39 Revista Hospital São Vicente de Paulo Médica Ciências da saúde Anestesia e autonomia do paciente em situação de urgência Anaesthesia and autonomy of the patient in an emergency situation Excesso de peso, hipertensão e sedentarismo Overweight, hypertension and sedentary lifestyle Avaliação funcional do ombro após fratura de clavícula Functional shoulder assessment after clavicle fracture Fratura do escafóide Scaphoid fracture Seguimento pós-operatório das hemiartroplastias do ombro Postoperative follow-up of shoulder hemiarthroplasties Vascularização arterial da patela Vascularization blood of patella Disgenesia gonodal Gonadal dysgenesis Osteonecrose mandibular sem extração dentária prévia em paciente idoso Osteonecrosis of the jaw without previous dental extraction in elderly Fratura luxação trans-escafoperissemilunar além do estágio IV de mayeld Fracture dislocation trans-escafoperissemilunar beyond stage IV mayeld Passo Fundo – RS Ano XVIII – Nº 39 Junho / 2014 ISSN 0103 - 4162 Revista Médica Ciências da saúde Hospital São Vicente de Paulo ISSN 0103 - 4162 EDITORIAL Escrever é compar lhar as sensações, as curiosidades, a vontade de saber de nós e da humanidade. Compar lhar é ser feliz. Os registros são a história escrita e reescrita na busca, muitas vezes, da própria iden dade. Agonistas e antagonistas são atores da comprovação ou não da hipótese alterna va. Nos diagnós cos, prognós cos, nas intervenções, nas experimentações. Desde que estamos u lizando o sistema binário como simplificado lógico e ferramenta para o tratamento dos dados, a velocidade matemá ca do raciocínio aumentou e deixamos para trás muito retrabalho. E isto se traduziu em clareza e síntese naquilo que queremos transmi r. A Revista Médica: Ciências da Saúde está inserida neste contexto e conclama a todos para par ciparem, contribuindo para a sedimentação do conhecimento. Os estudos com base populacional, randomizados ou não, estudos de experimentação de novas técnicas e ou materiais, novos medicamentos, ensaios clínicos visando geração de hipóteses e relatos de casos. As revisões da literatura bem como análise e resumo de vários estudos sobre assunto controverso são sugeridos, inclusive como trabalhos de conclusão de curso acadêmico e de pós - graduação. Uma informação puxa outra. As normas para a aceitação dos trabalhos estão publicados na Revista, o gerenciamento dos trabalhos encaminhados tem endereço eletrônico e sico, na área de ensino junto à biblioteca do Hospital São Vicente de Paulo. Há profissional disponível para orientação esta s ca e o corpo editorial trabalha como auxiliar na condução para a publicação. Almejamos ter muitos e muitos graus de liberdade. Cremos estar num caminho produ vo e que trará sa sfação pessoal para todos os que se associarem a este projeto. Norberto Toazza Duda Revista Médica Ciências da saúde Hospital São Vicente de Paulo ISSN 0103 - 4162 EDITORIAL Wri ng is to share sensa ons, the curiosi es, the will to know about us and the humankind. To share is to be happy. The records are the wri en and rewri en history in pursuit, o en, of our own iden ty. Agonists and antagonists are actors of the proff or not of the alterna ve hypothesis. In the diagnoses, prognosis, in the interven ons, in the experimenta ons. Since we are using binary system as logical simplified and instrument for the data treatment, the mathema cal speed of the reasoning has increased and we leave behind a lot of rework. And this resulted in clarity and synthesis on what we want to transmit. The Medical Magazine: Health Sciences is included in this context and we call on all to par cipate, contribu ng for the knowledge sedimenta on. The studies based on popula on, randomized or not, experimenta ons studies of nwe techniques and/or materials, new medicines, clinical tests with the objec ve of hypothesis genera on and cases reports. The literature reviews, as well as the analysis and abstract of several studies on this controversial issue are suggested, including as final academic work and graduated studies. One informa on leads to another. The norms for the acceptance of works are published in the Magazine, the management of submi ng ar cles has electronic and physical address, in the teaching area together with the Library of Hospital São Vicente de Paulo. There is a professional available for the sta s cal guidance and the Editorial Board works as an assistant in the leading for the publica on. We aim to have many, many degrees of freedom. We believe to be in the produc ve path and that will bring personal sa sfac on to all those who join this project. Norberto Toazza Duda Diretoria HSVP / Board HSVP Presidente / President Décio Ramos de Lima Vice-Presidente / Vice-President José Miguel Rodrigues da Silva Diretor Médico / Medical Director Dr. Rudah Jorge Vice-Diretor Médico / Vice Director Dr. Júlio César Stobbe Administrador / Administrator Bel. Ilário Jandir De David Chefe de Enfermagem / Head Nurse Ir. Carmelina Pellegrini Revista Médica Ciências da saúde Hospital São Vicente de Paulo Equipe editorial / Editorial Staff Editor / Editor Dr. Alexandre Pereira Tognon Coordenador do CPPG / CPPG Coordinator Dr. Hugo Roberto Kurtz Lisboa Gerente de Projetos do CPPG / CPPG Project Manager Dra. Rejane Eliete Luz Pedro Conselho Editorial / Scientific Council Dr. Antônio Lourenço Severo Dr. Ferdinando De Conto Dr. Hugo Roberto Kurtz Lisboa Dra. Karen Oppermann Dr. Luiz Eduardo Schardong Spalding Dr. Norberto Toazza Duda Dr. Paulo Roberto Reichert Dra. Rejane Eliete Luz Pedro Dr. Ronaldo André Poerschke Colaboradores / Collaborators Dr. Ferdinando De Conto Dileta Cecchetti Tradução / Translation Bianca Portella Valéria Sumye Milani Editoração eletrônica / Electronic editing - Comunicação Social HSVP Correspondências / Correspondences REVISTA MÉDICA: Ciências da Saúde - HSVP Hospital são Vicente de Paulo www.hsvp.com.br/revista Rua Teixeira Soares, 808 CEP: 99010.080 | Passo Fundo/RS E-mail: [email protected] Telefone: 55 xx (54) 3316.4095 MEDICAL MAGAZINE: Health Sciences - HSVP Hospital São Vicente de Paulo www.hsvp.com.br/revista 808, Teixeira Soares Street Zip Code: 99010.080 | Passo Fundo/RS E-mail: [email protected] Telephone: 55 xx (54) 3316.4095 ISSN 0103 - 4162 | Ano XVIII | Volume 39 | Junho 2014 Sumário ARTIGO - ARTICLES 09 Anestesia e autonomia do paciente em situação de urgência: Análise qualita va. 18 Anaesthesia and autonomy of the pa ent in an emergency situa on: a qualita ve analysis. Thaisa Buraschi Sene, Mariana Lourenço Lino, Ricardo Alessandro Teixeira Gonsaga, Rodrigo Tavares Corrêa, Eduardo Marques da Silva, Terezinha Soares Biscegli 26 Excesso de peso, hipertensão e sedentarismo: fatores de risco no norte do Rio Grande do Sul. 33 Overweight, hypertension and sedentary lifestyle: risk factors in northern state of Rio Grande do Sul. Natasha Cibelle Rodegheri, Ta ane Basso, Vanessa Ramos Kirsten 40 Avaliação funcional do ombro após fratura de clavícula em pacientes atendidos no IOTRS. 44 Func onal shoulder assessment a er clavicle fracture of pa ents assisted at the IOTRS. Carlos Cas llo, Osvandré Lech, Antônio L. Severo, Paulo Piluski, Marcelo Lemos 48 Fratura do escafóide. Um estudo epidemiológico preliminar 52 Scaphoid fracture: a preliminary epidemiological study Antônio L. Severo, Alexandre Dall Bosco, Leonardo D. A. Rodrigues, Raimundo Araújo Filho, Marcelo B. Lemos, Paulo C. F. Piluski, Osvandré L. C. Lech 56 Seguimento pós-operatório das hemiartroplas as do ombro 63 Postopera ve follow-up of shoulder hemiarthroplas es Carlos Humberto Cas llo Rodriguez, Paulo César Faiad Piluski, Christofer Stoffel, Osvandré Canfield Lech, Leandro de Freitas Spinelli 70 Vascularização arterial da patela 75 Vasculariza on blood of patella José Saggin, André Kuhn, Osmar Valadão Lopes Jr, Paulo Renato Saggin, Daniel Leonardo Tussi Nicolodi 80 Disgenesia gonodal: relato de dois casos clínicos dis ntos 84 Gonadal dysgenesis: report of two different clinical cases Karen Oppermann, Rafael Buffé, Diego Zambonin, Mariana Fávero Colombi, Anita Moro 88 Osteonecrose mandibular sem extração dentária prévia em paciente idoso: relato de caso 94 Osteonecrosis of the jaw without previous dental extrac on in elderly: a case report Bruna Lodi Souza, Jamile Tams Scorsa o, Li ane Paludo De Conto, Carolina Cucco, Rodrigo Vilarroel, Ferdinando De Conto 100 Fratura luxação trans-escafoperissemilunar além do estágio IV de Mayfield. Estudo preliminar. Proposta de nova 105 classificação. Fracture disloca on trans-escafoperissemilunar beyond stage IV mayfield. Preliminary study. Proposal for a new classifica on. Antônio Lourenço Severo, Rulby Deisy Puentes, Tomás P. Prado, Marcelo B. Lemos, Paulo C. F. Piluski, Osvandré L. C. Lech 110 NORMAS DE PUBLICAÇÃO 112 REQUIREMENTS FOR PUBLICATIONS Anestesia e autonomia do paciente em situação de urgência: Análise qualitativa ANAESTHESIA AND AUTONOMY OF THE PATIENT IN AN EMERGENCY SITUATION: A QUALITATIVE ANALYSIS RESUMO Par cipação dos autores no ar go Thaisa Buraschi Sene e Mariana Lourenço Lino par ciparam do planejamento do estudo, coleta de dados, análise esta s ca e redação final do ar go. Ricardo Alessandro Teixeira Gonsaga par cipou do planejamento e orientação do estudo, análise esta s ca e redação final do ar go. Rodrigo Tavares Corrêa par cipou do planejamento do estudo e redação final do ar go. Therezinha Soares Biscegli realizou a conferência dos dados (validação interna) e revisão final do texto. Todos os autores leram e aprovaram o presente ar go. Fonte de financiamento Ar go produzido com resultado do programa “Cremesp de Bolsas para Estudantes de Medicina na Área de É ca Médica” 2011 Thaisa Buraschi Sene¹ Mariana Lourenço Lino¹ Ricardo Alessandro Teixeira Gonsaga² Rodrigo Tavares Corrêa³ Eduardo Marques da Silva4 Terezinha Soares Biscegli4 Graduação¹ Mestre² Especialista e pós-graduado em anestesia regional³ Especialista4 Faculdades Integradas Padre Albino Curso de Medicina – Catanduva/SP, Brasil Correspondências: Ricardo Alessandro Teixeira Gonsaga Rua Al nópolis, 690 - Agudo Romão Catanduva/SP – Brasil. E-mail: [email protected] Introdução: as unidades de urgência são importante observatório das condições do sistema de saúde. A relação médico-paciente, depositada em bases humanitárias, é cas e legais, garante um correto diagnós co e tratamento. O consen mento informado é uma das condições indispensáveis dessa relação, o respeito à autonomia dos pacientes. A autonomia inclui a autodeterminação, pensar e agir de maneira independente, porém as doenças colocam a integridade e a tomada de decisões em risco, condições da qual o médico deve promover a par cipação a va do paciente. Obje vo: discu r as condutas médicas, em especial a anestesiologia, junto à pacientes subme dos aos procedimentos cirúrgicos de urgência rela va, sob a perspec va é ca. Métodos: pesquisa qualita va-descri va, realizada através de entrevista individual, semi-estruturada, com o paciente subme do à colecistectomia tradicional, em um Hospital Escola. Foram entrevistados 43 pacientes quanto às percepções na relação médico-paciente e seus conflitos bioé cos. Foi encontrado predominância do gênero feminino, com idade média de 50,8 anos, primeiro grau escolar completo e renda familiar de 1 a 2 salários mínimos. Conclusão: a relação anestesista e paciente do setor de urgências do hospital de referência tem como caracterís ca o anonimato. No momento da urgência, o doente se depara com o desconhecido médico e hospital e não raramente, reage com agressividade. Unitermos: Autonomia, bioé ca, epidemiologia, anestesiologia. Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 09 Anestesia e autonomia do paciente em situação de urgência: Análise qualitativa. INTRODUÇÃO Os anestesiologistas são profissionais que exercem sua especialidade em um "processo agudo", com intervalo de segurança muito pequeno, o que não lhes permite muitas divagações filosóficas. Contudo, deveriam começar a se preocupar cada vez mais com a é ca se pretendem sobreviver no mercado de trabalho e ter êxito nas inúmeras cobranças às quais todos os médicos são subme dos hoje em dia. A é ca é um dos mecanismos de regulação das relações sociais dos indivíduos que tem como obje vo garan r a coesão social e harmonizar os interesses individuais e cole vos¹. Com o baixo inves mento em estratégias de promoção da qualidade de vida e saúde, as urgências cons tuemse em um observatório da condição de saúde da população e da atuação do sistema de saúde. É nelas onde primeiro se mostram os agravos inusitados à saúde, sendo, portanto, importante fonte de informação para as ações de vigilância¹. Para adequado atendimento médico em unidades de urgência necessita-se de conhecimento amplo de medicina interna e cirurgia, capacidade de improvisação tá ca em diversas situações inesperadas, larga experiência médica e dedicação ininterrupta daqueles que nelas atuam. Além disso, acrescente-se a necessidade da aplicação dos fundamentos é cos e morais, sobretudo da solidariedade, num ambiente no mais das vezes tumultuado e desafiador. Sabe-se que o desenvolvimento das ciências médicas e das novas técnicas de diagnós co e tratamento contribui para o crescimento de um modelo biomédico centrado na doença, que dificulta a par cipação a va do paciente, muitas vezes nem considerado na tomada de decisão e informação. Na perspec va da humanização, o paciente deve ser visto em sua totalidade, fazendo-se necessária a mudança do foco de atenção da doença para a atenção integral ao paciente, considerando a singularidade da sua dimensão como sujeito ²,³. O Código de É ca Médica (CEM), sempre se preocupou em garan r os direitos do paciente, o qual determina, dentre outras garan as, a observação ampla da autonomia do paciente. Corroborando esse arcabouço legal referente aos direitos do paciente, o Ministério da Saúde divulga um documento oficial, a Car lha dos Direitos do Paciente, no qual recomenda que, no âmbito do atendimento do SUS, o usuário tenha garan do o seguinte: acesso ao tratamento; respeito e dignidade; privacidade e confidencialidade; segurança pessoal; iden dade; informação e 4 consen mento . O CEM representa um pacto resultante de visões de diferentes profissionais, incluindo a sociedade civil, no lidar com o conhecimento, a atualização e novas competências no âmbito da saúde. Ressalta-se, no contexto maior do Código de É ca Médica, o surgimento da iden dade do médico como orientador e parceiro do paciente, a par r de uma visão não só biológica, mas fundamentalmente humanista. Para tanto, o médico deve estar preparado para o atendimento ao paciente, enxergando-o como ser integral dotado de sen mentos, expecta vas e com direito a decisões que lhe 5-7 garantam dignidade na vida . O Consen mento Informado é um elemento caracterís co do exercício da medicina, não apenas uma doutrina legal, mas um direito moral dos pacientes que gera obrigações para os médicos. Desta forma, é impossível falar de Consen mento Informado sem abordar o princípio da autonomia de vontade na conduta do paciente, sendo este agente único de seus próprios atos e vontades8,9. Nas urgências rela vas e absolutas não é frequente, seja pela própria situação, seja pelo absoluto desconhecimento dos atores envolvidos no processo, a obtenção de um documento de Consen mento Informado. Obter o consen mento do paciente é um dever do médico expresso no ar go 22, do capítulo IV, do CEM, que determina que é vedado ao médico “Deixar de obter consen mento do paciente ou de seu representante legal após esclarecê-lo sobre o procedimento a ser realizado, salvo em caso de risco iminente de morte6”. No Estado de São Paulo, por força da lei estadual nº 10.241 de 17 março de 1999, é direito dos pacientes que u lizam o serviço de saúde “consen r ou recusar, de forma livre, voluntária e esclarecida, com adequada informação, procedimentos diagnós cos ou terapêu cos a serem nele realizados10”; O direito ao consen mento informado remonta, historicamente, a uma decisão inglesa, de 1767, no caso Slater versus Baker & Stapleton11. O tribunal inglês responsabilizou dois médicos que, sem o consen mento do paciente, quebraram um osso da perna de um enfermo para tratar de uma fratura mal consolidada. No início do século XX, o Poder Judiciário norte-americano passa a discu r a Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 10 Anestesia e autonomia do paciente em situação de urgência: Análise qualitativa. autonomia das pessoas no tocante aos cuidados com a saúde e, em 1914, no caso Scholoendorff versus Society of New York Hospital, fica assentada a ilicitude do comportamento do médico – e a consequente possibilidade de se pleitear indenização –, no caso de adoção, sem o consen mento do paciente, de um procedimento cirúrgico. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, as Cons tuições europeias proclamam o respeito à dignidade da pessoa humana e, em 1947, surge no Código de Nuremberg o conceito de “consen mento voluntário”. Apesar de voltado a disciplinar os direitos das pessoas subme das a experimentos, como uma resposta às atrocidades come das por médicos nos campos de concentração nazistas, o Código de Nuremberg é um marco na relação médico-paciente, na medida em que garante às pessoas o direito de se submeter a um tratamento médico apenas se voluntariamente manifestar seu consen mento12. A autonomia inclui a capacidade para a autodeterminação, para resis r a pressões sociais, para pensar e agir de maneira mais independente. A relação entre os membros de uma família, no cuidado domiciliar durante o processo da doença, é man da, existe uma autonomia em ocupar o seu espaço, ou seja, cada um ocupa uma posição na estrutura familiar. Durante a hospitalização, os papéis estão predefinidos, uns são doentes, outros acompanhantes e os profissionais de saúde, os mandantes. Todos subme dos a regras elaboradas para garan r o andamento do serviço, o que nem sempre significa o melhor para quem está hospitalizado. Um estudo realizado com pacientes hospitalizados revelou que o nível de autonomia dos mesmos quando internados era muito baixo, ficando os mesmos submissos às 13 decisões de terceiros . O Consen mento Informado é a expressão prá ca do respeito à autonomia das pessoas, e parece incrível que um direito tão elementar tenha passado a ser discu do e norma zado somente na década de 1940. A incorporação desse referencial bioé co na prá ca médica e nos códigos de é ca demorou mais algum tempo e, ainda hoje, pode-se dizer com segurança que muitos profissionais con nuam mantendo uma prá ca médica com 14 forte cunho paternalista . Atualmente podemos ver nos hospitais um distanciamento entre avanço técnico-cien fico e a dimensão humanizadora da assistência, como se ambos vessem que caminhar separadamente. Prá cas como, o acolhimento, a in midade e a naturalidade nas relações de ajuda, que resgatam a dimensão humana na assistência, devem se efe var em um contexto de eficiência técnica e especializada15. Em situações de urgência e principalmente em hospitais públicos, não é possível escolher o médico que irá realizar o atendimento, já que o sistema consiste, na maioria, em plantões, com médicos diferentes a cada turno. Pacientes transformam-se em fichas de atendimento e médicos em meros técnicos de saúde, ambos envoltos numa atmosfera de insegurança e a tudes defensivas. A relação entre médicos e pacientes, assentada em bases humanitárias, é cas e legais, garante a melhor relação interpessoal e favorece o correto processo diagnós 16 co e terapêu co . Dessa forma, pretende-se apresentar e discu r os aspectos de conduta da equipe médica, em especial os anestesiologistas, e da conjuntura hospitalar que ferem os aspectos é cos no trato com os usuários, com ênfase na autonomia e termo de consen mento dos pacientes subme dos a um procedimento cirúrgico de urgência. MÉTODOS Estudo transversal, do po qualita vodescri vo 17-20 . A pesquisa descri va tem como principal obje vo à descrição das caracterís cas de determinadas populações ou fenômenos, como também a descrição de um processo numa organização, o estudo do nível de atendimento de en dades, levantamento de opiniões, a tudes e crenças de uma população entre outros aspectos. Foi adotada como referencial metodológico à teoria das representações 21 22 sociais (TRS), descrita por Moscovici , que apresenta grande aderência aos objetos de estudos na área da saúde por conseguir apreender os aspectos subje vos que permeiam os problemas inerentes à área. Para conhecer e descrever os significados sobre as considerações do médico em relação ao paciente e avaliar sua a tude no que diz respeito às urgências em saúde, sob o referencial da TRS, o discurso do sujeito cole vo (DSC) cons tuiu o método analí co escolhido, por permi r a aproximação com o fenômeno em estudo23. Após assinatura do termo de consen mento livre e esclarecido, foram realizadas entrevistas Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 11 Anestesia e autonomia do paciente em situação de urgência: Análise qualitativa. individuais, semi-estruturada, com 43 pacientes. Para o cálculo dessa amostra foi u lizado o fechamento amostral por saturação teórica24-26, que é operacionalmente definido como a suspensão de inclusão de novos par cipantes quando os dados ob dos passam a apresentar, na avaliação do pesquisador, uma certa redundância ou repe ção, não sendo considerado relevante persis r na coleta de dados. A coleta de dados foi realizada de junho a novembro de 2011. Os par cipantes do estudo foram os pacientes subme dos a procedimento cirúrgico de urgência rela va, colecistectomia tradicional, por representar, na visão dos pesquisadores, um procedimento ro neiro, realizado em todos os turnos do plantão da clínica cirúrgica e ainda por propiciar tempo hábil para uma avaliação clínica (préoperatória), orientações e coleta do termo de consen mento livre e esclarecido. Os procedimentos cirúrgicos foram realizados no Hospital Escola Padre Albino na cidade de Catanduva/SP. As entrevistas foram realizadas entre o quinto e sé mo dia de pósoperatório, durante o retorno do paciente ao Ambulatório de Cirurgia de Urgência e Trauma, do Hospital Escola Emílio Carlos na cidade de Catanduva/SP. As entrevistas inves garam as percepções apresentadas quanto à relação médico-paciente e seus inerentes conflitos bioé cos. Cada entrevista foi gravada e transcrita para análise. As questões é cas deste trabalho foram elaboradas de acordo com o Código de É ca Médica em vigência. Para a análise e apresentação dos resultados foi u lizado o discurso do próprio entrevistado (P) redigido na primeira pessoa do singular, composto por expressões-chave (ECH), que veram as mesmas ideias centrais (IC) e mesma ancoragem (AC), obedecendo-se rigorosamente a ordem das seguintes etapas: 1ª: as respostas foram ouvidas várias vezes, e só após melhor compreensão da ideia geral do discurso, foram literalmente transcritas; 2ª: leitura geral das respostas de cada entrevistado, seguida da leitura separada de todas as respostas para a questão analisada; 3ª: transcrição das respostas para cada questão, em ordem numérica crescente, sendo marcadas as ECH em itálico e indicadas as IC que representaram a descrição das ECH. 4ª: transcrição individual de cada ideia central com suas respec vas ECH; 5ª: extração do tema de cada uma das perguntas, agrupando-se suas respec vas IC. Finalmente, construção dos DSC separadamente de cada ideia central, com suas respec vas ECH. Após a tabulação pelo DSC e ECH , os sujeitos da pesquisa foram agrupados em forma de banco de dados u lizando o programa de computador Epiinfo® versão 3.5.1. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram realizadas 43 entrevistas, sendo que todas foram gravadas e analisadas seguindo-se rigorosamente os critérios estabelecidos no método. Dos pacientes estudados, 75% eram do gênero feminino, com idade média de 50,8 anos para mulheres e 49 para homens. Grau de escolaridade com maior prevalência foi 1º grau completo (54,3%) e renda familiar de 1 a 2 salários mínimos (63,6%). Com relação às questões analisadas, optou-se por apresentar resultados e discussão associados, pois este po de narra va favorece a descrição dos trabalhos qualita vos27. Para facilitar a compreensão do leitor o texto foi subdividido de acordo com a questão analisada, relacionadas a seguir: A) “Ao chegar ao hospital, na unidade de urgência, como você foi informado pela equipe cirúrgica sobre a sua doença?” A análise do discurso comum apresentou duas ideias centrais: Fui bem informado (90,7%) e Não fui bem informado (9,3%). Segundo Crepaldi28, mesmo com tanta busca por uma medicina humanizada, as prá cas con nuam submetendo as pessoas doentes e seus familiares a situações de constrangimento e desconsideração, esquecendo-se do que deveria ser o obje vo primeiro da função hospitalar, que é resgatar a saúde e dignidade dos cidadãos. O paciente e sua família nem sempre são informados sobre o que vai ocorrer no hospital, sem contar que em muitas ocasiões o doente não é consultado sobre se aceita ou não ser subme do a certos procedimentos, ou que sua família possa decidir por ele quando está impossibilitado de fazê-lo, o que pode ser visto nos seguintes depoimentos: “... me levaram lá para dentro e não me falaram nada”( P nº 26); Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 12 Anestesia e autonomia do paciente em situação de urgência: Análise qualitativa. “Não me disseram nada direito; foi tudo muito rápido” ( P nº 29); “Só falaram que deu uma complicação, quando vi já estava sendo operada” (P nº 35); O contato médico-paciente é uma relação altamente específica porque a presença ou a possibilidade da doença a dota de caracterís cas dificilmente encontráveis em qualquer outra relação humana. A todo instante são colocadas diante do médico a imprevisibilidade do ser humano, as imperfeições da ciência, as suas próprias limitações, a realidade da dor e os ques onamentos sobre a morte. Essa angús a se repete em cada contato com um novo paciente e só não é evidenciada porque o médico, ao vivê-la repe damente, elabora mecanis29 mos, nem sempre, para confrontá-la . As doenças graves colocam em risco a própria integridade do ser humano. Segundo Drane e 30 Pessini , "a doença é o inimigo do agir, da liberdade e da autodeterminação" e, "na doença grave, sofre-se um amplo agravo, acompanhado de uma devastadora perda do poder de remediar o agravo sofrido". Dessa forma, se a escolha, a inicia va, a tomada de decisões e a responsabilidade são influenciadas pela enfermidade de que sofre o paciente, o médico tem o dever de promover e es mular a par cipação do paciente nas decisões diagnós cas e terapêu cas e es mular a autodeterminação de seu paciente. B) “Foi oferecido ao senhor(a) (ou familiares) um termo de consen mento com o diagnós co, prognós co e possibilidades de tratamento?” O Consen mento Informado é um elemento caracterís co do atual exercício da medicina, não é apenas uma doutrina legal, mas um direito moral dos pacientes que gera obrigações para os médicos8,9. O Consen mento Informado cons tui direito do paciente de par cipar de toda e qualquer decisão sobre tratamento que possa afetar sua integridade psico sica, devendo ser alertado pelo médico dos riscos e bene cios das alterna vas envolvidas, sendo manifestação do reconhecimento de que o ser humano é capaz de escolher o melhor para si sob o prisma da igualdade de direitos e oportunidades. Sendo assim, obje vou-se com a questão conhecer a realidade e efe vidade desse documento frente a uma situação de urgência médica. Do total de entrevistados, 72,1% alegaram que não veram ciência de nenhum termo de consen mento. No entanto, são normas hospitalares que todos os pacientes admi dos no serviço assinem obrigatoriamente o termo de consen mento juntamente com os papéis da internação hospitalar. Assim, este resultado discrepante dá margem a uma interessante discussão sobre a compreensão por parte dos pacientes do que estão assinando. Esse conflito pode ser observado nos relatos a seguir: “... me mandaram assinar um papel mas não me explicaram nada (P nº 10)” “... eu assinei, mas do jeito que eu estava não queria saber de nada (P nº 15)” Entre os elementos de validade do Consen mento Informado talvez a informação seja um dos mais importantes, mo vo pela qual deve ser clara, obje va e em linguagem compa vel com o receptor. O normal é a ignorância quanto aos termos técnicos, devendo o médico evitar u lizá-los, salvo em situações autorizadas pelo nível intelectual do paciente receptor. Dessa forma, o médico deve ser pontual, escolhendo quais informações são importantes para a decisão do paciente, não devendo se ater mais aos bene cios do que aos riscos, sob pena de responder por omissão de dado relevante. A ponderação de qual linguagem e quan dade de informação a ser repassada há que considerar o grau de entendimento do paciente, assim como a gravidade da intervenção a ser efe vada. A principal importância da informação é munir o paciente de elementos básicos à sua decisão. É bom ressaltar a importância da informação para validade do consenmento, pois na hipótese de submissão do paciente ao tratamento médico por insuficiência de esclarecimento dos dados, inválido será o Consen mento Informado31. O não fornecimento das informações necessárias ao paciente é entendido como negligência, passível de responsabilização (negligência significa o descuido, a não observância de regras 32 técnicas ou mesmo administra vas ). Entretanto, podemos observar em relato único de um paciente, o que deveria ser a ro na do serviço: “Sim, eu lí e assinei”(P nº 33) A boa prá ca médica atual con nua baseada na observação dos conceitos hipocrá cos beneficência, não maleficência, respeito à vida, a confidencialidade e à privacidade, acrescidos do respeito à autonomia Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 13 Anestesia e autonomia do paciente em situação de urgência: Análise qualitativa. do paciente, o seu direito em receber todas as informações e par cipar mais a vamente do seu 33 tratamento . Somente com o devido esclarecimento do paciente, através das informações passadas pelo médico é que se pode fortalecer a relação médicopaciente, garan ndo a autonomia do mesmo. C) “Você foi informado sobre os riscos cirúrgicos?” A análise do discurso comum apresentou duas ideias centrais: Sim (16,3%) e Não (83,7%). Segundo 16 Pereira , intervenções invasivas e de risco muitas vezes são mal informadas aos pacientes ou familiares, e a falta de ambiente próprio para a troca de informações confidenciais impede uma maior aproximação entre ambos, o que pode ser observado nas expressões: “O médico disse que não teria problema algum” (P nº 13) “Para mim não falaram nada; só se falaram para minha esposa” (P nº 27) “Somente na anestesia, mas aí, já estava lá” (P nº 29) Podemos observar no ar go 34 do capítulo V do CEM “é vetado ao médico deixar de informar ao paciente o diagnós co, o prognós co, os riscos e os obje vos do tratamento, salvo quando a comunicação direta possa lhe provocar dano, devendo, nesse caso, fazer a comunicação a seu representante 6 legal ”. Portanto a não informação sobre os riscos de uma cirurgia é um desrespeito a autonomia do paciente e vai contra as normas legais vigentes. Todo indivíduo tem o direito de consen r ou recusar propostas de caráter preven vo, diagnós co ou terapêu co que tenham potencial de afetar sua integridade sico-psíquica ou social, cabendo ao 33 médico dar essa opção ao paciente . D) “A equipe de anestesiologia se apresentou e explicou os procedimentos anestésicos?” No cuidado anestésico, o principal bene cio oriundo do acolhimento realizado pelo anestesiologista cons tui, dentre outros, a oportunidade de esclarecer dúvidas do paciente no que diz respeito ao procedimento e aos seus temores em relação à anestesia, suscitando assim um processo comunica vo e terapêu co. Os modelos comunicacionais estão relacionados ao espaço terapêu co, aos aspectos do paciente, como sintoma, expecta va, medos, ansiedades e estresse34. Sendo assim, obje vou-se com a pergunta conhecer a relação anestesiologista-paciente com ênfase no momento pré-anestésico observando as carências é cas frente a uma situação de urgência médica. Do total de entrevistados, 63% alegam não terem sido informados sobre o procedimento anestésico e muitos nem sequer nham sido apresentados ao anestesista. Essa situação pode ser observada nos relatos a seguir: “Eu via muita gente mas não conhecia ninguém....fiquei assustada” (P nº4) “Não... e eu estava muito nervosa porque tenho muito medo de morrer na anestesia” (P nº8) Quanto ao direito de informação, o médico, ao se comunicar com o paciente, deve demonstrar segurança e confiança, tendo em mente que ele tem direito a informações claras, simples e compreensivas, adaptadas à sua condição sociocultural. Na comunicação com o paciente faz-se necessário o uso de uma linguagem de compreensão clara, sem nunca fugir da verdade, respeitando-se o ritmo do paciente, sem produzir desesperança nem ferir a sua autoes ma. Os anestesiologistas, profissionais de grande importância na abordagem do processo saúdedoença, especialmente por exercer sua prá ca profissional envolvendo pessoas fragilizadas que precisam ser acolhidas, apontam a importância de se valorizar a abordagem humanís ca no atendimento a esses indivíduos, apesar de, em alguns casos, evidenciarem que tal abordagem ainda é realizada de 35 modo incipiente e precisa ser melhorada . Sabe-se que um dos principais medos do paciente está relacionado ao procedimento anestésico. Isto faz do profissional anestesiologista uma peçachave no cuidado do paciente, pois desmi fica as técnicas e medicamentos que serão u lizados, garan ndo, assim, a tranquilidade, a colaboração e a sa sfação do cliente36. No presente estudo, 37% es veram sa sfeitos com a abordagem do anestesista e se sen ram seguros, como podemos observar a seguir: “ele (médico anestesista) se apresentou... e falou comigo. Aí eu fui ficando mais calma.” (P nº5) A chegada de uma pessoa que necessita de Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 14 Anestesia e autonomia do paciente em situação de urgência: Análise qualitativa. cirurgia no centro cirúrgico é sempre precedida da sensação de medos do desconhecido, do ambiente estranho, da cirurgia, do resultado pós-operatório, da anestesia, das alterações da imagem corporal, enfim, medo da morte. Assim, a necessidade de receber informação, atenção e apoio, como um cuidado especial, é imprescindível, até porque sua percepção está, muitas vezes, aguçada tentando captar algo que possa estar interferindo ou que venha a interferir na sua dita operação. São situações como essas, que podem aumentar os seus temores e, consequentemente, sua ansiedade e insegurança, frente à 37 perspec va imediata da cirurgia . Portanto, para que o atendimento nas urgências seja feito dentro dos padrões técnico-cien ficos e é cos, urge a necessidade de se implementar medidas concretas visando o desafogamento do trabalho nestas unidades, implementando medidas básicas de atendimento e esclarecimento da população, para que os sofrimentos agudos de pacientes e familiares sejam minimizados. Por seu turno o médico deve também assumir a sua parcela de contribuição, comprome do com o bem estar social, atuando em favor da saúde e da vida do paciente, desta forma, zelando pelo pres gio e bom conceito da profissão que abraçou. CONSIDERAÇÕES FINAIS A relação médico paciente no setor de urgências especialmente nos hospitais públicos tem como caracterís ca o anonimato; médico e paciente encontram-se pela vez e quase sempre, de maneira recíproca, um não sabe o nome do outro. No momento da urgência, e temeroso pelo que se passa, o doente geralmente se depara com o desconhecido médico e hospital, sente-se inferiorizado e, não raramente, reage com agressividade. Embora o tempo para o atendimento seja escasso, nada impede o médico de u lizá-lo com educação e 38 cortesia . As prá cas de comunicação ainda são desafio à construção de uma cidadania social em nossa 39 sociedade. Para Romano , há muito que caminhar neste campo; o processo de comunicação do conhecimento é tão ou mais complexo que o processo de invenção do conhecimento. Como resultado prá co desta pesquisa, houve sensibilização dos gestores e responsáveis técnicos, principalmente dos profissionais médicos envolvidos com o ensino da ins tuição (graduação e especialização através da modalidade de residência médica em anestesiologia). Os hospitais escola sede da Pesquisa, vinculados ao Curso de Medicina e Enfermagem estão em processo de reformulação e implantação de normas, bem como se adaptando à ro na de educação con nuada e permanente para todo o corpo clínico, reconhecendo a necessidade da humanização e do correto tratar com os pacientes e até inovando no fornecimento de um termo de consen mento livre e esclarecido para cada procedimento médico invasivo necessário ao paciente, abandonando assim os termos impressos e padronizados, com palavras técnicas ou ausência de qualquer informação relevante ao tratamento do paciente. O termo será individualizado, pertencente somente ao paciente, não podendo ser u lizado em larga escala como meros folhetos informa vos ou em alguns casos, desinforma vos. Atualmente um tema que vem ganhando força é o testamento vital. Neste po de documento o paciente expressa sua vontade antecipadamente, em quais procedimentos quer ser subme dos e especialmente vetando tratamentos específicos em casos de urgências, tais como a “ordem para não reanimar”, colostomias, cirurgias palia vas em detrimento a tratamentos conservadores. O testamento vital é uma realidade nos Estados Unidos da América do Norte e em alguns países europeus, e está em processo de discussão e implementação nos países la noamericanos40. Ressaltamos que este estudo apresenta limitações ao nível da validade interna, uma vez que foi analisada uma amostra representa va de uma única clínica. Entretanto, estudos comprovam que esta realidade é igual ou pior em outras especialidades e setores dos hospitais brasileiros41. Quando a limitações ao nível externo, as variáveis estranhas não podem ser controladas na medida em que a temá ca abordada é influenciada por aspectos subje vos como a cultura, a educação, os sen mentos, as emoções, as crenças e os valores – os quais influenciam o posicionamento do paciente entrevistado. A validade externa também está condicionada, pois não nos é possível generalizar locais ou amostras que não as estudadas, permi ndo apenas a transferência 42 de conclusões para realidades semelhantes . Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 15 Anestesia e autonomia do paciente em situação de urgência: Análise qualitativa. REFERÊNCIAS 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. Fortes PAC – É ca e Saúde. 1ª Ed. São Paulo. Pedagógica e Universitária. 1998; 25-36. Pinho LB, Kantorski LP. Refle ndo sobre o contexto psicossocial de famílias de pacientes internados na unidade de emergência. Ciênc Enferm. 2004; 10(1):67-77. Silva MJP. 