REVISTA COPAFEST. ED. 01.2010. PRIMAVERA DOM SALVA DOR 45 ANOS DEPOIS NO COPACABANA PALACE E MAIS: Banda Mantiqueira | Hector Del Curto Quinteto | Leo Gandelman Trio Dom Salvador Sexteto | Vinil é Arte INDICE 4 | Editoral por Bernardo Vilhena 6 | Uma mistura bem brasileira Coletivo Vinil é Arte entrevista Dom Salvador 12 | Explosão de infinitos rítmos por Hugo Sukman 17 | 20 anos de música instrumental Banda Mantiqueira por Carlos Calado 21 | Antes e depois Uma retrospectiva do Festival 24 | Um toque latino no CopaFest Hector Del Curto por Pedro Motta Gueiros 28 | Tem groove no lounge Vinil é Arte por Christina Fuscaldo BAR DO COPA Av. Atlântica, 1702 - Copacabana Entrada pelo Restaurante Pérgula Reservas: (21) 2545-8790 [email protected] www.bardocopa.com.br 30 | Copacabana - Um mar de histórias 33 | Camaleão dos sopros Leo Gandelman por Yuri Almeida EDITORIAL OS MELHORES LUGARES DAS MELHORES CIDADES DO MUNDO TOCAM MÚSICA BRASILEIRA 4 O CopaFest está chegando a sua terceira edição reafirmando o compromisso de apresentar o experimentalismo na música instrumental. Desta vez, estamos acrescentando um tempero latino com a presença do quinteto do bandoneonista Hector Del Curto, produtor de uma combinação bem sucedida de jazz e tango, seguindo a linhagem de grandes mestres argentinos como Astor Piazzolla e Gato Barbieri, entre outros. No futuro, pretendemos aprofundar esta experiência apresentando os artistas latino americanos que, inspirados em seus ritmos nativos, vem atualizando e divulgando a música de seus países. O CopaFest traz também o quarteto do saxofonista Leo Gandelman - um artista que, além de ter participado de importantes discos da MPB como instrumentista e produtor, vem trabalhando incessantemente na divulgação da música instrumental brasileira, seja através dos meios de comunicação, seja através da veiculação de seu trabalho em novos formatos. A presença da Banda Mantiqueira, do notável instrumentista Nailor Proveta, sublinha a nossa intenção de promover a interação entre músicos do Rio de Janeiro e de São Paulo. Estamos dando continuidade à tradição carioca de receber músicos paulistas, como aconteceu com o pianista e compositor Vadico (parceiro de Noel Rosa em “Feitio de Oração” e outros sucessos), com o imenso Paulo Moura e, também, com outro ilustre convidado desta edição o maestro, pianista e compositor Dom Salvador. Dom Salvador foi um artíficie da bossa nova. Em seus trios tocaram os músicos mais importantes da geração – só pra citar os bateristas, temos Victor Manga, Dom Um Romão e Edison Machado. Em seguida, criou a mistura do funk com o samba na Banda Abolição, abrindo novos caminhos para a nossa música instrumental. Os melhores lugares das melhores cidades do mundo tocam música brasileira. Bem vindo ao Copacabana Palace. BEM VINDO AO COPAFEST. Bernardo Vilhena UMA MISTURA BEM BRASILEIRA POR MONICA RAMALHO 2 DJS DO COLETIVO VINIL É ARTE CONVERSAM POR SKYPE COM DOM SALVADOR E REBOBINAM COM A GENTE HISTÓRIAS DO NOSSO MAESTRO 6 Ele estava no auge. Tudo aconteceu naquela década de 60, quando acompanhava Edu Lobo, Jorge Ben, Elza Soares, Tom Jobim e muitos outros, e colocava o seu piano à disposição de grupos estelares como Copa Trio (com o baterista Dom Um Romão), Rio 65 Trio (com Edison Machado na bateria e Sérgio Barrozo no baixo) e Abolição, formado só por músicos negros, entre eles o trompetista Barrosinho e o saxofonista Oberdan Magalhães. Radicado nos Estados Unidos desde 1973, Dom Salvador conversou por Skype com os discotecários Marcelo MB e Formiga, do coletivo Vinil é Arte, responsável pelo som ambiente do Lounge CopaFest. Também participou da entrevista o curador do evento, Bernardo Vilhena. Rebobine com a gente a história do pianista e descubra o que Dom Salvador está preparando para o show no festival. por VINIL É ARTE ENTREVISTA VINIL É ARTE Você já curtia música na infância, Dom? DOM SALVADOR Sou de Rio Claro e nasci em uma família muito musical. Quase todos tocavam um instrumento. As minhas irmãs fizeram um quarteto, chamado As irmãs Silva, e estavam sempre na rádio local. Mas eram todos amadores e os ensaios eram feitos lá em casa. Tudo girava em torno da música. Paulo, meu irmão, era ótimo no violão, no contrabaixo e no saxofone. Cresci vendo tudo isso muito de perto. VINIL E quando você quis realmente tocar? DOM Meu primeiro instrumento foi a bateria. Costumava ir ao cinema só para ver as orquestras americanas e