LUIZ CARLOS GIROLDO EDIFÍCIO RESIDENCIAL DE MÚLTIPLOS PISOS: ANÁLISE COMPARATIVA DE CUSTOS DE SISTEMAS ESTRUTURAIS EM CONCRETO PARA O PAVIMENTO TIPO. Dissertação apresentada como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em Programa de Construção Civil, Pós-Graduação do em Construção Civil, Setor de Tecnologia, Universidade Federal do Paraná. Orientador: Prof. Dr. Marcos Antonio Marino CURITIBA 2007 TERMO DE APROVAÇÃO LUIZ CARLOS GIROLDO EDIFÍCIO RESIDENCIAL DE MÚLTIPLOS PISOS: ANÁLISE COMPARATIVA DE CUSTOS DE SISTEMAS ESTRUTURAIS EM CONCRETO PARA O PAVIMENTO TIPO. Dissertação aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre no Programa de Pós-Graduação em Construção Civil, Setor de Tecnologia, Universidade Federal do Paraná, pela seguinte banca examinadora: Orientador: Prof. Dr. Marcos Antônio Marino Programa de Pós-Graduação em Construção Civil - UFPR Examinadores: Prof. Dr. Mauro Lacerda Santos Filho Programa de Pós-Graduação em Construção Civil - UFPR Prof. Dr. Roberto Dalledone Machado Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica PUC-PR Wilson Picheth Gheur Prof. engenheiro civil - UFPR Curitiba, 05 de abril de 2007 DEDICATÓRIA A Deus e a minha família AGRADECIMENTO Ao Professor Marcos Antonio Marino pela orientação e dedicação durante o desenvolvimento deste trabalho. Aos professores, colegas e funcionários do curso do Programa de PósGraduação em Construção Civil. Aos professores Antonio Stramandinoli Jr e Mauro Tetsuo Kawai, colegas do Departamento de Construção Civil da UFPR, pelo incentivo na realização dessa empreitada. Aos engenheiros e funcionários da empresa Kalkulo Projetos Estruturais Ltda, pela ajuda nos detalhamentos e desenhos dos projetos analisados neste trabalho. Ao amigo e colega de turma Paulo V. Guimarães Jr, pela presteza e dedicação que contribuiu para essa minha realização. Aos amigos e colegas de turma Roberto Stramandinoli e Izan Gomes de Lacerda, pela ajuda na pesquisa e no artigo publicado. Ao amigo engenheiro Miguel Murad, pela colaboração nos orçamentos dos sistemas estruturais objeto deste trabalho. Ao amigo engenheiro Luis Aurélio Fortes da Silva da empresa TQS Informática Ltda, pelo auxilio nos cálculos das lajes protendidas. A professora Aparecida Nicoletti Gilioli, pela verificação e correção gramatical dos textos. E finalmente, a minha querida esposa Suely e aos meus filhos Fernanda, Flávia e Giancarlo pelo amor, paciência, dedicação, compreensão e incentivo. SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS LISTA DE TABELAS RESUMO ABSTRACT 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 15 1.1 CONCEITUANDO PROJETO DE EDIFÍCIOS ................................................... 15 1.2 PROBLEMA DA PESQUISA ............................................................................. 18 1.3 OBJETIVO DA PESQUISA................................................................................ 18 1.4 HIPÓTESE DA PESQUISA ............................................................................... 18 1.5 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA ....................................................................... 19 1.5.1 Ambiental........................................................................................................ 19 1.5.2 Econômica...................................................................................................... 20 1.5.3 Social.............................................................................................................. 20 1.5.4 Tecnológica .................................................................................................... 21 1.6 MÉTODO DE PESQUISA.................................................................................. 21 1.6.1 Outros métodos de pesquisas ........................................................................ 22 1.6.2 Unidade de análise ......................................................................................... 22 1.6.3 Limitações da pesquisa .................................................................................. 23 1.7 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA.............................................................. 23 1.7.1 Protocolo de coleta de dados ......................................................................... 24 1.7.2 Estratégia de validação interna e externa....................................................... 25 1.8 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO .................................................................... 25 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................ 27 2.1 INTRODUÇÃO................................................................................................... 27 2.2 ANÁLISE DE CUSTOS DAS ESTRUTURAS .................................................... 29 2.3 MATERIAIS QUE SERÃO USADOS NAS LAJES DOS MODELOS ................. 45 2.3.1 Formas plásticas (moldes plásticos).............................................................. .45 2.3.2 O EPS – poliestireno expandido ..................................................................... 46 2.4 ESTRUTURAS DE CONCRETO PROTENDIDO .............................................. 47 2.5 DIRETRIZES PARA DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ESTRUTURAL..... 48 2.5.1 Concepção estrutural...................................................................................... 48 2.5.1.1 Recomendações de alguns parâmetros para os elementos estruturais ...... 48 2.5.2 Desenvolvimento do projeto estrutural ........................................................... 49 2.5.2.1 Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT.................. 49 2.5.2.2 Qualidade e durabilidade............................................................................. 50 2.5.2.3 Dimensões limites........................................................................................ 52 2.5.2.4 Deslocamentos limites................................................................................. 53 3 METODOLOGIA................................................................................................... 55 3.1 INTRODUÇÃO................................................................................................... 55 3.2 O SOFTWARE CAD/TQS E AS AÇÕES UTILIZADAS NO CÁLCULO ESTRUTURAL DOS MODELOS ....................................................................... 56 3.2.1 O software CAD/TQS ..................................................................................... 56 3.2.2 Ações utilizadas - carregamentos................................................................... 57 4 APRESENTAÇÃO DO PROJETO ARQUITETÔNICO E DO PROJETO ESTRUTURAL ..................................................................................................... 58 4.1 INTRODUÇÃO................................................................................................... 58 4.2 PROJETO ARQUITETÔNICO ........................................................................... 58 4.2.1 Pavimento térreo ............................................................................................ 59 4.2.2 Primeiro pavimento......................................................................................... 60 4.2.3 Pavimento tipo ................................................................................................ 61 4.2.4 Pavimento de cobertura do tipo e casa de máquinas ..................................... 62 4.2.5 Pavimento de cobertura da casa de máquinas, barrilete,caixa d`água e corte esquemático do edifício.................................................................................. 63 4.3 PROJETO ESTRUTURAL................................................................................. 64 4.3.1 Modelo 01 – sistema estrutural convencional com laje maciça ...................... 64 4.3.1.1 Forma do estrutural do pavimento térreo do modelo 01 .............................. 65 4.3.1.2 Forma do estrutural do primeiro pavimento do modelo 01 .......................... 66 4.3.1.3 Forma do estrutural do pavimento tipo do modelo 01.................................. 67 4.3.1.4 Forma do estrutural do pavimento de cobertura do modelo 01 ................... 68 4.3.1.5 Formas dos estruturais do piso e da cobertura da casa de máquinas, caixa d`água e corte esquemático do edifício do modelo 01................................ 69 4.3.2 Modelo 02 – sistema estrutural com laje lisa nervurada utilizando como material de enchimento blocos de concreto ................................................... 70 4.3.2.1 Forma do estrutural do pavimento térreo do modelo 02 .............................. 72 4.3.2.2 Forma do estrutural do primeiro pavimento do modelo 02 .......................... 73 4.3.2.3 Forma do estrutural do pavimento tipo do modelo 02.................................. 74 4.3.2.4 Forma do estrutural do pavimento de cobertura do modelo 02 ................... 75 4.3.2.5 Formas dos estruturais do piso e da cobertura da casa de máquinas, caixa d`água e corte esquemático do edifíciodo modelo 02................................ 76 4.3.3 Modelo 03 - sistema estrutural com laje lisa nervurada utilizando como material de enchimento formas plásticas ....................................................... 77 4.3.3.1 Forma do estrutural do pavimento térreo do modelo 03 .............................. 78 4.3.3.2 Forma do estrutural do primeiro pavimento do modelo 03 .......................... 79 4.3.3.3 Forma do estrutural do pavimento tipo do modelo 03.................................. 80 4.3.3.4 Forma do estrutural do pavimento de cobertura do modelo 03 ................... 81 4.3.3.5 Formas dos estruturais do piso e da cobertura da casa de máquinas, caixa d`água e corte esquemático do edifíciodo modelo 03................................ 81 4.3.4 Modelo 04 - sistema estrutural com laje nervurada utilizando como material de enchimento EPS (poliestireno expandido - isopor)......................................... 82 4.3.4.1 Forma do estrutural do pavimento térreo do modelo 04 .............................. 83 4.3.4.2 Forma do estrutural do primeiro pavimento do modelo 04 .......................... 84 4.3.4.3 Forma do estrutural do pavimento tipo do modelo 04.................................. 85 4.3.4.4 Forma do estrutural do pavimento de cobertura do modelo 04 ................... 86 4.3.4.5 Formas dos estruturais do piso e da cobertura da casa de máquinas, caixa d`água e corte esquemático do edifíciodo modelo 04................................ 86 4.3.5 Modelo 05 - sistema estrutural com laje lisa nervurada utilizando como material de enchimento formas plásticas ....................................................... 87 4.3.5.1 Forma do estrutural do pavimento térreo do modelo 05 .............................. 88 4.3.5.2 Forma do estrutural do primeiro pavimento do modelo 05 .......................... 89 4.3.5.3 Forma do estrutural do pavimento tipo do modelo 05.................................. 90 4.3.5.4 Forma do estrutural do pavimento de cobertura do modelo 05 .................. 91 4.3.5.5 Formas dos estruturais do piso e da cobertura da casa de máquinas, caixa d`água e corte esquemático do edifíciodo modelo 05................................ 91 4.3.6 Modelo 06 - sistema estrutural com laje lisa maciça com o uso de protensão não aderente (monocordoalha engraxada) .................................................... 92 4.3.6.1 Forma do estrutural do pavimento térreo do modelo 06 .............................. 94 4.3.6.2 Forma do estrutural do primeiro pavimento do modelo 06 .......................... 95 4.3.6.3 Forma do estrutural do pavimento tipo do modelo 06.................................. 96 4.3.6.4 Forma do estrutural do pavimento de cobertura do modelo 06 ................... 97 4.3.6.5 Formas dos estruturais do piso e da cobertura da casa de máquinas, caixa d`água e corte esquemático do edifíciodo modelo 04................................ 97 4.4 RESUMOS QUANTITATIVOS DOS MATERIAIS APLICADOS DOS MODELOS ........................................................................................................ 98 4.4.1 Modelo 01....................................................................................................... 98 4.4.2 Modelo 02....................................................................................................... 98 4.4.3 Modelo 03....................................................................................................... 99 4.4.4 Modelo 04....................................................................................................... 99 4.4.5 Modelo 05..................................................................................................... 100 4.4.6 Modelo 06..................................................................................................... 100 5 ANÁLISE DE CUSTOS DOS MODELOS ......................................................... 101 5.1 CONSUMO DE MATERIAIS E ÍNDICES......................................................... 101 5.1.1 Consumo de materiais e índices dos modelos ............................................. 101 5.1.1.1 Consumos de concreto, aço e formas dos modelos .................................. 103 5.2 ANÁLISE DE CUSTOS.................................................................................... 105 5.2.1 Custo global e prazo de execução do modelo 01 ......................................... 106 5.2.2 Custo global e prazo de execução do modelo 02 ......................................... 107 5.2.3 Custo global e prazo de execução do modelo 03 ......................................... 107 5.2.4 Custo global e prazo de execução do modelo 04 ......................................... 108 5.2.5 Custo global e prazo de execução do modelo 05 ......................................... 108 5.2.6 Custo global e prazo de execução do modelo 06 ......................................... 109 5.3 COMPARATIVO DO CUSTO DOS MODELOS............................................... 109 5.4 COMPARATIVO DO CUSTO DOS MODELOS COM O CUSTO DA EDIFICAÇÃO................................................................................................... 110 6 CONCLUSÕES E SUGESTÕES........................................................................ 112 6.1 CONCLUSÕES................................................................................................ 112 6.2 SUGESTÕES PARA DESENVOLVIMENTO DE TRABALHOS FUTUROS ... 113 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 115 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 - POSSIBILIDADE DE INTERVENÇÃO NO EMPREENDIMENTO E OS CUSTOS ACUMULADOS AO LONGO DAS ETAPAS DE PRODUÇÃO ....................................................................................... 