faça o da revista copafest – edição 3

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REVISTA COPAFEST. ED. 01.2010. PRIMAVERA
DOM
SALVA
DOR
45 ANOS
DEPOIS NO
COPACABANA PALACE
E MAIS:
Banda Mantiqueira | Hector Del Curto Quinteto | Leo Gandelman Trio
Dom Salvador Sexteto | Vinil é Arte
INDICE
4 | Editoral
por Bernardo Vilhena
6 | Uma mistura bem brasileira
Coletivo Vinil é Arte entrevista Dom
Salvador
12 | Explosão de infinitos rítmos
por Hugo Sukman
17 | 20 anos de música instrumental
Banda Mantiqueira por Carlos
Calado
21 | Antes e depois
Uma retrospectiva do Festival
24 | Um toque latino no CopaFest
Hector Del Curto por Pedro Motta
Gueiros
28 | Tem groove no lounge
Vinil é Arte por Christina Fuscaldo
BAR DO COPA
Av. Atlântica, 1702 - Copacabana
Entrada pelo Restaurante Pérgula
Reservas: (21) 2545-8790
[email protected]
www.bardocopa.com.br
30 | Copacabana - Um mar de
histórias
33 | Camaleão dos sopros
Leo Gandelman por Yuri Almeida
EDITORIAL
OS MELHORES LUGARES
DAS MELHORES CIDADES
DO MUNDO TOCAM
MÚSICA BRASILEIRA
4
O CopaFest está chegando a sua terceira edição
reafirmando o compromisso de apresentar o experimentalismo na música instrumental.
Desta vez, estamos acrescentando um
tempero latino com a presença do quinteto
do bandoneonista Hector Del Curto, produtor
de uma combinação bem sucedida de jazz e
tango, seguindo a linhagem de grandes mestres
argentinos como Astor Piazzolla e Gato Barbieri,
entre outros.
No futuro, pretendemos aprofundar esta experiência apresentando os artistas latino americanos
que, inspirados em seus ritmos nativos, vem atualizando e divulgando a música de seus países.
O CopaFest traz também o quarteto do saxofonista Leo Gandelman - um artista que, além de ter
participado de importantes discos da MPB como
instrumentista e produtor, vem trabalhando
incessantemente na divulgação da música
instrumental brasileira, seja através dos meios de
comunicação, seja através da veiculação de seu
trabalho em novos formatos.
A presença da Banda Mantiqueira, do notável
instrumentista Nailor Proveta, sublinha a nossa
intenção de promover a interação entre músicos
do Rio de Janeiro e de São Paulo. Estamos
dando continuidade à tradição carioca de receber
músicos paulistas, como aconteceu com o
pianista e compositor Vadico (parceiro de Noel
Rosa em “Feitio de Oração” e outros sucessos),
com o imenso Paulo Moura e, também, com outro
ilustre convidado desta edição o maestro, pianista
e compositor Dom Salvador.
Dom Salvador foi um artíficie da bossa nova. Em
seus trios tocaram os músicos mais importantes
da geração – só pra citar os bateristas, temos Victor
Manga, Dom Um Romão e Edison Machado. Em
seguida, criou a mistura do funk com o samba na
Banda Abolição, abrindo novos caminhos para a
nossa música instrumental.
Os melhores lugares das melhores cidades do
mundo tocam música brasileira. Bem vindo ao
Copacabana Palace. BEM VINDO AO COPAFEST.
Bernardo Vilhena
UMA
MISTURA BEM
BRASILEIRA
POR MONICA RAMALHO
2 DJS DO COLETIVO VINIL
É ARTE CONVERSAM
POR SKYPE COM DOM
SALVADOR E REBOBINAM
COM A GENTE HISTÓRIAS
DO NOSSO MAESTRO
6
Ele estava no auge. Tudo aconteceu
naquela década de 60, quando
acompanhava Edu Lobo, Jorge Ben,
Elza Soares, Tom Jobim e muitos
outros, e colocava o seu piano à
disposição de grupos estelares como
Copa Trio (com o baterista Dom Um
Romão), Rio 65 Trio (com Edison
Machado na bateria e Sérgio Barrozo
no baixo) e Abolição, formado só
por músicos negros, entre eles o
trompetista Barrosinho e o saxofonista
Oberdan Magalhães.
Radicado nos Estados Unidos desde
1973, Dom Salvador conversou por
Skype com os discotecários Marcelo
MB e Formiga, do coletivo Vinil é Arte,
responsável pelo som ambiente do
Lounge CopaFest. Também participou
da entrevista o curador do evento,
Bernardo Vilhena.
Rebobine com a gente a história
do pianista e descubra o que Dom
Salvador está preparando para o show
no festival.
por VINIL É ARTE
ENTREVISTA
VINIL É ARTE
Você já curtia música
na infância, Dom?
DOM SALVADOR
Sou de Rio Claro e
nasci em uma família
muito musical. Quase todos tocavam
um instrumento. As
minhas irmãs fizeram
um quarteto, chamado As irmãs Silva, e
estavam sempre na
rádio local. Mas eram
todos amadores e os
ensaios eram feitos lá
em casa. Tudo girava
em torno da música.
Paulo, meu irmão, era
ótimo no violão, no
contrabaixo e no saxofone. Cresci vendo
tudo isso muito de
perto.
