UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO DA UNIVALI – BIGUAÇU CURSO DE PSICOLOGIA CLEUZETE DA COSTA ASPECTOS PSICOLÓGICOS RELACIONADOS COM A OBESIDADE BIGUAÇU, 2005. CLEUZETE DA COSTA ASPECTOS PSICOLÓGICOS RELACIONADOS COM A OBESIDADE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito para a obtenção do grau de Bacharel em Psicologia – Universidade do Vale do Itajaí – Centro de Educação de Biguaçu – Curso de Psicologia. Professora orientadora: Drª Luciana Martins Saraiva. BIGUAÇU, 2005. Dedico esta monografia a minha família e conhecidos pelo apoio concedido no período de realização desta. E também a todas as pessoas que acreditam que pesquisando podemos construir um mundo melhor. AGRADECIMENTOS Á Universidade do Vale do Itajaí. A professora Cristiane Gick Machado pela a amizade e incentivo no período de realização desta pesquisa. Aos colegas da turma pelo companheirismo durante o curso. A Orientadora Drª Luciana Martins Saraiva, pela compreensão e dedicação. SUMÁRIO RESUMO.............................................................................................................................................x LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS........................................................................................x 1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................................08 2. PROBLEMA..................................................................................................................................10 3. OBJETIVOS..................................................................................................................................11 3.1 OBJETIVO GERAL......................................................................................................................11 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS........................................................................................................11 4. REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................................................12 4.1 OBESIDADE................................................................................................................................12 4.2 ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA OBESIDADE........................................................................12 4.3 ASPECTOS PSICOLÓGICOS RELACIONADOS COM A OBESIDADE...............................16 5. CONSIDERAÇÕES SOBRE O CAPÍTULO.............................................................................27 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................................29 6.1 PRINCIPAIS RESULTADOS E CONTRIBUIÇÕES..................................................................29 6.2 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS...........................................................30 7. REFERÊNCIAS............................................................................................................................31 8. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA..........................................................................................33 RESUMO COSTA, da Cleuzete. Aspectos psicológicos relacionados com a obesidade. 2005. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Psicologia – Bacharel em Psicologia) – Universidade do Vale do Itajaí, Biguaçu, 2005. Resumo: Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade é uma doença de ordem multifatorial, sendo que esta pode ser causa de sofrimento, depressão e de comportamento de esquiva social, que prejudicam a qualidade de vida. Sendo a obesidade uma doença crônica e multifatorial o interesse desta pesquisa centra-se em investigar junto a bibliografias o aspecto psicológico relacionado com a obesidade. Alguns autores da literatura apontam que associado à obesidade estão características como depressão e fantasia. A partir dos autores consultados o vínculo mãe-bebê foi o aspecto psicológico identificado nesta pesquisa, o que pode nos fazer refletir a possibilidade de uma estreita associação entre a depressão decorrente da forma como foi estabelecido o vínculo mãe-bebê. Esse estudo comprovou a importância de estudar a obesidade, a existência dos aspectos advindos da mesma e construir reflexões que auxiliem no desenvolvimento de ações por parte de profissionais que pretendam cuidar de pessoas acometidas pela obesidade. Palavras-chaves: obesidade; aspectos fisiológicos, aspectos psicológicos e vínculo mãe-bebê. LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS OMS – Organização Mundial da Saúde IMC – Índice de Massa Corporal FTAO – Força Tarefa Americana de Obesidade 1 INTRODUÇÃO Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2004), a obesidade é doença crônica e multifatorial, caracterizada pelo acúmulo excessivo de tecido adiposo no organismo, sendo fator de risco para patologias graves, como a diabetes, doenças cardiovasculares, hipertensão, distúrbios reprodutivos em mulheres, alguns tipos de câncer e problemas respiratórios. A obesidade pode ser causa de sofrimento, depressão e de comportamentos de esquiva social, que prejudicam a qualidade de vida. Além de trazer sérios riscos para a pessoa, a obesidade é um problema de saúde pública. A despeito