televisão: um fenômeno social do século

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Caderno Discente do Instituto Superior de Educação – Ano 2, n. 2 – Aparecida de Goiânia – 2008
A INFLUÊNCIA DA TELEVISÃO NA FORMAÇÃO DA CRIANÇA*
Maria Rosilene Rodrigues
Resumo: Este trabalho tem como objetivo abordar o papel da televisão na formação
da criança, sobretudo, no âmbito da educação escolar, mostrando como este meio de
comunicação de grande expressão, que chegou ao Brasil na década de 1950,
adentrou-se aos lares, provocando mudanças culturais, que mudaram o
comportamento das pessoas, em especial, das crianças, ditando moda, induzindo ao
consumismo e exercendo forte influência em toda a sociedade. Todavia, se retirados
os olhares indiferentes ou preconceituosos, pode se tornar importante estratégia de
ensino que, uma vez adotada pela escola e pelo educador, em parceria com a família,
aproxima os cotidianos, da escola e do aluno, conferindo sentido à aprendizagem e
contribuindo para a educação e formação de cidadãos mais críticos, responsáveis e
participativos.
Palavras-chave: Televisão. Escola. Família. Criança. Cultura.
INTRODUÇÃO
A televisão está completando cinquenta e oito anos no Brasil e este fantástico e
polêmico veículo de comunicação é considerado companheiro inseparável na vida de milhões
de pessoas. É sobre as crianças que ela exerce maior fascínio e estabelece uma relação de
cumplicidade, uma vez que as mesmas permanecem em média cinco horas por dia diante do
aparelho de TV, o que equivale a um terço do seu tempo útil.
Diante das transformações ocorridas na sociedade, em especial na vida das crianças,
desde que a televisão fez sua estréia no Brasil na década de cinquenta do século XX, surgem
os questionamentos em torno da sua influência sobre a formação da criança. Quais os aspectos
positivos e negativos desse meio de comunicação no processo de desenvolvimento sóciohistórico e cultural da criança? Como a família pode ajudar a criança a não ser seduzida pelos
apelos da televisão? Qual o posicionamento que o professor deve assumir diante dos seus
alunos no sentido de orientá-los a se tornarem críticos diante do que assistem? Esses são
importantes pontos de reflexão no âmbito desse trabalho.
Nesse sentido, é de fundamental importância estar atento às relações que a criança
estabelece com a televisão uma vez que, segundo Rezende e Borges, “O receptor é o elemento
que tem merecido maior atenção dos pesquisadores da comunicação, porque ele é alvo do
processo”. (1993, p. 27).
*
Artigo apresentado ao Instituto Superior de Educação, da Faculdade Alfredo Nasser, como requisito parcial
para conclusão do curso de Pedagogia, sob orientação da Profª. Ms. Giselle Garcia Oliveira.
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Frente à presença da televisão na vida de milhões de pessoas, a conduta de professores
que, por vezes, apenas criticam a programação que seus alunos assistem, torna-se fator de
omissão por parte daquele que, dentre as suas atribuições, tem que formar o cidadão crítico.
Assim, é necessário que no âmbito da educação o assunto seja tratado com mais atenção.
Discutir esse tema, num trabalho de caráter educacional, não poderia deixar de ter
como proposta apresentar e debater sobre novas metodologias sugeridas ao profissional da
educação para que ele contribua para a construção da criticidade dos educandos. Nessa
perspectiva, levantar questionamentos acerca do universo televisivo tem como objetivo
principal levar a família, os professores e os alunos a refletirem sobre como a televisão pode
interferir na formação do indivíduo, sobretudo na infância.
Responder a todos os questionamentos acima colocados bem como atingir os objetivos
propostos exigiu leitura de diferentes campos de atuação, entre as quais destacam-se: Rezende
e Borges (1993); Fonseca (2004); Guareschi e Biz (2005); Napolitano (2003); Penteado
(1999) e Moran (2000). Tais aportes teóricos constituem peças fundamentais para esse
trabalho que, metodologicamente, realiza a análise bibliográfica do que se tem produzido
sobre a influência da televisão, na vida dos seres humanos em geral e das crianças em
particular.
TELEVISÃO: UM FENÔMENO SOCIAL DO SÉCULO XX
A cultura é toda criação humana que engloba os conhecimentos, as crenças, os
sistemas de valores e as normas que orientam o comportamento humano. Sua manifestação é
ampla e vista em todo mundo concretizando-se por meio de padrões e expectativas
comportamentais. Por ser ampla, a participação na cultura acontece de forma seletiva, de
acordo com o local onde o indivíduo está inserido. A cultura é, portanto, um produto de
caráter sócio-histórico, resultado das manifestações do homem inserido em um grupo.