VINIL E quando você
quis realmente tocar?
DOM Meu primeiro
instrumento foi a
bateria.
Costumava
ir ao cinema só para
ver as orquestras
americanas e adorava
assistir a performance
dos bateristas das
orquestras de Severino
Araújo e de Zacarias.
Até que, certo dia,
uma
das
minhas
irmãs virou para o
Paulo, nosso irmão,
e falou: ‘Você tem
que ver como o Poim
toca na mesa’. Poim
era o meu apelido
na família. Foi assim
que ele me chamou
para tocar repique no
Carnaval. Depois, me
arrumou um professor
e comecei a estudar
música pela teoria
antes de aprender
bateria com o Emilio.
VINIL Mas você acabou se destacando
mesmo em outro instrumento. Como o piano entrou em cena?
DOM O Emilio começou a me ensinar. Um
tempo depois, foi convidado para dar aula
numa escola em São
Carlos. Fiquei sem
professor de bateria e
não conseguimos outro. Nesse intervalo,
para não ficar parado,
resolvi estudar piano.
A outra possibilidade
era violão já que eu
tinha um problema
de hérnia e não podia
tocar instrumento de
sopro. Podemos dizer que o piano veio
por acidente. Tanto é
que, no início, eu não
gostava muito, mas
conheci ótimos pianistas e, em seguida, me
interessei de verdade.
Como o piano também é um instrumento percussivo, foi fácil
aprender.
VINIL Você teve que
estudar aquela lista
de compositores eruditos?
DOM
Exatamente.
Fui ter aulas com uma
professora de piano
clássico. Durou um
bom tempo com ela
e aprendi bastante.
Depois, estudei num
Conservatório
em
Campinas. O diploma
saiu em 1960 e, no
ano seguinte, mudei
para São Paulo a convite de uma cantora
conhecida na época,
Marita Louise. Ela
cantava operetas e fazia muito sucesso na
Europa. Trabalhamos
em bares, alguns com
pinta de cabaré.
VINIL Em relativo
pouco tempo, só cinco anos, você fez parte de grupos super
importantes para o
instrumental brasileiro. Como conheceu o
Dom Um Romão?
DOM Eu estava sempre na Baiúca, no Beco
das Garrafas. Numa
determinada
noite,
uns gringos arrasavam
no palco e havia um
bando de músicos por
lá: Tenório Jr., Hamilton Godoy, acho que o
Cesar Camargo Mariano, Laércio de Freitas
e Toninho Pinheiro, do
Jongo Trio. Todo mundo era desembaraçado. Já eu, nunca gostei de dar canja. Era
meio tímido com essa
coisa. Toninho insistiu
para eu tocar. Toquei
e, nessa noite, estava
lá o Dom Um. Quando
desci do palco, ele me
chamou na mesa e falou: “Você toca muito
bem. Gostaria de ir
com a gente para o
Rio de Janeiro?”. Isso
foi em 1964. Fiquei
nervoso, mas topei
porque tudo acontecia
no Rio naquele tempo. Falei com a minha noiva, com quem
me casaria em 1965,
e ela me incentivou.
Fizemos shows inesquecíveis no Beco das
Garrafas, entre eles os
primeiros da Elis Regina e do Quarteto em
Cy, acompanhamos
Jorge Ben e muitos
outros, até que Dom
Um Romão foi embora para os Estados
Unidos.
VINIL Acompanhou
mais alguém ilustre
na estreia?
DOM O Marcos Valle
no Bacarat, mas foi
por acaso. A proposta
original era reunir Victor Manga na bateria,
Tenório Jr. no piano e
Zezinho Alves no
VOCÊS PODEM
IMAGINAR
COMO ESTOU
ENTUSIASMADO
COM ESSE CONVITE
PARA TOCAR NO
COPAFEST, NÃO É?
baixo e Dóris Monteiro na voz. Eles ensaiaram e tudo, mas
ninguém apareceu na
hora do show (risos).
Éramos todos jovens.
Então, chamaram o
Edison Machado e o
Sérgio Barrozo e botaram a Leny Andrade
no lugar da Dóris. O
show estava ficando
muito legal. A gente
fazia dois, três números instrumentais e
ficava uma suingueira
danada. Wilson Simonal e Jorge Ben, por
exemplo, estava sempre na plateia, e também o Armando Pitigliani, que perguntou
se queríamos gravar
um disco. Topamos no
ato.
dos Beatles e fomos
obrigados a mudar
tudo. Graças a Deus,
não faltou trabalho. A
maioria dos caras tocava tudo de ouvido e,
para enfrentar horas
de estúdio, era preciso saber música. Eu,
Antonio Adolfo e Tenório líamos partitura
bem e choviam convites para gravar. Nessa
época, acabou por um
longo tempo esse negócio de bossa nova.
VINIL E as viagens
para a Europa, como
pintaram os convites?
DOM Pelo contrário!
