Quando o sexo precisa do Cérebro para sua performance? Sou um fã de cérebros. Todos os tipos de cérebros. Em 1978, um de meus colegas de trabalho apresentou-me ao Woody Allen. Face às circunstâncias daquele momento de completa ignorância de minha parte, eu não tinha a menor ideia de quem fosse Woody! Eu tinha apenas 16 anos. Alguns anos atrás, uma cena de “Tudo que voce sempre quis saber sobre sexo – mas tinha medo de perguntar”... caiu uma ficha e tive aquele “Click”! Filme do tal Woody Allen. A partir desse filme, mudei a forma de ver os cérebros e futebol desde então! Pois também sempre gostei de futebol. Comecei a comparar e principalmente a acreditar que poderia fazer um paralelo, entre o cérebro humano e os computadores. Naquela época eu não sabia a diferença entre um cérebro “consciente”, e muito menos, de um cérebro subconsciente. Ambos dentro do nosso crânio! Tem horas que você aplica muita energia para conseguir alguma coisa na vida... e erra! Mas às vezes as coisas simplesmente acontecem! Minha experiência diz que é da minha mente subconsciente o elemento causador do sucesso. E do erro. “Falando” com sujeitos como Dmitri Mendeleev, pai da “Tabela Periódica”, e Linus Pauling, o pai da biologia molecular, depois de muitos anos após meu curso fundamental, tomei gosto pelos componentes que fazem de nós o que somos. Algo que sempre me intrigou. Do que somos feitos? Nosso corpo tem uma massa, que é feita de elementos químicos. Tais como cérebro, pernas, braços, dedos, etc! Oxigênio, Carbono, Hidrogênio, contam 93% em media dessa massa...os outros 7% combinados, têm a capacidade de melhorar meus próprios resultados! Do ponto de vista de gestão de pessoal, o desafio é observar todas essas partes pequenas para obter-se uma melhor performance. Hoje em dia, eu sei, entre grandes Bases de Dados e programas de análise, que especialistas em classificação de erros dizem que não existe uma forma elaborada para medir os níveis: Comportamentais, contextuais e conceituais - Correspondentes às questões de erros humanos, semelhantes ao “O quê?”, “Onde?”, e “Como?”. A melhora de performance e resultados tangíveis é procurada por todos (o “C-Level” executivo de todas as empresas questionam como!). Aonde tangível é igual a estar visível, e que possa ser medido. Mas poucos desses executivos ponderam a importância da perspectiva emocional, influenciando aquelas moléculas químicas, para se realizar um trabalho melhor. E o chefão, “Sr. Cérebro”, orquestrando todos os subsistemas em busca de melhores resultados. Para mim, a partir do conhecimento de Tecnologia, programação de computadores, eu poderia entender melhor todos esses desafios que “pipocavam” em minha cabeça. Então, continuei a aprender várias linguagens de programação disponíveis naquele tempo. Os computadores não tinham mais que 384 Kbytes de memória (algo quase que inimaginável nos tempos de hoje com nossos aparelhinhos pessoais), uma verdadeira “Torre de Babel” em linguagens de programação: Assembler, Cobol, PL/I, Fortran, RPG II, fiz o meu melhor. E finalmente, pensava que poderia comparar os cérebros humanos ao “Cérebro Eletrônico”. Aprendi que humanos são sistemas mais complexos. Há três tipos de funções interativas entre eles: A) funções de "Entrada"; B) funções de "Processamento"; C) funções de "Saída". Doutor Victor Mattos, um cientista brasileiro ensinou-me esse grande modelo: As funções com referências (indexadas em amarelo) possuem subfunções que podem ser englobadas pela designação de “automatismos”. O Processador, ou “organismo”, representado acima por (l), ou seja, o amplificador que recebe informações e estímulos que serão processados através de duas entradas: “A” e “B”. Aonde “A”, é o “Consciente ou Sensorial” e “B”, são oriundas do próprio organismo, arquetípicas e características da espécie a que pertence e/ou passadas para o organismo em questão, via herança genética. E também, em “B”, situações de “Aprendizados” e “Experiências