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Thaisa Buraschi Sene¹ Mariana Lourenço Lino¹ Ricardo Alessandro Teixeira Gonsaga² Rodrigo Tavares Corrêa³ Eduardo Marques da Silva4 Terezinha Soares Biscegli4 Gradua on¹ Masters² Specialist and post-graduate in regional anesthesia³ Specialist4 Faculdades Integradas Padre Albino Medicine School – Catanduva/SP, Brasil Correspondences: Ricardo Alessandro Teixeira Gonsaga Rua Al nópolis, 690 - Agudo Romão Catanduva/SP – Brazil E-mail: [email protected] Introduc on: emergency units are important observatories for condi ons related to the health system. The doctor-pa ent rela onship, based on humanitarian, ethical, and legal grounds, ensures correct diagnosis and treatment. The informed consent is an impera ve requirement for this rela onship, regarding the autonomy of pa ents. Autonomy includes self-determina on, thinking and ac ng independently, however diseases put integrity and decision-making at risk, which are condi ons the physician should encourage the ac ve par cipa on of pa ents. Objec ve: to discuss the medical decisions, especially anesthesiology, along with pa ents undergoing emergency surgeries, under the ethical perspec ve. Methodos: descrip ve and qualita ve research, performed through semi-structured individual interview with pa ents who had undergone tradi onal cholecystectomy at a teaching hospital. Forty-three pa ents were interviewed about the percep ons regarding doctor-pa ent rela onship and its bioethical conflicts. The predominance found was for female gender, mean age of 50.8 years, basic educa on complete, and family income of 1-2 minimum wages. Conclusion: the anesthe st-pa ent rela onship in the emergency room of the referred hospital is featured by anonymity. At the me of emergency, the pa ent is faced with the unknown doctor and hospital, and o en reacts aggressively. Keywords: Autonomy, bioethics, epidemiology, anesthesiology. Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 18 Anaesthesia and autonomy of the patient in an emergency situation: A qualitative analysis. INTRODUCTION Anesthesiologists are professionals who perform their exper se in an “acute process”, with a very small safety interval that does not allow many philosophical digressions. However, they should be increasingly concerned with ethics if they intend to survive in the workplace and be successful in front of the several pressures to which every physician is currently subjected. Ethics is one of the regula ng mechanisms of social rela ons of individuals, and aims to ensure social cohesion and conciliate individual and collecve interests¹. With low investment in promo on strategies for quality of life and health, emergencies are given as observatories of the health condi on of the popula on, and the opera on of the health system. It is where unexpected aggrava ons to health first appear; therefore emergencies are an important source of informa on to surveillance ac ons¹. For proper medical assistance in emergency units, a wide knowledge of internal medicine and surgery are required, as well as the ability for tac cal improvisaon in several unexpected situa ons, extensive medical experience, and con nuous dedica on from those who perform it. Moreover, the need of applying ethical and moral grounds should be added, mainly regarding solidarity, in a mostly troubled and challenging environment. The development of medical sciences and new diagnosis and treatment techniques contributes to the development of a biomedical model focused on the disease, hindering the ac ve par cipa on of the pa ent, who is o en not even considered in the decision-making process and informa on. In the perspec ve of humaniza on, the pa ent should be seen as a whole, which requires changing the focus of a en on from the disease to full a en on to pa ents, considering the singularity of their dimension as a subject2,3. The Code of Medical Ethics (CME) has always been concerned in ensuring pa ent rights, which determines extensive observa on of the autonomy of the pa ent, among other guarantees. Confirming this legal outline regarding pa ent rights, the Health Department releases an official document - the Pa ent Rights Booklet, which recommends that users are granted the following guarantees, under the assistance of the Brazilian Unified Health System (SUS): access to treatment, respect and dignity, privacy and confiden ality, personal safety, iden ty, 4 informa on and consent . The CME represents a pact resul ng from standpoints of different professionals, including civil society, on handling knowledge, updated and new skills in the health field. The wider context of the Code of Medical Ethics highlights the iden ty of the physician as an adviser and partner of the pa ent, not only from a biological standpoint but from a fundamentally humanist one. Hence, the physician should be prepared for pa ent assistance, seeing them as an integral being provided with feelings, expecta ons, and with the right to decisions 5-7 that may ensure life dignity . The Informed Consent is an element characterisc of medicine prac ce. It is not only a legal doctrine but a moral right of pa ents that entails obliga ons to physicians. Thus, it is impossible to men on the Informed Consent without discussing the principles of autonomy of will when conduc ng pa ents, considering they are the only agents of their own acts 8,9 and wills . In rela ve and absolute emergencies, obtaining an Informed Consent document is not frequent, either because of the situa on itself or by the absolute unfamiliarity of actors involved in the process. Obtaining pa ent consent is a medical duty expressed in ar cle 22, chapter IV of the CME, which determines that physicians are forbidden to "Not obtaining consent from the pa ent or their legal representa ves a er explaining the procedure to be performed, except in cases of imminent risk of death6". In the State of São Paulo, by State law # 10.241 of March 17, 1999, it is a right of the pa ent who uses the health service to “either consent or refuse, in a free, voluntary, and informed manner with proper informa on, diagnos c or therapeu c 10 procedures to be performed ”. The right to informed consent historically rebuilds a decision made in the United Kingdom in 1767, in the trial of Slater versus Baker & Stapleton11. The English court charged two physicians who, without pa ent consent, broke a bone from the leg of a pa ent to treat a poorly consolidated fracture. In the early years of the XX century, the North-American Judicial Branch begins to discuss the autonomy of people regarding health care, and in 1914, in the trial of Scholoendorff versus Society of New York Hospital it is se led the unlawfulness of medical behavior and the consequent possibility to seek compensa on, in the case of a surgical procedure adopted without Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 19 Anaesthesia and autonomy of the patient in an emergency situation: A qualitative analysis. zzzzpa ent consent. As Second World War ended, the European Cons tu ons claimed the respect to dignity of the human being, and in 1947 the concept of "voluntary consent" appears in the Code of Nuremberg. Although returning to discipline the rights of people subjected to experiments as a response to the atroci es commi ed by physicians in Nazi concentra on camps, the Code of Nuremberg is a mark for doctor-pa ent rela onship, as it ensures people the right to be subjected to a medical treat12 ment only if consent is voluntarily manifested . Autonomy includes the ability of selfdetermina on, resis ng social pressures, and ac ng independently. The rela on among family members in home care during the process of the disease is maintained, there is autonomy in occupying their space, meaning each one holds a posi on in the family structure. During hospital admission the roles are preset, some are the sick ones, others are accompanying, and the health professionals are the principals. They are all subjected to rules created to ensure the running of the service, which not always means the best for the hospitalized pa ent. A study performed with hospitalized pa ents revealed that their level of autonomy when admi ed was very low, so they would turn submissive to the decisions of 13 others . The Informed Consent is the prac cal expression of the respect to autonomy of the person, and it is surprising that a right so impera ve has been discussed and regulated only in the 1940's. The incorpora on of this bioethical reference in medical prac ce and codes of ethics took even longer, and s ll to this day it is possible to safely say that many professionals s ll maintain a strong paternalis c medical prac ce. Currently a distance between technical and scien fic development and the humanizing dimension of assistance may be seen in hospitals, as if both had to walk separately. Prac ces such as recep on, in macy, and familiarity in rela ons of help, rescuing the human dimension in assistance should be effec ve in an environment of technical and specialized efficiency15. In emergency situa ons, and especially in public hospitals, it is not possible to choose the physician that will be assis ng pa ents, considering the system consists of different physicians per shi , mostly on duty hours. Pa ents become service ckets, and physicians become mere health technicians, both within an atmosphere of insecurity and defensive a tudes. The rela onship between doctors and pa ents, se led in humanitarian, ethical, and legal grounds, ensures be er interpersonal rela on and favors the correct 16 diagnos c and therapeu c process . Thus, it is intended to present and discuss the aspects of conduct of the medical team, especially anesthesiologists, and the hospital environment that harms ethical aspects in handling its users, focusing on autonomy and the consent form of pa ents subjected to an emergency surgical procedure. METHODS It is a cross-sec onal, qualita ve and descrip ve 17-20 study . The main objec ve of the descrip ve research is to describe the characteris cs from given popula ons or phenomena, as well as to describe a process in an organiza on, study of the assistance level of organiza ons, survey of opinions, a tudes, beliefs of a popula on, among other aspects. The social representa on theory21(SRT), described by 22 Moscovici , was adopted as methodological reference. It presents high adherence to study objects in the health field for comprehending the subjec ve aspects involving the issues in this field. In order to understand and describe the meanings about medical considera ons regarding the pa ent, and assess the a tude concerning health emergencies under the SRT reference, the Collec ve Subject Discourse (CSD) was the analy cal method chosen by allowing the proximity with the phenomenon of study23. A er signing the Informed Consent Form, individual and semi-structured interviews were performed with 43 pa ents. Sample by theore cal satura on24-26 was used to calculate this sample; this process is opera onally defined as the suspension of inclusion of new par cipants when data collected present a certain redundancy or repe on in research assessment, not being considered relevant to persist with data collec on. Data collec on was performed from June to November 2011. The par cipants of the study were pa ents submi ed to rela ve emergency surgical procedure, tradi onal cholecystectomy, for represen ng a rou ne procedure from the standpoint of researchers, performed in all duty Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 20 Anaesthesia and autonomy of the patient in an emergency situation: A qualitative analysis. shi s of the surgical clinic, and for providing mely manner for clinical assessment (pre-opera ve), orienta ons, and collec on of the Informed Consent Form. Surgical procedures were performed at the Hospital Escola Padre Albino, in the city of Catanduva/SP, Brazil. Interviews were performed between the fi h and the seventh post-opera ve day, during the return of pa ents to the Outpa ent Emergency Surgery and Trauma of the Hospital Escola Emilio Carlos, in the city of Catanduva/SP, Brazil. The interviews inves gated the percep ons presented regarding doctor-pa ent rela onship and its intrinsic bioethical conflicts. Each interview was recorded and transcribed for analysis. The ethical ques ons of this work were created according to the current Code of Medical Ethics. It was used for analysis and presenta on of results, the discourse of the respondent (P) wri en in the first person singular, made by keywords (KWD) with the same central ideas (CI) and same anchor (AC), strictly in the order of the following stages: 1ª: The answers were heard several mes, and were literally transcribed only a er a be er understanding of the general idea of the discourse; 2ª: General reading of the answers of each respondent, followed by separate reading of all the answers for the ques on analyzed; 3ª: Transcrip on of answers for each ques on in growing numeric order, marked by KWD in italic, and CI indicated for represen ng the descrip on of KWD; 4ª: Individual transcrip on of each central idea and respec ve KWD; 5ª: Theme extrac on from each ques on, gathering respec ve CI. Finally, building of the CSD separately from each central idea with respec ve KWD. A er tabula on by the CSD and KWD, the subjects of the research were grouped in database using the computer program Epi-info® version 3.5.1. RESULTS AND DISCUSSION Forty-three interviews were performed, and they were all recorded and analyzed strictly following the criteria established in methodology. From the pa ents studied, 75% were female, average age was 50.8 years for women, and 49 for men. The most prevalent level of educa on was basic educa on completed (54.3%), and family income was 1 to 2 minimum wages (63.6%). Presen ng associated results and discussion was chosen regarding the ques ons analyzed, for this type of narra ve favors the descrip on of qualita ve studies27. For easy understanding of the reader, the text was subdivided according to the ques on analyzed, listed below: A) “Were you informed by the surgical team about your disease, upon arriving at the emergency unit of the hospital? Common discourse analysis presented two central ideas: I was well informed (90.7%) and I was not well informed (9.3%). According to Crepaldi28, even with the en re search for a humanized medicine, prac ces s ll subject pa ents and their families to situa ons of embarrassment and disregard, forge ng what should be main goal of hospital opera on for restoring health and dignity of ci zens. The pa ents and their families are not always informed about what is going to happen at the hospital, and in many occasions pa ents are not consulted on whether they accept or not to be submi ed to certain procedures, or that their family may decide on their behalf when needed. This may be verified on the following statements: “… they took me inside and did not tell me anything”(P nº 26); “They did not tell me anything; it was all too fast”(P nº 29); “They just told me there was a complica on, when I realized it, I was already in surgery" (P nº 35); Doctor-pa ent contact is a highly specific rela onship because the presence or possibility of the disease grants characteris cs to this rela on that are hardly found in any other human rela on. The unpredictability of the human being faces physicians at every moment, as well as the imperfec ons of science, their own limita ons, the reality of pain, and ques onings about death. This distress is repeated in every contact with a new pa ent and is not evidenced because the doctor, by living it repeatedly, creates 29 mechanisms not always to confront it . Severe diseases put the integrity of the human 30 being at risk. According to Drane and Pessini , “the disease is an enemy of ac on, freedom, and selfdetermina on”, and "a great aggrava on is suffered in a severe disease, followed by a devasta ng loss of power to heal such harm”. Thus, if choice, ini a ve, Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 21 Anaesthesia and autonomy of the patient in an emergency situation: A qualitative analysis. decision-making, and responsibility are influenced by the illness the pa ent suffers, the physician has the duty to promote and mo vate the par cipa on of the pa ent in diagnos c and therapeu c decisions, and s mulate the pa ent's self-determina on. B) “Was it offered to you (or family members) a consent form with diagnosis, prognosis, and treatment possibili es?” The Informed Consent is an element characterisc of current medicine prac ce. It is not only a legal doctrine but a moral right of pa ents that entails obliga ons to physicians8,9. The Informed Consent includes the right of the pa ent to par cipate in every and any decision regarding treatment that may affect their psychological and physical integrity, so they should be warned by the physician about the risks and benefits of the alterna ves involved, considering this is an acknowledgement that the human being is capable of choosing what is best for them under the light of equality of rights and opportuni es. Thus, the objec ve of the ques on was to understand the reality and effec veness of this document in a medical emergency situa on. From the total respondents, 72.1% said they were not informed of the consent form. However, hospital rules state that it is mandatory that every pa ent admi ed signs the consent form along with hospital admission paperwork. Thus, this result is disparate and opens a gap for discussion on the understanding of the pa ents regarding the paperwork they are signing. This conflict may be observed on the following reports: “… they told me to sign a paper, but did not explain anything” (P nº 10); “… I signed it, but considering my condi on I was not really interested in anything" (P nº 15). Among the validity elements of the Informed Consent, it seems that informa on is one of the most important, and this is why it must be clear, objec ve, and in a language compa ble to the receiver. Generally, people lack the knowledge on technical terms, so the physician should avoid using them, except in situa ons authorized by the intellectual level of the pa ent. Thus, the physician should be accurate, choosing which informa on is important for the decision of the pa ent, and not s cking to the benefits over the risks, failing to respond by omission of relevant data. Reflec ng on which language and amount of informa on to be transmi ed, the level of understanding of the pa ent should be considered, as well and the severity of the interven on to be performed. The main importance of informa on is providing pa ents with basic elements to their decision. It is worth no ng the importance of informa on to consent validity, because in the hypothesis of submi ng the pa ent to medical treatment by insufficient explana on of facts, the Informed Consent31 will be invalid. Not providing required informa on to the pa ent is understood as negligence, and subject to liability (negligence means disregard, not complying with technical or even 32 administra ve rules ). However, it may be observed, in a single report from a pa ent, what should be a service rou ne: “Yes, I read it and signed it” (P nº 33) Good medical prac ce is s ll based on observing Hippocra c concepts, beneficence, non-maleficence, respect for life, confiden ality, and privacy, added with respect to pa ent autonomy, their right to receive all the informa on, and more ac vely 33 par cipate in the treatment . Only with the right understanding of the pa ent, through informa on transmi ed by the physician, it is possible to strengthen doctor-pa ent rela onship and ensure pa ent autonomy. C) “Were you informed about surgical risks?" Common discourse analysis presented two central ideas: Yes (16.3%) and No (83.7%). According to Pereira16, invasive and risk interven ons are o en misinformed to pa ents or family members, and the lack of a proper environment for exchanging confiden al informa on hinders closer access for both par es, which may be observed on the following statements: “The doctor said there will be no problem”(P nº 13) “They did not tell me anything; unless they said it to my wife"(P nº 27) "Only at the me of anesthesia, but then I was already there”(P nº 29) Ar cle 34, chapter V of the CME states that “the physician is forbidden to keep informa on of Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 22 Anaesthesia and autonomy of the patient in an emergency situation: A qualitative analysis. diagnosis, prognosis, risks, and treatment objec ves from the pa ent, except when direct communica on may cause harm, which in this case a legal representa ve should be informed6". Therefore, not informing the risks of a surgery is a lack of respect to pa ent autonomy, and it is against current legal rules. Every individual has the right to either consent or refuse proposals of preven on, diagnosis, or therapy that have the poten al to affect their physical, psychic, or social integrity, and the physician is the one who must provide this op on to the pa ent33. D) “Did the anesthesiology team present and explain the anesthe c procedures?” In anesthe c care, the main benefit from the recep on performed by the anesthesiologist is, among others, the opportunity to solve doubts of the pa ent regarding the procedure and the fears concerning anesthesia, thus crea ng a communicave and therapeu c process. The communica on models are related to therapeu c space, aspects of the pa ent, such as symptom, expecta on, fear, anxie es, and stress34. Hence, the ques on aimed to understand anesthesiologist-pa ent rela onship focusing on the pre-anesthe c moment, observing ethical deficiencies in a medical emergency situa on. From the total respondents, 63% said they were not informed about the anesthe c procedure, and several were not even introduced to the anesthe st. This situa on may be observed on the following reports: “I saw a lot of people, but did not know anyone… I was scared"(P nº 4) “No… I was very nervous because I am afraid of dying in anesthesia”(P nº 8) Regarding the right for informa on, the physician must show security and confidence when communica ng with the pa ent, keeping in mind that they have the right to clear, simple, and understandable informa on adapted to their socio-cultural condi on. Pa ent communica on requires the use of a clear understandable language, without escaping the truth, respec ng the rhythm of the pa ent, and without making them hopeless or hur ng their selfesteem. Anesthesiologists are important professionals in the discussion of the health-disease process, especially because their professional prac ce involves weakened pa ents that need to be embraced. These professionals indicate the importance of apprecia ng a humanist approach in assis ng these individuals, despite in some cases, there are evidences that this approach is s ll performed incipiently and requires improvement35. It is known that one of the main fears of pa ents is related to anesthe c procedures. This makes the anesthesiologist a key element in pa ent care, for debunking the techniques and medicines to be used, thus ensuring the calmness, collabora on, and 36 sa sfac on of the client . In the present study, 37% of pa ents were sa sfied with the approach by the anesthe st, and felt safe, as observed below: “he (anesthe st) introduced himself… and talked to me. Then I felt calmer" (P nº 5). The arrival of a person in need for surgery at the surgical center is always preceded by the feeling of fear of the unknown, the strange environment, surgery, post-opera ve results, anesthesia, body image changes, and ul mately, fear of death. Thus, the need to receive informa on, a en on, and support, such as special care is impera ve, since percep on is o en sharp trying to capture something that may be interfering or will interfere in opera on. Situa ons like this may increase fear, and consequently, anxiety and insecurity facing the immediate perspec ve of surgery37. Therefore, emergency care within technical, scien fic, and ethical standards requires the applica on of solid measures aiming at work relief in these units, with basic service measures and elucidaon for the popula on, so that acute suffering of pa ents and family members is minimized. Physicians must also admit their share of contribuon by their shi s, compromising with social wellbeing, working in favor of health and life of the pa ent, thus caring for the reputa on and high concept of the profession they chose. FINAL CONSIDERATIONS Doctor-pa ent rela onship in emergency units, especially at public hospitals is featured by anonymity; physician and pa ent meet once, and almost always mutually do not know each others name. At the me of emergency and the fear along with it, the pa ent is usually faced with the unknown physician Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 23 Anaesthesia and autonomy of the patient in an emergency situation: A qualitative analysis. and hospital, feeling inferior, and not seldom reac ng aggressively. Although me for care is short, there is nothing hindering the physician to use it with polite38 ness and cortesy . Communica on prac ces are s ll a challenge for building a social ci zenship in our society. For 39 Romano , there is s ll a long way to go in this field; the process of communica ng knowledge is equally or more complex than the process of crea ng knowledge. As a prac cal result of this research, managers and technicians were sensi zed, especially medical professionals involved with ins tu onal teaching (gradua on and specializa on through medical residency training in anesthesiology). The teaching hospitals where the research was focused, linked to the Medicine and Nursing School, are undergoing process of reformula on and implanta on of rules, as well as adap ng to the rou ne of con nuing and permanent educa on for the en re clinical staff, thus recognizing the need for humaniza on and correctly trea ng pa ents, and even innova ng in providing an Informed Consent Form for each invasive medical procedure required for the pa ent, removing printed and standardized forms with technical terms or the absence of relevant informa on to pa ent treatment. The form will be individual, belonging only to the pa ent, without the possibility to be used REFERENCES 1. Fortes PAC – É ca e Saúde. 1ª Ed. São Paulo. Pedagógica e Universitária. 1998; 25-36. 2. Pinho LB, Kantorski LP. Refle ndo sobre o contexto psicossocial de famílias de pacientes internados na unidade de emergência. Ciênc Enferm. 2004; 10(1):67-77. 3. Silva MJP. O papel da comunicação na humanização da atenção à saúde. Bioé ca. 2002. 4. Brasil. Ministério da Saúde. Áreas temá cas. Humanização. Brasília. 2009. 5. Pessini L, Hossne WS. Terminalidade da vida e o novo código de é ca médica. Revista Centro Universitário São Camilo. 2010; 4(2):127-9. 6. Conselho Federal de Medicina. Código de É ca Médica: resolução CFM nº 1.931, de 17 de setembro de 2009 (versão de bolso). Brasília. Conselho Federal de Medicina, 2010. 7. Conselho Federal de Medicina. Resolução CFM nº1451/95. Disponível em: <h p://www.portal medico.org.br/php/pesquisa_resolucoes.php>. in large scale as mere informa ve brochures, or in some cases, disinforma ve. Currently, the living will has been ge ng a en on. This type of document expresses the will of pa ents beforehand, which procedures they want to be submi ed to, and especially forbidding specific treatments in emergency cases, such as “order not to resuscitate”, colostomies, and pallia ve surgery rather than conserva ve treatments. The living will is a reality in the United States of America and in some European countries, and it is being discussed and 40 implemented in La n-American countries . It is worth no ng that this study presents limita ons regarding internal validity, considering that a representa ve sample from a single clinic was analyzed. However, studies show that this reality is equal or worse in other exper se and departments of 41 Brazilian hospitals . Regarding external limita ons, the strange variables cannot be controlled as the theme discussed is influenced by subjec ve aspects such as culture, educa on, feelings, emo ons, beliefs, and values, influencing the posi oning of the pa ent interviewed. External validity is also condioned, because it is not possible to generalize loca ons or samples other than the studied ones, only allowing the transfer of conclusions to similar reali es42. Acesso em: 12 abr. 2011. 8. Clotet J. O consen mento informado nos comitês de é ca em pesquisa e na prá ca médica: conceituação, origens e atualidade. Bioé ca. 1995; 3(1):51-9. 9. Baú MK. Capacidade jurídica e consen mento informado. Bioé ca. 2004; 12(1):103-8. 10. São Paulo. Procuradoria Geral do Estado de São Paulo. Lei Estadual nº 10.241 de 17 de março de 1999. 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Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 25 Excesso de peso, hipertensão e sedentarismo: fatores de risco no norte do Rio Grande do Sul OVERWEIGHT, HYPERTENSION AND SEDENTARY LIFESTYLE: RISK FACTORS IN NORTHERN STATE OF RIO GRANDE DO SUL Autores(as): Natasha Cibelle Rodegheri¹ Ta ane Basso² Vanessa Ramos Kirsten³ Nutricionista. Especialista em Atendimento Nutricional pela UPF e pós-graduanda em Nutrição Clínica e Esté ca IPGS, Passo Fundo, RS¹ Nutricionista. Especialista em Nutrição Clínica e Metabolismo e pós-graduanda em Nutrição Clínica e Esté ca pelo IPGS, Passo Fundo, RS² Nutricionista e Prof. Dra.Vanessa Ramos Kirsten³ Colaboradores: N.C.Rodegheri T. Basso V.R. Kirsten orientação e revisão do ar go RESUMO Na Região Sul do Brasil é onde se encontram as maiores taxas de excesso de peso e obesidade. Alguns dados atuais, demostram cerca de 80% de sedentarismo na população brasileira. A alimentação inadequada associada ao sedentarismo e ao excesso de peso eleva as chances de ocorrência de doenças crônicas. Obje vo: retratar o perfil nutricional dos pacientes atendidos pelo serviço de nutrição do ambulatório de especialidades do SUS, no hospital São Vicente de Paulo, Passo Fundo/RS. Método: os dados coletados foram procedência, gênero, idade, peso inicial, peso final, altura, tabagismo, uso de bebidas alcoólicas, prá ca de a vidade sica, hidratação, funcionamento intes nal, escolaridade, número de avaliações, presença de dislipidemias, hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus. Conclusão: foram encontrados elevados níveis de sobrepeso e obesidade e mais da metade dos pacientes atendidos eram hipertensos e mais de seis a cada dez pacientes eram sedentários. Unitermos: Estado Nutricional, transição nutricional, índice de massa corporal, hipertensão, obesidade. Correspondências: Natasha Cibelle Rodegheri Rua Duque de Caxias, 356 - Apto 802 CEP: 99150-000 - Marau/RS E-mail: [email protected] Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 26 Excesso de peso, hipertensão e sedentarismo: fatores de risco no norte do Rio Grande do Sul. INTRODUÇÃO A transição nutricional é caracterizada pela redução das taxas de desnutrição e aumento do sobrepeso, sendo que os dados mostram que mais da metade dos brasileiros estão com algum grau de sobrepeso ou obesidade. Na Região Sul do Brasil é onde se encontram as maiores taxas de excesso de peso e obesidade¹. Alimentação inadequada associada ao sedentarismo e o excesso de peso eleva as chances de ocorrência de doenças crônicas. Estas doenças incluem as cardiovasculares (aterosclerose, infarto, hipertensão arterial, acidente vascular cerebral), alguns tumores e diabetes mellitus, sendo estas as principais causadoras de morte atualmente no nosso país, responsáveis por aproximadamente 60% de todos os óbitos²,³,⁴. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estado nutricional é o resultado da interação entre o consumo alimentar, sua saúde e o ambiente em que vive⁵,⁶. A a vidade sica regular promove efeitos sobre a glicemia, pressão arterial, composição corporal, hormônios, trânsito intes nal, além de outros bene cios na qualidade de vida⁷. Denomina-se dislipidemia as alterações dos níveis dos lipídios sanguíneos. A par r desta patologia, pode ocorrer o desenvolvimento de doenças cardiovasculares como, por exemplo, a doença arterial coronariana, a principal causa de morte nos países ocidentais, sendo também a principal causa de morte no Brasil⁸,⁹. A hipertensão arterial possui e ologia múl pla e de alta prevalência, podendo causar lesão em diversos órgãos, como coração, cérebro, vasos, rins e re na. É caracterizada pela elevação crônica das pressões sistólica e diastólica. O tratamento da hipertensão arterial compreende mudanças no es lo de vida com a prá ca de a vidade sica regular e alimentação adequada e, em alguns casos, tratamento medicamentoso⁹,¹⁰. Já se sabe que um dos melhores meios de prevenção de doenças é a adoção de hábitos saudáveis de vida, que incluem uma alimentação saudável e balanceada, manutenção do peso corporal, prá ca regular de a vidade sica e a vidades de lazer. Para pessoas com algum grau de sobrepeso, a redução ponderal de alguns dígitos na balança e a manutenção desta perda cons tuem um desafio mundial¹¹. A nutrição clínica visa tratar e prevenir distúrbios nutricionais como a desnutrição, obesidade, patologias e alguns distúrbios metabólicos. Tanto a alimentação excessiva quanto a insuficiente apresentam efeitos clínicos e fisiológicos adversos. Problemas de saúde gerados pela alimentação desequilibrada reduzem a qualidade de vida, além de elevar os custos com a saúde em geral⁵,⁷. Neste contexto de prevenção e tratamento nutricional, para evitar ou atenuar as questões de doenças relacionadas a alimentação, são oferecidas consultas nutricionais através do Sistema Único de Saúde (SUS), no ambulatório de especialidades do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), na cidade de Passo Fundo - RS. O ambulatório de especialidades do SUS abrange o atendimento de cerca de 62 municípios do norte do RS, com consultas de diversas especialidades médicas, nutricionais, fonoaudiólogas e psicológicas. O presente trabalho teve como obje vo avaliar o perfil nutricional dos pacientes atendidos pelo serviço de nutrição no ambulatório de especialidades do SUS de um hospital do norte do Rio Grande do Sul. MÉTODOS Trata-se de uma pesquisa descri va de delineamento transversal e quan ta va, realizada com os dados dos pacientes atendidos pelo serviço de nutrição do Ambulatório de Especialidades do SUS do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) localizado no município de Passo Fundo - RS. O projeto foi aprovado pela Comissão Cien fica de Pesquisa e Pós Graduação e pelo Comitê de É ca em Pesquisa (CEP), ambos do Hospital São Vivente de Paulo. Os dados foram ob dos através da anamnese nutricional, realizada pela nutricionista do setor, com os dados de janeiro de 2012 a dezembro de 2013. Foram coletados dados como: procedência, gênero, idade, peso inicial, peso final, altura, tabagismo, uso de bebidas alcoólicas, prá ca de a vidade sica, hidratação, funcionamento intes nal, escolaridade, presença de dislipidemias, hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus. Para a presença da patologia foi classificado como “sim” e para a ausência foi u lizado “não”. A a vidade sica foi classificada como “sim” para pra cantes de qualquer a vidade sica regular e “não” para sedentários. A hidratação foi mensurada pelo autorrelato em Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 27 Excesso de peso, hipertensão e sedentarismo: fatores de risco no norte do Rio Grande do Sul. mililitros de líquidos consumidos. Foram excluídos todos os pacientes com idade inferior a 12 anos. O peso e a estatura foram ob dos por meio de uma balança antropométrica mecânica do po plataforma (Filizola®) com capacidade para 150kg e precisão de 0,1kg e escala de 200cm com precisão de 1cm. Os indivíduos foram pesados descalços, com o mínimo de ves mentas e sua estatura aferida estando em posição ereta, com os pés juntos e as mãos ao lado do corpo. O índice de massa corporal (IMC) foi calculado e classificado através dos critérios da OMS. Sendo classificados como magreza grau III os indivíduos que ob verem IMC menor que 16 kg/m²; magreza grau II o IMC entre 16 e 16,9 kg/m²; magreza grau I o IMC entre 17 e 18,4kg/m²; eutróficos os que ficarem com IMC entre 18,5 e 24,9kg/m²; sobrepeso ou pré obeso de 25 a 29,9kg/m² com risco aumentado a comorbidades; obesidade grau I com IMC de 30 a 34,9kg/m² com moderado risco a comorbidades; obesidade grau II com IMC de 35 a 39,9kg/m² com risco grave ao desenvolvimento de comorbidade e obesidade grau III com IMC maior de 40kg/m² com risco muito grave ao desenvolvimento de comorbidades¹². RESULTADOS No período da pesquisa foram atendidos 256 pacientes pelo serviço de nutrição do Ambulatório de Especialidades do SUS do hospital estudado. Na Tabela 1 estão apresentados os dados referentes à descrição da amostra em termos de variáveis de raça, gênero, diferenciação entre adulto e idoso e cidade de procedência. Sendo a maioria dos pacientes que buscam atendimento nutricional do gênero feminino, de raça branca, adulto, procedente da cidade de Passo Fundo/RS e com ensino fundamental incompleto. Os dados presentes na Tabela 2 descrevem a amostra quanto à idade, estatura, número de avaliações, peso e IMC no início e final do tratamento nutricional. O número de avaliações corresponde ao número de vezes em que o paciente compareceu às consultas, ou seja, em quantas consultas/avaliações o paciente esteve até o final da coleta de dados. Observa-se uma grande variação no acompanhamento nutricional, onde alguns pacientes compareceram apenas a consulta inicial e outros con nuaram com acompanhamento prolongado. Ao verificar o peso inicial ao tratamento nutricional, pode-se observar maior prevalência de sobrepeso, como mostra a Figura 1. Também nesta figura, observa-se que relacionando o IMC inicial e o final, a porcentagem de pacientes eutróficos aumentou de 7,5% para 9,4%, e a porcentagem de indivíduos com sobrepeso, e obesidade nos seus diversos graus apresentou uma menor incidência. Tanto na análise do IMC inicial quanto do IMC final ao tratamento nutricional, observou-se que dois indivíduos encontravam-se com IMC abaixo de 16 kg/m² sendo classificados como magreza grau III e um classificado como magreza grau I. Para facilitar a análise dos dados, estes indivíduos foram agrupados em uma categoria denominada “baixo peso”. Dentre os pacientes da amostra analisada, verifica-se que mais da metade possuía diagnós co de hipertensão arterial sistêmica (HAS), uma pequena parcela relatou o consumo frequente de bebidas alcoólicas e uso de tabaco, além da elevada taxa de sedentarismo (Figura 2 e Figura 3). Com relação aos dados referentes à hidratação, verificou-se que o consumo médio diário de água foi de 1280,2 ml (DP ± 709,5 ml), consumo diário mínimo de 100 ml e máximo de 5000 ml. Observou-se que 185 indivíduos (72,4%) relataram possuir funcionamento intes nal normal, 51 indivíduos (19,9%) relataram cons pação intes nal e 9 indivíduos (3,5%) relataram a presença de diarreia. Outras patologias autorreferidas pelos pacientes atendidos pelo serviço de nutrição do ambulatório do SUS do hospital estudado foram leucemia, câncer de mama, doença celíaca, esteatose hepá ca, diabetes gestacional, hiperferri nemia, depressão, hipo reoidismo, anemia, pancrea te, doença renal crônica, refluxo gastresofágico. DISCUSSÃO Neste estudo, houve maior prevalência na busca de atendimento nutricional por mulheres, brancas e com ensino fundamental incompleto, o que equivale em torno de até 8 anos de estudos. Dados semelhantes também foram observados por Linhares et al¹³ em Pelotas (RS). Outro dado que demanda atenção é o número de avaliações, ou seja, o número de vezes que o paciente compareceu às consultas. Alguns pacientes compareceram apenas a uma consulta, em contrapar da, outros indivíduos ob veram um Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 28 Excesso de peso, hipertensão e sedentarismo: fatores de risco no norte do Rio Grande do Sul. 100% IMC inicial IMC final 80% 60% 29,8% 32,2% 28,6% 27,8% (n=76) (n=82) (n=73) (n=71) 19,6% 17,6% (n=50) (n=45) 13,3% 11,8% (n=34) 7,5% 9,4% (n=30) 1,2% 1,2% (n=19) (n=24) (n=3) (n=3) 40% 20% estado de Pernambuco e Amazônia apresentaram taxas de 62,4%, 51,1% e 55% de algum grau de excesso de peso, respec vamente¹³,¹⁸,¹⁹. Ao agrupar os percentuais de sobrepeso e obesidades desta amostra, verifica-se que 91,3% da amostra encontrase com algum grau de sobrepeso, ou seja, nove a cada dez indivíduos atendidos. O excesso de peso (sobrepeso e a obesidade) são os responsáveis por cerca de 0% Baixo peso Eutrofia Obesidade grau I Sobrepeso Obesidade grau II Obesidade grau III Figura 1. Classificação do Índice de Massa Corporal (IMC) de acordo com o peso inicial e peso final ao tratamento nutricional. Passo Fundo, RS, 2014. 