a percepção do portador de hiv/aids diante do

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Trabalho 2919 - 1/3
A PERCEPÇÃO DO PORTADOR DE HIV/AIDS DIANTE
DO CONVÍVIO FAMILIAR E SOCIAL
Mendes, Wilka Nadja¹
Silva, Kamila Cristiane de Oliveira²
Santos, Tatiana Maria Melo Guimarães³
Rezende Neta, Dinah Sá4
Guimarães, Lucas Melo5
RESUMO
A AIDS é uma doença crônica, incurável, causada pelo vírus HIV, e que se
manifestar de diferentes formas. Atualmente é considerado um problema mundial
de grande relevância social, por se tratar de uma doença estigmatizante, isto é, o
portador do vírus HIV tende a ser discriminado pela sociedade, em virtude da falta
de conhecimento das pessoas a cerca da doença, incluindo sua forma de
contágio e tratamento, precisando, portanto ser discutida em todas as áreas,
inclusive no meio acadêmico. Conforme, o relatório anual do Programa Conjunto
das Nações Unidas sobre HIV/AIDS existem no mundo, aproximadamente, 33
milhões de pessoas vivendo com HIV/AIDS(1). O relatório afirma ainda que na
América Latina a epidemia permanece estável. No Brasil, desde 1980 até
junho de 2007, já foram identificados cerca de 474 mil casos da doença. Sendo,
aproximadamente, 289 mil no Sudeste, 89 mil no Sul, 53 mil no Nordeste, 26 mil
no Centro Oeste e 16 mil no Norte.Nas regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste do
Brasil, a incidência de AIDS tende à estabilização. Já no Norte e Nordeste, a
tendência é de crescimento(2). O crescimento nas regiões Norte e Nordeste pode
estar associado às baixas condições sócio-econômicas, a dificuldade quanto ao
acesso à educação de qualidade, as deficiências nos Sistemas de Saúde. Como
também a ineficiência em elaborar campanhas educativas atrativas e que
¹ Enfermeira da Fundação Municipal de Teresina-Piauí.
² Enfermeira cursando o mestrado em Ciências e Saúde da UFPI,Supervisora da UTI do Hospital
Infantil Lúcido Portela (HILP), Docente da Faculdade Integral Diferencial
3
Enfermeira da Estratégia Saúde da Família de Teresina, mestranda em Enfermagem na
Universidade Federal do Piauí, docente da graduação em Enfermagem na Faculdade Santo
Agostinho, e-mail: [email protected].
4
Enfermeira da Estratégia da Saúde da Família de Jose de Freitas, docente da graduação em
Enfermagem da Faculdade Integral Diferencial.
5
Enfermeiro do Hospital de Urgências de Teresina.
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consigam atingir a meta que é conscientizar a população quanto à importância do
uso do preservativo para evitar não só a AIDS, assim como, as demais doenças
sexualmente transmissíveis e uma possível gravidez não planejada. A cultura, as
crenças e a religião, também, são bastante relevantes no que diz respeito aos
atos e as atitudes de um indivíduo em aderir ou não a determinados conceitos,
tratamentos e métodos preventivos(1). Dessa forma, a descoberta de um portador
de HIV/AIDS na família gera situações conflituosas, surgindo sentimento negativo
em seus cuidadores e alterando seu cotidiano. A falta de informação precisa sobre
a doença, o risco de contágio no lar, além do preconceito da sociedade que os
membros podem vivenciar, contribuem para uma convivência dotada de atritos(3).
Considerando a temática do estudo, surgiu uma questão norteadora na
elaboração desse estudo: Qual a percepção do portador de HIV/AIDS diante do
convívio familiar e social? Posteriormente, delinearam-se os seguintes objetivos:
conhecer através do discurso a percepção do portador de HIV/AIDS diante do
convívio familiar e social, além de descrever e discutir as experiências referidas
pelos portadores de HIV/AIDS diante do convívio familiar e social. O interesse por
esta temática surgiu do desenvolvimento de atividades de educação em saúde
propostas em um estágio extracurricular sob supervisão da coordenadora do
Programa DST/AIDS, realizado na cidade de Oeiras-PI.
Atividades estas
desenvolvidas em prostíbulos, locais em que o risco de contágio pelo vírus HIV é
maior, já que as profissionais do sexo utilizam desse meio para sobreviver. E, a
partir da constatação da discriminação sofrida por pessoas portadoras do
HIV/AIDS, delineou-se o presente estudo com o foco em sua vivência com
soropositivo no convívio sócio-familiar. Caracterizou-se por ser um estudo
exploratório, descritivo de abordagem qualitativa, realizada no município de
Oeiras, no período de setembro de 2008. Os sujeitos foram 08 pessoas infectadas
pelo vírus HIV/AIDS, na faixa etária de 28 a 65 anos, sendo homens ou mulheres,
as quais eram identificadas pela sociedade como portadores da doença. Utilizouse para coleta dos dados o roteiro de entrevista semi-estruturada, na qual as
informações coletadas foram organizadas e dividas em categorias para ser
analisada e interpretada. Das discussões revelaram-se quatro categorias:
Sentimentos diante do diagnóstico; HIV, Família e Sociedade; Mudanças
significativas ocorridas após o diagnóstico; Atuação do Enfermeiro no diagnóstico
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de HIV/AIDS. Os principais resultados revelaram que o impacto causado pela
notícia de ser portador do vírus HIV/AIDS representa sentimentos de tristeza,
revolta e não aceitação da doença, precisando, portanto, de um apoio familiar e
da sociedade, que muitas vezes o discrimina por falta de conhecimento acerca da
patologia. Quanto à atuação do enfermeiro na assistência ao paciente com HIV/
AIDS, percebe-se uma carência no acolhimento, assim como no tratamento da
doença.
Descritores: Percepção. AIDS. Família
REFERÊNCIAS
1. BRASIL. Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico. AIDS e DST. Ano IV,
n.1, 2007a. Disponível em:
<http://www.aids.gov.br/data/documents/storedDocuments/%7BB8EF5DAF23AE-4891-AD36-1903553A3174%7D/%7B721527B6-FE7A-40DF-91C4
098BE8C704E0%7D/Boletim2007_internet090108.pdf.> Acesso em: 02 mai.
2008.
2. ______. Ministério da Saúde. Programa Nacional de DST e Aids. Aids no
Brasil. 2007b. Disponível em:
http://www.aids.gov.br/data/Pages/LUMIS13F4BF21ITEMID0CE4429BFBAD45
95A0DC9FE9327EDC83PTBRIE.htm. Acesso em: 25 mai. 2008.
3. GIR, E. ; REIS, R. K. Alterações no estilo de vida, necessidades e dificuldades
enfrentadas pelos cuidadores de portadores de AIDS, no âmbito do domicílio.
Rev. Esc. Enferm. USP, São Paulo, v. 35, n.4, p. 328-35, 2001.
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