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DOSSIÊ TÉCNICO
Cultivo de crisântemo de corte
no semi-árido nordestino
Patrícia Regina Cardoso da Silva
Rede de Tecnologia da Bahia – RETEC/IEL - BA
Agosto
2008
DOSSIÊ TÉCNICO
Sumário
1 INTRODUÇÃO
1. 2 Mercado das Flores
2 CARACTERIZAÇÃO DA PLANTA
2. 1 Formação das inflorescências
3 TRAÇOS CULTURAIS
3. 1 Características Edafo-climáticas
3. 2 Cultivo em regiões semi-áridas
4 PROPAGAÇÃO: PRODUÇÃO DE MUDAS
5 CULTIVO
5. 1 Estufas
5. 1. 2 Plantio
6 PREPARO DO SOLO
6. 1 Tratamento do solo
6. 2 Calagem
6. 3 Adubação de plantio
6. 4 Adubação de cobertura
6. 5 Dimensões do canteiro
7 COLHEITA E EMBALAGEM
7. 1 Colheita
7. 2 Embalagem
7. 3 Conservação da flor após a colheita
8 PRAGAS E DOENÇAS
8. 1 Doenças
8. 1. 1 Doenças do sistema radicular
8. 1. 2 Doenças das folhagens
8. 1. 3 Doenças das flores
8. 2 Bactérias
8. 3 Pragas
9 POTENCIAIS FORNECEDORES
Conclusões e Recomendações
Referências
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DOSSIÊ TÉCNICO
Título
Cultivo de Crisântemo de corte no semi-árido
Assunto
Floricultura
Resumo
O crisântemo é uma das flores mais populares no mundo, sua produção comercial inicia-se
pelo controle do número de horas escuras do dia, o que permite a colheita durante o ano todo,
aliada ao grande numero de formas, cores e tamanhos de suas inflorescências. Os
conhecimentos necessários para um cultivo comercial são: métodos de propagação, a
irrigação, a nutrição mineral, a adubação e outros tratos culturais, as condições de cultivo, a
colheita, o manuseio e armazenamento das plantas, bem como as pragas e doenças mais
importantes e seu controle.
Palavras chave
Adubação; cultivo; crisântemo; doença; flor de corte; flor ornamental; floricultura; praga; semiárido
Conteúdo
1 INTRODUÇÃO
Na produção e cultivo de flores, a competição por mercados é intensa e o diferencial de
produtividade consiste no manejo nutricional adequado, por promover grande impacto sobre a
qualidade, a produtividade e a longevidade das inflorescências e da planta.
Segundo a Ibraflor, em 2006, o Brasil produzia cerca de 20 milhões de pacotes do produto,
cada um com peso médio de 1,5kg. No mesmo período, o faturamento com as vendas de
crisântemos no atacado ficou em torno de R$ 80 milhões sendo que 40% do obtido no mercado
global das flores.
O sistema de cultivo do crisântemo de corte é caracterizado pela grande utilização de mão-deobra e de capital (exceto maquinário) e pelo uso intensivo da terra.
A produção de crisântemos de corte (em maço) tem sua origem concentrada nas regiões da
Grande São Paulo, Bragança Paulista e Paranapiacaba e sua produção concentrada nos
municípios de Santo Antônio da Posse, Jacareí, Cotia, Ibiúna e Atibaia. No transcorrer do ano,
o preço das flores ornamentais, especificamente, dos crisântemos, não apresentam variações
significativas, o que pode ser explicado pela oferta regular, pois os crisântemos são passíveis
de produção em todas as estações do ano, já que são conduzidos em estufas, semi-estufas ou
telados e, também, são comercializados sob diversas formas no mercado, quais sejam:
•
Crisântemos multiflores cortados em maços;
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•
•
Crisântemos multiflores plantados em vasos; e,
Crisântemos uniflores cortados e vendidos em dúzias, também conhecidos como
crisântemos japoneses.
Hoje em dia existem milhares de variedades adequadas às diferentes condições de cultivo e ao
uso tanto como flor de vaso, corte ou jardim. Todas são cultivadas em condições controladas
(estufas, irrigação, controle de temperatura e controle de luz). Se houver essas mesmas
condições controladas no Nordeste é plenamente possível o seu cultivo. Trata-se, como a
maioria das ornamentais, de uma cultura com alto grau de tecnificação.
O presente dossiê técnico tem o objetivo de orientar o empreendedor no cultivo de
Crisântemos de corte na região do Semi-árido Brasileiro. Este trabalho orientará sobre os
métodos de propagação, a irrigação, a nutrição mineral, a adubação e outros tratos culturais,
as condições de cultivo, a colheita, o manuseio e armazenamento das plantas, bem como as
pragas e doenças mais importantes e seu controle.
1.2 O mercado de flores
A comercialização e produção de flores e plantas ornamentais foram iniciadas no Brasil, em
escala comercial, na década de 1950 com os imigrantes portugueses. Nos anos 60, os
imigrantes japoneses ingressaram no setor e, em seguida, na década de 1970, os imigrantes
holandeses impulsionaram a comercialização da floricultura, com a implantação de um sistema
de distribuição pelo território nacional.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), em 2007, o mercado mundial de
plantas e flores ornamentais estava avaliado em uma média de US$ 48 bilhões anuais, o que
gerou um fluxo no comércio internacional em torno de US$ 9 bilhões.
O mercado de flores atualmente é concentrado em países como Holanda, Dinamarca,
Colômbia, Itália, Bélgica, Quênia, Zimbábue, e outros. Em contrapartida, neste momento a
participação brasileira corresponde ainda a 0,22% no fluxo mundial da produção de flores.
Contudo, o país possui potencial de crescimento gradativo que pode chegar a 20% ao ano.
A participação brasileira no mercado externo é concentrada principalmente na exportação de
mudas de flores e plantas ornamentais (48,46% do total, com notável destaque para
crisântemos), bulbos (22,08%), além de rosas, flores tropicais como orquídeas, bromélias,
abacaxis ornamentais, zingiberáceas e outros itens. As folhagens brasileiras também têm muito
boa e crescente aceitação no mercado internacional. O mercado de flores ornamentais no
Brasil é estruturado conforme figura (FIG. 1).
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FIGURA 1: Sistema Agroindustrial de Flores e Plantas Ornamentais.
Fonte: Smorigo (2000, p.10).
