa. O domingo, Dia da Independência, 7 de setembro, foi ocupado com três atividades. De manhã, a partir das 9 horas, jovens se reuniram para participar da Gincana Jovem. A tarde, das 14 às 18 horas, foi ocupada pelo Bingo Beneficente com vários prêmios. Para encerrar a Festa, depois do bingo, Dom Carmo João Rhoden, SCJ, Bispo Diocesano de Taubaté, celebrou missa festiva. A realização da Diofest contou, além do TCC, com o apoio de várias empresas e de entidades como a OAB de Taubaté e o Santuário Santa Teresinha. Segundo Lilian Mansur, representante da Fundação Dom Couto, à frente da organização dos eventos, a Diofest arrecadou 24 mil reais. Esse resultado será destinado, integralmente, ao fim proposto, a restauração da Igreja do Rosário, patrimônio cultural e histórico pertencente à Diocese de Taubaté. 8 O LÁBARO Outubro 2014 A serviço da evangelização Jubileu de prata de criação da Paróquia Sagrada Família Por Pe. Silvio Dias H á 25 anos, no dia 15 de janeiro de 1989, Dom Antonio Afonso de Miranda, sdn, assinava decreto elevan- do à condição de paróquia a Comunidade Sagrada Família, fundada no Bairro Jardim das Nações, na cidade de Taubaté. Dom Antonio atendia ao pedido dos padres do Instituto Missionário São José, então responsáveis pela comunidade que, à época, era filial da Paróquia do Menino Jesus, no Bairro Independência. O pedido surgiu da necessidade espiritual de uma população que havia crescido muito nessa região de Taubaté. A criação da nova paróquia atendia, assim, a uma urgência pastoral. O Bispo Diocesano, depois de ouvir o Conselho Presbiteral, como afirma o decreto, atendendo “ao maior bem do Povo de Deus, nos moldes do Cân. 515, §1º”, desmembrou o território da Paróquia Menino Jesus para “erigir uma nova paróquia nesta Sede Episcopal com o título de Paróquia Sagrada Família”. O primeiro pároco, Pe. José Vicente, tomou posse no dia 25 de fevereiro do mesmo ano, em celebração oficiada por Dom Antonio. Naquele primeiro ano da existência da paróquia, o pároco dedicou-se a constituir a sua estrutura administrativa e pastoral formando o Conselho de Assuntos Econômicos Paroquial (CAEP) e o Conselho Paroquial de Pastoral (CPP). Nos anos seguintes, a paróquia foi organizando as várias pastorais para atender às necessidades da vida comunitária e da evangelização. Em 2002, Pe. Antonio Fernando da Costa é colocado à frente da paróquia como seu Administrador Paroquial. Em fevereiro de 2003, nomeado por Dom Carmo João Rhoden, scj, Padre Arcemiro Leôncio Carvalho, msj, assume como o segundo pároco, cargo que ocupa atualmente. O LÁBARO Outubro 2014 A serviço da evangelização 9 Passo a passo, de comunidade à Paróquia N o início dos anos 1970, o pároco da Paróquia Menino Jesus, Padre João Leopoldo de Almeida, resolveu construir uma nova igreja na Praça Vaticano, no novo e crescente bairro Jardim das Nações, em Taubaté. Em outubro de 1975, Dom José Antonio do Couto, scj, então Bispo Diocesano de Taubaté, acompanhado do Padre Joao Leopoldo, celebrou missa campal abençoando a pedra fundamental das futuras instalações. A praça e as ruas adjacentes eram apenas esboços, traçados de um projeto em vias de construção. Dois anos depois, em 1977, Dom Couto voltou para celebrar solenemente missa sobre os alicerces da futura igreja, com grande concorrência de fiéis. No ano seguinte, o bispo já celebrava a missa de inauguração do presbitério da igreja. Mais um ano, e Dom Couto pode inaugurar a nova igreja, em 1979. No espaço de quatro anos, com recursos da Paróquia Menino Jesus e da comunidade local, foi construído todo o complexo da futura matriz, que embora faltando os últimos acabamentos, erguia-se majestosa em estilo moderno, leve, mas imponente no alto da colina do Jardim das Nações. Referências históricas apontam São Judas Tadeu como o primeiro padroeiro da comunidade nascente no Bairro Jardim das Nações. Mais tare, Padre João Leopoldo de Almeida desejava entrega-la à proteção do Menino Jesus. Padre José Benedito Leite, que substituiu Padre João na Paróquia, queria homenagear Nossa Senhora de Fátima. Quando assumiu a Paróquia do Menino Jesus, Padre Libânio Cicuto, fundador do Instituto Missionário São José, encontrou opiniões divididas sobre a escolha do padroeiro. Acolhendo sugestão do então Bispo Diocesano, Dom Antonio Afonso de Miranda, sdn, Padre Libânio organizou uma votação para que o povo se manifestasse escolhendo o seu padroeiro. E assim, no dia 28 de março de 1982, apurados os votos, o resultado foi de 654 votos para a Sagrada Família, 361 votos para o Menino Jesus e 223 votos para Nossa Senhora de Fátima, sendo escolhida pela vontade dos fiéis, a Sagrada Família. Em 1983, foram iniciadas as obras de acabamento do presbitério, piso, iluminação, pintura, capela do Santíssimo, capela da Sagrada Família, escritório paroquial e sacristia. Estas obras foram realizadas pelo Instituto Missionário São José coordenado pelo Padre Libânio Cicuto e e seus seminaristas que, por três anos e meio, ocuparam as instalações como seminário. Em 1987, com Padre José Vicente como Pároco, considerando os inúmeros problemas surgidos entre as comunidades Sagrada Família e Imaculado Coração de Maria, realizou uma assembleia extraordinária, no dia 23 de agosto, parar discutir a separação oficial em duas comunidades, com uma administração própria cada uma. Verificando-se rápido crescimento da comunidade Sagrada Família, Padre José Vicente considerou ser importante constituir uma nova paróquia. E assim, aos 15 dias de janeiro de 1989, Dom Antonio Afonso de Miranda, através do Decreto 02/89 da Cúria Diocesana, criou a Paróquia Sagrada Família, para grande alegria da comunidade. Padre José Vicente tornou-se o primeiro pároco, nomeado no dia 25 de fevereiro do mesmo ano. Ele foi grande impulsionador dos primeiros passos da paróquia, era missionário do Instituto Missionário São José e permaneceu à frente da Paróquia até setembro de 2002. Em 2002, Padre Antonio Fernando da Costa foi nomeado administrador paroquial, conduzindo-a de setembro daquele ano até fevereiro de 2003. Padre Arcemírio Leôncio Carvalho, que trabalhou na comunidade Sagrada Família antes de se tornar paróquia, depois