baixe grátis - Espiritualista por Luciana Cardoso

A Voz do Cosmos
Mensagens de Trabalhadores Cósmicos
- Raskans provenientes de diversos orbes
Canalizado por Luciana Cardoso
Sumário
Introdução...................................................................................................................4
Capítulo 1 - Quem somos nós.................................................................................8
Capítulo 2 - A convicção como efeito racional....................................................14
Capítulo 3 - O legado..............................................................................................21
Capítulo 4 - Filosofia e religião..............................................................................35
Capítulo 5 - O que é espiritual...............................................................................43
Capítulo 6 - O ser coletivo......................................................................................49
Capítulo 7 - A tarefa evolucional...........................................................................55
Capítulo 8 - As razões do raciocínio.....................................................................60
Capítulo 9 - O caráter espiritual.............................................................................71
Capítulo 10 - O projeto cármico............................................................................77
Capítulo 11 - O poder de transformação..............................................................86
Capítulo 12 - Mente e corpo sãos..........................................................................93
Capítulo 13 - Dimensões da consciência............................................................100
Capítulo 14 - O amadurecimento da percepção................................................109
Capítulo 15 - Educação emocional.....................................................................115
Capítulo 16 - O agente transformador................................................................123
Capítulo 17 - Deus não está morto......................................................................131
Capítulo 18 - Batalhas internas............................................................................137
Capítulo 19 - O ser moral.....................................................................................149
Capítulo 20 - A farsa.............................................................................................157
Conclusão...............................................................................................................163
Introdução
Antes da aurora do primeiro sol, a estrela material que, sobre este planeta,
ilumina os homens; antes, muito antes de a vida ter início neste globo, o cosmos
já havia traçado um infinito número de trajetórias que, uma vez, estiveram na
categoria evolucional em que os terrícolas se encontram hoje: meros animais,
dotados de raciocínio, tentando trilhar escalas de moral e intelecto superiores.
Neste planeta, o sol material acendeu a vida e, em meio à expectativa
sobre a decantada Era de Aquário, surge a ascensão do “segundo sol”. Embora
tímido, ele, que deveria se erguer com o objetivo de espargir esclarecimento,
distribuir força moral e retumbante dignidade sobre a raça humana terrícola,
aguarda o momento para a verdadeira consumação dessa perante a evolução.
A segunda estrela, que se ergue nos céus desta terra, revela a fragilidade na
ilusão manifesta pela percepção de um Deus ausente, que foi gerado por falhas
e receios, melindres e caprichos, alimentando a infantilidade sobre a fé, que
ainda se apresenta sem raciocínio. A compreensão de que o valor do indivíduo
se mostra superlativo e de que, sobre ele, reluz avassaladora responsabilidade
sobre os caminhos deste globo, haverá de dirigi-lo doravante.
Somente após o desdobrar dos acontecimentos, em resposta às súplicas, o
cosmos exigirá a disciplina que é e sempre será a ele devida. Enfim, a afirmação
da necessidade espiritual descreve o glorioso astro da verdade, que dispensa
interpretações, e prepara o indivíduo humano para o encerramento de mais
uma etapa, determinando o abandono de sua linhagem animal.
Infelizmente o mal será provocado, antes pelo próprio homem que, sobre
os seus iguais, trançou hedionda teia de desigualdade, de maledicência e,
acometido por injustificável arrogância, fará cumprir a tirania pela dor. Depois,
a Terra sofrerá o impacto que virá dos céus. No entanto, o cosmos não tem
por intenção a destruição desta esfera. Essa ideia, porém, povoa a ignorância
de uma ínfima, mas ardilosa fração desta sociedade, que se encontra há tanto
tempo enferma.
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O indivíduo humano se colocará, sem defesa, contra si mesmo, pois que
se tenha vendido ao poder idealizado pela vaidade que, como anfitriã dos novos
dias, abre os portões de seu castelo para as bodas daquele que não é filho do
bem e que não tomou esposa alguma.
Neste momento, nesta Terra, torna-se imprescindível a assimilação
sobre o que nos reserva a terceira revelação: o desabrochar do espírito para
a verdadeira vida, por meio da descoberta e ascensão de um deus interior,
cuja legitimidade seja superlativa e inspirada pela vivência de uma filosofia
de justiça e cooperação, quando a personalidade de cada um se estenderá ao
próximo, para que se faça, enfim, o entendimento sobre o objetivo fundamental
da vida.
Ainda que a discórdia e a segregação sejam as armas dos tempos vindouros,
diversos amigos, que permeiam a vasta dimensão cósmica, se reúnem pela
manifestação do bem nas almas e revelam, com grata satisfação, a intenção
criadora.
Definido como o topo da cadeia animal, classificado como a única espécie
racional deste planeta, o ser humano prepara o seu espírito para a progressão
da intuição. É ela que fará desencadear maior responsabilidade sobre as suas
ações e, principalmente, pela emoção que vier a manifestar.
Assim, como para comemorar um rito de passagem, o cosmos envia, qual
porta-voz da indulgência, pilar sobre o qual se ergue a paz, um imenso grupo
de raskans, incansáveis instrutores no âmbito da cooperação e da resiliência,
a fim de auxiliar a raça hominal na travessia das águas, que se estendem em
direção à nova era.
Esse é o motivo que nos traz à Terra, instrutores que somos, raskans
sobre as odes de convívio, imbuídos em mapear a história desse planeta, pela
necessidade de o homem transcender a graduação evolucional em que se
encontra.
Prestamos tal serviço com genuíno prazer, pois são muitas as esferas que
se preparam, da maneira desta, para a assimilação de nova postura evolucional.
Essa nova postura, contudo, não se enquadra nos caminhos desenhados pelos
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que pensam em si como a fina flor da parcela humana que se encontra sobre
este orbe.
Para que o ideal crístico seja enfim cumprido, a humanidade deverá
devolver ao próprio espírito a noção de valores essenciais, pelo que aguarda
a consumação de uma força capaz de gerar, por vivências individuais, uma
expressão familiar que abrace e sustente a coletividade.
O objetivo desta obra não é determinar regras de procedimento e conduta,
mas antes, dizer ao homem desta esfera que a evolução se descortina a partir
dele; que cada passo é importante e que o bem sempre representará valor sobre
a responsabilidade das ações que cada um dos seres humanos distribui pelos
caminhos.
Viemos de muitos orbes e aqui nos reunimos por imperioso desejo de
proporcionar algumas ferramentas que, alimentando o raciocínio, possam
reverberar em crescimento e amadurecimento moral para essa espécie, pois
ela prepara o traslado entre o reino animal e a evolução propriamente dita.
Esperamos, com este trabalho, ascender o raciocínio sobre a verdade e
que esta, uma vez raciocinada, possa modificar e fortalecer o senso comum,
por meio do entendimento de que todos os seres são um, perante o saneamento
do ambiente universal que se estende ao redor desta terra e de todos os outros
mundos.
Para tanto, nos prontificamos ao trabalho, junto aos amigos espirituais,
encarnados e desencarnados, sob o efeito da ferramenta evolucional conhecida
como mediunidade, com o cogente desejo de envolver os terrícolas na
interpretação racional sobre assuntos já comunicados ao planeta Terra, por meio
de incontáveis canalizações, conscientes ou não, sobre o objetivo cósmico.
Agradecemos aos amigos espirituais que, na execução desta obra, se
colocam como medianeiros; à amiga, médium encarnada, pela oportunidade
e confiança que nos dispensa, e a todos os que, tocados por nossas palavras,
busquem o exercício racional, autorizado pela evolução, como compromisso
para a imprescindível viagem em direção às oportunidades que virão.
A você, amigo leitor, nosso profundo agradecimento e votos de sucesso
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na vivência da prometida e recém-descoberta intuição. Por meio do raciocínio,
o convidamos ao entendimento de que a palavra intuição, diminuída pelo
significado que foi dado a ela neste orbe, representa muito mais do que o
vocábulo descrito nos dicionários. Ela é, de fato, o absoluto grau de elevação
nos seres, que haverão de somar o raciocínio ao instinto, atributos que foram
conquistados no correr das eras, deflagrando a matéria educacional no espírito
humano.
Com grata satisfação, nos encaminhamos a esse serviço. Esperamos que,
de alguma maneira, possamos contribuir para o seu descobrimento racionalintuitivo, porque será ele que possibilitará o avanço da raça humana terrícola.
Agradecemos a você, por abrir estas páginas, e esperamos, sinceramente,
que tenhamos cumprido o nosso serviço a contento.
Namir Messinna
Raskan, proveniente do planeta Albouir, terceiro que orbita em torno de Messinna (Rígel),
segunda estrela (Betha) da constelação de Orion.
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Capítulo 1
Quem somos nós
A Terra não está desamparada à mercê da própria sorte. Os seres hominais,
que nela vivem, também não. Ela faz parte de um projeto cósmico minucioso
e importante, ao fim do qual entregará o indivíduo humano a si mesmo, para
que ele possa executar o próprio crescimento consciencial. Esse crescimento
deflagrará, em um futuro próximo, a ampliação de generosas possibilidades
dimensionais.
Diversas equipes de cooperação, desde o momento inicial, estiveram
envolvidas com a proteção deste planeta. O trabalho que desempenhamos
aqui, apesar de corroborar com expressivo aprendizado para as comunidades
de serviço, não é uma tarefa que se possa considerar fácil.
O ser hominal possui qualidades excepcionais, entretanto, manifesta
indisciplina e resistência perante os caminhos evolucionais. Como se fosse
uma criança caprichosa, ele não permite o entendimento sobre ações que
justifiquem a promoção de verdadeiros benefícios em seu caráter espiritual.
Esse é o motivo pelo qual o ser hominal terrícola permanece em uma dimensão
de dor e sofrimento.
Nós somos trabalhadores cósmicos que, neste momento, cuidamos para
que o planeta Terra finalize o seu período efetivamente cármico. Viemos de
diversos orbes e compomos um grupo (frota) que empenha esforços para
que os seres hominais deste orbe possam continuar o seu desenvolvimento a
caminho da evolução.
As diversas comunidades espalhadas no cosmos nos consideram como
raskans e este vocábulo, descrito aqui por aproximação de significado,
representa uma função e não um título. Raskans são, portanto, todos os
trabalhadores cósmicos cuja função se expresse pelo resguardo dos mundos
que se desenvolvem, assim como acontece nesta esfera.
Trabalhamos em ambiente exterior à atmosfera, deste ou de qualquer outro
globo, respeitando, auxiliando e permitindo toda a capacitação evolucional
dos seres, sem, no entanto, interferir diretamente no projeto destinado a eles.
Todos nós já transpusemos a qualidade animal, feito que ocorreu em
moldes semelhantes a este para o qual a Terra se prepara, posto que o terrícola
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se encontra, no momento atual, no segundo estágio de desenvolvimento
emocional, quando, dotado de raciocínio, se encaminha em direção ao
reconhecimento do fator intuitivo.
Firmamos a nossa solidariedade para com o planeta Terra, pois, por
experiência, podemos reconhecer que o indivíduo humano, animal hominal
terrícola, se encaminha para a mais difícil etapa do desenvolvimento dos seres:
essa que se faz pela reunião de instinto e raciocínio, a fim de que seja possível
o ingresso no momento intuitivo; processo que permite aos seres o abandono
da categoria que os define como animais, ainda que superiores.
Assim como os seres deste planeta, somos cidadãos universais. A
diferença que se apresenta entre nós é a consciência desperta sobre esse fato.
Trajamos corpos de apreciação física, ainda que apresentemos uma qualidade
de condensação menos densa que os seres deste orbe.
Embora estejamos compondo uma “frota”, ela não se forma de fato como
um exército, nem apresenta hierarquias e habilidades de sustentação de poder,
como se faz nos moldes desta terra. Não trazemos qualquer nível de intenção
de conquista ou colonização; não é esse o nosso interesse. Acompanhamos os
tempos desta esfera com o objetivo de garantir que se cumpra a sua postura
cármica planetária, bem como os carmas de todos os seres que sobre ela
habitam.
Para atingir esse objetivo, dispomos de todo o conhecimento científico que
possuímos em favor dos homens que aqui residem e, com o material biológico
que nele se desenvolve, produzimos experimentos que, em momento posterior
ao evento que se aproxima, será reintegrado aos seres, garantindo a qualidade
superior dessa espécie.
Aos nossos olhos, a Terra possui um diâmetro importante, pois, ao
diâmetro físico, somam-se os ambientes espirituais distribuídos ao redor da
crosta sobre a qual vivem os encarnados. Nesses ambientes espirituais, uma vez
que o indivíduo supere a densidade emocional voltada ao físico, a percepção
se amplia e o ser hominal se permite, enfim, integrar a quarta dimensão, onde
pode perceber a dimensão seguinte, esta em que nos encontramos no momento
agora.
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O grupo que compõe a frota atual se incorporou ao serviço há cerca
de cinquenta e dois anos, assim como se assimila o tempo nesta terra. Os
trabalhadores vieram em substituição aos antigos, que compunham a tarefa de
desempenho cármico, pela razão essencial de o globo dar ingresso aos tempos
da luz.
Esse novo tempo requer dos seres que integram o denso orbe, uma
postura reflexiva sobre a qualidade intelecto-emocional para a qual ele foi
criado. O futuro próximo, por meio de saneamento atmosférico ao redor de
todo o planeta, definirá a nova fase. É esse o motivo de nossas comunicações:
dizer aos seres que eles contam com apoio irrestrito e, embora não nos seja
permitido intervir no carma planetário, aqui nos encontramos pela intenção
de assegurar o melhor proveito na revelação intelecto-emocional, mas sempre
individual, sugerida pelos caminhos evolucionais.
São esses os assuntos sobre os quais conversaremos e, desde já,
agradecemos a sua atenção e solicitamos a sua predisposição racional sobre
as informações que traremos. A atmosfera deste ambiente necessita de
urgência racional e o trabalho que aqui executamos tem por função primordial
mostrar ao indivíduo humano que, mais que nunca, se faz necessário a sua
participação neste tempo limítrofe, pois esta esfera somente reterá aqueles que
se converterem à evolução em função do equilíbrio em seu quadro racional e
por meio da compaixão, da abnegação e do amor incondicional.
Por fim, necessitamos ainda afirmar que apesar de não compreendermos
os sentimentos embasados no medo, entendemos a noção de expectativa, que
gera insegurança no coração dos seres hominais.
É importante que se diga que não participamos de governos físicos ou
territoriais, nem das determinações de cada um deles sobre esta Terra. Aliás,
estendendo esse conceito, devemos esclarecer também que não há seres de
outros orbes articulando a derrocada dos terrícolas e que tal situação jamais
seria autorizada pela Confederação Cósmica. É ela que define os regulamentos
e a aplicação deles sobre qualquer interferência de outros povos, neste ou em
qualquer sistema, de qualquer dos quadrantes espalhados no multiverso.
As atitudes obscuras impressas sobre os povos não levam a identidade
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cósmica, apenas a pessoal. Mesmo as espécies e raças moralmente desenvolvidas
não possuem o poder de interferência desautorizada sobre outros orbes.
Portanto, necessário se faz esclarecer que alguns indivíduos de algumas raças
e espécies se encontram sob o domínio dos governos deste planeta, todavia,
eles não possuem voz audível que possa se erguer sobre as nações.
Há indivíduos de outros orbes confinados nesta terra, mas nem um deles
em situação de determinar ou definir atitudes de consistente flagelo. Neste
momento atual, essas são produzidas pelos próprios irmãos de espécie, em um
tipo abominável de canibalismo: o sensorial.
Desde o início da existência hominal neste planeta, inclusive nos quatro tempos
de reconstrução de sua história, o homem comprometeu demasiadamente a si
e a tudo que o circundava. Em eras passadas, alguns visitantes aqui estiveram,
mas, no momento presente, também eles podem ser considerados terrícolas,
posto que vivem nesta mesma atmosfera há tantas gerações, que seria difícil
acreditar que mantenham a vivência ou mesmo a índole dos povos que
constituem a sua origem.
Acobertado por hedionda nuvem de insensatez, o poderio econômico
ainda age sob o abrigo de expressiva crueldade, cuja necrose nem mesmo o
mais adjeto ser que visitasse esta terra poderia conspirar.
Nos tempos que cercam o momento atual, teve início a era da depuração
cármica coletiva, mas esta também é a era da manifestação pessoal de luz.
Há cerca de três décadas, o princípio da expansão de consciência convida
os seres superiores desta esfera ao desenvolvimento individual que reverbera
em efeitos coletivos e alguns se colocam na linha de frente, a fim de lutar uma
guerra que já anuncia os vencedores.
Aos homens que depreciam as conquistas espirituais e plantam sementes
demasiadamente corrosivas, que se lembrem, e que jamais se esqueçam, de
que o alimento disposto à nossa mesa foi sempre aquele plantado por nossas
mãos.
A lei de causa e efeito, principalmente em ambientes de manifestações
densas, é uma lei universal que nada tem a ver com o conceito religioso dos
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povos. Sempre haverá maior esforço na colheita que no plantio, porque, no
segundo tempo, causa e efeito se manifestam sobre aqueles que foram, no
primeiro tempo, os agentes da mesma ação.
A nova fase promoverá alterações materiais e energéticas nas atmosferas
física e espiritual, na geografia e também na postura evolucional dos seres.
O momento do despertamento é agora. O raciocínio é a função elementar do
homem atual e, apesar das tribulações vindouras, ele traz competência para
tornar possível a construção de condições disciplinares de moral superior.
Ninguém pode matar o espírito que se dedica ao crescimento por meio de
sólidas convicções. Render-se às impressões do egoísmo é fortalecer o mal no
ambiente vibracional dos seres.
Como na execução de uma colcha de retalhos, os diversos indivíduos
reúnem energias manifestas e dirigem a qualidade da atmosfera que os alimenta
e mantém.
Saibam que o cosmos estará habilitado a auxiliar os homens de bem.
Exercitem o raciocínio, construam a força pela qualidade humana de bem
viver.
A luz estará sobre cada um dos seres, mas somente se revelará pelo esforço
pessoal na intenção de qualquer benefício coletivo.
Anackole Akalon
Raskan, proveniente do planeta Kasmirot, oitavo planeta que orbita em torno de Akalon (Sirius),
primeira estrela (Alpha) da constelação de Canis Majoris.
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Capítulo 2
A convicção como efeito racional
Neste momento, não falaremos em fé, posto que o ser hominal terrícola
não se apresente suficientemente amadurecido para dimensionar a sua fé sobre
o que é de fato a sua crença.
É hora de definir convicções. A primeira, e a mais importante entre elas,
talvez seja: o acaso não existe. Se existisse, sobre ele não poderia incidir
qualquer regra. Um acaso sobre o qual se aplique regras mata a sua característica
essencial e, por isso, deixa de ser acaso.
Não falaremos em coisas sobre as quais não incida a convicção. Podemos
dizer, portanto, que falaremos em ciência. A Física é a parte da ciência que
tenta, e quase sempre consegue, explicar “todas” as coisas. É necessário que
assim seja, pois em si, a ciência é fundamentalmente racional. Por vezes, ela
não consegue legitimar determinadas situações, mas isso se deve à falta de
conhecimentos específicos, o que pode ser considerado uma simples questão
temporal. Mais cedo ou mais tarde, ela se alimentará de certos significados
pertinentes e concluirá o justo.
A segunda convicção é a de que todo efeito é explicável. Se você não
pode explicar um efeito, não deve se deixar seduzir por ele. Essa é a essência
racional. Tudo o que se torna causa ou efeito determina um conceito. O
raciocínio deve se amparar nesse paradigma sempre.
Avaliando sob esse aspecto, podemos afirmar que, ainda que prefiram se
dedicar à ilusão, como seres detentores de raciocínio, todos os seres hominais,
desta ou de qualquer terra, podem concluir e definir fatos. Então, busquemos
entendimento sobre convicções mais elaboradas.
Seu corpo físico é formado por uma condensação de partículas. Elas,
as partículas, em acomodação por semelhança de condensação, mantêm toda
matéria. Há, porém, partículas que apresentam diversos níveis de condensação
e, embora constituam um mesmo tipo de matéria, criam as diferentes dimensões
dentro da mesma atmosfera.
A olho nu, você é capaz de perceber o seu corpo físico e todos os demais
corpos que constituem a fração da vida material, assim como você a conhece.
Você não pode, todavia, perceber a maioria das partículas que formam esse
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corpo, bem como as que formam todos os outros corpos que dividem com
você essa experiência.
A fim de que participem da vida, os corpos materiais necessitam de que
alguma força os anime. De outra maneira, haveria corpos sem vida transitando
neste mundo. Essa força que anima os corpos pode ser reconhecida pela palavra
essência, vitalidade, alma, espírito ou qualquer outra que você queira utilizar.
O modo como a nominamos não compromete a existência dela. No entanto,
para que essa força consiga animar o seu corpo em perfeita sincronia e sem
provocar efeitos danosos sobre ele, ela deve ser construída pelo mesmo tipo de
partículas que o constitui.
Por outro lado, caso essa força fosse constituída pela mesma condensação
que se apresenta entre as partículas que constituem o seu próprio corpo, ela
também seria visível aos seus olhos. Se não é, podemos concluir que ela
apresenta um diferente nível de condensação. Em outras palavras, pode-se
dizer que, apesar de essa força animar um corpo constituído pelo mesmo tipo
de partículas, e de existir dentro dele como um outro corpo, ela possui uma
condensação menos densa que a dele.
A grosso modo, poderíamos afirmar que a densidade de um corpo é
justificada pelo espaçamento que se apresenta entre as moléculas das partículas
que o formam, e que, quanto menor esse espaçamento, maior a densidade
daquela matéria.
Considera-se que somos formados pela reunião de partículas libertas na
poeira cósmica e que essa poeira está presente em todo o universo. Seria correto,
portanto, entender que todos os corpos de um mesmo universo apresentem o
mesmo tipo de partículas em sua constituição, mas que elas podem se condensar
de maneira diferente e na mesma medida do ambiente que as receba.
Com o seu corpo e, dentro dele, com a força que o anima, você vive
sobre a crosta de um planeta chamado, em seu idioma, pelo vocábulo Terra.
Poderemos afirmar também que a condensação de toda a matéria, sob a ação da
atmosfera desse ambiente, se apresente na mesma densidade ou em densidade
semelhante a ela, a fim de ter facilitada toda e qualquer adaptação ou interação
entre os diversos tipos de matéria presentes no mesmo ambiente.
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Ora, como o acaso não existe, deve haver motivo e uma razão para que
assim seja. O motivo é simples: para que o seu corpo apresente vida, ele deve
ser animado por uma força e ser colocado em um ambiente, seja ele qual for.
No seu caso, o ambiente é a Terra. E a razão? Qual seria a razão? Talvez essa
seja a parte complexa da situação.
A Física determina que a ação produzida por toda e qualquer força gerará
outra de igual intensidade, porém em sentido contrário. Eis a lei de causa e
efeito definitivamente explicada. Não é o mundo e não é a vida que devolvem
a força de efeito igual à que você produziu. É a sua própria atitude que gera a
força reagente. Isso é ciência.
Ao agir, você aplicou uma força que gerou outra de igual valor. Nesse
caso, contudo, porque está na vida, em uma única atitude você aplicou duas
forças produzidas por dois corpos diferentes: uma é a daquele que anima o
seu corpo (o espírito) – e a esta gostamos de chamar de intenção – outra, a do
próprio corpo – a que chamamos de ação. Essa é uma convicção que assegura a
vivência pela força reagente. O compromisso sobre essa vivência é conhecido
como manifestação de carma (karma é uma lei do Hinduismo que defende
que qualquer ato, por mais insignificante que seja, voltará ao indivíduo que o
praticou, com igual impacto).
Você se encontra sobre um planeta e ele se prepara para sanear o seu
movimento cármico. Mas, se o mundo não age e não manifesta reação, como
ele assumiu esse movimento que necessita ser revivido a fim de ser superado?
É fato: o mundo não praticou a ação que lhe rendeu o movimento reparador,
mas alguém o fez. Por intermédio de ações pessoais e de reações sobre ações de
terceiros, os seres racionais manifestam o seu quadro emocional no ambiente.
Em se tratando de sentimentos, exercícios emocionais que liberam
energia ou manifestação energética, essa é a ação que gera a força contrária.
Foi por esse motivo que, para viver, você precisava de um corpo, uma força
que o animasse e um ambiente. A Terra foi o seu ambiente. Por consequência,
ela recebeu todas as emanações de suas manifestações emocionais, bem como
as de todos os seres racionais que nela viveram ou ainda vivem.
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Quando dizemos que um planeta se encontra sob efeito de um movimento
cármico, estamos, na verdade, dizendo que todos os seres racionais que se
encontrarem sobre ele, no momento depurador, necessitarão imprimir na
atmosfera a melhor manifestação emocional, a fim de que ele supere esse
momento e se prepare para a nova fase. Essa é a superlativa importância de o
ser hominal participar da reparação.
As ações mal administradas pelos seres racionais necrosaram (e
infelizmente ainda necrosam) a atmosfera do planeta, mas ela não pode se
depurar sozinha. O planeta necessita da ação humana para se tornar próspero
e para permitir que sobre ele seja construído um novo ambiente. No momento
reparador, portanto, será necessário que ações de qualidade sejam impressas
para que gerem reações que em si não comprometam novos carmas, ou essa
roda girará indefinidamente.
Por meia dúzia de vezes, situações de saneamento atmosférico,
semelhantes a essa que se aproxima, ocorreram sobre esta terra; quatro delas
com a presença do homem. Nos eventos de alteração ambiental, que contaram
com a participação humana, como uma forma de seleção natural (no contexto
espiritual), todas as consciências despertas deixaram este orbe. O planeta
recebeu incontável número de espíritos transgressores e a vida se restabeleceu.
A depuração que se aproxima, contudo, deverá fazer transcender a
própria Terra e não somente o homem que nela vive. Por isso, essa é uma
depuração especial. Um detalhe que torna a próxima ambientação fundamental
ao crescimento dos espíritos que se manifestam nesta esfera. O planeta
transmutará e aqueles que atingirem um nível consciencial de despertamento,
dessa vez, sobre ele permanecerão. Aos que ficarem, somar-se-ão outros que
ainda necessitam viver o momento regenerador, e nem um que necessite de
provas ou expiações aqui ficará.
Cada ser racional que esteve na Terra e que agiu sobre ela, contribuiu
com a regra. Poucos se fizeram exceção. Agora é hora de viver a nova regra.
As tribulações, que pretendem extirpar uma fabulosa quantidade de energia
deletéria que está sobre o planeta, colocam nas mãos humanas a necessária
responsabilidade pelos caminhos futuros.
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Este globo, portanto, precisa de todos e de cada um dos seres racionais
que se encontram sobre ele, mas antes o ser hominal necessita admitir a
parte da responsabilidade que lhe cabe. Ele também precisará definir a sua
permanência sobre o orbe saneado. Esse é o motivo pelo qual não podemos
interferir diretamente no carma deste globo: necessitamos respeitar a lei que,
pela causa, gerou o efeito e deu ao ser hominal a oportunidade de uma depuração
consistente. O ser hominal terrícola, encarnado no momento atual, precisa
assimilar a necessidade de sua presença sobre este orbe, porque ela não se faz
por acaso.
Pela ação dos homens, foi gerada a necessidade da Terra. Pela ação
dos homens, será produzida a reparação. Como em um parto, a partir desse
empenho, o ser hominal terrícola nascerá para a evolução.
De nossa parte, sabemos do sucesso da empreitada. Da parte dos homens,
reconhecemos que nada se transforma sem esforço, porque não pode haver
crescimento sem transformação, e todas elas, para que possam ser consideradas
efetivas, necessitam de realização gradual. Sob esse aspecto, podemos afirmar
que os seres já preparam sua capacidade de vencer uma batalha anunciada. Não
há, sobre isso, um único ignorante nesta terra. Todos sabem, embora poucos
tenham consciência, do papel que desempenharão em um futuro próximo.
O saneamento atmosférico do planeta transmutará a energia que o
alimenta e determinará o fim do sofrimento e a desconstrução dos umbrais, no
ambiente espiritual que se manifesta ao redor do globo. Esse é o trabalho que
caberá ao indivíduo humano, por meio de suas melhores manifestações. É essa
a necessidade das convicções, mas elas precisam ser saudáveis.
As dores virão e serão intensas, mas o futuro valerá cada uma das penas,
principalmente para os que permanecerem na Terra. Há, neste mundo, espíritos
ainda muito endurecidos e esses deixarão o planeta. Aliás, para esse fim, o
indivíduo humano não pode se entregar ao engodo, nem acreditar que, a essa
altura da preparação desta esfera, amigos de outros orbes executem atitudes
que venham a ampliar as dores.
O exercício racional, ainda que se faça mínimo, necessita assimilar a era
da luz, pela qual jamais se permitiria qualquer interferência externa nociva.
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As atitudes atuais de alguns dos espíritos que se encontram neste planeta já
são suficientemente ruinosas e capazes de destruir a Terra. Esses, porém, serão
afastados, tenham certeza.
Após essa fase, que se erguerá sobre as dores, a Terra entrará em novo
estágio. O raciocínio deverá abrir as portas do mundo para a intuição. Esse
é um exercício bastante difícil e todos nós sabemos disso. Toda reparação é
complexa, principalmente quando a proporção se agiganta e ganha o tamanho
de um planeta. Aqui estamos e viemos para dizer aos seres desta esfera que
não há motivo para não ter a convicção de que estaremos auxiliando, ainda
que, inicialmente, de maneira indireta.
Em número, somos mais de cento e trinta e oito raças, todas envolvidas
na operação regeneradora. No momento de maior aflição, estaremos entre os
terrícolas. Não temam e tenham a convicção da fé. O cosmos jamais deixou os
rebentos de qualquer dos mundos desamparados. Os terrícolas se desenvolvem,
mas ainda se encontram no útero de uma terra que geme pelas dores do parto.
“É tempo de reescrever o tempo, pelo tempo que se aproxima”. Não temam,
nós estaremos aqui.
Ândrea Akalon
Raskan, proveniente do planeta Malanoh, terceiro planeta que orbita em torno de Akalon
(Sirius), primeira estrela (Alpha) da constelação de Canis Majoris.
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Capítulo 3
O legado
“No princípio, o céu se separou da terra e nas trevas do abismo não havia
vida, mas a força criadora agiu sobre a água e espalhou manifestações de luz
sobre ela, e a vida foi gerada” (leitura de Gênesis).
Caso a Terra fosse o único planeta sobre o qual houvesse vida, o texto
do Livro Santo, somente ele, bastaria. Conforme ali se encontra escrito, “Deus
disse: Haja luz. E houve luz. E Deus viu que a luz era boa; e fez a separação
entre a luz e as trevas”. Assim teria sido o trabalho Dele, no primeiro dia.
O firmamento fora criado no segundo dia, quando o Criador fez a separação
entre águas e águas, ao separar as que estavam por baixo das que estavam por
cima do firmamento. E no terceiro, Ele juntou as águas em um só lugar, a fim
de que surgisse o elemento seco ao que chamou de terra. Então viu que aquilo
era bom. Produziu, naquele dia, a relva, as ervas e as sementes, as árvores que
dessem fruto, e Ele viu que aquilo era bom.
Em dedicação contínua à tarefa criadora, no quarto dia, Ele acendeu o
céu e esparramou as estrelas. E, para que a terra se iluminasse, criou e acendeu
os luminares, a fim de proceder a separação entre os dias e as noites, fosse em
sinais ou para as estações, ou para se contar os dias dos anos. E os luminares
eram dois: o maior para governar o dia e o menor para governar a noite.
Depois, vieram os cardumes, para viverem nas águas; e as aves, em
bando, para povoarem o céu. Tendo visto que isso era bom, Deus abençoou
esses seres, dizendo: “Frutificai e multiplicai-vos, e enchei as águas dos mares,
e multipliquem-se as aves sobre a terra”. Foi a vez dos seres viventes: animais
domésticos, répteis e animais selvagens. E Ele viu que isso era bom.
Então, Deus disse: “Faremos” o homem à “nossa” imagem e semelhança,
e mandou que ele dominasse sobre os peixes do mar e sobre as aves do céu,
sobre os animais e sobre toda a terra e sobre todo réptil que se arraste sobre ela.
Ao fim, Ele abençoa e ordena: “Frutificai e multiplicai-vos, enchei e sujeitai a
terra e dominai sobre ela e sobre todos os seres viventes”.
Naquele ato, o Deus da Terra inaugura o egoísmo na criatura, pois, tendo
dado tudo o que fora criado, coloca sobre a raça humana o poder de dominar
e sujeitar a obra aos seus inebriantes caprichos, e consta no texto bíblico que
Deus viu que aquilo era bom.
22
Diante de tais palavras, que foram escritas pelos homens, e apesar de
avaliar o contexto social da época em que o texto foi redigido, quando o
terrícola pouco ou quase nada conhecia sobre o seu mundo, cabe ressaltar alguns
enganos, porque estes compõem a linha da história e, por ela, determinam a
personalidade primitiva dos seres que nesta terra habitam.
O raciocínio, ferramenta que nos possibilita ações dirigidas e também a
nossa responsabilidade sobre elas, celebra, no indivíduo humano, a coerência
necessária ao entendimento do princípio fundamental do cosmos: “Toda a vida
foi elaborada de maneira a se fazer cumprir a lei que é multiuniversal, aquela
que transforma a mesma energia, ocorra a sua manifestação no interior ou
no exterior do indivíduo. Para que se alcance esse fim, não haverá limite para
a trajetória dos seres, mas todas as coisas respeitarão os tempos, que serão
sempre individuais”. Esse é o termo que abre o código de leis da Confederação
Cósmica.
Implícito nele a comprovação de que tudo o que nossos olhos veem,
e também tudo o que existe, mas que os nossos olhos ainda não podem ver,
parte originalmente da energia essencial a que chamamos de fluido cósmico
universal. Ela se manifesta em todos os seres e é manipulada por eles, vivam
sobre este ou sobre qualquer outro astro, estrela, planeta ou satélite espalhados
nos universos.