No mercado interno, em especial na Região Nordeste, há cerca de 1.770 produtores de flores e
plantas ornamentais responsáveis por 190 ha. Caracterizando alguns estados como
Pernambuco, por exemplo, a produção se concentra nas regiões de Recife e Paulista,
Garanhuns, Barra do Guabiraba, Gravatá, Bonito, Caruaru e Petrolina. Na Zona da Mata estão
localizados os produtores considerados profissionais que cultivam flores e folhagens tropicais
como antúrios, helicônias, alpínias, gengibres ornamentais, orquídeas terrestres, calateas e
bastão do imperador, entre outras. Nas regiões mais altas, como Gravatá, Bonito e Barra do
Guabiraba, estão localizados os produtores de flores e plantas tradicionais, caso de floríferas
envasadas como crisântemo, kalanchoe e poinsetias, flores de corte, como crisântemo e rosa,
e bulbos de Amarílis. Em Petrolina são produzidas flores de corte tropicais e rosas (CASTRO,
1998).
Segundo BRACKMANN et al (2005, p. 1):
O crisântemo de corte é uma das flores mais comercializadas devido à grande
diversidade em cores e formas de inflorescências, assim como pela resposta
precisa ao fotoperíodo. Entretanto, apesar dessas características, algumas
cultivares de corte apresentam limitado período de conservação em vaso.
2 CARACTERIZAÇÃO DA PLANTA
FIGURA 2: Crisântemo.
Fonte: UESB.
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Nome Científico: Chrysanthemum x morifolium
Sinonímia: Dendranthema x morifolium, Dendranthema x grandiflorum, Chrysanthemum x
grandiflorum, Chrysanthemum hortorum, Chrysanthemum sinense, Chrysanthemum indicum
Nome Popular: Crisântemo, crisântemo-da-china, crisântemo-do-japão, monsenhor
Família: Asteraceae
Divisão: Angiospermae
Origem: China e Japão
Ciclo de Vida: Perene
O Crisântemo é uma flor ornamental originária da Ásia, principalmente na China. Pertencente a
família Compositae, o gênero possui mais de 100 espécies e mais de 800 variedades
comercializadas mundialmente. Pode ser colorido após o corte se colocado em soluções de
corantes. É crescente sua comercialização como planta envasada.
Foi adotada como símbolo nacional pelo Japão chegando à Europa por volta de 1700 onde foi
introduzida no último terço do Século XVIII pela França. O inicio do Séc. XIX coincidiu com os
primeiros cultivos desta flor na Península Ibérica. As variedades comercializadas são híbridos
completos, melhorados geneticamente, para chegar às variedades que são comercializadas
hoje, das quais se destacam a Margarida (FIG.3), a variedade mais comum na Europa, o
Crisântemo-agulha (FIG. 4), com pétalas pontiagudas, e o Pompom (FIG. 5), crespo e
arredondado. No Brasil e na Europa os tipos de crisântemos que se destacam são a
"Margarida"; o tipo "spider" com pétalas tipo alfinete e o "pompom" crespo e arredondado.
FIGURA 3: Crisântemo Margarida.
Fonte: Cultivo de Flores
FIGURA 4: Crisântemo Agulha.
Fonte: Florista Carvera
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FIGURA 5: Pompom
Fonte: Florista Carvera
2.1 Formatos das Inflorescências
O crisântemo é uma inflorescência composta, com flores nascidas em um receptáculo ou
capítulo. É conhecido popularmente como um conjunto de flores, mas, no entanto, é um
conjunto de flores. Nas inflorescências simples, tipo margarida, os dois tipos de flores
existentes são bem característicos. As externas e geralmente mais longas, possuem somente
pistilo (parte feminina) mais conhecidas como pétalas, e as centrais, ou olho da margarida, que
são bissexuadas (parte masculina e feminina) e geralmente férteis.
Além das variedades Margarida, Agulha e Pompom, o crisântemo possui outras como a
Anêmona ou girassol (FIG. 6), as Decorativas (FIG.7), a Spider, Fuji e Spaghetti (FIG.8) e as
Inflorescências globosas de grande tamanho, tipo "bola" ou Standard (FIG. 9):
FIGURA 6: Anêmona ou Girassol
Fonte: Cultivo de Flores
As variedades “Anêmona ou girassol” são similares às simples, porém as flores do disco
central são alongadas e tubulares. Muitas variedades com esse formato possuem dois tons de
cor, sendo popularmente chamadas de “olho-de-gato”.
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FIGURA 7: Decorativa
Fonte: Cultivo de Flores
Já as decorativas são similares aos pompons e são compostas basicamente de flores
pistiladas, porém as pétalas externas são mais longas que as internas, dando uma aparência
achatada.
FIGURA 8: Spider, Fuji ou Spaghetti
Fonte: Cultivo de Flores
As inflorescências do tipo Spider, Fuji e Spaghetti são similares às decorativas, porém mais
achatadas e com as pétalas externas tubulares e bastante longas e, em alguns casos,
alternando mais longas e mais curtas. Spider significa, em inglês, "aranha".
Já as inflorescências globosas de grande tamanho, tipo "bola" ou Standard também é um tipo
similar às decorativas e possuem pétalas encurvadas dando um aspecto globoso. São
classificadas em muitas formas como os formais encurvados duplos (tipo globoso com pétalas
curvadas em direção ao topo) e reflexo duplo (tipo menos globoso que o anterior). Esse grupo
geralmente é cultivado sem desponte (pinch), e com retirada das flores laterais de forma a ser
obtida somente uma flor de grande tamanho por estaca plantada.
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FIGURA 9: Globosas
Fonte: Cultivo de Flores
Esta flor ornamental possui diferentes significados de acordo com a região do planeta onde for
oferecido. No México, por exemplo, a oferta de crisântemos é considerada abertamente uma
declaração de amor. Ao passo que no continente europeu alguns tipos de crisântemo são
conotados com a morte, e muito usados em arranjos florais funerários, principalmente, o
Pompom. Mas, mesmo este tipo é cada vez mais bem visto pela sua maravilhosa
complexidade. O crisântemo é uma flor contraditória, capaz de representar a morte e a vida, o
sol e a obscuridade, os bons e os maus presságios, o que não a deixa menos gloriosa.
Tem sido produzida para comercialização em vaso ou como flor de corte sendo que são
adotados diferentes métodos de cultivo e variedades. Divide-se entre variedades largas,
médias e minis, dependendo da finalidade (corte ou vaso). As cores são as mais diversificadas
possíveis, destacando-se: o branco, amarelo, vermelho, lilás, roxo, salmão (FIG.1) e a mistura
dessas cores em tais variedades.
