RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 1 PRINCÍPIOS DE ESTÁTICA DE VIGAS BIAPOIADAS Prof. DORIVAL – Fev / 2015 1 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 1 Cargas centradas Prof. DORIVAL – Fev / 2015 2 CONTEÚDO DAS AULAS – 1º período • Vínculos estruturais • Estruturas • Equações do Equilíbrio Estático • Resolução de exemplo Prof. DORIVAL – Fev / 2015 3 VÍNCULOS ESTRUTURAIS - Conceito São os apoios e elementos de construção que impedem os movimentos de uma estrutura. Prof. DORIVAL – Fev / 2015 4 VÍNCULOS ESTRUTURAIS Exemplos: Concreto Parafusos em estruturas metálicas Mancal de Rolamento Vincula o eixo em uma base Vincula o poste no chão Prof. DORIVAL – Fev / 2015 5 Vincula uma barra na outra, ou em outras. VÍNCULOS ESTRUTURAIS Classificação: • Feita em função da direção do(s) movimento(s) que ele impede. Para identificar, portanto, de que tipo é um vínculo, deve-se estudar a forma construtiva do mesmo, verificando que tipo de movimento ele restringe Prof. DORIVAL – Fev / 2015 6 VÍNCULOS ESTRUTURAIS - tipos 1) Vínculo Simples ou Móvel: Este tipo de vínculo impede o movimento de translação na direção normal ao plano de apoio, fornecendo-nos desta forma, uma única reação (normal ao plano de apoio). Representação Simbólica: Prof. DORIVAL – Fev / 2015 7 VÍNCULOS ESTRUTURAIS - tipos Exemplos de vínculo Simples ou Móvel: Barra Metálica Cavaletes com cordas Os cavaletes só reagem com forças de apoio (desprezar atritos) na vertical, ou seja, se a barra for impelida na horizontal, ela se movimentará e os cavaletes não impedirão esse movimento. Prof. DORIVAL – Fev / 2015 8 Acima, em azul, estão as direções possíveis para reações nos vínculos simples (p/ cima e p/ baixo) VÍNCULOS ESTRUTURAIS - tipos 2) Vínculo Duplo ou Fixo: Este tipo de vínculo impede o movimento de translação tanto na direção normal ao plano de apoio como na direção paralela, fornecendo-nos desta forma, duas componentes que formam uma reação. Representação Simbólica: • Reações Paralelas • Reações Normais • Resultantes Prof. DORIVAL – Fev / 2015 9 VÍNCULOS ESTRUTURAIS - tipos Exemplo de vínculo Duplo ou Fixo: Barra Metálica Cavaletes com Parafusos Agora, os cavaletes reagem com forças de apoio na vertical e na horizontal, ou seja, se a barra for impelida em qualquer direção, ela não se movimentará, os parafusos impedirão esse movimento. Prof. DORIVAL – Fev / 2015 10 Assim, todas são as direções possíveis para reações nos vínculos duplos (p/ cima, p/ os lados e p/ baixo) VÍNCULOS ESTRUTURAIS - tipos 3) Engastamento: Este tipo de vínculo impede a translação em qualquer direção, impedindo também a rotação do mesmo através de um contramomento, que bloqueia a ação do momento de solicitação. Representação Simbólica: • Reações Normais • Reações Paralelas • ContraMomento Prof. DORIVAL – Fev / 2015 11 VÍNCULOS ESTRUTURAIS - tipos Exemplo de Engastamento: Ação Barra Metálica Reação Supondo que a barra agora tenha sido chumbada na parede, ou seja, esteja envolvida por concreto, ela não pode se movimentar na horizontal, na vertical e não pode girar. Prof. DORIVAL – Fev / 2015 12 A tendência da barra é girar.... mas o ContraMomento não permite isso O QUE É UMA ESTRUTURA? É o conjunto de elementos de construção vinculados que tem a função de receber, suportar ou transmitir esforços. Prof. DORIVAL – Fev / 2015 13 ESTRUTURAS Exemplos: Vigas da ponte rolante Guindaste Treliças Ao ser carregado, o guindaste suporta o peso do objeto que está carregando e o transfere para a sua coluna. Prof. DORIVAL – Fev / 2015 Transmite a carga pendurada para as colunas. 