de muitos anos, retorna, nomeado como seu segundo pároco, no dia 08 de fevereiro de 2003, cargo que ocupa até hoje. Brasão Paroquial Criado por Rafael Sadoc Ranconi Aprovado pelo pároco Pe. Arcemírio L. Carvalho e pelo CPP, no dia 15 de julho de 2014. U m escudo tendo ao centro uma cruz branca contendo as cinco chagas de Cristo, referência a São Francisco das Chagas, padroeiro da Diocese de Taubaté. A cruz divide o escudo em quatro campos. Na parte de cima, à esquerda, colocado sobre um campo lilás, vê-se um desenho estilizado da fachada da Igreja Matriz, concebido como logotipo da Paróquia. Do outro lado, à direita, foi colocada a Bandeira do Estado Vaticano, com as chaves cruzadas, símbolo pontifical, significando ligação com o Santo Padre o Papa. Na parte de baixo, à esquerda, sob um fundo verde, encontra-se o monograma cristológico “Chi-rho”, representado pelas letras gregas XP, iniciais do título messiânico Cristós (ΧΡΙΣΤΟΣ), acompanhado pelas letras alfa e ômega, referências à Apocalipse 1,8 e 21,6, afirmando a divindade de Cristo, principio e fim do tempo. Ainda na parte inferior, à direita, com fundo azul claro, lê-se o monograma AM, iniciais da saudação mariana “Ave Maria”, o símbolo da Virgem Maria. 10 O LÁBARO Outubro 2014 A serviço da evangelização Decreto de novos decanos Em Tempo Por Pe. Jaime Lemes, msj Família é tema principal do Primeiro Sínodo do Papa Francisco Enquanto se realizava as eleições de primeiro turno no Brasil, iniciava-se, em Roma, no Vaticano, a 3ª Assembleia Extraordinária do Sínodo dos Bispos, a primeira do Pontificado do Papa Francisco, durando até o dia 19 deste mês. O tema da Assembleia é: “Os desafios pastorais da família no contexto da evangelização”. Em entrevista coletiva à Imprensa, realizada no dia 25 de setembro, em Brasília, o Presidente da Conferência Nacional dos Bispos no Brasil (CNBB), Dom Raymundo Damasceno Assis falou sobre a importância do Sínodo e como ele é realizado. Para Dom Damasceno, são grandes os desafios enfrentados hoje pelas famílias, e isso requer atenção e esforço de todos. Neste sentido, a Igreja busca cumprir o seu papel e, através de suas reflexões, “ajudar as famílias a viverem sua vocação tão bela, como uma vocação para o amor, fundamental para a Igreja e para a sociedade”, ressaltou. O Sínodo acontece em duas etapas. A primeira, que é de estudos e proposições, tem três momentos: primeiramente, foi enviado às conferências episcopais um questionário sobre a realidade das famílias. Num segundo momento, depois de respondido o ques- tionário, o resultado foi devolvido para o Vaticano, que a partir das realidades apresentadas, elaborou um documento de trabalho, chamado de Instrumentum Laboris. O outro momento é a Assembleia propriamente dita, durante a qual é feito o aprofundamento do tema, como preparação para a segunda etapa do Sínodo que aconterá em 2015. Só então será elaborado o documento final. Serão 191 padres sinodais e 62 participantes entre especialistas, auditores e delegados fraternos. Dom Damasceno foi nomeado pelo Papa Francisco como presidente-delegado do Sínodo, que terá como função coordenar as atividades na ausência do pontífice. Além dele foram nomeados os arcebispos de Manila, nas Filipinas, e o de Paris, na França para essa mesma função. Do Brasil, além do presidente da CNBB, participam do Sínodo mais três cardeais: João Braz de Aviz, Odilo Pedro Scherer e Orani João Tempesta. Foram também convocados o Eparca Maronita de Nossa Senhora do Líbano, de São Paulo, Dom Edgar Amine Madi e os responsável pelas equipes de Nossa Senhora da super-região do Brasil, o casal Arturo e Hermelinda Zamberline. CNBB publica texto-base da Campanha da Fraternidade 2015 Todos os anos, por ocasião da Quaresma, a Igreja, através da Campanha da Fraternidade (CF), propõe à sociedade reflexão sobre um tema que considera pertinente e relevante para a atualidade. O tema para o ano de 2015 será “Fraternidade: Igreja e Sociedade” e o lema “Eu vim para servir”, inspirado no texto de Marcos 10,45. O texto-base da CF-2015 foi lançado, nesta semana, pela Conferência Nacional dos Bispos no Brasil (CNBB). Com o tema escolhido, a Campanha pretende resgatar o diálogo e a colaboração entre Igreja e Sociedade, a partir de uma chamada de consciência a todos os cristãos e comunidades de fé, para que recordem o sentido de sua vocação e missão no mundo. A CF-2015 terá início no dia 18 de fevereiro, Quarta-feira de Cinzas, quando também se inicia a Quaresma. Em Taubaté, caminhada marca centenário da Mãe Rainha Da Redação Como parte das comemorações do Ano Jubilar pelos 100 anos de Fundação do Movimento Apostólico de Schoenstatt, os missionários, coordenadores e famílias que participam da Campanha da Mãe Peregrina da Diocese de Taubaté, realizaram uma ca- minhada no domingo, 21 de Setembro. Tendo a frente o Santuário Auxiliar Diocesano, a caminhada contou com quase 200 pessoas. Partindo da Paróquia São Vicente de Paulo, no Parque Três Marias, Taubaté-SP, a procissão seguiu até Ermida da Mãe Rainha, localizada no Comando de Aviação do Exército (CAVEX), fazendo um trajeto de aproximadamente de 3,5 km. Durante a caminhada, os participantes meditaram os mistérios do Santo Terço e, chegando ao seu destino final, participaram de missa celebrada pelo capelão militar, Padre Marcus, ao final da qual, fizeram a renovação de sua consagração à Mãe Rainha. O LÁBARO Outubro 2014 A serviço da evangelização 11 Liturgia Na última edição do “O Lábaro”, iniciamos nossa reflexão acerca das orientações que Roma enviou a todas as Dioceses acerca do momento ritual da paz dentro da celebração Eucarística. Não poucos irmãos e irmãs interessados na liturgia da Igreja ainda estão se questionando: o que mudou? Eis algumas considerações: 1ª mudança: a Santa Sé nos presenteou com uma excelente reflexão teológica sobre o significado do abraço da paz tal qual está disposta em nosso rito latino: no momento dos preparativos para a comunhão sacramental. Durante os estudos sobre o rito do abraço da paz, cogitou-se a possibilidade de transferi-lo para antes da apresentação das oferendas, conforme o texto de Mt 5,23s: “Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua oferta”. Tal proposta não foi aceita pelos peritos em liturgia – e isto foi confirmado pelo Papa Francisco – porque a paz, em nosso rito latino, não é fruto de uma mera reconciliação entre irmãos; a paz é o primeiro Dom de Jesus Ressuscitado, que tão logo ao ressuscitar, pôs-se entre os discípulos e concedeu-lhes tão preciso dom: “A paz esteja convosco”. Em cada Eucaristia celebrada, antes de nos aproximarmos para comer e beber o Corpo e o Sangue do Senhor Ressuscitado, Ele renova, para a Sua Igreja, a concessão do dom da paz. É certo que a reconciliação entre os irmãos também deve existir como característica dos cristãos, mas esta reconciliação deverá ser consequência do encontro com Jesus Ressus- O que mudou no abraço da paz? citado que nos garante a paz duradoura. 