adorava assistir a performance dos bateristas das orquestras de Severino Araújo e de Zacarias. Até que, certo dia, uma das minhas irmãs virou para o Paulo, nosso irmão, e falou: ‘Você tem que ver como o Poim toca na mesa’. Poim era o meu apelido na família. Foi assim que ele me chamou para tocar repique no Carnaval. Depois, me arrumou um professor e comecei a estudar música pela teoria antes de aprender bateria com o Emilio. VINIL Mas você acabou se destacando mesmo em outro instrumento. Como o piano entrou em cena? DOM O Emilio começou a me ensinar. Um tempo depois, foi convidado para dar aula numa escola em São Carlos. Fiquei sem professor de bateria e não conseguimos outro. Nesse intervalo, para não ficar parado, resolvi estudar piano. A outra possibilidade era violão já que eu tinha um problema de hérnia e não podia tocar instrumento de sopro. Podemos dizer que o piano veio por acidente. Tanto é que, no início, eu não gostava muito, mas conheci ótimos pianistas e, em seguida, me interessei de verdade. Como o piano também é um instrumento percussivo, foi fácil aprender. VINIL Você teve que estudar aquela lista de compositores eruditos? DOM Exatamente. Fui ter aulas com uma professora de piano clássico. Durou um bom tempo com ela e aprendi bastante. Depois, estudei num Conservatório em Campinas. O diploma saiu em 1960 e, no ano seguinte, mudei para São Paulo a convite de uma cantora conhecida na época, Marita Louise. Ela cantava operetas e fazia muito sucesso na Europa. Trabalhamos em bares, alguns com pinta de cabaré. VINIL Em relativo pouco tempo, só cinco anos, você fez parte de grupos super importantes para o instrumental brasileiro. Como conheceu o Dom Um Romão? DOM Eu estava sempre na Baiúca, no Beco das Garrafas. Numa determinada noite, uns gringos arrasavam no palco e havia um bando de músicos por lá: Tenório Jr., Hamilton Godoy, acho que o Cesar Camargo Mariano, Laércio de Freitas e Toninho Pinheiro, do Jongo Trio. Todo mundo era desembaraçado. Já eu, nunca gostei de dar canja. Era meio tímido com essa coisa. Toninho insistiu para eu tocar. Toquei e, nessa noite, estava lá o Dom Um. Quando desci do palco, ele me chamou na mesa e falou: “Você toca muito bem. Gostaria de ir com a gente para o Rio de Janeiro?”. Isso foi em 1964. Fiquei nervoso, mas topei porque tudo acontecia no Rio naquele tempo. Falei com a minha noiva, com quem me casaria em 1965, e ela me incentivou. Fizemos shows inesquecíveis no Beco das Garrafas, entre eles os primeiros da Elis Regina e do Quarteto em Cy, acompanhamos Jorge Ben e muitos outros, até que Dom Um Romão foi embora para os Estados Unidos. VINIL Acompanhou mais alguém ilustre na estreia? DOM O Marcos Valle no Bacarat, mas foi por acaso. A proposta original era reunir Victor Manga na bateria, Tenório Jr. no piano e Zezinho Alves no VOCÊS PODEM IMAGINAR COMO ESTOU ENTUSIASMADO COM ESSE CONVITE PARA TOCAR NO COPAFEST, NÃO É? baixo e Dóris Monteiro na voz. Eles ensaiaram e tudo, mas ninguém apareceu na hora do show (risos). Éramos todos jovens. Então, chamaram o Edison Machado e o Sérgio Barrozo e botaram a Leny Andrade no lugar da Dóris. O show estava ficando muito legal. A gente fazia dois, três números instrumentais e ficava uma suingueira danada. Wilson Simonal e Jorge Ben, por exemplo, estava sempre na plateia, e também o Armando Pitigliani, que perguntou se queríamos gravar um disco. Topamos no ato. dos Beatles e fomos obrigados a mudar tudo. Graças a Deus, não faltou trabalho. A maioria dos caras tocava tudo de ouvido e, para enfrentar horas de estúdio, era preciso saber música. Eu, Antonio Adolfo e Tenório líamos partitura bem e choviam convites para gravar. Nessa época, acabou por um longo tempo esse negócio de bossa nova. VINIL E as viagens para a Europa, como pintaram os convites? DOM Pelo contrário! Fui em 1966 com o Salvador Trio, em 1967 com o Copinha, flautista extraordinário, e, em 1968, com a Elza Soares. Conheci Bill Evans e alguns de meus ídolos. Voltei com outras ideias e o negócio da Abolição DOM A primeira viagem foi com o Salvador Trio. Levamos o Chico Batera no lugar do Victor Manga, que gravou o disco. Nessa época, entrou a onda VINIL É, mas apesar de a bossa nova ser a bandeira da música brasileira no exterior, quando saiu de moda não impediu você de tocar nos Estados Unidos, não é? foi um incentivo do Hélcio Milito, do Tamba Trio. Ele é um visionário, sempre pesca as coisas diferentes no