1 UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL PROF. DR. EDUARDO GASQUES REFORMA ORTOGRÁFICA DA LÍNGUA PORTUGUESA As mudanças já entram em vigor a partir de 2009. O período de transição, durante o qual as duas ortografias podem coexistir, estender-se-á até 31 de dezembro de 2012. O Acordo unifica a ortografia do português em Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Brasil e Portugal. O português é a sétima língua mais falada no planeta, contando com 230 milhões de usuários, dos quais 185 milhões na vertente brasileira. Os dez idiomas mais falados no mundo 1º Chinês 2º Hindi 3º Inglês 4º Espanhol 5º Bengali (Língua oficial de Bangladesh e segunda mais falada na Índia) 6º Árabe 7º Português 8º Russo 9º Japonês 10º Alemão Mesmo sendo a língua oficial em 8 países, há apenas duas variantes de ortografia: a brasileira e a portuguesa, já que os demais países adotam o modelo de Portugal. Com as modificações, calcula-se que 0,5% das palavras em português brasileiro terão a escrita alterada. Na ortografia de Portugal, a mudança será mais representativa, atingindo 1,6% do vocabulário. Por esse motivo, o país terá um prazo maior, de seis anos, para se adaptar. A reforma justifica-se por constituir o português o único idioma de cultura com duas ortografias oficiais, ocorrência que atrapalha a divulgação do idioma e sua prática em eventos internacionais e diplomáticos. A unificação tenciona favorecer a definição de critérios para exames e certificados de português para estrangeiros, beneficiar o intercâmbio entre os países lusófonos e facilitar a emissão de documentos oficiais. Vale lembrar que apenas a grafia das palavras será unificada entre os membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. A pronúncia, as relações gramaticais e as diferenças nos significados das palavras em cada país permanecem as mesmas. O Acordo ortográfico foi assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990, por Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique. Timor Leste aderiu em 2004, depois de ter conquistado sua independência da Indonésia. No Brasil, a reforma da língua 2 foi aprovada pelo Decreto Legislativo nº. 54, de 18 de abril de 1995, e sancionada em cerimônia na Academia Brasileira de Letras em 29 de setembro de 2008, data que marcou o centenário da morte do escritor Machado de Assis. A reforma unifica a ortografia de cerca de 98% do vocabulário geral da língua portuguesa. 1- Alfabeto O alfabeto da língua portuguesa passa a incorporar as letras K, Y e W e a contar ao todo com 26 letras. ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ As novas regras não autorizam seu uso irrestrito; não se permite, por exemplo, que passe a se escrever Kilo no lugar de quilo. Devemos usar K, W e Y nos seguintes casos: 1- Nomes próprios de pessoas (os chamados antropônimos) em outras línguas e seus derivados como: William, Kafka e Kafkiano ou Taylor e Taylorista. Byron e byroniano; Darwin e darwinismo. 2- Nomes geográficos (os chamados topônimos) como de regiões, países e cidades como: Kuwait, kuwaitiano. 3- Siglas, símbolos e unidades de medida universais – como K para designar potássio em química ou o uso de kg para quilograma, km (quilômetro), kw (kilowatt), TWA, KLM. 2- Alguns encontros consonantais 1- Nomes próprios e palavras estrangeiras são aceitas combinações que não cabem em português: o sh em Shakespeare (o famoso escritor inglês) ou mt em Comte (de Auguste Comte, filósofo francês). Show; playboy; playground; windsurf; kung fu; Kafka; web. 2- Nomes próprios de tradição bíblica que terminem em ch, ph, th devem ser simplificados. Se as consoantes são pronunciadas, como em Baruch e Loth, a simplificação (no caso, Baruc e Lot) é facultativa. Se as consoantes não são pronunciadas, como em Joseph, Beth e Judith, elas devem ser adaptadas. Nos exemplos, passam a ser José, Bete e Judite. Para efeitos legais, deve-se manter a ortografia dos nomes próprios registrados em cartório. 