14 A treliça distribui um esforço por todas as barras de sua composição. ESTRUTURAS - Classificação Podemos classificar as estruturas em função de como estão vinculadas nas suas bases Para identificar, portanto, de que tipo é uma estrutura, deve-se saber quais são os vínculos que as suporta, e de que tipo são, ou seja, verificar sua estaticidade Prof. DORIVAL – Fev / 2015 15 ESTRUTURAS - Tipos 1) Estrutura hipoestática Este tipo de estrutura é instável quanto a estaticidade, portanto quase inexistentes em termos de aplicação. Exemplo: Representação: Forças na horizontal Peso da Caixa Reações de apoio Prof. DORIVAL – Fev / 2015 16 ESTRUTURAS - Tipos 2) Estrutura hiperestática Por ter reações “demais” tanto na horizontal como na vertical, o cálculo da estrutura hiperestática se torna impossível pelas equações da estática. Tração na corda Exemplo: Reações horizontais Reações Verticais Parafusos Prof. DORIVAL – Fev / 2015 Apoio duplo Neste caso é impossível determinar o valor de cada uma das Reações horizontais 17 ESTRUTURAS - Tipos 3) Estrutura Isostática É o tipo mais aplicado em cálculo de estruturas, por ser facilmente calculado a partir das equações da estática. O vínculo duplo trabalha dando rigidez na direção paralela e o vínculo simples permite possíveis alongamentos da barra (conforme veremos mais adiante). NÃO EXISTE NA PRÁTICA, SOMENTE SERVE PARA CRIAR MODELO MATEMÁTICO Parafusos Tração na corda Reação horizontal Reações Verticais Consideramos Somente tendo um dos vínculos um duplo e o outro simples representado como simples, podemos calcular a estrutura Prof. DORIVAL – Fev / 2015 18 MAS,…O QUE É ESTÁTICA? É O RAMO DA FÍSICA QUE ESTUDA OS CORPOS EM EQUILÍBRIO MAS,… O QUE É EQUILÍBRIO ? Prof. DORIVAL – Fev / 2015 19 EQUILÍBRIO DINÂMICO Quando um corpo ou uma estrutura tem todos os esforços que atuam sobre ele se anulando, dizemos que ele está em equilíbrio O equilíbrio é dinâmico quando o corpo ou estrutura tem velocidade constante diferente de zero. O automóvel, quando tem velocidade constante, sofre a ação das forças… Peso Força do motor Reações normais do chão Velocidade constante Atrito com o chão Elas se anulam, causando o EQUILÍBRIO DINÂMICO Prof. DORIVAL – Fev / 2015 20 EQUILÍBRIO ESTÁTICO Já quando um corpo apresenta velocidade nula apesar de estar sendo solicitado por forças dizemos que este corpo está em equilíbrio estático Este é o conceito mais aplicado em resistência dos materiais O guindaste, mesmo sem se movimentar, sofre a ação de várias forças: Peso do Caixote – F1 Peso Próprio – F2 Peso do Contrapeso – F3 Reação de apoio do solo – F4 Elas se anulam, causando o EQUILÍBRIO ESTÁTICO Prof. DORIVAL – Fev / 2015 21 EQUILÍBRIO ESTÁTICO Além de as forças em sentidos opostos se anularem, o efeito de giro se anula também. Dizemos, portanto, que os momentos de cada uma das forças em relação a um dado ponto se anulam. A esse ponto damos o nome de POLO. Ele pode ser qualquer ponto. A F2 F3 D3 = 0 M3 = 0 Adotando o ponto A como pólo, temos: Momento do Peso do Caixote – M1 Momento do Peso Próprio – M2 