dos inúmeros tratamentos existentes, sua prevalência vem crescendo nas últimas décadas e especialistas a caracterizam como epidemia por isto assunto de interesse universal (WWW.ABESO.ORG.BR). Segundo Medeiros (2002), o Brasil ocupa o sexto lugar no ranking mundial de pessoas com excesso de peso, sendo que a obesidade está presente em todas as classes sociais sem distinção de sexo, cor ou idade, esta, tornou-se tão comum que em alguns locais ultrapassa a incidência de desnutrição e doenças infecciosas. Sendo a obesidade uma doença crônica multifatorial, o interesse desta pesquisa centra-se no aspecto psicológico. Alguns autores da literatura indicam que associado à obesidade estão características psicológicas como depressão e fantasia (VAZ, 2004; TEICHMANN, SARAIVA, OLIVEIRA, 2005). Desta forma, investigar o problema da obesidade sob o ponto de vista psicológico e não somente sob o ponto de vista genético e ambiental é o objetivo desta pesquisa, cuja contribuição está na possibilidade de estudar um assunto que é preocupação mundial e necessita de intervenções pontuais. Trata-se de uma pesquisa qualitativa que se utiliza autores psicanalíticos, sendo que a principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente (GIL, 1994). O resultado deste trabalho permite auxiliar profissionais que lidam com essa temática a desenvolver ações que contemplem o conhecimento da personalidade do indivíduo portador desta doença. 2. PROBLEMA Quais são os aspectos psicológicos relacionados com a obesidade? 3. OBJETIVOS 3.1 OBJETIVO GERAL • Identificar, através de pesquisa bibliográfica, quais os aspectos psicológicos relacionados com a obesidade. 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS • Identificar através de pesquisa bibliográfica quais os aspectos psicológicos do vínculo mãe- bebê que estão associados ao surgimento da obesidade. • Investigar que outros fenômenos além da relação mãe-bebê podem estar associados ao desenvolvimento da obesidade. 4. REFERENCIAL TEÓRICO 4.1 OBESIDADE A Organização Mundial da Saúde (OMS, 2004), relata que a obesidade e seus diversos aspectos constituem um desafio em várias áreas do conhecimento humano, quer seja em neuroendócrinologia, epidemiologia, nutrição, psicologia, entre outros (WWW.ABESO.ORG.BR). Nas últimas décadas a ciência obteve bons resultados com algumas técnicas e métodos utilizados no tratamento da obesidade. Porém até os dias atuais não existe “cura” para a obesidade, pois esta é uma doença crônica e portanto somente tratável (MEDEIROS, 2002). Por outro lado, a (OMS, 2004), nos revelam que nas últimas décadas os índices de população com sobrepeso e obesidade mais do que dobrou e estes tendem a aumentar (WWW.ABESO.ORG.BR). Desta forma discutiremos na seqüência os aspectos fisiológicos e os aspectos psicológicos que podem estar envolvidos no surgimento da obesidade até então descritos nas bibliografias específicas consultadas. Sendo que estes fatores foram didaticamente subdivididos para facilitar a compreensão. 4.2 ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA OBESIDADE Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2004), a obesidade é um problema de ordem pública. Esta declaração está embasada em um estudo realizado recentemente pela Força Tarefa Americana de Obesidade (FTAO), uma entidade que reúne as principais sociedades de obesidade do subcontinente, o qual revela que: (WWW.ABESO.ORG.BR). • 70 milhões de brasileiros, estão acima do peso, e isso equivale a 40% da população. • 17,5 milhões de brasileiros são obesos, esses tem 45 quilos ou mais além do peso ideal, e isso corresponde á 10% da população brasileira. • O índice de sobrepeso e obesidade entre crianças e adolescentes passou de 4% para 14% nas últimas décadas (WWW.ABESO.ORG.BR) Com isso o Brasil já ocupa o sexto lugar no ranking dos países com maior prevalência de obesos na população, ficando atrás somente dos países, Alemanha, Itália, França, Inglaterra e Estados Unidos (MEDEIROS,2002). Até então foram apresentados relatos de estudos realizados recentemente sobre a prevalência da obesidade, e, a seguir serão apresentados alguns autores e suas posições conceituais sobre a obesidade. Waddem (1999) defende que a obesidade refere-se a um excesso de gordura corporal, que normalmente corresponde a 25% do peso em mulheres e 18% do peso em homens. Segundo Medeiros (2002), a ingestão de calorias maior do que o gasto desta durante o dia, acarretará em um acúmulo de calorias e com o passar do tempo isso resultará em excesso de gordura corporal. Guyton (2001) por sua vez, defende a idéia que a obesidade é uma doença de ordem multifatorial no qual aspectos fisiológicos, hereditários, sociais e psicológicos estão relacionados. A obesidade é definida como um excesso de gordura corporal sendo diversas as maneiras que os indivíduos obesos podem ser classificados. Algumas classificações traduzem apenas uma preocupação acadêmica, porém outras podem embutir aspectos fisiopatológicos de extrema importância na abordagem terapêutica (WADDEM, 1999; MEDEIROS, 2002; GUYTON, 2001). Atualmente as classificações mais utilizadas baseiam-se na gravidade do excesso ponderal (IMC) e nas características anatômicas e metabólicas do tecido adiposo as quais levam em conta basicamente a distribuição anatômica