produção de mudas de porta-enxerto de limão

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PRODUÇÃO DE MUDAS DE PORTA-ENXERTO DE LIMÃO-CRAVO EM
TUBETES SOB DIFERENTES SUBSTRATOS
Érika Andressa da Silva1, Bruno Montoani da Silva 2, Franciane Diniz Cogo 3 ,
Larissa Maia de Oliveira 4
1. Graduanda em Agronomia, bolsista Iniciação Cientifica da Fapemig, Universidade
Federal de Lavras, Lavras-MG, Brasil ( [email protected]).
2. Mestrando em Ciência do Solo, Universidade Federal de Lavras, Lavras-MG,
Brasil.
3. Mestranda em Ciência do Solo, Universidade Federal de Lavras, Lavras-MG,
Brasil.
4. Graduanda em Agronomia, bolsista Iniciação Cientifica CNPq, Universidade
Federal de Lavras, Lavras-MG, Brasil.
Data de recebimento: 07/10/2011 - Data de aprovação: 14/11/2011
RESUMO
Com objetivo de avaliar o efeito de diferentes substratos combinados a fontes de
fertilizantes no crescimento de mudas de limão-cravo (Citrus limonia Osbeck) foi
instalado um experimento em blocos casualizados, com 13 tratamentos formados
pelas combinações entre os fatores em estudo: três fertilizantes minerais comerciais
(Osmocote®, Yoorin® e Granulado Bioclástico®), dois de resíduos orgânicos (casca
de arroz carbonizada e turfa) e como testemunha o substrato comercial puro
(Plantimáx). Para avaliação do desenvolvimento das mudas, foram consideradas as
seguintes características: altura da planta (AP), o número de folhas (NF),
comprimento radicular (CR), massa seca da parte aérea (MSPA), massa seca
radicular (MSR). Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância, com a
aplicação do teste de F ao nível de 5% de significância e aos testes de normalidade
dos erros e de homocedasticidade de variâncias, respectivamente por meio dos
testes de Shapiro-Wilks e Bartlett.Com base nas diferenças de crescimento,
recomenda-se a utilização dos substratos a base de turfa e casca de arroz
carbonizada em associação ao fertilizante de liberação lenta Osmocote®.
PALAVRAS-CHAVE: Osmocote®, cultivo sem solo, fontes de nutrientes.
SEEDLINGS OF ROOTSTOCK RANGPUR LIME IN TUBES UNDER
DIFFERENTSUBSTRATES
ABSTRACT
In order to evaluate the effect of different substrates combined sources of fertilizeron
the growth of seedlings of Rangpur lime (Citrus limonia Osbeck) was installed
in a randomized block experiment with 13 treatments formed by combinations off
actors in the study: three commercial mineral fertilizers (Osmocote ®, Yoorin ® and
granulate bioclastic ®), two organic wastes (rice hulls and peat) and commercial
substrate as shown by the pure (Plantimax). To evaluate the development
of seedlings, we considered the following characteristics: height plant (HP), the
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number of leaves (NL), root length (RL), shoot dry mass (SDM), root dry
mass (RDM). The data were subjected to analysis of variance, with the application of
the F test at 5% significance and tests of normality of errors and homoscedasticity of
variances, respectively through the Shapiro-Wilks tests and Bartlett.Com based on
differences in growth, we recommend the use of the base substrate of peat and rice
hulls in combination with slow-release fertilizer Osmocote ®.
KEYWORDS: Osmocote ®, soilless culture, nutrient sources.
INTRODUÇÃO
A citricultura apresenta expressiva importância na economia brasileira,
existem vestígios de que a produção está aumentando gradualmente (NEVES, et al.,
2000; NEVES, et al., 2001). Neste contexto da citricultura, o Brasil ocupa posição de
destaque no mercado internacional de suco concentrado de laranja, tendo exportado
1,2 milhões de toneladas em 2010 (SANTOS, 2011). Estimativas indicam que a
produção total do ano-safra 2010/11 deve girar em torno de 352.871.787 caixas de
40,8kg (Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB, 2011).
Diante do exposto, a preocupação com formação das mudas cítricas
utilizadas como porta-enxerto chama atenção em função do alto custo com a
formação de pomares. Como estratégia, busca-se diminuir os prejuízos com o
replantio, além da produção de mudas uniformizadas capazes de formar um stand
homogêneo.
