SUBJETIVIDADE E RELIGIÃO NO CINISMO DIAS 1, Rafael Parente Ferreira* 1Universidade Estadual de Roraima [email protected]. Resumo: O objetivo deste trabalho é fazer um estudo reflexivo acerca da visão cínica sobre a religião. O desafio cínico é questionar, racionalmente, as bases dogmáticas da religião, elegendo a própria subjetividade humana como fio condutor de suas conclusões. Para a elaboração deste texto, utilizamos procedimentos essencialmente bibliográficos, os quais já foram executados com êxito em uma disciplina ministrada por este pesquisador no ano passado. Ademais, o trabalho justifica-se pela importância de reascender na academia o estudo filosófico sobre o fenômeno religioso. Palavras Chave: Diógenes, Filosofia, Dogma. Introdução: Os cínicos entendiam que a vida religiosa não é uma questão de crença nos deuses, mas de ação virtuosa. Recebemos benefícios da vida de acordo com nossas ações e não conforme a vontade de algum deus do Olimpo. Pode-se dizer que em matéria de religião os cínicos tiveram uma posição inovadora, bem autêntica. De acordo com M. O. Goulet-Cazé, a originalidade cínica reside no fato de que “eles não faziam absolutamente nenhuma concessão à religião tradicional” (CAZÉ, 2007, p.77. In: CAZÉ M. e BRANHAM R.) Sua crítica é voltada para a superficialidade e inutilidade do culto grego, mas não para um suposto ateísmo. Sua visão era essencialmente realista, prática, objetiva, colocavam na razão humana todas as possibilidades de desenvolvimento. Encontramos nos cínicos um desejo ardente pela lucidez conceitual, isto é, perceber o mundo como um fenômeno aberto, sem qualquer padronização divina, encontrando na própria subjetividade humana as respostas religiosas de que necessitamos. Material e Métodos: Todas as nossas reflexões basearam-se em pesquisas bibliográficas, textos clássicos da filosofia cínica. Este trabalho faz parte de uma pesquisa em andamento, que poderá servir para futuros projetos na academia. Resultados e Discussão: Por se tratar de uma pesquisa teórica, os resultados obtidos restringiram-se ao âmbito conceitual. Conseguimos consultar muitos textos, de comentadores clássicos e atuais, os quais possibilitaram um aprofundamento intelectual sobre o problema em questão. Portanto, nossos resultados podem ser sintetizados da seguinte forma: maior lucidez sobre a filosofia cínica; acurado rigor com as fontes consultadas; estreitamento intelectual entre Filosofia e Religião; profundo questionamento de nossas bases existenciais. A expectativa é gerar grandes discussões com o intuito de repensarmos nossa relação conosco mesmo e com o fenômeno religioso Conclusões: Hodiernamente, percebemos uma necessidade intelectual de redefinir as bases sobre as quais se apoiam nossos conceitos religiosos. O estudo do movimento cínico apresenta-se como uma singular possibilidade aos estudantes e pesquisadores desejosos em redescobrir suas próprias crenças e conceituações filosóficas. Vale destacar que esta pesquisa possibilitou o questionamento radical não somente da Religião como também da própria Filosofia e seu real objetivo para o Homem. REFERÊNCIAS: CAZÉ, Religião e os primeiros cínicos. In: CAZÉ M. E BRANHAM R. Os cínicos. O movimento cínico na Antiguidade e seu legado. São Paulo, Loyola, 2007. DIAS, R.P. Diógenes e a filosofia cínica. 2011. 93f. Dissertação (Mestrado em Filosofia) - Programa de Pós-Graduação da Universidade Gama Filho, Rio de Janeiro: 2011. LAÊRTIUS, D. Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres. Brasília: Editora UnB, 2008. NAVIA L. Diógenes, o cínico. São Paulo, Odysseus, 2009.