uningá – unidade de ensino superior ingá faculdade ingá

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UNINGÁ – UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR INGÁ
FACULDADE INGÁ
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PRÓTESE DENTÁRIA
GISELE GHIGGI
PROTOCOLO DE SELEÇÃO DE COR
PASSO FUNDO
2010
1
GISELE GHIGGI
PROTOCOLO DE SELEÇÃO DE COR
Monografia apresentada à unidade de Pósgraduação da Faculdade Ingá – UNINGÁ –
Passo Fundo-RS como requisito parcial
para obtenção do título de Especialista em
Prótese Dentária.
Orientador: Prof. Dr. Cezar Augusto Garbin
PASSO FUNDO
2010
2
GISELE GHIGGI
PROTOCOLO DE SELEÇÃO DE COR
Monografia apresentada à comissão
julgadora da Unidade de Pós-graduação da
Faculdade Ingá – UNINGÁ – Passo FundoRS como requisito parcial para obtenção do
título de Especialista em Prótese Dentária.
Aprovada em 23/09/2010.
BANCA EXAMINADORA:
________________________________________________
Prof. Dr. Cezar Augusto Garbin - Orientador
________________________________________________
Prof. Ms. Paula Cristine Ghiggi
________________________________________________
Prof. Ms. Aloísio Oro Spazzin
3
Esta conquista não é somente minha, dedico à minha mãe, Marivone,
pois sem seu apoio e sua confiança não chegaria tão longe, sempre
deixando de lado seus sonhos em favor dos meus, você é a grande
mentora de tudo isso, eu agradeço do fundo do meu coração por estar
sempre presente ao meu lado me motivando e principalmente por ser meu
porto seguro, com todo meu amor, Obrigado!
E ao meu pai, Cesar, obrigada por estar sempre comigo, pela força, por
não medir esforços a todos meus pedidos, obrigada pela ajuda em todos
os momentos, e por ser um exemplo para mim!
Eu amo vocês!
“Se vi mais longe, foi por estar de pé sobre ombros gigantes.”
Isaac Newton
4
“O futuro pertence àqueles que acreditam na beleza
de seus sonhos."
Elleanor Roosevelt
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço a DEUS por ter me presenteado com a vida, com uma família
maravilhosa, com pais que são um porto seguro, e irmãs amigas, por sempre ter
tido uma educação privilegiada, por ter colocado a Odontologia em minha vida,
obrigada pela oportunidade de conhecer grandes pessoas e torná-las grandes
amigos e por estar sempre me guiando e segurando minhas mãos!
Minha irmã Paula, amiga e professora, nas horas vagas, obrigada por estar sempre
comigo, por ser um exemplo de pessoa e profissional, por me ajudar e me agüentar
em todos os momentos, você sabe o quanto é importante na minha vida!
Minha irmã Luciana, obrigada pela ajuda nas traduções, por sempre me ouvir,
mesmo longe sempre se fazendo presente, obrigada pela alegria e motivação com
que sempre manteve, queria você mais perto!
Ao meu namorado Maurício, obrigada por entender minha ausência, por
compreender sempre minha falta de tempo e pelos momentos de mau humor
durante a monografia, você sempre teve muita paciência comigo e me ajudou em
tudo que eu precisei, esteve ao meu lado em todos os momentos me apoiando,
obrigada pela dedicação, pelo carinho e principalmente por acreditar em mim, você
sabe o quanto é especial.
Meu professor orientador, amigo e “companheiro de fazer prótese”, Dr. Cezar
Garbin, como lhe agradecer? Faltam palavras para expressar todo carinho e
gratidão que sinto, neste tempo todo em que nos conhecemos você me passou
muito mais que ensinamentos, me mostrou o quanto somos vencedores e que
nunca devemos desistir diante de qualquer dificuldade, me fez acreditar em mim
quando eu achava que não era capaz, foi seu estímulo e confiança que me fez
crescer, você é muito mais que um exemplo, é uma referência, mesmo quando não
estava presente em nossa especialização você sempre esteve em nossos
corações, eu te agradeço por tudo que você fez, por todas as oportunidades que
você me deu, estarei sempre tentando retribuir, obrigada de todo meu coração por
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me mostrar “que a escalada de uma montanha é longa, mas a vista é
maravilhosa..”
Co-orientador e amigo Prof. Ms. Christian Schuh, obrigada por todo ensinamento,
pela confiança depositada, pela franqueza com que sempre nos corrigiu e mostrou
que tínhamos que aprender e pela amizade, você foi muito importante para que
meu aprendizado se tornasse completo. Obrigada!!
Querido Prof. Ms. Leonardo Federizzi, você deu o seu melhor por nossa
especialização, em inúmeras vezes quando você ficava pequeno dentro da clínica,
com seu jeito único e cheio de paciência fazia de tudo para nos atender, você é um
exemplo de como um mestre deve agir, obrigada pela amizade, você foi essencial
para esta conquista, muito obrigada!
Prof. Ms. Aloísio Spazzin, obrigada por toda ajuda, principalmente na monografia,
obrigada por todo ensinamento, obrigada sempre pelo empenho e pela vontade de
nos ensinar, sem medir esforços para isso.
Prof. Dra. Lilian Rigo, obrigada pela amizade, pela confiança, pela grande ajuda
com a monografia, sempre pronta e disposta em todos os momentos, pela
paciência com que nos conduziu, tentando sempre nos tranqüilizar, obrigada!!!
Aos meus colegas, Alexandre Rubik , Alexandre Trevizani, Maurício Pelle, pelos
momentos de descontração, alegria, e amizade, foi muito bom ter conhecido e
convivido com todos vocês.
Às minhas colegas e amigas Marisa Badalotti, amiga mãe ou mãe amiga, pelos
conselhos, almoços, momentos descontraídos, a amizade é realmente algo que
conquistamos, a Bruna Baseggio, obrigada pelas conversas, parcerias, foi muito
bom ter convivido contigo nesse tempo, Caroline Pinzetta, sempre autêntica e
sincera aprendi muito contigo, obrigada pela amizade, Litiane Paludo, obrigada
pela amizade, e, agradeço especialmente minha dupla querida Ângela Limberger,
obrigada pela amizade, você foi minha companheira desde o início, muitos
7
momentos de alegria, festas, risadas, conselhos, adorei poder dividir estes
momentos contigo, você é uma grande amiga.
Aos técnicos em prótese dentária, Felipe e Aline, obrigada por terem paciência
quando estavam cheio de trabalho e pedíamos nossos trabalhos com urgência,
obrigada pela parceria e amizade!
Aos funcionários do CEOM, Tânia, Carla, Priscila, Dani, Maiara, Lisa, Elisabete,
sempre prontas para atenderem nossos pedidos, vocês foram essenciais para
nosso curso.
Aos laboratórios de prótese Calgaro e Estrasulas, a competência de vocês revela o
porquê são tão importantes, obrigada por terem feito sempre o melhor.
Aos professores convidados que de alguma forma contribuíram para que nosso
conhecimento fosse aumentado, obrigada!
Aos pacientes do curso, obrigada pela confiança, vocês foram muito importantes
para essa conquista.
Aos meus amigos e chefes Nelson Massing e Lauter Teixeira, primeiramente tenho
que agradecer a ajuda com a monografia, e depois por entenderem o quanto fazer
esta especialização é importante para mim, compreendendo minha ausência de
quinze em quinze dias.
Todos que de alguma maneira contribuíram para que essa conquista fosse
realizada, obrigada!
“Quem caminha sozinho pode até chegar mais rápido, mas quem
caminha acompanhado chega mais longe.”
(Autor Desconhecido)
8
RESUMO
O aumento da exigência estética por parte dos pacientes, aliado ao
crescente avanço científico da Odontologia, tem levado os Cirurgiões Dentistas a
buscarem a excelência nos procedimentos restauradores com o auxílio de uma
equipe de trabalho qualififcada. Toda vez que se faz a seleção de cor de um
trabalho, o Técnico em Prótese Dentária precisa receber corretamente as
informações para que assim possa realizar seu trabalho da melhor maneira
possível. Mediante uma revisão da literatura científica, o presente estudo teve
como objetivo, estabelecer um protocolo de informações sobre a seleção de cor
que auxilie o TPD na confecção de uma restauração protética. Diante das
observações encontradas na literatura foi possível concluir que: o ambiente para a
seleção de cor deve possuir cores neutras, a comparação da cor com a escala não
deve exceder 5 segundos, além disso, as escalas de cor disponíveis servem como
um guia no momento da seleção de cor, e devem ser usadas de acordo com o
material restaurador selecionado; os instrumentos eletrônicos como colorímetros
digitais e espectrofotômetros são mais eficientes do que as escalas; fotografias
digitais auxiliam na seleção de cor, assim como o mapeamento das características
dos dentes.
Palavras-chave: cor, estética dentária, técnicos em prótese dentária
9
ABSTRACT
The growing esthetics requirements made by patients and the increasing
advances in dental technologies triggered dentists to search for excellence in
restorative procedures aided by a qualified team. When performing shade selection
in a patient, the technician has to know the correct information of the patient so as
to perform his work well. Through a literature review, this study aims at establishing
a protocol of information regarding shade selection in order to help the framework
fabrication by the technician. According to the literature, it was possible to conclude
that: the environment where the shade selection is performed must have neutral
colors, the matching cannot exceed 5 seconds. In addition, shade tabs work as a
guide during the selection and must be in accordance with the restorative material
selected; electronic devices such as the digital colorimeter and the
spectrophotometer are more efficient than shade guides; digital photos improve the
shade selection as well as mapping teeth features.
Key words: shade, restorative esthetics, prosthesis technician.
10
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Escala de Cor Vitapan Classical (Vita Zahnfabrik, Bad 22
Säckingen, Alemanha).....................................................................................
Figura 2 - Escala de Cor Vita 3-D Master (Vita Zahnfabrik, Bad Säckingen,
22
Alemanha)........................................................................................................
Figura 3 - Escala de Cor de dentina Vitapan 3-D Master (Vita Zahnfabrik,
26
Bad Säckingen, Alemanha).........................................................................
Figura 4 - Escala de Cor Vita 3-D Master Linearguide (Vita Zahnfabrik,
28
Bad Säckingen, Alemanha)........................................................................
Figura 5 - Escala de Cor Chromascop (Ivoclar Vivadent Schaan,
29
liechtenstein)....................................................................................................
Figura 6 - Vita Easyshade Compact (Vita Zahnfabrik, Bad Säckingen,
31
Alemanha)........................................................................................................
Figura 7 - Mapeamento de cor da dentina......................................................
46
Figura 8 - Mapeamento da cor do esmalte.....................................................
46
11
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO ..........................................................................................
12
2
REVISÃO DE LITERATURA ....................................................................
14
2.1
EXAME CLÍNICO ......................................................................................
14
2.2
PROPRIEDADES ÓPTICAS .....................................................................
15
2.3
ILUMINAÇÃO.............................................................................................
17
2.4
ESCALAS DE COR E INSTRUMENTOS ELETRÔNICOS........................
21
2.5
IMAGENS DIGITAIS .................................................................................
38
2.6
MAPAS DE COR .......................................................................................
45
2.7
SELEÇÃO DE COR NO CONSULTÓRIO .................................................
46
2.8
COMUNICANDO A COR ..........................................................................
49
3
DISCUSSÃO..............................................................................................
52
4
CONCLUSÃO............................................................................................
56
REFERÊNCIAS....................................................................................................
57
ANEXOS ..............................................................................................................
61
12
1 INTRODUÇÃO
Na Odontologia, com o aumento da exigência estética por parte dos
pacientes, de nada adianta realizar tratamentos restauradores com harmonia de
textura e forma, sem que atinja concordância na cor (GRIFFIN, 2009). Além disso,
é importante salientar que a comunicação com o técnico do laboratório é essencial
para o sucesso do trabalho, porém esta comunicação não existe e, ou é
inadequada. Em muitos casos o que acontece é que os cirurgiões dentistas não
estão preparados para uma comunicação efetiva, pois, não compreendem o
trabalho do protético, isto porque as faculdades não estão preparando os novos
alunos para ter uma comunicação com o técnico (JUSZCZYK; CLARK; RADFORT,
2009).
Cada vez mais se busca criar dentes bonitos com proporções inerentes e um
agradável arranjo de dentes em harmonia com a gengiva, lábio e rosto do paciente.
A estética de toda a restauração precisa considerar os parâmetros de textura
superficial, translucidez e cor, sendo esta determinada por fatores intrínsicos e
extrínsicos. O intrínsico está associado com a dispersão de luz e propriedades de
absorção do esmalte e dentina, quais componentes da luz são absorvidos e
refletidos pelo dente. Por outro lado o extrinsíco está relacionado com a absorção
de pigmentos (café, chás, vinho tinto, entre outros) na superfície dentária (JOINER,
2004).
A seleção da cor dos dentes é uma etapa crítica principalmente por ser uma
análise
subjetiva,
causando
frustrações
ao
profissional
e
insucessos.
Possivelmente, estas falhas se devem à falta de controle das variáveis que levam
aos resultados insatisfatórios. Alguns conceitos fundamentais devem ser
incorporados à prática clínica para que se alcance a cor aproximada do dente
natural nas restaurações estéticas. A compreensão da cor e dos fatores que afetam
a seleção da cor, os procedimentos que devem ser seguidos, assim como a
comunicação com o laboratório são alguns dos fatores que a prática odontológica
ainda carece. Alguns fatores como fadiga, envelhecimento, condições de
iluminação e metamerismo podem alterar a percepção da cor. A cor e a aparência
dos dentes são fenômenos complexos, e a sua medição continua a ser um desafio.
Portanto uma compreensão completa da aparência e atributos dos dentes naturais
é necessária (RUSSEL; GULFRAZ; MOSS, 2000).
13
Somente com uma comunicação adequada a seleção de cor de uma
restauração, que por sua vez possui diversas variáveis, será possível. Cada vez
mais se verifica a necessidade de uma interação entre dentistas e técnicos de
laboratório para um trabalho em equipe. Porém a comunicação ainda é pobre, seja
pela crescente falta de comunicação entre estudantes e laboratório em sua
graduação, fazendo com que sem saber confeccionar a prótese não tem como
discutir com o laboratório, ou então porque o técnico não tem a oportunidade de ver
o paciente, e sim a moldagem feita dele, por isso além de bem desenvolvidas as
habilidades do dentista e do técnico em prótese, a comunicação entre eles deverá
ser excelente (CHRISTENSEN, 2008).
