memorial descritivo - Zero 3 Arquitetura

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MEMORIAL DESCRITIVO
“(...) a nova sede do Complexo Trabalhista do TRT - 18ª Região tem importância singular.
Ela deve orientar-se pela busca de soluções que não se restrinjam apenas ao objeto
arquitetônico, mas que privilegiem a definição e qualificação do espaço público de seu
entorno”.
“(...)outra importante consideração acerca dos aspectos conceituais do Complexo
Trabalhista da 18ª Região, razão do presente concurso, é que ele deve expressar os valores
intrínsecos da intuição a qual se destina. Sua função é garantir que as relações de trabalho
se dêem na obediência dos princípios dos direitos humanos. Este é seu mais nobre
propósito. A nova sede do TRT-18ª Região deve expressar sua relevância como instituição
pública”.
A edificação existente, recém construída, a ser preservada e incorporada definitivamente ao
Complexo Trabalhista, bem como a permanência temporária de outras durante a construção
da primeira etapa, somadas à busca de preservação máxima das espécies vegetais
existentes, orientam a implantação linear e periférica das edificações do Complexo
Trabalhista do TRT de Goiânia.
Esta estratégia de implantação do Complexo visou também responder às seguintes
demandas:
- liberação de um pátio interno que desenha uma praça central interiorizada, porém aberta,
de caráter semipúblico, acessível por passarela desde a Rua Orestes Ribeiro e por
escadaria ao longo da Rua T29, acolhendo, organizando e distribuindo com clareza o
acesso de pedestres às distintas e inúmeras partes do Complexo;
- criação de edificações com racionalidade construtiva que permita aplicar variantes
tecnológicas que confiram alto grau de flexibilidade de uso, e funcionalidade espacial,
considerando corretamente as exigências de controle, organização e hierarquia dos espaços
públicos e privados da instituição;
- garantia de sustentabilidade econômica e ambiental pela utilização de materiais de
manutenção fácil e econômica, que garantam um ciclo de vida longo, bem como pela
racionalização das diversas fontes de recursos hídricos disponíveis e pelo uso extensivo dos
meios passivos de iluminação e ventilação, minimizando os efeitos do sol a partir do uso de
brises venezianados metálicos, e maximizando a ventilação natural cruzada ao longo dos
espaços de permanência prolongada.
- criação de uma imagem moderna e atemporal, que caracterize a instituição na medida da
sua relevância, ao mesmo tempo ligada às tradições e conectadas com a
contemporaneidade, destacando a sua presença na paisagem urbana em grande escala e
confirmando o “caráter singular da Instituição”;
A estratégia de implantação adotada é coerente com a premissa de construção em etapas
na medida em que permite o crescimento horizontal das edificações, neutralizando os
indesejáveis impactos negativos das obras de acréscimo, mantendo a integridade formal das
edificações em todas as etapas de construção e preservando o caráter de obra acabada.
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A implantação desenha uma grande praça a ser acessada em nível por uma passarela (cota
100,00) a partir do ponto mais baixo da rua Orestes Ribeiro, demarcada por uma inflexão
que direciona o pedestre para o interior desta praça, ou por meio de escadaria desenvolvida
ao longo da extensão da Avenida T-29. Esta praça se eleva a partir do desnível da Avenida
T-29, definindo um lugar de caráter semipúblico que promove uma transição tênue entre a
rua T-29 e os espaços interiorizados da Instituição, organizando com clareza e de maneira
hierarquizada as conexões com as diferentes partes do Complexo (vinheta com setas a
partir do hall principal). Na parte térrea, optou-se pela implantação dos equipamentos que
atendem a um maior número de pessoas, reforçando a idéia de lugar público e acessível,
que complementa a estrutura urbana adjacente, conforme definido no edital.