ar. Milito trabalhou como produtor em gravadoras e, certo dia, me chamou e sugeriu fazer aquele som do Abolição que vocês conhecem bem. VINIL Vocês tiveram que se vestir com uma temática africana, defendendo o discurso do movimento negro. Como isso influenciava na música? DOM Abolição tem um funk bem característico americano. Mas a gente fazia com uma cara bem regional, cem porcento brasileira, porque a gente tocava de tudo, chorinho e tal. Não ouso dizer que fomos os primeiros, mas essa mistura era meio original. E olha que curioso: Havia quem escutasse as gravações do Herbie Hancock e pensasse que era a gente tocando (risos). VINIL Quando rompeu com o Abolição, houve outra mudança no seu som. Como retomou a carreira solo? DOM Depois do Abolição, fiz as malas e voei para os Estados Unidos. Toquei com grupos de jazz em incontáveis gigs. Toquei com todo mundo, sem saber com quem ia encontrar. Comecei a entrar nos lugares, mas foi muito difícil no início porque não dá para viver só de gigs. A intenção era ficar um mês e voltar para o Brasil, mas estou no país do Tio Sam até hoje. VINIL O que você está preparando para o show do CopaFest? DOM Quero mostrar as composições que estou fazendo no momento. Estou sempre mudando algo, sem perder a essência. Não sei dizer se é para frente ou para trás (risos). Gosto muito dos sons do passado, mas faço uma mistura com os sons atuais. Tem a ver com gafieira e samba-jazz. Porque eu acho que o sambajazz veio do som que os caras faziam na gafieira, aquele negócio de tocar um tema e sair improvisando em cima. Meu último show no Copacabana Palace foi em 1965. Sabe quem estava nesse show? Tenório Jr., Antonio Adolfo, Cesar Camargo Mariano, Luis Carlos Vinhas, Zimbo Trio, Meirelles e os Copa 5. Vocês podem imaginar como estou entusiasmado com esse convite para tocar no CopaFest, não é? EXPLOSÃO DE INFINITOS RITMOS POR HUGO SUKMAN UMA LEITURA CONTEMPORÂNEA DA HISTÓRIA DA MÚSICA INSTRUMENTAL BRASILEIRA 12 A chamada música popular brasileira - aquele vasto hibrido formado por canções e danças portuguesas, música culta e popular européia, infinitos ritmos, sentimentos e procedimentos africanos, algo indígena, fraseados de bandas militares, e quantas influências mais fossem chegando no decorrer do tempo – nasceu instrumental. Vamos dizer, sem medo de errar, que com o mulato, filho de escrava liberta, Anacleto de Medeiros: foi ele, com suas composições calcadas em danças européias mas de espírito chorão, com seus arranjos para bandas (notadamente a do Corpo de Bombeiros, pioneira de nossos registros fonográficos), e com sua opção pelos instrumentos de sopro, o primeiro a libertar a música brasileira de suas influências, tornando-a, finalmente… brasileira. E não mais européia, africana, erudita, popular, portuguesa, indígena, militar, etc.: hibrida e única. Anacleto é o pioneiro. Se Anacleto criou, Pixinguinha, não por acaso outro soprista negro de sólida formação musical européia, formatou isso o que chamamos de música popular brasileira, seja como o maior compositor de choro, como o bom sambista, o estilizador de cantos anacestrais, mas principalmente como o arranjador que estabelece a nossa linguagem orquestral. Anacleto é o pioneiro. Pixinguinha é o clássico. Lá pelos anos 1950, o bastão, ou melhor, o saxofone, é passado para outro músico negro, soprista, líder de banda, maestro, compositor, arranjador, etc.: Moacir Santos, aquele que não é um só, é tantos, como dele disse Vinicius. Tantos que, até hoje, e pelo menos desde que lançou o seminal LP “Coisas”, em 1964, Moacir seja o mais influente músico brasileiro, o que vai determinar o que é nossa sofisticada música instrumental contemporânea. Anacleto é o pioneiro, Pixinguinha é o clássico, Moacir Santos é o moderno. Não é difícil perceber a influência de Moacir na música de hoje: a das harmonias sempre surpreendentes mas de resultado sempre agradável, do impressionante convívio entre a ancestralidade da música africana e a modernidade da música brasileira e do jazz, das técnicas eruditas e corretas com o balanço da música popular. Na explosão da música brasileira instrumental dos anos 60, e que determinaria a música de hoje, Mo- acir é de fato a figura central não apenas por seu trabalho musical, mas por ter sido professor (literalmente) e/ou influenciador de gente como Baden Powell, Roberto Menescal ou João Donato. E até mais jovens como Mario Adnet, Zé Nogueira (que