16 FIGURA 2 - DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA ............................................... 23 FIGURA 3 - GRÁFICO DO COMPARATIVO ENTRE AS LAJES ........................... 37 FIGURA 4 - ANÁLISE DE CUSTO ......................................................................... 39 FIGURA 5 - DETALHE DAS LAJES COM USO DE FORMAS PLÁSTICAS .......... 46 FIGURA 6 - PLANTAS DAS LAJES E SEÇÃO TRANVERSAL GENÉRICA .......... 46 FIGURA 7 - SEÇÃO TRANSVERSAL DA LAJE COM EPS ................................... 46 FIGURA 8 - MONTAGEM DE UMA LAJE COM MONOCORDOALHAS ................ 47 FIGURA 9 - ARQUITETÔNICO DO PAVIMENTO TÉRREO.................................. 59 FIGURA 10 - ARQUITETÔNICO DO PRIMEIRO PAVIMENTO ............................... 60 FIGURA 11 - ARQUITETÔNICO DO PAVIMENTO TIPO ........................................ 61 FIGURA 12 - ARQUITETÔNICO DO PAVIMENTO DE COBERTURA DO TIPO E C. MAQ............................................................................................... 62 FIGURA 13 - ARQUITETÔNICO DO PAVIMENTO DE COBERTURA DA C.MAQ, BARRILETE, CAIXA D`ÁGUA E CORTE ESQUEMÁTICO DO PRÉDIO........................................................................................ 63 FIGURA 14 - FORMA DO ESTRUTURAL DO PAVIMENTO TÉRREO DO MODELO 01 ....................................................................................... 65 FIGURA 15 - FORMA DO ESTRUTURAL DO PRIMEIRO PAVIMENTO DO MODELO 01 ....................................................................................... 66 FIGURA 16 - FORMA DO ESTRUTURAL DO PAVIMENTO TIPO DO MODELO 01 ....................................................................................... 67 FIGURA 17 - FORMA DO ESTRUTURAL DA COBERTURA DO MODELO 01....... 68 FIGURA 18 - FORMAS DOS ESTRUTURAIS DO PISO E DA COBERTURA DA C.MAQ, CAIXA D`ÁGUA E CORTE ESQUEMÁTICO DOEDIFÍCIO DO MODELO 01................................................................................. 69 FIGURA 19 - DETALHE DAS LAJES NERVURADAS DO MODELO 02.................. 70 FIGURA 20 - FORMA DO ESTRUTURAL DO PAVIMENTO TÉRREO DO MODELO 02 ....................................................................................... 72 FIGURA 21 - FORMA DO ESTRUTURAL DO PRIMEIRO PAVIMENTO DO MODELO 02 ....................................................................................... 73 FIGURA 22 - FORMA DO ESTRUTURAL DO PAVIMENTO TIPO DO MODELO 02 ....................................................................................... 74 FIGURA 23 - FORMA DO ESTRUTURAL DA COBERTURA DO MODELO 02....... 75 FIGURA 24 - FORMAS DOS ESTRUTURAIS DO PISO E DA COBERTURA DA C.MAQ, CAIXA D`ÁGUA E CORTE ESQUEMÁTICO DO EDIFÍCIODO MODELO 02 ....................................................................................... 76 FIGURA 25 - DETALHE DAS LAJES NERVURADAS DO MODELO 03.................. 77 FIGURA 26 - FORMA DO ESTRUTURAL DO PAVIMENTO TÉRREO DO MODELO 03 ....................................................................................... 78 FIGURA 27 - FORMA DO ESTRUTURAL DO PRIMEIRO PAVIMENTO DO MODELO 03 ....................................................................................... 79 FIGURA 28 - FORMA DO ESTRUTURAL DO PAVIMENTO TIPO DO MODELO 03 ....................................................................................... 80 FIGURA 29 - FORMA DO ESTRUTURAL DA COBERTURA DO MODELO 03....... 81 FIGURA 30 - DETALHE DAS LAJES NERVURADAS DO MODELO 04.................. 82 FIGURA 31 - FORMA DO ESTRUTURAL DO PAVIMENTO TÉRREO DO MODELO 04 ....................................................................................... 83 FIGURA 32 - FORMA DO ESTRUTURAL DO PRIMEIRO PAVIMENTO DO MODELO 04 ....................................................................................... 84 FIGURA 33 - FORMA DO ESTRUTURAL DO PAVIMENTO TIPO DO MODELO 04 ....................................................................................... 85 FIGURA 34 - FORMA DO ESTRUTURAL DA COBERTURA DO MODELO 04....... 86 FIGURA 35 - DETALHE DAS LAJES NERVURADAS DO MODELO 05.................. 87 FIGURA 36 - FORMA DO ESTRUTURAL DO PAVIMENTO TÉRREO DO MODELO 05 ....................................................................................... 88 FIGURA 37 - FORMA DO ESTRUTURAL DO PRIMEIRO PAVIMENTO DO MODELO 05 ....................................................................................... 89 FIGURA 38 - FORMA DO ESTRUTURAL DO PAVIMENTO TIPO DO MODELO 05 ....................................................................................... 90 FIGURA 39 - FORMA DO ESTRUTURAL DA COBERTURA DO MODELO 05....... 91 FIGURA 40 - CABOS POSICIONADO NAS FORMAS EM FAIXAS E DISTRIBUÍDOS REGULARMENTE.............................................................................. 93 FIGURA 41 - FORMA DO ESTRUTURAL DO PAVIMENTO TÉRREO DO MODELO 06 ....................................................................................... 94 FIGURA 42 - FORMA DO ESTRUTURAL DO PRIMEIRO PAVIMENTO DO MODELO 06 ....................................................................................... 95 FIGURA 43 - FORMA DO ESTRUTURAL DO PAVIMENTO TIPO DO MODELO 06 ....................................................................................... 96 FIGURA 44 - FORMA DO ESTRUTURAL DA COBERTURA DO MODELO 06....... 97 FIGURA 45 - CONSUMOS DE CONCRETO, AÇO E FORMAS DOS MODELOS 103 FIGURA 46 - CUSTO PERCENTUAL DE CADA ETAPA DO MODELO 01 ........... 106 FIGURA 47 - CUSTO PERCENTUAL DE CADA ETAPA DO MODELO 02 ........... 107 FIGURA 48 - CUSTO PERCENTUAL DE CADA ETAPA DO MODELO 03 ........... 107 FIGURA 49 - CUSTO PERCENTUAL DE CADA ETAPA DO MODELO 04 ........... 108 FIGURA 50 - CUSTO PERCENTUAL DE CADA ETAPA DO MODELO 05 ........... 108 FIGURA 51 - CUSTO PERCENTUAL DE CADA ETAPA DO MODELO 06 ........... 109 FIGURA 52 - CUSTO COMPARATIVO DOS MODELOS ...................................... 110 LISTA DE TABELAS TABELA TABELA TABELA TABELA TABELA TABELA 1 - CUSTO DO CONCRETO DA OPÇÃO (OP1) ..................................... 29 2 - CUSTO DO AÇO DA OPÇÃO (OP1).................................................. 29 3 - CUSTO DA FORMA DA OPÇÃO (OP1) ............................................. 30 4 - CUSTO TOTAL DA OPÇÃO (OP1) .................................................... 30 5 - CUSTO DO CONCRETO DA OPÇÃO (OP2) ..................................... 30 6 - CUSTO DO AÇO DA OPÇÃO (OP2).................................................. 30 TABELA 46 - COMPARATIVO DE CUSTOS PARA O EDIFÍCIO (C) EM (R$) ........ 44 TABELA 47 - RESULTADOS DOS PILARES........................................................... 44 TABELA 48 - CUSTO TOTAL PARA OS PILARES.................................................. 45 TABELA 49 - RESULTADO DAS VIGAS.................................................................. 45 TABELA 50 - RESULTADOS DAS LAJES ............................................................... 45 TABELA 51 - CUSTO TOTAL PARA AS VIGAS E LAJES ....................................... 45 TABELA 52 - CLASSES DE AGRESSIVIDADE AMBIENTAL.................................. 50 TABELA 53 - CORRESPONDÊNCIA ENTRE CLASSE DE AGRESSIVIDADE E QUALIDADE DO CONCRETO ........................................................... 50 TABELA 54 - CORRESPONDÊNCIA ENTRE CLASSE DE AGRESSIVIDADE $0%,(17$/(&2%5,0(172120,1$/3$5$ ûF PP ............. 51 TABELA 55 - EXIGÊNCIAS DE DURABILIDADE RELACIONADAS À FISSURAÇÃO E À PROTENÇÃO DA ARMADURA, EM FUNÇÃO DAS CLASSES DE AGRESSIVIDADE AMBIENTAL ......................................................... 51 TABELA 56 - VALORES DO COEFICIENTE ADICIONAL (γγn ) ................................ 52 TABELA 57 - LIMITES PARA DESLOCAMENTOS.................................................. 54 TABELA 58 - RESUMO QUANTITATIVO DE MATERIAIS DO MODELO 01........... 98 TABELA 59 - FUNDACÃO DO MODELO 01............................................................ 98 TABELA 60 - RESUMO QUANTITATIVO DE MATERIAIS DO MODELO 02........... 98 TABELA 61 - CONSUMO DE BLOCOS DE CONCRETO DO MODELO 02 ............ 98 TABELA 62 - FUNDAÇÃO DO MODELO 02............................................................ 98 TABELA 63 - RESUMO QUANTITATIVO DE MATERIAIS DO MODELO 03........... 99 TABELA 64 - CONSUMO DE FORMAS PLÁTICAS DO MODELO 03..................... 99 TABELA 65 - FUNDAÇÃO DO MODELO 03............................................................ 99 TABELA 66 - RESUMO QUANTITATIVO DE MATERIAIS DO MODELO 04........... 99 TABELA 67 - CONSUMO DE EPS (ISOPOR) DO MODELO 4................................ 99 TABELA 68 - FUNDAÇÃO DO MODELO 03............................................................ 99 TABELA 69 - RESUMO QUANTITATIVO DE MATERIAIS DO MODELO 05......... 100 TABELA 70 - CONSUMO DE FORMAS PLÁTICAS DO MODELO 05................... 100 TABELA 71 - FUNDAÇÃO DO MODELO 05.......................................................... 100 TABELA 72 - RESUMO QUANTITATIVO DE MATERIAIS DO MODELO 06......... 100 TABELA 73 - PROTENSÃO DO MODELO 06 ...................................................... 100 TABELA 74 - FUNDAÇÃO DO MODELO 06.......................................................... 100 TABELA 75 - CONSUMO DE MATERIAIS (CONCRETO, AÇO E FORMAS) E ÍNDICES DOS MODELOS ............................................................... 102 TABELA 76 - RESUMO DOS DEMAIS MATERIAIS PARA A COMPOSIÇÃO DE CUSTOS DOS MODELOS ............................................................... 102 TABELA 77 - CUSTO E PRAZO DE EXEÇUCÃO DO MODELO 01...................... 106 TABELA 78 - CUSTO E PRAZO DE EXEÇUCÃO DO MODELO 02...................... 107 TABELA 79 - CUSTO E PRAZO DE EXEÇUCÃO DO MODELO 03...................... 107 TABELA 80 - CUSTO E PRAZO DE EXEÇUCÃO DO MODELO 04...................... 108 TABELA 81 - CUSTO E PRAZO DE EXEÇUCÃO DO MODELO 05...................... 108 TABELA 82 - CUSTO E PRAZO DE EXEÇUCÃO DO MODELO 06...................... 109 TABELA 83 - CUSTO COMPARATIVO DOS MODELOS ...................................... 109 TABELA 84 - COMPARATIVO DO CUSTO DOS MODELOS COM O CUSTO DA EDIFICAÇÃO.................................................................................... 110 RESUMO Na cadeia produtiva da construção civil a etapa de projetos é das mais importantes, visto que as decisões tomadas nesta fase inicial contribuem na redução do custo do empreendimento. Entre estes projetos destacamos o projeto estrutural. O projetista estrutural ao receber o projeto arquitetônico de uma obra deve escolher qual é a solução mais viável a ser adotada para a superestrutura, com foco no pavimento tipo, levando-se em conta a construtibilidade e o fator custo. O presente trabalho tem como finalidade fornecer aos projetistas e contratantes, para projetos semelhantes ao deste trabalho, índices de consumo de materiais aplicados (concreto, aço e formas) com os respectivos custos e as percentagens de cada superestrutura em relação ao custo global do edifício. De um edifício residencial de múltiplos pisos a ser executado na Região Metropolitana de Curitiba, foram analisadas duas superestruturas distintas. A primeira, com 3 (três) sistemas diferenciados: sistema estrutural convencional com laje maciça; com laje lisa nervurada utilizando como material de enchimento blocos de concreto; com laje lisa nervurada utilizando como material de enchimento formas plásticas. A segunda, cuja diferença é a majoração dos vãos das lajes, também com 3 (três) sistemas diferenciados: sistema estrutural com laje lisa nervurada utilizando como material de enchimento EPS (poliestireno expandido-isopor); com laje lisa nervurada utilizando como material de enchimento formas plásticas; com laje lisa maciça com o uso de protensão não aderente (monocordoalha engraxada). Em todas as superestruturas analisadas foram consideradas as fundações. No desenvolvimento do projeto estrutural utilizou-se o software comercial de cálculo estrutural CAD/TQS. Para a composição dos custos de cada sistema estrutural foram considerados materiais, mão-de-obra, prazo e equipamentos para a execução. Na análise final encontrou-se uma variação percentual de custo das estruturas de 15% a 20 % em relação ao custo total do empreendimento. Palavras chaves: estruturas de concreto, sistemas estruturais, custo da estrutura em concreto, análise comparativa de custos. ABSTRACT In the construction business the most important stage is the designs stage, since the decisions made in this period of time can contribute in a significant way to reduce the cost of the construction. One of these designs, which deserve special attention, is the structural design. Once the structural engineer begins the study of the architectural design of a building it is necessary to find an appropriate solution to be applied to the structural framework, with focus to the standard floor, taking into account the constructability and the related costs. This dissertation intends to provide for the structural engineers and contractors, materials consumption indexes, such as concrete, steel and formworks, with their respective costs and the cost percentages referred to the total cost construction, limited to buildings with the analogous configurations of the case studies. Two different frameworks of residential multistorey buildings, to be constructed in the city of Curitiba, were used as reference. The first structural framework which was analysed used three different systems: full thickness conventional concrete slabs, waffle slabs with concrete blocks filling and waffle slabs with plastic forms filling. The structural systems considered in the second solution of framework were: waffle slabs with EPS filling, waffle slabs with plastic forms filling and unbonded post-tensioned concrete, except that in this case the spans were increased due to the options adopted. The cost to the infrastructure was also used as a parameter in all the solutions analysed. In order to elaborate the structural design, the commercial structural design software CAD/TQS was used. The material, the workmanship, the time limit and the construction equipments were included to find the cost of the structural systems studied. The final analysis showed a variation in the costs of the structures of 15% to 20% in relation to the total cost of the building construction. Keywords: concrete structures, structural framework, framework construction cost, cost analysis. 