Segundo Penteado, “[...] o estabelecimento da estrutura e da organização em nossa
sociedade ocorre a partir da participação no mercado de trabalho, meio pelo qual os acessos
culturais são processados” (1999, p. 14). Assim, o espaço do homem na sociedade em
determinadas classes será marcado através de seu trabalho, de suas condições e das suas
possibilidades econômicas. Com a industrialização e a divisão social do trabalho foi instituída
uma extensa variedade de ocupações, propiciando o surgimento de segmentos ou camadas
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sociais. Cada segmento ou camada possui indivíduos que, por sua vez, executam e cumprem
tarefas previamente determinadas.
Nesse contexto, a autora pontua que os meios de comunicação de massa são
fundamentais para divulgação da cultura e as alternativas de comunicação são várias: o
cinema, o rádio, a imprensa e a que mais se destacam “é a televisão”, um invento recente, mas
que teve uma aceitação e receptividade tão grande que se definiu como meio de comunicação
universal, com um alcance de grandes proporções.
Penteado (1999), afirma que o surgimento da TV na década de 50 foi um processo
social importante que está vinculado a outro processo social também de grande importância
com o qual a TV tem suas relações: o processo de urbanização. Naquela década, marcada pelo
governo de Juscelino Kubitschek e com a chegada dos eletrodomésticos, a sociedade viu
surgir diante de si, a televisão como um fenômeno especificamente urbano. No que diz
respeito à sua produção, nesse período consolidava-se as radionovelas, programas musicais,
de humor, revistas e jornais. Contudo, em alguns meios ainda não urbanizados onde as
atividades que faziam parte do mercado de trabalho não eram tão exigentes e o processo de
racionalização não ganhou impulso, predominou o modelo familiar patriarcal, em que os
conhecimentos eram preservados e transmitidos em grande parte pela família.
Outra instituição que se destacava era a igreja, responsável por repassar o
conhecimento religioso, instituição marcada pela presença de pessoas pertencentes a uma
mesma família que já se encontravam nas mesmas atividades de trabalho e estendiam esta
convivência para as atividades organizadas pela igreja como: as festas religiosas, os
folguedos, que se caracterizavam como uma forma de lazer para os indivíduos. Com a
chegada da televisão, aos poucos, estas tradições foram deixando de ser fonte de
entretenimento da comunidade.
Mesmo que em um primeiro momento não tenha abarcado todos os segmentos sociais,
hoje, a televisão é, sem dúvida, amplamente conhecida. Com esse amplo alcance, os padrões
de comportamento e valores veiculados pela televisão constituem outra questão importante.
Percebe-se que os padrões por ela moldados oprimem ou iludem as classes menos favorecidas
que se vêem diante de uma realidade totalmente diferente da realidade que pertencem. A
representação da sociedade brasileira seja apresentada na forma de novelas, seriados, filmes,
desenhos animados ou comerciais, camufla a realidade da maioria da população, tendo em
vista que o principal intuito das programações televisivas é a formação de um público
consumidor; as crianças são as mais seduzidas. Zaida Grinberg (apud GOMES, 1996), alerta
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para o fato de que as peças publicitárias investem na vulnerabilidade cognitiva da criança
quando oferece uma marca de iogurte que, se consumida, garante força para levantar uma
geladeira, ou um achocolatado misturado ao leite, que permite à criança ingressar num mundo
de heróis, fantasias e diversões.
A pesquisa feita pelo Ibope Mídia, setembro de 2003 mostra que dos dez programas
de maior audiência assistidos por crianças e jovens entre quatorze e dezessete anos, oito são
considerados para adultos e somente dois fazem parte da programação infantil. São veiculadas
novelas, filmes, programas humorísticos e programas de auditórios, o que demonstra que,
embora seja o público mais seduzido, as emissoras de TV não estão preocupadas em oferecer
programações adequadas a essa parcela de seus telespectadores, contrariando o Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA), capítulo II, seção V, art. 76, que estabelece que “As
emissoras de rádio e televisão somente exibirão no horário recomendado para o público
infanto-juvenil, programas com finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas”.
Este direito vem sendo desrespeitado, pois, a todo momento, são transmitidas
programações e propagandas que denigrem a integridade da criança que, com suas limitações
cognitivas, captam apenas parte do que vêem por não conseguirem ainda compreender a
intencionalidade que está por trás dos conteúdos exibidos, ou ainda podem captar de forma
inadequada. Por exemplo, quando assistem cenas de violência, é bem provável que acreditem
que o mais forte é que tem sempre a razão. Outro fator é a probabilidade das crianças
imitarem o que vêem, como constatou em sua pesquisa, o psicólogo canadense Albert
Brandura (apud MARQUES, 2008), que mostra que as personagens atrativas tem mais
probabilidade de funcionar como modelo para a criança, visto que elas aprendem observando
o comportamento dos outros. Daí a importância de se atentar para o que as crianças estão
assistindo.