Toda matéria, mesmo em sua manifestação mais sutil, é a mesma matéria.
Sobre ela incidem as nossas atitudes e também a nossa emoção, mas tudo,
inclusive intenções e emoção, foi gerado a partir do mesmo fluido.
Ainda que alguns indivíduos, nesta terra, se considerem a origem, a razão
e a causa de todas as coisas, necessário se faz assegurar que a criação não
ocorreu apenas para que o ser hominal terrícola existisse. Do mesmo modo, a
parte dela que é visível ao homem não poderia ser utilizada como coeficiente
de medida com que se aferisse a extensão do universo, mesmo que esse feito
representasse equivalência a partir da criação de um minúsculo e pródigo
firmamento. Talvez fosse desnecessário também afiançar que o empenho, que
fez gerar os incontáveis astros, não se fez para iluminar o céu que circunda
este planeta, ou ainda que o animal hominal terrícola não é, jamais foi ou será
23
o objetivo principal da criação, nas mãos de quem a irresponsabilidade divina
tenha entregado as coisas, por assim dizer, menores.
A fim de que possamos instruir os terrícolas sobre o fato de que há muito
mais expressão em seu raciocínio que na história contada pelos séculos desde
a criação deste planeta, nos encontramos aqui. Nossa tarefa é, antes de tudo,
dizer aos homens que, embora as fábulas tenham sido postas na letra, e mesmo
que um maior número delas se apresente escrevendo sua aventura neste solo,
tais narrativas não transcendem o reino de aleivosias e muito diminuem a
participação dos seres na construção da grande obra universal.
A criação jamais esteve em mãos inexperientes que criam e posteriormente
veem “que aquilo é bom”. Nossos pares superiores têm absoluto controle sobre
a acomodação da energia, em suas diversas condensações, e não fazem da
criação um experimento banal.
O texto que segue o primeiro, nas páginas do código anteriormente citado,
determina mais uma lei: “Cuidemos das irradiações mentais a fim de não
manifestar emanações nocivas sobre o outro, porque toda energia irradiada é
assimilada pela atmosfera que alimenta os seres, mas que também alimenta o
mundo em que vivemos, e se expande para muito além dele, interferindo, por
sua qualidade, em todas as manifestações dessa mesma atmosfera”.
Portanto, não seria justo, pelo nosso entendimento, haver uma
possibilidade, única que fosse, para que o excelso Criador viesse a considerar
ruim qualquer dos elementos da criação. Aquele que é Deus, ainda que seja o
Deus dos terrícolas, não pode olhar a manifestação de Sua energia superior e,
surpreso, constatar que “aquilo é bom”.
As palavras, quando repetidas tantas vezes quanto essas o foram, assumem
o lugar da verdade e petrificam a parte inconsciente do corpo intelectual dos
seres. Nada, ou ninguém, deveria tornar a moldá-lo a partir de um maior número
de falácias, e foi isso o que foi feito nesta sociedade, por mãos humanas e pela
ilusão de poder.
Enquanto a crença, mesmo a parte dela que não povoa a consciência
humana, se apoiar nas palavras do texto que versa sobre a sua criação, o
24
indivíduo hominal não poderá retirar delas a fidelidade necessária ao seu
desenvolvimento. Somente modificamos nossas emanações por raciocínios
lógicos e realmente edificantes. Isso é um fato, e tão absoluto quanto a verdade.
A imagem é um engodo, é sempre uma enganação, entretanto, quando
o logro é praticado sobre muitos, e por muito tempo, cria-se um conceito
social, que acaba por definir e redefinir a sociedade. Essa é a maior de todas as
causas que geram preconceitos: crer sem raciocínio. O preconceito permite a
manipulação de uma emoção que não pertence ao manipulador, e tudo o que
transita entre a vontade de um e a ansiedade do outro gera conflitos.
Todo conceito determina ausência de manifestações de racionalidade
espontânea. Aquele que não raciocina, por fim se torna causa e não efeito.
Atitudes que pretendam inibir o fator racional a fim de controlar os seres
não possuem a real intenção de gerar bons efeitos, nem nobres causas. A
independência e a liberdade do indivíduo humano residem na aquisição de
ampla capacidade racional e isso vem em direção inversa à manutenção da
ignorância, seja no âmbito social, político, econômico ou religioso.
Nem por meio da história, nem por meio da religião ou da ciência ainda, a
Terra saberia contar a quantidade de tempo pelo qual ela ou o universo existem.
Ela tenta assegurar a idoneidade de tal informação. Esta, todavia, se perde na
obscuridade da estrutura racional humana e nada pode revelar.
Esta esfera, que gira ao redor de uma estrela, aos nossos olhos, considerada
anã, não pode ser capaz de avaliar as necessidades da vida desde a sua criação.
A ciência terrícola permeia um ignóbil potencial de restritas possibilidades e a
religião coloca nas mãos de um Deus humanizado o critério de divinização de
personalidades.
O fato é que existe algo muito superior a toda a criação, mas esse algo não
é uma persona. O cosmos entende que o fluido primordial é a matéria que gera
todas as outras, pela qualidade da luz essencial. Sua onipresença, onisciência
e onipotência transcendem o cabedal de conhecimento da categoria hominal,
posto que ela seja a manifestação do último estágio animal desta terra.
O próprio homem se define como sendo um animal racional, mas ele
25
sabe que sua condição animal vem antes do raciocínio e, portanto, não é capaz
de avaliar a fração inenarrável de questões que habitam a sua ignorância.
Torna-se importante adquirir uma relação intuitiva para com a vida,
porém, ainda antes que isso ocorra, o ser hominal deverá se entregar de fato ao
raciocínio. Esta é a realidade desta humanidade: o terrícola ainda vive voltado
ao instinto, quando a ferramenta racional deveria se mostrar ativa, cumprindo a
gloriosa função de redimi-lo de seus receios para com a evolução. Quando esse
entendimento se incorporar à personalidade humana, a grande manifestação se
fará e, por meio das encarnações, as vidas seguintes serão continuidade das
anteriores, assim como ocorre em planetas mais evoluídos.
Na atual condição em que vivem os seres desta terra, torna-se
imprescindível que a gestação os relembre de etapas da existência espiritual
e, por esse motivo, ainda no útero, o corpo físico em formação revive o
que foi experiência adquirida nos reinos mineral, vegetal e animal. Depois
disso, respirando como indivíduos, será necessário que os rebentos hominais
dediquem os primeiros anos daquela vida ao processo de recondicionamento
e, assim, reaprendam a caminhar, a falar e a sentir.
No interior dos seres, incontáveis personalidades existem e coexistem
com a disciplina que regula a aquisição de conhecimento, primeiro pela
repetição, posteriormente pela qualidade de suas escolhas. Somente muitos
anos mais tarde é que lhes advém a sabedoria, ainda que, em alguns casos,
ela permaneça ausente por mais da metade de uma vida. Reviver a fim de se
tornar um indivíduo melhor é a condição essencial para a trajetória animal dos
seres. Viver, sem que haja necessidade de reviver estágios anteriores é uma das
promessas da evolução.
Não há meios de suprimir etapas no desenvolvimento, porque todas as
coisas necessitam acompanhar os tempos que, como dissemos, são sempre
individuais. Quando, porém, a intuição estiver em franca atividade no indivíduo
humano, tornar-se-á desnecessária a reprogramação cognitiva e intelectual,
por meio do condicionamento, pois o raciocínio terá cumprido a sua função e
renascer será uma progressão de manifestações de elevação.
Até que assim seja, o homem continuará sendo recebido pela sucessão
26
das eras como aquele que assimila a vida material com superlativa importância,
em detrimento da excelência em suas manifestações espirituais.
É imprescindível que o indivíduo humano reconheça que existem três
níveis de manifestação da mesma energia cósmica, do fluido capaz de gerar
e de criar até mesmo as menores alterações de caráter, de personalidade e de
comportamento: o instinto, o raciocínio e a intuição. Por ordem de possibilidade
de conquistas, esses são os fatores de educação emocional nos seres, quando
ainda se encontram em estágio de desenvolvimento animal.
Todos esses níveis de manifestação, na verdade, se encontram reunidos
na intuição. É ela que existe na inconsciência humana, de forma que os
dois primeiros níveis se mostrem apenas como estágios de aprendizado, de
descoberta sobre a essência e a excelência de impressões superiores. Analisando
os fatos sobre esse aspecto, podemos afirmar que o desconhecimento sobre
a manifestação da intuição protege o homem de si mesmo. Ervas daninhas
impedem que nasçam flores nos jardins da consciência, e alguns dos sentimentos
humanos não são mais que isso.
Aguardar o tempo que for necessário, e respeitar esse tempo, é mais uma
lei universal e não há como ou porque transgredi-la, modificando prioridades
ou efeitos, posto que tem revelado enorme benefício para aqueles que a
vivenciam, há muito e muito tempo, em muitos e muitos mundos. É essa lei que
mantém o ser hominal, desta terra, nascendo e renascendo vezes sem conta, a
fim de que ele finalmente compreenda o quanto pode o fator racional em sua
personalidade.
O maior comprometimento de aprendizado dos terrícolas ocorre quando
o indivíduo, ainda que inconscientemente, tenta assimilar o texto com o qual
iniciamos este capítulo. É fato que nossa origem ocorreu quando partículas de
energias muito sutis se aglomeraram no cosmos. A energia criadora se fez pela
fusão de tais partículas, não antes, nem depois.
Naquele momento, teve origem o fluido cósmico universal, a “matéria
não criada”. A Terra, porém, não se formou naquele instante. O homem que
nela vive também não. Não houve voz que proferisse aquelas palavras. Tudo
ocorreu no silêncio que corrobora com as grandes causas. Desde então, a vida
27
se forma e se reforma constantemente. Aqueles que vieram ainda antes de
nós, e que assimilaram a grandeza da manifestação dessa energia, tornaram-se
semeadores e, de contínuo, organizam ações e funções nos diversos e imensos
universos.
O texto bíblico é a fábula que serviu ao homem terrícola por muitas eras,
no entanto, naquela época, esse mesmo homem estreava como um ser detentor
de raciocínio, para quem o instinto houvesse sido vencido. Mas o instinto
não existe para ser vencido, ele é parte fundamental da personalidade do ser
universal, inclusive da nossa, seres que já transpusemos o estágio animal. Ele
é o legado do passado preparando o caminho para um generoso futuro.
Em diversos períodos da história planetária, a Terra se redesenhou, se
reescreveu e o indivíduo humano continua sendo constantemente convidado
a compor novos e obscuros festins. Até os dias atuais ele cumpre a qualidade
da fé que se alicerça na idolatria e inibe o expediente racional, deixando o
indivíduo vulnerável para que ele se encontre à mercê de novas e frequentes
manipulações.
Em todas as épocas de reinício desta sociedade, a mesma mensagem,
que determinava a importância do autoconhecimento, foi deixada em mãos
humanas e sempre esquecida sob os escombros arqueológicos, porque a
ingenuidade se conformou com a ignorância. A não utilização do quadro
racional, entretanto, não retira do indivíduo a responsabilidade que lhe pesa
os ombros. O fluido cósmico universal, que gera e mantém todas as coisas,
também gera competência e responsabilidade nos indivíduos.
Como matéria primordial, o fluido não é persona, não tem corpo, apenas
gera e cria vida, incessantemente, conforme a qualidade de sua aglutinação.
Ele não respira, mas suscita respiração. Ele é matéria visível e invisível, corpo
e espírito. É também intenção e emoção na criatura. Manifesta-se de uma única
maneira em cada atmosfera e, sob os efeitos dela, forma corpos de estruturas
iguais, de organização celular idêntica, segundo cada espécie, porque recria a
partir da participação do que já foi criado. Por esse motivo, nem todo corpo
físico que se encontre no mesmo estágio evolucional do homem é humano;
não humano como os moldes terrícolas.
28
Cada ambiente, de acordo com a conformidade de partículas libertas
em sua atmosfera, apresenta uma condensação, portanto, uma densidade
diversa. É essa condensação que gera a matéria visível e invisível de cada
um dos orbes. Há, por essa causa, esparramada no cosmos, uma infinidade de
formas e formatos de manifestações materiais e poucas, ainda que apresentem
características semelhantes, se fazem idênticas. Essa é a realidade de todos os
planetas que apresentam vida.
Sob análise segura, podemos afirmar que todas as conquistas dos seres
racionais, em todas as terras, são geridas pela intuição. Isso seria o mesmo que
dizer que instinto e raciocínio se equivalem a estágios de um desenvolvimento
que se mostrará maduro na vivência da intuição. Ela é o atributo de fato. O
domínio sobre esse atributo, porém, será a última aquisição para os seres
hominais, porque instinto e raciocínio na intuição se amparam e, por esse
motivo, podem ser considerados eventos momentâneos e necessários ao
desenvolvimento dela.
O animal tem, no instinto, o parâmetro sobre o qual apoiará o
desenvolvimento do raciocínio. O instinto, intrínseco em todos os seres, e
bastante confiável, é o primeiro formato da intuição e acompanha o reino animal
por doação de benefício. O animal considerado irracional age de acordo com
o instinto, sem que avalie conscientemente a sua condição, causa ou efeito da
ação. Ele realiza e é só. Sob a ferramenta racional, o animal superior haverá de
adquirir a mesma generosidade a fim de agir atribuindo constância à reflexão.
Essa ferramenta se apresenta como uma vigilância pessoal sobre o instinto.
Quando as menores atitudes dos seres hominais forem de fato raciocinadas,
assim como um processo que revelará maturidade emocional sobre os atos
produzidos, o raciocínio se tornará parte da competência do inconsciente
humano. Nesse momento, a intuição será uma “percepção clara e pronta, sem
necessidade de qualquer intervenção do ambiente racional”, da maneira como
a definem os dicionários desta terra. Ela será como um nível de discernimento
superior, a qualidade de agir ou não agir conforme a índole, o caráter e a
dignidade de cada um dos homens.
Como já dissemos, a intuição constitui a nossa condição de antes da
29
manifestação do instinto. Ela é, por isso, muito anterior à presença de um
quadro efetivamente racional nos homens. Admitir esse fato é lógico, porque
não podemos desenvolver, por meio de exercícios, o que ainda não existe.
Necessário se faz que o atributo esteja em nós, para que o possamos fazêlo evoluir. Esse é o caso da possiblidade de canalizações como os eventos
mediúnicos ou paranormais, ou simplesmente de intervenção ou interferência
espiritual superior nos mecanismos da vida.
A primeira vivência de intuição reside no instinto, quando descobrimos
a emoção. Ela foi o atributo que se manifestou como impressão quando
compúnhamos o reino mineral. Pelo mérito que não dependeu de nossas
atitudes, quando no reino vegetal, ela se manifestou como sensação. Seria
correto afirmar, portanto, que o animal primitivo se emociona, ainda que
não possa reconhecer ou qualificar a sua emoção. Desprovido da ferramenta
racional, o animal inferior não pode movimentar o seu quadro emocional e,
sem essa possibilidade, ele não poderá desenvolver sentimentos.
Os sentimentos necessitam do raciocínio para acontecerem. Eles são os
exercícios de que nos valemos para estudar e entender a nossa emoção. Em si,
os sentimentos nada carregam, eles são todos vazios. O ser hominal se deixa
gerir por estímulos sem substância, pois assim são os sentimentos. Eles têm a
função de movimentar o nosso quadro emocional, mas não são emoção. Vale
ressaltar que a emoção não deflagra sentimentos, porque não se importa com
eles, principalmente se sobre eles agirem algumas vestes malfazejas.
A manipulação produzida por terceiros sobre a personalidade humana,
somente é possível quando o indivíduo crê que todas as suas manifestações
de sentimentos são vivências emocionais. É sob esse aspecto que a sua
irracionalidade permite ser manobrada tão constantemente.
O animal hominal precisa conhecer a sua emoção, a fim de se defender de
diversas intenções maldosas. Saibam, contudo, que ninguém consegue manipular
a nossa emoção, porque ela é o espírito, e dele não há quem se aproxime.
Somos vencidos pelos sentimentos que erroneamente qualificamos como se
fossem emoção. No momento evolutivo atual, serão eles que determinarão
a fraqueza dos terrícolas. O futuro próximo desenhará situações que devem
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colocar essa vivência à prova e, inadvertidamente, muitos sucumbirão.
A emoção se conhece. Ela é a consorte fiel que acompanha os homens
desde o tempo em que, no passado, se manifestou como sensação. Os terrícolas,
como representantes do reino animal em ambiente de desenvolvimento, não
conhecem a sua própria emoção e, a fim de que aprendam a reconhecê-la,
trilharão muitos e diversos caminhos. O entendimento sobre essa questão é
imperioso, porque, no momento atual, a razão intelectiva não compreende a
emoção, mas necessita fazê-lo antes da descoberta racional do fator intuitivo,
este que os acompanhará de hoje para sempre.
O espírito é um ser emocional e o seu crescimento se faz pelo
reconhecimento desse fato. Crescer espiritualmente subentende emocionarse e essa ação difere muito do sentir, porque o sentimento comove, mas não
emociona.
Por causa dos sentimentos, que esvanecerão quando os homens
abandonarem o reino animal e se tornarem seres integrais, algumas ações, que
fazem com que eles se sintam muito pouco racionais, desaparecerão.
Assim como um remédio utilizado para curar as dores do corpo, que, por
desatenção, venha a ser ministrado em excesso e acabe por nos levar à morte,
os sentimentos nos dão a medida do momento evolucional que vivemos e
podem inibir o crescimento de valores reais nas conquistas do espírito. A fim
de percorrermos o futuro, devemos abrir a nossa compreensão para o fato de
que não somos o que sentimos, mas o que nos emociona. A verdade é que a
comoção, gerada pelos sentimentos, deteriora o espírito. A emoção o enobrece.
Em constante tentativa de vivenciar a emoção, o passado mantém o
instinto, que alimenta os sentimentos. Não fosse isso, dificilmente haveria
possibilidade de racionalizar a evolução.
Na história evolucional dos seres, a vivência revela que os sentimentos
são passageiros; o que permanece, e transforma os indivíduos, é a emoção.
Por esse conceito, o raciocínio precisa se responsabilizar, aceitar e conviver
com o instinto, para que, juntos, possam compor a intuição. É necessário dar
ao raciocínio algumas características do instinto. A atitude do ser superior é,
31
sobretudo, admitir o raciocínio como um ato-reflexo, atitude que, na prática,
para o animal hominal, poderá equivaler à reação instintiva com que ele se
manifesta ainda nos dias atuais.
É importante considerar que aqueles que vivem em mundos superiores
vivenciam a emoção de maneira integral. Ela é a essência evolucional. Nessa
condição, não há presença de qualquer sentimento. Ao ser hominal terrícola,
parece estranho uma vida sem sentimentos, porque, para ele, esses governam
os homens. No entanto, podemos afirmar que viver a emoção, sem os caprichos
dos sentimentos, dá qualidade à vida.
Na condição evolucional do ser hominal desta terra, e sem que afrontemos
o processo evolutivo, é necessário o entendimento de que os sentimentos são
como simples exercícios na expressão do autoconhecimento. Por esse motivo,
eles devem ser observados e modificados, caso não condigam com a emoção
que se deseje manifestar.
Emoção não gera sentimentos, porque eles passam. E, se passam, não
podem ser considerados fatores capazes de manter o fundamento evolucional.
Os sentimentos, quando se tornam exercícios bem praticados, podem desvendar
questões emocionais que ainda não conhecemos e dar maior entendimento
sobre a emoção que trazemos, porque é ela que nos constrói.
O fato é que, mesmo as encarnações sucessivas se baseiam em sentimentos,
porque são eles que geram as maiores mazelas. Não havendo sentimentos, não
haverá a necessidade de resgatar e de cumprir resgates individuais ou coletivos.
Não precisar renascer somente ocorre quando a emoção guia os nossos passos
e nada menor que ela poderá modificar os seres. Dar à emoção o valor que ela
possui é a garantia de uma vivência plena, de crescimento pleno e, portanto,
de plenitude evolucional.
A resposta ao enigma é sempre a reflexão. Raciocinar atos e fatos, sentidos
e sentimentos, atitudes e pensamentos, tudo o que porventura partir de nós, é a
tarefa mais importante. Há que se aprender a reconhecer os estímulos externos
que imprimem vibração em nossos sentimentos e, avaliando-os racionalmente,
romper os cordões que nos prendem às profanas manipulações. A intuição
espera um raciocínio tão ativo que o esforço racional passe a compor a melhor
32
característica em nosso espírito e que o ato de raciocinar se transforme a ponto
de ser, para cada um dos homens, uma atitude tão imprescindível quanto
respirar.
A verdade é única e conclusiva: o legado, trazido pelo passado, prepara
o homem para o entendimento de que o futuro lhe dará novas e diversas
possibilidades. Então, a evolução abrirá os braços e receberá a nova raça,
aquela que fora redimida nesta terra, sob a égide desse mesmo sol.
Quando o indivíduo humano tiver dominado o raciocínio e este passar
à categoria de ato-reflexo, constituirá mais um legado e, junto ao instinto,
libertará o homem de si mesmo e da interferência que os demais exercem
sobre ele. O tempo necessário para se atingir esse estágio é agora, no momento
presente.
A terra espera a terceira revelação que se fará quando o animal hominal
aceitar a sua contribuição para com a melhoria da atmosfera que o cerca. Essa é
a finalidade das diversas vidas na composição do desenvolvimento humano. É
este o motivo que justifica as encarnações sucessivas: ver revelado, no interior
do homem, “uma nova terra e um novo céu”, conforme as palavras conferidas
ao Apóstolo João, no Livro das Revelações, conhecido por Apocalipse.
Essa tarefa, que é a maior entre todas as responsabilidades humanas,
teve seu início há muitas eras, quando somente havia a preocupação para
com a sobrevivência. Como exemplo da realidade das conquistas, embasados
em tempos distantes, podemos afirmar que a necessidade de assimilação do
raciocínio não é essencialmente um exercício novo. Na história humana, nesta
terra, ele já foi praticado uma vez, quando tendo vivido o instinto, o homem
recebeu o fator racional e se qualificou como animal superior, portanto, serão
capazes de agir novamente e assimilar o atributo para entenderem e vivenciarem
o tributo que se aproxima. Muitos são aqueles que já o fizeram e todos podem
garantir que tal empreitada é absolutamente possível.
Essa matéria construtora, que manipulamos em nossas menores atitudes,
sejam elas ações emocionais ou materiais, o fluido cósmico universal, pode
e vai transformar os homens, porque eles são os detentores do poder de
33
manifestações conscientes, que ampliam as muitas expressões de uma mesma
energia. A Terra, “que ainda geme pelas dores do parto”, aguarda essa conversão
e ela se fará com o entendimento de que cada homem é um agente essencial
da vida. Nenhum deles é instrumento passivo: todos são, e daqui em diante
ainda muito mais serão, responsabilizados pelas impressões energéticas que
manifestam.
O fluido cósmico universal, matéria sobre a qual incidem as nossas
manifestações, é, na verdade, o que somos, seja em corpo físico ou espiritual,
emocional ou intelectual. Ele é também o que seremos para sempre,
tenhamos conquistado quaisquer dos níveis evolucionais superiores. Não há
necessidade de modificarmos a matéria, embora isso ocorra naturalmente,
quando modificamos as nossas emanações. A solicitação da vida é um tanto
mais branda: ela quer que tenhamos consciência sobre as possibilidades de
crescimento emocional que se descortinam a partir de nós.
Indira Niubah
Raskan, proveniente do planeta Eganon, segundo que orbita em torno de Niubah (Betelgeuse),
primeira estrela (Alpha) da constelação de Orion.
34
Capítulo 4
Filosofia e religião
Antes de iniciarmos este capítulo, é necessário que entendamos a filosofia
e a religião como fragmentos de luzes distintas. Esses dois conceitos não se
coadunam nem se complementam.
Literalmente, filosofia significa ciência dos princípios e causas, amor pelo
saber e, particularmente, pela investigação das causas e efeitos. Conforme a
descrição do termo, religião significa crença em força ou forças sobrenaturais
que teriam criado o universo, a quem seria devido culto e devoção. Ora, se a
filosofia é uma ciência que investiga causas e efeitos e a religião se acerca de
conteúdos sobrenaturais explicados apenas pela devoção, certo seria afirmar
que caminham, ambas, em direções absolutamente opostas. Esse princípio
determina o fim de uma filosofia religiosa, porque, se é religião, não pode ser
filosofia.
Nas muitas culturas que se apresentam na Terra, a personificação de Deus
também não é filosófica, pois, da maneira com que Ele é descrito, não pode ser
comprovado por investigação das causas e efeitos. Portanto, o Deus da Terra é
um deus religioso e inadvertidamente se divide entre as diversas crenças, que
assumem, cada uma delas, a propriedade sobre Ele.
Infelizmente, assim é o homem que não busca entendimento: cercase de eventos explicáveis e, com argumentos inexplicáveis, tenta, absurda e
constantemente, interferir em mundos que não são seus. Sob esse aspecto, todos
os “ismos”, que determinam estudos de possibilidades filosóficas, se esvaziam.
As religiões se apossaram da filosofia e a transformaram em interpretações
que por si não se comprovam.
A fé em uma divindade, pelo conceito superior que se dá a ela, não necessita
de comprovação, entretanto, esse tipo de fé (que gostamos de definir como
verdadeira) se manifesta pela vivência de feitos e efeitos também superiores.
A lei do amor incondicional é a apresentação do conteúdo divino e
divinizador nos seres, posto que seja esse o valor fundamental da evolução.
Embora esse conceito transcenda a religião, ele pode ser encarado como a
comprovação da existência prática de significativa excelência sobre a presença
de um objetivo divino nas impressões humanas.
36
A noção de divinização, contudo, é ainda muito pouco vivenciada pelos
animais hominais nesta terra. Para o animal inferior, a devoção se dirige àquele
que provê todas as suas necessidades, sejam elas materiais ou afetivas. Os
humanos necessitam observar um pouco mais os seus animais domésticos.
Eles retribuem o amor com que são tratados e devolvem uma emoção que não
podem nominar, mas que é tão pura quanto o amor que os humanos deveriam
amar.
Confiar por amor. Confiar e ter fé na qualidade da emoção que se tem. Essa
é a intenção evolucional sobre a qual deve incidir o raciocínio que transmuta
o que é considerado adoração. A lei determina que o amor seja cumprido, mas
subintende que até ele deva ser raciocinado, posto que a adoração, a devoção
em si, é sempre prejudicial.
Quando o espiritismo foi trazido ao planeta, nos eventos narrados por Allan
Kardec, os espíritos afirmaram que ele inicialmente cumpriria uma experiência
doutrinária, mas que, de fato, ele se constituía de ciência e filosofia. Esse
conceito, em pouco mais de um século e meio, se perdeu. O espiritismo, que
se construiu sobre bases filosóficas, pela intenção de raciocínio investigativo
sobre causas e efeitos, cujo objetivo era de estender conhecimento, passou a
ser vivenciado e dirigido por dogmas e liturgias, por devoção e adoração a
indivíduos que, em algum momento, desenharam em seu passado a realização
de benefício e compaixão sobre terceiros.
O que fora trazido para cumprir a tarefa de informar e explicar a
continuidade da vida, acabou por se tornar uma religião de culto às palavras
de seu pentateuco. Diz-se que o espírita seria aquele que aceita a reencarnação
como válvula de desenvolvimento, mas essa sentença ludibria a postura
espiritual, posto que a intenção reveladora do conceito espírita deveria ser o
raciocínio e tudo o que estiver em seu domínio. A reencarnação não se traduz
como diferença, pois todos os seres, acreditando nela ou não, a vivenciam.
A consideração sobre a reencarnação é uma função lógica e racional nos
meandros da evolução dos seres, e, sob esse aspecto, nada tem de especial.
O fator racional, trazido ao conhecimento emocional humano, é a qualidade
do espiritismo que, por esse ato, deveria ser agraciado. O desenvolvimento do
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raciocínio, sobrepujando o âmbito religioso, é a função explícita e não cumprida
do espiritismo Kardequiano, embora as bases codificadas ainda permaneçam
aguardando o desenvolvimento intelecto-emocional dos seres hominais desta
terra.
Por essa análise, poderíamos também afirmar que todas as expressões
religiosas, que nem mesmo tiveram intenções filosóficas, se desconstruirão.
Como doutrina, infelizmente o espiritismo estará entre elas. A religião seria,
portanto, uma reunião de dogmas que, sem promover o dinamismo intelectoemocional nos homens, somente desempenharia um papel temporário na
história, a despeito de qualquer condição evolucional da alma humana.
No entanto, a filosofia evolucional foi colocada à disposição do
conhecimento do animal hominal desde a origem dessa espécie, quando ainda
não se haviam constituído os preceitos que integram qualquer sociedade.
Antes, muito antes da fundamentação de uma engrenagem propriamente
civil, tal como ocorreu nesta terra por intermédio da civilização suméria,
a ideia sobre a existência de uma divindade foi implementada por mãos e
mentes humanas. A parte inadequada sobre essa apreciação se fez à medida
que o ser hominal colocava o fator de divinização sobre a sua ignorância e, por
consequência, sobre tudo o que não fazia parte de sua compreensão.
Habitantes de diversos orbes, naquele tempo participando ativamente
do contexto social, deram ao conhecimento dos primitivos a instrução sobre
os caminhos do desenvolvimento evolucional. As noções de divinização do
espírito, que foram trazidas e firmadas junto à sociedade desta esfera, eram,
então, mostradas aos homens, pelo que eles definiram como deuses.
Os motivos que geriram o serviço dos viajantes sobre este orbe, no
citado tempo, foram os de auxílio ao ser hominal, no desenvolvimento da
recém-descoberta ferramenta chamada de raciocínio. A instrução se compôs
de técnicas que se destinavam à elaboração de sobrevivência e convívio e,
também, de uma filosofia universal que existe e que é reconhecida por todas
as classes, de todas as esferas, nos muitos universos que compõem a vastidão
cósmica.
38
A partir dessas informações é que foi erguida a espécie humana. Mas
nem a religião, nem a religiosidade foram jamais demonstradas, muito menos
exigidas pelos povos de outras terras. Os conceitos de religião e de religiosidade
são construções absolutamente primitivas.
As razões fundamentais da empreitada, que permitiu as muitas
participações de convívio entre os viajantes e os povos deste globo, foram
essencialmente:
1)implementar regras universais que gerassem e dirigissem possibilidades
de crescimento, a fim de que o ser hominal deste planeta pudesse cumprir
condições evolucionais idênticas aos demais seres que habitavam diversos
orbes, espalhados no extenso multiverso;
2)interferir na preparação de novos corpos de densidade física, a fim de que
esses tivessem condições de receber os que, em categorias intelectual e
moral específicas, seriam trazidos a este orbe pelas transmigrações
3)e, por fim, dar condições para que, integrando as sociedades, o ser hominal
acompanhasse o desenvolvimento do quadro racional de sua espécie, até
que ele tivesse condições de expressar crescimento, de maneira individual,
gerando benefícios coletivos. Utilizar essa afirmação é o mesmo que dizer
que os terrícolas, assim como todos os habitantes de todos os planetas que
apresentam possibilidades racionais de desenvolvimento, conviveram
com estrangeiros até que pudessem administrar uma disciplina mais
propriamente racional e, enfim, caminhassem por caminhos nos quais
seriam dirigidos por seus próprios pés.
Os milênios se sucederam e os seres hominais responderam satisfatoriamente
ao intento proposto. Os trabalhadores cósmicos, que posteriormente passaram
a ser chamados de raskans, ainda que continuassem acompanhando esses seres,
se recolheram à condição de amigos, trabalhadores das coxias, velados sob as
cortinas do progresso e do desenvolvimento pessoal, para o qual o terrícola se
dirigia.
Havia, porém, dos povos de outras terras, uma promessa de retorno que
ocorreria quando o indivíduo humano estivesse em condições de incorporar a
matriz intuitiva ao seu nível intelecto-emocional.
39
Durante o tempo que correu, porque havia essa promessa, nos diversos
contextos que acabaram por gerar um sem número de religiões, foi repetido o
regresso da personalidade anunciada como mestre acenssionado. Todos esses
mestres prometeram retornar? Não, nem todos. Muitos, aliás, nem existiram.
Esses fazem parte da intenção de manipulação do poder socioeconômico sobre
a essência cultural dos povos.
A primeira fase de participação dos estrangeiros entre os desta humanidade,
construiu, no passado, um importante legado funcional sobre as características
humanas. As intervenções genéticas, que tornaram o corpo material humano
híbrido, deram a ele diversas capacidades que, no correr dos milênios, o
levariam ao desenvolvimento de excelentes possibilidades de convívio.
Então, entre esses indivíduos surgiu a religião. Ela foi composta por um
emaranhado de análises interpretativas sobre uma infinidade de manifestações
que fugiam à compreensão dos seres primitivos. Assim se encontrava a Terra
na época do segundo degredo, que trouxe a este solo os exilados de Capella.
Capella (Cabra) é uma jovem estrela, gigante amarela, que pertence à
Constelação do Cocheiro (Auriga), situada a aproximadamente 45 anos luz
desta Terra. Ela é 150 vezes mais brilhante e 12 vezes maior que o Sol deste
sistema e compõe um conjunto de estrelas binário (par principal), que, junto
a outras duas estrelas anãs vermelhas, compõem um sistema múltiplo. Elas
dançam entre si, duas a duas, e cada dupla caminha por uma extremidade da
órbita formada pelo movimento das quatro. Além disso, atraídas pela gravidade
do par principal, há outras cinco estrelas conhecidas pela astronomia da Terra
e mais três, por ela, desconhecidas.