Segundo Roude et al. 1991 (apud FERNANDES et al. 2007 p. 2):
A comercialização de crisântemos está diretamente relacionada com o
tamanho e a qualidade de suas folhas, hastes e inflorescências. O sucesso na
produção de plantas com estas características está diretamente associada às
condições ambientais e nutricionais a que as plantas são submetidas.
O crisântemo leva em torno de 110 dias para atingir o ponto de corte, com variações em função
da época do ano. Ou seja, pode-se dizer que a cultura leva 15 semanas durante o verão e 16
semanas durante o inverno. Geralmente, a produtividade média do inverno é maior que a do
verão, principalmente em função do menor ataque de patógenos.
3 TRAÇOS CULTURAIS
Para uma boa floração a planta precisa, que em média, é de 28 dias curtos sendo que sob
menor número de dias, a flor desenvolvida será defeituosa. Para se ter planta que produza
haste floral de bom comprimento e com flor de bom diâmetro é necessário controlar bem o
tempo de exposição ao dia longo, ao dia curto e, de novo, ao dia longo. Se o tratamento de dia
curto for começado muito cedo, a planta produzirá hastes e flores pequenas; se for começado
tardiamente, a haste ficará muito longa e a flor normal. A iluminação artificial deve ser mantida
até 32 dias após o plantio.
3.1 Características edafloclimáica
O clima semi-árido se caracteriza pela baixa umidade e pouco volume pluviométrico. Na
classificação mundial do clima, o clima semi-árido é aquele que apresenta precipitação de
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chuvas média entre 300 mm e 800 mm. Está presente nas regiões Nordeste e Sudeste
correspondendo a uma área de 982.563,3 quilômetros quadrados e é a região semi-árida mais
populosa do mundo, com 36 milhões de pessoas.
3.2 Cultivo em regiões semi-áridas
Segundo o Dr. Fred Carvalho Bezerra, pesquisador da área de Floricultura da Embrapa
Agroindústria Tropical < [email protected] > os crisântemos são cultivados, normalmente,
em condições bem diferentes daquelas encontradas no semi-árido. O pesquisador informa ter
conhecimento de que a espécie seja cultivada em algumas regiões no Estado da Bahia, porém
não sabe se também no semi-árido.
Para serem cultivadas no semi-árido, seria necessário uma estrutura (estufa
climatizada) que fornecesse as condições ideais para o cultivo das mesmas
nesse ambiente. Porém, por apresentar custo elevado, talvez não seja viável o
cultivo dessas espécies nessas áreas. Por outro lado, poderia ser feito um
teste utilizando estrutura mais barata, mas deve ficar claro que o clima
(temperatura) poderá ser um entrave para o sucesso do cultivo, mas pode-se
tentar para se observar como as mesmas se comportam nessas condições e o
que poderá ser feito para se contornar os possíveis problemas. [Informação
via e-mail em 20/08/2008].
Segundo o Dr. Francisco José Linhares Teixeira, Engenheiro Agrônomo e especialista
consultado, o crisântemo é uma planta de clima frio e para ser plantado em regiões semi-áridas
seria necessário controle de irrigação e, principalmente, controle do excesso de luminosidade,
para que não haja perda / mudança de coloração das flores. Por isso, seria necessário
desenvolver uma tecnologia de exploração adequando a planta ao novo meio ambiente.
No mercado cearense comenta-se que na época de verão os crisântemos produzidos na Serra
Grande (onde a temperatura é mais amena) perdem muito a qualidade (diminuição da flor e
perda de coloração).
Quanto às melhores variedades a serem cultivadas em regiões semi-áridas, as mais rústicas
pertencem ao "Grupo Reagan", como sejam White Reagan (FIG.10), Red Reagan (FIG. 11),
etc.
FIGURA 10: Crisântemo “White Reagan”
Fonte: Rica Flor
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FIGURA 11: Crisântemo “Red Reagan”
Fonte: Rica Flor
O Sr. Lourenço Zarzar < [email protected] > especialista consultado, orienta que não há
uma restrição muito forte com relação ao cultivo de crisântemos. Só locais muito quentes, com
temperaturas extremas (acima de 35ºC) devem ser evitados. Há outros fatores que devem ser
observados:
Como é uma planta de clima temperado, com estações bem definidas,
devemos induzir dias longos e noites longas durante o plantio, isso se faz com
iluminação artificial durante o período de crescimento, e escurecimento artificial
no período de florescimento. Essa técnica é empregada em todo Brasil,
inclusive na Bahia nas áreas de produção de crisântemos (Maracás, Feira de
Santana, Vitória da Conquista, etc). [Informação via e-mail em 28/08/2008].
Conclui-se, portanto, que é perfeitamente possível o cultivo desta planta ornamental em
regiões semi-áridas desde que observadas as orientações dadas pelos especialistas
consultados.
4 PROPAGAÇÃO: PRODUÇÃO DE MUDAS
A produção de crisântemos pode ser feita por mudas laterias, sementes e por divisão de caule.
Comercialmente, o crisântemo é propagado exclusivamente de forma vegetativa, tanto para
corte e quanto para plantas em vaso, através de estacas dos brotos terminais cultivados sob
dias longos. A produção destas estacas pode ser conduzida pelo plantador, mas normalmente
é feita por empresas especializadas tendo em conta a necessidade de manutenção de
perfeitas condições de fitossanidade, renovação constante das matrizes e freqüente introdução
de novas variedades. As empresas exigem do comprador uma programação anual de
fornecimento, necessária para haver garantia de entrega das variedades desejadas.
O crisântemo é conhecido por ser uma planta quantitativa de dias curtos, que irá
eventualmente florescer mesmo em situação de dias longo. Por isso, as plantas são sempre
despontadas para eliminar os brotos desenvolvidos, mesmo que esses não venham a ser
utilizados para a propagação. A iluminação noturna também deve ser diferenciada, sendo
constante ou intermitente por um período superior ao utilizado para a produção da flor (das 21
às 5 horas, por exemplo).
Cultivadas em geral no solo, as plantas destinadas à produção de mudas possuem
espaçamento médio de 15 x 15 cm e têm uma vida útil média de 20 semanas, sendo 4 de
crescimento e 16 semanas de colheita de novas estacas. Após este período as plantas devem
ser eliminadas, pois suas mudas são mais sujeitas a produzir florescimento precoce, além do
risco de apresentarem problemas fitossanitários. São colhidas de 0,7 a 2,0 mudas por matriz
por semana, resultando em uma produção total de 11 a 32 mudas por matriz ao final do ciclo.