A excelência em odontologia restauradora exige trabalho em equipe entre o
paciente, CD e o TPD, porém isto só ocorre quando há confiança e respeito mútuo.
No entanto quando isto ocorrer, todas as partes serão beneficiadas. (SMALL,
2006).
Este estudo visou facilitar tanto o trabalho do cirurgião dentista quanto do
TPD, criando um protocolo de informações sobre cor, reduzindo o tempo de provas
clínicas e auxiliando na comunicação. Foi feito um levantamento de dados através
da biblioteca virtual em saúde utilizando sites como por exemplo: PubMed, Medline,
Scielo, Biblioteca da Cochrane. Foram consultados artigos, teses, monografias,
dissertações, livros e revistas na área da Odontologia.
14
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 EXAME CLÍNICO
Um diagnóstico correto e um plano de tratamento resultante são essenciais
ao sucesso da reabilitação protética, uma comunicação eficiente com o laboratório
também é crítica. Após compilar o checklist estético (anexo A - Fradeani, 2006), o
clínico pode completar o checklist laboratorial (anexo B - Fradeani e Bartucci,
2009), observando as mudanças estético-funcionais necessárias para criar um
enceramento diagnóstico. Uma colaboração mútua íntima entre o clínico e o
técnico é essencial para obtenção de uma reabilitação protética correta, contanto
que ambos trabalhem em sinergia e cada um dentro da sua disciplina. Análise
facial, dento labial, fonética, dentária e gengival, todas registradas no checkilist
funcional, em conjunto com o exame funcional necessário, fornece todos os
elementos básicos para o desenvolvimento de um plano de tratamento preciso,
visto que a sua finalização freqüentemente requer uma abordagem multidisciplinar.
A informação estético-funcional, coletada e compilada cuidadosamente, pode ser
transferida ao técnico de maneira clara e completa por checklist de laboratório.
Este checklist guia o técnico na criação de um enceramento diagnóstico correto e
restauração provisória subseqüente. Dessa forma, decisões importantes que
podem ser tomadas apenas pelo clínico, baseadas na análise funcional e estética
cuidadosa do paciente, não são delegadas ao técnico. O checklist deve conter uma
descrição detalhada das mudanças necessárias nos dentes anteriores e indicar ao
laboratório o tipo de trabalho protético necessário e os materiais específicos a
serem usados. Um espaço separado é deixado para anotar quaisquer correções a
serem realizadas nos trabalhos protéticos durante as consultas.
Um segundo
checklist para o laboratório idêntico ao primeiro é compilado pelo clínico durante a
condução do trabalho definitivo e usado para transferir toda a informação funcional
e estética coletada durante a fase provisória. Embora toda a informação estética
seja transmitida ao técnico na seção apropriada do checklist de laboratório, com o
intuito de garantir entendimento correto do caso, pode ser útil fornecer algumas
fotografias que visualmente sustentem as observações do clínico. É essencial que
o cirurgião dentista e o técnico tenham as mesmas fotografias, no formato digital ou
no impresso, o que permite a eles discutirem o caso clínico mesmo se estiverem
15
em locais diferentes. Uma fotografia da face permite ao clínico ter uma idéia geral
sobre o tratamento, verificar o paralelismo entre as linhas de referência e o
horizonte, distinguir qualquer desarmonia vertical e avaliar a proporção entre os
terços da face. Entretanto é dever do clínico decidir levar em consideração
qualquer falta de paralelismo ou desarmonia, empregando escolhas ditadas por
uma verificação geral baseada nos resultados da análise estético funcional e do
checklist estético. A cor de uma restauração pode ser percebida, registrada e
comunicada
diferentemente de pessoa para pessoa de acordo com o
conhecimento, experiência e sensibilidade do indivíduo (FRADEANI; BARDUCCI,
2009).
O primeiro passo para uma correta seleção de cor é avaliação do paciente,
essa fase do tratamento pode ser clinicamente mais significativa porque depende
do tipo do dente, se o valor é alto ou baixo, se possui mais ou menos translucidez,
vai afetar a seleção dos materiais porque as escolhas de materiais que podem ser
utilizados para o restabelecimento definitivo ditam o design da preparação do
dente. A cor do preparo deve ser levado em consideração pois pode influenciar o
valor, croma e matiz da restauração final se um material translúcido ou opaco for
utilizado (CHU, 2007).
2.2 PROPRIEDADES ÓPTICAS
Um dos grandes problemas da cor é sua comunicação, e fazê-la de forma
verbal, sem referências, é praticamente impossível. O nome de uma cor é um
método formal de se representar as sensações visuais das cores. Por ele,
podemos especificá-las por palavras ou números e comunicá-las a outros. Vários
sistemas foram idealizados para nomear ou classificar as cores. O sistema de cor
proposto pelo artista americano Albert Munsell, conhecido como Sistema de Cores
de Munsell, é considerado como o melhor dos sistemas baseados em princípios
perceptuais. Ele percebeu que, para comunicar e visualizar a cor de maneira
apropriada era necessário um sólido tridimensional. Para que duas pessoas se
comuniquem com precisão, não resta dúvida, é necessária uma linguagem comum,
com códigos e palavras que expressem exatamente a mesma idéia para os dois.
Para conseguir uma comunicação da cor, primeiro devemos conhecer sua
linguagem, entender suas dimensões e como interpretá-las. Segundo é necessário
16
enviar uma referência física, uma escala de cores para uma comunicação visual
(KINA et al., 2008)
No momento em seleciona-se a cor, devemos considerar três diferentes
aspectos: o valor, que é definido como brilho, diz respeito à luminosidade ou
obscuridade de um objeto, relaciona-se com a quantidade de claro e escuro de
uma cor. Provavelmente seja o conceito mais importante para clínicos e técnicos
na determinação das cores dos dentes; o croma que é a saturação, é a quantidade
de cor por unidade de área de um objeto e pode ser definido como mais ou menos
quantidade e, a matiz, é a sensação pela qual nós percebemos os comprimentos
de onda da luz refletida dos objetos, e que, normalmente, chamamos de cor, é a
tonalidade ou coloração, é a própria cor produzida por um comprimento de onda
específico que atinge as retinas (KURTZMAN, 2008).
Outra característica na coloração dos dentes é a opalescência, a qual é uma
propriedade óptica, onde há dispersão dos comprimentos de onda mais curtos do
espectro visível, dando ao material uma aparência azulada na luz refletida, e uma
aparência alaranjada na luz transmitida. O esmalte dentário é opalescente, os
componentes de onda do espectro da luz que o atinge,criam uma luz em tons de
azul, que se tornam claramente visíveis no halo incisal. Uma das características
das cerâmicas odontológicas é a opalescência, tornando possível a simulação do
dente natural, entretanto o maior desafio é transmitir essas características dos
dentes para a fiel reprodução em laboratório (LEE; LU; POWERS, 2005).
A fluorescência é a absorção de luz por um objeto e a emissão espontânea
de luz em um comprimento de onda. Dentes naturais emitem uma fluorescência
azul sob raios ultravioletas, o que torna os dentes brancos e brilhantes à luz do dia.
A fluorescência aumenta a vitalidade de uma restauração e minimiza o efeito
metamérico entre os dentes e a restauração (PARK; LEE; LIM, 2007). Na década
de 40, foram introduzidos os primeiros componentes fluorescentes nas cerâmicas
com adição de diuranato de sódio, a partir de 1974, o diuranato de sódio teve sua
utilização não recomendado pela Comissão Internacional de Proteção Radiológica,
sendo a partir de então substituídos por fluorescentes não radioativos. Quanto mais
características físicas e mecânicas o material restaurador que utilizarmos possuir
dos dentes naturais, mais próximos chegaremos ao mimetismo entre o natural e o
restaurado. A importância clínica da fluorescência transcende o fato de ser
perceptível apenas em presença de luz ultravioleta, porque na verdade se
17
manifesta com menos intensidade em qualquer ambiente de luz e repercute da
manutenção da resposta da cor do dente (SCHENKEL; MEZZOMO, 2006).
Os dentes naturais possuem uma variação de cores em sua coroa e
comunicar estas nuances ao laboratório pode ser um desafio. Precisamos ter um
meio de comunicar as características de translucidez incisal, linhas, textura
superficial e cores de Maverick. As cores de Maverick se referem a pontos de
intensidade de pigmentos nos dentes que se destacam ao redor do esmalte
(KURTZMAN, 2008). Entretanto dentistas e técnicos em prótese dentária trabalham
quase que individualmente uns dos outros. Apenas uma pequena quantidade de
dentistas possui técnicos em seus consultórios, ao contrário de alguns países onde
um laboratório dentro do consultório é muito comum de se encontrar
(CHRISTENSEN, 2008).
2.3 ILUMINAÇÃO
A luz solar é indispensável para uma correta escolha de cor, e deveria ser
usada em horários não antes das 10 horas para evitar o excesso de azul, ou após
as 15 horas para reduzir a influência dos tons avermelhados. A iluminação deveria
ser originária do lado sul dos pontos cardeais, porém se torna praticamente
impossível aplicar esses parâmetros tidos como ideais. Sendo assim alguns
princípios podem ser adotados, tais como fazer: a seleção de cor durante o dia,
aproveitando o máximo de luz do natural, simultaneamente com lâmpadas do tipo
“luz do dia”, nesses casos desligar o refletor odontológico minutos antes da seleção
de cor evitando o efeito da luz halógena que também ocorre com a incandescente.
O ambiente de trabalho do técnico deve ter a mesma luz do consultório para evitar
cores diferentes em cada ambiente (BONFANTE, 1998).
A procura pelo ideal de beleza tem crescido exponencialmente, alavancando
o desenvolvimento técnico da odontologia. A indústria coloca à disposição
materiais com características estéticas sofisticadas, fornecendo muitos recursos
para que o profissional possa reproduzir, com perfeição, os dentes naturais. A cor é
fundamental à harmonia estética, sua correta avaliação e transmissão resultam em
uma melhor correspondência entre restaurações e dentes naturais. Para avaliar a
influência da iluminação, na seleção da cor, foram utilizados dois dentes naturais
como padrão, e confeccionados corpos de prova em porcelana, resina composta e
18
resina acrílica, todos os corpos de prova foram submetidos à análise
espectrofotométrica dos padrões e dos corpos de prova, alterando as fontes de luz
sendo que as diferenças de cor foram calculadas pelo Sistema CIELAB. Os dados
foram submetidos ao teste ANOVA- 2 fatores. Os resultados mostraram que não há
diferença significante entre as várias fontes de luz. Portanto na escolha e
determinação da cor, muitos fatores estão envolvidos e a fonte de luz, de maneira
isolada, não é tão determinante na correspondência da cor entre dentes e
restaurações (FERREIRA, 2002).
A luz faz com que o olho humano seja capaz de enxergar a cor, portanto cor
é luz e luz é cor. Se a qualidade da luz é pobre a percepção da cor também pobre,
as lâmpadas fluorescentes não são lâmpadas adequadas, pois não fornecem o
espectro de cor vermelho e irão resultar em uma incorreta seleção de cor. A melhor
iluminação para uma seleção de cor é a iluminação natural ou as lâmpadas luz do
dia, se for necessário o paciente deve ir até um local no consultório onde possua
luz natural, caso esta se faça presente de maneira adequada. A quantidade de luz
também é importante por influenciar o modo como vemos as cores, a quantidade
de cor é medida em “foot candlles - fc” e deve estar entre 150-200. Alterando a
transmissão de luz a percepção da cor pode ser afetada, portanto é fundamental
que a escolha da iluminação adequada seja feita, para não interferir na escolha da
cor, visto que, a iluminação é uma das variáveis que podem influenciar
negativamente no momento da seleção de cor (MENDELSON, 2006).
Buscando proporcionar condições ópticas ideais durante a seleção de cor
dos dentes, Paravina (2002) elaborou o Shademat Visual Plus. Para este estudo
150 avaliadores composto de estudantes de odontologia e dentistas em geral,
realizaram o experimento que consistia em selecionar a cor de quatro coroas
metalocerâmica, que foram preparadas pelo mesmo técnico com substrato de
metal e um sistema de cerâmica Vita VMK 95. A primeira coroa (T1), foi fabricada
com a cor A3, a segunda (T2) B2, a terceira (T3) C1 e a quarta (T4) com a cor D4.
As coroas foram posicionadas sobre a parte superior de uma cabeça artificial e
presas a uma cadeira de dentista. A intensidade da temperatura da cor e luz foram
monitoradas através de um medidor. A iluminação completa de espectros
equilibrados, difusa e de intensidade moderada, padronizada e invariável, com
temperatura adequada de 5500K, distância constante de 33 cm, nivelamento da
altura dos olhos do observador com o objeto, fundo neutro ou cinza e descanso
19
óptico azul proporcionaram melhores resultados para 64% dos entrevistados, para
9% houve qualquer evolução e 27% tiveram seu desempenho prejudicada.
Para realizar o registro da cor, segundo Fradeani e Barducci (2009), os
dentes a serem comparados devem ser limpos com pedra pomes; após os dentes
e as palhetas de cor escolhidas devem ser umedecidos com água e deve-se
examinar o paciente sob diversas fontes de luz (natural e artificial). A luz deve ser a
mesma para o dentista e para o técnico. É importante identificar as fontes
luminosas com as quais o paciente tem mais contato, mesmo se a cor for
registrada sob condições luminosas diferentes. Dessa forma, é essencial para o
clínico e técnico trabalharem sob a mesma fonte de luz, usando luzes específicas.
A análise de cor deve ser feita sob temperatura luminosa adequada (5500K),
especialmente quando uma restauração é feita na região anterior. O final da manhã
ou início da tarde é o momento ideal para análise da cor, o uso de afastadores
reduzem a cor circundante (o vermelho dos lábios), que pode interferir com a
determinação da cor. A determinação da cor do preparo também é necessário para
confecção das restaurações em cerâmica pura. Para a correta seleção da cor o
profissional deve sentar e ficar ao nível dos olhos do paciente, a iluminação deve
ser luz solar indireta ou luz do dia, é importante observar as cores ao redor e seus
efeitos como, batom e maquiagem, vestimenta com cores vibrantes, os dentes
devem estar limpos e as moldagens devem estar prontas, afastadores, espelho
bucal e por fim fotografar (HAMMERLE et al., 2009).