15 1 INTRODUÇÃO 1.1 CONCEITUANDO PROJETO DE EDIFÍCIOS Na cadeia produtiva da construção civil a transformação no processo construtivo começa pela qualidade dos projetos e, entre eles podemos destacar o projeto estrutural. Segundo Melhado e Agopyan (1995), os conceitos e definições de projetos estão ligados ao procedimento ou prática de projetar, podendo entender nesse sentido o projeto como: • um processo para a realização de idéias que deverá passar pelas etapas de idealização, análise e implantação; • um modelo de solução para resolver um determinado problema; • uma atividade criativa, intelectual, baseada em conhecimentos e experiência. Conforme as definições acima temos o enfoque de projeto como criação mas, podemos ter também o projeto mais voltado aos resultados dos mesmos, esboçando o seu propósito individual, social, político ou cultural. Constitui o projeto: • uma idéia que se forma, de executar ou realizar algo no futuro; • a atividade de criar propostas que transformem alguma coisa existente em algo melhor; • parte e reflexo de uma atitude mais ampla de seu autor e, através dele, do tempo em que vive. Para os mesmos autores, quando se considera o projeto de edifícios, acredita-se que se deva extrapolar a visão do produto ou da sua função, sendo que o projeto deva ser encarado também sob a ótica do processo (no caso, a atividade de construir). Segundo Nascimento e Santos (2001), projeto pode ser definido como a idéia que se tem para executar ou realizar algo de forma que atenda da melhor maneira possível às necessidades do cliente, em conformidade com seus requisitos. Para Fabrício (2002), “projeto é o resultado das atividades mentais de cada projetista tanto quanto da interação entre os múltiplos agentes envolvidos e, também, do ambiente técnico que suporta tais processos intelectuais”. 16 Tzortzopoulos (1999) define projeto como sendo uma atividade criativa e muito pessoal, um processo criativo que descreve uma seqüência de tomadas de decisões que ocorre individualmente em cada projetista. E um processo gerencial que divide o tempo total para tomadas de decisões em fases que se desenvolvem do geral e abstrato ao detalhado e concreto. Para a obtenção da qualidade é fundamental que o empreendedor (investidor) valorize a fase de projeto. Nas fases iniciais do empreendimento, as decisões tomadas são as que apresentam maior capacidade de influenciar o custo final, (MELHADO ; AGOPYAN,1995). Para Hammarlund e Josephson (1992), as decisões tomadas nas fases iniciais do empreendimento são importantes, atribuindo-lhes a principal participação na redução do custo final, (FIGURA 1). De acordo com o gráfico, é expressiva a importância atribuída às fases iniciais, do estudo de viabilidade ao término do projeto, em que, apesar do baixo consumo de recursos, concentram-se boa parte das chances de redução da incidência de erros e dos custos respectivos. No projeto estrutural pode-se considerar a mesma análise mencionada anteriormente. Para obter uma estrutura econômica deve-se na fase inicial que corresponde à concepção do projeto (estudo preliminar), decidir qual sistema estrutural a ser adotado. FIGURA 1 - POSSIBILIDADE DE INTERVENÇÃO NO EMPREENDIMENTO E OS CUSTOS ACUMULADOS AO LONGO DAS ETAPAS DE PRODUÇÃO FONTE: HAMMARLUND e JOSEPHSON, 1992. 17 Elaborar o projeto estrutural significa definir o arcabouço resistente que sustentará a obra proposta pelo projeto arquitetônico. Envolve uma série de fases, dentro de uma seqüência chamada de “etapas de projeto”, que devem ser desenvolvidas com critérios para que se tenha uma estrutura de qualidade e econômica, onde deve ser destacado: • Concepção da estrutura Deve ser escolhido um sistema estrutural que considere a funcionalidade e a estética do projeto arquitetônico, o processo construtivo, os custos dos materiais a serem utilizados e a interação com os demais projetos. Nesta etapa escolhem-se elementos que resistirão aos carregamentos (ações), definindo a “superestrutura” que é composta de vigas e pilares que formarão os pórticos. Nessas condições, as lajes (diafragmas rígidos) têm a função de transmitir as cargas verticais para as vigas e de distribuir as ações horizontais entre os pórticos. • Análise da Estrutura Após concepção da estrutura o projetista faz uma análise das dimensões inicialmente estabelecidas os elementos resistentes (vigas, lajes e pilares) verificando os esforços solicitantes, dos deslocamentos da estrutura e das deformações, em função das ações dos carregamentos. • Dimensionamento e o detalhamento Completada a análise e a verificação dos esforços obtidos, faz-se os dimensionamento e detalhamento dos elementos, para que a obra possa ser executada, devendo ser obedecidas as prescrições das normas legais. O presente trabalho tem por finalidade analisar custos de seis sistemas estruturais para o pavimento tipo de um edifício residencial de múltiplos pisos a ser executado na Região Metropolitana de Curitiba, Paraná. No desenvolvimento do projeto estrutural para obter os quantitativos de materiais aplicados (concreto, aço e formas), que farão parte da análise de custos dos sistemas estruturais do pavimento tipo, foi utilizado o software comercial de cálculo estrutural CAD/TQS. 18 1.2 PROBLEMA DA PESQUISA Como escolher um sistema estrutural para o pavimento tipo de um edifício residencial de múltiplos pisos, focando na economia, considerando os índices de consumo de materiais aplicados, concreto, aço e formas? 1.3 OBJETIVO DA PESQUISA Analisar e comparar o sistema estrutural mais econômico para o pavimento tipo, considerando os índices de consumo de materiais aplicados (concreto, aço e formas), para seis sistemas estruturais: • Modelo 01 – sistema estrutural convencional com laje maciça (FIGURA 16); • Modelo 02 - sistema estrutural com laje lisa nervurada utilizando como material de enchimento blocos de concreto (FIGURA 22); • Modelo 03 – sistema estrutural com laje lisa nervurada utilizando como material de enchimento formas plásticas (FIGURA 28); Nos modelos abaixo, foram retirados seis pilares em relação aos anteriores, possibilitando um aumento dos vãos da estrutura. • Modelo 04 - sistema estrutural com laje lisa nervurada utilizando como material de enchimento EPS (poliestireno expandido-isopor) (FIGURA 33); • Modelo 05 - sistema estrutural com laje lisa nervurada utilizando como material de enchimento formas plásticas (FIGURA 38); • Modelo 06 - sistema estrutural com laje lisa maciça com o uso de protensão não aderente (monocordoalha engraxada) (FIGURA 43). 1.4 HIPÓTESE DA PESQUISA Devido ao grande uso, o sistema estrutural com laje lisa nervurada utilizando como material de enchimento blocos de concreto constitui-se o mais econômico (Modelo 02). 19 1.5 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA Quando o projetista estrutural recebe o projeto arquitetônico de uma obra para desenvolver o projeto da superestrutura, devido às inovações tecnológicas e ao grande número de novos sistemas estruturais, percebe-se a sua dificuldade em estabelecer qual é a solução mais viável economicamente para o sistema estrutural 20 Portanto, o objetivo desta pesquisa é procurar uma solução estrutural para pavimento tipo, procurando reduzir o consumo de materiais que causam impactos no meio ambiente. 1.5.2 Econômica A construção civil é um dos maiores setores da economia. No Brasil, por exemplo, é responsável por 15% do PIB. Na América Latina, a atividade de construção é responsável por até 11,4% dos empregos. Além disso, é o setor que mais consome matérias primas, podendo ainda, consumir mais de 50% do total de recursos naturais extraídos (ENTAC, 2004). Propõe-se nesta pesquisa, mostrar alternativas para reduzir o consumo de materiais, trazendo de alguma forma, benefícios econômicos para o setor, benefícios estes que poderão ser reaplicados por exemplos, em investimentos na área da construção civil. 1.5.3 Social Conforme o Ministério das Cidades (2004), o déficit habitacional meramente quantitativo é da ordem de milhões de unidades habitacionais. O país carece de moradias para 7,2 milhões de famílias, sendo 5,5 milhões delas em áreas urbanas. O déficit quantitativo nas faixas de renda de até 2 salários mínimos é de 4,2 milhões de moradias, concentrado principalmente nas regiões metropolitanas. Pelos dados censitários, este mesmo déficit sofreu retração para as faixas de renda acima de 5 salários mínimos, passando de 15,7% do total em 1991 para 11,8% em 2000. Como esta pesquisa procura reduzir o consumo de materiais aplicados (concreto, aço e formas) do pavimento tipo, colaborando de alguma forma na redução dos custos das edificações, e conseqüentemente dando oportunidade às famílias de adquirirem suas moradias, cumprindo a função social a que a construção civil se propõe. 21 1.5.4 Tecnológica Segundo França e Fusco (1997), nos edifícios de múltiplos pisos, as lajes respondem por elevada parcela do consumo de concreto. No caso de lajes maciças, esta parcela chega usualmente a quase dois terços do volume total da estrutura. Por esta razão e pelo fato das lajes possuírem muito baixo fator de eficiência, torna-se oportuno a utilização de lajes nervuradas que consomem menos concreto. 1.6 MÉTODO DE PESQUISA O método de pesquisa adotado foi o estudo de caso. Segundo YIN (2005), o estudo de caso é uma pesquisa empírica adequada quando são examinados acontecimentos contemporâneos e que não se podem manipular comportamentos relevantes. Segundo o mesmo autor, o método de estudo de caso pode lidar com uma ampla variedade de evidências, tais como documentos, artefatos, entrevistas e observações. Para Robson (1993), a metodologia de estudo de caso deve estudar um caso específico e isolado, e que envolva uma investigação empírica de um fenômeno particular contemporâneo, inserido no contexto da vida real. A escolha deste método deve-se ao fato dele estar relacionado com questões do tipo “como” e “por que”, em situações nas quais o pesquisador tem pouco controle sobre os eventos pesquisados (YIN, 2005). Portanto, o método de estudo de caso é o mais indicado para se chegar à resolução do problema de pesquisa do presente trabalho. Isto porque o problema de pesquisa escolhido coloca questões do tipo “como”, exigindo um detalhamento sobre o fato pesquisado, mesmo não sendo possível a definição exata entre este e seu contexto, em função da singularidade do tema proposto. Para o desenvolvimento desta pesquisa foi feita uma revisão bibliográfica, com os materiais já publicados, constituídos de livros, artigos científicos, periódicos e outros relatos disponibilizados na Internet. A análise desse levantamento se concentrou conforme o objetivo desta pesquisa, em sistemas estruturais com lajes lisas nervuradas, lajes lisas maciças com protensão não aderente (monocordoalha engraxada). 22 1.6.1 Outros métodos de pesquisas Além do método de pesquisa “estudo de caso” Gil (1991) classifica a pesquisa em relação aos procedimentos técnicos como: pesquisa bibliográfica, pesquisa documental, pesquisa experimental, levantamento (survey), pesquisa expost-facto. Estas pesquisas não serão consideradas porque: • Pesquisa documental: vale-se de materiais que não recebem ainda um tratamento analítico. Como na presente pesquisa será realizada uma revisão bibliográfica, que tem semelhança com pesquisa documental, sendo a diferença essencial entre elas a natureza das fontes. Portanto, todos os documentos não serão “de primeira mão”, já sofreram algum tratamento analítico. • Pesquisa experimental: consist 23 1.6.3 Limitações da pesquisa Foram impostas algumas limitações no desenvolvimento deste trabalho de pesquisa, tais como: • estudo de um edifício residencial com 12 pavimentos, sendo que o pavimento tipo se repete dez vezes e será executado na região metropolitana de Curitiba; • desenvolvimento do projeto estrutural para obter o consumo dos materiais aplicados (concreto, aço e formas), utilizado o software comercial de cálculo estrutural CAD/TQS, • a resistência característica do concreto utilizado no projeto estrutural é de 25 MPa (Mega Pascal), • desenvolvimento do projeto estrutural do edifício considerando as normas da ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS ABNT, referentes a projetos de estruturas de concreto. 1.7 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA FIGURA 2 – DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA 24 1.7.1 PROTOCOLO DE COLETA DE DADOS Para Yin (2005), o protocolo de coleta de dados é de suma importância, uma vez que permite ao pesquisador lembrar-se sempre do foco da pesquisa, bem como antecipar qualquer tipo de problema que possam vir a ocorrer. Segundo Robson ( 25 1.7.2 Estratégia de validação interna e externa Segundo Yin (2005), um projeto de pesquisa constitui a lógica que une os dados a serem coletados às questões iniciais de um estudo. A qualidade da pesquisa pode ser demonstrada pelos seguintes aspectos principais: • validade do constructo; • validade interna; • validade externa; • confiabilidade. Tanto Yin (2005) quanto Robson (1993), apontam algumas estratégias para se obter essas validações. O presente trabalho usará as técnicas de validade do constructo e de validação externa (possibilidade de generalização) como forma de garantir a veracidade das conclusões que serão obtidas. A validade do constructo estabelecerá as medidas operacionais corretas dos conceitos que serão estudados. Já a validade externa mostrará o caminho em que as descobertas do estudo podem ser generalizadas, por exemplo, em sistemas estruturais semelhantes poderão ser usados os índices de consumo de materiais encontrados neste trabalho de pesquisa. Na questão da validade da pesquisa a lógica e a forma de comunicação também produzem efeitos (CERVO, 2002; SEVERINO, 2002). Levando em consideração esse fatores, o presente trabalho irá buscar a coerência em suas proposições e estruturação, além do desenvolvimento de uma linguagem científica impessoal, objetiva, precisa e isenta de qualquer ambigüidade. 1.8 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO O presente trabalho está dividido em seis capítulos: • Capítulo 1 – uma conceituação sobre projetos, problema, objetivo, hipótese, e a justificativa da pesquisa, o método utilizado para o desenvolvimento dessa dissertação. 26 • Capitulo 2 – apresenta-se a revisão bibliográfica com assuntos relacionados com os custo de sistemas estruturais utilizado no mercado da construção civil, a importância do projeto estrutural e dados dos materiais que serão usados nas lajes dos projetos. • Capítulo 3 – descreve-se sobre a metodologia para o desenvolvimento do trabalho e uma descrição do software de cálculo estrutural CAD/TQS. • Capítulos 4 – apresentação do projeto arquitetônico do edifício residencial de múltiplos pisos e projeto estrutural de todos os seis modelos objeto deste estudo, e os quantitativos de materiais. • Capítulo 5 – apresenta-se os índices de consumo de materiais, o custo e análise de cada modelo, e o percentual em relação ao custo total da edificação. • Capítulos 6 – apresentam-se as considerações finais e sugestões para trabalhos futuros. 