100% Sim Não 67,2% (n=172) 80% 59,8% (n=153) 54,3% (n=139) 45,7% (n=117) 60% 40,2% (n=103) 32,4% (n=83) 40% 20% 0% Dislipidemia Hipertensão Arterial Diabetes Mellitus Figura 2. Dados referentes a presença de patologias como dislipidemias, hipertensão arterial, Diabetes Melittus. Passo Fundo, RS, 2014. 100% 80,9% (n=207) 78,5% (n=201) 66,4% (n=170) 80% 60% 31,3% (n=80) 40% 20% 10,2% (n=26) 8,2% (n=21) 8,2% (n=21) 2,3% 5,1% (n=6) (n=13) 0% Tabagismo Sim Consumo de bebidas alcoólicas Não Ex Atividade física Esporádico Figura 3. Dados referentes ao estilo de vida da amostra. Passo Fundo, RS, 2014. tratamento nutricional mais longo. Pode-se observar a falta de adesão ao tratamento nutricional, pela pouca assiduidade as consultas. E, sabe-se que a manutenção do acompanhamento nutricional é primordial para a obtenção de resultados duradouros. Alguns estudos também mostram maiores procura e adesão ao tratamento do gênero feminino quando comparado ao masculino¹⁴,¹⁵,¹⁶,¹⁷. Seis a cada dez pacientes atendidos pelo serviço de nutrição do ambulatório do SUS do hospital estudado encontrava-se com algum grau de obesidade (61,5%) na primeira avaliação realizada pela nutricionista. Estudos realizados em Pelotas (RS), no Variável/Grupo (n=256) n % Raça Branca Parda Negra 236 16 1 92,2 6,3 0,4 Sexo/Gênero Masculino Feminino 69 187 27,0 73,0 Adulto/idoso Adulto Idoso 198 58 77,3 22,7 Procedência Passo Fundo Sertão Machadinho Tapejara Frederico Westphalen Nova Alvorada Porto Alegre Marau Sananduva Outros 234 5 1 2 1 1 1 2 2 4 91,4 2,0 0,4 0,8 0,4 0,4 0,4 0,8 0,8 1,6 Escolaridade Analfabeto Ensino Fundamental Incompleto Ensino Fundamental Completo Ensino Médio Incompleto Ensino Médio Completo Ensino Superior Incompleto Ensino Superior Completo 7 114 30 22 53 9 12 2,7 44,5 11,7 8,6 20,7 3,5 4,7 Tabela 1. Descrição da amostra em termos de variáveis de raça, gênero, adulto ou idoso, procedência e escolaridade. Passo Fundo, RS, 2014. Variável/Grupo (n=256) Idade (anos) Peso inicial (kg) IMC inicial (kg/m²) Peso final (kg) IMC final (kg/m²) Estatura (m) Avaliações (número) Média 46,82 83,57 32,28 81,88 31,78 1,61 3,41 Desvio Mínimo Máximo Padrão 15,72 18,14 6,40 18,28 6,42 0,09 3,57 15 22,00 10,91 22,00 10,91 1,35 1 89 146,50 51,62 148,00 53,52 1,91 30 Tabela 2. Descrição das médias e desvio padrão das variáveis de idade, peso inicial, IMC inicial, peso final, IMC final, estatura e número de avaliações. Passo Fundo, RS, 2014. Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 29 Excesso de peso, hipertensão e sedentarismo: fatores de risco no norte do Rio Grande do Sul. 5% de todas as mortes em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS)²⁰. Com o acompanhamento nutricional, as taxas de obesidade reduziram de 61,5% para 57,2%. Este dado reforça ainda mais a importância do acompanhamento nutricional aos pacientes do Sistema único de Saúde. Sendo que o nutricionista é o profissional de saúde habilitado a realizar assistência dietoterápica e educação nutricional a cole vidades e/ou indivíduos e prescrever suplementos nutricionais necessários à complementação da dieta²¹. Mais da metade dos pacientes atendidos possuía HAS (54,3%). O estudo de Oliveira et al¹⁰ realizado na Amazônia observou prevalência de 25,7% de HAS nos ribeirinhos. A hipertensão também foi relatada em 66,7% e 55,3% em pacientes adultos e idosos, respec vamente, em um estudo que verificou o perfil nutricional de pacientes atendidos em uma unidade básica de saúde no município de Cajamar, no estado de São Paulo²². Já se sabe que a HAS é uma das principais causas de doenças cardiovasculares, sendo que o aumento dos níveis pressóricos é responsável por mais da metade dos acidentes vasculares encefálicos (AVE) e infarto agudo do miocárdio (IAM)²³. Segundo Knuth et al²⁴ hipertensão arterial e diabetes são as patologias crônicas mais frequentes e diversos estudos mostram elevada prevalência das mesmas. A hipertensão arterial é uma doença que pode ser tratada através da dietoterapia, sendo uma dieta com baixo teor de sódio, baseada na pirâmide alimentar brasileira, em conjunto com medicamentos específicos. Na maior parte dos casos, a HAS é assintomá ca e, por isso, possui baixa adesão ao tratamento. Este fato acaba elevando ainda mais as chances de desenvolver as complicações decorrentes da doença¹⁰. Dislipidemias e hipertensão arterial quando associadas ao excesso de peso corporal aumentam o risco de morte por doenças cardiovasculares. No Brasil, cerca de 30% das mortes por causa conhecidas são ocasionadas por problemas cardiovasculares²⁵. Em um estudo em Pelotas (RS) constatou-se que a combinação entre excesso de peso e sedentarismo foi o mais prevalente, tanto para homens quanto para mulheres. E, ao analisar apenas as mulheres, houve maior prevalência da associação entre sedentarismo, excesso de peso e hipertensão arterial²⁵. Já, o estudo de Borges et al²⁶ verificou o conhecimento populacio- nal a respeito da associação entre fatores comportamentais e desenvolvimento de doenças. Neste mesmo estudo observou-se que grande parte dos entrevistados relatou conhecimento frente a associação da alimentação inadequada e sedentarismo com a ocorrência de doenças não transmissíveis. Mesmo com a baixa prevalência de consumo frequente de bebidas alcóolicas (8,2%), deve-se sempre ressaltar seu consumo com cautela. Álcool é a droga mais amplamente consumida no mundo e, este consumo con nua crescente pelo seu baixo custo e fácil acesso por todos os segmentos da sociedade. O uso abusivo do consumo de bebidas alcoólicas, além de estar associado à criminalidade, acidentes, violência, é fator de risco para diversas patologias. Consumo de bebidas alcoólicas são consideradas o terceiro fator de risco para mortes prematuras e incapacidades²⁷. A prevalência de tabagismo neste estudo foi de 10,2%, valor semelhante ao encontrado por Machado et al²⁷ (11,7%) e inferior aos estudos de Soares e Barreto²⁸ (20,8%) realizado na Bahia e Haack et al³ (25%). O tabagismo também é considerado um fator de risco cardiovascular e sua associação com outros fatores como sedentarismo, excesso de peso e má alimentação só agrava ainda mais seu potencial prejudicial³. O sedentarismo foi relatado por mais de seis a cada dez pacientes atendidos pelo serviço de nutrição do ambulatório do SUS do hospital estudado (66,5%). O percentual de sedentarismo encontrado nesta pesquisa foi mais elevado que o percentual observado por Alves et al²⁹ entre adultos (37,1%) e semelhante ao estudo de Haack et al³ entre mulheres (80%) e homens (50%). Outra pesquisa mostra que os indivíduos sedentários tendem a relatar nega vidade 80% maior em sua autoavaliação de saúde³⁰. Já é conhecido que o sedentarismo pode aumentar o risco das doenças crônicas mais prevalentes na população brasileira como Diabetes Mellitus, hipertensão arterial sistêmica, além de reduzir a qualidade de vida e favorecer o excesso de peso. Sendo assim, o sedentarismo pode ser assinalado como um importante problema de saúde pública, precisando também, fazer parte das prá cas preven vas em saúde. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o sedentarismo como o quarto fator de risco mais importante de mortalidade em todo o mundo, estando atrás apenas da hiperten- Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 30 Excesso de peso, hipertensão e sedentarismo: fatores de risco no norte do Rio Grande do Sul. são arterial sistêmica, tabagismo e Diabetes Mellitus, e, es ma responsabilidade por cerca de 6% das mortes mundo²⁹,²⁰,³¹. No que diz respeito as recomendações de ingestão diária adequada de água total (líquidos e alimentos) para adulto, o valor é de aproximadamente 2,7 a 3,7 litros¹¹. Contudo, a ingestão diária recomendada de água e bebidas é de 30 a 40 ml por kg de peso, correspondendo a 2,2 a 3 litros¹¹. O consumo médio diário de água neste estudo foi de 1280,2 ml, o consumo diário mínimo foi de 100 ml e máximo de 5000 ml, ficando com valores abaixo dos recomendados. Diversos estudos confirmam que a ingestão adequada de agua é capaz de prevenir o desenvolvimento de câncer (bexiga e cólon), cálculo renal, cons pação intes nal, hipertensão, infarto, trombose e infecções do trato urinário¹¹. Com relação ao funcionamento intes nal foi relatado cons pação por 19,9% dos pacientes atendidos. Pelos estudos na América do Norte, há uma variação entre 2 a 27% e, na Europa e Oceania entre 5 e 35% de prevalência de cons pação intes nal, no entanto, estas prevalências variam de acordo com o local e critério diagnos co u lizado³². Em um estudo realizado em Pelotas (RS), observou-se que prevalência de cons pação autorreferida foi de 26,9%, sendo mais prevalente em mulheres³². Como já é sabido, apenas 20 a 30% dos indivíduos que buscam reduzir e manter a redução do peso aderem às modificações necessários no es lo de vida, como alimentação saudável e prá ca de a vidade sica regular²⁶,³³. Por isso, incen vo à adesão ao tratamento nutricional associada à prá ca regular de a vidade sica e escolha de alimentos mais saudáveis, deve fazer parte das estratégias a ser realizada para a prevenção do desenvolvimento das doenças crônicas. REFERÊNCIAS 1. MARIATH, A.B. et al. 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Specialist in Nutritional Service at UPF, and post-graduate student of Clinical Nutrition and Esthetics at IPGS, Passo Fundo, RS, Brazil. ²Nutritionist. Specialist in Clinical Nutrition and Metabolism, and post-graduate student of Clinical Nutrition and Esthetics at IPGS, Passo Fundo, RS, Brazil. ³Nutritionist and Prof. Dr. Vanessa Ramos Kirsten. ABSTRACT Southern Brazil figures the highest rates of overweight and obesity of the country. Current data show that about 80% of the Brazilian popula on is sedentary. Inadequate nutri on associated with a sedentary lifestyle and overweight increases the likelihood of chronic diseases occurrence. Hence, this study aims to draw the nutri onal profile of pa ents assisted at the nutri onal service of the outpa ent specialty of the Brazilian unified public health system, in a hospital in northern state of Rio Grande do Sul. Data collected included origin, gender, age, ini al weight, final weight, height, smoking habit, alcohol consump on, physical ac vity, hydra on, bowel func on, educa on, number of assessments, presence of dyslipidemia, hypertension, and diabetes mellitus. High rates of overweight and obesity were found, more than half of the pa ents treated had hypertension, and more than six out of ten pa ents were sedentary. Keywords: Nutri on status, nutri onal transi on, body mass index, hypertension, obesity. Collaborators N.C.Rodegheri T. Basso V.R. Kirsten contributed to article orientation and review. Correspondences: Natasha Cibelle Rodegheri Rua Duque de Caxias, 356, apt. 802, Centro Marau - RS, Brazil Zip Code: 99150-000. E-mail: [email protected] Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 33 Overweight, hypertension and sedentary lifestyle: Risk factors in northern state of Rio Grande do Sul. INTRODUCTION Nutri onal transi on is featured by the decrease of malnutri on rates and the increase of overweight, and data show that more than half of Brazilians have some degree of either overweight or obesity. Southern Brazil figures the highest rates of overweight and obesity of the country¹. Inadequate nutri on associated with a sedentary lifestyle and overweight increases the likelihood of chronic diseases occurrence. Such diseases include cardiovascular (atherosclerosis, heart a ack, hypertension, cerebral vascular accident), some tumors, and diabetes mellitus, represen ng the main causes of death currently in Brazil, responsible for about 60% of all deaths2,3,4. According to the World Health Organiza on (WHO), nutri onal status results from the interac on among food consump on, health, and the 5,6 environment . Regular physical ac vity influences glycemia, blood pressure, body composi on, hormones, and intes nal transit, besides other benefits to the quality of life7. Dyslipidemia is defined as the changes in level of blood lipids. This pathology may cause the development of cardiovascular diseases, such as, coronary artery disease, the main cause of death in western 8,9 countries, also the main cause of death in Brazil . Hypertension has high prevalence mul ple e ology, and it may harm several organs, such as heart, brain, vessels, kidneys, and re na. It is featured by chronicle increase of systolic and diastolic blood pressures. The treatment for hypertension involves lifestyle changes with regular prac ce of physical ac vi es and adequate diet, and in some cases, medical treatment9,10. It is known that one of the best means for disease preven on is adop ng healthy life habits, including healthy and balanced diet, body weight maintenance, regular prac ce of physical ac vi es, and leisure ac vi es. For people with some degree of overweight, the ponderal reduc on of some digits in the scale and maintaining this loss represent a global challenge11. Clinical nutri on aims to treat and prevent nutri onal disorders, such as malnutri on, obesity, pathologies, and some metabolic disorders. Both, excessive and insufficient food consump on, present adverse clinical and physiological effects. Health problems from unbalanced diet decrease quality of 5,7 life, and increase overall costs with health . In this context of preven on and nutri onal treatment, in order to avoid or minimize diet-related diseases, nutri onal services are offered by the Brazilian Unified Health System (SUS), at the outpa ent specialty of Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), in the city of Passo Fundo, RS, Brazil. The outpa ent specialty of SUS assists about 62 ci es of northern state of RS, Brazil, with services provided in several medical, nutri onal, phonoaudiological and psychological exper se. The present work aimed to assess the nutri onal profile of pa ents assisted by the nutri on service at the outpa ent specialty of SUS of a hospital in northern state of Rio Grande do Sul, Brazil. METHODS It is a descrip ve research with cross-sec onal and quan ta ve design, performed with data from pa ents assisted by the nutri on service of the outpa ent specialty of the SUS at Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), located in the city of Passo Fundo, RS, Brazil. The project was approved by the Scien fic Commi ee of Research and by the Research Ethics Commi ee (REC), both from Hospital São Vicente de Paulo. Data were obtained through nutri onal anamnesis performed by the department's nutri onist, with data from January 2012 to December 2013. Data collected included: origin, gender, age, ini al weight, final weight, height, smoking habit, alcohol consump on, prac ce of physical ac vity, hydra on, bowel func on, educa on, presence of dyslipidemia, systemic arterial hypertension, and diabetes mellitus. The presence of the pathology was rated as “yes", and its absence was rated as “no”. Physical ac vity was rated as "yes" for people who regularly prac ce any type of physical ac vity, and “no” for sedentary ones. Hydra on was measured by selfreport in milliliters of liquid consumed. All pa ents younger than 12 years of age were excluded. Weight and height were obtained through a pla orm-type mechanical anthropometric scale (Filizola™) with 150 kg capacity and 0.1 kg precision, and 200 cm scaling with 1 cm precision. Individuals were weighed barefoot, wearing the least amount of clothing, and height was assessed in straight up posi on with feet close together and hands beside Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 34 Overweight, hypertension and sedentary lifestyle: Risk factors in northern state of Rio Grande do Sul. the body. Body mass index (BMI) was calculated and rated through WHO criteria. Individuals with BMI lower than 16 kg/m2 were rated with degree of thinness III; BMI between 16 and 16.9 kg/m2, degree of thinness II; BMI between 17 and 18.4 kg/m2, degree of thinness I; BMI between 18.5 and 24.9 kg/m2, eutrophic; BMI between 25 and 29.9kg/m2, overweight or pre-obese with increasing risk of comorbidi es; BMI between 30 and 34.9 kg/m2, degree of obesity I with moderate risk of comorbidi es; BMI between 35 and 39.9 kg/m2, degree of obesity II with severe risk of developing comorbidity; and BMI over 40 kg/m2, degree of obesity III with extremely severe risk of developing comorbidi es12. RESULTS Throughout the research period, 256 pa ents were assisted by the nutri on service of the outpaent specialty of SUS, at the hospital studied. Table 1 presents data on the descrip on of the sample regarding variables of race, gender, dis nc on between adults and elderly people, and city of origin. Most pa ents seeking nutri onal services are white adult women, from the city of Passo Fundo, RS, Brazil, and with incomplete elementary school. Data presented in Table 2 describe the sample regarding age, height, number of assessments, weight, and BMI at the start and ending of nutri onal treatment. The number of assessments corresponds to the number of mes the pa ent showed up for appointments, meaning how many appointments/assessments the pa ent a ended un l the end of data collec on. A large varia on in nutri onal follow-up is observed, given some pa ents only a ended the ini al appointment, while others con nued with longer follow-up. When verifying the ini al weight in the nutrional treatment, a higher prevalence of overweight may be observed, as shown in Figure 1. This figure also shows that by rela ng ini al and final BMI, the percentage of eutrophic pa ents increased from 7.5% to 9.4%, and the percentage of individuals with overweight and obesity of several degrees presented lower incidence. Both in the analysis of ini al and final BMIs in the nutri onal treatment, it was observed that the BMI of two individuals was under 16 kg/m², thus rated Variable/Group (n=256) Race White Brown Black n % 236 16 1 92.2 6.3 0.4 Sex/Gender Male Female 69 187 27.0 73.0 Adult/elderly Adult Elderly 198 58 77.3 22.7 Origin Passo Fundo Sertão Machadinho Tapejara Frederico Westphalen Nova Alvorada Porto Alegre Marau Sananduva Other 234 5 1 2 1 1 1 2 2 4 91.4 2.0 0.4 0.8 0.4 0.4 0.4 0.8 0.8 1.6 Level of education Illiterate Incomplete Elementary School Complete Elementary School Incomplete High School Complete High School 7 114 30 22 53 2.7 44.5 11.7 8.6 20.7 Table 1. Sample descrip on regarding variables of race, gender, adult or elderly person, origin, and level of educa on. Passo Fundo, RS, Brazil, 2014. Variable/Group (n=256) Mean Standard Minimum Maximum Deviation Age (years) 46.82 Initial weight (kg) 83.57 Initial BMI (kg/m²) 32.28 Final weight (kg) 81.88 Final BMI (kg/m²) 31.78 Height (m) 1.61 Assessments(number) 3.41 15.72 18.14 6.40 18.28 6.42 0.09 3.57 15 22.00 10.91 22.00 10.91 1.35 1 89 146.50 51.62 148.00 53.52 1.91 30 Table 2. Descrip on of means and standard devia on of variables of age, ini al weight, ini al BMI, final weight, final BMI, height, and number of assessments. Passo Fundo, RS, Brazil, 2014. with degree of thinness III, and one of them rated with degree of thinness I. For easier data analysis, these individuals were grouped in a category named "low weight". Among pa ents from the sample analyzed, more than half was diagnosed with systemic arterial hypertension (SAH), a small group reported frequent alcohol consump on and smoking, besides the high rate of sedentary lifestyle (Figures 2 and 3). Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 35 Overweight, hypertension and sedentary lifestyle: Risk factors in northern state of Rio Grande do Sul. 100% Initial BMI Final BMI 80% 60% 29,8% 32,2% 28,6% 27,8% (n=76) (n=82) (n=73) (n=71) 19,6% 17,6% (n=50) (n=45) 13,3% 11,8% (n=34) 7,5% 9,4% (n=30) 1,2% 1,2% (n=19) (n=24) (n=3) (n=3) 40% 20% 0% Eutrophia Low weight Level I obesity Overweight Level II obesity Level III obesity Figure 1. Body Mass Index (BMI) rating according to initial and final weight in the nutritional treatment. Passo Fundo, RS, Brazil, 2014. 100% Yes No 67,2% (n=172) 80% 59,8% (n=153) 54,3% (n=139) 45,7% (n=117) 60% 40,2% (n=103) 32,4% (n=83) 40% 20% 0% Dyslipidaemia Arterial hypertension Diabetes Mellitus Figure 2. Data on the presence of pathologies, such as dyslipidemias, hypertension, and Diabetes Mellitus. Passo Fundo, RS, Brazil, 2014. 100% 80,9% (n=207) 78,5% (n=201) 66,4% (n=170) 80% 60% 31,3% (n=80) 40% 20% 10,2% (n=26) 8,2% (n=21) 8,2% (n=21) 2,3% 5,1% (n=6) (n=13) 0% Smoking Yes Alcoholic beverage consumition No Ex Physical activity Sporadic Figure 3. Data on the lifestyle of the sample. Passo Fundo, RS, Brazil, 2014. Regarding hydra on data, it was verified a daily average of water consump on of 1280.2 ml (SD ± 709.5 ml), daily minimum consump on of 100 ml, and maximum of 5000 ml. One hundred and eightyfive individuals (72.4%) reported regular bowel func on, 51 individuals (19.9%) reported cons paon, and 9 individuals (3.5%) reported the presence of diarrhea. Other pathologies self-reported by pa ents assisted by the nutri on service of the outpa ent of SUS at the hospital studied included leukemia, breast cancer, celiac disease, hepa c steatosis, gesta onal d i a b e t e s , h y p e r fe r r i n e m i a , d e p r e s s i o n , hypothyroidism, anemia, pancrea s, chronic kidney disease, and gastroesophageal reflux disease. DISCUSSION This study presented higher prevalence in the search for nutri onal service by white women with incomplete elementary school, which corresponds to up to 8 years of educa on. Similar data were also g observed by Linhares et al , in the city of Pelotas, RS, Brazil. Other data requiring a en on is the number of assessments, meaning the number of mes the pa ent a ended the appointments. Some pa ents a ended to one appointment, and other individuals, in turn, received a longer nutri onal treatment. It is possible to observe the lack of adherence to nutrional treatment, by the low a endance to appointments. It is also known that maintaining nutri onal follow-up is impera ve for long las ng results. Some studies also show higher search and adherence to treatment by women when compared 14,15,16,17 to men . Six out of ten pa ents assisted by the nutri on service of the outpa ent of the SUS at the hospital studied had some degree of obesity (61.5%) in the first assessment performed by the nutri onist. Studies performed in Pelotas (RS), and in the states of Pernambuco and Amazônia presented rates of 62.4%, 51.1%, and 55% of some degree of overweight, respec vely13,18,19. When joining the rates of overweight and obesity from this sample, it is verified that 91.3% of the sample had some degree of overweight, meaning nine out of ten individuals assisted. Overweight and obesity are responsible for about 5% of all deaths worldwide, according to the World Health Organiza on (WHO)20. With nutri onal follow-up, obesity rates have dropped from 61.5% to 57.2%. This data reinforces the importance of nutri onal follow-up to pa ents of the Unified Health System, considering the nutri onist is a health professional enabled to perform dietotherapeu c assistance and nutri onal educa on to groups and/or individuals, and to p r e s c r i b e s u p p l e m e n t s r e q u i r e d fo r d i e t 21 complementa on . More than half of the pa ents assisted had SAH (54.3%). The study by Oliveira et al10 performed in the Amazon observed prevalence of 25.7% of SAH in riparian people. Hypertension was also reported in 66.7% and 55.3% of adult and elderly pa ents, respec vely, in a study that verified the nutri onal profile of pa ents assisted in a basic health unit in the city of Cajamar, state of São Paulo, Brazil22. Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 36 Overweight, hypertension and sedentary lifestyle: Risk factors in northern state of Rio Grande do Sul. It is known that SAH is one of the main causes of cardiovascular diseases, considering the increase of blood pressure levels is responsible for more than half of cerebral vascular accidents (CVA) and acute myocardial infarc on (AMI)23. According to Knuth et 24 al , hypertension and diabetes are the most frequent chronicle pathologies, and several studies show their prevalence. Hypertension is a disease that may be treated through diet therapy, with a low sodium diet based on the Brazilian food pyramid, along with specific medica on. In most cases, SAH is asymptoma c, hence presents low treatment adherence. This fact leads to higher chances of developing complica ons caused by the disease10. Dyslipidemias and hypertension, when associatedwith body overweight, increase the risk of death by cardiovascular diseases. In Brazil, about 30% of deaths by known causes are due to cardiovascular problems25. A study in Pelotas (RS) confirmed that the combina on of overweight and sedentary lifestyle was the most prevalent both for men and women. Also, when analyzing women only, there was a higher prevalence of the associa on of sedentary lifestyle, 25 overweight, and hypertension . On the other hand, a 26 study by Borges et al verified the popula on knowledge regarding the associa on of behavioral factors and development of diseases. This same study observed that great part of the respondents reported knowing about the associa on of inadequate diet and sedentary lifestyle with the occurrence of non-transmi able diseases. Even with low prevalence of frequent alcohol consump on (8.2%), it is always worth stressing the cau on for this habit. Alcohol is the most widely consumed drug in the world, and this consump on keeps growing because of the low cost and easy access by all segments of society. The abuse of alcohol consump on is not only associated with criminality, accidents, and violence, but it is also a risk for several pathologies. Alcohol consump on is considered the third risk factor for premature deaths and disabili es27. The prevalence of smoking in this study was of 10.2%, similar value found by Machado et al27 (11.7%), and lower than studies by Soares and 28 Barreto (20.8%) performed in the state of Bahia, and by Haack et al3 (25%). Smoking is also considered a cardiovascular risk factor, and its associa on with other factors such as sedentary lifestyle, overweight, and poor diet aggravates even more its harmful poten al3. Sedentary lifestyle was reported for more than six out of ten pa ents assisted by the nutri on service of the outpa ent of the SUS at the hospital studied (66.5%). The rate of sedentary lifestyle found in this research was higher than the rate observed by Alves et al29 among adults (37.1%), and similar to the study by Haack et al3 among women (80%) and men (50%). Another research shows that sedentary individuals tend to report 80% higher nega vity in their health 30 self-assessment . It is known that sedentary lifestyle may increase the risk for chronicle diseases that are more prevalent in the Brazilian popula on, such as diabetes mellitus, and systemic arterial hypertension, also decreasing quality of life and favoring overweight. Thus, sedentary lifestyle may be indicated as an important public health problem, and should take part of health preven on prac ces. The World Health Organiza on (WHO) considers sedentary lifestyle as the fourth most important risk factor for mortality worldwide, only a er systemic arterial hypertension, smoking, and diabetes mellitus, and es mates responsibility for about 6% of deaths in the world29,20,31. Regarding the recommenda ons of proper daily intake of total water (liquids and food) for adults, the 11 value is about 2.7 to 3.7 liters . However, recommended daily water and fluids intake is 30 to 40 ml per kg of weight, corresponding to 2.2 to 3 liters11. Average daily water consump on in this study was of 1280.2 ml, minimum daily consump on was 100 ml, and maximum was 5000 ml, such values were lower than recommended. Several studies confirm that proper water intake is able to prevent cancer development (bladder and colon), kidney stones, cons paon, hypertension, heart a ack, thrombosis, and infec ons in the urinary tract11. Regarding bowel func on, cons pa on was reported by 19.9% of the pa ents assisted. Studies in North America show a range from 2 to 27%, and in Europe and Oceania from 5 to 35% of cons pa on prevalence, however, these prevalences vary according to loca on and diagnos c criteria used32. In a study performed in Pelotas (RS), the prevalence of self-referred cons pa on was of 26.9%, with Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 37 Overweight, hypertension and sedentary lifestyle: Risk factors in northern state of Rio Grande do Sul. higher prevalence in women32. As already known, only 20 to 30% of individuals seeking to reduce and maintain weight loss adhere to required changes in lifestyle, such as healthy diet and regular prac ce of physical ac vi es26,33. Hence, the incen ve for nutri onal treatment adherence associated with regular prac ce of physical ac vity and choice of healthier food should be part of the strategies for preven ng the development of chronicle diseases. REFERENCES 1. MARIATH, A.B. et al. Obesidade e desenvolvimento de doenças crônicas não-transmissíveis entre usuários de uma unidade de alimentação e nutrição. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 23(4):897-905, abr, 2007. 2. CASTRO, M. B. T. ANJOS, L. A. A. LOURENÇO, P. M. 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Chefe do Serviço de Cirurgia da mão e microcirurgia do Ins tuto de Ortopedia e Traumatologia de Passo Fundo/RS. Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo³. Médico Ortopedista e Traumatologista. Preceptor do Ins tuto de Ortopedia e Traumatologia de Passo Fundo/RS. Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo4. Médico Ortopedista e Traumatologista. Preceptor do Ins tuto de Ortopedia e Traumatologia de Passo Fundo/RS. Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo5. Correspondências: Ivânio Tagliari Passo Fundo, RS, Brasil E-mail: [email protected] RESUMO Racional para o estudo: As fraturas da clavícula correspondem cerca de 4 – 16 % de todas as fraturas e 36% das que envolvem a cintura escapular. O 85% das fraturas na clavícula ocorrem no 1/3 médio. An gamente o tratamento das fraturas da clavícula principalmente foi o tratamento conservador, mesmo nos casos com desvio significa vo, com um prognos co significa vamente bom. Mais recentemente o tratamento conservador de fraturas da clavícula pode estar associado a dor crônica, fraqueza e insa sfação dos pacientes no resultado funcional e esté co. Obje vo: Este trabalho obje va determinar a relação entre o encurtamento e a manutenção da função da clavícula após tratamento conservador das fraturas do terço médio da clavícula no Hospital do Trauma em Passo Fundo - RS. Métodos: Avaliamos 41 pacientes no IOTRS que sofreram fratura de clavícula, sendo 29 homens e 12 mulheres. Idades média de 34 anos. O primeiro formado por 16 pacientes com follow-up menor que um ano, o segundo por 20 pacientes com follow-up maior que um ano, e no terceiro grupo ficaram aqueles 05 pacientes que evoluíram com pseudoartrose independentemente do follow-up. Todos foram subme dos a um estudo radiográfico determinando o valor do encurtamento da clavícula fraturada em comparação à contralateral. Realizou-se a avaliação clinico - funcional destes pacientes, baseada nos critérios da UCLA. Resultados: No grupo 1, obteve-se uma média no UCLA de 34, com exceção de 02 pacientes com FU de 01 mês e UCLA de 30 e encurtamento com média de1,22 cm. No grupo 2, a média de pontos da UCLA foi de 34 e encurtamento com média de 0,85cm. No grupo 3, UCLA com média de 22 pontos e encurtamento com média de 0,76 cm. Conclusão: Tratamento conservador das fraturas do terço médio da clavícula con nua tendo bons resultados funcionais. Os principias fatores determinantes de mau prognos co no tratamento das fraturas da clavícula são as lesões associadas e a presença de pseudoartrose, tendo o seu grau de encurtamento valor secundário. Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 40 Avaliação funcional do ombro após fratura de clavícula em pacientes atendidos no IOTRS. INTRODUÇÃO Em formato de uma dupla curva em “S”, a clavícula, única estrutura óssea de conexão do tronco com a cintura escapular, dispõe-se horizontalmente na face anterior do ombro, tendo uma importante 1-7-10-4 função na biomecânica do mesmo . As fraturas deste osso correspondem à cerca de 4 – 16 % de todas as fraturas e a 36% das que envolvem a cintura 9 escapular . O 85% das fraturas da clavícula ocorrem no 1/3 médio, devido a estreita secção transversal do osso onde se aplicam as forças compressivas. An gamente a proposta do tratamento das fraturas da clavícula foi principalmente o tratamento conservador, mesmo nos casos com desvio significa vo e com um prognos co significa vamente bom. Neer em 1960 relata 3 casos de pseudoartrose apenas em 2235 casos de fratura do 1/3 médio da clavícula tratados com poia11. Rowe em 1968 relata um índice de 0,8% de pseudoartrose em 566 fraturas da clavícula tratadas com poia11. Mais recentemente estudos demonstram que tratamento conservador de fraturas da clavícula está associado à dor crônica, fraqueza e insa sfação dos pacientes no resultado funcional e esté co. Hill em 1997 foi o primeiro em relatar após u lização de um ques onário de autoavaliação em 66 pacientes com tratamento conservador 31% de resultados insa sfatórios, além 11 de 15% de pseudoartrose . Estudo mul cêntrico prospec vo comparando tratamento cirúrgico e tratamento conservador demonstrou resultados significa vamente piores nos pacientes com tratamento conservador avaliados pelo DASH score e o Constant score, além de um déficit de força entre 11 20% e 30% num follow-up de 55 meses . Por isto, a) Dor • Presente e insuportável, uso frequente de medicação forte. • Presente mas suportável, uso ocasional de medicação forte. • Nenhuma ou pouca dor em repouso, presente em a vidades leves, uso freqüente de salicilatos. • Presente durante a vidades excessivas, uso ocasional de salicilatos. • Ocasional ou insignificante. • Nenhuma. c) Capacidade de elevação • > 150° • 120° - 150° • 90° - 120° • 45° - 90° • 30° - 45° • menor que 30° Fig 1. Critérios de avaliação da UCLA. 1 2 4 6 8 10 5 4 3 2 1 0 advoga-se que, para que ela exerça sua função plena após uma fratura, seu comprimento e alinhamento deverão ser aproximados do normal. Este trabalho obje va determinar a relação entre o encurtamento e a manutenção da função da clavícula após tratamento conservador das fraturas do terço médio da clavícula no Hospital do Trauma em Passo Fundo - RS. MÉTODOS Foram avaliados 41 pacientes no IOTRS que sofreram fratura de clavícula, sendo 29 homens e 12 mulheres, cujas idades variaram de 09 a 72 anos, com média de 34 anos, divididos em três grupos dis ntos. O primeiro formado por 16 pacientes com follow-up menor que um ano, o segundo por 20 pacientes com follow-up maior que um ano, e no terceiro grupo ficaram aqueles 05 pacientes que evoluíram com pseudartrose independentemente do follow-up. No ul mo grupo o follow-up foi em media de 04 anos. Todos foram subme dos a estudo radiográfico através de projeções em AP de ambos os ombros, com o intuito de se determinar o valor do encurtamento da clavícula fraturada em comparação a contralateral, já que a mesma varia em tamanho e forma de pessoa a pessoa através da vida8. Tal mensuração tomou como pontos de referência a extremidade acromial - superior da clavícula, e a extremidade inferior da super cie ar cular esternal deste osso. Em associação, realizou-se a avaliação clinico-funcional destes pacientes, baseada nos critérios da UCLA (Fig. 1). De posse destes resultados fez-se uma correlação entre os parâmetros clínicos e radiológicos. b) Função • Incapaz de usar o membro. 1 • Possível somente em a vidades leves. 2 • Capaz de realizar tarefas leves ou a maioria das a vidades diárias. 4 • Maioria das tarefas de casa, dirigir, pentear-se, ves r-se, despir-se. 6 • Realizar trabalhos acima do nível do ombro, restrições leves. 8 • A vidades normais. 10 d) Resistência a elevação • Grau 5 – normal • Grau 4 – bom • Grau 3 – regular • Grau 2 – mau • Grau 1 – contração muscular • Grau 0 – nenhuma contração 5 4 3 2 1 0 e) Sa sfação do paciente • Sa sfeito ou melhor. • Insa sfeito ou pior. 5 0 34-35 21-27 Excelente Regular 28-33 00-20 Bom Bom Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 41 Avaliação funcional do ombro após fratura de clavícula em pacientes atendidos no IOTRS. RESULTADOS O primeiro grupo avaliado no IOTRS, ficou formado por 16 pacientes, sendo 14 homens e 02 mulheres, com idade media de 34 anos e que veram follow-up (FU) menor de 01 ano, com este variando de 01 – 10 meses com media de 6,25 meses. Neste grupo a pontuação média segundo os critérios da UCLA foi de 34, com exceção de 02 pacientes com FU de 01 mês e UCLA de 30, todos os demais pacientes veram UCLA que variou entre 34 e 35. A avaliação radiográfica determinou encurtamentos que variaram de 0,2 – 2,5 cm com media de 1,22 cm. No segundo grupo avaliado no IOTRS foi composto por 20 pacientes, 13 homens e 07 mulheres, com idade media de 34,3 anos. O FU variou de 01 – 48 anos com media de 6,9 anos. Neste grupo a media de pontos da UCLA foi de 34, onde um único paciente teve UCLA menor que 33 (23 pontos) possuía uma lesão associada do manguito rotador, sendo excluído do trabalho. O encurtamento variou de 0,1 – 2,4 cm com media de 0,85cm. O terceiro grupo avaliado na Ins tuição composto de 05 pacientes, 03 mulheres e 02 homens, que evoluíram com pseudartrose de clavícula. O FU variou de 08 m – 2,5 anos com media de 1,4 anos. O encurtamento variou de 0,2 – 1,7 cm com media de 0,76 cm. A pontuação da UCLA variou de 12 – 29 pontos com media de 22 pontos. 100% 80% 60% 40% 20% 0% Grupo 1 34-35 Grupo 2 28-33 21-27 Grupo 3 0-20 Gráfico 1. Correlação entre os grupos e o resultado em percentil segundo os critérios da UCLA. 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 0 - 0,5cm 0,6 - 1,0cm 1,1 - 1,5cm 1,6 - 2,0cm maior 2,1cm Gráfico 2. Correlação entre os grupos e o resultado em percentil do encurtamento clavicular. 30% 25% 20% 15% 10% 5% DISCUSSÃO Tendo a clavícula uma importante função está ca e dinâmica na biomecânica da cintura escapular, promovendo: um posicionamento posterior dos ombros impedindo sua queda ínfero medial e realizando uma rotação de aproximadamente 50 em trono do seu longo eixo para promoção de uma elevação completa1-10-4, é esperado que durante o tratamento de sua fratura parâmetros como o comprimento e seu alinhamento sejam respeitados para o retorno de sua função ampla. No tratamento desta fratura é frequente a observação de encurtamento, porém até onde este encurtamento pode alterar a funcionalidade da cintura escapular? Eskola et al em um estudo de 89 pacientes encontrou que, quando este encurtamento é maior que 15 mm ele estava associado à desconforto e disfunção do ombro5. Hill et al determinou que encurtamentos maiores que 20 mm estavam associa- 0% 34-35 0 - 0,5cm 28-33 0,6 - 1,0cm 1,1 - 1,5cm 21-27 1,6 - 2,0cm 0-20 maior 2,1cm Gráfico 3. Correlação entre a pontuação da UCLA e o resultado em percentil do grau de encurtamento. 6 dos a mau resultados . Bosch et al trataram 04 pacientes onde o encurtamento entre 09 a 22mm foi doloroso e incapacitante2. E similarmente Jupiter et al operaram outros 04 pacientes que com encurtamentos entre 20 a 30 mm demonstravam desconforto 3 local . Contrariando os estudos anteriormente citados, os nossos resultados, seguindo os critérios da UCLA, não mostram correlação entre o grau de encurtamento e perda de funcionalidade ou desconforto na região afetada. Por outro lado a presença de pseudartrose independente do tamanho do encurtamento já é fator importante na alteração dos parâmetros acima citados. Segundo nossos resultados mais de Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 42 Avaliação funcional do ombro após fratura de clavícula em pacientes atendidos no IOTRS. 