O corpo - Revista Diálogos

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O corpo: uma análise... – Machado; Santos & Vargas
O corpo: uma análise a partir da perspectiva da Educação
Física e da Filosofia
The body: an analysis from the perspective of Physical Education
and Philosophy
Tibério Machado1,2
[email protected]
Marilane Santos1,2
[email protected]
Angelo Vargas1,2
[email protected]
Resumo
O presente artigo almejou propor uma reflexão com base na
história humana sobre as diversas perspectivas de entendimento
do corpo, culminando com as questões contemporâneas. Todavia,
a referida reflexão pautou-se nos pilares fundamentais de duas
áreas do conhecimento humano a Filosofia e a Educação Física,
que tiveram momentos de significante importância na Grécia
Helênica, no entanto na contemporaneidade aproximaram seus
conhecimentos através das propostas elencadas pelo português
Manuel Sérgio e que favoreceram a uma nova ótica para os
Profissionais de Educação Física, em que pese a sua área do
conhecimento e forma de atuação, além da compreensão das
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Grupo de Estudos em Direito Desportivo – FND/UFRJ
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Laboratório de Estudos da Cultura Social Urbana – LECSU
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questões corporais e sua representatividade na sociedade
hodierna.
Palavras-chave: Corpo; Educação Física; Filosofia.
Abstract
The present article aimed to propose a reflection in accordance
with the human history about the different possibilities of
understanding the body, culminating with contemporary issues.
However, that said reflection was based on the fundamental
pillars of two areas of human knowledge Philosophy and Physical
Education, who have had moments of significant importance in
Greece Hellenic, but in contemporary approached their
knowledge through the proposals inferred by portuguese Manuel
Sérgio and encouraged the a new viewpoint for Physical
Education Professionals, as it pertains their area of knowledge
and forms of action, beyond the understanding of body issues and
their representation in today's society.
Keywords: Body, Physical Education Philosophy.
Introdução
O corpo é parte constituinte e unidade integral do Homem,
sendo associado a perspectiva física e material, todavia ao longo
de todo o processo de hominização caracterizou-se por apresentar
a peculiaridade de exprimir signos e códigos, além de permitir
compreensões distintas, como depreenderam Weil e Tompakow
(1993) através de seus argumentos onde ratificaram que “o corpo
fala”, ou seja, existe uma linguagem não verbal onde o corpo
emergiu como símbolo principal desta comunicação. Por
derradeiro, na contemporaneidade este corpo emergiu como palco
de transformações, promovendo entendimentos e interpretações
distintas, sendo necessária a associação de diferentes áreas do
conhecimento humano com a finalidade de buscar uma
compreensão ampla e global, evitando o reducionismo ou
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meramente visualizar o corpo somente como um objeto sem
representatividade.
Desta forma, o presente estudo não objetiva esgotar ou
elucidar todas as lacunas referente aos assuntos relacionados ao
corpo e seus entendimentos possíveis, mas analisar como a
Educação Física sob o aporte teórico da Filosofia, pode
corroborar através de seus fundamentos para o entendimento
deste corpo, que surgiu durante toda a história como uma
identidade cultural e símbolo de linguagem, como asseverou
Almeida (2012).
O corpo em uma perspectiva histórica
Ao longo de todo o processo de hominização o corpo
sofreu diversas transformações, no que tange a sua
representatividade, importância e status social. De acordo com
Santos (2009, p. 38):
A concepção de corpo se altera
constantemente através da história. A maneira
como ele é percebido, definido e sentido vem
através do tempo evidenciado características de
uma sociedade, uma cultura. Através da expressão
corporal é revelada a maneira como um povo se
comporta, se relaciona ou se expressa.
Relatos e vestígios históricos permitiram inferir que as
tribos primitivas exprimiram o costume de pintar o corpo,
sobretudo por não utilizarem vestimentas, além do intuito de
reverenciar os Deuses ou demonstrar sua contentação com os
eventos e cerimônias comemorativas. Além disso, como no caso
dos indígenas brasileiros, a pintura poderia caracterizar ou
representar uma determinada tribo, emergindo como um símbolo
ou identidade grupal, argumento que corrobora para a
compreensão da importância assumida pelo corpo. (VIDAL,
2007)
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Entretanto, na Grécia Helênica, período de extrema
importância em que pese ao desenvolvimento da Filosofia e da
Educação Física, além de ser extremamente representante para
história humana, o corpo foi compreendido com maior grau de
profundidade e amplitude, consagrando-se na história através da
Máxima de Juvenal e que é um dos pensamentos que norteou o
esporte, a sociedade grega e que é tida como um dos lemas da
Educação Física: Mens sana in corpore sano. (CASTELLANI
FILHO, 1988). Neste contexto foi asseverada a importância de
um desenvolvimento corporal, associado ao desenvolvimento
intelectual, contemplando um trabalho completo para o indivíduo.