27 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 INTRODUÇÃO Segundo Merce e Oliveira (2001), os edifícios em concreto armado como o projetado em 1931 por Emilio Baumgart, têm seguido o mesmo sistema estrutural convencional composto por lajes que se apóiam em vigas que por sua vez descarregam em pilares. Esse sistema perdurou por décadas até que algumas imposições arquitetônicas e econômicas ganharam importância, como a alteração do leiaute do pavimento que ficava impossibilitado pelos números de pilares e vigas e também pela quantidade excessiva de formas. A partir da década de 70 as modificações arquitetônicas ocorridas no arranjo geral das edificações provocaram alterações nos sistemas estruturais, os diafragmas de alvenarias diminuíram e as estruturas passaram a trabalhar sem auxílio dos mesmos, ficando na dependência cada vez mais das lajes. Com esses fatores associados, os construtores e pesquisadores têm buscado soluções alternativas na execução de lajes, na possibilidade do uso de maiores vãos e também visando reduzir o número de vigas e pilares. Desse modo, permite-se maior liberdade arquitetônica e redução de custos em edifícios de múltiplos pisos. Deve-se salientar que as lajes respondem por uma elevada parcela do consumo de concreto das estruturas. Segundo Silva (2001), os avanços tecnológicos têm possibilitado aos engenheiros e arquitetos uma grande quantidade de alternativas estruturais e construtivas. Com isto os projetistas estruturais assumem uma maior responsabilidade ao fazer a escolha do sistema estrutural a ser adotado em seus projetos. A preocupação constante dos projetistas é de encontrar soluções estruturais em que se permita construir a custos cada vez menores. Para Albuquerque (1998), o avanço da tecnologia de construção e da informática possibilita o uso de concretos com maiores resistências, análises refinadas do cálculo estrutural e também a utilização de opções estruturais como: lajes nervuradas, lajes lisas e protensão nas estruturas dos edifícios. De acordo com Silva (2001), como existe uma grande quantidade de soluções estruturais, é necessário que se conheça a eficiência de cada solução para que se faça uma melhor escolha. Podem ocorrer situações em que às limitações 28 impostas pelo projeto arquitetônico, o projetista tem pouca ou nenhuma escolha. Caso isso ocorra, ele deve ter conhecimento de viabilidade construtiva e do custo dessa solução. Citando Albuquerque (1998), “ao fazer a concepção estrutural, o engenheiro tem que ter em mente vários aspectos, tais como: manter a estética e a funcionalidade do projeto arquitetônico, ter idéia aproximada dos esforços atuantes na estrutura, dos métodos construtivos e dos custos”. Geralmente o sistema estrutural é influenciado pelo projeto arquitetônico, método construtivo e a infraestrutura da região. Nestes casos, o projetista estrutural deve sempre procurar a solução mais econômica para o seu projeto. “O aspecto econômico do edifício representa uma consideração não estrutural que, na análise final, deve também ser considerada importante”. O conceito de estrutura econômica evoluiu ao longo dos tempos. Antigamente, havia uma preocupação de se trabalhar com as peças estruturais as mais esbeltas possíveis. Atualmente a atenção está voltada para a padronização das formas, o que facilita a produtividade da mão-de-obra e o reaproveitamento e, também, no processo construtivo a ser adotado. Para Silva (2001), o projeto criativo é, de certo modo, influenciados pelos custos, mas não necessariamente ser for considerado a relação entre as opções de projeto estrutural, construtivo e seus custos de execução. Como a relação direta das decisões tomadas no projeto e o custo total da construção não é uma tarefa tão simples, os projetistas podem utilizar alguns parâmetros (índices) para auxiliar na escolha da solução mais econômica. Segundo Costa, citado por Albuquerque (1998), uma melhoria no processo construtivo começa com a qualidade dos projetos e, entre estes projetos pode-se considerar o projeto estrutural que representa uma parcela que varia entre 15% a 20% do custo total da construção. Nessa fase é importante uma análise prévia para a escolha da solução estrutural a ser adotada, pois, uma redução de 10% no custo da estrutura pode representar 2% de diminuição no custo total da construção. Em termos práticos essa economia corresponde a toda etapa de pintura ou os serviços de movimento de terra, soleiras, rodapés, peitoris e cobertura juntos. Conforme Silva et al (2004), na escolha do sistema estrutural mais apropriado para um pavimento de um edifício de concreto armado procura-se considerar a finalidade da edificação, os vãos a vencer, a rigidez da estrutura, a 29 racionalização da construção, qualidade pretendida, equipamentos para execução, materiais e mão-de-obra capacitada. Desta forma, a alternativa que mais tem sido utilizada é o sistema de lajes nervuradas, que permite vencer grandes vãos com pequenas deflexões, e com a mesma tecnologia utilizada nas lajes maciças. 2.2 ANÁLISE DE CUSTOS DAS ESTRUTURAS Albuquerque (1998), analisou o custo de um edifício residencial com dois apartamentos por andar com área útil de 105,0 m2, realizou pequenas alterações no pavimento tipo para se obter simetria, ficando um edifício hipoteticamente com vinte pavimentos todos iguais e com uma distância de piso a piso de 2,88 m, resultando uma altura total da edificação de 57,6 m. Na concepção estrutural do pavimento tipo foi adotado sete opções: • Estrutura convencional com lajes maciças (OP1); • Estrutura convencional com lajes nervuradas com caixotes (OP2); • Estrutura convencional com lajes nervuradas com tijolos (OP3); • Estrutura convencional com lajes nervuradas pré-fabricadas (OP4); • Estrutura com laje lisa nervurada com caixote (OP5); • Estrutura com laje lisa nervurada com tijolos (OP6); • Estrutura com vigas-faixa com protensão (OP7). A seguir apresentam-se as tabelas com os custos de cada sistema: TABELA 1 – CUSTO DO CONCRETO DA OPÇÃO (OP1) Qte. (m3) P.Unit. (R$) Lajes 366,00 116,00 Vigas 244,60 126,00 Pilares 206,80 126,00 TOTAL 817,40 FONTE: ALBUQUERQUE, 1998. P. Total (R$) 42.456,00 30.819,60 26.056,80 99.332,40 TABELA 2 – CUSTO DO AÇO DA OPÇÃO (OP1) Qte. (kg) P.Unit. (R$) Lajes 18.389,00 1,10 Vigas 36.888,00 1,10 Pilares 21.277,00 1,10 TOTAL 76.554,00 FONTE: ALBUQUERQUE, 1998. P. Total (R$) 20.227,90 40.576,80 23.404,70 84.209,40 30 TABELA 3 – CUSTO DA FORMA DA OPÇÃO (OP1) Qte. (m2) P.Unit. (R$) Lajes 4.234,60 7,50 Vigas 3.535,00 7,50 Pilares 1.872,00 7,50 TOTAL 9.641,60 FONTE: ALBUQUERQUE, 1998. TABELA 4 – CUSTO TOTAL DA OPÇÃO (OP1) CUSTO TOTAL (R$) FONTE: ALBUQUERQUE, 1998. P. Total (R$) 31.759,50 26.512,50 14.040,00 72.312,00 255.853,80 TABELA 5 – CUSTO DO CONCRETO DA OPÇÃO (OP2) Qte. (m3) P.Unit. (R$) Lajes 326,60 116,00 Vigas 190,80 126,00 Pilares 206,80 126,00 TOTAL 724,20 FONTE: ALBUQUERQUE, 1998. P. Total (R$) 37.885,60 24.040,80 26.056,80 87.983,20 TABELA 6 – CUSTO DO AÇO DA OPÇÃO (OP2) Qte. (kg) P.Unit. (R$) Lajes 14.704,00 1,10 Vigas 30.253,00 1,10 Pilares 19.384,00 1,10 TOTAL 64.341,00 FONTE: ALBUQUERQUE, 1998. P. Total (R$) 16.174,40 33.278,30 21.322,40 70.775,10 TABELA 7 – CUSTO DA FORMA DA OPÇÃO (OP2) Qte. (m2) P.Unit. (R$) Lajes 4.327,00 6,50 Vigas 2.773,80 6,50 Pilares 1.872,00 6,50 TOTAL 8.972,80 FONTE: ALBUQUERQUE, 1998. P. Total (R$) 28.125,50 18.029,70 12.168,00 58.323,20 TABELA 8 – CUSTO TOTAL DA OPÇÃO (OP2) CUSTO TOTAL (R$) FONTE: ALBUQUERQUE, 1998. TABELA 9 – CUSTO DO CONCRETO DA OPÇÃO (OP3) Qte. (m3) P.Unit. (R$) Lajes 353,00 116,00 Vigas 190,80 126,00 Pilares 206,80 126,00 TOTAL 750,60 FONTE: ALBUQUERQUE, 1998. 217.081,50 P. Total (R$) 40.948,00 24.040,80 26.056,80 91.045,60 31 TABELA 10 – CUSTO DO AÇO DA OPÇÃO (OP3) Qte. (kg) P.Unit. (R$) Lajes Vigas Pilares TOTAL 17.280,00 31.515,00 22.462,00 71.257,00 1,10 1,10 1,10 - FONTE: ALBUQUERQUE, 1998. TABELA 11 – CUSTO DA FORMA DA OPÇÃO (OP3) Qte. (m2) P.Unit. (R$) Lajes Vigas Pilares TOTAL 4.327,00 2.773,80 1.872,00 8.972,80 7,00 7,00 7,00 - FONTE: ALBUQUERQUE, 1998. P. Total (R$) 19.008,00 34.666,50 24.708,20 78.382,70 P. Total (R$) 30.289,00 19.416,60 13.104,00 62.809,60 TABELA 12 – CUSTO TOTAL DA OPÇÃO (OP3) CUSTO TOTAL (R$) 232.237,90 FONTE: ALBUQUERQUE, 1998. TABELA 13 – CUSTO DO CONCRETO DA OPÇÃO (OP4) Lajes Vigas Pilares TOTAL Qte. (m3) 337,28 190,80 206,80 734,88 FONTE: ALBUQUERQUE, 1998. P.Unit. (R$) 116,00 126,00 126,00 - TABELA 14 – CUSTO DO AÇO DA OPÇÃO (OP4) Lajes Vigas Pilares TOTAL Qte. (kg) 12.620,00 30.523,00 19.965,00 63.108,00 FONTE: ALBUQUERQUE, 1998. P.Unit. (R$) 1,10 1,10 1,10 - TABELA 15 – CUSTO DA FORMA DA OPÇÃO (OP4) Lajes Vigas Pilares TOTAL Qte. (m2) 567,00 2.773,80 1.872,00 5.212,80 FONTE: ALBUQUERQUE, 1998. P.Unit. (R$) 6,50 6,50 6,50 - P. Total (R$) P. Total (R$) P. Total (R$) 39.124,48 24.040,80 26.056,80 89.222,08 13.882,00 33.575,30 21.961,50 69.418,80 3.685,50 18.029,70 12.168,00 33.883,20 TABELA 16 – CUSTO DOS PRÉ-FABRICADOS DA OPÇÃO (OP4) TOTAL Qte. (m2) 4.000,00 FONTE: ALBUQUERQUE, 1998. P.Unit. (R$) 8,90 TABELA 17 – CUSTO TOTAL DA OPÇÃO (OP4) CUSTO TOTAL (R$) FONTE: ALBUQUERQUE, 1998. P. Total (R$) 35.600,00 228.124,10 32 TABELA 18 – CUSTO DO CONCRETO DA OPÇÃO (OP5) Lajes Vigas Pilares TOTAL Qte. (m3) 483,40 139,00 260,40 882,80 FONTE: ALBUQUERQUE, 1998. P.Unit. (R$) 119,00 126,00 126,00 - TABELA 19 – CUSTO DO AÇO DA OPÇÃO (OP5) Lajes Vigas Pilares TOTAL Qte. (kg) 20.112,00 26.860,00 24.857,00 71.829,00 FONTE: ALBUQUERQUE, 1998. P.Unit. (R$) 1,10 1,10 1,10 - TABELA 20 – CUSTO DA FORMA DA OPÇÃO (OP5) Qte. (m2) P.Unit. (R$) Lajes 4.415,00 5,50 Vigas 2.200,40 5,50 Pilares 2.281,00 5,50 TOTAL 8.896,40 FONTE: ALBUQUERQUE, 1998. TABELA 21 – CUSTO TOTAL DA OPÇÃO (OP5) CUSTO TOTAL (R$) FONTE: ALBUQUERQUE, 1998. P. Total (R$) 57.524,60 17.514,00 32.810,40 107.849,00 P. Total (R$) 22.123,20 29.546,00 27.342,70 79.011,90 P. Total (R$) 24.282,50 12.102,20 12.545,50 48.930,20 235.791,10 TABELA 22 – CUSTO DO CONCRETO DA OPÇÃO (OP6) Qte. (m3) P.Unit. (R$) Lajes 498,20 119,00 Vigas 139,00 126,00 Pilares 260,40 126,00 TOTAL 897,60 FONTE: ALBUQUERQUE, 1998. P. Total (R$) 59.285,80 17.514,00 32.810,40 109.610,20 TABELA 23 – CUSTO DO AÇO DA OPÇÃO (OP6) Qte. (kg) P.Unit. (R$) Lajes 28.408,00 1,10 Vigas 27.186,00 1,10 Pilares 22.918,00 1,10 TOTAL 78.512,00 FONTE: ALBUQUERQUE, 1998. P. Total (R$) 31.248,80 29.904,60 25.209,80 86.363,20 TABELA 24 – CUSTO DA FORMA DA OPÇÃO (OP6) Qte. (m2) P.Unit. (R$) Lajes 4.415,00 6,00 Vigas 2.200,40 6,00 Pilares 2.281,00 6,00 TOTAL 8.896,40 FONTE: ALBUQUERQUE, 1998. P. Total (R$) 26.490,00 13.202,40 13.686,00 53.378,40 33 TABELA 25– CUSTO TOTAL DA OPÇÃO (OP6) CUSTO TOTAL (R$) FONTE: ALBUQUERQUE, 1998. TABELA 26– CUSTO DO CONCRETO DA OPÇÃO (OP7) Qte. (m3) P.Unit. (R$) 249.351,80 P. Total (R$) 34 • Estrutura com vigas-faixa com protensão (OP7). TABELA 31 - COMPARATIVO DE CUSTOS ENTRE AS OPÇÕES (R$) OP1 OP2 OP3 OP4 OP5 OP6 255.853 217.081 232.237 228.124 235.791 249.351 (+17,9%) (1) (+7,0%) (+5,1%) (+8,6%) (+14,9%) FONTE: ALBUQUERQUE, 1998. OP7 251.590 (+15,9%) Conclusão de Albuquerque (1998), analisando os resultados foram: • A opção (01) apresentou o maior custo principalmente pela quantidade de vigas dificultando a execução e prejudica a arquitetura. • A opção (02) é a mais econômica com uma redução de (15,1%) em relação à opção (01). • A opção (03) apresentou uma redução de (9,2%) em relação à opção (01), tem a vantagem de teto pronto não necessitando de forro. • A opção (04) apresentou uma redução de (10,8%) em relação à opção (01), tem a vantagem de teto pronto e rapidez na execução. • A opção (05) e a opção (06) apresentaram uma redução de custos em relação à opção (01) de (7,8% com uso de caixote) e de (7,8% com uso de tijolos) respectivamente. Essas opções possibilitam maior flexibilidade do pavimento. • A opção (07) teve uma redução de apenas (1,7%) em relação a opção (01), esse sistema estrutural possibilita a flexibilidade do pavimento com um número menor de pilares. De acordo com Lima et al. (2001), analisou-se o custo da estrutura de uma edificação com dez pavimentos. Na obtenção do custo final da estrutura foram computados a mão-de-obra, consumo de materiais (concreto, forma, aço e material de enchimento) e também o tempo de execução. As lajes consideradas foram: maciça tradicional, treliçada bidirecional com blocos de EPS (poliestireno expandido) e a nervurada bidirecional (tipo colméia). Foram levantados os consumos de materiais para cada um dos sistemas analisados (TABELA 32). 35 TABELA 32 – DEMONSTRATIVO DE CONSUMO DE MATERIAIS NAS LAJES Tradicional Treliçada Nervurada (Maciça) Bidirecional Bidir.(Colméia) Concreto (m3/m2) 0,17 0,071 0,106 2 Aço (kgf/m ) 10,76 7,04 6,357 Colméia (un/m2) 2,4 2 2 Forma (m /m ) 1 0,16 Linha (3”x4”) (m/m2) 0,92 0,61 0,61 Pontaletes (un/m2) 0,82 0,60 0,40 2 Treliça (kgf/m ) 1,084 Plaquetas (m/m2) 1,33 2 Aço Adicional (kgf/m ) 1,783 EPS (m3/m2) 0,074 FONTE: LIMA et al, 2001. Foram considerados na composição dos custos unitários: • As quantidades de materiais utilizados; • A mão-de-obra necessária; • Os equipamentos empregados. Conforme demonstrado na TABELA 33, TABELA 34 e TABELA 35. TABELA 33 – DEMONSTRATIVO DO CUSTO UNITÁRIO DOS INSUMOS Tradicional Treliçada Nervurada (Maciça) Bidirecional Bidir.(Colméia) Aço CA 60 (R$/kg) 1,20 1,20 1,20 Aço CA 50 (R$/kg) 110 1,10 1,10 3 Concreto (R$/m ) 135,00 135,00 135,00 Forma (R$/m2) 1,64 1,35 1,35 Linha (3”x4”) (R$/m) 4,80 4,80 4,80 Pontaletes (R$/un) 0,12 0,12 0,12 Colméia (R$/un) 4,50 (65x65) Treliça + (R$/m2) 12,55 Plaquetas EPS (R$/m3) 71,00 2 Rev. c/gesso (R$/m ) 3,90 3,90 Forro de gesso (R$/m2) 7,00 Mão de obra (R$/m2) 7,80 3,49 3,79 FONTE: LIMA et al, 2001. 36 TABELA 34 – CUSTO TOTAL POR M2 DAS LAJES Tradicional (Maciça) Concreto R$ 22,95 Aço R$ 12,91 Colméia R$ Forma R$ 1,64 Linha (3”x4”) R$ 4,42 Pontaletes R$ 0,10 Treliça + R$ Plaquetas EPS R$ Rev. c/gesso R$ 3,90 Forro de gesso R$ Mão de obra R$ 7,80 TOTAL R$/m2 53,72 FONTE: LIMA et al, 2001. Treliçada Nervurada Bidirecional Bidir.(Colméia) 9,59 14,31 8,45 7,68 10,80 0,22 2,93 2,93 0,07 0,05 12,55 5,25 3,90 3,49 46,23 7,00 3,79 46,72 TABELA 35 – DEMONSTRATIVO DO PERCENTUAL DE CADA INSUMO POR M2 DE LAJES Tradicional Treliçada Nervurada (Maciça) Bidirecional Bidir.(Colméia) Concreto (%) 43 21 31 Aço (%) 24 18 16 Colméia (%) 23 Forma (%) 3 0 Linha (3”x4”) (%) 8 6 6 Pontaletes (%) 0 0 0 Treliça + (%) 27 Plaquetas EPS (%) 11 Rev. c/gesso (%) 7 8 Forro de gesso 15 Mão de obra (%) 15 8 8 TOTAL (%) 100 100 100 FONTE: LIMA et al, 2001. Levando em consideração as tabelas citadas anteriormente e relacionando suas devidas porcentagens, os autores concluíram que a laje treliçada em detrimento da laje maciça proporciona uma economia de 15% no custo da obra. Realizou-se um estudo para verificar reutilização das formas plásticas utilizadas na laje tipo colméia confrontando com o especificado pelo fabricante (30 reutilizações). Mantendo os preços do m2 das lajes maciças e treliçada como sendo fixos ao longo do número de pavimentos analisados e a laje tipo colméia tendo o seu custo variando de acordo com o número de reutilizações, obteve-se uma redução do preço no m2 da laje tipo colméia (FIGURA 3). 