90% dos pacientes nos grupos 1 e 2, ou seja, aqueles sem pseudartrose apresentam ó mo e bom resultado nos itens da UCLA, enquanto que apenas 20% do grupo 3 preenche estes critérios (gráfico 1). Estes resultados sa sfatórios conseguidos nos dois primeiros grupos são alcançados independentemente do grau de encurtamento, visto que 50% dos pacientes do grupo 1 e 25% do grupo 2 apresentam diminuição do tamanho da clavícula maior que 10 mm em comparação ao lado contra - lateral (gráfico 2). Isto ainda é confirmado através da avaliação de que nenhum paciente com encurtamento maior que 15 mm apresentou resultado insa sfatório, apresentando até o caso de um paciente com encurtamento de 24 mm e UCLA de 35 (gráfico 3). Frente a isto se observa que os principias fatores determinantes de mau prognos co no tratamento das fraturas da clavícula são as lesões associadas e a presença de pseudartrose, tendo o seu grau de encurtamento valor secundário. REFERÊNCIAS 1. Ballmer FT, Hertel R, Gerber C, Nonunion of the clavicle. In: Warner JJP, Ianno JP, Gerber C, eds. Complex and revision problems in shouder surgery. New York. Lippinco -Raven, 1997:275. 2. Bosch U,MD, Skutek M,MD, Peters G,MD, Tscherner H,MD. Extension osteotomy in malunited clavicular fractures. J Shoulder Elbow Surg. 1998; vol 7 , n 4: 402-5. 3. Chan KY,MD, Jupiter JB,MD, Leffert RD,MD, Mar R,MD. Clavicle malunion. J Shoulder Elbow Surg. 1999; vol 8 , n 4: 287-290. 4. Craig EV, MD, Fraturas da clavícula. In: Rockwood CA, MD, Matsen III FA, MD, eds. Ombro. Rio de Janeiro. Revinter, 2002: 429. 5. Eskola A, Vainoinpaa S, Myllynen P, Pa ala H, Rokkanen P. Outcome of clavicular fractures in 89 pa ents. Arch Orthop Trauma Surg 1986; 105:337-8. 6. Hill JM, Mc Guire MH, Crosby LA. Close treatment of displace middle third fractures of the clavicles gives poor results. J Bone Joint Surg. 1997; 79B:537-9. 7. Ljunggren AE. Clavicular func on. Acta Orthop Scand 1979;50:261. 8. Moseley HF. The clavicle: its anatomy and func on. Clin Orthop Rel Res 1968;58:17. 9. Nordqvist A, Petersson C. Incidence of fractures of the clavicle. Clin Orthop Rel Res 1994; 300:127. 10. Schlegel TF, Hawkins RJ, Fractures of the shoulder girdle. In: Shoulder Injuries in the athlete. New York. Churchill Livingstone, 1996: 232. 11. Rockwood, CA. Matsen III, FA. The Shoulder, Saunders Elsevier, Philadelphia, 4th ed. 27, 2008. Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 43 Functional shoulder assessment after clavicle fracture of patients assisted at the IOTRS. AVALIAÇÃO FUNCIONAL DO OMBRO APÓS FRATURA DE CLAVÍCULA EM PACIENTES ATENDIDOS NO IOTRS. Authors: Carlos Cas llo¹ Osvandré Lech² Antônio L. Severo³ Paulo Piluski4 Marcelo Lemos5 Orthopedist and Traumatologist. Fellow (R4) in Shoulder and Elbow Surgery at the Orthopedics and Traumatology Ins tute of Passo Fundo, RS, Brazil¹. Orthopedist and Traumatologist. Head of the Shoulder and Elbow Surgery Service at the Orthopedics and Traumatology Ins tute of Passo Fundo, RS, Brazil. Member of the Brazilian Society of Orthopedics and Traumatology, and the Brazilian Society of Shoulder and Elbow Surgery². Orthopedist and Traumatologist. Head of the Hand Surgery and Microsurgery Service at the Orthopedics and Traumatology Ins tute of Passo Fundo, RS, Brazil. Member of the Brazilian Society of Orthopedics and Traumatology, and the Brazilian Society of Shoulder and Elbow Surgery³. Orthopedist and Traumatologist. Instructor at the Orthopedics and Traumatology Ins tute of Passo Fundo, RS, Brazil.Member of the Brazilian Society of Orthopedics and Traumatology, and the Brazilian Society of Shoulder and Elbow Surgery4. Orthopedist and Traumatologist. Instructor at the Orthopedics and Traumatology Ins tute of Passo Fundo, RS, Brazil. Member of the Brazilian Society of Orthopedics and Traumatology, and the Brazilian Society of Shoulder and Elbow Surgery5. Correspondences: Ivânio Tagliari Passo Fundo, RS, Brazil E-mail: [email protected] ABSTRACT Ra onale of the study: Clavicle fractures represent about 4 – 16% of all fractures and 36% of fractures involving the shoulder girdle. Eighty-five percent of clavicle fractures are located in the middle third. Formerly, the treatment for clavicle fractures was mainly conserva ve, even in cases with significant disloca on and considerably good prognosis. More recently, the conserva ve treatment of clavicle fractures may be related to chronicle pain, weakness, and dissa sfac on of pa ents regarding func onal and esthe c results. Objec ve: This study aims to determine the rela onship between clavicle shortening and func onal maintenance, a er conserva ve treatment of middle third clavicle fractures at the Trauma Hospital in Passo Fundo, RS, Brazil. Methods: Forty-one pa ents with clavicle fracture were assessed at the Orthopedics and Traumatology Ins tute (IOTRS); 29 men and 12 women, average age was 34 years, and pa ents were divided in three groups. The first group included 16 pa ents with follow-up of less than one year, the second group included 20 pa ents with follow-up of more than one year, and the third group included those 5 pa ents that developed pseudarthrosis regardless of follow-up. All pa ents were submi ed to a radiographic study to determine the value of shortening of the fractured clavicle comparing to the contralateral one. In associa on, clinical and func onal assessment of these pa ents was performed, based on UCLA criteria. Results: Group 1 had a UCLA mean of 34, except for 2 pa ents with follow-up of 1 month and UCLA mean of 30, and mean shortening of 1.22 cm. Group 2 had a UCLA mean score of 34 and mean shortening of 0.85 cm. Group 3 had a UCLA mean score of 22 and mean shortening of 0.76 cm. Conclusion: Conserva ve treatment of middle third clavicle fractures s ll presents sa sfactory func onal results. The main determining factors of bad prognosis in the treatment of clavicle fractures are associated lesions and the presence of pseudarthrosis, which degree of shortening has a secondary value. Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 44 Functional shoulder assessment after clavicle fracture of patients assisted at the IOTRS. INTRODUCTION In an S-shaped double curve, the clavicle - only bone structure connec ng the torso to the shoulder girdle, is horizontally distributed in the anterior aspect of the shoulder, and is important for its 1-7-10-4 biomechanics . Fractures of this bone represent about 4-16% of all fractures, and 36% of fractures involving the shoulder girdle9. Eighty-five percent of clavicle fractures are located in the middle third, due to the narrow cross-sec on of the bone where compressive forces are applied. Formerly, the treatment for clavicle fractures was mainly conservave, even in cases with significant disloca on and considerably good prognosis. Neer, in 1960, reports 3 cases of pseudarthrosis only in 2235 cases of middle third clavicle fractures treated with an arm sling11. Rowe, in 1968, reports an index of 0.8% of pseudarthrosis in 566 clavicle fractures treated with 11 an arm sling . More recently, studies show that conserva ve treatment of clavicle fractures is related to chronicle pain, weakness, and dissa sfac on of pa ents regarding func onal and esthe c results. Hill, in 1997, was the first to report 31% of dissa sfactory results, and 15% of pseudarthrosis a er the use of a self-assessment ques onnaire with 66 pa ents 11 under conserva ve treatment . It was a prospec ve mul center study comparing surgical and conservave treatment, with significantly worse results in pa ents under conserva ve treatment assessed by the DASH score and the Constant score, as well as a strength deficit between 20% and 30% in a 55-month 11 follow-up . Hence, it is defended that for full perfora) Pain · Present and unbearable, frequent use of strong medica on. · Present but bearable, occasional use of strong medica on. · None or li le pain at rest, present in light ac vi es, frequent use of salicylates. · Present during heavy ac vi es, occasional use of salicylates. · Occasional or insignificant. · None. c) Ac ve forward flexion · > 150° · 120° - 150° · 90° - 120° · 45° - 90° · 30° - 45° · < 30° Fig. 1. UCLA assessment criteria. 1 2 4 6 8 10 5 4 3 2 1 0 mance a er a fracture, its length and alignment should be close to normal. This study aims to determine the rela onship between clavicle shortening and func onal maintenance, a er conserva ve treatment of middle third clavicle fractures at the Trauma Hospital in Passo Fundo, RS, Brazil. METHODS Forty-one pa ents with clavicle fracture were assessed at the IOTRS; 29 men and 12 women, whose ages ranged from 9 to 72 years, with average of 34 years old. Pa ents were divided in three dis nct groups. The first group included 16 pa ents with follow-up of less than one year, the second group included 20 pa ents with follow-up of more than one year, and the third group included those 5 pa ents that developed pseudarthrosis regardless of followup.The follow-up for the last group was in average 4 years. All pa ents were submi ed to a radiographic study through AP projec ons of both shoulders, to determine the value of shortening of the fractured clavicle comparing to the contralateral one, considering it varies in size and shape from one person to 8 another, throughout life . Such measurement took as reference points the upper acromial extremity of the clavicle, and the lower extremity of the ar cular sternal surface of this bone.In associa on, clinical and func onal assessment of these pa ents was performed, based on UCLA criteria (Fig. 1). With these results, a correla on between clinical and radiological parameters was performed. b) Func on · Incapable of using limb. · Only light ac vi es possible. · Able to perform light tasks or most daily ac vi es. · Most house chores, driving, combing, dressing up, undressing. · Perform work above shoulder level, light restric ons. · Normal ac vi es. 1 2 4 6 8 10 d) Strength of forward flexion · Degree 5 - normal · Degree 4 - good · Degree 3 - fair · Degree 2 - poor · Degree 1 – muscle contrac on · Degree 0 – no contrac on 5 4 3 2 1 0 e) Pa ent sa sfac on · Sa sfied and be er. · Not sa sfied and worse. 5 0 34-35 21-27 Excellent Fair 28-33 00-20 Good Poor Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 45 Functional shoulder assessment after clavicle fracture of patients assisted at the IOTRS. RESULTS The first group assessed at the IOTRS included 16 pa ents; 14 men and 2 women, with average age of 34 years, and follow-up (FU) of less than one year ranging from 1-10 months, with average of 6.25 months. The mean score for this group was 34, according to UCLA criteria, except for 2 pa ents with FU of 1 month and UCLA mean of 30, all other pa ents had UCLA ranging from 34 to 35. Radiographic assessment determined shortenings that ranged from 0.2 – 2.5 cm, with mean of 1.22 cm. The second group assessed ate the IOTRS included 20 pa ents; 13 men and 7 women, with average age of 34.3 years. Follow-up ranges from 01 – 48 years, with average of 6.9 years. The mean UCLA score for this group was 34, and only one pa ent with UCLA lower than 33 (23 points) had an associated lesion of the rotator cuff and was excluded from the study. Shortening ranged from 0.1 – 2.4 cm, with average of 0.85 cm. The third group assessed at the Ins tu on icluded 5 pa ents: 3 women and 2 men who developed pseudarthrosis of the clavicle. Follow-up ranged from 8 – 2.5 years, with average of 1.4 years. Shortening ranged from 0.2 – 1.7 cm, with average of 0.76 cm. UCLA score ranged from 12—29 points, with mean of 22 points. 100% 80% 60% 40% 20% 0% Group 1 Group 2 34-35 28-33 21-27 Group 3 0-20 Graph 1. Correlation between groups and the result in percentile, according to UCLA criteria. 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Group 1 0 - 0.5cm Group 2 0.6 - 1.0cm 1.1 - 1.5cm Group 3 1.6 - 2.0cm 2.1cm Graph 2. Correlation between groups and the result in percentile of clavicle shortening. 30% 25% 20% 15% DISCUSSION The clavicle has an important sta c and dynamic role in the biomechanics of shoulder girdle, promo ng posterior posi oning of the shoulders, avoiding inferomedial fall, and rota ng about 50 1-10-4 around its long axis for full forward flexion . It is expected that during treatment of clavicle fracture, parameters such as length and alignment are respected for the total func on recovery. Shortening o en occurs when trea ng this fracture, however, how much does this shortening may change shoulder girdle func on? In a study with 89 pa ents, Eskola et al found that when this shortening is greater than 15 mm it was associated with discomfort and shoulder impairment5. Hill et al determined that shortenings greater than 20 mm were associated with bad results6. Bosch et al treated 4 pa ents whose 9 to 22 mm shortening was painful and debilita ng². Similarly, Jupiter et al operated 4 other pa ents who showed local discomfort with shortenings of 20 to 30 mm. 10% 5% 0% 34-35 0 - 0.5cm 28-33 0.6 - 1.0cm 1.1 - 1.5cm 21-27 1.6 - 2.0cm 0-20 2.1cm Graph 3. Correlation between UCLA score and the result in percentile of the degree of shortening. Opposite to studies previously men oned, our results, according to UCLA criteria, did not show correla on between the degree of shortening and func on loss or discomfort in the region affected. On the other hand, the presence of pseudarthrosis, regardless of shortening, is already an important factor in the change of parameters abovemen oned. According to our results, more than 90% of pa ents in groups 1 and 2, meaning those without pseudarthrosis presented excellent and good results by UCLA factors, while just 20% of group 3 meets these criteria (graph 1). These sa sfactory results obtained in the first two groups are achieved regardless of the degree of shortening, considering Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 46 Functional shoulder assessment after clavicle fracture of patients assisted at the IOTRS. 50% of pa ents from group 1 and 25% from group 2 presented decrease of clavicle size greater than 10 mm comparing to the contralateral side (graph 2). This is also confirmed by the assessment of no pa ent with shortening greater than 15 mm presen ng dissa sfactory results, even showing a case of pa ent with shortening of 24 mm and UCLA of 35 (graph 3). Hence, it is observed that the main determining factors of bad prognosis in the treatment of clavicle fractures are associated lesions and the presence of pseudarthrosis, which degree of shortening has a secondary value. REFERENCES 1. Ballmer FT, Hertel R, Gerber C, Nonunion of the clavicle. In: Warner JJP, Ianno JP, Gerber C, eds. Complex and revision problems in shouder surgery. New York. Lippinco -Raven, 1997:275. 2. Bosch U,MD, SkutekM,MD, Peters G,MD, TschernerH,MD. Extension osteotomy in malunitedclavicular fractures. J Shoulder Elbow Surg. 1998; vol7 , n 4: 402-5. 3. Chan KY,MD, Jupiter JB,MD, LeffertRD,MD, Mar R,MD. Clavicle malunion. J Shoulder Elbow Surg. 1999; vol8 , n 4: 287-290. 4. Craig EV, MD, Fraturas da clavícula. In: Rockwood CA, MD, Matsen III FA, MD, eds. Ombro. Rio de Janeiro. Revinter, 2002: 429. 5. Eskola A, Vainoinpaa S, Myllynen P, Pa ala H, Rokkanen P. Outcome of clavicular fractures in 89 pa ents. Arch Orthop Trauma Surg 1986; 105:337-8. Hill JM, McGuire MH, Crosby LA. Close treatment of displace middle third fractures of the clavicles gives poor results. J Bone Joint Surg. 1997; 79B:537-9. Ljunggren AE. Clavicular func on. ActaOrthop Scand 1979;50:261. Moseley HF. The clavicle: its anatomy and func on. ClinOrthopRel Res 1968;58:17. Nordqvist A, Petersson C. Incidence of fractures of the clavicle. ClinOrthopRel Res 1994; 300:127. Schlegel TF, Hawkins RJ, Fractures of the shoulder girdle. In: Shoulder Injuries in the athlete. New York. Churchill Livingstone, 1996: 232. Rockwood, CA. Matsen III, FA. The Shoulder, Saunders Elsevier, Philadelphia, 4th ed. 27, 2008. 6. 7. 8. 9. 10. 11. Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 47 Fratura do escafóide. Um estudo epidemiológico preliminar SCAPHOID FRACTURE: A PRELIMINARY EPIDEMIOLOGICAL STUDY RESUMO Racional para estudo: As fraturas do escafóide são lesões traumá cas mais frequentes que acometem os ossos do carpo. O tratamento das fraturas não deslocadas geralmente é conservador ou de fixação percutânea, e, as deslocadas devem ser tratadas cirurgicamente. Métodos: Este trabalho fez uma análise retrospec va de 50 prontuários de pacientes acome dos por fraturas do escafóide entre junho de 2008 a fevereiro de 2011 num serviço de Residência Médica credenciado pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) e Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT). Foram coletados idade do paciente, sexo, lado acome do, plano de fratura, tratamento ins tuído, tempo de consolidação, tempo decorrido do trauma até a primeira consulta e complicações. Autores: Antônio L. Severo Alexandre Dall Bosco Leonardo D. A. Rodrigues Raimundo Araújo Filho Marcelo B. Lemos Paulo C. F. Piluski Osvandré L. C. Lech Residência de Cirurgia de Mão e Microcirurgia do Ins tuto de Ortopedia e Traumatologia de Passo Fundo, Hospital do Trauma (IOTRS ) Correspondências: Ivânio Tagliari Passo Fundo, RS, Brasil E-mail: [email protected] Resultados: Constatado que a maioria dos pacientes eram homens(38), idade media de 29,7 anos, o lado esquerdo mais acome do (27) e o tempo médio decorrido do trauma até a primeira consulta foi 121 dias. Entre os planos de fraturas, a cintura do escafóide teve o maior percentual com 72% (36), polo proximal 14% (7), polo distal 10% (5) e o tubérculo do escafóide 4% (2) dos casos. Dos tratamentos ins tuídos houve predomínio da fixação percutânea (25), seguido pela imobilização gessada (16), a cirurgia aberta com enxerto ósseo vascularizado ou não (8) e artrodese quatro cantos (1). Tempo médio de consolidação 9 semanas. Foram observados (7) casos de não-união e/ou retardo de união, consolidação viciosa (3) e artrose radioescafóide (1). Conclusão: Conclui-se que neste serviço há uma predominância do tratamento cirúrgico a despeito do tratamento conservador no manejo das fraturas do escafóide e reduzidas taxas de complicações seguindo uma tendência da literatura atual. Unitermos: Epidemiologia; escafóide; fraturas ósseas. Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 48 Fratura do escafóide. Um estudo epidemiológico preliminar INTRODUÇÃO Os trauma smos que envolvem o punho e a mão correspondem a 43,6% da incidência geral de trauma smos, com 16,7% representando traumas que envolvem os ossos do carpo1. Mais de 80% das fraturas do carpo envolvem o escafóide, geralmente 2 resultantes de quedas ou traumas no esporte . A circulação sanguínea para o osso escafóide é peculiar e o seu entendimento é importante para guiar o tratamento e o desenvolvimento das vias de acesso. O diagnós co dessa lesão traumá ca pode ser feito através do exame clínico e radiografias padrão, podendo-se u lizar a tomografia computadorizada e a ressonância magné ca para aumentar a sensibilidade. Fraturas não deslocadas (menos de 1 mm de deslocamento) podem ser tratadas com imobilização gessada por 8 a 12 semanas e as deslocadas devem ser tratadas cirurgicamente para prevenir complica3 ções . O tratamento das fraturas do escafóide deve buscar a consolidação em situação anatômica, pois esse osso é uma das peças mais importantes desse rolamento que é o carpo. Apesar de já conhecido da importância do diagnós co precoce e tratamento adequado das fraturas do escafóide o resultado final após a união, não-união ou consolidação viciosa con nua variável4. Não basta consolidar a fratura, é de fundamental importância que, no final, o paciente esteja sem dor e que a força de apreensão retorne ao normal. O obje vo deste estudo é realizar uma analise epidemiológica das fraturas do escafóide e comparar com os dados encontrados na literatura internacional uma vez não há nenhum trabalho publicado nacionalmente. MÉTODOS Este trabalho consta de um estudo de coorte retrospec vo de pacientes atendidos em um serviço de Residência Médica credenciado pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC)e pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), envolvendo o Hospital São Vicente de Paulo e IOT/Hospital do Trauma (Ins tuto de Ortopedia e traumatologia), hospitais da região norte do Rio grande do Sul. Foram estudadas fraturas do escafóide no período de junho de 2008 a fevereiro de 2011. Outrossim, selecionados prontuários através de uma busca codificada pelo CID-10 (CID-S62.0 ou M84.1), que resultou num total de 58 pacientes dos quais foram aproveitados 50 que preenchiam os critérios de inclusão propostos pelo estudo. Os critérios de inclusão foram: ausência de tratamento prévio, idade acima de 18 anos, descrição do lado acome do, relato do tempo decorrido do trauma até a primeira consulta, descrição do tratamento ins tuído e o plano de fratura. Os critérios de exclusão foram: pacientes tratados em outras ins tuições, dados incompletos ao protocolo do projeto, pacientes com fraturas ou lesões associadas do carpo. As variáveis analisadas foram idade do paciente, sexo, lado acome do, plano de fratura, po de tratamento ins tuído, tempo de consolidação, tempo decorrido entre o trauma e a primeira consulta e complicações. Para análise dos dados foi u lizado o so ware Microso Office Excel 2007, com os dados ob dos através de medias e desvio padrão sendo feita comparação e correlação através de percen s e análises gráficas. RESULTADOS Dos 50 pacientes com fraturas do escafóide selecionados, 76% (38) eram do sexo masculino e somente 24% (12) do sexo feminino (Fig.1). A média de idade dos pacientes foi de 29,7 anos (+/-9,5 desvio padrão), variando de 18 a 55 anos. O punho mais acome do foi o esquerdo com 54% (27) e pouco menos frequente com 46% (23) o lado direito (Fig. 2). O tempo médio decorrido até a primeira consulta após o episódio do trauma foi de 121 dias. Baseado 5 na Classificação da Clínica Mayo : Com relação aos planos de fraturas analisados, baseado na Classificação da Clínica Mayo5: a cintura do escafóide teve a maior prevalência com 72% (36), seguido de 14% (7) do polo proximal, 10% (5) do polo distal e 4% (2) do tubérculo do escafóide (Fig. 3). Em relação ao método de tratamento ins tuído 50% (25) do total de pacientes foram tratados por técnicas cirúrgicas de fixação percutânea da fratura, seguido pelo tratamento conservador com gesso 32% (16), os casos tratados com cirurgia aberta e com enxerto ósseo vascularizado ou não foi de16% (8) e 2% (1) de artrodese quatro cantos do punho (Fig. 4). O tempo de consolidação foi em media de 9 semanas. Das complicações desenvolvidas destacam-se a não união (> 5 meses sem consolidar) e retardo de união (>3meses sem consolidar) que representaram 14% (7) do total de pacientes avaliados. Seis porcento (3) consolidação viciosa e 2%(1) artrose . O restante dos pacientes não apresentaram complicações 78%(39) (Fig. 5). Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 49 Fratura do escafóide. Um estudo epidemiológico preliminar 0,5 24% 0,32 76% 70,8 0,16 0,02 Feminino Masculino Figura 1. Correlação das fraturas do escafóide com sexo. Fixação percutânea Aberto com enxerto Imobilização gessada Artrodese Figura 4. Correlação com tipo de tratamento. 0,78 56,00% 54,00% 0,54 52,00% 50,00% 48,00% 46,00% 0,14 0,46 0,06 44,00% 42,00% direito esquerdo Retardo de /N união 36 30 20 10 7 5 0,14 0,1042 0,72 2 0,04 0 Polo proximal Cintura Artrose radioescafóide Sem complicações Figura 5. Correlação com as complicações. Retardo de união ou não união 14%. Consolidação viciosa 6%. Artrose radioescafóide 2%. Sem complicações 78%. Figura 2. Correlação das fraturas com lado acometido. 40 Consolidação viciosa 0,02 Polo distal Tuberculo Figura 3. Distribuição através do plano de fratura. DISCUSSÃO A maioria dos pacientes acome dos por fraturas do escafóide era do sexo masculino, o que se asseme6,7,8 lha com estudos mais recentes que também encontraram uma prevalência maior nesse sexo. A média de idade encontrada foi de 29,7 anos, dado este concordante com a literatura, pois o estudo de Van Tassel et al.⁶ relatou um predomínio na segunda e terceira década, e, os estudos de Wolf et al⁷e Dennis et al⁸, relataram uma prevalência maior em indivíduos com idade inferior a 40 anos. Na presente amostra em relação ao plano de fratura houve uma prevalên- cia maior de fraturas na cintura do escafóide com 72% dos casos, seguida pelo pólo proximal com 14%, polo distal 10% e tubérculo do escafóide 4% dados que se aproximam dos encontrados no estudo de Dennis et al.8que analisou uma amostra de 149 pacientes com fraturas dos ossos do carpo, dentre esses 99 apresentavam fraturas isoladas do escafóide e ob veram os seguintes resultados: 69% das fraturas eram da cintura do escafóide, 13% do polo proximal, 11% do polo distal e 6% do tubérculo. Com relação aos pos de tratamentos ins tuídos, existe um predomínio da fixação percutânea em comparação ao tratamento aberto, bem como ao conservador, dado que pode ser correlacionado com a tendência atual de tratamento das fraturas do escafóide defendida por 3,9 alguns autores . O tempo de consolidação das fraturas variou com uma média de 9 semanas, fato este concordante com o encontrado nos trabalhos 3,6,7,8,9 atuais (9 a 14 semanas) . As complicações apresentadas foram retardo de união e não-união com 14% do total de pacientes tratados, consolidação viciosa 6% e artrose radioescafóide com 2%, semelhante ao encontrado no trabalho de McQueen et al.3 Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 50 CONCLUSÃO A par r dos resultados ob dos neste estudo podemos concluir que as variáveis analisadas apresentavam-se de acordo com os achados da literatura Internacional atual, haja visto que não há nenhum trabalho publicado nacionalmente. Podemos observar que neste Serviço Especializado em Ortopedia, em especial, Cirurgia da Mão, há um REFERÊNCIAS 1- Barton NJ. Fracture of the hand and wrist: complicaons. In: Barton NJ. The Hand and Upper Limb. London, Churchill Livingston, 1988 (4);326-34. 2- McQueen MM. Hand fractures and disloca ons. In: Court-Brown CM, McQueen MM, Torne a P. et al. Orthopaedic surgery essen als: trauma.Philadelphia, Lippinco , Williams and Wilkins, 2006:170-207. 3- McQueen MM, Gelbke MK, Wakefield A, Will EM, Gaebler C. Percutaneous screw fixa on versus conservave treatment for fractures of the waist of the scaphoid: a prospec ve randomised study. J Bone Joint Surg (Br) 2008 (90) 1: 66-71. 4- Kozin SH.Incidence, mechanism, and natural history of scaphoid fractures . Hand Clin 2001 (17): 515-524. predomínio do tratamento cirúrgico na abordagem das fraturas do escafóide de uma maneira geral com reduzidas taxas de complicações, seguindo uma tendência dos trabalhos atuais que defendem uma intervenção invasiva precoce (cirurgia percutânea) com intuito de reduzir os índices de complicações e rápida reabilitação dos pacientes. 5- Linscheid RL, Weber ER. Scaphoid fractures and nonunion. In: Cooney WP, Linscheid RL, Dobyns JH et al. The Wrist - Diagnosis and opera ve treatment. St Louis. Mosby, 1998:385-430. 6- Van Tassel DC, Owens BD, Wolf JM. Incidence es mates and demographics of scaphoid fracture in the U.S. popula on. J Hand Surg (Am). 2010; 35 (8):1242-5. 7- Wolf JM, Dawson L, Mountcastle SB, Owens BD. The incidence of scaphoid fracture in a military popula on . Injury. 2009; 40 (12):1316-9. 8- Dennis HH, Sze AC, Murphy D. Prevalence of carpal fracture in Singapore . J Hand Surg (Am). 2011; 36(2): 27883. 9- Merrell G, Slade J. Technique for percutaneous fixa on of displaced and nondisplaced acute scaphoid fractures and select nonunions. J Hand Surg (Am). 2008; 33(6):96673. Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 51 Scaphoid fracture: a preliminary epidemiological study FRATURA DO ESCAFÓIDE. UM ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO PRELIMINAR ABSTRACT: Ra onale for the stydy: Scaphoid fractures are the most common trauma c injuries affec ng carpal bones. The treatment of non-displaced fractures is generally either conserva ve or by percutaneous fixa on, and displaced fractures should be surgically treated. Methods: This study performed a retrospec ve analysis of 50 medical records from pa ents suffering from scaphoid fractures, from June 2008 to February 2011, in a residency service accredited by the Brazilian Ministry of Educa on and Culture (MEC), and the Brazilian Society of Orthopedics and Traumatology (SBOT). Data collected included age, gender, side affected, fracture plan, treatment applied, healing me, me elapsed between the trauma and the first appointment, and complicaons. Authors: Antônio L. Severo Alexandre Dall Bosco Leonardo D. A. Rodrigues Raimundo Araújo Filho Marcelo B. Lemos Paulo C. F. Piluski Osvandré L. C. Lech Hand Surgery and Microsurgery Residency in the Orthopedics and Traumatology ins tute of Passo Fundo, Trauma Hospital (IOTRS). Correspondences: Ivânio Tagliari Passo Fundo, RS, Brazil E-mail: [email protected] Results: Most pa ents were men (38), with average age of 29.7 years, the le side was most affected (27), and average elapsed me between the trauma and the first appointment was 121 days. Among fractures plans, the scaphoid waist presented the highest rate with 72% (36) of the cases, the proximal pole had 14% (7), the distal pole had 10% (5), and the tubercle of the scaphoid had 4% (2). From the treatments applied, there was a predominance of percutaneous fixa on (25), followed by cast immobiliza on (16), open surgery with vascularized or non-vascularized bone gra (8), and 4-corner fusion (1). The average me of union was 9 weeks. Seven cases of non-union and/or delayed union were observed, also three cases of malunion and one case of radioscaphoid osteoarthri s. Conclusion: It was concluded that this service presents a predominance of surgical treatment in spite the conserva ve treatment in the management of scaphoid fractures, and low rates of complica ons, following a trend of recent literature. Keywords: Epidemiology, scaphoid, bone fractures. Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 52 Scaphoid fracture: a preliminary epidemiological study INTRODUCTION Hand and wrist traumas correspond to 43.6% of ove ra l l i n c i d e n c e o f t ra u m a s , w i t h 1 6 . 7 % 1 represen ng carpal bone traumas . More than 80% of carpal fractures involve the scaphoid, and usually result from either falls or sports traumas2. Blood flow for the scaphoid bone is specific, and its understanding is important to guide the treatment and to develop of means of access. The diagnosis of this trauma c injury may be performed by clinical examina on and standard radiographs, with the possibility of using computed tomography and magne c resonance imaging for increased sensi vity. Non-displaced fractures (less than 1mm of displacement) may be treated with cast immobilizaon for 8-12 weeks, and displaced fractures should 3 be surgically treated to prevent complica ons . The treatment of scaphoid fractures should seek anatomic consolida on, considering this bone is one of the most important parts of this bearing that is the carpus. Although the importance of early diagnosis and proper treatment of scaphoid fractures is already acknowledged, the final result a er union, nonunion, or malunion is s ll variable4. Healing the fracture is not enough, it is of utmost importance that the pa ent is painless at the end, and that grip strength comes back to normal. This study aimed to perform an epidemiological analysis of scaphoid fractures, and to compare data found in interna onal literature, considering there are no studies published in Brazil. METHODS This is a retrospec ve cohort study with pa ents assisted in a residency service accredited by the Brazilian Ministry of Educa on and Culture (MEC), and the Brazilian Society of Orthopedics and Traumatology (SBOT), which involved Hospital São Vicente de Paulo, IOT/Trauma Hospital (Orthopedics and Traumatology Ins tute), hospitals of northern state of Rio Grande do Sul. Scaphoid fractures were studied in the period of June 2008 to February 2011. Furthermore, medical records were selected through an encoded search by the ICD-10 (ICD-S62.0 or M84.1), resul ng in a total of 58 pa ents from which 50 were accepted for mee ng the inclusion criteria proposed by the study. Inclusion criteria were the absence of previous treatment, being 18 years or older, descrip on of the side affected, report of me elapsed between the trauma and the first appointment, descrip on of treatment applied, and fracture plan. Exclusion criteria were pa ents treated in other Ins tu ons, incomplete data to project protocol, and pa ents with associated carpal fractures or injuries. Variables analyzed were age, gender, side affected, fracture plan, type of treatment applied, healing me, me elapsed between the trauma and the first appointment, and complica ons. For data analysis, the Microso Office Excel 2007 so ware was used; data was obtained through means and standard devia on, with comparison and correla on by percen les and graphic analysis. RESULTS Among the 50 pa ents with scaphoid fractures selected, 76% (38) were men, and only 24% (12) were women (Fig. 1). The average age of pa ents was 29.7 years (+/- 9.5 standard devia on), ranging from 18 to 55 years old. The most affected wrist was the le one with 54% (27), and slightly less o en the right side with 46% (23) (Fig. 2). Average me elapsed to the first appointment a er the trauma was 121 days. Regarding the fracture plans analyzed, based on the 5 Mayo Clinic Classifica on , the scaphoid waist presented the highest prevalence with 72% (36), followed by 14% (7) of the proximal pole, 10% (5) of the distal pole, and 4% (2) of the tubercle of the scaphoid (Fig. 3). Regarding the treatment applied, 50% (25) of the total pa ents were treated with surgical techniques of fracture percutaneous fixa on, followed by conserva ve cast treatment with 32% (16), cases treated with open surgery and vascularized or non-vascularized bone gra were 16% (8), and 2% (1) of 4-corner fusion of the wrist (Fig. 4). The average me of union was 9 weeks. From complica ons developed, it is noted non-union (> 5 months with no union), and delayed union (> 3 months with no union), which represent 14% (7) of total pa ents assessed; 6% (3) for malunion, and 2% (1) for osteoarthri s. The remaining pa ents, 78% (39), did not present complica ons (Fig. 5). Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 53 Scaphoid fracture: a preliminary epidemiological study 0,5 24% 0,32 76% 70,8 0,16 0,02 women men Figure 1. Correlation of scaphoid fractures with gender. Percutaneous fixation Open with graft Imobilization in blaster Arthrodesis Figure 4. Correlation with type of treatment. 0,78 56,00% 54,00% 0,54 52,00% 50,00% 48,00% 46,00% 0,14 0,46 0,06 44,00% 42,00% right left Delayed union 36 30 20 10 7 5 0,14 0,72 0,1042 2 0,04 0 Proximal pole Scaphoid waist Radioscaphoid osteoarthritis Without complication Figure 5. Correlation with complications. Delayed union or non-union, 14%. Malunion, 6%. Radioscaphoid osteoarthritis, 2%. No complications, 78%. Figure 2. Correlation of fractures with side affected. 40 Malunion 0,02 Distal pole Tubercle Figure 3. Distribution across the fracture plan. DISCUSSION Most pa ents affected by scaphoid fractures were men, which meet data from more recent 6,7,8 studies that also found higher prevalence for this gender. The average age found was 29.7 years, which confirms data from literature, given the study by Van 6 Tassel et al. reported predominance in second and third decades, and studies by Wolf et al.7 and Dennis 8 et al. reported higher prevalence in individuals younger than 40 years of age. The present sample, rela ng to fracture plan, showed higher prevalence of scaphoid waist fractures with 72% of cases, followed by the proximal pole with 14%, distal pole with 10%, and the tubercle of the scaphoid with 4%, data similar to findings by Dennis et al.8, who analyzed a sample of 149 pa ents with carpal bone fractures, from which 99 presented isolated scaphoid fractures and obtained the following results: 69% of fractures were in the scaphoid waist, 13% in the proximal pole, 11% in the distal pole, and 6% in the tubercle. Regarding the type of treatment applied, there is a predominance of percutaneous fixa on comparing to open treatment, as well as the conserva ve. Such data may be correlated with the current trend of scaphoid fractures treatment defended by some authors3,9. Healing me of fractures varied within a 9-week average, such fact agrees with findings of current studies (9 to 14 weeks)3,6,7,8,9. Complica ons presented were delayed union and non-union with 14% of the total pa ents treated, malunion with 6%, and radioscaphoid osteoarthri s 3 with 2%, similar to findings by McQueen et al. Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 54 Scaphoid fracture: a preliminary epidemiological study CONCLUSION From results obtained in this study, it may be concluded that variables analyzed were presented according to findings of current interna onal literature, considering there are no studies published in Brazil. It could be observed that in this Specialized Orthopedics Service, par cularly Hand Surgery, there is a predominance of surgical treatment in the management of scaphoid fractures, with overall small rates of complica ons, following a trend of current studies that defend an early invasive interven on (percutaneous surgery), aiming to reduce complica on rates and fast recovery of pa ents. BIBLIOGRAPHY 1- Barton NJ. Fracture of the hand and wrist: complica ons. In: Barton NJ. The Hand and Upper Limb. London, Churchill Livingston, 1988 (4); 326-34. 2- McQueen MM. Hand fractures and disloca ons. In: Court-Brown CM, McQueen MM, Torne a P. et al. Orthopaedic surgery essen als: trauma. Philadelphia, Lippinco , Williams and Wilkins, 2006:170-207. 3- McQueen MM, Gelbke MK, Wakefield A, Will EM, Gaebler C. Percutaneous screw fixa on versus conserva ve treatment for fractures of the waist of the scaphoid: a prospec ve randomised study. J Bone Joint Surg (Br) 2008 (90) 1: 66-71. 4- Kozin SH.Incidence, mechanism, and natural history of scaphoid fractures. Hand Clin 2001 (17): 515-524. 5- Linscheid RL, Weber ER. Scaphoid fractures and nonunion. In:Cooney WP, Linscheid RL,Dobyns JH et al. The Wrist - Diagnosis and opera ve treatment. St Louis. Mosby, 1998:385-430. 6- Van Tassel DC, Owens BD, Wolf JM. Incidence es mates and demographics of scaphoid fracture in the U.S. popula on. J Hand Surg (Am). 2010; 35 (8):1242-5. 7- Wolf JM, Dawson L, Mountcastle SB, Owens BD. The incidence of scaphoid fracture in a military popula on . Injury. 2009; 40 (12):1316-9. 8- Dennis HH, Sze AC, Murphy D. Prevalence of carpal fracture in Singapore. J Hand Surg (Am). 2011; 36(2): 278-83. 9- Merrell G, Slade J. Technique for percutaneous fixa on of displaced and nondisplaced acute scaphoid fractures and select nonunions. J Hand Surg (Am). 2008; 33(6):966-73. Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 55 Seguimento pós-operatório das hemiartroplastias do ombro POSTOPERATIVE FOLLOW-UP OF SHOULDER HEMIARTHROPLASTIES Autores: Carlos Humberto Cas llo Rodriguez¹ Paulo César Faiad Piluski² Christofer Stoffel³ Osvandré Canfield Lech4 Leandro de Freitas Spinelli5 Médico Ortopedista e Traumatologista. Estagiário (R4) de Cirurgia do Ombro e Cotovelo do Ins tuto de Ortopedia e Traumatologia de Passo Fundo/RS¹. Médico Ortopedista e Traumatologista. Preceptor do Ins tuto de Ortopedia e Traumatologia de Passo Fundo/RS. Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo². Médica Residente (R1) em Ortopedista e Traumatologista do Ins tuto de Ortopedia e Traumatologia de Passo Fundo/RS³. Médico Ortopedista e Traumatologista. Chefe do Serviço de Cirurgia do Ombro e Cotovelo do Ins tuto de Ortopedia e Traumatologia de Passo Fundo/RS. Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo4. Médico Ortopedista e Traumatologista do Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Porto Alegre/ RS Sul. Mestre e Doutor pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul5. Correspondências: Instituto de Ortopedia e Traumatologia de Passo Fundo, RS Rua Uruguai 2050 Passo Fundo, RS, Brasil CEP: 99010-220 E-mail: [email protected] RESUMO Racional para o estudo: É importante o conhecimento da evolução pósoperatória dos pacientes com hemiartroplas as de ombro, em termos de função, melhora da dor e sa sfação, assim como as principais complicações. Obje vo: obje vo geral é avaliar os resultados das hemiartroplas as realizadas no Serviço de Cirurgia do Ombro e Cotovelo do Ins tuto de Ortopedia e Traumatologia de Passo Fundo/RS, no período de janeiro de 1998 a dezembro 2008. Método: Avaliamos mobilidade pós-operatória, alivio da dor e sa sfação do paciente assim como as complicações deste procedimento. Estudo retrospec vo, descri vo de revisão de prontuários no sistema digital do IOT passo Fundo. Foram avaliados 82 prontuários de pacientes pós-operados com hemiartroplasa de ombro, 60 entraram nos critérios de inclusão. Resultados: A média de seguimento de 4,4 anos, 38 pacientes (63,3%) sexo feminino e 22 (36,6%) sexo masculino. Fratura de úmero proximal (FUP) 37 pacientes (61,66%), Osteoartrose 15 pacientes (25%), NAV da cabeça do úmero 6 pacientes (10%) e Artropa a por lesão do manguito rotador 2 (3,33%). FUP 16 pacientes (43,24%) elevação> 140°. Rotação externa, 32 (86,84%) > 30°. Rotação interna, 22 (59,46%) > L1. Alivio da dor30 (81,10%) sem dor ou dor leve. Osteoartrose: elevação 9 (60%) >140°. Rotação externa, 14 > 30°. Rotação interna, 10 (66,66%) > L1. 15 pacientes (100%) sem dor o com dores leves. NAV:elevação: 6 (100%) > 90°, rotação externa, 3 (50%) > 60°, Rotação interna, 4 (66,66%) > L1. Alivio da dor 100%. Artropa a do manguito rotador, elevação 100% < 140°, 50% rotação externa> 60°, 50% rotação interna> L1, 50% dor leve. 54 pacientes (90%) estão sa sfeitos com os resultados e 6 pacientes (10%) não ficaram sa sfeitos. Complicações: infecção (4 pacientes), afrouxamento da prótese (3 pacientes), miositeossificante do subescapular (2 pacientes), acetabulização do acrômio (1 paciente) e lesão do nervo axilar (1 paciente). Conclusão: Hemiartroplas a do ombro e um procedimento que oportuniza ao paciente alivio da dor em longo prazo, res tui a mobilidade ar cular funcional e garante a sa sfação do paciente, com alto grau de segurança e baixo índice de complicações. Unitermos: Hemiartroplas a de ombro, mobilidade, alivio da dor, sa sfação, osteoartrose, fratura úmero proximal, necrose avascular, artropa a por lesão do manguito rotador. Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 56 Seguimento pós-operatório das hemiartroplastias do ombro. INTRODUÇÃO A artroplas a do ombro foi inicialmente usada por Péan em 1893 e modernizada por Neer em 1950 (fig.1), tendo desde então, demonstrado eficácia clínica para o tratamento de condições degenera vas primárias e secundárias do ombro, enquanto modificações da técnica cirúrgica e do desenho das próteses levam à melhor função do ombro1. Principalmente a hemiartroplas a deve ser considerada quando tem incapacidade funcional e substancial, a reconstrução por artroplas a é possível, o paciente é bom candidato e o cirurgião 2 experimentado . Para realização de uma artroplas a deve-se ter como requisitos a presença de um bom estoque ósseo, de uma musculatura forte e de uma integridade tendínea, para assim, garan r uma reconstrução funcional. Artroplas a do ombro dá ao cirurgião a oportunidade de restaurar a biomecânica glenoume2 ral, força, estabilidade e suavidade da ar culação . A meta da hemiartroplas a é restaurar a super cie da cabeça umeral na sua localização e configuração normal. Visto que a glenóide não é re rada, o tamanho, o raio e orientação do componente umeral deve duplicar a cabeça umeral biologicamente original, com cuidados de não colocar uma cabeça umeral muito grande que possa sobrecarregar a 6 ar culação . Hemiartroplas a tem várias vantagens: como o fato de ser um procedimento de baixa complexidade cirúrgica, pouca perda sanguínea, menor tempo de 3 exposição, além de baixo custo . Mas possui indicações específicas para um bom resultado a médio e longo prazo como: pacientes com osteoartrose concêntrica do ombro (fig. 2), lesão considerável da car lagem da cabeça umeral, mas com super cie glenoidal intacta, suficiente arco glenóideo para estabilizar a cabeça umeral, pouco suporte ósseo para colocar o componente glenóideo, ascensão estável da cabeça umeral (cuff tear arthropaty ou artrite reumatóide severa), história remota de infecção e pacientes com a vidades de alta demanda 4 no ombro . As principais contra indicações para a hemiartroplas as são sepse recente, problemas neuropá cos que afetem a ar culação, deficiências na musculatura do manguito rotador e na função do deltóide e a falta de cooperação do paciente5. Na literatura existem numerosos trabalhos que falam dos resultados da hemiartroplas a nas diferentes patologias que afetam a estrutura funcional do ombro. Os resultados em alivio da dor pósoperatório esta numa media de 85%, com uma recuperação da amplitude de abdução de 115° de media6,28,29,30. Em patologias específicas, existem estudos que mostraram resultados próximos aos 100% para alívio da dor em pacientes com osteonecrose tratados com hemiartroplas a, mas não tão sa sfatórios para artrite reumatóide ou osteoartrite7,28. Para fraturas de úmero proximal há estudos que evidenciam uma sobrevida da prótese de 96,6% com uma média de follow -up de 6,3 anos, com resultados sa sfatórios no alívio da dor, com bons resultados na recuperação da mobilidade e força muscular, mas relatam resultados aceitáveis na recuperação da mobilidade e força em pacientes idosos8. Em osteoartrite, os estudos que reportam num follow-up de 11,3 anos, ó mos resultados a longo tempo na alivio da dor, e mobilidade, mas com 20% resultados pouco 9 sa sfatórios . Outros estudos reportam resultados de bons à ó mos num "follow-up" de 7,5 anos com 10 relação mobilidade e alívio da dor . Também observamos na literatura muitos ar gos que comparam hemiartroplas a com artroplas a total. Comparando pacientes com osteoartrite, a literatura reporta resultados de alívio Prótese de Neer para hemiartroplastia, pequena, média e grande. (Neer CS II: articular replacement for the humeral head. J Bone Joint Surg Am 37:215-228 1955) Classificação da glenoide na osteoartrose primária gleno-umeral (Walch, G. Boulahia, R. primary gleno-humeralosteoartritis: Clinical and radiographic classification. Shoulder arthroplasty. Springer. 1999)² Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 57 Seguimento pós-operatório das hemiartroplastias do ombro. da dor e mobilidade sem diferença significa va entre os dois métodos de artroplas a. Já no que se refere às séries recentes, elas reportam diferenças significa vas, com maior alívio da dor e melhor ganho de mobilidade para pacientes com artroplas a total 11,16,17,18,19,20,21,22,23,24,25,28 . Com relação à necrose avascular da cabeça do úmero, comparação entre hemiartroplas a e artroplas a total mostra resultados semelhantes, porém, com maior número de complicações pósoperatório em pacientes operados com artroplas a 12 total que com hemiartroplas a . Na artrite reumatóide, os resultados são favoráveis na hemiartroplas a sendo a melhor indicação o uso de prótese cimentada, já artroplas a total apresenta o maior índice de complicações, como soltura da prótese13. As complicações da hemiartroplas a são menores quando comparadas com as da artroplas a total, como observado em determinadas patologias. As principais complicações são: fratura periproté ca intraoperatória, lesões do nervo axilar e mau alinhamento do implante. As complicações pós-operatórios são principalmente sobrecarga da ar culação por colocação de um implante da cabeça umeral grande, impacto subacromial, lesões do manguito rotador, afrouxamento do implante, rigidez ar cular, infecções e fratura periproté ca da diáfise umeral. Para nós, é importante o conhecimento da evolução pós-operatória dos pacientes com hemiartroplas as de ombro no Serviço de Cirurgia do Ombro e Cotovelo do Ins tuto de Ortopedia e Traumatologia de Passo Fundo/RS, em termos de função, melhora da dor e sa sfação, assim como as principais complicações. OBJETIVO Avaliar os resultados das hemiartroplas as feitas Serviço de Cirurgia do Ombro e Cotovelo do Ins tuto de Ortopedia e Traumatologia de Passo Fundo/RS, no período de janeiro de 1998 à dezembro 2008. Avaliar a melhora da dor nos pacientes que foram operados de hemiartroplas a do ombro pelo serviço de membro superior do IOT Passo Fundo. Avaliar a função dos ombros nos pacientes que foram operados de hemiartroplas a de ombro pelo serviço do membro superior no IOT Passo Fundo. Avaliar a sa sfação dos pacientes operados de hemiartroplas- a do ombro pelo serviço do membro superior no IOT Passo Fundo. Evidenciar os resultados pósoperatórios das diferentes patologias tratadas com hemiartroplas as no serviço de membro superior no IOT Passo Fundo. Determinar as principais complicações dos pacientes operados de hemiartroplas a no serviço de membro superior no IOT Passo Fundo. MÉTODOS Estudo retrospec vo para avaliar os pacientes subme dos à hemiartroplas a de ombro no Ins tuto de Ortopedia Traumatologia de Passo Fundo durante o período de janeiro 1998 à dezembro 2008. Foram u lizadas as escalas de ADM para flexão, rotação externa e rotação interna, assim como alivio da dor e sa sfação do paciente, para avaliação dos resultados pós-operatórios das hemiartroplas as com seguimento mínimo de 6 meses. Avaliou-se só pacientes com hemiartroplas a do ombro em pacientes com osteoartrite glenoumeral primaria (OSTEO ART) sem comprome mento da glenoide, pacientes após fratura do úmero proximal (FUP), pacientes com artrite reumatóide (AR) sem compromisso da glenoide, necrose avascular da cabeça umeral (NAV) e artropa a por lesão do manguito rotador (CTA). Os pacientes foram divididos em grupos de acordo com a patologia para determinar os resultados em termos de sa sfação, alívio da dor e amplitude de movimentos, além de determinar as principais complicações nestes grupos. Todos os pacientes realizaram o tratamento proposto, não acontecendo neste momento qualquer interferência no paciente ou no seu tratamento. O estudo constou de avaliação dos prontuários do sistema digital do IOT Passo Fundo. A pesquisa foi realizada no período de outubro de 2010 a fevereiro de 2011, no Serviço de Cirurgia do Ombro e Cotovelo do Ins tuto de Ortopedia e Traumatologia de Passo Fundo/RS. Foi feito um seguimento pós-operatório desde o diagnós co da patologia até sua condição atual, e através de pesquisas padronizadas para avaliação do resultado funcional final ao tratamento verificado nos prontuários. Como se trata de um estudo retrospec vo e este não envolve de forma a va os pacientes, apenas prontuários, não haverá riscos e desconfortos. Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 58 Seguimento pós-operatório das hemiartroplastias do ombro. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO 1. Pacientes com hemiartroplas as do ombro, operados no serviço de membro superior no IOT Passo Fundo 2. Pacientes com seguimento maior a 6 meses CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO 1. Pacientes operados em outro serviço de ortopedia 2. Pacientes com artroplas a total do ombro 3. Pacientes com seguimento menor a 6 meses 4. Artroplas as parciais feitas no serviço antes de janeiro 2008 TRATAMENTO CIRÚRGICO Os pacientes foram operados segundo os critérios para hemiartroplas a do ombro antes discu dos. A via de acesso u lizado em todos os casos foi a abordagem deltopeitoral, segundo a técnica original descrita por Neer¹. A prótese usada em todos os casos foi à prótese modular. No pós-operatório imediato deixou-se o paciente com poia por 2 semanas em repouso de a vidades com o membro superior. Após 2 semanas iniciouse regime de fisioterápico com exercícios pendulares e adm passiva, as 4 a 6 semanas se inicia o ganho de adm a va até os 3 meses quando se iniciam exercícios de reforço muscular progressivos. O retorno completo as a vidades em torno de 6 a 8 meses com orientações de evitar carregamento excessivo de peso ou esforços repe vos. elevação, rotação externa, rotação interna e dor (figura 3, e tabela 2). Nos pacientes com fratura do úmero proximal avaliamos que dos 37 pacientes, 16 (43,24%) apresentava uma elevação do membro operado acima dos 140°, 12 pacientes (32,43%) entre 90° e 140° e 9 pacientes (24,33%) uma elevação por baixo dos 90°. Na rotação externa, 32 pacientes (86,84%) mantevese acima dos 30°, só 5 (13,16%) pacientes estavam por baixo dos 30°. Rotação interna, 22 pacientes (59,46%) estavam por cima de L1, 14 pacientes por baixo de L1, onde só 9 men am a rotação interna até as nádegas. Referente ao alivio da dor nestes pacientes, encontramos que 30 (81,10%) encontram-se no 22% 38% Masculino Fig 1. Distribuição segundo sexo dos pacientes pós-operados de artroplastia parcial no serviço de membro superior do IOT Passo Fundo, RS. Ombro 35% RESULTADOS Foram ob dos 82 pacientes aos quais possuiam artroplas a do ombro. Destes, 60 entraram nos critérios de inclusão. O seguimento mínimo foi de 6 meses e o máximo de 8 anos, obtendo um media de seguimento de 4,4 anos. Dos 60 pacientes, 38 (63,3%) eram do sexo feminino e 22 (36,6%) do sexo masculino (figura 1) e com afetação principalmente do ombro direito (35 ombros, 58,33%) em comparação com o esquerdo (25 ombros, 41,66%) (figura 2). Entre as patologias pela que foi indicada a artroplas a temos fratura de úmero proximal com 37 pacientes (61,66%), sendo a indicação fraturas de 3 ou 4 fragmentos deslocada, osteoartrose glenoumeral com 15 pacientes (25%), naqueles pacientes com afecção mínima da glenoide, necrose avascular da cabeça do úmero 6 pacientes (10%) e artropa a por lesão do manguito rotador 2 (3,33%) (tabela 1). Nestes pacientes foram avaliadas as variáveis de Feminino Direito 25% Esquerdo Fig 2. Distribuição dos ombros dos pacientes pós-operados de artroplastia parcial no serviço de membro superior do IOT Passo Fundo, RS. PATOLOGIA PACIENTES FUP OSTEO ART NAV CTA 37 15 6 2 TOTAL 60 Tabela 1. Distribuição dos pacientes Pós-operados de hemiartroplastia no serviço de membro superior do IOT Passo Fundosegundo a patologia. Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 59 Seguimento pós-operatório das hemiartroplastias do ombro. 16 30 Sexo M 27 RE <30 Sexo F RE 30 - 60 RE > 60 14 25 12 20 10 15 10 6 8 10 6 4 3 3 5 2 2 0 0 FUP NAV OSTEO ART FUP CTA Fig. 3. Distribuição das patologias segundo sexo dos pacientes pós-operados de artroplastia parcial no serviço de membro superior do IOT Passo Fundo, Rs. OSTEO ART PTS IDADE ELEVACÃO RE RI < 90 90 140 > 140 30 60 > 60 RI nadegas RI < L1 RI > L1 20 DOR < 30 CTA Fig. 5. Distribuição das patologias segundo a rotação externa do ombro nos pacientes pós-operados de artroplastia parcial no serviço de membro superior do IOT Passo Fundo, Rs. 25 PATOLOGIA NAV NAD < L1 > L1 LEVE MOD INT 15 FUP 37 66,5 9 12 16 5 16 16 9 5 22 30 3 4 OSTEO ART 15 71,4 0 6 9 1 3 11 1 4 10 15 0 0 6 58,8 0 5 1 1 2 3 0 2 4 6 0 0 2 72 1 1 0 1 1 0 1 1 0 1 0 1 60 67,175 10 24 26 8 22 40 11 12 36 52 3 5 NAV CTA TOTAL 10 5 0 FUP TABELA 2. Distribuição dos pacientes segundo a patologia e seus resultados nas diferentes variáveis no estudo. 16 Elevação < 90 Elevação 90 - 140 Elevação > 140 OSTEO ART NAV CTA Fig. 6. Distribuição das patologias segundo a rotação interna nos pacientes pósoperados de artroplastia parcial no serviço de membro superior do IOT Passo Fundo, Rs. 30 Dor leve Dor mod Dor intensa 14 25 12 20 10 8 15 6 10 4 5 2 0 0 FUP OSTEO ART NAV CTA FUP OSTEO ART NAV CTA Fig. 4. Distribuição das patologias segundo a elevação do ombro nos pacientes pósoperados de hemiartroplastia no serviço de membro superior do IOT Passo Fundo, RS. Fig. 7. Distribuição das patologias segundo a dor nos pacientes pós-operados de artroplastia parcial no serviço de membro superior do IOT Passo Fundo, Rs. momento da ul ma avaliação sem dor ou com a dor leve, 3 pacientes (8,11%) com dor moderada e 4 pacientes (10,81%) com dor intensa (Figura 7). Nos 15 pacientes pós-operados por osteoartrose, 9 pacientes (60%) elevam o braço acima dos 140° e 6 pacientes (40%) elevam o braço acima dos 90°, não haviam pacientes com elevação menor aos 90°. Na rotação externa, 14 pacientes apresentavam acima dos 30° e 11 pacientes (73,33%) acima dos 60°, só 1 nha uma rotação externa menor a 30°. Para a rotação interna, 10 pacientes (66,66%) também acima de L1, 4 pacientes (26,6%) até L1 e só 1 (6,66%) paciente até as nádegas. Encontramos que os 15 pacientes (100%) encontravam-se sem dor ou com dores leves. No grupo dos pacientes nos quais foram feitas artroplas as parciais por necrose avascular da cabeça do úmero, encontramos que dos 6 pacientes, todos elevam o braço acima dos 90°, onde só 1 (16,66%) consegue erguer o braço acima dos 140° (figura 4). Na rotação externa, 3 pacientes (50%) conseguem acima dos 60°, 2 pacientes (33,33%) mais Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 60 Seguimento pós-operatório das hemiartroplastias do ombro. de 30°, e 1 pacientes (16,6%) menos de 30°(figura 5). Na rotação interna, 4 (66,66%) pacientes executaram acima de L1, e 2 pacientes (33,33%) por baixo de L1 (figura 6). A alivio da dor foi do 100% (figura 7). Os 2 pacientes pós-operados por artropa a do manguito rotador, apresentavam a elevação por baixo dos 140°, só 1 deles apresentou rotação externa maior aos 60°, e a rotação interna acima de L1, com dor leve. Em geral dos pacientes após cirurgia de artroplas a parcial de ombro, encontramos que 54 pacientes (90%) estão sa sfeitos com os resultados e 6 pacientes (10%) não ficaram sa sfeitos com os resultados, encontrando-se que 11 pacientes (18%) apresentaram alguma complicação. As complicações foram, infecção (5 pacientes), afrouxamento da prótese (3 pacientes), miositeossificante do subescapular (2 pacientes), acetabulização do acrômio 1 paciente) e lesão do nervo axilar (1 paciente). DISCUSSÃO Resultados foram sa sfatórios, tanto para tratamento de fraturas de úmero proximal, osteoartrite e necrose avascular. Com relação à elevação, 83,3 % (50) dos pacientes conseguiram elevar o braço acima dos 90°, 86,6% (52) dos pacientes conseguem uma rotação externa que supera os 30° e 60% (36) dos pacientes conseguem uma rotação interna acima da L1, o que fala de uma recuperação da mobilidade funcional do membro superior 86,6% (52) se encontram no final do seguimento sem dor ou com dores leves, e 90% dos pacientes estão sa sfeitos com a cirurgia, proporcionando alto índice de melhora da dor em nossa serie. Com relação as complicações, 18% (11) pacientes apresentaram algum po de complicação, sendo a principal, infecção (6 pacientes), seguida pelo afrouxamento assép co do componente proté co (3 pacientes), miossi sossificante do subescapular (2 pacientes), 1 lesão nervosa e um dos pacientes com artropa a por lesão do manguito rotador presenteou acetabulização do acrômio. Destes pacientes, 3 precisaram da re rada da prótese e sendo realizada uma cirurgia de Jones e foram feitos 2 revisões para prótese total, o que representa o 8% do total dos pacientes. Robinson e Page em Edimburgo reportam bons resultados num seguimento de mais de 6 anos para hemiartroplas a no tratamento de fraturas de úmero proximal. Walsh e Kempf reportam 80.5% de ó mos resultados no tratamento da osteoartrite com hemiartroplas a com só 6.7% de resultados ruins². Cofield reporta alivio significante da dor e dos movimentos em 11 anos de seguimento de 60 27, 28 ombros . Rockwood fala de ó mos resultados para o tratamento da osteoartrite num seguimento de 7 anos em 50 pacientes26. Olerud e Noyes referem piora dos scores para dor e função após 5 anos de follow-up e aumento do número de complicações ao longo do 29,30 tempo . Dos 60 pacientes avaliados dentro de nosso estudo só 6 pacientes não ficaram sa sfeitos com o resultado com 12 paciente que veram alguma complicação no pós-operatório, o que fala de um baixo índice de complicações. Walsh reporta 5 % de complicações nas hemiartroplas as por osteoartrite². Cofield relata um 19% de revisão de hemiartro27,28 plas as de 74 hemiartroplas as . Em conclusão, Hemiartroplas a do ombro é um procedimento que da ao paciente alivio da dor a longo prazo, res tui a mobilidade ar cular funcional e da sa sfação ao paciente, com alto grau de segurança e baixo índice de complicações. BIBLIOGRAFIA 1. 2. 3. Neer CS II: ar cular replacement for the humeral head. J Bone Joint Surg Am 37:215-228 1955 Walsh, G. Boileau, P. 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Bishop JY, Flatow EL: Humeral head replacement versus total shoulder arthroplasty: clinical outcomes—a review. J Shoulder Elbow Surg 2005; 14(1 suppl S):141S. Boyd et al., 1990. Boyd AD, Thomas WH, Sco RD, et a l : To t a l s h o u l d e r a r t h r o p l a s t y v e r s u s hemiarthroplasty. J Arthroplasty 1990; 5:329. Bryant et al., 2002. Bryant D, Litchfield R, Sandow M, et al: A comparison of pain, strength, range of mo on, and func onal outcomes a er hemiarthroplasty and total shoulder arthroplasty in pa ents with osteoarthri s of the shoulder: a systema c review and meta-analysis. J Bone Joint Surg 2002; 87A:1947. Edwards et al., 2003. Edwards TB, Kadakia NR, Boulahia A, et al: A comparison of hemiarthroplasty and total shoulder arthroplasty in the treatment of primary glenohumeral osteoarthri s: results of a mul center study. J Shoulder Elbow Surg 2003; 12:207. Lo et al., 2005. 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Instructor at the Ins tuto de Ortopedia e Traumatologia de Passo Fundo, RS, Brazil. Member of the Brazilian Society of Orthopedics and Traumatology, and the Brazilian Society of Shoulder and Elbow Surgery². Fellow (R1) in Orthopedics and Traumatology at the Ins tuto de Ortopedia e Traumatologia de Passo Fundo, RS, Brazil³. Orthopedist and Traumatologist. Head of the Shoulder and Elbow Surgery Service at the Ins tuto de Ortopedia e Traumatologia de Passo Fundo, RS, Brazil. Member of the Brazilian Society of Orthopedics and Traumatology, and the Brazilian Society of Shoulder and Elbow Surgery4. Orthopedist and Traumatologist at Hospital Santa Casa da Misericórdia de Porto Alegre, RS, Brazil. Master and PhD by the Federal University of Rio Grande do Sul5. Correspondences: Ins tuto de Ortopedia e Traumatologia de Passo Fundo/RS, Brazil Rua Uruguai 2050 Passo Fundo, RS, Brazil Zip Code: 99010-220 E-mail: [email protected] Objec ve: The general goal is to assess the results of hemiarthroplas es performed at the Shoulder and Elbow Surgery Service of the Ins tuto de Ortopedia e Traumatologia de Passo Fundo, RS, Brazil, from January 1998 to December 2008. Method: Postopera ve mobility, pain relief and pa ent sa sfac on, as well as the complica ons of this procedure were assessed. It is a descrip ve retrospec ve study, with assessment of medical records from de digital system of IOTPasso Fundo. Eighty-two medical records from pa ents post operated with shoulder hemiarthroplasty were assessed, and 60 met the inclusion criteria. Results: The mean follow-up was of 4.4 years, 38 pa ents (63.3%) were women and 22 (36.6%) were men. Thirty-seven pa ents (61.66%) had Proximal Humeral Fracture (PHF), 15 pa ents (25%) had Osteoarthri s, 6 pa ents (10%) had humeral head AVN, and 2 pa ents (3.33%) had Cuff Tear Arthropathy. For 16 pa ents (43.24%) with PHF, eleva on was > 140°. External rota on, 32 pa ents (86.84%) > 30°.Internal rota on, 22 pa ents (59.46%) > L1. Pain relief, 30 pa ents (81.10%) with no or mild pain. Osteoarthri s: eleva on 9 pa ents (60%) > 140°. External rota on, 14 pa ents > 30°. Internal rota on, 10 pa ents (66.66%) > L1. Fi een pa ents (100%) with no or mild pain. AVN: eleva on: 6 pa ents (100%) > 90°, external rota on, 3 pa ents (50%) >60°, Internal rota on, 4 pa ents (66.66%) > L1. Pain relief, 100%. Cuff tear arthropathy: eleva on 100% < 140°, 50% external rota on > 60°, 50% internal rota on > L1, 50% mild pain. Fi y-four pa ents (90%) were sa sfied with the results, and 6 pa ents (10%) were not sa sfied. Complica ons: Infec on (4 pa ents), loosening of the prosthesis (3 pa ents), myosi s ossificants of the subscapularis (2 pa ents), acromial acetabuliza on (1 pa ent), and axillary nerve injury (1 pa ent). Conclusion: Shoulder hemiarthroplasty is a procedure that provides pain relief in the long-term to the pa ent, restores func onal joint mobility, and promotes pa ent sa sfac on, with a high level of security and low index of complica ons. Keywords: Shoulder hemiarthroplasty, mobility, pain relief, sa sfac on, osteoarthri s, proximal humeral fracture, avascular necrosis, cuff tear arthropathy. Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 63 Postoperative follow-up of shoulder hemiarthroplasties INTRODUCTION Shoulder arthroplasty was ini ally used by Péan in 1893, and modernized by Neer in 1950 (fig. 1), and since then it has shown clinical efficacy for the treatment of primary and secondary degenera ve condi ons of the shoulder, while changes in surgical techniques and prosthesis design lead to improved shoulder func on¹. . Hemiarthroplasty should be mainly considered when showing func onal and substan al inability, when reconstruc on by arthroplasty is possible, the pa ent is a good candidate, and the surgeon is experienced². Performing an arthroplasty should consider as requisites the presence of sa sfactory osseous storage, and strong musculature with tendon integrity, so to ensure func onal reconstruc on. Shoulder arthroplasty provides the surgeon with the opportunity to restore glenohumeral biomechanics, strength, stability, and tenderness of the joint². The goal of hemiarthroplasty is restoring humeral head surface on its regular loca on and configura on. Providing the glenoid is not removed, the size, radius, and humeral component orienta on should double the biologically original humeral head, with cau on not to place an oversized humeral head that may 6 overload the joint . Hemiarthroplasty presents several advantages, such as the fact of being a procedure of low surgical complexity, li le blood loss, less exposure me, and low cost³. However, it has specific indica ons for medium- and long-term sa sfactory results: pa ents with concentric osteoarthri s of the shoulder (fig.2), significant injury of the humeral head car lage but with intact glenoid surface, sufficient glenoid arc to stabilize the humeral head, li le bone support to place the glenoid component, stable rising of the head (cuff tear arthropathy or severe rheumatoid arthri s), remote history of infec ons, and pa ents 4 with ac vi es that highly demand the shoulder . The main contraindica ons of hemiarthroplas es are recent sepsis, neuropathic problems affec ng the joint, deficiencies of the rotator cuff musculature and of deltoid func on, and the lack of pa ent coopera on5. Literature presents several studies discussing the results of hemiarthroplasty in different pathologies affec ng the func onal structure of the shoulder. The results of postopera ve pain relief are 85% in average, with a range of abduc on recovery of 115° in average 6,28,29,30 . Some studies show, for specific pathologies, results near 100% for pain relief in pa ents with osteonecrosis and treated with hemiarthroplasty, but not so sa sfactory results for rheumatoid arthri s or osteoarthri s7,28. For proximal humeral fractures, there are studies proving a prosthesis survival of 96.6% with mean follow-up of 6.3 years, with sa sfactory results for pain relief, mobility recovery, and muscle strength, but repor ng acceptable results for mobility recovery and strength 8 in elderly pa ents . For osteoarthri s, studies report excellent results in the long-term and follow-up of 11.3 years for pain relief and mobility, but 20% of unsa sfactory results(9). Other studies report good to excellent results, in a follow-up of 7.5 years, regarding mobility and pain relief10. It is also observed in literature, several ar cles comparing hemiarthroplasty with total arthroplasty. Comparing pa ents with osteoarthri s, literature reports results for pain relief and mobility with no significant difference among methods of arthroplasty. However, recent series report significant differences with greater pain relief and be er mobility gain for pa ents with total arthroplasty11,16,17,18,19,20,21,22,23,24,25,28. Neerprosthesis for hemiarthroplasty, small, medium, and large. (Neer CS II: articular replacement for the humeral head. J Bone Joint Surg Am 37:215-228 1955) Glenoid classification in primary glenohumeral osteoarthritis (Walch, G. Boulahia, R. primary glenohumeral osteoarthritis: Clinical and radiographic classification. Shoulder arthroplasty.Springer. 1999)² Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 64 Postoperative follow-up of shoulder hemiarthroplasties Regarding humeral head avascular necrosis, comparing hemiarthroplasty and total arthroplasty shows similar results, however, with greater number of postopera ve complica ons in pa ents operated 12 with total arthroplasty than with hemiarthroplasty . For rheumatoid arthri s, results are favorable in hemiarthroplasty, and the use of cemented prosthesis is the best indica on, on the other hand, total arthroplasty presents higher index of complica ons, 13 such as loosening of the prosthesis . Hemiarthroplasty complica ons are fewer when compared with total arthroplasty, as observed in certain pathologies. Main complica ons are: intraopera ve periprosthe c fracture, axillary nerve injuries, and poor implant alignment. Postopera ve complica ons are especially joint overload by implant placement of large humeral head, subacromial impact, rotator cuff injuries, loosening of the implant, ar cular s ffness, infec ons, and periprosthe c fracture of the humeral diaphysis. It is important for us to understand the postopera ve progress of pa ents with shoulder hemiarthroplas es at the Shoulder and Elbow Surgery Service of the Orthopedics and Traumatology Ins tute of Passo Fundo, RS, Brazil, regarding func on, improvement of pain and sa sfac on, as well as the main complicaons. This study aims to assess the results of hemiarthroplas es performed at the Shoulder and Elbow Surgery Service of the Orthopedics and Traumatology Ins tute of Passo Fundo, RS, Brazil, from January 1998 to December 2008; to assess pain improvement of pa ents who were operated of shoulder hemiarthroplasty by the service of upper limb surgery of IOT Passo Fundo; to assess shoulder func on of pa ents who were operated of shoulder hemiarthroplasty by the service of upper limb surgery of IOT Passo Fundo; to assess the sa sfac on of pa ents operated of shoulder hemiarthroplasty by the service of upper limb surgery of IOT Passo Fundo; to prove postopera ve results of different pathologies treated with hemiarthroplas es at the service of upper limb surgery of IOT Passo Fundo; and to determine the main complica ons of pa ents operated of shoulder hemiarthroplasty by the service of upper limb surgery of IOT Passo Fundo. METHODS The present retrospec ve study aims to assess pa ents submi ed to shoulder hemiarthroplasty at the Ins tuto de Ortopedia e Traumatologia de Passo Fundo, from January 1998 to December 2008. Range of mo on (ROM) scales were used for flexion, external rota on, and internal rota on, as well as for pain relief and pa ent sa sfac on, so to assess postopera ve results of hemiarthroplas es, with 6-month follow-up, only assessing pa ents with shoulder hemiarthroplasty in pa ents with primary glenohumeral osteoarthri s (OSTEO ART) without compromising the glenoid, pa ents a er proximal humeral fracture (PHF), pa ents with rheumatoid arthri s (RA) without compromising the glenoid, humeral head avascular necrosis (AVN), and cuff tear arthropathy (CTA). Pa ents will be divided in groups according to pathology so to determine results regarding sa sfac on, pain relief, and range of mo on, as well as to determine the main complicaons in these groups. Considering the present research is a retrospecve study, all of the pa ents have already performed the proposed treatment, so at this moment there are no pa ent or treatment interferences. The study included the assessment of medical records from the digital system of IOT Passo Fundo. The research was performed from October 2010 to February 2011 at the Shoulder and Elbow Surgery Service of the Orthopedics and Traumatology Ins tute of Passo Fundo, RS, Brazil. A postopera ve follow-up was performed from the assessment at the pathology diagnosis to its current condi on, and through standardized researches to assess the final func onal result of the treatment applied, verified in medical records. Because it is a retrospec ve study, it does not ac vely involve pa ents, only medical records, so there will be no risks or discomfort. INCLUSION CRITERIA 1. Pa ents with shoulder hemiarthroplasty operated at the service of upper limb surgery of IOT Passo Fundo. 2. Pa ents with follow-up longer than 6 months. Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 65 Postoperative follow-up of shoulder hemiarthroplasties EXCLUSION CRITERIA 1. Pa ents operated at another orthopedics service. 2. Pa ents with total shoulder arthroplasty. 3. Pa ents with follow-up shorter than 6 months. 4. Par al arthroplas es performed at the Service before January 2008. SURGICAL TREATMENT Pa ents were operated according previously discussed criteria for shoulder hemiarthroplasty. The prosthesis used was modular humeral prosthesis. The mean of access used in all cases was the deltopectoral approach, according to the original technique described by Neer¹. The prosthesis used in all cases was the modular prosthesis. Upon immediate postopera ve, the pa ent uses a sling for 2 weeks at rest from ac vi es involving the upper limb. A er 2 weeks, physiotherapy starts with pendular exercises and passive ROM; at 4 to 6 weeks ac ve the gain of ROM starts up to 3 months when exercises of progressive muscle strengthening start. Total return of ac vi es occurs around 6 to 8 months with orienta ons for avoiding excessive weight li ing or repe ve strains. RESULTS A total of 82 pa ents who had shoulder arthroplasty were obtained. From these, only 60 pa ents met the inclusion criteria. Minimum followup was 6 months, and maximum was 8 years, so the mean follow-up was 4.4 years. From the 60 pa ents, 38 (63.3%) were women and 22 (36.6%) were men (figure 1), and had the right shoulder (35 shoulders, 58.33%) mainly affected in comparison with the le shoulder (25 shoulders, 41.66%)(figure 2). Among pathologies by which arthroplasty was indicated, there are proximal humeral fracture in 37 pa ents (61.66%), with fracture indica on of 3 or 4 dislocated fragments; glenohumeral osteoarthri s in 15 pa ents (25%), with minimal glenoid affec on; humeral head avascular necrosis in 6 pa ents (10%); and cuff tear arthropathy in 2 pa ents (3.33%) (table 1). Variables of eleva on, external rota on, internal rota on, and pain were assessed in these pa ents (figure 3 and table 2). From 37 pa ents with proximal humeral fracture, it was verified that 16 of them (43.24%) presented an eleva on of the limb operated above 140°, 12 pa ents (32.43%) between 90° and 140°, and 9 pa ents (24.33%) presented eleva on below 90°. For external rota on, 32 pa ents (86.84%) stayed above 30°, and only 5 pa ents (13.16%) were below 30°. For internal rota on, 22 pa ents (59.46%) were above L1, 14 pa ents were below L1, and only 9 pa ents men oned internal rota on down to the bu ocks. Regarding pain relief of these pa ents, 30 of them (81.10%) are found to be at the moment of their last assessment, with no or mild pain, 3 pa ents (8.11%) with moderate pain, and 4 pa ents (10.81%) with intense pain (figure 7). From the 15 pa ents post operated with osteoarthri s, 9 of them (60%) were found to raise 22% 38% Men Women Fig 1. Distribution according to gender of patients post operated with partialar throplasty at the service of upper limb surgery of IOT Passo Fundo, RS, Brazil. 35% Right shoulder 25% Left shoulder Fig 2. Distribution of shoulders of patients post operated with partial arthroplasty at the service of upper limb surgery of IOT Passo Fundo, RS, Brazil. PATHOLOGY PATIENTS PHF OSTEO ART AVN CTA 37 15 6 2 TOTAL 60 Table 1. Distribution of patients post operated with hemiarthroplasty at the service of upper limb surgery of IOT Passo Fundo, RS, Brazil, Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 66 Postoperative follow-up of shoulder hemiarthroplasties 30 16 F gender M gender 27 RE <30 RE 30 - 60 RE > 60 14 25 12 20 10 15 10 6 8 10 6 4 3 5 3 2 2 0 0 PHF AVN OSTEO ART PHF CTA Fig. 3. Distribuition of pathologies according to gender of patients post operated of partialar throplasty at the service of upper limb surgery of IOT Passo Fundo, RS, Brazil. OSTEO ART PTS AGE ER ELEVATION < 90 90 140 > 140 < 30 30 60 IR > 60 < L1 > L1 MILD MOD IR Buttocks IR < L1 IR > L1 20 PAIN NAD CTA Fig. 5. Distribution of pathologies according to external rotation of the shoulder in patients post operated of partial arthroplasty at the service of upper limb surgery of IOT Passo Fundo, RS, Brazil. 25 PATHOLOGY AVN INT 15 FUP 37 66.5 9 12 16 5 16 16 9 5 22 30 3 4 OSTEO ART 15 71.4 0 6 9 1 3 11 1 4 10 15 0 0 6 58.8 0 5 1 1 2 3 0 2 4 6 0 0 2 72 1 1 0 1 1 0 1 1 0 1 0 1 60 67.175 10 24 26 8 22 40 11 12 36 52 3 5 NAV CTA TOTAL 10 5 0 PHF Table 2.Distribution of patients according to pathology, and results in different variables of the study. 16 Elevation < 90 Elevation 90 - 140 Elevation > 140 AVN CTA Fig. 6. Distribution of pathologies according to internal rotation of the shoulder in patients post operated of partial arthroplasty at the service of upper limb surgery of IOT Passo Fundo, RS, Brazil. 