TÍTULO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO IDENTIFICAÇÃO NOME: SENAC – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – Departamento Regional do Maranhão CNPJ: 03760035/0001-17 END.: Rua do Passeio, nº 495 - Centro - São Luís - Maranhão CEP: 65015-370 RESPONSABILIDADE LEGAL: José Arteiro da Silva – Presidente José Ahirton Batista Lopes – Diretor Regional ATO CONSTITUTIVO: Decreto-Lei No. 8621 de 10 de Janeiro de 1946 1 INTRODUÇÃO As constantes evoluções socioculturais, políticas, econômicas e tecnológicas ocorridas nas últimas décadas têm provocado sucessivas mudanças na sociedade, interferindo na forma de pensar e agir das pessoas, o que valoriza cada vez mais a Educação na nova sociedade do conhecimento e da informação. O mundo globalizado, cada vez mais exigente e concorrente, faz com que os profissionais busquem continuamente a qualificação, o aperfeiçoamento e a especialização dos seus conhecimentos, o que renova sua capacidade de adaptação às novas demandas. Em decorrência disso, a instituição escolar passa a ser espaço privilegiado para enfrentar os desafios das exigências emanadas da nova ordem social, especialmente, no que se refere à Educação Profissional em suas diversas modalidades. Assim, emerge a necessidade da construção do Projeto PolíticoPedagógico como o plano global da instituição, configurado em um instrumento 5 teórico-metodológico de orientação, intervenção e mudança da realidade, servindo como um elemento integrador e organizador das suas atividades. O Projeto Político-Pedagógico deve ser vivenciado em todos os momentos por todos os envolvidos no processo educativo da Instituição de Ensino, conforme preconiza o Parecer CNE/CEB nº16/99, ao tratar da autonomia da escola: “ ... o processo de elaboração, execução e avaliação do projeto pedagógico é essencial para a concretização da autonomia da escola. O processo necessariamente com deve a ser democrático, participação efetiva contando de todos, especialmente dos docentes e deve ser fruto e instrumento de trabalho da comunidade escolar.” Todas as mudanças aqui citadas interferem na Educação Profissional, demandando, inclusive, alterações de ordem legal, destacando-se o Parecer CNE/CEB No. 16/99, a Resolução CNE/CEB No 04/99, que tratam das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional de Nível Técnico. Mais recentemente, o Parecer CNE/CEB No. 11/08, a Resolução CNE/CEB No. 03/08, que institui o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos de Nível Médio e a Lei nº. 11.741, de 16/07/2008, alteram dispositivos da Lei nº. 9.394/96, com vista a redimensionar, institucionalizar e integrar as ações da educação profissional técnica de nível médio, da educação de jovens e adultos e da educação profissional e tecnológica. Esses dispositivos legais constituem os princípios norteadores, referentes à articulação da educação profissional técnica com o ensino médio e ao respeito aos valores estéticos, políticos e éticos, bem como aos seus princípios específicos, compreendidos como as competências para a laborabilidade, a flexibilidade, interdisciplinaridade e contextualização, a identidade dos perfis profissionais, a atualização permanente dos cursos e currículos e a autonomia da escola. Além da organização dos eixos tecnológicos, orientação para a elaboração de planos de curso e suas respectivas cargas-horárias mínimas. O Projeto Político-Pedagógico do SENAC-MA é resultado de uma construção coletiva e tem a finalidade de estabelecer o posicionamento sociopolítico da Instituição, declarando suas intenções educativas e definindo sua proposta de Educação Profissional. A participação dos servidores foi 6 garantida a partir da sensibilização de todos sobre a importância de sua construção, seguida de estudo individual do referencial teórico, realização de oficinas de análise e discussão do tema, culminando com a elaboração de propostas de sumário e designação de comissão multidisciplinar responsável pela organização do documento, sob o acompanhamento contínuo da equipe técnica do Departamento Nacional. Com esse documento tem-se a pretensão de estimular os atores envolvidos no processo educativo a criar alternativas de (re) significação e transformação da sua prática, partindo de um exercício de ação-reflexão-ação, amparado num processo democrático, que deverá contemplar a dinâmica das relações sociais a partir da concepção, implantação e avaliação permanente do Projeto. Acredita-se que o presente projeto será desencadeador de aprendizagens, visto sua intenção de educar para a cidadania e liberdade, sendo fonte inspiradora para a construção histórica das futuras gerações. Para tanto, deverá estar em constante processo de avaliação e atualização. 2 A RELAÇÃO TRABALHO, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO. Na história da humanidade, a educação sempre esteve voltada a suprir as necessidades do povo ou de seu governo. A Grécia antiga visava à preparação dos jovens para as relações com as cidades-estado. Cada uma delas possuía características diferentes e seus sistemas educacionais deveriam adaptar-se, preparando adequadamente a juventude, de acordo com as necessidades essenciais da vida. Em Esparta – talvez a mais famosa das cidades-estado da Grécia antiga – , o sistema educacional preparava os homens para a vida de guerreiro, enquanto as mulheres deveriam aprender a se tornar mães de futuros guerreiros. Nesse sistema educacional, o Estado era o único responsável pela educação. Alguns consideravam, inclusive, a educação familiar prejudicial às crianças. Oferecida pelo Estado, a educação espartana era voltada para a preparação dos soldados. Desde muito cedo, aos sete anos de idade, os filhos 7 dos cidadãos eram entregues aos cuidados do ensino estatal e recebiam o pouco do conhecimento letrado que sua formação lhe dispensaria. Durante a maior parte de seu tempo, os aprendizes realizariam pesadíssimas cargas de exercícios físicos. Os grandes guerreiros de Esparta eram aqueles que ultrapassavam seus limites físicos e possuíam agilidade, destreza e controle mental para sobressair em batalhas e guerras. Na Idade Média, à medida que a civilização avança e as guerras ficam menos constantes, a especialização no trabalho, voltada para a produção de bens de consumo, aumenta e origina um novo grupo social: os artesãos. Eles se encarregavam da produção dos objetos que a sociedade necessitava como tecidos, armas, objetos em cerâmica, entre outros. Esses artesãos agrupavam-se em corporações configuradas nas categorias de aprendizes, oficiais e mestres. O aprendizado era concebido dentro das oficinas, passado de pai para filho, na maior parte das vezes. A produtividade dessas oficinas era baixa, já que o trabalho era feito manualmente por uma só pessoa, do início ao fim. O profissional deveria conhecer todas as fases de produção do bem, desde a retirada das matériasprimas até o acabamento final de cada peça. Com a Revolução Industrial (termo aplicado às transformações econômicas e técnicas iniciadas na Grã-Bretanha, entre o século XVIII e o XIX), a forma de produção sofre profundas mudanças. O desenvolvimento de mecanismos – como a máquina a vapor e o tear mecânico – permitem o crescimento da produtividade e a racionalização do trabalho. A forma de produção – manufaturada – de bens muda e leva o aprendizado para o mesmo caminho. A Revolução Industrial concentra os empregados em fábricas e altera profundamente o caráter do trabalho. A manufatura apóia-se no trabalho do artesão, mais precisamente na cooperação entre eles. Agregavam-se os trabalhadores de diversas especialidades para cooperarem entre si e o processo de produção consistia na desagregação de uma atividade artesanal nas suas diferentes fases. Em termos profissionais, surgia a figura do especialista. Os indivíduos deixavam de fazer todo o processo de produção de cada mercadoria e o aprendizado tornou-se parcial, já que o trabalhador 8 conhece apenas uma pequena parte da produção dos bens e não é levado a “pensar” a produção, ele somente executa tarefas. 2.1 Educação Profissional no Brasil A educação brasileira tem sido marcada pela ocorrência de dois modelos distintos de educação, um modelo para a elite e outro para a classe trabalhadora, uma dualidade evidenciada pela forma como foi concebida e pela maneira pela qual é vivenciada a educação no Brasil. Na época do Brasil-Colônia, de economia agroexportadora, o período pós-manufatura, conhecido como Taylorista-Fordista, intensificou a produção e o consumo, dividiu e hierarquizou o trabalho, estabelecendo relações diferenciadas entre operários e dirigentes, e implantou a produção de bens homogêneos e um rigoroso controle de qualidade nas fábricas. Nesse período, a grande mudança imposta foi a divisão entre o trabalho manual e o intelectual, entre o fazer e o pensar. Aos operários cabia executar, sob a supervisão de trabalhadores de nível intermediário, as tarefas concebidas e planejadas pela classe dirigente. Como consequência, os trabalhadores executavam tarefas simples e repetitivas, que exigiam pouca (ou nenhuma) qualificação. Na segunda metade do século XX, com os avanços tecnológicos, o processo de produção torna-se flexível, passando a exigir investimento em pesquisa e controle de qualidade, formação de equipes de trabalho – as chamadas células de produção – demandando mão-de-obra qualificada e níveis mais elevados de educação profissional. As novas tecnologias e as mudanças na política e na economia reestruturam o processo produtivo e impõem, apesar da produção em massa de bens de consumo, a necessidade de um trabalho criativo, baseado na lógica da flexibilidade do conhecimento e da educação profissional, na perspectiva de formar trabalhadores com autonomia e consciência crítica em suas relações com o mundo. Sendo assim, a educação profissional deve associar teoria e prática, no intuito de promover o desenvolvimento de competências relacionadas à pesquisa, à experimentação e utilização das constantes 9 inovações tecnológicas. Ela deve ser difusora de uma visão de mundo completa e possibilitar a formação integral e, acima de tudo, crítica. Na época do Brasil-Colônia, de economia agroexportadora, dependente da mão-de-obra escrava e submetida à política colonial de opressão, não se exigia qualificação para o trabalho. A produção era atribuição exclusiva dos escravos; portanto, a formação intelectual da elite nacional era voltada ao bacharelismo e para a burocracia, resultando num ensino predominantemente clássico, que priorizava a literatura e a retórica em detrimento das ciências e da atividade manual, aumentando o abismo entre os letrados e a maioria da população, analfabeta. Nesse contexto arbitrário, é gestada e tratada a educação profissional do país, com o objetivo de amparar os órfãos e demais “desvalidos da sorte”, assumindo o caráter assistencialista, que tem marcado toda a sua história. A primeira iniciativa governamental direcionada à profissionalização data do período imperial com a criação do colégio das fábricas, a escola de Belas Artes e a construção de “casas de artífices” para atender prioritariamente os menores abandonados. O Parecer CNE/CEB nº 16/99 descreve como foi tratada a questão da educação profissional no país, enfatizando justamente o caráter assistencial das políticas para essa modalidade de ensino, cujos propósitos estão explicitados nos textos das leis de sua criação. Somente na metade do século XIX são fundados os Liceus de Artes e Ofícios, algumas escolas de comércio e outras de agricultura. A implantação dessas instituições fez surgir esperanças de mudanças no campo educacional. Entretanto, a educação profissional continuava sustentando o perfil assistencial de períodos anteriores, embora passe a preparar operários para o exercício profissional. Entre 1906 e 1910, destaca-se um esforço público no sentido de preparar operários para o exercício técnico-profissional, momento em que a qualificação para o trabalho passa a ser atribuição do Ministério da Indústria e Comércio. A partir de então, efetiva-se uma política de incentivo ao desenvolvimento do ensino industrial, comercial e agrícola. 