prestaram-lhe os últimos e inestimáveis tributos, “Ouro negro” e “Choros e alegria) e a flautista Andrea Ernest Dias, que acabou de fazer sua tese de doutorado sobre Moacir e, justamente, sua influência nas gerações posteriores. É impossível, por exemplo, ouvir a Banda Mantiqueira e não lembrar de Moacir Santos (bem como da linhagem, digamos, saxofonística da nossa formação musical). A tal linhagem saxofonística para contar a história da música brasileira, aliás, poderia ser pianística. Poderia contar a mesma história partindo dos pianeiros, passando por Ernesto Nazareth e Chiquinha Gonzaga, por Sinhô e o piano no samba, por Radamés Gnattali, Ary Barroso, Custódio Mesquita, Tom Jobim para chegar em Luiz Eça, figura tão central e influente quanto Moacir Santos. Edu Lobo, por exemplo, não cansa de dizer que, em vez de ir a Berklee estudar música, ele e Dori Caymmi iam à casa de Luiz Eça. Só por ter influenciado tanto os dois maiores compositores brasileiros vivos (o terceiro, Guinga, veio de VillaLobos, das serestas suburbanas, do choro, o que é uma outra história), Luiz Eça já teria grande importância. Mas, mais do que isso, pode-se dizer que, com o Tamba Trio (ao lado de Bebeto no baixo e Helcio Milito na bateria e na tamba), no início dos anos 60 Eça criou um formato moderno e brasileiro para a tradicional formação do trio de jazz piano-baixo-bateria. Pegue qualquer trio brasileiro antes do Tamba – ouça o de Dick Farney, por exemplo - e note como eles são ”americanos”, jazzísticos. Ouça o Tamba. E depois, todos que vieram depois. Os pianistas, de Dom Salvador, Antonio Adolfo e Cesar Camargo Mariano a André Mehmari, nunca mais foram os mesmos. O tecido percussivo, no lugar apenas da tradicional bateria, nunca mais seria usado da mesma forma. Os procedimentos musicais sofisticados, as brincadeiras com andamento e ritmo, tudo em Luiz Eça marcaria profudamente a música brasileira dali para frente. Não é difícil dizer que o LP “Luiz Eça e cordas”, de 1968, seja, além do melhor disco de arranjador já gravado no Brasil, o modelo para os arranjadores atuais, em forma e sonoridade. Enquanto Luiz Eça influenciava, no Beco das Garrafas e nos demais inferninhos cariocas, toda uma geração de músicos no auge do chamado samba-jazz, em São Paulo um também jovem Hermeto Pascoal começava uma linhagem paralela, de jeito nenhum menos importante. Assim como Eça, Hermeto começou sua revolução com um trio de jazz em princípio tradicional (piano-baixobateria), o Sambrasa, ao lado de Humbeto Clayber e Airto Moreira, este outro revolucionário maluco. No único disco do Sambrasa Trio, de 1965, Hermeto (e Airto), criavam uma nova linguagem para o formato trio, incorporando não apenas elementos do samba-jazz e da música brasileira urbana, mas de elementos nordestinos, de música modal, do pop e de uma liberdade de execução até então inédita. A nítida intenção de Hermeto e Airto de fazer um jazz de fato brasileiro e contemporâneo fez com que o Sambrasa Trio se transmutasse, dois anos depois, no Quarteto Novo, já influenciado por Geraldo Vandré e pela chamada MPB (o movimento musical que traria para a bossa nova e para o samba-jazz elementos da chamada música tradicional brasileira urbana ou rural). Assim, tocando música brasilera com a liberdade e a invenção proporcionadas pelo jazz, Hermeto (piano e flauta), Airto (bateria e percussões), Theo de Barros (violão) e Heraldo do Monte (guitarra e viola caipira) fizeram o, talvez, mais influente grupo musical brasileiro. O único LP do Quarteto Novo, de 1967, é cultuado tanto quanto o “Coisas”, de Moacir Santos e o “Luiz Eça e cordas”. Juntos, eles formam uma espécie de Santíssima Trindade da música brasileira contemporânea. UMA MÚSICA BRASILEIRA HIBRIDA, LIVRE, AUTÔNOMA E MODERNA PARA SEMPRE Mas, espalhado por aí, o Quarteto Novo fez mais coisa, acompanhando Vandré (a queixada de bode em “Disparada” é invenção de Airto) e Edu Lobo (na famosa gravação de “Ponteio” ou num dos melhores discos de todos os tempos, “Cantiga de longe”, gravado em Los Angeles em 1970). A explosão da música instrumental brasileira dos anos 60, renderia muitos frutos. Poderia-se falar em Sérgio Mendes e no combo que ele criaria nos Estados Unidos, o Brasil 66, que espalharia como nunca a música brasileira pelo mundo. Ou nos arranjos que o saxofonista J.T. Meirelles começou fazendo para Jorge Ben e que redundaria em toda uma linhagem de música negra (Black Rio, etc.). Tanta