3- Sempre que possível, nomes de países e cidades em outras línguas devem ser grafados em sua forma correspondente em português: Nova 3 Iorque (e não New York), Zurique (e não Zürich), Quebeque (e não Québec). Os termos que não possuem versão em português, como Washington, Los Angeles e Buenos Aires, devem manter a grafia original. 3- Minúsculas 1- A letra minúscula é usada para designar nomes de meses, estações do ano e dias de semana. Exemplos: janeiro, agosto, inverno, primavera, quarta-feira, sábado e domingo. O mesmo vale para as palavras sicrano, beltrano e fulano. 2- Os pontos cardeais também são escritos com letra minúsculas. Exemplos: norte, sul, sudeste. Suas abreviaturas, no entanto, são escritas em maiúsculas: N (norte), NE (nordeste), O (oeste). Obs.: quando os pontos cardeais ou equivalentes são usados de forma absoluta, isso é, para indicar toda uma região, eles são escritos com letras maiúsculas. Por exemplo: um dos principais pontos turísticos do Brasil é o Nordeste (ou seja, a região nordeste brasileira). É notável o crescimento econômico do Oriente (referindo-se a todo o hemisfério oriental). 3- O uso da letra minúscula é facultativo nos seguintes casos: 1- Citações biográficas (com exceção da primeira palavra e dos termos obrigatoriamente grafados com maiúscula, como nomes próprios). Assim, pode-se escrever tanto Memórias Póstumas de Brás Cubas quanto Memórias póstumas de Brás Cubas. Obs.: atenção, em trabalhos acadêmicos, obedecer às normas da ABNT que poderá não ser facultativo o uso de maiúsculas e minúsculas. 2- Formas de tratamento e reverência (os chamados axiônimos) e nomes sagrados que designam crenças religiosas (os hagiônimos): Santa Isabel ou santa Isabel e Senhor Doutor João da Silva ou senhor doutor João da Silva. 3- Nomes que designam domínios do saber, cursos e disciplinas: Português ou português; Educação Física ou educação física; Artes Plásticas ou artes plásticas. Obs.: atenção, em textos acadêmicos, sempre padronizar a opção do início ao fim do trabalho. 4- Maiúsculas 1- A letra maiúscula inicial é sempre usada nos seguintes casos: 4 Nomes próprios, sejam eles reais (Machado de Assis) ou fictícios (Branca de Neve). 2- Nomes de lugares, sejam eles reais (Brasil) ou fictícios (Atlântida). 3- Nomes de seres antropomorfizados (semelhantes ao homem) ou mitológicos: Adamastor (gigante mítico referido por Luís de Camões em Os Lusíadas), Zeus (deus da mitologia greco-romana). 4- Nomes que designam instituições: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 5- Nomes de festas e festividades: Páscoa, Natal. 6- Títulos de jornais e revistas, que devem ser sempre grafados em itálico: Conhecimento Prático Língua Portuguesa. 7- Siglas, abreviaturas ou símbolos usados internacional ou nacionalmente com maiúsculas não necessariamente apenas na letra inicial): IBGE, H2O. 2- Letra maiúscula inicial é facultativa em termos de reverência, formas de tratamento cortês (chamados de áulicos) ou de hierarquia. O uso também é facultativo em inícios de versos e em termos que classificam locais públicos (rua, largo, avenida), assim como templos e edifícios: Avenida ou avenida Paulista, Igreja ou igreja do Bonfim, Palácio ou palácio da Cultura. Obs.: Na língua inglesa, nomes de meses e dias de semana são grafados com letra maiúscula e, devido à difusão do idioma no Brasil e ao fato de que em Portugal os meses eram escritos em maiúscula antes do Acordo, muita gente passou a adotar a prática. Por isso, fique atento: meses e dias de semana são grafados com minúscula. 5- Trema Antes do Acordo, o trema só era empregado na ortografia em vigor no Brasil, já tendo sido eliminado de Portugal. E, mesmo por aqui, o sinal caíra em desuso por grande parte da população. Por esse motivo, resolveu-se extingui-lo de vez. 1- O trema deixa ser adotado nas palavras em língua portuguesa ou aportuguesadas. 