Vividas”, que se transformarão de fora para dentro, parte do conteúdo do indivíduo. Essas Informações terão seu papel definido no produto final da elaboração de procedimentos que influenciarão a performance “Psicofísicas” do indivíduo. Qualquer interferência, por menor que seja nos automatismos altera os resultados. Veja que “R” é um resistor, entre as entradas de informações sensoriais e o processador. E “R” é resistência a novas informações ou mudanças. No futebol não é diferente. As mudanças são os desafios diários! A resistência a mudanças, a novos modelos, deveria chamar mais a atenção. E no mundo do futebol, o cérebro de homens e mulheres podem resolver problemas em andamento. Quem faz o espetáculo? Os atletas. E esses sujeitos, muito frequentemente, com idade cada vez mais jovem, menos preparados, são negociados no mercado da bola, nacional ou internacionalmente. Qual o nível de “Governança” nos principais clubes do futebol brasileiro na busca por melhores resultados? Como fica a “Cabeça” do atleta ao longo de sua jornada? Os resultados da Copa para o Brasil, mostraram o estágio atual. Fazer mudanças consistentes e conscientes em um ser humano, demanda muita energia e vontade. Novas informações, novas estratégias de jogo, nova alimentação, novos relacionamentos e assim por diante. Afinal, estamos na busca contínua por melhor performance e excelência. As informações devem ser consistentes com os objetivos, permitindo ao sistema identificar o tipo de informação frente ao “Ganho” (“G”) esperado conforme as necessidades e interesses pessoais. As mudanças ocorrerão ao nosso redor e dentro de nós, independentemente de nossa vontade, e isso é uma quebra na forma de encarar os fatos. Afinal, por estarmos respirando, estamos-nos “oxidando” em face da queima do oxigênio que respiramos. Respirar bem importa? Em Dezembro passado, foi lançada uma tecnologia que “Pensa”, antes poderia ser encontrada apenas nos filmes e nas cabeças de Steven Spillberg, de David Cameron, de Eugene “Gene” Roddenberry, com a Jornada nas Estrelas. (Meu mundo não seria o mesmo após o Capitão Kirk e sua equipe!). Agora, essa tecnologia está disponível no mercado. Alguns clubes na Europa estão investindo nela. E não deixaremos por menos aqui no País do futebol, né? Monitorar os movimentos físicos dos atletas torna a vida dos treinadores mais simples. Outros, identificam os “Custos Embutidos” de treinadores usando seus conhecimentos empíricos e “insights” de forma subjetiva. Agora, com “Tablets” ligados a um “Big Data”, captura-se, processam-se dados brutos, para passar informações com “valor” para os treinadores em tempo real, permitindo que tomem decisões alternativas de forma estratégica, sem desgastar ou prejudicar os recursos disponíveis. O cérebro, principalmente de uma criança, é como uma “Obra de Arte”. Um trabalho causando efeito em progresso contínuo, na janela dos olhos e outros sentidos. Isso sim é um grande “arquivo”. Como as pessoas do mundo de tecnologia dizem, é um “Log” (sequencia histórica de registros e eventos), com entradas para cada tipo de evento, capturadas pelos nossos sentidos. É um grande “Big Data”! Afinal, quais são os reais problemas humanos? No filme “Ela”, dirigido por Spike Jonze, com Joaquin Phoenix e Scarlett Johansson,em um futuro não muito distante usavam um sistema operacional de celular muito “Intuitivo”, quase uma “entidade viva”, que aprendia algo novo a cada momento...e tornava-se algo novo continuamente, a cada interação. Um verdadeiro gestor do conhecimento. Graças a neurociência, temos visto efeitos de performance positivos no uso de ondas cerebrais de baixa frequência, causando a neuroplasticidade - uma expansão de sua capacidade cerebral. Com mais de 100 bilhões de pequenas células nervosas, chamadas neurônios um cérebro “Nunca Dorme”! Isto é, mesmo que você durma, ele estará lá ativo, monitorando você 24 horas por dia! 525.600 minutos por ano! Sem parar! Por anos a fio. E