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RELATÓRIO DE PROJETO DE PESQUISA
Nome do Projeto: A NOÇÃO DE SAÚDE PARA OS ACADÊMICOS DE
NATUROLOGIA APLICADA
Protocolo: 2048
Nome do(a) Proponente ou Orientador(a): Ingrid Thaís Beltrame Botelho
Nome do(a) Bolsista: Carolina de Paiva Gonçalves Campos
Campus/Unidade: Campus Norte – Unidade Pedra Branca
Data do Relatório: 15/09/2008
Tipo do Projeto:
( ) PUIC Disciplina
(
) PUIC Continuado
( X ) PUIC Individual
1. Introdução
O conceito de saúde é uma questão abordada há muito tempo e de
diversas maneiras, pois é fruto de experiências vividas e se adequa às
necessidades de cada época. Para Capra (2006, p. 314), “[...] uma vez
percebida a natureza subjetiva do conceito de saúde, torna-se claro que as
noções de saúde e doença são fortemente influenciadas pelo contexto cultural
em que elas ocorrem”. Um exemplo disso é a medicina hipocrática que,
segundo Gordon (1998, p. 120), é baseada na
[...]
observação
respeitosa
da
natureza
e
nos
experimentos feitos a partir dela, além de uma profunda
avaliação dos seus mistérios. [...]. Hipócrates analisava o
contexto social e ecológico em que a doença ocorre e o
modo
como
suas
manifestações
físicas
condicionadas por forças psicológicas e espirituais.
são
Vincent Preissnitz (1799-1851) também relacionava a saúde com o
contato do indivíduo com a natureza; para ele, a cura ocorria mediante a
caminhada em florestas e ao longo dos rios (BRATMAN, 1998)
A mudança desta visão até então corrente, ocorreu no século XVII,
quando surgiu a visão higienista de saúde, que atribuía aos sistemas de
saneamento, à qualidade do ar e da água e ao acúmulo de dejetos e
cadáveres, o aparecimento das doenças. Após este momento, as enfermidades
começaram a ser associadas às condições de trabalho e a determinadas
ocupações, revelando uma preocupação com a saúde de grupos (ROSEN,
1994). Durante a eclosão da Revolução Industrial, se instalou a visão biológica
de saúde, que segundo Azevedo (2006) reduziu a causa da doença a um único
fator, confirmando a concepção reducionista dos organismos como máquinas,
cujo desarranjo pode ocorrer devido ao mau funcionamento de um único
mecanismo.
Atualmente um dos conceitos mais comentados é o da OMS
(Organização Mundial da Saúde) que define saúde como a situação de perfeito
bem estar físico, mental e social e não apenas ausência de doença (WHO,
1946), no entanto, discute-se como seria a avaliação desta perfeição, se esta é
influenciada pelas crenças e valores de cada sujeito (SEGRE, 2007).
Entretanto, na maioria das vezes persiste a visão do indivíduo segmentado em
partes do corpo cada vez menores e, com ela a conseqüente redução da saúde
a um funcionamento mecânico. O papel do médico neste contexto é
meramente o manipulador de uma técnica que conserta o defeito de uma
máquina (CAPRA, 2006).
Neste contexto, nasce a Naturologia, uma ramificação recente da área
da saúde que leva em consideração aspectos físicos, psíquicos, emocionais,
energéticos e culturais, além de suas complexas interações para entender o
ser humano. Ela compreende o indivíduo como um ser integrado, resgatando a
utilização das práticas naturais e de conhecimentos antigos pertencentes,
principalmente, às Medicinas Tradicionais Chinesa, Ayurveda e Xamânica
(HELLMANN; MARTINS, 2008).
Modificando o contexto histórico e geográfico, as medicinas tradicionais
orientais enfatizam que nossa saúde depende não apenas de diagnósticos
cuidadosos e tratamentos adequados, mas também da restauração do
equilíbrio natural, social e espiritual (GORDON, 1998). A relação do homem
com o meio e seu equilíbrio, a centralização da saúde ao invés da doença e o
incentivo da manutenção de ambientes harmônicos e geradores de saúde são
aspectos levados em consideração por essas filosofias.
O naturólogo, desta forma é um agente da saúde que desempenha o
papel de facilitador do processo de entendimento das questões físicas,
emocionais e energéticas do indivíduo. O interagente, indivíduo tratado pelo
naturólogo, tem papel ativo no seu processo bem como o terapeuta, que
também é suscetível a aprendizados, fazendo com que o tratamento seja o
produto de uma interação recíproca entre eles.
A noção de saúde se faz portanto, extremamente necessária para
direcionar um método de tratamento, estabelecer uma meta de trabalho, além
de proporcionar o entendimento do perfil do profissional e a dimensão do seu
papel na comunidade. A Naturologia, sendo uma profissão recente e em
desenvolvimento, parece ainda estar envolvida com os conceitos mais atuais
do binômio saúde-doença e precisa adquirir uma diretriz para seu
fortalecimento e reconhecimento frente à sociedade. Além disso, é essencial o
estabelecimento de uma linguagem homogênea e objetiva entre os
profissionais e acadêmicos da área, o que não subestima, de modo algum, sua
complexidade real ou busca o conforto da verdade comprovada cientificamente
(que apenas transmite a imagem segura de certeza e inquestionabilidade), mas
visa promover a discussão e a reflexão sobre o que a Naturologia propõe,
integra, objetiva e necessita.