5 (O trema era colocado sobre a letra ü com pronúncia átona, nos encontros gu ou qu seguidos de e ou i). Obs.: é uma reforma apenas ortográfica, a Prosódia não sofre nenhuma alteração. Exemplos: cinquenta, linguiça, tranquilo, sequência, sequestro, aguentar, frequente, antiguidade, pinguim, bilíngue, etc. 2- O trema permanece nas palavras estrangeiras e seus derivados, como Führer, Müller, Hübner e hübneriano. 6- Acentuação O sistema de acentuação gráfica foi o tópico que mais sofreu mudanças com a reforma ortográfica, especialmente na vertente brasileira do idioma. As regras de acentuação do pré-Acordo foram definidas pela Reforma Ortográfica de 1911 e têm como função assinalar tanto a tonicidade (ou seja, a sílaba mais forte) quanto o timbre das vogais. Exatamente por isso, são tantas as diferenças entre as regras de acentuação de Portugal e do Brasil, diferenças que sempre constituíram sério entrave nas tentativas de unificação da língua. Muitas das vogais que soam abertas em Portugal e nos países africanos e, por isso, recebem acento agudo, têm o timbre fechado na pronúncia brasileira, levando acento circunflexo. Exemplos: gênio (Brasil) e génio (Portugal), cômodo (Brasil) e cómodo (Portugal), econômico (Brasil) e económico (Portugal), entre outros. Para respeitar as diferenças, o Acordo prevê a dupla grafia na maioria desses casos. Não por acaso, a esse tema dedicou-se o maior número de bases do Acordo. 1- Deixam de ser acentuados os ditongos abertos ei, oi, das palavras paroxítonas. Exemplos: ideia, assembleia, Coreia, paranoico, jiboia, heroico, apoio, alcateia, asteroide, boia, colmeia, estreia, alcaloide, epopeia, joia, odisseia, plateia, tramoia, boleia, onomatopeia, geleia, plebeia, paleozoico, Troia, Galileia, androide, apoia, celuloide, claraboia, debiloide, estoico, paranoia, etc. Obs.: a reforma não alterou as regras de acentuação das palavras oxítonas ou monossílabos tônicos. Assim, os ditongos abertos ei, oi, eu das oxítonas ou monossílabos tônicos continuam a ser acentuados. Exemplos: 6 Anéis, herói, fiéis, papéis, chapéu, Ilhéu, remói, constrói, troféu, pastéis, mausoléu, escarcéu, etc. Monossílabos tônicos: dói, réu, réis, céu, véu, etc. 2- Deixam de ser acentuadas as palavras paroxítonas com i e u tônicos (mais fortes) que vierem depois de ditongo. Antes do Acordo Feiúra, Sauípe, boiúno (relativo ou próprio de boi), baiúca (taberna), bocaiúva (tipo de árvore). Depois do Acordo Feiura, Sauipe, boiuno, baiuca, bocaiuva, boiuna (sucuri), cauila (avarento), reiuno, cheiinho, saiinha, taoismo, maoismo, Guaiba, suaile (grupo etnolinguístico). Obs.: como apenas as regras das paroxítonas foram alteradas, o acento é mantido em palavras proparoxítonas em que o i e o u tônicos vierem depois de ditongo, como em maiúscula e feiíssimo. O mesmo vale para palavras paroxítonas em que o i e o u não vierem depois de ditongo, como em cafeína, saúde e viúvo, ou para palavras oxítonas em que o i e o u depois do ditongo estão em posição final ou seguidos de s, como tuiuiú e Piauí. 3- Deixam de ser acentuadas as palavras paroxítonas cujo u tônico (mais forte) venha depois das letras g ou q seguidas de e ou i (gue/qui e gui/qui). Obs.: é uma regra que abrange poucas palavras, pouco usada e conhecida já na norma anterior. Seria a mesma norma do trema, só que a vogal u tem pronúncia tônica e não átona, como no trema. Antes do Acordo Depois do Acordo Averigúe Apazigúe Obliqúe Argúem / argúi / argúis/redargúi Apropinqúe (apropinquar-se = aproximar) averigue apazigue oblique arguem /redargui apropinque 7 4- Alguns verbos terminados em guar, quar e quir, como aguar (e derivados), averiguar, apaziguar, enxaguar, apaniguar, apropinquar, desaguar, obliquar e delinquir, passam a aceitar a dupla grafia, variando de acordo