influência do hpv no surgimento do câncer de colo de útero

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1
UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO
ATUALIZA ASSOCIAÇÃO CULTURAL
CITOLOGIA CLÍNICA
SOLON TEIXEIRA FILHO
INFLUÊNCIA DO HPV NO SURGIMENTO DO CÂNCER DE
COLO DE ÚTERO
SALVADOR – BAHIA
2011
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SOLON TEIXEIRA FILHO
UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO
ATUALIZA ASSOCIAÇÃO CULTURAL
CITOLOGIA CLÍNICA
INFLUÊNCIA DO HPV NO SURGIMENTO DO CÂNCER DE
COLO DE ÚTERO
Monografia apresentada á Universidade Castelo
Branco e Atualiza Associação Cultural, como
requisito parcial para obtenção do título de
Especialista em Citologia Clínica, sob a orientação
do professor Dr. Fernando Reis do E. Souto.
SALVADOR – BAHIA
2011
3
AGRADECIMENTO
Agradecemos a Deus a tudo de bom que tem me proporcionado, pela minha saúde e pela força
para a realização deste trabalho. A minha família pelo apoio, dedicação e confiança a mim
depositado.
Agradeço também a minha namorada, Bartira Fernandes Laranjeira, que não mediu esforços
para me ajudar em mais uma conquista.
E a todos, que de alguma forma me ajudou para a conclusão deste trabalho.
4
“Só fazemos melhor aquilo que repetidamente insistimos em
melhorar. A busca da excelência não deve ser um objetivo, e
sim um hábito”. (Aristóteles)
5
RESUMO
Este estudo trata da influência do HPV no surgimento do câncer de colo uterino, haja vista
que a incidência deste vírus, apresenta um importante índice de mortalidade e morbidade no
Brasil. A introdução do exame citológico Papanicolau, pelo Governo Federal por meio do
Programa Nacional de Controle do Câncer do Colo do Útero, foi implantado como método
citológico de rastreamento e na prevenção do câncer do colo de útero. O objetivo do estudo é
evidenciar, a partir da literatura, a importância do HPV no câncer do colo de útero e suas
respectivas lesões, evidenciando os principais diagnósticos e tratamentos. Na natureza
metodológica, este trabalho classifica como qualitativo. Quanto aos objetivos, caracteriza-se
como uma pesquisa exploratória, e quanto ao procedimento, classifica-se como uma pesquisa
bibliográfica. Assim, podemos afirmar, a partir deste estudo, que o Papiloma vírus humano HPV -, é considerado o principal causador do câncer de colo de útero. O resultado mostra que
vários fatores de risco estão associados ao desenvolvimento do câncer cervical, dentre estes, o
início precoce da atividade sexual, bem como o número de parceiros sexuais. Portanto, a
pesquisa deixa clara a importância de se tomar medidas educacionais de saúde, visando
prevenir, diagnosticar e orientar a população para um tratamento direcionado e precoce da
infecção pelo vírus HPV.
Palavra-chave: HPV, câncer de colo, Papanicolaou.
6
ABSTRACT
This study addresses the influence of HPV cause cancer of the cervix, given that the incidence
of this virus presents a significant mortality and morbidity in Brazil. The introduction of the
Pap smear examination by the Federal Government through the National Programme for
Control of Cervical Cancer was introduced as a method of cytologic screening and prevention
of cancer of the cervix. The aim of the study seeks to show, from literature, the importance of
HPV in cervical cancer and their respective injuries, highlighting the main diagnoses and
treatments. Methodological in nature, this work ranks as qualitative. As for goals, it is
characterized as an exploratory research, and about the procedure, it is classified as a
literature search. Thus, we can say from this study that the human papilloma virus - HPV - is
considered the main cause of cervical cancer. Research shows that several risk factors are
associated with the development of cervical cancer, among these, the early onset of sexual
activity, and the number of sexual partners. Therefore, the research makes clear the
importance of taking health educational measures, to prevent, diagnose and guide the
population to a specific treatment and early detection of HPV infection.