coisa aconteceu, mas o fato é que gente como Moacir Santos, Luiz Eça e Hermeto Pascoal ajudaram a trazer até aqui o sonho sonhado por Anacleto de Medeiros nas antigas tardes na sua Ilha de Paquetá, no começo dessa história toda: o de uma música brasileira hibrida, livre, autônoma e moderna para sempre. Hugo Sukman é jornalista e curador do novo Museu da Imagem e do Som (MIS) 20 ANOS DE MÚSICA INTRUMENTAL POR CARLOS CALADO COM ARRANJOS INSPIRADOS EM SEUS EXCELENTES MÚSICOS, NAILOR PROVETA FAZ DA BANDA MANTIQUEIRA UM DOS MAIS COMPLETOS LABORATÓRIOS DA MÚSICA INSTRUMENTAL BRASILEIRA 17 Próxima de completar 20 anos, a Banda Mantiqueira tem motivos de sobra para comemorar. Se tocar música instrumental em nosso país já é por si só uma aventura arriscada, seus integrantes realizaram nessas duas décadas uma grande façanha: manter ativa por tanto tempo uma big band tão original, fazendo música de altíssima qualidade, é algo raro até nos Estados Unidos ou na Europa. A pré-história dessa banda paulista remonta ao início da década de 1980. O projeto de formar uma big band para tocar música popular brasileira surgiu nas conversas do clarinetista e sax alto Nailor “Proveta” Azevedo com o trompetista Walmir Gil, com o saxofonista Cacá Malaquias e o trombonista François de Lima – parceiros mu- SEUS INTEGRANTES REALIZARAM NESSAS DUAS DÉCADAS UMA GRANDE FAÇANHA: MANTER ATIVA POR TANTO TEMPO UMA BIG BAND TÃO ORIGINAL, FAZENDO MÚSICA DE ALTÍSSIMA QUALIDADE, É ALGO RARO ATÉ NOS ESTADOS UNIDOS OU NA EUROPA sicais e amigos, que na época dividiam um apartamento no Bixiga, o folclórico bairro paulistano. Antes de criarem a Mantiqueira, em 1991, esses músicos participaram juntos de outras formações do gênero, como a Banda Savana, a Banda Aquarius e a Sambop Brass. “Nossas influências eram muito amplas. Ouvíamos a Orquestra Tabajara, a turma da bossa nova, orquestras de gafieira, as bandas dos maestros Branco e Laércio de Freitas. Também íamos a concertos eruditos”, relembra o trompetista Gil. A eclética formação desses músicos foi essencial para a criação da Mantiqueira, assim como a estimuladora liderança de Nailor Azevedo. Nascido em Leme, cidade do interior paulista, Proveta herdou esse apelido ao se mudar para a capital. Seu talento musical era tão precoce e surpreendente, que seus colegas recorreram à ciência genética para explicá-lo: já se destacando como solista da orquestra do maestro Sylvio Mazzuca, com apenas 16 anos, Nailor só poderia ser um bebê de proveta. “Na Mantiqueira trabalhamos com arranjos feitos sob medida. Sempre gostei de explorar a musicalidade de cada integrante da banda”, diz o líder e arranjador Proveta, que segue o exemplo do mestre do jazz Duke Ellington (1899-1974), criando os arranjos de acordo com a personalidade e o potencial de cada um dos músicos da banda. A chegada do baixista e arranjador Édson José Alves, um pouco depois, também foi importante para aumentar a intimidade da banda com o formato da canção. Clássicos da música popular brasileira, como o choro “Carinhoso” (Pixinguinha), o samba “Linha de passe” (João Bosco), os sambas-canções “As rosas não falam” (Cartola) e “Folhas secas” (Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito) ou ainda o “Baião de Lacan” (Guinga), costumam figurar entre os números mais aplaudidos nas apresentações da banda. “Os arranjos e a interpretação usam todas as técnicas da história das big bands, mas têm os pés firmemente fincados nos coretos do interior, onde muitos dos músicos tocaram em público pela primeira vez”, observou bem o maestro Nel- son Ayres ao apresentar “Aldeia” (1996), disco de estréia da Mantiqueira, que foi indicado ao prêmio Grammy de melhor performance de jazz latino, em 1998. Os álbuns “Bixiga” (2000) e “Terra Amantiquira” (2005) completam a pequena e preciosa discografia individual da banda, que também já lançou um DVD (em 2009, pela série Toca Brasil do Itaú Cultural), além de três CDs que registram apresentações ao lado da OSESP, com participações das cantoras Luciana Souza e Monica Salmaso. “Tem que existir um ritual. A gente precisa se encontrar sempre para ensaiar e tocar”, comenta o saxofonista Cacá Malaquias, sugerindo que a convivência quase diária e a amizade que une os 14 integrantes da Mantiqueira são fundamentais para que ela se mantenha ativa, exibindo a mesma energia e excelência musical que marcaram seus primeiros 20 anos de história. Sorte nossa, porque outros