Momento da Reação do solo – M4 F4 F1 D4 D2 Observe que o momento da Força F3 é nulo, pois sua distância até o polo é zero D1 Prof. DORIVAL – Fev / 2015 22 EQUAÇÕES DA ESTÁTICA Para calcular reações de apoio atuantes em uma estrutura, usamos 3 equações: Ou seja: Forças Forças para a = para a esquerda direita Forças para cima Forças = para baixo Adotando os sentidos: Prof. DORIVAL – Fev / 2015 23 Momentos Momentos AntiHorários = horários EQUILÍBRIO ESTÁTICO Exemplo: Considere uma barra biapoiada (VIGA) nos vínculos A e B sofrendo a ação da força F1, de 12kN, inclinada à 30º da horizontal F1 A 1m Prof. DORIVAL – Fev / 2015 30º 3,5 m B 2,0 m 24 1,5 m EQUILÍBRIO ESTÁTICO 1º PASSO: Representar todas as forças que atuam sobre a barra (ações e reações), decompondo as forças inclinadas. F1 RAy F1 . sen 30º 30º A F1 . cos 30º 1m 3,5 m RBy B RBy – Reação de apoio vertical em B RBx 2,0 m RAy – Reação de apoio vertical em A 1,5 m RBx – Reação de apoio horiz. em B OBS: Como saber se o sentido adotado para as reações é o correto? RESP: A princípio não sabemos, mais a frente verificaremos se o sentido escolhido foi o correto VERIFICANDO O SINAL DO RESULTADO Prof. DORIVAL – Fev / 2015 25 EQUILÍBRIO ESTÁTICO Em seguida é necessário usar as equações do equilíbrio. nesse caso, devemos saber o valor de cada uma das componentes das forças aplicadas na estrutura. Valor das componentes: Horizontal (em x): 12 . cos 30º = 10,39 kN Vertical (em y): 12 . sen 30º = 6 kN Prof. DORIVAL – Fev / 2015 26 EQUILÍBRIO ESTÁTICO 2º PASSO: Aplicar as 2 primeiras equações: +10,39 – RBx = 0 – RBx = – 10,39 10,39 kN RBx RBx = +10,39 (I) O valor deu POSITIVO: o sentido escolhido é o sentido real da força. Prof. DORIVAL – Fev / 2015 27 EQUILÍBRIO ESTÁTICO 2º PASSO: Aplicar as 2 primeiras equações: +RAy – 6 + RBy = 0 RAy + RBy = 6 ( II ) 6 kN RAy Prof. DORIVAL – Fev / 2015 RBy Note que os valores encontrados com as duas primeiras equações não são suficientes para determinar o valor das reações de apoio. Para isso, usamos a equação dos momentos. 28 EQUILÍBRIO ESTÁTICO 3º PASSO: Determinar um pólo de giro e aplicar a 3ª equação: Polo adotado: Ponto B O pólo serve como referência para os momentos que usaremos no cálculo. Esses momentos terão seu sinal em função do sentido de “giro”da força 6 kN RBy RAy A B 10,39 kN RBx 1m Prof. DORIVAL – Fev / 2015 3,5 m 2,0 m 29 1,5 m CÁLCULOS +(RBy . 0) +(RAy . 5,5) – (6 . 2) = 0 5,5 . RAy = 12 RAy = 12 / 5,5 RAy = 2,18 kN (III) O valor deu POSITIVO: sentido calculado é o real Prof. DORIVAL – Fev / 2015 30 CÁLCULOS Já sabemos o valor de RAy. Agora, podemos calcular o valor de Rby, a partir da equação II: RAy + RBy = 6 2,18 + RBy = 6 RBy = 6 – 2,18 RBy = 3,82 kN (III) O valor também deu POSITIVO: sentido calculado é o real Prof. DORIVAL – Fev / 2015 31 CÁLCULOS Agora, calculamos a resultante entre RBy e RBx, que se chama RB. Como elas são ortogonais, usamos o teorema de Pitágoras. OBS.: QUANDO O RBX FOR ZERO, RB É O PRÓPRIO RBY: RB RBy RBx Prof. DORIVAL – Fev / 2015 32 CÁLCULOS Para finalizar, obtemos o ângulo de inclinação a em relação à direção x, por trigonometria. OBS: QUANDO RBX FOR ZERO, A INCLINAÇÃO ALFA É 90 GRAUS: RB RBy a RBx Prof. DORIVAL – Fev / 2015 33 RESULTADOS Abaixo está representada a viga biapoiada com as forças F1, RA e RB F1 = 12 kN RB = 11,07 kN RAy = 2,18 kN A