Essa variação deve-se ao tipo de variedade, em especial ao seu vigor.
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De modo geral, as plantas destinadas à corte produzem mudas mais facilmente e são mais
vigorosas. As estacas são colhidas com 6 cm no caso das variedades para corte. Estacas
maiores, até 10 cm, podem ser produzidas, mas isso aumenta o custo e as possibilidades de
uma indução precoce de florescimento.
Depois de colhidas, as estacas podem ser plantadas imediatamente ou conservadas a 2-3ºC
por até 4 semanas em embalagens de polietileno perfurado para prevenir ressecamento. Em
pequenas produções, as estacas podem ser conservadas por até duas semanas nas
embalagens de plástico, utilizando a gaveta inferior do refrigerador doméstico, sobre uma
camada de serragem úmida.
Para melhorar a emissão de raízes, as bases das estacas são mergulhadas em talco com 0,1 a
0,2% de ácido indolbutírico (AIB), um hormônio vegetal para enraizamento. Normalmente isso
já é feito pelo produtor das mudas.
Essas mudas são tratadas com reguladores de crescimento, sendo posteriormente plantadas
em substrato adequado, como palha de arroz carbonizada. Após 2 semanas, as mudas
enraizadas vão para o local definitivo (terra de canteiros ou de vasos), que já devem estar
devidamente preparados com esterco, pó-de-xaxim, areia, etc.
FIGURA 12: Cultivo de plantas matrizes para a produção de mudas de crisântemo em fase de colheita.
Fonte: Cultivo de Flores.
FIGURA 13: Crisântemo de corte: produção (florescimento e desenvolvimento da cultura).
Fonte: Salomito, 2005
O crisântemo de corte é uma flor que necessita de menos de 13 horas de luz/dia para florescer,
por isso, em regiões onde a incidência luminosa é superior a este limite há necessidade de
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promover um escurecimento artificial. Este, geralmente é feito com plástico preto em volta da
área de produção, como estufas (FIG. 13) ou telados.
Segundo a Dra. Luciana Domingues Bittencourt Ferreira, Doutora em Produção Vegetal e
pesquisadora da Secretaria de Agricultura do Estado de Goiás <[email protected] > a
disponibilidade de água em quantidade e qualidade também é importante para o sucesso do
empreendimento. Orienta que a temperatura também é um fator que influencia a indução floral.
Os crisântemos são classificados como flores de clima temperado, ou seja, florescem sob
temperaturas amenas. Há, entretanto, cultivares que respondem de maneira diferenciada numa
faixa de temperatura.
5 CULTIVO
O cultivo de crisântemos de corte é feito em estudas que podem ser construídas com
estruturas de metal ou de madeira. As estufas de madeira proporcionam um investimento inicial
menor, porém têm menor durabilidade. Em longo prazo, é mais viável a utilização de estufas
com estruturas de madeira.
O modelo mais comum de estufa utilizado pelos produtores brasileiros possui mourões e
cobertura de madeira (FIG. 14), totalmente revestida com plástico transparente. As inovações
mais comuns das estufas utilizadas foram os modelos com mourões de concreto, às vezes de
metal, laterais de alvenaria até cerca de meio metro de altura e/ou a cobertura com estrutura
de alumínio, revestida por plástico transparente.
As dimensões das estufas apresentam certa padronização, em adequação aos materiais mais
comumente utilizados, como é o caso do tipo de plástico usado na cobertura. Medem em torno
de 7 m de largura e 50 m de comprimento. A altura das estufas é muito variável, principalmente
em função dos materiais utilizados. Dentro da estufa, a organização mais comum do espaço
estabelece que haja oito canteiros longitudinais, quatro em cada metade da estufa, separados
pela canalização principal da irrigação, com dimensão de 1 m de largura por 24 m de
comprimento, restando espaços de 60 cm de largura para a passagem dos operários.
Para seu funcionamento a estufa ainda recebe equipamentos de irrigação, iluminação,
escurecimento e orientação das hastes das flores. O equipamento de irrigação consiste em um
tubo fixo que cruza transversalmente e subterraneamente a estufa, ao qual são ligados tubos
plásticos portáteis de 24 m que correm sobre cada canteiro, com furos e adaptadores que
permitem a aspersão da água. A iluminação é propiciada por uma linha de
5.1 Estufas
As estufas (modelo arco - FIG. 14) permitem uma melhor fixação do plástico de cobertura (FIG.
15). Elas podem ter as laterais fechadas ou abertas com telas, o que evitará a entrada de
insetos e ventos fortes, bastantes prejudiciais às plantas.
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FIGURA 14: Estufa modelo arco
Fonte: Hidrogoog
FIGURA 15: Estufa com plástico (escurecimento)
Fonte: UESC
Ressalta-se a importância do uso de ventiladores no interior das estufas, pois forçará a
circulação do ar, reduzindo a temperatura ambiente além da instalação de lâmpadas
incandescentes de 100 W, que devem ser colocadas sobre os canteiros, visando controlar o
fotoperíodo. As mesmas devem ser instaladas aproximadamente a 2 m de altura das plantas e
1,60 m de distância entre elas. Para o controle dos dias curtos, necessários no processo de
cultivo, devem ser utilizadas cortinas escuras, de preferência de plástico preto, sustentadas por
armações de madeira ou metálicas (mantendo-as acima das plantas) deixando-se o espaço
para circulação do ar.
O fechamento das cortinas pode ser feito por sistema automático, ou manualmente, e devem
cobrir completamente os canteiros. Para tornar a circulação interna do ar mais eficiente,
recomenda-se a utilização do sistema automático que permita a instalação das cortinas a uma
altura mais elevada em relação ao sistema manual.
Durante todos os dias do período da indução floral, as cortinas devem ser abertas às 8 h da
manhã e fechadas às 16 h, o que garantirá a exigência de dias curtos, ou seja, tornará as
noites mais longas, condição necessária para indução do florescimento. O período de indução
floral dependerá da variedade cultivada, a qual pode ser precoce, mediana ou tardia.
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5.1.2 Plantio
O espaçamento utilizado por alguns produtores para o plantio definitivo é de 10 cm entre
plantas e 12 cm entre linhas ou 10 cm entre plantas por 15 cm entre linhas.
