Papel do enfermeiro na saúde do adolescente com anorexia nervosa

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Faculdade de Ciências da Educação e da Saúde – FACES
Curso: Enfermagem
Luana Santana Rodrigues
PAPEL DO ENFERMEIRO NA SAÚDE DO ADOLESCENTE COM ANOREXIA
NERVOSA
Brasília – DF
Novembro, 2009
ii
LUANA SANTANA RODRIGUES
O PAPEL DO ENFERMEIRO NA SAÚDE DO ADOLESCENTE
COM ANOREXIA NERVOSA
Monografia apresentada como
requisito parcial ao Curso de
enfermagem da Faculdade de
Ciências da educação e da saúde
–
FACES
do
Centro
Universitário
de
Brasília
–
UniCEUB. Orientadora: Prof.
Lígia Normando.
Brasília – DF, novembro de 2009.
iii
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por me dar inteligência para chegar até
aqui, força para ultrapassar as dificuldades do curso, por me dar suporte nos
momentos difíceis e por não me deixar desistir nos momentos em que pensei
não ser capaz de continuar.
Agradeço aos meus pais, Deusdeth e Edinaides, que me criaram e me
educaram da melhor maneira possível, sempre incentivando em meus estudos,
me dando todo o apoio necessário e me ajudaram a realizar o meu sonho de
cursar o ensino superior.
Agradeço ao meu irmão Danilo pelo apoio e ajuda nos momentos em
que precisei e aos meus amigos que estiveram diariamente ao meu lado,
compartilhando comigo as dificuldades e os momentos de alegria. Em especial
a Emanuella que sempre esteve ao meu lado pronta a me ajudar nos períodos
difíceis e aconselhar nos momentos de indecisão; a Larissa por estar sempre
incentivando meu progresso e ao meu namorado, Régis, pela paciência e
compreensão.
Agradeço neste momento, aos professores Eduardo Cyrino, Fátima e
Lígia: obrigada por acreditarem em minha capacidade, por me darem forças a
prosseguir, por terem feito parte dos meus estudos e por terem me orientado
neste difícil trabalho de conclusão de curso que é a Monografia.
iv
“É a sociedade que multiplica as causas de
inadaptação física, mental e social e que em
seguida torna necessário o gasto de somas
fantásticas para tratar, reinserir ou conservar
vivos os inadaptados”.
(Autor desconhecido)
v
RESUMO
Os transtornos alimentares possuem uma etiologia multifatorial, composta de
predisposições genéticas, socioculturais e vulnerabilidades biológicas e
psicológicas. A dieta é o comportamento precursor que geralmente antecede a
instalação de um transtorno alimentar. Contudo, a presença da dieta isolada
não é suficiente para desencadear o transtorno alimentar, tornando-se
necessário uma interação entre fatores de risco e outros eventos precipitantes.
Os transtornos alimentares são situações bastante complexas, contudo,
exigem tratamento igualmente complexo. De modo geral, considera-se que o
tratamento da anorexia é realizado através de quatro abordagens: a
recuperação nutricional que, por sua vez, necessitará de abordagem
psicofarmacológica com objetivo de suspender mais rapidamente a recusa
alimentar, a psicanálise e a terapia familiar, ou de outros membros da família.
Para isto propõe-se a realização de palestras informativas em postos de saúde,
hospitais públicos e particulares, abertas a trabalhadores locais, pacientes e
comunidade em geral, que teriam a finalidade de esclarecer todas as dúvidas
sobre esta doença, minimizar possíveis formas de preconceito, sobre os riscos
de fazer dietas não acompanhadas por médico ou nutricionista, bem como
refletir a respeito das exigências impostas pela moda e pela mídia. O objetivo
deste estudo é buscar identificar e compreender os diversos fatores
precipitantes desse processo de adoecimento que é a anorexia nervosa e quais
os cuidados e apoio que o profissional de enfermagem pode estar dando ao
paciente diagnosticado com essa doença. Para desenvolvimento deste estudo
foi realizado uma revisão bibliográfica sobre o tema. Este estudo demonstrou
relevância clínica e epidemiológica da Anorexia nervosa, transtorno mental que
invadiu este século e que se alastra pelo mundo. A anorexia é uma
enfermidade ainda pouco divulgada, mas que tem merecido atenção prioritária
da mídia televisiva em função da veiculação das muitas mortes nestes últimos
anos (desde 2004). Faz-se necessário então ampliar as pesquisas e intensificar
o conhecimento das classes da enfermagem para facilitar o diagnóstico
precoce e assim reduzir os danos que a anorexia pode causar.
Palavras-chave: Anorexia Nervosa, Adolescência, Assistência de Enfermagem
na Anorexia.
SUMÁRIO
1.
INTRODUÇÃO
6
2.
JUSTIFICATIVA
9
3.
OBJETIVOS
11
3.1 OBJETIVO GERAL
11
3.2 OBJETIVO ESPECÍFICO
11
METODOLOGIA
12
4.1 TIPO DE PESQUISA
12
4.2 COLETA DE DADOS
12
4.3 PERÍODO DA PESQUISA
13
REFERENCIAL TEÓRICO
14
5.1 ADOLESCÊNCIA
14
5.2 ANOREXIA NERVOSA
17
5.3 TRATAMENTO
22
5.4 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO E TRATAMENTO DA
26
4.
5.
DOENÇA
6.
CONCLUSÃO
29
7.
REFERÊNCIAS
31
6
1. INTRODUÇÃO
Os transtornos alimentares são vistos como patologias que agridem os
planos psíquicos e somáticos. As alterações da forma de se alimentar podem
ter forte conseqüência sobre a saúde geral dos indivíduos (CLAUDINO e
ZANELLA, 2005).
Os transtornos alimentares são doenças psiquiátricas que afetam, na sua
maioria, mulheres adolescentes e adultas jovens, levando a grandes prejuízos
biológicos e psicológicos aumentando assim, a morbidade e a mortalidade
(PHILLIPI e ALVARENGA, 2004).
A anorexia nervosa foi descrita no século XIX e classificada na década de
70. Etimologicamente o termo anorexia deriva do grego “an-”, deficiência ou
ausência de, e “orexis”, apetite. A denominação atual e específica “anorexia
nervosa” surgiu com Willian Gull a partir de 1873, descrevendo-a como sendo
uma “forma peculiar de doença que afeta principalmente milhares de jovens e
caracteriza-se por emagrecimento extremo [...]“ cuja “falta de apetite é [...]
decorrente de um estado mental mórbido e não a qualquer disfunção gástrica
[...]” (JORGE e VITALLE, 2008).
