Polícia Rodoviária Federal Prof. Dirceu Pereira 2.5.4. MOVIMENTO VERTICAL NO VÁCUO O movimento vertical de um corpo próximo ao solo é chamado de queda livre quando o corpo é abandonado no vácuo ou se considera desprezível a ação do ar. O lançamento vertical difere da queda livre somente pelo fato de apresentar uma velocidade inicial vertical. As funções horárias serão as mesmas para ambos. A aceleração do movimento vertical é chamada de aceleração da gravidade e é indicada por g. É considerada constante e, portanto, determina um MRUV. Ao nível do mar, na latitude de 45º, a aceleração da gravidade é g = 9,80665 m/s². a contar do ponto de lançamento, a posição e o instante do encontro dos móveis. Adote g = 10 m/s² e despreze a resistência do ar. Solução Orientemos a trajetória para cima (a = - g). O móvel A foi lançado no início da contagem dos tempos (t = 0 s). Assim, após t segundos, ele terá andado durante t segundos e em sua função comparece a variável t. O móvel B parte 2 s depois. Após t segundos, B andou durante (t - 2) segundos, pois partiu depois. Logo, nas funções do móvel B aparecerá (t - 2) em lugar de t. Os móveis A e B são lançados do mesmo ponto, mas estão ilustrados separados para melhor compreensão. queda livre ⇒ movimento acelerado (v > 0) lançamento vertical ⇒ movimento retardado (v < 0) A equação horária é: g ⋅t2 s = s0 + v 0 ⋅ t − 2 N a figura 14, a medida que um corpo é lançado para cima, sua velocidade escalar decresce em módulo até se anular na altura máxima. Neste instante, ocorre mudança de sentido do movimento e o móvel passa a descer em movimento acelerado. A aceleração da gravidade atua sempre na direção vertical com sentido de cima para baixo. Desta forma, temos: - g ⇒ trajetória positiva orientada para cima + g ⇒ trajetória positiva orientada para baixo Física Aula 2 de 5 Com s0 = 0, v0 = 15 m/s e g = - 10 m/s², vem: móvel A → sA = 15 ⋅ t − 5 ⋅ t 2 10 ⋅ ( t − 2 ) 2 2 No instante de encontro: sA = sB Igualando as equações horárias de A e B, temos: 10 ⋅ ( t − 2 ) 2 15 ⋅ t − 5 ⋅ t 2 = 15 ⋅ ( t − 2 ) − 2 Resolvendo, tiramos que t = 2,5 s móvel B → sB = 15 ⋅ ( t − 2 ) − Substituindo o valor de t encontrado em qualquer uma das equações sA ou sB , determinamos o ponto de encontro. sA = sB = 6,25 m Resposta: o encontro ocorre 2,5 s depois do lançamento de A e a 6,25 m do ponto de lançamento. (figura 14) As equações que regem a queda livre são as mesmas do MRUV, bastando substituir nestas, a aceleração pela aceleração da gravidade. a→±g 2.5.4.1. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 12) Dois móveis A e B são lançados verticalmente para cima, com a mesma velocidade inicial de 15 m/s, do mesmo ponto. O móvel A é lançado no instante t = 0 s e o móvel B é lançado 2 s depois. Determine, 13) Uma pedra é lançada verticalmente para cima a partir do solo, com velocidade de 40 m/s. Simultaneamente, na mesma vertical, outra pedra B é abandonada a partir do repouso do alto de um edifício com 80 m de altura. Desprezando a resistência do ar e adotando g = 10 m/s², determine: a) o instante em que as pedras colidem; b) a altura, relativamente ao solo, em que ocorre a colisão. Solução a) para equacionar os dois movimentos é necessário adotar para ambos a mesma origem e a mesma orientação da trajetória. Escolhendo a origem no solo e orientando a trajetória para cima, teremos: pedra A: g = - 10 m/s² ; v0 = + 40 m/s ; s0 = 0 pedra B: g = - 10 m/s² ; v0 = 0 ; s0 = 80 m Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 1 Polícia Rodoviária Federal Prof. Dirceu Pereira Física Aula 2 de 5 r pela soma vetorial da velocidade horizontal v 0 , que r permanece constante, e da velocidade vertical vy , cujo módulo varia, pois a aceleração da gravidade tem direção vertical. Assim, no lançamento horizontal, à medida que o móvel r se movimenta, o módulo de sua velocidade v cresce em virtude do aumento do módulo da componente vertical r vy . Da equação horária das posições s = s 0 + v 0 ⋅ t − temos que: sA = 40 ⋅ t − 5 ⋅ t 2 e g ⋅t2 2 sB = 80 − 5 ⋅ t 2 No instante de encontro: sA = sB . Então: 40 ⋅ t − 5 ⋅ t 2 = 80 − 5 ⋅ t 2 → t = 2 s b) Para determinar a posição de encontro, substituímos o valor do instante de encontro numa das equações horárias e obtemos sA = sB = 60 m Resposta: a) t = 2 s b) s = 60 m 2.5.5. LANÇAMENTO HORIZONTAL NO VÁCUO Galileu propôs o princípio da simultaneidade ou da independência dos movimentos simultâneos. 