Keyword: HPV,cervical cancer,Papanicolaou.
7
SUMÁRIO
1 - Introdução -------------------------------------------------------------------------------------- 08
2 - Revisão da Literatura ------------------------------------------------------------------------- 11
2.1 - Aspectos Gerais da fisiologia cervico-vaginal------------------------------------------ 11
2.2 - Câncer do Colo de Útero ------------------------------------------------------------------ 12
2.2.1 - Epidemiologia----------------------------------------------------------------------------- 13
2.3 - HPV - Papilomavírus Humano ----------------------------------------------------------- 14
2.3.1 - Transmissão do HPV--------------------------------------------------------------------- 15
2.3.2 - Formas de manifestação da infecção do HPV---------------------------------------- 16
2.3.3 - Alterações celulares por infecção do HPV-------------------------------------------- 17
2.3.4 - Lesões celulares por HPV --------------------------------------------------------------- 19
2.3.4.1 - Lesão intraepitelial de baixo grau – LSIL ------------------------------------------ 19
2.3.4.2 - Lesão Intraepitelial de alto grau – HSIL -------------------------------------------- 20
2.3.4.3 - Carcinoma in situ----------------------------------------------------------------------- 20
2.3.4.4 - Carcinoma invasor --------------------------------------------------------------------- 21
2.4 - Diagnostico do HPV ----------------------------------------------------------------------- 22
2.4.1 - Diagnóstico Clínico ---------------------------------------------------------------------- 23
2.4.2 - Diagnóstico Citopatológico ------------------------------------------------------------- 23
2.4.2.1- Laudo Citopatológico ------------------------------------------------------------------ 24
2.4.3 - Diagnóstico Colposcópico -------------------------------------------------------------- 24
2.44 - Diagnóstico Histopatológico ------------------------------------------------------------ 26
2.4.5 - Diagnósticos Moleculares --------------------------------------------------------------- 27
2.4.6 - Cadeia de Polimerase (PCR)------------------------------------------------------------ 27
2.4.7 - Teste de Captura Híbrida para HPV --------------------------------------------------- 28
2.5 - Aspectos Preventivos----------------------------------------------------------------------- 29
2.6 - Tratamento do HPV ------------------------------------------------------------------------ 30
3 - Considerações Finais ------------------------------------------------------------------------- 33
4 - Referências------------------------------------------------------------------------------------- 34
5 - Anexos------------------------------------------------------------------------------------------ 36
8
1 INTRODUÇÃO

Apresentação do objeto de estudo
Grupo de doenças isoladas, caracterizadas por um crescimento celular anormal e irregular,
com destruição do tecido corporal adjacente. Assim pode-se descrever o processo patológico
denominado Câncer. Diferente das doenças infecciosas como a AIDS, o câncer não apresenta
risco de contágio, sendo geralmente causado por dano genético ocorrido no interior de uma
célula, desenvolvendo em qualquer região do corpo independente da idade. Dentre os fatores
carcinogênicos estão as radiações, o fumo, benzeno, o álcool e a ação de alguns vírus como o
HPV (www.iaracaju.infonet.com.br/bmacedo/Cancer.htm).
O HPV (papilomavírus humano), nome genérico de um grupo de vírus que engloba mais de
cem tipos diferentes, pode provocar a formação de verrugas na pele, e nas regiões oral (lábios,
boca, cordas vocais, etc.), anal, genital e da uretra. As lesões genitais podem ser de alto risco,
porque são precursoras de tumores malignos, especialmente do câncer do colo do útero e do
pênis, e de baixo risco (não relacionadas ao aparecimento de câncer). A transmissão se dá
predominantemente por via sexual, mas existe a possibilidade de transmissão vertical
(mãe/feto), de auto-inoculação e de inoculação através de objetos que alberguem o HPV
(VARELLA, 2011).