com as pronúncias em algumas formas do presente do indicativo, do presente do subjuntivo e do imperativo. Estes verbos e seus afins, por oferecerem duas possibilidades de pronúncias, com tonicidade na vogal u ou nas vogais a / i, permitem duas formas de acentuação. No primeiro caso, não devem ser acentuadas: Verbo averiguar Averiguo Averiguas Averigua Averiguam Averigue Averigues Averiguem Verbo enxaguar enxaguo enxaguas enxagua enxaguam enxague enxagues enxaguem Verbo delinquir delinquo delinques delinque delinquem delinqua delinquas delinquam “u” mais forte, essas formas deixam de ser acentuadas No segundo caso, mais comum no Brasil, devem ser acentuados o “a” ou o “i”: Averíguo Averíguas Averígua Averígua Averíguam Averígue Averígues Averíguem enxáguo enxáguas enxágua enxáguam enxágue enxágues enxáguem enxáguem delínquo delínques delínque delínquem delínqua delínquas delínquam delínquam Apesar de, com o Acordo, as duas formas passarem a ser corretas, vale notar que, no Brasil, a pronúncia com a e i nas sílabas tônicas, é a mais comum. Obs.: aceitando o segundo caso, a tônica nas vogais a e i, justifica-se o acento por uma norma de acentuação simples e conhecida, que não foi alterada: paroxítona terminada em ditongo crescente acentua-se. Exemplos: Língua, ânsia = enxáguo, averíguo, delínquo. Obs.: as paroxítonas terminadas em ditongo crescente, no Acordo Ortográfico atual, são chamadas de proparoxítonas aparentes. 8 “SEM ALTERAÇÃO” 5- Usa-se acento circunflexo na terceira pessoa do plural dos verbos TER e VIR, para distingui-la da terceira pessoa do singular: Ele tem ele vem Eles têm eles vêm A regra é válida também para os verbos derivados de ter e vir: manter, conter, deter, intervir, provir, convir, reter, advir, obter, etc. Ele mantém, contém, intervém, provém, convém. Eles mantêm, contêm, intervêm, provêm, convêm. Obs.: com acento agudo é uma norma conhecida, oxítona terminada em “em” acentua-se. 6- Desaparece o acento circunflexo do hiato “eem” da terceira pessoa do plural (eles) do presente do indicativo ou subjuntivo dos verbos ler, dar, crer, ver e seus derivados (ledecreve). Eles leem, deem, creem, veem. E seus derivados: eles releem, desdeem, descreem, preveem. Obs.: o singular recebe acento por ser oxítona terminada em “e”. Ele lê, dê, crê, vê. Ele relê, desdê, descrê, prevê, antevê. 7- O hiato “oo” deixa de ser assinalado com acento circunflexo no final das palavras. Exemplos: Abençoo, doo, enjoo, coroo, moo, (verbo ressoar), voo, zoo. magoo, perdoo, povoo, resoo 9 8- Não é mais usado o acento diferencial entre as homógrafas tônicas e átonas (que têm a mesma grafia). palavras Homógrafas tônicas Homógrafas átonas Para verbo Pelo verbo, substantivo Polo substantivos (= extremidades do eixo da Terra e um tipo de esporte) Pera substantivo Para preposição Pelo preposição Polo combinação arcaica de por e lo= “pelo” Pera preposição arcaica igual a “para” Obs.: continuam como exceção nas homógrafas Pôr verbo Por preposição Exemplos: Mandou o filho pôr o açúcar no armário por causa das formigas. Vou pôr aqui as coisas: estão pesadas demais. Vou por aqui: o caminho é mais curto. 9- É mantido o acento diferencial de pôde (terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo do verbo poder) e pode (terceira pessoa do singular do presente do indicativo do verbo poder). Exemplo: “Ele não pôde aparecer ontem, mas pode passar aí hoje”. 10- Passa a ser facultativo o uso do acento diferencial nas palavras: Dêmos (primeira pessoa do plural do presente do subjuntivo do verbo dar) e demos (primeira pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo do verbo dar). Fôrma (substantivo) e forma (substantivo, e terceira pessoa do singular do presente do indicativo do verbo formar e segunda pessoa do singular do imperativo). Amámos e demais formas verbais da primeira conjugação e amamos e demais formas verbais da primeira conjugação. 