tantos devem vir por aí. Carlos Calado é jornalista e crítico musical. Colabora com a “Folha de S. Paulo” e é autor dos livros “O Jazz Como Espetáculo” e “Tropicália: a História de Uma Revolução Musical”. ANTES E DEPOIS É DIFÍCIL IMAGINAR UM CENÁRIO MAIS PERFEITO PARA EXIBIR TANTA TÉCNICA, TANTA SENSIBILIDADE E ESSES MÚSICOS MARAVILHOSOS Copacabana Palace + Música Instrumental + Rio de Janeiro, uma mistura nada incomum, marcas da nossa história, elementos que ecoam e nos identificam a milhas e milhas daqui. Mistura que começou com o SOM DO BECO das garrafas, reduto inspirador da nossa música, CopaFest quer permanecer clássico, porém provocando e mostrando os novos contornos da música instrumental. Música brasileira, música do mundo, do nosso tempo. CopaFest viveu shows sensacionais, como as duas apresentações do Zé Luis com os garotos da Banda Magnética e encontros memoráveis como, João Donato e Paulo Moura. Vimos também inéditas interseções sonoras no diálogo musical de David Feldman e Gabriel Grossi e a ponte aérea com Chico Pinheiro, outro jovem talento. Tivemos a oportunidade de trazer para o nosso palco o múltiplo Hermeto Pascoal, depois de alguns anos sem tocar na cidade, e a honra de receber, por duas vezes, aquele que nas palavras do maestro Paulo Moura “tem a bossa nova toda debaixo dos dedos”: Osmar Milito. O emocionante show do Cesar Camargo Mariano e o vibrante “Jet Samba” do Marcos Valle completaram nossa segunda edição. Nas duas edições iniciais, descobrimos que existem muitos amantes da música instrumental brasileira. A terceira edição abre caminho para a proposta de realizar o festival duas vezes por ano e para o lançamento da revista CopaFest. A música instrumental instiga a imaginação e nos leva a acreditar em novas noites para revivê-la e reinventá-la nos salões do Copa. Diogo Rezende e Isabel Seixas M’Baraká Experiências Relevantes 21 “O CopaFest é um daqueles festivais que parecem pequenos, mas resultam grandes. Se para os mais velhos faz lembrar as noites do beco das garrafas, para os mais jovens remete às boas noites do saudoso Free Jazz. Ou clubes de jazz como Blue Note (NY) e Ronnie Scott (Londres), onde só rola boa música. Shows como esses são dignos dos melhores festivais internacionais” Lauro Lisboa Garcia, jornal O Estado de São Paulo. “O elenco (do CopaFest) é ótimo, entre nomes consagrados e novos do instrumental brasileiro....o festival já vale por trazer de volta ao Rio Hermeto Pascoal” Antônio Carlos Miguel, jornal O Globo. “Um suntuoso lugar e um som de primeiríssima qualidade. A equação de bom gosto tem nome: CopaFest” Carla Vidal, jornal O Fluminense. “Desde 2003 sem fazer show no Rio, Hermeto Pascoal apresentou um pout pourri de músicas no CopaFest, no Golden Room do Copacabana Palace. Improvisou letra em homenagem a cidade... O show terminou com a banda deixando o palco em forma de trenzinho, passando pelo meio do público” Maria Fortuna, Gente Boa, jornal O Globo. “Com o CopaFest, Copacabana recupera seu lugar de classe e glamour das décadas de 50, 60... mostra com muita competência algo inovador que vem soar em nossos ouvidos assim como é: Esplêndido!” Ana Claudia Dias. espectadora “Esse lugar é sensacional. Aqui tem um charme, uma mágica...com o grande número de ótimos instrumentistas que temos no Brasil poderiam ser feitos muitos outros CopaFest” Marcos Valle “É um privilégio estar neste lugar. Privilégio para os músicos, para a música instrumental brasileira e para o público” Chico Pinheiro “Esta sala, este bairro, essa rua aqui de trás tem tanta história. Estou emocionado” Cesar Camargo Mariano UM TOQUE LATINO NO COPAFEST POR PEDRO MOTTA GUEIROS A TABELINHA TANGO E FUTEBOL MOSTRA QUE A ARTE LATINO AMERICANA NASCEU PARA BRILHAR EM TODO O MUNDO 24 No grande baile do século XXI, a terra dança num lugar do espaço em que o tempo é marcado por um bandoneon. Com rostos colados e os pés no chão, a origem do tango aponta para um destino comum. Quanto maior a conexão entre culturas diferentes, mais raro e valioso é o caldo extraído das raízes regionais. Não é de hoje que o paradoxo sai pela Boca e atravessa corações num movimento transnacional. Do bairro dos imigrantes e excluídos da Buenos Aires do século XIX para os grandes palcos mundiais, as bruscas alterações de humor e andamento criam um efeito sanfona em que o tradicional e o moderno se fundem na Eternal Tango Orchestra, liderada pelo bandoneonista Hector Del