Neste aspecto, salienta-se que mudas de qualidade ou bem desenvolvidas
são aquelas que sobrevivem e desenvolvem bem após o plantio no campo
(JOHNSON & CLINE, 1991). Para a formação de mudas de citrus, várias cultivares
podem ser utilizadas como porta-enxerto, dentre as variedades o limão-cravo (Citrus
limonia Osbeck), tem sido utilizado com maior freqüência por apresentar
características favoráveis, tais como, a tolerância à tristeza dos citrus, déficit hídrico,
facilidade de obtenção de sementes e indução de crescimento às copas nele
enxertadas (POMPEU JÚNIOR, 2005).
Entre os fatores que afetam a qualidade das mudas de porta-enxerto de citrus
a fertilização do substrato pode influenciar as características de crescimento,
principalmente quando se trata do uso de tubetes. A composição do substrato
influencia diretamente as características físicas e químicas dos substratos (FERRAZ
et al., 2005).
O substrato é determinante no desenvolvimento sadio das mudas de portaenxerto, uma vez que é a primeira fonte nutritiva e qualquer mudança na sua
composição pode alterar a formação das plantas. A função do substrato é servir de
suporte estrutural para as plantas, além de fornecer água e nutrientes (FERREIRA et
al., 2009, FERMINO et al., 2010). Diversos materiais têm sido utilizados na formação
de mudas em tubetes, isoladamente ou em combinações, enfatizando-se a
vermiculita, a serragem, o bagaço de cana, a acícula e casca de pinus, a casca de
arroz carbonizada e a turfa (GUIMARÃES et al., 1998, BOSA et al., 2003).
A casca de arroz carbonizada apresenta boa drenagem, eficiente oxigenação
para as raízes, relativa estabilidade de estrutura, baixa densidade e pH próximo à
neutralidade (MELLO, 2006). Há relatos de que a adição de casca de arroz
carbonizada a outros materiais contribuiu na melhoria das propriedades físicas do
substrato (COUTO et al., 2003, DIAS et al., 2010).
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A turfa é um material que pode ser utilizado para compor o substrato, sendo
de origem vegetal, e, contém elevado teor de magnésio, nitrogênio, ferro e atua
como condicionadora de características físicas e químicas (CAVALCANTE et al.,
2008). FOCHESATO et al. (2007), verificaram maior crescimento vegetativo de
porta-enxerto de citrus em substratos que continham turfa em sua composição.
Neste contexto, esse estudo foi realizado com o objetivo de avaliar o
crescimento das mudas de porta-enxerto de limão-cravo (Citrus limonia Osbeck)
em tubetes sob diferentes substratos.
METODOLOGIA
O trabalho foi realizado na casa de vegetação do Departamento de
Fruticultura da Universidade Federal de Lavras – UFLA, MG, no período de Julho de
2009 a fevereiro de 2010.
O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com 13 tratamentos
formados pelas combinações entre os fatores em estudo: três fertilizantes minerais
comerciais (Osmocote®, Yoorin® e Granulado Bioclástico®), dois resíduos
orgânicos (casca de arroz carbonizada e turfa) e como testemunha o substrato
comercial puro (Plantimáx), com os percentuais distribuídos conforme na Tabela 1.
Para a fertilização mineral dos substratos, utilizou-se o fertilizante de liberação
lenta Osmocote® (formulação 15-10-10 de NPK; 0,02 % B; 0,05 % Cu; 0,50 % Fe;
0,10 % Mn; 0,004 % Mo; 0,05 % Zn, 3,00 % Ca; 1,50 % Mg e 3,00 % S) na
dosagem de 2,5 kg m-3 de substrato, termofosfato magnesiano Yoorin® Máster
(17,5% P2O5; 20% Ca; 9% Mg; 0,55% Zn; 0,10% B; 0,05% Cu; 0,12% Mn; 0,006%
Mo) na quantidade de 5,0 kg m-3 de substrato e o Granulado Bioclástico® na
dosagem de 35 g/tubete. Os fertilizantes foram incorporados aos substratos antes do
enchimento dos tubetes, conforme usualmente praticado pelo viveirista.
TABELA 1. Caracterização dos tratamentos e o percentual.