2ª mudança: Se a primeira mudança foi muito teológica, teórica e densa, a segunda mudança entra no campo prático: será necessário que no momento de dar-se a paz se evitem alguns abusos tais como: - A introdução de um “canto para a paz”, inexistente no Rito romano. - Os deslocamentos dos fiéis para trocar a paz. - Que o sacerdote abandone o altar para dar a paz a alguns fiéis. - Que em algumas circunstâncias, como a solenidade de Páscoa ou de Natal, ou Confirmação, o Matrimônio, as sagradas Ordens, as Profissões religiosas ou as Exéquias, o dar-se a paz seja ocasião para felicitar ou expressar condolências entre os presentes. Porque estas mudanças práticas são necessárias? Primeiro, em sinal de respeito pela sacralidade do momento em que este rito acontece: A Eucaristia já está presente sobre o altar. Em nossas igrejas e comunidades, sobretudo em nossa tradição latino- -americana, este momento da celebração torna-se como um “intervalo” dentro da missa. Um momento de descontração e confraternização entre irmãos. Há tanta festa na troca de afetuosos abraços, música e palmas, deslocamentos inclusive entre os ministros do Altar, que em não poucas situações a Eucaristia fica como que “esquecida” sobre o altar. A intenção da Igreja com estas novas orientações é impedir que este momento de “descontração” aconteça, a fim de que se evidencie mais o caráter sagrado que o momento ritual exige: a presença sacramental do Senhor Jesus. Em segundo lugar, estas mudanças querem nos esclarecer uma premissa importante: neste momento da missa, nós não nos cumprimentamos “socialmente”. Não nos parabenizamos por alguma data significativa que seja celebrada naquela ocasião, não nos consolamos pelo falecimento de algum irmão, não expressamos votos de um bom Natal, ano novo ou Páscoa. Neste momento da celebração, eu devo ser para meu irmão a imagem e a presença de Cris- to Ressuscitado que se dirige a ele para entregar-lhe o Dom da Paz nascido de sua morte e ressurreição. O gesto pode ser idêntico: dar-se as mãos, talvez um abraço ou mesmo um beijo na face; mas o significado é bem distinto: não o cumprimento por mim mesmo, mas sou para ele – bem como ele é para mim – a presença do sagrado, a presença, o calor, o afeto, a PAZ de Jesus Ressuscitado. Por isso não dizemos neste momento: meus parabéns; felicidades; meus sentimentos. Nós dizemos: “a paz do Senhor esteja contigo!”. 3ª mudança: Prosseguindo a reflexão teológica iniciada pela carta circular, quero deter-me agora sobre o rito do abraço de acolhida que acontece na conclusão dos ritos sacramentais próprio do Sacramento da Ordem. Conforme afirma as rubricas do Pontifical Romano, logo após a ordenação de um novo bispo, “o ordenado se levanta e recebe a saudação de paz do Ordenante principal e de todos os bispos” (Pontifical p. 80). Esta prescrição litúrgica é cumprida, via de regra, à ris- ca nas ordenações episcopais: somente os bispos saúdam o novo bispo. O problema está nas ordenações presbiterais e diaconais. Em cada uma das ordenações, o abraço dado ao ordenado não quer ser uma ocasião de expressar os parabéns por uma vitória alcançada, nem mesmo desejar bons augúrios no exercício ministerial. Este abraço significa acolhida no grau da ordem recebida e, igualmente, acolhida do dom da paz. Por isso as rubricas do Pontifical assim se expressam na Ordenação Presbiteral: “por fim, o Bispo acolhe o ordenado para o abraço da paz. Os presbíteros presentes ou ao menos alguns deles, fazem o mesmo” (p. 132); e na Ordenação Diaconal: “por fim, o Bispo acolhe o ordenado para o abraço da paz. Os diáconos presentes ou ao menos alguns deles, fazem o mesmo” (p. 174). Isto daria mais sobriedade às ordenações e expressaria melhor o sentido teológico deste momento ritual. Mas, e o abraço carinhoso que o ordenado espera por anos receber de seus pais, familiares próximos e padrinhos, e, costumeiramente, é acompanhado de uma explosão de emoção por parte dos envolvidos no abraço e por toda a comunidade reunida? Uma possibilidade será transferi-lo como momento conclusivo dos agradecimentos do Ordenado, antes da benção final. Penso que este seria um contexto de desejar parabéns e expressar o carinho familiar, enquanto o momento ritual será ocasião para que o neo-ordenado se sinta parte de uma nova família espiritual que o acolhe como um irmão mais novo. _______________________ Pe. Roger Matheus dos Santos Pastoral Carcerária na Diocese de Taubaté A Pastoral Carcerária é a presença de Cristo nos cárceres! Tem a missão de evangelizar aqueles que grande parte da sociedade exclui, procurando ter o carinho para com cada irmão prisioneiro sem influenciar-se por nenhum tipo de preconceito. Realizar a visita pela Pastoral Carcerária não compreende em ver as falhas daqueles que estão atrás das grades, mas sim a pessoa dotada de dignidade, sobretudo, enquanto filho de Deus. Todo mês, acontece a reunião ordinária da Pastoral Carcerária, quando são organizadas as missas celebradas em algumas unidades prisionais, como acontece toda quinta-feira na penitenciária 2 masculina. A Pastoral Carcerária está preparando um projeto para a evangelização dos familiares dos encarcerados, a ser desenvolvido no próximo ano. Dias e horários de visita da Pastoral Carcerária às unidades prisionais: Terça-feira: Cadeia pública de Caçapava (10h-11h30min) e casa de Custódia (14h-15h30min); Quinta-feira: Penitenciária 2 feminina (8h-10h30min) e missa na penitenciária 2 masculina – IRT (15h-17h30min); Sexta-feira: Centro de Detenção Provisório - CDP - de Taubaté (8h-10h30min), penitenciária 1 masculina (13h-15h) e penitenciária 2 masculina – IRT (15h-17h30min); Sábado: A cada quinze dias é feita a visita na penitenciária 1 feminina – Santa Maria Eufrásia – (9h-10h) e todos os sábados na penitenciária Dr. Edgar Magalhães de Noronha – PEMANO – (10h-11h30min) * Último domingo do mês: visita e missa na penitenciária 2 masculina – IRT. 12 O LÁBARO Outubro 2014 A serviço da evangelização Falando de Maria E Mãe Aparecida dos pobres, das romarias m 31 de maio de 1931, Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi proclamada Padroeira do Brasil. A minúscula imagem, encontrada por três pobres pescadores no rio Paraíba, em 1717, foi posta numa posição de destaque para o povo brasileiro. A imagem encontrada no Paraíba media 36 centímetros de altura e pesava dois quilos e meio. Segundo peritos, ela teria sido esculpida no século XVII em barro paulista que, depois de cozido, torna-se cinza claro. Vestígios encontrados na imagem revelam que ela originalmente fora pintada de azul e vermelho, as cores oficiais de nossa Senhora da Conceição. Por causa dos longos anos que passou imersa no lodo do rio, e posteriormente ficou exposta ao lume e à fumaça dos candeeiros e velas, a imagem adquiriu a cor que hoje conserva: castanho brilhante. Os três pescadores, protagonistas dessa história, representam o povo brasileiro sofrido do final do século XVII e início do século XVIII, em sua origem: humildes nativos, cujos poucos líderes começavam a se opor aos exploradores europeus. Empenhados por inteiro na árdua ta- Santo do Mês N o dia 15 de outubro, a Igreja celebra a memória de Santa Teresa de Jesus, seu nome religioso, ou Santa Teresa D’Avila, como é mais conhecida. Ela foi reformadora do Carmelo e por seus escritos espirituais, revelando profun- refa de sobrevivência, não conseguiram obter uma consciência nítida das profundas contradições em que foram lançados. O povo tinha somente a miséria, a fé em Cristo e em Nossa Senhora. Expressa também o domínio português e a pobreza da terra que lhe restou. O surgimento de Nossa Senhora Aparecida representa um desabrochar desse povo. Eles começam a se manifestar como tais, justamente naquele tempo: em meio à miséria trazida pela crise que marcou o período intermediário entre o fim do chamado “ciclo do açúcar” e o estabelecimento da mineração como atividade principal da colônia. O surpreendente é o que a Senhora da Conceição Aparecida fez com os pobres, presença em suas vidas, consolo nas aflições e alimento de suas esperanças. Uma imagem esculpida em terras brasileiras e, encontrada no rio Paraíba, enegrecida pela fumaça que circulava nas casas dos pobres pescadores/agricultores, torna-se a protetora da cor do povo. Os pobres pescadores a recolheram em suas redes e ela renasceu dando mais esperança ao povo caboclo, ao povo negro e ao povo pobre da região. A romaria católica estabelece uma distinção especial entre a morada do santo e os fiéis. É esta distinção que o romeiro dramatiza ao deixar seu lugar de trabalho e de lazer, o espaço de sua existência cotidiana, para dirigir-se ao lugar sagrado do santo, onde permanece por um tempo restrito, e volta à sua residência recompensado. As romarias começam, muitas vezes, com uma promessa. Para pagá-la, a pessoa passa a organizar uma ida anual a Aparecida com os vizinhos, fretando um ônibus. A devoção pode, portanto, iniciar com uma necessidade (desemprego, doença, etc.). Os romeiros trazem toda sorte de objetos e assuntos para serem abençoados aos pés de Nossa Senhora Aparecida, elevando assim relações profanas à condição de vínculo com o sagrado. A devoção popular a Nossa Senhora Aparecida é muito significativa. Como lembra-nos o Documento de Aparecida, “a devoção mariana, que contribuiu para nos tornar mais conscientes de nossa comum condição de filhos de Deus e de nossa comum dignidade perante seus olhos, não obstante as diferenças sociais, étnicas ou de qualquer outro tipo”. (n.37). A devoção a Nossa Senhora Aparecida foi lentamente formando-se desde o encontro da imagem nas águas do rio Paraíba através das romarias, histórias que o povo conta, orações, terços, novenas, relatos de milagres, os ex-votos etc. Na imagem os devotos vão colocando o manto e a coroa, sinais visíveis de uma devoção popular que descobriu paulatinamente o sentido do amor à Maria. A Igreja foi redescobrindo a devoção popular a Nossa Senhora, apresentando o sentido teológico das práticas de devoção à Maria Santíssima. A história de Nossa Senhora Aparecida é a imagem da história do povo humilde, continua até hoje, nas pequenas e grandes histórias deste povo. A devoção a Nossa Senhora Aparecida vêm permeada de milagres. Estes prodígios são associados a curas de doenças, a salvação em acidentes ou a libertação de escravos. O milagre é importante na devoção a Nossa Senhora, é o ponto de partida para uma devoção permanente à santa. Na sala dos milagres percebemos todas as manifestações de gratidão dos peregrinos e devotos. A fé na Aparecida suscita a Santa Teresa de Ávila do conhecimento doutrinário, é invocada como doutora da Igreja. Santa Teresa D’Avila é patrona dos educadores. Teresa de Cepeda y Ahumada, nasceu em Ávila, cidade de Castela, na Espanha, em 1515, filha de família nobre. Ainda na infância começou a dar provas de um temperamento decidido. Aos sete anos, depois de ouvir histórias sobre santos mártires, fugiu de casa para buscar o martírio entre os mouros da África. Interceptada e trazida de volta aos pais, disse estar agindo por amor de Cristo. Mas, aos 16 anos, atraída por um jovem, começou a se embelezar e, seu pai, por um compreensível ciúme, para protegê-la, confiou-a a um convento de freiras. Aos 20 anos, contrariando seus pais que planejavam casá-la, decidiu ser freira. Depois de poucos anos de vida regular no Carmelo, ela sentiu um desejo sempre mais insistente de retornar ao primitivo rigor dos carmelitas, sendo objeto de extraordinárias experiências místicas, traduzidas