10 Na década de 1920, surgiram uma série de debates sobre a expansão do ensino profissional, promovida pela Câmara de Deputados, que daria uma nova tônica à questão ao propor sua extensão a ricos e pobres, e não apenas aos desafortunados. A década de 1930, época em que o processo de industrialização do país iniciava, consolida-se como marco referencial na história da política educacional nacional. Nesse ínterim, a queda da Bolsa de Valores de Nova Iorque – e a consequente crise do café – contribuiu para a implantação da indústria de bens de consumo, tendo em vista o grande consumo de bens, até então, importados. Tal fase, denominada industrialização por substituição das importações, culminou com a criação de um maior número de escolas superiores para formação de recursos humanos necessários às novas exigências do mercado produtivo. A partir da Constituição de 1937, tratou-se pela primeira vez das escolas vocacionais e pré-vocacionais como dever do Estado, obrigação que deveria ser cumprida em parceria com as indústrias e os sindicatos patronais (classes produtoras), aos quais caberia criar, na esfera de suas especialidades, as escolas de aprendizes destinadas aos filhos de seus operários e associados. Com a determinação constitucional de encarar o ensino vocacional e pré-vocacional como dever do Estado (cumprido por empresas e sindicatos) foram criadas as Leis Orgânicas da Educação Nacional: do Ensino Secundário (1942), do Ensino Comercial (1943): do Ensino Primário, Normal e Agrícola (1946), visando à formação de profissionais para a indústria e o comércio. Embora tenham representado um esforço de sistematização da política educacional brasileira, o texto das leis orgânicas da Educação Nacional mantém o caráter dualista ao afirmar como objetivo do Ensino Secundário e Normal: “[...] formar as elites condutoras do país [...]”, cabendo ao Ensino Profissional oferecer “[...] formação adequada aos filhos dos operários, aos desvalidos da sorte e aos menos afortunados, aqueles que necessitam ingressar precocemente na força de trabalho[...]”. Nesse contexto, a linha de ação de Instituições como o Senac e o Senai basearam-se, durante muito tempo, no treinamento de técnicas para 11 preenchimento de postos de trabalho bem definidos, com ênfase na preparação para o fazer. Todavia, segundo Bonamino,(2006) foi a partir do término do Estado Novo, em 1945, com o advento das massas no cenário político, que se tornou possível a quebra dessa estrutura dual. Através da unificação desses dois segmentos educacionais, o que se concretizaria no início dos anos 60, pela flexibilização e equiparação legal entre os diferentes ramos do ensino profissional. 2.2 Histórico e Tendências da Indústria e do Comércio Maranhense Durante praticamente todo o período dos séculos XVII, XVIII e XIX, a economia maranhense estava sustentada no trabalho escravo e na produção de cravo, canela, pimenta, açúcar, arroz e algodão, tendo os três últimos como seus pilares. Com a abolição da escravatura, em 1888, a economia maranhense passou por um período de declínio – de aproximadamente três décadas – até a retomada do processo de industrialização, a partir da produção têxtil, implantada principalmente nas cidades de São Luís, Caxias e Codó. No início do século XX, o Maranhão sofreu influência significativa da imigração, principalmente, da comunidade sírio-libanesa, que se dedicou ao comércio e deu origem aos profissionais liberais. Os ofícios, por sua vez, eram ensinados no dia-a-dia, de pai para filho, como se pode observar ainda hoje, mesmo em menor escala. Entre 1940 e 1960 foi a vez da chegada dos imigrantes cearenses, que foram atraídos por melhores condições para o plantio, principalmente de arroz, o que fez crescer consideravelmente a produção desse item no estado. Mas, por outro lado, o trabalhador rural do interior do estado viu-se obrigado a migrar para a capital para trabalhar principalmente nas fábricas têxteis. Trabalhadores sem qualquer tipo de qualificação eram empregados em fábricas que produziam peças de baixa qualidade. Como consequência, a indústria têxtil entrou em decadência e acabou por se extinguir. 12 A partir da década de 1970, o estado passa por um grande crescimento nos setores de mineração, construção civil, comércio e, mais recentemente, no setor turístico. E, assim como a qualificação para o trabalho segue as tendências e as necessidades da indústria e esta última utiliza o comércio para fazer o escoamento de sua produção, é natural que as atividades do comércio sejam influenciadas pelas atividades da indústria. Um estudo elaborado pela Federação das Indústrias do Maranhão (FIEMA), intitulado Plano Estratégico de Desenvolvimento Industrial do Maranhão, delimita também as áreas de atuação do comércio e, consequentemente, as principais necessidades de qualificação. Conforme o documento citado, desde o ano de 2004, o Maranhão vem passando por uma lenta ampliação do “projeto político- desenvolvimentista”, que deverá ser consolidado até o ano de 2020. Tal projeto possibilitará a diversificação do mercado interno, tendo como resultado novos investimentos, consolidação da competitividade e um moderado crescimento de algumas cadeias produtivas como: a mínero-metalúrgica, a de grãos, pecuária, florestal, madeireiro-moveleira, de produtos naturais regionais, além do fortalecimento da cadeia produtiva da construção civil e do desenvolvimento de arranjos produtivos locais. Esse cenário se constitui em importante referencial para a organização das ofertas de educação profissional, com vista a ampliar a competitividade do trabalhador maranhense da indústria e também do comércio de bens, serviços e turismo. 3 O SENAC NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL O SENAC – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – foi criado em 10 de janeiro de 1946 pelo Decreto-Lei nº 8.621 do Governo Federal, com o objetivo de contribuir para a valorização do trabalhador, fornecendo-lhe oportunidades de capacitação profissional nas diversas áreas do conhecimento humano e proporcionando-lhe maior possibilidade de ingresso no mercado de trabalho. A legislação que deu origem à entidade determinou que o Setor de Comércio de Bens e de Serviços contribuiria com o percentual de 1% sobre a 13 folha de pagamento, destinado para a manutenção da entidade sem acarretar qualquer despesa para os empregados ou para o governo. A organização e a administração da Instituição ficariam a cargo da Confederação Nacional do Comércio – CNC, órgão máximo de representação sindical do empresariado do comércio e dos serviços. Nos primeiros anos de funcionamento, as ações do SENAC estiveram mais voltadas para os menores empregados em firmas comerciais – os menores aprendizes que, por motivos contratuais, eram encaminhados por seus empregadores às escolas de comércio então existentes, para completar os estudos de caráter profissionalizante. Foi a partir de 1960 que o SENAC deu início à qualificação de jovens e adultos para ocupar postos de trabalho, estivessem eles vinculados ou não ao comércio, transformando a Instituição aberta a toda a sociedade. A missão do SENAC era atender à demanda para o ingresso no mercado de trabalho, coerente com o pensamento da época. No Maranhão, o Senac foi criado em 24 de julho de 1947, sob a forma de Delegacia. Em decorrência do reconhecimento da Federação do Comércio do Estado do Maranhão, em 18 de setembro de 1953, foi definitivamente transformado em Administração Regional, possuindo administração própria. Desde então, o Senac/MA, presidido pela Federação do Comércio do Estado do Maranhão, vem evoluindo permanentemente, com o objetivo de ampliar seus serviços e garantir uma educação profissional de qualidade, adequada ao mercado de trabalho maranhense. Atualmente, os Centros de Formação Profissional estão na capital e nas principais cidades do interior como Imperatriz, Caxias, Bacabal e Santa Inês. Esses Centros são verdadeiros laboratórios de ensino, com salasambiente e mobiliário apropriado para oferecer as programações do SENAC (infraestrutura detalhada no anexo 1) em sete eixos tecnológicos: Ambiente, Saúde e Segurança; Apoio Educacional; Gestão e Negócios; Hospitalidade e Lazer; Informação e Comunicação; Infraestrutura e Produção Cultural e Design. O público que recorre aos serviços do Senac é bastante heterogêneo, já que a Instituição atende a pessoas de todas as classes sociais, faixa etária, escolaridade e gênero. Ressalta-se, entretanto, a predominância de três grupos de interesse que caracterizam esse público: 14 pessoas que buscam qualificação para inserir-se no mercado de trabalho, profissionais que almejam uma formação continuada e os que visam à qualificação para geração de renda. A clientela do SENAC é formada ainda por jovens que anseiam um espaço no mercado de trabalho e veem na Formação Inicial e Continuada e na Educação Profissional Técnica de Nível Médio uma oportunidade mais acessível para esse fim. Como parte dessa clientela apresenta lacunas na sua formação básica, o Senac tem a preocupação de oferecer Programas Compensatórios e a Jornada da Superação, como forma de minimizar suas deficiências e melhor prepará-los para o mercado. Atento à inclusão social, o SENAC-MA tem se modernizado para promover acessibilidade às pessoas com deficiência participantes do Programa Deficiência e Competência, que oferece capacitação a pessoas com deficiência assistidas por Instituições não-governamentais, além da capacitação dos servidores da Instituição para atender a deficientes auditivos, através do curso de Libras. 