A temperatura ideal para seleção de cor é 5500K, luz a esta temperatura é
considerada como luz branca. As lâmpadas incandescentes dos refletores
possuem uma temperatura de 3800K, por esta razão os refletores dos consultórios
não devem ser usados no momento da seleção de cor, além de possuir muito
brilho, produzem reflexos e causam fadiga aos olhos. O iluminante padrão D65
representa a fase da lâmpada luz do dia com temperatura de cor de 6500K
(CLAGAR et al., 2009).
A cor de um objeto irá depender do objeto, do observador e da iluminação, a
distribuição espectral da luz sob a qual um objeto é visto difere dependendo da
iluminação. A luz refletida ou transmitida de um objeto vai depender desta
iluminação, um observador pode ter a percepção da mesma cor quando se
comparam dois objetos com um iluminante específico, mas diferentes cores
quando a luz ilumina outro, este fenômeno é conhecido como metamerismo. Com o
20
objetivo de avaliar o efeito do metamerismo na cor dos dentes e nas escalas de cor
dependendo da iluminação utilizada, incisivos centrais e caninos superiores direito,
e pré molares inferiores direito, totalizando 198 dentes foram avaliados. As
medições foram feitas em uma sala acromática pintada de cinza, os pacientes
foram instruídos a remover a maquiagem, e usar uma capa cinza, os valores CIE
Lab foram calculados para, D65 (luz do dia), luz incandescente e luz de escritório.
Os dentes foram mensurados utilizando um espectrofotômetro intra-oral Vita
Easyshade, e uma lâmpada do tipo luz do dia. A escala de cor Vita 3-D Master
também foi medida utilizando o espectrofotômetro, o índice de modificação do
metamerismo foi calculado para expressar as diferenças entre o dente e a escala
de cor relativa à diferença observada sob a iluminação D65. O índice para os
dentes e as palhetas das escalas de cor foi superior, indicando uma maior
diferença de cor em relação a D65 de 57,1% para a luz incandescente e por 49,3%
para a luz de escritório. Se os dentes e as palhetas das escalas de cor são
conduzidas em uma iluminação de verão, a diferença de cor não pode ser a
mesma em condições de iluminação, levando a perceptível, ou mesmo inaceitável,
diferenças de cor nestas condições (CORCODEL et al., 2010b).
Na prática, dois objetos para serem metâmeros devem possuir distribuições
espectrais que se cruzem por pelo menos três vezes, o que pode fornecer uma
sensação visual em determinados sistemas de iluminação. Para verificar se os
objetos são metâmeros, primeiramente devem ser observados sob, pelo menos,
dois sistemas de iluminação diferentes. Deve ser evitado observar e interpretar
cores em sistemas com baixos níveis de iluminação. E ao final, se restarem
dúvidas, outro observador deve ser consultado (KINA et al., 2008).
A luz natural do dia é muito diferente da iluminação fluorescente ou
incandescente, a própria iluminação fluorescente pode ter várias cores. Quando um
comprimento de onda de luz está ausente na fonte de iluminação, ele não pode ser
refletido pelo objeto (no caso, o dente) que está sendo visto.
A iluminação
ambiente em que uma seleção da cor é feita é muito importante e a cadeia do
metamerismo do dente, guia, material restaurador deve ser reconhecida. A
importância da iluminação no ambiente da seleção de cor torna-se aparente uma
vez que o fator do metamerismo seja reconhecido. Uma luz de espectro total é
necessária para elucidar todas as cores que um dente é capaz de refletir. O
“padrão” é a luz do meio-dia durante o verão, com o céu claro, mas isto é
21
impossível. A luz do dia varia muito desde a manhã até a tarde, com as nuvens, e a
partir das várias cores da superfície em que é refletida. A iluminação fluorescente é
a recomendada com as cores corrigidas. O fator chave é chamado “índice de
representação de cor”, o padrão para a iluminação. Qualquer fonte de luz que
tenha um índice de representação superior a 90 é ideal. A cor da luz deve se
assemelhar à luz do dia padrão, cuja cor tem uma temperatura de 5500K. Portanto,
independentemente da marca ou da qualidade prometida pelas propagandas, estes
dois padrões irão garantir uma boa fonte de equiparação de luz (SPROULL;
PRESTON, 2000).
2.4 ESCALAS DE COR E INSTRUMENTOS ELETRÔNICOS
A seleção de cor muitas vezes é negligenciada por erro ou imperícia do
cirurgião-dentista, o que resulta no comprometimento negativo deste passo
importante para o sucesso clínico da restauração. Em estudo realizado por Freitas
et al., (2008) onde foram avaliadas a eficiência na escolha de cor entre duas
escalas de cores, Vitapan Classical Vita (Vita Zahnfabrik, Bad Säckingen,
Alemanha),
(Figura 1) e Vita 3D-Master (Vita Zahnfabrik, Bad Säckingen,
Alemanha), (Figura 2). Foram escolhidos quatro dentes hígidos, ântero –
superiores, de dois voluntários, um incisivo central superior esquerdo e um canino
superior esquerdo em cada voluntário, o critério de seleção dos dentes foi subjetivo
e fundamentou-se nos que possuíam cores com alguma similaridade com as
escalas Vitapan Classical e Vitapan 3D-Master. A seleção foi pelo método visual,
pois se trata do utilizado na rotina clínica do dia-a-dia. A cor dos elementos
dentários foi escolhida por 3 profissionais com experiência em prótese dentária.
Foram entrevistados 30 profissionais e 15 estudantes de Odontologia, foi aplicado
um questionário com perguntas sobre seleção de cor, os dados obtidos foram
submetidos ao teste não paramétrico de Man-Whitney (5%), os resultados
mostraram que não existe diferença estatística entre as escalas quando a seleção
de cor é feita de maneira inadequada, sendo então, necessário o aprimoramento
técnico da seleção de cor pelos cirurgiões dentistas e acadêmicos.
22
Figura 1: Escala de Cor Vitapan Classical (Vita Zahnfabrik, Bad Säckingen, Alemanha)
Figura 2: Escala de Cor Vita 3-D Master (Vita Zahnfabrik, Bad Säckingen, Alemanha)
Klemetti et al., (2006) testaram a variabilidade inter observador na seleção
de cor com três escalas diferentes, Vita Vacuum, Vita 3-D Master e Procera. Dez
estudantes de odontologia e nove técnicos em prótese dentária participaram deste
estudo como observadores. Cada observador selecionou a cor de um dente de
quatro pacientes, dois homens e duas mulheres, nos homens foram selecionados
os dentes 22 com escurecimento pós trauma, e o elemento 21 bem claro, nas
mulheres foram selecionados os elementos 11, com uma coloração normal
23
amarelado, e na outra paciente o elemento 41 multicolorido. Foram usadas três
diferentes escalas de cor, Vita Lumin Vacuum que possui 16 cores, Vita 3D-Master
com 25 cores diferentes e Procera a qual possui 12 cores. Os resultados foram
comparados com um colorímetro digital (Sombra Eye, Ex: Shofu, Japão). Em
relação à repetibilidade não foram encontradas diferenças significativas entre as
três escalas de cor, embora a repetibilidade foi relativamente baixa (33-43%), de
acordo com os resultados colorimétricos também foram baixos (8-34%).
Concluindo, portanto, que a seleção de cor varia muito de pessoa para pessoa,
sendo assim, para o ensino e também para o processo de seleção de cor o
colorímetro digital pode ser um instrumento útil.
Outro fator importante são as escalas de cor, elas apresentam uma série de
limitações como número reduzido de matizes quando comparado com as variações
dentárias, variações de uma escala para outra dentro do mesmo matiz e croma,
diferença da espessura da porcelana do dente da escala e da faceta da coroa
metalocerâmica, ausência de metal subjacente, representativo da infra estrutura
metálica. Uma prática comum no consultório consiste em utilizar escalas de resina
para selecionar cor das porcelanas, sendo universalmente aceita tanto para
porcelana quanto para resina. Por exemplo, a escala da VITA, que é ordenada por
matizes básicas através das letras A, B, C e D, e croma pelos números, esta escala
deixa de levar em consideração a terceira dimensão da cor, o valor, para sua
aplicação bem sucedida é importante sempre que possível evitar usar todos os
dentes da escala na boca do paciente (BONFANTE, 1998).
No registro da cor, a escolha da escala desempenha um papel importante.
Existem diversas escalas comercialmente disponíveis, mas a preferência dos
autores depois de mais de 25 anos de comunicação entre técnico e clínico, é a
tradicional VITA Lumin Vacuum. Entretanto, pode ser muito útil criar uma escala
personalizada com as cerâmicas usadas de rotina no laboratório. Recentemente
instrumentos eletrônicos foram desenvolvidos (espectrofotômetros e colorímetros)
para o uso odontológico, que indiscutivelmente auxiliam o clínico no registro correto
da cor (FRADEANI; BARDUCCI, 2009).
Destacar sempre o dente da escala em função da matiz e fazer a
comparação de cervical e de incisal, iniciar a determinação da cor pelos dentes da
escala que apresentam croma intermediaria, comparar inicialmente o matiz C, pois
este apresenta baixo valor quando comparado com os demais, o que praticamente
24
elimina qualquer dúvida com os demais, se o matiz estiver correto selecionar o
croma mais ou menos saturado, nunca deve ser selecionado um croma acima pois
será impossível baixá-lo, na dúvida de uma matiz C selecionar o B, pois representa
uma sub-família, da mesma forma ocorre quando o C está descartado deve ser
feita uma comparação com A3, pois também representa uma sub-família. Entre
uma determinação e outra descansar o olho em fundo azul claro. A determinação
do valor é a mais difícil de todos os componentes da cor, diferentemente da matiz e
croma o ambiente deve ter baixa luminosidade, para controlar a entrada de luz,
recomenda-se reduzir a entrada de luz nos olhos durante a determinação do valor,
com visão indireta através de espelho, o cirurgião-dentista posiciona-se atrás do
paciente que segura o dente da escala em posição e analisa as variações de valor
entre a escala e o dente natural (BONFANTE, 1998).
A importância clínica das falhas das escalas atuais é a dificuldade que surge
na tentativa de determinar, de forma acurada e lógica, qual a escala imita com mais
perfeição a aparência do dente que está sendo “equiparado”. A estrutura ilógica
das guias de tons não evidencia a necessidade pela maior familiaridade com as
dimensões de cor, mas sim torna a tal compreensão ainda mais essencial. Na
ausência de uma escala de cores logicamente organizada, o usuário deve fornecer
a lógica. Quando as escalas disponíveis são utilizadas corretamente, deve ser
aceito que é improvável que uma equiparação exata seja encontrada. No passado,
ensinava-se que quando existia uma escolha entre uma cor que era um tanto
inferior em valor e uma outra que seja ligeiramente mais clara, a unidade de valor
inferior era a melhor escolha se nenhuma outra modificação fosse feita. Apesar de
ser relativamente fácil aumentar o croma usando modificadores de porcelana,
intrinsicamente, ou corantes de superfície com cores mais intensas, é muito mais
difícil diminuir o croma.
A fabricação de um guia de cores personalizada
especialmente uma que tenha uma variação de cores expandida, pode ser muito
proveitosa. Apesar da fabricação de tal guia ser demorada, ela fornece uma
representação mais real do que pode ser realizado. Diferentemente da maioria das
guias de cores, a guia personalizada é feita do mesmo material que a restauração
final, reduzindo, portanto, o metamerismo. A fabricação de uma guia de cores
personalizada inclui um suporte de metal para as restaurações metalocerâmicas, e
deve ter uma espessura realista, compatível com as restaurações clínicas. As guias
que possuem várias texturas e brilhos também poderão ser úteis. As guias de
25
cores geralmente são feitas de materiais diferentes dos usados em uma
restauração real, as escalas podem variar de um lote ao outro, confundindo ainda
mais a questão, e ainda, as escalas de cores são mais espessas que a quantidade
de material que pode ser usada em uma coroa ou faceta (SPROULL; PRESTON,
2000).
As escalas de cor também são usadas para uma comunicação, porém
possuem inúmeras limitações e a maioria dos dentistas necessitam de uma escala
de cor mais sistemática. Um dos erros mais freqüentes nas escalas de cor é que
estas não são feitas de dentes naturais, além disso, a quantidade de cores que
existe nas escalas não coincide com o dente natural, sendo então a escolha por
aproximação de cores (PARK; LEE; LIM; 2006).
A escala Vitapan Classical é ordenada em cores básicas (matiz) através das
letras A, B, C e D e saturação (croma) determinada por números, portanto,
apresenta somente duas dimensões da cor. O matiz A corresponde ao marrom, o B
ao amarelo, o C ao cinza e o D ao vermelho, os números de 1 a 4 correspondem à
quantidade crescente de saturação (FREITAS et al., 2008).
A escala Vitapan 3D-Master possui as três dimensões da cor: matiz; através
das cores L (amarelado), R (avermelhado), e M (possíveis cores entre o amarelo e
o vermelho). A saturação é representada pelos números 1, 1.5, 2, 2.5 e 3 (sentido
vertical), dentro de um determinado grupo e o valor que é representado pelos
números 1, 2, 3, 4, e 5 no sentido horizontal (MARCUCCI, 2001).
Quando a escolha de cor é feita pela escala VITA 3D-Master, primeiro é
determinado o valor do dente do paciente, a quantidade de claro ou escuro é o
dente. Começando pelo lado direito da escala, se determina em qual dos 5 grupos
se encaixa o valor. Depois se determina o croma, em cada um dos 5 grupos possui
o grupo médio (M), então seleciona-se o M do grupo escolhido anteriormente no
valor e se escolhe a saturação 1,2 ou 3. Após isto o último passo é escolher o
matiz, os grupos 2,3 e 4 contém 3 grupos cada (L,M,R) e os grupos 1 e 5 possuem
apenas o médio. O grupo a esquerda do M, o L (left), é mais amarelado e o grupo a
direita, R (right), é avermelhado, então determina-se se o dente é mais amarelo ou
vermelho. A cor selecionada é a base para a restauração (KURTZMAN, 2008).