Aos olhos do cosmos, Capella é um sistema complexo (assim considerado
porque é formado por 12 estrelas), que funciona como um posto operacional,
entre os muitos espalhados no multiverso. Essa é a razão pela qual, no degredo
promovido por esse sistema, foram reunidos espíritos de mais de 42 planetas,
18 dos quais ainda considerados primitivos, e não primários, que enviaram
espíritos para este orbe. Naquela época, o sistema Capella organizou o traslado
de milhares de espíritos, em 16 esferas transporte, duas das quais, em diferentes
distâncias, se aproximaram da Terra.
40
Mais uma fase, que trará novos protagonistas, além de retirar deste orbe
uma expressiva quantidade de resistentes, se desenha atualmente pela vivência
de um quadro racional relativamente estável. Mesmo sem a utilização madura
sobre a potencialidade intelecto-emocional nos homens, esse evento, que
ocorrerá em um futuro próximo, é determinante no âmbito do desenvolvimento
de qualquer raça. Com alguma demora, a humanidade desta terra cumpre a
contento a segunda fase de sua classificação hominal.
A religião, como fator primário de elaboração sobre a construção de
qualquer sociedade, executou uma espécie de estagnação no quadro evolucional
dos homens e, por esse motivo, necessita ser superada. Ela manteve inacabado
o processo de educação emocional e reduziu a potencialidade individual
de crescimento mediante a cooperação mutua. Entre todas as mais infames
tiranias, a religião colocou o homem contra si mesmo e nada construiu em
benefício de mais ninguém.
Em vistas desse fato, o cosmos define a futura trajetória e solicita aos
raskans nova contribuição na dinâmica da vida humana. Sobre este orbe, nos
dias que se avizinham, somente haverá, no contexto social, a fé reparadora,
mas ela não depende de religiões. Crer sem raciocínio é, neste tempo, um
conformismo que o indivíduo humano deveria combater.
Acreditar e ter fé jamais foram a mesma coisa, e, nesse tempo futuro, crer
não bastará. A fé, sem raciocínio, não sustentará a obstinação sobre as causas
justas. O misticismo deverá ser posto à prova e somente a razão o fará morrer.
Caso o ser hominal entendesse a fé, faria, por princípio, um resgate em sua
própria consciência.
A lei é universal e clara: “toda energia manipulada pelo indivíduo
alimentará a atmosfera que o cerca e também a ele mesmo, fazendo com
que se cumpra o efeito pela causa”. No contexto aqui apresentado, não
há, como jamais houve, uma evocação de entidade externa a fim de que se
fizesse cumprir esse efeito. O julgamento final não existe, ele jamais existiu.
Na verdade, poderíamos dizer que o final não existe, nem com e nem sem
julgamento. A manipulação (que é sempre individual) sobre o fluido cósmico
universal manifesta em si o cumprimento da lei. Não há propriamente o sentido
41
de resgate sobre as atitudes produzidas. Tudo é consequência imediata da ação
praticada, seja ela mental, emocional ou física.
É essa, portanto, a consumação da fé. Ao homem que viverá a era do
soerguimento pelo fator racional, tendo como intuito a elevação da qualidade
de sua emoção, cabe informar que diversos amigos, todos pertencentes à
mesma família cósmica, estarão auxiliando na travessia desse mar.
A ignorância e tudo o que a ela disser respeito, deverá ser creditada ao
passado e, assim, para o ser hominal, longa vida se fará sobre esta Terra. Essa
é a noção primordial da sentença: “O Deus que habita em mim saúda o Deus
que habita em você”. Eis a causa e o efeito do exercício de amor ao próximo.
Vinira Bovanes
Raskan, proveniente do planeta Celastan, quinto que orbita em torno de Bovanes (Tau Ceti),
primeira estrela (Alpha) da constelação de Cetus.
42
Capítuo 5
O que é espiritual
Por mais que se reflita, por mais que se raciocine, para definir o que é
espiritual, uma única palavra bastaria: tudo. Tudo o que existe nos planetas,
nos sistemas, nos homens ou no multiverso tem como cerne a vida espiritual.
A existência de tudo se define sob esse aspecto em qualquer um dos níveis de
desenvolvimento ou de evolução. Os espíritos são o princípio e o fim, o alfa e
o ômega de todas as coisas.
Enquanto a intuição não se define no indivíduo humano, ele seguirá
acreditando que a criação dos seres dependa da expansão universal, mas não
acontece assim. É a necessidade dos seres que determina a expansão cósmica.
Pela necessidade dos seres, o universo se desenvolve. O prisma, por meio do
qual o ser terrícola se vê, não dá a ele a exata noção da qualidade do espírito
que o anima e, no correr da história que envolve os diversos reinícios da vida
neste planeta, o ser, que nele vive, desconstruiu e não compreendeu a sua
função e o seu destino.
Por todos os cantos deste vasto universo o destino dos seres é, sempre foi
e será, o desenvolvimento espiritual. Desde a mais elementar fase da criação,
à evolução espiritual se coloca o objetivo fundamental. A fim de que fôssemos
construídos para o desenvolvimento e posterior evolução, estivemos em matéria
mineral, vegetal e, por fim, animal. Quando dizemos “estivemos”, estamos
falando de todo e qualquer ser que apresente condição de moral superior ou
não, e que esteja habitando nesta ou em qualquer terra.
Pelo mesmo objetivo, tínhamos que ser lembrados de que toda a matéria
serve ao espírito e de que jamais se fez o contrário. Naquele tempo, ser e
permanecer sobre a Terra era a intenção que cumpriria a finalidade impressa
no processo de desenvolvimento. Mas o desenvolvimento fez o ser hominal
seguir até atingir o entendimento de que inverter prioridades e desempenhos
é uma competência de todo aquele que dá à sua identidade uma superlativa
importância.
Esse processo, porém, nos faz estagnados e absolutamente infelizes.
No profundo de nosso ser, reconhecemos que fomos feitos para a luz e para
qualidades conscienciais superiores. O ser espiritual de moral superior é
uma identidade muito mais voltada ao coletivo e, embora isso não seja uma
imposição, define um efeito absolutamente natural.
44
Neste globo, e no momento atual do planeta, muito se valoriza a matéria.
Mas ela é apenas um instrumento temporal, importante sim, e até essencial,
que não servirá ao espírito na verdadeira vida, nem em etapas de evolução
superior. Os mundos verdadeiramente evoluídos não precisam manifestar
corpos materiais e o animal hominal desta esfera não se dá conta disso.
Até o advento da intuição, os orbes deste e de muitos outros mundos,
recebem espíritos em tarefa de reparação encarnatória. Ao redor deles, diversos
estágios de manifestação compõem o mundo espiritual. Acima desses estarão
os que depuraram suas consciências e ascenderam no ambiente de alta vibração
evolucional. É no espaço ao redor da faixa de vibração espiritual superior
deste planeta que se encontram os auxiliadores cósmicos. Seus serviços se
estendem aos níveis de consciência inferior, inclusive nos estágios espirituais
que abraçam esta esfera.
Uma vez entendida essa hierarquia, que assim se traduz por intenção
funcional, porque não existe de fato, uma nova visão se desenha: toda
manifestação, seja em atitude, pensamento, raciocínio ou intenção, bem como
em qualquer das demais manifestações de consciência, está vinculada a fatores
espirituais.
Tenha a qualidade ou densidade que tiver, a matéria, em algum momento,
necessitará se desconstruir. O espírito não. No universo ele é a expressão
evolucional da eternidade. É por ele que a evolução caminha.
No desenvolvimento do ser humano terrícola fez-se o esquecimento
de que os valores reais não pertencem à matéria. Ele crê que a sua busca
espiritual se realize em visitas esporádicas aos templos, ainda embasada pelo
fator religioso.
Em âmbitos superiores, evoluir é como uma religião para os espíritos,
mas eles não dependem de ambientes externos. Somos o templo de bemaventuranças, o vetor de compaixão e a essência da disciplina e da verdade.
A matéria ficou no passado e é, nos dias que correm, uma vestimenta
da qual nos utilizamos para cumprir tarefas que também são espirituais. No
desempenho de alguns serviços neste orbe, vestimos fisionomias e corpos para
45
que nos relacionemos. Isso, porém, não é uma regra, embora muito facilite o
trabalho.
Por vezes, torna-se necessário descer ao orbe. Para que assim seja
feito, os formatos funcionam como um tipo de escafandro que reduz a ação
da densidade atmosférica sobre nós. Nesse momento, lançamos mão de uma
vestimenta confortável, ainda que a aparência não nos defina. Aliás, a aparência
não define ninguém. Essa tem sido a lição de aprendizado mais difícil para as
gentes desta terra.
Nesta esfera, ter e ser se confundem; estar e ser também. Eis a nossa
incompreensão. Entre os espíritos que se encontram no processo evolutivo,
quando, em prol da evolução, já se abandonou o desenvolvimento, ser é tudo
o que sabemos, tudo o que fazemos pela consciência de ações individuais
praticadas em benefício coletivo.
Sem alimentar qualquer nível de pretensão, esclarecemos esse fato para
que vocês, desta terra, saibam que também nós não compreendemos algumas
de suas atitudes. Algumas vezes, torna-se difícil avaliar o comportamento, os
sentimentos e as sensações humanas.
Para a nossa compreensão, o processo de desenvolvimento pessoal deveria
ser considerado prioridade. Para o ser hominal, nem sempre se faz assim. A
vida nesta terra é boa e nenhum entre nós imagina o não viver. O contexto
social revela muitos prazeres, mas a nossa dificuldade de compreensão se faz
quando avaliamos que tudo poderia ser igual, caso o homem escolhesse ser
feliz. Não é isso o que vemos. O trabalho, os relacionamentos, a paternidade, os
sentimentos, o lazer, todas as vivências humanas parecem realizar os homens
muito mais quando os fazem sofrer. Essa visão é estranha.
Imaginamos que, se todas as questões são espirituais, os passeios com
os amigos, o tempo dedicado aos filhos, ao lar, às reuniões sociais, às relações
pessoais deveriam dar aos homens as alegrias e a competência de aprendizado.
Mas não é assim, e o indivíduo humano perde precioso tempo vivenciando
situações demasiadamente fúteis e absolutamente vazias. Por quê? Não sabem
eles que todos os caminhos levam à evolução? Não pensam eles que a elevação
é uma busca constante?
46
Haverá tempo em que os homens nos mostrarão novas faces e, quem sabe
nesse tempo, eles serão soerguidos das muitas mutilações emocionais que, por
opção, produzem em si. Não seria necessário modificar eventos do contexto
social a que essa espécie se entrega, bastaria modificar intenções, impressões
e algumas atitudes.
Viver por prazer não é ruim, contudo, haveriam de considerar um prazer
de alma, de compromisso para com a alegria do outro. A reflexão é espiritual
e ocorre nesse ambiente. Todas as situações para as quais o homem se dirige,
deveriam contar a sua história, porque viver por viver não faz sentido. O espírito
merece construções mais sólidas, ele precisa de emoções efetivas, a fim de
apreender significados disciplinares importantes. Infelizmente a prioridade
dos terrícolas, de quase todos eles, se reverteu à matéria.
Cuidar do corpo, dar prazer ao corpo, idealizar um corpo, se tornou o
vetor guia da humanidade. Esse processo aumentou as solidões, separou os
bons amigos e destruiu relacionamentos firmes. Pobres homens.... Nem seus
irmãos, animais inferiores, escolheriam a infelicidade. Apenas o ser hominal é
capaz disso. Essa é a escolha que menos entendemos.
Sem avaliar que todas as situações são espirituais, porque promovem a
manifestação do espírito pela necessidade que este possui em desenvolver-se,
o ser hominal caminha às cegas em um mundo que também o é. Tempo virá
em que pela compaixão se conhecerá os fortes e naquele instante os fracos
serão convidados a se fortalecerem. Os carmas são de essência espiritual e,
entre eles, o carma planetário necessitará da ação desse mesmo homem, mas
naquele instante, a matéria não bastará.
Os espíritos, que se encontram sobre a Terra, necessitam confiar no
desenvolvimento que moldaram dentro de si e, com ele, executar tarefas de
abnegação e amparo, de alegria e até de alguma felicidade. Há um motivo
para estarem nesta vida e no momento atual. Construir, cada um, um mundo
coletivo onde o outro encontre o prazer de nele habitar.
Aos moldes de raças superiores, o ser hominal terrícola deve considerar
a vida como um conjunto de vidas. A atmosfera que o cerca como a reunião
de fragmentos de vontades e desejos, alguns deles insatisfeitos, mas todos,
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impressos por manifestação de seus iguais. Alimentar a Terra por emanações de
convicções consistentes, e em si coerentes, pretendendo o benefício coletivo.
Modificar o carma desta esfera, ou pelo menos tentar fazê-lo, é a inciativa que
o cosmos aguarda para que sejam subtraídas diversas aflições. Vencer agora é
reconhecer que o espírito pode mais do que apenas distribuir migalhas de um
amor verdadeiro.
Namir Messinna
Raskan, proveniente do planeta Albouir, terceiro que orbita em torno de Messinna (Rígel),
segunda estrela (Betha) da constelação de Orion.
48
Capítulo 6
O ser coletivo
Desde o início dos tempos que marcaram o nascimento desta terra, diversas
equipes de trabalhadores cósmicos se reúnem para promover e assegurar o
melhor desempenho da vida sobre este orbe.
Aos seres desta esfera, no momento atual, é imprescindível a compreensão
de que, em relação aos planetas, somos todos visitantes. Como seres espirituais,
não pertencemos a orbes. Apenas nos ligamos a essa ou aquela esfera por
simples necessidade encarnatória.
Seja na Terra ou fora dela, enquanto a reencarnação se cumpre, estamos,
e somente estamos, habitando planetas. Passando por eles como estágios de
desenvolvimento de disciplina e aprendizado. Não pertencemos a qualquer
dos mundos. Somos cidadãos universais e não planetários.
A tarefa que cabe a nós, seres que já trilharam essa parte do desenvolvimento
evolucional, é estimular o indivíduo humano para a percepção de sua real
e verdadeira situação perante o cosmos. Necessário se faz, portanto, que
seja compreendido, de uma vez para sempre, que somos auxiliadores de
desenvolvimento em todas as esferas que se preparam para a luz.
Por vaidade, o indivíduo humano tem a tendência de separar o que é
inseparável e dividir o que é indivisível, seja em potências ou potencialidades.
Nas diversas dimensões, há trabalhadores demasiadamente empenhados
para que se atinja a finalização do período de transição deste planeta. O mundo
físico necessita reconhecer a presença desses trabalhadores e as manifestações
que eles produzem, sejam elas realizadas por meio de qualquer dispositivo
canalizador. Essa é uma comunicação importante que vale mais pelo conteúdo
que pela forma e que não determina propriedade sobre este ou aquele receptor.
No momento atual, e principalmente nele, as mensagens de alerta,
preparação e proteção chegam a todos os locais onde se possa encontrar um
indivíduo canalizador, esteja a característica de seu trabalho envolvida com
para-psiquismo, revelação, intercessão ou mediunidade.
Diversos são os canais utilizados, pois, para os trabalhadores cósmicos, a
determinação está em alertar e amparar o maior número de indivíduos que se
encontram sobre esta Terra.
50
Nesta era de tribulações, necessário se faz que se tenha humildade. Todos
os que desenvolveram alguma sintonia para com a rede cósmica, aqueles que
possuem valores firmados em benevolência e cooperação, receberão avisos
e consolação, porque a luz, aquela que verdadeiramente ilumina, não pode
segregar os indivíduos, nem por crença, nem por raça, nem por intenções.
Os convites de resguardo estão ao alcance de todos. Não há sequer um
indivíduo que não esteja, neste momento, convidado ao autoconhecimento,
às avaliações de conduta e posturas cuja pretensão seja o despertamento para
uma consciência superior.
Todos os povos que se encontram nas diversas nações deste mundo, de
maneira consciente ou não, recebem, neste tempo, as vozes dos auxiliadores
cósmicos. Esteja o indivíduo desperto ou não, estará envolvido na possibilidade
de aplicação de valores capazes de soerguê-lo.
É esta a qualidade de trabalho daqueles que podem ser considerados como
irmãos superiores: não segregar, não dividir e se assegurar de que seja realizada
uma farta distribuição de consolo e condições para que cada ser possa reagir
aos tempos atuais com o entendimento sobre a necessidade de manifestar a
melhor energia de construção e cooperação.
A fé, como postura de caráter superior, e longe de ser apenas uma
aceitação trivial, deveria ser encarada como a essência racional sobre a emoção
de qualquer um dos indivíduos.
Para momentos de verdadeira tribulação, assim como esse para o qual o
planeta se prepara, não basta a crença sobre a pessoa de um messias. Antes,
torna-se necessário compreender o que ele, por meio de sua vivência e
mensagem, perpetrou.
A pergunta que farão os espíritos superiores encarnados nesta Terra mais
se aproxima da mensagem revelada pelos que foram descritos como o Verbo,
do que sobre a personificação ou registros de imagens que o definam. Imagens
não definem, nem podem definir pessoas.
O papel dos mensageiros que estiveram sobre o orbe pela missão de revelar
a disposição humana no âmbito do amor incondicional, mais que em qualquer
51
outro tempo, assume a sua real importância. Amar pelo bem que se deve a si,
ao outro, à vida, ao mundo. Amar pelo bem que se deve ao desenvolvimento
dos valores essenciais em uma espécie cujas possibilidades são nobres e, desde
o princípio, claras e muito elevadas. A mensagem sempre foi mais importante
que os homens e é sobre ela que a fé deve repousar.
Quem ouviu as palavras dos muitos agentes de uma energia em si
luminosa, chamada pelo cosmos de energia Crística, mesmo após a injustificada
manipulação produzida pelos agentes de intenções profanas, deveria
compreender que a fé no amor e na misericórdia jamais poderá ser vencida.
Ela agiu sobre as aflições cármicas individuais, porém, neste novo tempo,
e pela primeira vez em todos os longos milênios, o homem é convidado a
manifestar a sua fé sobre tribulações efetivamente reais. Não se faz tempo
de desistências. Todas as manifestações de amor pelo próximo, que foram
personificadas na Terra por seres ascencionados, pretenderam dizer aos homens
sobre a necessidade de amparo e compaixão, disciplina e raciocínio emocional,
pelos quais a evolução se justifica.
Amar os supostos enviados de Deus, e somente a eles, não preparou a
humanidade para a vivência do supremo amor. Amar a Deus sobre todas as
coisas se revelou na vivência da mensagem de amor incondicional, mas o ser
hominal não percebeu. Esse foi o motivo pelo qual as religiões se construíram,
pois a humanidade se esqueceu de que o missionário não pode ser considerado
maior que a sua missão.
No ocidente, Jesus deveria ser ouvido, mas acreditando no valor das
representações ilusórias, o indivíduo se converteu pela visão de uma face muito
pouco real. Como se a qualidade física valesse a mensagem exemplificada, o
cristianismo se ergueu forjando provas de angústias e flagelos.
A metade incompreendida sobre a construção do mito é que jamais
importou a sua fisionomia, a cor de seus olhos e cabelos, porque tudo isso
é, e sempre será uma grande ilusão. Talvez, se a humanidade conhecesse
a fisionomia de Jesus, assim como ele a apresentou à Terra, jamais tivesse
dado crédito às suas palavras, pois o físico daquele homem era comum, como
são comuns todos os homens. Incomum sempre foi a luz de sua competente
manifestação, entretanto, isso a humanidade não viu.
52
Infelizmente, os séculos banalizaram a mensagem da elevada manifestação
e a construção dos símbolos imprimiu, como mensagem subliminar, a culpa
no inconsciente humano. Por ela, as vibrações compostas pela reclusão nos
momentos de oração perderam identidade e o indivíduo hominal imprimiu o
seu próprio egoísmo em suas manifestações de fé.
O momento atual vem lembrar aos seres a necessidade de valores
devidamente solidificados em ideais de verdadeira abnegação. Esse será o
momento do amadurecimento da fé no ambiente do espírito individual. Uma
prova necessária a que muitos sucumbirão, porque as necessidades materiais
se erguerão sobre os valores da sociedade.
A hora da “repartição”, do amparo e do amor justificado se aproxima. A
matéria, sempre efêmera, cobrará dos seres posturas de auxílio sobre a conduta
do amor. Essa será a grande elevação.
Os valores materiais deverão deixar os cofres a fim de proporcionar
alento aos muitos que necessitarão de uma verdadeira solidariedade. Os valores
espirituais afagarão as almas pela compreensão de igualdade pela dor que será
imposta. Esse será o ministério dos trabalhadores de última hora. Para esse fim
eles foram trazidos à Terra e nesse momento construirão a sua redenção.
A verdadeira vida aguarda a revelação dos homens. Essa é a fé postulada
pelo Cristo em todas as suas manifestações. Salvar-se pela extensão de salvação
executada pelo expurgo dos sentimentos, dando à emoção, que é única em
todos os seres, o seu verdadeiro caráter. Essa será a maior entre todas as
manifestações de fé nesta humanidade, mas essa atitude não pode cumprir um
papel de aparência, pois ela necessita de profundidade.
É esta a real intenção de confraternização: abrir mão de conquistas
materiais e expandir a consciência para além do egoísmo. O prenúncio da
vivência em quarta e quinta dimensões sensoriais. Neste momento, essa é a
função social da humanidade. A dor será, infelizmente, o vetor de aproximação
entre os seres e entre os povos.
Essa será a história que a humanidade esquecerá. A primeira que revelará
os seus heróis e sobre ela se construirá a nova Terra. A fé que não souber
53
compreender essa necessidade será em si vazia. Aquela que se fortaleceu
apenas sobre formatos desaparecerá. Tudo o que sobrar deverá ser amor ao
próximo, pela história futura desta humanidade. Essa é a causa da morte de
todas as crenças: a fé que ampara e fortalece será em si fortalecida.
Muitos haverão de lançar questionamentos embasados em suas crenças,
mas elas não lhes darão ambientes de refrigério. Somente a fé na mensagem,
tantas vezes repetidas nesta Terra, fará do ser hominal alguma coisa maior que
ele mesmo.
Adriel, a verdadeira identidade cósmica daquele que este planeta conhece
pelo nome de Jesus, que esteve na Terra sob diversos nomes, em diversas
encarnações, sobre os solos de diferentes regiões, comandante supremo deste
planeta, aguarda o entendimento sobre o amadurecimento da emoção/amor
em cada ser espiritual que esta esfera abriga. A todos os outros, novas moradas
celestiais os receberão, propondo um novo recomeço.
Jamais houve como fugir da luz, da claridade. A escuridão não existe.
Ainda que alguns não acreditem, o mal não vence batalhas, ele apenas fortalece
guerreiros. Essa é a verdade do cosmos. Essa é a função da lei e o significado da
Palavra. A fé é o escudo que transmutará a realidade em verdade e o ser hominal
sobreviverá. Saibam todos que o futuro pertence àqueles que entenderem o
significado da fé. Este é o tempo que desenhará a luz como essência espiritual
e o indivíduo, por essa causa, assumirá o conceito factual do que representa a
coletividade.
Vandor Meir
Raskan, proveniente do planeta Dalonn (Marte), quarto que orbita em torno de Meir (Sol),
estrela central deste sistema.
54
Capítulo 7
A tarefa evolucional
Em relação a este planeta, a dinâmica cósmica possui intenções bastante
justificadas. Essas intenções são semelhantes a outras que se produzem em
alguns mundos espalhados no multiverso.
O ser hominal pode ser definido como um projeto de uma raça especial.
Modificado geneticamente pelo desenvolvimento dirigido de três glândulas
que operam funções bastante específicas – a pineal, a hipófise e a timo – o ser
hominal deste globo é um protótipo de classificação emocional.
O fato é que todos os seres são criados e constituídos por expressiva
capacidade no âmbito das emoções. Aos terrícolas, porém, tal capacidade foi
especificamente elaborada e, por esse motivo, sobre eles operamos um tipo de
tutela também especial. Mesmo assim, não podemos interferir diretamente no
carma planetário, ainda que nossas ações tenham minimizado diversos fatores,
por assim dizer, acidentais.
A Terra é um planeta notável, e o homem, que nela vive, apresenta
grandes possibilidades evolucionais em seu desenvolvimento. O cuidado que
temos com todos os planetas é o mesmo, contudo, as expectativas sobre este
são um tanto diferentes. Dada a pouca idade do globo, podemos afirmar que,
embora não pareça, o desenvolvimento hominal nestes sítios ocorreu muito
rapidamente.
Ainda assim, se mesclam, no ambiente da crosta e das escalas espirituais,
diversas qualidades de indivíduos. A intenção dessa causa é justificada e se
faz pela busca de convívio, a fim de gerar oportunidades de intercâmbio de
manifestações sensoriais. Portanto, de possibilidades espirituais entre os
próprios humanos, que haverão de construir em si emoções salutares.
A tarefa evolucional do planeta, e, dentro dele, do Brasil e do continente
africano, especificamente, se apresentam como uma projeção de impressões
positivas, a fim de dar, no futuro, maior qualidade às manifestações de
maturidade emocional.
A ideia conduz a razão a observar que a tarefa planetária depende da
qualidade emocional desses povos. O Brasil, em especial, é ainda considerado,
nos meios espirituais, como o celeiro sensorial do mundo e a pátria do
desenvolvimento da emoção humana.
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Embora os governantes de ambos os povos pouco valorizem essa
característica, os indivíduos que constituem a população dessas regiões são
demasiadamente solícitos, francos e afáveis. Em relação ao mundo, o Brasil
se coloca como a pátria de todos os povos, pois que a emoção, que embala os
brasileiros é um pouco mais dirigida pelo altruísmo. O continente africano
tem características similares, mas adquire maior compromisso ditado pela
condição histórica e, consequentemente, cármica.
No contexto espiritual, esse fato está longe de determinar para as nações
uma igualdade de responsabilidade. Ao contrário. Ele amplia a participação
espiritual das gentes desses dois povos neste solo. Claro que, quando
distribuímos a responsabilidade, generalizamos, mas o fazemos somente
pela expressão de coletividade. Assim como em todo o globo, há igualdade
de distribuição de qualidades espirituais em todas as nações, de outro modo,
agiríamos com parcialidade.
Em relação a esses povos, contudo, há um detalhe importante que precisa
ser considerado: sobre parte da América do Sul (Brasil) e do continente africano,
a Falha do Atlântico (uma retração na camada de ozônio) reduz a proteção
sobre a atmosfera material. Seria o mesmo que dizer que tais povos estariam
mais expostos à ação de energias siderais que qualquer outro povoamento do
mundo.
Em vistas da promoção de equilíbrio, essa é a causa de maior expressividade
no comportamento dessa gente e também de se estabelecer a função emocional
e a integração familiar entre esses dois povos.
Trata-se de uma faixa de energia menos densa, para a qual haveria
necessidade de atitudes e pensamentos mais salutares, e até mesmo mais
vibrantes, além, é claro, de um especial sentido de abnegada resignação. A
atmosfera mais leve é, em parte, constituída e alimentada pela exuberância
emocional de tais povos que apresentam distinção entre eles e os demais.
Por outro lado, a inebriante alegria dessa gente manifesta aprimoramento
de proteção emocional sobre o planeta. Esse resguardo, por extensão, protege
todo o hemisfério sul e dignifica os habitantes dessa parte do mundo. Não seria
57
incorreto, portanto, afirmar que, tanto material quanto espiritualmente, esse
hemisfério se torna autossuficiente.
Os tempos que se aproximam devem trazer a necessidade de ampliação de
benefícios, por isso, mais que em qualquer outro tempo, nós, os trabalhadores
da Confederação Cósmica, nos dedicamos a estudos de comportamento que
pretendem diversificar a postura dos povos da parte sul do planeta e estender
tais benefícios aos da parte norte. Esse trabalho é realizado em sintonia com os
espíritos neste momento desencarnados, que manifestam situação de equilíbrio
e desenvolvimento qualificado.
Consideramos a tarefa evolucional deste orbe como um processo ao qual
se aplicam todos os espíritos que se encontram no ambiente material planetário
e também aqueles que se encontram no ambiente espiritual.
Por determinação de nossa Confederação, os ambientes espirituais
inferiores (umbrais) serão completamente evacuados em breve. Aliás, esse
serviço já teve início há algum tempo. Essa informação ganha importância
quando consideramos que as vibrações dos seres, mesmo daqueles que se
encontram desencarnados, se manifestam na atmosfera física da Terra. Então,
podemos considerar um abrandamento de emanações deletérias preparando
a composição de uma nova atmosfera. Isso significa que toda a qualidade do
ambiente que se manifesta a partir da crosta desta esfera será, em um futuro
próximo, de responsabilidade exclusiva dos espíritos que estiverem encarnados
sobre o orbe.
Eis o motivo da necessidade de participação consciente de todos os
terrícolas. As emanações e as irradiações de cada um dos indivíduos serão,
mais que em qualquer outro tempo, importantes e fundamentais para a saúde
desta terra. Essa é a tarefa evolucional atual.
Como foi informado nos capítulos anteriores, a lei de causa e efeito,
cumprindo a simples reação às emanações de forças sensoriais, determinarão
a permanência sobre este solo.
58
As ações até aqui praticadas podem perder ou ganhar expressão de
compromisso. Essa é a mais importante tarefa que os seres deste orbe já
tiveram em suas mãos. Desconstruir carmas pessoais pela construção de um
novo ambiente planetário. Essa é a atual função humana. Bom trabalho a todos
nós.
Lênifh Messinna
Raskan, proveniente do planeta Albouir, terceiro que orbita em torno de Messinna (Rígel),
segunda estrela (Betha) da constelação de Orion.
59
Capítulo 8
As razões do raciocínio
Nos dias atuais, o indivíduo terrícola vive um importante momento
evolucional. Ele marca uma fronteira muito bem definida sobre as questões
racionais que, por si, separam e dividem a raça humana em dois níveis distintos
de consciência.
Há os que, preocupados com o futuro do planeta, manifestam cuidado e
zelo para com o meio ambiente e para com o outro. Eles respeitam as escolhas
alheias e desenvolvem belas e nobres ações que, ainda que não pareçam,
se propagam como uma corrente de bem e contaminam, de maneira muito
positiva, todos os outros humanos, mesmo aqueles mais resistentes.
Há ainda aqueles sobre os quais essas ações encontram solo aparentemente
improdutivo. Dizemos aparentemente, porque todos os seres, desde o momento
criador, sabem, embora o ser hominal seja o único que entenda, que a evolução
não depende de nós e nos fará seguir adiante, queiramos ou não, neste ou em
outro globo.
No estágio de desenvolvimento no qual o homem terrícola se encontra,
já não cabe a ignorância sobre os caminhos evolucionais. Dentro e fora dos
contextos religiosos, muitos comunicadores estiveram sobre este solo, desde
o momento primitivo, classificando métodos e condições para um tipo de
vida superior. Portanto, torna-se impossível que alguns homens, no correr das
vidas sucessivas, jamais tenham ouvido uma palavra sequer sobre os objetivos
racionais da evolução.
Evoluir é unir e fazer funcionar, em uníssono, duas razões entre si
complementares. Elas coexistem no corpo mental do indivíduo, a partir do
animal hominal, ou seja, a partir do advento do raciocínio.
O corpo mental do ser racional se divide em razão intelectiva e razão
emocional. Esse fato é de conhecimento de todos e, há muito, autorizado
à ciência desta terra. É necessário que ambas as razões se manifestem em
equilíbrio, ou em um nível muito próximo a ele, a fim de que se promova o
abandono do reino animal. E é essa a tarefa que cabe ao indivíduo humano, em
suas vivências atual e futuras.
Não há como exigir que se construa o homem integral se tais razões não
61
estiverem conectadas. Há que se despender esforço para que se alcance tal
intento, pois, mantendo-se no desequilíbrio atual, o ser hominal não atingirá
o novo estágio, pelo menos não neste orbe. É urgente e fundamental que o
quadro emocional do terrícola se humanize, tornando, por efeito, o intelecto
mais abrangente.
O ser humanizado necessita de que as duas razões, que compõem um
mesmo raciocínio, lhe possibilitem um novo sentido de vida. Essa impressão,
porém, deve partir do entendimento sobre a necessidade de sociabilização e
compartilhamento, embora o futuro traga argumentações que definam o valor
contrário, porque nele o Ego erguerá a voz e fará o indivíduo temer até a si
mesmo.
Ainda que situações de flagrante autoridade separatista venham a se
manifestar no contexto social, o ser hominal deveria ter a preocupação de
fortalecer a noção primordial de metas específicas de apoio à coletividade. De
outra maneira, o engodo criará uma população manipulável e vazia. Títeres
que, em nome da sobrevivência, entregarão seus destinos em mãos alheias.
A Terra permite uma gama de espetaculares condições para que esse
nível seja atingido. O homem, contudo, restringe oportunidades de melhores
avaliações exclusivamente por se sentir limitado pela presença de um corpo
físico.
Dentro de cada ser, desta ou de qualquer outra raça, sempre há uma fração
de energia pura e irradiante, em absoluta expansão. É imprescindível que se
aprenda autoconfiança, uma atitude de maior consideração para consigo, além,
é claro, de desprezo pelo autoflagelo.
O terrícola julga o mundo e os muitos mundos, tendo a si como parâmetro
e tenta transformar todos eles em apêndices de si mesmo. Mas o mundo tem
autonomia sobre o homem e, ainda que dependa dele para cumprir o seu
saneamento como indivíduo, não o considera singular, nem fundamental. O
globo, ainda que seja vivo, não raciocina. O homem sim deveria fazê-lo.
A história desta humanidade revela o exaustivo esforço que se tem
dispensado para que se faça a compreensão sobre as impressões superiores
62
colocadas na palavra, de maneira simples, pelos espíritos ascencionados,
embora eventualmente suas mensagens tenham sofrido alguma interferência dos
meios religiosos. Ainda assim, ela repete conceitos de qualidades emocionais
possíveis e claras que, uma vez conferidos ao tipo de vida comum, renderiam
uma importante expressão de valores reais, que teriam por finalidade elevar e
expandir a consciência humana.
Muitos dos que caminharam sobre a Terra tiveram êxito, no que concerne
às questões morais, e, por essa experiência, galgaram a oportunidade de
convívio, por meio de novas encarnações, em planetas mais adiantados que
este.