Curto. Ao contrário das paixões dilaceradas no ritmo dos prostíbulos e do machismo portenho de outrora, o tango é uma relação estável para a família Del Curto. A partir de seu bisavô, fundador da Orchestra Tipica de Jazz Del Curto, o instrumento criado pelo alemão Henrich Band passou de mão em mão até ganhar o mundo nos acordes de Hector. Ainda na Argentina, aos 17 anos, foi premiado como o melhor bandoneonista com menos de 25 anos. O futuro promissor lhe deu o presente de dividir o palco com Astor Piazzolla e se tornar o mais jovem integrante da orquestra de Osvaldo Pugliese. Radicado em Nova York, repetiu o movimento original do gênero numa releitura que se desdobra como onda da geração digital. Ao revisitar o passado, em que as danças de origem hispânica e o samba uruguaio foram amarrados pelas cordas dos imigrantes italianos e pela sanfona alemã, Hector trouxe elementos de jazz e novas etnias. A formação do grupo põe a estrela da companhia no lugar parecido com que Lionel Messi ocupa na seleção argentina. Jovem, com a formação completada no exterior, Hector Del Curto tem o orgulho nacional estampado na face mais global da cultura argentina. Se Maradona era uma espécie de Piazzolla, que transformava seu talento num concerto para ser aplaudido de pé, Messi faz os adversários dançarem como nos bailes dos anos dourados do tango argentino. Embora gasta, a comparação resiste por ser incomodamente atual. Como no Brasil, o futebol e a música ainda são pilares de sustentação do sonho latino-americano. Pedro Motta Gueiros é jornalista esportivo e já cobriu duas Copas do Mundo e uma Olimpíada. Escreve no jornal O GLOBO há dez anos. É um baterista frustrado e amante da música brasileira. NO GRANDE BAILE DO SÉCULO XXI, A TERRA DANÇA NUM LUGAR DO ESPAÇO EM QUE O TEMPO É MARCADO POR UM BANDONEON TEM GROOVE NO LOUNGE POR CHRISTINA FUSCALDO CERCADOS DE LPS, OS GAROTOS DO VINIL É ARTE FAZEM A FESTA NOS INTERVALOS DOS SHOWS 28 Niggas e Tuta nasceram em Juiz de Fora. Niggas cresceu aprendendo com seu pai, DJ Simon, que trabalhava em uma famosa equipe de som local, a Scorpius, e tinha em seu currículo parceria com Big Boy – o DJ mais aclamado de todos os tempos. Tuta também ouvia os discos de vinil de seu progenitor, um apaixonado por música. A dupla começou a “tocar” despretensiosamente. A vontade de se profissionalizar fez com que os dois criassem, em 2001, o Vinil é Arte – um coletivo formado por cinco DJs, com núcleos que atuam no Rio (Tuta e MB Grooves), em São Paulo (Niggas e Formiga) e Juiz de Fora (Pedro). São eles que comandam a programação sonora no lounge do CopaFest desde a primeira edição. O Vinil é Arte vem formando uma diversificada coleção de discos, especificamente aqueles prensados em vinil nas décadas de 50, 60 e 70. Ao todo, o Vinil é Arte acumula mais de 7.000 LPs brasileiros e estrangeiros de diversos estilos. Do samba jazz a black music, passando pelo regional, eles tocam de tudo, mas sempre com foco no resgate da música nacional. Niggas e Formiga passeiam pela black music, pelo samba rock, pelo funk e por outros grooves. Tuta traz uma bagagem um pouco mais direcionada à música regional, com samba, bossa, choro, maracatus e outros ritmos nordestinos. Pedro tende a gostar mais da música instrumental, com arranjos e orquestrações modernas e experimentais. A unidade está na busca pelo caminho do que não é óbvio, pela quebra de preconceitos e, também, pelo resgate da boa e velha discotecagem à moda antiga. Está no repertório de todos a música mineira do Clube da Esquina, baianidades e tropicalismos como o dos Mutantes, o swing de Jorge Ben, a experimentação de Marcos Valle, Rogério Duprat e Hermeto Pascoal, o jazz de Victor Assis Brasil, o groove de Toni Bizarro e Tim Maia, as distorções dos Novos Baianos, afrobeats, música latina e até Beatles, com inúmeras raridades. No CopaFest, o Vinil é Arte toca no lounge do Copacabana Palace, que tem um excelente bar e confortáveis sofás e pufes para o público relaxar. Nesta edição, eles continuam celebrando o Beco das Garrafas, vizinho do Copa e famoso por ser reconhecido como um dos berços da bossa nova. Christina Fuscaldo é jornalista e crítica musical. Escreve na Rolling Stone Brasil e lançou em 2009 o site Garota FM. Através do twitter faz coberturas de shows em tempo real. COPACABANA UM MAR DE HISTÓRIAS Sábado em Copacabana Composição: Dorival Caymmi e Carlos Guinle Depois de trabalhar toda a semana