Corbiniano Villaça

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Observação
Solicitamos aos eventuais leitores que, caso disponham de outras informações que possam
enriquecer este verbete, favor encaminhá-las à Fundação José Augusto através do seu
Centro de Estudos e Pesquisas Juvenal Lamartine-CEPEJUL, situado na Rua Jundiaí, 641,
Tirol, CEP 59020-120, ou, pelo E-mail [email protected]
Corbiniano Villaça
Brasão do Rio Grande do Norte
Corbiniano Villaça
Brasão do Estado do Rio Grande do Norte
O brasão do Rio Grande do Norte foi criado por decreto de 1 de julho de 1909.
Brasão
Grafia original da época Decreto n° 201, de 1º de Julho de 1909:
Crêa o brasão de armas do Estado do Rio Grande do Norte
O Governador do Estado do Rio Grande do Norte, tendo ouvido a respeito o Instituto Historico e
Geographico,
Decreta:
Art. 1º - O brasão de armas do Estado do Rio Grande do Norte é um escudo de campo aberto, dividido a
dois terços de altura, tendo no plano inferior o mar, onde navega uma jangada de pescadores, que
representam as industrias do sal e da pesca. No terço superior, em campo de prata, duas flores aos lados e ao
centro dois capulhos de algodoeiro. Ladeiam o escudo, em toda sua altura, um coqueiro á direita e uma
carnaúbeira á esquerda , tendo os troncos ligados por duas cannas de assucar, presas por um laço com as
côres nacionaes. Tanto os móveis do escudo, como os emblemas, em cores naturaes, representam a flora
principal do Estado. Cobre o escudo uma estrella branca, symbolizando o Rio Grande do Norte na União
Brasileira.
Art 2º - O desenho original deste brasão de armas, executado pelo sr. Corbiniano Villaça, será
archivado na Secretaria do Governo e d'elle se tirará uma copia authentica para o archivo do Instituto Histórico
e Geographico do Estado.
Art 3º - Revogam-se as disposições em contrario.
Palacio do Governo do Estado do Rio Grande do Norte, 1º de Julho de 1909, 21º da República.
ALBERTO MARANHÃO
Henrique Castriciano de Souza
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A Bandeira do Rio Grande do Norte e seu significado
Lindo pendão do passado
Simbologia oficial remete a um lugar arcaico,
de economia restrita e em busca de uma mitologia para ser
Por Adriano de Souza, Jornalista
A identidade oficial potiguar começou a ser instituída na República velha. O brasão do estado foi criado
em 1 de julho de 1909, por decreto do governador Alberto Maranhão. O desenho é do escultor Corbiniano
Vilaça, a partir de elementos definidos pelo Instituto Histórico e Geográfico. O texto do decreto explica a
simbologia escolhida:
“O brasão de armas do Estado do Rio Grande do Norte é um escudo de campo aberto, dividido a dois
terços de altura, tendo no plano inferior o mar, onde navega uma jangada de pescadores, que representa as
indústrias do sal e da pesca. No terço superior, em campo de prata, duas flores aos lados e ao centro dois
capulhos de algodoeiro. Ladeiam o escudo, toda sua altura, um coqueiro à esquerda e uma carnaubeira à
direita, tendo os troncos ligados por duas canas de açúcar, presas por um laço com as cores nacionais. Tantos
os móveis do escudo como os emblemas, em cores naturais, representam a flora principal do Estado. Cobre o
escudo uma estrela branca, simbolizando o Rio Grande Do Norte na União Brasileira.”
A estrela é a lambda, da constelação de escorpião, que representa os estados nordestinos no lábaro
estrelado da pátria. Ela em cima uma composição simbólica que espelha o arranjo de poder da época. O
Brasão foi sancionado por Alberto Maranhão, rebento da aristocracia açucareira, identificado no desenho pelo
feixe de canas que une o coqueiro (o litoral) e a carnaubeira (o sertão).
Mas o quadro já reflete a emergência do algodão como tronco de poder, antecipando a hegemonia a se
cristalizar a partir da década seguinte, com as lideranças políticas geradas no centro da nova economia (o
Seridó). A troca de guarda se refletiria na própria simbologia institucional do estado, conforme se verá adiante.
Os símbolos eleitos pelo IHG falam de um Rio Grande Norte Arcaico, confinado na moldura colonial. Um
estado de economia pré-industrial, baseada no extrativismo e na exportação de matérias primas sem valor
agregado. O poder é ocupado pelas elites do açúcar e do algodão, estribadas em grupos periféricos
simbolizados no brasão pela extração do sal e da cera de carnaúba, elementos complementares no PIB
potiguar de então.
Além de ícones econômicos, o coqueiro e o jangadeiro cumprem outra função simbólica no brasão. Junto
com o mar e o céu, eles compõem o conjunto idealizado desde que os primeiros cronistas botaram os olhos
nas terras de João de Barros, e que ainda hoje, vende as terras potiguares para turistas: uma terra praieira,
solar. Um paraíso tropical primitivo.
A Bandeira
O arranjo de poder já era outro em 1957, quando foi criada a atual bandeira do RN, por decreto do
governador Dinarte Mariz, em 3 de dezembro. Mas o modo de construção ideológica não mudara. Dinarte era
produtor e comerciante de algodão. Recorreu a um grupo de notáveis, tutelados por Luís da Câmara Cascudo,
para desenhar a bandeira.
Cascudo fixou-se nas cores verdes e branca e sugeriu o desenho final: Um retângulo com duas faixas
horizontais e o brasão sobre um escudo dourado ao centro. Uma alusão inconsciente (?) ao brasão da
capitania, com uma ema e linhas que lembram ondas ou rios, tudo sobreposto a um fundo amarelo. Dinarte
acatou o modelo cascudiano mas não deixou de realçar seus vínculos econômicos na simbologia oficial. No
mesmo decreto, instituiu a flor do algodoeiro – presente no brasão em segundo plano – como emblema floral
do Rio Grande do Norte.
A conjunção do verde (esperança) e do branco (paz) se revelaria aziaga para Dinarte. Na eleição
seguinte, em 1960, Aluízio Alves apropriou-se das cores da bandeira e da mística da esperança para derrotar o
candidato dinartista (Djalma Marinho) ao governo, estabelecendo-se como antípoda do seridoense e iniciando
uma dinastia política que perdura até hoje (a de Dinarte sumiu).
Fonte: Revista Perigo Iminente: Pensar se Potiguar, volume 2, páginas 73 e 74, Natal RN, Março de 2012. Revista Anual Publicada Pelas Edições Flor do
Sal.
Jailton Augusto da Fonseca
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