Na realidade, podemos observar que as crianças vêem TV e nem discutem a
informação. Recebem passivamente as mensagens sem analisar profundamente o
que estão assistindo. Nem dizem se gostam ou não do que estão vendo.
Simplesmente veem e observam, consomem sem fazer uma análise. Muitas vezes as
crianças se “desligam” do mundo real e entram para o mundo da TV. (CRIPPA,
1984, p. 66 apud GOMES, 1996, p. 2).
Por tais motivos, levar em consideração aquilo que a criança está vendo, considerar
suas limitações diante dos abusos transmitidos pela TV, levando-as a discutir, analisar e
criticar, são pontos relevantes para a sua formação.
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De acordo com Moran, Masetto e Behrens (2000), os meios de comunicação e
principalmente a televisão, possuem uma relação prazerosa com o telespectador, na qual se
aprende pelo prazer. Neste contexto, mostrar um fato acontecido com a imagem televisiva
tem mais força do que se somente se usar a palavra. Ainda segundo os mesmos autores “[...]
Pela TV e pelo vídeo sentimos, experienciamos sensorialmente o outro, o mundo e nós
mesmos”. (2000, p. 37).
Muitos teóricos e pesquisadores vêm estudando este meio de comunicação,
comprovando a sua interferência no cotidiano das pessoas, principalmente, das crianças que
crescem cercadas por apelos auditivos e visuais de informações rápidas. Para elas não importa
se o que estão assistindo é educativo ou não, querem é ver TV e encontrar nela uma forma de
passatempo, diversão e companheirismo.
Moran, Masetto e Behrens (2000) informam que a TV e o vídeo têm fórmulas cada
vez mais alucinantes de comunicação como os videoclipes com mensagens que exigem pouco
ou nenhum esforço dos telespectadores. A linguagem da TV é dinâmica, dirige-se mais à
afetividade do que a razão, visto que mexe com a emoção e imaginação da criança e também
da população adulta. Desde o processo de elaboração da mensagem televisiva, o qual envolve
profissionais de diferentes segmentos sociais, percebe-se campos demarcados que, de alguma
forma, irão interferir na maneira de ver e sentir o mundo circundante.
Segundo Guareschi e Biz (2005), a mídia é comparada com o “coração”, sendo
considerada o coração da sociedade da informação, realidade na qual os indivíduos estão
inseridos, pois viver atualizado é a forma mais moderna de desenvolvimento social. Os livros,
os jornais, as revistas continham em seus textos dados necessários à divulgação do
conhecimento, entretanto, a aceleração do desenvolvimento tecnológico veio desafiar a vida
social através da exploração de informações por meio da junção de texto, imagens e sons.
Não restam dúvidas de que a TV ajuda a construir a realidade da sociedade e contribui
para alterações no modo de viver de inúmeros indivíduos, modificando sua forma de pensar,
aprender, agir, viver e expressar suas idéias e comportamentos sociais. Um exemplo disso são
os costumes adquiridos pelo homem, ao longo dos anos, como as conversas em rodas de
amigos e reuniões familiares, cada vez mais substituídas pela programação televisiva.
As pesquisas realizadas por Guareschi e Biz (2005), alertam para o tempo em que as
pessoas ficam diante da televisão, em média de 3,9 horas diárias. Esta média varia de acordo
com a localidade, e independente do desejo de cada um, a relação que o indivíduo estabelece
com a televisão é parte integrante da construção da subjetividade humana. Foram detectadas
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diferenças entre as crianças que lêem e as que assistem TV. A criança que lê cria e imagina
em sua mente os personagens do texto, têm estimuladas a criatividade e imaginação, já a
criança que vê TV recebe tudo pronto: a imagem, tamanho, som e movimento, não precisando
preocupar-se com nada apenas em “ver”. Por ser ainda um objeto de estudo, a influência da
TV na formação da criança, a recomendação dos pesquisadores é que, quanto menos televisão
a criança assiste, melhor.
A TELEVISÃO, A CRIANÇA E A FAMÍLIA
Historicamente, o conceito de infância foi construído, caracterizando a criança em
diferentes contextos como um vir a ser, um adulto em miniatura, um ser incompleto em
relação ao adulto. Essa concepção se caracteriza pela imposição de uma rotina para a criança
que reproduz a lógica do cotidiano adulto, ou seja, o adulto pensa pela criança e ela é vista
como imperfeita, que precisa ser formada por modelos por eles estabelecidos,
desconsiderando-a como um sujeito histórico, capaz de modificar o mundo e ser
dialeticamente por ele modificado, cabendo-lhe somente a assimilação passiva dos conteúdos
culturais produzidos historicamente.
