7426 Trabalho 2919 - 1/3 A PERCEPÇÃO DO PORTADOR DE HIV/AIDS DIANTE DO CONVÍVIO FAMILIAR E SOCIAL Mendes, Wilka Nadja¹ Silva, Kamila Cristiane de Oliveira² Santos, Tatiana Maria Melo Guimarães³ Rezende Neta, Dinah Sá4 Guimarães, Lucas Melo5 RESUMO A AIDS é uma doença crônica, incurável, causada pelo vírus HIV, e que se manifestar de diferentes formas. Atualmente é considerado um problema mundial de grande relevância social, por se tratar de uma doença estigmatizante, isto é, o portador do vírus HIV tende a ser discriminado pela sociedade, em virtude da falta de conhecimento das pessoas a cerca da doença, incluindo sua forma de contágio e tratamento, precisando, portanto ser discutida em todas as áreas, inclusive no meio acadêmico. Conforme, o relatório anual do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS existem no mundo, aproximadamente, 33 milhões de pessoas vivendo com HIV/AIDS(1). O relatório afirma ainda que na América Latina a epidemia permanece estável. No Brasil, desde 1980 até junho de 2007, já foram identificados cerca de 474 mil casos da doença. Sendo, aproximadamente, 289 mil no Sudeste, 89 mil no Sul, 53 mil no Nordeste, 26 mil no Centro Oeste e 16 mil no Norte.Nas regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste do Brasil, a incidência de AIDS tende à estabilização. Já no Norte e Nordeste, a tendência é de crescimento(2). O crescimento nas regiões Norte e Nordeste pode estar associado às baixas condições sócio-econômicas, a dificuldade quanto ao acesso à educação de qualidade, as deficiências nos Sistemas de Saúde. Como também a ineficiência em elaborar campanhas educativas atrativas e que ¹ Enfermeira da Fundação Municipal de Teresina-Piauí. ² Enfermeira cursando o mestrado em Ciências e Saúde da UFPI,Supervisora da UTI do Hospital Infantil Lúcido Portela (HILP), Docente da Faculdade Integral Diferencial 3 Enfermeira da Estratégia Saúde da Família de Teresina, mestranda em Enfermagem na Universidade Federal do Piauí, docente da graduação em Enfermagem na Faculdade Santo Agostinho, e-mail: [email protected]. 4 Enfermeira da Estratégia da Saúde da Família de Jose de Freitas, docente da graduação em Enfermagem da Faculdade Integral Diferencial. 5 Enfermeiro do Hospital de Urgências de Teresina. 7427 Trabalho 2919 - 2/3 consigam atingir a meta que é conscientizar a população quanto à importância do uso do preservativo para evitar não só a AIDS, assim como, as demais doenças sexualmente transmissíveis e uma possível gravidez não planejada. A cultura, as crenças e a religião, também, são bastante relevantes no que diz respeito aos atos e as atitudes de um indivíduo em aderir ou não a determinados conceitos, tratamentos e métodos preventivos(1). Dessa forma, a descoberta de um portador de HIV/AIDS na família gera situações conflituosas, surgindo sentimento negativo em seus cuidadores e alterando seu cotidiano. A falta de informação precisa sobre a doença, o risco de contágio no lar, além do preconceito da sociedade que os membros podem vivenciar, contribuem para uma convivência dotada de atritos(3). Considerando a temática do estudo, surgiu uma questão norteadora na elaboração desse estudo: Qual a percepção do portador de HIV/AIDS diante do convívio familiar e social? Posteriormente, delinearam-se os seguintes objetivos: conhecer através do discurso a percepção do portador de HIV/AIDS diante do convívio familiar e social, além de descrever e discutir as experiências referidas pelos portadores de HIV/AIDS diante do convívio familiar e social. O interesse por esta temática surgiu do desenvolvimento de atividades de educação em saúde propostas em um estágio extracurricular sob supervisão da coordenadora do Programa DST/AIDS, realizado na cidade de Oeiras-PI. Atividades estas desenvolvidas em prostíbulos, locais em que o risco de contágio pelo vírus HIV é maior, já que as profissionais do sexo utilizam desse meio para sobreviver. E, a partir da constatação da discriminação sofrida por pessoas portadoras do HIV/AIDS, delineou-se o presente estudo com o foco em sua vivência com soropositivo no convívio sócio-familiar. Caracterizou-se por ser um estudo exploratório, descritivo de abordagem qualitativa, realizada no município de Oeiras, no período de setembro de 2008. Os sujeitos foram 08 pessoas infectadas pelo vírus HIV/AIDS, na faixa etária de 28 a 65 anos, sendo homens ou mulheres, as quais eram identificadas pela sociedade como portadores da doença. Utilizouse para coleta dos dados o roteiro de entrevista semi-estruturada, na qual as informações coletadas foram organizadas e dividas em categorias para ser analisada e interpretada. Das discussões revelaram-se quatro categorias: Sentimentos diante do diagnóstico; HIV, Família e Sociedade; Mudanças significativas ocorridas após o diagnóstico; Atuação do Enfermeiro no diagnóstico 7428 Trabalho 2919 - 3/3 de HIV/AIDS. Os principais resultados revelaram que o impacto causado pela notícia de ser portador do vírus HIV/AIDS representa sentimentos de tristeza, revolta e não aceitação da doença, precisando, portanto, de um apoio familiar e da sociedade, que muitas vezes o discrimina por falta de conhecimento acerca da patologia. Quanto à atuação do enfermeiro na assistência ao paciente com HIV/ AIDS, percebe-se uma carência no acolhimento, assim como no tratamento da doença. Descritores: Percepção. AIDS. Família REFERÊNCIAS 1. BRASIL. Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico. AIDS e DST. Ano IV, n.1, 2007a. Disponível em: <http://www.aids.gov.br/data/documents/storedDocuments/%7BB8EF5DAF23AE-4891-AD36-1903553A3174%7D/%7B721527B6-FE7A-40DF-91C4 098BE8C704E0%7D/Boletim2007_internet090108.pdf.> Acesso em: 02 mai. 2008. 2. ______. Ministério da Saúde. Programa Nacional de DST e Aids. Aids no Brasil. 2007b. Disponível em: http://www.aids.gov.br/data/Pages/LUMIS13F4BF21ITEMID0CE4429BFBAD45 95A0DC9FE9327EDC83PTBRIE.htm. Acesso em: 25 mai. 2008. 3. GIR, E. ; REIS, R. K. Alterações no estilo de vida, necessidades e dificuldades enfrentadas pelos cuidadores de portadores de AIDS, no âmbito do domicílio. Rev. Esc. Enferm. USP, São Paulo, v. 35, n.4, p. 328-35, 2001.