3.1 Posicionamento Estratégico O Senac-Maranhão tem como missão “Educar para o trabalho em atividades de comércio de bens, serviços e turismo”. Com base na missão e nos princípios éticos, políticos e educacionais, o Senac-Maranhão tem como visão de futuro: ser reconhecido, até 2010, como referência brasileira em educação para o trabalho devendo, portanto: − ser uma Instituição de referência em Educação Profissional junto à comunidade maranhense; − manter uma equipe multidisciplinar capaz de satisfazer às exigências da educação, conforme Art. 22, LDB 9394/96, fundamentada na cooperação, na criatividade, na humildade e no respeito mútuo; − praticar ensino de qualidade no nível das melhores instituições de educação profissional brasileira; − aproximar o índice de evasão para zero; − buscar uma sinergia na instituição de forma a torná-la alegre, dinâmica e atraente; 15 − ter no seu quadro, funcionários capacitados para desenvolver os serviços educacionais. Consciente de que o real alcance dos objetivos só aconteceria pela qualidade dos serviços educacionais, o Senac-Maranhão desenvolve suas ações pautado nos valores que o sustentam, ou seja: na ética, na organização, no compromisso, na transparência, na confiabilidade, na criatividade, na flexibilidade e no empreendedorismo. As metas anuais são traçadas com a participação do corpo técnico, dos docentes e discentes, visando atender à comunidade que forma a Instituição. Ao corpo diretivo cabe coordenar, acompanhar e avaliar o planejamento das atividades, proporcionando, assim, a articulação dos diversos serviços. Os objetivos estratégicos são a Gestão de Portfólio de Produtos e Serviços, a Gestão Orientada para Resultados, o Fortalecimento da Imagem Institucional e a Promoção da Inclusão Social. Dessa forma, a Direção Regional desenvolve uma gestão participativa através da Assessoria de Planejamento, da Divisão Técnica e da Divisão Administrativa e Financeira, que juntas, discutem, refletem e tomam decisões sobre questões financeiras, administrativas e pedagógicas. 4 PROPOSTA PEDAGÓGICA 4.1 Princípios Norteadores A Sociedade da Informação traz um novo ciclo produtivo centrado no conhecimento como capital intelectual, aplicado à inteligência competitiva das organizações, para garantia de sua sobrevivência no mercado. A espantosa velocidade do desenvolvimento das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) tem acarretado aceleradas mudanças, que incidem nas atividades econômicas, sociais, culturais, políticas e, em especial, no mercado e nas rotinas de trabalho, o que tem ajudado a construir uma nova ordem social, na qual o conhecimento assume papel primordial, por ser o principal fator de produção da atualidade. 16 O novo momento redimensiona a demanda de trabalho e afeta diretamente os trabalhadores pela intensa concorrência que se efetiva por formas de racionalização da produção e da gestão. Logo, a compreensão universal do conhecimento já existente viabiliza abertura para a formação das diversas maneiras de compreender o contexto global e o próprio homem. Esse homem, como sujeito das relações sociais, tem o poder de transcendência, de discernimento, de julgamento crítico, é capaz de tomar decisões, de objetivar o mundo e a si mesmo através do ato de conhecer, porque: [...] o homem pode criar sua consciência de mundo, construir sentidos, significações e símbolos. Tendo como característica a açãoreflexão, o ato de conhecer permite ao homem tomar consciência de sua qualidade de sujeito. Ao tomar consciência de si mesmo ele estabelece uma relação dialética entre sua liberdade e os problemas que a limitam. Assim seu papel não pode ser resumido à passividade, à uma intervenção acidental e incompleta com o mundo. (BRENNAND, 2008). O mundo globalizado, cada vez mais exigente e concorrente, faz com que se repense a concepção de homem que se quer formar, pois a informação atrelada à tecnologia demanda um “[...] conjunto de conhecimentos necessários para se conceber, produzir e distribuir produtos e serviços de forma competitiva”.(ALVIM, 1998, p. 29), visto que o mundo do trabalho precisa estar inserido nas estratégias educacionais e princípios que direcionem os sujeitos da aprendizagem à vida profissional. A avalanche de informações e sua transformação em conhecimento coloca como desafio para as Instituições Educacionais, a possibilidade de conciliar os objetivos de preparação para o prosseguimento dos estudos, a preparação para o mercado de trabalho e o desenvolvimento pessoal. Para enfrentar os desafios das exigências emanadas dessa nova ordem, é necessário considerar a estrutura educacional do país e a premente necessidade de flexibilizá-la para atender a diferentes situações no tempo e no espaço. A LDB nº 9394/96, primeira legislação educacional brasileira a regulamentar a Educação Profissional, deixa clara e explícita a necessidade de articulação entre educação e trabalho. 17 A viabilização dessa proposta supõe a construção de novas alternativas de organização curricular que atendam ao novo significado do trabalho no contexto da globalização e numa formação de homem, capaz de desenvolver valores e competências, necessárias à sua integração e permanência de forma autônoma e crítica no contexto laboral e social. Conforme está descrito no Art. 39. A educação profissional e tecnológica, no cumprimento dos objetivos da educação nacional, integra-se aos diferentes níveis e modalidades de educação e às dimensões do trabalho, da ciência e da tecnologia. § 1o Os cursos de educação profissional e tecnológica poderão ser organizados por eixos tecnológicos, possibilitando a construção de diferentes itinerários formativos, observadas as normas do respectivo sistema e nível de ensino. A velocidade com que as informações se renovam, exige pensar numa concepção de homem e de mundo que supere a relação vertical e estabeleça a relação dialógica, visto que os homens se educam em comunhão, mediatizados pelo mundo do trabalho. Assim, ter acesso à informação já não é o bastante, pois aprender a aprender constitui-se hoje numa competência fundamental, tendo em vista que somente por meio da observação, reflexão e capacidade de transformar informação em conhecimento, será possível fazer a inserção desse homem no mundo do trabalho e na sociedade através de uma formação continuada, cujo fim seja a construção de sua cidadania. Segundo Werneck (2005), o momento histórico está voltado para a unificação dos saberes, pois é necessário considerar o maior número de variáveis que possam intervir no processo educativo. Assim, a cooperação entre os indivíduos torna-se fundamental. Para o crescimento contínuo, dinâmico e equilibrado do sujeito da aprendizagem é indispensável fomentar valores, tais como: a) Cooperação – realização de atividades conjuntas de forma integrada e participativa para alcançar os objetivos comuns; b) Criatividade – criação de alternativas para resolver problemas e dinamizar as atividades; c) Respeito – valorização das diferenças e o do potencial do outro como pessoa; 18 d) Humildade – crença na incompletude do ser, e na sua capacidade de buscar incessantemente o crescimento pessoal e coletivo; e) Honestidade – responsabilidade, fidelidade e respeito no desenvolvimento das ações educacionais. Além desses valores, a formação de um profissional deverá corresponder às demandas do processo produtivo de cada eixo tecnológico, advindo daí as competências cognitivas e socioafetivas necessárias, posto que saber fazer não se restringe a uma mera instrução técnica, mas consiste numa elaboração mental que abriga a possibilidade de novos saberes, viabilizando uma requalificação ou reprofissionalização, que supere dicotomia entre teoria e prática. Assim a educação profissional visa estimular: a) o crescimento potencial do aluno; b) a formação do cidadão ativo e integrado à sociedade; c) a Educação Ambiental; d) a possibilidade de mudança; e) a construção de uma sociedade justa e igualitária; f) o diálogo, como base fundamental do aprendizado; g) o envolvimento do profissional não como um mero observador, mas como um ser participativo; h) o equilíbrio físico e psíquico como elementos fundamentais para o desenvolvimento das potencialidades do ser humano, e; i) a tomada de consciência do professor e do aluno como sujeitos da própria história. As profundas mudanças ocorridas no mundo do trabalho destacam a necessidade de uma vinculação estreita entre a Educação Profissional e o desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva. Importa destacar que a estruturação do conhecimento a ser construído deve compreender as competências requeridas para o exercício de uma determinada profissão. (CARNEIRO, 1998). Tais competências assentam-se sobre três lógicas, a saber: a articulação da Educação Profissional com a Educação Básica; a formação realizada por eixos tecnológicos, transcendendo a estreita especialização; e a flexibilização da oferta de cursos e dos itinerários formativos. 19 Logo, a organização curricular da Educação Profissional tem como princípio orientador a formação baseada em competência, sendo esta a capacidade de articular, mobilizar e colocar em ação valores, conhecimentos e habilidades necessários para o desempenho eficiente e eficaz de atividades requeridas pela natureza do trabalho, ou ainda, “[...] um saber agir responsável e reconhecido, que implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos e habilidades, agregando valor econômico para a organização e valor social para o indivíduo”. (FLEURY; FLEURY, 2001). Como se vê, a dinamização das competências implica uma transformação permanente do conhecimento, o que exige dos atores sociais formação continuada e reflexão permanente de seu papel social, tanto para suprir possíveis lacunas da educação básica, quanto para desenvolver a capacidade de pensar, sentir e agir nas diversas situações demandadas pelo cotidiano. Educar com foco em competências supõe responder às novas formas de organização da produção e do trabalho e das novas demandas da sociedade, conforme a tipologia de competências proposta por Deluiz, a saber: a) Intelectuais e técnicas: capacidade de reconhecer e definir problemas, equacionar soluções, pensar estrategicamente, introduzir modificações no processo de trabalho, atuar preventivamente, transferir e generalizar conhecimentos; b) Organizacionais ou metódicas: capacidade de autoplanejar-se, autoregular-se, estabelecer métodos próprios, gerenciar seu tempo e espaço de trabalho; c) Comunicativas: capacidade de expressão e comunicação com seu grupo, superiores hierárquicos ou subordinados, de cooperação, trabalho em equipe, diálogo, exercício de negociação e de comunicação interpessoal; d) Sociais: capacidade de utilizar todos os conhecimentos – obtidos através de fontes, meios e recursos diferenciados – nas diversas situações encontradas no mundo do trabalho; isto é, da capacidade de transferir conhecimentos da vida cotidiana para o ambiente de trabalho e vice-versa; e) Comportamentais: iniciativa, criatividade, vontade de aprender, abertura às mudanças, consciência da qualidade e das implicações éticas do 20 seu trabalho, o que envolve subjetividade do indivíduo na organização do trabalho; f) Políticas: compreender sua posição e função na estrutura produtiva, seus direitos e deveres como trabalhador, sua necessidade de participação nos processos de organização do trabalho e de acesso e domínio das informações relativas às reestruturações produtivas e organizacionais em curso, assim como na esfera pública, nas instituições da sociedade civil,constituindo-se como atores sociais dotados de interesses próprios que se tornam interlocutores legítimos e reconhecidos. Dessa forma, a Educação Profissional tem como desafio na sociedade da informação, possibilitar ao indivíduo o desenvolvimento da capacidade de mobilizar seus saberes para atuar em qualquer situação, a partir de uma visão de si, do outro, do seu contexto, de suas inter-relações e de lidar com as mudanças, o que implica estar aberto à aprendizagem permanente. 