A criança aprende em contato direto com o adulto, mas também por meio de suas
interações com o mundo circundante. Assim, no que se refere ao seu contato com a TV, devese lembrar que.
A criança também é educada pela mídia, principalmente pela televisão. Aprende a
informar-se, a conhecer os outros, o mundo, a si mesmo, a sentir, a fantasiar, relaxar,
vendo, ouvindo, “tocando” as pessoas na tela, pessoas estas que lhe mostram como
viver, ser feliz, infeliz e odiar. (MORAN; MASETTO; BEHRENS, 2000, p. 33).
Dessa forma, a relação que a criança tem com a mídia é prazerosa, visto que é uma
relação feita de exploração sensorial, narrativa, em que aprendemos vendo as histórias dos
outros. Tais observações diferem daquela anteriormente feita, de que a criança que vê TV
recebe tudo pronto e, portanto, é pouco imaginativa. O que de fato se pode dizer é que o
contato com a televisão produz na criança reações comportamentais questionáveis em face
dos padrões estabelecidos. Ao assumir um papel importante na tentativa de despertar nas
crianças uma falsa realidade, importando valores, costumes e conteúdos ideológicos, o mundo
televisivo de tal forma se confunde com a realidade.
De acordo com Perrotti (1990, p. 15), uma observação necessária refere-se ao conceito
de cultura, talvez porque traga mais problema que o conceito de criança. O que interessa é
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questionar uma concepção de cultura e de processo cultural para crianças. De forma implícita
ou explicita, sempre se estabelece uma equivalência entre cultura e produto cultural,
reduzindo o primeiro termo ao segundo. Cultura aparece como o resultado de um processo, a
herança social. Os produtos culturais seriam expressões de um modo de vida determinado
que, enquanto tal, se explica e se justifica.
Pensar a formação da criança sob a ótica de uma sociedade capitalista implica
perceber a necessidade de refletir acerca das influências que divisão social do trabalho e as
relações de classe social exercem sobre o processo educativo. De acordo com Fonseca “[...]
Nesse modelo as crianças burguesas são instrumentalizadas para dirigir a sociedade e as das
classes trabalhadoras são formadas para o trabalho” (2004, p. 19). Assim, a criança assumiria
o papel de consumidora de bens culturais impostos socialmente; a cultura acaba de uma forma
banalizada servindo apenas como instrumento de dominação e cabe à própria criança a
incumbência de assimilar e adaptar-se aos moldes e padrões estabelecidos pela sociedade.
Na visão de Perrotti (1990), o mundo da criança sofre, em decorrência dessa mudança
nos hábitos das famílias, consequências fatais. Aquilo que lhe era vital foi, pouco a pouco,
tomado: o quintal, a rua, o jardim, a praça, a várzea, o espaço livre. Essa tomada do real tenta
compensar com o simbólico. Resta, pois, evitar abordagens que tratam a produção cultural
para crianças como necessidade, remédio para os males do mundo. Assim a visão de produção
cultural para crianças, enquanto ajusta-se a uma necessidade do sistema econômico em se
reproduzir, ainda que seja à custa da morte do lúdico, do prazer, da criação, da aventura do
sonho e do encontro nas diversas fases do educando.
A infância ainda está marcada por tradições como os jogos orais, os livros e pelas
mudanças do mundo contemporâneo em que as crianças dividem o tempo e espaço com a TV.
Reflexo das mudanças ocorridas na sociedade. Antes podia ver portões abertos e crianças
brincando nas ruas com os amigos, hoje ficam presas em suas casas, e os pais, ficam mais
“satisfeitos” vendo seus filhos quietos e “seguros” diante da TV, reduzindo as participações
nos jogos e brincadeiras típicas de sua idade.
Para Belintane (2006, p.98), cabe à família e à escola oferecer às crianças, interações
presenciais repletas de atividades que lhe permitam dispor de seu corpo, de sua memória e
sensações. Muito se pensa que nesse tempo que criança passa em frente à TV poderia estar
junto aos seus pais, poderia aproveitar para ler, interagir com outras crianças e porque não
dizer, dedicar-se mais aos estudos.
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Necessária ou não, são variadas as formas com que se analisa a influência da TV na
vida dos seres humanos em geral, sobretudo, das crianças. Há um consenso que diz que a
televisão induz o indivíduo ao consumismo e as crianças são tidas como consumidoras e
gastadoras em potencial, pois, mesmo sem trabalhar, elas podem consumir ou usar de
chantagens junto aos pais para conseguir realizar seus desejos. Por ter a criança uma forte
influência na família e sabedora dessa característica do público infantil, a mídia utiliza
estratégias de marketing para alcançar as crianças, criando um mercado específico de
produtos infantis para atender a demanda desse público, como alimentação, marca de roupas,
brinquedos dentre tantos outros atrativos. Sobre isso Penteado afirma:
A estrutura dos comerciais de TV, através de uma propaganda elevada à categoria de
espetáculo, vai lançando apelos, os mais diversos, no sentido de fazer o
telespectador um eficiente e assíduo consumidor: de roupas, alimentos, veículos [...]
e consequentemente [...] de modos de vida e concepção de mundo. (1999, p. 21).