depois, por obediência, em vários tratados de oração mental, citados entre os clássicos da literatura espanhola. Aos 40 anos ocorre a primeira grande virada na vida desta imprevisível santa de idéias generosas. Depois das aflições interiores, dos escrúpulos e daquilo que na mística é chamado de “noite dos sentidos” (trevas interiores, a prova mais dura para uma alma superar), dá-se o encontro iluminador com dois santos de sua época, Francisco de Borja e Pedro de Alcântara. Estes a repõem no bom caminho, na via da total confiança em Deus. Em 1562, ela funda em Ávila o convento reformado das carmelitas descalças, sob o patrocínio de São José. Cinco anos depois, acontece outro decisivo encontro em sua vida, ela conhece João da Cruz, o grande santo da teologia mística, com quem realiza a reforma do ramo masculino da Ordem Carmelita. Os dois foram feitos para se entenderem. Inicia assim aquele singular conúbio, em meio a ardentíssimos arrebatamentos místicos e ocupações práticas do dia-a-dia, que fazem dela, a santa do bom senso, uma contemplativa imersa na realidade. Ela possui a chave para entrar no Castelo interior da alma, “cuja porta de ingresso é a oração”, mas ao mesmo tempo sabe tratar admiravelmente de matérias econômicas. “Teresa”, diz ela com perspicácia, “sem a graça de Deus é uma pobre mulher; com a graça de esperança, anima o peregrino a dar mais alguns passos. Ela é Mãe, a Senhora dos doentes, dos escravizados, dos acidentados, dos que passam fome. A devoção à Aparecida, em sua Imagem de cor morena, foi associada à libertação dos escravos e à raça negra. Aparecida é mulher inserida no mundo e, no entanto, sempre fugindo das armadilhas dos poderosos para sustentar a vida dos filhos necessitados. Ela prepara os homens para receber e viver o Evangelho de Jesus de Nazaré, “vida plena para todos” (Jo 10,10). Há muitas preces, homenagens, orações, poesias que expressam o sentimento e o significado da Mãe Aparecida para os brasileiros. A Senhora Aparecida apareceu para prover o alimento; apareceu para suscitar a segurança nas mudanças históricas; apareceu para fortificar o clamor e as lutas dos escravos negros; apareceu para fazer renascer a esperança aos doentes, deficientes, desorientados, acidentados e, enfim, apareceu para recordar a meta de seu Filho Jesus de Nazaré e nossa: vida em abundância para todos. _______________________ Prof. José Pereira da Silva Deus, uma força; com a graça de Deus e muito dinheiro, uma potência”. Viaja pela Espanha de alto a baixo (era chamada a “freira viajante”) para erigir novos conventos reformados e revela-se uma hábil organizadora. Escreve a história da própria vida, “O Livro da Vida”, um livro de confissões extraordinariamente sinceras: “Como me mandaram escrever o meu modo de fazer oração e as graças que o Senhor me fez, eu queria que me tivessem concedido o poder de contar minuciosamente e com clareza os meus grandes pecados”. Duas outras obras revelam sua espiritualidade vigorosa e uma sabedoria dotada do alto, estas são “Caminho da Perfeição” e “Livro das Moradas” ou “Castelo Interior”. Essa última, considerada sua obra prima, descreve em detalhes, sua experiência de oração e constitui o patrimônio literário da mística cristã quer da Espanha, quer da Igreja Universal. Morre em 1582 pronunciando as palavras: “Sou filha da Igreja”. Em 1970, o Papa Paulo VI proclamou-a doutora da Igreja. O LÁBARO Outubro 2014 A serviço da evangelização Agenda Diocesana NOVEMBRO liação e confraternização. 01/sab – Aniversário de Ordenação Sacerdotal de Dom Antonio Afonso de Miranda, sdn (68 anos). 17/seg – Decanato Taubaté III, formação CF/2015 (Paróquias do Senhor Bom Jesus e de São José), 20h, Paróquia São José, Tremembé. 01/sab – SAV, Encontro de Discernimento Vocacioanl (1ª Etapa), 8h às 17h, no Seminário Diocesano Cura D’Ars. Crisma no presídio de Tremembé No dia 18 de setembro, durante celebração eucarística, Padre Gabriel Henrique de Castro, Assessor Diocesano para a Pastoral Carcerária, administrou o Sacramento do Crisma a sete encarcerados no IRT (Instituto de Reeducação de Tremembé). Para esse ato, Padre Gabriel recebeu delegação especial de Dom Carmo, que não pode administrar o crisma aos detentos por conta de compromissos assumidos anteriormente. A celebração foi possível porque os sete crismandos dedicaram-se perseverantemente à catequese preparatória dada pela Pastoral Carcerária, sob a coordenação de José Aparecido Dinallo. 01/sab – Liturgia, reunião com coordenadores paroquiais e música ritual, 14h30, Colégio Padre Anchieta. 18/ter – Decanato Taubaté III, formação CF/2015 (Paróquias Ssma Trindade, Sagrado Coração de Jesus, Espírito Santo e N. Sra Aparecida), 20h, Paróquia Sagrado Coração de Jesus. 01/sab – Movimento Apostólico de Schoenstatt – Romaria a Aparecida. 19/qua – Diacônio, reunião de coordenação, 19h30min, Cúria Diocesana de Taubaté. 02/dom – SAV, encontro de discernimento vocacional (2ª etapa), das 8h às 17h, Seminário Diocesano Cura D’Aras. 21/sex – Encontro de diáconos e esposas, 19h30min, Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima. 02/dom – RCC, Conselho Mensal, Taubaté. 22/sáb – Assembléia Diocesana de Pastoral, 8h, Seminário Cura D’Ars Aniversários auxiliares paroquiais 03/seg – Pastoral Familiar, reunião ordinária, 20h, Comunidade N. Sra de Lourdes, Taubaté. 22/sáb – Pastoral da Criança, RRA, reunião mensal, da 8 às 12 horas, Cúria Diocesana de Taubaté. OUTUBRO 05/qua – Reunião do Conselho de Presbíteros, 8h30min., Cúria Diocesana de Taubaté. 22/sáb – Liturgia, confraternização da Comissão Diocesana, 20h, Seminário Diocesano Santo Antonio. De 7 a 9 – RCC, Congresso Diocesano para Ministério de Pregadores, Taubaté 22/sáb - Pastoral da Pessoa Idosa, reunião da equipe diocesana, 14h30, Cúria Diocesana de Taubaté. 04 Eliane (Par. N. Sra. Rosário de Fátima – Pinda) 05 Patrícia (Comunidade N. Sra. Aparecida) 12 Alessandra (Par. S. Vicente de Paulo – M. César) 23 Natália (Par. N. Sra. Assunção – Pinda) 24 Cidinha (Par. N. Sra. Mãe da Igreja) 08/sáb – Pastora Familiar, reunião sub-região de Aparecida, 8h, Comunidade Nossa Senhora de Lourdes, Taubaté. 