16 14 14 12 12 10 10 8 8 6 6 4 4 2 2 0 OSTEO ART Mild Pain Mod Pain Intense Pain 0 PHF OSTEO ART AVN CTA PHF OSTEO ART AVN CTA Fig. 4. Distribution of pathologies according to shoulder elevation in patients post operated with hemiarthroplasty at the service of upper limb surgery of IOT Passo Fundo, RS, Brazil. Fig. 7. Distribution of pathologies according to pain of patients post operated of partialar throplasty at the service of upper limb surgery of IOT Passo Fundo, RS, Brazil. the arm above 140°, 6 pa ents (40%) raise the arm above 90°, and there were no pa ents with eleva on below 90°. As for external rota on, 14 pa ents were above 30°, 11 pa ents (73.33%) were above 60°, and only 1 pa ent presented external rota on below 30°. For internal rota on, 10 pa ents (66.66%) were above L1, 4 pa ents (26.6%) were up to L1, and only 1 pa ent (6.66%) down to the bu ocks. It was found that 15 pa ents (100%) had no or mild pain. In the group of 6 pa ents submi ed to par al arthroplasty by humeral head avascular necrosis, it was found that all 6 of them raised the arm above 90°. From these, only 1 (16.66%) can raise the arm above 140° (figure 4). For external rota on, 3 pa ents (50%) raise the arm above 60°, 2 pa ents (33.33%) above 30°, and 1 pa ent (16.6%) below 30° (figure 5). For internal rota on, 3 pa ents (66.66%) were above L1, and 2 pa ents (33.33%) were below L1 (figure 6). Pain relief occurred for 100% of pa ents (figure 7). Both pa ents pre-operated with rotator cuff arthropathy presented eleva on below 140°, and only one of them presented external rota on above 60° and internal rota on above L1, with mild pain. Generally, from postopera ve pa ents of par al Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 67 Postoperative follow-up of shoulder hemiarthroplasties shoulder arthroplasty, it was found that 54 pa ents (90%) were sa sfied with the results, and 6 pa ents (10%) were not sa sfied with the results. Eleven pa ents (18%) presented some type of complica on. Complica ons were: infec on (5 pa ents), loosening of the prosthesis (3 pa ents), myosi s ossificants of the subscapularis (2 pa ents), acromial acetabuliza on (1 pa ent), and axillary nerve injury (1 pa ent). DISCUSSION The results of our study were sa sfactory for the treatment o f p roximal h u meral fractu res, osteoarthri s, and avascular necrosis. Regarding eleva on, 83.3% (50) of pa ents could raise the arm above 90°, 86.6% (52) of pa ents achieved an external rota on above 30°, and 60% (36) of pa ents achieved an internal rota on above L1, which concerns the recovery of func onal mobility of the upper limb. By the end of follow-up, 86.6% (52) had no or mild pain, and 90% of pa ents were sa sfied with the surgery, providing a high index of pain improvement in our series. Regarding complica ons, it was found that 18% (11) of pa ents presented some type of complica on, given the main one is infec on (6 pa ents), followed by asep c loosening of prosthe c component (3 pa ents), myosi s ossificants of the subscapularis (2 pa ents), 1 nervous injury, and one of the pa ents with cuff tear arthropathy presented acromial acetabuliza on. From these pa ents, 3 required prosthesis removal, a Jones' surgery was performed, and 2 total prosthesis assessments were performed, represen ng 8% of total pa ents. Robinson and Page reported, in Edinburg, sa sfactory results in a follow-up of more than 6 years for hemiarthroplasty in the treatment of proximal humeral fractures. Walsh and Kempf reported 80.5% of excellent results for the treatment of osteoarthri s with hemiarthroplasty, and only 6.7% of unsa sfactory results². Cofield reports significant pain relief and mo on in 11 years of follow-up of 60 shoulders27,28. Rockwood discusses excellent results for the treatment of osteoarthri s in 7 years of follow-up of 50 pa ents26. Olerud and Noyes discuss worsening of pain and func on scores a er 5 years of follow-up, and increased number of complica ons in the long-term29,30. From the 60 pa ents assessed in our study, only 6 pa ents were not sa sfied with the result with 12 pa ents who had some type of postopera ve complica on, which represents a low index of complica ons. Walsh reports 5% of complica ons in hemiarthroplas es by osteoarthri s². Cofield reports 19% of hemiarthroplas es assessment from 74 hemiarthroplas es27,28. In conclusion, shoulder hemiarthroplasty is a procedure that provides long-term pain relief to the pa ent, restores func onal joint mobility, and promotes pa ent sa sfac on, with a high level of security and low index of complica on. BIBLIOGRAPHY 1. Neer CS II: ar cular replacement for the humeral head. J Bone Joint Surg Am 37:215-228 1955. 2. Walsh, G. Boileau, P. 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Primary hemiarthroplasty for the treatment of proximal humeral fractures. J Bone Joint Surg. 2003;85A: 1215-23. 26. Rockwood, C. Wirth, M. Tapsco , S. Southworth, C. Treatment of the glenohumeral arthri s with hemiarthroplasty: A minimum five years follow up outcome study. J Bone Joint Surg.2006; 88A:964 – 973. 27. Cofield, R. Rispoli, D. Sperling, J. Humeral head replacement for the treatment of the osteoarthri s. J Bone Joint Surg. 2006; 88A: 2637-2644. 28. Cofield, R. Bartelt, R. Sperling,J. Schleck,C. Shoulder arthoplasty in pa ents aged fi y – five years or younger with osteoarthri s. J Shoulder and elbow Surg. 2011;20, 1: 123-130. 29. Noyes, M. Kleinhenz, B. Markert, R. Crosby, L. Fun onal and radiographic long-tem outcomes of hemiarthroplasty for proximal humeral fractures. J Shoulder Elbow Surg. 2011; 20,3: 372-377. 30. Olerud, P. Ahrengart, L. Pozer, S. Saving, J. Tidemark, J. Hemiarthroplasty versus nonopera ve treatment of displaced 4-part proximal humeral fractures in elderly pa ents: a randomized controlled trial. J shoulder Elbow Surg. 2011; on line publica on. Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 69 Vascularização arterial da patela VASCULARIZATION BLOOD OF PATELLA Autores: José Saggin, M D André Kuhn, M D Osmar Valadão Lopes Jr, M D Paulo Renato Saggin, M D Daniel Leonardo Tussi Nicolodi , M D RESUMO As abordagens cirúrgicas para artroplas as do joelho frequentemente interferem no suprimento sanguíneo arterial da patela, especialmente se as circulações sanguíneas medial e lateral forem lesadas, o que ocorre nas situações em que a artrotomia medial e liberação lateral são realizadas. Após a injeção de me lmetacrilato e corante na artéria femoral, os autores fizeram uma análise do suprimento sanguíneo arterial da patela por meio da dissecação de dez joelhos de cadáveres frescos. Todos eram do sexo masculino, sendo cinco joelhos direitos e cinco esquerdos. Observou-se a existência de variações anatômicas, o que faz chamar a atenção para a tenta va de prevenir lesões ao suprimento sanguíneo da patela durante abordagens cirúrgicas, reduzindo assim o risco de necrose da patela. Unitermos: Patela, vascularização arterial, necrose. Correspondências: Instituto de Ortopedia e Traumatologia de Passo Fundo, RS Rua Uruguai 2050 Passo Fundo, RS, Brasil CEP: 99010-220 E-mail: [email protected] Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 70 Vascularização arterial da patela INTRODUÇÃO Os problemas relacionados com a patela cons tuem o maior número de complicações após artroplas as totais do joelho, tendo sido relatados entre 8 - 35% dos casos. Destes, o principal é a fratura da patela causada por necrose avascular devido à transecção da artéria genicular súpero-lateral no momento da realização da liberação lateral ¹. A patela recebe dois suprimentos sanguíneos, extra-ósseo e intra-ósseo, os quais originam-se de diversas artérias principais: artéria genicular descendente (GD), artéria genicular medial superior (GMS), artéria genicular lateral superior (GLS), artéria genicular medial inferior (GMI), artéria genicular lateral inferior (GLI) e artéria bial anterior recurrente (TAR)². O sistema extra-ósseo forma um anel arterial em torno da patela. A GLS e a GMS dirigem-se à borda superior da patela em frente à inserção do tendão quadricipital anastomosando-se com a GS. A GLI e a GMI, antes de emergirem nas bordas do tendão patelar, dividem-se em três ramos: o ramo parapatelar ascendente, que pela borda lateral anastomosase com ramos da GLS; o ramo parapatelar oblíquo convergindo centripetamente pela borda anterior da patela; o ramo transverso, que anastomosa-se com vasos polares atrás do tendão patelar. O sistema intra-ósseo é formado por dois grupos principais: os vasos médios polares, que penetram pelo forâmen vascular no terço médio da borda anterior, e os vasos polares provenientes das anastomoses atrás do tendão patelar³. O sistema venoso acompanha o arterial recebendo os mesmos nomes4. Nosso obje vo, por meio do estudo anatômico minucioso desta região é iden ficar possíveis variações anatômicas e correlacioná-las com as abordagens cirúrgicas usualmente realizadas na cirurgia do joelho. MÉTODOS Cons tuíram o material do estudo 10 joelhos de cadáveres frescos, todos do sexo masculino, com idade variando entre 23 e 49 anos, sendo u lizados cinco joelhos direitos e cinco joelhos esquerdos que foram analisados no Ins tuto de Ortopedia e Traumatologia de Passo Fundo ( IOTRS ). A artéria femoral foi dissecada no trígono femoral e ligada proximalmente. Um cateter foi então introduzido por um pequeno ori cio na parede anterior da artéria, distalmente à ligadura e fixado por sutura circular. A seguir foram injetados por pressão manual5 200 ml de monômero me lmetacrilato (líquido acrílico) e polímero me lmetacrilato (resina acrílica), ngido com pigmento vermelho para realçar a coloração dos vasos e facilitar a dissecação, pois os mesmos solidificam-se em torno de trinta minutos após a injeção. Em média cinco horas após a injeção do acrílico – podendo variar de duas a doze horas - foi iniciada a dissecação. Primeiramente rebateu-se um retalho de pele e tecido subcutâneo quinze cen metros acima e abaixo do joelho em toda face anterior. A seguir realizou-se minuciosa re rada do peritendão, tecido conjun vo e, em certos casos, dissecação laminar da cápsula. Todos os casos foram dissecados pelo mesmo cirurgião. O exame das peças foi realizado em duas etapas: a primeira após re rada da pele e do tecido subcutâneo e a segunda após dissecação final, e assim foto documentados. RESULTADOS No joelho nº1 observou-se a ausência da artéria GMS, assim como no joelho nº 6 foi iden ficada a artéria GLS anastomosando-se com a artéria GLI e com a artéria GMI (fig 1). Figura 1 No joelho nº2 foi observada a artéria GLS de pequeno calibre, anastomosando-se com a artéria GMS e desta anastomose par ndo três ramos em direção ao centro da patela. Foram também dissecadas as artérias GMI e GLI (fig2).Nos joelhos nº9 e nº10 a artéria GLS era de maior calibre que as demais, sendo iden ficados ramos anastomosando-se com as artérias GMS e GLI. A artéria GMI, mais delgada, penetrando no pólo ínfero-medial e emi ndo um ramo para a artéria GMS. Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 71 Vascularização arterial da patela Figura 2 Figura 5 No joelho nº3 a artéria GMS era a de maior calibre, anastomosando-se com a artéria GLS delgada e com a artéria GMI. Não foi encontrado ramo arterial no pólo ínfero-lateral (fig 3). Figura 6 Figura 3 No joelho nº4 a artéria GMI era a mais calibrosa. Pôde ser iden ficada a anastomose das duas artérias geniculares laterais e da artéria GLS com a artéria GMS (fig 4 e 5). Figura 7 Figura 4 Nos joelhos nº5, nº7 e nº8 foram iden ficados os quatro ramos geniculares principais em sua sintopia usual, anastomose das artérias geniculares superiores e ramos deste arco para a patela (fig 6, 7, 8 e 9). Figura 8 Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 72 Vascularização arterial da patela Figura 9 Nos joelhos nº9 e nº10 a artéria GLS era de maior calibre que as demais, sendo iden ficados ramos anastomosando-se com as artérias GMS e GLI. A artéria GMI, mais delgada, penetrando no pólo ínfero-medial e emi ndo um ramo para a artéria GMS. DISCUSSÃO Por ser uma estrutura situada na linha média do membro inferior, a patela recebe fluxo sanguíneo terminal de ambos os seus lados, o que confere, após lesões, a responsabilidade pela nutrição de sua rede anastomó ca. Foi observado que após as dissecações realizadas e a revisão bibliográfica, embora exista um padrão de disposição dos vasos, estes podem às vezes estar ausentes ou variar em seu calibre, o que pode levar à insuficiência vascular se houver lesão dos vasos responsáveis pela vascularização tecidual durante uma ou mais abordagens cirúrgicas. Dividindo-se as fraturas transversas do terço médio da patela em dois fragmentos, superior e inferior, o primeiro é facilmente isolado da corrente sanguínea, porque a fratura interrompe a artéria nutriente principal, correndo acima da parte média da patela. O fragmento inferior tolera melhor a lesão, pois possui dupla circulação, médio patelar e vaso polar, penetrando no polo inferior. O mesmo ocorre nas fraturas do terço superior e superolateral, pois a linha de fratura cruza ramificações terminais. A incidência de necrose nestes casos pode a ngir 25%3. Especificamente em casos de artroplas a total do joelho, a GMI é usualmente lesada durante a liberação de partes moles para correção da deformidade em varo. A GLI é usualmente lesada durante a 6 excisão do menisco lateral . Insall relata um caso de insuficiência arterial após ampla liberação de partes moles lateralmente para correção do desvio em valgo, onde o paciente apresentava no pós-operatório ausência de pulso e diminuição de temperatura na extremidade do membro operado7. Em um trabalho realizado por Camerom e Huffer8 foram observados 8 casos de necrose avascular da patela após 160 artroplas as totais do joelho por abordagens mediais e liberações laterais. As alterações radiográficas aparecem em média 6 meses após, juntamente com a dor retropatelar. Por este mo vo, estes autores têm preferido a abordagem lateral, com abertura do re náculo e descolamento medial da patela, tendo sido realizado nesta revisão 300 casos sem nenhum desenvolvimento de necrose avascular. Para Dejour o fator mais importante para a ocorrência da fratura secundária da patela após artroplas a é a necrose da rótula desvitalizada por uma secção do pedículo súpero-externo sempre ligado a uma extensa liberação da aleta lateral. Este autor insis a sobre a necessidade de respeitar este pedículo sempre que fosse possível, fazendo-se somente a liberação da parte inferior da aleta externa, evitando-se seccionar a parte alta, para realização da centragem patelar e realinhamento do 9 aparelho extensor . Nas grandes deformidades em valgo Dejour9 recomendava a via de abordagem ântero-externa para a realização das artroplas as, descrita inicialmente por Keblish10,11, a qual não necessitava ro neiramente de uma osteotomia da tuberosidade bial anterior. Esta via de abordagem permite luxar o aparelho extensor medialmente, preservando-se toda a irrigação arterial medial para a patela. 12 Matsueda e Gus lo propuseram a via de abordagem sub-vastus medial para as artroplas as totais do joelho, proporcionando um maior respeito ao aparelho extensor e a preservação da vascularização da patela, permi ndo luxar o aparelho extensor lateralmente. No entanto este procedimento apresenta algumas contraindicações ligadas à dificuldade de luxação do aparelho extensor, como antecedentes de artrotomias e osteotomias biais, revisões de próteses, patela baixa e obesidade13. Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 73 Vascularização arterial da patela CONCLUSÃO O estudo da vascularização arterial da patela demonstra que, embora esta siga um padrão anatômico, também apresenta variações. A não observação de sua anatomia poderia levar a uma necrose secundária em razão da secção cirúrgica dos ramos arteriais. O conhecimento da anatomia da vascularização da patela nos permite planificar qual a melhor via de abordagem a ser realizada antes de realizar uma incisão cirúrgica que poderia causar um maior dano a sua vascularização arterial, sem gerar dificuldades técnicas para a realização do procedimento desejado. BIBLIOGRAFIA 1 - Cremshaw A. H., Cirurgia Ortopédica de Campbell. São Paulo, Manole, pág. 454, 1996. 2- Scuderi G.: Evalua on of patela viability a er disrup on of the arterial circula on. The American Journal of Sports Medicine 15: 490 493, 1987. 3 - Scapinelli R.: Blood Suply of The Human Patela. 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Paris. 2000. 12 - Matsueda M, Gus lo RB. Subvastus and medial p a ra p a te l a r a p p ro a c h e s i n t o ta l k n e e arthroplasty. Clin Orthop 371: 161 – 168, 2000. 13 - Dubrana F, Poureyron Y. Voies d'abord du genou. Te c h n i q u e s c h i r u r g i a l e s - O r t h o p é d i e Traumatologie, 44 – 720, 14p, Elsevier. Paris. 2001. Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 74 Vascularization blood of patella VASCULARIZAÇÃO ARTERIAL DA PATELA ABSTRACT Surgical approaches for knee arthroplas es o en interfere with the arterial blood supply of the patella, especially if medial and lateral blood circula ons are damaged, which occurs when medial arthrotomy and lateral release are performed. A er methyl methacrylate and pigment are injected in the femoral artery, the authors performed an analysis of arterial blood supply of the patella by dissec ng ten knees from fresh cadavers. All pa ents were male, and there were five right knees and five le knees. The existence of anatomical varia ons was observed, drawing a en on to the a empt of preven ng damages to blood supply of the patella during surgical approaches, thus reducing the risk of patellar necrosis. Authores: Keywords: Patella, arterial vasculariza on, necrosis. José Saggin, M D André Kuhn, M D Osmar Valadão Lopes Jr, M D Paulo Renato Saggin, M D Daniel Leonardo Tussi Nicolodi , M D Correspondences: Instituto de Ortopedia e Traumatologia de Passo Fundo, RS Rua Uruguai 2050 Passo Fundo, RS, Brazil CEP: 99010-220 E-mail: [email protected] Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 75 Vascularization blood of patella INTRODUCTION Patella-related problems represent a higher n u m b e r o f co m p l i ca o n s a e r to ta l k n e e arthroplas es and were reported in 8 - 35% of the cases. From these cases, the main one is patella fracture caused by vascular necrosis due to superior lateral genicular artery transec on at the me of lateral release¹. The patella receives two blood supplies (extraosseous and intraosseous), which are originated from several main arteries: descending genicular artery (DG), superior medial genicular artery (SMG), superior lateral genicular artery (SLG), inferior medial genicular artery (IMG), inferior lateral genicular artery (ILG) and recurrent anterior bial artery (RAT)². The extraosseous system forms an arterial ring around the patella. The SLG and the SMG turn to the upper edge of the patella in front of the quadriceps tendon, anastomosing with SG. Prior to emerging in the edges of the patellar tendon, ILG and IMG are divided in three branches: the ascending parapatellar branch, which performs anastomosis with SLG by the lateral edge; the parapatellar oblique branch, centripetally converging by the anterior edge of the patella; the transverse branch, which performs anastomosis with polar vessels behind the patellar tendon. The intraosseous system is formed by two main groups: medium polar vessels, which penetrate by the vascular foramen in the middle third of the anterior edge; and polar vessels provided from anastomosis behind the patellar tendon³. The venous system follows the arterial system, receiving the same names4. This study aims, through detailed anatomical study of this region, to iden fy possible anatomical varia ons and correlate them to surgical approaches usually performed in knee surgery. The femoral artery was dissected in the femoral triangle and proximally bonded. Then, a catheter was introduced through a small hole in the anterior wall of the artery, distal to the bond and fixed by circular suture. Next, 200 ml of methyl methacrylate monomer (liquid acrylic) and methyl methacrylate polymer (acrylic resin) were injected by manual pressure⁵, pigmented with red color to highlight the color of the vessels and facilitate dissec on, considering they turn solid around thirty minutes a er injec on. In an average of five hours a er acrylic injec on – it may vary from two to twelve hours – dissec on started. First, a skin flap and subcutaneous ssue was bounced fi een cen meters above and below the knee in the whole anterior face. Then, a detailed removal of the peritenon, connec ve ssue, and in some cases, laminar dissec on of the capsule was performed. All of the cases were dissected by the same surgeon. The examina on of the parts was performed in two stages: first a er the removal of skin and subcutaneous ssue, second a er final dissec on, and thus, photo documented. RESULTS The absence of the SMG artery was observed in knee # 1, as the SLG artery was iden fied in knee # 6 performing anastomosis with ILG and IMG arteries (fig. 1). Fig. 1 METHODS The material of the study were 10 knees from fresh cadavers, all of the male gender, aged from 23 to 49 years, and five right knees and five le knees were used for analysis at the Orthopedics and Traumatology Ins tute of Passo Fundo (IOTRS). The small caliber SLG artery was observed in knee # 2, performing anastomosis with the SMG artery, and dividing three branches towards the center of the patella, from this anastomosis. IMG and ILG arteries were also dissected (fig. 2). Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 76 Vascularization blood of patella Fig 2 Fig 5 In knee # 3, the SMG artery was of large caliber, performing anastomosis with the slender SLG artery and the IMG artery. Arterial branch was not found in the inferolateral pole (fig. 3). Fig 6 Fig 3 In knee # 4, the IMG artery was more calibrous. Anastomosis of both lateral genicular arteries, and the SLG artery with the SMG artery could be iden fied (fig. 4 and 5). Fig 7 Fig 4 In knees # 5, # 7, and # 8, four main genicular branches were iden fied in their usual sintopy, anastomosis of superior genicular arteries and branches of this arc for the patella (fig. 6, 7, 8, and 9). Fig 8 Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 77 Vascularization blood of patella In knees # 9 and # 10, the SLG artery had larger caliber than others, and branches were iden fied performing anastomosis with SMG and ILG arteries. The more slender IMG artery penetrates in the inferomedial pole and issues a branch for the SMG artery. Fig 9 DISCUSSION For being a structure located in the middle line of the lower limb, the patella receives terminal blood flow from both its sides, determining the responsibility for feeding its anastomo c network a er damages. A er dissec ons performed and bibliographical review, it was observed that although there is a pa ern of vessel distribu on, these may some mes be absent or as its caliber ranges, which may lead to vascular insufficiency in the case of damages to vessels responsible for ssue vasculariza on during one or more surgical approaches. By dividing transverse fractures of the middle third of the patella in two fragments – superior and inferior – the first is easily isolated in blood flow because the fracture disrupts the main feeding artery, running over the middle part of the patella. The lower fragment be er tolerates the damage, because of double circula on, patellar middle, and polar vessel penetra ng in the lower pole. The same occurs in fractures of the superior third and superior lateral, because the fracture line intersects terminal ramifica ons. The incidence of necrosis in these cases may reach 25%³. Especially in cases of total knee arthroplasty, the IMG is usually damaged during the release of so parts for correc ng varus deformity. The ILG is usually 6 damaged during excision of the lateral meniscus . Insall reports a case of arterial insufficiency a er extensive lateral release of so parts for correc ng valgus devia on, where the pa ent presented pulse absence and decreasing temperature in the edge of the limb operated, at postopera ve. In a study performed by Cameron and Huffer⁸, 8 cases of avascular necrosis of the patella were observed a er 160 total knee arthroplas es, by medial approaches and lateral releases. Radiographic changes appear in average 6 months a er, along with retropatellar pain. Hence, these authors have preferred the lateral approach with opening of the re naculum and medial detachment of the patella, considering 300 cases were performed in this review with no development of a vascular necrosis. For Dejour, the most important factor for the occurrence of secondary fracture of the patella a er arthroplasty is necrosis of devitalized kneecap by a sec on of the superior external pedicle, always related to an extensive release of the lateral flap. This author insisted on the need to respect this pedicle whenever possible, only performing the release of the inferior part of the external flap, thus avoiding sec oning the upper part for patellar centering and 9 realignment of the extensor apparatus . In large valgus deformi es, Dejour9 recommended the anterior external approach to perform 10,11 arthroplas es, ini ally described by Keblish , which did not require rou ne anterior bial tuberosity osteotomy. This approach allows medially disloca ng the extensor apparatus, preserving the en re medial arterial irriga on for the patella. Matsueda and Gus lo12 proposed the medial subvastus approach for total knee arthroplas es, providing greater respect to the extensor apparatus and preserva on of patellar vasculariza on, allowing to laterally disloca ng the extensor apparatus. However, this procedure presents some contraindica ons related to the difficulty of disloca ng the extensor apparatus, such as arthrotomies and bial osteotomies, prosthesis revision, low patella, and 13 obesity . CONCLUSION The study of arterial vasculariza on of the patella shows that, although it follows an anatomical pa ern, it also presents varia ons. Not observing its anatomy could lead to a secondary necrosis because Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 78 Vascularization blood of patella of surgical sec on of arterial branches. The understanding of vasculariza on anatomy of the patella allows planning which is the best BIBLIOGRAPHY 1 - Cremshaw A. H., Cirurgia Ortopédica de Campbell. São Paulo, Manole, pág. 454, 1996. 2- Scuderi G.: Evalua on of patella viability a er disrup on of the arterial circula on. The American Journal of Sports Medicine 15: 490 493, 1987. 3 - Scapinelli R.: Blood Supply of The Human Patella. J Bone Joint Surgery 49: 563- 570, 1967. 4 - Ne er F.: The Ciba Collec on of Medical Illustra on. West Caldwell, Library of Congress, vol VIII, p.97, 1991. 5 - Volpon J.: Injeção de corantes nos vasos ósseos. Rev Bras Ortop18: 205-207, 1983. 6- James A. Rand, Total knee Arthoplasty. P 420. , Raven. New York. 1993. 7- Insall J N: Cirurgia de la Rodilla. Buenos Aires, Médica Panamericana, p. 916, 1994. 8 - Cameron H. U, Huffer B. Avascular Necrosis of the Patella Following Total Knee Replacement. approach to perform before making a surgical incision that could cause greater damage to its arterial vasculariza on, without causing technical difficul es to perform the procedure desired. Acta Ortopédica Bélgica. Tome 51, fasc. 5, 1985. 9 - Dejour H, Deschamps G. Technique Opératuire de la Prothese Total à Glissement du Genou. Lyon, France. Le Genou, Centre Hospitalalier, 1994. 10 - Keblish PA. The lateral approach to the valgus knee: surgical technique and analysis of 53 cases with over two-year follow-up evalua on. Clin Orthop 271: 52-62, 1991. 11 - Keblish PA. La voie d'abord externe dans la chirurgie prothé que du genou, Maîtrise Orthop 96: 6 – 15. Paris. 2000. 12 - Matsueda M, Gus lo RB. Subvastus and medial p a ra p ate l l a r a p p ro a c h e s i n to ta l k n e e arthroplasty. Clin Orthop 371: 161 – 168, 2000. 13 - Dubrana F, Poureyron Y. Voies d'abord du genou. Te c h n i q u e s c h i r u r g i a l e s - O r t h o p é d i e Traumatologie, 44 – 720, 14p, Elsevier. Paris. 2001. Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 79 Disgenesia gonodal: relato de dois casos clínicos distintos GONADAL DYSGENESIS: REPORT OF TWO DIFFERENT CLINICAL CASES Autores(as): Karen Oppermann¹ Rafael Buffé² Diego Zambonin³ Mariana Fávero Colombi² Anita Moro4 Médica ginecologista e preceptora do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), coordenadora do ambulatório de Ginecologia Endócrina e Menopausa do HSVP, professora de Ginecologia e Obstetrícia, Faculdade de Medicina da Universidade de Passo Fundo (UPF)¹. Médico(a) residente em Ginecologia e Obstetrícia, Hospital São Vicente de Paulo (HSVP)². Acadêmico de medicina, Faculdade de Medicina, Universidade de Passo Fundo (UPF)³. RESUMO Alterações cromossômicas que levam a graus variáveis de prejuízo da função gonadal são classificadas como casos de disgenesia gonadal, sendo a síndrome de Turner a alteração mais amplamente estudada. O fenó po encontrado, assim como as repercussões clínicas, está relacionado ao carió po de cada paciente. Variantes gené cas são encontradas quando ocorrem deleções parciais, translocações e inversões cromossômicas. O reconhecimento precoce o miza o tratamento hormonal trazendo bene cios ao paciente e permite a inves gação de comorbidades associadas. O tratamento envolve abordagem mul disciplinar, com monitorização dos sistemas envolvidos na síndrome. O obje vo desse estudo é relatar dois casos clínicos com apresentações clínicas dis ntas de disgenesia gonadal. Unitermos: Disgenesia gonadal, síndrome de Turner, amenorréia, insuficiência ovariana primária, hipogonadismo hipergonadotrófico. Bióloga e coordenadora do Laboratório de Citogené ca do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP)4. Correspondências: Karen Oppermann Hospital São Vicente de Paulo Passo Fundo/RS E-mail: [email protected] Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 80 Disgenesia gonadal: relato de dois casos clínicos distintos INTRODUÇÃO Disgenesia gonadal é uma alteração da estrutura tecidual das gônadas, podendo ser decorrente de alterações cromossômicas e havendo basicamente prejuízo da caracterização sexual e das funções reprodu vas. Indivíduos portadores de mosaicismos podem apresentar estágios variáveis de diferenciação gonadal. A Síndrome de Turner (ST) é um po de disgenesia gonadal cuja alteração cromossômica é a ausência parcial ou total de um cromossomo X em pacientes com fenó po feminino¹. Foi descrita originalmente por Henry Turner em 1938, antes do advento das análises cromossômicas². A gônada pode ser rudimentar com um aspecto de fita, caracterizada histologicamente por um estroma fibroso denso. Em outros casos, os ovários são pequenos, com imagens de pequenos cistos ou até com aspecto normal, podendo manter alguma função ovariana³. A prevalência da ST é es mada em 4 1:2500 recém-nascidos do sexo feminino . A maioria dos conceptos com carió po 45,X não sobrevive, ocorrendo aborto espontâneo. A idade materna não aumenta o risco de ST e não há fatores de risco estabelecidos, sendo rara a recorrência em gestações 5 posteriores . Aproximadamente 45% a 55% das pacientes apresentam genó po 45,X. Outros genó pos encontrados incluem alterações estruturais do cromossomo X. Em torno de 5% dos casos, pode haver linhagens celulares com 46,XY os quais possuem risco aumentado para tumores de células germina vas6. Achados cromossômicos associados a ST e variantes foram descritos, localizando o braço curto do cromossomo X como a região de maior importân7,8 cia para o feno po . O diagnós co defini vo é realizado pelo carió po. Descreve-se a seguir dois casos de disgenesia gonadal com dis ntas apresentações clínicas. Caso 1 - B.B.V, sexo feminino, 15 anos, procura a emergência do Hospital São Vicente de Paulo referindo dor em abdome inferior, de forte intensidade, agravada nos úl mos dias. Durante a inves gação, a paciente foi subme da à videolaparoscopia seguida de videoapendicectomia. O inventário da cavidade abdominal durante o ato cirúrgico revelou útero hipoplásico e ovários em fita. Após a recuperação, foi solicitado carió po à paciente, sendo encaminhada ao ambulatório de ginecologia para inves gação e seguimento. Nesta consulta, a paciente referiu menarca espontânea aos 14 anos, tendo desde então, menstruado apenas duas vezes, irregularmente, mesmo com o uso de an concepcional oral combinado cíclico. Exame Físico: PA: 90/60mmHg, Altura: 1,54m, Peso: 50Kg, IMC: 21,0Kg/m2, Circunferência Abdominal: 74cm. Implantação baixa de cabelo. Mamas: Tanner 3. Vulva: normal. Hímen íntegro. Escore de Ferriman = 12. US Pélvico (via abdominal): útero em AVF, contornos regulares, volume 30,1 cm³ (N: 30 a 90 cm³). Eco endometrial centrado. Ovário Direito: topografia normal, medindo 2,2X2,0X0,9cm - volume 2,12cm³ (N: 3 a 10 cm³) Ovário Esquerdo: não visualizado. Rins, ureteres e bexiga sem alterações. Exames Laboratoriais: 1 7 - B e t a - E s t ra d i o l : < 1 0 p g / m L ; P ro l a c n a : 12,71ng/mL; FSH: 47,5 mUI/mL; LH: 19,3 mUI/mL; TSH: 1,35 uUI/mL; T4 Livre: 1,05 ng/dL. Carió po: 46,X t(X,7)(q21;p22)[26]. Translocação balanceada entre o braço longo do cromossomo X com o braço curto do cromossomo 7 (Figura 1). Impressão Diagnós ca: Hipogonadismo hipergonadotrófico. Disgenesia gonadal devido a translocação de parte do cromossomo X. Hirsu smo leve de causa periférica. Figura1. Carió po da paciente do caso 1. Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 81 Disgenesia gonadal: relato de dois casos clínicos distintos Caso 2 - J.R, sexo feminino, 29 anos, procura atendimento ginecológico ambulatorial referindo nunca ter menstruado, diminuição da libido e dor suprapúbica po em cólica. Referiu diagnós co de “órgãos infan s” aos 15 anos, e que possui baixo rendimento escolar. Fez uso de an convulsivantes na infância devido episódios de convulsões. Nunca havia feito uso de hormônios. Telarca e pubarca aos 15 anos e sexarca aos 16 anos. Exame Físico: PA: 120/70mmHg, Altura: 1,69m, Peso: 95Kg, IMC: 33,3Kg/m2, Circunferência Abdominal: 102cm. Mamas: Tanner 3. Vulva e vagina: sem par cularidades. Escore de Ferriman: 8 US Pélvico: Útero medindo 4,2x1,6x1,7cm - volume 6cm³ (N: 30 a 90 cm³). Endométrio medindo 0,2cm de espessura. Ovário direito não visualizado. Ovário esquerdo medindo 1,0x0,7x1,0cm - volume 0,4cm³ (N: 3 a 10 cm³). Rins, ureteres e bexiga sem anormalidades. Ecocardiograma: Insuficiência valvar tricúspide leve. Exames laboratoriais: 17-Beta-Estradiol: 19 pg/mL; Prolac na: 7,77 ng/mL; FSH: 42,9 mUI/mL; LH: 20,08 mUI/mL; TSH: 1,612 uUI/mL; T4 Livre: 1,12 ng/dL. Carió po: 46,XX deleção(X)(q25-27). Deleção parcial do braço longo do cromossomo X. Impressão: Hipogonadismo hipergonadotrófico. Disgenesia gonadal por variante de ST (deleção do braço longo do cromossomo X). Discussão: Embora a baixa estatura seja o achado mais frequentemente encontrado na ST clássica (carió po 45,X), os casos relacionados neste estudo não veram o comprome mento de altura final. O primeiro caso trata de uma translocacão do braço longo do cromossomo X. Há evidência que um locus para estatura baixa, insuficiência ovariana, doença autoimmune da reóide e palato arqueado possa ser mapeada no braço curto do cromossoma XZ. O primeiro caso, de translocação, não está incluído na classificação de ST e é classificado à parte. Por outro lado, o segundo caso é uma variante da ST. Em ambos os casos não houve comprome mento da estatura final, provavelmente devido à manutenção do locus no braço curto do cromossoma X. Quanto à função reprodu va, meninas com ovários visíveis à ecografia pélvica têm certo grau de crescimento ovariano e de desenvolvimento folicular na época da puberdade, bem como de desenvolvimento uterino e dos seios, o que indica função ovariana temporária e explica casos relatados de adultas jovens com deleção total ou parcial do cromossomo X que engravidaram e veram o filho (10,11). Em relação à manutenção da função ovariana, há necessidade de que os dois cromossomas X estejam intactos. Folículos ovarianos de indivíduos 45,X degeneram por ocasião do nascimento³. Na ST, as manifestações clínicas variam e podem ser su s, mas geralmente estão incluídas a baixa estatura e a velocidade de crescimento reduzida. O pescoço curto e/ou alado é um es gma sico da doença. Tórax largo e maior espaçamento dos mamilos, cubitus valgus, quarto metatarso curto e linfedema congênito também podem ser observa12 dos . Na adolescência ocorre retardo do desenvolvimento puberal e amenorreia primária ou secundária, como consequência do hipogonadismo ovariano. Anormalidades cardíacas e renais podem ser encontradas. Desordens autoimunes como reoidite de Hashimoto, hipo reoidismo, doença celíaca e doença inflamatória intes nal também podem ocorrer13,14. A resistência insulínica associada à obesidade central, intolerância à glicose e desenvolvimento de diabetes po 2 ocorre frequentemente15. A tabela 1 descreve os principais sistemas que devem ser inves gados nos casos de disgenesia gonadal. As apresentações clínicas das digenesias gonadais são muito variadas. A suspeita diagnós ca deve ocorrer o mais precoce possível pois pode ser decisiva no manejo da estatura final. Como exemplo, por ocasião do nascimento, es gmas como linfedema de pés e mãos ou, nos primeiros anos de vida a curva de crescimento próxima ou abaixo do percen5 l , são sinais suges vos de comprome mento cromossômico16. Nesses casos, o carió po é fundamental. O diagnós co precoce possibilita o uso de esteróides e hormônio do crescimento para um melhor desenvolvimento puberal e de estatura final. O hormônio de crescimento pode ser iniciado entre Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 82 Disgenesia gonadal: relato de dois casos clínicos distintos 12 e 24 meses e os estrogênios devem ser repostos no período puberal para o desenvolvimento de mamas e manutenção da massa óssea. A associação de progesterona será mais tardia, para o estrogênio poder atuar exclusivamente. O tratamento com reposição de estrogênios e progesterona deverá ocorrer até a idade média da menopausa e o acompanhamento ambulatorial deve ser regular com abordagem ampla de vários sistemas, mul disciplinar. Tabela1. Inves gação dos diversos sistemas nas disgenesias gonadais. REFERÊNCIAS: 1. Saenger P. Turner's Syndrome. N Engl J Med 1996; 335:1749. 2. Turner HH. A Syndrome of infan lism, congenital webbed neck, and cubitus valgus. Endocrinology 1938; 28:566. 3. Laml T, Preyer O, Umek W, HengstschlaÈger M, Hanzal E. Gene c disorders in premature ovarian failure. Human Reproduc on Update, Vol.8, No.4 pp. 483±491, 2002. 4. Bondy CA, Turner Syndrome Study Group. Care of girls and women with Turner syndrome: a guideline of the Turner Syndrome Study Group. J Clin Endocrinol Metab 2007; 92:10. 5. Gardner RJ, Sutherland GR. Chromosome Abnormali es and Gene c Counseling. 3rd ed. New York, N.Y.: Oxford University Press, 2004:199-200. 6. Gravholt CH, Fedder J, Naeraa RW, Müller J. 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Turner Syndrome Society of the Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 83 Gonadal Dysgenesis: report of two different clinical cases DISGENESIA GONADAL: RELATO DE DOIS CASOS CLÍNICOS DISTINTOS Authors: Karen Oppermann¹ Rafael Buffé² Diego Zambonin³ Mariana Fávero Colombi² Anita Moro4 Gynecologist and instructor at Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), coordinator of the outpa ent clinic of Endocrine Gynecology and Menopause of HSVP, professor of Gynecology and Obstetrics, Medicine School of the University of Passo Fundo (UPF)¹. Physician resident in Gynecology and Obstetrics, Hospital São Vicente de Paulo (HSVP)². Medicine student, Medicine School, University of Passo Fundo (UPF)³. Biologist and coordinator of the Cytogene cs Laboratory of Hospital São Vicente de Paulo (HSVP)4. ABSTRACT Chromosomal abnormali es that lead to varying degrees of gonadal func on loss are classified as cases of gonadal dysgenesis, and Turner Syndrome is considered the more extensively studied disorder. The phenotype found, as well as the clinical consequences, is related to the karyotype of each pa ent. Gene c variables are found when par al dele ons, transloca ons, and chromosomal inversions occur. Early recogni on op mizes hormone treatment, bringing benefits to the pa ent and allowing the inves ga on of associated comorbidi es. Treatment involves a mul disciplinary approach, with monitoring of systems involved in the syndrome. The objec ve of this study is to report two different clinical cases of gonadal dysgenesis. Keywords: Gonadal dysgenesis, Turner Syndrome, amenorrhea, primary ovarian failure, hypergonadotropic hypogonadism. Correspondences: Karen Oppermann Hospital São Vicente de Paulo Passo Fundo/RS Brazil E-mail: [email protected] Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 84 Gonadal Dysgenesis: report of two different clinical cases Introduc on Gonadal dysgenesis is a gonadal ssue structural change and it may occur from chromosomal changes; it basically harms sexual characteriza on and reproduc ve func ons. Carriers of mosaicisms may present variable stages of gonadal dis nc on. Turner Syndrome (TS) is a type of gonadal dysgenesis in which chromosomal change is the par al or total absence of an X chromosome in pa ents with female phenotype¹. It was originally described by Henry Turner, in 1938, before the event of chromosomal analyses². Gonads may be rudimentary with strip aspect, histologically characterized by a dense fibrous stroma. In other cases, ovaries are small with images of li le cysts or even with normal aspect, with the ability to maintain some ovary func on³. The prevalence of TS is es mated in 1:2500 newborns of 4 the female gender . Most fetuses with karyotype 45.X do not survive and miscarriage occurs. The age of the mother does not increase the risk for TS, and there are no risk factors established, considering recurrence is rare in posterior gesta ons5. About 45% to 55% of pa ents present genotype 45.X. Other genotypes found include structural changes of chromosome X. Around 5% of cases may present cell lines with 46.XY, which have increased 6 risk for germ cell tumors . Chromosomal findings associated with TS and variants were described loca ng the short arm of chromosome X as the most important region for the phenotype7,8. Final diagnosis is performed by the karyotype. Two cases of gonadal dysgenesis with dis nct clinical presenta ons are described next. Case 1 – B.B.V, female gender, 15 years old, seeks the emergency unit of Hospital São Vicente de Paulo claiming strong-intensity pain in the lower abdomen, aggravated over the last days. During inves ga on, the pa ent was submi ed to videolaparoscopy followed by videoappendectomy. The pa ent's inventory of abdominal cavity during surgery revealed hypoplas c uterus and strip ovaries. A er recovery, karyotype was requested to the pa ent, who was directed to the outpa ent clinic of gynecology for inves ga on and follow-up. In this appointment, the pa ent referred spontaneous menarche at the age of 14, and having only two irregular periods since then, even under oral combined cyclic contracep ves. Physical Examina on: Blood Pressure: 90/60 mmHg, Height: 1.54 m, Weight: 50 kg, BMI: 21.0 Kg/m2, Abdominal Circumference: 74 cm. Low hair implant. Breasts: Tanner 3. Vulva: Regular. Intact hymen. Ferriman Score = 12. Pelvic Ultrasound (via abdominal): AVF uterus, regular outlines, volume 30.1 cm3 (N: 30 to 90 cm3). Centered endometrial echo. Right Ovary: regular topography, measuring 2.2x2.0x0.9 – volume 2.12 cm3 (N: 3 to 10 cm3). Le Ovary: not visualized. Unaltered kidneys, ureters, and bladder. Laboratory Examina ons: 17-Beta-Estradiol: <10pg/mL; Prolac n: 12.71ng/mL; FSH: 47.5 mUI/mL; LH: 19.3 mUI/mL; TSH: 1.35 uUI/mL; Free T4: 1.05 ng/dL. Karyotype: 46.X t(X.7)(q21;p22)[26]. Balanced transloca on between the long arm of chromosome X and the short arm of chromosome 7 (Figure 1). Diagnos c Impression: Hypergonadotropic hypogonadism. Gonadal dysgenesis due to par al transloca on of chromosome X. Light hirsu sm of peripheral cause. Figure1. Karyotype of case 1 patient. Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 85 Gonadal Dysgenesis: report of two different clinical cases Case 2 - J.R, female gender, 29 years old, seeks gynecological outpa ent assistance claiming never having had a period, decreased libido, and suprapubic cramp-type pain. Referred diagnosis was of “child organs” at 15 years old, with poor school performance. An convulsants were used in childhood due to seizures episodes. The pa ent had never taken hormones. Thelarche and pubarche at 15 years old, and sexarche at 16 years old. Physical Examina on: Blood Pressure: 120/70 mmHg, Height: 1.69 m, Weight: 95 Kg, BMI: 33.3 Kg/m2, Abdominal Circumference: 102 cm. Breasts: Tanner 3. Vulva and vagina: no par culari es. Ferriman Score: 8. Pelvic Ultrasound: Uterus measuring 4.2x1.6x1.7 cm – volume 6 m3 (N: 30 to 90 cm3). Endometrium measuring 0.2 cm of thickness. Right ovary not visualized. Le ovary measuring 1.0x0.7x1.0 cm – volume 0.4 cm3 (N: 3 to 10 cm3). Unaltered kidneys, ureters, and bladder. Echocardiography: Mild tricuspid valve insufficiency. Laboratory Examina ons: 17-Beta-Estradiol: 19 pg/mL; Prolac n: 7.77 ng/mL; FSH: 42.9 mUI/mL; LH: 20.08 mUI/mL; TSH: 1.612 uUI/mL; Free T4: 1.12 ng/dL. Karyotype: 46.XX dele on(X)(q25-27). Par al dele on of the long arm of chromosome X. Impression: Hypergonadotropic hypogonadism. Gonadal dysgenesis by TS variant (dele on of the long arm of chromosome X). Discussion: Although low stature is the most frequent finding in classic TS (karyotype 45.X), the cases reported in this ar cle were not compromised by final stature. The first case is a transloca on of the long arm of chromosome X. There is evidence that a locus for low stature, ovarian insufficiency, thyroid autoimmune disease and arched palate may be mapped in the short arm of chromosome X(9). The first case, of transloca on, is not included in the classifica on of TS and is classified serarately. On the other hand, the second case is a variant of TS. Both cases did not show compromised final stature, probably due to the maintenance of locus in the short arm of chromosome X. As for reproduc ve func on, girls with ovaries visible to pelvic ultrasound have some degree of ovarian growth and follicle development at puberty, as well as uterus and breasts development, which indicated temporary ovarian func on, explaining cases related to young adults with total or par al dele on of chromosome X 10,11 that either got pregnant or had a child . Regarding the maintenance of ovarian func on, it is required that both chromosomes X are intact. Ovarian follicles of 45.X individuals degenerate at of birth³. In TS, clinical manifesta ons vary and may be subtle, but usually include low stature and reduced growth speed. Short and/or webbed neck is a physical s gma of the disease. Large thorax and wider spacing of nipples, cubitus valgus, short fourth metatarsal, and congenital lymphedema may also be observed 1 2 . In adolescence, delayed pubertal development and primary or secondary amenorrhea occurs as a consequence from ovarian hypogonadism. Heart and kidney abnormali es may be found. Autoimmune disorders, such as Hashimoto thyroidi s, hypothyroidi s, celiac disease and intes nal inflammatory disease may also occur13,14. Insulin resistance associated with central obesity, glucose intolerance and development of type-2 15 diabetes o en occur . Table 1 describes the main systems that should be inves gated in cases of gonadal dysgenesis. Clinical presenta ons of gonadal dysgenesis are varied. Diagnos c suspicion should occur as soon as possible because it may be decisive in handling the final stature. For example, at birth, s gma like feet or hand lymphedema or, at yourger ages, growth curves close or below the 5th percen le are sugges ve of 16 chromossomal abnormali es . In such cases, karyotype is essen al. Early diagnosis allows the use of steroids and growth hormones for be er pubertal and final stature development. Growth hormones may be ini ated between 12 and 24 months and estrogens Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 86 Gonadal Dysgenesis: report of two different clinical cases should be restored over the pubertal period for breast development and bone mass maintenance. Progesterone associa on will occur later, so estrogen may work with exclusivity. The treatment with estrogen and progesterone reposi on should occur up to the average menopause age and outpa ent follow-up should be regular with ample approach of several systems, mul disciplinary. Table 1. Inves ga on of the several systems in a gonadal dysgenesis. Characteristics Management Cardiovascular Valve dysfunction assessment by ultrasound, and coarctation of the aorta. Arterial Pressure Control (SAH). Search for structural abnormalities by ultrasound. Risk of Hashimoto Thyroiditis. Laboratorial tracking. (Anti-TPO). To assess osteoporosis and structural risks (kyphosis, scoliosis, lordosis). Risk of otitis and hearing loss. Multiple nevus. Research in risk areas. Normal IQ. Risk of attention deficit. Insulin resistance. Test of tolerance to glucose may be altered. Genitourinary Endocrinological Musculoskeletal Craniofacial Skin Central Nervous System Metabolism SAH: Systemic Arterial Hypertension; Anti-TPO: Anti-thyroid peroxidase; IQ: Intelligence Quotient. Source: www.update.com (2014) REFERENCES 1. Saenger P. Turner's Syndrome. N Engl J Med 1996; 335:1749. 2. Turner HH. A Syndrome of infan lism, congenital webbed neck, and cubitus valgus. Endocrinology 1938; 28:566. 3. Laml T, Preyer O, Umek W, HengstschlaÈger M, Hanzal E. 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Reiser P, Davenport M. Turner syndrome: A guide for families. Turner Syndrome Society of the United States, Houston, TX4. Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 87 Osteonecrose mandibular sem extração dentária prévia em paciente idoso: relato de caso OSTEONECROSIS OF THE JAW WITHOUT PREVIOUS DENTAL EXTRACTION IN ELDERLY: A CASE REPORT Autores(as): Bruna Lodi Souza¹ Jamile Tams Scorsa o¹ Li ane Paludo De Conto² Carolina Cucco³ Rodrigo Vilarroel4 Ferdinando De Conto5 Acadêmica do curso de Odontologia da Universidade de Passo Fundo – RS¹. Cirurgiã Den sta - Faculdade de Odontologia da Universidade de Passo Fundo – Especialista em Prótese Dentária². Cirurgiã Den sta - Faculdade de Odontologia da Universidade de Passo Fundo – Especialista e Mestre em Endodon a³. Medico – Preceptor do Serviço de Residência em Oncologista – Hospital da Cidade Passo Fundo – RS4. Cirurgião Den sta - Doutor em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial, Professor da Faculdade de Odontologia da Universidade de Passo Fundo – RS5. Correspondências: Ferdinando de Conto Universidade de Passo Fundo BR 285, Bairro São José 99052-900, Passo Fundo, RS Brasil Telefone: +55 54 3316-8402 E-mail: [email protected] RESUMO Os bisfosfonatos são um grupo de medicamentos com alta capacidade de inibir a reabsorção óssea e, apesar de ser uma droga bem tolerada pelo organismo, pode apresentar reações adversas sendo a osteonecrose dos maxilares uma das mais significa vas por se tratar de uma condição irreversível, na qual o tecido ósseo não sofre remodelação e necrosa. Este relato apresenta caso clínico de paciente que fazia uso con nuo de ácido zoledrônico e desenvolveu esta patologia. A osteonecrose dos maxilares pode surgir espontaneamente após o uso prolongado do bisfosfonato, todavia, na maioria das vezes, aparece devido a tratamentos odontológicos realizados durante o período de uso dessa droga. A melhor forma de prevenção desta doença cons tui numa eficaz avaliação odontológica, previamente ao uso de bisfosfonato. Unitermos: Osteonecrose, ostenocrose associada à bisfosfonatos, bisfosfonatos. Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 88 Osteonecrose mandibular sem extração dentária previa em paciente idoso: relato de caso INTRODUÇÃO Os pacientes com câncer e portadores de doenças metastá cas ósseas frequentemente exibem complicações que incluem dor, fratura patológica, compressão da medula espinhal e hipercalcemia, que causam piora da qualidade de vida. Essas alterações são normalmente consequência do processo de metástase, que é resultado da a vação de osteoclastos, mediado por diferentes citocinas produzidas pelas células tumorais, o que ocasiona a reabsorção óssea permi ndo o crescimento tumoral¹. Os bisfosfonatos, que são estruturalmente análogos ao pirofosfato, um produto normal do metabolismo humano que, quando sofre algumas modificações estruturais, dá origem a diferentes gerações de bisfosfonatos com dis ntos níveis de a vidade. Esses medicamentos fazem parte do protocolo de tratamento para pacientes com moderada a severa hipercalcemia associada com câncer; pacientes com lesões osteolí cas associadas ao câncer de mama e mieloma múl plo em conjunto com quimioterapia an neoplásica e para lesões osteolí cas originárias de qualquer tumor sólido¹,². Existem diversos pos de bisfosfonatos aprovados para uso clínico, dividido em gerações, sendo que as propriedades an rreabsor vas dos mesmos aumentam aproximadamente dez vezes entre as gerações da droga. Os denominados endovenosos são os u lizados em pacientes oncológicos e há ainda os de uso oral para tratamento de outras doenças que ocasionam lise óssea, dentre elas a osteoporose. Os endovenosos incluem o pamidronato (Aredia®), um bisfosfonato de segunda geração e o ácido zoledrônico (Zometa®), o mais potente de uso clínico, de ul ma geração. Em comparação com o pamidronato, o ácido zoledrônico é significantemente mais efe vo no controle da hipercalcemia maligna e na redução do número de eventos relacionados às complicações ósseas. Se bem tolerado, não é incomum que os pacientes mantenham esta terapia indefinidamente¹. Apesar de serem drogas geralmente bem toleradas e associadas a efeitos colaterais mínimos, e de todos os bene cios da terapia com bisfosfonatos, essas drogas vêm sendo associadas a uma debilitante complicação que afeta exclusivamente a mandíbula e a maxila denominada de osteonecrose dos maxilares. Essa complicação foi relatada pela primeira vez em 2003, quando foram demonstradas lesões nos ossos maxilares do paciente que fazia uso de pamidronato ou zoledronato, descrevendo as lesões como decorrentes de efeito adverso desconhecido grave. Desde então, numerosos relatos de casos descrevendo achados similares foram publicados, normalmente em pacientes subme dos a tratamento parenteral para malignidade1,2,3,4. Existe na literatura uma proposta de classificação clínica da osteonecrose mandibular associada ao uso de bisfosfonato (ONMAB) em três estágios: estágio 1 se caracteriza pela exposição e necrose óssea assintomá ca; estágio 2, por exposição e necrose óssea associada a dor e infecção; estágio 3, mostrando tecido ósseo necró co e exposto em paciente com dor, infecção, fratura patológica, stula extra oral e extensa osteólise¹. Dados epidemiológicos como prevalência não podem ser avaliados até o momento. Entretanto, os trabalhos têm mostrado que, na terapia com bisfosfonatos endovenosos em pacientes com mieloma múl plo, es ma-se que 1,8% a 12,8% dos pacientes desenvolvam osteonecrose. Tendo em vista o aumento do conhecimento sobre esta condição, maior tempo de exposição aos bisfosfonatos e maior acompanhamento dos pacientes, es ma-se que a incidência deva aumentar1,4. Este relato apresenta caso clínico de paciente que desenvolveu osteonecrose mandibular após tratamento odontológico, potencialmente relacionado ao uso de bisfosfonatos para controle de metástase após câncer de mama. RELATO DE CASO Paciente 69 anos, gênero feminino, leucoderma, diabé ca, com histórico de mieloma múl plo diagnos cado no ano 1999, tendo sido subme da a tratamento com quimioterapia. Na ocasião, iniciou o uso do ácido zoledrônico, após metástase pulmonar, em 2011, com uso padrão de 4 mg/mês. Em agosto de 2012, procurou atendimento odontológico na Faculdade de Odontologia da Universidade de Passo Fundo, relatando intensa dor no elemento 47. O exame intrabucal revelou pequena mobilidade em dente molar isolado na arcada inferior direita, com super cie de mucosa íntegra e ausência de edema ou supuração local. O exame de radiográfico revelou espessamento da lâmina dura Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 89 Osteonecrose mandibular sem extração dentária previa em paciente idoso: relato de caso do dente em questão (Fig 1). O diagnós co clínico foi de pulpite irreversível e assim optou-se por uma intervenção conservadora, sendo então realizado tratamento endodôn co deste dente (Fig 2). Na ocasião, optou-se por não proceder com a suspensão do bisfosfonato durante o tratamento. Figura 4. Radiografia Periapical de controle após a extração do dente 47 evidenciando ainda o alvéolo em fase de neoformação óssea porem sem sinal de sequestro ósseo. Figura 1. Radiografia Periapical do início do tratamento evidenciando ausência de lesão óssea tanto em ápice dentário como ligamento periodontal. Figura 5. Aspecto clínico, o qual demonstra secreção purulenta generalizada. Figura 2. Radiografia periapical após a realização da endodontia. Observar o bom selamento do ápice dentário e integridade do ligamento periodontal. Figura 6. Identifica-se área de osteólise na transição corpo∕ângulo da mandíbula à direita, com esclerose do trabeculado e da cortical óssea local, associado à reação periosteal laminar adjacente e aumento das partes moles regionais com presença de focos gasosos de permeio. Figura 3. Aspecto clínico após a extração dentária revelando processo de cicatrização em fase inicial do processo que se desenvolveu por segunda intenção. Figura 7. Aspecto clínico da paciente após seis meses de acompanhamento. Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 90 Osteonecrose mandibular sem extração dentária previa em paciente idoso: relato de caso Em janeiro de 2013, após seis meses do atendimento, a paciente retornou com queixa de dor e em abril de 2013, após acompanhamento clínico e radiográfico, foi decidido por exodon a do elemento 47. Em virtude disso, foi suspenso o uso de ácido zoledrônico por 60 dias para então ser realizada a exodon a. Durante o transoperatório, notou-se sinais claros de osteonecrose no alvéolo, devido à grande mobilidade do elemento dentário. Além da extração, foi realizado debridamento ósseo e terapia com clindamicina 300mg durante vinte dias. Durante 60 dias após a exodon a ser realizada, evidenciou-se retardo na cicatrização do alvéolo e ausência de sintomatologia (Fig 3). O controle de higiene local foi realizado com gel de clorexidina 2%. Após esse período, de acordo com a melhora da condição bucal, foi decidido então pela retomada do uso do Zometa®. O controle radiográfico realizado 180 dias após tratamento revelou imagem que sugeria processo de cicatrização (Fig 4). Passados mais de seis meses, sem queixas, e retomado o uso de Zometa®, a paciente desenvolveu um importante quadro de infecção com abscesso submandibular na região anterior, incluindo soalho bucal, compa vel clinicamente com quadro de Angina de Ludwig de origem odontogênica, além disso, evoluiu para perda espontânea de três dentes da região anterior. Nesta ocasião, a paciente foi então tratada com an bio coterapia e drenagem. O exame sico revelou limitada abertura bucal, exposição óssea na área inferior direita, que havia sido tratada previamente, além de mobilidade acentuada em todos os dentes anteriores da mandíbula com secreção purulenta generalizada (Fig. 5). Tomografia computadorizada foi realizada mostrando uma osteólise difusa do corpo mandibular direito e espaço periodontal alterado em todos os dentes remanescentes inferiores (Fig. 6). A impressão clínica foi de osteonecrose mandibular com infecção secundária, uma vez que já havia sido diagnos cada anteriormente com esta lesão associada com o uso a longo prazo de bisfosfonato. Ao longo de todo o curso do tratamento, não houve trauma local, ou uso de prótese ou cirurgia dentária anterior. O exame de cultura revelou presença de ac nomyces e o exame histopatológico diagnos cou ausência de manifestação neoplásica e presença de osteonecrose no osso mandibular. Durante a interna- ção, o debridamento cirúrgico, extração de todos os dentes remanescentes envolvidos, o uso de an bió cos, e suspensão do alendronato foi feito, e o paciente se recuperou bem e recebeu alta hospitalar. O acompanhamento clínico tem sido realizado regularmente e a paciente não apresentou mais queixa ou alteração local, porém é visível, nestes seis meses de acompanhamento, áreas de exposição óssea que permanecem estáveis, controladas apenas pelo uso de gel de clorexidina 2% para uso regular (Fig 7). DISCUSSÃO A osteonecrose é uma condição irreversível, na qual o tecido ósseo não sofre remodelação e necrosa. Para diferenciar a osteonecrose dos maxilares associada ao uso de bisfosfonatos (ONMAB) de outras condições que podem ocasionar um retardo na cicatrização, a Associação Americana dos Cirurgiões Orais e Maxilofaciais (AAOMS) definiram as três caracterís cas necessárias para que essa lesão óssea seja associada aos bisfosfonatos: paciente está sendo ou foi subme do à terapia dos bisfosfonatos; exposição necró ca óssea nos maxilares persis ndo por mais de oito semanas e nenhuma história de radioterapia sobre o sí o anatômico5,6. Os pacientes com essa condição podem permanecer assintomá cos por várias semanas ou meses e a condição pode ser somente reconhecida pela presença de osso exposto na boca. Nos estágios iniciais, nenhuma manifestação radiográfica pode ser observada. Essas lesões passam a ser sintomá cas quando infeccionadas secundariamente ou se há trauma aos tecidos moles por meio de proeminências pon agudas de osso exposto, edema de tecido mole, infecção, perda de dentes ou drenagem purulenta7. A farmacologia clínica desses medicamentos endovenosos é caracterizada pela baixa absorção intes nal e alta sele vidade e deposição óssea. Aproximadamente 50% da dose absorvida se liga ao osso, o restante é imediatamente eliminado pelos rins sem metabolização. A meia vida dos bisfosfonatos no plasma é de poucas horas, mas no osso, dura cerca de 10 anos. Depois que eles alocam-se no esqueleto, são liberados somente quando o osso é destruído no curso da renovação. A inibição da reabsorção óssea alcança um nível estável quando os compostos são administrados con nuamente. Os bisfosfonatos são capazes de se depositarem Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 91 Osteonecrose mandibular sem extração dentária previa em paciente idoso: relato de caso no osso incorporando-se na matriz óssea e inibir a função osteoclás ca, induz apoptose, inibe adesividade e invasividade celular. Há também redução das projeções citoplasmá cas responsáveis pela degradação da matriz orgânica do tecido ósseo. Além dessas a vidades, propriedades an angiogênicas com redução no número de vasos sanguíneos e resposta endotelial aos hormônios angiogênicos vem sendo descritas. É importante observar que a angiogênese é essencial para a metástase e sobrevivência de tumores sólidos3,6. A interrupção do uso do medicamento previamente às exodon as não garante a prevenção da osteonecrose, uma vez que o fármaco pode permanecer no osso por 12 anos após a terapia ter sido descon nuada, e as lesões costumam aumentar de tamanho a despeito das tenta vas de tratamento. Portanto, pacientes que fazem ou fizeram uso de bisfosfonatos devem par cipar de um rigoroso protocolo de prevenção de ONMAB.¹ Dentre os fatores de risco associados ao desenvolvimento de ONMAB estão a diversidade e agressividade das drogas an neoplásicas, extrações dentárias prévias, traumas secundários ao uso de próteses dentárias, infecções periodontais e higiene bucal precária. Estudos tem sido propostos para analisar a relação entre osteonecrose associada aos bisfosfonatos e o emprego de cor coterapia, diabetes, fumo, consumo de álcool e associação com outras drogas quimioterápicas. Apesar de a maioria dos casos de ONMAB estar associada a um fator desencadeante, alguns casos de surgimento espontâneo são relatados na literatura14. As áreas anatômicas mais acome das são mandíbula, principalmente tórus lingual e a linha milohioidea, seguida da maxila, par cularmente tórus pala no, sendo que sua incidência é duas vezes maior na mandíbula, o que pode estar relacionado com a maior variação da densidade óssea, o que poderia interferir na microcirculação1,3. A aparência radiográfica interna da estrutura é complexa e resulta numa combinação de esclerose óssea e destruição ao redor dos dentes e crista alveolar. O padrão mais radiopaco e escleró co são prevalentes. A tomografia computadorizada ajuda no diagnós co das metástases ósseas, revelando a exata extensão das alterações ósseas, a estrutura interna e a presença de sequestros e é ú l no fornecimento de informações sobre a cor cal e o osso trabecular13. O diagnós co precoce das lesões ósseas em pacientes sob terapia com bisfosfonato é essencial à prevenção e redução da morbidade resultante de lesões destru vas avançadas do osso maxilar. O tratamento da ONMAB é bastante complexo e diversos protocolos terapêu cos vêm sendo descritos na literatura com índices variáveis de sucesso. Assim, pensando nesta forma de osteonecrose, a prevenção é fundamental, pois a maior parte dos casos é desencadeada por algum fator traumá co, quadros infecciosos que levam ao rompimento da mucosa oral, infecção, exposição e necrose óssea13. O protocolo de tratamento é direcionado para cada caso dependendo do grau clínico da doença. Pacientes com exposições ósseas assintomá cas podem ser tratados com irrigação com soluções an microbianas, como a clorexidina, rigoroso controle clínico e radiográfico e uso de an bió cos sistêmicos, como penicilina ou clindamicina. Nos casos em que há sequestro ósseo sintomá co indicase a remoção do osso necró co, com menor agressão tecidual possível tanto ao osso como para o tecido mole adjacente. A irrigação constante com solução an microbiana e manutenção de an bio coterapia por via oral pode ser o tratamento de escolha até o momento. Pacientes com drenagem em região sinusal e extensas áreas de exposição óssea ou grandes sequestros podem necessitar de procedimentos cirúrgicos mais extensos. Nos casos com drenagem de secreção purulenta, cultura e an biograma devem ser realizados¹. A oxigenoterapia hiperbárica, para muitos autores, ainda tem ação controversa, uma vez que não é uniformemente efe va em diminuir a progressão do processo de ONMAB8. Uma vez que a terapia com bisfosfonatos tenha sido iniciada, uma rigorosa saúde oral deve ser man da e os pacientes devem ser educados sobre a importância e necessidade de um monitoramento clínico frequente pelo den sta. Autores tem sugerido um protocolo preven vo, o qual inclui: 1) avaliação odontológica, antes ou logo após iniciar o tratamento com bisfosfonatos; 2) remoção de focos de infecção e fatores traumá cos antes de iniciar o tratamento com bisfosfonatos; 3) rígido controle de higiene oral para evitar infecções e complicações dentárias que possam ocasionar a osteonecrose; 4) esclarecimento Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 92 Osteonecrose mandibular sem extração dentária previa em paciente idoso: relato de caso do paciente quanto aos fatores de risco para o desenvolvimento da osteonecrose; 5) consultas frequentes ao cirurgião-den sta para avaliação das condições orais; 6) quando necessário procedimento invasivo na boca, e o caso deve ser discu do entre o oncologista e o cirurgião-den sta; 7) monitoramento do tecido ósseo através do nível de CTx (Ctelopep de) no soro ou na urina¹. CONSIDERAÇÕES FINAIS Embora ainda sejam insuficientes os dados epidemiológicos, cada vez mais aumenta o número de casos relatados na literatura, o que torna o REFERÊNCIAS 1- Mar ns MAT, Del Giglio A, Mar ns MD, Pavesi VCS, Lascala CA. Osteonecrose dos maxilares associada ao uso de bisfosfonatos: importante complicação do tratamento oncológico. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2009; 31(1):41-46. 2- Gegler A, Cherubini K, Figueredo MAS, Yurgel LS, Azambuja AA. Bisfosfonatos e osteonecrose maxilar: revisão da literatura e relato de dois casos. Revista Brasileira de Cancerologia. 2006; 52(1):25-31. 3- Moura VPT, Fonseca SM; Gu érrez MGR. Cuidando de paciente com câncer de mama e osteonecrose mandibular induzida por bisfostonato: relato de experiência. Acta Paul Enferm. 2009; 22(1):89-92. 4- Brozozski MA, Traina AA, Deboni MCZ, Marques M M, Naclério-Homem MG. Osteonecrose maxilar associada ao uso de bisfosfonatos. Rev Bras Reumatol. 2012; 52(2): 260-270. 5- Ribeiro RC, Vitorino NS, Freitas PHL, Souza RCN. Osteonecrose dos maxilares relacionada ao uso de bisfosfonatos orais: relato de caso. Rev Odontol UNESP. 2011; 40(5):264-267. 6- Milani, CM, Lobo M, Carrilho E, Souza JÁ, Machado MAN. Osteonecrose mandibular associada ao uso de bifosfonato: relato de caso. Odonto. 2012; 20(39):27-33. 7- S. O o et al. / Journal of Cranio-Maxillo-Facial Surgery. 2012; 40:303-309. assunto mo vo de preocupação, principalmente, por serem muitas vezes causados por tratamentos odontológicos. O paciente com câncer de mama pode desenvolver metástase óssea, o que torna muito di cil o diagnós co de ONMAB devido às condições clínicas e histopatológicas, sendo necessária uma eficaz anamnese e exame histopatológico para diferenciação correta. Os autores sugerem que a avaliação odontológica prévia ao uso de bisfosfonato é a melhor terapia, pois cons tui uma medida de prevenção a esta doença. 8- Santos PSS, Gambirazi LM, Felix VB, Magalhães MHCG. Osteonecrose maxilar em pacientes portadores de doenças neoplásicas sob uso de bisfosfonatos. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2008; 30(6):501-504. 9- Izquierdo CM, Oliveira MG, Weber JBB. Terapêu ca com bisfosfonatos: implicações no paciente odontológico – revisão de literatura. RFO, Passo Fundo. 2011 set-dez; 16(3):347-352. 10- Paula E Silva RO, Brandão KMA, Pinto PVM, Faria RMD, Clemen no NCD, Silva CMF, Lopes AF. Mieloma múl plo: caracterís cas clínicas e laboratoriais ao diagnós co e estudo prognós co. Rev. Bras. Hematol. Hemote. 2009; 31(2):6368. 11- Sousa FRN, Jardim Júnior EG. Osteonecrose Associada com o uso dos Bifosfonatos. Pesq Bras Odontoped Clin Integr. 2008; 8(3):375-380. 12- Ruggiero SL, Dodson TB, Landesberg R, Mehrotra B, Assael LA, Marx RE. American Associa on of Oral and Maxillofacial Surgeons Posi on Paper on Bisphosphonate-Related Osteonecrosis of the Jaws—2009 Update. J Oral Maxillofac Surg. 2009; 67:2-12. 13- Ferlito S, Puzzo S, Palermo F, Verzi P. Bri sh Journal of Oral and Maxillofacial Surgery. 2012; 50:425–429. 14- O o S, Shereyer C, Hafner S, Mast G, et al. Journal of Cranio-Maxillo-Facial Surgery. 2012; 40:303309. Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 93 Osteonecrosis of the jaw without previous dental extraction in elderly: a case report OSTEONECROSE MANDIBULAR SEM EXTRAÇÃO DENTÁRIA PRÉVIA EM PACIENTE IDOSO: RELATO DE CASO Authors: Bruna Lodi Souza¹ Jamile Tams Scorsa o¹ Li ane Paludo De Conto² Carolina Cucco³ Rodrigo Vilarroel4 Ferdinando De Conto5 Den stry student at the University of Passo Fundo, RS, Brazil¹. Dental Surgeon - Den stry School of the University of Passo Fundo - Specialist is Dental Prosthesis². Dental Surgeon - Den stry School of the University of Passo Fundo - Specialist and Master in Endodon cs³. Physician – Instructor of the Residency Service in Oncology - Hospital da Cidade Passo Fundo, RS, Brazil4. Dental Surgeon – PhD in Buccomaxillofacial Surgery and Traumatology, Professor of the Den stry School at the University of Passo Fundo, RS, Brazil5. Correspondences: Ferdinando de Conto University of Passo Fundo BR 285, São José 99052-900, Passo Fundo, RS, Brazil Phone: +55 54 3316-8402 E-mail: [email protected] ABSTRACT Bisphosphonates are a pharmacological group highly capable of inhibi ng bone resorp on, and although these drug are well tolerated by the organism, they may induce adverse reac ons, the most significant one being osteonecrosis of the jaw, an irreversible condi on where bone ssue is not remodeled and so necro zes. This report presents a clinical case of a pa ent who regularly used zoledronic acid and developed this pathology. Osteonecrosis of the jaw may spontaneously emerge a er longterm use of bisphosphonate, however it mostly appears due to dental treatments performed during the period of use of this drug. The best way to prevent this disease is an effec ve dental assessment prior to the use of bisphosphonate. Keywords: Osteonecrosis, Bisphosphonate-related osteonecrosis, Bisphosphonate. Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 94 Osteonecrosis of the jaw without previous dental extraction in elderly patient: A case report. INTRODUCTION Cancer pa ents and carriers of bone metasta c diseases o en present complica ons including pain, pathological fracture, compression of the spinal cord, and hypercalcemia, which decreases quality of life. These changes are usually consequences of the metastasis process, which results from the ac va on of osteoclasts, mediated by different cytokines produced by tumor cells, causing bone resorp on and allowing tumor growth¹. Bisphosphonates are structurally pyrophosphate analogues and normal products of the human metabolism that, when suffering structural changes, create different genera ons of bisphosphonates with dis nct ac vity levels. These substances are part of the treatment protocol for pa ents with moderate to severe hypercalcemia associated with cancer, pa ents with osteoly c lesions associated with breast cancer and mul ple myeloma along with an neoplas c chemotherapy and for osteoly c lesions of any solid tumor1,2. There are several types of bisphosphonates approved for clinical use, divided in genera ons, considering their an resorp ve proper es increase about ten-fold among genera ons of the drug. Intravenous drugs are used in oncological pa ents and there are also oral drugs for the treatment of other diseases that cause bone lysis, such as osteoporosis. Intravenous drugs include pamidronate (Aredia™), a second-genera on bisphosphonate, and zoledronic acid (Zometa™), the strongest lastgenera on bisphosphonatein clinical use. In comparison to pamidronate, zoledronic acid is significantly more effec ve to control malignant hypercalcemia and to decrease the number of events related to bone complica ons. If well tolerated, it is not unlikely for pa ents to maintain this therapy indefinitely¹. Although these drugs are well tolerated and associated with minimum collateral effects, and despite all the benefits of bisphosphonates therapy, they have been associated with a debilita ng complica on exclusively affec ng the jaw and maxilla, named osteonecrosis of the jaw. This complica on was reported for the first me in 2003, when lesions were observed in the jaw bone of a pa ent under pamidronate or zoledronate, describing lesions as from unknown severe adverse effect. Since then, several case reports describing similar findings were published, generally in pa ents submi ed to parenteral treatment for malignancy1,2,3,4. Literature offers one proposal for clinical classifica on of osteonecrosis of the jaw associated with the use of bisphosphonate, in three stages: stage 1 features asymptoma c bone exposure and necrosis; stage 2 features bone exposure and necrosis associated with pain and infec on; stage 3 shows necro c and exposed bone ssue in pa ent with pain, infec on, pathological fracture, extra-oral fistula and extensive osteolysis¹. Epidemiological data, such as prevalence, may not be assessed up to this moment. However, studies have shown es mates that 1.8% to 12.8% of pa ents with mul ple myeloma will develop osteonecrosis under intravenous bisphosphonates therapy. Aiming to increase the knowledge on this condi on, more me of exposure to bisphosphonates, and longer follow-up of pa ents, it is es mated that incidence should increase1,4. This report presents a clinical case of a pa ent who developed osteonecrosis of the jaw a er dental treatment, poten ally related to the use of bisphosphonates for controlling metastasis a er breast cancer. CASE REPORT Pa ent aged 69 years, female gender, with leucoderma and diabetes, with history of mul ple myeloma diagnosed in 1999, subjected to chemotherapy treatment. At the me, she started using zoledronic acid a er lung metastasis in 2011, with standard use of 4 mg/month. In August 2012, she sought dental care at Den stry School of the University of Passo Fundo, claiming intense pain in element 47. Intraoral examina on revealed li le mobility in molar tooth isolated in the lower right arch, with intact mucous surface and absence of local edema or suppura on. Radiographic examina on revealed thickening of the hard layer of the concerned tooth (Fig. 1). Clinical diagnosis was irreversible pulpi s, thus a conservave interven on was chosen with the performance of endodon c treatment of this tooth (Fig. 2). At the me, the use of bisphosphonate was not suspended during treatment. Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 95 Osteonecrosis of the jaw without previous dental extraction in elderly patient: A case report. Figure 1: Periapical radiograph of the treatment start, showing absence of bone lesion both in the dental apex and the periodontal ligament. Figure 5: Clinical aspect showing the generalized purulent discharge. Figure 2: Periapical radiograph after endodontics performance.Notice the satisfactory sealing of the dental apex and integrity of periodontal ligament. Figure 6: Osteolysis area is identified in the transition of body/angle of the jaw to the right, with sclerosis of the trabecular bone and the local bone cortical, associated with the adjacent laminar periosteal reaction, and increase of regional soft parts with the presence of gas pockets in between. Figure 3: Clinical aspect after dental extraction revealing a healing process in the initial stage of the process, which was developed by ulterior motives. Figure 7: Clinical aspect of the patient after six months of follow-up. In January 2013, a er six months, the pa ent returned complaining of pain. In April 2013 a er clinical and radiographic follow-up, element 47 was extracted. Hence, the use of zoledronic acid was suspended for 60 days so that exodon a could be performed. During intraopera ve, clear signs of osteonecrosis in the alveolus were no ced due to the great mobility of the dental element. Besides extracon, bone debridement and 300 mg clindamycin therapy were performed for twenty days. Figure 4: Periapical radiograph of control after extracting tooth 47 still showing the alveolus in bone neoformation stage, however with no sign of bone sequestration. Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 96 Osteonecrosis of the jaw without previous dental extraction in elderly patient: A case report. For 60 days a er exodon a, delayed healing of the alveolus and the absence of symptomatology were no ced (Fig. 3). Local hygiene control was performed with 2% chlorhexidine gel. A er this period, according to oral condi on improvement, the use of Zometa™ was resumed. Radiographic control performed 180 days a er treatment revealed an image that suggested the healing process (Fig. 4). A er more than six months without complains and the use of Zometa™ resumed, the pa ent developed a significant infec on condi on with submandibular abscess in the anterior region, including mouth floor, clinically compa ble to Ludwig's Angina of odontogenic origin. Moreover, it evolved to spontaneous loss of three teeth in the anterior region. In this occasion, the pa ent was treated with an bio c therapy and drainage. Physical examina on revealed limited oral opening, bone exposure in the lower right region, which had been previously treated, and the pronounced mobility in all anterior teeth of the jaw with generalized purulent discharge (Fig.5). Computer tomography was performed showing a diffuse osteolysis of the right jaw and periodontal space altered in all lower remaining teeth (Fig.6). Clinical impression was of osteonecrosis of the jaw with secondary infec on, considering this lesion had already been diagnosed associated with longterm use of bisphosphonate. Throughout the course of the treatment, there was no local trauma, use of prosthesis or previous dental surgery. Culture examina on revealed the presence of ac nomyces, and histopathological examina on diagnosed the absence of neoplas c manifesta on and the presence of osteonecrosis in the jaw bone. During admission, the surgical debridement, extrac on of all remaining teeth involved, an bio cs use, and the suspension of alendronate were performed; the pa ent had a sa sfactory recovery and was released from the hospital. Clinical follow-up has been regularly performed and the pa ent presented no more complains or local changes, however, over these six months of follow-up, bone exposure areas that remain stable and are only controlled by the use of 2% chlorhexidine gel for regular use, are apparent (Fig. 7). DISCUSSION Osteonecrosis is an irreversible condi on where bone ssue is not remodeled and so necro zes. To dis nguish osteonecrosis of the jaw associated with the use of bisphosphonates from other condi ons that may cause healing delay, the American Associa on of Oral and Maxillofacial Surgeons (AAOMS) defined three characteris cs required for this bone lesion to be associated with bisphosphonates: pa ent is under or was submi ed to bisphosphonates therapy; bone necro c exposure in the jaw persis ng for more than eight weeks; and no 5,6 history of radiotherapy over the anatomical site . Pa ents with this condi on may remain asymptoma c for several weeks or months and the condi on may only be acknowledged by the presence of bone exposed in the mouth. Over ini al stages, no radiographic manifesta on could be observed. These lesions become asymptoma c when secondarily infected or if there is trauma to so ssues by sharp prominences of bone exposed, so ssue edema, infec on, tooth loss, or purulent 7 drainage . Clinical pharmacology of these intravenous drugs is characterized by low intes nal absorp on and high selec vity and bone deposi on. About 50% of the absorbed dosage binds to the bone, the remaining is immediately eliminated by kidneys without metaboliza on. The half-life of bisphosphonates in the plasma is of a few hours, however it lasts about 10 years in the bone. A er alloca ng in the skeleton, they are only released when bone is destroyed during renova on. Bone resorp on inhibi on reaches a stable level when composites are con nuously administered. Bisphosphonates are able to deposit themselves in the bone, incorpora ng the bone matrix, and inhibi ng osteoclas c func on, inducing apoptosis, inhibi ng adhesiveness and cellular invasiveness. There is also the reduc on of cytoplasmic projec ons responsible for degrading the organic matrix of bone ssue. Besides these ac vi es, an angiogenic proper es with decreased number of blood vessels, and endothelial response to angiogenic hormones have been described. It is important to observe that angiogenesis is impera ve for metastasis and survival Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 97 Osteonecrosis of the jaw without previous dental extraction in elderly patient: A case report. 