OUTUBRO ROSA: O BRASIL E O CÂNCER DE MAMA Discurso proferido no dia 17 de outubro de 2012 Apesar dos avanços tecnológicos e em função do diagnóstico tardio, o câncer ainda continua com altos índices de mortalidade. No Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se mais de 518 mil novos casos de câncer. Os mais incidentes serão: cânceres de pele não melanoma, próstata, pulmão, cólon e reto e estômago para o sexo masculino; melanoma, mama, colo do útero, cólon e reto e glândula tireoide para o sexo feminino. Mais de 70% das despesas do SUS, segundo o Ministério da Saúde e o INCA, são consumidas com as doenças cardiovasculares e respiratórias, com o câncer e com o diabetes. Essas doenças também respondem por 67% das mortes registradas. O câncer de mama, segundo tipo mais frequente no mundo, é o mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano. Se diagnosticado e tratado oportunamente, o prognóstico é relativamente bom. No Brasil, as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas, muito provavelmente porque a doença é diagnosticada em estágios avançados. Para 2012, espera-se mais de 52 mil novos casos de câncer de mama, com um risco estimado de 52 casos a cada 100 mil mulheres. Raro antes dos 35 anos, sua incidência cresce rápida e progressivamente acima dessa faixa etária. Tanto nos países desenvolvidos quanto naqueles em desenvolvimento, as estatísticas indicam incremento de incidência. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nas décadas de 1960 e 1970 registraram-se aumento de 10 vezes nas taxas de incidência ajustadas por idade nos Registros de Câncer de Base Populacional de diversos continentes. Algumas ações primárias de observação podem ser realizadas pelas próprias mulheres. Inicialmente, elas devem atentar para os seguintes aspectos: o fator hereditário (ter mãe ou irmã que desenvolveu a doença), nunca ter engravidado ou tido a primeira gestação partir dos 30 anos e ter tido a primeira menstruação antes dos 11 anos e a última depois dos 55 anos. Quanto maior o tempo de exposição aos hormônios femininos, maiores as chances de desenvolver a doença. O bom combate direcionado ao câncer de mama pode ser realizado com ações educacionais em saúde para todos os níveis da sociedade, prevenção orientada aos indivíduos e grupos (âmbito escolar e laboral) e ênfase na formulação de políticas públicas que gerem a garantia de ações na defesa da saúde pública. Foi com foco centrado nessas questões que surgiu o OUTUBRO ROSA, evento mundial que visa a chamar a atenção para o diagnóstico precoce do câncer de mama. Esse movimento globalizado, que nasceu na Califórnia, em 1997, objetiva conscientizar todas as mulheres, a partir dos 40 anos, da necessidade de reservar um dia por ano para o exame de mamografia. Nas unidades de saúde da rede municipal, durante todo o mês de outubro, é possível fazer o agendamento grátis e sem fila de espera da mamografia, para identificar a presença de nódulos nas mamas. É importante a identificação precoce do câncer de mama e esse exame realiza o rastreamento específico para observar a existência de tumores cancerosos. A relevância da detecção precoce reside em que 90% dos casos descobertos são “curados”. Na população mundial, a sobrevida média após intervenção cirúrgica é de 61% após cinco anos. Assim, a partir dos 40 anos, como estratégia para controle da doença, as mulheres devem realizar anualmente o exame clínico das mamas e o rastreamento, isto é, a mamografia. Para aquelas mulheres mais jovens e com indicação clínica, também é compulsória a realização do exame. Não se pode deixar que nossas mães, esposas, filhas e todas as queridas mulheres que nos rodeiam sejam acometidas dessa maligna doença. A cada ano a sua incidência é majorada. Ainda não se faz muito, pois a mortandade é gigante. Apelo a todas as autoridades e agentes dos poderes públicos que contribuam para estancar o recrudescimento da doença e facilitem, em suas esferas, a validação de ações que visem a coibir o alastramento desse cancro terrível e que já fez desfalcar integrantes em diversas células mater sociais: a família. Pelo dito, parabenizo o OUTUBRO ROSA pela iniciativa, perseverança e zelo com saúde das mulheres.