2. Objetivos
2.1 Objetivo Geral
Pesquisar a noção de saúde de que participa a comunidade discente do
curso de Naturologia Aplicada.
2.2 Objetivos Específicos
- Sistematizar as noções de saúde das medicinas tradicionais orientais e
demais correntes que embasam a Naturologia;
- Elaborar um questionário para coleta de os dados necessários para a
pesquisa em questão.
- Estabelecer a relação do resultado da pesquisa bibliográfica com os dados
alcançados na pesquisa de campo.
3. Material e Métodos
Este trabalho dividiu-se em duas frentes: a pesquisa bibliográfica e o
levantamento empírico. Na primeira, realizou-se uma revisão de literatura
relacionada às diferentes correntes que repercutem no entendimento sobre a
noção de saúde utilizada no curso de Naturologia Aplicada da Universidade do
Sul de Santa Catarina (UNISUL). Nessa revisão foram utilizados os dados
encontrados na literatura para a construção do referencial teórico deste estudo,
abordando cada uma das correntes do curso. Foram utilizados artigos e livros
localizados nas bibliotecas da Unisul e bancos de dados.
Na segunda etapa metodológica foi elaborado um questionário (ANEXO
I) constituído por uma questão fechada contendo alternativas livres. Tal
instrumento de coleta de dados foi entregue a duzentos acadêmicos do curso
de Naturologia Aplicada da Unisul e aplicados durante as atividades
acadêmicas (antes ou logo após as aulas). Os alunos foram convidados a
responder os questionários anonimamente. As alternativas eram referentes aos
vários conceitos de saúde coletados durante a revisão bibliográfica. As noções
de saúde de cada corrente seguida pelo curso de Naturologia não foi informada
no questionário.
Os dados obtidos com os questionários foram repassados ao
programa Microsoft Excel que auxiliou na quantificação em porcentagens dos
dados e na construção de gráficos.
4. Resultados:
4.1 Pesquisa bibiográfica
Dos 71 livros pesquisados, apenas 41 foram selecionados para esta
pesquisa e apenas 3 dos 15 artigos consultados foram selecionados por
apresentarem linguagem mais acessível e condizente com o trabalhado no
curso de Naturologia Aplicada. Os resultados abaixo referem-se aos vários
conceitos de saúde/doença abordados no curso de Naturologia Aplicada e com
os quais os alunos, portanto, deveriam se identificar.
Medicina Tradicional Chinesa
“Há mais de 5.000 anos os médicos chineses acreditam que saúde não
é só ausência de doença, mas sim o equilíbrio harmônico do ser humano como
um todo.” (JIA, 2004, p.13). Maciocia (2007, p. 23) afirma que “[...] corpo e
mente não são vistos como um mecanismo, mas como um círculo de energia e
substâncias vitais interagindo uns com os outros para formar o organismo [...]”
que, por sua vez, se integra com a natureza, de maneira que as mudanças
ambientais podem direta ou indiretamente afetá-lo.
A medicina tradicional chinesa corrobora com os preceitos básicos da
física moderna e da medicina hipocrática ao conceber o corpo humano como
um todo orgânico e a relação entre o ser humano e a natureza como uma
unidade integrada.
Segundo Shang (1999, p26), para a Medicina Tradicional Chinesa, “[...]
as várias partes do corpo são inseparáveis na sua estrutura, os órgãos e suas
funções fisiológicas estão inter-relacionados e influenciam-se mutuamente por
qualquer distúrbio ou patologia”.
Os chineses vêem os seres humanos como um
microcosmo dentro de um macrocosmo universal. Os
princípios que regem o funcionamento da “maquinaria”
interna
dos
seres
humanos
se
refletem
nos
relacionamentos universais do fluxo energético. Um dos
conceitos básicos o fluxo de energia é a existência do chi
ou qi, uma singular substância energética que flui do
ambiente para o corpo. (GERBER, 2003, p. 143)
Ross (2003) afirma que o Chi é utilizado de um modo muito sutil para
descrever os padrões de fluxo e flutuações no organismo humano, bem como
trocas contínuas entre o este e seu meio ambiente.
Segundo Gerber (2003, p. 144),
[...] para a filosofia chinesa, uma vida sadia é aquela que
apresenta um bom equilíbrio entre as forças yin e yang, a
manutenção do perfeito equilíbrio entre yin e yang resulta
numa igualmente perfeita saúde física, mental e espiritual.
Vectore (2004) afirma que o yin e o yang são pólos de uma mesma
coisa, forças opostas, porém complementares que regulam os padrões de
organização na natureza, explicitando, mais uma vez, a visão chinesa holística
e integradora, que não cede espaço à dicotomia.