Os canteiros de produção devem ser dimensionados da seguinte forma: de 1,00 a 1,20 x 25,0
m. A rede deve ter 1,20 m x 1000 m, sendo suficiente para 40 canteiros. Com um comprimento
de 25 m de canteiro divide-se a rede de 25 em 25 m sem ocorrer perdas.
Já para produção de flores de corte, o controle da luminosidade é necessário, pois as plantas
precisam se desenvolver vegetativamente antes de florescerem. Sendo assim, durante as 4
primeiras semanas, o produtor deve-se proceder à incidência de luz. No período noturno,
depois, com a utilização das cortinas escuras, as plantas deverão ficar no escuro prolongado
(dia curto) para florescer, desta maneira as plantas atingirão uma altura de 0,80 a 1,00m,
comprimento necessário para a comercialização, antes de receber o estímulo para indução
floral.
6 PREPARO DO SOLO
O crisântemo, planta de dia curto, floresce naturalmente no inverno. Para obter uma produção
durante o ano todo é necessário fazer o plantio em estufas durante o verão, onde técnicas de
escurecimento permitem a obtenção artificial de plantas floridas. Dependendo da variedade e
época do ano, o ciclo pode ser de 12 a 14 semanas.
6.1 Tratamento do solo
É importante que a cada 3 ciclos de cultivo o produtor trate o solo com brometo de metila ou
com vapor a 85 a 90ºC por 4 horas.
6.2 Calagem
De acordo com a análise de solo, aplicar calcário para elevar a saturação por base a 80%. O
pH ideal para crisântemo fica na faixa de 5, 5 a 6, 5.
6.3 Adubação de plantio
Deve-se aplicar 30 kg/ha de N, 100 a 300 kg/ha de P2O5 e 50 a 150 kg/ha de K2O.
Juntamente com a adubação mineral, aplicar 40 litros/m2 de canteiro, de palha de arroz
carbonizada ou similar. Misturar muito bem com o solo do canteiro (20 cm de altura).
6.4 Adubação de cobertura
Deve-se aplicar 30 dias após a plantação, 60 kg/ha de N e 50 kg/ha de K2O; 60 dias após a
plantação, mais 60 kg/ha de N. A partir dos 40º dia após a plantação, irrigar a cada dez dias (4
aplicações) com 5 litros/m2 de canteiro, de uma solução contendo, por litro: l, 0 g de N, 0, 5 g
de K2O, 10 mg de Mn, 2 mg de B e l mg de Zn. Em plantios sucessivos, fazer anualmente
análise de solo dos canteiros, para evitar acumulação de sais por excesso de adubação.
6.5 Dimensões do canteiro
O canteiro deve possuir 1,2 m de largura x 20 cm de altura, com estacas nas bordas a cada 2,
5 m para sustentação da rede de tutoração. Nessa dimensão de canteiros a rede deve possuir
360 malhas. A partir da 3ª semana, a rede é levantada semanalmente.
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7 COLHEITA E EMBALAGEM
7.1 Colheita
Assim como em todas as flores de corte, a degenerescência do crisântemo após o corte é
muito rápida, principalmente devido à perda de água pelas hastes, razão pela qual as hastes
das flores cortadas são mantidas imersas em água, antes de seu transporte e comercialização.
Deve-se tomar muito cuidado, no momento da colheita, para não colocar plantas que não
estejam bem desenvolvidas juntamente com as de excelente qualidade, pois quando for
apresentado o lote de plantas aos compradores ou as equipes técnicas de classificação de
qualidade, os vasos danificados ou com pragas e doenças irão fazer com que todo o lote
obtenha má classificação.
7.2 Embalagem
Em alguns casos, os produtores embalam os crisântemos em grupos de flores da mesma
classe. As plantas são colocadas individualmente em embalagens plásticas especialmente
elaboradas para essa finalidade. Esses pacotes são colocados em baldes de água, de forma
que a ponta cortada das hastes das flores fique neles mergulhadas por pelo menos duas horas.
Assim, a água será absorvida pelas hastes, permitindo maior durabilidade na comercialização.
É importante que as embalagens contenham as informações da qualidade do produto,
previamente estabelecida pelo produtor, e o nome da empresa produtora, além do logotipo do
centro de comercialização. Em alguns casos, as embalagens apresentam pequenas
perfurações pare evitar o acúmulo de umidade sobre as plantas.
7.3. Conservação da flor após a colheita
Uma das principais causas de deterioração do crisântemo pós-colheita envolve a exaustão das
reservas, principalmente de carboidratos pela respiração, ocorrência de bactérias e fungos,
produção de etileno e perda excessiva de água.
Segundo LIMA et al, a principal causa de deterioração em flores de corte é o bloqueio dos
vasos do xilema por microorganismos que acumulam na solução do vaso ou nos vasos
condutores.
BRACKMANN et al. (2000, p. 2) orientam que para aumentar a longevidade dos crisântemos
de corte o produtor deve se basear no princípio de fornecimento de água e açúcares para a
continuidade das atividades metabólicas.
Aliados à baixa temperatura existem produtos germicidas, como os ésteres de
8-hidroxiquinolina e nitrato de prata (ROGERS, 1973), que podem duplicar ou
triplicar a longevidade das flores (HARDENBURG et al., 1986). O Nitrato de
prata (AgNO3) é um dos sais de prata mais comuns, usados em soluções
conservantes comerciais, com efeito germicida, agindo como inibidor da ação
do etileno (ROGERS, 1973; BEYER JR., 1976; HARDENBURG et al., 1986),
aumenta a longevidade das flores (PAULL, 1987). BRACKMANN et al. (2000,
p. 2)
Para o caso do crisântemo, Sacalis (1993 apud BRACKMANN et al, 2000, p.) recomenda
doses máximas de 3% sob risco de amarelecimento das folhas. Sobre a temperatura de
conservação de flores de corte, os autores, salientam que a mesma varia de acordo a espécie.
Com o período de conservação e com os produtos conservantes e suas
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concentrações. Existem autores, como NOWAK et al. (1991), que recomendam
1ºC como sendo a melhor temperatura para o armazenamento de crisântemo,
no entanto, SACALIS (1993) recomenda uma faixa de temperatura mais ampla
(0ºC e 5ºC). BRACKMANN et al. (2000, p. 2)
8 PRAGAS E DOENÇAS
8.1 Doenças
As partes do crisântemo que são mais acometidas por doenças são as folhas, hastes, raízes e
inflorescências e estas podem ser causadas por fungos, bactérias, vírus, etc.