O câncer do colo do útero é o segundo câncer mais comum no sexo feminino, perdendo
apenas para o câncer de mama. Mais de 90% dos casos são provocados pelo vírus HPV. Este
tipo de câncer não costuma apresentar sintomas durante sua fase inicial, a apresentação de
sintomas é mais comum na fase mais avançada da doença, sendo estes o sangramento vaginal,
geralmente pós-coito, dor pélvica durante o sexo, e sangramentos vaginais que aparecerem
fora dos períodos menstruais. Como em qualquer câncer, o diagnóstico precoce é essencial
para o sucesso do tratamento. Como não há sintomas precoces da doença, o exame de rastreio
visando a prevenção é fator mais importante na luta contra o câncer de colo uterino. O exame
preventivo, chamado de exame de Papanicolaou é muito importante e deve ser feito
regularmente (www.mdsaude.com.br).
9

Justificativa
A escolha do tema abordado consiste num relevante problema de saúde publica, haja vista que
o câncer de colo do útero é a segunda maior causa de morte, por câncer, entre mulheres no
Brasil. A prevalência do HPV é alta, e este é a principal etiologia do câncer de colo em
mulheres sexualmente ativas. Assim, existe a necessidade de estarmos sempre atualizado
diante desse presente problema de saúde.

Problema
Como o vírus do HPV atua sobre as células e qual a melhor forma de reduzir o alto índice
desta doença?

Objetivo
Evidenciar, a partir da literatura, a importância do HPV no câncer de colo de útero e suas
respectivas lesões, evidenciando os principais tipos diagnósticos e tratamentos.

Metodologia
Levando em consideração a abordagem do problema, esta pesquisa se classifica como
qualitativa.
“Considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito,
isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade
do sujeito que não pode ser traduzido em números” (Gil, 1991).
Quanto aos objetivos, caracteriza-se como uma pesquisa exploratória, pois segundo Gil,
(1991) pesquisas exploratórias têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o
problema, com vista a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses e também por aprimorar
as idéias ou descobertas de instituições.
10
Quanto ao procedimento, classifica-se como uma pesquisa bibliográfica, pois se trata de uma
revisão literária, elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros,
artigos e materiais disponibilizados pela internet (Gil, 1991).

Estrutura do trabalho
Este trabalho é constituído por seis momentos, sendo o primeiro uma visão global dos
aspectos gerais da fisiologia cervico-vaginal, onde foi relatado concomitantemente a anatomia
do aparelho reprodutor feminino. No segundo momento evidenciou-se o câncer de colo
uterino e sua epidemiologia. O terceiro momento é formado por uma visão geral do HPV,
relatando suas formas de transmissão, alterações e lesões celulares. As formas diagnósticas,
aspectos preventivos e tratamentos do HPV foram inseridos nos momentos quarto, quinto e
sexto, respectivamente.
11
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Aspectos Gerais da fisiologia cervico-vaginal
O útero é um órgão do aparelho reprodutor feminino que está situado no abdome inferior, por
trás da bexiga e na frente do reto e é dividido em corpo e colo. Esta última parte é a porção
inferior
do
útero
e
se
localiza
dentro
da
cavidade
vaginal
(www.bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cancer_utero.).
A cavidade uterina é revestida por estroma e células cuboidais do endométrio, e este, sob
influência hormonal, atravessa modificações cilíndricas durante as várias fases do ciclo
menstrual. As células endometriais não são, normalmente, observadas em esfregaços
cervicais, exceto durante a menstruação e por 10 dias após o último período menstrual
(MCKEE, 2001). Anexo A
A cérvix uterina é revestida por dois diferentes tipos de epitélio, glandular no canal
endocervical, e pavimentoso na ectocérvix, que se continua com o revestimento epitelial
pavimentoso da vagina (MCKEE, 2001).
A área do colo de encontro dos dois tipos de epitélio forma a junção cilíndrico-pavimentosa
(JEC - junção escamocolunar) que varia de localização dependendo da idade da mulher.