2.5.5.1. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 14) Após uma enchente, um grupo de pessoas ficou ilhado numa região. Um avião de salvamento, voando horizontalmente a uma altura de 750 m e mantendo uma velocidade de 50 m/s, aproxima-se do local para que um pacote com medicamentos e alimentos seja lançado para as pessoas isoladas. A que distância, na direção horizontal, o pacote deve ser abandonado para que caia junto às pessoas? Despreze a resistência do ar e adote g = 10 m/s². Solução O pacote cai e ao mesmo tempo avança horizontalmente. Esse avanço horizontal se dá por inércia, acompanhando o movimento do avião. Assim, o pacote deve ser abandonado numa posição tal que, no intervalo de tempo que leva para cair, ele percorra a distância horizontal necessária para chegar junto às pessoas. Calculamos o tempo de queda como se o pacote caísse livremente na direção vertical. Se um móvel apresenta um movimento composto, cada um dos movimentos componentes se realiza como se os demais não existissem e no mesmo intervalo de tempo. Quando um corpo é lançado horizontalmente no vácuo, ele descreve, em relação à Terra, uma trajetória parabólica, como mostra o gráfico abaixo. De acordo com o princípio da simultaneidade, esse movimento pode ser considerado como composto de um movimento de queda livre associado a um movimento horizontal. Já estudamos o movimento de queda livre. s= g ⋅t 2 10 ⋅ t 2 ⇒ 720 = ⇒ t = 12 s 2 2 Durante esses 12 s, o pacote avança com movimento uniforme na direção horizontal e com velocidade constante v=50 m/s. Assim: x = v ⋅ t ⇒ x = 50 ⋅ 12 ⇒ x = 600 m Resposta: o pacote deve ser abandonado quando o avião estiver a 600 m do grupo, medidos na direção horizontal. (figura 15) O movimento horizontal, por sua vez, é um movimento uniforme, pois não existe nenhuma aceleração na direção horizontal; o móvel o realiza por inércia, mantendo a r velocidade v 0 com que foi lançado. r Em cada ponto da trajetória, a velocidade resultante v do móvel, cuja direção é tangente à trajetória, é dada 15) Uma esfera rola com velocidade constante de 10 m/s sobre uma mesa horizontal. Ao abandonar a mesa, ela fica sujeita exclusivamente à ação da gravidade (g = 10 m/s²), atingindo o solo num ponto situado a 5 m do pé da mesa. Determine: a) o tempo de queda; b) a altura da mesa em relação ao solo; c) o módulo da velocidade da esfera ao chegar ao Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 2 Polícia Rodoviária Federal Física Aula 2 de 5 Prof. Dirceu Pereira solo. 2.5.6.1. MOVIMENTO VERTICAL (MUV) Considere o gráfico na figura 16, onde demonstramos somente o movimento vertical em separado. Solução a) Ao abandonar a mesa, a esfera apresenta, na direção horizontal, movimento uniforme com velocidade inicial v0=10 m/s. Assim: x = v 0 ⋅ t ⇒ 5 = 10 ⋅ t ⇒ t = 0 ,5 s Esse tempo é também o tempo de queda, cujo movimento é simultâneo. b) Simultaneamente ao movimento horizontal, a esfera cai de uma altura s em queda livre: s= g ⋅t2 10 ⋅ (0 ,5 ) 2 ⇒s= ⇒ s = 1,25 m 2 2 c) Ao chegar ao solo, a velocidade vetorial da esfera pode ser considerada resultante da composição da velocidade horizontal que se mantém constante e da velocidade vertical, cujo módulo é dado por: vy = v 0 y + g ⋅ t , sendo v 0 y = 0 , g = 10 m / s 2 e t = 0 ,5 s vy = 0 + 10 ⋅ 0 ,5 ⇒ v y = 5 m / s v = r Se projetarmos a velocidade de lançamento v 0 na direção do eixo 0y, obteremos a velocidade inicial vertical r v 0 y , cujo módulo é dado por: r r v oy = v o ⋅ senϑ Sob a ação da gravidade, o módulo da velocidade vertical r v y diminui à medida que o corpo sobe, anula-se no ponto mais alto e aumenta, com o vetor no sentido contrário, à medida que o corpo desce. Aplicando o teorema de Pitágoras ao triângulo retângulo destacado na figura, obtemos o módulo da velocidade vetorial da esfera ao chegar ao solo: 2 (figura 16) v 02 r Através da equação de Torricelli, fazendo y = H e v y = 0, + v y2 2 As equações do MRUV são válidas, substituindo-se a aceleração pela aceleração da gravidade, com o sinal apropriado. 