do tecido adiposo excessivo e sua celularidade (GUYTON, 2001). Para determinar a gordura corporal de um indivíduo, atualmente a Organização Mundial da Saúde (OMS), adotou o Índice de Massa Corporal (IMC) também conhecida como a fórmula do Dr Quelet, nome do médico francês que a idealizou. O cálculo é realizado da seguinte forma: divide-se o peso medido em quilos pelo quadrado da altura medida em metros. Quanto maior for o índice, mais acúmulo de gordura tem a pessoa. A partir de 27kg/m para o homem e de 26kg/m para a mulher, já se pode falar em excesso de peso (MEDEIROS, 2002). Ex: uma pessoa que meça 1,74m e pese 61kg. IMC = 61 : (1,74 x 1,74) = 20,19kg/m. Para a classificação do índice existe uma tabela que apresenta os graus de obesidade da seguinte forma (MEDEIROS, 2002): • De 25 a 29,9 - sobrepeso ou obesidade grau I. • De 30 a 39,9 - obesidade grau II. • A partir de 40 - obesidade mórbida ou grau III. Este método é preferencial aos outros porque não requer a estipulação de um peso desejável, e sim apenas uma aproximação (MEDEIROS, 2002). O médico e endocrinologista francês Jean Vague, observou que a gordura se distribui de duas maneiras. Existem indivíduos que apresentam uma predominância de gordura abaixo do umbigo, nádegas, quadris e baixo ventre, características da obesidade classificada como ginóide ou ginecóide (tipo pêra), e seu predomínio é em mulheres (MEDEIROS, 2002). O segundo tipo de obesidade é a andróide, ou tipo maçã, também conhecida como obesidade troncular ou visceral, caracterizada pelo acúmulo de gordura no abdômen e no tronco. Embora esse tipo de obesidade não seja exclusivamente masculino seu predomínio é nos homens, esse tipo de gordura está associado a doenças cardiovasculares (MEDEIROS, 2002). Além do calculo da IMC, existem outros critérios, não tão utilizados que complementam o diagnóstico da obesidade. Um deles é o teste de bioimpedância no qual são colocados dois eletrodos pelo médico na parte superior do corpo do paciente e estes enviam uma corrente elétrica a terminais fixadas nos pés. Trata-se de uma corrente imperceptível pelo o organismo, mas a passagem da corrente pode ser medida em ohms (unidade de resistência elétrica), onde o resultado é concluído por um programa de computador que está ligado ao aparelho que informará o percentual de gordura do paciente (MEDEIROS, 2002). Outro critério é a relação da cintura – quadril que é utilizada para determinar o padrão de distribuição da gordura corporal indicando o risco gerado pelo excesso de peso. É realizado da seguinte maneira: com o sujeito de pé mede-se a cintura em sua parte mais estreita e o quadril ao nível que inclui o perímetro máximo das nádegas. Quando o resultado indica uma razão maior que 0,80 para mulheres e 0,90 para homens, identifica-se á obesidade concentrada na parte superior cujo risco co-morbidez, principalmente cardíaca é maior (KAHTTALIAN, 1992). No que se refere a conceituações sobre a etiologia da obesidade mudanças históricas significativas vem ocorrendo. Na década de 30, era usual atribuir à obesidade a denominação de “distúrbios das glândulas endócrinas”, e só a partir das décadas de 40 e 50, a partir dos trabalhos de Bruch (1943) e Rascovsky (1950) entre outros é que a natureza psicológica passou a receber maior ênfase (KAHTTALIAN, 1992). A obesidade nos anos 50 era considerada um problema psicológico, pois nesta época conceitos Freudianos dominavam a psiquiatria e a psicologia, sendo assim, a obesidade era considerada como um reflexo de um distúrbio latente da personalidade, cujos conflitos estavam representados na alimentação excessiva (BARLOW, 1998). Iniciado os anos 60 os terapeutas comportamentais sobressaem-se e a obesidade começa a ser conceituada como um resultado de maus hábitos alimentares (BARLOW, 1998). Estudos realizados e publicados nos anos 80 demonstram uma nítida contribuição genética para a obesidade e fizeram com que essa década se tornasse conhecida como a década biológica (BARLOW, 1998). Nos anos 90 inicia-se um reconhecimento geral de que múltiplos fatores contribuem para o surgimento da obesidade. Estudos realizados, apontam que fatores genéticos, culturais, comportamentais e outros influenciam no desencadeamento da obesidade. Assim sendo a seguir serão apresentados autores que relatam acerca dos aspectos psicológicos que possam estar relacionados com o surgimento da obesidade (BARLOW, 1988). Os dados acima citados apresentam uma discussão fisiológica da obesidade, no entanto como esta é uma doença de ordem multifatorial a seguir serão apresentados os aspectos psicológicos que possam estar relacionados com a obesidade. 