Quando é encontrado nível externo (ectopia) e, portanto, é facilmente amostrado em mulheres
jovens e grávidas, porém recua superiormente no canal endocervical em mulheres mais
velhas, pós-menopausa, enquanto, na infância geralmente a JEC situa-se dentro do canal
cervical (KOSS & GOMPEL, 2006).
2.2 Câncer do colo de útero.
Os exames de Papanicolaou são usados na prevenção do câncer de colo de útero, em consultas
ginecológicas ou em programas de prevenção de câncer. Esse exame é oferecido
12
gratuitamente pelos municípios e estado e Governo Federal através do Ministério da Saúde
por meio do programa nacional de controle do câncer do colo do útero (BEZERRA, 2005).
Segundo Pias (2006, p.110) o exame de Papanicolaou foi introduzido como método citológico
de rastreamento do câncer de colo de útero em 1943, tornando possível à detecção de lesões
precursoras tratáveis. Anexo B
Por se tratar de uma doença cuja evolução é lenta, os cânceres de colo uterino apresentam
fases pré-invasivas e, portanto, benignas, caracterizadas por lesões conhecidas como
neoplasias intra-epiteliais cervicais. O período de evolução de uma lesão cervical inicial para
a forma invasiva e, por conseguinte, maligna é de aproximadamente 20 anos (PINHO &
MATOS, 2002).
Das lesões do tipo celular epitelial (escamosa ou glandular) do colo uterino, este é o que
apresenta um dos mais altos potenciais de prevenção e cura, estando assim próximo a 100%
quando diagnosticado precocemente. Na ausência de tratamento, o tempo mediano entre a
detecção de uma displasia leve (HPV, NIC I) e o desenvolvimento de carcinoma in situ é de
58 meses, para as displasias moderadas (NIC II) este tempo é de 38 meses e, nas displasias
graves (NIC III), de 12 meses (LEAL, 2003).
Em geral, estima-se que a maioria das lesões de baixo grau regredirá espontaneamente,
enquanto cerca de 40% das lesões de alto grau, não tratadas, evoluirão para câncer invasor em
um período médio de 10 anos. Por outro lado, o Instituto Nacional de Câncer dos Estados
Unidos -NCI- calcula que somente 10% dos casos de carcinoma in situ evoluirão para câncer
invasor no primeiro ano, enquanto que 30% a 70% terão evoluído decorridos 10 a 12 anos,
caso não seja oferecido tratamento (ZARDA, 2002).
Embora o Brasil tenha sido um dos primeiros países do mundo a introduzir o exame
colpocitológico (exame de Papanicolaou) para a detecção precoce do câncer de colo, a doença
continua a ser um grave problema de saúde pública (LEAL 2003).
13
Na atualidade, o principal fator de risco para o desenvolvimento de câncer de colo de útero é a
infecção persistente pelo Papilomavírus Humano (HPV) em altas cargas virais Dentre outros
fatores de risco que favorecem o desenvolvimento do câncer cervical, pode-se destacar a
idade precoce do início da atividade sexual, o número de parceiros sexuais, as infecções
sexualmente transmissíveis e a alta paridade. Além desses fatores, estudos epidemiológicos
sugerem outros, cujo papel ainda não é conclusivo, tais como tabagismo, alimentação pobre
em alguns micronutrientes, principalmente vitamina C, beta caroteno e folato, e o uso de
anticoncepcionais (www.bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cancer_utero.).
2.2.1 Epidemiologia
A Organização Mundial de Saúde (OMS) constatou a ocorrência de cerca de 500 mil novos
casos de neoplasia do colo uterino a cada ano no mundo, e que 50% destas mulheres,
morreram em conseqüência desta patologia. A neoplasia de colo uterino constitui-se a
segunda causa de morte em mulheres na idade reprodutiva em todo mundo, relacionadas ao
câncer. Destas, pelo menos 90% contêm HPV-DNA tipos 16 e 18, nas proporções de 60% e
30%, respectivamente. Este tipo de câncer representa 10% de todos os tumores malignos em
mulheres. É uma doença que pode ser prevenida estando diretamente vinculada ao grau de
subdesenvolvimento do país (BRASILEIRO, 2000).
