Gêneros literários

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Teoria da literatura
LITERATURA
1ª série do Ensino Médio
Professora Marianna Aguiar
Em seus primeiros momentos de concepção – ainda na
Grécia –, o texto literário se apresentava de formas
diferentes, com características próprias.
Essa singularidade de cada concepção inspirou o filósofo
Aristóteles a criar a divisão do texto literário em gêneros.
 Épico
 Lírico
 Dramático
Gênero é um termo que expressa uma categoria
classificatória.
De acordo com a concepção dialógica da linguagem, ou
seja, a ideia de que a manifestação da linguagem
pressupõe comunicação, todo enunciado remete a um
sujeito, a uma fonte enunciativa, e provém de uma
intenção comunicativa. Além disso, esse enunciado é
regido por normas.
DRAPER,
Herbert
James. Ulisses e as
sereias. 1909. Nessa
pintura, temos a
representação de um
episódio do poema
grego Odisseia, que
conta a guerra de
Troia. Depois de
lutar
contra
os
troianos, Ulisses e
seus homens voltam
para casa. Mas,
nessa viagem, eles
têm de enfrentar o
assédio das sereias,
que seduzem os
homens com seu
canto, atraindo-os
para a morte no
fundo do mar.
O gênero épico remonta à Antiguidade e é representado pela
epopeia – longa narrativa em versos acerca das façanhas de
um herói, geralmente o representante de uma coletividade.
É um gênero narrativo, pois apresenta relatos de fatos
interligados que ocorrem ao longo de um certo tempo. A
marca principal dos textos narrativos é a relação temporal
que se estabelece entre os fatos.
epopeia
romance
novela
fábula
conto
crônica
Literatura de cordel
Na origem, os textos épicos eram escritos em verso, mas com o
tempo foram sendo apresentados também em prosa. Deuses,
heróis míticos e monstros também desapareceram e deram
lugar a histórias e dramas de indivíduos em situação
cotidiana, possibilitando maior identificação entre os leitores
e os personagens de ficção.
Na mitologia clássica, o herói era um homem de valor que
vencia os obstáculos da natureza. Nas epopeias, esse ser forte
e virtuoso representava a grandeza de sua nação. Com
variações, o herói assim caracterizado permaneceu na
literatura até meados do século XIX, quando surge o anti-herói, homem que perdeu sua força física e moral. Ele não se
diferencia dos demais seres humanos sob nenhum aspecto,
sua única distinção é o fato de ter sido escolhido pelo autor
para ganhar vida na obra literária.
Herói moderno ou
anti-herói
Herói clássico
• Não é virtuoso
• Homem comum
• Problematiza
a
condição do homem
moderno
• Homem divinizado, filho
dos deuses
• Idealizado:
coragem,
força, virtude, beleza,
inteligência
Diz
respeito
aos
textos criados para
serem
encenados
em um palco.
tragédia
comédia
drama
auto
Assim como o gênero narrativo, o dramático também apresenta o
desenvolvimento de uma ação: a situação inicial é quebrada por um
conflito e transformada. Mas, em geral, não há um narrador, são os
atores que tomam a palavra e se apresentam diante dos
espectadores, representando as ações dos personagens e fazendo
evoluir a história.
A poesia lírica corresponde,
desde sua origem na Grécia
antiga, à manifestação de
aspectos da subjetividade
de um “eu”, tratando dos
seus
comportamentos,
pensamentos, sentimentos e
vivências interiores.
soneto
elegia
haicai
ode
epigrama
idílio
balada
madrigal
Diferentemente do épico, em que a narrativa se realiza
no tempo, o gênero lírico é atemporal, os personagens
evocados, os objetos descritos, tudo, enfim, está a
serviço da expressão do “eu”. O tema geralmente é o
amor, a angústia ou o prazer em relação à vida, à dor
diante da morte, à indignação provocada por uma
injustiça
etc.
Portanto,
no
manifestação da subjetividade.
texto
lírico
ocorre
a
A forma de composição de um texto é indissociável de seu
conteúdo. Devemos observar a sonoridade das palavras, o
ritmo dos versos, as rimas. É a sequência de sílabas fortes e
fracas que dá ritmo ao poema.
De re pen te do ri so fez- seo pran to
1 2 3 4 5 6 7 8
9
10
Ao fazermos a divisão das sílabas poéticas, não devemos
levar em conta a divisão silábica gramatical, mas os sons, as
emissões de voz. Para calcular o número de sílabas poéticas
que um verso apresenta, devemos contar apenas até a última
sílaba tônica.
O número de sílabas poéticas de um verso é chamado de
metro. Por questão de ritmo, muitas vezes o poeta lança
mão de vários recursos para abreviar ou alongar uma sílaba
métrica. A elisão, que consiste na fusão de vogais no
encontro de palavras, é um dos recursos mais usados.
Perceba a diferença entre a métrica gramatical e a poética:
• Gramaticalmente, no verso a seguir, há doze sílabas.
As / es/pe/ran/ças/ vão/ co/nos/co/ à/ fren/te
1
2
3
4
5
6
7
8
9 10 11
12
• Poeticamente, há apenas dez sílabas métricas, pois a
última sílaba não é contada e há uma junção de duas
vogais.
As/ es/pe/ran/ças/ vão/ co/nos/co à/ fren/te
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Existem poemas que têm forma fixa, isto é, obedecem a
regras quanto ao número de estrofes e de versos e quanto
à disposição das rimas. Entre eles, temos:
• BALADA: composto por três oitavas ou três décimas, que
têm as mesmas rimas, seguidas de uma quadra ou
quintilha.
• HAICAI: poema de origem japonesa, composto por três
versos, sendo o primeiro e o último pentassílabos e o
segundo heptassílabo. Originalmente não possui rima; no
Brasil vem sendo retomado de maneira rimada.
RONDÓ: formado de três estrofes: uma quintilha, um
terceto e outra quintilha, com estribilho constante.
•
• SEXTINA: composição de seis sextilhas e um terceto,
apresenta versos decassílabos.
• VILANCETE: composto por um terceto e duas oitavas.
• SONETO: poema composto por quatorze versos, sendo
dois quartetos e dois tercetos. Apresenta, geralmente,
versos decassílabos ou alexandrinos.
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