A fim de apresentar uma variação no padrão das técnicas de seleção de cor,
Marcucci (2003) utilizou a escala de dentes Vitapan 3D-Master, juntamente com a
escala de cor de dentina Vitapan 3D-Master (Vita Zahnfabrik, Bad Säckingen,
26
Alemanha) (figura 3). A Vita fabrica uma escala de cor com rótulo vermelho com
palhetas que mostram somente a cor da dentina. Essa escala de cores deve ser
usada primeiro porque ajuda o técnico a visualizar valor, croma e matiz mais
facilmente em cada terço do dente. Em muitas situações, haverá diferenças no
croma e valor entre os terços que não se encaixa nas gradações de cor da escala
com rótulo azul. Assim a escala com rótulo vermelho se torna um complemento à
escala de cores de dentes. Usando a escala de cores vermelha, selecione a
palheta que combina com as áreas em questão. Fechar um pouco os olhos para
reduzir a reflexão angular de luz e aumentar a luz nos bastonetes dos olhos.
Selecione o croma movendo para a coluna “M” previamente selecionada de acordo
com o grupo de valor. Selecione a matiz pela coluna “M”, “L” ou “R”. Verifique o
valor, croma e matiz finais, com a palheta da escala de cores azul que combina os
três determinantes escolhidos na escala vermelha. Para dentes anteriores e cores
mais complexas de destes posteriores, comece com a guia vermelha. Divida o
dente em terço cervical, terço médio e terço incisal. Determine o valor, o croma e a
matiz para cada terço separadamente.
Figura 3: Escala de Cor de dentina Vitapan 3-D Master (Vita Zahnfabrik, Bad Säckingen,
Alemanha)
(MARCUCCI, 2003)
27
Para Mendelson (2006) a primeira seleção de cor é a mais confiável,
portanto levar sempre em consideração o que foi determinado inicialmente, quando
se der início à seleção de cor olhar pra as palhetas da escala de frente e não com o
canto dos olhos. Para realizar a seleção de cor, primeiramente deve ser
determinado o valor da borda incisal do dente com a borda incisal da palheta de cor
da escala, depois deve ser determinado o matiz, no terço médio do dente com a
escala de cor, se ao fim a cor selecionada não corresponder corretamente uma
nova seleção deve ser feita baseado no valor e matiz.
Para Kina et al., (2008) escalas de cores são instrumentos necessários para
uma comunicação codificada entre clínicos e técnicos de prótese dentária. As
escalas de cores têm limitações em relação ao fim que se prestam. O principal
motivo, provavelmente, é a grande variação de nuanças de cor que os elementos
dentários apresentam. Dessa forma, criar uma escala que possa abranger todas as
variações é missão praticamente impossível. Na comunicação das cores, não
importa o sistema de códigos que se utilize desde que, seja comum entre quem faz
a escolha da cor e quem irá receber a informação. Quanto mais detalhes forem
enviados melhor para o resultado final.
Com o objetivo de apresentar um agrupamento mais sistemático, em 1998 a
escala de cor Vita 3D-Master foi desenvolvida, o conceito teórico a esta escala de
cor foi baseado sobre a descrição da cor dada pela Comissão Internacional
d’Eclairege (CIE), como padrão internacional em 1976. A CIE descreve a cor como
o eixo vertical indicando a luminosidade (L *), o preto possui o L * valor zero, o
branco valor 100. Os dois eixos horizontais a * representam níveis de vermelho (+ a
*
), verde (- a *) e( b *) amarelo (+ b *) e azul (- b *), C * representa o croma e H * a
matiz. Recentemente, uma nova concepção da escala de cores a Vita 3D-Master
Linearguide (LG) (Vita Zahnfabrik, Bad Säckingen, Alemanha), (figura 4), foi
liberada. A diferença é que a LG é estruturada em 6 guias lineares, dispostas de
um guia de valor e cinco de croma e matiz, primeiro seleciona-se o valor na
ValueGuide (guia de valor), logo após é selecionado o croma e matiz na CromaHueGuide (guia de croma e matiz). Cinqüenta e seis estudantes a um programa de
aprendizado sobre a Linearguide 3-D Master, duas escalas de cor 3D-Master no
formato do incisivo central 11 e 21, unidos foram colocados sobre os dentes da
frente de uma pessoa para permitir a combinação de cores da amostra intraoral. As
amostras de cores foram fornecidas apenas com um número, sem a cor marcada
28
sobre ele e então colocado sobre os incisivos centrais da pessoa. As amostras
foram pareadas por participante, cada estudante fez 15 tomadas de cor de um
ambiente intraoral, 15 com a 3D-Master e 15 com a LG sistema de escala de cor,
os participantes selecionaram o valor, croma e matiz, e também foi mensurado o
tempo que se levou para selecionar a cor. Para calcular a diferença de cor entre as
tonalidades reais e a selecionada foram fornecidos valores de referência pela
empresa VITA para a escala de cor utilizada, segundo o fabricante esses valores
de referência foram determinados por meio de um espectrofotômetro com base nos
exemplares de cor. Os resultados mostraram que 35% das correspondências
perfeitas foram observados para os modelos 3D e 32% para a LG. O grupo do valor
foi correto em 59% para 3D e 56% para a LG. O tempo médio necessário não foi
diferente entre os grupos. Dentro da avaliação no que diz respeito ao desempenho
e tempo não foi diferente com a LG ou a 3D (CORCODEL et al., 2010a).
Figura 4: Vita 3-D Master Linearguide (LG) (Vita Zahnfabrik, Bad Säckingen, Alemanha)
Com o desenvolvimento de sistemas computadorizados para a leitura e
interpretação das cores dos dentes, a cor é analisada através de sistemas de RGB,
espectrofotômetros ou colorímetros, porém financeiramente bastante dispendiosos.
Contudo, a maneira mais prática e usual de leitura de cores tem sido ainda o uso
das escalas de cores, pelas quais podemos avaliar as características de matiz e
croma, e juntamente com fotografias de boa qualidade o ceramista mais experiente
poderá ainda avaliar detalhes de translucidez e opacidade. As escalas de avaliação
de cor mais utilizadas são Vita Classical (VITA) e Chromascop (Ivoclar Vivadent)
(figura 5). No Brasil, a maioria das cerâmicas são apresentadas nas cores da
29
escala Vita, enquanto que para a escala Chromascop somente as cerâmicas da
Ivoclar estão disponíveis (IPS Classic, IPS Design, IPS Empress, E-Ceram). As
escalas Vita e Chromascop, utilizam os critérios de matiz e croma para avaliar as
cores dos dentes. A Chromascop apresenta um grupo de matiz a mais e utiliza
números para determinar o matiz e croma. O matiz é definido por grupos que estão
representados por: 100 = branco, 200= amarelo, 300= laranja, 400= cinza e 500=
marrom, o croma é comunicado por outro sistema de números, 10 é igual ao menor
croma (maior valor), 40 representa maior croma (menos valor), portanto,
inicialmente, se procede à leitura do matiz, e depois se avalia a intensidade do
croma do dente. Enquanto que a Vita utiliza letras para matiz (A, B, C e D) e
números para o croma (1, 2 , 3 e 4) (SHENKEL; MEZZOMO, 2006).
Figura 5: Escala de Cor Chromascop (Ivoclar Vivadent)
Paravina (2009) avaliou diferentes escalas de cor e os respectivos métodos
utilizados para a seleção, avaliando também a satisfação do usuário quando utiliza
estes métodos. Seleção de cor é a comparação entre um dente e uma escala com
múltiplas cores de dente, a cor exata é raramente encontrada. Para isso foram
selecionados oitenta e oito estudantes formandos. Foram utilizadas quatro cores de
três escalas (Toothguide 3D-Master, Vitapan Classical e 3D-Master Protótipo). O
acerto do tom foi realizado utilizando-se lâmpadas de mesa com fonte de luz
corrigida (BlueMax) com temperatura de cor 5900K e com índice de 96 contra um
fundo cinza neutro. A geometria óptica foi de 45 0. A cor de quatro escalas
fornecidas pelo fabricante foi usada a correspondência de acordo com os seguintes
30
guias TG, VC, e o Protótipo. Dessas escalas foram escolhidas as dez melhores
correspondências entre elas. E os resultados comprovaram a rejeição da hipótese
nula para a comparação entre as escalas TG e o Protótipo, e como subjetiva a
comparação (de acordo com a satisfação do usuário) entre todos os pares de guias
de cor. A qualidade dos guias de cor é normalmente avaliada através do erro de
cobertura e interpretação através da perceptibilidade e aceitabilidade dos
julgamentos visuais. A avaliação subjetiva é importante e revela a experiência dos
participantes com o método de escolha de cor. Intuitivamente, dentistas e técnicos
adotam os métodos mais difundidos mesmo quando os resultados de pesquisa não
são favoráveis. O melhor exemplo disto é que o uso da VC é difundido
mundialmente por mais 50 anos. Felizmente os objetivos encontrados pelo
protótipo LG em relação a percepção subjetiva foram superiores a outros produtos
avaliados.
Instrumentos eletrônicos para selecionar a cor dos dentes foram introduzidos
no mercado para reduzir ou superar imperfeições e incoerências da escolha de cor
pelo método visual tradicional. Entre dispositivos para aferição de cor eletrônico
está o espectrofotômetro, é muito preciso, este mede a quantidade de energia
luminosa refletida por um objeto em intervalos de 1-25nm ao longo do spectrum
visível, contém uma fonte de radiação óptica, um meio de dispersão de luz, um
meio de converter a luz obtida para um sinal que pode ser analisado. Alguns dos
mais conhecidos são o Vita Easyshade Compact (Vita Zahnfabrik, Bad Säckingen,
Alemanha), ilustrado na figura 6, funciona por contato, pode analisar o dente em
um todo ou por áreas. O Sombra-X (X-Rite, Grandville, MI) possui duas bases de
dados para combinar a cor da dentina e os dentes incisivos (regiões mais
translúcidas). SpectroShade Micro (MHT Óptica de Pesquisa, Niederhasli, Suíça),
possui uma câmera interna com software de análise. O CrystalEye (Olympus,
Tokyo, Japão) combina as vantagens de um espectrofotômetro com fotografia
digital. Já os colorímetros filtram a luz vermelha, verde, azul e áreas do espectro
visível, os colorímetros não registram reflectância e podem ser menos precisos que
o espectrofotômetro. ShadeVision (X-Rite, Granville, MI) é um calibrador de
imagem, a imagem do dente completo é fornecido através do uso de três bases de
dados distintas, gengival, médio e incisal. A vantagem dos espectrofotômetros
sobre os colorímetros é a de detectar a presença de cada comprimento de onda
visível em um objeto e fornecer a única combinação possível sob diferentes fontes
31
de luz, identificando as diferenças metaméricas. Os espectrofotômetros medem a
cor como percebida pelo olho humano, mantida a fonte de luz, como os
colorímetros são desenhados para analisar superfícies planas não funcionam tão
bem superfícies curvas como as dos dentes (CHU; TRUSHKOWSKY; PARAVINA,
2010).
Figura 6: Vita Easyshade Compact (Vita Zahnfabrik,
Bad Säckingen, Alemanha)
(CHU; TRUSHKOWSKY; PARAVINA, 2010)
Para ressaltar as diferenças de cor, saturação, valor, translucidez e
opacidade, escolher a palheta com o matiz mais próximo do necessário. Na dúvida
selecionar a matiz com o valor mais alto, posicionar a palheta próxima ao dente
natural, primeiro da mesma forma, e depois invertida, se possível usar uma escala
de cor personalizada, usar o refletor e o flash posicionando-os 45 graus em relação
ao dente, o ambiente que o registro será feito não deve ter alta cromaticidade, para
selecionar o valor os olhos devem estar cerrados, observar o efeito geral com os
lábios relaxados e durante o sorriso, não olhar para o dente que será comparado
por mais de 8 segundos. Para impedir a acomodação visual, usar um cartão azul
claro por 5-10 segundos, sempre que possível a cor deve ser registrada com
instrumentos eletrônicos. Se o clínico usa o sistema de cerâmica pura, os
fabricantes também oferecem escalas para os blocos cerâmicos que podem ser
selecionados para cada caso. O clínico deve criar um mapa cromático contendo
informações sobre o matiz, saturação e valor, mostrando todas as caracterizações
presentes e onde estão localizadas. Dessa forma, as áreas translucidas serão
32
evidenciadas, especialmente nas regiões interincisais e interproximais. No registro
de cor, os instrumentos eletrônicos capazes de processar o matiz, saturação e
valor com extrema precisão podem ser usados para comunicar a informação ao
laboratório. O espectrofotômetro usado pelos autores (SpectroShade MHT Optic
Research) processa a leitura por meio de um mapa cromático das diversas áreas
dentárias com base na escala de cor utilizada. O arquivo enviado ao laboratório
fornece ao clínico os dados precisos para recriar a cor correta na restauração.
Após a primeira queima da cerâmica, uma prova intermediária da cor pode ser feita
pelo simulador que reproduz as condições da cavidade bucal. Estes instrumentos
embora sejam de grande valia tanto para o clínico como para o técnico,
especialmente quanto o laboratório não fica próximo à clínica, e confiáveis para
uma reprodução fiel e abrangência tridimensional da cor, não podem substituir o
olho humano, estes deveriam ser considerados como auxiliares em relação aos
métodos tradicionais de registro de cor (FRADEANI; BARDUCCI, 2009).
Objetivando avaliar a diferença de cor entre o planejamento e a execução de
coroas metalocerâmicas complexas Al-Hamdam, Hammad e Tashkandi (2010)
utilizaram o método visual e o método instrumental para a seleção de cor. Para
isto, foram confeccionados discos de 3mm de diâmetro e 15mm de espessura, com
uma base de 2 mm de metal e 1mm de aplicação de porcelana. Foram fabricados
42 discos mestres para representar cada palheta das duas escalas de cor
utilizadas, 16 palhetas da escala de cor Vita classical, e 26 da escla Vita 3DMaster. A determinação da cor para os discos da escala foram preparadas usando
as duas escalas de cores com suas respectivas versões para cerâmica e também
um instrumento de seleção de cor o Vita Easyshade., gerando em um total de 84
discos (16 visual + 16 instrumental, Vita Classical e 26 visual + 26 instrumental,
Vita 3D-Master). Cinco mulheres com idade semelhante, e especialista em prótese
foram escolhidas para a seleção da cor visual. Foram mensurados os 42 discos
mestres e os 84 fabricados usando também o espectrofotômetro. Os dados foram
analisados pela análise de variância ANOVA e pelo Teste de Tukey, mostrando
que existe diferença estatística significante no método de seleção de cor, onde as
escalas de cor Vita Classical e 3D-Master, se mostraram significativamente menor
que o método instrumental.