4.2 Estrutura Curricular A organização curricular do SENAC-MA está pautada nos pressupostos da flexibilidade e do desenvolvimento de competências profissionais preconizadas pelo MEC. Promover a formação de profissionais capazes de compreender o seu fazer, dotados de autonomia crítica, criatividade, flexibilidade, postura ética e sensibilidade estética, visando à valorização do trabalhador e a sua inserção e permanência no mercado de trabalho com pleno exercício da cidadania. Para tanto, o artigo 39º da LDB nº 9.394/96, observadas as Diretrizes Curriculares Nacionais definidas pelo Conselho Nacional de Educação, estabelece que a Educação Profissional deve ser desenvolvida por meio dos seguintes cursos e programas: I – de formação inicial e continuada ou qualificação profissional; II – de educação profissional técnica de nível médio; III – de educação profissional tecnológica de graduação e pósgraduação. A concepção da modalidade de Formação Inicial e Continuada pauta-se na Recomendação nº 195/04 da Organização Internacional do 21 Trabalho – OIT que afirma: “[...] a educação básica, a formação profissional inicial e a aprendizagem permanente, são três fatores fundamentais que propiciam o desenvolvimento das pessoas, o acesso à cultura e à cidadania ativa”. Nesse contexto, a Educação Profissional deve ser um processo permanente de aprendizagem que possibilite a constante qualificação do trabalhador por meio da construção do seu Itinerário Formativo, desde a Formação Inicial até a Pós-graduação, validando competências desenvolvidas em situações de trabalho, conforme disposto no parágrafo 1º do artigo 3º do Decreto Federal 5.154 de julho de 2004 “[...] considera Itinerário Formativo o conjunto de etapas que compõem a organização da Educação Profissional em uma determinada área, possibilitando aproveitamento contínuo e articulado dos estudos”. O Itinerário Formativo além de organizar as ofertas de cursos da Educação Profissional e sua estruturação curricular, serve de referência para o aluno na definição de sua trajetória profissional. O perfil profissional de conclusão, por dar origem ao plano de curso, é o primeiro item a ser definido. Nesse sentido, o perfil deve responder as seguintes perguntas: Quem é esse profissional? Quais são suas principais funções? Onde desenvolve sua atividade? Integra uma equipe multiprofissional? A atividade desenvolvida é regida por Lei de Exercício Profissional? Que conhecimentos, valores, atitudes éticas e habilidades mentais são fundamentais para o exercício da sua profissão? Nessa perspectiva, o perfil profissional de conclusão representa o compromisso da escola com os alunos e com a sociedade. É o que se espera que os alunos alcancem ao final do curso. Portanto, é ele quem deve orientar a escolha e a estruturação de todos os demais componentes do plano, e, naturalmente, de seu desenvolvimento. A estrutura curricular do plano poderá ser organizada por módulos, que representam uma unidade didática sistematicamente ordenada em torno de competências significativas que guardam afinidades entre si e devem seguir três princípios fundamentais: − Flexibilidade – possibilita maior agilidade na atualização e incorporação de inovações, permitindo adaptações às mudanças; 22 − Interdisciplinaridade – pressupõe o planejamento participativo, ressaltado em metodologias ativas, tendo como exemplo o desenvolvimento de projetos; e, − Contextualização – pressupõe a adequação da oferta dos cursos às reais necessidades dos educandos, do mercado de trabalho e da sociedade, haja vista que o módulo pode ser organizado por disciplinas, blocos temáticos, ou outra forma. A Resolução CNE/CEB nº 03/08, que dispõe sobre a instituição e implantação do Catálogo Nacional de Cursos Técnicos de Nível Médio, contribuiu de forma determinante na organização curricular com foco na estrutura sócio-ocupacional e tecnológica, conforme determina o Decreto Nº 5.154/2004. Assim, está organizado em doze Eixos Tecnológicos, cada um composto por um Núcleo Politécnico próprio. O Catálogo Nacional de Cursos Senac, organizado por Eixos Tecnológicos, contempla também a Formação Inicial e Continuada e compreende os seguintes Eixos Tecnológicos: Ambiente Saúde e Segurança; Apoio Educacional; Gestão e Negócios; Hospitalidade e Lazer; Informação e Comunicação; Infraestrutura e Produção Cultural e Design. A caracterização das ações, conceitos, tipologias e demais termos referentes à pratica educativa do Senac estão dispostos em Glossário, conforme indicado a seguir: – Ações de Educação Profissional destinadas ao desenvolvimento de competências necessárias à inserção e permanência das pessoas na vida produtiva, no setor de comércio de bens, serviços e turismo. Tem como premissa a organização por eixos tecnológicos, possibilitando a construção de diferentes itinerários formativos, em função da estrutura sócio-ocupacional e tecnológica, e articula esforços entre as áreas de educação, do trabalho e emprego e da ciência e tecnologia; – Ações de Educação Profissional são classificadas em diferentes modalidades: Formação Inicial e Continuada (Aprendizagem, Capacitação, Aperfeiçoamento, Programas Socioprofissionais, Programas Socioculturais, Programas Instrumentais e Certificação Profissional); Educação Profissional Técnica de Nível Médio (Qualificação Técnica, Habilitação Técnica de Nível Médio, Especialização Técnica de Nível Médio e Certificação Profissional) e 23 Educação Superior (Qualificação Tecnológica, Graduação, Pós-Graduação e Extensão). – Ações Extensivas à Educação Profissional tratam de programações variadas, com o objetivo de disseminar informações, que possam favorecer a construção de conhecimentos. Conferem certificados de participação, estabelecendo-se como critério a frequência. Elas compreendem: palestras, seminários, conferências, simpósios e eventos similares; concursos, desfiles, festivais, exposições, feiras de produção e equipamentos; campanhas e outros eventos de caráter socioprofissional e cultural; produção e veiculação de programas de televisão e rádio; teleconferências e assessoria e consultoria. – Ações Complementares à Educação Profissional são ações institucionais destinadas a apoiar e acompanhar a efetividade da oferta de educação profissional do SENAC. Consistem no Encaminhamento e Acompanhamento de Egressos ao Mercado de Trabalho; Pesquisas, Análises, Produção de Material Didático e outros estudos. Para garantir maior eficiência, eficácia e efetividade à ação educativa, deve-se levar em consideração: – o Projeto Político-Pedagógico, conforme Art. 12º e 13º da LDB; – a definição do Perfil Profissional de Conclusão por Itinerários Formativos, nos respectivos eixos tecnológicos; – as competências profissionais a serem desenvolvidas pelos alunos; – a identificação dos conhecimentos, das habilidades e valores (atitudes) a serem trabalhados para o desenvolvimento das competências profissionais; – a organização curricular, incluindo o Estágio Supervisionado e eventual trabalho de conclusão de curso; – a definição de critérios e procedimentos para a avaliação da aprendizagem; – a identificação das condições técnicas, tecnológicas, físicas, financeiras e de pessoal devidamente habilitado para implantar o curso, que vão nortear a elaboração do Plano do Curso, para posterior apreciação dos setores e órgãos educacionais competentes. 24 As orientações sobre a estrutura curricular adotada pelo SENAC têm em vista a correspondência de suas ações às necessidades da sociedade, do mercado e dos cidadãos. O currículo é o meio para desenvolver competências. A escola, por meio de sua organização curricular, tem compromisso com a aprendizagem e com o desenvolvimento de competências para a cidadania e para o trabalho. 4.3 Procedimentos Metodológicos A noção de competência é abordada pelas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Profissional sempre de forma relacionada à autonomia do trabalhador contemporâneo diante da instabilidade do mundo do trabalho e das mudanças nas relações de produção. Nesse cenário, o profissional deve ser preparado para o exercício eficiente das práticas de trabalho, sem, contudo, deixar de desenvolver uma visão mais ampla de seu campo de atuação, de modo a estar apto para lidar com as mudanças e inovações do atual mercado de trabalho (Senac-DN, 2000). Com base nesses pressupostos, amplia-se a responsabilidade das instituições de Educação Profissional no que diz respeito à elaboração dos currículos com base na inclusão de novas formas de organização do trabalho educativo; na incorporação dos conhecimentos construídos na prática e na utilização de metodologias que propiciem o desenvolvimento da capacidade para resolver problemas, comunicar idéias, tomar decisões, ter iniciativa e ser criativo e ético. Tais bases favorecem a crescente autonomia intelectual, num contexto de respeito às regras da convivência democrática, possibilitando o desenvolvimento pessoal e profissional. Os Referenciais Curriculares Nacionais elaborados pelo MEC em 2000 ressaltam as condições de alocar esses saberes em ações próprias de um contexto profissional específico, o que pressupõe esquemas mentais flexíveis e, portanto, o desenvolvimento de processos cognitivos complexos tais como: análises, sínteses, inferências, generalizações, analogias, associações, transferências, entre outros. A metodologia, então, adquire centralidade no processo ensino-aprendizagem, uma vez que se torna necessário criar 25 situações que articulem teoria e prática, construindo competências a partir do conhecimento empírico fundamentado no conhecimento científico. Um currículo que integre teoria e prática deve congregar problemas e projetos desafiadores, reais ou simulados, que desencadeiem ações resolutivas, identificadas com as situações típicas da área profissional, apoiados no princípio de que os saberes são construídos pela ação-reflexãoação. Pautado numa metodologia contextualizada e nos processos de mobilização, articulação e aplicação dos saberes, o currículo deve ser organizado por ações integradas pedagogicamente e concebidas para promover aprendizagens profissionais significativas. As bases tecnológicas deixam de ser fim em si mesmas, constituindo-se como meio para o desenvolvimento de competências. No que tange aos métodos de ensino-apredizagem, é necessário optar por uma metodologia que promova, em sua integralidade, o desenvolvimento das competências profissionais, visando ao aprendizado por conta própria e em cooperação. Para tanto, a evolução do ensinoaprendizagem tradicional para uma abordagem crítica se mostra mais