4.3 ASPECTOS PSICOLÓGICOS RELACIONADOS COM A OBESIDADE. Erikson (1974), defende a idéia que o desenvolvimento da personalidade é influenciado pela cultura e não apenas pela maturação biológica ou pelas mudanças individuais. O mesmo propôs uma teoria do desenvolvimento psicossocial da personalidade sustentada em oito fases ao longo da vida onde cada estágio deve ser satisfatoriamente resolvido. Caso não ocorra a resolução eficaz de um determinado estágio, futuramente isso refletirá na forma de um desajuste físico, cognitivo, social ou emocional. Pois o autor ressalta que a relação mãe -bebê e a ausência desta são essenciais no desenvolvimento do ego na criança. O mesmo relata que o primeiro estágio, confiança básica x desconfiança básica (do nascimento até cerca de um ano e meio), é a primeira crise enfrentada pelo bebê. A mãe ou quem exerce este papel é a indutora de confiança deste bebê, atendendo assiduamente as necessidades primárias deste, assim preparando terreno para a futura expectativa positiva do bebê acerca do mundo. A mãe também atende aos sentidos do recém nascido, como visão, paladar, olfato, tato e audição, pois a confiança social deste caracteriza-se por facilidade na amamentação, profundidade do sono, sorriso e equilíbrio fisiológico geral, caso a mãe não atenda essas necessidades do bebê este torna-se desconfiado. Sendo que um prejuízo na confiança básica leva a uma desconfiança básica e mais tarde isso pode manifestar-se no surgimento de vários transtornos relacionados a substâncias tendo o indivíduo necessidade de dependência oral. Ainda segundo o autor os sentimentos básicos que surgem na relação mãe-filho são essenciais para o desenvolvimento do ego na criança e que a ausência desses sentimentos surtem conseqüências negativas para o desenvolvimento do ego na criança. A “confiança básica” que permite ao mesmo tempo superar o perigo trazido pela desconfiança e realizar a esperança é á base do desenvolvimento psicológico superior. O bebê deve aprender a confiar na sua própria desconfiança, como exemplo, quando a criança, apesar dos temores diante do que é novo, confia e leva a boca objetos que não conhece. A mãe no decorrer dos primeiros meses de vida do bebê estimula a fé e a confiança deste. Isso evidência-se quando o bebê sente fome e a mãe o alimenta, quando sente desconforto e a mãe o acalma ou quando sente frio e é aquecido pela mesma. Ou seja, a criança pode suportar a frustração e a demora na satisfação de suas necessidades, pode acreditar e esperar. A educação da criança frente aos primeiros cuidados maternos tem uma dimensão moral, é nos primeiros anos de vida desta que se organizam atitudes básicas, emergem sentimentos e instalam-se vínculos essênciais para a formação moral superior da criança. Bebês que não são cuidados apropriadamente, podem sentir-se futuramente pessoas vazias, carentes que buscam preencher este vazio com alimentos e outras substâncias (ERICKSON, 1974). No que se refere ao segundo estágio, autonomia x vergonha (aproximadamente dos 18 meses aos 3 anos), este, torna-se decisivo para a razão entre a boa vontade amorosa e a autoinsistência odiosa, entre a cooperação e teimosia, e entre auto-expressão e auto-restrição compulsiva. O mesmo afirma que não importa o que nós façamos em detalhe, a criança sentirá principalmente o modo em que nós vivemos como seres amáveis, cooperativos e firmes, e o que nos torna odiosos, ansiosos e divididos em nós mesmos. A não resolução deste estágio pode aparecer anos mais tarde sendo possível ser observada em pessoas com comportamentos ruminativo e ritualista, isto é um resultado do triunfo da dúvida sobre a autonomia (ERICKSON, 1974). Verifica-se que um prejuízo na relação mãe-bebê pode futuramente manifestar-se no surgimento de vários transtornos entre eles, transtornos relacionados a substâncias onde o indivíduo tem necessidade de dependência oral. Pois bebês que não são cuidados apropriadamente podem sentir-se futuramente pessoas vazias, carentes e que buscam preencher esse vazio com alimentos ou outras substâncias (ERICKSON, 1974). Já segundo Melanie Klein (1982), quanto mais nova a criança, mais esta encontra-se sob a influência das fantasias onipotentes (fantasias inconscientes e experiência real). Em seus estudos a autora refere que as crianças quando incitadas pela ansiedade, tentavam constantemente dividir (Split) seus objetos e seus sentimentos, e tentando reter sentimentos bons e introjetar objetos bons, ao passo que expeliam objetos maus e projetam sentimentos maus. Com isso a autora, conclui que a criança constrói dentro de si mesma um complexo mundo interno e isso tem inicio a partir do nascimento, pois a partir disso o bebê tem que lidar com o impacto da realidade, começando com a experiência do próprio nascimento e passando por inúmeras experiências sendo estas de gratificação e frustração de seus desejos. Essas experiências influenciam diretamente a fantasia inconsciente e por esta são influenciadas. A mesma ainda ressalta que as fantasias inconscientes no ser humano são sempre ambíguas, a sua presença não quer dizer doença, o que determinará o caráter psicológico do indivíduo é a natureza dessas fantasias e o modo como essas são relacionadas com a realidade, tudo vai depender de como o sujeito passou por essas fases. A exemplo disto pode-se imaginar um bebê com fome, faminto e furioso. Ao lhe ser oferecido o seio este chora e se afasta, neste caso este bebê pode ter fantasiado que tenha atacado e destruído este seio e sente que este seio tornou-se mau e agora quer atacá-lo. Portanto o seio externo não é sentido como o seio bom que alimenta e sim o que é perseguido e terrificante. Com isso em fases posteriores as crianças enquanto adultos continuam com essas fantasias e por isso renegam alimentos tendo em mente essa fantasia do seio perseguidor (KLEIN, 1982; GRIFFA, MORENO, 2001). Porém, seguindo o mesmo exemplo, pode ter ocorrido uma