Fui em 1966 com o
Salvador Trio, em 1967
com o Copinha, flautista
extraordinário,
e, em 1968, com a
Elza Soares. Conheci Bill Evans e alguns
de meus ídolos. Voltei
com outras ideias e o
negócio da Abolição
DOM A primeira viagem foi com o Salvador Trio. Levamos o
Chico Batera no lugar
do Victor Manga, que
gravou o disco. Nessa
época, entrou a onda
VINIL É, mas apesar
de a bossa nova ser
a bandeira da música
brasileira no exterior,
quando saiu de moda
não impediu você de
tocar nos Estados Unidos, não é?
foi um incentivo do
Hélcio Milito, do Tamba Trio. Ele é um visionário, sempre pesca
as coisas diferentes
no ar. Milito trabalhou
como produtor em
gravadoras e, certo
dia, me chamou e sugeriu fazer aquele som
do Abolição que vocês
conhecem bem.
VINIL Vocês tiveram
que se vestir com
uma temática africana, defendendo o discurso do movimento
negro. Como isso influenciava na música?
DOM Abolição tem
um funk bem característico americano.
Mas a gente fazia com
uma cara bem regional, cem porcento brasileira, porque a gente
tocava de tudo, chorinho e tal. Não ouso
dizer que fomos os
primeiros, mas essa
mistura era meio original. E olha que curioso: Havia quem escutasse as gravações
do Herbie Hancock e
pensasse que era a
gente tocando (risos).
VINIL Quando rompeu com o Abolição,
houve outra mudança
no seu som. Como retomou a carreira solo?
DOM Depois do Abolição, fiz as malas e
voei para os Estados
Unidos. Toquei com
grupos de jazz em incontáveis gigs. Toquei
com todo mundo,
sem saber com quem
ia encontrar. Comecei
a entrar nos lugares,
mas foi muito difícil no
início porque não dá
para viver só de gigs.
A intenção era ficar
um mês e voltar para
o Brasil, mas estou no
país do Tio Sam até
hoje.
VINIL O que você
está preparando para
o show do CopaFest?
DOM Quero mostrar
as composições que
estou fazendo no momento. Estou sempre
mudando algo, sem
perder a essência.
Não sei dizer se é para
frente ou para trás (risos). Gosto muito dos
sons do passado, mas
faço uma mistura com
os sons atuais. Tem
a ver com gafieira e
samba-jazz.
Porque
eu acho que o sambajazz veio do som que
os caras faziam na
gafieira, aquele negócio de tocar um tema
e sair improvisando
em cima. Meu último
show no Copacabana
Palace foi em 1965.
Sabe quem estava
nesse show? Tenório
Jr., Antonio Adolfo,
Cesar Camargo Mariano, Luis Carlos Vinhas,
Zimbo Trio, Meirelles
e os Copa 5. Vocês
podem imaginar como
estou entusiasmado
com esse convite para
tocar no CopaFest,
não é?
EXPLOSÃO
DE INFINITOS
RITMOS
POR HUGO SUKMAN
UMA LEITURA
CONTEMPORÂNEA DA
HISTÓRIA DA MÚSICA
INSTRUMENTAL BRASILEIRA
12
A chamada música popular brasileira - aquele
vasto hibrido formado por canções e danças
portuguesas, música culta e popular européia,
infinitos ritmos, sentimentos e procedimentos
africanos, algo indígena, fraseados de bandas
militares, e quantas influências mais fossem
chegando no decorrer do tempo – nasceu instrumental. Vamos dizer, sem medo de errar, que
com o mulato, filho de escrava liberta, Anacleto
de Medeiros: foi ele, com suas composições
calcadas em danças européias mas de espírito
chorão, com seus arranjos para bandas (notadamente a do Corpo de Bombeiros, pioneira de
nossos registros fonográficos), e com sua opção pelos instrumentos de sopro, o primeiro a
libertar a música brasileira de suas influências,
tornando-a, finalmente… brasileira. E não mais
européia, africana, erudita, popular, portuguesa,
indígena, militar, etc.: hibrida e única.
Anacleto é o pioneiro.
Se Anacleto criou, Pixinguinha, não por acaso
outro soprista negro de sólida formação musical européia, formatou isso o que chamamos
de música popular brasileira, seja como o maior
compositor de choro, como o bom sambista, o
estilizador de cantos anacestrais, mas principalmente como o arranjador que estabelece a nossa linguagem orquestral.
Anacleto é o pioneiro. Pixinguinha é o clássico.
Lá pelos anos 1950, o bastão, ou melhor, o saxofone, é passado para outro músico negro,
soprista, líder de banda, maestro, compositor,
arranjador, etc.: Moacir Santos, aquele que não
é um só, é tantos, como dele disse Vinicius.
Tantos que, até hoje, e pelo menos desde que
lançou o seminal LP “Coisas”, em 1964, Moacir
seja o mais influente músico brasileiro, o que vai
determinar o que é nossa sofisticada música
instrumental contemporânea.
Anacleto é o pioneiro,
Pixinguinha é o clássico, Moacir Santos é o
moderno.
Não é difícil perceber
a influência de Moacir
na música de hoje: a
das harmonias sempre surpreendentes
mas de resultado
sempre agradável, do
impressionante convívio entre a ancestralidade da música africana e a modernidade
da música brasileira e
do jazz, das técnicas
eruditas e corretas
com o balanço da música popular.