O sistema dos cinco elementos que compõe a medicina chinesa: água,
madeira, fogo, terra e metal, segundo Hicks e Mole (2007), rege os padrões de
funcionamento do corpo e estão associados a cores, sabores, sons, órgãos e
funções do corpo e da mente. Para Tian (1993, p. 20), “[...] supõe que a
existência do mundo material depende da promoção e restrição mútua entre
tais elementos”, ou seja, como yin e yang, eles são interdependentes e estão
em constante movimento.
O livro Fundamentos Essências da Acupuntura (MAIKE, 1995, p. 53)
afirma que “[...] os meridianos e colaterais estão distribuídos por todo corpo
humano, ligando os órgãos internos zang fu1 aos vários tecidos e órgãos da
porção superficial do corpo para fazer do corpo uma integridade orgânica.” A
função destes consiste na circulação de qi e sangue, aquecendo e nutrindo os
tecidos e conectando todo o corpo de forma a manter os zang fu, os quatro
membros, a pele, os músculos, os tendões e os ossos intactos em sua
estrutura e funcionando sinergicamente, tornando o corpo uma integridade
orgânica.
Na concepção chinesa de saúde, o equilíbrio é um
conceito
fundamental.
[...]
As
doenças
tornam-se
manifestações quando o corpo perde o equilíbrio e o chi
não circula apropriadamente. [...]. As flutuações entre
equilíbrio e desequilíbrio são vistas como um processo
natural que ocorre o longo do ciclo vital. [...]. Tanto a
saúde quanto a doença são consideradas naturais e parte
de uma seqüência contínua. (CAPRA, 2006, p. 308-309)
1
Estudo dos órgão e vísceras.
O tão buscado equilíbrio para obtenção da saúde e do bem-estar é
dinâmico e está sempre se moldando às alterações do ambiente. É a
capacidade de adaptação que confere uma boa saúde física e psíquica.
Medicina Ayurveda
Segundo Goswami (2006, p. 115), “Ayurveda é a ciência da saúde e da
cura desenvolvida na Índia, onde é usada há milênios.” Lad (2007) afirma que
este sistema tradicional de saúde ensina que o homem é um microcosmo, um
universo dentro de si mesmo, assim, os cinco elementos básicos presentes em
toda matéria existem também dentro de cada indivíduo.
O pressuposto fundamental do Ayurveda, segundo Chopra (2003), é que
todas as pessoas recebem da natureza um molde, chamado pakriti, ou tipo de
corpo. Estes tipos de corpo são manifestações dos cinco elementos: éter, ar,
fogo, água e terra e são denominados doshas, que se dividem em três
principais: vata, composto pelo éter em conjunção com o ar; pitta, composto
pelo fogo em conjunção com a água e kapha, composto pela terra em
conjunção com a água.
“Os três elementos – vata, pitta e kapha – governam todas as funções
biológicas, psicológicas e fisiopatológicas do corpo, da mente e da
consciência.” (LAD, 2007, p. 29)
A constituição básica do indivíduo permanece inalterada
durante a sua vida, pois está geneticamente determinada.
No entanto, a combinação dos elementos que governam
as contínuas mudanças fisiopatológicas do corpo alterase, como resposta às mudanças do ambiente. (LAD,
2007, p. 30)
E, segundo Verma (2003), esta constituição é que determina a análise
da saúde e o método terapêutico.
Chopra (2003) ressalta que na medicina indiana existe a confiança no
princípio de que qualquer desordem poderá ser prevenida enquanto for
mantido o equilíbrio não só do corpo, mas da mente e do espírito e que, acima
de tudo, em nós todos existe um impulso para o desenvolvimento e progresso.
Além dos tipos psicológicos, do prana e do prakriti, devemos citar os
nadis. Goswami (2006) os explica como canais de fluxo da energia vital
(prana). Os pontos de interseção desses nadis, quando estimulados exercem
um estímulo nos órgãos internos. Esses pontos são chamados de marma e a
terapia marma faz parte da massagem ayurveda até hoje. Ao contrário do
sistema chinês, os nadis não são diretamente ligados aos órgãos, são ligados
aos chakras.
Gerber (2000) explica que a palavra chakra significa roda e que os
chakras são centros especializados de energia situados ao longo do nosso
corpo, sendo através deles que o prana é absorvido e distribuído por nossas
células, órgãos e tecidos do corpo. Todavia, o fluxo desta energia sutil ao longo
dos nossos chakras é fortemente influenciado pela estrutura de nossa
personalidade e por nossas emoções.
A linguagem dos chakras vale-se do símbolo para designar diferentes
estados mentais, emoções, glândulas endócrinas, órgãos, cores, formas
geométricas, animais, sons, etc (GOVINDA, 1996).
Cada grande chakra está associado a um grande plexo nervoso e a uma
glândula endócrina. Os grandes chakras estão situados numa linha vertical que
sobe da base da espinha até a cabeça (CREA, 1992). A doença pode estar
presente num dos órgãos de um chakra se o movimento condicionado do prana
correlacionado ficou de algum modo estagnado ou bloqueado.