No que concerne à importância da Grécia Antiga para a
Filosofia tornou-se possível depreender que o contexto grego
emergiu como berço desta ciência, como ratificaram os autores
Martins e Hernandes (2001, p.119):
Na Grécia antiga, nessa civilização
fundada na península balcânica, nasce a filosofia,
isto é, nasce em um determinado contexto
econômico, político, social e cultural. A filosofia,
pois, é concebida e gestada no calor das relações
sócio-políticas e econômicas travadas pelos gregos
antigos, o que dá a ela alguns limites e
possibilidades.
Não obstante este período da história humana também
corroborou de forma indubitável para a Educação Física,
registrando o surgimento da atuação dos Profissionais desta área
do conhecimento no Ocidente, porém sendo nomeados de
Paidotribo. (RUBIO, 2007). De acordo com Machado e Vargas
(2013, p. 64):
Obviamente, que a perspectiva era
diferenciada da realidade atual, assim como o
contexto axiológico, entretanto, o Paidotribo,
nome atribuído ao profissional da época, era quem
tinha a responsabilidade pela preparação dos
atletas para as competições e eventos esportivos.
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Cabe salientar, que era comum a apresentação do corpo na
sociedade grega, sendo este caracterizado pela esplendorosa
forma física no que se refere a forma física e delineamento
muscular, sendo justificado pela aspiração Divina Atlética, porém
este privilégio restringiu-se ao público masculino. (VAZ, 2010).
Prosseguindo no bosquejo histórico, o período
denominado de Roma Helênica apresentou uma relação
dicotômica sobre o entendimento e utilização do corpo, onde em
alguns momentos a apreciação e valorização contrastaram com a
falta de respeito e zelo, assim como ocorreu com a vida humana.
O momento histórico supracitado notabilizou-se por ser um
período da história onde a contemplação ao corpo denotou
extrema importância, principalmente através da apreciação e
adoração das obras de artes, na forma das esculturas e pinturas.
(ANDE; LEMOS, 2011). Em contrapartida, ainda ao longo do
Império Romano foi possível a compreensão do corpo na
perspectiva da utilização e da falta de zelo, sendo representado
através da batalha de gladiadores, que eram escravos que
utilizavam seus corpos, ou seja, suas vidas para propiciar
espetáculos sangrentos e violentos em favor de ações políticas
que eram de substancial interesse do Imperador, como
depreendeu Garraffoni (2005). O referido período registrou-se na
história pela expressão latina Panis et Circense, popularmente
conhecido na República Federativa do Brasil como “Política do
Pão e Circo”, representando uma forma significativa de
cooptação popular. (SIGOLI; DANTE, 2004; GUARINELLO,
2007).
É mister depreender que na Idade Média a tônica de
contemplação e admiração do corpo, foi substituída pela
obscuridade e pelo enclausuramento, mormente em decorrência
da repressão e dos dogmas impostos pela Igreja. (VAZ, 2010).
Segundo o autor opere citato a relação apresentada com o corpo
era contraditória:
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[...] enquanto havia uma orientação no
sentido de desvalorizar as práticas corporais,
suprimindo ou confinando os lugares do corpo da
Antiguidade, ao mesmo tempo em que o
glorificava por meio da hóstia, mas apenas o corpo
de Cristo. (VAZ, 2010, p. 40).
A influência neste período foi tamanha, que interveio no
desenvolvimento tanto da Educação Física, ou seja, do esporte
onde os jogos sofreram com a elitização do Clero, restando à
plebe a assistência (ALVAREZ, 2006; GOFF; TRUONG, 2006) e
da Filosofia, através da Inquisição, que era uma forma de reprimir
todas as formas de pensamento que fossem entendidas como
divergentes das doutrinas preconizada pela Igreja, sendo
classificadas como heresias. (OLIVER, 1998).
Por derradeiro, o crescimento e ascensão dos ideais
capitalistas, corroboraram para mudança na concepção e no
entendimento do corpo, configurando o fim da visão imposta na
Idade Média. Neste momento o corpo deixou de ser algo
proibido, assim como o desenvolvimento do pensamento
humano, ocorrência que favoreceu para o avanço científico. Para
Cavalcanti (2005, p. 54):
Após a Idade Media o corpo é
dessacralizado, ou seja, já não é mais algo
proibido de se manipular. Com a ascensão de uma
ciência positiva separada de valores religiosos e do
espaço da moralidade, o corpo passa a ser objeto
de estudo de algumas ciências, principalmente a
medicina, que dá um salto muito grande em
matéria de conhecimento sobre o corpo a partir do
momento em que os estudos de anatomia foram
sendo ampliados, como conseqüência dessa
dessacralização, um movimento para dentro do
corpo se inicia no sentido de que ele passa a ser
objeto, e como tal passível de estudos e
intervenções que possibilitaram a produção,
compilação e a posterior aplicação de um maior
conhecimento sobre si.