Nos últimos vinte anos, adolescentes entre a idade de 10 e 19 anos tem
apresentado maior incidência de transtornos alimentares (ERBERT, 2005).
Atualmente, a preocupação com o peso, a aparência e forma do corpo
(fatores sociais) estão se tornando cada vez mais realçado na população,
incluindo ai um grande percentual de crianças e adolescentes. Estes fatores,
quando associados a outros de ordem psíquica e orgânica, fazem com que as
pessoas adotem comportamentos que não sejam adequados para a realidade,
levando muitas vezes, a desencadear algum transtorno alimentar, doenças
mentais graves que tem como característica severas perturbações no
comportamento alimentar (GRANDO, 2005).
O quadro de anorexia nervosa é algo de particularidade intrigante,
porque o adolescente possui uma percepção completamente distorcida de sua
imagem corporal: muitas jovens que possuem esse quadro de anorexia
nervosa que, aos olhos de outras pessoas pareciam só pele e ossos,
continuavam a manifestar preocupação pelo próprio excesso de peso
(PAULON, 2008).
7
A etiologia dos transtornos alimentares é multifatorial, formado de
predisposições genéticas, socioculturais e vulnerabilidades biológicas e
psicológicas. Entre os fatores predisponentes estão histórias de transtorno
alimentar e/ou de humor na família, relações familiares no ambiente familiar, o
contexto sociocultural, onde se caracteriza a extrema valorização pelo corpo
magro e traços de personalidade (pessoal) (MORGAN e NEGRÃO, 2002).
De acordo com os autores, a dieta também é um fator que pode
desencadear um transtorno alimentar, sendo essa um comportamento
precursor. Contudo, a dieta isoladamente não é suficiente para desencadear
esse transtorno, sendo necessário se interagir com fatores de risco e outros
eventos precipitantes.
O curso da doença se caracteriza pela perda de peso progressiva e
contínua. O padrão alimentar se torna cada vez mais secreto e muitas vezes,
assume características ritualizadas e bizarras (APPOLINÁRIO e CLAUDINO,
2000).
Segundo os autores, freqüentemente, as pacientes acometidas pela
anorexia nervosa, realizam exercícios físicos em excesso com o objetivo de
queimar calorias e perder peso.
Afirmam ainda que, devido à etiologia multifatorial, a anorexia nervosa é
de difícil tratamento. A interação das abordagens médica, psicológica e
nutricional é à base da terapêutica. A formação de uma equipe multiprofissional
é fundamental para que a terapia seja um sucesso e os profissionais
envolvidos devem trabalhar de forma integrada.
O processo terapêutico da anorexia, inicialmente, pode exigir um
tratamento hospitalar bem planejado. Mas é indispensável o tratamento
psicanalítico, não só do adolescente como também de seus familiares mais
próximos, para que o indivíduo continue melhorando e não haja recaídas
(PAULON, 2008).
O enfermeiro, junto com a equipe multiprofissional, é de suma
importância na atuação junto ao adolescente uma vez que esse profissional se
encontra em comunidades desenvolvendo atividades preventivas e promoção a
saúde. Nesse contexto, é necessário que o enfermeiro desenvolva ações
direcionadas ao adolescente, a fim de conhecer o perfil dos mesmos, para que
8
previnam vários problemas de saúde que esses possam enfrentar, dentre eles
está à anorexia nervosa (LIMA e KNUPP, 2007).
De acordo ainda com os autores acima, a enfermagem psiquiátrica não
deve esquecer que os adolescentes possuem muita dificuldade em dizer o que
está sentindo ou pensando, contudo, será importante a comunicação
extraverbal; precisando de explicações simples e de respostas às suas
perguntas.
O objetivo deste estudo foi buscar identificar e compreender os diversos
fatores precipitantes desse processo de adoecimento que é a anorexia nervosa
e quais os cuidados e apoio que o profissional de enfermagem pode estar
assegurando ao paciente diagnosticado com tal doença.
9
2. JUSTIFICATIVA
A alimentação, como sendo uma das funções humanas básicas, é
também umas das atividades corporais mais vistas e simbolizadas. O ato
normal de comer é um acontecimento público, mas sua desorganização, em
geral, é um ato secreto. Isso quer dizer que, com freqüência, é difícil identificar
as pessoas acometidas por algum transtorno alimentar (JORGE e VITALLE,
2008).
O alto número de casos de anorexia tem deixado inquieta a vigilância,
causando um alarme social e crescente proliferação de investigações
dedicadas a ela. Trata-se de um transtorno complexo, que tende a tornar-se
crônico, às vezes, extremamente grave, com conseqüências multifatoriais
(GORGATI, HOLCBERG e OLIVEIRA, 2002).
A anorexia nervosa afeta aproximadamente 1% a 2% da população
feminina, entre as idades de 13 e 20 anos; podendo ocorrer em qualquer faixa
etária. Também afeta homens, numa estimativa de 5% a 10% da população
com anorexia nervosa. A mortalidade possui uma estimativa de 5,6% por
década (COCHRANE, 2001).
Segundo Dunker e Philippi (2003), a prevalência dos transtornos
alimentares quase dobrou nos últimos vinte anos.
Pinzon e Nogueira (2004), afirmam que a anorexia nervosa teve
aumento constante entre 1955 e 1984 em adolescentes de 10 a 19 anos. A
prevalência do transtorno alimentar em questão (anorexia nervosa), varia de
2% a 5% em mulheres adultas e adolescentes.
A anorexia faz parte de um contexto cultural que pressiona as pessoas,
principalmente as mulheres, a terem um corpo cada vez mais magro e definido.
As variadas formas de mídia incentivam essa magreza, a realização de dietas
sem se preocupar com a saúde, o uso de medicamentos que emagreçam,
rejeitando socialmente a obesidade e completam o cenário associando a
felicidade e o sucesso profissional e amoroso a este padrão de estética
(SAIKALI et al, 2004).
O presente estudo justifica-se por se tratar de um assunto atual que está
presente no cotidiano da sociedade. Cabe ainda, ressaltar que a saúde do
10
adolescente tornou-se um alvo da mídia, isto porque os mesmos são mais
vulneráveis as pressões externas impostas.
Dessa maneira, o trabalho apresentado vem com o intuito de abordar um
assunto moderno e preocupante que necessita de maior atenção e
compreensão para que a tal doença possa ser diagnosticada em sua fase
inicial, aumentando a eficiência do tratamento.