Segundo Sharamon e Baginski (2006), tais chakras são denominados:
Básico, localizado no períneo; Sacral, localizado abaixo do umbigo; Plexo
Solar, localizado na altura do diafragma; Chakra do Coração, localizado atrás
do coração; Laríngeo, localizado na faringe; Frontal, localizado no meio da
cabeça, aproximadamente entre as sobrancelhas e Coronário, localizado no
topo do crânio.
Com base nos princípios relacionados, Chopra (2003, p. 24) afirma que
“[...] as menores desarmonias em seu sistema semeiam toda futura doença,
enquanto a preservação da harmonia pode assegurar um estado ideal de
saúde”.
“A saúde perfeita só pode ser atingida quando corpo, mente e alma
estão em harmonia entre si e com o ambiente cósmico.” (VERMA, 2003, p. 24)
Medicina Xamânica
O modelo xamanístico tem suas origens nas culturas sem
escrita. O conceito popular de xamanismo relaciona-se
tipicamente com a prática de qualquer tipo de cura nãomédica, folclórica ou mental, ou ainda com qualquer
sistema de saúde que não incorpore a medicina ocidental.
(ACHTERBERG, 1996, p.18)
Segundo Capra (2006), suas manifestações variam tanto de cultura para
cultura, que é quase impossível formular enunciados gerais a seu respeito.
Além disso, cada sociedade possui seus próprios rituais, que variam ou não de
acordo com o caso.
“O xamã é um homem ou mulher capaz de ingressar, à vontade, num
estado incomum de consciência a fim de estabelecer contato com o mundo dos
espíritos no interesse e em benefício dos membros de sua comunidade.”
(CAPRA, 1996, p. 300). Para Ramos (2006, p. 23), ele é um “[...] conhecedor
das propriedades medicinais das ervas, da música e da terapia verbal (a
palavra tinha grande poder numa cultura não letrada), e responde a duas
necessidades básicas do homem: busca espiritual e saúde.” Ele deve acreditar
na unidade e vida de todas as coisas e usar as forças da natureza com
propósito de cura.
A visão do xamanismo universal, a de seres humanos
como partes integrantes de um sistema ordenado, é
totalmente
compatível
com
a
moderna
concepção
sistêmica da natureza, sendo a concepção de doença
como uma conseqüência de desarmonia e desequilíbrio
suscetível de desempenhar um papel central na nova
abordagem holística. (CAPRA, 2006, p. 301-302)
Nas tradições xamânicas, os seres humanos são vistos de duas
maneiras: como parte de um grupo social vivo e como parte de um sistema de
crenças espirituais que podem interferir ativamente nos assuntos humanos.
Krippner (2007) afirma que mente e corpo são vistos como uma unidade,
logo, não há divisão entre doenças físicas ou mentais. A dor e outros sintomas
são vistos como fonte de informação e podem ser utilizados no diagnóstico, da
mesma forma que os sonhos, a aura, campos de energia e eventos incomuns
da vida.
Capra (2006) afirma que nessas culturas a enfermidade, o sofrimento e
a morte são manifestações da sabedoria inerente do corpo, e precisamos nos
render para atingir áreas de percepção capazes de revelar a regra básica de
nossa existência na Terra.
Achterberg (1996) afirma que para o xamã a doença tem origem no
mundo espiritual e dele adquire seu significado. Grof (2001) acrescenta que
todas as doenças são tentativas de cura.
Capra (2006, p. 302) afirma que “[...] os rituais xamanísticos de cura têm
a função de elevar os conflitos e as resistências inconscientes a um nível
consciente, onde podem desenvolver-se livremente e encontrar uma solução.”
Ainda segundo o autor, a variedade de técnicas psicológicas usadas pelos
xamãs para integrar os problemas físicos do paciente num contexto mais amplo
oferecem muitos paralelos com as terapias psicossomáticas recentemente
desenvolvidas. (CAPRA, 2006).
Para a medicina xamânica,
[...] saúde é estar em harmonia com a visão de mundo.
Saúde é uma percepção intuitiva do Universo e de todos
os seus habitantes como seres de um único estofo. Saúde
é comunicar-se com animais, plantas, estrelas e minerais.
É misturar e fundir, procurando o isolamento e o
companheirismo para compreender nossas múltiplas
identidades. [...]. Saúde é expandir-se para além do
próprio estado de consciência para experimentar os
sussurros e vibrações do universo. (ACHTERBERG,
1996, p. 25).
Edward Bach
Edward Bach foi um médico inglês especializado em bacteriologia e
imunologia que, através de sua observação, percebeu que o mesmo
tratamento aplicado nas mesmas enfermidades em pacientes diferentes não
era eficaz; pacientes com temperamentos semelhantes melhoravam com o
mesmo remédio. Tornou-se evidente para ele que a personalidade era mais
importante que o corpo físico (WEEKS, 2005).
Com a carreira médica consolidada, ele partiu para o campo em busca
de novos remédios e, entre 1930 e 1934, descobriu os 38 florais e escreveu os
fundamentos de sua nova medicina.