Tendo as crianças como aliadas, a televisão utiliza os comerciais como forma de
sedução, veiculando-os tanto nas programações infantis como nas direcionadas para o público
adulto como forma estratégica de marketing, tendo em vista que assistir televisão é um hábito
familiar e os pais, por se sentirem culpados pela ausência no cotidiano das crianças para
amenizar este sentimento de “abandono”, tendem a satisfazer os seus desejos e caprichos
mesmo que, para isso, tenha que sacrificar suas finanças. De acordo com Rezende e Borges,
Essa sociedade das mercadorias descartáveis não foi criada pela tevê. Coisificar não
é responsabilidade exclusiva dela, mas seus apelos têm sido irrecusáveis. Como
mercadoria, a tevê vende todos os valores, de produtos de limpeza a idéias,
sentimentos e atitudes. (1993, p. 7).
Ainda nessa perspectiva, a mudança de comportamento ocorrida nas famílias, em
decorrência da televisão, tem levado as crianças a uma infância empobrecida, sem
criatividade, sem limites para seus caprichos e vontades. Musser afirma que “[...] quando um
adulto e seus filhos assistem televisão juntos, os pais podem tornar a experiência mais
vantajosa para as crianças” (2001, p. 493), de forma que esses momentos possam ser
aproveitados para dialogar com os filhos, discutir valores e informações veiculados.
Segundo o pensamento de Marques,
Crianças e jovens impressionáveis podem assumir que aquilo que vêem na televisão
é normal, seguro e aceitável. Neste sentido uma mensagem preocupante que a
televisão nos transmite é a de que a violência é aceitável e até pode ser divertida. O
mais perigoso disto tudo é que uma cena que dura apenas alguns segundos –
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transmitida numa pequena parte de um programa pode ser recordada a longo prazo,
mais do que qualquer outra cena da história. (2008, p. 1).
Diante dessas considerações, é de suma importância que a família analise o que assiste
junto com as crianças, levando em consideração as limitações de cada um em assimilar o que
vê. Sabe-se que o ideal não é proibir a criança de ver televisão e sim ajudá-la a criticar e
selecionar o que assiste, pois é possível selecionar programas que ajudem no desenvolvimento
cognitivo da criança.
De acordo com Rezende e Borges (1993), a criança é uma consumidora da TV, pois
passa horas do dia diante desta, sendo privada de atividades fundamentais para o seu
desenvolvimento, assim afirmam que “[...] permanecendo várias horas a absorver como uma
esponja tudo o que a TV apresenta, ante a redundância verbal do veículo, não lhe sobra
alternativa que não a emudecida inércia” (REZENDE; BORGES, 1993, p. 21). Isso decorre
das condições em que os pais se encontram depois de uma jornada de trabalho árdua e
preocupações diversas. Ainda de acordo com os autores, considerar os pais como
telespectadores críticos, quando nem sequer observam se o que os filhos estão vendo é
apropriado ou não, quando querem ver os filhos calados e quietos, não é tarefa fácil.
Assim, a formação crítica do telespectador infanto-juvenil, que deveria estar sob
responsabilidade da família, acaba sendo partilhada com a escola e esta precisa se integrar
nessa perspectiva com uma educação voltada para os conteúdos televisivos a fim de que a
criança possa compreender e explorar as mensagens televisivas para que essas tenham
significado em sua vida.
Nos dias atuais, a criança passa muito mais tempo com os super-heróis da televisão do
que com sua família e professores. Heróis esses que, em sua maioria, são violentos e as
crianças tendem a imitá-los. Estas cenas agressivas podem ser constatadas a qualquer hora do
dia, principalmente, nos desenhos destinados ao público infantil. A interferência dos desenhos
animados na formação da criança é clara, visto que a criança tende a aprender imitando e
reconhecendo as atitudes de seus heróis como perfeitas.
Sabe-se que as informações e questionamentos que são oferecidos às crianças, como
as formas de memorizar, e de perceber e solucionar problemas são gestadas coletivamente e
convertem-se em funções psicológicas do indivíduo. O conceito vygotskyano de zona de
desenvolvimento proximal torna-se pertinente para analisar esse processo pois, segundo
Vygotsky (2007), a criança transformaria as informações recebidas conforme as estratégias e
conhecimentos por ela adquiridos. Assim os gestos, imagens e conceitos que formam o seu
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pensamento dependem do contexto social em que está inserida, e da linguagem adquirida pelo
seu grupo social. Isso constitui um processo importante em seu desenvolvimento.