2 v = 10 + ( 0 ,5 ) encontramos a equação para calcular a altura máxima do lançamento H. v = 11,2 m / s H= Resposta: a) t=0,5 s b) s=1,25 m c) v=11,2 m/s 2.5.6. LANÇAMENTO OBLÍQUO NO VÁCUO r Considere um corpo sendo lançado com velocidade v 0 numa direção que forma com a horizontal um ângulo θ (ângulo de tiro). Desprezada a resistência do ar, o móvel fica sob a ação exclusiva de seu peso e sujeito apenas, portanto, à aceleração da gravidade. Em relação à Terra, a trajetória também será uma parábola. v 02 ⋅ sen 2 ϑ 2⋅g 2.5.6.2. MOVIMENTO HORIZONTAL (MU) Considere o gráfico na figura 17, onde demonstramos somente o movimento horizontal em separado. Alcance (A) – distância horizontal que o corpo percorre desde o lançamento até o instante em que retorna ao nível horizontal de partida. Altura máxima (H) – máximo deslocamento vertical do móvel no sentido para cima. O movimento descrito pelo corpo pode ser considerado como resultado da composição de dois movimentos simultâneos e independentes: a) um movimento vertical uniformemente variado, cuja aceleração é a da gravidade, e b) um movimento horizontal uniforme, pois, como já vimos, na horizontal não há aceleração. (figura 17) r Se projetarmos a velocidade de lançamento v 0 na direção do eixo 0x, obteremos a velocidade inicial vertical r vx , cujo módulo é dado por: r r vx = v o ⋅ cos ϑ Diferentemente do movimento vertical, no movimento horizontal, como já vimos anteriormente, não há Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 3 Polícia Rodoviária Federal Física Aula 2 de 5 Prof. Dirceu Pereira aceleração presente e, portanto, a velocidade é constante ao longo da trajetória. Substituindo a equação horária do MU na equação horária das velocidades do MRUV, podemos determinar a equação de alcance A em função do ângulo de tiro: v 2 ⋅ sen2ϑ A= 0 g Da fórmula acima, temos o alcance máximo possível quando sen2θ = 1. Portanto, o ângulo θ que possibilita o alcance máximo é: sen2ϑ = 1 ⇒ 2ϑ = 90 º ⇒ ϑ = 45 º Nessa condição (θ = 45º), podemos obter uma relação simples entre o alcance máximo A e a altura máxima H: Amax = 4 ⋅ H Portanto, no lançamento com θ = 45º, o alcance Amax é quatro vezes maior que a altura máxima H do lançamento. Lembrando que, sendo r parabólico, a velocidade v pela soma das componentes o movimento resultante do projétil é sempre dada r r vx e v y . r r r v = vx +vy a) Do triângulo retângulo formado pelos vetores com os eixos x e y, tiramos: vx = v o ⋅ cos ϑ e v oy = v o ⋅ senϑ Como v0 = 100 m/s, senθ = 0,8 e cosθ = 0,6, vem: vx = 100 ⋅ 0 ,6 ⇒ v x = 60 m / s v 0y = 100 ⋅ 0 ,8 ⇒ v 0y = 80 m / s b) No ponto mais alto da trajetória, vy = 0. Do MRUV, temos que v y = v 0y + a ⋅ t Mas sabemos que a = - g = - 10 m/s². Daí vem: 0 = 80 − 10 ⋅ t ⇒ 10 ⋅ t = 80 ⇒ t = 8 s a⋅t2 e 2 sendo y = H, y0 = 0 e a = - g = - 10 m/s², vem: c) Substituindo t = 8 s em y = y 0 + v 0 ⋅ t + H = 80 ⋅ 8 − 10 ⋅ 64 = 640 − 320 ⇒ H = 320 m 2 d) O tempo total do movimento é t T = 2 ⋅ t = 2 ⋅ 8 = 16 s . Para o movimento horizontal x = v x ⋅ t , temos x = A, quando t = 16 s e vx = 60 m/s. Portanto: A = 60 ⋅ 16 ⇒ A = 960 m r A velocidade v é sempre tangente à trajetória do móvel. r r No ponto mais alto, v y = 0. A velocidade v será igual a r vx neste ponto. Ao retornar ao nível horizontal de lançamento, o projétil terá a velocidade escalar igual à velocidade inicial com que foi lançado. 2.5.6.3. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 16) Um corpo é lançado obliquamente no vácuo com velocidade inicial v0=100 m/s, numa direção que forma com a horizontal um ângulo θ tal que senθ=0,8 e cosθ=0,6. Adotando g=10 m/s², determine: a) os módulos das componentes, horizontal e vertical, da velocidade, no instante de lançamento. b) o instante em que o corpo atinge o ponto mais alto da trajetória. c) a altura máxima atingida pelo móvel. d) o alcance do lançamento. Também poderíamos ter resolvido os itens c e d através das equações do alcance máximo e altura máxima de lançamento. Resposta: a) v 0y = 80 m / s ; v x = 60 m / s c) H = 320 m b) t = 8 s d) A = 960 m 17) Um projétil é lançado obliquamente com velocidade que forma com a horizontal um ângulo θ, atingindo a altura máxima de 7,2 m. Sabendo que no ponto mais alto da trajetória a velocidade escalar do projétil é 10 m/s, determine: a) o intervalo de