Segundo Monari (2002), dentro desta filosofia, o homem possui uma
alma, que é o seu eu real, intermediária entre o Eu superior (consciência) e o
Eu inferior (personalidade, Ego e conexões com a existência), é ela que nos
guia; um espírito, seu ser divino, imortal, que guarda sabedoria, o Eu superior e
um corpo, templo terreno desta alma.
Venâncio (1991, p. 27) afirma que “[...] é essencial compreender que o
homem tem dois aspectos: um espiritual e um físico, e que dos dois, o físico é
infinitamente menos importante”.
Dr. Bach (2006) diz que o sofrimento faz parte do crescimento da alma.
Ela vem aqui para desenvolver virtudes que lhes faltam, extinguir tudo que é
defeituoso dentro de nós e avançar em direção à perfeição de nossa natureza.
A doença, nesta corrente
[...] é o resultado de um conflito que surge quando a
personalidade se recusa a obedecer os ditames da alma e
há desarmonia entre o Eu Espiritual ou Superior e a
personalidade inferior, que é como nos conhecemos. [...].
Ela serve para nos fazer parar de praticar ações erradas;
é
o
método
mais
eficaz
para
harmonizar
nossa
personalidade com nossa alma. [...]. A doença nos é
enviada para acelerar nossa evolução. (VENANCIO,
1991, p. 28-29).
Barnard (1995) explica que cada sofrimento corresponde a um arquétipo
ou a uma porta e precisaria de uma chave certa para abri-la. Os florais de Bach
oferecem as chaves, mas somente a própria pessoa pode transformar esse
sofrimento em uma qualidade inerente desta experiência.
Para Dr. Bach, “[...] a saúde existe quando há perfeita harmonia entre
alma, mente e corpo.” (VENANCIO, 1991, p. 53).
Carl Gustav Jung
Jung, médico especializado em Psiquiatria, desenvolveu seu próprio
sistema de psicanálise denominado Psicologia Analítica.
Dentro deste sistema, temos o conceito de energia
psíquica, energia vital que corresponde à libido de Freud,
porém com algumas diferenças. A energia vital, do ponto
de vista freudiano, aparece de várias formas e em várias
situações, mas a natureza dos fenômenos é sempre
sexual. Para Jung, a dinâmica sexual é apenas uma das
instâncias
particulares
da
totalidade
da
psique
(GRINBERG, 1997, p. 91).
A psique tem sua energia manifestada de várias formas, em diversas
situações, podendo desencadear ou ser conseqüência de inúmeros processos.
Capra (2006, p. 352) afirma que a psique, para Jung, “[...] é como um
sistema dinâmico auto-regulador, caracterizado por flutuações entre pólos
opostos”, o que nos remete ao conceito de yin e yang citados anteriormente.
Grinberg(1997) relata que a psique seria composta de várias esferas
concêntricas lembrando uma cebola. A camada mais superficial representaria a
consciência, enquanto as mais internas seriam os níveis mais profundos do
inconsciente. Neste aspecto, pode-se perceber a semelhança com o sistema
de funcionamento dos florais de Bach citado anteriormente, onde primeiro
tratam-se aspectos emocionais mais evidentes e conscientes da pessoa e,
conforme os outros aspectos, antes inconscientes, forem aparecendo, serão
tratados também.
“O conceito de psique sustenta a idéia primordial de Jung de que uma
pessoa, em primeiro lugar, é um todo.” (HALL; NORDBY, 2005, p. 25), o que
imprime sua perspectiva de homem holística, interessado em explicar os
fenômenos da psique através de mecanismos específicos, a fim de
compreender a totalidade da psique e suas relações com o meio ambiente.
Como extensão desta totalidade, pode-se abordar o inconsciente
coletivo que seria o estrato mais profundo da psique, comum a toda
humanidade,
envolvendo
padrões
dinâmicos
coletivamente
presentes,
formados por padrões universais e idéias criadoras que nunca foram
conscientes (JUNG, 1998). O elemento estrutural desse inconsciente são os
arquétipos que, segundo Grinberg (1997), são padrões determinantes dos
comportamentos que regem nossa existência e independem de cultura, de
lugar ou de época histórica. “O arquétipo, que transcende a consciência,
suscitaria tanto imagens semelhantes como reações instintivas e corporais
semelhantes.” (KAST, 1997, p. 111). Para Achterberg (1996), o uso das
imagens também pode ser observado dentro das culturas xamânicas, que
consideram a cura pela imaginação uma capacidade humana natural, mas
freqüentemente latente.
Com base na mente como um sistema auto-regulador, o papel do
terapeuta, dentro do modelo junguiano, é apoiar o processo do paciente de
superação das obstruções que a impedem de funcionar de modo integrado.
Este processo é denominado “individuação” que, segundo Silveira (1997), trata
da realização do vir-a-ser homem, com o objetivo final da integração da
consciência e inconsciente. Sua ênfase está na autonomia e responsabilidade
do indivíduo no mundo.