É importante lembrar de que todos os seres hominais têm a mesma
possibilidade de aprendizado, de entendimento e de compreensão, e podem
definir os seus caminhos por escolhas que gerarão progresso, tanto individual
quanto coletivo. Tudo se encontra ao alcance de todos e, ainda que não se
ignore esse fato, alguns se permitem escolhas que se revelarão, mais tarde, em
absurdas misérias morais.
Se o conceito evolucional não é novo, se habita um deus em cada um dos
homens, se todos eles, como seres racionais, manipulam e manifestam a mesma
matéria primordial, o fluido cósmico universal, por que não se desenvolvem no
mesmo ritmo? A resposta é simples: porque o ritmo é individual. Ele depende
da vontade, da disposição, da intenção e dos anseios de cada um dos indivíduos.
O fator de maior relevância nas escolhas do ser hominal deste planeta é
a inacreditável e gloriosa competência que ele demonstra para assimilar a dor.
Grande parte dos que nesta terra se encontram não entende ou não admite que
toda causa gera efeito e que toda atitude gera responsabilidade. Mas o não
entendimento sobre isso é irracional, ainda que seja fato.
Tudo não passa de uma simples equação matemática, essa, porém,
apresenta alguns agravantes: todos os termos representados são incógnitos
e não há sequer um valor absoluto. Não se conhece o grau de intenção da
atitude que se manifesta e também não a potencialidade a que a reação do
outro se elevará. Trabalha-se nos meandros das probabilidades, porque tudo é
sentimento e, quando não há emoção envolvida, frequentemente os homens se
63
esquecem de que toda expressão que transpõe a igualdade modifica o sinal e
se torna inversa.
Caso raciocinassem, saberiam o valor real de sua intenção e lembrariam de
que a incógnita representa um sentimento, superficial, sim, mas desconhecido.
Depois, a fim de evitar transtornos futuros, jamais permitiriam que a matéria
transpusesse a igualdade, porque, como sentimento, ela não teria condições
de se tornar qualquer outra coisa que não fosse emoção. Isso é ser racional, o
resto não.
Por esse procedimento, que exime o homem da responsabilidade sobre
as suas atitudes, de forma tão efetivamente redentora, firma-se o excesso
de dogmas religiosos, quando eles determinam que outro possa assumir
a função regeneradora sobre nós. Mas o outro não pode; ninguém pode ser
responsabilizado por nossa irresponsabilidade.
Crer nessa falácia inibiu o crescimento do ser hominal e tentou retirar
da evolução a manifestação do que é chamado de Deus nos homens. Desde a
fabricação de tais dogmas, o homem se sentiu no direito de dar ao seu egoísmo
um sem número de vestes e de se travestir de pastor e de pretender comandar
um imenso rebanho em direção a nada.
Essa é a realidade que será deflagrada em um tempo muito próximo, mas
a razão deveria se impor sobre a crença, principalmente porque fé somente
existe na presença de raciocínio. Sem ele tudo é crença, e da crença surge e
se alimenta o dragão do fanatismo. Por causa dele, o ser humano dará poder à
Besta e ela mostrará imagens do mundo imaterial. A ilusão, paramentada por
luzes artificiais, assumirá o espetáculo. Depois, quando se abrirem as cortinas,
o homem terá vendido os seus sentimentos àquele que não valoriza emoções.
Essa parte da história, até porque gerará manifestações de sofrimento
aterrador, deverá ser varrida das mentes humanas. Crer nas palavras que
manifestam a supremacia do homem sobre todas as coisas tem sido o anátema
das gerações. Tais palavras são vazias, sempre o foram. A verdade que deveria
ter sido ensinada aos homens apenas estipula métodos simplificados, a fim de
manter em constante mutação o aprimoramento sobre as razões intelectiva
e emocional. São esses os fatores que dão estrutura ao ser hominal, além, é
64
claro, de coibir as intenções que ele não pudesse vigiar. Ele, o ser hominal,
desenvolveria um justo aprendizado sobre si e, por isso, seria poupado de
enganos perante a evolução.
A ninguém é dado o poder sobre as nossas vidas, principalmente porque,
à exceção de nós mesmos, não há quem possa arcar com as consequências
produzidas por nossos atos. O estímulo das vozes que pregaram virtudes
sobre este solo, por deturpação consciente, foi desfigurado e profundamente
banalizado na mentalidade humana.
O tempo passou e aqueles que transviaram informações cumpriram, e
ainda cumprem, seus resgates sobre a Terra. No entanto, apesar deles, e ainda
que as mentalidades pouco tenham se modificado, os novos tempos chegaram.
A era da responsabilidade sobre as atitudes produzidas pela manipulação de
uma energia ainda pouco conhecida pelos os homens deflagra a urgência de
novos caminhos, de novas escolhas e ações, inclusive mentais.
O momento de dar as boas-vindas ao futuro é agora. O passado virou
história e não pode ser modificado. O presente cobra atitudes restauradoras
sobre dignidade e caráter para a raça humana. Sendo a verdade tornada torta
ou não, as informações trazidas por ela permanecem. Tudo o que se sobrepuser
à verdade será engodo.
Embasados no contexto dos séculos, cabe ao indivíduo humano que vive
sobre este solo decidir sobre a sua permanecia nesta esfera, que se prepara
para uma nova era de escárnio travestido em benefícios materiais e retumbante
progresso espiritual. Na comunidade humana, a verdade se calará pela sublime
expectativa de reação sobre a falácia e o embuste. O potencial terrícola é
expressivo e sua adequação à evolução é, há muito, esperada pelas esferas
superiores.
Há, sobre a Terra, uma significativa manifestação de um tímido altruísmo,
que se propaga e frutifica. Essa é, entre todas, a maior certeza de que o homem
vagarosamente vencerá a si mesmo, qualificando-se para o ingresso na nova
etapa evolucional que se descortina. Porém, fazer com que essa conquista
sucumba é a intenção da perversidade.
65
O futuro próximo se construirá (ou deveria) sobre as razões do raciocínio
e elas apontam para a proliferação de atitudes raciocinadas sobre a estrutura e
disciplina moral nos seres. Essas questões transcendem os motivos religiosos
e o terrícola determina o novo e necessário caminho para o progresso.
Não há como pensar em tal coisa sem que se leve em consideração a
transformação que os homens rotineiramente promovem em si mesmos. Esta
deverá ser a essência da nova escala evolutiva: a solidariedade trazida pela
compreensão de que é necessário que o planeta exista para que o animal hominal
possa existir e, por esse fato, parte da humanidade se fará verdadeiramente
humana. Mas parte não é o todo.
Desconstruir sem destruir, esse parece ser o vetor que direciona o momento
que se aproxima. Sofisticadas técnicas, todas autorizadas pelo silêncio dos
homens, tornarão a atmosfera estéril e se fará a absurda tentativa de secção da
linha que mantém a intenção evolucional. Por um tempo, a vida será igual à
morte e a Besta se sentirá fortalecida, mas isso também será uma impressão
tão fugaz quanto qualquer outra. Esses são os fatos descritos no Livro das
Revelações (Apocalipse – Texto conferido ao Apóstolo João).
Desde o início das eras, os olhos do cosmos estão sobre esta terra,
estimulando e aguardando a ventura humana se revelar em procedimentos
superiores. Há, neste momento, uma grande prova a ser vencida: a ignorância
que mantém os seres caminhando, agora com passos inseguros e mentes
atordoadas, ao redor do egoísmo.
Ainda que alguns resistam, em todos os âmbitos da sociedade, o convite ao
bem viver se manifesta e, em todos os cantos, ecoam vozes de solidariedade. Em
todo o globo, reflexos sociais, políticos e econômicos estimulam o raciocínio e
a qualidade da essência hominal jamais esteve tão clara.
A maioria vence preconceitos e se manifesta sem as tradicionais fantasias
que lhe roubavam a voz em tempos de um passado recente. O indivíduo
humano reescreve a sua história e, nela, habilita a sua própria consciência
sobre questões que geram compromissos absolutamente positivos.
Por essa causa, sabemos que os tempos obscuros passarão, pois, aos
que já se manifestaram como seres detentores de responsabilidade emocional
66
desenvolvida, não haverá como impor o retrocesso. Esses se tornarão os
alicerces de uma vertente mais purificada e generosa da sociedade, mas isso se
dará em um tempo após esse tempo.
Ainda que sobrevivam os preconceitos nesta sociedade dividida, podemos
constatar que assumir posturas se torna um evento social de expressiva
propriedade. Aqueles que resistirem serão efetivamente solapados do convívio
social terrícola e, sem que sejam necessárias determinações externas, a
população do planeta integrará a maior das situações de amadurecimento
racional já vivido sobre ele. Sob esse aspecto e no momento presente, embora
haja significativa negação, o terrícola já admite, perante o universo, o seu
desenvolvimento contextual e, enfim, aos poucos, manifestará a conduta
fundamental de sua personalidade cósmica.
Diversos grupos que, em um passado recente, poderiam ser considerados
minoria, erguem suas vozes e manifestam legados evolucionais importantes,
desenvolvendo ações concisas e concretas pelo que a igualdade entre os homens
será definida. Esses serão forçados ao silêncio e, por cerca de trinta luas, se
calarão. Depois, não mais.
Sim, ainda há grande resistência, mas posturas e condutas de moral
superior se consolidam e fortalecem a questão de respeito para com o próximo,
seja ele humano ou não. Atitudes de compaixão se proliferam e já não se
poderia avaliar o endurecimento da emoção como fator responsável pela
inibição racional humana. Os seres se agrupam pela defesa do próximo, seja
em questões superficiais ou profundas, por atitudes que farão reverberar sua
qualidade essencial: a razão emocional.
Mesmo que alguns persistam, em teimosa obstinação sobre a humanização
da raça, a maioria constrói, na atualidade, a elevação dos seres sob a qual se
erguerá a verdadeira conotação de igualdade, pela exata noção que a palavra
define. Espíritos qualificados para esse fim reencarnam sobre o orbe terrestre
e registram suas trajetórias em atos de abnegação e sobre eles se faz a grande
revolução. Ações de bem-aventurança se espalham e induzem as razões, tanto
intelectual quanto emocional, ao exercício racional, motivo e objetivo dessas
presenças sobre a Terra.
67
Nas novas gerações, a natureza humana se manifesta conforme o exemplo
daqueles que vieram à vida com a função missionária de abrir novos caminhos.
O que antes foi considerado como esforço de poucos sobre os labores racionais,
retumba em impressionante manifestação de desenvolvimento emocional para
os que vieram posteriormente.
Apesar da aparente valorização do que é em si infecundo, semeadores
foram espalhados pelo globo e todos concluíram, com êxito, os seus propósitos.
Muitos ainda se encontram sobre a terra, manifestando atitudes de ensejo aos
materialmente mais novos.
As consciências que ainda resistem, estão, em sua maioria, finalizando
sua participação neste orbe. Embora os meios de comunicação vendam a ideia
contrária, os bons se fortalecem e a razão sobre a emoção raciocinada vence a
maior entre todas as batalhas, aquela que é diariamente travada entre o homem
e a sua consciência.
Esse é o quadro da atual estrutura social deste planeta. Essa realidade
não é mais um projeto cósmico. Ela está ocorrendo neste momento, sobre este
solo, dentro das avenidas das cidades, em todas as nações. Os hemisférios
entoam o mesmo hino: o da liberdade consciencial no indivíduo humano.
Podemos afirmar que a evolução é o fim para o qual todos os seres se
dirigem e que eles transformarão seu habitat, tanto interior quanto exterior.
Ela convida a todos, mas respeita a opção de alguns que ainda manifestam
reações de aferro ao inevitável, nesta terra e sob todas as espécies. Atualmente,
esses fazem parte de um inexpressivo número em relação a todo o contingente
populacional do planeta, felizmente.
Sob todos os aspectos, a evolução se manifesta. A Terra festeja o advento
de crianças índigo e cristal sobre o seu solo, sem ter consciência, contudo, de
que as primeiras, as índigo, estão sobre o globo, há cerca de pelo menos um
século, preparando-o para a vinda de um grande número de seres especiais. O
berço de tais crianças foi preparado pelos seus iguais, em tarefa missionária.
68
As primeiras crianças índigo que nasceram neste planeta vieram com
funções bastante definidas. Haveriam de viver a vida em manifestações de
humanidade, de amor para com o próximo e se fizeram grandes exemplos,
contribuindo com a instrução dos muitos que receberiam a nova leva, agora
também com crianças cristal, indivíduos realmente preparados para a transição
evolucional do planeta.
Ainda que assim não pareça, o futuro estará nas mãos dos que escolherem
progredir e, mesmo que haja reações adversas, principalmente no que tange
às influências invisíveis sobre as questões educacionais desses, um verdadeiro
exército de almas generosas imprime o equilíbrio e a disciplina sobre os seres.
É fato que somente são declarados pelas mídias terrícolas os casos de fracasso
sobre a ignorância. Ganham espaço as infelizes resistências, mas não há como
discutir a excepcional qualidade de ser da esmagadora maioria.
Ao longo das eras, falanges inteiras tentam impor o seu desespero,
sentimento gerado pela improvável permanência neste globo, e instruem
alguns a atitudes menos estáveis, sobretudo, às almas (espíritos encarnados)
fascinadas com o progresso material, que ainda se manifestam como a última
barreira de oposição. Em todas as classes sociais, inadequadamente, são
essas as que definem as notícias transmitidas pelos meios de comunicação
deste planeta. A sociedade deve lembrar, porém, de que um entre muitos não
significa todos. Expressiva quantidade de espíritos encarnados, no momento
atual, traz corações benevolentes e, embora suas ações não sejam alardeadas
pelas mídias, serão esses os heróis anônimos que permanecerão.
As alterações evolucionais são sutis a ponto de sequer serem percebidas
e, quando se mostram aos olhos da sociedade terrícola, já estão consumadas,
sem possibilidade de retrocesso.
Assim ocorrerá com todas as manifestações reais e duradouras: elas
apenas acontecerão e serão realidade. Quando se fizerem notar, portanto,
comemorem a chegada de uma nova raça hominal sobre o solo deste planeta.
Antes, porém, comemorem, ainda que com inominável demora, àqueles que se
fizeram intermediários, porque sem eles tal possibilidade jamais haveria.
69
Congratulações cósmicas a esses que estiveram e ainda estão entre os deste
orbe, instruindo, exemplificando, sonhando e realizando verdadeiros sinais
pelos quais a evolução se manifesta.
Diepair Kalux
Raskan, proveniente do planeta Zifaneth, primeiro que orbita em torno de Kalux (Achernar),
primeira estrela (Alpha) da constelação de Erídanus.
70
Capítulo 9
O caráter espiritual
As possibilidades de desenvolvimento do ser espiritual dentro do homem
são ilimitadas, posto que a percepção opera sobre os sentidos, manifestando
significados sempre surpreendentes. A máquina cerebral, quando desprovida
da função sensorial, é uma engrenagem morta. Os sentidos são, de certa
maneira, mais importantes ao desenvolvimento do caráter espiritual humano
que a fração intelectual que o espírito adquire no correr das vidas.
Pode-se viver uma longa vida material sem manifestação de estímulos
intelectuais. Todavia, é impossível sobreviver um único dia sem que haja
algum tipo de estímulo de manifestação sensorial. Essa capacidade é em si
a essência do ser espiritual e é a ela que verdadeiramente cognominamos
espírito. O caráter espiritual, por necessidade de construção de condutas e
posturas, depende muito mais da reação às sensações do que propriamente de
uma compreensão intelectiva elaborada.
A fração cerebral, no ambiente físico, pode apresentar limitações, mas
aquela que existe no âmbito sensorial não considera limites. O fato é que a
emoção reside em nossas impressões sensoriais e, por esse motivo, ela é livre
e libertária.
O cérebro, como aparelho físico, constrói realidades. No entanto, a
verdade é sensorial, assim como também o é a intuição. Sob esse aspecto, a
construção do caráter espiritual caminha nos meandros da verdade. Não há,
portanto, como iludir a construção do caráter, e essa afirmação também se
aplica ao desenvolvimento evolucional.
No estágio evolucional humano, a percepção movimenta verdades e
elas desvendarão aquela que é única e que sempre existiu, mesmo antes de
adquirirmos conhecimento sobre ela. A parte cerebral de nosso conhecimento
lida apenas com realidades e essas não definem nem determinam a verdade
e, por diversas vezes, ainda nos afastam dela. Esta é a importância do
autoconhecimento: dar-nos ciência sobre a engrenagem racional, que não
depende do físico, mas que determina o nosso caráter espiritual.
O espírito existe além da matéria e sem depender do cérebro físico, ainda
que este apresente o sensório (parte do cérebro que se relaciona à assimilação de
sentidos, sensibilidade), e mesmo que essa parte seja erroneamente entendida
como o centro destinado a elas.
72
O verdadeiro centro sensorial dos seres é o espírito. Ao sensório cabe
apenas decodificar, dar representação, interpretar em imagens o que foi
percebido pelo espírito como sensação. Por si, ele, o sensório, retém muito
pouco do que foi apreendido pelo exercício de percepção. Não fosse assim,
mesmo havendo sobrevivência sobre a morte, uma considerável parte do
conhecimento adquirido durante a vida permaneceria no corpo vazio.
O autoconhecimento é determinante no amadurecimento dos animais
superiores, porque dá a eles o conhecimento racional sobre o seu caráter
espiritual e sobre a maneira com que a parte física decodifica as sensações.
Poderíamos afirmar que a realidade pertence à dimensão física e o indivíduo
humano, neste momento atual, somente sabe lidar com ela. Esse é o motivo da
existência de crenças, de dogmas, de conceitos e também de preconceitos. É o
crescimento emocional e o desenvolvimento do caráter que prepara o homem
para a vivência da verdade. Quando o fator racional age sobre a emoção, o
processo de crescimento é acelerado e, por esse motivo, podemos garantir que
quanto mais se evolui, mais fácil se torna evoluir.
Haverá um tempo, porém, em que habitaremos mundos que já não
precisam manifestar densidades materiais. Mas quando esse tempo vier, o nosso
caráter definirá o brilho de nossa personalidade. Nesse tempo, o ser sensorial,
essência emocional, também chamada de espírito, será qualificado e tudo o
que representar outra coisa que não seja a verdade será por ele desconstruído.
O ser hominal, animal superior desta terra é um ser psíquico, embora,
como tal, ele não se encontre suficientemente amadurecido. Não é verdadeira a
informação de que os terrícolas utilizam uma irrisória fração de sua competência
cerebral. Contudo, quando avaliamos a utilização da capacidade sensorial,
percebemos o quanto ainda há para ser desenvolvido.
No contexto material, todo corpo necessita de um espírito para animálo, porque, vazio, ele não age, não reage e não se manifesta. Essa convicção
é um fato e uma lógica consistente. Ações e reações se realizam por reflexo,
vontade, desejo e intenção. Portanto, certo seria afirmar que todos esses fatores
são também espirituais, e sobre eles, executando escolhas, agirá o caráter.
73
Por definição desta terra, o vocábulo “caráter” significa “aquilo que
moralmente distingue uma pessoa de outra; firmeza de vontade; honradez.
Conjunto de características e traços relativos à maneira de agir e de reagir de
um indivíduo ou de um grupo; feitio moral; firmeza e coerência de atitudes”.
Quando avaliamos o caráter do espírito humano, entendemos que nem
sempre podemos somar tais significados como características de um mesmo
indivíduo. Firmeza de vontade e honradez infelizmente não constituem todas
as personalidades terrícolas.
Na qualidade deste orbe e a fim de definir o termo caráter no contexto
espiritual, talvez devêssemos nos ater a qualidades menos profundas, essas que
se apresentam ainda sem envergadura de moral superior. No caráter humano,
nem sempre a firmeza de vontade equivale a honradez. Do mesmo modo,
coerência de atitude, ainda que represente valores positivos, não determina
a boa qualidade de uma ação. Portanto, de todo o significado descrito acima,
sobrou-nos apenas o “conjunto de características e traços relativos à maneira
de agir e de reagir de um indivíduo”.
Sabemos que, por meio da qualidade da ação e principalmente da reação
manifesta, define-se a dimensão do caráter de um indivíduo. Ele, o caráter,
como atributo, conta a nossa história evolucional e é, por essa causa, o agressor
ou o divinizador do que chamamos livre-arbítrio.
Pela manifestação do livre-arbítrio podemos escolher como agir, como
reagir e como imprimir a intenção da força que nos anima sobre o outro, sobre
o mundo e sobre a vida. Nesta terra, essas são de fato as únicas e necessárias
funções do desenvolvimento: definir sobre o caráter a qualidade de nossa
competência.
Honradez, disciplina, compaixão... São tantas as possibilidades que
se apresentam aos homens.... Alguns não se importam, outros optam pela
ignorância cogente que necrosa o caráter e poucos assumem a real qualidade
de ser.
Então, quando falamos sobre a depuração cármica para a qual este planeta
se prepara, os olhos se assombram, as faces empalidecem, as mãos quedam
trêmulas. O homem reage como se a injustiça universal caísse sobre ele.
74
A última história desta terra se escreve há cerca de sete mil anos. Foi esse
o tempo que se cumpriu para que os seres racionais terrícolas se revelassem
e assumissem sua melhor conduta perante o cosmos. Muito pouco aconteceu.
O tempo passou, alguns partiram, outros chegaram. A vida se desenvolveu e
se encheu de tecnologia, mas, mesmo assim, há quem trema pelo futuro de
expiação.
O tempo de expandir consciências é agora. O ser hominal não possui mais a
maleabilidade de outrora. A Terra não possui mais história, ela foi desconstruída,
assim como também está sendo desconstruído todo o conhecimento trazido
pelos séculos.
O homem precisa saber que não importa se as antigas noções se
fragmentam, nem se as mentes se esvaziam de todo o conhecimento científico,
porque o que é relevante já não interessa ao mundo.
Eram “doze tribos de doze nações”, são 144 genes de origem estrangeira.
Conspiradores trazem novas informações e o ser que fora criado por Deus,
agora é criado por deuses. O mal, vindo de ambientes cósmicos distantes, se
manifestou no mundo e é temido pelos povos de todas as nações. A Terra se
fez novamente plana. O ouro, que teria salvado a atmosfera de um planeta,
justificou outros metais na atmosfera deste. A crença, que foi corrompida, tenta
manifestar a inabalável fé. O homem não foi à lua. Os satélites jamais existiram.
A matéria sobrepujou o espírito e a miséria humana se fez. Um extenso rol de
falácias tenta justificar outras que nunca foram menos alarmantes. A cultura
foi arruinada e a educação lhe seguiu os passos. O valor monetário é agora
moeda de supremacia. Qual dessas coisas importa? Qual delas representa o
verdadeiro caráter? Qual o valor do espírito?
A história atual, composta de fartos melindres, torna os povos enfermos.
Nas páginas virtuais uma enorme quantidade de expressões teóricas e nenhuma
compaixão. A fome já não preocupa a ninguém, pois há muito o que se discutir.
Isso é verdade? Aquilo é mentira? O que importa? O projeto cármico finda
nesta terra. Quantos se preparam para o urgente atendimento a um sem número
de tribulações? Qual dos mananciais restará?
75
O cosmos entende que nenhum tempo foi mais triste do que este. O auxílio
se manifesta primeiro em necessárias informações, depois, em instruções, mais
adiante em apreço.
Os níveis conscienciais superiores aguardam o empenho dos seres
hominais no desenvolvimento de um caráter também superior. A elevação do
nível de atitudes de conforto, de pensamentos de misericórdia, de manifestações
de solidariedade para com o coletivo necessita integrar o caráter humano.
Alguns dos homens já se puseram ao trabalho e se recondicionam por amor e
benefício. Ter já não é importante. O homem descobre a capacidade de ser.
Enquanto alguns confundem as massas com um vasto arsenal de
informações irrelevantes, muitos se dedicam à restauração da alegria, da bemaventurança, da abnegação.
Como dissemos antes, esta é uma batalha que já anuncia os vencedores.
É o livre-arbítrio dignificando personalidades; é o instinto construindo outro
legado pelo bem do próprio homem.
O ser coletivo, em silêncio, se ergue e mantém as razões do raciocínio
incólumes e muito mais fortalecidas pela noção exata do que é essencial ao
planeta.
Ainda que venham dores, uma expressiva fração da sociedade se empenha
na preparação dos caminhos por onde virão refrigérios. Não há mais tumbas nas
almas humanas, pelo menos não na maioria delas. E a Terra muito agradece.
O ser hominal se salva de si mesmo e um sem número de orações definem um
maravilhoso potencial de fé.
O que importam as coisas pequenas quando um festival de benefício se
faz por toda a Terra? Os fortes se farão mais fortes e os fracos se fortalecerão.
Esse é o momento espiritual deste planeta. O caráter das almas generosas
determina a grande consolação. Mais e mais benefícios serão colhidos nos
jardins da consciência. Mãos de farta generosidade se estendem e recuperam
mais irmãos. Longa vida aos bons desta Terra! Sobre eles haverá consolação.
Anackole Akalon
Raskan, proveniente do planeta Kasmirot, oitavo que orbita em torno de Akalon (Sirius),
primeira estrela (Alpha) da constelação de Canis Majoris.
76
Capítulo 10
O projeto cármico
Como em quase todos os planetas, também nesta terra a finalização do
projeto cármico determina o início da última escala de desenvolvimento dos
animais superiores.
A partir da etapa que se define pela estabilização de um nível mais elevado
de consciência, a próxima para a qual o planeta se dirige, todas as manifestações,
por mínimas que sejam, repercutem em uma espécie de depuração.
Pela urgência de entendimento sobre cada uma das dores, de maneira
absolutamente espontânea, o raciocínio reduzirá o sofrimento no mesmo
instante em que a dor for sentida. Esse é um tipo de vivência que muito diverge
da atual.
Na trajetória dos seres, por se fazer mais dinâmica e também mais
disciplinada, essa última etapa, que se apresenta anterior ao desfraldar da
evolução propriamente dita, jamais se faz muito extensa. Normalmente ela
perdura apenas por uns poucos séculos.
Esse é um estágio muito peculiar, principalmente porque os resistentes à
nova condição, após três ou quatro tentativas de ajustamento, e sem ter atingido
o nível esperado, são rapidamente reencaminhados à categoria anterior, sem a
necessidade de uma transmigração massiva. A fim de que assim se faça neste
planeta, torna-se necessário compreender os acontecimentos vindouros.
Durante muitos milênios, as gentes desta terra grafaram diversos níveis
de flagelo sobre povos e raças. Cada gemido produzido pelas vozes da agonia
ainda ecoa neste céu. Se o ser hominal pudesse ouvir toda a aflição espalhada
pelas ruas dos povoamentos, dificilmente se permitiria atitudes sem compaixão.
Eles não podem. Ainda não.
O próximo expurgo é necessário e imprescindível, mas o homem já
deveria ter entendido que nem no passado, nem em qualquer tempo, houve
vítimas protagonizando sofrimentos, ainda que ele não tivesse o direito de terse feito algoz.
O indivíduo sensorial não possui limitações, é verdade, mas essa é apenas
metade da verdade. Para que consideremos o estágio anterior à evolução, quando
o animal, mesmo o hominal, apenas se desenvolve, os limites se revelam pela
78
quantidade de aflições que ele inflige a si mesmo, por meio de ações sobre o
próximo.
A lei é una, única e universal. Toda ação repete, em sentido contrário, o ato
e a intensão, na mesma intensidade. A reação, portanto, dependerá eternamente
da emoção que vivenciarmos, seja neste orbe ou em qualquer outro. Também
por esse motivo, a ação do livre-arbítrio, na etapa atual, representa apenas uma
vaga expressão de liberdade.
Uma cortesia do universo... Essa, bem poderia ser a definição da condição
de liberdade em que vive o ser hominal, no exercício do livre-arbítrio. Mesmo
nos dias que correm, enquanto um sem número de indivíduos morre de fome
aos pés da misericórdia, algumas dezenas se refestelam ao redor de seus
próprios umbigos. Não, alguns seres desta terra não são justos, nem são bons.
Se fossem, não haveria olhos cheios de sonhos em corpos que jazem famintos.
Também não haveria sorrisos em faces felizes de almas vazias.
Organizar vivências e depois esquecer os tantos compromissos assumidos,
foi a situação que trouxe cada um dos homens que participará dos esforços de
recuperação do planeta, aos dias atuais.
A conveniência do esquecimento não pôde resguardar um único indivíduo
do enfrentamento que ele sempre deveu a si mesmo. Isso também não ocorrerá
agora, nem com um, nem com muitos. Para que situações sejam evitadas,
necessário se faz que elas sejam resolvidas. Resolvê-las, porém, deve ser uma
escolha diária e realizada desde já, porque não há dor que não possa ser evitada,
e essa, que se desenha para o futuro, também não poderá.
Assimilar os sentimentos como ferramentas que devam ser utilizadas
para o entendimento sobre a emoção será a porta aberta diante da redenção
humana. Seguir ou não pelos caminhos que a partir dessa porta se descortinam
será um direito e uma escolha.
Alimentar a dinâmica do carma é a parte que sustenta a incoerência na
personalidade humana. Quando o terrícola aceitará como fato a convicção de
que, ao fortalecer ações inconsistentes, se responsabilizará por todas as reações
que advierem, com o agravante de fazer cumprir mais dores por seus caprichos
e aferro sobre as repetições deslustras?
79
Nesta terra, histórias inventaram histórias. O ontem, por diversas vezes, se
redesenhou diante dos olhos de testemunhas que se fizeram cegas. Os homens
geraram os mitos e depuseram seus escudos em nome de vaidades tolas. O
amor foi esquecido por detrás das cifras de valores. Guerras foram organizadas
sobre um devastador número de mentiras. A distração, o holocausto, a ironia e,
por fim, o medo. Todas essas desventuras arrebentaram os tímpanos da morte.
Ah, homens... Qual deles não é responsável? Qual é inocente? Nenhum, nem
um.
Pelo resguardo da Terra, o cosmos prepara a sobrevivência de expressiva
quantidade de indivíduos. E ainda que sobre o orbe não haja personalidades
santificadas, ele traz a oportunidade para que muitos aqui permaneçam.
As leis são imutáveis, o caminho das dores não. O futuro pode ser agora.
O presente se define neste instante, mas o passado, desempenhando a função
do presente, poderá levar o homem a repetir a dor. Essa é a escolha, a liberdade
e o livre-arbítrio.
Nada no desenvolvimento do animal hominal é irremediável. Ele chegou
até aqui reescrevendo posturas e modificando condutas. Talvez essa seja uma
depuração realizada de maneira diferente das demais, contudo, longe está de
ser uma situação nova.
A Terra transmutará apesar do próprio homem. Ideal seria se todos
assimilassem a necessidade de permanecer nesta esfera e que, juntos, todos
trabalhassem para que esse objetivo fosse alcançado. Se tal intento não fosse
possível, talvez nós não estivéssemos aqui.
Não é fácil crescer, mas estando uma vez crescidos, por que não prosseguir?
A tarefa dedicada ao ser hominal deste planeta, ou de qualquer outro que esteja
em situação similar, embora não seja fácil, não se define como impossível. Há
considerável número de indivíduos que já trilharam o percurso e todos, sem
exceção, se encontram hoje muito mais felizes.
Olhem para a Terra... O que mais necessita morrer antes que a consciência
visite o homem? Quase todos os abusos foram cometidos. Atravessar um
período de tribulação pode, quem sabe, e finalmente, quando o ser terrícola
despertar, ser considerado apenas um tributo relativamente singelo.
80
Vejam os rios, os mares, os céus, as gentes.... Este planeta grita de agonia.
Ele foi desrespeitado e achincalhado. O homem, que tripudiou sobre ele, e
articulou toda espécie de desonra, teme a hora do fim?
Ainda que não se consume o fim, o animal racional e, por isso, superior,
já trabalha para que ele seja conduzido. Grandes hecatombes não diferem de
pequenos atos vis, pois as proporções podem ser diferentes, mas a equivalência
é a mesma. Devolver o ar à respiração desta esfera é, no momento pelo qual a
civilização caminha, um ato de profunda generosidade.
O momento racional convida à reflexão e, pela dignidade da Terra,
dispensem dois minutos de atenção ao quadro clínico de um paciente terminal.
Não havendo a depuração agora, os próximos anos, e notem que não estamos
falando de eras, de milênios ou de séculos, serão de absoluto flagelo.
A consciência desperta, no presente ou em qualquer tempo, acena uma
era de reconstrução. Entre as leis, porém, há uma que trata de destruição e que
visa desconstruir para edificar.
O planeta sobreviverá. Aqueles que não escolherem permanecer serão
substituídos. Nada estagnará por causa do homem. Seus irmãos, animais
inferiores, seres violentamente massacrados pelos caminhos por onde passa
o ser hominal, participarão da recondução da atmosfera, tanto física quanto
espiritual.
Há fluido cósmico correndo nas veias do ser racional deste planeta.
Tal substância também está presente em cada uma das atitudes dele, em
seus pensamentos e em suas abstrações. Essa substância é a mesma a que o
cosmos inteiro considera como a matéria inteligente, que se encontra sempre
à disposição dos seres, em todo o multiverso. Por Deus, olhem para a Terra!
Não se pode conceber que o ser hominal pense no processo depurador
como se ele fosse uma conspiração universal para retirá-lo da vida. Não é.
Pela lei, todas as nossas impressões atiradas ao mundo, serão, em algum
momento, reconduzidas a nós, na mesma qualidade que, em tempo anterior,
nos manifestamos. Qual dos homens pode alegar ignorância? Qual deles não
entendeu que todos, e cada um, determinam a intenção da energia que se
espalha à sua volta?