Este
trabalho
revela
ainda,
a
contribuição
do
profissional
de
enfermagem, junto à equipe multiprofissional, com relação ao tratamento do
adolescente acometido com anorexia nervosa.
É interessante, destacar que enfermeiro possui um contato maior com o
paciente em seu tratamento, favorecendo a identificação de fatores que
agravem a doença (RIBEIRO et al, 2009).
11
3 – OBJETIVOS
3.1. Objetivo Geral
Realizar revisão bibliografia sobre anorexia nervosa.
3.2. Objetivo Específico
Conhecer a atuação do enfermeiro na prevenção e tratamento da
anorexia nervosa em adolescentes.
Conceituar anorexia nervosa apresentando seus fatores predisponentes.
12
4. METODOLOGIA
4.1 TIPO DE PESQUISA
Para o desenvolvimento desse trabalho foi utilizado o método de pesquisa
bibliográfica.
A pesquisa bibliográfica conforme Gil (2002) é aquele estudo que se
desenvolve tentando explicar um problema a partir das teorias publicadas em
diversos tipos de fontes. A realização da pesquisa bibliográfica é fundamental
para que se conheça e se analise as principais contribuições teóricas sobre um
determinado tema ou assunto.
A pesquisa bibliográfica procura analisar e conhecer as contribuições
científicas ou culturais do passado existentes sobre um determinando
problema, assunto ou tema (CERVO; BERVIAN, 2005).
A autora utilizará para o desenvolvimento do presente estudo materiais já
publicados com o objetivo de conhecer e aprofundar seus conhecimentos sobre
o a contribuição do enfermeiro na prevenção e tratamento à anorexia nervosa
em adolescentes.
4.2 COLETA DE DADOS
Para realização desta pesquisa foram utilizadas referências disponíveis
na biblioteca do Centro de Ensino Unificado de Brasília (UniCEUB), além de
artigos científicos disponíveis em bancos de dados na internet, em sites
científicos como Scientific electronic library (SCIELO), Biblioteca Virtual em
Saúde (BVS) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde
(LILACS) publicados no período de 1991 a 2009, utilizando como descritores:
Adolescente, Anorexia e Adolescência, Prevenção da anorexia, Anorexia e
Enfermagem.
Os critérios de seleção adotados para desenvolver esse estudo foram
que os artigos abordassem a anorexia nervosa de forma geral e a psiquiatria
nesse processo; bem como a contribuição do enfermeiro no processo de
prevenção e tratamento. Foram excluídos artigos que não abordassem esses
assuntos relacionados à área da enfermagem e psiquiátrica.
13
Foram analisadas 26 publicações e 12 livros, as quais relatam
informações pertinentes sobre a adolescência, anorexia nervosa, seus fatores
predisponentes, tratamento e as contribuições da enfermagem na prevenção e
tratamento.
14
5. Referencial Teórico
5.1 Adolescência
O tema adolescência vem despertando curiosidades e interesses,
motivando discussões e estudos nos últimos 10 anos, sendo alvo de
preocupação não só dos profissionais que se dedicam a estudar a cerca deste
tema, mas também por pessoas que convivem, em diversas situações, com os
adolescentes, como parentes mais próximos, além dos pais (RODRIGUES,
2000)
Os pais devem estudar a respeito do desenvolvimento na adolescência e
atualizar
seus
relacionamentos
e
propostas
com
este
“novo
filho”,
independente de sua idade (TIBA, 2005).
As mudanças que acontecem nesse período podem ter um caráter
doentio e estar fora dos padrões normais de comportamento devido ao modelo
como estas acontecem. Muitas pessoas, inclusive os pais, acreditam nestas
mudanças e são apontadas por eles, como sendo atitudes errôneas, mas
muitas vezes, fazem parte do comportamento próprio dessa fase de acordo
com o contexto social e atual que atuam (RODRIGUES, 2000).
O adolescente de hoje vive os avanços tecnológicos até mesmo dentro
de casa, a globalização já faz parte de nosso mundo de interações. O que era
reclusão passou à liberdade e conexão com o mundo, pois o jovem freqüenta
esquinas virtuais, passando a conversar e interagir com pessoas do mundo
inteiro (TIBA, 2005).
A adolescência é uma fase de mudança entre a infância e a juventude. É
um momento de extrema importância do desenvolvimento com características
muito próprias, que levará a criança a se transformar em um adulto ao final do
processo de crescimento e desenvolvimento. As mudanças corporais que
ocorrem são universais, enquanto as psicológicas e de relações variam de
sociedade para sociedade, de grupo para grupo e até entre indivíduos de um
mesmo grupo (ZAGURY, 2009).
Com mais clareza e modernidade, o adolescente é a adrenalina que
agita a juventude, tumultua os pais e os que lidam com ele. Adrenalina que dá
taquicardia nos pais, depressão nas mães, raiva nos irmãos, que provoca
15
fidelidade aos amigos, desperta sensações no sexo oposto, cansa professores,
gosta de um som barulhento, experimenta novidades, desafia os perigos,
revolta vizinhos (TIBA, 2005).
As características que observamos nesta fase e que são mais relevantes
são: acentuado desempenho físico, amadurecimento sexual, modificação ao
nível social, aparecimento do raciocínio hipotético – dedutivo e aumento do
apetite ao rápido crescimento biológico (ZAGURY, 2009).
Através desse avalanche de acontecimentos externos e internos, das
transformações físicas, psíquicas e sociais, seria impossível que neste instante
da vida não fosse acompanhado de medo, inconstância e desequilíbrio também
pelas pessoas próximas, os pais (RODRIGUES, 2000).
Essa grande transformação é a chamada puberdade que marca o fim da
infância e o começo da adolescência. E é nela que se compreende a
adolescência tumultuada ou a chamada “aborrecência” que incomoda os pais.
É necessário que os pais adolesçam juntos com seus filhos, para que a relação
de ambos não seja conturbada e infantil (TIBA, 2005).
As dificuldades que os pais encontram nessa época são maiores do que
em outras, por toda complexidade de fatos biopsicossociais que envolvem. Em
alguns momentos essas dificuldades poderão ser exacerbadas, pois, se não
houver na família uma relação de respeito, afeto e civilidade, as coisas poderão
torna-se bem mais complicadas. Isso porque a relação com o adolescente faz
parte de um caminho que se inicia logo nos primeiros anos de vida da criança.