Prof. DORIVAL – Fev / 2015 30º 20,19º 34 B Cargas centradas EQUILÍBRIO ESTÁTICO Resolver cada aluno a sua lista de exercícios, comparar com os integrantes de seu grupo. No dia da entrega ao apresentarem cada um o seu trabalho, o professor sorteará um deles para a correção. O grupo deverá entregar preenchida a folha de avaliação processual na resolução dos exercícios. Prof. DORIVAL – Fev / 2015 35 EQUILÍBRIO ESTÁTICO Cargas distribuídas Prof. DORIVAL – Fev / 2015 36 Cargas distribuídas Vamos estudar agora a ação de cargas que atuam ao longo de um trecho O peso próprio de uma viga O peso de uma caixa d'água atuando sobre uma viga Prof. DORIVAL – Fev / 2015 37 Cargas distribuídas Resultante F e seu posicionamento na barra. q = intensidade de carga. A resultante F da carga distribuída atua no ponto ℓ / 2 e será (q x ℓ) ∑MB = 0 ∑MA = 0 (q x ℓ) x (ℓ /2) - RAy x ℓ = 0 (q x ℓ) x (ℓ /2) - RBy x ℓ = 0 (q x ℓ) x (ℓ /2) = RAy x ℓ (q x ℓ) x (ℓ /2) = RBy x ℓ RAy = (q x ℓ) x (ℓ /2) ℓ RBy = (q x ℓ) x (ℓ /2) ℓ RAy = q x (ℓ /2) Prof. DORIVAL – Fev / 2015 38 RBy = q x (ℓ /2) Cargas distribuídas Resultante F e seu posicionamento na barra. A carga distribuída, variando de 0 a q, poSsui resultante F com intensidade (q x ℓ) / 2, que atuará a uma distância ℓ / 3, neste caso, do apoio B, que corresponde ao centro de gravidade do triângulo. Prof. DORIVAL – Fev / 2015 ∑MA = 0 ∑MB = 0 (q x ℓ)/2 x 2/3 ℓ - RBy x ℓ = 0 RAy x ℓ - (q x ℓ)/2 x ℓ/3 = 0 (q x ℓ)/2 x 2/3 ℓ = RBy x ℓ RBy = (q x ℓ)/2 x 2/3 ℓ ℓ RAy x ℓ = (q x ℓ)/2 x ℓ/3 RBy = (q x ℓ) / 3 RAy = (q x ℓ) / 6 39 RAy = (q x ℓ)/2 x ℓ/3 ℓ Cargas distribuídas ∑MA = 0 30x3 +15x4 - 6 RBy = 0 90 +60 = 6 RBy RBy = 150 6 RBy = 25kN Prof. DORIVAL – Fev / 2015 40 Exemplo de aplicação ∑Fv = 0 30 +15 – Ray - RBy = 0 45 = Ray + RBy RAy = 45 – RBy RAy = 20kN Cargas distribuídas EQUILÍBRIO ESTÁTICO Resolver cada aluno a sua lista de exercícios, comparar com os integrantes de seu grupo. No dia da entrega ao apresentarem cada um o seu trabalho, o professor sorteará um deles para a correção. O grupo deverá entregar preenchida a folha de avaliação processual na resolução dos exercícios. Prof. DORIVAL – Fev / 2015 41 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 1 TRAÇÃO E COMPRESSÃO Prof. DORIVAL – Fev / 2015 42 CONTEÚDO DAS AULAS – 2º período • Forças axiais de tração e compressão. • Tensão Normal e seus efeitos. • Lei de Hooke. • Regimes de deformação. • Exemplos de cálculos resolvidos. Prof. DORIVAL – Fev / 2015 43 FORÇAS AXIAIS Ao ser feito um corte transversal na peça, observamos na superfície uma seção também transversal, definida por uma superfície plana com o formato do perfil ou geometria da peça. Seção transversal Prof. DORIVAL – Fev / 2015 44 FORÇAS AXIAIS Definição: Força axial é aquela que atua perpendicularmente (normal) sobre a área da seção transversal da peça. Prof. DORIVAL – Fev / 2015 45 FORÇAS AXIAIS Área da seção transversal: Área de seção quadrada: A=LxL Área = L² Prof. DORIVAL – Fev / 2015 Área de seção circular: A = ¶ . R² A = ¶ . d² / 4 46 Área de seção triangular: A = (b x h) / 2 FORÇAS AXIAIS Tração e compressão A ação de uma força axial atuante, em uma peça, originará, tração ou compressão. Ligação ou nó é todo ponto de interligação dos elementos. Resultante Ligação ou Nó Peça tracionada > nó puxado Peça comprimida > nó empurrado