simplesmente, cuidamos mais de nossa pele, unhas e cabelos, do que dele! Em função do ambiente que o atleta é inserido, as redes neurais (grupos de neurônios com determinada informação) serão ativadas no cérebro, causando mudanças químicas lá dentro. Você já assistiu a uma “Final de seu time de Futebol” ? Alguns atletas, durante toda a temporada de jogos, jogam muito bem. Porém, como todos nós torcedores esperamos dele uma performance superior nas finais, então, ele simplesmente “congela” em função do medo. Qual a diferença que faz a diferença? Diz meu amigo Walther Kerth. Como superar o medo ? Como jogar com a sua melhor performance, acima da média das melhores apresentações? Entender como as emoções funcionam, é um fator chave para novos níveis de resultados. Os atletas reagem com as “redes neurais” que foram formadas no passado. Elas estão aí dentro de sua cabeça. A esse conjunto de “redes” damos um nome de personalidade. Do ponto de vista da administração, se buscamos melhorar a eficiência da performance de um jogador, temos que buscar e tomar novas atitudes, novas decisões, com o propósito de encontrar novas formas e métodos mais eficientes, e a tecnologia adequada a criar e estimular a criação de novas redes neurais e novos comportamentos. As emoções são a base do futebol e de qualquer outro esporte. Seja individual ou coletivo. Sem a presença das emoções, não estaríamos aqui, escrevendo, lendo, falando sobre as “paixões humanas”: Alegria, tristeza, esperança, desespero, amor, ódio, raiva, respeito, perdas e ganhos. Não haveria razões para os times de futebol e seus torcedores investirem seus recursos financeiros e de tempo, para acalmar as emoções do seu cérebro a cada momento. Nosso cérebro foi desenhado para obter “prazer” e evitar a “dor”. Qual o problema que as emoções nos trazem? Como seres humanos, nós sempre estamos procurando um atalho, um caminho mais curto entre um estímulo (qualquer provocação) e a resposta que buscamos. Como as respostas são mal elaboradas (pois corremos muito em reagir rápido), pois queremos mostrar para todos que estamos comprometidos com resultados, e que não tempos tempo a “perder”, em geral não pensamos bem, não pensamos em novas perspectivas ou possibilidades para novas circunstâncias. O cérebro nos torna seu escravo! Ano passado um banco chamado BMG, anunciou números de lucratividade fantásticos perto de 78% no seu fundo de gestão de atletas. O quê isso significa? Estes fatos e outros suportam minha tese que o futebol brasileiro mergulha ainda numa crise profunda e sistêmica, devido a cérebros egoístas, que estão repetindo suas emoções continuamente, colocando o dinheiro como objetivo único do esporte, a frente da Filosofia Esportiva e da Ética. Seria possível reverter essas redes neurais? Nos últimos 300 anos, todas as plantações de alimentos têm perdido grande parte de suas propriedades químicas e valor nutricional. Em grande parte, devido aos processos de industrialização e utilização excessiva de fertilizantes e defensivos agrícolas. Portanto, perderam sua “Potência!”. Como consequência, há uma drástica redução na presença de enzimas, que ajudam nosso corpo a tirar proveito dos valores nutricionais dos alimentos que comemos. O potássio (K+) é um mineral essencial que age nas contrações e relaxamentos dos músculos dos atletas. Ele fica dentro das células, trocando de lugar com o sódio (Na), que fica do lado de fora dela. Com as novas tecnologias – com ajuda da neurociência, química, engenharia, biomecânica, matemática, física, administração, biologia e assim por diante, poderemos melhorar a forma como pensamos e agimos na busca contínua pela eficiência de resultados, seja nos gramados de futebol, ou em outras práticas em nossa vida diária. A alta performance, sempre atrai aqueles que buscam por uma novos resultados, evolução pessoal e autoliderança. Carlos Pagliari – Co-Fundador e Coach de Performance de SUideia – Innovation 4 Performance www.SUideia.com.br