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Não obstante, essa nova perspectiva envolvendo o corpo
que promoveu liberdade e avanço científico, no século XX foi
seguida de diversas transformações e estabelecimento de padrões
estéticos. Desta forma, o corpo volta a ter sua importância,
sobretudo no que concerne ao status e representatividade social.
O corpo na contemporaneidade: as diferentes perspectivas
envoltas
Ao longo da contemporaneidade pensamentos como os
expressos pelo poeta brasileiro Vinícius de Moraes, simbolizaram
os ideais e padrões deste período. Segundo o poeta supracitado:
“As muito feias que me perdoem. Mas beleza é fundamental.”
(MORAES, 1954, p. 259). Tornou-se inconteste que o poeta não
determinou um padrão de beleza ou estético, fato que será
regulado pelo contexto axiológico, ou seja, pelo conjunto de
valores de uma sociedade, porém neste referido período a busca
pelos padrões estipulados pela sociedade gozou de substancial
destaque.
De acordo com os postulados filosóficos de Marx e
Engels (1999) o Homem figura como produto do meio social
onde encontra-se inserido, sofrendo todas as interveniências e
influências contidas nele. Este argumento denotou extrema
relevância para compreensão da representatividade do corpo na
contemporaneidade, devido aos dogmas e padrões estéticos
impostos ao longo deste período. Segundo Cavalcanti (2005, p.
56-57):
O desenvolvimento da ciência no século
XX, principalmente a biologia, genética e a
medicina tiveram profundas implicações no
redimensionamento da categoria corpo e da
categoria estética. A revolução estética e o
desenvolvimento de novas técnicas de cirurgia
plástica têm uma relação íntima com o surgimento
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do paradigma de um corpo pós-orgânico. A partir
do momento em que a tecnologia nos permite
colocar partes no nosso corpo que são feitos de
materiais inorgânicos, e ao colocar poder tirá-las a
bel prazer, basta que pra isso uma nova moda me
constranja a tal, começamos a falar na construção
de um corpo pós-orgânico.
A busca pelo padrão corporal preconizado na
contemporaneidade, que apresenta extrema relação com as
questões e os dogmas estéticos, propiciou significativo destaque
para os Profissionais que estão envoltos neste universo, como os
Profissionais de Educação Física. O crescimento da valorização
estética, assim como a busca pela saúde emergiram com
principais motivações para prática regular de atividade física,
como inferiu Saba (2001).
Entretanto, este momento da Educação Física Brasileira
onde os Profissionais possuem como objetivo principal a
preparação ou manutenção do corpo de seus beneficiários, para o
Professor de Filosofia Manuel Sérgio pode simbolizar um
barreira para evolução desta área do conhecimento, sobretudo
quando este tipo de atuação não contempla o desenvolvimento
completo dos indivíduos, abrangendo corpo e mente. (SÉRGIO,
1988).
Ciência da Motricidade Humana: a Filosofia influência
a Educação Física Tradicional
A Ciência da Motricidade Humana surgiu no ano de 1986
através do filósofo português Manuel Sérgio, sobretudo propondo
uma nova ótica para a Educação Física e a forma de atuação dos
Profissionais desta área do conhecimento humano, além da
perspectiva de visão do corpo e do homem. De acordo com
Sérgio, a Educação Física Tradicional utilizou como
fundamentação conhecimentos empíricos, carecendo de
cientificidade e respaldo técnico. Além disso, o filósofo inferiu
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que a atuação dos Profissionais de Educação Física era
superficial, não contemplando o Homem em sua plenitude ou
totalidade, explicando esta teoria através do paradigma
cartesiano, onde o Homem foi dividido em duas partes distintas:
res cogitans (mente) e res extensa (corpo). (SÉRGIO, 1988;
FEITOSA, 1993).
De acordo com o autor opere citato a Ciência da
Motricidade Humana pode ser definida como: “Ciência da
compreensão e da explicação das condutas motoras, visando o
estudo e constantes tendências da motricidade humana, em ordem
ao desenvolvimento global do indivíduo e da sociedade e tendo
como fundamento simultâneo o físico, o biológico e o
antropológico”. (SÉRGIO, 1987, p.153).