Considerando-se que o programa não demanda grandes espaços públicos abertos, optou-se
pela máxima ocupação da projeção permitida por pavimento, resguardando-se os índices de
permeabilidade do solo e reduzindo, na medida do possível, os deslocamentos verticais em
favor de deslocamentos horizontais tanto para uso público quanto privado. As circulações
horizontais privativas (juízes e desembargadores) e públicas são conectadas por núcleos de
circulação verticais compostos por elevadores e escadas abertas e de segurança,
articuladas de modo a garantir absoluta independência entre os espaços públicos e os
privados. Para os pavimentos tipo, a circulação do público acontece ao longo de passarelas
que margeiam o vazio interno e conectam as diversas salas de espera que dão acesso aos
espaços de atendimento público, como as varas e os gabinetes de segundo grau. A
circulação privativa dos juízes (prédio da primeira etapa) e dos desembargadores (prédio da
segunda etapa) é interiorizada e demarca claramente a divisão entre os espaços destinados
aos seus gabinetes e as estações de trabalho dos servidores, que atendem diretamente ao
público. (vinheta fluxos público e pedestre).
Delineia-se, a partir daí, um conjunto de edificações independentes, com dimensões
definidas pela demanda programática, porem totalmente articuladas em nível, segundo as
necessidades funcionais, por meio das passarelas que margeiam o vazio interno. O
Complexo consta de:
- Cota 94,45 - subsolo: estacionamento para público externo e servidores, atendendo
inicialmente ao edifício referente à primeira etapa de construção, e, posteriormente, aos
demais edifícios referentes à segunda etapa de construção, totalizando 303 vagas.
- Cota 97,23 (subsolo): auditório 400 pessoas, estacionamento exclusivo para juízes (51
vagas) , para servidores da primeira e segunda etapas de construção e público externo (103
vagas), bem como para desembargadores (58 vagas), totalizando 212 vagas.
- Cota 100,00 (térreo): abriga os espaços públicos de acolhimento como praça, restaurante,
bem como atendimento direto ao público externo da primeira etapa de construção. Esse
nível possibilita também acessos ao hall do edifício destinado aos desembargadores, bem
como acessos aos espaços de atendimento de saúde e à edificação existente, ambos
edifícios referentes à segunda etapa de construção.
Cumpre observar que durante a primeira etapa de construção serão preservados os prédios
demarcados segundo o edital, bem como o atual prédio da presidência, os quais abrigarão o
funcionamento das varas, que serão remanejadas para seus definitivos locais na finalização
dessa mesma etapa.
Cota: 104,07 (primeiro pavimento): abriga, no edifício a ser construído na primeira etapa, os
espaços destinados às associações, biblioteca e galeria de arte. Dentre os espaços
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destinados à segunda etapa de construção estão o auditório para 600 pessoas e sala de
informática no edifício a ser construído, além de Núcleo de Engenharia e Secretaria de
Orçamentos e Finanças no edifício existente.
Cota: 108,14 (segundo pavimento): abriga, no edifício a ser construído na primeira etapa, o
mezanino da biblioteca e 4 varas. Nas edificações referentes à segunda etapa estão o foyer
e dois pequenos auditórios para 60 pessoas no edifício a ser construído e Setor de
Administração e Recursos Humanos no edifício existente.
Cota: 112,21 (terceiro pavimento): abriga, no edifício a ser construído na primeira etapa,
espaços destinados a 4 varas e área de convivência dos juízes. Nos edifícios referentes à
segunda etapa, 4 gabinetes de segundo grau no prédio a ser construído e Diretoria Geral,
Diretoria de Serviço, Material e Patrimônio na edificação existente.
Cota: 116,20 (quarto pavimento): abriga, no edifício a ser construído na primeira etapa, 4
varas, e, nos edifícios referentes à segunda etapa, 4 gabinetes de segundo grau no prédio a
ser construído e área para crescimento na edificação existente.
Cota: 120,35 (quinto pavimento): abriga, no edifício a ser construído na primeira etapa, 4
varas. Nos edifícios referentes à segunda etapa, 4 gabinetes de segundo grau na edificação
a ser construída, além de área prevista para crescimento na edificação existente.
Cota: 124,42 (sexto pavimento): abriga, no edifício a ser construído na primeira etapa, 4
varas. No edifício referente à segunda etapa, 4 gabinetes de segundo grau.
Cota: 128,49 (sétimo pavimento): abriga, no edifício a ser construído na segunda etapa, STP
, Secretaria de Controle interno e Auditoria e Núcleo de comunicação.
Cota: 132,56 (oitavo pavimento): abriga, no edifício a ser construído na segunda etapa, SCJ,
DSCP, DSAJ e DSRD.
Cota: 136,63 (nono pavimento): abriga, no edifício a ser construído na segunda etapa ,
Gabinete da Presidência, Gabinete da Vice Presidência e Gabinete da Corregedoria.