tempo para o móvel chegar ao ponto mais alto de sua trajetória (tempo de subida). b) o tempo total do movimento. c) a velocidade de lançamento e o ângulo de tiro θ. d) o alcance horizontal do lançamento. Solução O gráfico abaixo simula a trajetória do móvel descrita pelo problema. Solução O gráfico abaixo simula a trajetória do móvel descrita pelo problema. a) Temos y = H = 7,2 m e vy = 0. Aplicando a equação Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 4 Polícia Rodoviária Federal Física Aula 2 de 5 Prof. Dirceu Pereira de Torricelli, vem: A unidade de massa no Sistema Internacional de Unidades (SI) é o quilograma (kg), sendo permitido o uso de seus múltiplos e submúltiplos. v y2 = v 02 y + 2 ⋅ a ⋅ y ⇒ a = −g = −10 m / s 2 0 = v 02 y − 20 ⋅ 7 ,2 ⇒ v 02 y = 144 ⇒ v 0y = 12 m / s Substituín do em v y = v 0y − g ⋅ t 0 = 12 − 10 ⋅ t ⇒ 10 ⋅ t = 12 t = 1,2 s b) O tempo de subida é igual ao tempo de descida. Logo, o tempo total do movimento será: Força é uma grandeza física vetorial devendo ser, portanto, caracterizada por um módulo, uma direção e um sentido. A primeira noção de força está associada ao esforço muscular ou mecânico. Quando empurramos um objeto, exercemos força sobre ele. Porém, temos outros tipos de força tais como a força da ação do vento, a força de atração entre cargas elétricas, a força gravitacional, etc. A unidade de força no Sistema Internacional de Unidades (SI) é o Newton (N), sendo permitido o uso de seus múltiplos e submúltiplos. tT = 2 ⋅ t ⇒ t T = 2 ⋅ 1,2 tT = 2 ,4 s c) A velocidade de lançamento v0 é obtida a partir da soma vetorial de suas componentes vx e v0y. Aplicando-se o teorema de Pitágoras ao triângulo retângulo formado pelos vetores com os eixos x e y no gráfico, obtemos: A força de 1 N é aquela necessária para imprimir à um corpo de massa 1 kg uma aceleração de 1 m/s². Assim: v 02 = v 02 y + v x2 sendo v 0y = 12 m / s e v x = 10 m / s As classes ou natureza das forças, quanto ao modo como são exercidas, são divididas em forças de contato e forças de campo. Por tan to , v 02 = 144 + 100 ⇒ v 02 = 244 v 0 = 15 ,6 m / s 1 N = 1 kg ⋅ m s2 (figura 1) Como v x = v 0 ⋅ cos θ , vem : 10 10 = 15 ,6 ⋅ cos θ ⇒ cos θ = ⇒ cos θ ≈ 0 ,64 15 ,6 Ou , ainda , v 0y = v 0 ⋅ senθ . Logo : 12 = 15 ,6 ⋅ senθ ⇒ senθ = 12 ⇒ senθ ≈ 0 ,77 15 ,6 Assim : θ ≈ 50 ,3º d) Para obter o alcance x = A, substituímos tT = 2,4 s em x = v x ⋅ t . Assim: A = 10 ⋅ 2 ,4 ⇒ A = 24 m Resposta: a) 1,2 s b) 2,4 s c) 15,6 m/s e 50,3º d) 24 m UNIDADE 3 – PRINCÍPIOS DE DINÂMICA Na Cinemática, estudamos os movimentos sem nos preocuparmos com as causas que os produziram ou modificaram. Vamos, agora, estudar a Dinâmica. A Dinâmica é a parte da Mecânica que estuda os movimentos e as causas que os produzem ou os modificam. Em Dinâmica, passamos a considerar que o ponto material, ou partícula, possui massa, ainda que continuemos a desprezar suas dimensões. Massa é uma grandeza física escalar que define a quantidade de matéria de um corpo. A massa de um corpo é invariável no espaço, pelas leis da Mecânica. Assim, um corpo na Terra ou na Lua terá sempre a mesma massa. A força de contato existe quando dois corpos estão em contato; o contato pode ser de curta, média e longa duração. (figura 2) A força de campo é exercida sem contato direto entre os corpos, sendo exemplos a força magnética, força gravitacional, força elétrica, etc. 3.1. AS LEIS DE NEWTON 3.1.1. PRIMEIRA LEI DE NEWTON (Princípio da Inércia) Um ponto material isolado está em repouso ou em movimento retilíneo uniforme. Um ponto material é dito isolado quando não existem forças atuando sobre ele ou quando as forças aplicadas ao ponto têm soma vetorial nula. Assim, um ponto material isolado pode estar em equilíbrio estático (repouso) com velocidade igual a zero, ou estar em equilíbrio dinâmico (movimento retilíneo uniforme) com velocidade constante. A aplicação de uma força, ou de um sistema de forças com resultante não nula, produz alteração no estado de movimento de um ponto material. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 5 Polícia Rodoviária Federal Física Aula 2 de 5 Prof. Dirceu Pereira Assim, temos o conceito dinâmico de força: força é a causa que produz num corpo variação de velocidade e, portanto, aceleração. A inércia é a propriedade da matéria de resistir a qualquer variação em sua velocidade. Portanto, um corpo tende a manter o seu estado de movimento. Ao alterar o estado de movimento, estamos vencendo a inércia do corpo. Daí, a Primeira Lei de Newton ser também conhecida por Princípio da Inércia. Os referenciais em relação aos quais vale o princípio da inércia são chamados de referenciais inerciais. Todo referencial em repouso ou em movimento retilíneo uniforme em relação a um referencial inercial é também inercial. 3.1.2. SEGUNDA LEI DE NEWTON (Princípio Fundamental da Dinâmica) A resultante das forças aplicadas a um ponto material é igual ao produto de sua massa pela aceleração adquirida: r r F = m⋅a r Isto significa que a força resultante F material de massa m, uma aceleração direção e mesmo sentido da força suas intensidades proporcionais. produz no ponto r a com a mesma resultante, sendo r r A igualdade F = m ⋅ a é conhecida como equação fundamental da Dinâmica, válida num referencial inercial. Devemos distinguir cuidadosamente as grandezas massa e peso. A massa é uma propriedade invariável do corpo enquanto o seu peso dependerá do valor da aceleração da gravidade atuando sobre este. Erroneamente, quando subimos em uma balança, dizemos que o nosso peso é x kg. Na verdade, nossa massa é x kg e o peso correspondente será x.g N. 3.1.3. TERCEIRA LEI DE NEWTON (Princípio da Ação-e-Reação) Toda vez que um corpo A exerce uma força num corpo B, este também exerce em A uma força tal que essas forças têm a mesma intensidade em módulo, a mesma direção, sentidos opostos e a mesma natureza. r r FA = FB = F e r r FA = −FB Um corpo próximo à superfície da Terra é atraído por ela: r a Terra exerce sobre ele a força peso P . Pelo princípio da ação-e-reação, o corpo também exerce na Terra uma força de mesma intensidade e de mesma direção, mas de r sentido contrário − P . No entanto, como a massa do corpo é muito menor que a da Terra, o deslocamento daquele é considerável, desprezando-se o deslocamento desta. As forças de ação-e-reação, neste caso, não se equilibram, pois estão aplicadas em corpos diferentes. (figura 3) r A Terra atrai o corpo com peso P e o corpo atrai a Terra com a força r r r − P . As forças P e − P têm a mesma intensidade, mas sentidos opostos e estão aplicadas em corpos diferentes. Da equação fundamental da Dinâmica, concluímos que, se aplicarmos em corpos de massas diferentes a mesma força resultante, o corpo de maior massa adquirirá menor aceleração de menor módulo, isto é, o corpo de maior massa resiste mais a variações em sua velocidade. Por isso, a massa é a medida da inércia de um corpo. Um caso particular da força é o peso de um corpo, que é a força de atração que a Terra exerce sobre ele. Todos os corpos de massa m estão sujeitos a força gravitacional da Terra que imprime sobre estes uma aceleração constante chamada de aceleração da gravidade (g) cuja direção é vertical e sentido de cima para baixo, aplicado no centro de gravidade (baricentro) do corpo. Assim, peso e aceleração da gravidade, sendo vetores, possuem a mesma direção, mesmo sentido e intensidades proporcionais. Podemos exprimir a força-peso através da equação: Supomos agora, que um corpo esteja apoiado numa superfície horizontal de uma mesa, conforme a figura abaixo. r r F = m⋅a ↓ ↓ ↓ r r P = m⋅g (figura 4 - a) Em módulo, as duas equações serão: F = m⋅a P = m⋅g (figura 4 - b) Nesse caso, além da ação de campo da Terra, o corpo tem ação de contato com a mesa. A reação do peso do corpo continua na Terra (fig. 1). Atraído pela Terra, o r corpo exerce na mesa a força de intensidade FN , Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 6 Polícia Rodoviária Federal Física Aula 2 de 5 Prof. Dirceu Pereira enquanto o apoio exerce no corpo outra força, de sentido r contrário, mas de igual intensidade FN (fig. 2). r Desse modo, no corpo atuam duas forças: P (ação da r r Terra) e FN (ação da mesa). A reação do peso P está r aplicada no centro da Terra e a reação da força FN está aplicada na mesa. Sendo assim, num fio ideal, as forças de contato em seus extremos têm a mesma intensidade T e são chamadas forças de tração no fio, pois tendem a alongá-lo. 3.1.4. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 1) Uma partícula de massa 0,50 kg realiza um movimento retilíneo uniformemente variado. Num percurso de 4,0 m, sua velocidade varia de 3,0 m/s a 5,0 m/s. Qual é o módulo da força resultante que age sobre a partícula? Solução (figura 4 - c) r r As forças FN e P podem equilibrar-se, pois estão no mesmo corpo e não são um par ação-e-reação. r A força de contato FN , por ser perpendicular à superfície de contato, é chamada de força normal ou reação normal de apoio. r Consideremos agora um corpo de peso P suspenso por r um fio inextensível de peso PF cuja extremidade esteja ligada ao teto. Utilizando a equação de Torricelli, determinar a aceleração escalar: podemos v 2 = v 02 + 2 ⋅ a ⋅ ∆s ⇒ (5 ,0 ) = (3 ,0 ) + 2 ⋅ a ⋅ (4 ,0 ) 2 2 a = 2 ,0 m / s 2 Pela equação fundamental da Dinâmica, calculamos o módulo da força resultante: FR = m ⋅ a ⇒ 0 ,50 ⋅ 2 ,0 FR = 1,0 N Resposta: a força resultante é de 1,0 N. 2) Uma partícula de massa 0,20 kg é submetida à ação das forças mostradas na figura. Determine a aceleração da partícula. (figura 5) r No corpo existem duas forças: o peso P , força de campo r da Terra, e T1 , força de contato com o fio. Se o corpo está em equilíbrio: P = T1 (pois a resultante deve ser nula) r Vamos chamar de T2 a força que o fio exerce no teto. r Assim, no fio há três forças: o peso do fio PF , a força de r r contato − T1 (devida ao corpo) e a força de contato − T2 (devida ao teto). Como o fio está em equilíbrio, decorre: r r r r r a = 0 ⇒ FR = 0 ⇒ PF + − T1 = − T2 ⇒ PF + T1 = T2 Se o peso do fio inextensível for desprezível, isto é 0 (fio ideal), resultará: T1 = T2 = T r PF ≈ Solução Adotando a solução gráfica, encontramos a força resultante do sistema de forças aplicado à partícula. FRx = F1 − F3 = 5 − 2 = 3 N FRy = F2 − F4 = 2 − 2 = 0 N Desta forma, a resultante FR será na direção horizontal no sentido positivo de x, uma vez que em y, a resultante foi zero. A aceleração da partícula é dada por: FR = FRx = m ⋅ a ⇒ a = FRx 3 = m 0 ,2 a = 15 m / s 2 Resposta: Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 7 Polícia Rodoviária Federal Prof. Dirceu Pereira a aceleração será de 15 m/s² na direção horizontal, no sentido positivo do eixo x. 3) No arranjo experimental da figura, os corpos A, B e C têm, respectivamente, massas iguais 5 kg, 2 kg e 3 kg. A aceleração da gravidade é 10 m/s². Os fios são inextensíveis e de inércia desprezível; não há atrito entre os fios e as polias; o plano horizontal é perfeitamente liso. Determine: a) a aceleração do sistema de corpos. b) as trações nos fios. Física Aula 2 de 5 Observação: para um cálculo rápido da aceleração poderíamos aplicar a equação fundamental da Dinâmica ao conjunto de corpos de massa total mA + mB + mC, observando que o peso PA tem o mesmo sentido da aceleração e o peso PC se opõe. FR = m ⋅ a ⇒ PA − PC = ( m A + m B + mC ) ⋅ a 50 − 30 = ( 5 + 2 + 3 ) ⋅ a ⇒ 20 = 10 ⋅ a a = 2 m / s2 Resposta: a) 2 m/s² b) T1 = 40 N e T2 = 36 N 4) Determine a força que o homem deve exercer no fio para manter em equilíbrio estático o corpo suspenso de 120 N. Os fios são considerados inextensíveis e de massas desprezíveis; entre os fios e as polias não há atrito. As polias são ideais, isto é, não tem peso. Solução a) O peso de B é anulado pela reação normal do apoio; porém os pesos PA e PC são forças externas ativas. PA é maior que PC: m A = 5 kg ⇒ PA = m A ⋅ g ⇒ PA = 5 ⋅ 10 ⇒ PA = 50 N mC = 3 kg ⇒ PC = mC ⋅ g ⇒ PC = 3 ⋅ 10 ⇒ PC = 30 N Se o sistema partir do repouso, o corpo B move-se da esquerda para a direita, pois o peso de A é maior que o de C. Vamos analisar cada corpo separadamente. No caso, há duas trações, pois temos dois fios: Solução Para haver equilíbrio, a resultante das forças deve ser nula. No corpo suspenso, a tração é igual ao peso P = 120 N, pois não há aceleração. A distribuição de trações nos fios é: A equação fundamental da Dinâmica aplicada a cada corpo fornece: Corpo A: PA − T1 = m A ⋅ a ⇒ 50 − T1 = 5 ⋅ a (1) Corpo B: T1 − T2 = m B ⋅ a ⇒ T1 − T2 = 2 ⋅ a (2) Corpo C: T2 − PC = mC ⋅ a ⇒ T2 − 30 = 3 ⋅ a (3) Resolvendo o sistema de equações (1), (2) e (3), vem: 50 − 30 = ( 5 + 2 + 3 ) ⋅ a ⇒ 20 = 10 ⋅ a a = 2 m / s2 b) Da equação (1) vem: 50 − T1 = 5 ⋅ a ⇒ 50 − T1 = 5 ⋅ 2 ⇒ T1 = 40 N Da equação (2) vem: T2 − 30 = 