TELEVISÃO E ESCOLA: UMA PARCERIA QUE PODE DAR CERTO
Torna-se indiscutível o fato de que a televisão está definitivamente incorporada à
sociedade brasileira em todos os segmentos sociais, exercendo diferentes influências de
acordo com o ambiente em que se encontra e a receptividade do público. Assim, por essas
diferentes relações e reações, se faz necessário criar um espaço de discussão que possa
orientar atitudes, sobretudo no campo da educação, no trato com essa presença inseparável do
cotidiano social. Contudo, embora haja diferentes posições apontando suas influências
negativas, como um item prejudicial à formação da criança, aqui entende-se que a mesma não
pode ser eliminá-la.
A televisão, assim como os outros meios de comunicação, tem efeitos sobre a
educação, visto que passa informações, modelos de comportamentos, padrão de beleza,
valores que por vezes faz com que os indivíduos privilegiem esses tipos de informações. Esse
aspecto levado para o âmbito da educação escolar irrompe em inúmeras possibilidades. De
acordo com Gadotti, “[...] implica uma mudança de mentalidade também de professores,
alunos, pais e mães para ver a televisão como aliada no processo educativo e não como
adversária” (2000, p. 209). Assim, aproveitar essa empatia que a criança tem pela TV, pode
facilitar as propostas pedagógicas da escola, tornando a sala de aula um lugar menos
enfadonho.
Mesmo durante o período escolar a mídia mostra o mundo de outra forma mais fácil,
agradável, compacta sem precisar fazer esforço. Ela fala do cotidiano, dos
sentimentos, das novidades. A mídia continua educando como contrapondo a
educação convencional, educa enquanto estamos entretidos. (MORAN; MASETTO;
BEHRENS, 2000, p. 33).
Na citação acima, percebe-se um novo horizonte em torno da prática educativa ao se
contrapor o tradicional ao novo. À educação convencional se coloca a necessidade de criação
de estratégias para se tomar qualquer instrumento como possibilidade à realização do
processo ensino-aprendizagem, ciente dos benefícios que se pode obter.
O trabalho com a televisão em sala de aula, torna-se uma estratégia de ensino somente
se existirem técnicas e habilidades adequadas por parte do educador, desde o domínio de sua
tecnologia até a escolha do que será mostrado ou discutido como conteúdo, sendo
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indispensável se ter claros os objetivos a serem realizados. Além desse domínio, é necessário
se ter em mente que, de acordo com Gadotti (2000, p. 209), trabalhar com TV na sala de aula
significa mexer com a emoção dos alunos, com seus interesses, forma de pensar e interagir.
Essa interação com a TV acompanha a criança desde os seus primeiros meses de vida,
o que implica, segundo Luz (2007) que a educação não pode ignorar a influência da televisão
na vida do educando, cujos hábitos e costumes são influenciados por ela. A criança vê e ouve
tudo que a televisão propõe, mesmo na hora de fazer as atividades para casa, ela estuda diante
da televisão. Por falta de opções de lazer, a criança concebe a televisão como uma
companheira aliada do seu dia a dia. Por outro lado, a escola critica e menospreza a televisão,
trabalhando em um estilo totalmente diferente, como se a comunidade escolar pudesse
desconsiderar esse recurso que tanto assedia a criança e desperta para aprendizagens mútuas.
A postura de menosprezo ou simples indiferença ao que a criança leva de casa a partir
de sua experiência televisiva não tem produzido nenhum resultado positivo na relação
professor e aluno. Nesse sentido, aliar a TV á escola, além de permitir a percepção do que está
cada vez mais presente no cotidiano das crianças, também possibilita utilizar estratégias que
possam sensibilizar e conquistar o público infantil. Essa conquista do educando, num diálogo
com o que lhe é mais próximo, confere ao educador um vínculo a partir do qual ele possa
orientar a conduta desse público consumidor da programação televisiva. A idéia está centrada
na transformação dos seus alunos em telespectadores críticos, construtivos, pesquisadores e
observadores que não aceitem tudo o que está aparente.
Segundo Pellegrine, para Jonh Dewey “[...] o aprendizado se dá justamente quando os
alunos são colocados diante de problemas reais” (2008, p. 63). Assim, a educação não pode
acontecer isolada, deve fazer parte do cotidiano do aluno. Nessa perspectiva, Freire (1996)
menciona que é impossível colocar-se neutro diante da televisão, é preciso debater sobre o
que se diz e se mostra na TV. Para o autor, “[...] como educadores e educadoras progressistas
não podemos apenas desconhecer a televisão, mas devemos usá-la, sobretudo, discuti-la”
(1996, p. 139). Neste contexto a TV é uma estratégia valiosa para atingir objetivos dos
conteúdos propostos.