Esse caminho ou processo é provavelmente o que vai predominar no futuro
(ZAGURY, 2009).
O autor afirma que, se desde pequena uma criança é habituada a tudo o
que quer e nunca aprendeu o sentido de ter um limite, evidentemente não será
fácil, exatamente nessa fase atribulada de necessidade de auto-afirmação e
corte de vínculos.
Limite é uma palavra chave na educação dos filhos. Significa
estabelecer fronteiras, dar a dimensão de até aonde os filhos podem ir, de até
aonde o exercício da liberdade pode ou deve avançar. Quando estabelecemos
limites, estamos projetando valores, ou seja, passamos idéias, pensamentos e
experiências de vida. Além de ser num primeiro momento, uma medida
protetora, o limite deverá mais tarde, colaborar para que os filhos assimilem
16
noções de perigo, além de estimular o autocontrole e o desenvolvimento do
respeito e da valorização de si e de seu próximo (RODRIGUES, 2000).
De acordo com o autor, a imposição de algo na infância e na
adolescência mostra aos filhos que há alguém que se importa com eles. Em
alguns casos há pais que dão umas palmadas nos filhos, depois de tentarem
outras medidas de contenção e correção de comportamentos inadequados,
aqueles pais que, sempre, privilegiam a palavra, tentam o diálogo para que a
situação fique resolvida. Há ainda pais que destratam os filhos e os ameaçam.
Estes não utilizam de forma adequada, a imposição de limites (RODRIGUES,
2000).
Segundo o autor, em função dessas práticas, o Estatuto da Criança e do
Adolescente através da lei 8069 (RIVERA), prevê no seu capitulo II, artigo 18,
que: É dever de todos cuidar da dignidade da criança e do adolescente,
colocando-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante,
vexatório ou constrangedor.
Educar e impor limites é estimular o adolescente a agir por si próprio. É
dar orientação para ajudá-lo a desenvolver a autonomia e a responsabilidade.
É deixar que experimente a vida mesmo que tenha de se arriscar um pouco,
experimentar suas emoções e valorizar a conquista (PRESTES, 2004).
Após todo o período de transformações físicas, mentais e sociais, em
que inicialmente se sentiam envergonhados do próprio corpo, emerge afinal o
jovem na magnitude de sua energia vital e sexual. É quando se tornam
vaidosos e confiantes, voltando – se de um modo quase que exclusivamente
para seus próprios interesses e necessidades. A turminha de amigos é de uma
vez por todas o centro de suas atenções, enquanto a família, pelo menos
aparentemente, apenas o fator que limita e aborrece (ZAGURY, 2009).
Não é nada fácil para os pais lidarem com os adolescentes de hoje, pois
estão muito mais informatizados, globalizados, independentes que os do
passado. Adolescentes precoces e tardios são produtos formados dessa
grande evolução tecnológica e social (TIBA, 2005).
A felicidade para o adolescente que compreende dos 10 aos 20 anos é
ficar com a pessoa que ama, pertencer a uma família que se entenda bem e
viva harmoniosamente e possuir um trabalho que remunere bem. Só assim
17
alcançaram a independência que procuram por todo esse período (ZAGURY,
2009).
5.2 Anorexia Nervosa
Há relatos a respeito de distúrbios alimentares desde a idade média,
onde o período era descrito como sendo uma doença que se caracterizava pela
perda ponderal, decorrente de dietas-impostas (HERSCOVIA, 1997).
De acordo com Cordas e Claudino (2002), Morton é o primeiro autor a
descrever o quadro clínico de anorexia em 1689, chamando-a de “consumpção
nervosa”, acreditando ser um distúrbio de origem nervosa que levaria a pessoa
a se consumir pela falta de apetite.
Até a década de 70, a anorexia nervosa era o único transtorno alimentar
conhecido. A busca pela compreensão desse transtorno teve um motivo muito
importante, como a baixa idade das pessoas acometidas, a surpresa e
preocupação que a recusa alimentar e a magreza causa em seus familiares ou
responsáveis, as dificuldades e desafios presentes em sua abordagem e, em
especial, a futura e possível evolução crônica associada à alta mortalidade que
esse transtorno pode trazer à pessoa (CLAUDINO e ZANELLA, 2005).
A anorexia nervosa ocorre especialmente e quase que exclusivamente
em mulheres, uma vez ocorrendo, comparativamente, de 8 a 10 vezes mais no
sexo feminino do que no masculino (CASTILLO et al, 2004).
A anorexia nervosa é um transtorno alimentar que tem como
característica
um
padrão
de
comportamento
alimentar
perturbado
extremamente grave, um controle patológico de peso corporal e por distúrbios
da percepção do formato do corpo. Na anorexia nervosa está presente um
inexplicável medo de ganhar peso ou de tornar-se obeso, mesmo estando
abaixo do peso, ou com mais intensidade, uma valorização excessiva da forma
corporal como um todo ou de suas partes, descrito como distorção da imagem
corporal (SAIKALI et al, 2004).
Do
ponto
de
vista
descritivo,
as
características
essenciais
e
fundamentais da anorexia nervosa são: recusa em manter o peso corporal
18
normal, medo excessivo de engordar, amenorréia, confusão na maneira de
perceber a forma e tamanho do corpo (MOURA, 2007).
De acordo com o autor, existem dois subtipos de anorexia: o “tipo
restritivo”, no qual há uma intensa e excessiva recusa a alimentar-se, prática
compulsiva de atividade física e abuso de laxantes e diuréticos. E o “tipo
purgativo”, no qual há momentos de comer compulsivo seguido de vômitos e
também abuso de laxantes, diuréticos e exercícios físicos.
O quadro de anorexia nervosa, geralmente se inicia com um regime que
parece ser sensato para perder alguns quilos em excesso, mas após alcançar
seu peso ideal ou até mesmo um peso inferior ao desejado, a pessoa
realmente não consegue parar o regime (PAULON, 2008).
Para Appolinário e Claudino (2000), o início da anorexia nervosa é
marcado por uma restrição dietética progressiva com a recusa da ingestão de
alimentos considerados “engordantes”, como os carboidratos. As pacientes
passam a ficar insatisfeitas com os seus corpos assim como passam a se
sentirem obesas apesar de muitas vezes se encontrarem até magras demais.
Segundo Jorge e Vitalle (2008), a primeira fase para o desenvolvimento
do transtorno é a exposição da pessoa à fatores de risco que aumentam a sua
chance de aparecimento, mas ainda não o tornam inevitável, a segunda fase é
a ocorrência de fatores que precipitam a doença, mostrando o aparecimento
dos sintomas alimentares; por fim, na terceira fase, entram os fatores
mantenedores, que se juntam com fatores protetores e determinam se o
transtorno vai ou não prosseguir.