Prof. DORIVAL – Fev / 2015 47 FORÇAS AXIAIS Tração e compressão TENSÃO NORMAL Definição: Tensão Normal é a distribuição por igual de uma força axial na seção transversal da peça tracionada ou comprimida. Para uma força axial aplicada, quanto maior for a área da seção transversal, menor será a tensão, porque ela se distribui em um “maior espaço” Prof. DORIVAL – Fev / 2015 48 FORÇAS AXIAIS Tração e compressão Decomposição de força em componentes ortogonais Método das projeções Colocar os vetores representativos das forças Prof. DORIVAL – Fev / 2015 F1y = F1 . cosβ = F1 . senα F1x = F1 . cosα = F1 . senβ Conhecidos Fx e Fy determine α e β 49 tgα = Fy / Fx tgβ = Fx / Fy FORÇAS AXIAIS Tração e compressão Método dos polígonos Colocar os vetores representativos das forças Lei do senos Prof. DORIVAL – Fev / 2015 50 FORÇAS AXIAIS Exemplo de cálculo de forças normais 1. Determinar as forças normais atuantes nos cabos, com carga P = 1,4 tf e α = 53º, utilizando o método das projeções. F1y = F1 . senα F1x = F1. cosα ΣFy = 0 P = F3 = F1y = F1 . sen α = 1,4 tf F1 = F1y / sen α > 1,4 / sen 53º = 1,75 tf F1x = F1 . Cos α > 1,75 . Cos 53º = 1,053 tf Prof. DORIVAL – Fev / 2015 51 F1 = 1,75 tf F2 = 1,053 tf F3 = P = 1,4 tf FORÇAS AXIAIS Exemplo de cálculo de forças normais 1. Determinar as forças normais atuantes nos cabos, com carga P = 1,4 tf e α = 53º, utilizando o método dos polígonos. Cálculo de F1 e F2 pela lei dos senos: F1 = 1,75 tf F2 = 1,053 tf F3 = P = 1,4 tf Prof. DORIVAL – Fev / 2015 52 FORÇAS AXIAIS Tração e compressão Determinação analítica da resultante de duas forças que formam entre si ângulo α ∆ OAD Pitágoras: F2 = (F2 + x)2 + y2 ∆ ACD y = F 12 – x 2 y = F1 x sen α x = F1 x cos α Exemplo: As cargas F1 = 200N e F2 = 600 N formam entre si um ângulo α de 60º. Determinar: - a resultante das cargas (F) e F2 = 2002 + 6002 + 2.600.200.cos60º F = 721 N - o ângulo (Ө) que F forma com F2. tgӨ = 200 . sen60º / 600 + (200. cos60º) Ө = 13º54’ Prof. DORIVAL – Fev / 2015 53 FORÇAS AXIAIS Exemplo de cálculo de forças normais Resolver a Lista de exercícios L3 Prof. DORIVAL – Fev / 2015 54 TENSÃO NORMAL Recordando: Notação científica: Serve para expressar números muito grandes ou muito pequenos. O segredo é multiplicar um número pequeno por uma potência de 10. Para transformar um número grande qualquer em notação cientifica, devemos deslocar a vírgula para a esquerda até o primeiro algarismo: 200 000 000 000 > 2, 00 000 000 000 Neste caso a vírgula avançou 11 casas para a esquerda, então em notação científica este numero fica: 2 . 1011 Para com valores pequenos, é só mover a virgula para a direita: 0,0000000586 > 5,86 (avanço de 8 casas) > 5,86 . 10-8 Prof. DORIVAL – Fev / 2015 55 TENSÃO NORMAL Prefixos SI Sistema Internacional Prof. DORIVAL – Fev / 2015 56 TENSÃO NORMAL Múltiplos de Pa no SI (Sistema Internacional) Prof. DORIVAL – Fev / 2015 57 TENSÃO NORMAL Recorddando: Conversão de unidades: Múltiplos Submúltiplos Giga Mega quilo hecto deca 109 106 103 102 101 G M k h da km² hm² dam² km hm kN kPa GPa MPa deci centi mili 10-1 10-2 10-3 x10 x100 X 1000 d c m m² dm² cm² mm² dam m dm cm mm hN daN N dN cN mN hPa daPa Pa dPa cPa mPa 100 1/10 mm 1/100 mm 1/1000 mm décimo centésimo μm Ex.: Converter 2.1015 cm² em km². De cm² para km² a vírgula deverá ser deslocada 5 casas e como é elevado ao quadrado multiplica-se por 2, ou seja a vírgula deverá ser deslocada para a esquerda 10 casas, portanto expoente negativo. 