Diante de tais pensamentos, podem-se inserir na sala de aula programas como as
telenovelas, mini-séries que trazem fatos sobre o nosso cotidiano e a nossa história, trabalhar
questões como a violência, preconceito, ética, valores e outros. Contudo, o que já foi
mencionado sobre o preparo dos profissionais da educação para lidar com essa nova
estratégia, encontra respaldo nos estudos de Moran, Masetto e Behrens (2000, p. 17), que
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ressaltam a importância de se ter não apenas educadores, mas pais com um amadurecimento
intelectual, emocional, comunicacional e ético, que facilite todo o processo de organizar a
aprendizagem. Com base nesta visão, os autores ressaltam que é preciso incorporar novas
linguagens à sala de aula, sobretudo, a televisão que mexe com os sentidos, parte do concreto,
do visível.
De acordo com Penteado (1999, p. 97), só o fato das crianças passarem a maior parte
do seu tempo em frente à TV, já seria o suficiente para trazê-la para sala de aula, pois os
alunos gostam de ver TV, tem prazer e aprendem com ela. Dessa forma, surge a necessidade
de propostas pedagógicas transformadoras, que parta da realidade daqueles que estão
envolvidos. Trazer a TV para a escola é compreender que esta é uma fonte de informação
mais ampla e se não é melhor que a escola, é ao menos diferente, visto que desperta interesse,
prazer; enquanto a escola é vista como obrigação, exige esforço e trabalho, dentro e fora dela.
Entender a TV como um desafio à escola é tentar lidar com este fenômeno, enquanto
educadores, de maneira abrangente, de forma que se aproveitem as vantagens que
leva a colaboração que presta e aquilo que diz num trabalho que visa favorecer o
desenvolvimento da consciência crítica dos educandos. (PENTEADO, 1999, p.116).
Este desafio passa pela mudança de comportamento dos educadores em adotarem uma
pedagogia libertadora, transformadora através do diálogo com seus alunos considerando-o um
mero receptor. No que tange a educação, Demo menciona que “[...] não faz sentido apenas
reproduzir, repassar, transmitir conhecimento, porque já não se trata de conhecimento, mas de
mera informação formalizada” (2004, p. 27). Não há dúvida de que a televisão traz novidades
para o mundo das crianças, que se defronta com um novo ambiente familiar, escolar e social,
e a escola diante desse universo cultural precisa oferecer situações de aprendizagem com as
quais os alunos possam refletir sobre a realidade, aprender a administrar seus conflitos e saber
como agir em diferentes situações de seu cotidiano.
Em relação a essa perspectiva, aliar a TV ao cotidiano escolar é admiti-la como uma
“arma” na mão do professor no sentido de tornar seu trabalho prazeroso, impossível de ser
ignorado, favorecendo a autonomia e criticidade dos alunos. Ainda nessa visão, Napolitano
(2003) menciona que ao utilizar a TV, em sala de aula, deve-se ter como objetivo estimular a
reflexão crítica dos alunos quanto aos conteúdos e programas, tornando-os fonte de
aprendizagem. Assim, tendo em vista que a escola não está excluída da tarefa de formação
crítica da criança, é importante propor atividades como debates, discursos, analisando
diversos temas como forma de dialogar com os alunos.
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Em uma sociedade em que a criança já nasce em meio às tecnologias e aprendem
muito cedo a se conectar com o mundo através de cliques e botões, seria andar na contra mão,
ignorar tudo isso. Na visão de Perrenoud, “[...] as tecnologias da comunicação e da
informação transformam espetacularmente não só nossas maneiras de comunicar, mas
também de trabalhar, de decidir, de pensar” (2000, p. 125). A proposta de uma educação para
a cidadania não deve prescindir das novas linguagens configuradas no uso de tecnologias que
facilitem o desenvolvimento dos alunos. É importante que o professor encontre a melhor
maneira de ensinar e diversificar suas aulas, pois a aprendizagem acontece quando
conseguimos integrar todas as tecnologias. Ensinar com a TV na sala de aula exige pessoas
competentes e determinadas para mudar os paradigmas convencionais do ensino, criando um
clima de confiança, interações pessoais e grupais ultrapassando os conteúdos, construindo
novas formas de ensinar e aprender.
A escola como um espaço em que as relações sociais se desenvolvem, onde as pessoas
expressam seu modo de agir, lugar no qual a cultura popular está presente, a todo o momento,
deve se preocupar em cumprir o papel de “fazer com que tanto as crianças, quanto os jovens e
os adultos pudessem passar da cultura primeira para a cultura elaborada”. (GADOTTI, 2000,
p. 206). Nesse sentido, a escola torna-se o lugar de um vir a ser, um lugar de possibilidades e
de esperança.