5.2.1 Fatores de Risco / Predisponentes
Esses fatores (hereditariedade, pessoal, familiar, sócio-cultural, dieta e
eventos estressores) estão presentes antes de aparecer o transtorno alimentar
em questão, tornando-o vulnerável ao seu aparecimento (CLAUDINO e
ZANELLA, 2005).
Segundo ainda os autores acima, em relação à hereditariedade, os
transtornos alimentares são mais freqüentes em parentes de primeiro grau dos
pacientes com transtorno alimentar do que em parentes de primeiro grau de
indivíduos saudáveis.
19
Os autores afirmam que, no pessoal, a obsessão, perfeccionismo,
passividade, introversão e auto-avaliação negativa são sintomas comuns em
pessoas com anorexia nervosa do tipo restritivo e, mesmo após a recuperação
de
seu
peso
corporal,
permanecem
estáveis.
Baixo
auto-estima
e
vulnerabilidade além da auto-avaliação negativa são fatores de risco de grande
importância.
Algumas pesquisas realizadas associam a puberdade precoce como,
também, um fator de risco desencadeante do quadro de anorexia nervosa
(FERNANDES, 2007).
No familiar, a inquietação da mãe em valorizar a aparência corporal da
filha, a atividade física e a alimentação saudável, podendo relacionar-se a
tendências a controlar o consumo alimentar dos filhos, influencia na formação
de sintomas alimentares (CLAUDINO e ZANELLA, 2005).
No social-cultural, o padrão da beleza focado na magreza faz parte da
psicopatologia da anorexia nervosa. Este ideal de magreza é muito difícil de ser
alcançado pela maioria das mulheres, gerando assim uma insatisfação corporal
cada vez mais comum. Os meios de comunicação e o convívio social, por onde
são vistos esse padrão de beleza, exercem um efeito marcante sobre as
mulheres (FERNADES, 2007).
As mulheres demonstram estar muito preocupadas com sua aparência
física e com a aprovação dos outros (NUNES et al, 1998).
Segundo os autores diversas são as hipóteses psicológicas que, de
alguma maneira, tentam explicar as razões e fatos que levam o indivíduo a
desencadear a anorexia nervosa.
A dieta é o fator mais freqüente nos transtornos alimentares, sendo
comum nas sociedades onde predomina o ideal da magreza. A dieta aumenta
de modo significativo o risco para transtornos alimentares. Porém, a dieta por si
só não é suficiente para produzir os transtornos alimentares, precisando
interagir com outros fatores de risco já descritos para levar a este desfecho
(CLAUDINO e ZANELLA, 2005).
Os eventos estressores, que levam a uma desorganização da vida ou
uma ameaça à integridade física (doença, gravidez, abuso sexual e físico)
podem levar o indivíduo a desencadear a anorexia nervosa por reforçar
sentimentos de inadequação e insegurança. Pacientes com anorexia, diante
20
desses eventos estressores, tendem a ter uma atitude de recusa diante de uma
crise (MORGAN, VECCHIATTI e NEGRÃO, 2002).
5.2.3 Fatores Mantenedores
Na maioria das vezes, os fatores que mantêm o transtorno alimentar são
diferentes dos responsáveis pelo seu desenvolvimento inicial (CLAUDINO e
ZANELLA, 2005).
Neste
fator
incluem
as
alterações
fisiológicas
e
psicológicas
desencadeadas pela desnutrição e pelos constantes episódios de compulsão
alimentar e purgação, que tendem a perpetuar o transtorno (MORGAN,
VECCHIATTI e NEGRÃO, 2002).
A desnutrição do paciente anoréxico gera alterações neuroendócrinas.
Pacientes com anorexia nervosa apresentam níveis séricos de cortisol
aumentados, bem como, aumento da atividade do hormônio liberador de
corticotropina e leptina (CLAUDINO e ZANELLA, 2005).
No que dizem respeito aos aspectos psicológicos, os distúrbios
alimentares femininos devem-se a um padrão que inibe o desenvolvimento
como pessoa livre, receptiva e criativa, padrão este que resulta da
unilateralidade cultural (GRANDO, 2005).
Como descrição de características psicológica, segundo Jorge e Vitalle
(2008),
citam-se:
baixa
auto-estima;
sentimento
de
desesperança;
desenvolvimento insatisfatório da identidade; tendência a buscar aprovação
externa, grande sensibilidade a críticas; e, por fim, conflitos relativos à
autonomia e dependência. Pode-se citar também como características
psicológicas o perfeccionismo e o uso do álcool e outras drogas.
As pacientes com anorexia nervosa possuem dificuldades relacionadas
a um grande vazio existencial e uma grande dificuldade de “perder” o corpo
psíquico infantil. Essa perda é vista por elas como muito ameaçadoras,
gerando assim ansiedade e medo (WEINBERG, 2001).
A mudança drástica no padrão alimentar mostra que o indivíduo está em
tormento psicológico, sendo assim, incapaz de resolver de outra forma
(NUNES et al, 1998).
21
Indivíduos com transtornos alimentares sentem-se muito influenciados
pela mídia para serem magros e demonstram terem aprendido técnicas não
saudáveis de controle de peso (indução de vômitos, exercícios físicos em
excesso, dietas drásticas) através desse veículo (SAIKALI et al, 2004).
A mídia é vista como uma solicitação onde o poder se exercita. Ela
educa e regula os corpos como qualquer outra forma educativa; estimula e
insiste em atitudes que ela mesma considera “sintomas anoréxicos”. Ela mostra
que o corpo magro é o corpo perfeito, definindo e classificando os corpos,
apontando os “pontos imperfeitos”, apontando onde deve ou não melhorar;
descrevendo então alternativas para corrigir esses desvios, como dietas e
privações, sujeitando a pessoa à busca pela imagem ideal e perfeita
(NIEMEYER e KRUSE, 2008).
A prática de exercício físico é bastante freqüente, sendo que as
pacientes chegam a realizar exercícios físicos exageradamente com o objetivo
de queimar calorias e perder peso (APPOLINÁRIO e CLAUDINO, 2000).