Na explosão da música brasileira instrumental dos anos 60,
e que determinaria a
música de hoje, Mo-
acir é de fato a figura
central não apenas
por seu trabalho musical, mas por ter sido
professor (literalmente) e/ou influenciador
de gente como Baden
Powell, Roberto Menescal ou João Donato. E até mais jovens
como Mario Adnet, Zé
Nogueira (que prestaram-lhe os últimos e
inestimáveis tributos,
“Ouro negro” e “Choros e alegria) e a flautista Andrea Ernest
Dias, que acabou de
fazer sua tese de doutorado sobre Moacir
e, justamente, sua influência nas gerações
posteriores.
É impossível, por
exemplo, ouvir a Banda Mantiqueira e não
lembrar de Moacir
Santos (bem como da
linhagem, digamos,
saxofonística da nossa
formação musical).
A tal linhagem saxofonística para contar
a história da música
brasileira, aliás, poderia ser pianística. Poderia contar a mesma
história partindo dos
pianeiros,
passando
por Ernesto Nazareth
e Chiquinha Gonzaga,
por Sinhô e o piano no
samba, por Radamés
Gnattali, Ary Barroso,
Custódio
Mesquita,
Tom Jobim para chegar em Luiz Eça, figura
tão central e influente
quanto Moacir Santos.
Edu Lobo, por exemplo, não cansa de dizer
que, em vez de ir a
Berklee estudar música, ele e Dori Caymmi
iam à casa de Luiz Eça.
Só por ter influenciado
tanto os dois maiores
compositores brasileiros vivos (o terceiro,
Guinga, veio de VillaLobos, das serestas
suburbanas, do choro, o que é uma outra
história), Luiz Eça já
teria grande importância. Mas, mais do que
isso, pode-se dizer
que, com o Tamba Trio
(ao lado de Bebeto no
baixo e Helcio Milito
na bateria e na tamba),
no início dos anos 60
Eça criou um formato
moderno e brasileiro
para a tradicional formação do trio de jazz
piano-baixo-bateria.
Pegue qualquer trio
brasileiro antes do
Tamba – ouça o de
Dick Farney, por exemplo - e note como eles
são ”americanos”, jazzísticos. Ouça o Tamba. E depois, todos
que vieram depois.
Os pianistas, de Dom
Salvador,
Antonio
Adolfo e Cesar Camargo Mariano a André
Mehmari, nunca mais
foram os mesmos. O
tecido percussivo, no
lugar apenas da tradicional bateria, nunca
mais seria usado da
mesma forma. Os
procedimentos musicais sofisticados, as
brincadeiras com andamento e ritmo, tudo
em Luiz Eça marcaria
profudamente a música brasileira dali para
frente. Não é difícil dizer que o LP “Luiz Eça
e cordas”, de 1968,
seja, além do melhor
disco de arranjador já
gravado no Brasil, o
modelo para os arranjadores atuais, em forma e sonoridade.
Enquanto Luiz Eça influenciava, no Beco
das Garrafas e nos
demais
inferninhos
cariocas, toda uma
geração de músicos
no auge do chamado
samba-jazz, em São
Paulo um também
jovem Hermeto Pascoal começava uma
linhagem paralela, de
jeito nenhum menos
importante.
Assim
como Eça, Hermeto
começou sua revolução com um trio de
jazz em princípio tradicional (piano-baixobateria), o Sambrasa,
ao lado de Humbeto
Clayber e Airto Moreira, este outro revolucionário maluco.
No único disco do
Sambrasa Trio, de
1965, Hermeto (e
Airto), criavam uma
nova linguagem para o
formato trio, incorporando não apenas elementos do samba-jazz
e da música brasileira
urbana, mas de elementos nordestinos,
de música modal, do
pop e de uma liberdade de execução até
então inédita.
A nítida intenção de
Hermeto e Airto de
fazer um jazz de fato
brasileiro e contemporâneo fez com que
o Sambrasa Trio se
transmutasse,
dois
anos depois, no Quarteto Novo, já influenciado por Geraldo Vandré e pela chamada
MPB (o movimento
musical que traria para
a bossa nova e para o
samba-jazz elementos
da chamada música
tradicional brasileira
urbana ou rural).
Assim, tocando música brasilera com a
liberdade e a invenção
proporcionadas pelo
jazz, Hermeto (piano e
flauta), Airto (bateria e
percussões), Theo de
Barros (violão) e Heraldo do Monte (guitarra
e viola caipira) fizeram
o, talvez, mais influente grupo musical
brasileiro. O único LP
do Quarteto Novo, de
1967, é cultuado tanto quanto o “Coisas”,
de Moacir Santos e o
“Luiz Eça e cordas”.
Juntos, eles formam
uma espécie de Santíssima Trindade da
música brasileira contemporânea.
UMA MÚSICA
BRASILEIRA HIBRIDA,
LIVRE, AUTÔNOMA
E MODERNA PARA
SEMPRE
Mas, espalhado por aí, o Quarteto Novo fez mais
coisa, acompanhando Vandré (a queixada de bode
em “Disparada” é invenção de Airto) e Edu Lobo
(na famosa gravação de “Ponteio” ou num dos
melhores discos de todos os tempos, “Cantiga
de longe”, gravado em Los Angeles em 1970).
A explosão da música instrumental brasileira dos
anos 60, renderia muitos frutos. Poderia-se falar
em Sérgio Mendes e no combo que ele criaria
nos Estados Unidos, o Brasil 66, que espalharia como nunca a música brasileira pelo mundo.