eficiente. É necessário, portanto, adotar metodologias que permitam a simulação ou realização de situações concretas de trabalho, propiciando a integração dos conhecimentos e o desenvolvimento de níveis de raciocínio mais complexos. Nesse sentido, propõe-se a utilização de metodologias ativas, que permitam ao aluno ser sujeito de sua própria aprendizagem, como o desenvolvimento de projetos, o estudo por pesquisa, estudos de casos, reelaboração temática, elaboração de sínteses, elaboração de diagramas, dramatização, visitas técnicas, simulações e a prática supervisionada, que favorece o contato do aluno com a realidade do trabalho. Porém, assim como as atividades destacadas anteriormente, devemos ter em mente que os recursos didáticos são utilizados para potencializar o aprendizado e devem estar de acordo com a mensagem e com o público a quem ela se destina. Os diversos recursos didáticos devem se complementar para garantir a potencialização da aprendizagem. Cada recurso apresenta 26 características próprias e algumas vantagens sobre outros. Essas vantagens, no entanto, não são excludentes; pelo contrário, elas se complementam. E essa é justamente a proposta da utilização de multimeios, uma diversidade de recursos que vão tornar mais rica a abordagem dos temas e vão fazer o aluno conhecer e lidar com diferentes linguagens (SENAC - DN, 2000. p 85). Ao selecionar os procedimentos metodológicos a serem utilizados é importante lembrar do impacto que as novas tecnologias da informação e comunicação trazem para o processo de ensino-aprendizagem. Elas flexibilizam o âmbito formativo, individualizam a formação e favorecem a aprendizagem auto-dirigida, fazendo que o aluno sinta a necessidade de elaborar por si mesmo a seleção do conhecimento que deve construir para alcançar seus objetivos profissionais. A leitura, embora essencial, somente consegue ser aplicada pela analogia com as experiências de quem a faz, o que possibilita ao leitor aferir seu real sentido. É necessário, portanto, lançar mão de outros recursos, que a complementem e reforcem a aprendizagem. Nesse sentido, é recomendável associá-la à utilização de áudios e vídeos, recursos que exploram o visual, o auditivo e a experimentação do real. Os softwares, por sua vez, exploram a interatividade e a possibilidade de situações menos rígidas e mais flexíveis. Assim, a Educação Profissional por competência requer a utilização de metodologias dinâmicas, nas quais o aluno é o agente de seu processo formativo, o que implica necessariamente incluir variadas atividades e recursos didáticos. A alternância dos alunos entre os ambientes escolares e do trabalho funcionam como estratégias formativas, produzindo resultados significativos à ação educativa. 4.4 O Perfil Docente Não se pode falar do desenvolvimento de competências profissionais sem enfatizar o papel do corpo docente envolvido no processo de ensino-aprendizagem, considerando que será por seu intermédio que toda a metodologia proposta será efetivada. Além de promover o desenvolvimento de competências técnicas, cabe aos docentes, conforme preconizado no Parecer CNE/CEB nº. 16/99, 27 propiciar aos alunos o desenvolvimento de senso de responsabilidade, espírito crítico, autoestima, autoconfiança, sociabilidade, firmeza e segurança nas decisões e ações, capacidade de autogerenciamento, com autonomia e disposição empreendedora, honestidade e integridade ética. A Educação Profissional exige do seu corpo docente duas características fundamentais para o cumprimento de seus objetivos: conhecimentos específicos da profissão e saberes didático-pedagógicos próprios da atividade docente. É essencial que o profissional da docência seja experiente, possua competência na sua área de atuação, saiba como e por que fazer o que propõe e, sobretudo, seja capaz de estimular seus alunos na direção de um aprendizado permanente. De modo geral, os docentes da Educação Profissional são profissionais que atuam no mercado de trabalho, conhecem suas tendências, mas não dispõem de licenciatura, que os habilitem para o exercício do magistério. Cabe à instituição de ensino, que usufrui seus serviços, promover sua formação continuada, mediante a oferta de programas especiais de desenvolvimento de competências didático-pedagógicas, bem como a atualização das competências específicas. Considerando a peculiaridade da formação do docente da Educação Profissional, o Senac-Maranhão estabelece como escolaridade prioritária do docente a formação superior com licenciatura plena ou em programa especial de formação, no segmento profissional do curso, que irá ministrar. Na ausência desses requisitos, será admitida a docência na seguinte ordem preferencial: I – Profissionais não-licenciados, mas graduados no segmento profissional do correspondente eixo tecnológico; II – Profissionais não-graduados em nível superior no segmento profissional do eixo tecnológico, que demanda a docência, mas graduados em outros eixos tecnológicos e que tenham experiência comprovada; III – Técnico de nível médio formado no segmento profissional do eixo tecnológico do curso, com comprovada experiência profissional; 28 IV – Na falta de profissionais de nível técnico com experiência comprovada, outros profissionais reconhecidos por sua experiência profissional. Os itens III e IV só se aplicam aos cursos de Educação Profissional Técnica de Nível Médio e aos cursos de Formação Inicial e Continuada de Trabalhadores. Para os cursos de Educação Superior serão requisitados profissionais pós-graduados. Para orientação da ação docente é importante destacar as competências e responsabilidades necessárias ao desempenho da ação docente. Assim, destacam-se como competências essenciais do docente: Comunicação Oral: capacidade de comunicar-se oralmente, de forma clara e objetiva, facilitando o processo de comunicação e a defesa de argumentos, opiniões e convicções. Essa competência pode ser efetivada nos atos de transmitir segurança e credibilidade ao falar em público, inclusive dominando recursos tecnológicos; ter domínio amplo do vocabulário e das regras gramaticais da Língua Portuguesa; ser claro e objetivo ao expressar suas idéias e, também, saber adequar a comunicação ao contexto e às pessoas envolvidas , e ser capaz de argumentar e convencer, envolvendo o interlocutor no processo de comunicação. Gestão do Relacionamento com Cliente: capacidade de conquistar e fidelizar o cliente, empreendendo esforços para identificar, atender e superar as suas necessidades e expectativas. Configurada a partir dos atributos de possuir habilidades inter-relacionais e equilíbrio emocional; solucionar problemas rotineiros na relação com o cliente; saber ouvir, identificando necessidades e expectativas dos clientes; administrar o tempo, atendendo com rapidez e eficiência e, por fim, conhecer o portfólio de produtos e serviços da instituição. Gestão dos Serviços Educacionais: capacidade de planejar, coordenar e avaliar a execução dos produtos de Educação Profissional. Essa competência expressa-se pela condição de contribuir no planejamento das ações de Educação Profissional por meio de sugestões; providenciar com antecedência a estrutura de apoio logístico necessária para a realização da ação educacional; orientar, acompanhar e avaliar o desempenho dos agentes envolvidos; planejar a execução dos produtos educacionais, considerando o 29 perfil do público e as condições operacionais; orientar e acompanhar a execução dos serviços educacionais da instituição e aplicar as metodologias e recursos didáticos, visando à qualidade da Educação Profissional. Orientação para Resultados: capacidade de gerir com eficiência e eficácia todos os recursos para alcançar os objetivos almejados. Tal competência está diretamente ligada a planejar o tempo de acordo com seu trabalho e prioridades; organizar recursos e programar suas atividades, para alcançar os objetivos estabelecidos; ser eficiente na busca de resultados; avaliar resultados com base em indicadores de desempenho; encaminhar à instância adequada problemas que ultrapassem a sua capacidade, acompanhando a solução. Trabalho em Equipe: Capacidade de colaborar e cooperar com outras pessoas para conseguir um objetivo comum, compartilhando informações e conhecimentos relevantes, por meio da cooperação e participação nas discussões, emitindo sua opinião; compartilhamento de informações com a equipe; atuação com flexibilidade, adaptando-se às novas exigências da equipe; respeito às diferenças, escutando com atenção as posições divergentes; apresentação de idéias com objetividade; compromisso com seu trabalho e apoio às decisões do grupo; capacidade para comunicar-se e ouvir, favorecendo o diálogo e, por fim, comprometimento com a equipe e com a empresa como um todo. No que se refere às responsabilidades dos docentes, ressaltam-se: − Estudar e pesquisar soluções no que tange à sua participação no processo produtivo da Instituição; − Cooperar em trabalhos técnico-profissionais, sob supervisão, inclusive prestando a assessoria profissional em assuntos de complexidade relativa a sua área de atuação; − Participar de reuniões técnicas, grupos de trabalho e estudos; − Participar de recrutamento e seleção do corpo docente de seu mesmo eixo tecnológico; − Buscar alternativas para evitar evasões, mantendo o equilíbrio dos cursos; 30 − Garantir a execução de suas atividades em conformidade com o seu planejamento, plano de curso e o Projeto Político-Pedagógico da Instituição; − Manter-se atualizado quanto ao conhecimento do eixo tecnológico específico e de sua atuação e de todos as demais eixos a que se relaciona; − Acompanhar o desenvolvimento dos alunos, identificando o nível de aprendizado dos discentes; − Zelar pela conservação das instalações físicas, dos equipamentos e dos materiais, juntamente com professores e o setor competente da instituição; − Ter conhecimento da Legislação de Educação Profissional; − Indicar bibliografias atualizadas sobre o conhecimento básico e específico referentes aos cursos, para atualização do corpo docente e de alunos; − Apresentar um nível de responsabilidade e iniciativa junto aos seus superiores, aos seus colegas docentes e aos discentes; − Acompanhar, estimular e controlar a frequência dos discentes; − Representar interna e externamente a instituição, quando convocado; − Avaliar juntamente com seus superiores a viabilidade física, pedagógica e mercadológica para propor novos cursos e/ou investimentos para o seu aprimoramento; − Analisar e controlar os custos orçados para a execução dos cursos; − Conhecer as formas de avaliação por competências, tendo em vista subsidiar seu planejamento e a construção dos instrumentos de avaliação; − Acompanhar as transformações do mercado de trabalho, a fim de planejar ações de Educação Profissional previstas para a execução dos cursos; − Ter disponibilidade para atender às necessidades de planejamento, execução, acompanhamento e avaliação dos cursos; − Ter uma postura consciente e ativa em relação à preservação do meio ambiente e da qualidade de vida da comunidade em geral, buscando influenciar