SISTEMA ESTRUTURAL
A adoção do sistema estrutural buscou alcançar as qualidades essenciais de segurança,
economia, facilidade e rapidez, a partir de um conjunto de pilares de concreto moldados in
loco, lajes nervuradas de altura igual a quarenta centímetros, apoiadas nos quatro cantos
em vigas faixas com 2 metros de largura por 40 centímetros, tendo como resultado:
- a melhor distribuição dos pilares, a conciliar demandas programáticas das diversas
etapas de construção com vagas de garagem, sem transições, resultando numa
estrutura modulada com vãos internos de dez metros e vãos externos balanceados
em cinco metros, para o caso das edificações que se elevam acima do nível da praça;
- lajes com menor espessura, a conciliar a demanda de forros técnicos que abrigarão
toda a passagem das instalações, bem como eventuais dutos de ar condicionado.
A opção pela laje com nervuras a cada sessenta centímetros, em ambos os sentidos,
apresenta as seguintes vantagens:
- dispensa a utilização de formas na medida em que os moldes se apóiam diretamente
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sobre o escoramento;
economia de concreto e aço;
fácil execução, a partir da utilização de moldes de polipropileno, sob a forma de um
prisma tronco-piramidal, facilmente encontrados para aluguel.
As vigas faixas apresentam como grande vantagem a sua pequena altura, reduzindo o pé
direito e, consequentemente, gerando economia.
O conjunto de lajes e vigas serão em concreto protendido, utilizando mono cordoalhas
engraxadas, e apresenta as seguintes vantagens:
- rapidez de execução a partir do uso do concreto com resistência fck=30 MPa,
viabilizando a construção de um módulo de laje a cada sete dias;
- economia na utilização do sistema de protensão não aderente que dispensa a injeção
de caldo de cimento nas bainhas;
- redução da altura do sistema em relação ao concreto armado.
As vigas apoiarão em pilares de seção circular, em concreto armado. O concreto a ser
utilizado será de alta resistência com fck=40 Mpa, que permitirá uma redução nas
dimensões , com aumento da área útil e uma economia significativa no aço estrutural.
As regiões da escada e do poço de elevador serão utilizadas para dar rigidez a estrutura,
como um todo, no tocante às cargas horizontais. Serão utilizados pilares paredes com
grande inércia refletindo diretamente no enrijecimento da estrutura no sentido global.
ILUMINAÇÃO, CLIMATIZAÇÃO E CONFORTO AMBIENTAL
As decisões de projeto que orientaram a implantação, bem como a escolha dos materiais de
revestimento e vedação interna e externa das edificações, pautaram-se no absoluto
compromisso com as questões ambientais, no sentido de garantir condições favoráveis de
ventilação natural nos ambientes de trabalho e áreas de circulação, bem como prover as
fachadas de atenuadores solares que eliminam a necessidade de utilização de ar
condicionado, durante pelo menos seis meses do ano (junho a novembro).
As edificações periféricas, ao longo de quase todo o perímetro da quadra, criam um pátio
interno que, conforme já mencionado, caracteriza a praça, cujas fachadas ficam
naturalmente protegidas por um grande invólucro em brises horizontais venezianados de
alumínio ao longo das circulações públicas, garantindo ventilação permanente e fruição da
praça, bem como pela arborização preservada e também pelas próprias edificações das
extremidades opostas, cujas altimetrias cumprem naturalmente a função de atenuadores
solares do início da manhã e do final da tarde, com absoluta eficiência.
Para o caso das fachadas externas NE e NO, voltadas respectivamente para a avenida T1 e
para a rua T 29, optou-se pela utilização de brises verticais em alumínio. Instalados nas
bordas das lajes, quebram a radiação direta nos períodos da manhã e da tarde, direcionam
a luz difusa, garantem visibilidade e permitem o controle da insolação, particularmente
desejável nos períodos da tarde, quando faz calor durante todo o ano. Articulados e
sobrepostos a uma esquadria modulada de alumínio e vidro, são encimados por uma
bandeja horizontal de alumínio ao longo de toda a extensão da fachada, em todos os
pavimentos, que favorece a iluminação permanente e o controle da ventilação, além de
reduzir a incidência direta do calor, durante o verão, e permitir, em contrapartida, a entrada
direta do calor durante o inverno, nos espaços internos de permanência prolongada
(gabinetes dos juízes e desembargadores). (vinheta brises)
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Para o caso das fachadas externas SE e NO, voltadas respectivamente para as ruas
Orestes Ribeiro e T 51, a aplicação do invólucro de brises horizontais de alumínio, afastados
das esquadrias de alumínio e vidro das edificações, atenuam o calor e ventilam
permanentemente tais fachadas. Esta estratégia de revestimento contribui para o
envelopamento da edificação existente, a ser preservada, garantindo a preservação das
aberturas preexistentes sem comprometimento da unidade visual do Complexo do Tribunal.