Utilizando a televisão e o vídeo como instrumentos de trabalho, a escola inova e se
renova em sua estrutura e posturas. A presença do professor é indispensável, pois é ele quem
prepara a atividade e o material didático. Mediada pelo professor, a aprendizagem ocorre na
relação e na integração. Segundo Moran, Masetto e Behrens, “Uma parte importante da
aprendizagem acontece quando conseguimos integrar todas as tecnologias, as telemáticas, as
audiovisuais, as textuais, as orais, musicais, lúdicas, corporais” (2000, p. 32).
O professor tem um grande leque de opções metodológicas para organizar suas
atividades com os alunos, integrando as várias tecnologias acessíveis, rápidas, renovadas,
diversificadas que motivem o aluno a aprender. Dessa forma, cabe à escola tornar possível os
quatro pilares da educação: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e
aprender a ser. Esse é um desafio para escola e as práticas pedagógicas dos professores,
visando uma formação humana e crítica do educando.
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Caderno Discente do Instituto Superior de Educação – Ano 2, n. 2 – Aparecida de Goiânia – 2008
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Entende-se que as crianças precisam ser preparadas para os problemas concretos da
vida, ou seja, deve-se ensiná-las a serem pensadoras e não repetidoras de informações. Apesar
das críticas que são feitas à televisão, ela está presente, influenciando e, de alguma forma,
educando. Nesse sentido, ignorar sua influência e sua programação na formação da criança
não é sensato.
Este meio de comunicação mexe diretamente com as emoções, cria ilusões, vende um
mundo de fantasia, mostra o real e o novo, diverte, assusta tudo ao gosto do telespectador que
assiste uma representação da vida e do real. Uma vez que a televisão constitui parte da vida
familiar, é importante que os pais ou responsáveis tomem providências quanto ao tempo e as
programações adequadas para a idade das crianças. No âmbito da educação escolar, não se
podendo ignorar a influência que a televisão exerce sobre a criança, cabe ao educador levar,
para sala de aula, conteúdos veiculados pela TV para serem discutidos e dialogados,
considerando que as crianças não assistem somente programação infantil.
Assumir perspectivas mais comprometidas com a reorientação das atividades
pedagógicas exige considerar o poderoso instrumento representado nesse aparelho, visto que
mexe com as emoções, fantasias e dá prazer ao ser humano. Assim, os sujeitos à sua frente
necessitam de alguém que os auxiliem a perceber o que está implícito no conteúdo televisivo.
Dessa forma, as considerações feitas neste trabalho acerca da televisão conduzem à
reflexão sobre a parcela de responsabilidade da escola em tornar as crianças, os adolescentes,
jovens e até adultos, em pessoas críticas, capazes de refletir sobre o que estão vendo na TV.
Importantes pistas foram colocadas no sentido de promover o crescimento pessoal dos alunos
e professores, que poderão compreender melhor a influência desse poderoso instrumento no
desenvolvimento dos sujeitos e a importância da escola nesse processo de construção do
conhecimento.
Compreensão e consciência se tornam, portanto, pontos de partida para se
fundamentar a construção de propostas pedagógicas que contribuam para a formação de
sujeitos críticos, reflexivos, atuantes na sociedade.
É assim que urge a necessidade de
integração entre a TV e o cotidiano escolar, com novas formas de ensinar mais próximas da
realidade do aluno e o seu meio social.
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THE INFLUENCE OF TELEVISION ON CHILDREN’S EDUCATION
Abstract: The purpose of this project is to deal with the television role on the child
education, mainly, on the scope of the school education, showing how this mass
communication wich fist arrived in Brazil in the 1950s, got inside homes, causing
cultural changes, wich influenced people’s behavior, particularly kids’, creating
trends, stimulating consumism and strongly influencing over the whole society.
Though, if withdrawn the indifferent or prejudiced glances, it might become an
important teaching strategy, that once adopted by the school and the educator, in
partnership with the family, bridgeing the daily routines of school and of students,
attributing meaning to learning and contributing to the education and formation of
more critical, responsible and participative citizens.
Key-words: Television. School. Family. Child. Culture.
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Caderno Discente do Instituto Superior de Educação – Ano 2, n. 2 – Aparecida de Goiânia – 2008
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Luiz Silveira Menna Barreto e Solange Castro Afeche. 7. ed. São Paulo: Martins Fontes,
2007.
AGRADECIMENTOS
À Deus, pela oportunidade de realização deste desejo que, por vinte e três anos ficou adormecido; aos professores da Faculdade Alfredo
Nasser, que muito contribuíram para minha formação; aos meus familiares, que souberam compreender minha ausência; ao meu filho, que
foi um dos motivos que me fizeram voltar a estudar; e ao meu amado esposo, pelo companheirismo e apoio durante a realização deste sonho.
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