08/sáb – Pastoral do Batismo, reunião com coordenadores paróquias ou representantes, 14h, Cúria Diocesana de Taubaté. 08/sáb – Movimento Apostólico Schoenstatt – reunião com coordenadores, das 15 às 17horas, Cúria Diocesana de Taubaté. De 8 a 9 – Cursilhos de Cristandade, cursilho, Casa de Cursilhos. Aniversários: Bispos, Padres e Diáconos Outubro Natalício 13 01 - Diác. Eliseu Amâncio da Silva 02 - Pe. Décio Luiz da Silva Santos 04 - Pe. Armindo Antônio Kunz, scj 08 - Diác. Hélio do Nascimento 08 - Diác. Sinvaldo Souza Amorim 09 - Pe. Sílvio Lira de Menezes, sjc 09 - Diác. José Sileno Bernardes Gil 09 - Diác. Elizeu José dos Santos 09 - Diác. Jorge Fumio Muta 10 - Pe. José Julio Azarito 11 - Pe. Alan Rudz de Carvalho Rebelo 13 - Pe. Luís Lobato dos Santos 14 - Diác. Paulo Dias 19 - Pe. Aloísio Wilibaldo Knob, scj 24 - Pe. Kleber Rodrigues da Silva 26 - Pe. Valter Galvão da Silva 29 - Pe. Ricardo Luís Cassiano 29 - Pe. Jorge de Paula Monteiro, scj 30 - Pe. Joaquim Calegari, msj Ordenação 03 - Diác. Fausto Cursino de Moura 04 - Diác. Adilson José Cunha 04 - Diác. Otto Luiz Martins Nunes 04 - Diác. Petrus Eugênio Lencioni 06 - Pe. Fausto Teixeira Rezende 08 - Pe. José Afonso Lobato 10 - Diác. Júlio César de Felippe 10 - Diác. Sebastião Enéas dos Santos 18 - Pe. Antônio Cláudio Dias Barbosa 18 - Diác. Carlos Domingos 18 - Diác. Elias Tarciso dos Reis 18 - Diác. José Sileno Bernardes Gil 19 - Diác. José Rodrigues 19 - Diác. João Batista da Costa 09/dom – Pastoral da Criança, Encontro Anual, das 8 às 16 horas, Decanato de Pindamonhangaba. 10/seg – Pastoral Presbiteral, almoço de confraternização, Chácara dos Padrres. 11/ter – Catequese, reunião Sul 1 para ava- De 22 a 23 – Movimento Shalom, CLC Curso de Liderança Cristã, 7h, Casa do Shalom. 23/dom – Solenidade de Cristo Rei, Dia do Leigo e da Leiga. 26/qua – Reunião da COPS, 19h, Cúria Diocesana de Taubaté. De 28 a 30 – SAV, Retiro de Opção dos Vocacionados da 2ª Etapa. 29/sáb – Catequese, reunião de avaliação e confraternização da equipe diocesana e representantes dos decanatos, 9h, Cúria Diocesana de Taubaté. 29/sáb – COPS, Feira da Solidariedade. 29/sáb – COMIDI e IAM, das 9 às 11 horas, Cúria Diocesana de Taubaté. 14 O LÁBARO Outubro 2014 A serviço da evangelização Entrevista do mês: Diácono Cipriano e o seu testemunho sobre a missão na Amazônia Por Pe. Jaime Lemes, msj Ordenado diácono, no dia 23 de agosto deste ano, Cipriano Alexandre de Oliveira, desde 2006, quando ingressou no Seminário da Diocese de Taubaté, trilha o itinerário para o sacerdócio. Durante o tempo de formação, por três vezes foi em missão para a Amazônia. Neste mês, dedicado às missões, ele partilha conosco um pouco de sua experiência missionária. O Lábaro: Ainda como seminarista você teve a oportunidade de fazer algumas experiências missionárias na Amazônia. Isso já era um desejo seu ou foi por força de um convite ou um mandato? Diác. Cipriano: Sempre O Lábaro: Como surgiu a sua vocação ao sacerdócio e como foi tomar a decisão de fazer esse caminho? Diác. Cipriano: Sem- pre admirei a vida sacerdotal. Desde pequeno, quando participava das missas com minha família, ficava imaginando como seria a vida de um padre, o cuidado para com o povo. Na minha adolescência, pensei em procurar o seminário, mas, depois de muito pensar, cheguei à conclusão de que eu apenas admirava, que não tinha vocação para a vida sacerdotal. Comecei a trabalhar aos 15 anos num mercadinho perto de casa e praticamente deixei de lado essa possibilidade. Trabalhei até aos meus 21 anos, quando ingressei na Polícia Militar do Estado de São Paulo. Nesse período, eu namorava, saía com os amigos, ou seja, vivia uma vida normal, assim como qualquer jovem de minha idade. Contudo, no ano de 2004, após terminar meu namoro, pensei na possibilidade de procurar novamente o seminário, ao menos para conhecer. Como a PM havia me transferido da cidade Santo Antônio do Pinhal para Campos do Jordão, procurei fazer uma orientação espiritual, com o então pároco da época, padre Valderi Tavares, da paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus. Depois de muito conversar, ele me indicou a sua própria congregação (Joseleitos de Cristo) e a nossa diocese. No ano de 2005, comecei a frequentar os encontros no nosso seminário diocesano Santo Antônio. No meio desse mesmo ano, consciente de que gostaria de ingressar, pedi dispensa da PM, e no ano de 2006, iniciei o meu primeiro ano no Convívio propedêutico São José. tive um “espírito” aventureiro. Gosto de conhecer novas realidades, ainda mais quando essas são desafiadoras. Sempre ouvia falar em missões na Amazônia, dos depoimentos de padres e religiosos(as) nos jornais e revistas de missão. Certa vez, na Faculdade Dehoniana, o padre Alessandro, da diocese de Caraguatatuba, fez uma exposição no auditório sobre uma experiência que ele havia feito na Amazônia. Confesso que fiquei encantando com a realidade missionária. No ano de 2010, foi enviado para as casas de formação um DVD convidando os seminaristas para a missão. Após assisti-los, procurei o reitor e manifestei o desejo de fazer tal experiência. Imediatamente ele acatou o meu pedido e de mais dois colegas de turma. No final daquele ano partimos para a experiência de 40 dias na diocese de Santarém – Pará. O Lábaro: Em que lugares especificamente você atuou e qual era o trabalho desenvolvido? Diác. Cipriano: A pri- meira experiência foi na diocese de Santarém. Depois, mais duas experiências na arquidiocese de Porto Velho, em Rondônia. Na diocese de Santarém, a experiência missionária foi de 40 dias, dividida em duas etapas de 15 dias em cada área pastoral. Os demais dias eram para retiros e avaliação das atividades realizadas. O nosso trabalho consistia em visitação nas casas, celebrações, formações e, acima de tudo, em conviver com a realidade do povo da Amazônia. Saímos com eles para a caça, pesca e também nos trabalhos na lavoura. As comunidades em que ficamos durante os 40 dias eram locais remotos. Só para chegarmos lá, tínhamos que viajar de barco pelos rios Amazonas e Tapajós, cerca de 19 horas. Sendo assim, não tínhamos acesso à luz elétrica, água encanada e celular. Nossa vida era acompanhar o ritmo deles. Durante