MEIO AMBIENTE
Para o caso da gestão das águas, propõe-se o recolhimento e aproveitamento das águas
pluviais e condensadas para a sua aplicação a todas as demandas não potáveis, como
irrigação automática dos taludes gramados, vãos sanitários, etc. Após recolhimento, passam
por processo de filtragem, tratamento e armazenamento.
Para o caso da gestão dos esgotos, passarão por uma estação de tratamento de forma
natural e ecológica, sem uso de produtos químicos, a permitir a reutilização da água também
para fins não potáveis. Estes sistemas poderão ser modulares e acrescidos durante a
construção das etapas.
Para o caso dos materiais a serem empregados nos revestimentos, sugerimos a utilização
de produtos ambientalmente corretos como por exemplo o deck de madeira plástica
texturizada e pigmentada para a grande praça central. Apesar do aspecto vegetal, este
material é 100% reciclado, resistente a corrosão, imune a pragas, ante derrapante e
dispensa manutenção.
AR CONDICIONADO
Com as soluções de ventilação natural cruzada para os ambientes de permanência, bem
como suas respectivas proteções em relação à incidência direta do sol nos panos de vidro,
somente no verão será necessária a utilização do condicionamento destes ambientes. Os
únicos espaços internos a serem permanentemente climatizados correspondem aos
auditórios, em decorrência da necessidade do condicionamento acústico.
O sistema previsto será do tipo expansão indireta, composto basicamente por uma Central
de Água Gelada com condensação a ar, atendendo a todas as edificações, de modo a
centralizar a produção do frio, utilizando-se para isso compressores maiores de alta
eficiência energética. Está sendo proposta a instalação da CAG na cobertura da edificação a
ser construída na primeira etapa, ressaltando os devidos cuidados, para minimizar os
impactos acústicos decorrente do ruído e vibração do equipamento.
Depois de resfriada nas unidades resfriadoras líquido, a água circulará através da rede
hidráulica, alimentando as serpentinas das diversas unidades climatizadoras . Após a
retirada do calor do ambiente, a água retornará às unidades resfriadoras . Os climatizadores
farão a troca de calor local , de modo que para cada ambiente ou setor está sendo prevista a
instalação de unidades climatizadoras. Para os ambientes menores, propõe-se a instalação
de unidades climatizadoras tipo “fancolete” de ambiente, de forma a possibilitar o controle
individualizado da temperatura. Para os ambientes maiores, propõe-se está a instalação de
unidades climatizadoras tipo “gabinetes verticais”, a serem instaladas em Casas de
Máquinas, construídas exclusivamente para este fim . Em cada sistema, o ar depois de
filtrado, mecanicamente resfriado e desumidificado será conduzido aos ambientes a serem
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condicionados por meio de rede de dutos e neles insuflado através de difusores ou grelhas
dimensionados e localizados de acordo com as normas vigentes. Parte do ar insuflado
retornará ao respectivo climatizador, sendo captado através de grelhas e conduzido até à
Casa de Máquinas por meio de dutos. O ar exterior será captado através de tomada de ar,
dotada de pré-filtro e registro, permitindo fazer a dosagem adequada deste com o ar de
retorno, antes de se iniciar um novo ciclo no processo de tratamento. Para os setores
atendidos por unidades tipo “fancolete” será prevista a pressurização do ar externo.
Somente para o caso do segundo subsolo será adotado o sistema de ventilação mecânica,
com o objetivo de dar condições adequadas de uso, tornando-os limpos , isentos de poeiras,
gases, vapores ou gordura e com velocidade de deslocamento de ar dentro de padrões
normalizados .
VOLUMETRIA – EXPRESSÃO PLÁSTICA
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