Pesquisas realizadas com pais de adolescentes anoréxicos mostram
que eles, com grande freqüência, exerceram um tipo de controle tão firme e
regulador durante a infância da filha que esta tem dificuldade para estipular um
senso de identidade e falta-lhe confiança em sua própria capacidade de tomar
decisões. Esses pais também se abatem a encorajar os filhos a serem
perfeccionistas e a terem desempenho superior (PAULON, 2008).
O medo de ser gorda permanece mesmo quando a anorexia chega ao
estado de caquexia que coloca a sua vida em risco. O corpo ideal seria um
corpo sem qualquer espessura, um corpo linha, um corpo plano, ou melhor,
uma ausência de corpo. Mal engole qualquer quantidade de comida, a sua
imagem do corpo modifica-se e ela tem a sensação de inchar exageradamente
(APFELDORFER, 1991).
Quando lhe são oferecidos alimentos, essas pacientes não os recusam,
porém escondem-nos, como se tivessem comido, debaixo da cama, em
fronhas dos travesseiros, guarda-roupa, dentre outros (CASTILLO et al, 2004).
O comportamento de evitar alimentos calóricos é muito valorizado e
praticamente domina os pensamentos e atitudes no dia-a-dia. Podem disfarçar
sua negativa com ares de obediência, mas com certeza, no início do
22
tratamento, continuarão seguindo suas próprias idéias e crenças sobre
alimentação (CLAUDINO e ZANELLA, 2005).
De acordo ainda com os autores acima, a relação terapêutica tem que
ser construída com muita paciência, confiança e disposição do médico e da
equipe multiprofissional para envolver a paciente na estratégia clínica.
Evidenciando que, se a paciente apresenta sinais de gravidade, é necessário a
recuperação do peso com emergência, obrigando assim, o médico a interná-la
ou indicar alimentação enteral.
Os autores afirmam que os pacientes com anorexia de maneira geral,
quase sempre chegam ao tratamento levadas pelos pais, contra sua vontade.
Sabem com absoluta certeza, como controlar seu apetite e demonstram medo
a qualquer medida que ameace esse controle, recusando-se insistentemente a
aceitar as primeiras recomendações.
5.3 Tratamento
É importante destacar que a anorexia se apresenta em graus
diferenciados de comprometimento e que sua gravidade não está ligada
diretamente ao grau de emagrecimento, de maneira que, muitas vezes, um
quadro de exagerada restrição alimentar e importante redução no plano afetivoerótico pode ocorrer paralelamente a um sucesso no campo profissional
(SCHMIDT e MATA, 2008).
Os transtornos alimentares são situações bastante complexas, contudo,
exigem tratamento igualmente complexo. Na atualidade, o trabalho com equipe
multidisciplinar tem sido muito reconhecido como a forma mais adequada de
tratamento por se tratar de transtornos híbridos em dois aspectos importantes:
o sintomatológico e o etiológico (CLAUDINO e ZANELLA, 2005).
Segundo os autores, os sintomas da anorexia nervosa abrangem e
alteram tanto o funcionamento psíquico quanto o somático. Esses sintomas
representam grande risco para a saúde do paciente, principalmente por
estarem associados uns aos outros. Para que se tenha uma recuperação
adequada e efetiva, deve-se trabalhar sobre os vários desequilíbrios.
23
Afirmam que o trabalho em equipe qualificada e especializada para tal é
capaz de personalizar o tratamento e satisfazer as necessidades da paciente
por manejo apropriado e efetivo.
De modo geral, considera-se que o tratamento da anorexia é realizado
através de quatro abordagens: a recuperação nutricional que, por sua vez,
necessitará de abordagem psicofarmacológica com objetivo de suspender mais
rapidamente a recusa alimentar, a psicanálise e a terapia familiar, ou de outros
membros da família (SCHMIDT e MATA, 2008).
A estrutura básica da equipe multiprofissional para o tratamento dos
transtornos alimentares é constituída por psiquiatra, psicólogo, nutricionista,
enfermeiro, endocrinologista, terapeuta ocupacional, terapeuta familiar e clínico
geral (CLAUDINO e ZANELLA, 2005).
O tratamento da anorexia tem como objetivo geral a recuperação das
doenças sistêmicas, de acordo com a natureza da patologia e suas
manifestações clínicas. Entretanto, não devem constar somente em eliminar a
conduta problemática, mas devem abranger todas as dificuldades, desde o
temor ao descontrole alimentar e o aumento de peso, até as distorções da
imagem corporal e vínculos familiares problemáticos (RIBEIRO et al, 2004).
Os mesmos autores afirmam que os objetivos específicos desse
tratamento são: aumento do peso corporal do paciente, tratamento dos
múltiplos sintomas psiquiátricos associados, orientação e tratamento familiar e
manutenção da melhora alcançada.
A realimentação com alimentos é a primeira opção para a recuperação
do peso e é a que possui melhor resultado comparada a realimentação com
suplementos. Para inicializar o tratamento, é fundamental fornecer calorias
necessárias para o metabolismo basal, considerando os ajustes necessários,
pois os pacientes apresentam uma queda de aproximadamente 50% na taxa
de metabolismo basal (JORGE e VITALLE, 2008).
A terapia farmacológica é uma das etapas para o tratamento dos
transtornos
alimentares.
Ela
deve
ser
assistente
da
terapêutica
multidimensional, em conjunto com as abordagens nutricionais, clínicas e
psicoterápicas (NUNES et al, 1998).
24
Os autores afirmam que a terapêutica medicamentosa tem um papel
limitado, sendo utilizada simplesmente em função dos episódios de compulsão
alimentar que também ocorrem na anorexia nervosa.
O uso de antidepressivo deve ser considerado na fase de manutenção,
quando os efeitos psicológicos recorrentes da desnutrição não estão mais
presentes (CLAUDINO e ZANELLA, 2005).
De acordo com os autores os Inibidores Seletivos da Recaptação de
Serotonina (ISRS) são os mais utilizados, principalmente quando há
associação com sintomas depressivos.
O tratamento ambulatorial da anorexia é indicado para pacientes que
possuem um quadro clínico e psicológico mais estável, podendo assim se
beneficiar do tratamento multidisciplinar. Pacientes mais graves ou resistentes
ao tratamento podem necessitar de abordagem mais intensa, em regime de
internação completa ou parcial (hospital-dia) (CLAUDINO e ZANELLA, 2005).
Os autores afirmam que o tratamento em hospital-dia, em geral, é
indicado para pacientes que já receberam tratamento sob internação,
apresentam baixo risco de auto ou heteroagressão, incapacidade de
autocuidado e ausência de doenças clínicas agudas.