Ou nos arranjos que o saxofonista J.T. Meirelles
começou fazendo para Jorge Ben e que redundaria em toda uma linhagem de música negra
(Black Rio, etc.). Tanta coisa aconteceu, mas o
fato é que gente como Moacir Santos, Luiz Eça
e Hermeto Pascoal ajudaram a trazer até aqui o
sonho sonhado por Anacleto de Medeiros nas
antigas tardes na sua Ilha de Paquetá, no começo dessa história toda: o de uma música brasileira hibrida, livre, autônoma e moderna para
sempre.
Hugo Sukman é jornalista e curador do novo Museu da
Imagem e do Som (MIS)
20 ANOS
DE MÚSICA
INTRUMENTAL
POR CARLOS CALADO
COM ARRANJOS INSPIRADOS EM SEUS
EXCELENTES MÚSICOS, NAILOR PROVETA
FAZ DA BANDA MANTIQUEIRA UM DOS
MAIS COMPLETOS LABORATÓRIOS DA
MÚSICA INSTRUMENTAL BRASILEIRA
17
Próxima de completar 20 anos, a Banda Mantiqueira tem motivos de sobra para comemorar.
Se tocar música instrumental em nosso país já é
por si só uma aventura arriscada, seus integrantes realizaram nessas duas décadas uma grande
façanha: manter ativa por tanto tempo uma big
band tão original, fazendo música de altíssima
qualidade, é algo raro até nos Estados Unidos
ou na Europa.
A pré-história dessa banda paulista remonta ao
início da década de 1980. O projeto de formar
uma big band para tocar música popular brasileira surgiu nas conversas do clarinetista e sax alto
Nailor “Proveta” Azevedo com o trompetista
Walmir Gil, com o saxofonista Cacá Malaquias e
o trombonista François de Lima – parceiros mu-
SEUS INTEGRANTES
REALIZARAM NESSAS DUAS
DÉCADAS UMA GRANDE
FAÇANHA: MANTER ATIVA
POR TANTO TEMPO UMA
BIG BAND TÃO ORIGINAL,
FAZENDO MÚSICA DE
ALTÍSSIMA QUALIDADE, É
ALGO RARO ATÉ NOS
ESTADOS UNIDOS OU NA
EUROPA
sicais e amigos, que na época dividiam um apartamento no Bixiga, o folclórico bairro paulistano.
Antes de criarem a Mantiqueira, em 1991, esses
músicos participaram juntos de outras formações do gênero, como a Banda Savana, a Banda
Aquarius e a Sambop Brass. “Nossas influências
eram muito amplas. Ouvíamos a Orquestra Tabajara, a turma da bossa nova, orquestras de gafieira, as bandas dos maestros Branco e Laércio
de Freitas. Também íamos a concertos eruditos”,
relembra o trompetista Gil.
A eclética formação desses músicos foi essencial para a criação da Mantiqueira, assim como a
estimuladora liderança de Nailor Azevedo. Nascido em Leme, cidade do interior paulista, Proveta
herdou esse apelido ao se mudar para a capital.
Seu talento musical era tão precoce e surpreendente, que seus colegas recorreram à ciência
genética para explicá-lo: já se destacando como
solista da orquestra do maestro Sylvio Mazzuca,
com apenas 16 anos, Nailor só poderia ser um
bebê de proveta.
“Na Mantiqueira trabalhamos com arranjos feitos sob medida. Sempre gostei de explorar a
musicalidade de cada integrante da banda”, diz o
líder e arranjador Proveta, que segue o exemplo
do mestre do jazz Duke Ellington (1899-1974),
criando os arranjos de acordo com a personalidade e o potencial de cada um dos músicos da
banda.
A chegada do baixista e arranjador Édson José
Alves, um pouco depois, também foi importante para aumentar a intimidade da banda com o
formato da canção. Clássicos da música popular
brasileira, como o choro “Carinhoso” (Pixinguinha), o samba “Linha de passe” (João Bosco), os
sambas-canções “As rosas não falam” (Cartola)
e “Folhas secas” (Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito) ou ainda o “Baião de Lacan”
(Guinga), costumam figurar entre os números
mais aplaudidos nas apresentações da banda.
“Os arranjos e a interpretação usam todas as
técnicas da história das big bands, mas têm os
pés firmemente fincados nos coretos do interior,
onde muitos dos músicos tocaram em público
pela primeira vez”, observou bem o maestro Nel-
son Ayres ao apresentar “Aldeia” (1996), disco
de estréia da Mantiqueira, que foi indicado ao
prêmio Grammy de melhor performance de jazz
latino, em 1998.
Os álbuns “Bixiga” (2000) e “Terra Amantiquira”
(2005) completam a pequena e preciosa discografia individual da banda, que também já lançou
um DVD (em 2009, pela série Toca Brasil do Itaú
Cultural), além de três CDs que registram apresentações ao lado da OSESP, com participações
das cantoras Luciana Souza e Monica Salmaso.
“Tem que existir um ritual. A gente precisa se
encontrar sempre para ensaiar e tocar”, comenta
o saxofonista Cacá Malaquias, sugerindo que a
convivência quase diária e a amizade que une os
14 integrantes da Mantiqueira são fundamentais
para que ela se mantenha ativa, exibindo a mesma energia e excelência musical que marcaram
seus primeiros 20 anos de história. Sorte nossa,
porque outros tantos devem vir por aí.