o dia visitávamos as casas e à noite fazíamos formações à luz de velas, lamparinas ou lâmpadas ligadas nos geradores de energia. Nos demais tempos livres, participávamos da rotina da comunidade. Já na arquidiocese de Porto Velho, as duas experiências que participei foram de 30 dias cada, também composta por retiros e visitas às casas, bênçãos, formações, etc. Em Rondônia, diferente de Santarém, onde praticamente fazíamos tudo de barco, tínhamos a possibi- lidade de locomovermos de carro e moto. Mesmo sendo lugares distantes da capital, a grande maioria das comunidades já possuía luz elétrica e até mesmo comunicação via telefone celular. Devido à luz elétrica, todas as noites fazíamos celebrações e formações nas capelas e casas, e podíamos ficar informados do que estava acontecendo no mundo por meio dos noticiários. O Lábaro: Como é ser missionário na Amazônia e em que isso se difere dos trabalhos pastorais que você realizou antes? Diác. Cipriano: Na Amazônia tudo é diferente. A começar pelo clima e alimentação. Leva um bom tempo O LÁBARO Outubro 2014 A serviço da evangelização para acostumarmos com a realidade local. Realizar um trabalho missionário naquelas terras exige de nós um esvaziamento total. Tudo é muito distante, a precariedade dos serviços básicos de saúde, de educação é gritante. O missionário que se dispõe a servir naquelas terras deve fazer um verdadeiro despojamento, abrindo mão do conforto, da vida cômoda. Deve ser, acima de tudo, um apaixonado pelo povo pobre e simples, pois esse o povo padece de muitas mazelas. Aqui no sudeste, temos facilidades de locomoção, de comunicação, e isso significa conforto. Para ser missionário na Amazônia é preciso se despojar de tudo isso e ir somente com o desejo de anunciar a Boa notícia, sem levar, cajado, duas túnicas... nada, assim como pediu Jesus. Mesmo porque lá se caminha muito e essas coisas atrapalham a viagem. Fazer missão por lá é, acima de tudo, evangelizar numa linguagem simples para um povo sedento da palavra do Senhor. O Lábaro: Quais foram os maiores desafios que você enfrentou na missão? Diác. Cipriano: Confesso que a alimentação e o medo das doenças foram meus maiores desafios. Alimentar de caças, principalmente de carnes de macaco, tartaruga, foram as piores situações que vivi. Tomar banho no Rio Amazonas, com aquelas águas barrentas, foi desafiador. Além do banho, também usávamos a mesma água do rio para o consumo. Visitar as dezenas de comunidades de barco, subindo e descendo aqueles igarapés, também foi um grande desafio. Outra realidade presente é a dengue e a malária. Como não existe vacina para essas duas doenças, o único jeito era nos proteger por meio de repelentes e orações. samos imaginar. Aprendi que a nossa Igreja tem, em cada lugar, um rosto diferente. Aprendi que também devo buscar uma fé simples, pura. Eles nunca sentaram num banco acadêmico, mas conhecem Jesus por meio da simplicidade que se revela no cotidiano de suas vidas. A grande mudança que ainda trabalho em mim é perceber que as distâncias não são impedimentos para buscar o Senhor, e muito menos para anunciá-lo. Presenciei testemunhos de pessoas que percorriam longas distâncias de barco para participar da santa Missa apenas uma vez por ano, por ocasião da festa do seu padroeiro. Guardo na lembrança as palavras de uma senhora muito idosa, a dona Ana: “Meu filho, já estou velha, sei que não viverei muito tempo. Também sei que nunca mais verei você por aqui. Mesmo que volte, sinto que até lá eu já tenha morrido. Espero que seja um bom padre e se Deus assim permitir, um dia hei de encontrar com você de novo no céu!” Analfabeta, dona Ana nunca ouviu a palavra escatologia, mas me ensinou de modo simples a teologia da esperança. O Lábaro: Quais as suas expectativas em relação ao ministério sacerdotal? Tem planos de voltar para a missão na Amazônia? Diác. Cipriano: Pretendo ser ordenado presbítero em breve. Já manifestei ao nosso bispo a vontade de voltar nas missões como padre. Inclusive, o arcebispo de Porto Velho, dom Esmeraldo, fez esse convite há pouco tempo. Eles precisam e muito de padres para a região da Amazônia. Segundo pesquisas, quase metade do clero aqui do Brasil se concentra no sul e sudeste. Eis o grande desafio, não só para mim, mas para todos. A Amazônia nos convida a fazer uma experiência por aquelas terras. O Lábaro: O que mais te O Lábaro: Neste mês misencantou na Amazônia? sionário, que mensagem você Diác. Cipriano: Duas deixa aos nossos leitores? coisas me encantaram: a simDiác. Cipriano: A diplicidade e a acolhida do povo e as belezas naturais. O rio Amazonas é lindo. Com as suas águas barrentas e extensões quilométricas. Tudo lá é bonito pela própria natureza. O Lábaro: O que significou para você esse tempo de missão? O que mudou na sua vida e na sua perspectiva vocacional? Diác. Cipriano: Aprendi que com pouco também se vive. Que a vida acontece nos lugares mais remotos que pos- mensão missionária é para todos os batizados. Somos enviados a anunciar Jesus Cristo, mesmo não saindo de nossa própria realidade. Devemos anunciar e testemunhar a nossa fé no Cristo vivo e ressuscitado sempre, onde quer que estejamos. O papa Francisco tem insistido que todo o nosso trabalho pastoral deve ser pensando numa perspectiva missionária. Uma Igreja de saída, que vai até as periferias, geográficas e existenciais, para anunciar, com alegria, a verdade que liberta e salva. 