fantasia de que o bebê está com fome, o qual a vence esta por uma alucinação onipotente de ter um seio bom que alimenta, a situação deste bebê será radicalmente diferente se for logo alimentado. O seio real que a mãe oferece na experiência deste é fundido com o seio que é fantasiado e o sentimento do bebê será de que sua própria bondade a do objeto bom são fortes e duráveis (KLEIN, 1982; GRIFFA, MORENO, 2001). Desta forma o prazer de comer, o mastigar, sugar, faz indivíduo voltar a fases iniciais de seu desenvolvimento, tendo a fantasia de que está sugando, incorporando o seio e que este está dentro de si (em relação à obesidade), busca do prazer propiciado pela experiência com o seio bom (KLEIN, 1982; GRIFFA, MORENO, 2001). Entende-se a partir de Melanie Klein (1982), que quando adultos podemos fantasiar e essa situação, a alimentação, nos remete a essa fase de saciação completa e de um bem estar, podendo assim gerar a obesidade, pois esta é uma forma de não enfrentarmos as contradições de nossos desejos. Pois na obesidade um indivíduo produz uma fantasia de satisfação de desejo, não está apenas evitando a frustração e o reconhecimento de uma realidade externa desagradável – o que é mais importante defendendo a si mesmo da ansiedade produzida pela sua realidade interna. Segundo Melanie Klein (1982), o recém-nascido inicialmente vive no mundo das presenças, falta-lhe a noção e a experiência da ausência. A sensação de fome nesta fase não é experimentada como carência ou ausência de alimento, mas como presença do mau (objeto ou seio mau). O recémnascido tende a apropriar-se do objeto bom ou ideal, mantê-lo e ajustar-se a ele. Em relação ao objeto mau o bebê projeta nestas suas fantasias agressivas e seus impulsos e considera que o objeto mau é uma ameaça para si próprio e para o seu objeto bom internalizado. Caso o recém-nascido sinta que seus impulsos libidinosos e o objeto bom sobressaem-se sobre os impulsos hostis e sobre o objeto mau, este cada vez mais identifica-se com o objeto bom e isso contribui para o fortalecimento do seu ego. Fortalecido o ego a criança necessita cada vez menos projetar seus impulsos agressivos o que diminui o poder atribuído ao objeto mau e as ansiedades persecutórias. Assim sendo o bebê não necessita utilizar constantemente a dissociação e a projeção, pois a integração do ego e do objeto predominam de forma gradual. Melanie Klein complementa afirmando que “[...] a integração do ego realiza-se sobre um núcleo, representado pela integração do seio bom, que supõe, por sua vez o predomínio das experiências boas e satisfatórias [...]” (KLEIN, 1982; GRIFFA, MORENO, 2001). Para a autora, no bebê predominam experiências boas e más e isso depende tanto de fatores internos quanto externos (mãe). Em relação aos fatores internos Klein considera que a inveja precoce é um dos mais importantes. E que esta é uma emoção primitiva, cujo intuito é destruir o que o objeto possui de bom. Essa é a primeira manifestação da pulsão de morte, pois ataca o que sente como a fonte de vida, e é dessa maneira que o bebê experimenta a relação com a mãe (seio bom, objeto bom parcial) que o alimenta. Na medida em que a experiência de satisfação aumenta em relação ao objeto bom, cresce na criança o desejo de tê-lo para si, por outro lado provoca na criança o desejo de ser ela mesma a fonte de semelhante perfeição. Inicialmente a inveja é acompanhada de sentimentos persecutórios e posteriormente de culpa, que a impulsionam a destruir a fonte de vida. Quando a inveja é excessiva esta não possibilita que o objeto bom se interiorize, sendo assim a inveja aumenta, formando um círculo vicioso, caso a inveja não seja esmagadora a gratidão pode predominar e controlar a inveja. No que se refere à posição esquizo-paranóide, Melanie Klein (1982) relata que ansiedades de natureza primitiva, que ameaçam o ego imaturo levam a mobilização de defesas precoces baseadas na fase oral e anal. É nesse período que o bebê é regido pelas fantasias inconscientes, pois o pensamento ainda não existe. As principais defesas existentes nessa fase são: a cisão, a identificação projetiva e a idealização. Quando o bebê já não se relaciona com os diversos objetos parciais ou diferenciados da mãe (mão, rosto, seio que alimenta e seio que frustra), mas com ela como um objeto total, e isso ocorre entre o 6º mês e o 8º mês de vida. É nesse momento, segundo Melanie Klein (1982) que ocorre a “posição depressiva” ou seja o bebê começa a perceber o outro como pessoa. A posição depressiva representa um avanço qualitativo do aparato mental, pois a partir disto objetos inteiros começam a ser reconhecidos e impulsos ambíguos são enviados ao objeto primário. Nesse período o bebê vem a reconhecer que o seio que frustra é o mesmo que o gratifica e que isso só depende do momento. Isso resulta em um sentimento de culpa, pois a mãe que o bebê em alguns momentos tanto odiou é a mesma que o alimenta e lhe oferece tanto amor em outros momentos. A partir disso começa a surgir o desenvolvimento da função simbólica e o surgimento de capacidades reparadoras, que se tornam possíveis quando o pensamento não necessita mais permanecer concreto. O caminho da posição depressiva é reparar o que se destruiu em fantasia. Para o bebê essa é uma tarefa difícil, pois este