3 ⋅ a ⇒ T2 − 30 = 3 ⋅ 2 ⇒ T2 = 36 N Pela figura acima, decompondo o peso inicial de 120 N em cada polia, chegamos a uma tração final no fio de 15 N. Observe que o homem equilibra o peso de 120 N, exercendo uma força de intensidade bem menor; por isso, na prática, são muito utilizadas as associações de polias como se vêem em guindastes. Resposta: T = 15 N 3.2. FORÇAS DE ATRITO A força de atrito é uma força reativa que surge entre dois corpos em contato, sujeitos a algum esforço, sendo Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 8 Polícia Rodoviária Federal Física Aula 2 de 5 Prof. Dirceu Pereira devida a rugosidade e as forças de adesão entre as moléculas destas superfícies. Temos dois tipos de atrito: dinâmico e estático. 3.2.1. ATRITO DINÂMICO Quando há movimento entre dois corpos em contato, ou escorregamento, a experiência mostra que a intensidade da força de atrito, dentro de uma boa aproximação, é proporcional à intensidade da força normal Fn, dada pela seguinte relação: Fat = µ d ⋅ Fn Nesta fórmula, µ d é uma constante de proporcionalidade chamada de coeficiente de atrito dinâmico. É adimensional e é função da natureza dos sólidos em contato e do estado de polimento das superfícies. Pode variar de valores baixos (0,02) a valores elevados (1,20). r Neste caso, a componente Pt tende a arrastar o bloco r para baixo, sendo equilibrada pela força de atrito Fat , com a mesma intensidade e sentido contrário, de forma que o corpo fique em repouso. A força de atrito estático é dado pela relação: Fat = µ e ⋅ Fn onde µ e é o coeficiente de atrito estático. Imagine agora, que o ângulo θ seja aumentado gradualmente. Haverá um instante em que o bloco estará na iminência de movimento. Isto ocorre devido a uma r diminuição na força normal Fn , devido à diminuição na r componente Pn , e ao aumento correspondente no valor r da componente Pt , gerando um desequilíbrio de forças. A partir deste instante, passamos a ter atrito dinâmico. Veja na figura 1, que o peso do corpo sobre o plano inclinado, produz duas componentes: uma perpendicular r r ao plano inclinado, Pn , e outra paralela a este, Pt . r A componente Pn produz uma força de reação normal r Fn perpendicular ao plano inclinado, de mesma intensidade e com sentido contrário. r Ao movimentarmos o corpo com a força F , surge a força r r de atrito Fat , que juntamente com a componente Pt , r reagem ao movimento. Para que este ocorra, F deverá r r ser maior do que a soma de Fat e Pt . A força de atrito dinâmico independe da velocidade com que o corpo desliza sobre a superfície e também independe da área de contato entre o corpo e a superfície. 3.2.2. ATRITO ESTÁTICO Consideremos agora, que o bloco da figura 1 esteja em repouso, conforme indica a figura 2. A tabela 1 apresenta alguns valores de coeficiente de atrito estático e dinâmico para diferentes materiais em contato. Coeficientes de atrito Estático Dinâmico ( µd ) ( µe ) Materiais aço com aço alumínio com aço cobre com aço borracha com asfalto seco borracha com asfalto molhado 0,74 0,61 0,53 1,00 0,30 0,57 0,47 0,36 0,80 0,25 (tabela 1) 3.2.3. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 5) No arranjo experimental da figura, os corpos A, B e C têm, respectivamente, massas iguais 5 kg, 2 kg e 3 kg. A aceleração da gravidade é 10 m/s². Os fios são inextensíveis e de inércia desprezível; não há atrito entre os fios e as polias. O coeficiente de atrito dinâmico entre o bloco B e a mesa é 0,22. Determine: a) a aceleração do sistema de corpos. b) as trações nos fios. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 9 Polícia Rodoviária Federal Prof. Dirceu Pereira Física Aula 2 de 5 T2 − 30 = 3 ⋅ a ⇒ T2 − 30 = 3 ⋅ 1,56 ⇒ T2 ≈ 34 ,7 N Compare os resultados obtidos no exercício 3. Observação: para um cálculo rápido da aceleração poderíamos aplicar a equação fundamental da Dinâmica ao conjunto de corpos de massa total mA + mB + mC, observando que o peso PA tem o mesmo sentido da aceleração e o peso PC se opõe. Solução Vamos agora resolver o mesmo exercício 3 considerando que existe atrito dinâmico entre o bloco B e a mesa. a) O peso de B produz uma reação normal e, por conseguinte, uma força de atrito dinâmica: Fat = µ d ⋅ Fn ⇒ Fat = 0 ,22 ⋅ 2 ⋅ 10 ⇒ Fat = 4 ,4 N Os