No processo de individuação, segundo Kast (1997), o inconsciente e a
consciência ligam-se um ao outro através do símbolo. A partir do símbolo, um
conteúdo inconsciente, a consciência e o ego podem se estruturar em busca do
desenvolvimento. Grinberg (1997) afirma que eles podem ser encontrados nos
sonhos, em nossos relacionamentos, idéias, sentimentos, em nosso corpo, no
contato com a natureza e nos rituais.
No universo simbólico, o indivíduo não só entende a
doença como símbolo, mas também seu tratamento. São
caminhos nos quais a pessoa aprende mais sobre si
mesma e sobre as relações do mundo interno com o
externo. (CAMPIGLIA, 2004, p. 6)
A cultura chinesa é amplamente simbólica, desde sua escrita até os
padrões de funcionamento do corpo (5 elementos, oito princípios, yin e yang).
Seguindo o mesmo pressuposto, o sistema de saúde ayurveda (5 elementos,
pakriti) e xamânico (uso da imaginação) também utilizam os símbolos para
representar suas nuances.
Segundo Hall e Nordby (2005), outro aspecto da psicologia analítica que
deve ser levado em consideração é a teoria dos Tipos Psicológicos, que tem a
ver com os diferentes modos de funcionamento da consciência e com as
possíveis atitudes da consciência em relação ao mundo, aos outros e às
coisas. São quatro características (pensamento, intuição, sensação e
sentimento) combinadas com os aspectos de introversão (interesses são
dirigidos primeiro para o interior do indivíduo e depois para os outros) e
extroversão (o interesse se dá primeiro no objeto, depois no sujeito), resultando
no total de oito tipos, com variações de grau, produzindo uma gama muito
ampla de diferenças entre os indivíduos. Vale ressaltar que Jung não
contestava a unicidade de um indivíduo, apenas criou a tipologia para
descrever as diferenças individuais.
A psicologia analítica permite ao terapeuta ajudar o indivíduo a recuperar
a unidade perdida e fortalhecer-lhe a psique para que ela possa resistir a
qualquer futuro desmembramento. Assim, podemos concluir que a saúde
dentro deste sistema se baseia na unidade de todas as coisas.
Reich e Psicossomática
Segundo Capra (2006), Reich, psicanalista e discípulo de Freud,
interessou-se pelo modo como os distúrbios mentais se manifestavam
fisicamente e, assim, desenvolveu técnicas terapêuticas que envolviam o
contato físico entre o terapeuta e o paciente.
Campiglia (2004) afirma que ele estabeleceu uma clara ligação entre os
processos psíquicos e as sensações e impulsos vegetativos do corpo e
percebeu que uma experiência psíquica poderia provocar uma resposta
somática, produzindo mudança permanente em algum órgão ou parte do corpo.
Esse princípio é seguido pela Medicina Psicossomática ao postular que
“[...] a separação entre alma e corpo nada mais é do que mero expediente da
razão para que percebamos os dois lados da mesma realidade” (RAMOS,
2003, p. 13), ou seja, há uma interdependência fundamental entre corpo e
mente em todos os estágios de doença e saúde. Moreira (2003) afirma que a
estrutura real da doença configura o momento pessoal do enfermo, tornando-a
individualizada.
Dentro da Naturologia, pode-se observar a utilização deste “princípio”
em todas as linhas que este novo conhecimento segue. Segundo Moreira
(2003), nessa visão a saúde se dará quando houver reconhecimento, por parte
dos pacientes, de que eles participam, consciente ou inconscientemente, da
origem e desenvolvimento de sua doença.
Nogueira (1996, p. 14) afirma que dentro da Medicina Psicossomática
“[...] o sintoma é um sinal indicativo de conflito interno entre forças pulsionais e
repressivas, acontecendo num nível subconsciente, já que a única anunciação
para a consciência seria a aparição sintomática”.
Baseado nisso, pode-se afirmar que Reich é, sem dúvida, um dos
criadores da Psicossomática.
Reich acreditava que
[...] atitudes e experiências emocionais podem dar origem
às couraças do caráter, originadas quando o indivíduo
sofre algum tipo de frustração, que irá desviar a energia
libidinal e fazer com que esta se acumule em grupos
musculares, criando tensões específicas que irão refletirse na maneira de agir do indivíduo. (REIS, 1984, p. 75).
Ainda, para Reis (1984), o caráter representa uma modificação do organismo
como forma de se defender frente às estimulações desagradáveis provenientes
do mundo exterior, é a defesa contra as frustrações e punições do meio social
às tentativas de realização das pulsões sexuais.
As pessoas que tiveram traumas ou estresse muito
grande em uma determinada fase da vida, ficariam
fixadas em atitudes típicas dessa fase e teriam uma
atitude mais ou menos previsível a partir daí, seguindo
uma estrutura de personalidade, que Reich chamou de
caráter. (CAMPIGLIA, 2004, p. 25).
Segundo Capra (2006, p. 336), “[...] a tarefa central da terapia reichiana
é destruir essa couraça muscular a fim de restabelecer a plena capacidade do
organismo para a pulsação da bioenergia”, que consiste numa forma de
energia que permeia e governa todo o organismo e que se manifesta tanto nas
emoções quanto no fluxo de fluidos corporais e outros movimentos biofísicos.