Paul et al., (2004) testaram a seleção de cor de restaurações unitárias
metalocerâmica com a dentição adjacente, sendo as restaurações foram
33
confeccionadas
de
acordo
com
dados
de
correspondência
convencional
visualmente ou com um novo sistema de espectrofotômetro. As amostras de uma
escala de cor Vitapan Classical foram medidas com o espectrofotômetro para
determinar o CIELAB. Três clínicos de forma independente selecionaram a melhor
correspondência para os incisivos superiores direito ou esquerdo de dez pacientes,
cinco homens e cinco mulheres entre 23 e 55 anos, que precisavam de
restaurações cerâmicas em um dos dois elementos, após com uma câmera
fotográfica convencional foram fotografados os incisivos de cada paciente com as
palhetas da escala de cor que mais se assemelhavam, escolhidas pelos três
clínicos. Para definir a escolha da cor visual, foi escolhida a cor que a maioria dos
observadores decidiu, sendo que a maioria das cores coincidiu entre os três
observadores. Para cada dente foram confeccionadas duas restaurações, a
primeira de acordo com a cor selecionada visualmente e a segunda pela cor
definida pelo espectrofotômetro. Previamente a entrega, a cor de cada uma dessas
restaurações foi determinada espectrofotometricamente utilizando o sistema de
simulador de boca, estes dados obtidos na cor foram comparados com as
informações de cores digitalizadas dos respectivos dentes naturais, em caso de
incompatibilidade, a cor das respectivas coroas foram alteradas até ficar
satisfatórias, então cada coroa foi medida com o espectrofotômetro, a coroa que
combinasse melhor de acordo com os três avaliadores clínicos e então a coroa foi
cimentada definitivamente. Apenas em dois casos os três avaliadores escolheram a
mesma cor, em seis casos dois avaliadores escolheram a mesma cor, e em dois
casos os três observadores foram diferentes entre si, em contraste em nove dos
dez casos a seleção de cor pelo espectrofotômetro coincidiu com o visual. E
finalmente nove entre dez coroas escolhidas espectrofotometricamente foram
preferidas para a cimentação. Portanto, o espectrofotômetro pode ser usado de
forma eficiente para a seleção de cor em coroas metalocerâmicas.
Uma série de escalas de cor atualmente está disponível, e são
rotineiramente utilizadas para selecionar cor de restaurações, porém a quantidade
de cores existentes nas escalas de cor é limitada na medida em que não
representam todo o espectro de cores encontrado em um dente natural. Sendo
assim, este estudo avaliou a eficácia clínica de um espectrofotômetro novo
(CrystalEye, Olympus, Tóquio, Japão), na reprodução da cor de um dente
comparado a seleção de cor pelo método convencional visual.
Trinta e seis
34
pacientes com idades entre 20 e 64 anos, e necessidade de coroa em um único
incisivo central. Duas coroas metalocerâmica foram confeccionadas para cada
elemento, uma foi confeccionada pelo método visual, três escalas de cor, Vitapan
Classical, Vita 3-D Master e Chromascope, foram utilizadas e quatro especialistas
em prótese com uma média de experiência de 12,5 anos foram os observadores.
Cada paciente foi avaliado por dois dentistas recebendo assim duas prescrições,
sendo estas colocadas em envelopes fechados e escolhidos aleatoriamente, a
seleção de cor foi realizada sob fonte de luz D65, dois tubos de luz com fonte IRC
de 93 e temperatura de cor de 6500K, a uma distância de 15-17 polegadas da fonte
de luz. A outra coroa foi confeccionada pelo método espectrofometrico, que usa 7
LEDs. Imagens de toda arcada superior e de todas as faces do dente foram
capturadas, o tempo de captura foi de 0,2 segundos, as imagens foram transferidas
para um computador, os dados espectrais do dente foram analisadas para a
correspondência com uma escala de cor em três regiões terços incisal, médio e
cervical por dente, as escalas Vitapan Classical, Vita 3D- Master e Chromascope
foram incorporadas ao software, que permite que as imagens do dente possam ser
analisadas em diferentes ângulos nas diferentes escalas de cor incorporadas ao
software.
Cinco técnicos de laboratório receberam as prescrições com a cor
selecionada. Quando as coroas estavam prontas, foram colocadas na boca do
paciente, em seguida foram avaliadas visualmente por três examinadores alheios
ao processo de fabricação das coroas. Os examinadores classificaram a seleção
de cor em ranking de 1 a 10. Em seguida, uma nova medição com o
espectrofotômetro foi realizada, e os novos dados foram posteriormente
comparados aos valores obtidos anteriormente. Os resultados foram analisados
pelo teste Mc Nemar’s, e mostraram que a seleção de cor feita pelo
espectrofotômetro é significativamente melhor e com uma taxa menor de rejeição
do que a seleção de cor feita pelo método convencional visual (SILVA et al., 2008).
Escolher uma cor de restauração semelhante à cor do dente natural ainda é
um grande problema na odontologia restauradora e requer comunicação entre o
dentista e o técnico. Escalas de cores foram criadas para representar a cor
escolhida na variação de cores dos dentes naturais. Embora o uso de escalas de
cores seja altamente subjetivo, algumas variáveis podem levar a inconsistências e
erros por isso fabricantes criaram sua própria escala de cor. Este estudo avaliou os
erros na seleção visual de cores entre cinco diferentes escalas de cores. Dez
35
protesistas participaram deste estudo. Eles foram divididos em dois grupos, de
acordo com a experiência em prática clínica: dentistas com mais de 5 anos de
experiência clínica, e dentistas com menos de 5 anos de experiência. Cinco
escalas de cores foram usadas para a seleção visual de cores, Vita Lumin Vacuum,
Vitapan 3D-Master,Vintage Halo, Vintage Halo NCC e Chromascop. Sessenta
participantes chineses (30 homens e 30 mulheres) foram recrutados para este
estudo. As idades variaram entre 21 e 50 anos. As seleções de cores foram
realizadas em cinco dias ensolarados seguidos, das 10h às 14h. Esse
procedimento foi feito com uma escala de cor diferente a cada dia. Os
observadores colocaram as palhetas dentro da boca do paciente, perto do incisivo
central esquerdo, e compararam a cor do terço médio do dente com a palheta, e
depois escolheram a que mais combinava. Os resultados da seleção de cores
foram anotados em “Dados 1” (seleção de cor sem consenso) e não foram revelado
aos outros observadores. Assim, uma cor foi escolhida para cada dente seguindo
sempre a opinião da maioria. Se menos de três observadores escolhessem a
mesma cor, a cor resultante seria determinada baseada no consenso entre os
observadores. Os resultados foram anotados em “Dados 2” (seleção de cores
depois do consenso). O aparelho para medir a cor consiste em um
espectroradiometro (PR-650 Spectra Scan, equipado com lentes MS-75 e SL-0.5X)
e dois cabos leves de fibra óptica. O espectroradiometro foi posicionado a 91.4mm
do objeto medido com uma abertura de 1.45mm. A fonte de iluminação padrão D65
foi usada (Modelo OL 53) e a configuração para um segundo observador foi usada.
Uma guia de cores da gengiva foi usada como cola para fixar a palheta e assegurar
que a superfície a ser medida estava perpendicular ao eixo medidor do
espectroradiometro. O operador podia observar a palheta ou o dente através do
olho do espectroradiometro e podia ajustar o ponto preto da abertura de 1.5mm a
região do terço médio, regulando o equipamento. Depois de ajustar o equipamento
em 4 direções (acima, abaixo, esquerda e direita) em 0.45mm, cinco medições de
cada dente e palheta foram feitas.Todos os dados sobre as cores foram expressos
em três coordenadas (L*, a* e b*), os quais foram estabelecidos pela CIE. O teste
ANOVA e a análise de Tukey foram usados para avaliar as diferenças de valores
de erros amostrais e ΔE entre as escalas de cores e a experiência clínica e foram
além do limiar clínico de 3.3 unidades. O consenso levou a uma melhor seleção de
cores no grupo das escalas de cores Vitapan 3D–Master e Shofu NCC. Uma
36
diferença significativa foi encontrada entre os valores ΔE das escalas de cores e
experiência clínica. Concluindo, todas as cinco escalas de cores usadas não
alcançaram uma combinação de cores clinicamente compatível. Entretanto, a
escala de cores Vitapan 3D- Master resultou nos menores valores de ΔE e erros
amostrais. O consenso pode ajudar a aprimorar os resultados estéticos usando as
escalas de cores Vitapan 3D-Master e Shofu NCC (LI; YU; WANG, 2009).
A cor de um dente é comumente determinada visualmente com o uso de
escalas de cores comerciais disponíveis, porém a seleção varia dependendo da
percepção da cor e da experiência do dentista, condições de luz do ambiente,
escala de cores, e o fundo do dente. Com o objetivo de comparar as diferenças da
escolha visual de cores por interobservadores e estimar a precisão da
discriminação de cor, este estudo foi realizado. Dois protesistas homens se
submeteram a um teste de calibração de cor, que exigiu a combinação correta de
10 escalas de cores tiradas de uma escala Chromascop (Ivoclar) com escalas de
cores tiradas de uma segunda Chromascop, que foram calibradas para combinar
com as primeiras. Um total de 33 voluntários, 17 homens e 16 mulheres entre 20 e
70 anos, foram recrutados como amostras para seleção de cores do terço médio do
incisivo central direito superior. A seleção de cores foi realizada usando duas
escalas de cores a escala Vitapan Classical de 16 cores e a Vitapan 3D-Master de
26 cores. Separadamente e sem comunicação, os dois protesistas selecionaram as
cores em trio e as ranquearam em ordem de “melhor seleção”, “segunda melhor
seleção”, e “terceira melhor seleção”. A seleção de cor foi feita sob as mesmas
condições de iluminação para todos os pacientes e a posição de cada paciente foi
padronizada. Afastadores labiais foram usados para permitir que a luz adequada
entrasse na cavidade oral. Quando os dois observadores completaram a seleção
de cores para todos os pacientes, primeiro, a melhor cor (a que ficou em primeiro
lugar no ranking do paciente) para cada paciente selecionada pelo observador A foi
comparada com a cor selecionada pelo observador B, para as duas escalas de
cores. A seleção de cores foi considerada em conformidade quando os
observadores selecionaram a mesma “melhor” cor, e em desconformidade quando
as cores selecionadas não eram as iguais. Cores em comum selecionadas pelos
observadores foram identificadas entre as 3 cores que cada observador escolheu.
Foi considerado conformidade quando se observou pelo menos uma cor em
comum independente da sua colocação no ranking, e desconformidade quando
37
não houve nenhuma cor em comum. A porcentagem de conformidade ou
desconformidade foi calculada para revelar a proporção de consenso entre os
observadores baseado na seleção de cores em comum. A diferença de cores
CIELab, ∆E*, entre a melhor cor selecionada e as cores em comum selecionadas
pelos observadores foi calculada para cada paciente. Análises estatísticas foram
feitas usando um teste t (Statistica 2007, StatSoft) para revelar diferenças entre os
observadores na seleção de cores. A conformidade interobservador foi de 30%
quando selecionando a melhor cor; entretanto, a razão cresceu para mais de 85%
para as cores em comum. Diferenças significativas não foram encontradas entre as
duas escalas de cores no que tange à diferença média de cor entre a melhor
escolha de cor e a escolha de cores comuns, enquanto que a Vita 3D-Master foi
superior à Vitapan Classical ao reduzir a diferença de cor interobservador de 0.8
para 0.2 (OH; KOH; O’BRIEN, 2009).
A seleção de cor pode ser feita utilizando um guia de cores,
espectrofotômetro, colorímetros, fotografias impressas ou analisadas digitalmente.
Infelizmente, guias de cores comuns não são providas de cores suficientes como
acontecem com os dentes naturais. Por isso espectrofotômetros e colorímetros são
muito utilizados em Odontologia por eliminarem possíveis erros como experiência
profissional. Este estudo avaliou os parâmetros da cor de escalas de cores e
compostos cerâmicos utilizando um colorímetro e método de imagem digital com
iluminação em temperaturas de cor diferentes. Duas resinas compostas diferentes
Charisma (Heraus Kulzer) e Premise (Kerr Corporation) e duas escalas de cor para
cerâmica Vita Lumin Vacuum, e Noritake, foram avaliadas com três diferentes
temperaturas de cor (2700K, entre 2700 e 6500K e 6500K). Dez cores das escalas
de cor foram selecionados. Valores de CIE LAB foram obtidos através de imagens
digitais e um colorímetro (NCC ShadeEye, Shofu), e analisados usando ANOVA e
correlação de Pearson. Enquanto os valores médios das escalas de cores L
*
de
ambas resinas e cerâmicas não foram afetados com a temperatura de cor, os
valores L
*
obtidos com o colorímetro apresentaram valores significativamente
inferiores aos da imagem digital. Na temperatura de cor entre 2700-6500K os
valores obtidos com o colorímetro digital não mostraram diferença estatística. Para
os compostos cerâmicos e as guias de cores os valores dos colorímetros e
imagens digitais apresentaram um alto nível de correlação. Métodos de imagem
digital podem ser uma alternativa para os colorímetros desde que a distância
38
câmera-objeto seja apropriado. No entanto, as variações das guias de cores
especialmente para os compósitos podem afetar a correlação (CAGLAR et al.,
2009).