37 FIGURA 3 - GRÁFICO DO COMPARATIVO ENTRE AS LAJES. FONTE: LIMA et al, 2001. Conforme o gráfico da FIGURA 3 os autores concluíram que a laje treliçada bidirecional é mais econômica até o décimo andar da edificação em estudo, e que a laje colméia torna-se mais rentável à medida que se aumenta o número de reuso, chegando a uma vida útil de até 30 (trinta) reutilizações. Merce e Oliveira (2001), analisaram um edifício residencial de 06 pavimentos, com uma área no pavimento tipo de 232,5 m2, considerando 04 concepções estruturais: convencional, treliçada, nervurada e nervurada-protendidacogumelo: Concepção convencional – os quantitativos dessa concepção foram obtidos do projeto estrutural da construtora responsável pela construção do edifício com as seguintes características, lajes com 08 (oito) centímetros, vigas com dimensões padronizadas (exceto na caixa de circulação vertical) de 10 x 48 cm e pilares de 15 x 50 cm, com (fck) igual a 20MPa, obtendo-se os seguintes valores: • Consumo de aço -17.386,01 Kg; • Consumo de concreto - 210,51 m³;. • Gastos com forma - R$ 33.166,35; • Gastos com mão-de-obra - R$ 12.710,07. 38 Concepção treliçada – foram retiradas as vigas internas mantendo-se as vigas de contorno e as da estrutura em comum. Utilizou-se uma laje unidirecional na direção do menor vão. No pavimento tipo as treliças tinham de 20 cm de altura e capa de concreto de 3 cm, ficando a laje com altura total de 23 cm, e para a laje da cobertura adotou-se as treliças com 18 cm e capa de 3 cm, tendo uma altura total de 21 cm. Foram obtidos os seguintes resultados: • Consumo de aço -13.371,75 Kg; • Consumo de concreto -228,01 m³; • Gastos com forma - R$ 19.656,33; • Gastos com mão-de-obra - R$ 7.477,51. Concepção nervurada – foram retiradas as vigas internas mantendo-se as vigas de contorno e as da estrutura em comum. O espaçamento entre as nervuras da laje foi definido pelas dimensões das formas plásticas (moldes) com (65x65x21) cm, nervuras de 5 cm e altura total da laje de 25 cm (capeamento de 4 cm). A resistência característica do concreto (fck) igual a 25MPa. Obtendo-se os seguintes valores: • Consumo de aço -16.120,62 Kg; • Consumo de concreto -184,68 m³; • Gastos com forma - R$ 41.898,42; • Gastos com mão-de-obra - R$ 9.389,32. Concepção com nervurada protendida - com a finalidade de se fazer o levantamento quantitativo da mesma, simulando um modelo estrutural que vem sendo muito adotado ultimamente. Criou-se uma estrutura com quatro pilares internos com capitéis sob lajes e protendeu-se duas faixas de 1,0 m de largura por pavimento, permaneceram apenas as vigas de contorno e as da estrutura em comum. O espaçamento entre as nervuras da laje foi definido pelas dimensões das formas plásticas (moldes) de (65x65x21) cm, nervuras de 5 cm e altura total da laje de 25 cm (capeamento de 4 cm). Obtendo os seguintes dados: • Consumo de aço -14.430,35 Kg. • Consumo de concreto -221,89 m³. • Gastos com forma - R$ 42.297,42. • Gastos com mão-de-obra - R$ 10.632,5. 39 Análise de custos das concepções estruturais em relação ao custo total da estrutura. TABELA 36 – PERCENTAGEM DE CUSTO aço concreto forma mão-de-obra treliça / EPS Convencional 20% 31% 35% 13% Treliçada 12% 29% 17% 6% 35% Nervurada 19% 29% 43% 10% Protendida 16% 33% 41% 10% FONTE: MERCE E OLIVEIRA, 2001. análise de custo aço concreto fôrma mão de obra treliça / EPS 50% 40% 30% 20% 10% 0% convencional treliçada nervurada protendida tipo de concepção FIGURA 4 – ANÁLISE DE CUSTO. FONTE: MERCE E OLIVEIRA, 2001. A conclusão dos autores conforme o resultados mostrados na TABELA 7 e nos levantamentos feitos confirmaram o alto consumo de formas para a concepção convencional, alto custo de mão-de-obra, no que se deve à execução artesanal de todo o sistema e também a grande quantidade de elementos estruturais. Para concepção nervurada e nervurada-protendida o alto valor apresentado para as formas foi devido à aquisição das formas plásticas (moldes). A redução de elementos estruturais (vigas e pilares) diminuiu os cortes nas chapas de madeiras, este fator e a possibilidade de reutilização dos moldes plásticos têm possibilitado uma obra ecologicamente correta. 40 Nas lajes treliçadas verifica-se uma redução no custo da mão-de-obra, porque este custo está incluído na fabricação das peças pré-moldadas e conseqüentemente no preço das lajes. A industrialização agiliza o processo construtivo diminuindo os gastos com a mão-de-obra na montagem das lajes. Para as lajes com nervuras protendidas o baixo custo se deve ao fato de que o sistema adotado não permite a existência de grandes vãos e cargas elevadas, conseqüentemente o consumo de cordoalhas e a área de aço de foram pequenos. Figueiredo Filho et al. (2002), realizaram uma análise de um edifício de quatro pavimentos sem elevador e com quatro apartamentos por andar, adotando-se como sistema estrutural: • sistema de lajes maciças; • sistema de lajes nervuradas pré-moldadas. A seguir apresentam-se as tabelas com consumos de materiais e mão-deobra para execução da estrutura do edifício com os dois sistemas: TABELA 37 – CONSUMO DE MATERIAIS COM LAJE PRÉ-MOLDADA Consumo de materiais totais do edifício em laje pré-moldada Superfície total: 718,32m2 Elemento Formas (m2) Volume (m3) Aço (kg) Lajes 0,00 39,82 565,00 Vigas fundo 95,51 47,66 3.047,00 Vigas lateral 426,53 ------Pilares 214,80 11,62 2.962,00 TOTAL 736,84 99,10 6.574,00 FONTE: FIGUEIREDO FILHO et al, 2002. TABELA 38 – CONSUMO DE MATERIAIS COM LAJE MACIÇA Consumo de materiais totais do edifício em laje maciça Superfície total: 718,32m2 Elemento Formas (m2) Volume (m3) Lajes 617,17 74,07 Vigas fundo 95,51 47,66 Vigas lateral 432,38 ---Pilares 214,80 11,62 TOTAL 1.359,86 133,35 FONTE: FIGUEIREDO FILHO et al, 2002. Aço (kg) 3.810,00 3.056,00 ---3.348,00 10.214,00 Com os consumos da TABELA 37 e TABELA 38 apresenta-se os custos finais dos dois sistemas estruturais. 41 TABELA 39 – CUSTO TOTAL PARA A ESTRUTURA COM LAJE MACIÇA Material/Serviço Unidade Quantidade Forma m2 550,00 3 Concreto m 133,54 Aço Kg 10.228,22 Pedreiro hora 370,35 Servente hora 1.037,00 TOTAL FONTE: FIGUEIREDO FILHO et al, 2002. Custo Unitário (R$) Custo Total (R$) 33,07 293,96 3,34 3,75 2,50 Total 18.188,50 39.255,42 34.162,25 1.388,81 2.592,50 95.587,48 TABELA 40 – CUSTO TOTAL PARA A ESTRUTURA COM LAJE PRÉ-MOLDADA Material/Serviço Unidade Quantidade Laje pré-moldada m2 718,32 Forma m2 260,00 3 Concreto m 99,10 Aço kg 6.574,00 Pedreiro hora 486,30 Servente hora 893,20 TOTAL FONTE: FIGUEIREDO FILHO et al, 2002. Custo Unitário (R$) 35,00 33,07 293,96 3,34 3,75 2,50 Custo Total (R$) 25.141,20 8.598,20 29.131,44 21.957,16 1.823,63 2.233,00 88.884,63 Figueiredo Filho et al. (2002) concluíu com os resultados apresentados anteriormente, que o custo com a mão-de-obra é quase o mesmo e a diferença entre o custo final entre os dois sistemas esta em torno de 7,5%, devem ser considerados também, ao se optar por um ou outro sistema, a facilidade de execução, a rapidez e o desperdício. Segundo Silva e Guimarães (2002), na análise de três edifícios sendo eles: • Edifício (A) - um edifício residencial com quatro pavimentos com dois apartamentos por andar, tendo o pavimento tipo uma área de 206,83m2; • Edifício (B) - com mesma arquitetura do primeiro e com 12 pavimentos; • Edifício (C) - um edifício comercial que possui alguns furos na laje para fins de "shafts", com 600,80 m2 de área no pavimento tipo, e com quatro pavimentos. Foram analisados vários tipos de alternativas estruturais para cada um dos edifícios citados acima sendo que cada tipo de análise será demonstrado a seguir. Estruturas para o edifício (A) • Estrutura A1 - estrutura convencional com lajes maciças, vigas e pilares. 42 • Estrutura A2 - estrutura convencional com lajes pré-moldadas treliçadas, vigas e pilares. O lançamento utilizado para vigas e pilares nesta estrutura é o mesmo utilizado para a estrutura A1. • Estrutura A3 - estrutura com lajes pré-moldadas treliçadas com vãos de 8,75 m. • Estrutura A4 - estrutura com laje lisa. A estrutura convencional mencionada em A1 é aquela em que as lajes se apóiam em vigas, que descarregam em pilares. E as lajes lisas são as apoiadas diretamente nos pilares e sem capitéis. Um comparativo de custos entre cada estrutura analisada é apresentado nas tabelas 41 e 42. Estrutura TABELA 41 - CUSTOS DAS ESTRUTURAS PARA O EDIFÍCIO (A) EM (R$) Elementos Horizontais Forma Total Concreto Aço Elemento Subtotal Pré - Moldado A1 37.924,00 26.724,00 - 64.648,00 57.013,00 121.661,00 (31%) (22%) (53%) (47%) (100%) A2 27.992,00 18.979,00 19.284,00 66.255,00 42.083,00 108.338,00 (26%) (17%) (18%) (61%) (39%) (100%) A3 40.397,00 16.673,00 43.035,00 100.105,00 36.482,00 136.587,00 (30%) (12%) (31%) (73%) (27%) (100%) A4 48.868,00 40.243,00 - 89.111,00 48.564,00 137.675,00 (36%) (29%) (65%) (35%) (100%) FONTE: SILVIA E GUIMARÃES, 2002. TABELA 42 – COMPARATIVO DE CUSTOS PARA O EDIFÍCIO (A) EM (R$) Estrutura A1 Estrutura A2 Estrutura A3 Estrutura A4 121.661,00 108.338,00 136.586,00 137.675,00 (100%) (89%) (112%) (113%) FONTE: SILVIA E GUIMARÃES, 2002. Analisando como referência a estrutura A1 a estrutura A2 é (11%) mais econômica, e as estruturas A3 e A4 são (12%) e (13%) respectivamente mais caras que a estrutura de referência. A diferença entre o menor e o maior custo é de (27%). Estruturas para o edifício (B) • Estrutura B1 - estrutura convencional com lajes maciças, vigas e pilares. 43 • Estrutura B2 - estrutura convencional com lajes pré-moldadas treliçada, vigas e pilares. O lançamento utilizado para vigas e pilares nesta estrutura é o mesmo utilizado para a estrutura B1. • Estrutura B3 - estrutura com laje lisa. Tem-se então um comparativo de custos entre cada estrutura analisada conforme as tabelas 43 e 44. Estrutura TABELA 43 - CUSTOS DAS ESTRUTURAS PARA O EDIFÍCIO (B) EM (R$) Materiais Permanentes Forma Total Concreto Aço Pré – Subtotal Moldado B1 126.092,00 102.091,00 - 228.183,00 182.654,00 410.837,00 (31%) (25%) (56%) (44%) (100%) B2 107.387,00 76.791,00 50.137,00 234.315,00 151.191,00 385.506,00 (28%) (20%) (13%) (61%) (39%) (100%) B3 159.586,00 137.956,00 - 297.542,00 163.971,00 461.513,00 (34%) (30%) (64%) (36%) (100%) FONTE: SILVIA E GUIMARÃES, 2002. TABELA 44 – COMPARATIVO DE CUSTOS PARA O EDIFÍCIO (B) EM (R$) B1 B2 B3 B4 410.837,00 394.487,00 385.506,00 461.513,00 (100%) (96%) (94%) (112%) FONTE: SILVIA E GUIMARÃES, 2002. Tomando-se como referência a estrutura B1, as estruturas B2 e B3 são (4%) e (6%) respectivamente mais econômicas e a estrutura B4 é (12%) mais cara. A diferença entre o menor e o maior custo é de 20%. Estruturas para o edifício (C) • Estrutura C1 - estrutura convencional com lajes maciças, vigas e pilares. • Estrutura C2 - estrutura convencional com lajes pré-moldadas treliçadas, vigas e pilares. Apresenta-se um comparativo de custos entre cada estrutura analisada conforme as tabelas 45 e 46. 44 Estrutura TABELA 45 - CUSTOS DAS ESTRUTURAS PARA O EDIFÍCIO (C) EM (R$) Materiais Permanentes Forma Total Concreto Aço Elemento Subtotal Pré – Moldado C1 161.210,00 125.688,00 - 286.898,00 148.293,00 435.191,00 (37%) (29%) (66%) (34%) (100%) C2 113.949,00 65.778,00 90.673,00 270.400,00 108.283,00 378.683,00 (30%) (17%) (24%) (71%) (29%) (100%) FONTE: SILVIA E GUIMARÃES, 2002. TABELA 46 – COMPARATIVO DE CUSTOS PARA O EDIFÍCIO (C) EM (R$) C1 C2 435.191,00 378.683,00 (100%) (87%) FONTE: SILVIA E GUIMARÃES, 2002. Verificar na TABELA 46 que a estrutura C2 teve uma redução de (13%) no custo total em relação à estrutura C1. A estrutura C2 que utilizou a laje pré-moldada treliçada, obteve os melhores resultados do que a estrutura C1 com laje maciça. A conclusão do autor que as estruturas que utilizaram lajes treliçadas prémoldadas foram as mais econômicas em função dos vãos de 3 a 4 metros. Pizzetti (2003), analisou um edifício residencial e comercial composto por um pavimento térreo de lojas, um pavimento de garagem, doze pavimentos tipos e casa de máquina, onde foi mantido o sistema estrutural convencional (Iajes, vigas e pilares) e modificando a resistência do concreto de 20 MPa até 50 MPa . Conforme as tabelas a seguir: TABELA 47 – RESULTADOS DOS PILARES Pilares Fck Volume de Concreto Área de Formas (m2) Aço (kg) (MPa) (m3) 20 270 (1) 2.415,0 (1) 23.006,0 (1) 35 200 (-26%) 2.100,0 (-13%) 16.130,0 (-30%) 50 180 (-33,3%) 1.800,0 (-25,5%) 13.900,0 (-39,5%) Custo - Concreto Custo- Formas Custo – Aço 20 R$ 51.570,0 (1) R$ 181.125,0 (1) R$ 39.110,2 (1) 35 R$ 47.600,0 (-7,7%) R$ 157.500,0 (-13%) R$ 27.421,0 (-30%) 50 R$ 61.920,0 (+20%) R$ 135.000,0( -25,5%) R$ 23.630,0 (-9,5%) FONTE: PIZZET, 2003. 45 TABELA 48 – CUSTO TOTAL PARA OS PILARES Custo Total – Pilares Fck (MPa) Total 20 35 50 FONTE: PIZZET, 2003. TABELA 49 – RESULTADO DAS VIGAS fck (MPa) 20 35 50 20 35 50 Vigas Aço (kg) 23.848,0 (1 22.810,0 (-4,4%) 21.653,0 (-9,2%) Custo – Aço R$ 40.541,60 (1) R$ 38.777,50 (-4,4%) 36.776,10 (-9,2%) FONTE: PIZZET, 2003. R$ 271.805,2 (1) R$ 233.002,1 (-14,3%) R$ 224.990,0 (-17,3%) TABELA 50 – RESULTADOS DAS LAJES fck (MPa) 20 35 50 20 35 50 Lajes Lajes 28.164,0 (1) 22.675,0 (-19,5%) 22.401,0 (-20,5%) Custo - Aço R$ 47.878,80 (1) R$ 38.547,50 (-19,5%) R$ 38.081,70 (-20,5%) FONTE: PIZZET, 2003. TABELA 51 – CUSTO TOTAL PARA AS VIGAS E LAJES 20 35 50 fck (MPa) Custo Total – Vigas e Lajes Aço (kg) FONTE: PIZZET, 2003. R$ 88.420,40 (1) R$ 77.325,00 (-12,5%) R$ 74.857,80 (-15,4%) O autor concluiu que aumentando o (fck) os ganhos em consumo e os custos nas lajes e vigas são pequenos, mas consideráveis nos pilares. Sugeriu utilizar em edifícios desse porte um (fck) de 35 MPa nos pilares e 20 a 30 MPa nas vigas e lajes, contribuindo também na durabilidade da estrutura. 2.3 MATERIAIS QUE SERÃO USADOS NAS LAJES DOS MODELOS 2.3.1 Formas plásticas (moldes plásticos) 46 Nas lajes do modelo 03 e do modelo 05 foram utilizadas formas plásticas (moldes plásticos) (FIGURA 5) e (FIGURA 6). FIGURA 5 – DETALHE DAS LAJES COM USO DE FORMAS PLÁSTICAS FONTE: CATÁLOGO ATEX, 2006. FIGURA 6 – PLANTAS DAS LAJES E SEÇÃO TRANVERSAL GENÉRICA FONTE: CATÁLOGO ASTRA, 2006. 2.3.2 O EPS – poliestireno expandido No modelo 04 utilizou-se com material de enchimento o EPS que é uma sigla internacional do Poliestireno Expandido conhecido no Brasil como isopor, resultante da polimerização do estireno em água recebendo uma adição de gás pentano como agente expansor. São industrializados em pérolas milimétricas que podem se expandir até 50 vezes quando é submetido ao vapor d’água. Expandidas, essas pérolas apresentam em seu volume 98% de ar e apenas 2% de poliestireno. FIGURA 7 – SEÇÃO TRANSVERSAL DA LAJE COM EPS FONTE: ABRAPEX, 2006. 