81
O medo da morte, do irreparável fim, conduz os homens ao desespero
anunciado. Ele ainda acredita na punição e no castigo. Não há punição e não
existe castigo. O conceito de merecimento também não existe. Estar sobre o
orbe foi uma escolha, simples e nobre escolha. O homem escolheu atravessar
o momento depurador, ou antes, ele escolheu trabalhar a sua consciência a fim
de devolver vida ao planeta. Onde estão os servidores? Onde estarão aqueles
que se sentem enganados, quando se esquecem de que assim age a lei?
Corram os olhos por sobre a Terra. Vejam a quantidade de dor imposta
ao próprio homem e qualifiquem ações em benefício até de si mesmos. Não
há previsões capazes de induzir algo ou alguém à destruição. Acordem! Nem
mesmo as palavras do texto apocalíptico são inalteráveis. Esqueçam as dores
escritas no passado. Recomecem agora e, por suas ações, transpirem um caráter
espiritual realmente elevado. Não acreditem no fim. Não creiam na destruição.
Trabalhem para que, algum dia, ao olhar para o passado, possam saber que o
destino de uma raça foi modificado e que vocês participaram desse processo.
O ser hominal deste planeta não é fraco, nem é insignificante. Todos
os homens são o fim e o objetivo da evolução. Todos têm o privilégio de
participar da reconstrução de um corpo cósmico, de um ambiente para a vida.
O ser hominal deste planeta está equivocado, porque ele não pode considerar
fútil essa tarefa. Ela é a mais importante tarefa de toda uma vida, que é eterna.
Foi a futilidade que imprimiu essa necessidade de reconstrução. Por favor,
acordem!
A empreitada deve ser iniciada pelo autoconhecimento, pois o planeta
tem a decência de somente crescer após o crescimento dos seus filhos.
Reorganizar valores e prioridades, levar ao outro o conhecimento sobre o
autobenefício, assimilar e distribuir cultura espiritual, pensar o bem para bem
vibrar, raciocinar sobre todas as coisas e, com raciocínio, construir convicções
coerentes. Ser feliz distribuindo substancial alegria, dar ao outro o abraço
sincero da compaixão, repudiar pensamentos corrosivos, alimentar bons
sentimentos e, por essa experiência, fortalecer a própria emoção. Reconhecer
o bem e ampliá-lo, crescer com consciência, amparar como quem abraça, sorrir
para a vida, entender sobre o que as intenções constroem. Abrigar pelo prazer
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do benefício, dedicar-se aos afetos e desconstruir as noções de desafeto, erguer
a Terra pela intenção de amar o lar que ao homem abriga. São essas as tarefas
dos trabalhadores universais. É essa a vitória que se deve saborear sobre aquele
que, dentro do próprio homem, é seu maior adversário. Amar sobre todas as
coisas, inclusive sobre o próprio amor.
Todas as outas forças são destrutivas. Todas as outras formas de agir são
desnecessárias. Cada um dos seres, sejam eles racionais ou não, é missionário
da vida e possui a competência de amar com consciência. Ah, homens... O
serviço que o cosmos solicita é benção, é força construtora de toda e qualquer
raça. A parte mais difícil reside no autoconhecimento, a partir dele, todo o
resto é consequência. Encontrando em si a verdadeira alegria, não há quem
sucumba às articulações do mal.
Sua tarefa é missionária. O benefício deve ser conduzido a partir de você
e todo o resto virá por consequência. Aos mortos, os seus mortos. Aos vivos,
uma vida de infinitas possibilidades. Esqueçam tudo o que o passado construiu
e recomecem agora. Construam a emoção hoje, como se todo e qualquer
sentimento jamais tivesse existido. Amem por escolha e opção, amem por amor
e só por ele. O mal não existe para aquele que compreende o benefício do bem.
Troquem a crença pela fé na construção de um novo mundo cuja semente foi
colocada em seu alforje desde o dia de sua vinda à luz.
Somos aqueles que integram a era da luz sobre a Terra, e quando dizemos
“somos”, estamos afirmando que você é um de nós. De outra maneira, você
não estaria aqui, no ambiente planetário, neste instante, cumprindo o exercício
que lhe cabe na revelação da nova raça. Crê que os maus conhecem a força da
bondade, por isso, desesperam-se diante dela. Essa emoção benfazeja é a arma
e o broquel que revelam, respectivamente, a força e a beleza em cada um dos
seres.
Nós, da Confederação Cósmica, não podemos interferir no carma
planetário, principalmente porque toda a construção necessária ao bom
andamento dessa intenção ocorre no interior dos seres, em sua essência, que é
espiritual. Todos sabemos que ao espírito ninguém modifica, senão ele mesmo.
Evitar destruição no ambiente físico e inibir cataclismos, não resolverá a
83
situação do globo. Toda ação deve ser mais profunda, elas devem ser executadas
no interior dos seres.
A intenção construtora esteve na Terra por sempre, mas a ignorância dos
homens colocou um véu sobre ela. É hora de cumprir o objetivo evolucional
e ponderar sobre o desenvolvimento. Raciocinar sobre ele e dar-se de bom
grado à evolução.
O carma da Terra é o carma dos homens. Estaremos nas coxias aguardando
o melhor desempenho da humanidade, que cumprirá a única função pela
qual tantas vezes retornou à vida: ser feliz e espargir felicidade por todos os
caminhos por onde ela passar.
Não cremos em derrotas, não podemos admitir fracassos, porque, ao fim,
a vitória será sempre coletiva, e o coletivo é tudo o que nos representa, a
nós, que já abandonamos a categoria animal. O indivíduo humano necessita
reconhecer que a evolução é sempre um processo coletivo construído por ações
individuais. O serviço individual para com o ambiente planetário é a alegria de
estar na vida, todo o resto não vale o preço que se paga. A luz não nasceu para
a infelicidade, o homem já devia saber disso.
Distribuam conhecimento, espalhem pelos ares a boa nova: o anunciado
fim é apenas a primeira etapa do reinício e os guerreiros já se encontram
preparados.
Edifiquem os seus ambientes internos sobre os quais ninguém mais
pode agir, depois, distribuam conhecimento sobre o empenho, a fim de que as
gerações futuras possam agradecer a possibilidade de uma excelente vida.
Não solicitamos a sua transformação, não é essa a pretensão do cosmos.
Suplicamos o seu raciocínio pela bem-aventurança da compreensão. Modificarse, ainda que pareça, não é o mesmo que transformar-se. Modificar é partir
do que já existe e o tornar outra coisa, que esperamos ser muito melhor.
Transformar-se é desconstruir tudo o que existe e novamente edificar-se.
Há virtudes importantes na bagagem de todos os homens, por essa causa,
não pedimos que as esqueçam ou que as destruam. Pelo contrário. Suplicamos
que reflitam sobre tudo o que, dentro de cada um, for positivo e que, a partir
desse ato, modifiquem tudo o que não for.
84
Fazendo esse serviço com compaixão e honestidade, não haverá sobre a
Terra um único sofrimento que persista. Esta é a qualidade dos seres: ressurgir,
reinventar-se, transformar o mundo, modificando-se a si mesmo.
Bem-vindo à nova Terra. Gratidão por transformá-la em um novo céu.
Serviah Almaer
Raskan, proveniente do planeta Celastan, quinto que orbita em torno de Almaer (Epsilon
Eridani), primeira estrela (Alpha) da constelação de Eridanus.
85
Capítulo 11
O poder de transformação
O ser hominal pensa, os animais inferiores também o fazem. Ele raciocina,
os animais inferiores não. Mesmo na categoria humana, é essa a verdadeira
noção evolucional. Também nela, a evolução se manifesta por meio de vivência
racional equilibrada, de maneira que todas as questões que não envolvam o
coletivo deixam de contribuir para o bom andamento da qualidade da essência
humana.
O ser hominal terrícola tem, em suas mãos, o real poder de transformação,
seja para o bem ou para o mal. O raciocínio, que é definido como a possibilidade
de movimentar pensamentos, é uma potencialidade essencialmente humana, o
que comprova o desenvolvimento e faz com que, entre as raças que se espalham
sobre o orbe, essa seja a única considerada superior.
O valor evolucional dessa espécie se encontra no raciocínio que amplia
os horizontes para muito além dos limites de si mesmo. Em tempo próximo, a
falta de atenção será motivo para uma tentativa de inibir o funcionamento dessa
ferramenta fundamental à evolução. Porém, tal experiência não se perpetuará.
Ter o raciocínio e escolher não raciocinar é um ato de egoísmo. Pensar no todo
e em si, e não o contrário, eis o critério pelo qual se gradua a evolução entre os
nascidos nesta terra. Estejam avisados, procedimentos ditados pelo egoísmo
deflagrarão a natural divisão entre os dessa espécie, e esses procedimentos
virão de seus iguais.
O raciocínio, quando exercitado, representa poder sobre o fator criativo
(termo utilizado por aproximação de significado) e este se revela como a
característica fronteiriça que determina uma espetacular diferença dentro de
um mesmo reino.
Toda vez que o indivíduo humano se manifesta por meio de seus corpos
físico, etérico, mental, intelectivo e emocional, que são considerados os cinco
corpos mais importantes do organismo essencial superior, movimenta uma
onda de ações sobre o fluido cósmico universal.
A manifestação desses cinco corpos pode ocorrer em conjunto, parcial
ou separadamente e em todos os casos constituem uma atitude. Quando a
atitude exercita todos esses corpos ao mesmo tempo, o ser hominal apresenta
desenvolvimento racional. Essa ação conjunta somente ocorre quando o
87
organismo essencial humano se encontra em equilíbrio, ou seja, quando esses
cinco corpos funcionam integradamente.
Agir, seja em pensamento, emoção ou atitude, é manipular o fluido
cósmico universal. Ele é o fator criador do cosmos, energia primordial, a
matéria não criada da qual se originou toda a criação. Ao manipular o fluido
primordial, por meio de ações de qualquer dos cinco corpos que compõem o
organismo essencial, em conjunto ou separadamente, o ser hominal não pode
manifestar criação, porém, pode transformar o que já foi criado. Agir com
raciocínio é conferir à ação uma qualidade criativa, que torna o homem capaz
de modificar estruturas etéreas, emocionais e até mesmo físicas.
Embora pareça estranho, devemos considerar que, havendo uma tentativa
de manipulação externa sobre o indivíduo, essa somente atingirá os corpos
físico, mental e emocional. Os corpos etérico e intelectivo não podem jamais
ser manipulados por terceiros e é essa a graça e a glória do ser humano racional.
Ações de controle mental são possíveis, mas elas determinam apenas
pensamentos e atitudes, não determinam raciocínio. Avalanches de emoção
descontrolada poderão agir (como instrumento) sobre qualquer indivíduo, e
até sobre todos, mas sobre alguns essa intenção somente se fará efetiva até que
suas interpretações intelectuais se organizem. Depois, não mais.
A partir dessa singela e óbvia explicação, podemos realmente iniciar
o nosso capítulo que trata sobre o poder de transformação da matéria pelo
desenvolvimento de um quadro emocional saudável.
Se você leu as mensagens grafadas até aqui, deve ter entendido que a
atmosfera se torna mais sofisticada à medida em que o ser que a respira refina
as suas ações por meio de uma educação emocional mais abrangente. Isso
ocorre em todos os mundos. A matéria criada respeita as partículas que a gera,
e a atmosfera também é matéria.
Queremos dizer aqui que todo corpo material que teve raiz nesta terra,
guardará o seu formato, apesar da evolução. Há, nessa vastidão cósmica, uma
ampla variedade de formatos em corpos físicos, e nem todos os seres que
se encontram em um mesmo nível evolucional apresentam corpos idênticos.
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Cada atmosfera permite um tipo de estrutura corporal distinta. Há planetas,
porém, que apresentam atmosferas semelhantes, portanto, é natural que haja
corpos que exibam o mesmo formato ou formas aproximadas, em diversos
pontos do cosmos.
O formato humano não deixará a raiz inicial da raça, posto que a
atmosfera, que mantém a vida no planeta, ainda que se torne fina, continuará
sendo composta pelas mesmas partículas que a geraram. Os corpos criados a
partir dela não possuem autonomia para inventar novos formatos, porque, por
mais que o homem evolua, não há possibilidade de ele manifestar criação.
À criatura, caberá apenas transformar a densidade da matéria em que ela se
encontra. Ainda que haja algumas intervenções no DNA humano, sua raiz será
mantida por simples hereditariedade.
Sem ter condições para criar nova matéria, o indivíduo humano necessita
entender que a evolução exigirá nova qualidade sobre a matéria atual. Isso
significa que, se a atmosfera não possui corpos que possam compor o organismo
essencial, ela depende do ser humano terrícola para que se proceda a sua
transformação.
Uma vez tendo entendido esse fato, podemos continuar o raciocínio
dizendo ao ser hominal que a ele cabe a tarefa de higienizar-se, a fim de que se
higienize a atmosfera. São as manifestações humanas, seja em pensamentos,
emoção ou atitude que farão com que o indivíduo manifeste energias mais
finas, que serão distribuídas na atmosfera, imprimindo melhoria no ambiente de
todos os homens. Quando dizemos ambiente dos homens, estamos afirmando
que não existe uma significativa diferença entre o ambiente interno e externo
do animal hominal.
À volta de cada indivíduo se constrói um mundo vibracional composto pela
matéria energética que ele manifesta, portanto, podemos dizer que a atmosfera,
deste e de qualquer outro orbe, se compõe de vasto emaranhado de energias
individuais. Esse fato revela a conclusão sobre a impressão de que os seres
que manifestam vida, em um planeta qualquer, são diretamente responsáveis
por todas as manifestações de caráter emocional coletivo que vierem a compor
essa mesma atmosfera. Dizer tal coisa é o mesmo que dizer que, aconteça o
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que acontecer, não há vítimas sobre este solo, que todos, de alguma maneira,
contribuíram para a implementação das manifestações energéticas futuras.
A verdade é que o fluido cósmico universal tem o poder de reunir partículas
e manter a qualidade delas, mas, sozinho, não pode modificá-las. Não sem a
participação de manipulações conscientes sobre ele. Esta é a responsabilidade
humana: dar ao fluido cósmico universal algumas condições específicas para
que ele autorize a transformação da densidade necessária, a fim de que se
mantenha a evolução.
Essa tarefa não se mostra realmente como uma das mais difíceis, afinal,
o indivíduo humano, inconscientemente, a tem executado até os dias atuais.
Portanto, nesse momento, o conceito de reforma íntima deixa o âmbito religioso
e passa a constituir ciência e consciência.
A matéria não se reinventa, apenas se transforma a partir do que já é. Essa
afirmação vem de muitos séculos pela voz de um mestre chamado Aristóteles:
“Na natureza nada se cria, nada se perde; tudo se transforma”. Tais palavras
foram inúmeras vezes repetidas, no entanto, o indivíduo humano jamais as
avaliou em todos os contextos. É urgente que isso seja feito.
O ser hominal terrícola necessita reconhecer que a ciência revalida o que
foi tantas vezes afirmado pelas religiões e que a evolução cobra a necessária
reforma íntima, a fim de que a história humana continue o seu percurso.
O homem haverá de se transformar. Essa é uma lei universal que se aplica
a todos os mundos, porém é necessário que se tenha consciência sobre essa
transformação.
É imperioso que o ser hominal assuma para si, e definitivamente, a trajetória
evolucional do planeta. Essa é sua capacidade, a sua competência e a sua
importância como animal superior nesta esfera.
Nas manifestações espirituais rotineiramente ouvimos a máxima:
“Evolução é um processo individual que gera benefício coletivo”. Essas
palavras completam e encerram, em conjunto com as anteriores, o mais
abrangente conceito evolucional, porque torna cada indivíduo responsável
pela transformação de todos.
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As alterações atmosféricas, por expansão, envolverão todos os seres
desta terra, sejam humanos ou não, mas devem partir do próprio homem. Elas
se apresentam como modificações muito sutis, que ocorrerão primeiramente
no indivíduo e posteriormente no ambiente que o cerca.
Essa também é uma lei universal que determina a impossibilidade de
criação, ou do fator criativo, em qualquer atmosfera, a partir de partículas
inexistentes.
Admitir e executar conscientemente sua participação no contexto
evolucional é a última missão do indivíduo humano no reino animal. Podemos
dizer, então, que esse é o motivo e a razão de serem autorizados trabalhos
como os que executamos neste momento. O ser hominal já não pode alegar
ignorância sobre a sua responsabilidade, não mais.
Diversos trabalhos produzidos nesta terra, seja por mãos efetivamente
terrícolas, seja por mensageiros cósmicos, trazem a mesma intenção: a de dizer
ao indivíduo humano que a Terra, que ainda geme com as dores do parto, espera
a conscientização de seus filhos, a fim de que eles nasçam para a consciência
universal. Ela é a grande família que se espalha nos muitos universos, sejam
eles físicos, como esta Terra define o termo, ou não.
Assim como ocorreu desde a criação dos humanos desta esfera, o corpo
atual dos terrícolas continuará sofrendo modificações progressivas, como a
perda de pelos, o aumento de caixa craniana, o afilamento dos membros e
extremidades, o alongamento das dimensões corporais, entre outras.
Nenhuma dessas alterações, porém, dará novo o formato aos corpos
humanos. O importante para o cosmos, assim como deveria sê-lo para o
homem, é que o refinamento da estrutura física (e isso engloba a atmosfera
e todos os seres considerados inferiores) torna-se uma mera consequência da
evolução que o indivíduo venha a construir em si mesmo.
91
O fato é que não há mágica na evolução. Não se pode queimar etapas, ela
funciona como uma escada de degraus muito largos, de maneira que não seja
possível ganhar o degrau seguinte sem que se tenha colocado os dois pés no
anterior. O que não faz parte do contexto material é o que importa ao cosmos,
seja neste ou em qualquer outro planeta, porque ele sabe que tudo evoluirá por
absoluto desdobramento da evolução do espírito, no caso desta terra, humano.
Ândrea Akalon
Raskan, proveniente do planeta Malanoh, terceiro que orbita em torno de Akalon (Sirius),
primeira estrela (Alpha) da constelação de Canis Majoris.
92
Capítulo 12
Mente e corpo sãos
“Mens sana in corpore sano”. Originalmente, essas palavras foram
proferidas, nos idos dos séculos, de forma satírica, por Juvenal, um poeta
romano, e foram postas na letra em resposta aos que enchiam os templos,
solicitando, por intermédio de um sem número de preces, fabulosos benefícios,
enquanto levavam uma vida sem limite ou vigilância. Naquele tempo, uma
ode à bizarra hipocrisia humana.
A utilização dessa sentença, que foi banalizada pelo tempo, traduz uma
verdade que, tão incontestável quanto qualquer outra, poderia render uma série
de benefícios reais ao indivíduo desta terra.
Ainda que este milênio seja avaliado pelo cosmos como o do despertar da
consciência humana terrícola, é a vaidade que se manifesta em quase totalidade
dos casos, por meio de uma absurda busca por novos contornos aparentes na
máquina física que o espírito humano anima.
Invertendo significados, o ser hominal busca a excelência do corpo e
imprime inércia à mentalidade, presa a grilhões de futilidade e de preconceitos.
Não obstante, na incompreensão, ele vivencia a infinita bestialidade que dá
suporte à sua ignorância, pois a verdade define uma higienização do espírito a
ponto de implementar essa mesma qualidade ao corpo ao qual ele dá vida.
Como que inadvertidamente, o ser hominal caminha para um quadro
de função, em si, depreciativa. O fato que corrobora para a leviandade dessa
raça é, ainda, extremamente preocupante, pois não é a qualidade física que
imprimirá a possibilidade evolucional e sim a competência intelecto-moral
que saneará tanto o organismo físico quanto os energéticos.
Essa expectativa não se baseia em religiões, ela é um veredito evolucional
coerente e concreto. A religião não rege o universo, posto que seja uma invenção
humana, desta Terra, por isso inexpressiva para o contexto cósmico.
Já dissemos que cinco corpos, entre os vinte e um conhecidos por algumas
culturas deste planeta, são de importância relevante para os terrícolas e que o
equilíbrio entre eles fará, enfim, a grande revolução.
A ideia de uma frenética busca sobre uma perfeição ilusória, define, na
atual condição, o indivíduo humano. É necessário que se tenha a preocupação
94
sobre a saúde física, mas que o empenho em melhoria espiritual funcione
concomitantemente.
É o quadro moral dos homens, constituído pelos corpos etérico, mental,
intelectual e emocional, que os levará ao sonhado “novo mundo”. O terrícola
evoluirá e não haverá necessidade da implantação de uma nova ordem para
que esse intento seja atingido. Antes devemos esclarecer que, mesmo que o
caminho venha a ser redefinido, será necessário retomar as impressões de
liberdade atuais a fim de que a Terra se reconduza à evolução. O corpo físico
acaba por se tornar apenas a inexpressiva ponta de um iceberg.
Dos cinco corpos, de importância extrema para o indivíduo humano, o
material (físico) apenas existe para que seja possível o aprendizado necessário
a uma vivência espiritual. Porém, a prioridade humana, que não surpreende,
notoriamente se apega às aparências e reduz a potencialidade evolucional que
lhe é conferida.
O homem será emancipado quando sobre ele vier o entendimento de que
a sua personalidade cósmica é, na verdade, um conjunto equilibrado entre as
diversas aptidões latentes em todos os seus corpos (sendo esses quatro citados
a representação ideal de todos eles). Agindo em conjunto sobre o corpo físico
eles se modificarão por absoluta consequência de uma atitude de moral superior.
O movimento evolucional, que emana de cada indivíduo, nesse instante,
será sentido e percebido sem qualquer mínimo esforço. Então, o ser hominal
finalmente entenderá a sua participação no universo. Não antes, nem depois
disso.
No momento atual, entre os indivíduos que respiram neste orbe, uma
avassaladora maioria dá à vaidade o valor que há na emoção e o poder de gerir
seus outros corpos. Mas a vaidade não é uma virtude, ela é apenas um vício,
uma parte da inconfessável tendência espiritual humana à infantilidade, que
se contenta em transgredir regras que são universais. Ela constitui a maior
entre todas as irresponsabilidades humanas. É a vaidade que rege o orgulho,
o egoísmo e a indisciplina sobre questões fundamentais que deveriam dar
qualidades notoriamente elevadas aos seres.
A mente deveria ser a prioridade humana. Ela deveria ser desenvolvida
em condições semelhantes ao empenho com o qual a humanidade se dedica
95
ao físico. Caso fosse assim, o esforço talvez valesse a possibilidade de uma
evolução ainda mais dinâmica e o ser hominal, quem sabe, não viesse a se
desapontar menos com o tempo perdido, sempre e sempre destinado a nada.
A raiz da emoção humana ainda é o sentimento. Caminhando na direção
inversa, o indivíduo hominal desta terra não admite que seus sentimentos são
meros fatores de desenvolvimento emocional. Nesse quadro de factual ilusão,
o homem caminha muito vagarosamente perante as possibilidades que a vida
lhe apresenta, porque ele não tem, na maturidade emocional, um ideal a ser
conquistado.
A mente deve se apresentar saneada a fim de que, por consequência, o
corpo também o seja. Aparentemente, esta é a maior contradição humana: dar
à vaidade a cortesia de manutenção sobre a saúde emocional. Não deveria ser
assim, porque em si a vaidade não é um erro, mas o excesso, seja de vaidade
ou de qualquer outro vício, inibe uma série de competências da alma.
No período de uma vida, a vaidade assegura a fragilidade humana, porque
vagarosamente se instala em todos os níveis de consciência. Seja no campo
emocional, intelectual, e até mesmo no campo religioso, é a vaidade que
escraviza o homem e o torna suscetível a manipulações externas. O problema
é que isso pode ser perigoso.
A função do corpo físico, ainda que limitada, é fundamental ao contexto
evolucional. Será por intermédio dele que se manifestará a manipulação de
partículas de densidade elevada e é por esse motivo, não por outro, que ele
existe.
O ser humano, como animal superior nesta terra, não poderia, sem
a participação de um corpo de densidade física, imprimir modificações
importantes na conduta, na postura e no amadurecimento, perante os seus
inferiores (termo utilizado por aproximação de significado). Também não seria
possível dar prosseguimento à qualificação da própria Terra, porque ela e todos
os outros mundos são imprescindíveis para a manutenção da manifestação
original do fluido cósmico universal: a de gerar vida initerruptamente.
Talvez o que o indivíduo humano não pense é que haja uma razão e
uma causa para a sua existência sobre o orbe material. A razão é a sua própria
96
evolução, pois ele ainda faz parte de um reino de essência anterior ao objetivo
evolucional. A causa é que a vida entende que cada um, à sua maneira, contribui
para a evolução de todos.
Existem mundos nos quais não há necessidade de corpos de elaboração
física, mas esse ainda não é nem o nosso próprio caso, seres que já abandonamos
o reino animal. Por certo, surpreenderia à Terra ter que reconhecer, um dia,
que três quintos do universo que existe ao seu redor não porta sequer corpo
físico e que dois terços desse mesmo universo nem mesmo pode ser visto por
seus olhos.
Há verdades mais impressionantes para o homem do que revela a visão
do extenso cosmos conhecido nesta esfera. Há mais planetas invisíveis aos
olhos humanos do que a quantidade que a visão dele pode alcançar, porque
sua máquina visual não atingiu o desenvolvimento absoluto. Ele sequer pode
avaliar que somente reconhece visualmente partículas que se assemelhem ao
tipo de matéria que pertença à sua dimensão, e isso é quase nada, uma fração
inexpressiva da extensão cósmica.
Assim como a ciência neste orbe constata, a máquina visual dos animais
(considerados inferiores pelo próprio homem) é limitada e não pode enxergar
uma gama mínima de cores. O indivíduo humano também não pode ver ou
decodificar visualmente a quantidade de cores e tons que a luz apresenta.
O espectro luminoso possível à visualização humana é pobre,
principalmente porque muito recentemente essa espécie se estabeleceu. A luz,
para os animais superiores terrícolas, é decodificada em sete cores espectrais,
mas, uma vez tendo abandonado esse reino, a visão humana poderá registrar
uma composição luminosa com cerca de dezoito vezes a quantidade de cores
que lhe é possível nos dias atuais.
O indivíduo humano terrícola deveria se prontificar ao entendimento de
que, como ser universal, ele nem sequer nasceu. Ele vivencia, na Terra, uma
condição de essência pré-evolucional. Portanto, continua no útero de “Gaia”,
que aguarda a revelação de seus filhos. Para que essa revelação ocorra, será
necessário que o ser hominal terrícola, animal racional inferior, candidato aos
quadros da condição racional superior entendida como intuição, permita que a
97
evolução trabalhe em seu interior. Para tanto, o homem haverá de reconhecer
a infinita superioridade de seus diversos corpos perante o corpo físico, que
se apresenta como o último estágio de densidade autorizada na manifestação
da personalidade humana nos meandros do desenvolvimento deste planeta, e
vivenciar, por fim, a evolução de cada um.
Os corpos de matéria extrafísica são alimentados por exercícios racionais
e, principalmente, por movimentos emocionais. Em tais movimentos a emoção
deflagra o conceito e o conteúdo evolucional, atribuindo ao desenvolvimento
a qualidade evolutiva. Não há outro caminho que não seja o desenvolvimento
intelecto-emocional. O indivíduo humano precisa assimilar esse conhecimento,
entender o processo e a ele se entregar conscientemente. Sem que isso ocorra,
a vigilância, a disciplina e o crescimento tornam-se fatores de segunda
ordem e nada podem significar em relação à qualidade de uma força mental
realmente importante. Não raro, a ignorância sobre tal ação poderá culminar,
posteriormente, em comprometimento (integral ou apenas parcial) da evolução
do próprio corpo físico.
Na Terra, as academias de exercícios físicos, que deveriam promover a
saúde humana, estão repletas de seres vazios, todos cheios de vaidades que
corroboram para a doença do século: a desconstrução emocional. São os
humanos, seres que perdem independência por simples desatenção.
Preocupados com a aparência, os seres racionais deste planeta não se
dedicam à meditação, à leitura, ao estudo, às pesquisas, à aquisição de cultura,
à elaboração de ações sociais, às misérias que somente necessitam de olhares
solidários, abraços sinceros e afagos de corações superiores. Essa constitui a
verdadeira pobreza humana, que dá a alguns poucos a possibilidade de interferir
nos roteiros por onde se dirige a humanidade.
Nos caminhos evolucionais, os corpos de densidade extrafísica que o
indivíduo apresenta, todos, sem exceção, aguardam o despertar da nação
humana. A evolução nos convida à reflexão e ao entendimento de que cada ser
é um mundo fantasticamente completo que orbita ao redor e em meio a muitos
outros, que se encontram inseridos no mesmo cosmos.
98
Há universos desconhecidos dentro e fora dos indivíduos e é necessário
que eles entendam que cada um desses universos espera para ser conhecido.
Ao espírito cabe o compromisso de maior qualidade emocional e a disciplina
para fazê-lo.
Vinira Bovanes
Raskan, proveniente do planeta Celastan, quinto que orbita em torno de Bovanes (Tau Ceti),
primeira estrela (Alpha) da constelação de Cetus.
99
Capítulo 13
Dimensões da consciência
O ser hominal se desenvolve, mas ainda não evolui. É necessário que
essa afirmação esteja em sua mente antes de darmos prosseguimento ao nosso
estudo.
Ainda que algumas atitudes espalhadas pelo mundo, todas produzidas
pelo homem, tentem desmentir essa verdade, o indivíduo hominal já não
vivencia a condição de animal inferior, porque, pela qualidade de detentor de
raciocínio, este ser é capaz de interferir, modificar e transformar a atmosfera
que o envolve.
Essa certeza vem do entendimento de que diversas são as manifestações
da consciência humana e de que a inconsciência é somente mais uma dessas
manifestações.
Na Terra, a palavra inconsciente é definida por: “não consciente; que
não tem consciência dos atos que pratica; irresponsável; parte de nossa vida
psíquica da qual não temos consciência”. Pois bem, isso não existe.
O significado da palavra consciência é: “faculdade de a razão julgar os
próprios atos; percepção do que se passa em nós; retidão; justiça; cuidado com
que se executa alguma coisa”.
À exceção daqueles que, na matéria, apresentam alguma sorte de distúrbio
psíquico-cognitivo, todos os seres, estejam encarnados ou não, possuem razão
para julgar os próprios atos e também a percepção necessária para definir o
que se passa em seu interior.
Não fosse assim, os psiquiatras, psicólogos e terapeutas deveriam
determinar procedimentos que pudessem “curar” as ameaças psíquicas
apresentadas por seus pacientes. Não é isso o que esses profissionais fazem.
Na verdade, eles apenas encaminham a descoberta das respostas aos problemas
manifestos, mas, à exceção dessas conduções, todas as ações partem do próprio
indivíduo (paciente).
É como se, vasculhando as próprias limitações, o indivíduo fosse levado
a administrar certo entendimento sobre elas. Vivenciar um trauma é viver a
emoção que o gerou, mas para vencê-lo é necessário reconhecer, no inconsciente,
a energia que se manifestou naquele evento e trazê-la ao consciente, mas essa
101
energia é fração importante da mesma emoção. Partindo desse princípio,
poderíamos definir as duas palavras, consciente e inconsciente, como dois
níveis de uma mesma consciência: um superficial e outro profundo.
Montemos, ainda, mais uma reflexão: se o indivíduo vivencia uma fobia,
qualquer que seja ela, ele percebe o que se passa em seu interior, mesmo que
não saiba definir a razão daquele sentimento. Isso é consciência, de acordo
com a definição grafada pelos terrícolas.
Os profissionais dessa matéria possuem a dinâmica para fazer com que,
reconhecendo a dor, o indivíduo defina a causa e a razão dessa emoção. É
essa a importância do trabalho dessas pessoas. Para isso elas estudaram e se
fizeram aptas a encaminhar as buscas no ambiente da consciência profunda,
que é chamado, na Terra, de inconsciência.
A definição mais próxima da realidade, no que concerne aos traumatismos
emocionais, é a vivência de alguma situação ou evento que tenha provocado
dores e/ou sequelas emocionais. A dor e o sofrimento sobre a vivência dessas
situações e eventos abrem a possibilidade do esquecimento.
Nossa memória, consciência desperta, escolhe esquecer e, por esse
motivo, esquece. Ela retira de nossa consciência superficial a possibilidade
de sofrimento futuro sobre a ação que vivemos, mas a memória emocional
(energética) não se apaga e, por esse motivo, a emoção não pode ser esquecida.
Poderíamos afirmar, portanto, que nos esquecemos de situações que
deflagraram determinada energia, mas não podemos esquecer a impressão
energética que foi gerada por elas. Esquecer é uma função cerebral que pretende
nos proteger, mas, por ser cerebral, somente ocorre no ambiente de densidade
física.
Nessa simples explicação, já definimos pelo menos quatro tipos de
consciência: a superficial (o consciente propriamente dito), a profunda (o que
a Terra reconhece como inconsciente), a desperta (eventos que povoam a parte
superficial de nossa memória) e a letárgica (que se esconde na impressão de
esquecimento, mas que não é o mesmo que inconsciente).
Uma vez tendo entendimento sobre esse raciocínio, falaremos sobre as
dimensões da consciência e de como tais dimensões determinam o nosso modo
102
de ação.
O indivíduo humano é um ser de essência racional, embora ele não tenha
revelado excelência sobre isso. O raciocínio é a ferramenta de que ele dispõe
e que o faz diferente de todos os animais inferiores. A diferença entre essas
duas classes se manifesta pela organização funcional de pensamentos, pois,
ainda que os animais inferiores pensem, eles são incapazes de proceder uma
organização funcional sobre determinado tema e jamais poderão se utilizar
do movimento racional, que gera questões e conclusões sobre a profusão de
pensamentos.
Como animal superior, o ser hominal pensa e, por intermédio da
razão, movimenta os pensamentos. Os pensamentos em movimento lançam
ondas sobre a emoção e, no mesmo ritmo, geram sentimentos, que podem
ser classificados quanto ao teor, à qualidade, ao comprometimento, à causa
primária da ação/situação e ao efeito emocional que, porventura, for manifesto
pelo pensamento.