2.5 IMAGENS DIGITAIS
A fotografia odontológica tem se beneficiado dos avanços tecnológicos que
ocorreram nos últimos anos. Os profissionais da área estética precisam
compartilhar informações sobre cores, formas e texturas com o protético, em uma
questão de extrema importância e que não deveria ser negligenciada, que é a
comunicação laboratorial. Existem no mercado diversas câmeras fotográficas para
o uso odontológico, este equipamento é composto de câmera (corpo), objetiva
(conjunto de lentes) e flash. A câmera ou corpo controla todas as funções de
captura de imagem. A objetiva serve para captar e transmitir ao sensor os raios
luminosos refletidos por qualquer objeto situado em ambiente iluminado. Para uso
odontológico o ideal é que sejam lentes teleobjetivas, macro, distância focal fixa
entre 100 mm e 105 mm, abertura mínima f-32. Para uma iluminação adequada, a
câmera deve possuir um flash eletrônico, pois proporciona uma temperatura de cor
neutra, estes flashes possuem temperatura de cor em torno de 5500K,
proporcionando luz branca. A luz do flash, quando corretamente utilizada,
proporciona qualidade adequada, transmite cor, relevo e textura. Em fotografia
odontológica existem basicamente três tipos de flashes: fontes de luz circular,
fontes de luz pontual simples e fontes de luz pontual dupla. Os flashes circulares
são os sistemas de iluminação mais comuns, práticos e utilizados, onde se obtêm
imagens com iluminação uniforme e sem sombras indesejáveis, porém gera
imagens com contorno e relevo atenuado. Os flashes pontuais possuem uma
iluminação na lateral da objetiva, podendo ser posicionada em diversos ângulos,
proporcionam fotografias com sombras e luzes com textura e profundidade. Por
sua vez os flashes pontuais duplos possuem duas luzes na lateral ou próxima da
objetiva, oferecem resultados excelentes, principalmente para dentes anteriores,
revelam detalhes superficiais, de textura, de transição de cores e da anatomia
tecidual que os flashes circulares não demonstrariam com tanta sutileza. Já nas
tomadas posteriores, seu uso é mais crítico, devido ao posicionamento das luzes.
Quando se deseja uma ampliação de imagem, necessita-se de acessórios como
39
lentes close-up, tubos de extensão, teleconvertores ou foles, isto quando se quer
uma visão macro, por exemplo, de apenas um dente, ou preparo dental
(FORTKAMP; BERNARDON, 2009).
Um dos melhores métodos de comunicar a cor para um local remoto é por
meio de fotografias coloridas. As cores mais verdadeiras são apresentadas pelas
transparências coloridas (slides), no entanto existem distorções definidas das cores
com a emulsão do filme, e apenas as cores relativas podem ser comunicadas. Para
ser mais eficiente, a guia de cor que mais se aproxima da cor desejada deve ser
colocada ao lado do dente adjacente e ser fotografada, o campo de visão deve
incluir a designação da unidade da cor. A fotografia dá uma descrição vívida da
translucidez, opacidade, das zonas de cores e da variação incisal relativas. Os
slides coloridos geralmente podem ser revelados em um dia, porém apesar da
técnica exigir a posse de equipamentos e filme fotográficos, o custo da seleção
melhorada da cor é rapidamente compensada pelo fato de se evitar reformas ou
decepções. Este método provou ser o mais eficiente de todos. A câmera de vídeo
intrabucal pode também ser de grande ajuda com a comunicação da cor pois ela
pode ser usada na forma descrita para uma câmera intrabucal convencional de 35
mm e, se houver uma impressora, deve ser feita uma impressão da imagem. Se o
técnico tiver um computador, as imagens podem ser estocadas em um meio
remoto (dependendo do tamanho do arquivo) e demonstradas no computador do
laboratório. Eventualmente, a vídeo conferência pode fazer parte do ambiente do
consultório e laboratorial para enfatizar ainda mais a comunicação verbal e visual.
Em todos os eventos, o técnico e o dentista precisam formar uma equipe que
busca melhor qualidade e esteja disposta a comunicar e aprender com os outros.
Até que as versões de escalas de cores e de porcelanas melhorem, o dentista e o
técnico serão forçados a usar mecanismos de compensação, como os descritos
(SPROULL; PRESTON, 2000).
Fotografias são auxiliares na comunicação sobre o que estamos vendo no
consultório, e o que queremos que o laboratório veja também, porém existem
alguns fatores que devem ser levados em consideração como, por exemplo,
diferentes impressoras podem render cores diferenciadas, não sendo acurados o
valor, croma e matiz do que foi visto clinicamente. Diferentes monitores podem
render diferentes tons da cor, é importante verificar que a imagem que está sendo
vista no nosso computador é a mesma que o laboratório está vendo em seu
40
monitor. Imagens digitais se tornaram um método muito efetivo na comunicação
com o laboratório. Quando fotografamos um trabalho intra oral, devemos utilizar
duas das cores que mais se aproximem da cor do dente do paciente. Tipicamente
uma imagem é feita com a escala de cor adjacente ao dente que está sendo
correspondido. É também recomendado que a fotografia deva ser feita com a
porção incisal da escala de cor em contato com a incisal do dente a ser combinado,
para ajudar a comunicar as gradações da incisal para cervical, como eles se
relacionam com a escala de cor, da mesma maneira, deve-se fotografar a porção
cervical da escala em contato com a cervical do dente. Estes auxílios fotográficos
auxiliam o laboratório na comparação da escala de cor com as nuances dos dentes
(KURTZMAN, 2008).
Diferentes recursos estão sendo preconizados com o objetivo de
transmissão de cores entre aquilo que o cirurgião dentista foi capaz de enxergar e
o resultado estético esperado do protético. O uso de fotografias são algumas das
tentativas de suprir a dificuldade de comunicação. Uma das formas mais aceitáveis
para se proceder a essa comunicação é através de diagramas, nos quais são
delimitadas as porções cervicais, geralmente mais saturadas e as de corpo.
Também é importante desenhar os diferentes desenhos da incisal, assim como as
características individuais que o dente possui e que se deseja transmitir
(BONFANTE, 1998).
As câmeras digitais tornam simples e rápido o envio de imagens pelo email.
Para uma avaliação abrangente, é preferível comparar a intensidade cromática das
palhetas que possuem a mesma disposição similar das encontradas na boca, para
verificar a intensidade cromática nas áreas cervicais, assim como invertê-las para
comparar a translucidez com a borda incisal do esmalte natural. As fotografias
devem ser realizadas em posições diferentes, com os dentes das escalas próximos
aos naturais escolhidos como referência. Para transmitir a cor ao laboratório, é
importante enviar fotos das palhetas de cor com diversos arranjos e sob diversos
ângulos. Se possível, montar as fotos para compará-las a distância, se o sistema a
ser usado é cerâmica pura, enviar fotos dos pilares com a escala relativa. Para
facilitar a comunicação pode-se criar e enviar um mapa cromático com matiz,
saturação, valor e caracterização. Se possível, enviar também fotos tiradas com
instrumentos eletrônicos. Para avaliar com precisão o matiz e a saturação das
áreas cervicais e a cor do corpo, é preferível orientar as palhetas de cor na mesma
41
posição dos dentes naturais, também é importante colocá-las topo a topo para
verificar a translucidez do terço incisal. Desta forma, o laboratório vai receber as
fotografias que reproduzem os dentes e as palhetas em diversos ângulos
(FRADEANI; BARDUCCI, 2009).
Para duplicar a cor de um dente natural três procedimentos são necessários:
determinação da cor do dente clinicamente, a comunicação da cor selecionada do
dentista ao técnico e a reprodução da cor na porcelana dentária. A seleção de cor
visualmente é muito subjetiva, pois varia muito de pessoa para pessoa. Outro fator
importante a se considerar é a experiência na área, pois é um fator determinante.
Imagens digitais são grandes auxiliares na seleção de cor, principalmente quando o
dentista deve descrever alguns efeitos ao técnico como, translucidez, hipoplasia de
esmalte ou descalcificação por exemplo. Para avaliar a eficácia de fotografias
digitais e software de computação gráfica para correspondência de cores em
relação a seleção de cor visual convencional foram selecionados doze palhetas da
escala de cor Vita 3D-Master para a seleção de cor, 5 palhetas de cor foram
selecionadas e fotografadas e nove observadores identificaram as cores de acordo
com as fotografias no computador, três configurações de flash foram comparadas.
Logo após os observadores escolheram a cor visualmente usando uma segunda
escala de cor em um ambiente simulando uma situação clínica. Por seguinte, os
observadores escolheram a cor das palhetas pelo uso da segunda escala de cor
agora com uma alternativa de correspondência no arranjo das palhetas no monitor
do computador. Para finalizar, as palhetas de cor foram arranjadas em um gráfico
em um programa de computador. Oito das doze palhetas (67%) foram calculadas
corretamente pelo software do computador, este método foi significativamente
melhor (p<0.02) que o método visual realizado na simulação clínica (32% de
correspondência correta) e com fotografias (28%). Seleção de cor por métodos de
fotografias digitais e softwares de computadores são significativamente mais
confiáveis que a seleção pelo método visual convencional (SCHROPP, 2009).
A fotografia do sorriso permite ao técnico compor a linha do sorriso, a largura
do sorriso e a presença e tamanho do corredor bucal. Entretanto, já que este
representa a expressão estática de uma ação dinâmica, a fotografia pode não
corresponder às expressões naturais do paciente. Assim, o clínico deve selecionar
as imagens mais apropriadas para este fim. A fotografia do sorriso também permite
a avaliação do formato e dimensão dos lábios, o que pode sugerir o formato e as
42
dimensões ideais das restaurações. Através das fotografias intraorais enviadas
com o checklist de laboratório, o técnico pode captar informações importantes
sobre o tipo e a textura dentária e também confirmar a validade das variações
solicitadas pelo clínico em termos de posição e morfologia dentária (FRADEANNI;
BARDUCCI, 2009).
Para avaliar se as câmeras digitais são eficazes na escolha de cor, Jarad,
Russel e Moss (2005), desenvolveram um método de seleção de cor combinando
as imagens digitais com a capacidade do observador em escolher cor, contra um
“padrão-ouro”, espectrofotométrico. Para isso duas escalas de cor Vita Lumin foram
utilizadas neste estudo, nove tons sendo selecionado a partir do primeiro guia de
cores Vita Lumin, A2, A3, A3.5, B2, B3, B4, C1, C2 e C3. Uma segunda escala de
cor foi utilizado para combinar com os tons selecionados. Uma câmera digital Nikon
foi usada para fazer as imagens digitais dos separadores sombra das duas guias
de sombra e as imagens foram processadas utilizando o software Adobe
Photoshop. Um total de 27 amostras (três repetições de cada sombra de nove
guias selecionados) foi combinado com uma escala de cores digital preparada a
partir de imagens digitais da segunda escala de cor por 10 observadores em uma
tela de computador. Os 10 observadores também acompanhados das guias de
cores, utilizando o método convencional de correspondência simulada em um chefe
fantasma. Além disso, os valores de cor foram obtidos a partir das imagens digitais
usando o Adobe Photoshop e quantificado de acordo com uma escala
internacionalmente reconhecidos como valores de cor CIE LAB. A análise
estatística mostrou uma diferença estatisticamente significativa entre o método
convencional e o método do computador com um 43% e 61,1% respectivamente
correspondência
correta.
Houve
também
uma
diferença
estatisticamente
significativa entre os observadores em ambos os métodos. Uma correlação
estatisticamente significativa alta dos valores de cor CIE LAB foram encontradas
entre os dois métodos de medição de cor. O método de seleção de cor pelo
método do observador correspondente foi significativamente melhor com o método
de computador comparado com o convencional. Houve uma grande variação na
capacidade do observador correspondente. A câmera digital pode ser usada como
um meio de medições de cor na clínica odontológica.
Fotografias digitais de alta qualidade tornaram-se o melhor método para se
comunicar cor. As imagens digitais podem ser imediatamente avaliadas, portanto
43
quando é feita a imagem e não está bem nítida ela pode ser rapidamente apagada,
os efeitos especiais podem ser mais bem visualizados alterando a exposição do
objeto à luminosidade, ângulo de visão e orientação do flash. Quando o flash da
máquina é posicionado de baixo ou de cima permite nuances no dente e uma
sombra claramente visualizada. Escalas de cor juntamente com fotografias devem
ser usadas em conjunto para escolher e transmitir as informações ao laboratório.
Escalas de cor são uma referência visual, e contrastando entre branco e preto
permite ao técnico determinar melhor o valor (CHU, 2007).
O emprego da câmera digital facilita muito o trabalho de seleção de cor. A
fotografia digital é um grande avanço no mundo da tecnologia no meio
odontológico. É de grande significado ter em mãos, fotografias que trazem muitas
informações e detalhes sobre o nosso paciente. Praticamente todas as câmeras
possuem a função de realizar tomadas em preto e branco. Desta forma, podemos
comprovar melhor se a quantidade de cinza do dente da escala de cor corresponde
ao grau de cinza dos dentes na boca. Numa imagem digital preta e branca, falta a
cor, desta forma, o valor ou o nível de claridade dos dentes a serem restaurados é
determinado. Este é o primeiro passo que devemos analisar na seleção de cor com
a escala Vitapan 3D-Master. Além disso, a vantagem de possuir uma foto, que
pode ser enviada via e-mail ou em alguma outra forma de gravação de dados ao
laboratório de prótese dentária. O segundo passo na seleção de cor é a
mensuração da intensidade ou saturação dos dentes naturais. Nesta etapa, as
câmeras digitais também ajudam muito, pois possuem uma função denominada
“bracketing” ou BKT. Bracketing significa que com um único apertar do botão do
disparador da câmera digital, se obtém três imagens com diferentes intensidades
de iluminação. A própria câmera regula a abertura do diafragma, para permitir a
passagem de diferentes quantidades de luz. Isto significa que a amostra do dente
da escala de cor e o dente natural, visualizaram de forma diferente dependendo da
luz incidente. Quando os dentes naturais e a amostra da escala forem iguais, em
três situações de iluminação diferentes, então a saturação dos dentes estará
correta. Além disso, novamente teremos três fotos que serão muito úteis ao técnico
em prótese dentária. Talvez seja suficiente para selecionar a cor, uma única
fotografia para determinar a saturação. Com a obtenção destas três imagens,
temos a finalidade de garantir ao laboratório, que, na seleção de cor, somente a luz
da câmera teve influência. O próximo passo é a determinação do matiz,
44
determinamos a tonalidade dos dentes com imagem da câmera digital, na qual se
compara o dente com a escala de cor. Este aspecto também é determinante pela
fotografia e é muito valioso para o técnico. As fotografias possuem não somente
informações sobre a cor, mas também sobre a textura de superfície e a forma,
fatores fundamentais para harmonização das próteses dentárias (CARMONA,
2006).