tem que lidar com a angústia dos ataques realizados e com a ansiedade gerada pelo medo da perda do objeto (angústia depressiva). A elaboração correta desta fase, tem conseqüências não só no plano afetivo, mas também no intelectual e na personalidade em geral. Pois, a nossa primeira comunicação com o mundo é através da boca. Tudo que necessitamos, todo desconforto, toda satisfação é manifestada pelo recém nascido através da fala, do choro e do sono. Isso substitui as palavras que ainda não existem no universo da criança. E é através disto que o bebê comunica-se com a sua mãe e relaciona-se com o mundo. É no momento em que o bebê está egocentrado em tudo o que lhe soma, lhe satisfaz ou falta. Com o passar do tempo os sentidos vão se apurando e a oralidade abrirá espaço para outras fases do desenvolvimento. Sendo assim, relendo as obras descritas acima podemos observar que a obesidade pode vir a ser uma fixação na fase oral do desenvolvimento do indivíduo, houve um prejuízo importante em alguma outra fase do desenvolvimento psicoemocional do indivíduo que o faz retornar a um momento mais tranqüilo do desenvolvimento mais primário. A obesidade é um sintoma de que ouve uma falha no desenvolvimento psicoemocional do indivíduo. Tratar a obesidade é encontrar suas origens e descobrir seus caminhos, é ir de encontro à liberdade. A obesidade é um sintoma. A estrutura psíquica do indivíduo é que está abalada. Winnicott (1978), afirma que a mãe é a grande facilitadora do desenvolvimento das potencialidades de maturação da criança, uma vez que a mãe o seu bebê formam uma unidade, pois no início o bebê não constitui uma unidade em si mesmo. A unidade corresponde uma organização entre o indivíduo e seu meio ambiente. A base da saúde mental é estabelecida nos primórdios da infância pelo provimento de cuidados dispensados a criança por uma mãe suficientemente boa. O bebê depende dos cuidados de uma mãe esta é quem vai contribuir para uma adaptação ativa e sensível ás necessidades da criança. O mesmo relata que para que este cuidado seja efetivo durante a gestação, a mãe entra em um estado de identificação com o seu bebê gerado, que vai se intensificando com o avanço da mesma, e persistindo até os primeiros meses de vida, e permite a real percepção das necessidades da criança recém-nascida. Inicialmente se estabelece uma condição de dependência que aos poucos vai levando a obtenção de independência do cuidado materno e a gradual inserção no mundo real. Caso exista uma falha neste período isto pode gerar na criança a incapacidade de início da maturação do próprio ego, causando a distorção de aspectos vitalmente importantes, como a questão alimentar em que a criança não deve ser concebida como uma pessoa que sente fome, cujos instintos podem ser frustrados e satisfeito, e sim como um ser imaturo que se encontra a mercê de uma ansiedade inimaginável. Esta ansiedade é evitada pela identificação da mãe com seu bebê que permite a percepção das necessidades físicas e psicológicas da criança e proporciona a satisfação destas. Sendo que uma satisfação alimentar pode ser uma sedução e pode ser traumática se chega á criança sem apoio do funcionamento do ego. René Spitz (1998), confirmando todos os autores relata que à mãe e outros adultos auxiliam e permitem a estruturação da percepção e comunicação com o mundo que rodeia e estimula o recémnascido. A partir considera-se mãe como primeiro agente socializador da criança, juntamente com os demais adultos que assistem. Hilde Bruch (1970), é apontada como uma das precursoras no reconhecimento da natureza psicológica da obesidade. Em seus estudos verificou que a interação mãe-bebê gera um aprendizado e uma apreensão do mundo exterior. Neste sentido a mãe pode ser colocada no papel de primeiro organizador do mundo externo para a criança. Ao identificar corretamente as necessidades infantis a mãe favorece a distinção entre a sensações corporais e as reações emocionais. Caso contrário, o que se percebe, e se perpetua de certa forma na idade adulta, é uma incapacidade de discriminação entre sensação e emoção e o que ocorre normalmente, é que toda a necessidade percebida é preenchida com comida e a fome não é devidamente reconhecida como tal. Wadden (1999) refere que atualmente os pais estão tornando-se cada vez mais participantes diretos nos cuidados de seus filhos, porém as mães ainda estão mais envolvidas na alimentação e criação de seus bebês e crianças pequenas. Apfeldorfer (1993), sustenta que a mãe ou quem realiza a função materna precisa interpretar os pedidos do recém-nascido para que ele aprenda a reconhecer a sensação de fome, já que esta sensação não é inata. Lucas (1998) salienta que a relação que a criança estabelece com o alimento durante o seu desenvolvimento é fundamental, principalmente em fases iniciais, pois uma carência ou excesso do mesmo nessa fase poderá acarretar sérias conseqüências no seu futuro, já que a vida emocional de uma criança está intimamente interligada ao processo alimentar. Brazelton (1994) defende que, a mãe que leva o filho ao seio para amamentá-lo percebe neste momento as mensagens amorosas que acompanham esse ato, e que estes servem para o bom desenvolvimento físico e emocional do bebê. Segundo o mesmo, um dos fatores que irá contribuir para