2.1015 x 10-10 = 2.105 km² Prof. DORIVAL – Fev / 2015 58 TENSÃO NORMAL Exemplos de cálculos de conversão: 1. A unidade de tensão utilizada no SI (Sistema Internacional), o MPa (megapascal) corresponde a 106 Pa ou 106 N/m², Determinar as relações entre: a. MPA para N/cm² Prof. DORIVAL – Fev / 2015 59 TENSÃO NORMAL Exemplos de cálculos de Tensão: 1. A unidade de tensão utilizada no SI (Sistema Internacional), o MPa (megapascal) corresponde a 106 Pa ou 106 N/m², Determinar as relações entre: b. MPa e N/mm2 = Prof. DORIVAL – Fev / 2015 60 TENSÃO NORMAL Exemplos de cálculos de Tensão: 1. A unidade de tensão utilizada no SI (Sistema Internacional), o MPa (megapascal) corresponde a 106 Pa ou 106 N/m², Determinar as relações entre: c. MPa para Kgf/cm2 = Prof. DORIVAL – Fev / 2015 61 TENSÃO NORMAL Exemplos de cálculos de Tensão: 1. A unidade de tensão utilizada no SI (Sistema Internacional), o MPa (megapascal) corresponde a 106 Pa ou 106 N/m², Determinar as relações entre: d. MPa para Kgf/mm2 = Prof. DORIVAL – Fev / 2015 62 TENSÃO NORMAL Conversão de unidades: 1 Kgf (quilograma-força) = 9,80665N (Newton) 1 kN (quilonewton) = 1000 N 1 Pa (Pascal) = = = = = = 1 N/m² 1.10-4 N/cm² 1.10-6 N/mm2 1.10-3 kN/m² 1.10-9 GPa 1.10-6 MPa 1 MPa (megapascal) = 1 N/mm² = 106 Pa = 106 N/m² = 10² N/cm² = 10,197 kgf/cm² = 0,10197 kgf/mm² Prof. DORIVAL – Fev / 2015 63 TENSÃO NORMAL = tensão normal atuante (Pa;...) F = Força axial na peça (N;...) A = Área da seção transversal (m²;...) Unidades de medidas aplicadas para tensão Normal: N/m2 Kgf/m2 kgf/cm² N/m² = Pa = PASCAL Prof. DORIVAL – Fev / 2015 64 TENSÃO NORMAL Exemplos de cálculos de Tensão: 1. Calcule a tensão norma em uma peça de seção transversal de 25 cm2 submetida a uma força F de 5000N nas unidades: a. N/cm2 = b. N/m2 = c. N/mm2 = d. Kgf/cm2 = e. MPa = Prof. DORIVAL – Fev / 2015 65 TENSÃO NORMAL Exemplos de cálculos de Tensão: 2. Se a tensão normal em uma peça de seção quadrada de 30 mm de lado é de 7 MPa, calcular a carga axial (Força F) aplicada nela, nas unidades: a. N, b. kN e c. Kgf. Resolução: 1º passo: Iniciar pelo cálculo da área nas unidades de tensão normal, mais usuais: N/m², N/cm² e N/mm² Lado do quadrado 30 mm 3 cm 0,03 m ou 3 x 10-2 m Área 900 mm² 9 cm² 0,0009 ou 9 x 10-4 m² Se sua calculadora não elevar a valor negativo, para 10-2, inverta o número, ou seja, 1/10 e eleve ao expoente 2. Prof. DORIVAL – Fev / 2015 66 TENSÃO NORMAL 2º passo: Converter a tensão dada (7 MPa) no exercício em outras unidades: Sabendo que: 1 MPa = 1 x 106 N/m2 = 1 N/mm2 e 1 kgf = 9,8 N, então por regra de 3, temos que para 7N = 0,714 kgf 7 MPa = 7 x 106 N/m2 = 7 N/mm2 = 0,714 kgf/mm2 3º passo: Aplicar a fórmula da tensão normal σ = F/A (espaço para a resolução) a. b. c. Prof. DORIVAL – Fev / 2015 67 TENSÃO NORMAL Sabendo que: 1 MPa = 1 x 106 N/m2 = 1 N/mm2 e 1 kgf = 9,8 N, então por regra de 3, temos que para 7N = 0,714 kgf 7 MPa = 7 x 106 N/m2 = 7 N/mm2 = 0,714 kgf/mm2 3º passo: Aplicar a fórmula da tensão normal σ = F/A a. F = σ.A = 7 x 106 N/m² x 9 . 