3,6 of solid tumors . Interrup ng the use of the drug before exodon a does not ensure the preven on of osteonecrosis, considering the drug may stay in the bone for 12 years a er therapy being concluded and lesions tend to increase in size despite treatment a empts. Therefore, pa ents that use or have used bisphosphonates should par cipate of a strict preven on protocol for osteonecrosis of the jaw associated with the use of bisphosphonates¹. Among risk factors associated with the development of osteonecrosis of the jaw associated with the use of bisphosphonates are diversity and aggressiveness of an neoplas c drugs, previous dental extrac ons, secondary traumas to the use of dental prosthesis, periodontal infec ons and poor oral hygiene. Studies have been proposed to analyze the rela on among osteonecrosis associated with bisphosphonates and cor costeroids therapy, diabetes, smoking, alcohol consump on and associa on with other chemotherapeu c drugs. Although most cases of osteonecrosis of the jaw associated with the use of bisphosphonates is associated to a triggering factor, some cases of 14 spontaneous appearance are reported in literature . The most affected anatomical areas are the jaw, especially the lingual torus and the milohioidea line, followed by the maxilla, especially the palatal torus, considering its incidence is twice higher in the jaw, which may be related to a greater varia on of bone density interfering in microcircula on1,3. Internal radiographic appearance of the structure is complex and results in a combina on of bone sclerosis and destruc on around teeth and alveolar ridge. The most radiopaque and sclero c pa erns are prevalent. Computed tomography helps the diagnosis of bone metastases, revealing the exact extension of bone changes, internal structure, and the presence of sequestra ons and it is useful in providing 13 informa on on the cor cal and the trabecular bone . Early diagnosis of bone lesions in pa ents under bisphosphonate therapy is crucial to preven on and reduc on of morbidity from advanced destruc ve lesions of the maxillary bone. The treatment of osteonecrosis of the jaw associated with the use of bisphosphonates is very complex and several therapeu c protocols have been described in literature with variable indicators of success. Thus, considering this form of osteonecrosis, preven on is impera ve, because most part of cases is triggered by some trauma c factor, infec ous condi ons that lead to the rupture of oral mucosa, infec on, exposure, and bone necrosis13. Treatment protocol is directed to each case, depending on the clinical level of the disease. Pa ents with asymptoma c bone exposures may be treated with irriga on with an microbial solu ons such as chlorhexidine, strict clinical and radiographic control, and the use of systemic an bio cs such as penicillin or clindamycin. In cases of asymptoma c bone sequestra on, the removal of necro c bone is recommended, with less ssue aggression both for the bone and the adjacent so ssue. Constant irriga on with an microbial solu on and maintenance of oral an bio c therapy may be the treatment of choice up to this moment. Pa ents with drainage in sinus regions and extensive bone exposure areas or large sequestraons may need more extensive surgical procedures. In cases with purulent discharge drainage, culture and an biogram should be performed¹. For many authors, hyperbaric oxygen therapy present controversial ac on, given it is not uniformly effec ve in decreasing the progress of osteonecrosis of the jaw associated with the use of bisphos8 phonates . Once bisphosphonates therapy has been started, strict oral health should be maintained and pa ents should be educated about the importance and need of frequent clinical monitoring by the den st. Authors have suggests a preven ve protocol, including: 1) dental assessment, before or immediately a er star ng bisphosphonates treatment; 2) removal of infec on focus and trauma c factors before star ng bisphosphonates treatment; 3) strict oral hygiene control to avoid infec ons and dental complica ons that may cause osteonecrosis; 4) informing the pa ent about risk factors to the development of osteonecrosis; 5) frequent dental surgeon appointments to assess oral condi ons; 6) invasive oral procedure when required and the case should be discussed between the oncologist and the dental surgeon; 7) bone ssue monitoring through the CTx (C-telopep de) in serum or urine¹. Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 98 Osteonecrosis of the jaw without previous dental extraction in elderly patient: A case report. FINAL CONSIDERATIONS Although epidemiological data are s ll insufficient, the number of cases reported in literature is increasing, indica ng the subject as a reason for concern, especially because it is o en caused by dental treatments. Breast cancer pa ents may develop bone metastasis, making it very hard to diagnose osteonecrosis of the jaw associated with the use of bisphosphonates, due to clinical and histopathological condi ons, which requires an effec ve anamnesis and histopathological examina on for correct dis nc on. The authors suggest that dental assessment before the use of bisphosphonate is the best therapy, for it cons tutes a measure of prevenon for this disease. REFERENCES 1- Mar ns MAT, Del Giglio A, Mar ns MD, Pavesi VCS, Lascala CA. Osteonecrose dos maxilares associada ao uso de bisfosfonatos: importante complicação do tratamento oncológico. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2009; 31(1):41-46. 2- Gegler A, Cherubini K, Figueredo MAS, Yurgel LS, Azambuja AA. Bisfosfonatos e osteonecrose maxilar: revisão da literatura e relato de dois casos. Revista Brasileira de Cancerologia. 2006; 52(1):25-31. 3- Moura VPT, Fonseca SM; Gu érrez MGR. Cuidando de paciente com câncer de mama e osteonecrose mandibular induzida por bisfostonato: relato de experiência. Acta Paul Enferm. 2009; 22(1):89-92. 4- Brozozski MA, Traina AA, Deboni MCZ, Marques M M, Naclério-Homem MG.Osteonecrose maxilar associada ao uso de bisfosfonatos. Rev Bras Reumatol. 2012; 52(2): 260-270. 5- Ribeiro RC, Vitorino NS, Freitas PHL, Souza RCN. Osteonecrose dos maxilares relacionada ao uso de bisfosfonatos orais: relato de caso. Rev Odontol UNESP. 2011; 40(5):264-267. 6- Milani, CM, Lobo M, Carrilho E, Souza JÁ, Machado MAN. Osteonecrose mandibular associada ao uso de bifosfonato: relato de caso. Odonto. 2012; 20(39):27-33. 7- S. O o et al. / Journal of Cranio-Maxillo-Facial Surgery. 2012; 40:303-309. 8- Santos PSS, Gambirazi LM, Felix VB, Magalhães MHCG. Osteonecrose maxilar em pacientes portadores de doenças neoplásicas sob uso de bisfosfonatos. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2008; 30(6):501-504. 9- Izquierdo CM, Oliveira MG, Weber JBB. Terapêu ca com bisfosfonatos: implicações no paciente odontológico – revisão de literatura. RFO, Passo Fundo. 2011 set-dez; 16(3):347-352. 10- Paula E Silva RO, Brandão KMA, Pinto PVM, Faria RMD, Clemen no NCD, Silva CMF, Lopes AF. Mieloma múl plo: caracterís cas clínicas e l a b o ra t o r i a i s a o d i a g n ó s c o e e s t u d o prognós co. Rev. Bras. Hematol. Hemote. 2009; 31(2):63-68. 11- Sousa FRN, Jardim Júnior EG. Osteonecrose Associada com o uso dos Bifosfonatos. Pesq Bras Odontoped Clin Integr. 2008; 8(3):375-380. 12- Ruggiero SL, Dodson TB, Landesberg R, Mehrotra B, Assael LA, Marx RE. American Associa on of Oral and Maxillofacial Surgeons Posi on Paper on Bisphosphonate-Related Osteonecrosis of the Jaws—2009 Update. 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Correspondências: Instituto de Ortopedia e Traumatologia de Passo Fundo, RS Rua Uruguai 2050 Passo Fundo, RS, Brasil CEP: 99010-220 E-mail: [email protected] Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 100 Fratura luxação trans-escafoperissemilunar além do estágio IV de Mayfield. Estudo preliminar. Proposta de nova classificação. INTRODUÇÃO A instabilidade do carpo é um sinônimo de disfunção, e os trauma smos que envolvem os ossos do carpo ocorrem em aproximadamente 16% dos traumas que a ngem o punho e mão. Teleisnik¹ estudou cerca de 6.400 fraturas dos ossos do carpo, observando que o escafoide representou 78% das fraturas, seguido pelo piramidal com 13,8%, trapézio com 2,3 %, hamato com 1,5%, semilunar com 1,4% e trapezoide com 0,2%. Do ponto de vista biomecânico, uma ar culação do punho deve ser considerada instável quando não é capaz de preservar um relacionamento normal cinemá co e ciné co entre o radio, ossos do carpo e os metacarpos. Assim a estabilidade implica tanto na capacidade de transferir cargas funcionais sem perder a congruência como da capacidade para manter o movimento em todo seu intervalo sem alterações bruscas de alinhamento intercarpal. Figura 1. 1. Lesão do grande arco, 2. Lesão do pequeno arco, 3. Lesão que envolve o arco translunar. Os deslocamentos perilunares e as fraturasluxações perilunares (DP-FLPs) fazem parte das instabilidades complexas do carpo. Ocorrem raramente e são lesões produzidas por alta energia. Os jovens do sexo masculino na faixa dos 20 ou 30 anos são os mais a ngidos. Estas lesões podem apresentar-se dorsais, mais frequente, ou ventrais em relação ao punho. Devido ao desvio dos ossos luxados, pode exis r comprome mento do túnel do carpo em cerca de 20% dos casos. As luxações podem ser classificadas de forma descri va pelos desvios e envolvimento dos ossos do carpo. A tendência atual é seguir a classificação proposta por Johnson² com divisão do pequeno arco, ou seja, ligamentar em volta do semilunar, ou lesão do grande arco que envolve ossos do carpo, ou lesão translunar que provoca fratura do semilunar (Fig.1). As fraturas luxações perilunares do carpo ocorrem na sequência de lesões que iniciam com a dissociação do escafóide com o semilunar, apresentada por Mayfield et al. (2005)² em quatro pos, com base no diagnos co radiológico: anteroposterior, posteroanterior, perfil absoluto e oblíquas. Lesão do ligamento escafolunar ( po I) ocorre com punho com desvio radial, podendo apresentar-se com uma fratura do escafoide pela ação do ligamento radio escafocapitato. Lesão do ligamento radio escafocapitato ( po II), apresenta-se com luxação do capitato com o semilunar. Lesão dos ligamentos entre o semilunar e o piramidal ( po III) e finalmente todos os ligamentos que circundam o semilunar estão lesados, assim, o capitato realiza uma força sobe o dorso do semilunar resultando em uma extrusão volar do semilunar ( po IV) (Fig.2). RELATO DE CASO Um homem de 28 anos caiu de uma altura de aproximadamente 3 metros. Sendo atendido, imediatamente, na cidade de origem do incidente com o diagnos cado de luxação trans-escafosemilunar no punho direito e imobilização com tala áxilo palmar. Assim, encaminhado dentro das 24h para dar entrada na Emergência do Hospital do Trauma do IOT (Ins tuto de Ortopedia e Traumatologia) de Passo Fundo, RS. Ao exame sico apresentava edema no punho, sem alteração sensi va e motora, sem exposição óssea, reação de dor por palpação local, leve dor na Figura 2. Classificação de Mayfield para lesão perisemilunar. Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 101 Fratura luxação trans-escafoperissemilunar além do estágio IV de Mayfield. Estudo preliminar. Proposta de nova classificação. extensão dos dedos e com presença de pulso radial e ulnar. As radiografias revelaram uma luxação transescafosemilunar além do po IV de Mayfield. O semilunar estava localizado anteriormente à 4 cen metros proximais da super cie do radio, mostrando uma enucleação (extrusão) total. Também se evidenciou uma fratura do terço médio do escafóide com deslocamento volar total de seu polo proximal, este se encontrava a 2 cen metros da super cie do radio. O terço distal do escafóide se encontrava em sua posição normal (Fig. 3.1 e 3.2). O paciente foi levado para a sala de operação para avaliação e tratamento. A inspeção volar do terço distal do antebraço mostrou apenas uma pequena porção intacta da fáscia palmar. Da mesma forma, quase todo o ligamento transverso do carpo nha avulsão do lado ulnar ao radial. O nervo mediano foi encontrado com edema, mas sem lesões estruturais. O semilunar foi deslocado e rodado completamente fora da posição normal, bem como o polo proximal do escafóide. Ele foi localizado na face volar distal, medial na musculatura flexora do antebraço, sem nenhum po de conexão ligamentar (Figura 3.3 e 3.4). A super cie ar cular capitato foi encontrada intacta. Uma carpectomia proximal foi realizada e por médio de fluoroscopia visualizou o capitato ar culado-se na fossa semilunar (Fig. 4.1, 4.2, 4.3). No pós-operatório, o punho foi imobilizado com uma tala volar de gesso. Os pontos foram removidos ao 15º dia da cirurgia onde então, foi colocado uma luva gessada por 4 semanas. O paciente recebeu instruções de exercícios a vos e passivos dos dedos da mão. A luva foi removida após esse período e se Figura 3. 3.1. e 3.2. Radiografias anteroposterior e perfil do punho direito, evidenciando a enucleação do escafoide (S) e do semilunar (L), 3.3. Planejamento cirúrgico, 3.4. Imagem intra operatória, mostrando a enucleação do escafoide (S) e do semilunar (L). Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 102 Fratura luxação trans-escafoperissemilunar além do estágio IV de Mayfield. Estudo preliminar. Proposta de nova classificação. Figura 4. Seguimento de 1 ano e 4 meses, 4.1. Radiografia anteroposterior., 4.2. Radiografia em perfil, 4.3. Radiografia obliqua,. 4.4. Pronação, 4.5. Supinação , 4.6. Imagem da cicatriz volar, 4.7. Extensão , 4.8 Flexão. teve inicio as fisioterapias. Seguimento de um ano e seis meses, paciente encontra-se assintomá co, realizando, normalmente, suas a vidades diárias e laborais (flexão do punho direito 86/ Extensão 70/ desvio ulnar 30/desvio radial 25) (Figura 4.4, 4.5. 4.6, 4.7 e 4.8). DISCUSSÃO Poucos relatos na literatura falam de enuclea3,4 ção , a distância de múl plos ossos do carpo sem preservação dos ligamentos, em nossa revisão da literatura achamos 2 relatos de casos; um com enucleação do escafoide e semilunar e outro com lesão aberta do punho e perda do osso semilunar . Este po de lesão envolve uma energia maior, reduzindo as opções de tratamento. Na literatura, não foi encontrado uma classificação que se adapte a este po de lesão. Talvez poderia ser um estágio além do estágio IV da classificação de Mayfield, isto é, com uma enucleação a distancia do semilunar e escafoide sem conexões ligamentares que permitam o suprimento sanguíneo, reduzindo-se as possibilidades terapêu cas reconstru vas do punho. Com uma luxação perilunar, o ligamento radiolunar volar permanece intacto (Mayfield IV), estabilizando o semilunar ao radio. Ao realizar uma estabilização cirúrgica de uma fratura luxação perilunar, o cirurgião muitas vezes estabilizara a fileira proximal do carpo ao semilunar. Se o semilunar esta enucleado, sem vinculo ligamentar, então o algoritmo de tratamento deve mudar devido à lesão ligamentar que leva a uma inexistência de aporte sanguineo5,6. Os autores propõem uma modificação da classificação de Mayfield, a adição de uma quinta categoria que reconhece uma enucleação total, somado a uma Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 103 Fratura luxação trans-escafoperissemilunar além do estágio IV de Mayfield. Estudo preliminar. Proposta de nova classificação. lesão ligamentar completa que leva a uma circulação inexistente do ligamento radiolunar, impedindo a reconstrução cirúrgica (Fig. 5). Figura 5. Classificação de Mayfield modificada pelos autores. REFERÊNCIAS 1. Taleisnik J, Kelly P: The extraosseous and intraosseous blood supply of scaphoid bone. J Bone Joint Surg 1966; 48A: 1125-37. 2. Mayfield JK, Johnson RP, Kilcoyne RK. Carpal disloca ons: pathomechanics and progressive perilunar instability. J Hand Surg 1980;5A: 226241. 3. Herzberg G, Cometet JJ, Linscheid RL, Amadio PC, Cooney WP, Stalder J. Perilunate disloca ons and frature – disloca ons: a mul center study. J hand Surg 1993;18A: 768-779. 4. Domeshek LF, Harenberg PS, Rineer CA, Hadeed JG, Marcus JR, Erdmann, D. Total scapholunate disloca on with complete scaphoid extrusion: case report. J Hand. Surg 2010; 35A: 69-71. 5. Bain GI, McLean JM, Turner PC, Sood A, Pourgiezis N. Translunate fracture with associated perilunate injury: 3 case reports with introduc on of the translunate arc concept. J Hand Surg 2008; 33A: 1770-1776. 6. Forli A, Courvoisier A, Wimsey S. Corcella D. Perilunate disloca ons and transscaphoid perilunate fracture disloca ons : A retrospec ve study with minimum ten-year follow-up. J Hand Surg 2010; 35A:62-68. Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 104 Trans-scaphoid perilunate fracture dislocation beyond Mayfield stage IV. Preliminary study. Proposal for anew classification. FRATURA LUXAÇÃO TRANS-ESCAFOPERISSEMILUNAR ALÉM DO ESTÁGIO IV DE MAYFIELD. ESTUDO PRELIMINAR. PROPOSTA DE NOVA CLASSIFICAÇÃO. Autores(as): Antônio Lourenço Severo, MD. Rulby Deisy Puentes, MD. Tomás P. Prado, MD. Marcelo B. Lemos, MD. Paulo C. F. Piluski, MD. Osvandré L. C. Lech, MD. Correspondences: Instituto de Ortopedia e Traumatologia de Passo Fundo, RS Rua Uruguai 2050 Passo Fundo, RS, Brazil CEP: 99010-220 E-mail: [email protected] Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 105 Trans-scaphoid perilunate fracture dislocation beyond Mayfield stage IV. Preliminary study. Proposal for a new classification. INTRODUCTION Carpal instability is synonymous with dysfuncon, and traumas involving the carpal bones occur in about 16% of the traumas affec ng hand and wrist. Teleisnik¹ studied about 6,400 carpal bone fractures, observing that the scaphoid represented 78% of the fractures, followed by the pyramidal bone with 13.8%, trapezium bone with 2.3%, hamate bone with 1.5%, lunate bone with 1.4%, and trapezoid bone with 0.2%. From the biomechanical standpoint, a wrist joint should be considered unstable when it is not able to preserve a normal kinema c and kine c rela onship among the radius, carpal bones, and metacarpus. Thus, instability involves both the ability to transfer func onal loads without losing consistency, and the ability to maintain the movement through the en re interval without abrupt changes of intercarpal alignment. Perilunate disloca ons and perilunate fracturedisloca ons (PD-PFDs) are part of the complex carpal instabili es. These injuries rarely occur, and are produced by high energy. Young men within the age group of 20 to 30 years are the most affected. These injuries may be dorsal (more frequent) or ventral, in rela on to the wrist. Due to the devia on of dislocated bones, the carpal tunnel may be compromised in about 20% of the cases. Disloca ons may be classified as descrip ve by carpal bone devia on and involvement. The current trend is following the classifica on proposed by Johnson² with division of the lesser arc (i.e. ligamentous around the lunate), or greater arc injury involving carpal bones, or translunate injury, causing lunate fracture (Fig.1). Perilunate fracture disloca ons of the carpus occur in a series of injuries star ng with scaphoid dissocia on with the lunate, presented by Mayfield et al.(2005)² in four types, based on the radiological diagnosis: anteroposterior, posteroanterior, absolute and oblique profile. Scapholunate ligament injury (type I) occurs with wrist with radial devia on, and may present scaphoid fracture by the ac on of the scaphocapitate radius ligament. Scaphocapitate radius ligament injury (type II), presents with capitate disloca on with the lunate. Ligament injury between lunate and pyramidal bones (type III), and finally all ligaments surrounding the lunate are injured, thus the capitate applies force on the lunatedorsal, resul ng in a volar extrusion of the lunate (type IV) (Fig. 2). Figure 1. 1. Greater arc injury; 2. Lesser arc injury; 3.Injury involving the translunate arc. Figure 2.Mayfield classification for perilunate injury. CASE REPORT A 28 year-old man fell from a height of about 3 meters. He was immediately assisted in the city of origin of the accident, diagnosed with trans-scaphoid perilunate disloca on in the right wrist, and managed with immobiliza on with palmar axillary splint. Thus, within 24h he was referred for admission at the Emergency Unit of the Trauma Hospital of IOT (Orthopedics and Traumatology Ins tute) of Passo Fundo, RS, Brazil. Physical examina on showed wrist edema without sensi ve and motor changes, without bone exposure, with reac on to pain by local palpa on, light pain in the extension of fingers, and with presence of radial and ulnar pulse. Radiographs revealed a trans-scaphoid perilunate disloca on, beyond type IV Mayfield. The lunate was anteriorly located 4 cen meters proximal to the radius surface, Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 106 Trans-scaphoid perilunate fracture dislocation beyond Mayfield stage IV. Preliminary study. Proposal for a new classification. showing total enuclea on (extrusion). A fracture of the scaphoid middle third was evidenced, with total volar disloca on of its proximal pole, which was found 2 cen meters from the radius surface. The scaphoid distal third was found in normal posi on (Fig.3.1 and 3.2). The pa ent was taken to the surgery room for assessment and treatment. Volar inspec on of the forearm distal third showed only a small intact por on of the palmar fascia. Likewise, almost the en re transverse carpal ligament had avulsion from ulnar to radial side. The median nerve was found with edema, but without structural injuries. The lunate was dislocated and completely rotated out of normal posi on, as well as the proximal pole of the scaphoid. It was located in the distal volar face, medial in the flexing muscle of the forearm, without any type of ligament connec on(Figure 3.3 and 3.4). The capitate joint surface was found intact. A proximal carpectomy was performed, and by means of fluoroscopy visualized the capitate ar cula ng in the lunate hiatus (Fig. 4.1, 4.2, 4.3). At postopera ve, the wrist was immobilized with a cast volar splint. S tches were removed upon the 15th day of surgery and a plaster glove was placed for 4 weeks. The pa ent was instructed for ac ve and passive exercises of hand fingers. The glove was removed a er this period, and physiotherapy started. At one year and six months of follow-up, the pa ent is asymptoma c, regularly performing his daily and labor ac vi es (flexion of the right wrist 86/ extension 70/ ulnar devia on 30/ radial devia on 25) (Figure 4.4, 4.5, 4.6, 4.7, and 4.8). Figure 3. 3.1 and 3.2. Anteroposterior and right wrist profile radiographs, showing enucleation of scaphoid (S) and lunate (L); 3.3. Surgical planning; 3.4.Intraoperative image, showing enucleation of scaphoid (S) and lunate (L). Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 107 Trans-scaphoid perilunate fracture dislocation beyond Mayfield stage IV. Preliminary study. Proposal for a new classification. Figure 4. Follow-up of 1 year and 4 months; 4.1. Anteroposterior radiograph; 4.2. Profile radiograph; 4.3. Oblique radiograph; 4.4. Pronation; 4.5. Supination; 4.6. Volar scar image; 4.7. Extension; 4.8. Flexion. DISCUSSION 3,4 Few reports in literature discuss enuclea on , the distance of mul ple carpal bones without ligament preserva on. In our literature review, 2 case reports were found; one with scaphoid and lunate enuclea on, and another with open wrist injury and loss of lunate bone. This type of injury involves higher energy, decreasing treatment op ons. The literature did not show a classifica on that adapts to this type of injury. It could perhaps be a stage beyond stage IV of the Mayfield classifica on, that is, with further enuclea on from the lunate and scaphoid without ligament connec ons that allow blood supply, decreasing the reconstruc ve therapeu c possibili es of the wrist. With a perilunate disloca on, the volar radiolunate ligament remains intact (Mayfield IV), stabilizing the lunate to the radius. When performing surgical stabiliza on of a perilunate fracturedisloca on, the surgeon o en stabilizes the carpal proximal row to the lunate. If the lunate is enucleated, without ligament bond, therefore the treatment algorithm should change due to ligament injury, which leads to the inexistence of blood 5,6 supply . The authors propose a modifica on of Mayfield classifica on, adding a fi h category that acknowledges total enuclea on along with complete ligament injury leading to non-existent radiolunate ligament circula on, hindering surgical reconstrucon (Fig. 5). Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 108 Trans-scaphoid perilunate fracture dislocation beyond Mayfield stage IV. Preliminary study. Proposal for a new classification. Figure 5. Mayfield classification modified by the authors. REFERENCES 1. Taleisnik J, Kelly P: The extraosseous and intraosseous blood supply of scaphoid bone. J Bone Joint Surg 1966; 48A: 1125-37. 2. Mayfield JK, Johnson RP, Kilcoyne RK. Carpal disloca ons: pathomechanics and progressive perilunar instability. J Hand Surg 1980;5A: 226241. 3. Herzberg G, Cometet JJ, Linscheid RL, Amadio PC, Cooney WP, Stalder J. Perilunate disloca ons and fracture – disloca ons: a mul center study. J hand Surg 1993;18A: 768-779. 4. Domeshek LF, Harenberg PS, Rineer CA, Hadeed JG, Marcus JR, Erdmann, D. Total scapholunate disloca on with complete scaphoid extrusion: case report. J Hand. Surg 2010; 35A: 69-71. 5. Bain GI, McLean JM, Turner PC, Sood A, Pourgiezis N. Translunate fracture with associated perilunate injury: 3 case reports with introduc on of the translunate arc concept. J Hand Surg 2008; 33A: 1770-1776. 6. Forli A, Courvoisier A, Wimsey S. Corcella D. Perilunate disloca ons and transscaphoid perilunate fracture disloca ons : A retrospec ve study with minimum ten-year follow-up. J Hand Surg 2010; 35A:62-68. Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 109 Normas de Publicação REVISTA MÉDICA: Ciências da Saúde HOSPITAL SÃO VICENTE DE PAULO A Revista Médica: Ciências da Saúde do Hospital São Vicente de Paulo publicará semestralmente ar gos que expressem a produção na área da saúde, com o obje vo de disseminar conhecimentos. Normas para o envio dos manuscritos: Pesquisa, consoante à Declaração de Helsinki. Ao submeter o manuscrito, os autores assumem a responsabilidade de o trabalho não ter sido previamente publicado e nem estar sendo analisado por outra revista. A aceitação será baseada na originalidade, significância e contribuição cien fica para o conhecimento da área. Nos trabalhos experimentais envolvendo animais, as normas estabelecidas no “Guide for the Care and Use of Laboratory Animals” (Ins tute of Laboratory Animal Resources, Na onal Academy of Sciences, Washington, D. C. 1996) e os Princípios É cos na Experimentação Animal do Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA) devem ser respeitados e à aderência à essas normas deve estar explícita no texto. Serão considerados para publicação ar gos originais e de revisão, relatos de caso e ar gos que exprimam o ponto de vista de especialistas, adequadamente fundamentados na literatura e experiência profissional. Os textos e as tabelas devem ser editados no Microsfot Word e as figuras e ilustrações devem ser disponibilizadas também em arquivos separados, no formato JPEG com alta definição para impressão. A submissão dos ar gos será realizada de forma eletrônica, devendo os arquivos serem encaminhados para [email protected]. No corpo do e-mail deverão constar os dados de contato do autor correspondente, incluindo e-mail, telefone e endereço para correspondência. Todos os ar gos devem vir acompanhados por uma carta de submissão ao editor, incluindo (1) declaração do autor principal de que todos os coautores estão de acordo com o conteúdo expresso no manuscrito, explicitando a existência ou não conflitos de interesse e os aspectos é cos relevantes relacionados ao trabalho e (2) especificação da função de cada um dos autores exercida no estudo ou ar go. Os autores dos ar gos aprovados deverão encaminhar para a Revista Médica, previamente à publicação, declaração de transferência de direitos autorais, assinada por todos os coautores. Os autores devem descrever de forma explícita, no texto, se a pesquisa foi aprovada por Comitê de É ca em Para referências bibliográficas, os autores deverão seguir os Requisitos Uniformes de Vancouver, conforme as recomendações do Interna onal Comi ee of Medical Journal Editors (www.icmje.org). Os ar gos devem ser redigidos em língua portuguesa com resumo também em português e inglês. Caso já exista uma versão em inglês, tal versão deve também ser enviada para agilizar a publicação. Para os trabalhos que não possuírem versão em inglês ou que essa seja julgada inadequada pelo Editor, a revista providenciará a tradução sem ônus para o(s) autor(es). As versões em português e inglês serão disponibilizadas na íntegra no endereço eletrônico da H SV P (h p://www.hsvp.com.br/revista), permanecendo à disposição da comunidade internacional. Todos os trabalhos serão subme dos à avaliação inicial do editor, que decidirá, ou não, pelo envio para revisão por pares. Os autores podem indicar até três membros do Conselho de Revisores que gostariam que analisassem o ar go, assim como até três revisores que não gostariam que par cipassem do processo. Os revisores farão comentários gerais sobre o trabalho e decidirão se ele deve ser publicado, corrigido segundo as recomendações ou rejeitado. Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 110 Os editor, de posse dos comentários dos revisores, tomará a decisão final. Em caso de discrepâncias entre os revisores, poderá ser solicitada uma nova opinião para melhor julgamento. Quando forem sugeridas modificações, essas serão encaminhadas ao autor principal para resposta e, em seguida, aos revisores para que verificarem se as exigências foram sa sfeitas. Em casos excepcionais, quando o assunto do manuscrito assim o exigir, o editor poderá solicitar a colaboração de um profissional que não conste do Corpo de Revisores. Os autores têm o prazo de trinta dias para proceder às modificações solicitadas pelos revisores e submeter novamente o ar go. A inobservância desse prazo poderá implicar na re rada do ar go do processo de revisão. Sendo aceitos para revisão, os pareceres dos revisores deverão ser produzidos no prazo de 60 dias. As decisões serão comunicadas por correio eletrônico. Os editor e os revisores não discu rão as decisões por telefone, nem pessoalmente. Todas as réplicas deverão sem subme das por correio eletrônico para a revista. Os ar gos deverão seguir a seguinte estrutura: 1. Página de tulo: 1.1. Deve conter o tulo completo do trabalho de maneira concisa e descri va, em português e inglês, assim como um tulo resumido (inferior a 50 caracteres, incluindo espaços) para ser u lizado no cabeçalho das demais páginas do ar go; 1.2. Devem ser incluídos de três a cinco descritores (palavras-chave), assim como a respec va tradução para as keywords (descriptors). Os descritores devem ser consultados nos sites: h p://decs.bvs.br/, que contém termos em português, espanhol e inglês ou www.nlm.nih.gov/mesh, para termos somente em inglês; 2. Segunda página: 2.1. Resumo: O resumo deve ser estruturado em cinco seções, evitando abreviações e observando o número máximo de palavras. Os relatos de caso não devem apresentar resumo. Referência não serão citadas no resumo. 2.1.1. Racional para o estudo; 2.1.2. Obje vos; 2.1.3. Métodos (breve descrição da metodologia empregada); 2.1.4. Resultados (apenas os principais e mais significa vos); 2.1.5.Conclusões (frase(s) sucinta(s) com a interpretação dos dados). 3. Texto: 3.1. Deve ser estruturado em introdução, métodos, resultados, discussão e conclusões. 3.1.1. Introdução: deve conter descrição dos fundamentos e do racional do estudo, jus ficado com base na literatura. 3.1.2. Métodos: deve descrever detalhadamente como foram selecionados os sujeitos da pesquisa (pacientes ou animais de experimentação, incluindo o grupo controle, quando houver). Equipamentos e reagentes u lizados devem ser descritos incluindo nome do fabricante, modelo e país de fabricação. Intervenções, desfechos, métodos de alocação, mascaramento e análise esta s ca devem estar con dos nessa sessão, bem como aspectos é cos, inclusive aprovação por um Comitê de É ca em Pesquisa em caso de estudo em seres humanos. 3.2.2. Resultados: tabelas devem ser incorporadas ao texto, com formatação de acordo com o padrão Vancouver. Figuras devem ser acompanhadas das respec vas legendas. 3.2.3. Discussão: relacionada diretamente ao tema e embazada na literatura, salientando os aspectos novos e importantes do estudo, suas implicações e limitações. 3.2.4. Conclusões: contendo, se per nentes, recomendações e implicações clínicas. 3.2.5. Referências bibliográficas: de acordo com o padrão Vancouver CONTATO E ENDEREÇO PARA ENCAMINHAMENTO DE MANUSCRITOS: Revista Médica Ciências da saúde Hospital São Vicente de Paulo Rua Teixeira Soares, 808 CEP: 99010-080 - Passo Fundo/RS E-mail: [email protected] www.hsvp.com.br/revista Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 111 Requirements for publica ons MEDICAL MAGAZINE: Health Sciences HOSPITAL SÃO VICENTE DE PAULO The Medical Magazine: Health Sciences of the Hospital São Vicente de Paulo will publish each semester ar cles that express the produc on in the health area, with the purpose of sharing knowledge. Requirements for sending manuscripts: By submi ng a manuscript, the authors take responsability that the work had not been previously published nor being analized by any other magazine. The approval will be based on the originality, significance and scien fic contribu on for the area knowledge. 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All ar cles must be accompanied by a cover le er to the editor, including (1) declara on of the main author that all the co-authors are in accordance with the content expressed in the manuscript, explaining whether or not there is a conflict of interests and the relevant ethical aspectsrelated to work and (2) specifica on of the func on of each one of the authors exercised on study or ar cle. The authors of the approved ar cles must adress to Medical Magazine, before publishing, declara on of transferal of author's rights, signed by all the co-authors. The authors must describe explicitly, in the text, if the research was approved by the Commi ee on Ethics in Research, according to the Helsinki Declara on.In experimental studies involving animals, the standards established in the “Guide for the Care and Use of Laboratory Animals” (Ins tute of Laboratory Animal Resources, Na onal Academy of Sciences, Washington, D. C . 1 9 9 6 ) a n d t h e Et h ica l P r in c ip les in A n im a l Experimenta on of the Brazilian College of Animal Experimenta on (COBEA) must be respected and the adhesion to those rules must be explicit in the text. For bibliographical references, the authors must follow the Uniform Requirements of Vancouver, according to recommenda ons of the Interna onal Comi ee of Medical Journal Editors (www.icmje.org). The ar cles should be wri en in Portuguese with the abstracts in Portuguese and in English. If there is already an english version, such version should also be sent to expedite publica on. For those ar cles which do not have an English version or the transla on is considered inadequated by the Editor, the magazine will provide the transla on without any cost for the author(s). The Portuguese and English version will be fully available at the eletronic address of HSVP (h p://www.hsvp.com.br/revista), remaining available to Interna onal Community. 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Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 112 In excep onal cases, when the subject of the manuscript so requires, the editor may request the assistance of a professional not listed in the Body of Reviwers. The authors have thirty days to make the modifica ons requested by reviwers and resubmit the ar cle. Failure to comply with this deadlinewill result in the removal of the ar cle from the reviewing process. A er accep ng the review, reviewers must issue their decision within 60 days. Decisions will be communicated by electronic mail. The editor or the reviewers will not discuss the decisions by phone or in person. All the responses should be submi ed by electronic mail to the magazine. The ar cles must include the following structure: 1. Title page: 1.1. 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Should be divided into introduc on, methods, results, discussion and conclusions. 3.1.1. Introduc on: must contain the descrip on of the study background and ra onale, jus fying it based on the literature. 3.1.2. Methods: must describe in details how subjects of the research were selected (pa ents or laboratory animals, including the control group, if any). Equipment and reagents u lized shall be described including manufacturer, model and country of manufacture. Interven ons, outcomes, methods of alloca on, blinding, and sta s cal analysis must be contained at that session, as well as the ethical aspects, including the approval by a Research Ethics Commi ee in the case of study in humans. 3.2.2. Results: tabels must be incorporated to the text, by forma ng according with the Vancouver pa ern. Figures must be accompanied by its respec ve legends. 3.2.3. Discussion: directly related to the topic and established in the literature, underlining the new and important aspects of the study, its implica ons and limita ons. 3.2.4. Conclusions: containing, if relevant, recommenda ons and clinical implica ons. 3.2.5. References: according to the Vancouver style. CONTACT AND ADDRESS FOR ADDRESSING THE MANUSCRIPTS Revista Médica Ciências da saúde Hospital São Vicente de Paulo 808, Teixeira Soares Street Zip code: 99010-080 - Passo Fundo/RS E-mail: [email protected] www.hsvp.com.br/revista Revista Médica Hospital São Vicente de Paulo. 2014, 39 / 113 Rua Teixeira Soares, 808 | Centro | Passo Fundo/RS Fone: (54) 3316.4000 | www.hsvp.com.br