Meu sábado não vou desperdiçar Já fiz o meu programa pra esta noite E sei por onde começar Um bom lugar para encontrar Copacabana Prá passear à beira-mar Copacabana Depois num bar à meia-luz Copacabana Eu esperei por essa noite uma semana Copacabana é cenário de músicas, filmes e, sobretudo, de acontecimentos marcantes na vida de todos nós. Uma das praias mais famosas do mundo, seu nome e o desenho de suas calçadas evocam ondas de prazer e sensualidade. Como bem diz esta inesquecível canção de Dorival Caymmi e Carlos Guinle que, reza a lenda, foi composta no Bar da Pérgula do Copacabana Palace e, dizem as más línguas, Caymmi entrou com a música e Carlos Guinle com o uísque. Um bom jantar depois dançar Copacabana Pra se amar um só lugar Copacabana A noite passa tão depressa Mas vou voltar lá pra semana Se eu encontrar um novo amor Copacabana CAMALEÃO DOS SOPROS POR YURI ALMEIDA ESTRELA ENTRE AS ESTRELAS, LEO GANDELMAN DESENVOLVEU UMA CARREIRA SOLO MARCADA PELO SUCESSO O saxofonista Leo Gandelman formou por dez anos um dos mais consagrados naipes de sopros do país, ao lado de Oberdan Magalhães, Marcio Montarroyos, Zé Carlos Bigorna, Bidinho e Serginho Trombone, presença certa em quase todos os discos da MPB na década de 80. Filho de uma pianista e um maestro, o músico já era solista da Orquestra Sinfônica Brasileira aos 15 anos e foi a partir dessa experiência que desenvolveu grande interesse pela música instrumental. Influenciado por Waine Shorter, Branford Marsalis, Paulo Moura e Nivaldo Ornelas, o saxofonis- ta carioca já musicou imagens em filmes como ‘Budapeste’ e ‘Garrincha’, e em diversas novelas e minisséries. E, nesse espírito de camaleão, já apresentou programas sobre jazz e música brasileira na televisão e no rádio, além de se dedicar a projetos especiais, como o disco ‘Origens’ a ser lançado no final de 2010, em dueto com a pianista Maria Teresa Madeira. Ao todo, tem 12 discos lançados e seu nome consta nos créditos de mais de 800 gravações nacionais e internacionais. Acompanhado por David Feldman no piano, Alberto Continentino no contrabaixo e Xande Figueiredo na bateria, Leo Gandelman vai tocar para o público do CopaFest sucessos autorais, como “Solar” e “Furuvudé”, inéditas e clássicos e, para alegria da ala masculina, vai fazer uma homenagem ao amigo de som e futebol, o furacão da copa de 70, Jairzinho. Yuri Almeida é pesquisador Musical e DJ e tem formação publicitária. É Coordenador de Programação e Produção da OI FM e trabalhou na mesma função por quase 2 anos na MPB FM. 33 PROGRAMAÇÃO SEX. 26 // 11 21h BANDA MANTIQUEIRA 23h HECTOR DEL CURTO QUINTETO SÁB. 27 // 11 21h LEO GANDELMAN TRIO 23h DOM SALVADOR SEXTETO LOUNGE COM VINIL É ARTE sexta e sábado a partir das 20h com entrada gratuita Copacabana Palace | Av. Nossa Sra de Copacabana, 291 vendas www.ticketronics.com.br TRUPE REVISTA: SUB EDITORA Monica Ramalho REALIZAÇÃO Isabel Seixas Diogo Rezende M´Baraká Experiências Relevantes PROJETO GRÁFICO Analu Menezes M´Baraká Experiências Relevantes ASSESSORIA DE IMPRENSA Belmira Comunicação monicaramalho@belmira. com.br tel: (21) 9163 0840 marcelopacheco@ belmira.com.br tel: (21) 7634 7083 TRUPE FESTIVAL: IDEALIZAÇÃO Bernardo Vilhena e Isabel Seixas JORNALISTAS CONVIDADOS Carlos Calado Christina Fuscaldo Hugo Sukman Pedro Gueiros Yuri Almeida DIREÇÃO MUSICAL Bernardo Vilhena e Carolina Rosman PRODUÇÃO E REVISÃO Beatriz Tafner CENOGRAFIA Diogo Rezende e Richard Veerdorn CONTATOS M´Baraká Experiências Relevantes www.mbaraka.com.br Tel: 2279-4504 DIREÇÃO DE ARTE M´Baraká Experiências Relevantes PROJETO GRÁFICO Analu Menezes e Diogo Rezende Clarice Laus (assistente) Fernanda Kassar (assitente) M´Baraká Experiências Relevantes ILUMINAÇÃO Fernanda Mantovani SONORIZAÇÃO Alexandre Vargas COORDENAÇÃO DO PROJETO Isabel Seixas COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO Marise Lima PRODUÇÃO EXECUTIVA Erika Candido e Beatriz Tafner ASSISTENTE DE PRODUÇÃO Rodolpho Faria PRODUÇÃO ADMINISTRATIVA Mariana Ximenes ASSESSORIA DE IMPRENSA Monica Ramalho e Marcelo Pacheco (Belmira Comunicação) REALIZAÇÃO M´Baraká Experiências Relevantes CRÉDITOS EDITOR Bernardo Vilhena patrocínio apoio promoção Rio ALÉM DA ENERGIA ELÉTRICA, NÓS COLABORAMOS PARA LEVAR A MÚSICA ATÉ VOCÊ! Por meio de linhas de transmissão que ligam um ponto a outro, a TAESA leva energia elétrica a várias cidades do país. Com o patrocínio do Copa Fest, incentivamos também arte e cultura.