Outra qualidade humana manifesta sobre as ondas que movimentam
a emoção é o potencial psíquico. Essa característica de manifestação, ainda
tímida no ser hominal, vez ou outra aflora em seu comportamento, mas sequer
é percebida. Os homens desconhecem esse potencial, entretanto, na próxima
fase de seu desenvolvimento, ela também fará parte da descrição de suas
capacitações.
O instinto, condição adquirida pela vivência em momento evolucional
anterior, é a base da manifestação da emoção. O reino que abriga os animais
inferiores não permite sentimentos, posto que esses são (ou deveriam ser)
exercícios de movimentação racional sobre a emoção.
Esses tais exercícios que arbitram a importância de determinada situação
ou ação em nossa vida. No momento intuitivo, a humanidade desta terra
manifestará a ação racional como hoje manifesta o instinto. Foi por esse motivo
que ele, o instinto, existiu antes do raciocínio.
Desde a criação dos seres, ainda como chamas de luz, eles seguem um
caminho bastante definido, em direção à descoberta de sua essência intuitiva.
103
A evolução se processa por essa intenção, neste ou em qualquer outro mundo.
Nosso assunto, porém, são as muitas dimensões da consciência, e a ele nos
dedicaremos afinal. Já sabemos que são as impressões energéticas, produzidas
por nossas ações, uma manipulação importante e qualitativa sobre o fluido
cósmico universal.
Sabemos também que, a partir dessa manipulação, manifestamos as
diversas densidades de que se compõem todas as nossas emanações. Fácil
seria concluir que o objetivo racional é que tenhamos consciência superficial
e desperta sobre cada uma de nossas atitudes emocionais.
O funcionamento dessa engrenagem se faz de maneira intuitiva, embora
a percepção sobre isso ainda esteja no âmbito da ignorância humana. A reação
que manifestamos é uma ação desencadeada por uma situação ou evento, mas,
em um primeiro momento, ela apenas ativa o instinto, que se revela em um
pensamento inicial que não se movimenta. Esse procedimento coloca a nossa
emoção em suspenso, porque o instinto, que não movimenta o pensamento,
não gera nem reconhece sentimentos.
O dispositivo racional é deflagrado quando conduzimos alguns movimentos
sobre o pensamento inicial. Isso acontece em nossa consciência profunda
e, nesse momento, induzida pelos pensamentos, ela emerge e movimenta a
emoção deflagrada gerando sentimentos, que se acendem, sempre baseados
em experiências anteriores que se relacionem com a ação ou com a intenção
do dispositivo racional.
Nesta terra, essa é a principal diferença entre os seres considerados
irracionais e o ser racional hominal superior. No indivíduo humano,
imediatamente após cada um de seus procedimentos, a condição racional
classifica a impressão deflagrada por eles e a consciência superficial, seja ela
desperta ou letárgica, alimenta e mantém a reação. A ação é o gatilho que
deflagra o processo, mas, sobre ela, é a análise inconsciente que constitui a
origem da reação.
Este é, portanto, o motivo pelo qual o terrícola não consegue mentir sobre
o nível evolucional que o seu espírito apresenta: ele não é revelado em nível
104
consciente. Antes, ele se constrói, em carne viva, no interior de um ambiente
sobre o qual o indivíduo humano ainda não pode exercer controle. Durante o
processo evolucional, quando tal controle for possível, a utilização dele já não
será necessária porque terão desaparecido todos os movimentos emocionais
(sentimentos) e os seres apresentarão apenas uma finíssima emoção.
Na inconsciência do ser hominal, a partir da análise realizada em momento
imediatamente posterior à ação, se escolhe o sentimento que alimentará
a reação. Então, se inicia o drama do ser humano terrícola, que ainda não
consegue administrar os seus exercícios emocionas. Embora alguns possam
descordar, esse é o gatilho que faz com que o único animal racional desta
esfera seja (tão constantemente) refém de si mesmo.
A ideia evolucional, natural em todos os seres, é aceitar o instinto, avaliando
conscientemente a matriz da reação. O objetivo é implementar movimento ao
pensamento primário e incorporar a ele algumas noções efetivamente positivas,
no que se refere a uma melhor manipulação do fluido cósmico universal. Mas
isso deverá ocorrer sob absoluta vigilância sobre os sentimentos, reconhecendo
que eles não são emoção.
A ninguém é dado o poder de interferir no que, em nós, é emoção.
Qualquer manipulação externa somente se faz sobre os sentimentos. Não fosse
assim, nossos atos, comandados por terceiros, montariam a nossa evolução e
isso poderia ocorrer apesar e independente de nós.
Para que vigiemos a emoção e façamos com que ela, e não os sentimentos,
gere e comande as nossas reações, é necessário que nos conheçamos bem sob
os mais distintos e amplos aspectos. Que, acima de tudo, entendamos que essa
tarefa transcende os fatores religiosos.
Todos os mestres que, imbuídos de gloriosa missão, estiveram nesta
terra, repetiram esse conhecimento, mas a vaidade humana transformou uma
filosofia universal em simples e apelativos dogmas religiosos. Tais dogmas,
por terem sido criados por homens, são todos manipuláveis e absurdamente
inconsistentes.
Desde o início dos tempos, espíritos evoluídos, desprovidos de qualquer
vaidade, estiveram sobre esse solo. Nem um deles, porém, determinou qualquer
105
religião. Isso foi realização humana: transformar filosofias em jogos infames
de pequenas doses de poder.
Enquanto tais ensinamentos estiverem dentro dos templos, a noção
filosófica se calará e serão mitificados seres que não passam de homens, animais
hominais tão superiores quanto os demais. Caso todos esses conceitos tivessem
sido colocados na terra e amparados apenas pela filosofia, o ser hominal já
teria transposto o patamar em que se encontra.
Embora seja uma lástima, assim não ocorreu e o homem define por
conceitos religiosos a impressão dos séculos sobre a sua consciência. Tanto
pior, pois, defensor dessa atitude, o indivíduo humano torna-se presa fácil da
concupiscência.
A consciência humana desconhece as dimensões que possui. O ser que
se apresenta no mesmo patamar evolucional em que se apresentam os homens
desta terra, possuem no Ego uma espécie de diretriz que norteia a sua vida.
Ainda que não haja necessidade de vitória sobre o Ego, o ser humano
terrícola haverá de submetê-lo a uma forte disciplina, porque a noção de “eu
individual e superior” não sobreviverá à evolução.
O ID e o Superego resistirão por algum tempo. A qualidade evolucional,
porém, agirá sobre eles e os educará, talvez por meio de ações externas que
venham a definir uma nova configuração social, pela a qual o indivíduo verá
reestruturado o seu ambiente planetário.
A fim de que o ser hominal possa resistir a forças inacreditavelmente
profanas, que visam dirigir todos os seus sentimentos, a urgência sem vigilância,
vivenciada pelo ID será, por opção, uma questão racional. Nesse momento,
um novo fator de desenvolvimento, ao qual, por aproximação de significado,
poderíamos chamar de “hiperconsciência”, despertará no indivíduo humano e,
assim como os belos lírios se erguem nos charcos, fará com que ele manifeste
rações superiores, movido pela qualidade de uma emoção limpa e nobre.
O raciocínio desperto pela ”Hiperconsciência” será a característica
essencial dos homens em futuro próximo. Esse estado de consciência, em si
qualificado, dará aos seres racionais desta esfera, e por extensão, a vivência
106
sensorial ainda na matéria, que se apresentará muito mais sutil, mais elaborada e
um tanto mais refinada. A emoção será reconhecida como atributo conquistado
pela consciência e a comoção não sobreviverá, pois a verdade, em lugar da
realidade, que é uma ilusão, será definitivamente incorporada à vida dos novos
homens.
Essas coisas se referem ao futuro, mas o caminho que a elas levará reside
no presente como a mais importante tarefa da humanidade: a de raciocinar os
seus objetivos evolucionais.
Na qualidade evolucional atual, o indivíduo humano não reconhece a
necessidade de despender esforços para considerar tais conquistas. Porém, a
fim de se chegar a algum lugar, necessário se faz sabermos para onde nos
dirigimos, caso contrário, não saberemos valorizar a viagem empreendida.
O caminho que trouxe o ser hominal ao homem atual foi desenhado por
diversas experiências, todas elas necessárias à continuidade dele sobre este
orbe, ainda que alguns acreditem na superioridade do egoísmo.
Em algum momento, o indivíduo humano necessitará se adaptar à
disciplina. Esta possibilitará um excepcional desempenho no crescimento da
nação terrícola.
Os novos homens, espíritos mais disciplinados, converterão o Ego e o
transformarão pela noção de que o ser fundamental é de essência coletiva.
Nesse momento, a consciência humana se tornará superior ao quadro de
representação animal e, enfim, o homem estará apto a iniciar a sua trajetória
intuitiva.
Por esse princípio, podemos afirmar que o conhecimento sobre a própria
emoção levará o ser hominal, como indivíduo, à quarta dimensão, como, nos
dias atuais, ocorre com os que se mostram como canalizadores de mensagens,
sejam elas advindas de procedimentos mediúnicos ou paranormais.
A partir dessa data, o ser hominal também terá algum acesso à quinta
dimensão, mas isso ocorrerá por extensão de manifestação racional sobre um
quadro emocional maduro e qualificado.
Na quinta dimensão se encontram todos aqueles que possuem o bem como
atitude e objetivo. Esses seres apresentam, por definição, uma característica de
107
plenitude sobre as próprias irradiações e emanações. Sabem que não há que se
escolher entre o bem e o mal, o amor e o não amor, a retidão e a não retidão.
Sobre esse aspecto, o livre-arbítrio perde a importância, porque a
construção de suas personalidades se embasa em fortes e resistentes alicerces
de bom proceder para com a coletividade e também para consigo.
Esse é o futuro de todas as civilizações universais, embora algumas
acreditem ter perdido a emoção e, por conseguinte, o mais importante
dispositivo evolucional. Essas raças ainda não compreendem que a emoção é
uma parte substancial de nossa essência como seres espirituais e que, por essa
causa, não há como perdê-la. Felizmente.
Papich Ivolet
Raskan, proveniente do planeta Celastan, terceiro que orbita em torno de Ivolet (Fomalhaut),
primeira estrela (Alpha) da constelação de Piscis Austrinus.
108
Capítulo 14
O amadurecimento da percepção
A percepção é a primeira qualidade evolucional do ser sensorial. Nós a
assimilamos enquanto, como chamas de vida, em uma espécie de incubadora
evolucional de classificação colonial, animávamos o reino mineral. Nada
aconteceu antes dela. Depois, no reino vegetal, a percepção se tornou sensação,
se ampliou e se expandiu com o objetivo de nos colocar no caminho do
desenvolvimento, que nos ampararia perante a evolução propriamente dita.
A regra determina que todas as raças, de todos os mundos, tenham tido
o seu início espiritual de maneira absolutamente idêntica em todo o universo.
Assim, certo seria afirmar que todas as raças se desenham espiritualmente
seguindo o mesmo caminho, animando os mesmos reinos e cumprindo as
mesmas etapas de maturação.
De fato, o animal hominal ainda não se encontra em um processo a que
possamos chamar de evolução. O que se manifesta nos seres hominais terrícolas
é apenas, e tão somente, o desenvolvimento necessário à preparação para a
vivência de evolução futura. É necessário que se entenda que evolução é um
processo racional, e sempre consciente, impresso sobre todas as ações, das
mais ínfimas às mais ostensivas. Enquanto o raciocínio não participar dessa
escolha, desenvolver será tudo o que o ser hominal fará.
A evolução propriamente dita se descortinará a partir do abandono do reino
animal, mas apenas após o cumprimento de uma qualificação essencialmente
sensorial, que se dará por intermédio do desenvolvimento da intuição. Foi
assim com todos os povos, será assim com o ser hominal terrícola.
Todos as espécies racionais possuem, na percepção, uma poderosa matriz
de aprendizado. Por meio dessa matriz, ampliamos os sentidos pelos quais o
indivíduo capta informações imprescindíveis à constituição de uma sofisticada
assimilação de valores.
Por definição, os sentidos são dispositivos que analisam, interpretam e
reagem a estímulos captados e/ou percebidos pelos homens. Como percepção
primária, eles começaram a se desenvolver junto à nossa personalidade
espiritual, ainda no reino mineral. Continuaram em desenvolvimento no reino
vegetal, onde já apresentavam qualidade sensorial primitiva. Somente no
reino animal, ainda como animais inferiores, acabaram por se qualificar como
sentidos e, portanto, como conquista de desenvolvimento puramente animal.
110
Em tempo, cabe informar que a percepção raciocinada constitui o que
chamamos de observação e essa é, sem dúvida, a mais dinâmica ferramenta do
aprendizado compromissado com o crescimento.
Dos cinco sentidos reconhecidos pelo ser hominal desta terra, “a percepção
de audiência” (que não é o mesmo que audição, pois uma é sensorial e a outra,
física) e o tato (ainda primitivo) são heranças de aquisições pertinentes ao
reino vegetal.
O olfato e a visão se somaram à bagagem humana no período de sua vivência
como animal inferior, que lhe trouxe também, é claro, o desenvolvimento de
uma audiência mais sofisticada, agora chamada de audição.
O paladar é característica de animais superiores e é, por isso, considerado o
mais refinado dos sentidos, pois se baseia em um quadro de memória emocional
constituída de experiências pregressas, adquiridas na vida em curso e/ou em
vidas anteriores. À exceção dele, os quatro outros sentidos não pertencem à
categoria hominal de fato, pois, nela, não possuem origem.
A percepção é, para os terrícolas, composta dos cinco sentidos citados e,
cada um deles é ferramenta básica ao desenvolvimento dos homens, ainda que,
em todos os casos, ela se mostre essencialmente primária. Tais sentidos não
dão ao animal hominal terrícola qualquer característica que possa se reverberar
em sua condição de animal superior. Para que assim seja, necessário se faz que
haja possibilidade de outras manifestações sobre a potencialidade racional.
Nessa condição específica, há pelo menos mais cinco outros sentidos que,
por acréscimo, estarão disponíveis aos seres hominais. Todos se estruturam
sob a égide do raciocínio. São eles:
1)a conexão mental com outros e diversos seres, erroneamente chamada
de intuição, que se apresenta como qualidade involuntária utilizada
principalmente pelo mundo espiritual na transmissão de aconselhamentos,
mas que se fará voluntária, entre encarnados, em um futuro bastante
próximo;
2)a elaboração criativa, que permite manifestações de novas ações e reações
a partir de movimentação de raciocínio sobre as ondas energéticas,
111
produzidas pela intenção intelecto-emocional (uma prática que se inicia
no consciente profundo);
3)a interferência e a transformação consciente sobre o fluido provedor,
que constitui os diversos tipos de matéria e se compõe de partículas
preexistentes e sensíveis à dinâmica emocional dos seres;
4)as emanações, que de maneira primitiva se manifestam no animal inferior
e ganham expressividade no indivíduo humano, posto que, a partir dele,
podem ser consideradas exteriorizações de expressões emocionais;
5)e as irradiações, definidas como emanações dirigidas com objetivos
e intentos específicos. Todos esses sentidos, contudo, são atributos
coordenados pela percepção desenvolvida e pertencem ao corpo
energético, pelo qual o ser hominal se desenvolverá como cidadão
universal.
Analisando ainda mais profundamente essa leva de sentidos, poderíamos
dizer que até os cinco sentidos conhecidos pela condição humana – visão,
olfato, paladar, tato e audição – são fatores essencialmente perceptivos, que
geram impressões e interpretações individuais. As impressões coletivas são
qualificadas pelo processo de comunicação energética ou mesmo física, mas
jamais se apresentam idênticas, ainda que sejam aparentemente semelhantes.
Cada indivíduo é singular, assim como o são todas as suas manifestações.
Considera-se que tais sentidos ocorram nos homens por pura e simples
reação a efeitos externos. Isso, porém, não é uma verdade, porque se fosse,
todos os seres hominais, sem exceção, apresentariam a mesma reação sobre
um mesmo estímulo. Eles veriam imagens iguais e as decodificariam da
mesma maneira. Ouviriam a mesma sentença e interpretariam o conteúdo
dela de forma idêntica aos demais. Não apresentariam reações traumáticas
ou prazerosas sobre um mesmo estímulo tátil. Aromas e sabores seriam, para
eles, expressões absolutamente vazias.
Os outros cinco sentidos (a conexão mental, a elaboração criativa,
a interferência e transformação sobre o fluido provedor, as emanações e as
irradiações) que se incorporaram à personalidade humana, e que são, portanto,
112
de excelência hominal, posto que, qualquer potencial, para ser considerado
humano, deva contar com a ação do raciocínio, aguardam o despertar do quadro
racional nos indivíduos.
Como todos os outros, esses também são os sentidos de percepção e
assimilação energética. Vale esclarecer que a percepção, que tem origem no
reino mineral, e o desenvolvimento, no reino vegetal, integra a personalidade
desenvolvida dos seres. A assimilação da percepção, porém, somente passa a
ser considerada uma conquista pela vivência no reino animal, ainda em estágio
inferior.
Em momento anterior à categoria hominal, esses sentidos geram o
comprometimento irracional (comportamento de padrão assertivo, que
determina o condicionamento) e posteriormente racional (comportamento
analítico) para com a autopreservação, que também é um legado trazido ao
homem pelos animais inferiores, por meio do desenvolvimento do instinto.
Para o cosmos, o animal racional é avaliado como detentor de infinitas
possibilidades pela vivência de dez sentidos básicos e não de cinco, como
considera a ciência humana nesta terra.
Essas possibilidades estão condicionadas ao raciocínio, e o
desenvolvimento delas à possibilidade de expansão de psiquismo, por meio de
sofisticada condição de seres fundamentalmente emocionais, todos possuidores
de essência espiritual que anima e dá vida a seus corpos.
Adquirir consciência e competência sobre esse fator é o foco do terceiro
nível de desenvolvimento animal, portanto, o segundo que os seres considerados
racionais apresentam. Esse momento é agora, neste tempo.
A clareza sobre essa afirmação reside no fato de que todas as raças que
atravessaram o limiar do Ego sanearam a emoção e desenvolveram qualidades
sensoriais de absoluta excelência.
Díspar desse fato, ainda sem perceber ou vivenciar a qualidade evolucional,
há raças que não desenvolveram supremacia em suas manifestações emocionais.
Por esse motivo, permanecem absorvidas por baixos níveis de dimensão
consciencial, ainda que tenham alcançado importante desenvolvimento no
113
que concerne às dimensões da matéria. Todas emanam suas luzes, mas nem
sempre irradiam, pois não possuem uma razão propriamente emocional, nem
um motivo pelo qual consigam justificar sua presença no cosmos.
É necessário que se entenda, de uma vez para sempre, que emanações
e irradiações não são a mesma coisa. São consideradas emanações todas as
manifestações de manipulação sobre o fluido provedor. As irradiações, porém,
são emanações de efeitos construtores e sempre positivos. As emanações
normalmente se concentram ao redor do indivíduo e as irradiações podem se
manifestar a longas distâncias além do campo vibracional do manipulador.
Toda irradiação é também uma emanação, mas nem toda emanação é
irradiante. Sobre esse assunto, as leis da física esclarecem: partículas de menor
densidade irradiam; as de maior densidade apenas se manifestam e se mantém
no ambiente que as sustenta. Esse é o motivo pelo qual nenhuma força de valor
negativo pode irradiar, e pelo mesmo motivo, ela também não pode contagiar,
a menos que encontre um corpo receptor.
As ondas de emanações positivas, a exemplo dos bons pensamentos,
irradiam, transcendem a atmosfera e volitam em direção a um ou mais objetos,
sujeitos daquele pensamento (experiência comprovada pela ciência desta
terra).
Esses dois sentidos, emanação e irradiação, que têm origem no interior
do indivíduo, são manifestações emocionais que manipulam o fluido cósmico
universal e geram impressionantes efeitos. A razão pela qual tais efeitos não
são percebidos se baseia na falta de observação e, como sabemos, observação
é a percepção raciocinada.
Sem raciocínio não há autoconhecimento. Sem autoconhecimento, não
há educação emocional e, sem ela, não há crescimento. Perante a evolução,
todo o poder universal se encontra na necessária percepção de que o fluido
cósmico é o deus que age dentro dos seres, estejam eles nesta terra ou não.
Diepair Kalux
Raskan, proveniente do planeta Zifanet, primeiro que orbita em torno de Kalux (Achernar),
primeira estrela (Alpha) da constelação de Erídanus.
114
Capítulo 15
Educação emocional
Fomos criados para a emoção e somos, por ela, constituídos. Desde o
momento criador é a emoção que determina o nosso crescimento. Somos
também compostos por uma infinidade de corpos, que apresentam diversas
densidades de uma mesma matéria. Sabemos, contudo, que a matéria é
construída pelos elementos que compõem o fluido cósmico universal e que ele
é matéria manipulável (termo utilizado por aproximação de significado).
Sem receio de cometer erro, poderíamos afirmar que o nosso corpo
emocional é, entre todos os corpos que possuímos, o mais relevante, pois ele
qualifica todos os outros com a qualidade emocional que manifesta.
Caminhamos por caminhos evolucionais que possibilitam o
desenvolvimento pela maneira com que manipulamos o fluido provedor,
e teremos consciência sobre esse fato quando nos qualificamos como seres
racionais, a poucos passos do desenvolvimento da intuição. Portanto, somente
nos enquadramos nessa classificação no terceiro estágio de desenvolvimento
do animal superior, que é, de fato, o início da expressão intuitiva.
A Terra divide a classificação evolucional em quatro reinos absolutamente
distintos, a saber: o reino mineral (quando ocorre o princípio da impressão
sensorial), o vegetal (quando a sensação é realmente desenvolvida), o animal
primitivo (quando a sensação se transforma em emoção, sem que sobre ela
haja qualidade racional) e o hominal (animal superior, quando a emoção nos
permite a manipulação consciente sobre as nossas emanações).
Ainda que essa classificação funcione didaticamente, o desenvolvimento
da emoção nos seres não pode ser a ela condicionado. Fundamentalmente, a
emoção nasce como impressão, no primeiro reino (mineral). Ela se desenvolve,
como sensação, no segundo (vegetal). No terceiro reino, enquanto animais
inferiores, ela nos dirige e nos direciona de maneira absolutamente independente
de nossa vontade, porém não de forma aleatória, pois nessa fase é necessário
que tenhamos a memória da emoção, mesmo que não consigamos administrar
os sentimentos. Sentir é um atributo racional. Como exercícios racionais, os
sentimentos ampliam as possibilidades de uma interferência intelectiva sobre
a nossa emoção. Na ausência da possibilidade racional, não há crescimento
emocional. No entanto, em todos os reinos, inclusive no reino hominal, haverá
trabalhadores de excelência cósmica administrando o nosso desenvolvimento.
116
Somente haveremos de ter algum poder de manipulação sobre o fluido
provedor, quando, pela vivência no reino animal superior, sob a égide do
raciocínio, manifestarmos algum amadurecimento sobre ele.
Sob diversos aspectos, a emoção é um atributo singular. É singular porque
é único, e também por se tratar de uma conquista extraordinária. Em si, a
emoção constitui o próprio espírito e a infinita capacidade sensorial que a ele
pertence.
O ser sensorial é emocional. Todo o resto dos corpos dos quais um
indivíduo se utiliza como vestimenta trabalha em função do desenvolvimento
emocional, seja na raça hominal terrícola ou em qualquer outra raça que habite
qualquer outro mundo.
A emoção não é prerrogativa da Terra, ainda que para o ser hominal
terrícola seja difícil a compreensão sobre esse tema. Todo ser vivente é
emocional, embora no reino mineral e vegetal a emoção não se apresente como
tal.
Emoção não é apenas uma característica do ser; ela é mais. Ela é o próprio
ser, como luz desprovida de formato, eternamente irradiante e transformadora.
Essa definição faz da emoção a essência vital do universo, e essa sim se
classifica pela qualidade evolucional individual.
Desconhecer a potencialidade em sua própria emoção é dor, que poderia
ser considerada física para algumas e determinadas raças. Crer que não se
tenha emoção é em si um sofrimento e uma condição a que diversos povos se
arremessam.
Esse tipo de postura define comprometimentos, mas não altera
compromissos. Qual a diferença? Compromissos não se interpretam, os
comprometimentos, no entanto, rondam os meandros das interpretações
individuais sobre os compromissos assumidos. O primeiro é, em todas as
terras, um ato evolucional. O segundo, a manifestação de nosso entendimento
sobre o compromisso que assumimos.
Outra maneira de definirmos tais termos é a de que tudo o que compromete
a execução de nosso compromisso determina uma trajetória futura e renderá
117
nova situação que trará vivência similar. Essa afirmação equivale a dizer que
o comprometimento representa o valor racional de um quadro evolucional
específico que se modifica de acordo com a nossa postura e condição moral.
Compromissos não se alteram; comprometimentos sim.
Em nossa vivência no reino mineral, sem que fosse possível reagir à
emoção, fomos colocados em uma espécie de sono vital. Tínhamos a necessidade
real de adaptação ao início da vida. Foi naquele momento que ocorreu a
maior de todas as percepções sobre a futura trajetória. Naquele momento nós
estivemos percebendo, e apenas percebendo, emanações emocionais.
Quando demos entrada no reino vegetal, havia, em nosso interior,
a sensação constituída de fato, e a ela reagíamos com a nossa qualidade
vibracional, sempre sob vigilância de terceiros. Nossa reação se fazia por
intermédio de ondas vibracionais e era, como ainda é, a essência de nossas
emanações.
Ao acompanhar o desenvolvimento até que pudéssemos nos manifestar
no reino animal primitivo, éramos impressão e sensação. Quando nos foi
permitido o ingresso no reino animal, conhecemos os pensamentos e, a partir
deles, tornou-se possível o desempenho de nossa primeira tarefa: reunir
percepção e sensação, transformando-as em reconhecimento de emoção e,
nesse quadro, desenvolvemos o instinto.
Estávamos, pois, capacitando o que é considerado como pré-espírito
(essência vital) à percepção desprovida de observação (porque observação é
uma qualidade racional). Portanto, conduzindo o desenvolvimento primário
para a aquisição da ferramenta racional.
Uma vez tendo cumprida essa tarefa, fomos colocados (ainda por mãos
de terceiros) no reino seguinte e, como animais qualificados, iniciamos o
desenvolvimento do fator racional.
É importante que se faça o entendimento de que toda a matéria evolucional,
neste ou em qualquer orbe, é de essência emocional e de que esse fator deva
apresentar algum propósito.
O propósito se mostra aos nossos olhos e, no momento atual, o raciocínio
ainda guarda reservas sobre a realidade e permite que os sentimentos, que não
são emoção, acumulem ilusões absurdamente vazias.
118
O ser racional não consegue se ver como o ser emocional que ele é. Esse
é o motivo pelo qual o Ego (eu individual) se fortalece, pois sua força reside
no entendimento de que ele (o Ego) limita o indivíduo às fronteiras de causas
demasiadamente primitivas, porque determina o estar e não o ser. O Ego
não define o homem, ele necessita de noções instintivas (ID) e também das
normativas (Superego). Ele é dependente delas e, portanto, não pode existir
sozinho.
O ser hominal, como ser independente que se encaminha para a intuição,
deverá reconhecer a importância de uma bem sucedida educação emocional,
porque essa é, na verdade, a intenção e a condição da evolução do Ego.
A expansão do conhecimento sobre o Ego levará o ser hominal ao
patamar de indivíduo fundamental da coletividade. Foi para isso que o Ego se
formou: para determinar a importância da razão emocional, que é individual,
na composição do coletivo. Conhecer a si mesmo dá ao ser a possibilidade de
conhecimento sobre o outro e, mesmo sob resistência, por essa lógica, o Ego
se renderá.
A emoção humana, ainda que se tente provar o contrário, não se prende ao
Ego, porque, se as sim o fizer, o mundo não bastará ao próprio homem. Será
necessário uma centena de universos, a fim de que se imprima a identidade do
ser.
O fato é que a existência do Ego é de importância fundamental para
que o indivíduo humano se coloque perante a evolução e possibilite o seu
desenvolvimento, a fim de chegar até ela.
É o Ego que mantém o ser na condição animal, porque ele não raciocina
o seu quadro emocional com clareza e desenvoltura. Quando o contrário
acontece, se ampliam as possibilidades de o homem conduzir o amadurecimento
emocional e, sabemos: a maturidade emocional é uma qualidade intuitiva.
Se existimos por causa da emoção, todas as coisas que inibem o seu
progresso necessitarão ser recondicionadas, sem que sejam perdidas,
transformadas, sem que sejam mortas. Esse é um fato tão incontestável quanto
qualquer verdade.
119
O egoísmo, efeito de uma supervalorização do Ego sobre todos os
níveis de consciência, não poderá dar competência evolucional aos homens.
Ele não existe senão porque foi construído, mas todas as coisas construídas
na personalidade humana são manifestações da formação de sua identidade
universal. Um homem sozinho não pode ser o senhor das potencialidades de
toda a raça humana e, dentro dele, o Ego, também não.
Quando o indivíduo humano entender e aceitar o dinamismo de uma
educação concreta sobre o Ego, ele também entenderá que já não precisará
recorrer ao Superego com a finalidade de assimilar os seus limites e
implementará sobre o ID a urgência do raciocínio, porque ele será visto apenas
como a raiz de sua formação. Nesse momento, o ser hominal conhecerá uma
maior qualidade sensorial e a emoção raciocinada mostrará o ponto de partida
para a evolução propriamente dita.
É a emoção o princípio e o fim de todas as coisas. Ela é o alfa e o ômega da
humanidade, das diversas humanidades que se espalham no cosmos. A emoção
raciocinada é a verdade sobre a qual se ergue a intuição, a mesma intuição que
esteve se desenvolvendo desde as impressões conhecidas e vivenciadas no
reino mineral de todas as raças.
O fato é que não há, no indivíduo humano, nada que não seja intenção
de desenvolvimento emocional. Mesmo o seu quadro intelectual a ela serve.
A emoção engloba todas as potencialidades e possibilidades humanas. É essa
a importância da emoção. Sobre isso estivemos trabalhando por todo o tempo,
desde o momento criador.
O ápice desse esforço, porém, não está (e nem poderia) representado pela
raça humana terrícola. Para que uma raça assuma qualquer representatividade
sobre o esforço evolucional, é necessário que ela se utilize da única ferramenta
que poderá diferenciá-la das demais espécies: o fator intuitivo. Não há
outra maneira. O animal hominal precisa entender que ele já se encontra
qualificado para isso. O indivíduo racional desta terra necessita assumir a sua
responsabilidade perante a vida. Ele também necessita assimilar o processo
sobre o qual se ampara a perpetuação de uma civilização. O desenvolvimento
tecnológico haverá de se perder, caso o ser hominal não compreenda que ele é
o fator de desenvolvimento ideal neste mundo.
120
Evolução se constrói por um elaborado processo de educação emocional.
Há que se construir a verdade dentro da emoção humana. De outra maneira,
o indivíduo não manifestará crescimento. A emoção raciocinada dá aos seres
o título de “agentes evolucionais”, mas, enquanto o raciocínio não cumprir a
determinação de sua intenção, ou seja, enquanto ele não agir sobre todas as
manifestações humanas, o ser emocional, desta ou de qualquer outra terra,
permanecerá apenas se desenvolvendo.
Não se pode falar em evolução sem raciocínio e essa ferramenta o homem
terrícola já possui. Falta-lhe o empenho e o esforço para movimentar as suas
emanações de maneira consciente. É essa a função do raciocínio, ainda que se
julgue o pensar como sendo raciocinar.
Pensar não faz os homens diferentes dos animais inferiores. Eles também
pensam. O raciocínio compõe os alforjes de seres superiores, ainda que eles
sejam apenas animais. Sem esse conhecimento, o ser hominal terrícola somente
acredita estar evoluindo. Um engano. Neste momento atual, o maior número
de seres que constituem a população desta esfera nem ao menos considera a
potencialidade racional como um mero degrau em seu desenvolvimento.
Evoluir ou se prontificar para a evolução propriamente dita, necessita de
um nível superior de emoção. Esse fato, porém, ainda se esconde sob o véu da
ignorância humana. Antes de se falar em evolução há que se educar a emoção,
por meio do raciocínio. É necessário agregar a ele a intuição, pois ela fará com
que reações de elevada qualidade racional se manifestem em substituição ao
instinto.
Por essa causa, o cosmos reconhece que os seres hominais terrícolas
atravessam a mais difícil etapa em seu desenvolvimento. Também por essa
causa, ele autoriza a nossa participação na proposta de acender algumas
luzes sobre o raciocínio humano. Essa é a nossa tarefa: dizer aos seres que a
evolução desta terra aguarda o desenvolvimento do animal racional terrícola,
pois animais apenas se desenvolvem, eles não evoluem, não na definição exata
do termo.
A preciosa ferramenta racional tem a pretensão de modificar a qualidade
emocional nos seres e essa pretensão será cumprida, queira o homem atual ou
não.
121
A utilização ideal da máquina racional é manifestar-se sobre todas as
ações, tanto internas quanto externas, dos indivíduos humanos, inclusive nos
diversos níveis de consciências que, em tais indivíduos, necessitam se colocar
em equilíbrio.
É preciso querer crescer. A vontade de crescimento deve ser imperativa
nos homens, pois, sem ela, os esforços serão vencidos e as batalhas perdidas
ainda antes de se iniciar a guerra.
“A Terra ainda geme com as dores de parto”, porque ela fará nascer o ser
destinado à evolução. Enquanto cada indivíduo não se comprometer com o
progresso racional, que gera emanações conscientes, dificilmente se procederá
o parto. O ser hominal está sendo gestado como um protótipo pré-evolucional,
mas determinar-se à evolução dependerá somente dele.
Sibiehi Betan
Raskan, proveniente do planeta Pontech, quarto que orbita em torno de Betan (Prócion),
primeira estrela (Alpha) da constelação de Canis Minoris.