As doenças desta cultura podem ser divididas de acordo com a localização das mesmas, a
saber: Doenças do sistema radicular, doenças das folhagens e doenças das flores.
Apresentar-se-á a seguir, as principais doenças e pragas que acometem o crisântemo e os
sintomas apresentados pelas plantas. Um dos aspectos mais interessantes da cultura de
crisântemo é o cultivo de algumas espécies para produção de inseticidas naturais.
8.1.1 Doenças do sistema radicular
A Murcha de Fusarium e Verticilium é uma doença causada por fungos, ocorrendo
manifestação dos sintomas nas folhas mais próximas do solo, subindo para as folhas do ápice.
A infestação das plantas ocorre através das raízes, obstruindo os vasos condutores, cortando o
suprimento de água e nutrientes para as plantas, levando à morte antes da produção de flores.
A Murcha de Phytium é também causada por fungo de solo, levando à murcha da planta e
enegrecimento da haste ao nível do solo.
A Murcha de Rizoctonia causada por fungo de solo, com murcha das plantas durante o dia e
recuperando-se à noite.
As murchas causadoras de doenças no sistema radicular dos crisântemos devem ser tratadas
com esterilização do solo e uso de plantas sadias para a reprodução. Com isso, o produtor
deve remover os restos culturais e plantas doentes e fazer aplicação de fungicidas específicos.
8.1.2 Doenças das folhagens
A Puccinia horiana é um tipo de “ferrugem branca” (FIG. 16 e 17) que é a responsável pela
doença de maior importância na produção de crisântemos: a "ferrugem". Ocorre durante todo o
ano, todavia, a maior incidência se dá durante a primavera e em invernos menos rigorosos.
Pode ser notada na face superior das folhas onde aparecem pequenas manchas
branca/amareladas de 1 a 3 mm de diâmetro. Estas manchas ficarão, mais tarde, com
coloração marrom escura. Na parte inferior, podem ser notada pústulas de coloração
amarelada de aspecto ceroso que, depois, se tornarão esbranquiçadas, liberando em seguida
os esporos.
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FIGURA 16: Sintomas da ferrugem-branca na face
superior da folha de crisântemo
Fonte: SBRT, 2008.
FIGURA 17: Pústula do fungo na face inferior da folha de crisântemo
Fonte: SBRT, 2008.
De acordo com Freire et al (2002, apud SBRT, 2008, p. 4):
Para um controle preventivo da ferrugem-branca recomenda-se a aquisição de
mudas e matrizes sadias e provenientes de viveiros certificados. É ideal que ao
redor do plantio seja colocada uma proteção (barreira) para diminuir a
disseminação do patógeno, essa barreira é feita com vegetais, como, por
exemplo, taquaras ou árvores. A partir do momento que a infecção for
detectada é recomendada a retirada das plantas afetadas.
Causada por fungos dos gêneros Pythium e Rhizoctonia solani a Murchadeira ou ("Damping
off') pode ser observada pela podridão das raízes e pelo tombamento das mudas. Para se
prevenir esta doença é necessário o uso de substrato e água livres de contaminações dos
fungos e evitar o encharcamento;
Mancha de septoria ou Septorla chrysanthemi pode ser notada com o aparecimento de
manchas de coloração amarelada, circulares, que tornam-se escura podendo ocupar grandes
áreas das folhas. Em casos de alto grau de infecção, as folhas podem secar e cair;
Fusarium spp: tem características semelhantes ao Verticillium dahliae, causando o
murchamento das plantas desde a base até os ponteiros. Vive no solo, persistindo por vários
anos nos restos de cultura. O controle é fundamentado em medidas preventivas como a
obtenção de mudas sadias, evitar excesso de adubação nitrogenada e desinfectar os
substratos com vapor ou produtos químicos.
O controle das doenças das folhagens é feito com o uso de produtos químicos específicos.
8.1.3 Doenças das flores
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O Bolor cinzento ou Botrytis cinerea pode ser observado principalmente em condições de alta
umidade e temperaturas amenas. Ataca com maior intensidade as folhas e flores causando um
tipo de podridão, com aspecto de bolor de coloração acinzentada, inutilizando-as para a
comercialização. Para se prevenir esta doença é aconselhado que o nível de nitrogênio na
adubação não seja acima do recomendado, pois este nutriente aumenta a susceptibilidade do
crisântemo a essa doença. Deve-se evitar também molhar as flores, o que permite a entrada
da doença, causando o apodrecimento das mesmas. Esta doença é favorecida por temperatura
e umidade altas, constituindo problema principalmente no varão.
As doenças das flores também são controladas com o uso de produtos químicos específicos.
8.2. Bactérias
•
Agrobacterium tumefaciens: caracterizam-se pela formação de galhas ou tumores
principalmente na região do colo e sistema radicular das plantas, podendo atacar algumas
vezes a parte aérea. Sua proliferação se dá principalmente quando há condições climáticas e
de disseminação são propicias;
• Erwinia chrysanthemi: ataca geralmente a base ou o centro das hastes. Essa doença
causa manchas úmidas e alongadas as quais eventualmente tornam-se escuras. A parte
interna das hastes apresentam-se na coloração marrom. Em ataques mais severos, a planta
chega a murchar e as hastes acabam caindo. Condições de alta umidade e temperatura são
idéias para seu desenvolvimento. As medidas de controle das bactérias são, basicamente, de
ordem preventiva, visto não haver, até o momento, produtos químicos com efeito bactericida
eficiente, registrados para a cultura do crisântemo. Devem ser aplicadas medidas culturais de
controle com o objetivo de prevenir a entrada, erradicar ou diminuir o potencial de inoculo
desses patógenos, em especial o controle de água livre, umidade relativa do ar, limpeza e
higiene nas estufas;
8.3 Pragas
Os Tripes (Thrips palmi, Thrips tabaci e Frankliniella occidentalis) são insetos muito pequenos
que raspam e sugam os botões florais e folhas, prejudicando o desenvolvimento e a qualidade
das flores. Quando o ataque é intenso, as folhas ficar amareladas como se estivessem
queimadas. As folhas atacadas apresentam um fendilhamento e podem apresentar-se com
aspecto prateado. Os tripés são um dos principais transmissores de doenças viróticas. Para a
realização do combate deve-se manter a estufa e áreas externas livres de plantas daninhas,
utilizam-se placas de coloração amarela e azul impregnadas com cola e se realiza a aplicação
de defensivo preventivamente em épocas de clima seco e quente;
As Moscas Minadoras (Liriomysa trifolii e Liriomysa sativae) causam danos como áreas
necrosadas através de picadas de alimentação e oviposição nos tecidos foliares. Sua larva é
conhecida popularmente como "bicho mineiro" e alimentam-se das folhas, abrindo galerias e
podem causar a queda das folhas danificando os tecidos condutores de seiva.