com estes aspectos a formação profissional dos alunos; 31 − Agir com base na ética profissional e dessa forma contribuir com a conscientização de todos os envolvidos na dinâmica dos cursos. O corpo docente do SENAC-MA é constituído de profissionais vinculados, ou seja, contratados por tempo indeterminado, e profissionais contratados por tempo determinado, de acordo com a carga-horária prevista para a realização da ação educativa. O fator determinante da forma de contratação dos docentes se dá em razão da expressiva demanda de Educação Profissional em alguns eixos tecnológicos, o que sofre influência direta da dinâmica do mercado de trabalho. A seleção dos docentes deve ser orientada de acordo com a forma de contratação (por tempo determinado ou indeterminado). No que tange ao docente contratado por tempo determinado o recrutamento deve ser de forma espontânea, a partir do interesse do profissional em fazer parte do quadro de contratados pela Instituição. Dada a necessidade de preparação de todos os docentes, para uma melhor atuação, os candidatos, após processo de seleção, deverão participar do processo de ambientação da Instituição, que compreende o estudo dos seguintes temas: o contexto da Educação Profissional, histórico e estrutura do SENAC, a Proposta Pedagógica, o Regimento Escolar, Acervo Bibliográfico do SENAC-MA. A todo o corpo docente da Instituição, seja da capital ou interior do estado, é oferecido o “Programa de Desenvolvimento Docente – PDD”, organizado anualmente, com temas atuais voltados para atender às necessidades de educação continuada dos docentes e para favorecer a reflexão coletiva no que se refere às competências técnico-pedagógicas articuladas à proposta de Educação Profissional do SENAC. Com a realização do PDD aumentam-se as possibilidades de manter o corpo docente atualizado nos assuntos pertinentes à didática e novidades tecnológicas, que permeiam a Educação Profissional, buscando-se, assim, como diferencial, a criatividade e a qualidade na prestação dos serviços. Nesse sentido, acredita-se que a concretização dessas ações, sobretudo as de cunho didático-pedagógico, têm relação direta com a formação continuada do docente, tendo em vista sua importância como agente de transformação junto aos alunos. 32 Entende-se que a busca pela melhor qualidade no ensino, para bem atender ao aluno, vem sendo uma luta constante e muito necessária no âmbito das instituições de educação, em especial aquelas que trabalham com a Educação Profissional. A questão da qualidade ainda é um ponto de preocupação, tendo em vista que não basta possibilitar o acesso à escola, é necessário que nela os alunos permaneçam aprendendo, com entusiasmo e possibilidade de ampliar os conhecimentos construídos na vida cotidiana. Ademais, sabe-se da dificuldade que o docente tem em socializar sua prática pedagógica com outros docentes, considerando que seus momentos acontecem em tempos diferentes, o que dificulta a interdisciplinaridade e pode contribuir para a fragmentação do processo de ensino-aprendizagem. As reuniões e encontros que privilegiem estudos, reflexões e discussões acerca da prática docente são espaços que propiciam o compartilhamento de idéias, a criação de vínculos, o estímulo a ações articuladas dos docentes, para a construção de uma prática pedagógica democrática, viva e competente; o fornecimento de subsídios para aprofundar a visão político-pedagógica da Instituição; o aperfeiçoamento das ações, adequando-as ao tempo, condições e circunstâncias específicas de cada realidade; o exercício da habilidade de transformar o produto de suas discussões em ações. 4.5 Avaliação da Aprendizagem A avaliação constitui-se em um processo de ação ampla que abrange o cotidiano do fazer pedagógico, nele incluído o planejamento, a proposta pedagógica e a relação entre todos os elementos da ação educativa. Ao avaliar efetiva-se um conjunto de procedimentos didáticos que se estendem ao longo de um tempo e em vários espaços e segmentos escolares, procedimentos de caráter múltiplo e complexo tal como se delineia um processo. Segundo Luckesi (1995), a avaliação escolar é um processo pelo qual se observa, se verifica, se analisa e se interpreta um determinado fenômeno, situando-o concretamente quanto aos dados relevantes, objetivando 33 uma tomada de decisão em busca da produção humana, a fim de replanejar e redirecionar, se for o caso, as ações para o alcance dos objetivos propostos. Ainda segundo Luckesi(1995), a avaliação tem basicamente, três passos: Conhecer o nível de desempenho do aluno em forma de constatação da realidade. Comparar essa informação com aquilo que é considerado importante no processo educativo (qualificação) e tomar as decisões que possibilitem atingir os resultados esperados. Convém destacar que dado o caráter abrangente da avaliação, esses passos estão articulados a todo o processo de funcionamento da instituição, contemplando desde o acompanhamento discente, o aproveitamento de competências e, finalmente, a avaliação da aprendizagem posto que a responsabilidade da avaliação transcende a pessoa do aluno e do professor, uma vez que os responsáveis pelos seus resultados são todos aqueles que participam, direta ou indiretamente, da implementação do ensino, em todos os níveis da estrutura institucional. Desse modo, a avaliação não se constitui em um fato pontual ou um ato singular, mas num conjunto de fases que se condicionam mutuamente. Esse conjunto de fases ordenam-se sequencialmente (são um processo) e atuam integradamente (são um sistema), razão pela qual a avaliação não pode ser algo separado do processo de ensino-aprendizagem, mas parte dele. E exerce um papel específico em relação ao conjunto de componentes que integram o ensino como um todo (está num sistema). (Zabalza, 1995, p. 239). É este o aspecto que a literatura mais relevante tem comentado, ou seja, a necessidade de se conceitualizar a avaliação como parte integrante no processo do ensino-aprendizagem, e não como algo que lhe é alheio, e que apenas serve para 'julgar' os alunos. É, pois, necessário ver a avaliação como parte integrante do processo ensino-aprendizagem. Além disso, a avaliação não pode reduzir-se apenas à análise das pessoas, e, neste âmbito, essencialmente dos alunos: Quando se fala na avaliação escolar, imediatamente ocorre falar da avaliação do rendimento dos alunos como se esta fosse algo que recai exclusivamente sobre eles. Segundo Hoffmann (2007), o olhar avaliativo, frente aos fenômenos, situações, objetos e pessoas, vislumbra múltiplas dimensões. Assim, não há 34 como constituir a avaliação da aprendizagem num processo objetivo, normativo e padronizado, pois tal atitude implica em afastá-la de seu significado essencial de humanidade, uma vez que ela consubstancia-se no contexto próprio da diversidade, desenvolvendo-se concomitante ao desenvolvimento das aprendizagens dos alunos. É função da avaliação a promoção permanente de espaços interativos, sem perder de vista a evolução individual do aluno ou ainda de promover ações mediadoras que tenham sentido para o coletivo. Desse modo, para que o processo avaliativo aconteça de forma significativa, as propostas educativas precisam estar articuladas em termos de gradação e complexidade, a fim de que possam constituir-se num processo mediador. Segundo Hoffmann (1993), avaliar nesse novo paradigma é dinamizar oportunidades de ação - reflexão - ação, num acompanhamento permanente do professor, e este deve propiciar ao aluno em seu processo de aprendizagem, reflexões acerca do mundo, formando seres críticos libertários e participativos na construção de verdades formuladas e reformuladas. Por sua vez métodos e instrumentos de avaliação estão fundamentados em valores morais, concepções de educação, de sociedade e de sujeito. Sendo, portanto: ...“essas concepções que regem o fazer avaliativo e que lhe dão sentido”( Hoffmann 2007, p.13). Nessa perspectiva faz-se necessário levar em conta aspectos essenciais na reflexão sobre a avaliação, tais como a dinamicidade da realidade social que está em constantemente mudança; o indivíduo como um agente ativo que constrói e dá sentido à realidade; a coerência entre o programa educativo e o contexto dos sujeitos que o desenvolvem; a formação do avaliador e suas concepções sobre avaliação; e , por fim, a metodologia utilizada que “[...] longe de ser mecânicos questionários, testes ou exercícios, seja um momento a mais para o aluno viver internamente a construção ou reconstrução de conceitos ao longo do caminho da aprendizagem. Ou seja, um momento de aprendizagem.” (HOFFMAN, 1994, p. 34). 35 O fazer avaliativo deve ser compreendido a partir das práticas exercidas na sala de aula, por meio da metodologia adotada que demarca as diferenças e as explora para o crescimento intelectual de cada sujeito da aprendizagem. Abordada como processo, a avaliação apresenta-se como instrumento de coleta de dados, que possibilita julgar se os objetivos educacionais estão sendo realmente alcançados pelo programa do currículo e do ensino. A trajetória da avaliação da aprendizagem na Educação Profissional é inicialmente marcada por medir o aproveitamento do aluno através de notas e provas no final de determinados períodos de estudo. Contudo, para que se possa melhor regular o processo ensino-aprendizagem e garantir a formação do aluno, o desafio de avaliar competências profissionais deve ser feito a partir de uma abordagem formativa, com ênfase na verificação do seu aproveitamento durante o processo. A função da avaliação deve ser de retroalimentar o processo ensino-aprendizagem, visto que o procedimento de avaliar fornece elementos que devem ser considerados, analisados, ponderados, tendo em vista o aperfeiçoamento das condições de aprendizagem, como possibilidade para o aluno caminhar de acordo com suas capacidades. A aplicabilidade da avaliação como processo de acompanhamento e verificação contínua e cumulativa da aprendizagem requerem uma nova configuração do sistema escolar, cuja função não seja classificatória, mas uma grande fonte de reflexão-ação-reflexão sobre o ensino-aprendizagem, com ênfase na formação inicial e continuada do professor. Os Referenciais para a Educação Profissional SENAC, segundo orientações de Hernández (1998), comenta as dimensões da avaliação, que são caracterizadas, como: a) Diagnóstica inicial – permite detectar os atributos que os alunos já possuem e utilizá-los para a estruturação do processo ensino-aprendizagem, recolhendo evidências sobre as formas de aprender dos alunos, suas experiências e conhecimentos prévios, seus erros e concepções apriorísticas; b) Formativa – permite identificar o nível de evolução dos alunos no processo de ensino-aprendizagem, o que implica na tarefa de adequação constante entre os processos de ensino e de aprendizagem, de modo a 36 adaptá-los à evolução dos alunos e ao estabelecimento de novas pautas de atuação; c) Recapitulativa – apresenta-se como um processo de síntese de um tema, um curso ou um nível educativo, sendo o momento que permite reconhecer se os estudantes alcançaram