122
Capítulo 16
O agente transformador
Durante muito tempo, os cientistas desta terra consideraram que as
alterações de formato e comportamento nos seres, inclusive humanos, se
faziam por meio de modificações dos diversos ambientes do globo.
Eles jamais avaliaram a raiz essencial de tais transformações e, por isso,
não se deram ao trabalho de estudar a consciência racional humana como o
agente necessário à transformação da atmosfera, estivesse ela no interior ou no
exterior dos indivíduos.
Não houve quem levantasse a voz pelo entendimento de que, após o
advento do raciocínio, que fez do indivíduo humano um animal superior, ele
assumiu para si a responsabilidade sobre o progresso e sobre a evolução de cada
uma das espécies, porque é ele o grande agente de modificação na atmosfera.
Somente esse fato poderia ser, para os homens, um motivo e uma razão
para que conscientemente promovessem a melhoria de suas emanações.
Contudo, isso somente ocorreu como aprendizado individual para alguns, não
para todos, infelizmente. Cada ser humano tomou para si a parte da verdade
que ele mesmo aceitasse como causa ou como fim.
Neste planeta, a ciência corrobora para a impressão de que o organismo
humano segue em franca adaptação às transformações externas, porém, essa
é somente uma inexpressiva parte da verdade. Ela não determina o agente
transformador, e este se encontra nas emanações do próprio homem.
É sobre a emoção humana que recai a responsabilidade sobre os caminhos
que trilham o planeta e todas as ordens de animais inferiores. Esta é, portanto,
a grande responsabilidade dos seres hominais: a de promover modificações
na estrutura molecular de uma energia que somente ele consegue manipular
conscientemente.
As vozes espirituais que, a seu turno, tentam promover a qualidade
emocional nos homens, constantemente repetem sobre a necessidade de
autoconhecimento, de assimilação de uma verdadeira noção de fraternidade e
da urgência na utilização do fator racional pelas mentes hominais.
Essas vozes, ainda que entendam a participação humana na composição de
uma nova atmosfera, nem sempre encontram eco nos corações dos seres, pois
124
o contexto religioso delas retira a importância fundamental do ensinamento. A
participação da espiritualidade se encontra, por isso, relegada a uma ou duas
facções religiosas, mas infelizmente ainda não se faz compreender por todos
os que integram tais facções.
O problema é que essa informação transcende a religião e até mesmo a
religiosidade. Seria a ciência a grande responsável pela discussão intelectual
do tema e a real importância dele sobre os objetivos do cosmos.
A triste impressão que nos chega, é que a tecnologia se preocupa quase
que exclusivamente com o contexto material da vida e muito pouco contribui
para o esclarecimento de questões relativas à humanização dos seres.
Esse altruísmo tecnológico, porém, cobrará um alto preço pelos seus
préstimos e nem todos os humanos entenderão a necessidade que se fará sobre
o pagamento das devidas concessões.
Antes que o animal racional superior tivesse a necessária maturidade
intelectual, a tarefa de melhoria atmosférica, imprescindível à evolução
inclusive física do próprio homem, se encontrava nas mãos de seres estrangeiros.
Nesta Terra, muitos amigos, provenientes de muitos mundos, capacitados
e instruídos no serviço de filtragem energética, a fim de que o planeta se
desenvolvesse, exerciam a função de manipuladores conscientes do fluido,
que compõe a atmosfera, tornando-a apta a modificar os organismos dos seres,
fossem eles humanos ou não. Por extensão, esses amigos promoviam também a
adequação desses na ampliação de suas capacidades, tanto intelectuais quanto
emocionais.
Uma vez que o indivíduo humano se fez qualificado para assumir esse
intento, no momento em que ele assimilou a manipulação do fluido cósmico
universal, nos idos do fim da idade média, a tarefa transformadora foi entregue
em suas mãos.
Não mais se poderia afirmar que o raciocínio humano ainda se encontrasse
como fator de desenvolvimento primitivo. A capacidade racional deixou de ser
uma possibilidade para se tornar a essência que constitui o animal superior
desta terra.
125
Poder-se-ia afirmar, naquele tempo, que o conhecimento de que cada
homem assumiria a responsabilidade sobre os seus atos já não era uma
informação vazia. Todos, sem exceção, ouviram a máxima que lhes entregou
tal responsabilidade.
O momento atual vem dizer ao ser superior deste planeta como e porque ele
deverá assumir, junto à responsabilidade, a disciplina emocional que revelará
o seu verdadeiro caráter como ser universal. As vozes continuam a espalhar a
boa nova. O homem, entretanto, não admite sua atual posição perante a vida.
Em sua defesa, o ser hominal desta terra poderia argumentar que o cuidado
para com a densidade atmosférica seria uma preocupação dos tolos, daqueles
que não possuem poder ou ambição capazes de promover a sua ascensão social
e econômica.
Esclarecemos, porém, que, sendo assim, a Terra evoluída será entregue
nas mãos desses que são considerados tolos, pois todos os outros sobre os
quais a evolução se faz por via material, serão banidos desta esfera. Ela não
comportará pensamentos e atitudes que, em todos os níveis, reduzam a vida a
uma infantilidade ou a um capricho.
A complexidade da execução dessa tarefa, se deve ao fato de o animal
hominal terrícola pretender possuir em detrimento de ser. Possuir é, entre
todas as potencialidades humanas, a mais efêmera e o indivíduo nem sempre
se questiona sobre a repetição de atitudes praticadas pelo egoísmo com que ele
se dirige à vida.
A memória lhe prega peças e, iludido sobre a sua real função na trajetória
da Terra, em nome de uma ambição enferma, ele se desloca sobre a superfície
do globo como se as suas ações jamais fossem percebidas.
O fluido cósmico, essa força considerada Deus pelos homens, por meio
de manipulação essencialmente racional, portanto, humana, fará desta Terra
um planeta superior, creiam os terrícolas ou não.
Essa transformação ocorre neste momento, nas ruas e cidades do mundo
inteiro: o ser hominal, por atitudes aterradoras, conclama a grande nação
mundial ao repúdio sobre o desrespeito para com os seres, inclusive humanos.
126
O tempo atual é de superlativa importância para que essa intenção
seja cumprida. Os povos que se confraternizam perante as dores impostas a
terceiros, e a Terra, que se emociona e se comove com as vítimas de ambições
absolutamente sem sentido, terão forçada a manipulação de sua razão. Esse é,
sem dúvida, o tempo ideal para que seja realizada a transformação.
Esses que promovem a violência e a prepotência em um quadro
emocional enfermo, ainda que não pareça, fazem parte de uma irrisória fração
da humanidade terrícola, e creiam: eles também passarão.
É nesse contexto que afirmamos que o exercício racional é necessário e
fundamental aos homens. Serão esses exercícios que despertarão a necessidade
evolucional e, no limiar de um novo mundo, aqueles que os produzirem com
qualidade, estarão realizando a evolução.
A certeza de que o homem integral se constrói é o motivo pelo qual
o cosmos nos envia. A Terra responderá às boas intenções, mas somente se
modificará pelas boas atitudes.
Foi o homem que, no correr dos milênios, modificou a si e a tudo o que
se encontrava à sua volta. É o homem que, exercendo sua função na vida,
continuará modificando a si e, por consequência, a todo o planeta.
A era de valorização do sentimento finda. O ser hominal, em todas as
nações, raciocina a emoção e a converte em solidariedade, instrumento capaz
de fazer com que o indivíduo saia de si mesmo e avalie a sua função social.
E qualquer um que se levantar contra isso, terá que promover sentimentos
artificiais. É esse o momento pelo qual transita a Terra.
A enfermidade social jamais esteve tão exposta. Homens, estimulados à
autovalorização, distribuem sobre a Terra um vírus demasiadamente nocivo: o
egoísmo, que age contra o conceito de coletividade.
Sem que haja a necessidade de um julgamento, espiritualmente se divide a
categoria hominal em dois grupos bastante distintos: os que possuem o arbítrio
de se venderem ao mal e os que, sofrendo a pressão do meio em que vivem, se
rebelam em atitudes de verdadeira demonstração de caráter evolucional.
Esse é o motivo pelo qual se faz urgente que a espécie humana, única
detentora do atributo racional nesta terra, possa assimilar a exata noção de
127
sua contribuição para com o planeta. Essa tarefa, contudo, não incorpora em
si qualquer facilidade. E, não raro, ouvimos, nas diversas contendas humanas,
a expressão irracional que tenta redimir o indivíduo de sua responsabilidade
como ser superior, ainda que animal, entre os demais animais que habitam esta
esfera.
Aparentemente, a informação de que o estado racional, em conjunto com
o quadro emocional, que determinará as opções futuras, se perde em atitudes
baseadas em escolhas vazias, quando o indivíduo humano se encontra apenas
repleto de si mesmo.
Não sabe ele que, ainda que possa justificar tais impressões, dificilmente
essas encontrarão eco em seu espírito. Há determinação do passado sobre a
consciência humana, mas alguns indivíduos agem como se a sua estada sobre
esta esfera fosse uma única e imperiosa possibilidade de realização pessoal.
Eles acreditam que a matéria lhes permitirá a imortalidade, e crendo nessa
falácia, sentem justificadas as suas ações tão e sempre pueris.
O ser hominal terrícola teme apenas a si mesmo e se desculpa, como se
fosse preciso, dizendo temer ao outro que, conforme a sua análise pessoal,
poderia agir com a mesma arbitrariedade com que ele distribui males e dores
sobre o planeta.
Displicente, o ser racional, sobre quem deveria pesar algum
constrangimento em relação aos infortúnios que ele mesmo provoca, determina
um caráter mediano para com os objetivos evolucionais. Ele permite que a sua
índole adoecida critique o procedimento de muitos que, conscientes, tentam
manifestar as suas curas.
A matéria, seja a do próprio corpo ou a de benefícios que lhe incorporam
à vida, é somente matéria: uma simples condição temporária a que os espíritos
se dispõem, a fim de qualificar o aprendizado emocional e intelectivo de
que estão passíveis todos os seres. Em nome dela, crimes de toda ordem são
praticados e, como se não houvesse amanhã, grande parte dos seres se entrega
às artimanhas daquela que, chamada de vaidade, é a mãe de todas as dores.
A vaidade, seja em nome do próprio homem ou de um Deus profano, é a
vestimenta usual do egoísmo. Ele, o egoísmo, ainda é uma fração importante,
128
mas essencialmente bárbara no caráter evolucional da espécie humana. Por
causa dele, se comete todos os erros na vida. Por causa dele, alguns homens
assimilam a desedificação moral como se fora um fator primordial e excelente
em seu procedimento.
Seja no ambiente interno ou externo do ser hominal, é o egoísmo que
mantém acesa a irracionalidade em sua personalidade. Em nome dele são
desconstruídos fatores evolucionais importantes e, como se ele fosse uma
qualidade nos homens, são erguidas, sob a sua tutela, verdadeiras catedrais de
significados absolutamente vazios.
O egoísmo não admite a valorização da emoção humana. Ele a traveste
com trapos, como de trapos se travestem os miseráveis. Com o cetro nas mãos
da vaidade, o homem dá aos sentimentos uma ilusão aterradora: faz com que
eles se pensem emoção e sintam como se a matéria que os constitui fosse
absurdamente eterna.
Sentimentos não são eternos, impressões também não, mas grande parte
dos seres não sabe disso. Esse quadro determina uma opção irracional, tomada
por uma condição racional que nada tem de reflexiva, principalmente porque
essa opção também é uma impressão tão efêmera quanto qualquer outra.
O indivíduo humano terrícola precisa entender que o objetivo da evolução
se abriga na racionalidade emocional. Ele precisa saber que o amadurecimento
da emoção é o seu único vetor de crescimento possível.
É a emoção humana o fator de excelência transformadora. Ela fará a
modificação, por intermédio das manifestações fluídicas sobre a qualidade de
manipulação do fluido cósmico universal.
Foi a emoção raciocinada que escreveu a história humana e todas as
transformações no ambiente até os dias atuais. Por princípio, também será ela
que guiará o indivíduo humano em direção ao futuro desta terra, ou ao dele
próprio, em outros globos, mais ou menos evoluídos.
129
Quando o ser hominal entender que algumas de suas atitudes são simples
reflexos de sentimentos e que esses nem sequer tangem a emoção, estará apto
a permitir que se opere a grande reforma em seu caráter universal, jamais
antes disso. Para tanto, necessário se faz admitir que conceitos e convicções,
sejam elas de caráter social, político ou econômico, pouco o definem. Sob essa
óptica, o animal hominal terrícola entenderá a sua essencial participação na
sociedade que o abriga, esteja ela encarnada ou não.
Serviah Almaer
Raskan, proveniente do planeta Celastan, quinto que orbita em torno de Almaer (Epsilon
Eridani), primeira estrela (Alpha) da constelação de Eridanus.
130
Capítulo 17
Deus não está morto
O conceito mais irracional da alma humana é este que se define como
morte. Sendo um ser espiritual, eventualmente participando da vida material,
o indivíduo encarnado considera o morrer como se a morte se impusesse como
um fim e não como o regresso à dimensão da existência essencial.
Se definimos o nascimento como um tempo e a morte como outro, e se
o ser hominal nasce com a certeza de que vai morrer, qual seria a função dele
entre esses dois tempos?
A resposta para essa pergunta será sempre o autoconhecimento. Tudo o
que é importante para os homens está sob o domínio do deus interno. A sua
felicidade, o prazer que invade a vida, a opção de não viver conflitos e as
próprias capacidades humanas são formas de sintonia equilibrada com o deus
interior.
A ascensão do espírito não exige sacrifícios. A harmonia está onde o
coração de cada um se entrega ao repouso, sem angústias, sem agonias, sem
medos, apenas pelo prazer que essa expressão traz em si mesma.
Austeridade e flagelo não definem uma vida divinizadora. Facilidades e
caprichos, também não. Há que se buscar o equilíbrio, sem conferir à busca a
conotação de peleja.
A vida é efêmera, e tanto, que o ser hominal desconhece o momento
da partida. Essa condição dá à vida a mesma importância que devemos dar
à morte. Uma é equilíbrio da outra: a primeira existe em função da segunda.
Somente vivemos na matéria por necessidade do espírito e não contrário. Uma
e outra coisa apenas se complementam.
A constituição das sociedades, inclusive das religiosas, tentou inibir esta
percepção: a de que a busca de cada um será sempre individual. Sobre os
homens a religião construiu o conceito de pecado e o institucionalizou com
uma sofisticada modalidade de controle mental.
A sociedade não age de maneira diferente. Ela tenta impor ao indivíduo
um tipo de vida sem buscas, repleta de objetivos vazios, mas racionalmente
isso é o mesmo que não ter vida alguma. As buscas espirituais são o motivo
para viajarmos à vida material. Buscar conhecer-se: eis a causa e a razão que
traz o homem ao mundo.
132
Amar a si, e somente a si. Amar ao outro, e somente ao outro. Esses são
dois lados de um mesmo engano. Não pode haver extremos no processo de
autoconhecimento, porque tudo o que desequilibra induz à morte por meio da
estagnação.
O homem somente poderá visualizar a divindade dentro de si caso se
entregue ao que de fato é, sem segredos nem hipocrisias. Tal ação deverá ser
realizada em uma viagem profunda para dentro de si mesmo.
O Deus externo já cumpriu a sua função, já não há mais nada que ele
possa fazer. Agora, inicia-se a era do Deus interior, para o qual somente haverá
um céu se o indivíduo puder construí-lo.
Quando se fecha as portas do ego, se expande a consciência. É verdade
que somos deuses, cada um de nós o é. Os centros energéticos, chamados de
chacras, são as diversas capacidades de divinização dos seres e o equilíbrio
entre eles é a revelação de Deus nos homens.
Há uma força divinizadora no interior de cada um desde o momento
criador, antes mesmo de aguardarmos o amadurecimento no reino mineral.
Inibir essa força foi, pelos séculos, o intento das religiões.
Cada indivíduo é a essência luminosa de sua própria divinização, por
esse motivo, ele somente necessita recolher-se em si. Nenhuma necessidade de
intermediários, não mais. O raciocínio humano necessita entender tais coisas.
Aceitar o sofrimento não revela a luz nos seres. Esse não é o conceito
de resignação. Entender a dor e agir sobre ela é o condão do crescimento
espiritual.
Eis o motivo pelo qual a vida necessita revelar prazeres. Nem você, nem
ninguém veio ao mundo para sofrer descomedidamente. Há que se ter alegria
até mesmo ao arrostar a dor, porque o entregar-se é a trava que desencadeia
a obscuridade nos olhos do espírito. Penitências e sacrifícios não clareiam as
almas. Pecados não existem e o erro é desequilíbrio.
O verdadeiro Deus não está morto, ele apenas aguarda o despertamento no
interior dos homens. Ele reside na identidade dos seres. Expandir a consciência
é reconhecer, em seu interior, a sua própria personalidade universal e, por
133
consequência natural, aprender a reconhecer também a personalidade divina
no outro.
Matar o Deus nas almas foi a função do contexto social. Matá-lo na vida,
foi a do contexto religioso, porém, a revelação principal, e definitiva, é a de
que, no homem, a verdadeira face de Deus é imortal.
As dimensões de natureza material são infinitas, embora apenas cinco
delas sejam reconhecidas pelos humanos desta terra. As dimensões de natureza
consciencial se apresentam em doze gradações e, ainda que manifeste apenas
a terceira, o animal hominal terrícola, com esforço e disciplina, pode atingir a
quarta (sentidos psicofísicos) e quinta (ascensão emocional qualificada).
Para atingir níveis de percepção superior, é necessário que se abra mão da
participação dos sentimentos sobre as mensagens visuais. Elas merecem mais,
porque existem para funcionar em conjunto com os dispositivos promotores
de imperiosa necessidade de crescimento.
A construção do homem integral aguarda o amadurecimento da percepção,
pois ela reúne, no raciocínio humano, as ferramentas essenciais pela vivência
das quais o indivíduo humano se permitirá evoluir.
A imprescindível conexão mental, a elaboração criativa, a consciência
sobre a manipulação do fluido cósmico universal e as emanações e irradiações
raciocinadas, somadas aos sentidos básicos, farão com que a emoção humana
se liberte da impressão conciencial restrita.
Esse processo naturalmente estenderá as dimensões da consciência nesta
terra, pois tal ação coloca a emoção sobre os sentimentos e é fundamental que
o ser hominal se determine, no momento atual, a ver com verdade.
Nos tempos que virão a realidade já não bastará. O ser hominal necessitará
olhá-la e vê-la além da ilusão, ouvindo a verdadeira voz do verdadeiro Deus
de seu interior. De outra maneira, ele permanecerá à mercê de si mesmo.
Os olhos dos seres enganam. Será necessário mais que apenas sentimentos
a fim de se apreender a verdade na vida humana desta esfera. As crenças
determinam uma espécie de sedação sobre a atitude racional e elas devem
deixar o procedimento dos seres considerados racionais.
134
Livre de conceitos e de preconceitos, o indivíduo humano terrícola terá
um motivo e uma razão bastante definidos para conservar-se sobre o orbe, mas
isso somente se fará pelo exercício racional liberto das amarras dos sentimentos.
Eles apenas geram comoção e, por ela, o ser hominal será vencido.
O ato racional é necessário, porque transcende as ideias concebidas por
terceiros e ministradas como glórias ou penas sobre o contexto dos séculos. Ver
determina a verdade, porque inspira a reflexão analítica. As imagens mentem,
manipulam e enganam. Somente a verdade resguarda os seres.
Aquele que se conecta com o melhor de seu interior elabora suas ações
sobre o fluido provedor, transformando-o, por interferência consciente, em
melhores emanações e irradiações precisas.
Pela descoberta do Deus interior, desconsiderem formatos, pois a
mensagem evolucional legítima não necessita de imagens. Conhecer-se a si
mesmo é a filosofia do cosmos. Eis o motivo pelo qual o desenvolvimento
não bastará ao homem. Será necessário que ele evolua, porque esta é a mais
elementar necessidade humana: confiar em sua condição racional e analisar,
com segurança, as suas menores possibilidades.
Os seres hominais desta terra, aqueles que são considerados cidadãos
comuns, precisam compreender que, no correr dos séculos, somente foram
manipulados pelo que foi raciocínio no quadro mental de alguém. A eles é
dado o privilégio da resistência sobre manifestações mentais de terceiros.
Autoconhecer-se, ver a si como se é, eis a resposta aos dramas humanos.
Mas toda imagem, tanto externa quanto interna, deve ser decodificada com
disciplina, analisada com segurança e a reação sobre ela, condicionada a um
embasamento racional competente. De outra maneira, o que se mostra como
força entre os animais hominais deste mundo será revelado como a sua maior
e mais aterrorizante fraqueza.
É imperativo que os terrícolas açoitem o misticismo, as ideias
preconcebidas, os dogmas e as intenções promíscuas. Não há moeda que
determine o valor de um homem, entretanto, ele deve desenvolver essa
consciência em si e manifestar maturidade na busca pela verdade.
135
Não há amparo em imagens. Por esse motivo, fechem os olhos e, cada
um, visite o seu interior. Lá estará um ser integral aguardando as condições
imprescindíveis para que possa se apresentar perante o universo.
Indira Niubah
Raskan, proveniente do planeta Eganon, segundo que orbita em torno de Niubah (Betelgeuse),
primeira estrela (Alpha) da constelação de Orion.
136
Capítulo 18
Batalhas internas
O nascimento dele foi anunciado por um ser de luz, a uma virgem, que o
conceberia com a participação da divindade. Nasceria aos vinte e cinco dias do
mês de dezembro e três reis seguiriam uma fulgurante estrela que, conforme a
narrativa, anunciaria o seu nascimento.
Aos doze anos, se mostraria como sendo um prodígio e seria, então,
afastado do convívio dos seus. Aos trinta anos, retornaria e, depois de um
batismo nas águas de um rio, iniciaria a sua missão, que contaria com a
participação de doze discípulos com os quais peregrinaria sobre a Terra.
Ele faria milagres de cura e andaria sobre as águas. Sua missão se basearia
na noção de amor incondicional, que o levaria, três anos depois, a ser traído e
posteriormente crucificado em doloroso martírio.
Permaneceria morto por três dias, quando se ergueria da morte. Foi
conhecido por diversos títulos, tais como: “A Verdade”; “A Luz”; “O Filho
Adorado de Deus”; “O Bom Pastor”; “O Cordeiro de Deus”, entre muitos
outros.
Essa, bem poderia ser a história do mártir da fé cristã neste mundo. Mas
não é. Esta, que narramos aqui, é muito mais antiga. De fato ela se repete e
compõe a alegoria de muitos povos, de diversas culturas.
Como imagem, o relato acima apareceu, pela primeira vez, no Egito,
três mil anos antes do advento de Jesus sobre esta Terra. Trata-se da mitologia
astronômica e astrológica de Hórus, o deus sol daqueles sítios.
A virgem em questão seria Isis-Meri; o batista, Amep; o traidor, Tifão.
Aliás, a mesma história foi contada sobre Attis (1.200 anos a.C.), na Phirígia;
sobre Krishina (900 anos a.C.), na Índia; sobre Dionísio (500 anos a.C.), na
Grécia, a este também é atribuída a transformação de água em vinho; e sobre
Mithra, na Pérsia (1.200 anos d.C.). Todos foram chamados de “Rei dos Reis”,
“O Filho Pródigo de Deus”, “O Alpha e o Ômega”, o “Filho Unigênito de
Deus”, entre muitos outros nomes que elevavam suas personalidades à excelsa
qualidade de Verbo.
Desde então, a ideia de um deus sol antropomorfizado, em nome da fé,
povoa o imaginário de um sem número de indivíduos, que compõem inúmeras
crenças.
138
Nas diversas culturas, a astronomia contribuiu para a construção do mito,
porque a estrela que foi acompanhada pelos reis, é Sirius, a estrela de brilho
mais intenso, posta no céu, nas noites da Terra.
Nos dias 24 de dezembro, de todos os anos, Sirius se alinha com as três
estrelas mais brilhantes do Cinturão de Órion, conhecidas como Três Reis,
ou Três Marias, ainda nos dias de hoje. Alinhadas, elas, as quatro estrelas,
apontam para o nascer do sol do dia 25 de dezembro.
Essa informação é importante, porque, junto a ela, mais uma deve ser
considerada: o solstício de inverno, como é percebido no hemisfério norte.
No período que se estende entre o solstício de inverno e o solstício de
verão, os dias se tornam mais curtos e mais frios e, naquele hemisfério, o sol
é visto como se fosse menor e com intensidade muito reduzida. Além disso,
também parece se mover vagarosamente para o sul.
Desde os tempos das primeiras culturas constituídas, o encurtamento dos
dias determina o fim das colheitas. Nos campos de plantio, os trabalhadores se
preparam para o período de falta de frutos, simbolicamente representado pela
morte do sol. Ele parece parar de se mover, pois atinge o ponto mais baixo
de sua trajetória no céu. Por pelo menos três dias, assim o sol permanecerá,
desenhando caminhos muito curtos, em proximidade com a constelação do
Cruzeiro do Sul.
Vencido esse período, em 25 de dezembro, o sol “volta a se mover”, mas
dessa vez para o norte. Esse processo determina o retorno aos dias mais longos
e o brilho do astro ganha intensidade.
O sol próximo ao Cruzeiro, com manifestação de menor intensidade de
brilho nessa época do ano, gerou a alegoria de uma morte na cruz. O ponto alto
desse fenômeno ocorre entre os dias 22 e 25 de dezembro.
Sob esse prisma, poderíamos dizer que ele, o sol, por três dias, se fez
morto, revivendo ao final desse tempo.
A fase seguinte é o início da primavera, ressurgimento da floração, que
trará novos frutos e, portanto, a salvação da agricultura. A “ressurreição” do
sol somente se completa, porém, no equinócio de primavera, o que nos reporta
à Pascoa.
139
Aqui, haveremos de considerar que, durante esse período, os antigos
acreditavam que o vibrante sol no céu ceifaria o mal, as trevas e o receio de
não se cumprir a colheita sobre o próximo plantio.
Os dias mais longos, a revitalização das plantas, a reprodução animal, de
todos os animais, consagra essa data como o período de maior fertilidade pelo
qual atravessa o planeta.
Então, o sol esteve morto por três dias e ressuscitou. Ele trouxe a salvação
pela efusão de vida, que se manifesta naquele intervalo de tempo. E tudo leva
a crer que a humanidade tenha sido salva.
Essa história não foi sequer uma preocupação durante a montagem do
texto que se destinou à composição da nova fé. De fato, a partir da morte do
homem chamado Jesus, ele nem ao menos era chamado Cristo.
A alegoria já se encontrava pronta e justificada, por isso, uma rede de
mentiras foi edificada e, sobre ela, foi constituída a mais infame ideologia dos
tempos.
Caso a história fosse contada como de fato ocorreu, talvez ela se mostrasse
menos retocada, mas se manteria deslumbrante. Um espírito evoluído,
proveniente de Sirius, foi chamado a nascer nesta esfera. A Terra necessitava
de indivíduos de caráter espiritual desenvolvido, sobre os quais se fizesse a
impressão do que hoje é considerado pelo planeta como a força Crística.
Essa se manifesta sempre que a emoção humana se determina ao bem
e ao bom andamento da distribuição de benefícios, porque em si constrói a
melhor aplicação de pureza de intenções sobre o fluido cósmico universal.
Quando, qualquer dos seres, deste ou de qualquer outro planeta, manifesta
auxílio raciocinado e realmente auxilia a terceiros, a força Crística se assenhora
de seu quadro emocional e edifica a melhor energia sobre todos os integrantes
da ação. Essa é a potencialidade que reside no ser, seja ele hominal ou não.
Eis o motivo pelo qual o refino de crueldade foi utilizado nas narrativas
dos diversos tempos que receberam esses aos quais se considerou mensageiros
de Deus na Terra: o fortalecimento da ilusão, por intermédio da comoção, e
jamais importou a repetição da conhecida história.
140
Nenhum outro espírito ascencionado, entre os muitos que estiveram
no planeta Terra, teve a sua história mais manipulada por indivíduos tão
absolutamente sequiosos de poder quanto Adriel, o Jesus, que se tornou Cristo.
Houve a mesma qualidade em todas as narrativas que montaram histórias
e lendas de mártires, no entanto, nas demais, ainda que se aplicasse alguma
crueldade, esta se justificaria por desígnios sólidos sim, mas civis.
No caso específico do cristianismo, a decência desapareceu do contexto
e a comoção do sacrifício fratricida suplantou a expectativa de uma igreja
acintosamente conspurca.
O julgamento aberto ao povo, em uma fábula dramaticamente inventada,
determinava a diferença entre as lendas anteriores e aquela. A responsabilidade
sobre a condenação deixava, então, as mãos dos sacerdotes e o sangue do
cordeiro manchava as de seus iguais.
O ser cristão jamais se livraria da culpa. Muitas encarnações se estenderiam
sem que o perdão fosse alcançado pelo povo, agora, criminoso.
Como verdadeiro paladino de amor e comiseração, o clero se autodesignava
intercessor entre os mortais e aquele que teria sido a voz de Deus sobre esta
Terra. Ele, que teria revivido da morte sobre uma condenação infligida pelos
homens simples que ignoravam a dimensão do feito, julgaria os seres pela voz
do clero.
Nunca a mentira se fizera tão intensa. Os homens comuns daquela
sociedade, sem a participação da igreja ou do próprio imperador, que teria
lavado as mãos, se reduziram a algozes, sobre a mais vazia e profana das
atitudes.
O mundo recebia o sangue de Cristo a fim de que jamais se esquecesse da
culpa e de que ele, o homem simples, ou alguém em seu nome, matara o Filho
de Deus nesta Terra.
A morte do Cordeiro, portanto, não fora responsabilidade do poder
constituído, mas daquele povo infeliz, e para sempre, a partir daquela data.
Naquele momento, fora inaugurada a superatividade do cinismo entre
os povos deste orbe. A fé estava, enfim, constituída e serviria a quem dela se
utilizasse.
141
A idolatria sobre um Deus morto se ergueu e sobreviveu aos tempos que
se seguiram. O Cristianismo teria sido resgatado por meio da inexistente, mas
magnífica dor infligida pelo povo ao salvador da humanidade. Uma profana
mentira retirou a compaixão de entre os homens e sobre eles derramou toda a
culpa que lhes era, então, devida.
Os primeiros cristãos teriam construído uma rede de bem sobre a Terra, mas
a sociedade sacerdotal jamais permitiria que, para ela, aquilo não reverberasse
em grande benefício.
Um espírito evoluído, trazido ao orbe para cumprir a continuidade da
mensagem evolucional, foi utilizado para disseminação de remorso e muita
discórdia.
Inicialmente, aqueles que construíram e se beneficiaram com o maior
engodo da história humana, formavam um grupo composto por degredados,
sobre os quais a consciência jamais se havia manifestado.
Posteriormente, as vantagens de se participar do seleto grupo, encheram
os olhos e esvaziaram o coração de alguns dos primitivos. Essa é a história
dessa igreja, e esse também é o motivo pelo qual o raciocínio foi relegado a
outros, e ínfimos, planos.
Com base na visão cósmica, manipular a emoção dos seres é, e sempre
será, um feito de extrema gravidade. Por outro lado, é esse um formidável
instrumento para controlar uma massa de racionalidade duvidosa.
A fim de que assim se executasse, o procedimento de manipulação
utilizado sobre os povos, no decorrer da história desta humanidade, foi sempre
o mesmo e, inadvertidamente, será assim até que o indivíduo humano se
entregue definitivamente ao raciocínio. A história não se renova e se repete
com impressionante constância, muitas vezes na mesma era.
No caso de Hórus, como no dos muitos que foram considerados mestres
assencionados, a representatividade do astro rei, significado dado à luz essencial,
o coloca no centro da cruz zodiacal. Nesse ponto, a astrologia utilizada para a
construção do ídolo cristão se manifesta.
Os doze apóstolos são a composição do céu zodiacal. Diversos sábios e
142
muitos filósofos assim o consideraram. Leonardo Da Vince tentou denunciar,
ou demonstrar, a falácia em sua obra intitulada “A Santa Ceia”, definindo gestos
de como a Terra acredita que se manifestem os signos. Poucos compreenderam.
O Mestre, seja ele Hórus, Jesus ou qualquer outro, é o sol central em um
universo restrito a doze constelações. Ele viaja junto com elas. O Mestre é a
luz essencial, aquela que, sob sua tutela, assumiu a continuidade da vida.
A cruz pagã, a roda das constelações configurando solstícios, equinócios
e estações se manteve incólume. Jesus era o sol cristão. O astro que dirige a
vida. Uma personalidade que existiu de fato, porém, sem a complexidade com
que a lenda o desenhou.
O mártir da fé cristã é um espírito sob o qual pesa a responsabilidade
de diligência sobre a Terra. Junto a ele, um grupo de indivíduos de alta
representatividade cósmica, tendo evoluído em diversos planetas e se reunido
para a concepção deste, trabalha pelo desenvolvimento consciente e responsável
do animal hominal, que compõe a vida racional do planeta.
A lei que determina essa gestão é uma lei universal e a mesma em todos
os orbes, mesmo naqueles em que o indivíduo resiste ao desenvolvimento
intelecto-emocional.
Somos todos espíritos, alguns ainda animando corpos densos, outros não,
e essa é a única diferença que existe entre todos os que compõem a família
universal. Toda a desigualdade evolucional entre os muitos povos deste cosmos
reside no nível de compreensão da lei, e é só.
Carente de informações que esclareçam meia dúzia de fatos sobre os
quais o fácil condicionamento manteve a ignorância, o indivíduo humano
acredita em supostas descobertas que, de contínuo, alimentam o misticismo.
Esse é o caso do aparecimento de uma relíquia chamada Santo Sudário.
Uma obra executada por um gênio, e sarcástica a ponto de ser considerada
como um autorretrato.