47 2.4 ESTRUTURAS DE CONCRETO PROTENDIDO Conforme a ABNT NBR 6118:2003, concretos protendidos são aqueles nos quais parte das armaduras é previamente alongada por equipamentos especiais de protensão com a finalidade de, em condições de serviço, impedir ou limitar a fissuração e os deslocamentos da estrutura e propiciar o melhor aproveitamento de aços de alta resistência no estado limite último. Segundo Albuquerque (1998), sistema de proteção não aderente (monocordoalhas engraxadas) usado em lajes e vigas para edifícios que requerem uma proteção leve, apresenta-se como uma boa alternativa. Na FIGURA 8 apresenta-se uma montagem do sistema com o uso de monocordoalha engraxadas. FIGURA 8 – MONTAGEM DE UMA LAJE COM MONOCORDOALHAS. FONTE: REVISTA TÉCHNE, JAN 1997. Segundo Cunha e Souza (1994), vantagens das lajes protendidas são: • redução no prazo de execução da obra com as retiradas antecipadas das formas e escoramentos, diminuindo o custo do empreendimento; • quantidade de armadura (de alta resistência) menor se comparado com a laje cogumelo em concreto armado, o que facilita consideravelmente a execução e também uma diminuição no custo; • espessuras mais reduzidas o que diminui o peso próprio e o volume de concreto; 48 • com o efeito favorável da compressão, tem-se uma diminuição ou inexistência da fissuração e também menores deflexões; • possibilidade de eliminar as deformações provenientes das cargas permanentes e de uma parcela das cargas de utilização; • maior resistência ao puncionamento, obtida pela colocação adequada dos cabos de protensão na região próximas aos pilares. Os cuidados que se devem ter com as lajes cogumelo em concreto armado são quanto a verificação da resistência a punção, a limitação das flechas, as vibrações e a necessidade adequada do contraventamento da estrutura. 2.5 DIRETRIZES PARA DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ESTRUTURAL 2.5.1 Concepção estrutural Para Albuquerque (1998), “de posse do projeto arquitetônico, em geral se faz um estudo de soluções estruturais que serão analisadas por uma equipe multidisciplinar. O arquiteto apresentara restrições para manter a funcionalidade e a estética do seu projeto, o engenheiro de instalações posicionará as tubulações, o construtor indicar A n 49 • Pilares – variar as seções no pavimento tipo de máximo cinco vezes seria bom e na média a cada dez andares. 2.5.2 Desenvolvimento do projeto estrutural A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENGENHARIAL E CONSULTORIA ESTRUTURAL 50 • NBR 14931:2003 – Execução de estruturas de concreto – Procedimento. 2.5.2.2 Qualidade e durabilidade De acordo com a ABNT NBR 6118:2003, “as estruturas de concreto devem ser projetadas e construídas de modo que sob as condições ambientais previstas na época do projeto e quando utilizadas conforme preconizado em projeto conservem suas segurança, estabilidade e aptidão em serviço durante o período correspondente a sua vida útil”. TABELA 52 – CLASSES DE AGRESSIVIDADE AMBIENTAL Classe de agressividade ambiental (CAA) Agressividade I Fraca II Moderada III Forte IV Muito forte Classificação geral do tipo de ambiente para efeito do projeto Risco de deterioração da estrutura Rural Submersa 1) 2) Urbana 1) Marinha 1) 2) Industrial 1) 3) Industrial Respingos de maré 1) Insignificante Pequeno Grande Elevado Pode-se admitir um microclima com uma classe de agressividade mais branda (um nível acima) para ambientes internos secos (salas, dormitórios, banheiros, cozinhas e áreas de serviços de apartamento residenciais e conjuntos comerciais ou ambientes com concreto revestido com argamassa e pintura). 2) Pode-se admitir uma classe de agressividade mais branda (um nível acima) em: obras em regiões de clima seco, com umidade relativa do ar menor ou igual a 65%, partes da estrutura protegida de chuvas em ambientes predominantemente secos, ou regiões onde chove raramente. 3) Ambientes quimicamente agressivos, tanques indústrias, galvanoplastia, branqueamento em indústrias de celulose e papel, armazéns de fertilizantes, indústrias químicas. FONTE: TABELA 6.1 DA ABNT NBR 6118:2003. TABELA 53 – CORRESPONDÊNCIA ENTRE CLASSE DE AGRESSIVIDADE QUALIDADE DO CONCRETO Concreto Relação água/aglomerante em massa Classe de concreto (ABNT NBR 53) Tipo CA CP CA CP I Classe de agressividade (tabela 24) II III IV ≤ 0,65 ≤ 0,60 ≤ 0,55 ≤ 0,45 ≤ 0,60 ≤ 0,55 ≤ 0,50 ≤ 0,45 ≥ C20 ≥ C25 ≥ C30 ≥ C40 ≥ C25 ≥ C30 ≥ C35 ≥ C40 1 O concreto empregado na execução das estruturas deve cumprir com os requisitos estabelecidos na ABNT NBR 12655. 2 CA Componentes e elementos estruturais de concreto armado. 3 CP Componentes e elementos estruturais de concreto protendido. FONTE: TABELA 7.1 DA ABNT NBR 6118:2003. E 52 2.5.2.3 Dimensões limites De acordo com a ABNT NBR 6118:2003, a prescrição de valores limites mínimos para as dimensões de elementos estruturais de concreto tem como objetivo evitar um desempenho inaceitável para os elementos estruturais e propiciar condições de execução adequadas. • Vigas e vigas paredes – a seção transversal das vigas não deve apresentar largura menor que 12 cm, e das vigas parede menor que 15 cm. Estes limites podem ser reduzidos, respeitando-se um mínimo absoluto de 10 cm em casos excepcionais sendo obrigatoriamente respeitadas as seguintes condições: alojamento das armaduras e lançamento e vibração do concreto. • Pilares e pilares parede – a menor dimensão da seção transversal deve ser 19 cm, em casos especiais permite-se às dimensões entre 19 cm e 12 cm, multiplicando as ações no dimensionamento por um coeficiente adicional (γγn ) e acordo com a (tabela 57). TABELA 56 – VALORES DO COEFICIENTE ADICIONAL (γγn) a ≥ 19 18 17 16 15 14 13 12 γn 1,00 1,05 1,10 1,15 1,20 1,25 1,30 1,35 γn= 1,95 - 0,05 b; b é a menor dimensão da seção transversal do pilar. NOTA O coeficiente γn deve majorar os esforços solicitantes finais de cálculo nos pilares, quando de seu dimensionamento. FONTE: TABELA 13.1 DA ABNT NBR 6118:2003. • Lajes maciças – devem respeitar os seguintes limites mínimos para a espessura: - lajes de cobertura não em balanço adotar 5 cm; - lajes de piso ou de cobertura em balanço adotar 7 cm; - lajes que suportem veículos de peso total ( 30 KN) adotar 10 cm; - lajes que suportem veículos de peso total (30 KN) adotar 12 cm; - lajes com protensão adotar 15 cm. 53 • Lajes nervuradas - quando não houver tubulações horizontais embutidas, a espessura da mesa deve ser maior ou igual a 1/15 da distância entre nervuras e não menor que 3 cm. com valor mínimo absoluto de 4 cm existindo tubulações embutidas de diâmetro máximo 12,5 mm. A espessura das nervuras não deve ser inferior a 5 cm, e nas nervuras com espessura menor que 8 cm não devem conter armadura de compressão. Para o projeto das lajes nervuradas devem ser obedecidas as seguintes condições: - para lajes com espaçamento entre eixos de nervuras menor ou igual a 60 cm, pode ser dispensada a verificação da flexão da mesa, e para a verificação do cisalhamento da região das nervuras, permite-se a consideração dos critérios de laje; - para lajes com espaçamento entre eixos de nervuras entre 60 cm e 110 cm, exige-se a verificação da flexão da mesa e as nervuras devem ser verificadas ao cisalhamento como vigas; permite-se essa verificação como lajes se o espaçamento entre eixos de nervuras for menor que 90 cm e a espessura média das nervuras for maior que 12 cm; - para lajes nervuradas com espaçamento entre eixos de nervuras maior que 110 cm, a mesa deve ser projetada como laje maciça, apoiada na grelha de vigas, respeitando-se os seus limites mínimos de espessura. 2.5.2.4 Deslocamentos limites De acordo com ABNT NBR 6118:2003, os deslocamentos limites são valores práticos utilizados para verificação em serviço do estado limite de deformações excessivas da estrutura. Para os efeitos desta Norma são classificados nos quatro grupos básicos a seguir relacionados e devem obedecer aos limites estabelecidos na tabela 58. 54 TABELA 57 – LIMITES PARA DESLOCAMENTOS FONTE: TABELA 13.2 DA ABNT NBR 6118:2003. 55 3 METODOLOGIA 3.1 INTRODUÇÃO Para obter o consumo de materiais aplicados (concreto, aço e formas) dos seis sistemas estruturais de um edifício residencial de múltiplos pisos, foram elaborados os projetos estruturais completos com todos os detalhamentos utilizando o software de cálculo estrutural CAD/TQS para windows - versão 12.6. O programa utilizado no desenvolvimento do trabalho é de propriedade da empresa Kalkulo Projetos Estruturais Ltda com sede em Curitiba – PR. Segundo Covas e Belk (1999), no desenvolvimento do projeto estrutural de concreto armado o engenheiro deve possuir uma grande capacitação técnica na realização da concepção estrutural, análise, dimensionamento, detalhamento e desenho dos sistemas estruturais, porque cada projeto difere do outro na forma, dimensões dos elementos e solicitações. Envolve uma série de trabalhos repetitivos no tratamento das informações técnicas e extensas operações de cálculo. Na escolha do melhor sistema estrutural o projetista na maioria das vezes recorre a um processo interativo para escolher a melhor solução, realizando modelagem, análise, avaliação e revisão dos elementos estruturais, até que atendam os quesitos construtivos e as necessidades do projeto. Com esse enfoque, os softwares para projetos surgem como uma importante ferramenta de que o projetista estrutural necessita. O projeto estrutural constitui a representação gráfica de todos os elementos resistentes da construção como lajes, vigas, pilares, escadas, caixas d’água e blocos ou sapatas de fundação. Estes elementos devem contemplar uma estrutura que deve ser elaborada a partir do projeto arquitetônico específico, encomendado pelo empreendedor e elaborado pelo arquiteto. Estes elementos além de satisfazer as condições de segurança estrutural, durabilidade e funcionalidade, devem também satisfazer o projeto arquitetônico e os projetos de instalações. O produto final do projeto estrutural é um conjunto de desenhos que representam em duas dimensões todos os elementos do sistema estrutural (vigas, pilares, blocos, lajes, escadas, etc) com suas dimensões e detalhamentos das armaduras. Antes do uso do computador tais desenhos eram feitos à mão (por desenhistas) sobre pranchetas, em uma folha de papel, utilizando o lápis ou a 56 caneta com tinta nanquim. Com o uso do computador tais desenhos passaram a ser feitos com o auxílio de programas específicos de cálculo e desenho, em arquivos eletrônicos. A utilização de um software de cálculo estrutural requer do projetista uma boa formação teórica e uma noção precisa de ordem de grandeza para avaliar os dados obtidos. Muita experiência é necessária para evitar problemas com o seu uso. Ressalta-se ainda que a computação gráfica não é uma "máquina de projetar" automática, mas sim uma ferramenta poderosa para auxiliar os projetistas no desenvolvimento dos seus projetos. 3.2 O SOFTWARE CAD/TQS E AS AÇÕES UTILIZADAS NO CÁLCULO ESTRUTURAL DOS MODELOS 3.2.1 O software CAD/TQS 57 3.2.2 Ações utilizadas - carregamentos Ações permanentes - de acordo com ABNT NBR 6120:1980, adotou-se como peso específico aparente dos materiais: • tijolos furados: 13 kN/m3; • argamassa de cal, cimento e areia: 19 kN/m3; • concreto armado: 25 kN/m3. Para o revestimento dos pisos e dos tetos, adotou-se: 1 kN/m2, usual nos escritórios de projetos. Para os blocos de concreto foi adotado o peso específico aparente de: 14 KN/m3, (RAMALHO ; CORRÊA, 2003) utilizado no modelo 02. Para o poliestireno expandido (EPS) foi considerado: 0,18 KN/m3, (FRANÇA ; FUSCO,1997) utilizado no modelo 04. Ações variáveis para edifícios residenciais - de acordo com NBR 6120:1980, adotou-se: • dormitórios, sala, copa, cozinha e banheiro: 1,5 KN/m2; • despensa, área de serviço e banheiros: 2 kN/m2; • escadas sem acesso ao público: 2,5 kN/m2; • casa de máquinas (incluindo o peso das máquinas) a ser determinado em cada caso, porém com um valor mínimo de: 7,5 kN/m2. Ações variáveis referentes à ação do vento (CURITIBA-PR) – de acordo com ABNT NBR 6123:1988, adotou-se: • velocidade básica do vento: Vo=42 m/s; • fator do terreno: S1=1; • categoria IV, classe da edificação B: S2=variável ao longo da altura da edificação; • fator estatístico: S3=1; • vento na direção (00-1800): Cax=1,25; • vento na direção (900-2700): Cay=1,20. 58 4 APRESENTAÇÃO DO PROJETO ARQUITETÔNICO E DO PROJETO ESTRUTURAL 4.1 INTRODUÇÃO Neste capítulo são apresentados o projeto arquitetônico do edifício residencial e o projeto estrutural de todos os modelos objeto deste estudo, com os resumos quantitativos dos materiais aplicados. 4.2 PROJETO ARQUITETÔNICO O projeto arquitetônico do edifício residencial com 12 pavimentos é de autoria do escritório Ricardo Amaral Arquitetos Associados com sede em Curitiba PR, o qual foi cedido gentilmente para este estudo. Na realização do estudo foram feitas pequenas alterações no pavimento térreo, com a retirada da cisterna sob a central de aquecimento e de uma galeria que liga a escada com as garagens do lado esquerdo do prédio. O projeto arquitetônico é composto dos seguintes pavimentos: • pavimento térreo com área construída de 379,0 m2 (FIGURA 9); • primeiro pavimento com área construída de 402,0 m2 (FIGURA 10); • dez pavimentos tipos com área total construída de 3.425,0 m2 (FIGURA 11); • pavimento de cobertura do tipo e casa de máquinas com área construída de 36,0 m2(FIGURA 12); • pavimento de cobertura da casa de máquinas e barrilete com área construída de 36,0 m2 (FIGURA 13); • caixa d`água com área construída de 72,0 m2 (FIGURA 13). A área total construída de todos os pavimentos é de 4.350,0 m2. Na concepção estrutural do edifício foram considerados todos os pavimentos acima relacionados. 59 4.2.1 Pavimento térreo FIGURA 9 – ARQUITETÔNICO DO PAVIMENTO TÉRREO 60 4.2.2 Primeiro pavimento FIGURA 10 – ARQUITETÔNICO DO PRIMEIRO PAVIMENTO 61 62 4.2.4 Pavimento de cobertura do tipo e casa de máquinas FIGURA 12 – ARQUITETÔNICO DO PAVIMENTO DE COBERTURA DO TIPO E C. MAQ 63 4.2.5 Pavimento de cobertura da casa de máquinas, barrilete,caixa d`água e corte esquemático do edifício FIGURA 13 - ARQUITETÔNICO DO PAVIMENTO DE COBERTURA DA C.MAQ, BARRILETE, CAIXA D`ÁGUA E CORTE ESQUEMÁTICO DO PRÉDIO 64 4.3 PROJETO ESTRUTURAL 4.3.1 Modelo 01 – sistema estrutural convencional com laje maciça Este sistema estrutural é composto de lajes maciças que se apóiam sobre vigas que, por sua vez, apóiam-se em outras vigas ou pilares. Trata-se de um sistema ainda muito utilizado na região metropolitana de Curitiba, apresentando desvantagens e vantagens conforme abaixo relacionadas. Desvantagens do sistema: • algumas obras apresentam grande consumo de concreto, aço e formas; • as lajes maciças têm seus vãos limitados, principalmente em função do seu peso próprio; • as limitações dos vãos das lajes maciças, conduzem a uma maior quantidade de vigas; • a produtividade construtiva da obra fica prejudicada em função das quantidades de vigas; • os recortes das formas, devido às quantidades de vigas, diminuem os seus reaproveitamentos. Vantagens do sistema: • com a existência de muitas vigas estabelece-se a possibilidade de se formarem mais pórticos que contribuirão na rigidez da estrutura de contraventamento; • o pavimento tem menores deformações, porque as lajes maciças contribuem na rigidez das vigas; • mão-de-obra existente bastante treinada para sua execução 65 4.3.1.1 Forma do estrutural do pavimento térreo do modelo 01 FIGURA 14 – FORMA DO ESTRUTURAL DO PAVIMENTO TÉRREO DO MODELO 01 Na composição de custos do sistema estrutural do modelo 01, a fundação com estacas pré-moldadas foi considerada. 