Carlos Calado é jornalista e crítico musical. Colabora
com a “Folha de S. Paulo” e é autor dos livros “O Jazz
Como Espetáculo” e “Tropicália: a História de Uma Revolução Musical”.
ANTES E
DEPOIS
É DIFÍCIL IMAGINAR
UM CENÁRIO MAIS
PERFEITO PARA EXIBIR
TANTA TÉCNICA, TANTA
SENSIBILIDADE E ESSES
MÚSICOS MARAVILHOSOS
Copacabana Palace + Música Instrumental + Rio
de Janeiro, uma mistura nada incomum, marcas
da nossa história, elementos que ecoam e nos
identificam a milhas e milhas daqui. Mistura que
começou com o SOM DO BECO das garrafas,
reduto inspirador da nossa música, CopaFest
quer permanecer clássico, porém provocando e
mostrando os novos contornos da música instrumental. Música brasileira, música do mundo, do
nosso tempo.
CopaFest viveu shows sensacionais, como as
duas apresentações do Zé Luis com os garotos
da Banda Magnética e encontros memoráveis
como, João Donato e Paulo Moura. Vimos também inéditas interseções sonoras no diálogo
musical de David Feldman e Gabriel Grossi e a
ponte aérea com Chico Pinheiro, outro jovem talento. Tivemos a oportunidade de trazer para o
nosso palco o múltiplo Hermeto Pascoal, depois
de alguns anos sem tocar na cidade, e a honra de receber, por duas vezes, aquele que nas
palavras do maestro Paulo Moura “tem a bossa
nova toda debaixo dos dedos”: Osmar Milito. O
emocionante show do Cesar Camargo Mariano
e o vibrante “Jet Samba” do Marcos Valle completaram nossa segunda edição.
Nas duas edições iniciais, descobrimos que existem muitos amantes da música instrumental
brasileira. A terceira edição abre caminho para
a proposta de realizar o festival duas vezes por
ano e para o lançamento da revista CopaFest. A
música instrumental instiga a imaginação e nos
leva a acreditar em novas noites para revivê-la e
reinventá-la nos salões do Copa.
Diogo Rezende e Isabel Seixas
M’Baraká Experiências Relevantes
21
“O
CopaFest é
um daqueles
festivais que
parecem pequenos, mas resultam grandes. Se
para os mais velhos
faz lembrar as noites
do beco das garrafas,
para os mais jovens
remete às boas
noites do saudoso
Free Jazz. Ou clubes
de jazz como Blue
Note (NY) e Ronnie
Scott (Londres), onde
só rola boa música.
Shows como esses são dignos dos
melhores festivais
internacionais”
Lauro Lisboa Garcia,
jornal O Estado de
São Paulo.
“O elenco (do
CopaFest) é ótimo,
entre nomes
consagrados e novos
do instrumental
brasileiro....o festival
já vale por trazer de
volta ao Rio Hermeto
Pascoal”
Antônio Carlos Miguel,
jornal O Globo.
“Um suntuoso lugar
e um som de primeiríssima qualidade.
A equação de bom
gosto tem nome:
CopaFest”
Carla Vidal, jornal O
Fluminense.
“Desde 2003 sem
fazer show no Rio,
Hermeto Pascoal
apresentou um pout
pourri de músicas no
CopaFest, no Golden
Room do Copacabana
Palace. Improvisou
letra em homenagem
a cidade... O show
terminou com a banda
deixando o palco em
forma de trenzinho,
passando pelo meio
do público”
Maria Fortuna, Gente
Boa, jornal O Globo.
“Com o CopaFest,
Copacabana recupera
seu lugar de classe e
glamour das décadas
de 50, 60... mostra
com muita competência algo inovador que
vem soar em nossos
ouvidos assim como
é: Esplêndido!”
Ana Claudia Dias.
espectadora
“Esse lugar é sensacional. Aqui tem um
charme, uma mágica...com o grande
número de ótimos
instrumentistas que
temos no Brasil poderiam ser feitos muitos
outros CopaFest”
Marcos Valle
“É um privilégio estar
neste lugar. Privilégio
para os músicos, para
a música instrumental
brasileira e para o
público”
Chico Pinheiro
“Esta sala, este
bairro, essa rua
aqui de trás tem
tanta história.
Estou emocionado”
Cesar Camargo
Mariano
UM TOQUE LATINO
NO COPAFEST
POR PEDRO MOTTA GUEIROS
A TABELINHA TANGO E
FUTEBOL MOSTRA QUE A
ARTE LATINO AMERICANA
NASCEU PARA BRILHAR EM
TODO O MUNDO
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No grande baile do século XXI, a terra dança num
lugar do espaço em que o tempo é marcado por
um bandoneon. Com rostos colados e os pés no
chão, a origem do tango aponta para um destino
comum. Quanto maior a conexão entre culturas
diferentes, mais raro e valioso é o caldo extraído
das raízes regionais. Não é de hoje que o paradoxo sai pela Boca e atravessa corações num movimento transnacional. Do bairro dos imigrantes e
excluídos da Buenos Aires do século XIX para os
grandes palcos mundiais, as bruscas alterações
de humor e andamento criam um efeito sanfona
em que o tradicional e o moderno se fundem na
Eternal Tango Orchestra, liderada pelo bandoneonista Hector Del Curto.
