Abilux aponta medidas para reduzir o consumo de energia Iluminação representa cerca de 20% do consumo de energia. Novas tecnologias já disponíveis no mercado podem reduzir esse consumo à mais da metade A Abilux - Associação Brasileira da Indústria de Iluminação, que reúne fabricantes de lâmpadas, luminárias, reatores e controles de luz, frente a iminente realidade de novos apagões em função do deficiente sistema energético do país e dos problemas de abastecimento em reservatórios em cinco das dez maiores regiões metropolitanas do país mobilizou suas associadas para buscar alternativas que contribuam para o menor consumo de energia já que a iluminação representa cerca de 20% da energia elétrica consumida no Brasil. O trabalho resultou em 10 medidas. Uma das soluções apontadas pela Abilux para que o País enfrente os altos riscos de falta de energia que já estão sendo vivenciados através de apagões é o uso da nova fonte de luz (LED) aplicada em luminárias modernas e de alto rendimento juntamente com equipamentos de controle de luz eletrônicos somados a sensores de presença e nível de iluminação. Os LEDs (diodos emissores de luz) atualmente, para proporcionar a mesma quantidade de luz e muitas vezes mais qualidade de luz, consomem cerca de 85% menos energia que as lâmpadas incandescentes, 65% menos do que as fluorescentes compactas, 40% menos do que as fluorescentes tubulares comuns, 70% a menos que as a vapor de mercúrio e 50% menos que as a vapor de sódio normalmente utilizadas na iluminação das cidades. As medidas: 1. Trocar os cerca de cinco (05) milhões de pontos de iluminação pública existentes com lâmpadas a vapor de mercúrio (50 lumens por Watt) por luminárias modernas com LEDs (>100 lumens por Watt) com controles inteligentes. A economia será de cerca de 70% da energia consumida. A iluminação pública consome cerca de 3,5% da energia elétrica no país e a mudança sugerida representa cerca de 0,8%, ou seja, 3,7 TWh ano, algo como 440 milhões de reais ano ao custo marginal de energia. 2. Modificar o programa da ANEEL- Distribuidoras de Energia Elétrica de subsídios ou gratuidade na substituição de lâmpadas incandescentes (14 lumens por Watt) com a entrega de lâmpadas fluorescentes compactas (50/60 lumens por Watt) por lâmpadas LED (80/100 lumens por Watt) minimizando o custo de energia para o consumidor menos favorecido e maximizando o resultado para o país. 3. Entregar casas do programa Minha Casa Minha Vida e programas similares estaduais e municipais já com o ponto de luz com luminárias e lâmpadas eficientes e de longa vida instalado. 4. Tornar o Programa Brasileiro de Etiquetagem de Edificações compulsório de imediato para edifícios a serem construídos e em reforma, obtendo eficiências máximas de equipamentos e mínimas de consumo por metro quadrado. 5. Tornar compulsório a obrigação de governos federal e os estaduais e municipais comprem apenas produtos com os selos PROCEL/INMETRO que garantem um mínimo de eficiência, desempenho e segurança. 6. Programar que num período de quatro (04) anos todos os edifícios federais estaduais e municipais façam uma auditoria energética e modernizem seus equipamentos de iluminação. 7. Tornar obsoletas em até 2020 as lâmpadas a vapor de mercúrio, de luz mista e de indução magnética por possuírem lâmpadas substitutas mais eficientes e devido ao seu conteúdo de mercúrio, e por estarem na programação do Acordo de Minamata assinado pelo Governo Brasileiro. Desde já aumentar a alíquota de impostos destas lâmpadas devido a ineficiência e uso de mercúrio. 8. Tornar obsoletos os reatores magnéticos para lâmpadas fluorescentes, pois os eletrônicos economizam cerca de 70% de energia. 9. Criação de linhas de financiamento a produtos e projetos de iluminação eficiente para as cidades para Iluminação pública, prédios públicos e edificações em geral. 10. Reduzir a carga tributária em todos os níveis de produtos que utilizem LEDs como lâmpada, módulos e luminárias assim como drivers e controles para LEDs. EXEMPLOS: 1. Uma residência com 10 pontos de luz, 4 lâmpadas incandescentes de 60 Watts e 6 lâmpadas fluorescentes compactas de 15 watts, se substituídas por lâmpadas LED de 6 Watts, a um custo do quilowatt hora de R$0,60, o consumidor terá uma economia anual em torno de R$162,00, ou seja, da ordem de 80% de sua conta de luz em iluminação. O maior custo das lâmpadas LEDs será pago num período relativamente curto em relação a sua vida útil. 2. O consumo de água para gerar a energia elétrica desperdiçada em iluminação nesta residência ao longo de um ano é da ordem de 22 mil litros. 3. Considerando uma instalação comercial com 10 mil luminárias que hoje utiliza lâmpadas fluorescentes de 40 Watts e as substituirmos luminárias dedicadas com fontes de luz LED, o consumo de energia é reduzido em mais da metade devido a maior eficiência dos LEDs e sua radiação direta. Como resultado pode-se obter uma economia da ordem de 1100 giga Watts hora ano. Se aplicados sensores de presença, regulagem da luz em função da contribuição da luz natural e das atividades e necessidades especificas de cada individuo, as economias ainda serão maiores. 4. A utilização de tecnologias modernas é um jogo de ganha-ganha. O custo da energia Em 2014 houve um aumento de cerca de 20% no custo de energia e nos primeiros meses deste ano teremos um aumento de mais 40%, ou seja, numa inflação oficial de 6,5% em 12 meses, temos em menos de seis meses 60% de aumento no preço da energia. Temos uma das energias mais cara do mundo. O presente e o futuro A Abilux alerta para o fato de que deveriam ser acelerados os programas de substituição de produtos menos eficientes por outros mais eficientes dentro dos trabalhos do ANEEL/PROCEL/INMETRO, retirando os obsoletos como o fazem, por exemplo, os países da Comunidade Econômica Europeia, EUA, Japão, Coreia do Sul, Austrália e China. Há necessidade de uma política industrial dedicada ao setor de iluminação, pois a luz elétrica está em todos os lugares e é responsável pela nossa segurança, produtividade, estudos, saúde, lazer e conforto. Uma política industrial para o setor poderá atender ao mercado local de forma competitiva, gerar empregos, desenvolver tecnologias e trazer divisas pela exportação de produtos.