Já os Ácaros (Tetrarnychus urticae) são pequenas "aranhas" que vivem em colônias na face
inferior das folhas e podem ser identificados através das teias que estes produzem para sua
proteção e através de cloroses na nervura central das folhas. Quando o ataque ocorre com alto
grau de intensidade, causam desfolhamento e prejuízos no florescimento. A fêmea mede cerca
de 0,45 mm enquanto os machos 0,27 mm.
Os Pulgões (Aphis gossypii e Myzas persicae) são insetos pequenos, transmissores de
doenças viróticas, que vivem em colônias nas partes inferiores das folhas e em brotações e. Os
pulgões sugam a seiva causando o encarquilhamento das folhas, deformação nos brotos e
botões florais. Quando sugam a seiva, liberam um açúcar que favorece o aparecimento de um
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fungo chamado fumagina e das formigas que, além de protegê-los contra os inimigos naturais,
ainda espalham o açúcar facilitando seu desenvolvimento. Do fungo que dificulta a fotossíntese
e a respiração das plantas
Os besouros são classificados em:
o Diabrotica speciosa: mede cerca de 5 mm, possui coloração verde com manchas amarelas
nas asas. E conhecido como "amarelinho". Danifica as pétalas das flores, prejudicando o valor
comercial;
o Macrodactylus pumilio: mede cerca de 9 mm, possui asas de coloração amarelada e é
conhecido como "vaquinha amarela". Danifica as pétalas das flores,
prejudicando o valor comercial;
o Grilos (Gryllus ipsilon): mede cerca de 25 mm e tem coloração escura. Ataca aparte aérea e
as raízes das plantas mais jovens;
o Lagartas (Agrotis ipsilon): mede cerca de 45 mm quando adulta. É conhecida
como lagarta rosca e tem hábitos noturnos, ficando, durante o dia, abrigada no solo. Atacam as
plantas novas rente ao solo, cortando-as;
o Mosca branca (Bemisia tabaci e B. argentifolii): são pequenos insetos que vivem em
colônias na parte inferior das folhas. Sugam a seiva das plantas e possuem ação toxicogênica.
São agentes transmissores de doenças viróticas.
Os Nematóides são vermes de tamanho pequenos, quase transparentes, impossíveis de serem
vistos a olho nu. Geralmente medem de 0,3 a 3,0 mm e causam perdas anuais médias à
produção agrícola mundial (que são estimadas em 12%). São classificados em:
o Pratylenchus Penetrans: as plantas infectadas apresentam o desenvolvimento vegetativo
prejudicado, com clorose e murcha de folhas, atrofia do sistema radicular e até morte. A ação
dos nematóides pode ser intensificada por sua interação com fungos;
o Meloidogyne incognita: ataca as raízes das plantas causando-lhes deformações que são
conhecidas como galhas. Afeta o desenvolvimento normal das plantas provocando o
raquitismo.
O planejamento e implementação de um sistema de manejo integrado facilitam o controle
econômico e eficiente de pragas e doenças na produção de flores.
9 POTENCIAIS FORNECEDORES
Agrofior Produção de Mudas Ltda.
Produz mudas convencionais e orgânicas.
End.: Rua Pedro Fiorese, 1001, Águas Fervidas. Curitiba – Paraná.
Tel: (41) 3656-3671
Site: <http://www.agrofior.com>
Athena
Mudas.
Tel.: (17) 3226-2540 / Fax: (17) 3251-6146
E-mail: <[email protected]>
Site: < http//www.athenamudas.com >
Ball Van Zanten Ltda.
Mudas.
End.: Fazenda Terra Viva, SP 107 - Holambra à Santo Antonio de Posse, Km 1. Caixa Postal:
38. Santo Antonio de Posse – São Paulo. CEP: 13.830-000.
Tel.: (19) 3802-9700 / Fax: (19) 3802-9701
Representante para o RS: Sandro F. Giacoboni
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Tel.: (51) 9983-8756
E-mail: <[email protected]>
Site: <http://www.ballvanzanten.com.br >
Brasil Flor
Mudas.
End.: Cx Postal 96 Sítio São Paulo, Bairro Sitio Novo. Artur Nogueira – São Paulo. CEP:
13160-000.
PABX: (19) 3827-4646 / Fax: (19) 3877-3092
Contato: Sebastião Chaves da Silva (Engenheiro Agrônomo)
E-mail: <[email protected]> / E-mail: <[email protected]>
Site: <http://www.brasilflor.com.br>
Comércio de Mudas e Plantas Roseira
Mudas.
End: Rod. Limeira km 05, 147, Caixa Postal 178. Piracicaba – São Paulo. CEP: 13480-970
Tel: (19) 3441-9977
Site: < http://www.chacararoseira.com.br >
Dekker de Wit
Mudas.
End.: Mogi Guaçu – São Paulo.
Tel.: (19) 3891-7100
Pissardi Plásticos –
Comercializa Vasos, suportes, bandejas para flores.
End.: Vila Jaraguá. São Paulo - SP
Tel.: (11) 3941 3796
E-mail: <[email protected]>
Site: < http://www.pissardi.com.br >
Ricaflor
Mudas.
End.: Sítio Nossa Senhora da Luz - Bairro São João das Palmeiras – CP: 113 CEP: 13
160 970 - Artur Moreira - SP.
Tel / FAX: (19) 3877-2267 / 3977-3211
E-mail: <[email protected]>
Schoenmaker Van Zanten Brasil
Mudas.
End.: Fazenda Terra Viva, SP 107 - Holambra à Santo. Antonio de Posse, km 1, Caixa Postal:
38 - Santo Antonio de Posse – São Paulo. CEP.: 13.830-000.
Tel.: (19) 3802-9700
E-mail: <[email protected]>
Site: < http://www.crisantemo.com.br >
Telaglass
Embalagens Plásticas para vasos e flores de corte.