os resultados esperados, adquiriram algumas das destrezas e habilidades propostas, em função das situações de ensino e aprendizagem planejadas, e; d) Acreditativa ou Certificativa – é a que legitima a promoção dos estudantes de uma etapa à outra, de um nível de ensino a outro e/ou confere uma determinada certificação, constituindo o ápice do processo de formação. Considerando o aspecto processual da avaliação, bem como as inúmeras possibilidades de (re)significação que ele contempla, o desenvolvimento da aprendizagem deve implicar na constante adaptação dos processos de ensino e de aprendizagem as condições diagnosticadas. Portanto, o educador deve utilizar estratégias que contemplem a aprendizagem daqueles que ainda não se apropriaram das competências mínimas, correspondentes ao perfil profissional de conclusão estabelecido nos planos de curso da Educação Profissional, de modo a adaptar os procedimentos de ensino ao nível de compreensão de cada aluno, estabelecendo novas formas de atuação sobre as bases tecnológicas não apreendidas durante o processo. A avaliação torna visível o crescimento intelectual do aprendiz, e retroalimenta o processo ensino-aprendizagem, possibilitando ao docente analisar sua prática pedagógica, além de reestruturar os métodos adotados para que se atinja os objetivos pretendidos. Ou seja, os encaminhamentos necessários para uma nova aprendizagem devem partir dos referenciais obtidos na avaliação, são eles que possibilitarão ao educador analisar os resultados e, por fim, estudar meios e alternativas para fazer valer a intenção e os objetivos do processo educativo como um todo. Assim, faz-se necessário avaliar a competência que [...] não se limita ao conhecer, mas vai além porque envolve o agir numa situação determinada. O agir competente inclui decidir e agir em situações imprevistas, mobilizar conhecimentos, informações e hábitos, para aplicá-los, com capacidade de julgamento, em situações reais e concretas [...] (CNE, Parecer n. 16/99) 37 É necessário fomentar a faculdade de um conjunto de recursos cognitivos (conhecimentos, habilidades e valores) para solucionar com pertinência e eficácia uma série de situações. Logo, a formação deve ser integral e sólida, com saberes significativos relacionados a conhecimentos anteriores, para que o sujeito do processo ensino-aprendizagem possa desenvolver competências estimuladas no trabalho coletivo e na investigação contínua de seu aprendizado. O mapeamento das competências solicita ao educador o estímulo a formar e conduzir projetos, desenvolvendo estratégias individuais e de grupo; a analisar situações e relações de forma sistêmica; a cooperar e agir em sinergia, através da participação em atividade coletiva, partilhando liderança; a estimular e organizar ações coletivas de cunho democrático, através do gerenciamento e superação dos conflitos, por meio da convivência e da construção de normas de convivência negociadas que superem diferenças culturais. O processo pedagógico em toda sua totalidade deve ser compartilhado de forma que o aluno conheça desde o início as etapas que irão compor a ação educativa, bem como as bases tecnológicas, procedimentos metodológicos, regulamentos e os critérios de avaliação. A gestão participativa da sala de aula torna o processo ainda mais transparente, na qual todos os envolvidos têm oportunidade de avaliar e serem avaliados. Tendo em vista que na avaliação todos os elementos que compõem o processo ensino-aprendizagem têm igual importância para a qualidade da ação educativa. Como forma de perceber as impressões dos alunos sobre seu próprio desempenho, do corpo docente, do corpo técnico, da gerência da Unidade Operativa e do atendimento nos demais setores da Instituição, bem como a qualidade do material didático e estrutura física, deve ser aplicado um instrumento de avaliação ao término de cada componente curricular, que servirá para obter dados quantitativos e qualitativos, que permitam a tomada de decisão acerca do desenvolvimento da Instituição. É essencial o melhor esclarecimento de cada um dos aspectos e critérios a serem avaliados pelos alunos, como forma de reduzir as possibilidades de distorções da realidade. Assim como a socialização dos resultados obtidos, com todos os envolvidos e com aqueles que possam 38 promover o reforço dos aspectos positivos e as intervenções necessárias sobre os aspectos a serem melhorados. Assim, a avaliação é de fundamental importância em toda atividade humana; portanto, indispensável em qualquer proposta de educação. Desde a sala de aula até as práticas mais rotineiras do processo educativo, a avaliação deve estar presente de modo que seja um processo contínuo, reflexivo, individualizado e coletivo, múltiplo, participativo e plural voltado a realimentar os processos e redimensioná-los para promover as mudanças necessárias ao alcance dos objetivos. 4.6 Sistemática de Acompanhamento Discente O acompanhamento discente deve acontecer desde o momento em que o aluno efetua sua inscrição em um curso e se estende até o momento em que ele é encaminhado para o mercado de trabalho. No decorrer de sua vida estudantil no SENAC, o aluno participa de diversas ações educativas, que visam dar suporte pedagógico ao seu desenvolvimento profissional. Ao chegar à Instituição, o candidato deve ser atendido por um Serviço de Orientação Profissional, que disponibiliza informações sobre o mundo do trabalho, os itinerários formativos e os cursos existentes, nos diversos eixos tecnológicos em que a Instituição atua. Após definir o curso, no qual irá se inscrever, o candidato deve se dirigir à secretaria de cursos para efetivar sua inscrição, ocasião em que recebe o manual do aluno, instrumento que lhe orienta quanto à estrutura e normas de funcionamento da Instituição, bem como seus direitos e deveres, a fim de possibilitar seu melhor posicionamento frente ao novo ambiente de aprendizagem. O aluno deve ser acompanhado pelo Supervisor Pedagógico, em conjunto com o docente, durante todo o processo ensino-aprendizagem. Para tanto, utiliza-se como metodologia: visitas em sala de aula e nos locais destinados às atividades externas; análise dos casos de infrequência, sugerindo adoção de medidas pertinentes; análise do desempenho dos alunos e realização de atendimento individualizado e identificação de alternativas pedagógicas para a redução de evasão e reprovação. 39 Como forma de evitar a evasão dos alunos é estabelecido um limite de 25% de faltas, definido no Regimento Interno da Instituição. Ao aluno que exceda o percentual máximo de faltas será permitida a condição de requerer a aplicação de Medidas Compensatórias, conforme Ordem de Serviço SENAC/MA Nº 0070/2008, que podem ser aplicadas em casos de ausência justificada por motivo de doença, solicitação da justiça, do trabalho ou nos casos fortuitos, todos devidamente comprovados pelo docente da disciplina, com as mesmas bases tecnológicas referentes às aulas perdidas,através de documento. Medidas compensatórias são ações educativas com o intuito de suprir ausência de alunos regularmente matriculados nos cursos de Educação Profissional, de forma a não comprometer a continuidade da construção das competências previstas no plano de curso. Classificam-se em atividade prática ou aula individual, realizada pelo docente da disciplina com as mesmas bases tecnológicas referentes às aulas perdidas. Ao aluno que ultrapassar os índices máximos de medidas compensatórias, em se tratando de faltas justificadas, é oferecida condição de transferência para uma próxima turma do mesmo curso, com direito ao aproveitamento dos componentes curriculares já cursados. Grande parte dos alunos é oriunda da Educação Básica; logo preenche os pré-requisitos dos cursos, mas não detém as competências básicas necessárias ao desenvolvimento da formação profissional. Nesses casos, o Senac oferece Programas Compensatórios, para suprir as carências de conhecimentos e habilidades necessários ao desempenho do aluno. O programa é considerado conforme ordem de serviço SENAC nº 0031/2007, “um suporte pedagógico, desenvolvido através de um processo didático especialmente planejado para alunos que apresentem limitações de conhecimentos e habilidades” e devem ser aplicadas em todos os cursos de capacitação”. A aplicação dos Programas Compensatórios pode ocorrer em qualquer momento do curso e quantas vezes se fizer necessária, compreendendo as seguintes etapas: − Identificação e análise do desempenho do aluno (diagnóstico inicial); 40 − Orientação ao aluno pela supervisão e encaminhamento ao programa compensatório correspondente; − Efetivação da inscrição na secretaria de cursos. Nesse mesmo sentido, é também oferecido o Projeto Jornada da Superação, oportunizando a (re)construção de algumas competências da Língua Portuguesa e Matemática da Educação Básica, necessárias à Educação Profissional. O domínio da Língua Portuguesa e suas expressões, bem como a aplicação de conceitos matemáticos e de raciocínio lógico são competências cotidianamente requeridas aos alunos, durante o desenvolvimento das ações educativas. Além do fato de que muitos profissionais, ao serem submetidos aos processos seletivos para colocação no mercado de trabalho, são avaliados em testes de Português e Matemática aplicados como parâmetros de entrada para a vida produtiva. Complementando a sistemática de acompanhamento, o Serviço de Encaminhamento para o Mercado de Trabalho busca facilitar o acesso dos alunos egressos às empresas dos mais variados segmentos, que solicitam profissionais qualificados. O processo tem início no momento em que o aluno recebe seu certificado de conclusão do curso. Ele, então, é encaminhado ao setor de Recursos Humanos, para cadastrar-se no banco de dados do Serviço de Encaminhamento para o Mercado de Trabalho. Para manter esse serviço dinâmico e eficiente, o aluno deve atualizar seu cadastro sempre que necessário. A dinâmica de acompanhamento dos egressos oportuniza uma discussão acerca do perfil profissional exigido pelo mercado de trabalho. Por outro lado, o acompanhamento do desempenho do profissional, junto às empresas contratantes, permite avaliar e replanejar a estrutura curricular dos cursos da Instituição. O Serviço de Encaminhamento para o Mercado de Trabalho desenvolve uma ação de expressivo alcance social, visto que oferece aos egressos dos diversos cursos, informações úteis à sua vida profissional, tornando-os mais conscientes de suas habilidades, competências, oportunidades e limitações. 41 Àqueles que não conseguem aprovação no processo de seleção das empresas solicitantes, o Serviço de Encaminhamento e Colocação deve desenvolver ações de reorientação, para melhoria de sua postura profissional, ou ainda, estudos de reforço para desenvolvimento de competências, não devidamente consolidadas. 