A hospitalização quando usada de forma adequada, pode proporcionar
um ambiente seguro onde a paciente pode readquirir seu equilíbrio emocional e
sua capacidade de lidar com o ambiente externo (NUNES et al, 1998).
Os mesmos autores afirmam que os custos financeiros, tanto em nível
público quanto privado, fazem da hospitalização de pacientes com anorexia
nervosa uma tarefa praticamente impossível, tornando a indicação cada vez
mais restrita àquelas pacientes que realmente não respondem ao manejo
ambulatorial e/ou apresentam sérias complicações clínicas.
Afirmam ainda que, para que a reposição do peso corporal ocorra de
forma adequada, é de fundamental importância que a família possa ser incluída
no tratamento, estabelecendo com a equipe uma aliança terapêutica, ajudando
a paciente a evitar a negação de seus sintomas.
5.3.1 Abordagem familiar
25
A psicodinâmica da família interfere na doença, tornando assim muito
difícil cuidar da paciente sem inserir o contexto familiar; dessa forma, as
intervenções familiares, o aconselhamento e o apoio se tornam necessário
tanto para a paciente, quanto para os familiares (LUPO, 2004).
Pelo fato do individuo não se considerar doente, leva-o em geral a não
procurar tratamento por si só; a terapia em família tem um papel de grande e
importante valia em seu tratamento. A participação da família garante, ou pelo
menos favorece a continuidade do tratamento. Nessa, seriam discutido tanto
questões relacionadas à doença e às relações familiares quanto questões
relacionadas ao próprio tratamento (NUNES et al, 1998).
Os autores afirmam que o individuo com anorexia nervosa raramente
tem a iniciativa de procurar ajuda, dificilmente sua família procura uma terapia
familiar por livre espontânea vontade. Geralmente são profissionais da área da
saúde e educacional que encaminham essas famílias. Profissionais esses que
estão envolvidos em seu atendimento, podendo ser o psiquiatra, o clínico, o
terapeuta individual e /ou as próprias equipes hospitalares.
Os autores acrescentam que a família, geralmente, ao receber indicação
terapêutica tende a tomar atitudes contraditórias: ou ela se vê como fonte da
doença e/ou do problema do paciente em questão; ou ela tenta manter o foco
no problema da paciente, negando possuir participação no processo da doença
e, por conseqüência, no seu.
Os integrantes da família da paciente anoréxica devem ser inseridos em
qualquer proposta terapêutica, pois “os familiares podem apresentar uma série
de incapacidades que se sedimentaram frente ao adoecimento psíquico desse
familiar” (OTTO, 2001).
A terapia familiar tem como objetivo promover a melhora na qualidade
de vida dessas famílias, fazendo com que as pessoas que dela fazem parte
possam
buscar
e
encontrar
novas
formas
de
convivência
e
inter-
relacionamento (CORDAS et al, 1998).
As famílias costumam chegar à terapia familiar muito desconfiadas sem
desejo de cooperação, procurando assim, manter o foco do seu relato no caso
clínico da paciente (NUNES et al, 1998).
De acordo com os autores, em especial, no caso de famílias com
pacientes que estiveram um período internadas, a primeira impressão que
26
essas pacientes causam ao chegar ao espaço terapêutico familiar é uma
mistura de cansaço, medo, culpa e insegurança.
Segundo ainda os autores, a família dessas pacientes tem dificuldade de
expressar seus sentimentos e de vivenciar diferentes comportamentos afetivos.
Já o paciente com anorexia, nas sessões de terapia, permanece calado,
expressando apenas sua concordância com o que é dito a seu respeito pela
família, e discordando quando é relatado seus hábitos alimentares.
A orientação familiar deve ser dada a todas as famílias aconselhando-as
com a intenção de educar a respeito da doença, tirar das cabeças dos pais as
idéias de culpa que eles sempre trazem e orientar para o retorno ao padrão
alimentar natural da família (CORDAS, 1999).
5.4 Atuação do enfermeiro na prevenção e tratamento da
doença
O atendimento ao adolescente, na prevenção da Anorexia, é realizado
na atenção primária e junto dele é necessário fazer uma discussão sobre a
auto-imagem (representação psíquica de si mesmo) (LIMA e KNUPP, 2007).
As condições básicas na assistência de pacientes com transtornos
alimentares
são:
conhecer
a
patologia,
as
reações
adversas
dos
medicamentos, ter empatia e sensibilidade, estar preparado e apto para lidar
com situações de risco como tentativa de suicídio e aplicar a Sistematização da
Assistência de Enfermagem (SAE), que é composta por histórico do paciente,
levantamento de problemas, prescrição e evolução (CASTILLO et al, 2004).
De acordo com os autores, a assistência de enfermagem deve ser
individualizada, levando sempre em conta os fatores biológicos, sociais e
psíquicos.
A enfermagem encontra-se constantemente preocupada com a atenção
primária à saúde do paciente, sobretudo estando esse na delicada fase que é a
adolescência (OLIVEIRA e ANTONIO, 2006).
O enfermeiro, como agente de saúde e educador, atua como
intermediário entre o conhecimento científico e o senso comum, portanto, deve
ampliar suas dimensões do cuidar, buscando estratégias que possam
27
privilegiar o paciente, seu sofrimento, sua dor. O desafio deste profissional é
trabalhar com essas pessoas para que reavaliem suas próprias condutas e as
tornem mais flexíveis, de modo a buscar adaptação criteriosa que lhes permita
vivenciar um grau de autonomia saudável (GRANDO e ROLIM, 2005).
O enfermeiro dotado de um olhar holístico, misturado com um saber
prático e teórico, encontra-se amplamente capacitado para lidar com vários
empecilhos na otimização da qualidade de vida. Tem como um de seus
diversos objetivos reduzir o estresse para uma facilitação no processo de
recuperação, focando-se em desfazer efeitos de estresses reais ou potenciais
(OLIVEIRA e ANTONIO, 2006).
Segundo os autores, podemos ainda recordarmos das características do
enfermeiro quando da utilização da comunicação para auxiliar na adaptação
positiva entre o cliente e o meio ambiente, podendo-se ainda estender esta
conversa terapêutica/educativa aos familiares, dando assim uma cobertura
mais ampla de atenção à saúde dos mesmos, abrangendo um todo.
É de fundamental importância a realização de palestras informativas
com uma linguagem simples, acessível a todos e educativas a respeito dos
transtornos alimentares, dando mais importância e ênfase à Anorexia Nervosa,
pois é o mais severo em função de prejuízo e abrangência a múltiplos sistemas
corporais, curso frequentemente crônico e grave (RIBEIRO et al, 2004).