10 Hífen O hífen também é chamado de traço-de-união, embora também seja usado para indicar a separação de sílabas. O uso do hífen está entre os três erros mais comuns da língua portuguesa, ao lado da crase e da concordância. As regras de hífen sempre foram das mais complexas da Língua Portuguesa e a causa de muita dor de cabeça, não apenas para estudantes. O Acordo procurou simplificar o uso, mas não conseguiu resolver de todo a questão. No geral, são 30 os prefixos mais usados que podem se combinar a palavras com ou sem hífen, e cada um desses elementos segue normas próprias. Não há grandes divergências quanto ao uso do hífen no Brasil e em Portugal; o que existe são várias oscilações e duplas grafias, fatores que guiaram a composição das novas regras, reformulando algumas normas de modo a torná-las mais claras e trazendo inovações em outros campos. 1- Deixa de existir hífen quando o prefixo terminar em vogal e o segundo elemento iniciar-se por consoante. Se essa consoante for “r” ou “s”, ela deverá ser dobrada. Antes do Acordo Depois do Acordo contra-regra extra-regular anti-semita ultra-sonografia contra-senha infra-som co-seno contra-senso ultra-secreto supra-sumo neo-republicano contrarregra extrarregular antissemita ultrassonografia contrassenha infrassom cosseno contrassenso ultrassecreto suprassumo neorrepublicano 2- O hífen deixa de ser usado em formações cuja vogal final do prefixo é diferente da vogal inicial do segundo elemento. Antes do Acordo Depois do Acordo extra-escolar auto-aprendizado contra-indicado extra-oficial auto-estrada auto-escola extraescolar autoaprendizado contraindicado extraoficial autoestrada autoescola 11 Recapitulando e mais exemplos O hífen será eliminado nos casos em que o prefixo termina em vogal e o segundo elemento se inicia por “r”, “s” ou vogal diferente da do prefixo. Ou seja, nas palavras em que o prefixo termina com a mesma vogal que inicia o segundo elemento, o uso do hífen torna-se obrigatório. A exceção é o prefixo “co” que se junta a outra palavra mesmo que iniciada por “o”, como coordenar, cooperar, cooptar e suas derivações. O “h” inicial desaparece nos compostos de “co” e “re”. Exemplos: coabitar coerança reabilitar coerdeiro reaver O prefixo “co” passou a comportar-se do mesmo modo que “re”. Exemplos: reagir reúso ressuscitado reerguer ressentir reorganização ressurgir antirracismo antirreligioso antirrugas neorrealismo corresponsável corresponder antirrealismo antirrepublicano biorritmo semirreta corréu contrassafra cosseno minissaia multissecular ultrassecular contrassenha infrassom minissérie neossimbolista ultrassom Exemplos com “R” antirrábico antirreformista antirroubo contrarrega ultrarresistente corré Exemplos com “S” antissocial contrassenso microssistema minissubmarino ultrassecreto ultrassônico 12 Exemplos com vogal diferente aeroespacial antiaéreo autoaprendizagem autoinstrução extraescolar plurianual agroindustrial antieducativo autoescola coautor extrauniversitário coexistência anteontem autoajuda autoestrada coedição infraestrutura Exemplos com vogais iguais anti-ibérico anti-inflamatório contra-argumento contra-aviso semi-improvisado semi-interno anti-imperialista auto-observação contra-atacar micro-ondas semi-inconsciente anti-inflacionário contra-almirante contra-ataque micro-ônibus semi-internato Obs.: palavras em que se perdeu a noção de composição: Antes Depois manda-chuva mandachuva (girassol, paraquedas, paraquedismo, pontapé, planalto, etc.). O “h” etimológico desaparece sistematicamente em português nos derivados por prefixação: com o prefixo “des” – desonrar, desonesto, desumano, desabitado. com o prefixo “in” – inábil, inabilidade, inabitável. Em palavras compostas com elementos de raiz grega ou latina: carboidrato. Permanece em: mal-humorado bem-humorado janeiro/2009. Prof. Dr. Eduardo Gasques.