End.: Jaguariúna – São Paulo.
Tel.: (19) 3867 1874
Contato: Sr. Gilberto ou Sra. Fabiana
Site: < http://www.telaglass.com.br >
Conclusões e recomendações
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Antes de iniciar aspectos específicos da produção, necessário se faz algumas considerações
em relação ao sistema de controle da produção, parte do aspecto gerencial que todo floricultor
deve desenvolver para ter sucesso na atividade.
É de suma importância que o produtor se acostume a fazer anotações das semanas dos
procedimentos, desde o plantio, uso de reguladores químicos de crescimento, pinch até a
colheita, tendo, como local, cartões de anotações anexados junto aos lotes. Esse tipo de
controle permitirá que se façam análises mais exatas das características das variedades, como
por exemplo, seu tempo de reação e sua resposta ao regulador de crescimento.
Este procedimento gerará dados que permitirão um posterior planejamento, fornecendo
informações como a semana exata de plantio de cada variedade para colheita em datas
comemorativas de maior comercialização, de acordo com a característica local de clima. Um
banco de informações baseado na experiência acumulada com o tempo é muito importante
para o produtor e representa resultados econômicos à medida que reduz perdas e aumenta a
eficiência.
Leitura complementar
Indica-se também a leitura dos Dossiês Técnicos sobre plantas ornamentais e floricultura
disponível no nosso Portal < http://www.respostatecnica.org.br >. Para acessar os dossiês, o
(a) senhor (a) deverá clicar em Banco de Dossiês e depois visualizar os dossiês recomendados
conforme abaixo:
o
o
o
o
Controle da irrigação em floricultura;
Controle climático no ciclo produtivo em floricultura;
Técnicas de Jardinagem;
Controle biológico de pragas e doenças em floricultura.
Ressalta-se que é necessário está logado no sistema com sua senha e login.
Informações adicionais
CNIP - Centro Nordestino de Informações sobre Plantas
Estabelece, em conjunto com uma rede de parceiros, um sistema de intercâmbio, coleta e
disseminação, visando promover o acesso a informações sobre a biodiversidade do Nordeste e
seu uso sustentável.
Site: < http://www.cnip.org.br>
Cooperativa Veiling Holambra
O Veiling Holambra coloca à disposição dos clientes, floristas e consumidores finais o SAC Serviço de Atendimento ao Cliente. Através do telefone 0800-558955 e pela Internet (Veiling
Responde), os clientes podem obter informações sobre a conservação de flores e plantas e
participar do círculo das flores, conhecendo floriculturas de todo o país e promovendo
intercâmbio e oportunidade de negócios para todos.
End.: Avenida Rota dos Imigrantes 1.003, Centro. Cep: 13.825-000. Holambra – São Paulo.
Telefax: (19) 3802-9200
SAC: 0800-558955
E-mail: < [email protected] >
Site: < http://www.veilingholambra.com.br >
Embrapa Agroindústria Tropical
UPD - Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Agronegócio / Flores e Plantas
Ornamentais que atua desenvolvendo atividades relacionadas com os fatores que condicionam
o agronegócio da floricultura no Nordeste brasileiro. As linhas de pesquisas são focadas no
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desenvolvimento de tecnologia e processos voltados à produção e cultivo de flores.
End.: Rua Dra. Sara Mesquita 2.270, Planalto do Pici. Fortaleza - Ceará.
Tel. / Fax: (85) 3299-1800 / 299-1833
Site: < http://www.cnpat.embrapa.br/upds/updfloresorn.htm >
Flortec Consultoria Treinamento e Promoção
Fornecem consultoria, vídeos, cursos e treinamentos no segmento de floricultura, paisagismo e
produção de flores e plantas ornamentais com foco da colheita até a embalagem.
End.: Rua Campo de Pouso 1.389. Cx. Postal 142 - Holambra – São Paulo. Cep: 13.825-000.
Telefax: (19) 3802-2234
Site: < http://www.flortec.com.br >
Ibraflor - Instituto Brasileiro de Floricultura
O Ibraflor integra todos os agentes da cadeia produtiva de flores e plantas ornamentais e apóia
as iniciativas de organização e promoção do setor, buscando, sempre, a profissionalização e o
desenvolvimento da floricultura brasileira.
End.: Rodovia D. Pedro I Km. 140,5, CEASA. CEP: 13.001-970. Campinas - SP.
Tel./Fax: (19) 3746-1663 / 3746-1664
E-mail: < [email protected] >
Site: < http://www.ibraflor.com.br>
Mercaflor - Mercado do Profissional de Floricultura e do Paisagismo de Santa Catarina.
Mercado destinado ao profissional da floricultura, trabalha com plantas para jardinagem e
paisagismo: Flores e plantas de época, forrações, gramas, flores de corte, acessórios, etc.
End.: Acesso rodoviário pela SC 301, Km. 1,5, Pirabeiraba. Joinville - SC.
E-mail: < [email protected] >
Site: < http://www.mercaflor.com.br >
Referências
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de crisântemos de corte acompanha padrão internacional.
http://www.portaldoagrovt.com.br/agro/seminario_internacional_de_cultivo_protegido/comerciali
zacao_de_crisantemos.pdf >. Acesso em: 14 ago. 2008.
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nos Perímetros Públicos Irrigados do Estado do Ceará. Instituição Executora: Instituto
Agropolos do Ceará. Convênio DNOCS / ESTADO DO CEARÁ - PGE nº. 03/2005. Disponível
em: < http://www.agropolos.org.br/arquivos/PotencialidadesOportunidadesFloricultura.pdf >.
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em: < http://respostatecnica.org.br >. Acesso em: 14 ago. 2008. (Buscar pelo termo crisântemo)
SOCIEDADE BRASILEIRA DE FLORICULTURA E PLANTAS ORNAMENTAIS. Disponível em:
< [email protected] >. Acesso em: 14 ago. 2008.
SERVIÇO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS. Série Perfil de Projetos:
Unidade produtora de flores de corte. Disponível em: <
http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/06F366A59E99DD9503256E5A006690DE/$Fi
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Disponível em: < http://www.uesb.br/flower/alunos/crisantemo/crisantemo.html >. Acesso em:
14 ago. 2008.
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Nome do técnico responsável
Patrícia Regina Cardoso da Silva
Nome da Instituição do SBRT responsável
Rede de Tecnologia da Bahia – RETEC/IEL-BA
Data de finalização
25 ago. 2008
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