66 4.3.1.2 Forma do estrutural do primeiro pavimento do modelo 01 FIGURA 15 – FORMA DO ESTRUTURAL DO PRIMEIRO PAVIMENTO DO MODELO 01 67 68 4.3.1.4 Forma do estrutural do pavimento de cobertura do modelo 01 FIGURA 17 – FORMA DO ESTRUTURAL DA COBERTURA DO MODELO 01 69 4.3.1.5 Formas dos estruturais do piso e da cobertura da casa de máquinas, caixa d`água e corte esquemático do edifíciodo modelo 01 FIGURA 18 – FORMAS DOS ESTRUTURAIS DO PISO E DA COBERTURA DA C.MAQ, CAIXA D`ÁGUA E CORTE ESQUEMÁTICO DO EDIFÍCIODO MODELO 01 70 4.3.2 Modelo 02 – sistema estrutural com laje lisa nervurada utilizando como material de enchimento blocos de concreto Este modelo é semelhante a um projeto estrutural que a empresa Kalkulo Projetos Estruturais Ltda com sede em Curitiba-PR, realizou para um edifício residencial construído na cidade de Joinville-SC no ano de 1997, o qual foi cedido gentilmente para o estudo deste trabalho. Do projeto original foram alteradas as dimensões de alguns pilares e também criado um núcleo rígido no poço dos elevadores (pilar P11). Estas alterações foram necessárias principalmente devido à nova exigência da norma ABNT NBR 6118:2003, para consideração de deslocamentos limites. A evolução natural do sistema estrutural convencional com laje maciça, deu-se com a utilização de lajes lisas nervuradas. Foram retiradas algumas vigas do primeiro pavimento, do tipo e da cobertura em relação ao modelo 01. As lajes lisas nervuradas são constituídas por um conjunto de nervuras solidarizadas por uma mesa de concreto e entre as quais são colocados materiais de enchimento. Neste modelo o material de enchimento são blocos de concreto que tem a função de modelar as nervuras e deixar plana a superfície inferior. As lajes do modelo 02 possuem a altura total de 18 cm, com capa de concreto de 4 cm, nervuras de 8 cm e dois blocos de concreto como material de enchimento de (14 x 19,5 x 39) cm em cada módulo de (47 x 47) cm,(FIGURA 19). FIGURA 19 – DETALHE DAS LAJES NERVURADAS DO MODELO 02 71 As lajes lisas nervuradas estão apoiadas diretamente nos pilares, nas vigas externas e nas vigas da região da escada e dos elevadores. Estas vigas em relação ao modelo 01 foram mantidas para dar mais estabilidade a estrutura. Este sistema apresenta algumas desvantagens e vantagens conforme abaixo relacionadas. Desvantagens do sistema: • a quantidade menor de vigas define menos pórticos de contraventamento, tendo como conseqüência a perda da estabilidade global da estrutura; • a perda da estabilidade global, conduz ao aumento das dimensões das vigas e dos pilares; • a concretagem das lajes se torna mais complexa, principalmente para concretos bombeados que pode deslocar os blocos de concreto da sua posição; • apresenta uma certa dificuldade na sua montagem, se comparadas com as lajes maciças; • os painéis de lajes são maiores,conduzindo a maiores deformações; • o peso próprio dos blocos de concreto dificulta o transporte e a montagem da laje. Vantagens do sistema: • economia no consumo de concreto se comparado com a laje maciça; • redução do peso próprio; • maior inércia da laje para um mesmo volume de concreto de uma laje maciça; • aumento na produtividade construtiva da obra, por possuir poucas vigas; • poucos recortes das formas devido a menor quantidade de vigas, possibilitando um maior reaproveitamento; • pouca interferência na planta de arquitetura, devido a menor quantidade de vigas. 72 73 74 75 4.3.2.4 Forma do estrutural do pavimento de cobertura do modelo 02 FIGURA 23 – FORMA DO ESTRUTURAL DA COBERTURA DO MODELO 02 76 4.3.2.5 Formas dos estruturais do piso e da cobertura da casa de máquinas, caixa d`água e corte esquemático do edifíciodo modelo 02 FIGURA 24 – FORMAS DOS ESTRUTURAIS DO PISO E DA COBERTURA DA C.MAQ, CAIXA D`ÁGUA E CORTE ESQUEMÁTICO DO EDIFÍCIODO MODELO 02 77 4.3.3 Modelo 03 - sistema estrutural com laje lisa nervurada utilizando como material de enchimento formas plásticas Este modelo também possui lajes lisas nervuradas com as mesmas vigas e pilares do modelo 2. A diferença está na modulação das nervuras, na altura da laje e no material de enchimento, que neste caso foram utilizadas formas plásticas. As lajes lisas nervuradas do modelo 03 possuem a altura total de 20 cm, com capa de concreto de 5 cm, nervuras com dimensões médias de 8 cm, e módulos de (60 x 60) cm (FIGURA 25). FIGURA 25 – DETALHE DAS LAJES NERVURADAS DO MODELO 03 As vantagens das formas plásticas do modelo 03 comparado com os blocos de concreto do modelo 02 são: • mais leves; • facilidades na montagem das lajes; • menor quantidade de escoramentos (cimbramento). A desvantagem está no uso do forro de gesso acartonado, que em certos tipos de obra, o seu custo é maior que o chapisco o emboço e o reboco do teto. 78 4.3.3.1 Forma do estrutural do pavimento térreo do modelo 03 FIGURA 26 – FORMA DO ESTRUTURAL DO PAVIMENTO TÉRREO DO MODELO 03 O projeto estrutural do pavimento térreo do modelo 03 é igual ao do modelo 02, com uma pequena diferença no quantitativo do aço e no comprimento das estacas pré-moldadas da fundação. 79 80 81 4.3.3.4 Forma do estrutural do pavimento de cobertura do modelo 03 FIGURA 29 – FORMA DO ESTRUTURAL DA COBERTURA DO MODELO 03 4.3.3.5 Formas dos estruturais do piso e da cobertura da casa de máquinas, caixa d`água e corte esquemático do edifíciodo modelo 03 Este pavimento é igual ao do modelo 02 82 4.3.4 Modelo 04 - sistema estrutural com laje nervurada utilizando como material de enchimento EPS (poliestireno expandido - isopor) No modelo 04 foram retirados seis pilares (P7, P8, P9, P20, P21, P22) em relação ao modelo 02, para uma análise do sistema estrutural das lajes com vãos maiores. As lajes lisas nervuradas deste modelo possuem a altura total de 25 cm, capa de concreto de 5 cm, nervuras com dimensões de 8 cm, módulos de (40 x 40) cm com material de enchimento EPS (FIGURA 30). FIGURA 30 – DETALHE DAS LAJES NERVURADAS DO MODELO 04 As vantagens são as mesmas do modelo 03, mas a diferença principal é que podem ser aplicados chapisco, emboço e reboco no revestimento dos tetos das lajes, utilizando-se aditivos adesivos. 83 84 85 4.3.4.3 Forma do estrutural do pavimento tipo do modelo 04 FIGURA 33 – FORMA DO ESTRUTURAL DO PAVIMENTO TIPO DO MODELO 04 86 4.3.4.4 Forma do estrutural do pavimento de cobertura do modelo 04 FIGURA 34 – FORMA DO ESTRUTURAL DA COBERTURA DO MODELO 04 4.3.4.5 Formas dos estruturais do piso e da cobertura da casa de máquinas, caixa d`água e corte esquemático do edifíciodo modelo 04 Este pavimento é igual ao do modelo 02 87 4.3.5 Modelo 05 - sistema estrutural com laje lisa nervurada utilizando como material de enchimento formas plásticas Este modelo também possui lajes lisas nervuradas com as mesmas vigas e al d pilares do modelo 4, s stitu do o materi 88 4.3.5.1 Forma do estrutural do pavimento térreo do modelo 05 FIGURA 36 – FORMA DO ESTRUTURAL DO PAVIMENTO TÉRREO DO MODELO 05 O projeto estrutural do pavimento térreo do modelo 05 é igual ao do modelo 04, com uma pequena diferença no quantitativo do aço e no comprimento das estacas pré-moldadas da fundação. 89 90 4.3.5.3 Forma do estrutural do pavimento tipo do modelo 05 FIGURA 38 – FORMA DO ESTRUTURAL DO PAVIMENTO TIPO DO MODELO 05 91 92 4.3.6 Modelo 06 - sistema estrutural com laje lisa maciça com o uso de protensão não aderente (monocordoalha engraxada) Neste modelo foi usada a protensão não aderente com uso da monocordoalha engraxada. Essa tecnologia vem sendo utilizada de maneira ascendente no Brasil. De acordo com Albuquerque (1998), Giroldo (2003) e Cauduro (2006), apresentam algumas vantagens e desvantagens deste sistema: Vantagens do sistema: • tem custos menores que protensão aderente; • dispensa bainha metálica e posterior injeção de nata de cimento; • as cordoalhas são de fácil manuseio, colocação e fixação; • a operação de protensão bastante simplificada; • maior excentricidade das cordoalhas para as lajes com pequena altura; • menor perda por atrito; • melhor controle de flechas; • redução de fissuras; • maiores vãos e menor quantidade de pilares; • formas simples e de fácil montagem e desmontagem. Desvantagens do sistema: • a execução de furos e colocação de chumbadores nas peças concretadas devem ser evitados, para não cortar as cordoalhas e conseqüentemente perda total da protensão; • falhas nas ancoragens, ocorre desativação instantânea da protensão da monocordoalha; • não recomendado para ambientes agressivos. 93 FIGURA 40 – CABOS POSICIONADO NAS FORMAS EM FAIXAS E DISTRIBUÍDOS REGULARMENTE FONTE: MANUAL PARA A BOA EXECUCAO DE ESTRUTURAS PROTENDIDAS USANDO CORDOALHAS ENGRAXADAS E PLASTIFICADAS (CAUDURO, 2006). 94 95 4.3.6.2 Forma do estrutural do primeiro pavimento do modelo 06 FIGURA 42 – FORMA DO ESTRUTURAL DO PRIMEIRO PAVIMENTO DO MODELO 06 96 4.3.6.3 Forma do estrutural do pavimento tipo do modelo 06 FIGURA 43 – FORMA DO ESTRUTURAL DO PAVIMENTO TIPO DO MODELO 06 97 4.3.6.4 Forma do estrutural do pavimento de cobertura do modelo 06 FIGURA 44 – FORMA DO ESTRUTURAL DA COBERTURA DO MODELO 06 4.3.6.5 Formas dos estruturais do piso e da cobertura da casa de máquinas, caixa d`água e corte esquemático do edifíciodo modelo 04 Este pavimento é igual ao do modelo 02 98 4.4 RESUMOS QUANTITATIVOS DOS MATERIAIS APLICADOS DOS MODELOS 4.4.1 Modelo 01 TABELA 58 - RESUMO QUANTITATIVO DE MATERIAIS DO MODELO 01 ELEMENTOS Blocos Vigas Lajes Pilares TOTAL GERAL CONCRETO (m3) 29,0 219,6 339,2 186,2 774,0 AÇO (kg) 2.505,0 24.384,0 21.734,0 15.717,0 64.340,0 TABELA 59 - FUNDACÃO DO MODELO 01 MATERIAL FORMAS (m2) 115,0 3.319,0 3.847,6 2.181,4 9.463,0 QUANTIDADE (m) 1.004,0 Estacas pré-moldadas de concreto (30x30) cm 4.4.2 Modelo 02 TABELA 60 - RESUMO QUANTITATIVO DE MATERIAIS DO MODELO 02 ELEMENTOS Blocos Vigas Lajes Pilares TOTAL GERAL CONCRETO (m3) 57,0 141,9 366,7 209,4 775,0 AÇO (kg) 3.301,0 14.053,0 20.956,0 15.933,0 54.243,0 TABELA 61 - CONSUMO DE BLOCOS DE CONCRETO DO MODELO 02 MATERIAL Blocos de concreto de (14x19,5x39) cm TABELA 62 - FUNDAÇÃO DO MODELO 02 MATERIAL Estacas pré-moldadas de concreto (30x30) cm FORMAS (m2) 131,0 2.174,0 3.880,0 2.403,0 8.588,0 QUANTIDADE 28.032,0 QUANTIDADE (m) 990,0 99 4.4.3 Modelo 03 TABELA 63 - RESUMO QUANTITATIVO DE MATERIAIS DO MODELO 03 ELEMENTOS Blocos Vigas Lajes Pilares TOTAL GERAL CONCRETO (m3) 57,0 141,9 389,7 209,4 798,0 AÇO (kg) 2.693,0 14.187,0 17.019,0 12.659,0 46.558,0 TABELA 64 - CONSUMO DE FORMAS PLÁTICAS DO MODELO 03 MATERIAL Formas plásticas (moldes) por pavimento FORMAS (m2) 131,0 2.152,0 3.880,0 2.407,0 8.570,0 QUANTIDADE 742,0 TABELA 65 - FUNDAÇÃO DO MODELO 03 MATERIAL QUANTIDADE QU (m) 946,0 Estacas pré-moldadas de concreto (30x30) cm 4.4.4 Modelo 04 TABELA 66 - RESUMO QUANTITATIVO DE MATERIAIS DO MODELO 04 ELEMENTOS Blocos Vigas Lajes Pilares TOTAL GERAL CONCRETO (m3) 57,7 133,1 441,7 179,0 811,5 AÇO (kg) 2.672,0 14.643,0 27.183,0 11.555,0 56.053,0 FORMAS (m2) 114,0 2.077,2 3.978,3 2.047,5 8.217,0 8 TABELA 67 - CONSUMO DE EPS (ISOPOR) DO MODELO QERIAL m 0.048 Tc (179)Tj 20.16 m 0.048 BT /R 100 4.4.5 Modelo 05 TABELA 69 - RESUMO QUANTITATIVO DE MATERIAIS DO MODELO 05 ELEMENTOS Blocos Vigas Lajes Pilares TOTAL GERAL CONCRETO (m3) 57,7 133,1 494,2 179,0 864,0 AÇO (kg) 3.067,0 14.753,0 24.966,0 12.757,0 55.543,0 TABELA 70 - CONSUMO DE FORMAS PLÁTICAS DO MODELO 05 MATERIAL FORMAS (m2) 114,0 2.066,2 3.978,3 2.047,5 8.206,0 QUANTIDADE Formas plásticas (moldes) por pavimento 652,0 TABELA 71 - FUNDAÇÃO DO MODELO 05 MATERIAL QUANTIDADE (m) 928,0 Estacas pré-moldadas de concreto (30x30) cm 4.4.6 Modelo 06 TABELA 72 - RESUMO QUANTITATIVO DE MATERIAIS DO MODELO 06 ELEMENTOS Blocos Vigas Lajes Pilares TOTAL GERAL CONCRETO (m3) 57,7 133,1 639,2 179,0 1.009,0 TABELA 73 - PROTENSÃO DO MODELO 06 MATERIAL Aço de protensão CP-190 RB 12,7 mm TABELA 74 - FUNDAÇÃO DO MODELO 06 MATERIAL Estacas pré-moldadas de concreto (30x30) cm AÇO (kg) 3.097,0 18.355,0 30.836,0 18.470,0 70.758,0 FORMAS (m2) 114,0 2.125,2 3.978,3 2.047,5 8.265,0 AÇO (kg) 11.844,0 QUANTIDADE (m) 1.008,0 101 5 ANÁLISE DE CUSTOS DOS MODELOS 5.1 CONSUMO DE MATERIAIS E ÍNDICES Para avaliar a estrutura projetada em relação ao consumo de materiais, os projetistas estruturais e também algumas construtoras, utilizam os seguintes índices: • espessura média (EM) – relação entre o volume total de concreto (VC) e as áreas estruturadas do edifício (AE); • taxa de aço 1 (TA1) – relação entre consumo total de aço (CA) e o volume total de concreto (VC); • taxa de aço 2 (TA2) - relação entre consumo total de aço (CA) e as áreas estruturadas do edifício (AE); • taxa de aço 3 (TA3) – relação entre consumo total de aço de protensão (CAP) e as áreas estruturadas com protensão (AEP); • índice de forma (IF) – relação entre área total de formas (AF) e as áreas estruturadas do edifício (AE). A área estruturada total de cada modelo analisado (AE= 4.544,0 m2), e para o modelo 06 as áreas estruturadas com protensão (AEP= 3.440,0 m2). Estes índices de consumo de materiais básicos, somente têm sentido para obter os quantitativos de materiais em estruturas de concreto armado para projetos arquitetônico semelhantes. 