Este tipo de argumento depreendido por Manuel
Sérgio representou um contraponto
ao pensamento
contemporâneo e que elevou o corpo como foco principal da
estética corporal, ou seja, o culto ao corpo de forma exarcebada e
de acordo com os dogmas e padrões vigentes. Cabe depreender
que de acordo com Santos (2009, p. 45) “os conceitos de beleza
física e estética corporal na atualidade apresentam uma relação
simbólica com preceitos consumistas e consequentemente leva o
corpo a buscar uma vestimenta ideológica que categoriza como
mercadoria.” No tocante a Educação Física, os estudos realizados
por Saba (2001), permitiram inferir que os objetivos estéticos
emergiram como segunda opção dos indivíduos que aderem ao
fitness, que na contemporaneidade surgiu como uma área
significativa de atuação dos Profissionais de Educação Física.
Vargas (1998) depreendeu que este tipo de ocorrência,
onde o corpo hipertrofiado alcançou substancial destaque na
sociedade hodierna, simbolizou a moda ou padrão estético deste
período, moldando todos os segmentos envoltos neste contexto
axiológico.
Neste sentido, Manuel Sérgio prosseguiu suas críticas a
postura dos Profissionais de Educação Física, que baseados nas
questões superficiais estabelecidas pela sociedade, não almejaram
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contemplar os diferentes aspectos envoltos e inerentes a esta área
do conhecimento humano. Tal ocorrência foi denominada de
ciência normal, ocorrência de significativa importância, haja vista
a estagnação do desenvolvimento do conhecimento, mormente
em decorrência da falta de ousadia e fundamentação dos
profissionais envoltos, no que concerne a produção e avanços dos
conhecimentos. (FEITOSA, 1993).
Desta forma, o autor português supracitado que
classificou a Educação Física Tradicional como reducionista,
principalmente pela atuação superficial, além da dificuldade de
compreensão dos Profissionais em relação ao corpo e seu campo
de atuação, propôs além da alteração de fundamentação para
esta área do conhecimento, uma alteração de nomenclatura,
principalmente almejando alcançar o status de ciência,
recomendando a nomenclatura Ciência da Motricidade Humana.
(SÉRGIO, 1988).
Considerações Finais
O corpo no decorrer da história humana propiciou uma
gama de interpretações e representações, sendo objeto de estudo
por diversas áreas do conhecimento humano como a Educação
Física e a Filosofia. A ótica exposta por Manuel Sérgio
contemplou a unificação destas duas áreas do conhecimento,
onde a Filosofia emergiu com a finalidade de suprir as lacunas e
carências encontradas na Educação Física e por conseqüência na
atuação de seus Profissionais.
É mister depreender que seus ideais almejaram uma
revolução, em que pese a Educação Física Tradicional, sobretudo
pela proposta de aproximar uma área do conhecimento tida como
tecnicistas de uma área relacionada com a produção e evolução
do conhecimento humano e científico e que ao longo da história
humana notabilizou-se pela busca de explicações.
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No que tange ao corpo, tornou-se inconteste sua
importância, representatividade e simbolismo no decorrer do
processo de hominização, sendo objeto de investigação e
adoração nos mais diversos momentos. Todavia, na
contemporaneidade o corpo assumiu status social, sendo norteado
pelos paradigmas e padrões pré-estabelecidos pela sociedade
hodierna, sendo associado à identidade do indivíduo, fato que
favoreceu a uma “corrida” em busca dos paradigmas corporais.
Este momento representou um crescimento de atuação e
valorização dos Profissionais de Educação Física, que por vezes
atuam diretamente no atendimento dos anseios estéticos e
corporais, no entanto não podem somente seguir os dogmas
vigentes, haja vista que necessitam zelar e cuidar do corpo e da
saúde dos seus beneficiários.
Desta forma, o presente estudo permitiu concluir que a
aproximação da Filosofia com a Educação Física, corroborou
para o desenvolvimento cientifico e mudança de ótica da
Educação Física Tradicional e que não contemplava o Homem
como um todo, sobretudo na valorização e compreensão do
corpo, como apresentado pela Ciência da Motricidade Humana,
na visão apresentada por Manuel Sérgio. A aquisição de
fundamentação teórica, assim como o crescimento das questões
corporais na contemporaneidade, promoveram uma valorização e
um ganho de visibilidade para a Educação Física, que assim
como as demais áreas do conhecimento humano deve atuar em
prol da humanidade, independente dos dogmas vigentes, como no
caso dos paradigmas corporais e a busca exarcebada pelo “corpo
perfeito”.
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