Ainda que se forjem provas absolutamente desnecessárias, na crença
cristã, a personalidade física de Jesus de fato existiu. Ele, um espírito de
superlativa elevação, se fez um homem comum.
143
Sensível às manifestações do cosmos, por intermédio de uma grande
facilidade de manipulação do fluido cósmico universal, Adriel, aquele que foi
chamado de Jesus, se manifestou, por diversas vezes, como o Verbo.
Excelente manipulador daquele fluido, ele pôde promover algumas curas
e uma pregação despretensiosa sobre a emoção amor, que é única e essencial na
vida de todos os seres. Tal conhecimento foi trazido em seu alforje e apreendido
pelo seu convívio com os essênios, povo que havia se refugiado no deserto
pela razão da escolha de não envolvimento com os padrões de poder, naquela
época, acintosos e infames.
Os essênios, por opção, constituíam um povo que pregava a autenticidade
sobre a responsabilidade de um para com todos. Eles promoviam verdadeiros
eventos de repartição de amor para com o próximo e viviam para esse fim.
O convívio de Adriel com os essênios fortaleceu naquele espírito a
sensatez e a humildade, fazendo dele um homem sempre alegre e articulado.
Todavia, isso foi o que bastou. Por essa atitude, que resguardava aos que se
entregam às penas, e por uma alegria sempre e sempre exuberante, manifesta
em seus menores atos, Jesus, o comandante desta nação global, foi retirado do
meio do povo. Incomodado, o sinédrio recolheu o homem e criou o mito.
As boas obras que aquele espírito praticava por pura e simples evolução,
com ou sem a participação de entidades extrafísicas, foram conferidas à figura
do Criador de todas as coisas. Não fora ele, porém, quem colocara a autoria de
suas ações nas mãos do Criador.
Pelo conhecimento que Jesus trazia sobre o conceito de manipulação do
fluido provedor, ele conferia às ações a participação de um elemento externo.
A atitude louvável acabou por se tornar grandemente inadequada, porque, nos
textos manipulados pela igreja, a narrativa retira, não somente de sobre ele,
mas de sobre todos os seres, a menor possibilidade de desenvolverem posturas
e condutas que viessem a representar valores adquiridos. A manipulação da
igreja coloca todas as ações do Cristo, o Jesus ungido, sob a tutela da autoria
de Deus.
Ora, se o Pai celestial agia somente sobre o ungido, quem seria o homem
comum para discutir essa propriedade e também para agir de maneira realmente
144
elevada, conferindo a si a autoria de grandes atos? Uma mensagem subliminar
que desconstruiu no homem a sua própria vocação para a luz.
Esse é o motivo pelo qual todas as atitudes de Jesus são atribuídas ao
Pai celestial. Sem a participação do qual, ele nada poderia ter feito. Este é o
estigma do cristianismo: tornar inapta a competência humana.
As ações superiores, ainda que praticadas por homens comuns, deveriam
vir de esferas também superiores, como se crescer não fosse considerado um
ato lícito.
O dogma que foi tantas vezes demonstrado, mas que nem sequer foi
escrito, influenciou todas as demais religiões e, mesmo no espiritismo, ele se
revela como se a humildade caminhasse contra o crescimento, dando a autoria
de todas as boas ações aos espíritos de luz.
A partir do advento do Cristo, as boas obras são uma tendência tão antiga
quanto ineficaz para a promoção pessoal. Essa ideia serviu apenas para ampliar
os efeitos da subserviência às ordens religiosas.
A igreja plantou a deficiência psíquica nos seres. Ainda nos dias atuais,
tendo consciência do fenômeno parapsíquico que lhes ocorre, a grande maioria
dos medianeiros torna possíveis os atos considerados como fenômenos, porque
acreditam que esses não lhes pertençam e, inadvertidamente, jamais trazem
para si a autoria sobre eles.
No tempo de Jesus, realizá-los foi tudo o que bastou. O sinédrio procurava
um mártir que servisse para dimensionar a possibilidade da nova crença que
surgia. Diante dele, repetindo o conhecimento essênio, ali se encontrava um
em potencial.
Uma cura aqui, uma manifestação ali e o bom homem perdeu a liberdade.
Ele, embora fosse um indivíduo exemplar, talvez o melhor entre os que foram
distribuídos naquela época sobre a Terra, tornou-se um alvo e um objetivo para
os adjetos senhores do poder. Todo o resto é repetição de fatores utilizados
para a construção de ídolos. A inocência humana assim o permitiu, e, embora
o cosmos espere o contrário, ela continuará permitindo a repetição do mesmo
ato.
145
O sinédrio construiu um mito. A igreja o fortaleceu, embora ela não
acreditasse nele. A possibilidade de Jesus manifestar a voz da divindade foi uma
discussão que se estendeu por pelo menos seis séculos e que ainda incendeia
algumas reflexões pessoais no seio do clero.
De todas as situações descritas no livro considerado santo, menos de um
quinto se aproxima da verdade. Foram tantas as manipulações sobre aquele
texto que nem mesmo os sacerdotes podem crer na história nele narrada.
A igreja sabe que construiu e dirigiu a fé. Ela sabe que manipulou a
emoção humana, tanto por meio de violência física, quanto psíquica. De fato,
ela cumpriu o intento ao qual se propunha: inibiu, por séculos, o raciocínio nos
homens. Ela esculpiu no interior dos seres a ideia de penas e de bênçãos, de
merecimento e de culpa, mesmo sabendo que seria o autoconhecimento que
resguardaria o indivíduo de manipulações maléficas. Mas ela era a manipulação
maléfica, porém isso, ela escondeu do mundo, porque não interessava a
ninguém.
Diversas são as traduções do texto infame e todas permitem um sem
número de interpretações. No entanto, importa que se saiba que a estrutura
sociopolítica da igreja é constituída fundamentalmente pelo formato e conceito
da cultura de uma estirpe que a própria igreja caçou e destruiu: os druidas.
Parece estranho que os magos tenham contribuído, e de maneira tão
direta, para a implantação da ordem que foi a única responsável pela retração
de sua cultura. A vara de carvalho que, para os druidas, era capaz de produzir
efeitos mágicos, assumiu o formato da sofisticada cruz nas mãos do soberano
pontífice. E o símbolo pagão, a própria cruz, uma recordação desconcertante
sobre o assassinato do Filho de Deus, ato esse cometido pelo próprio povo.
A crença, alimentando a assombrosa soberba, determina os novos caminhos
pelos quais a humanidade se arrastará. A fim de redefinir esses caminhos, a
mesma igreja corrupta prepara uma nova manipulação. Ela manipula a sua
própria morte, e os homens serão novamente enganados.
O raciocínio dos seres racionais deste planeta deveria entender que a
verdade não pode ser interpretada sob pena de perder idoneidade. É importante,
146
e imprescindível, que o ser hominal entenda que uma verdade que permita
interpretações e que tem alicerces na mentira, não pode ser considerada como
verdade. Essa é a lei; esse é o fato.
A mensagem dos tempos não se modificou, ela é a mensagem universal:
a filosofia do amor incondicional se ampara no desenvolvimento da emoção
individual promovendo crescimento e elevação, no auxílio prestado sem a
pretensão de se mostrar; na humildade de ver em seu saber o tamanho de
sua própria ignorância; na igualdade de possibilidades gerando oportunidades
evolucionais.
Esses são os elementos vivos do autoconhecimento, da disciplina e do
desenvolvimento sobre as atitudes que promovam a ascensão a dimensões
superiores de consciência, e é só.
A figura de Deus, assim como os homens desta terra a entendem, não é a
essência que gera o processo evolucional. O deus dos homens é apenas mais um
homem, embora isso não possa definir a divindade. Somente a manifestação
de excelência do fluido cósmico universal no interior dos seres é capaz de
promover a elevação.
O indivíduo humano, ao se manifestar na vida, acaba por colocar a
responsabilidade de suas melhores ações sob a guarda e identidade de alguns
seres que já apresentam consciência desperta. Isso é um erro. Todo ato, que
reverbere o bem, ainda que esteja sob diligência de entidades externas aos
seres, é de responsabilidade dos próprios seres.
Mesmo atitudes de parapsiquismo, consideradas mediunidade por alguns,
são manifestações de essência individual, então, torna-se necessário lembrar
que aquele que as permite, ou as pratica, é o objetivo e o fim da manifestação.
Não há necessidade de atitudes subservientes sobre identidades que se
manifestem em diferentes dimensões. Todo homem é responsável por suas
ações, essa conotação sobre o entendimento da lei cósmica foi negada aos
homens por todas as religiões.
A negação ao autodesenvolvimento foi a herança atirada sobre os ombros
humanos por uma igreja morta. Ela morreu assim que foi constituída, posto
que se sufocou na hipocrisia, na mentira e na concupiscência.
147
Ela, a grande dama, vestida de púrpura, senta-se sobre o mito de sete
cabeças e açoita a inteligência e a decência humanas. Prepara uma mesa para
os seus inimigos, a fim de que seus prosélitos permaneçam justificados pelo
poder das eras.
Utilizando a fé contra o próprio homem, a igreja permitirá, mais uma
vez, a blasfêmia. Ela não crê em suas verdades. Nem ela crê. “Mil cairão ao
teu lado; cem mil à tua direita”, tu, porém, não se sustentará sobre uma crença
imposta. Essa crença foi trabalhada sobre a desconstrução do raciocínio e, por
essa causa, também não se bastará.
Essas são, e sempre foram, as maiores batalhas que se travaram no interior
dos homens. Elas diminuem os atos e exacerbam os fatos que compõem o
grande obstáculo ao desenvolvimento da humanidade deste planeta.
Sobre isso, a história dos milênios será desfeita. Tudo se tornará pó,
porque nada é consistente. Se houvesse verdade nas escrituras, a igreja poderia
se defender do próximo tempo, mas não há.
Derrotar um ídolo que se ergueu sobre injúrias, torna os meios para
fazê-lo demasiadamente facilitados. Gerar equívocos por meio dos quais se
esconderão novos equívocos é a tarefa dos gentis sacerdotes.
A história futura será erguida sobre novas alegorias, porque o ser hominal
não suporta nem entende a simplicidade da fé, quando o raciocínio a alimenta.
Lênifh Messinna
Raskan, proveniente do planeta Albouir, terceiro que orbita em torno de Messinna (Rígel),
segunda estrela (Betha) da constelação de Orion.
148
Capítulo 19
O ser moral
Desde o advento do fator racional neste planeta, o ser hominal relaciona
o seu desenvolvimento moral ao conceito que gerou as diversas religiões. O
desenvolvimento moral, no entanto, não se coaduna com as religiões. De fato,
podemos até mesmo afirmar que o contexto religioso foi, no correr da história,
a mais imoral das atitudes humanas.
Quando buscamos entender a maneira como uma religião se constrói, as
nuances de articulação se mostram tão aparentes que dificilmente acreditamos
que nós também, em algum momento passado, tenhamos participado do
engodo.
Aliás, todo movimento que pretenda conquistar adeptos é em si contrário
à manutenção de um conteúdo moral realmente importante. É normal que haja
idolatria na ignorância e que, dentro dela, haja espaço para a construção de
fabulosos ídolos.
Observando o comportamento de povos primitivos, trona-se fácil entender
que ela, a ignorância, reverencia todas as tantas coisas que caminham entre o
medo e a incompreensão.
O desenvolvimento moral, no ser racional, é uma graduação humanitária,
hominal sim, porque se refere a uma competência emocional capaz de gerar
excelência na personalidade cósmica dos seres, mas o fator de desenvolvimento
moral não pode ser inventariado como religião.
É o crescimento moral que determina a nossa evolução, por meio de
valores adquiridos. Tais valores constroem em nosso interior uma espécie de
código de bem-viver, ou uma fórmula de viver que não gere prejuízo para
qualquer coisa ou qualquer ser, inclusive humano.
Essa definição pode muito bem ser aplicada no desenvolvimento
consciencial a que todos nós atingiremos um dia. É um despertamento
consciente que sai do campo da impressão e se torna, em nossa personalidade
espiritual, uma expressão natural, sob a tutela da qual colocamos todo o nosso
raciocínio, emoção e conduta.
Evoluir é, sobretudo, ter consciência desperta sobre a nossa necessária
participação no planeta, em qualquer planeta. Ao definir evolução como
150
crescimento moral, reafirmamos a convicção de que esse se manifesta pela
noção ideal de respeito humano. Para tanto, necessário se faz que alimentemos
o respeito sobre nós, sobre o outro, sobre o mundo, o universo e a vida.
Sob esse aspecto, poderíamos afirmar que o movimento cármico, pelo
qual o planeta Terra se desloca, é definido muito mais como resultado de uma
postura primitiva sobre atos da própria humanidade, no correr de muitos séculos.
Essa também é a razão sobre a qual se firma o conceito de desenvolvimento e
não de evolução para o ser hominal, animal superior e racional que integra a
vida desta esfera.
O momento atual é demasiadamente delicado. Fala-se na aproximação
de um gigantesco corpo celeste, contudo, pela situação que se desenha neste
globo, essa aproximação seria o menor entre todos os problemas desta terra.
Uma cortina de fumaça escondendo os efeitos do que se mostrará como uma
verdadeira distorção de valores, executada pelas mãos do próprio homem, na
intenção de destruir impressões que são essencialmente espirituais.
Quem sabe adviessem alguns flagelos, impostos pela aproximação de
um corpo intruso, vindo dos confins do universo, que fosse um sofrimento
real. Entretanto, uma vez que ele seguisse o seu caminho, todas as nações,
eventualmente com nova geografia, em poucos anos se reergueriam e se
manteriam assim por outros tantos milênios.
Talvez o corpo descomunal distribuísse algumas dores, mas essas talvez
não fossem o tipo de dor capaz de roubar sonhos, ideais ou dignidade. Por
esse corpo celeste, apenas se cumpriria mais um traslado natural e necessário,
que poderia ser um pouco doloroso sim, mas que seria passageiro.
Não será assim. O corpo celeste virá, mas não será ele a causar a destruição
de fato. No momento atual, se faz necessário entender como se processa a
depuração de um planeta e como se manifesta toda a resistência que se faz sobre
ela. O cerne de qualquer expurgo sempre será o indivíduo e as interferências
invariavelmente nocivas que ele venha a produzir no ambiente.
Até a segunda fase do desenvolvimento do animal superior, existem, sobre
o orbe de todo e qualquer planeta, espíritos que apresentam diversos níveis
151
de desenvolvimento. Essa situação é estimulada tanto pelo mundo espiritual,
quanto pela Confederação Cósmica, porque sempre haverá a possibilidade de
crescimento por meio da interação.
Durante o período de desenvolvimento intelecto-emocional dos seres,
à exceção dos níveis bastante primários, todos os outros se misturam e se
integram sobre a crosta, e assim se faz necessário. Esse é um processo ao qual
já não podemos chamar de experiência devido às centenas de milênios que
permitem comprovação de eficácia.
Quando um planeta se prepara para a travessia entre duas graduações
importantes, como é o caso atual desta Terra, os espíritos, cujos processos
de crescimento moral apresentam estagnação ou até mesmo retrocesso, não
aceitam nem admitem deixar aquela atmosfera e, normalmente, preparam uma
revolução para assumir o que pensam ser propriedade sobre o orbe em questão.
Normalmente, essa revolução perdura por uma geração ou duas e aqueles
que nela se veem envolvidos, minam possibilidades de reação que pudesse
ocorrer nas demais mentes.
O quadro se desenha de maneira sempre similar: vencer pela desconstrução
moral. Um descaminho orquestrado e vagarosamente construído. Quando
se percebe que o momento da secção se aproxima? Quando as ações mais
determinantes se consolidam.
Essa é uma guerra na qual se utiliza um vasto arsenal, mas todo ele se
fragiliza caso não se imprima o medo. Uma guerra moral envolvendo espíritos
pelo que de fato é material, ainda que se arraste por algum tempo, sozinha
não se sustenta. Ela precisa do pânico, da desesperança e da desconstrução
sociocultural.
Outro detalhe que cabe considerar é o de que todos os seres racionais, a
partir do estágio seguinte ao raciocínio, naturalmente assimilam a possibilidade
de expansão psíquica. Essa é, portanto, a exata situação deste planeta. A
próxima etapa para a qual a humanidade se encaminha é a da descoberta da
intuição. Uma etapa de ascensão do psiquismo.
Seria certo afirmar que o indivíduo humano, assim como os demais
indivíduos que compõem as diversas raças espalhadas pelo universo, é um ser
152
psíquico, mas que isso ocorre desde o momento criador, ainda que os seres
somente se qualifiquem para essa vivência em ambientes atmosféricos mais
refinados.
Embora haja algumas raças que possuam esse fator em sua constituição
física, o fato é que a expressão do psiquismo não pertence à matéria, ela é um
atributo espiritual e somente se desenvolve quando a densidade física já não
opera obstáculos para essa função.
Quando o conceito moral é citado, normalmente está acompanhado pela
expressão “bons costumes”, mas esses são meras convenções e sabemos que
tal conceito não se alicerça sobre elas.
Existe um código de leis que define postura como a reunião e incorporação
de conquistas ao caráter espiritual. Há diversos códigos que determinam
condutas, porque elas definem ações admitidas por culturas, portanto, a conduta
depende de cada povo ou região a que determinado código se aplica.
Postura e conduta são fatores díspares, pois a primeira formaliza o
caráter, e a outra, um contexto social. A evolução pede posicionamentos morais
duradouros. A educação solicita condutas pessoais de acordo com costumes
culturais.
Quando vinculamos a noção de moral aos “bons costumes”, estamos,
na verdade, falando em conduta, portanto, em educação, que é apenas uma
pequena parte da constituição do ser moral, mas parte não é o todo.
Ao aplicarmos essa noção aos muitos planetas e aos diversos tipos de
vida que em cada um deles se manifesta, ela ganha proporção. Contudo, o
fator moral que determina evolução permanece o mesmo para todos os povos.
O fato é que nem sempre foi assim. Houve um tempo (e ele se deu há
alguns milhões de ciclos, ou anos, assim como esta terra divide o tempo) em
que os seres cuidavam do desenvolvimento realizado em seu próprio planeta e
nada os compelia a um tipo de postura propriamente moral.
A necessidade sobre o intercâmbio de conhecimento foi o fator responsável
pela integração e não poderíamos mentir afirmando que o universo nasceu sob
forte cooperação entre planetas e raças.
153
A fim de que essa cooperação ocorresse foi necessário empenho e cuidado,
esforço e muito trabalho para que conhecêssemos e assimilássemos a função
moral como agente de igualdade.
Os mundos, mesmo aqueles que, à época, eram considerados evoluídos,
ainda que aceitassem os visitantes, defendiam o próprio território e a sua
própria raça por meio de severos confrontos. Consciências despertas não
suportavam os embates e, naturalmente, propagaram a grandeza emocional
que hoje alimenta o cosmos.
Com o caminhar da evolução, à postura de moral superior se somou outra
noção bastante pertinente: a de que não existem limites para a cooperação
entre povos, nem para os benefícios que ela traz, porque, em algum tempo,
nos chega o entendimento de que o princípio de amor ao próximo resguarda
a condição racional e também a intuitiva. O raciocínio desenvolvido amplia a
percepção e, por consequência, expande dimensões de consciência.
No patamar evolucional em que os seres desta esfera se encontram, têmse a impressão de que eles são regidos pelas energias que manifestam. Todos os
que já atravessamos a terceira dimensão sabemos disso. Chega um dia, porém,
em que a matéria perde a importância e esse processo ocorre naturalmente e,
por ele também, naturalmente, evoluímos.
Neste momento, nesta terra, aplica-se a regra da evolução natural e chega
o tempo de promover intercâmbios. A fim de que se promova a seleção pelo
saneamento da Terra, necessário se faz uma impressão realmente coletiva
sobre o fator emocional humano.
Entre as muitas expressões percebidas na atmosfera desta terra, duas são
absolutamente preocupantes: a primeira se compõe por emanações daqueles
que, ainda que se encontrem na vida, não manifestam qualquer vitalidade.
Desistiram de lutar por qualquer ideal. Não assumem posicionamentos, não
agem e não reagem, estão na vida e não existem.
A segunda é aquela constituída pelas emanações de todos aqueles que
possuem consciência sobre a sua partida e para os quais permanecer na Terra não
é nem mesmo uma possibilidade. Por isso, em absoluto e deslustroso esforço
154
racional, porque esses geralmente possuem o intelecto bastante desenvolvido,
tentam retirar qualidades do ambiente e colocá-lo sobre forte efeito de suas
próprias ações.
Essa é a verdadeira conotação da palavra desespero. A matéria sempre foi
o campo de ação e de intenção desses amigos e as suas impressões são em si o
próprio flagelo. Acreditam em realização material; estimulam a desedificação
moral e a criminalização da consciência; coordenam meios e funções de
disseminação de violência; marginalizam todos os que manipulam e tornam o
homem refém de si e deles próprios. Essa será a tribulação. Toda outra que vier
será muito menor que esta.
Fragmentando a sociedade acreditam ampliar suas forças e, por isso,
tentarão. Articularão todo tipo de ações que ameacem o bom andamento
do projeto, sem entenderem que auxiliam à depuração e assumem novos e
expressivos carmas. Em relação a eles, a ignorância não está em não saber,
mas em ter consciência e, mesmo assim, desconsiderar o ser moral que habita
em seu próprio interior.
Cada indivíduo que se encontrar sobre o orbe no momento depurador
estará cumprindo a sua fração e responsabilidade sobre o carma da própria
Terra. Isso não é ruim, mas a manipulação deletéria sobre o fluido universal,
realizada pelos que pretendem refrear a transformação do mundo, não pode
contaminar todos os outros seres.
Reagir sem transgredir é a solicitação que fazemos a todos os seres
hominais desta terra. Esse é o motivo pelo qual nos encontramos aqui: auxiliar
aos que passarem pelas agruras reagindo sim, mas de maneira racional e
madura, pelo bem da própria Terra.
Reconheçam, senão para o mundo, pelo menos para si mesmos, que não
há, nem sobre os homens, nem sobre governos, qualquer influência que não
seja autorizada. Aceitem, ainda, que todas as nossas ações atraem, por sintonia
moral, diversas outras, mas que haveremos de assumir a responsabilidade
sobre cada uma delas, porque essa é a lei.
Sintonia é o termo que, uma vez vivenciado, aproximará os seres das
155
dimensões superiores. Esse é o caminho e o condão de uma reação realmente
consistente. Todas as soluções sobre as situações vivenciadas, neste ou em
qualquer mundo, dependem exclusivamente de sintonia. Cada indivíduo é
uma frequência que assimila outras, muitas, mas não todas, somente as que
manifestarem a mesma qualidade vibracional.
Toda influência depreciativa é uma constatação de infelicidade e de falta
de apreço, por isso, não tente se igualar pelas impressões negativas. Reagir
não é agir com a mesma intenção. Sobre a intenção sempre existirá uma
competência superior. O ser moral depende disso.
Reagir sem transgredir: essa será a lei dos próximos tempos. Não se
esqueça de que os seres hominais desta terra estão sobre ela para vencer.
Papich Ivolet
Raskan, proveniente do planeta Celastan, terceiro que orbita em torno de Ivolet (Fomalhaut),
primeira estrela (Alpha) da constelação de Piscis Austrinus.
156
Capítulo 20
A farsa
Toda a história humana nesta terra é recheada de grandes mentiras, que
se mesclam a pequenas verdades que deturpam, confundem, complicam e
realmente impossibilitam que, sobre ela, se construam heróis.
Fatos ignorados, mitos fabricados, ideologias justificadas e valores
deformados definem o passado da maneira com que se constroem as lendas.
Em toda a Terra não há sequer um mártir, nem do ontem, nem do hoje. A
transgressão se lança farta sobre os povos. Na Terra sempre foi assim.
Há alguns anos, uma história encomendada ganhou o mundo. Não
importava se ela era composta pela verdade ou não. O objetivo: desconstruir
a história, incluir uma linhagem nos genes terrícolas, dar a esses genes o
parentesco com deuses, a fim de que a vaidade, por si, construísse o inevitável.
Sobre a grafia do passado, nas entrelinhas das tábuas sumérias, foi transcrita
a intenção futura e não importou os meios de que ela se valeu para perpetuar
a farsa. Dos desconhecidos confins do universo, surgiu a origem humana
sob a alegação de imparcialidade. Duku, transcrito na escrita cuneiforme, é
transformado em Nibiru e seres não hominais, provenientes das plêiades, são,
inadvertidamente, feitos vassalos de humanos.
Deu-se vida e personalidade a duas forças universais distintas e sobre elas
se construiu a profana divindade. O bem e o mal foram revelados ao mundo,
nas figuras de Enki e Enlil, dando formato a alegoria.
Cento e quarenta e quatro genes estrangeiros foram configurados sob
a expressão de doze tribos de doze nações extintas, então, o homem havia
maculado a insondável verdade.
Pela letra se conheceu a vilania desprovida de escrúpulo de qualquer ordem.
Sobre conceitos adoecidos, o ser hominal serviria apenas para a escravidão.
A desobediência gestou Adão e a incredulidade validou a sua inteligência. A
revolta de Enlil apavorou o ser recém-criado e o medo o acovardou. A falácia
permitiu que o homem, enfim, superasse a si mesmo e, sobre a distinção do
primeiro povo constituído neste ciclo, retumbou a falsidade.
O tradutor, que se acostumou com números, assumindo ares de extensa
versatilidade cultural, definiu caracteres para compor os detalhes de uma
158
alegoria, reinventou a escrita dos tempos e os homens não o questionaram. A
vaidade venceu a lógica e a nova história humana se ergueu como um totem
macabro.
Servindo ao clero e a governos poderosos, pela desconstrução do intento
científico, tudo se transformou em mentira, escória e sofisticação. Fatos e
formas foram acintosamente deturpados e foi inventado um tipo de caráter
cósmico inconsistente.
Seis mil anos de história se transformaram em folhetim e perderam a
identidade. O engodo foi construído e a intenção humana se cumpriu. Os deuses
do passado, conhecidos por Anunnaki eram, enfim, os pais da humanidade.
Oh, homens, por qual razão se permitem corromper pela vaidade? A sua
espécie já descende dos deuses sem que estes tenham criado o seu formato
para a escravidão. O deus pai se apercebe de suas fartas qualidades intelectuais
e, por essa causa, em suas mãos, ele tenta entregar a vida eterna. Ao que é, pela
voz humana, respondido: não!
O ouro salva a atmosfera de um planeta (Nibiru) e justifica todos os outros
metais dispersos na atmosfera deste. Banaliza-se o efeito pela construção da
similaridade. A sua sobrevivência foi, então, menosprezada. O homem não é
importante para o homem, e a intenção da criação se perdeu.
Enterram novamente o passado, mas, dessa vez, sob uma grossa camada
de aleivosias. Esqueçam, pois, a origem desta raça, porque o seu intelecto já se
viu comprometido. Verdades inventadas são mentiras, ou o terrícola não sabe
disso?
Pelo conluio dos milênios, a Terra receberá os pais da intenção criadora
de uma criança que não vingou. Os olhos da humanidade se fecharam e são
muitas as vozes que gemem tentando esclarecer a verdade. Mas tais gemidos,
o povo que não quer ouvi-los.
Os escravos, filhos de um deus de bondade (Enki), postos nas minais para
salvar a terra de seus pais, são vilipendiados pelo mal, ainda que tivessem a
humildade de refutar a vida e a sabedoria eternas. Portanto, glória aos homens!
Rebentos da realeza, cumprindo um destino de flagrante humildade. Tais
159
corações já nasceram nobres, pela inverdade dos tempos. Os seres desta Terra,
cobertos de borralho, se preparam para o festim das bodas e a magia se faz.
Serviram ao deus da guerra e das tempestades (Enlil) e este lhes determinou
a destruição pelas águas, em outro espetáculo construído. Décadas de vigilância
sobre este solo somente revelou, na mente dos povos, a existência de um fiel
incontestável, porém, mais de uma década depois da falácia.
O espetáculo, uma vez construído, se amparou sobre a seriedade daquele
que não soube ler nem a própria conduta. Pobres homens... Da vaidade ergueuse o caos, e não se definiu a sua linhagem.
Os sítios cósmicos vigiam as intenções humanas. Os Anunnakis são
todos os que vieram dos céus. A farsa mobilizou as intenções de construção de
espécie notável e, posteriormente, a condicionou à ignorância. A verdade não
pôde ser vista. Pela cegueira dos homens, a prepotência a humilhou.
Agora, sem passado e sem presente, a raça humana viverá sem futuro, pois
os articuladores da infâmia também o roubaram. Os seres poderiam acreditar
em qualquer coisa, mas decidiram crer justamente na falência de suas reais
possibilidades de crescimento.
Alguns alegam que o poder está em mãos estrangeiras, mas essa não é
a verdade. Ele se encontra preso entre os dedos, nas mãos de personalidades
conspurcas que não se mostram, ainda que essa verdade não esteja realmente
oculta.
Quanto vale a verdade? Quanto se pagou por ela? A humanidade quer
mesmo saber? Uns poucos trocados pelo que não tinha preço.
Acostumados a compor enredos sobre as qualidades do tempo, os
poderosos afinam os seus instrumentos e mais mentiras contarão novas
histórias. Isso faz do ser hominal alguma coisa menor e menos racional.
As primeiras palavras das traduções do Livro Santo revelam as reais
intenções das mentes degredadas: ...“dominai e sujeitai toda a criação”... Um
Deus real jamais teria dito tal coisa, nem teria permitido que as mentes, de
intenções escusas, sobrepujassem a criação.
O Deus dos homens é a versatilidade da mentira humana, que se adequa a
cada situação como se fora uma vestimenta, cobrindo seus corpos necrosados.
160
As facções de poder, inclusive religioso, com a batuta nas mãos,
determinam a sinfonia e o ser hominal comum aceita e admite a profanação do
cosmos, sem considerar as consequências de seus atos.
A cada ciclo de reinvenção da história desta humanidade, fartas foram
as manipulações de intenções que nasceram ilegítimas. Nada se cumpriu.
Homens obstinados deturparam a conotação dos séculos e não permitiram o
conhecimento sobre a verdade.
Um extenso rol de considerações vazias instrui as próximas gerações
e um novo deus, de construção tão humana quanto o anterior, será, por fim,
desenhado.
Esquecem-se de que a história, assim como a vida, se constrói por causas
e consequência lógicas, e acreditam na noção do improvável caso ela se
apresente retocada por caprichos de uma vaidade ainda hoje enferma.
O ser hominal terrícola se deixa seduzir por uma procissão de antiheróis e torce pela vitória do mais inescrupuloso entre eles. Virtudes, valores,
qualidades... Para quê? A verdade, neste planeta, depende de a quem ela for
beneficiar.
Mas a evolução define a nova estrada e ela será percorrida por indivíduos
de posturas esquálidas, porque talvez o homem não saiba que ser considerado,
não o torna um animal racional. Para tanto, é necessário que se raciocine. Uma
fração expressiva desta humanidade já assumiu sobre si essa convicção.
A verdade, se realmente for verdadeira, não admite adaptações. O ser
humano terrícola deveria saber disso. A verdade que necessita de adequações
não é verdadeira, nem descreve os fatos.
Como uma criança, o ser hominal se entrega ao fabuloso e utiliza grandes
metáforas para explicar, ainda que ele mesmo não entenda, as intenções
miraculosas da vida.
161
Não se manipula poder sobre a verdade. Ela é, e ser é tudo o que basta.
Duvidem de toda e qualquer história, questionem principalmente sobre quem
recairá o benefício daquela verdade específica. O mal nem sempre parece mal.
O bem, por vezes é achincalhado. Sobreviva, enfim, às intenções conspurcas
dos inescrupulosos felizes. Caminhe raciocinando, sempre.
Vandor Meir
Raskan, proveniente do planeta Dalonn (Marte), quarto que orbita em torno de Meir (Sol),
estrela central deste sistema.
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Conclusão
Ao fim deste singelo trabalho, que não tem em si a pretensão de ser
considerado uma imposição de conduta, nos despedimos.
Essa pequena cartilha de considerações é, para nós, uma intenção de
afago na alma dos seres hominais. Os tempos que se avizinham podem trazer
algumas dores, todavia, cada uma delas necessita ser raciocinada e amparada
nas convicções, que são sempre pessoais.
A qualidade do ser deve ser revelada agora. O tempo já aguardou
demasiado pela construção de uma conduta verdadeiramente universal.
As páginas que aqui apresentamos, pretendem trazer uma ferramenta de
fortalecimento sobre a emoção humana, pois entendemos que admitir a missão
individual trará sobre a Terra a intenção coletiva.
Creiam que o momento da consciência se define e o tempo é este. A
qualidade na atitude humana poderá modificar caminhos, mas ela necessita de
verdade, de gentileza e de beneficência.
Esta pequena cartilha é constituída de uma única mensagem e a dividimos
em pequenos tópicos a fim de que se fizesse facilitada a assimilação, que
julgamos necessária.
O processo canalizador integrou os amigos espirituais na composição do
texto, e a eles, neste momento, agradecemos. Gratidão também à amiga, que
tem se dedicado à urgência das manifestações. A você, que nos dá o prazer
da leitura, também agradecemos, mas solicitamos que, por poucos minutos,
reflita sobre o significado das palavras aqui escritas.
Esta reunião de pequenos textos, transmitidos por diversos raskans, não
deve ser considerado um livro. Antes, gostaríamos que fosse assimilado como
uma conversa sincera sobre os tempos futuros. Na nossa fala, não há previsão
alguma, pois tudo o que há pode ser modificado a qualquer tempo, por esforço
e empenho.
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Novas páginas estão sendo preparadas e todas elas servirão para dizer
a você, amigo leitor, sobre a necessidade de sua participação nesta época de
despertar de consciências.
Esperamos que todos entendam a atual necessidade do planeta. Estaremos
por perto.
Luz e Paz.
Namir Messinna
Raskan, proveniente do planeta Albouir, terceiro que orbita em torno de Messinna (Rígel),
segunda estrela (Betha) da constelação de Orion.
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