Segundo Campiglia (2004), a couraça muscular possui uma estrutura
segmentada, isto é, determinados segmentos ou grupos musculares são
tipicamente afetados. Estes segmentos são sete. Pela sua disposição
transversal, Reich os denomina anéis musculares, a saber: anel ocular, anel
oral, anel cervical, anel torácico, anel diafragmático, anel abdominal e anel
pélvico.
Pode-se concluir, portanto, que dentro do sistema reichiano, a saúde
consiste no livre fluxo de energia. Este fluxo livre também pode ser observado
na visão cosmológica que embasa a Medicina Chinesa (cinco elementos, que
se relacionam) e através dos chakras (padrões de infratividade ou
sobreatividade (CREA, 1992)) e confirma que a interação entre polaridades
energéticas mantém a saúde, uma vez que a estase em apenas um pólo é o
que traz o desequilíbrio/doença/desintegração.
Medicina Antroposófica
A
Antroposofia
é
uma
ciência
espiritual
moderna
desenvolvida pelo filósofo austríaco Rudolf Steiner (18611925) [...], que explora a relação do ser humano com a
natureza e o cosmos, oferecendo uma forma de
compreensão e resgate desta relação. (AZEVEDO, 2006,
p. 234-235)
Assim como as filosofias já citadas, esta ciência tem seus próprios
conceitos de corpo, alma, eu, doença e saúde que só vem a acrescentar à
Naturologia. E, para ela, como afirma Moraes (2005), o corpo não é apenas
matéria e os processos do microcosmo do ser humano são análogos aos
processos do macrocosmo.
Segundo Lanz (2005, p. 26), “[...] cada homem é um ser único, singelo,
diferente de todos os demais seres humanos.” Ele possui, pois, três corpos
inferiores: o corpo físico, inorgânico, que desconhece vida; o corpo etérico, que
dá vida ao corpo físico e o corpo astral, consciente e responsável pelo
comportamento humano.
“Além e acima dos ‘três corpos’ inferiores o homem possui, pois, um
quarto elemento constitutivo de sua identidade. Ou melhor: ele é esse Eu (ego),
ao qual os três corpos servem apenas de base ou envoltório.” (LANZ, 2005, p.
28). “O Eu humano é responsável pelo senso interno de individualidade. [...].
Ética, aptidão para amar, dúvida, crise existencial, senso estético, curiosidade
científica, especulação filosófica e religiosidade são produtos do Eu humano.”
(MORAES, 2005, p. 126).
Lanz (2005) afirma que o elemento de ligação entre esse Eu e o mundo
é a alma. Ela permite a impressão sensorial, formula pensamentos,
compreende o mundo, traz a consciência da individualidade humana.
Segundo Moraes (2005, p. 54), dentro da Antroposofia, “[...] todas as
coisas e processos naturais podem ser representados por um movimento
tríplice”. A natureza do homem (corpo, alma e espírito), do cosmos (mundo
físico, anímico e espiritual) e a corporalidade humana (pensar, sentir e desejar)
são tríplices.
A quadrimembração é outra forma analógica de ver da Antroposofia,
através da qual os fenômenos são compreendidos a partir dos quatro
elementos empedocleanos: terra, água, ar, fogo. Cada um destes elementos
corresponde a um corpo e um reino já descritos.
Baseada principalmente nos princípios acima, a Antroposofia se utiliza
das práticas como fitoterapia, medicamentos minerais, terapia biográfica,
psicoterapia antroposófica, terapias artísticas, massagem rítmica e outras
terapias do corpo, tratamentos utilizados também pela Naturologia e que estão
presentes em outras correntes, tendo apenas seu contexto modificado.
Para Lanz (2005), a doença pode ser a manifestação física de um
defeito da organização astral ou etérica, conseqüência de uma atitude moral ou
mental censurável; pode ser também uma ‘prova’, no sentido de um obstáculo
que o homem deve vencer; enquanto para Moraes (2005, p. 169), “[...] é um
processo sadio mal colocado, mal posicionado, um modo de reagir a algum
estímulo”.
Partindo dessa visão de doença, a saúde seria um arquétipo
harmonioso do ser humano, que tem em si a capacidade de reequilibrar-se,
adaptar-se, reagir e recuperar-se frente ao desequilíbrio/doença. Vale ressaltar
que o conceito antroposófico de arquétipo torna-se mais amplo e também mais
concreto do que o conceito junguiano.
4.2 Análise dos dados dos questionários aplicados
O planejamento de coleta de dados previa a entrega dos questionários
no início de cada turno de aula, solicitando que fossem devolvidos ao final
deste. Não foi possível entregar o questionário a toda população devido à
irregularidade na freqüência dos acadêmicos no momento da aplicação da
pesquisa. Foram entregues para serem analisados 151 questionários,
caracterizando 75,5% da população alvo que objetivávamos.
A noção denominada “PUIC” no gráfico foi resultado do levantamento
bibliográfico realizado e se aproximaria da noção de saúde vigente no curso em
questão, a saber: “Saúde é a visão do ser humano em sua totalidade, levando
em conta sua individualidade e suas particularidades, sendo assim, um
fenômeno subjetivo”.