15 16 O LÁBARO Outubro 2014 A serviço da evangelização Paróquias e Horários de Missa DECANATO TAUBATÉ I Decano: Pe. Luis Lobato dos Santos PARÓQUIA DA CATEDRAL DE SÃO FRANCISCO DAS CHAGAS Mons. Marco Eduardo 3632-3316 sábado 12h • 16h domingo 7h • 9h • 10h30 • 18h30 • 20h ...................................................... Convento Santa Clara sábado PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO BELÉM Pe. Celso Luiz Longo 3621-5170 Matriz Nossa Senhora do Belém domingo 9h30 • 19h30 PARÓQUIA SÃO VICENTE DE PAULO Pe. Éderson Rodrigues 3621-8145 Matriz: São Vicente de Paulo domingo 7h • 10h • 17h • 19h30 7h • 9h • 11h • 19h ...................................................... Santuário da Adoração Perpétua (Sacramentinas) domingo 8h30 ..................................................... Igreja de Santana domingo 9h30 (Rito Bizantino) PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO Mons. José Eugênio 3632-2479 Matriz Santuário de Santa Teresinha Pe. Antônio Fernando da Costa domingo 19h DECANATO TAUBATÉ II Denaco: Pe. Arcemírio Leôncio Carvalho, msj. PARÓQUIA SAGRADA FAMÍLIA Pe. Arcemírio, msj 3681-1456 Matriz: Sagrada Família domingo 8h • 10h30 •17h • 19h PARÓQUIA SANTA LUZIA Côn. Carlos Antonio da Silva 3632-5614 domingo sábado PARÓQUIA MENINO JESUS 19h Pe. Renato Marques, msj 3681-4334 PARÓQUIA SANTO ANTÔNIO DE LISBOA Côn. Elair Ferreira 3608-4908 Igreja de Santo Antônio de Lisboa (Vila São José) domingo 8h • 20h Pe. Luís Lobato 3633-2388 Matriz: São José Operário sábado 12h • 18h. domingo 7h • 10h30 • 18h • 20h PARÓQUIA SÃO PEDRO APÓSTOLO PARÓQUIA Nª Sra. Aparecida Côn. Paulo César Nunes de Oliveira sábado 19h30 • 10h • 19h PARÓQUIA SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS Pe. Aloísio Wilibaldo Knob, scj 3621-4440 Matriz: Sagrado Coração de Jesus sábado 17h domingo 7h • 9h30 • 17h30 • 19h30 PARÓQUIA SENHOR BOM JESUS Pe. José Vicente 3672-1102 Matriz: Basílica do Senhor Bom Jesus domingo 7h • 8h30 • 10h • 17h • 18h30 • 20h Igreja São Sebastião Missa:18h (Rito Bizantino) PARÓQUIA SÃO JOSÉ PARÓQUIA NOSSA SENHORA MÃE DA IGREJA domingo Pe. Octaviano, scj 3411-7424 Matriz: Santuário São Benedito 7h • 9h30 • 17h30 • 19h30 PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO Pe. Celso Batista de Oliveira, sjc 3686-1864 Matriz: Nossa Senhora da Conceição (Quiririm) sábado 19h domingo 8h • 18h PARÓQUIA SÃO SEBASTIÃO Pe. Fábio Modesto 3633-5906 domingo 8h • 10h • 19h domingo PARÓQUIA S JOÃO BOSCO 8h • 9h30 • 17h • 18h30 • 20h Matriz: Nossa Senhora das Graças domingo 7h • 9h • 10h30 • 19h Pe. Alan Rudz 3672-3836 Pe. Rodrigo Natal 3629-4535 Matriz: São Pedro Apóstolo Pe. Alberto Aparecido Ferreira Matriz Imaculado Coração de Maria domingo 8h • 11h • 19h domingo PARÓQUIA SÃO JOSÉ OPERÁRIO PARÓQUIA SANTÍSSIMA TRINDADE PARÓQUIA JOÃO PAULO II Matriz: Santa Luzia domingo 10h • 19h 6h30 • 8h • 9h30 • 17h • 19h Decano: Pe. Antônio Marcondes Barbosa, scj. domingo 8h 7h • 19h domingo DECANATO TAUBATÉ III Pe. Ricardo Luís Cassiano 3631-2510 domingo 7h • 10h30 • 19h Matriz: São José (Jardim Santana) sábado 18h30 7h30 • 10h30 • 17h • 19h30 PARÓQUIA ESPÍRITO SANTO Pe. Antônio Barbosa, scj 3602-1250 domingo 10h • 19h DECANATO CAÇAPAVA Decano: Pe. Décio Luiz da Silva Santos PARÓQUIA NOSSA SENHORA D’AJUDA Pe. Sílvio Dias 3652-2052 Matriz: São João Batista domingo 6h30 • 9h30 • 11h • 18h30 PARÓQUIA SÃO JOSÉ OPERÁRIO Pe. Kleber Rodrigues da Silva 3653-4719 Matriz: São José Operario sábado 19h domingo 9h • 19h PARÓQUIA SANTO ANTONIO DE PÁDUA PARÓQUIA SÃO VICENTE DE PAULO PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO Pe. Décio Luiz 3652-6825 Côn. Geraldo 3637-1981 Pe. Antonio Claudio 3677-4152 Matriz: Santuário Santo Antônio de Pádua domingo 7h • 9h • 19h .................................................... Comunidade de São Pedro: Vila Bandeirante domingo 17h PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA ESPERANÇA Côn. José Luciano 3652-1832 Matriz: Nossa Senhora da Esperança domingo 10h • 19h PARÓQUIA SÃO PIO X Frei Deonir Antônio, OFMConv 3653-1404 Matriz: São Benedito domingo 6h30 • 9h30 • 11h • 18h • 20h PARÓQUIA DO MENINO JESUS Pe. Carlos Alberto 3652-8459 Matriz: Menino Jesus domingo 6h30 • 10h • 19h PARÓQUIA NOSSA SENHORA DAS DORES Pe. Gracimar Cardoso 3978-1165 Matriz: Nossa Senhora das Dores domingo 8h • 19h Igreja Matriz: São Vicente de Paulo (Moreira César) domingo 7h • 9h • 19h30 PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DE FÁTIMA Côn. Francisco 3642-7035 Matriz: Nossa Senhora do Rosário de Fátima domingo 7h30 • 9h • 19h PARÓQUIA SÃO LUIZ DE TOLOSA PARÓQUIA SÃO MIGUEL ARCANJO (ARARETAMA) Matriz: São Luiz de Tolosa (São Luiz do Paraitinga) domingo 8h • 10h30 • 19h Pe. Edson Carlos Alves da Silva 3643-6171 Matriz: São Miguel Arcanjo domingo 8h • 19h PARÓQUIA SÃO BENEDITO (Moreira César) Pe. Antônio Carlos Monteiro 3641-1928 Matriz: São Benedito (Vila São Benedito) domingo 8h Decano: Pe. Vitor Hugo Porto PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO BOM SUCESSO Côn. Luiz Carlos 3642-2605 Matriz: Santuário Nossa Senhora do Bom Sucesso domingo 7h • 9h • 11h • 18h PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃO Pe. Celso Aloísio 3642-1320 Matriz: São Benedito domingo 7h • 9h30 • 18h • 19h30 PARÓQUIA NOSSA SENHORA RAINHA DOS APÓSTOLOS (Cidade Jardim) Côn. Joaquim Vicente dos Santos domingo 8h • 19h Pe. Álvaro (Tequinho) 3671-1848 DECANATO SERRA DA MANTIQUEIRA Decano: Pe. José Batista da Rosa PARÓQUIA SANTA TEREZINHA DO MENINO JESUS Pe. José Alberto Luna Cavalcante (Pe. Beto), sjc 3662-1740 Pe. Geraldo Lelis, 3648-1336 Igreja Matriz: Santa Terezinha do Menino Jesus (Abernéssia) domingo 7h • 9h • 19h Igreja Matriz: São Cristóvão domingo 7h • 19h PARÓQUIA SÃO BENEDITO PARÓQUIA SÃO CRISTÓVÃO Cidade Nova PARÓQUIA NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS Pe. Vitor Hugo 12 3522-5318 DECANATO PINDAMONHANGABA Matriz: Nossa Senhora da Conceição - Natividade da Serra (Bairro Alto) domingo 10h (2º e 4º Domingos do mês) 1º e 3º domingos 10h • 18h30 2º, 4º e 5º domingos 7h • 10h • 18h30 Pe. Vicente Batista, sjc 3663-1340 Matriz: São Benedito (Capivari) domingo 10h30 • 18h PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA SAÚDE Pe. José Rosa 3662-2919 DECANATO SERRA DO MAR domingo 10h • 20h Decano: Côn. Amâncio Calderaro Júnior PARÓQUIA SANTA CRUZ PARÓQUIA SÃO BENTO DO SAPUCAÍ Côn. Amâncio 3676-1228 Matriz: Santa Cruz (Redenção da Serra) domingo 8h • 18h30 Pe. Ronaldo, msj 3971-2227 Matriz: São Bento domingo 8h • 10h • 18h PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA NATIVIDADE Pe. Alexandre 3677-1110 Matriz: Nossa Senhora da Natividade (Natividade da Serra) domingo 9h30 • 19h PARÓQUIA SANTO ANTONIO DO PINHAL Pe. João Miguel da Silva 3666-1127 Matriz: Santo Antônio domingo 8h • 10h • 19h Participe do jornal O LÁBARO Envie suas dúvidas sugestões críticas [email protected] | facebook.com/olabaro (12) 3632-2855