5.1.1 Consumo de materiais e índices dos modelos Na TABELA 75 e na TABELA 76, serão apresentados todos os modelos com os seus consumos de materiais e os índices. Relação dos modelos: • Modelo 01 – sistema estrutural convencional com laje maciça; • Modelo 02 - sistema estrutural com laje lisa nervurada utilizando como material de enchimento blocos de concreto; • Modelo 03 – sistema estrutural com laje lisa nervurada utilizando como material de enchimento formas plásticas; 102 • Modelo 04 - sistema estrutural com laje lisa nervurada utilizando como material de enchimento EPS (poliestireno expandido-isopor); • Modelo 05 - sistema estrutural com laje lisa nervurada utilizando como material de enchimento formas plásticas; • Modelo 06 - sistema estrutural com laje lisa maciça com o uso de protensão não aderente (monocordoalha engraxada). TABELA 75 – CONSUMO DE MATERIAIS (CONCRETO, AÇO E F 103 5.1.1.1 Consumos de concreto, aço e formas dos modelos m³ Concreto 1100 1050 1000 950 900 850 800 750 700 650 600 550 500 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0 I"KAJ"J"J I"AJA"J"J"J F"AHAG"G"G FAGA"G"G"G ?"A? >">"> ? >A">">"> EA? >">"> E >A">">"> LM D ? >">"> D"A>A">">"> C ? >">"> CA>A">">"> @B? >">"> @ >A">">"> ? >">"> > 1009,0 (+30,19% ) 864,0 (+11,48% ) 774,0 (-0,13% ) 775,0 798,0 (+2,97% ) 811,5 (+4,71% ) Modelo 01 Modelo 02 Modelo 03 Modelo 04 Modelo 05 Modelo 06 j"d"j"aA"bSc dUe n"m"dc _Aak\l N"OP*OQSR QUT VWBXSR NYW*Z\[ a"`Ad"aAmc dUe n"mc m*_Sk\l a"a"Aa"_mc dUe noSc _SdAk\l ] OA^OPR Q _A`"a"a"AbSc dUe fhgi_c gBjAk\l "! #$%&' $(*) +,-./ ,01 243656798 3;:=< m² Formas 9600 9500 9400 9300 9200 9100 9000 8900 8800 8700 8600 8500 8400 8300 8200 8100 8000 7900 7800 7700 7600 7500 9463,0 (+10,19% ) 8588,0 8570,0 (- 0,21% ) 8217,0 (- 4,32% ) Modelo 01 Modelo 02 Modelo 03 Modelo 04 8206,0 (- 4,44% ) Modelo 05 8265,0 (- 3,76% ) Modelo 06 FIGURA 45 - CONSUMOS DE CONCRETO, AÇO E FORMAS DOS MODELOS 104 Na análise dos consumos, o modelo 02 foi tomado como referência para verificar as diferenças de percentagens dos materiais porque na hipótese da pesquisa (Capítulo 1) o sistema estrutural com laje lisa nervurada utilizando como material de enchimento blocos de concreto foi considerado o mais econômico. No modelo 01 verifica-se uma pequena diferença no consumo de concreto (-0,13%) com aumento no consumo de aço (+18,56%) e formas (+10,19%). Devido ás quantidades de vigas nos pavimentos tipo, o prazo de execução da estrutura é maior que nos outros modelos, como demonstrado no item 5.2.1. O modelo 03 apresenta uma diferença muito pequena no volume de concreto (-2,97%) e formas (-0,21%), com menor consumo de aço (-14,17%). Estas pequenas diferença em relação ao modelo 02 foram devido ao peso próprio das lajes, analisando somente pelo consumo de materiais. Este modelo é o mais econômico, mas tem-se levar em consideração na composição do custo final, as formas plásticas e os forros de gesso acartonados. No modelo 04 tem-se um pequeno aumento no consumo de concreto (+4,71%) e aço (+3,74%) com menor consumo das formas (-4,32%). Deve-se levar em consideração na composição do custo final o preço do EPS (isopor). Este modelo tem também vãos das lajes maiores que o modelo 02. O modelo 05 apresenta um aumento no consumo de concreto (+11,48%) e aço (+2,40%) com menor consumo das formas (-4,44%). Tem-se levar em consideração na composição do custo final, as formas plásticas e os forros de gesso acartonados. Este modelo tem os vãos das lajes iguais ao modelo 04. O modelo 06 apresenta um alto consumo de concreto (+30,19%) e aço armadura passiva (+30,45%) com menor consumo das formas (-3,76%).Tem-se levar em consideração na composição do custo final, os custos da protensão. Os vãos das lajes são maiores que o do modelo 02. Em projetos arquitetônicos semelhantes que tenham subsolo para vagas de garagens, o modelo 04 e modelo 05 apresentam-se com uma solução bastante atraente, considerando os consumos de materiais e os vãos livres. Na composição do custo final de cada modelo analisado, deve-se realizar um orçamento levando-se em consideração não somente os consumos de materiais, mas, a mão-de-obra, os equipamentos para execução, prazo de execução e a construtibilidade. 105 5.2 ANÁLISE DE CUSTOS Na composição do custo global do sistema estrutural de cada modelo, foram utilizados o banco de dados da construtora AM5 Construções Ltda com sede em Curitiba-PR, empresa com certificação do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat (PQPH) e da ISO 9001 (produtos), com muita tradição na construção de edifícios residenciais. Para fundação dos modelos, os dados foram obtidos com a empresa Silwal Sondagens e Fundações com sede em Curitiba-PR. Para o serviço de protensão com monocordoalha engraxada utilizada no modelo 06, os dados foram obtidos com a empresa Engeprot Engenharia e Protensão Ltda com sede em Curitiba-PR. Para composição do custo dos modelos foram considerados: • equipes de execução terceirizadas; • acessórios e complementos considerados no custo de mão-de-obra; • concreto usinado e bombeado; • aço adquirido cortado e dobrado; • formas dos blocos de fundação e baldrames moldadas no local; • formas de todos os pavimentos do modelo 01 foram consideradas moldadas no local; • formas dos demais modelos locadas; • complementos de formas (compensados) considerados dentro do custo de locação; • escoramento locado; • formas plásticas locadas; • forros de gesso acartonado como diferença entre chapisco o emboço e reboco de teto; • aditivos adesivos para os revestimentos sobre o EPS (isopor). Nos serviços de protensão foram considerados na mão-de-obra: • corte das cordoalhas; • lançamento e posicionamento das cordoalhas e ancoragens; • desforma e limpeza dos nichos de protensão; 106 • marcação dos cabos para medida de alongamentos; • ancoragem Monocordoalha; • cunhas bi-partidas; • acessórios plásticos (nichos e luvas); • pré-blocagem das ancoragens passivas; • protensão dos cabos; • leitura dos alongamentos obtidos. Nos itens seguintes apresentam-se os custo de cada modelo analisado. 5.2.1 Custo global e prazo de execução do modelo 01 TABELA 77 – CUSTO E PRAZO DE EXECUÇÃO DO MODELO 01 MATERIAIS MÃO-DE-OBRA TOTAL PARCIAL (R$) (R$) (R$) Concreto 185.760,0 19.350,0 205.110,0 Aço 176.163,0 90.076,0 266.239,0 Formas 98.794,0 162.774,0 261.558,0 Fundação 51.760,0 21.030,0 72.790,0 TOTAL GERAL 805.697,0 Concreto 25,46% Fundação 9,03% Aço Formas 33,05% 32,46% FIGURA 46 - CUSTO PERCENTUAL DE CADA ETAPA DO MODELO 01 PRAZO (DIAS) 180 107 5.2.2 Custo global e prazo de execução do modelo 02 TABELA 78 – CUSTO E PRAZO DE EXECUÇÃO DO MODELO 02 MATERIAIS MÃO-DE-OBRA TOTAL PARCIAL (R$) (R$) (R$) Concreto 186.000,0 19.375,0 205.375,0 Aço 148.517,0 75.940,0 224.457,0 Formas 55.737,0 90.573,0 146.310,0 Blocos de concreto 36.442,0 36.442,0 Fundação 50.940,0 20.750,0 71.690,0 TOTAL GERAL 684.274,0 PRAZO (DIAS) 120 Concreto 30,01% Fundação 10,48% Blocos de Concreto 5,33% Formas 21,38% Aço 32,80% FIGURA 47 - CUSTO PERCENTUAL DE CADA ETAPA DO MODELO 02 5.2.3 Custo global e prazo de execução do modelo 03 TABELA 79 – CUSTO E PRAZO DE EXEÇUCÃO DO MODELO 03 MATERIAIS MÃO-DE-OBRA TOTAL PARCIAL (R$) (R$) (R$) Concreto 191.520,0 19.950,0 211.470,0 Aço 108.840,0 65.181,0 174.021,0 Formas 55.737,0 90.389,0 146.126,0 Formas plásticas 11.353,0 11.353,0 Forro de gesso 63.988,0 63.988,0 Fundação 48.740,0 19.870,0 68.610,0 TOTAL GERAL 675.568,0 Concreto 31,30% Aço 25,76% Fundação 10,16% Forro de Gesso 9,47% 1,68% Formas Plásticas Formas 21,63% FIGURA 48 - CUSTO PERCENTUAL DE CADA ETAPA DO MODELO 03 PRAZO (DIAS) 120 108 5.2.4 Custo global e prazo de execução do modelo 04 TABELA 80 – CUSTO E PRAZO DE EXECUÇÃO DO MODELO 04 MATERIAIS MÃO-DE-OBRA TOTAL PARCIAL (R$) (R$) (R$) Concreto 194.760,0 20.288,0 215.048,0 Aço 127.709,0 78.474,0 206.183,0 Formas 55.225,0 86.445,0 141.670,0 EPS (isopor) 57.616,0 57.616,0 Fundação 50.700,0 19.790,0 70.490,0 TOTAL GERAL 691.007,0 PRAZO (DIAS) 120 Concreto 31,12% Fundação 10,20% EPS 8,34% Aço 29,84% Formas 20,50% FIGURA 49 - CUSTO PERCENTUAL DE CADA ETAPA DO MODELO 04 5.2.5 Custo global e prazo de execução do modelo 05 TABELA 81 – CUSTO E PRAZO DE EXECUÇÃO DO MODELO 05 MATERIAIS MÃO-DE-OBRA TOTAL PARCIAL (R$) (R$) (R$) Concreto 207.360,0 21.600,0 228.960,0 Aço 126.529,0 77.760,0 204.289,0 Formas 55.226,0 86.333,0 141.559,0 Formas plásticas 9.608,0 9.608,0 Forro de gesso 63.988,0 63.988,0 Fundação 50.000,0 19.510,0 69.510,0 TOTAL GERAL 717.914,0 Concreto 31,89% Aço 28,46% Fundação 9,68% Forro de gesso 8,91% Formas plásticas 1,34% Formas 19,72% FIGURA 50 - CUSTO PERCENTUAL DE CADA ETAPA DO MODELO 05 PRAZO (DIAS) 120 109 5.2.6 Custo global e prazo de execução do modelo 06 TABELA 82 – CUSTO E PRAZO DE EXECUÇÃO DO MODELO 06 MATERIAIS MÃO-DE-OBRA TOTAL PARCIAL PRAZO (R$) (R$) (R$) (DIAS) Concreto 242.160,0 25.225,0 267.385,0 Aço 167.553,0 99.061,0 266.614,0 Formas 55.226,0 86.935,0 142.161,0 Protensão 72.602,0 36.716,0 109.318,0 Fundação 54.480,0 21.110,0 75.590,0 TOTAL GERAL 861.068,0 120 Fundação 8,78% Concreto 31,05% Protensão 12,70% Aço 30,96% Formas 16,51% FIGURA 51 - CUSTO PERCENTUAL DE CADA ETAPA DO MODELO 06 5.3 COMPARATIVO DO CUSTO DOS MODELOS A TABELA 83 e a FIGURA 52 apresentam o comparativo do custo de todos os modelos analisados. TABELA 83 – CUSTO COMPARATIVO DOS MODELOS MODELO 01 MODELO 02 MODELO 03 MODELO 04 (R$) (R$) (R$) (R$) 805.697,0 (+17,74%) 684.274,0 675.568,0 (-1,27%) 691.007,0 (+0,98%) MODELO 05 (R$) 717.914,0 (+4,92%) MODELO 06 (R$) 861.068,0 +(25,84%) 110 R$ 1.000.000,0 861.068,0 R$ 900.000,0 805.697,0 R$ 800.000,0 R$ 700.000,0 684.274,0 717.914,0 675.568,0 691.007,0 -1,27 % + 0,98 % + 4,92 % Modelo 03 Modelo 04 Modelo 05 + 25,84 % +17,74 % R$ 600.000,0 R$ 500.000,0 R$ 400.000,0 R$ 300.000,0 R$ 200.000,0 R$ 100.000,0 R$ - Modelo 01 Modelo 02 Modelo 06 FIGURA 52 - CUSTO COMPARATIVO DOS MODELOS 5.4 COMPARATIVO DO CUSTO DAS ESTRUTURAS COM O VALOR DA EDIFICAÇÃO O edifício foi orçado de acordo com os dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Paraná – (SINDUSCON - PR) e a norma ABNT NBR 12271:1992 - Avaliação de custos unitários e preparo de orçamento de construção para incorporação de edifício em condomínio. O custo unitário básico (CUB) para o padrão H123N (H - habitação, 12 - doze pavimentos, 3 - três quartos e N – acabamento normal) é de R$=761,36/m2 (dez de 2006). A área construída do edifício é igual a 4.350,0 m2, obteve-se o custo total da edificação considerando todos os insumos pertinentes o valor de R$=4.350.000,0 (quatro milhões trezentos e cinqüenta mil reais). TABELA 84 – COMPARATIVO DO CUSTO DAS ESTRUTURAS COM O VALOR DA EDIFICAÇÃO MODELO MODELO MODELO MODELO MODELO MODELO 01 02 03 04 05 06 CUSTO (R$) 805.697,0 684.274,0 675.568,0 691.007,0 717.914,0 861.068,0 PERCENTUAL (%) 18,52 15,73 15,53 15,88 16,50 19,79 111 A hipótese principal deste trabalho foi que o sistema estrutural com laje lisa nervurada utilizando como material de enchimento blocos de concreto (modelo 02) seria o mais econômico. No entanto, o modelo 03, mostrou-se com um custo um pouco menor (diferença de -1,27%, como mostrado na TABELA 85). O sistema estrutural (modelo 02) que serviu de referência para o desenvolvimento desse trabalho, com pequenas alterações, foi utilizado pela empresa de projeto estrutural Kalkulo Projetos Estruturais para um edifício residencial construído na cidade de Joinville-SC no ano de 1997. Na época, nos estudos realizados por esta empresa consideraram a solução mais econômica. Verifica-se que o sistema estrutural orçado (modelo 02) com os custos de materiais da região metropolitana de Curitiba pode ser considerado uma alternativa economicamente viável. Para os projetos que apresentam certas semelhanças com os modelos analisados neste trabalho, é possível utilizar-se dos índices de consumos de materiais indicados na TABELA 75, e com uma análise das demais tabelas deste capítulo, obter o custo de uma estrutura de concreto. 112 6 CONCLUSÕES E SUGESTÕES 6.1 CONCLUSÕES Como existe uma variedade de sistemas estruturais possíveis para um mesmo projeto arquitetônico, em alguns casos os projetistas estruturais encontram dificuldades para analisar qual a solução mais econômica para o projeto estrutural. Na análise econômica devem ser levados em conta fatores como: • consumo de materiais; • mão-de-obra; • métodos construtivos; • racionalização; • prazo de execução; • construtibilidade; • sustentabilidade. A utilização de software para projetos estruturais tem permitido aos projetistas (calculistas) lançar várias alternativas estruturais obtendo de um modo rápido os consumos de materiais. Desta forma, as construtoras podem avaliar os custos das estruturas propostas. Esta fase de análise é muito importante porque o custo da estrutura pode variar entre 15% a 20% do custo da edificação, como demonstrado no Capítulo 5. O modelo 01 - sistema estrutural convencional com laje maciça - tem um custo de +17,74% maior que o modelo de referência (modelo 02) e 18,52% em relação ao custo da edificação. As formas e o prazo de execução oneraram esta solução que é muito utilizada na região metropolitana de Curitiba. O modelo 03 - sistema estrutural com laje lisa nervurada utilizando como material de enchimento formas plásticas – apresentou um diferencial de custo de -1,27% em relação ao modelo 02 e 15,53% em relação ao custo da edificação. É uma solução interessante para as instalações com a utilização dos forros de gesso. O modelo 04 - sistema estrutural com laje lisa nervurada utilizando como material de enchimento EPS (poliestireno expandido-isopor) apresentou um diferencial de custo de +0,98% em relação ao modelo 02 e 15,88% em relação ao custo da edificação. Verifica-se que esta solução apresenta uma diferença mínima 113 de custo com o modelo 02. É recomendada para edifícios que tenham subsolo determinado para garagens em função de vãos maiores entre os pilares. Permite também alteração no leiaute do apartamento quando solicitado pelo cliente sendo um forte argumento de venda para a construtora. Essa solução não necessita de forro de gesso. O modelo 05 - sistema estrutural com laje lisa nervurada utilizando como material de enchimento formas plásticas - apresentou um diferencial de custo de +4,92% em relação ao modelo 02 e 16,50% em relação ao custo da edificação. Essa solução tem a mesma distribuição de pilares que o modelo 04 possuindo portanto as mesmas vantagens. O Modelo 06 - sistema estrutural com laje lisa maciça com o uso de protensão não aderente (monocordoalha engraxada) - tem um diferencial de custo de +25,84% em relação ao modelo de referência (modelo 02) e 19,79% em relação ao custo da edificação. Para este projeto arquitetônico não é uma solução recomendada. O modelo 03 apresentou um diferencial de custo de -1,27% em relação ao modelo 02, em grande parte devido ao custo de locação das formas plásticas que foi considerado no orçamento R$0,17/unidade/dia, valor bastante reduzido em função da concorrência. Essa solução não foi adotada pela empresa Kalkulo Projetos Estruturais porque na época (1997) o valor de locação era aproximadamente 5(cinco) vezes maior. A escolha de um sistema estrutural para um determinado projeto arquitetônico não é uma tarefa simples. Requer dos profissionais envolvidos, arquitetos e engenheiros, conhecimento dos métodos construtivos, dos materiais empregados, da durabilidade, da segurança estrutural e da funcionalidade que se pretende para a construção. 6.2 SUGESTÕES PARA DESENVOLVIMENTO DE TRABALHOS FUTUROS Apresentam-se a seguir algumas sugestões de sistemas estruturais que poderiam ser desenvolvidos: • substituir no modelo 01 as lajes maciças por lajes nervuradas prémoldadas treliçadas; 114 • substituir no modelo 02 as lajes lisas nervuradas com material de enchimento blocos de concreto, por lajes nervuradas pré-moldadas treliçadas; • substituir no modelo 02 os blocos de concreto por EPS (isopor); • substituir no modelo 06 as lajes lisas maciças com protensão não aderente por sistema aderente; • substituir no modelo 06 as lajes lisas maciças por lajes nervuradas com protensão não aderente, usando como material de enchimento formas plásticas. 115 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBUQUERQUE, A.T. 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