a percepção que a criança vai ter de si no futuro, é o modo como esta lida com a alimentação em sua infância, os pais devem tratar o ato de comer como uma experiência satisfatória e saudável para a criança, pois a partir daí ela vai aprender a reproduzir seu comportamento alimentar. Pizzinato (2001) concorda com essa idéia e salienta que o comportamento alimentar requer experiências no início da infância, quando as necessidades corporais (fome, sede, frio, etc) são manifestadas. As reações do organismo para satisfazê-las devem ser atendidas de maneiras específicas, caso o bebê sinta fome a mãe deve alimentar este, caso a sensação seja sede, a mãe deve proporcionar água e se for frio, a mãe deve agasalhar o seu bebê. Uma vez que a mãe satisfaça as necessidades corporais de seu filho sempre com alimentos, se estabelece na criança uma conduta alimentar confusa, com isso, futuramente a criança não conseguirá identificar suas necessidades corporais e a cada reação que o organismo manifestar esta será preenchida com alimentos. O mesmo reforça que essas experiências vivenciadas no início da infância envolvem padrões de aprendizagem interacionais, para que se torne um comportamento organizado. Como dito anteriormente as atitudes maternas através das condutas de amamentação ou nutrição em geral são de extrema importância para a criança em termos de aquisição de confiança básica, nas suas relações vitais para com o mundo. Nóbrega e Campos (1996) relatam também acerca da importância da mãe para o desenvolvimento da personalidade de seu filho e que quando falhas ocorrem nessa relação mãe-filho em especial na fase oral, prejuízos podem ser visualizados futuramente nessa criança. Casos como o de obesidade, podem estar relacionadas a falhas na relação mãe-bebê. A mãe não consegue identificar a natureza de seus sentimentos e superalimenta o seu filho com o intuito de se tornarem boas mães. A criança associa o ato de comer como uma representação materna para sua satisfação corporal, sendo assim, futuramente qualquer sensação que o organismo manifestar essa pessoa não conseguirá identificar estas sensações e irá obedecer a leis inconscientes dos momentos de prazeres oriundos da fase oral e preenche essa manifestação com alimentos. Em suma o problema não consiste na repetição de antigos sentimentos exibidos pelos pais e sim, na incapacidade de tolerância e regulamento destes. A maioria dos problemas dos pais para com os seus filhos se dá pelo fato destes pais não reconhecerem seus próprios motivos inconscientes como a: repressão, a racionalização, a projeção, entre outros, para lidarem com seus próprios conflitos (NÓBREGA; CAMPOS, 1996). Pizzinato (2001), sustenta que as mães que dão excesso de alimentação aos seus filhos, podem associar afeto à comida, levando a criança a sentir que está totalmente nutrida a nível afetivoemocional, pois a dimensão psicológica do relacionamento entre mãe e filho, estaria com problemas na sua realização. Mães ansiosas que acreditam que seu leite não possa satisfazer a necessidade alimentar do seu filho e realizam o desmame precoce, acarretam na criança a sensação de perda ou vazio, que é preenchido com comida, podendo o filho generalizar esse comportamento com todas as perdas que tiver na vida. O obeso come em excesso, com o intuito de generalizar para evitar emoções dolorosas ligadas a perda, buscando o prazer infantil perdido. Segundo autores citados, mães com comportamentos de superproteção com seus filhos tendem a superalimentar estes frente a qualquer sensação (angústia, ansiedade, dores, frio, fome, etc). Com isso a criança não entra em contato com as reais emoções que o seu organismo manifesta e aprende que à solução para os seus conflitos será resolvido com a ingestão de alimentos. Ajuriaguerra (1983) afirma a importância da constelação familiar na constituição da personalidade na infância e indica que o fator obesidade pode estar vinculado a uma falha de comunicação da mãe com seu filho. Esta falta de comunicação adequada pode gerar uma necessidade de compensação de necessidades reprimidas e não satisfeitas através da ingesta excessiva. A partir disso percebe-se, que a dinâmica emocional do indivíduo obeso corresponde ao círculo vicioso originado na relação mãe-bebê, trazendo conseqüências para ela mesma como: dependência, inatividade e excesso de peso, excluindo-a das atividades grupais e ferindo sua autoestima, favorecendo o seu isolamento. 5. CONSIDERAÇÕES SOBRE O CAPÍTULO A partir dos autores pesquisados foi identificado que o vínculo mãe-bebê é o aspecto psicológico relacionado com a obesidade. O que pode nos fazer refletir a possibilidade de uma estreita associação, entre a depressão decorrente da forma como foi estabelecido o vínculo mãe-bebê. Isto porque autores como Melanie Klein (1982), Erickson (1974), Spitz (1998) e Winnicott (1978), ressaltam que de uma forma geral a estrutura de ego de um indivíduo é influenciada, ou mesmo determinada por este vínculo entre mãe-bebê. Segundo estes os bebês que não são cuidados apropriadamente podem tornar-se pessoas “vazias” (ERICKSON, 1974) e que buscam preencher esse vazio com alimentos. A base da saúde mental é estabelecida na infância a partir dos cuidados de uma mãe “suficientemente boa” (WINNICOT, 1978). Uma vez que