10-4 m² = = 7N x 9 x 106 x 10-4 = 63N x 102 = F = 6300 N Prof. DORIVAL – Fev / 2015 68 TENSÃO NORMAL Sabendo que: 1 MPa = 1 x 106 N/m2 = 1 N/mm2 e 1 kgf = 9,8 N, então por regra de 3, temos que para 7N = 0,714 kgf 7 MPa = 7 x 106 N/m2 = 7 N/mm2 = 0,714 kgf/mm2 3º passo: Aplicar a fórmula da tensão normal σ = F/A kN hN daN N dN cN mN 1 kN = 1000 N b. F = σ.A = 7 N/mm2 x 900 mm2 = 6300N / 1000N = F = 6,3 kN Prof. DORIVAL – Fev / 2015 69 TENSÃO NORMAL Sabendo que: 1 MPa = 1 x 106 N/m2 = 1 N/mm2 e 1 kgf = 9,8 N, então por regra de 3, temos que para 7N = 0,714 kgf 7 MPa = 7 x 106 N/m2 = 7 N/mm2 = 0,714 kgf/mm2 3º passo: Aplicar a fórmula da tensão normal σ = F/A 1 kgf = 9,8 N, aplicando a regra de três, temos que 7N = 0,714 kgf c. F = σ.A = 0,714 kgf/mm2 x 900 mm2 = F = 642,9 kgf Prof. DORIVAL – Fev / 2015 70 ENSAIO DE TRAÇÃO Prof. DORIVAL – Fev / 2015 71 REGIMES DE DEFORMAÇÃO À TENSÃO NORMAL DE TRAÇÃO REGIME ELÁSTICO: deformação diretamente proporcional à tensão normal aplicada à peça. Ao cessar essa tensão a peça recupera-se da deformação, liberando a energia da mesma. Existe em materiais frágeis e dúcteis. REGIME PLÁSTICO: deformação deixa de ser diretamente proporcional à tensão. Quando o esforço neste regime cessa, a peça não recupera totalmente o seu formato inicial, absorvendo a energia da deformação de forma permanente. Só ocorre em materiais dúcteis. Prof. DORIVAL – Fev / 2015 72 TENSÃO NORMAL LEI DE HOOKE Materiais dúcteis e frágeis Dúctil: o material é classificado como dúctil, quando submetido ao ensaio de tração, apresenta deformação plástica, precedida por uma deformação elástica, para atingir o rompimento. Ex.: Aço, Cobre, Alumínio, Latão, Bronze, Níquel etc. Frágil: o material é classificado como frágil, quando submetido a ensaio de tração NÂO apresenta deformação plástica, passando da deformação elástica para o rompimento. Ex.: fofo, concreto, vidro, porcelana, cerâmica, gesso etc Prof. DORIVAL – Fev / 2015 73 TENSÃO NORMAL LEI DE HOOKE ℓf = ℓ + Δℓ ℓf = ℓ - Δℓ Δℓ = Alongamento da peça (m;...μm micrometro e não micrômetro) F = carga normal aplicada (N;...) ℓ = comprimento inicial da peça (m;...) ℓf = comprimento final da peça (m;...) Prof. DORIVAL – Fev / 2015 74 TENSÃO NORMAL LEI DE HOOKE O cientísta inglês, Robert Hooke, constatou que uma série de materiais, quando submetido à uma carga normal, sofre variações (alongamento) na sua dimensão linear inicial, bem como na área da seção transvarsal. • Quanto maior a carga aplicada, e o comprimento inicial da peça, maior o alongamento. • Quanto maior a área da seção transversal e a rigidez do material medido pelo seu módulo de elasticidade, menor o alongamento. Como: Prof. DORIVAL – Fev / 2015 75 TENSÃO NORMAL LEI DE HOOKE Como: Δℓ = Alongamento da peça (m;...) σ = tensão normal (Pa;...) F = carga normal aplicada (N;...) A = área da seção transversal (m²;...) E = módulo de elasticidade do material (Pa:...) ℓ = comprimento inicial da peça (m;...) O alongamento será POSITIVO, quando a carga aplicada tracionar a peça, E será NEGATIVO, quando a carga aplicada comprimir a peça. Prof. DORIVAL – Fev / 2015 76 ENSAIO DE TRAÇÃO Exemplo de gráfico obtido em ensaio de tração com material dúctil Ex.: Aço, Cobre, Alumínio, Latão, Bronze, Níquel etc. Prof. DORIVAL – Fev / 2015 77 ENSAIO DE TRAÇÃO Exemplo de gráfico obtido em ensaio de tração com material frágil Ex.: fofo, concreto, vidro, porcelana, cerâmica, gesso etc Prof. DORIVAL – Fev / 2015 78 ENSAIO DE TRAÇÃO LEI DE HOOKE • Neste ensaio, um corpo