4.7 Aproveitamento de estudos O artigo Nº 41 da Lei Federal Nº 9394/96 define que “o conhecimento adquirido na educação profissional, inclusive no trabalho, poderá ser objeto de avaliação, reconhecimento e certificação, para prosseguimento ou conclusão de estudos”. Além disso, o parecer CNE/CEB nº16/99, que trata das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional Técnica de Nível Médio, com o apoio legal do Decreto Nº 5154/04, afirma que: “A possibilidade de aproveitamento de estudos na educação profissional de nível técnico é ampla, inclusive de ‘disciplinas ou módulos cursados’, inter-habilitações profissionais [...] desde que ‘o prazo entre a conclusão do primeiro e do último módulo não exceda cinco anos’ [...]. Outras resoluções também instituem diretrizes para tratar de forma clara o assunto “aproveitamento de conhecimentos e competências”, recurso mediante o qual a escola poderá aproveitar conhecimentos e experiências anteriores, desde que diretamente relacionadas com o perfil profissional de conclusão da respectiva qualificação ou habilitação profissional. No SENAC/MA a regulamentação do aproveitamento de estudos e competências para os Cursos Básicos e Técnicos, com vistas à expedição de certificados está regulamentada pela Ordem de Serviço Nº 0031/2005. Os procedimentos para o aproveitamento de estudos e conhecimentos visam consolidar experiências vivenciadas, bem como manter o princípio básico institucional de inclusão social para facilitar o acesso ao mundo do trabalho. Segundo o Art. 2º da Ordem de Serviço SENAC Nº 0031/2005, que regulamenta os procedimentos para aproveitamento de estudos, os alunos poderão fazer a solicitação de avaliação mediante requerimento próprio, no 42 prazo mínimo de 10 (dez) dias úteis antes do início do curso ou disciplina, para análise documental, ou ainda para realização de exames, onde o requerente irá demonstrar, de forma prática e/ou teórica, o domínio das competências indicadas no curso ou disciplina em questão. Após a entrada do requerimento, as unidades operativas emitirão parecer aos alunos, para fins de avaliação e/ou certificação. A autorização para aproveitamento, através de comprovação documental, só será aceita caso a validação do documento não exceda o prazo de cinco anos. Pelo exposto, é importante que se tenha consciência de que a prática educacional deve ser voltada para a transformação social e não para manutenção de formas inconscientes e não refletidas. É preciso que se tenha clareza das ações e que estas reflitam decisões cada vez mais explícitas sobre o trabalho pedagógico. Desse modo, avaliar não pode ser um ato puramente mecânico; mas, sobretudo, deve contribuir para a construção de competências técnicas, sociopolíticas e culturais. 43 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVIM, Paulo César Rezende de Carvalho. O papel da informação no processo de capacitação tecnológica das micro e pequenas empresas. Ciência da Informação, Brasília, DF, v. 27, n. 1, p. 28-35, jan./abr. 1998. 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LUCKEZI, Cipriano G. Avaliação da aprendizagem escolar: São Paulo: Cortez, 1995. 44 Conselho Nacional de Educação (Brasil). Câmara de Educação Básica. Resolução CNE/CEB 4/99, aprovado em 08 de Dezembro de 1999. Documenta, Brasília, nº 459, p. 277-306, Dez. 1999. BRASIL. MEC. Referenciais curriculares nacionais da educação profissional de nível técnico. Brasília: MEC, 2000. GUIMARÃES, Maria Eloisa, REGO, Maria Filomena, SILVA, Maria José Lopes da et. al. Projeto: construindo um novo currículo – segundo momento. Rio de Janeiro: Secretaria de Estado de Educação, 1993. Relatório. PASSOS, Ilma Veiga(Org.) Projeto político-pedagógico da escola: uma construção possível.Campinas, SP: Papirus,1995. Coleção Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico. SENAC.DN. Formação e trabalho.Rio de Janeiro: Ed. Senac Nacional, 1997. ________.Referenciais para a educação profissional do Senac.Rio de Janeiro: Senac/DFP/DI. 2002. ________. Senac 60 anos.Rio de Janeiro, 2006. ________.Senac: coletânea de leis. 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Os blocos estão interligados por uma área de vivência constituída por um jardim e um pátio, onde se concentram os espaços pedagógicos e administrativos, necessários para as atividades educativas, estando distribuídos da seguinte forma: O Bloco A é formado por 18 (dezoito) salas de aulas convencionais; com capacidade para 25 (vinte e cinco) alunos; além de uma sala de multimeios; 02 (dois) laboratórios de Informática; a empresa pedagógica Salão de Beleza; que é subdividida em sala de depilação, maquiagem e de manicura; um auditório com capacidade para 100 (cem) pessoas; Núcleo de Documentação; um arquivo documental; sala para os docentes; sala para a gerência do centro e assessoria pedagógica; secretaria de cursos; laboratórios para os cursos Técnicos de Comunicação, Enfermagem e Estética; Núcleo de Idiomas; 4 (quatro) depósitos; 4 (quatro) banheiros masculinos e 5 (cinco) femininos e 1 (um) banheiro para pessoas com deficiência; lanchonete; recepção; sala de corte e costura; espaço gourmet; um elevador e um pátio. O Bloco B conta com uma sala de impressão e produção de material gráfico; Núcleo de Formação em Informática com 07 (sete) laboratórios; Núcleo de Processamento de Dados; Núcleo de Administração dos Serviços Gerais; Almoxarifado; 2 (dois) banheiros; sala dos professores; sala da Coordenação do Núcleo de Informática e Assessoria Pedagógica; vestuário masculino e sala do artífice de manutenção. O Bloco C é composto pelo Núcleo de Educação a Distância (NEAD); um laboratório de Informática com 20 microcomputadores; uma sala de seminários com 55 lugares; hall para coffee-break; uma sala de aula convencional com 25 lugares. No restante deste bloco estão distribuídos: a recepção; a Diretoria Regional; a Secretaria geral; a Gerência 48 Administrativa/Financeira; a Assessoria de Planejamento; a Gerência da Divisão Técnica; o Núcleo de Unidades Móveis; o Núcleo de Contabilidade e Finanças; o Núcleo Técnico-Pedagógico; o Núcleo de Material e Patrimônio; o Núcleo de Pessoal; a Tesouraria; a Sala de Recursos Humanos e o Serviço de Encaminhamento, 2 (dois) banheiros femininos e 2 (dois) masculinos; 02 (duas) copas e um 1 (um) banheiro adaptado para pessoas com deficiência. Ainda em São Luís, encontra-se a unidade operativa Empresa Pedagógica de Hotelaria - Restaurante Escola, que funciona na Rua de Nazaré no centro, oferecendo cursos de qualificação profissional no eixo tecnológico Hospitalidade e Lazer, dispõe de 03 (três) salas de aula convencionais, Cozinha Pedagógica, Cozinha Comercial, Salão Comercial, Piano Bar, Laboratório de Confeitaria e Biblioteca Especializada. Em Imperatriz, a estrutura física do SENAC está composta de uma secretaria de cursos, 07 (sete) salas convencionais com capacidade para 25 pessoas, 01 (um) Salão de Beleza com capacidade para 25 pessoas, 01 (um) Auditório, com capacidade para 75 pessoas (reversível para duas salas de aula convencionais), 04 (quatro) Laboratórios de Informática com 15 computadores, um Almoxarifado, uma biblioteca, uma área de estar com Cantina e Hall de Entrada, sala da gerência do Centro e supervisão pedagógica. Na cidade de Caxias, o SENAC possui 01 (uma) Sala de aula convencional com capacidade para 25 pessoas, 01 (um) Laboratório de Beleza/Saúde com capacidade para 25 pessoas, 01 sala de Propaganda, moda/hospitalidade, 01 (um) Auditório com capacidade para 100 pessoas (reversível para duas salas de aula convencionais), 01 (uma) sala de leitura, 01 (um) Laboratório de Informática com 18 computadores, uma sala de professor, um Almoxarifado, uma área de estar com Cantina e Hall de Entrada, uma secretaria e sala da gerência do centro. O SENAC em Bacabal possui para desenvolvimento de suas atividades 02 (duas) Salas convencionais com capacidade para 30 pessoas, 01 (um) laboratório de Saúde e Imagem Pessoal com capacidade para 25 pessoas, 01 (um) Salão de Beleza com capacidade para 25 pessoas, 01 (um) Auditório com capacidade para 80 pessoas (reversível para duas salas de aula convencionais), 01 (um) Laboratório de Informática com 18 computadores e 01 (uma) Sala de leitura. 49 Em Santa Inês, o SENAC funciona com 01 Recepção, 01 Secretária de Curso, 01 Copa, 01 (um) Salão de Beleza (com capacidade para 25 alunos), 01 (um) laboratório de informática (capacidade para 15 alunos) e 03 (três) salas de aula convencionais (capacidade para 25 alunos). A estrutura organizacional é visível a todos. A direção, a equipe técnica e os demais funcionários administrativos são conscientes da importância de suas ações para a satisfação dos clientes, assim como para manutenção da qualidade do ensino profissional no SENAC/MA, sem, contudo, perder de vista a organização hierarquizada da Instituição. A estrutura física é considerada boa, com salas amplas e climatizadas, contendo mobiliário em perfeito estado de conservação, sob o qual se têm desenvolvido campanhas de conservação junto aos alunos. Existe também o Senac/Móvel (escola sobre rodas) devidamente equipado para oferecer cursos nos eixos tecnológicos de Gestão e Negócio, Informação e Comunicação e Ambiente, Saúde e Segurança. Criado para atender demandas, onde não existe Centro de Formação Profissional do SENAC, realizando atividades pedagógicas com a mesma qualidade. Para quem não dispõe do Senac/Móvel em sua cidade e que não tem tempo de freqüentar um dos seus cursos regularmente, a Instituição oferece programações pela modalidade de Educação a Distância – EAD, onde o próprio aluno gerencia seus estudos, decidindo quando, quanto e como vai estudar. Utiliza-se, para isto, de diferentes materiais didáticos, como: livros, programas em vídeo e rádio, além de softwares. Conta ainda com o apoio de orientadores de aprendizagem que fazem o acompanhamento presencial ou a distância, utilizando os diferentes meios de comunicação, como telefone, fax, correio eletrônico (e-mail) ou correio convencional; promovem encontros presenciais visando fortalecer a socialização e a interação entre os participantes. Ambiente Pedagógico O ambiente escolar é um local privilegiado para a transformação que possibilitará às escolas de Educação Profissional responder, com agilidade e flexibilidade, às rápidas e permanentes modernizações do sistema produtivo. 50 Daí a importância da organização de um espaço pedagógico que permita o desenvolvimento do educando, dando-lhe suporte para a realização de explorações, garantindo-lhe identidade, segurança, confiança e promovendo oportunidades de construção de conhecimentos. O cuidado com o ambiente pedagógico torna-se, portanto, imprescindível ao processo ensino-aprendizagem, devendo dispor de mobiliário adequado e recursos didáticos variados e estimuladores da ação educativa. Deve, ainda, ser acolhedor, de modo a proporcionar funcionalidade e harmonia. O SENAC/MA oferece aos adequados a uma educação de qualidade. alunos espaços pedagógicos A estrutura desses espaços possibilita a apropriação das competências necessárias à laboralidade, bem como a inclusão social. A Instituição investe também em empresas pedagógicas, que, além de permitirem ao aluno uma vivência real do trabalho, são abertas ao público e oferecem um serviço de qualidade, a exemplo das empresas pedagógicas de Salão de Beleza e Restaurante Escola. 51