Se o técnico em prótese dentária não pode ter contato com o paciente em
pessoa, fotografias devem ser utilizadas para complementar e melhorar a
comunicação com o dentista. Fotografia de referência escalas de cores são
altamente eficazes como meio de comunicação, as fotografias digitais revelam
inúmeros detalhes no que diz respeito à seleção da cor (KAHNG, 2006).
O uso de câmeras digitais comerciais para capturar a cor na odontologia é
vantajoso no processo de reaplicação de cor para qualquer prótese crânio-facial,
dado que o potencial da câmera de capturar a cor policromática, assim como a
forma, textura e translucidez, em aplicações dentárias é importante também para
pesquisas clínicas que investigam cores. A precisão de cores de vários modelos de
calibração foram avaliados como aplicados a três câmeras digitais. A calibragem
adequada e o ajuste de cores entre as câmeras são necessárias para um melhor
desempenho. Neste estudo, as cores dependentes dos dispositivos foram
convertidas a um espaço de cores independente do dispositivo (ex: CIE LAB e
XYZ). A menor quantidade possível de quadrados polinomiais de modelos
regressivos foram usados para obter o mapeamento de valores RBG no espaço de
cores XYZ. Seis funções de interpolações de ordem 1 e 3 foram avaliadas em
escala 1:1. Foi avaliada a precisão das cores de diferentes tipos de calibragem em
3 câmeras digitais SLR comerciais para uso em odontologia e comparadas a
precisão da calibragem com a precisão da medição de cor. A precisão foi definida
como a diferença de cor CIE LAB entre o objeto dentário relevante (escala de
cores) e a imagem desta escala de cores. Valores CIE LAB de 264 cores de
fragmentos e de 65 escalas de cores foram medidos em um espectro-radiômetro.
Imagens digitais das amostras foram tiradas com máquinas digitais de modelo
Nikon D100, Canon D60 e Sigma SD9. Quatro modelos regressivos, foram
formulados a partir das cores CIE LAB e dos valores das imagens digitais. Os
valores das imagens digitais nos modelos de calibragem e foram comparadas aos
valores CIE LAB de medição. As escalas de cores CIE LAB foram previstas
45
aplicando-se os valores das imagens digitais nos modelos de calibragem e foram
comparadas aos valores CIE LAB de medição. Os resultados mostraram que 12
combinações câmeras/modelos de calibragem divergiram significativamente na
medição de cores. As câmeras digitais comerciais avaliadas, quando combinadas
com uma calibragem correta, mostraram potencial para uso no processo de
reaplicação de cores na clínica odontológica (WEE et al., 2006).
2.6 MAPAS DE COR
Um conjunto de lápis coloridos ou hidrográficas finas pode ser muito útil no
esboço de zonas de cores e variações na translucidez. Esses desenhos não
precisam ser obras de arte, mas devem definir adequadamente as áreas de
transição entre as cores, a translucidez e transparência relativas e cores
características. Tais esboços requerem uma narrativa que descreva o significado
de cada parte do desenho. Freqüentemente, a mera aproximação de cor de um
dente, na tentativa de descrevê-lo detalhadamente em um esboço, melhora a
percepção dos componentes reais da cor (SPROULL; PRESTON, 2000).
Para Carmona (2006) devemos enviar ao técnico maior número de
informações possíveis sobre a cor escolhida. Desenhos e diagramações devem ser
feitos e enviados juntamente com as fotografias digitais. Somente desta forma, o
técnico em prótese dentária irá conseguir realizar adequadamente seu trabalho. Na
dúvida entre mandar maior quantidade de dados e não enviar, devemos sempre
lembrar que quanto mais informações o técnico tiver, melhor será seu trabalho.
Após ser feita a seleção de cor de um dente, o dentista e o técnico em
prótese dentária, devem fazer um mapeamento da cor personalizada, então o
técnico faz um mapeamento com as cores de porcelana disponíveis. Mapeamento
de cores é um processo demorado, uma única cor não pode fornecer um adequado
resultado estético. Diferentes cores são necessárias desde o terço cervical, corpo e
terço incisal do dente, que também deve ser dividido de acordo com sua
caracterização mesial e distal, como também diferentes quando se refere ao
esmalte e dentina (Figura 7 e Figura 8). As escalas de cor podem servir com um
padrão e um lugar para começar, porém com a popularidade do clareamento,
estabelecer uma cor base pode ser difícil. Infelizmente as escalas de cores não
representam o valor dos dentes, este é outro motivo para não depender
46
exclusivamente das escalas de cores. Uma escala especial deve ser desenvolvida
para representar a opalescência, fluorescência e translucidez dos dentes (KAHNG,
2006).
Figura 7: Mapeamento de cor da dentina
Figura 8: Mapeamento de cor do esmalte
(CALGARO; BRESSAN, 2006)
(CALGARO; BRESSAN, 2006)
2.7 SELEÇÃO DE COR NO CONSULTÓRIO
A seleção de cor em prótese dental pode ser influenciada pelo ambiente,
que é normalmente o próprio consultório odontológico ou, eventualmente, o
laboratório de prótese. O ambiente deve ser constituído de cores neutras para
reduzir o cansaço visual, o estresse e a interferência desses fatores na seleção de
cores. Outro fator importante é que o paciente deve ser coberto por um campo
também de cores neutras para evitar que as suas roupas possam interferir no
momento da seleção de cor. Devemos também solicitar ao paciente que remova
qualquer maquiagem em excesso, inclusive o batom mesmo que seja de tonalidade
clara. O observador, no caso cirurgião-dentista assim como o protético, deve estar
sempre se aperfeiçoando, pois o domínio de cores é um aprendizado constante. O
paciente deve estar posicionado no mesmo nível dos olhos do observador, de tal
forma que a luz incida de maneira similar no dente da escala e no objeto, é
interessante manter distância similar à de conversação para determinação da cor,
correspondente a um braço esticado. Fazer determinação rápida da cor,
inicialmente do matiz, por aproximadamente por 5 segundos para evitar cansaço da
retina e visualizar as cores secundárias decorrentes desse cansaço. A seleção de
cor deve preceder ao próprio preparo dentário e fazer parte do planejamento, deve
47
ser feita uma profilaxia prévia, a superfície deve ser umedecida, dessa forma evita
que o dente fique desidratado, selecionar a cor dos dentes mais próximos do dente
a ser reposto (BONFANTE, 1998).
Antes de iniciar o procedimento da escolha da cor, o paciente deve remover
toda maquiagem e batom. No caso de suas roupas serem brilhantes ou coloridas é
prudente cobri-las com algum tecido neutro (cinza). Deve ser avaliada a cor do
remanescente dental, da mesma forma que a translucidez e a opacidade do dente,
isso pode influenciar na escolha do material restaurador. A escolha da cor é
efetuada no início da sessão, antes que os olhos fiquem fatigados durante o tempo
da consulta. É importante que o tempo da comparação do dente com a escala não
ultrapasse 7 segundos, a fim de evitar a fadiga dos cones da retina. Também é
importante determinar a cor quando os dentes estão hidratados, pois se desidratam
durante o preparo e sofrem alteração de cor. Com a escala de cores, avaliar
inicialmente as áreas de valor, seguido do matiz e do croma. Fazer uma fotografia
do sorriso do paciente e também dos dentes envolvidos, sempre com os
homólogos presentes. Se não tivermos mais referência na arcada superior é
interessante fotografar os dentes inferiores, a fim de avaliar as características de
translucidez e opacidade do esmalte dos dentes do paciente. Desenhar e
representar todas as estas informações em um mapa de cores, enviar todos estas
informações ao técnico (SHENKEL; MEZZOMO, 2006).
Quando se inicia o processo de seleção de cor, não deve passar de 5
segundos para não escolher incorretamente a cor, pois o olho humano se acomoda
com as cores vermelhas e amarelas, por isso é interessante que no decorrer da
escolha de cor, deve ser olhado para um fundo azul para recalibrar o olho entre
uma cor e outra. O paciente deve estar livre de qualquer maquiagem, e suas
roupas não devem ser brilhosas ou coloridas demais, nestes casos, devem ser
cobertas para não afetarem a seleção de cor. A cadeira do paciente deve estar
erguida e o nível dos olhos do paciente deve ser o mesmo do cirurgião dentista,
caso seja necessário o paciente deve ir até um local onde a luz seja a mais correta
para então dar-se início ao processo de escolha de cor com as escalas
(MENDELSON, 2006).
Com o objetivo de avaliar quais são as variáveis que interferem na seleção
de cor no consultório Amaral (2006) convidou 43 dentistas especialistas em
Prótese Dentária atuantes em Brasília, DF, Brasil, a analisar a cor de 12 dentes
48
artificiais Vitapan montados em modelo de gesso, comparando-os com a escala
Vita Lumin Vacuum, e também responderam um questionário que descreveu as
freqüências das seleções das cores feitas corretamente de acordo com os
quesitos: horário da escolha da cor, tipo da iluminação, cor das paredes do
consultório, a cor escolhida para os elementos 11, 12, 13, 21, 22, 23, 31, 32, 33,
41, 42, 43, características do observador, uso de descanso óptico durante a
seleção de cores e se o profissional retirou a escala de cores da seqüência em que
esta lhe foi oferecida, foram feitos cruzamentos das variáveis para analisar a
correlação entre elas e a escolha correta da cor dos dentes, para estabelecer
aquelas que estariam interferindo de alguma forma na seleção. Dentre os
resultados obtidos pelos testes exato de Fischer e Cochran, a iluminação foi o
único fator que interferiu na seleção feita, sendo a luz direta natural a mais
favorável, apesar do resultado não ter sido estatisticamente significante. A
habilidade individual variou de 4,7% a 62,8%, sem relação com as outras variáveis
estudadas, dependendo apenas da cor específica do dente, do seu volume e da
sua posição no arco.
2.8 COMUNICANDO A COR
A filosofia do tratamento restaurador protético integrado, centrado no
paciente como foco principal do tratamento, tem transformado a prótese dentária.
Entender o conceito de time no trabalho restaurador de excelência é pensamento
simples e lógico. Afinal, com vistas ao sucesso, dentista e técnico em prótese
dentária associados em uma ação comum, em conectividade e cooperação, terão
muito mais previsibilidade e conforto nas decisões, estratégias e execução. A nova
odontologia restauradora protética de parceria, de profissionalismo e amizade, abre
os canais para comunicação, para a divisão de responsabilidade e, especialmente,
para o bem-estar do paciente (KINA et al., 2008)
Se os princípios da cor são dominados pelo técnico e dentista, a
comunicação da cor é muito mais simples. Até que sejam desenvolvidas guias de
cores melhoradas que representem adequadamente a variação das cores dos
dentes naturais, o dentista deve confiar em várias ajudas na seleção da cor para
comunicá-la adequadamente. É claro que, se o técnico da fabricação estiver no
local, a consulta com o paciente terá um valor inestimável. Quando o técnico está
49
em um local remoto, a maioria das leis estaduais correntemente proíbe a consulta
na ausência de um dentista, e outros métodos devem ser usados. Se o ceramista
que está fabricando a restauração conhece as dimensões da cor, algumas das
modificações podem ser executadas durante a fabricação do contrário a escolha de
uma cor com valor mais alto e croma mais baixo irá manter o volume do espaço da
cor da restauração adequada, o que permite uma modificação adequada quando o
paciente chegar. É claro que o dentista deve ter os materiais e os equipamentos
adequados (corantes de cerâmica e forno de porcelana) para fazer tais
modificações, assim como tempo e vontade de fazê-las (SPROULL; PRESTON,
2000).
O resultado final de um trabalho é diretamente proporcional à qualidade do
desempenho técnico do cirurgião-dentista e do técnico do laboratório, e da
meticulosidade de comunicação entre estes dois indivíduos com respeito aos
aspectos específicos de um caso clínico. Logicamente, se tanto o cirurgião-dentista
quanto o técnico desempenham suas funções com excelência técnica, mas há
comunicação insuficiente para definir as sutilezas do caso, o resultado final
mostrará algum grau de comprometimento. Uma prescrição laboratorial completa
consiste em modelos pré-tratamento, pela observação dos detalhes da cor pelo
ceramista se possível de forma direta, pela elaboração de diagramas de
transmissão de cor, e com escalas de tonalidades, enviadas com moldagens finais
exatas (NIXON, 1998).
Comunicação de cor entre dentistas e laboratório é difícil, freqüentemente,
pelas várias nuances de cor da incisal a cervical, os pacientes podem identificar um
problema de cor da mesma maneira que os profissionais da Odontologia.
Primeiramente a ciência da cor deve ser compreendida, como o significado de
valor, croma e matiz. Após isso é necessário saber quais são os fatores que
influenciam no momento da seleção de cor, repassar passo a passo as
informações ao protético e por fim é necessário realizar corretamente o preparo
dentário e selecionar o melhor material para a restauração (MENDELSON, 2006).
Quanto maior for a qualidade dos dados que compartilhamos com nossos
técnicos, maior a chance que eles têm para nos fornecer uma restauração final que
corresponde ao que nós e que o paciente esperamos. A grande desvantagem dos
técnicos é que eles não têm contato visual com o paciente (GRIFFIN, 2009).
50
A comunicação efetiva entre o dentista e o laboratório é deficiente. Dentistas
recém formados não têm uma compreensão adequada das técnicas. Juszczyk,
Clark e Radfort (2009), investigaram a comunicação entre cirurgião dentista e
técnico em prótese a partir da perspectiva do técnico. Oitocentos e três laboratórios
formam convidados a participar por questionários sobre a comunicação e
compreensão dos dentistas de procedimentos técnicos. Apenas 9% tiveram a
comunicação como muito bom, 48% teve a comunicação com os dentistas recémformados melhor do que com os dentistas estabelecidos, mas apenas 26%
consideraram que os estudantes de odontologia foram ensinados a se comunicar
com laboratórios de prótese dentária de forma eficaz.