pesos PA e PC são forças externas ativas. PA é maior que PC: m A = 5 kg ⇒ PA = m A ⋅ g ⇒ PA = 5 ⋅ 10 ⇒ PA = 50 N mC = 3 kg ⇒ PC = mC ⋅ g ⇒ PC = 3 ⋅ 10 ⇒ PC = 30 N Se o sistema partir do repouso, o corpo B move-se da esquerda para a direita, pois o peso de A é maior que o de C. Vamos analisar cada corpo separadamente. No caso, há duas trações, pois temos dois fios: FR = m ⋅ a ⇒ PA − PC − Fat = ( m A + m B + mC ) ⋅ a 50 − 30 − 4 ,4 = ( 5 + 2 + 3 ) ⋅ a ⇒ 15 ,6 = 10 ⋅ a a = 1,56 m / s 2 Se aumentarmos o coeficiente de atrito ou o peso do bloco B, poderemos atingir a condição em que a aceleração será zero e o corpo ficará em equilíbrio estático. Resposta: a) 1,56 m/s² b) T1 = 42,2 N e T2 ≈ 34,7 N 6) O bloco A de massa m = 3,0 kg está apoiado num plano inclinado que forma uma ângulo θ em relação a horizontal. O bloco A está na iminência de escorregar para baixo. Determine, nessas condições, o peso do bloco B. O coeficiente de atrito estático entre o bloco A e o plano é µe = 0,50. Dados: sen θ = 0,60; cos θ = 0,80; g = 10 m/s². Considere o fio e polia ideais. Solução A equação fundamental da Dinâmica aplicada a cada corpo fornece: Corpo A: FRA = m A ⋅ a ⇒ PA − T1 = m A ⋅ a 50 − T1 = 5 ⋅ a (1) Corpo B: FRB = m B ⋅ a ⇒ T1 − T2 − Fat = m B ⋅ a T1 − T2 − 4 ,4 = 2 ⋅ a (2) Corpo C: FRC = mC ⋅ a ⇒ T2 − PC = mC ⋅ a T2 − 30 = 3 ⋅ a (3) Vamos inicialmente calcular as componentes PAt e PAn do peso PA do bloco A: PAt = PA ⋅ senθ ⇒ PAt = 3 ⋅ 10 ⋅ 0 ,6 ⇒ PAt = 18 N PAn = PA ⋅ cos θ ⇒ PAn = 3 ⋅ 10 ⋅ 0 ,8 ⇒ PAn = 24 N Na figura abaixo, representamos as forças que agem em cada bloco. Observe que a força de atrito Fat , que o plano exerce em A, tem sentido para cima, pois o bloco A está na iminência de escorregar para baixo. Resolvendo o sistema de equações (1), (2) e (3), vem: 50 − 30 − 4 ,4 = ( 5 + 2 + 3 ) ⋅ a ⇒ 20 = 10 ⋅ a a = 1,56 m / s 2 b) Da equação (1) vem: 50 − T1 = 5 ⋅ a ⇒ 50 − T1 = 5 ⋅ 1,56 ⇒ T1 = 42 ,2 N Da equação (3) vem: Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 10 Polícia Rodoviária Federal Física Aula 2 de 5 Prof. Dirceu Pereira Solução Estando os blocos em equilíbrio, podemos escrever: O sistema adquire velocidade limite quando a resistência do ar P se iguala ao peso total P. bloco B: T = PB bloco A: T + Fat = PAt Como R = k.V² e P = m.g, temos: Portanto: PB + Fat = PAt Como o bloco A está na iminência de escorregar, temos Fat = FAt MAX = µ e ⋅ Fn = µ e ⋅ Pn . Logo: k ⋅ VL2 = m ⋅ g ⇒ VL = PB + µ e ⋅ Pn = PAt ⇒ PB + 0 ,5 ⋅ 24 = 18 Sabemos que: N ⋅ s2 k = 40 , m2 PB = 6 N Resposta: PB = 6 N m⋅g k m = 100 kg e g = 10 m / s 2 Assim, 3.3. RESISTÊNCIA DO AR E VELOCIDADE LIMITE Um corpo em movimento estará sujeito a uma resistência devido ao atrito com o ar que será dada por: 100 ⋅ 10 ⇒ VL = 25 ⇒ VL = 5 m / s 40 VL = 18 km / h VL = Resposta: 18 km/h R = k ⋅V 2 onde k é uma constante de proporcionalidade obtida por estudos experimentais (túnel de vento, por exemplo) e que depende da forma do corpo e da maior área da secção transversal deste, perpendicular à direção do movimento. A unidade da constante de proporcionalidade k no Sistema Internacional de Unidades (SI) é o Newton vezes segundo ao quadrado dividido por metro ao quadrado (N.s²/m²). Considere agora, um corpo em queda livre no ar. Este tenderá ao movimento uniformemente variado com r aceleração constante g. Porém, a força-peso P será resistida pelo atrito com o ar, conforme a equação r r r F = P −R Assim, à medida em que a velocidade aumenta, aumenta r a força resistiva R no quadrado da velocidade, diminuindo a aceleração resultante sobre o corpo até que r esta se anule tendendo a força resultante F a zero. Neste ponto, o corpo atinge a velocidade limite e passa a ter movimento uniforme (aceleração nula). A condição para se determinar a velocidade limite é que a r força F seja considerada zero. Portanto, temos que: F = P − k ⋅V 2 ⇒ P − k ⋅V 2 = 0 3.3.1. EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 7) Um homem e seu pára-quedas têm massa total de 100 kg. A resistência do ar tem constante de proporcionalidade k, medida em ensaios executados previamente, de 40 N.s²/m². Considerando g = 10 m/s², determine a velocidade limite de queda. Neste curso os melhores alunos estão sendo preparados pelos melhores Professores 11