pessoas acometidas pela obesidade desenvolvem depressão, angústia, fantasia e fuga, ha que se refletir em uma relação médico-paciente ou equipe-paciente devem-se desenvolver cuidados “suficientemente bom” (WINNICOT, 1978) ou seja que contemplem as necessidades destes pacientes (vazio, fuga, angústia e depressão). Pois caso exista uma falha nesta relação, por exemplo, pode não acontecer uma adesão ao tratamento indicado. A dinâmica estabelecida da relação mãe-bebê pode ser reativada na relação médico-paciente ou equipe-paciente. Desta forma indica-se avaliações psicológicas para pacientes que realizam tratamento contra a obesidade de forma que se possa avaliar a sua personalidade. A partir desta avaliação podem ser desenvolvidas ações adaptadas as mais diversas formas de intervenções no combate a obesidade. Por exemplo em procedimentos cirúrgicos, medicamentos, dietas entre outros. Desta forma conhecer os aspectos psicológicos envolvidos nesta doença permite construir reflexões que auxiliam no desenvolvimento de ações por parte de profissionais que pretendem cuidar de pessoas acometidas pela obesidade 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este Trabalho de Conclusão de Curso apresentou uma revisão da literatura sobre a obesidade pretendendo investigar acerca dos aspectos psicológicos que podem estar relacionadas com a mesma. São apresentados os principais resultados e contribuições bem como recomendações para trabalho futuro, considerando várias questões de pesquisa e desenvolvimento suscitadas a partir dos resultados. 6.1 Principais Resultados e Contribuições O objetivo desta pesquisa foi investigar através de literatura aspectos psicológicos que podem estar relacionados com a obesidade. Através dos objetivos específicos identificou-se que o vinculo mãe-bebê é um aspecto psicológico que pode estar relacionado a obesidade. Segundo autores como Melanie Klein (1982); Erickson (1974); Spitz (1998) e Winnicott (1978), existe uma relação entre falhas no vínculo mãe-bebê que podem estar relacionadas com o surgimento e manutenção da obesidade. A principal contribuição desta pesquisa é desenvolver diretrizes para profissionais que lidem com esta temática, para se refletir sobre a obesidade não só como uma doença orgânica ou social, mas que fatores psicológicos, como a personalidade do sujeito, sua história de vida podem estar contribuindo para o surgimento ou manutenção da obesidade. 6.2 Recomendações para Trabalho Futuro • Estudos junto a equipes de saúde que desenvolvem intervenções contra a obesidade para conhecer as ações desenvolvidas. • Estudos sobre a adesão do tratamento do paciente obeso. 7. REFERÊNCIAS AJURIAGUERRA, J. Manual de psiquiatria infantil. Rio de Janeiro: Masson do Brasil, 1983. APFELDORFER, G. Como logo existo: Excesso de peso e perturbações do comportamento alimentar. Lisboa: Instituto Piaget, 1993. BARLOW, H, D. Manual clínico dos transtornos psicológicos. Artmed, 1998. BRASELTON, T. B. Momentos decisivos do desenvolvimento infantil. São Paulo. Martins Fontes, 1994. BRUCH, H. Anorexia nervosa. São Paulo. Paulinas, 1970. ERICKSON, E, H. Infância e sociedade. Rio de Janeiro, Zahar, 1974. In GRIFFA, C, M. MORENO, E, J. Chaves para a psicologia do desenvolvimento. São Paulo. Paulinas, 2001. GIL, A, C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo. Atlas, 1994. GUYTON. Fisiologia humana. São Paulo. Guanabara. Koogan. S.A., 2001. KAHTALIAN, A. Obesidade: um desafio. Porto Alegre. Artmed, 1992. KLEIN, M. Progressos da psicanálise. Rio de Janeiro. Zahar. 1982. In GRIFFA, C, M; MORENO, E, J. Chaves para a psicologia do desenvolvimento. São Paulo. Paulinas, 2001. LUCAS, A, R. Transtornos alimentares. Porto Alegre. Artmed, 1995. MEDEIROS, G. O gordo absolvido. São Paulo: ARX, 2002. NÓBREGA, F, J; CAMPOS, A, L, R. Distúrbios nutricionais e fraco vínculo mãe/ filho. Rio de Janeiro: Revinter, 1996. PIZZINATO, V, T. Obesidade infantil: processo psicossomático evolutivo. São Paulo: Paulinas, 2001. SPITZ, R. O Primeiro ano de vida. São Paulo: Martins fontes, 1998. In GRIFFA, C, M; MORENO, E, J. Chaves para a Psicologia do Desenvolvimento. São Paulo: Paulinas, 2001. WADDEN, T, A. Obesidade. Porto Alegre: Artmed, 1999. VAZ, C, E., GRAEEF, R. L. Técnicas projetivas: produtividade em pesquisa. III Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Rorschach e outros métodos projetivos: Trabalhos completos. 556p. Porto Alegre: SBRO, 2004. a – cap. 11, b – cap.5, c – cap. 49. TEICHMANN, K. C; SARAIVA, L.M; OLIVEIRA,V. Z. Avaliação psicológica para cirurgia de obesidade. II Congresso Brasileiro de Psicologia Hospitalar: Gramado, 2005 (CD ROOM). WINNICOT, D, W. A mente e sua relação com o psique-soma. Da pediatria à psicanálise. Rio, Francisco Alves, 1978 WWW.ABESO. ORG.BR.(Acessado em 06/05/05, ás 16:00h). . 8. OBRAS RECOMENDADAS BARLOW, D. H. Manual clínico dos transtornos psicológicos. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 1999. FLORENSE, S. Eu hoje acordei gorda. Rio de Janeiro: Rocco, 1999. LONGO, E.N.; NAVARRO, E. T. Manual Dietoterápico. Porto Alegre: Artmed, 2002. STÜRMER, J. S. Reeducação Alimentar. Qualidade de vida, emagrecimento e manutenção da saúde. Ed. Vozes. [2001]. ZIMERMANN, D. E. Vocabulário contemporâneo de psicanálise. Porto Alegre: Artmed, 2001.