Tratamentos
Combinações
T1
Osmocote® + turfa 75% + casca de arroz carbonizada 25%
T2
Osmocote® + turfa 50% + casca de arroz carbonizada 50%
T3
Osmocote® + turfa 25% + casca de arroz carbonizada 75%
T4
Osmocote® + casca de arroz carbonizada 100%
T5
Controle Plantimáx comercial
T6
Yoorin® + turfa 75% + casca de arroz carbonizada 25%
T7
Yoorin® + turfa 50% + casca de arroz carbonizada 50%
T8
Yoorin® + turfa 25% + casca de arroz carbonizada 75%
T9
Yoorin® + casca de arroz carbonizada 100%
T10
Granulado Bioclástico® + turfa 75% + casca de arroz carbonizada 25%
T11
Granulado Bioclástico® + turfa 50% + casca de arroz carbonizada 50%
T12
Granulado Bioclástico® + turfa 25% + casca de arroz carbonizada 75%
T13
Granulado Bioclástico® + casca de arroz carbonizada 100%
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Para o preparo das mudas foram utilizadas sementes de limão `Cravo' (Citrus
limonia Osbeck), que após extraídas do fruto foram lavadas em água corrente e
secas por 48 horas. Para a quebra de dormência e visando uma melhor germinação,
as sementes foram mergulhadas em um béquer contendo álcool 70% por 40
segundos. A semeadura foi realizada em tubetes plásticos (capacidade de 50 cm3)
de forma direta. Em seguida colocaram-se os recipientes em telado coberto por
sombrite com 50% de luminosidade e irrigação por micro aspersão.
São apresentados na Tabela 2 os resultados das análises químicas dos
substratos antes de receberem a fertilização mineral.
TABELA 2. Resultado da análise química dos substratos antes de receberem a
fertilização mineral.
Componentes
pH
MO N-total N-amônico N-nitrato
B
Cu
Fe
Água
Plantimax
CAC 75% + T 25%
CAC 50% + T 50%
5,2
7,0
6,7
41
40
27
0,90
0,50
0,50
210
50,0
50,0
84,0
106
37,0
6,70 57,0 5,64
13,0 14,0 3,03
3,20 17,0 2,85
CAC 25% + T 75%
6,4
21
0,50
87,0
34,0
2,60 22,0 3,06
Mn
mg Kg-1
Zn
152
450
314
223
48,0
45,0
29,0
27,0
Plantimax
CAC 75% + T 25%
CAC 50% + T 50%
CAC 25% + T 75%
......%......
..........................mg Kg-1..........................
Substrato
K
P
Na
Ca
Mg
S
-1
…….……………………g kg …………………….......
1,40
0,80
0,50
0,40
1,40
2,80
1,50
1,30
0,20
0,20
0,20
0,30
3,00
1,30
1,00
1,10
2,60
0,50
0,60
0,70
1,00
0,90
1,50
1,50
*CAC: Casca de arroz carbonizada; T: Turfa.
Para avaliação do desenvolvimento das mudas, foram consideradas as
seguintes características: altura da planta (AP), o número de folhas (NF),
comprimento radicular (CR), massa seca da parte aérea (MSPA), massa seca
radicular (MSR). Para determinação da massa seca as mudas de limão-cravo foram
lavadas em água corrente destilada. Foi determinada a altura da planta e o
comprimento da raiz com auxílio de uma régua graduada em centímetros e as
massas secas da parte aérea e do sistema radicular, em gramas. Tais massas foram
medidas após a separação da planta por meio de um corte na altura do colo, sendo
as partes colocadas separadamente em sacos de papel e submetidas à secagem
em estufa com circulação forçada de ar, à temperatura de 60ºC, até atingirem peso
constante.
Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância, com a aplicação
do teste de F ao nível de 5% de significância e aos testes de normalidade dos erros
e de homocedasticidade de variâncias, respectivamente por meio dos testes de
Shapiro-Wilks e Bartlett. Todos os testes foram realizados utilizando-se o programa
JMP 5.1 (SAS Institute, Cary, NC).
.
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados dos testes Shapiro-Wilks, para a normalidade e Bartlett
homocedasticidade, atestam não existir discrepâncias acentuadas entre as
variâncias residuais. Por isto em seguida, os dados foram submetidos ao teste de F
que indicou diferença significativa (p<0,05) entre os tratamentos.
Comparando-se os diferentes tratamentos (Tabela 3), verificou-se que as
características altura de planta, número de folhas, massa seca da parte aérea,
massa seca radicular e massa seca total foram significativas, sendo que os
tratamentos T1, T2, T3 e T4 se diferenciaram dos demais, provavelmente pela
presença de Osmocote®, que pode ter provido o melhor desenvolvimento das
plantas. Estes resultados corroboram com os encontrados por SCIVITTARO et al.