Ao contrário das paixões dilaceradas no ritmo
dos prostíbulos e do machismo portenho de outrora, o tango é uma relação estável para a família Del Curto. A partir de seu bisavô, fundador da
Orchestra Tipica de Jazz Del Curto, o instrumento criado pelo alemão Henrich Band passou de
mão em mão até ganhar o mundo nos acordes
de Hector. Ainda na Argentina, aos 17 anos, foi
premiado como o melhor bandoneonista com
menos de 25 anos. O futuro promissor lhe deu
o presente de dividir o palco com Astor Piazzolla
e se tornar o mais jovem integrante da orquestra
de Osvaldo Pugliese. Radicado em Nova York,
repetiu o movimento original do gênero numa
releitura que se desdobra como onda da geração digital.
Ao revisitar o passado, em que as danças de
origem hispânica e o samba uruguaio foram
amarrados pelas cordas dos imigrantes italianos
e pela sanfona alemã, Hector trouxe elementos
de jazz e novas etnias. A formação do grupo põe
a estrela da companhia no lugar parecido com
que Lionel Messi ocupa na seleção argentina.
Jovem, com a formação completada no exterior,
Hector Del Curto tem o orgulho nacional estampado na face mais global da cultura argentina.
Se Maradona era uma espécie de Piazzolla, que
transformava seu talento num concerto para ser
aplaudido de pé, Messi faz os adversários dançarem como nos bailes dos anos dourados do
tango argentino. Embora gasta, a comparação
resiste por ser incomodamente atual. Como no
Brasil, o futebol e a música ainda são pilares de
sustentação do sonho latino-americano.
Pedro Motta Gueiros é jornalista esportivo e já cobriu
duas Copas do Mundo e uma Olimpíada. Escreve no
jornal O GLOBO há dez anos. É um baterista frustrado
e amante da música brasileira.
NO GRANDE BAILE DO
SÉCULO XXI, A TERRA
DANÇA NUM LUGAR DO
ESPAÇO EM QUE
O TEMPO É MARCADO
POR UM BANDONEON
TEM
GROOVE
NO
LOUNGE
POR CHRISTINA FUSCALDO
CERCADOS DE LPS, OS
GAROTOS DO VINIL É
ARTE FAZEM A FESTA
NOS INTERVALOS DOS
SHOWS
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Niggas e Tuta nasceram em Juiz de Fora. Niggas
cresceu aprendendo com seu pai, DJ Simon,
que trabalhava em uma famosa equipe de som
local, a Scorpius, e tinha em seu currículo parceria com Big Boy – o DJ mais aclamado de todos
os tempos. Tuta também ouvia os discos de vinil
de seu progenitor, um apaixonado por música.
A dupla começou a “tocar” despretensiosamente. A vontade de se profissionalizar fez com que
os dois criassem, em 2001, o Vinil é Arte – um
coletivo formado por cinco DJs, com núcleos
que atuam no Rio (Tuta e MB Grooves), em São
Paulo (Niggas e Formiga) e Juiz de Fora (Pedro).
São eles que comandam a programação sonora
no lounge do CopaFest desde a primeira edição.
O Vinil é Arte vem formando uma diversificada
coleção de discos, especificamente aqueles
prensados em vinil nas décadas de 50, 60 e 70.
Ao todo, o Vinil é Arte acumula mais de 7.000
LPs brasileiros e estrangeiros de diversos estilos. Do samba jazz a black music, passando pelo
regional, eles tocam de tudo, mas sempre com
foco no resgate da música nacional.
Niggas e Formiga passeiam pela black music,
pelo samba rock, pelo funk e por outros grooves. Tuta traz uma bagagem um pouco mais direcionada à música regional, com samba, bossa,
choro, maracatus e outros ritmos nordestinos.
Pedro tende a gostar mais da música instrumental, com arranjos e orquestrações modernas e
experimentais. A unidade está na busca pelo
caminho do que não é óbvio, pela quebra de
preconceitos e, também, pelo resgate da boa e
velha discotecagem à moda antiga.
Está no repertório de todos a música mineira do
Clube da Esquina, baianidades e tropicalismos
como o dos Mutantes, o swing de Jorge Ben,
a experimentação de Marcos Valle, Rogério Duprat e Hermeto Pascoal, o jazz de Victor Assis
Brasil, o groove de Toni Bizarro e Tim Maia, as
distorções dos Novos Baianos, afrobeats, música latina e até Beatles, com inúmeras raridades.
No CopaFest, o Vinil é Arte toca no lounge do
Copacabana Palace, que tem um excelente bar
e confortáveis sofás e pufes para o público relaxar. Nesta edição, eles continuam celebrando
o Beco das Garrafas, vizinho do Copa e famoso
por ser reconhecido como um dos berços da
bossa nova.
Christina Fuscaldo é jornalista e crítica musical. Escreve na
Rolling Stone Brasil e lançou em 2009 o site Garota FM.
Através do twitter faz coberturas de shows em tempo real.