de prova è submetido à tração com deformação contínua. Para isso, o equipamento do ensaio (máquina de tração) aplica uma força axial de tração crescente até o corpo de prova ser rompido. • É possível observar a variação da tensão normal aplicada em sua seção transversal através do gráfico σ x ε. • O valor ε significa a proporção de deformação longitudinal pelo comprimento. Pode ser expresso em percentual: DEFORMAÇÃO LONGITUDINAL DEFORMAÇÃO PROPORCIONAL COMPRIMENTO INICIAL Prof. DORIVAL – Fev / 2015 79 ENSAIO DE TRAÇÃO Prof. DORIVAL – Fev / 2015 80 ENSAIO DE TRAÇÃO Se a situação pedir E em MPa, multiplique valor da tabela em GPa por 1000 Prof. DORIVAL – Fev / 2015 81 ENSAIO DE TRAÇÃO Prof. DORIVAL – Fev / 2015 82 ENSAIO DE TRAÇÃO 22,92 MPa = 22,92 x 106 Pa 210 GPa = 210 x 109 Pa m dm Prof. DORIVAL – Fev / 2015 cm mm décimos 83 centésimos Milésimos (μm) DIMENSIONAMENTO DE PEÇAS Coeficiente de segurança k Utilizado no dimensionamento de elementos de construção para assegurar o equilíbrio entre qualidade e custo. Classificação dos esforços: Carga estática constante (parafuso ou corrente suportando um lustre) Prof. DORIVAL – Fev / 2015 Carga intermitente ( o dente de uma engrenagem) 84 Carga alternada (eixos, mola, amortecedores) DIMENSIONAMENTO DE PEÇAS Coeficiente de segurança k (teórico) k=x.y.z.w Fator de tipo de material Fator de tipo de carga X = 2 para materiais comuns X = 1,5 para aços de qualidade e aço liga z = 1 para carga gradual z = 1,5 para choques leves z = 2 para choques bruscos Fator do tipo de solicitação Fator que prevê falhas de fabricação Y = 1 para carga constante Y = 2 para carga intermitente Y = 3 para carga alternada Prof. DORIVAL – Fev / 2015 W = 1 a 1,5 para aços W = 1,5 a 2 para fofo W = 1 outros 85 ENSAIO DE TRAÇÃO Tensões limites • Cada material reage de uma forma peculiar ao esforço, pois apresentam LIMITES diferentes de tensões de deformação elástica e de deformação plástica (esta última somente para materiais dúcteis) • Esses limites são valores bem conhecidos de tensão normal que podem ser verificados no ensaio de tração de um material. São eles: σ LE σ LR (Tensão limite de escoamento): é a máxima tensão a qual um material pode ser submetido à tração deformando-se apenas elasticamente. (Tensão limite de ruptura): Nessa tensão ocorre a ruptura do material, após atravessar toda a fase elástica (no caso dos materiais frágeis) ou toda fase plástica (no caso dos materiais dúcteis) Prof. DORIVAL – Fev / 2015 86 DIMENSIONAMENTO DE PEÇAS Tensão admissível (σadm) É a tensão ideal de trabalho para o material e deverá ser mantida na região de deformação elástica do material. MATERIAIS DÚCTEIS MATERIAIS FRÁGEIS Prof. DORIVAL – Fev / 2015 87 DIMENSIONAMENTO DE PEÇAS Peças de seção transversal circular Diâmetro da peça Prof. DORIVAL – Fev / 2015 88 DIMENSIONAMENTO DE PEÇAS Dimensionamento de correntes: A carga axial na corrente se divide na metade para cada seção transversal do elo. + = Onde: d = diâmetro da barra do elo (sistema métrico) Fc = Força na corrente (N) σ adm = tensão admissível (?Pa) Prof. DORIVAL – Fev / 2015 89 ENSAIO DE TRAÇÃO L = Laminado Prof. DORIVAL – Fev / 2015 e Valores em MPa T = Trefilado 90 Bibliografia Melconian, Sarkis. Mecânica te´cnica e resistência dos materiais. 18ª ed. São Paulo: Érica, 2011. Prof. DORIVAL – Fev / 2015 91