(2004), que constatou em suas pesquisas sobre os efeitos do Osmocote® no
desenvolvimento de mudas de limão cravo para porta-enxerto que, à medida que se
aumentaram as quantidades das doses deste fertilizante, ocorreu aumento no
diâmetro do caule, na produção de matéria seca da parte aérea e na acumulação de
N, P, K, Mg e B.
Tal resultado é de fundamental importância, visto que tais características
representam o crescimento vegetativo das plantas, sendo por meio do sistema
radicular que as plantas assimilam os nutrientes disponíveis no substrato e, pela
parte aérea que é segurada a energia solar e o dióxido de carbono atmosférico, que
permite a produção adequada de foto assimilados, os quais serão redistribuídos
para outras partes não fotossintetizantes da planta (BELTRÃO, 1999). A relação
entre a altura da planta e o comprimento de sua raiz (AP/CR), também apresentou
diferenças significativas, com tendência para valores superiores na presença de
Osmocote®. E, para a relação massa seca da parte aérea e a massa seca das
raízes (MSPA/MSR) não houve diferença significativa, com resultado semelhante
entre todos os tratamentos. De acordo com GOMES & PAIVA (2004), quanto menor
o índice adquirido pela relação entre a altura da planta e o comprimento da raiz,
maior é a capacidade de as mudas resistirem após a transferência do viveiro para o
campo.
TABELA 3. Valores médios para a altura da planta (AP), massa seca total (MST),
número de folhas (NF), comprimento radicular (CR), massa seca da
parte aérea (MSPA), massa seca radicular (MSR), e relações entre as
massas secas (MSPA/MSR) e altura de planta e comprimento radicular
(AP/CR).
T5
13,4
7,67 b 8,08
0,95 a
1,17 b
AP b 11,4
CR a 5,18
NF b MSPA
MSRc 15,7
MSTc MSPA/MSR
AP/CR
T6
13,4
Tratamentos
(cm)b 12,0
(cm)a 5,00
(un)b 10,0
(g) a 12,1
(g) b
22,2
(g) b
0,84
(g) a
1,12
(g) b
T7
T1
13,4
19,1 b
a 11,7
11,4 a 5,26
10,4 b
a 7,84
12,3 b
a 10,0
12,8 b
a
17,9 a
c
25,2
0,84
0,96 a
1,14
1,68 b
a
T8
T2
14,9
16,1 b
a 11,3
12,0 a 5,77
9,69 b
a 10,7
12,8 a 10,4
14,7 b
a
21,1
27,6 b
a
1,09
0,88 a
1,32
1,58 b
a
T9
T3
13,3
b
18,6 b
a 11,7
11,5 a 5,10
10,5 b
a 8,33
11,5 b
a 11,3
16,2 a
19,6
27,8 b
a
0,75
0,72 a
1,14
1,61 b
a
T10
T4
13,0
9,6 aa 4,87
7,85 a
c
20,3 b
a 11,0
9,61 b
a 7,34
13,5 b
a 15,9
15,2 a
c
29,5
0,93
0,85 a
1,39
1,84 b
a
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T11
10,7 b 10,8 a 4,84 b 8,87 b 8,07 c
16,9 c
1,09 a
1,03 b
T12
11,0 b 11,2 a 5,75 b 7,58 b 8,56 c
16,1 c
0,89 a
0,99 b
T13
12,9 b
11,1a
27,8 a
0,72 a
1,17 b
CV (%)
12.3
8.15
13.85
21.59
16.46
10,5 a 11,5 a 16,2 a
7.92
20.07
15.56
As médias seguidas da mesma letra nas colunas não diferem entre si pelo teste de F
a 5% de probabilidade.
Destaca-se que o T13 apresentou plantas com MST, MSPA, e NF
equivalentes aos tratamentos T1, T2, T3 e T4, que alcançaram os melhores
resultados. Ressalta-se ainda que o T13 apresentou um desenvolvimento do
sistema radicular tão bom quanto os tratamentos T1, T2, T3 e T4, visualizado pela
CR e MSR. Sugere-se que o uso de casca de arroz carbonizada pura, em
associação ao Granulado Bioclástico® apresenta uma boa opção de substrato,
quando da ausência de turfa. O que pode ser confirmado pelo T4, em que não foi
adicionado turfa na sua composição.