COPACABANA
UM MAR DE HISTÓRIAS
Sábado em Copacabana
Composição: Dorival Caymmi e Carlos
Guinle
Depois de trabalhar toda a semana
Meu sábado não vou desperdiçar
Já fiz o meu programa pra esta
noite
E sei por onde começar
Um bom lugar para encontrar
Copacabana
Prá passear à beira-mar
Copacabana
Depois num bar à meia-luz
Copacabana
Eu esperei por essa noite uma semana
Copacabana é cenário de músicas, filmes e, sobretudo, de acontecimentos
marcantes na vida de todos nós. Uma das praias mais famosas do mundo,
seu nome e o desenho de suas calçadas evocam ondas de prazer e sensualidade. Como bem diz esta inesquecível canção de Dorival Caymmi e Carlos
Guinle que, reza a lenda, foi composta no Bar da Pérgula do Copacabana
Palace e, dizem as más línguas, Caymmi entrou com a música e Carlos
Guinle com o uísque.
Um bom jantar depois dançar
Copacabana
Pra se amar um só lugar
Copacabana
A noite passa tão depressa
Mas vou voltar lá pra semana
Se eu encontrar um novo
amor
Copacabana
CAMALEÃO
DOS
SOPROS
POR YURI ALMEIDA
ESTRELA ENTRE
AS ESTRELAS,
LEO GANDELMAN
DESENVOLVEU UMA
CARREIRA SOLO
MARCADA PELO SUCESSO
O saxofonista Leo Gandelman formou por dez
anos um dos mais consagrados naipes de sopros do país, ao lado de Oberdan Magalhães,
Marcio Montarroyos, Zé Carlos Bigorna, Bidinho
e Serginho Trombone, presença certa em quase todos os discos da MPB na década de 80.
Filho de uma pianista e um maestro, o músico
já era solista da Orquestra Sinfônica Brasileira
aos 15 anos e foi a partir dessa experiência que
desenvolveu grande interesse pela música instrumental.
Influenciado por Waine Shorter, Branford Marsalis, Paulo Moura e Nivaldo Ornelas, o saxofonis-
ta carioca já musicou imagens em filmes como
‘Budapeste’ e ‘Garrincha’, e em diversas novelas
e minisséries. E, nesse espírito de camaleão, já
apresentou programas sobre jazz e música brasileira na televisão e no rádio, além de se dedicar
a projetos especiais, como o disco ‘Origens’ a
ser lançado no final de 2010, em dueto com a
pianista Maria Teresa Madeira.
Ao todo, tem 12 discos lançados e seu nome
consta nos créditos de mais de 800 gravações
nacionais e internacionais.
Acompanhado por David Feldman no piano, Alberto Continentino no contrabaixo e Xande Figueiredo na bateria, Leo Gandelman vai tocar
para o público do CopaFest sucessos autorais,
como “Solar” e “Furuvudé”, inéditas e clássicos
e, para alegria da ala masculina, vai fazer uma
homenagem ao amigo de som e futebol, o furacão da copa de 70, Jairzinho.
Yuri Almeida é pesquisador Musical e DJ e tem formação publicitária. É Coordenador de Programação e Produção da OI FM e trabalhou na mesma função por quase
2 anos na MPB FM.
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PROGRAMAÇÃO
SEX. 26 // 11
21h
BANDA MANTIQUEIRA
23h
HECTOR DEL CURTO QUINTETO
SÁB. 27 // 11
21h
LEO GANDELMAN TRIO
23h
DOM SALVADOR SEXTETO
LOUNGE COM VINIL É ARTE
sexta e sábado a partir das 20h com entrada gratuita
Copacabana Palace | Av. Nossa Sra de Copacabana, 291
vendas www.ticketronics.com.br
TRUPE REVISTA:
SUB EDITORA
Monica Ramalho
REALIZAÇÃO
Isabel Seixas
Diogo Rezende
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PROJETO GRÁFICO
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IMPRENSA
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tel: (21) 9163 0840
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JORNALISTAS
CONVIDADOS
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Christina Fuscaldo
Hugo Sukman
Pedro Gueiros
Yuri Almeida
DIREÇÃO MUSICAL
Bernardo Vilhena e
Carolina Rosman
PRODUÇÃO E REVISÃO
Beatriz Tafner
CENOGRAFIA
Diogo Rezende e
Richard Veerdorn
CONTATOS
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Tel: 2279-4504
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PROJETO GRÁFICO
Analu Menezes
e Diogo Rezende
Clarice Laus (assistente)
Fernanda Kassar
(assitente)
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ILUMINAÇÃO
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SONORIZAÇÃO
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COORDENAÇÃO DO
PROJETO
Isabel Seixas
COORDENAÇÃO DE
PRODUÇÃO
Marise Lima
PRODUÇÃO EXECUTIVA
Erika Candido e
Beatriz Tafner
ASSISTENTE DE
PRODUÇÃO
Rodolpho Faria
PRODUÇÃO
ADMINISTRATIVA
Mariana Ximenes
ASSESSORIA DE
IMPRENSA
Monica Ramalho e
Marcelo Pacheco
(Belmira Comunicação)
REALIZAÇÃO
M´Baraká Experiências
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EDITOR
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Rio
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MÚSICA ATÉ VOCÊ!
Por meio de linhas de transmissão que ligam um ponto a
outro, a TAESA leva energia
elétrica a várias cidades do
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incentivamos também arte e
cultura.
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