Manter uma boa comunicação com o laboratório é crucial para reduzir
problemas de cor. Canais de comunicação entre cirurgião dentista e laboratório
devem ser abertos, o técnico deve ser um membro do time do cirurgião dentista,
deve fazer parte da equipe. As informações repassadas devem ser adequadas
para assim o técnico conseguir realizar da melhor maneira possível seu trabalho,
através de imagens, desenhos ou da melhor maneira que o cirurgião dentista
encontrar para repassar informações preciosas, para isso é necessário uma
interação entre cirurgiões dentistas e técnicos de laboratório (MENDELSON, 2006).
Até o momento, foi pouco explorada a questão do relacionamento
profissional entre os cirurgiões-dentistas e os técnicos em prótese dental. Um
entrosamento entre ambos é necessário e essencial para a obtenção de uma boa
qualidade do trabalho protético. A fim de melhorar o trabalho entre cirurgiões
dentistas e técnicos, foram entrevistados 120 dentistas, sendo ou não
especialistas, moradores das cidades de Niterói e Rio de Janeiro que responderam
um questionário contendo 15 quesitos. Aproximadamente 37% dos CDs
pesquisados já haviam trabalhado com mais de três laboratórios de prótese
diferentes, enquanto que cerca de 28% destes haviam se estabelecido com um ou
dois laboratórios apenas. Em relação ao interesse em se aprofundar mais nos
conhecimentos em prótese laboratorial, 80% dos formulários indicavam que não
havia interesse em aprender, isto foi confirmado quando foi concluído que cerca de
42% dos entrevistados não achavam que deveriam ter aprendido mais sobre o
assunto ou não fazia falta e 55% achavam que deveriam ter aprendido mais.
Quanto à situação atual, foi constatado que mais de 42% dos CDs trabalha,
atualmente, com mais de três laboratórios diferentes, enquanto que 24% se
51
estabilizaram em termos de variabilidade de laboratórios protéticos. Com relação à
confecção de trabalhos próprios, 50,83% não achavam válido e 30% nunca fazem
os seus trabalhos, sendo que 17,50% alegam não terem tempo para efetuar estas
tarefas. Sobre conhecimentos técnicos uma porcentagem de 65% na qual os CDs
pesquisados somente estudaram prótese laboratorial nas suas pós-graduações,
enquanto que apenas 13% estudaram na graduação, e 9% destes nem sequer
estudaram o assunto em nenhum momento de sua vida acadêmica ou profissional.
Dos pesquisados, 65% não conhecem o laboratório do TPD com o qual trabalham
e mais de 265 acham que não é importante conhecer o laboratório do qual o CD é
cliente. Quando ocorre um problema, 70% dos pesquisadores não se acham
capazes de identificar uma falha ocorrida em um determinado trabalho. Quando
questionados sobre a análise técnica prévia dos trabalhos efetuados e enviados ao
protético, detectou-se que 54,17% não se preocupam, 20,83% não fazem nunca e
que apenas 2,50% fazem esta rotina. Quando ocorre algum erro por parte do CD, e
este identifica como sendo seu mais de 60% não assumem o erro ou culpam o
técnico pelo ocorrido, sendo que apenas 1,67% assumem o ocorrido. Sobre a
comunicação com o laboratório, 38,33% não achavam a comunicação um fator
importante, 30,83% achavam que poderia ser melhor e apenas 2,50% consideram
a comunicação excelente. Quanto ao relacionamento profissional, 50,83% não
possuem um bom relacionamento com seu técnico/laboratório, sendo que 15% não
acham importante se ter um bom relacionamento com o mesmo. Mais de 92% dos
questionários mostraram que quando o CD está em dúvida sobre um trabalho, ou
procuram um colega CD, ou não julgam necessário pedir orientação ao técnico que
executará o seu trabalho. Somente 2,5% sempre recorrem o TPD no caso de
dúvida. Quando questionados sobre serem superiores tecnicamente aos TPDs,
81,67% dos CDs responderam positivamente a esta afirmação e apenas 18,33%
não se consideram superiores. Dos CDs, 28,33% optam por laboratórios que
possuam os melhores preços, 63,33% optam pela qualidade final e 8,33% pela
rapidez na execução dos trabalhos. Os resultados apontam que deve haver uma
melhor relação de trabalho entre os CDs com os TPDs, para melhor realização do
trabalho. A relação de troca de informações, de cumplicidade entre os CDs e os
TPDs pode melhorar o resultado final dos trabalhos protéticos (GOUVÊA; FARIA;
PAULA, 2006).
52
3 DISCUSSÃO
A cor de um objeto irá depender do objeto, do observador e da iluminação. A
distribuição espectral da luz sob a qual um objeto é visto difere dependendo da
iluminação, por isso se torna um fator indispensável para a correta seleção de cor,
e deveria ser usada entre as 10 horas da manhã e às 15 horas da tarde
(BONFANTE, 1998; HAMMERLE et al., 2009, CORCODEL et al., 2010a). Já para
FERREIRA, 2002, a fonte de luz de maneira isolada não é tão determinante na
correspondência da cor. A temperatura luminosa adequada para realizar a seleção
de cor deve ser de 5500K (HAMMRLE et al, 2009, PARAVINA, 2002, SPROULL;
PRESTON, 2000, CAGLAR et al., 2009). Os dentes devem estar umedecidos no
momento de escolher a cor, e o paciente deve ser analisado em várias fontes de
luz como a natural e artificial, sendo fundamental que a luz seja a mesma para o
dentista e o técnico para evitar cores diferentes em cada ambiente. O profissional
deve sentar-se e ficar ao nível dos olhos do paciente, de modo que a luz solar
indireta ou a luz do dia incidam sobre os dentes (FRADEANI; BARDUCCI, 2009;
HAMMERLE et al., 2009, BONFANTE, 1998). A luz natural do dia é muito diferente
da iluminação fluorescente ou incandescente, a própria luz fluorescente pode ter
várias cores. A iluminação ideal, considerada padrão, é luz do meio dia durante o
verão com o céu claro. Pelo fato de variar muito durante as estações do ano, a
iluminação fluorescente é a iluminação artificial recomendada, com as cores
corrigidas e deve possuir um índice de representação superior a 90 (SPROULL;
PRESTON, 2000).
Dentre os métodos mais utilizados para selecionar a cor de dentes, estão as
escalas de cor. No que diz respeito ao correto uso destas, fica evidenciado que é
necessário um aprimoramento técnico da seleção de cor (FREITAS et al., 2008). O
método de seleção de cor visual, utilizando guias de cores é o mais difundido entre
os profissionais, porém é muito subjetivo, o que significa que varia muito de pessoa
para pessoa; a avaliação subjetiva revela a experiência dos participantes, sendo
assim, não é o método mais favorável segundo as pesquisas (PARAVINA 2009;
KLEMETTI et al., 2006). Existem diversas escalas de cores disponíveis no
mercado, e estas apresentam inúmeras limitações, como a quantidade inferior de
matizes quando comparadas ao dente natural, a quantidade de cores existente nas
escalas de cor é limitada na medida em que não representam todo espectro
53
encontrado em um dente, ausência de metal subjacente, quando será
confeccionada uma metalocerâmica, as escalas de cor não são confeccionadas
com o mesmo material da restauração, o que ajudaria a reduzir o efeito
metamerico. Para se tornarem mais confiáveis em uma seleção de cor o ideal seria
a confecção de uma guia de cores personalizada, o que inclui um suporte de metal
para simular as restaurações onde existem metal adjacente e possuir uma
espessura realista quando comparadas a restaurações (SPROULL; PRESTON,
2000; BONFANTE, 1998; SILVA et al., 2008). De acordo com o fabricante o
cirurgião dentista deveria utilizar a escala de cor de acordo com a marca da
cerâmica que irá se utilizar para a restauração protética (SHENKEL; MEZZOMO,
2006).
Recentemente instrumentos eletrônicos foram introduzidos no mercado,
entre eles está o espectrofotômetro que mede a cor como percebida pelo olho
humano, existe também os colorímetros, estes são desenhados para analisar
superfícies planas e
não funcionam tão bem superfícies curvas como as dos
dentes CHU;TRUSHKOWSKY; PARAVINA, 2010). Os espectrofotômetros são
muito utilizados para seleção de cor, sendo em inúmeros casos superior as escalas
de cor. A seleção de cor feita pelo espectrofotômetro é significativamente melhor e
com uma taxa menor de erro que a seleção de cor pelo método visual
convencional. No que diz respeito a fidelidade na escolha da cor, para o ensino e
também para o processo de seleção de cor o colorímetro digital pode ser um
instrumento útil, quando comparados a escala de cor (AL-HAMMAD; HAMMAD;
TASHKANDI, 2010, FRADEANI; BARDUCCI, 2009; KLEMETTI et al., 2006, PAUL
et al., 2004, SILVA et al., 2008).
Após ter sido feita a seleção de cor em ambiente com iluminação ideal,
deve-se enviar ao técnico a cor selecionada para confecção da restauração. Um
dos melhores métodos para fazer esta comunicação é através das fotografias
coloridas. Fotografias são auxiliares sobre o que estamos vendo no consultório e o
que queremos que o laboratório veja. Existem distorções das cores com a emulsão
do filme, diferentes monitores e impressoras podem não possuir a cor da matiz
encontrada. Seleção de cor pelo método de fotografias digitais é significativamente
mais confiáveis que a seleção de cor pelo método visual convencional, e revelam
inúmeros detalhes no que diz respeito a seleção de cor (SPROULL; PRESTON,
2000, KURTZMAN, 2008, SCHROPP, 2009, KAHNG, 2006, WEE et al., 2006;
54
JARAD; RUSSEL; MOSS, 2005; CARMONA, 2006). A guia de cor que mais se
aproxima da cor desejada deve ser colocada ao lado do dente adjacente e ser
fotografada, o campo de visão deve incluir a designação da unidade da cor, este é
o método mais eficiente de todos (SPROULL; PRESTON, 2000). Após fazer a
seleção de cor, devemos utilizar duas das cores que mais se aproximem da cor dos
dentes do paciente para fotografar. Uma imagem é feita com a escala adjacente ao
dente que está sendo correspondido. Com o objetivo de conseguir comparar as
características de translucidez incisal é recomendado que a fotografia deva ser
feita com a porção incisal da escala de cor em contato com a incisal do dente. Para
comunicar as gradações da incisal e cervical deve-se fotografar a porção cervical
da escala em contato com a cervical do dente para verificar a intensidade
cromática nas áreas cervicais. A fotografia do sorriso também permite a avaliação
do formato e dimensões dos lábios, o que pode sugerir o formato e as dimensões
da restauração (KURTZMAN, 2008, FRADEANI; BARDUCCI, 2009).
Uma das formas mais aceitáveis para comunicar a cor, é através de
diagramas, nos quais são delimitadas as porções cervicais, geralmente mais
saturadas e as de corpo, assim como os diferentes desenhos da incisal
(BONFANTE, 1998).
A tentativa de descrever a cor desenhando-a, melhora a
percepção dos componentes reais da cor (SPROULL; PRESTON, 2000). O
mapeamento de cor é um processo demorado, diferentes cores são necessárias,
desde o terço cervical, corpo, terço e incisal do dente (KAHNG, 2006).
O ambiente que será feita a seleção de cor deve ser constituído de cores
neutras para reduzir o cansaço visual (BONFANTE, 1998). O paciente deve estar
livre de qualquer maquiagem, principalmente batom, suas roupas devem ser
cobertas no caso de possuírem cores fortes e brilhantes (SHENKEL; MEZZOMO,
2000; BONFANTE, 1998; MENDELSON, 2006). O paciente deve estar posicionado
ao nível dos olhos do profissional, a determinação da cor deve ser rápida, por
aproximadamente 5 segundos para evitar cansaço da retina (BONFANTE, 1998;
MENDELSON, 2006). Para Shenkel e Mezzomo (2006) a comparação deve ser até
7 segundos e ainda, para Fradeani e Barducci (2009) o tempo de comparação deve
ser no máximo 8 segundos. É fundamental que os dentes sejam limpos com uma
profilaxia prévia e bem hidratados (BONFANTE, 1998; SHENKEL; MEZZOMO,
2006).
55
Quando os princípios de cor são dominados pelo cirurgião dentista e pelo
técnico em prótese dentária, a comunicação da cor é muito mais fácil (SPROULL;
PRESTON, 2000). O resultado de um trabalho é diretamente proporcional à
qualidade do desempenho técnico do protético, do cirurgião dentista e
principalmente das informações passadas sobre a seleção de cor, portanto quanto
maior for à qualidade dos dados, maior a chance da restauração final corresponder
ao que esperamos (NIXON, 1998; GRIFFIN, 2009).
56
4. CONCLUSÃO
Com base nos dados obtidos na revisão de literatura, pode-se concluir que a
seleção de cor deve seguir os seguintes passos:
- os dentes devem estar limpos e bem hidratados;
- o ambiente da seleção de cor deve possuir cores neutras, o paciente deve
estar livre de maquiagem, e suas roupas devem estar cobertas;
- o profissional deve estar ao nível dos olhos do paciente e a comparação da
cor com a escala não deve exceder 5 segundos;
- as escalas de cor disponíveis no mercado servem como um guia no
momento da seleção de cor, e devem ser usadas de acordo com o material
restaurador selecionado e, pelo fato de possuírem inúmeras limitações não devem
ser usadas isoladamente;
-
os
instrumentos
eletrônicos
como
colorímetros
digitais
e
espectrofotômetros são métodos eficientes de selecionar cor, sendo superiores as
escalas;
- a iluminação do ambiente da seleção de cor deve possuir iluminação do
tipo luz do dia (fluorescentes brancas) com temperatura de cor de 5500K;
A comunicação efetiva com o laboratório se dará pela quantidade e
qualidade das informações repassadas como:
- fotografias digitais devem ser feitas e enviadas ao técnico em prótese como
um auxiliar na seleção de cor, devendo ser realizadas com as escalas em posição
na cervical e na incisal dos dentes;
- um mapeamento das características dos dentes deve ser enviado ao
laboratório, a fim de proporcionar maiores informações ao técnico.
57
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61
ANEXOS
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ANEXO A – Checklist Estético
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65
66
ANEXO B – Checklist de Laboratório
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