Nestas palestra o tema seria abordado em duas partes principais: a
primeira
trataria
de
esclarecer
sobre
as
características
diagnósticas,
epidemiológicas, comportamentais, fatores desencadeadores e de risco para o
seu desenvolvimento. A segunda trataria de discutir sobre as exigências da
mídia sobre o padrão de beleza atual, destacando atitudes preventivas e
práticas saudáveis de alimentação e esportes, e alertando para o perigo da
utilização de medicamentos e dietas sem acompanhamento médico (OLIVEIRA
e ANTONIO, 2006).
Quanto às palestras a serem realizadas em escolas, seria importante
que elas se realizassem com alunos a partir de 10 anos de idade de ambos os
sexos, já que é normalmente nesta faixa etária que as crianças começam a
notar as mudanças corporais em função da aproximação do início da
puberdade. Também é importante que o número de participantes não seja
28
elevado para que se possa responder a dúvidas de todos (RIBEIRO et al,
2004).
Segundo Ribeiro et al (2004) o enfermeiro é o profissional mais indicado
para organizar e realizar tais palestras, pois ele está sempre presente nos
ambientes hospitalares, postos de saúde e pode ter acesso a escolas tanto
públicas como particulares, tem contato direto com comunidades e serve-se de
conhecimentos sobre a enfermidade.
De acordo ainda Ribeiro et al (2004) , como complementação, é de
fundamental importância a distribuição de folhetos gratuita e rotineiramente nos
locais onde seriam realizadas as palestras. Esses folhetos teriam informações
sobre os transtornos alimentares, sobre como, onde e quando procurar
atendimento médico e destacando que o preconceito e a demora para procurar
ajuda aumentam os prejuízos à saúde das pessoas acometidas por estas
doenças.
No relacionamento interpessoal que ocorre entre equipe de enfermagem
e pacientes existem medidas terapêuticas como o oferecimento de apoio
(permanecer ao lado do paciente, mostrar suas características sadias,
estimular a participação em grupos de atividades como jogos e técnica de
relaxamento), as características das relações interpessoais (acolher o paciente,
aceita-lo sem preconceitos, estar disponível e incentivá-lo no tratamento) e o
estabelecimento de limites (estimular a participação do paciente, não omitir o
que está sendo realizado e conduta uniforme) (CASTILLO et al, 2004).
De acordo com os autores, é necessária a realização de atividades
específicas no tratamento da anorexia nervosa como: a observação clínica
(exame físico), passagem de sonda caso se recuse a comer - sob prescrição
médica, administração de medicamentos, observar, anotar e comunicar efeitos
colaterais do antidepressivo, verificar sinais vitais, observar e anotar
eliminações fisiológicas, estimular ingestão hídrica e ficar atento às queixas
álgicas.
29
6. CONCLUSÕES
Este estudo mostrou relevância clínica da Anorexia Nervosa, transtorno
mental que invadiu este século e que se alastra pelo mundo, devido à sua
complexidade e gravidade.
Pode-se perceber que a Anorexia Nervosa é doença complexa, que
impõe grandes desafios a cada estágio do tratamento. Em geral, os pacientes
permanecem resistentes a qualquer tipo de intervenção externa, o que contribui
para os altos índices de recusa e desistência antecipada do tratamento. Os
pacientes que permanecem em tratamento, freqüentemente não aderem às
orientações e, quando aderem às primeiras intervenções, correm grande risco
de recaída.
Pacientes com transtorno alimentar, vivem uma condição crônica
limitante e isso tem expressão na existência dessas pessoas. Do ponto de vista
existencial, somos nosso corpo, portanto, a maneira como vivemos a relação
com nosso corpo expressa os limites e possibilidades de nossa identidade.
A gama de aspectos envolvidos na etiologia dos transtornos alimentares
é imensa. O desafio para aqueles que trabalham na clínica com estes
transtornos não é simplesmente descrever todos os elementos envolvidos, mas
sim, o de compreender como diversos fatores interagem entre si em cada caso
ou situação.
Percebemos que a mídia estimula atitudes que ela mesma considera
“sintomas anoréxicos”. Ela mostra que o corpo magro é o corpo perfeito, define
e classifica os corpos, apontando suas “imperfeições”, prescreve alternativas
para corrigir os desvios, com medidas que vão desde o uso de determinadas
roupas até privações alimentares representadas por variadas dietas e
exercícios físicos, sujeitando o indivíduo à busca da imagem ideal.
É importante lembrar que os transtornos alimentares não emergem
abruptamente, mas se desenvolvem ao longo de vários anos, à partir de
predisposições presentes desde o nascimento do individuo, de vulnerabilidades
que emergem nas primeiras etapas da vida e de ocorrências mais tardias na
sua história.
30
Ficou evidenciado o desafio à equipe de enfermagem para compreender
os diversos fatores que interagem entre si na anorexia nervosa. Ressalta-se
assim, a sua importância e a importância de sua prevenção.
Como proposta de intervenção nesta difícil realidade, sugere ao
enfermeiro a realização de palestras informativas em postos de saúde e
hospitais, abertas a trabalhadores destes locais, a pacientes e a comunidade
em geral, que teriam a finalidade de esclarecer sobre as múltiplas facetas desta
doença, minimizar possíveis formas de preconceito, sobre os riscos de fazer
dietas não acompanhadas por médico ou nutricionista, bem como refletir a
respeito das exigências impostas pela moda e pela mídia.
O tratamento nutricional deve ser feito por equipe multiprofissional,
visando à promoção de hábitos alimentares saudáveis, acabando com
comportamentos inadequados de ingestão alimentar além de atitudes de
restrição e purgação e a melhora na relação do paciente com o corpo.
A anorexia é uma enfermidade ainda pouco divulgada, mas que tem
merecido atenção prioritária da mídia televisiva em função da veiculação da
muitas mortes. Como já foi mencionado, a anorexia pode ter sua gênese
parcialmente explicada por fatores ambientais, biológicos e uma crescente
pressão exercida em grande parte por esta mesma mídia.
Faz-se necessário então, ampliar as pesquisas e intensificar o
conhecimento das classes da enfermagem para facilitar o diagnóstico precoce
e assim reduzir os danos que a anorexia pode causar.
Por fim, observam-se poucos estudos sobre cuidados de enfermagem
na prevenção e tratamento da anorexia nervosa.
31
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