Da população que respondeu o questionário, 56 escolheram como
melhor noção de saúde, a definição de saúde oferecida pela OMS
(representando 36% do total), 35 indicaram a noção de saúde da Medicina
Ayurveda (23% das respostas) e 14 pessoas escolheram a noção de saúde
que foi resultado da pesquisa bibliográfica, denominada “PUIC” no gráfico
(indicando 9%), o que totaliza 68% de todas as respostas obtidas. As outras
noções oferecidas foram pouco escolhidas, os 32% restantes ficaram
distribuídos entre as noções dos sistemas: Antroposófico (9%), Junguiano
(7%), Bach (5%), Reichiano (5%), Chinesa (4%) e Xamânica (2%),
respectivamente (Figuras 1 e 2).
Figura 1: Dados sobre a noção de saúde provenientes de questionário
aplicado aos alunos do curso de Naturologia Aplicada da UNISUL
56
60
50
40
30
20
10
0
35
13
ch
An
tro
po
so
f ia
7
Re
i
Ju
ng
S
Ba
ch
10
O
M
Ay
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ic a
Ch
i
14
7
3
PU
IC
6
ne
sa
Quantidade de
respostas
Questionário - Noção de saúde entre os
acadêmicos da Naturologia
Conceitos de saúde oferecidos
Série1
Figura 2: Porcentagem dos dados sobre a noção de saúde provenientes
de questionário aplicado aos alunos do curso de Naturologia Aplicada da
UNISUL
Questionário - Noção de saúde entre os
acadêmicos de Naturologia
9%
4%
5%
23%
7%
2%
5%
36%
9%
Chinesa
Ayurveda
Xamânica
Bach
OMS
Jung
Reich
Antroposofia
PUIC
5. Outros resultados
Não houve nenhum resultado fora dos objetivos propostos e discutidos
na conclusão deste relatório.
6. Conclusões
A partir da pesquisa bibliográfica, pôde-se perceber que os princípios em
que as medicinas apresentadas acima se baseiam são similares. Dentre eles,
cita-se a atividade dos profissionais destas, que primam pela relação de
interação com o outro e buscam desenvolver o conceito de co-responsabilidade
do homem no processo da saúde individual e coletiva. O indivíduo deve
participar do processo terapêutico, desenvolvendo o auto-conhecimento.
Outro dado relevante é que todas mencionam o fluxo livre de energia, o
equilíbrio dinâmico como circunstâncias essências para manter a saúde. E,
acima de tudo, tomam como referência o indivíduo, em sua individualidade,
particularidades e relacionamento com o meio em que vive, como afirma
Canguilhem (2002).
O objetivo deste escrito foi levantar dados que pudessem esclarecer a
noção de saúde vigente nos acadêmicos no curso de Naturologia Aplicada e,
de acordo com os resultados a noção de saúde que mesmo possuem – o
conceito de saúde da OMS, não condiz diretamente com nenhuma noção
apresentada e trabalhada durante o curso e, que a princípio deveria reger o
atuar do profissional naturologo.
O contraste entre as duas noções ressalta a importância de levar
acadêmicos e profissionais da área à reflexão acerca da Naturologia, seus
fundamentos e sua identidade. É necessário que se efetuem mais pesquisas
na área, que demonstra ser uma importante fonte de estudos e pesquisas.
É necessário caracterizá-la melhor, conhecê-la melhor, identificar seu
padrões de involução e evolução, para que os métodos de formação permitam
seu desenvolvimento crítico e autônomo, sem defender uma concepção
científica como “verdadeira” ou “definitiva”, uma vez que isto incidiria numa
posição que o curso de Naturologia não almeja.
6. Referências
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WEEKS, N. As descobertas médicas do Dr. Edward Bach. Campinas:
Instituto Dr. Edward Bach, 2005.
Anexo I
Questionário para coleta de dados.
Assinale apenas uma opção:
( ) Saúde é o equilíbrio dinâmico do indivíduo com o meio, é uma boa
capacidade de adaptação.
( ) Saúde é corpo, mente e alma em harmonia entre si e o ambiente. Se dá
quando órgãos, sentidos, mente e consciência trabalham harmoniosamente
como um só.
( ) Saúde é estar em harmonia com a visão de mundo, é expandir-separa
além da própria consciência.
( ) Saúde existe quando há harmonia entre a personalidade, a alma e o corpo.
( ) Saúde é a visão do ser humano em sua totalidade, levando em conta sua
individualidade e suas particularidades, sendo assim, um fenômeno subjetivo.
( ) Saúde é um estado de perfeito bem-estar físico, mental e social, e não
meramente a ausência de doenças ou enfermidades.
( ) Saúde é a interação dos aspectos conscientes e inconscientes para que o
indivíduo funcione como um todo integrado.
( ) Saúde é o livre fluxo de energia.
(
) Saúde é o homem ser capaz de equilibrar-se, adaptar-se, reagir e
recuperar-se em meio a um desequilíbrio.
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