Quanto ao T5, tratamento controle, observa-se que houve menor MSR e os
tratamentos com Yoorin® para MSR diferiram da testemunha e do Granulado
Bioclastico® por apresentar maior teor de Cálcio, o que consequentemente
promoveu o maior desenvolvimento das raízes.
Contudo, os tratamentos com Osmocote® foram superiores. Estes resultados
possivelmente se devem as propriedades de liberação lenta de nutrientes deste
fertilizante, pois as mudas eram irrigadas por aspersão constantemente o que pode
ter levado a uma maior lixiviação de nutrientes nos tratamentos sem Osmocote®,
uma vez que estes liberam rapidamente os nutrientes para o meio.
Atualmente, é sábio que os fatores nutricionais influenciam o crescimento e a
morfologia de órgãos particulares das plantas de maneira específica. Como as
raízes são os órgãos de maior contato direto com o ambiente nutricional da planta,
elas são especialmente propensas a serem afetadas por esse ambiente (EPSTEIN &
BLOOM, 2004). Neste aspecto, devido ao carregamento dos seus nutrientes pela
água de irrigação, os tratamentos que não continham Osmocote® não foram
capazes de suprir as necessidades das raízes de forma adequada o que resultou em
mudas com qualidade inferior.
Os beneficios da adição do fertilizante mineral de liberação lenta Osmocote®
combinado com os resíduos orgânicos casca de arroz carbonizada e turfa ao
substrato para mudas de porta-enxerto de limão cravo também foram observados,
tanto para a MSPA , MSR quanto para a MST (tabela 3), se comparado ao
tratamento controle. Resultados semelhantes foram encontrados por autores como
DEL QUIQUI et al. (2004) que estudando os efeitos de diferentes substratos
acrescidos de fertilizantes na produção de mudas de eucalipto, concluíram que a
utilização de fontes de nutrientes de liberação lenta permitiu maior produção de
matéria seca e maior acúmulo de nutrientes na parte aérea em comparação com
fontes de nutrientes de liberação rápida.
Resultados evidenciando a eficiência de fertilizante de liberação lenta em citros
foram reportados por MENDONÇA et al. (2004) e YAMANISHI et al. (2004) que
estudaram os efeitos do Osmocote® sobre a produção de mudas de outras espécies
de frutíferas, espécies florestais e do próprio limão cravo. SERRANO et al. (2006)
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relata que os nutrientes encapsulados por resinas especiais são liberados por meio
de estruturas porosas e atingem o sistema radicular das plantas mais lentamente
garantindo a manutenção de um sincronismo entre a liberação de nutrientes ao
longo do tempo e as necessidades nutricionais, favorecendo o crescimento e
desenvolvimento das plantas.
Já os resultados encontrados para T13 (tabela 3) se devem a ação combinada da
casca de arroz com o fertilizante Granulado Bioclástico®, uma vez que este
apresenta uma atividade muito intensa relacionada à sua elevada superfície
específica. E ainda, por ser um organo-mineral, a solubilidade pode chegar até oito
vezes mais que o calcário de rocha, proporcionando maior eficiência na ação
corretiva e disponibilização de nutrientes, resultando num bom desempenho
produtivo das plantas.
Em relação aos parâmetros MSR e MST observa-se pela tabela 3 que os
tratamentos T10, T11 e T12 apresentaram desempenho inferior aos demais
tratamentos, demonstrando que as formulações a base de turfa e casca de arroz
carbonizada associadas ao fertilizante Granulado Bioclástico® pode não ser
interessante para produção de mudas cítricas. Contudo, conforme MELO (2002), os
efeitos do Granulado Bioclástico® podem não ter se expressado nas mudas, uma
vez que seus efeitos significativos se dão nos teores de sólidos totais dos frutos. Por
isto, sugere-se á necessidade de estudos mais profundos em relação à ação
acumulativa deste fertilizante sobre o desenvolvimento das plantas em fase de
produção.
CONCLUSÕES
Os resíduos orgânicos de casca de arroz carbonizada e turfa combinado com
o fertilizante de liberação lenta Osmocote® influenciam o desenvolvimento das
mudas de porta-enxerto de limão cravo, propiciando mudas com melhor qualidade.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem ao Departamento de Ciência do Solo da UFLA,
Departamento de Fruticultura da UFLA, a Fapemig e CNPq, pela bolsa de estudo
aos autores.
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