Segundo a OMS, todas as mulheres que já iniciaram a atividade sexual são potencialmente
suscetíveis ao desenvolvimento da doença. Porém, as más condições de higiene, alimentação,
o tabagismo, o início precoce da atividade sexual, a multiplicidade de parceiros e o uso de
contraceptivos orais também favorecem o surgimento deste câncer. No entanto, devido à
sobreposição desse conjunto de fatores, a população mais exposta ao risco concentra-se entre
as mulheres na faixa etária de 25 a 59 anos com nível socioeconômico menos elevado.
O câncer do colo do útero permanece como uma importante causa de morbidade e
mortalidade no Brasil. No tocante à mortalidade, são estimados 230 mil óbitos anuais por
câncer de colo uterino em todo o mundo, 80% dos quais em países em desenvolvimento, entre
estes, os maiores coeficientes são encontrados em países da África e da América Latina. No
Estado de São Paulo, em 1993, o câncer do colo do útero ocupava a segunda posição como
14
causa de morte feminina por câncer, suplantada apenas pelo câncer de mama. (FONSECA,
2004).
A prevalência do HPV na população em geral é alta (5 a 20% das mulheres sexualmente
ativas mostram positividade em testes moleculares) e este aumento tem sido sentido a partir
de 1960, coincidente com o aumento do uso de contraceptivos orais, assim como a diminuição
do uso de outros métodos de barreira, mesmo existindo um notável avanço tecnológico nos
métodos diagnósticos (www.bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cancer_utero).
No Brasil, a taxa de mortalidade por esta doença vem apresentando um contínuo e sustentado
aumento desde 1979, passando de 3,44 por 100.000 em 1979, para 4,45 por 100.000 em 1998,
o que representa um aumento de 23% em 10 anos. (www.portal.saude.gov.br/portal/saude).
A expectativa de redução percentual no risco cumulativo de desenvolver câncer de colo de
útero, após um resultado negativo, é praticamente a mesma, quando o exame é realizado
anualmente (redução de 93% do risco) ou quando ele é realizado a cada 3 anos (redução de
91% do risco). Ainda que o mesmo seja realizado a cada 10 anos, o rastreamento reduz a
incidência de carcinoma cervical em pelo menos 2/3 (ZARDA, 2002).
2.3 HPV - Papilomavírus Humano
O papiloma vírus humano (HPV) é um vírus cujo material genético é representado por DNA
sendo este envolvido por um capsídio protéico de formato icosaédrico. Pertence a uma
família de vírus denominada Papovaviridae (papiloma, polioma, vírus produtores de
vacúolos) (HALBE, 1998).
No momento atual, 70 tipos deferentes de HPV já foram caracterizados, sendo que 22 deles
apresentavam um maior tropismo pelos órgãos genitais. Estes, por sua vez, são classificados,
de acordo com seu potencial oncogênico, em três classes, denominadas de alto, médio e baixo
risco. Os tipos 6, 11, 41, 42, 43 e 44 são considerados de baixo potencial oncogênico
(FILIPPIN, 2003).
15
Em contrapartida, os tipos de HPV que freqüentemente encontram-se relacionados às
neoplasias intra-epiteliais e invasoras, em especial aquelas de colo de útero são as do tipo 16,
18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56 e 58, tendo a sua associação com os fatores de risco para
essa patologia (MACHADO, 2005).
Todos os HPVs são epiteliotróficos ( predileção por epitélio escamoso de pele e mucosas),
induzem proliferação epitelial (formação dos papilomas) e dependem da célula infectada para
sua replicação. Esta replicação acontece nas células da camada basal do epitélio, onde se
mantêm na forma estável e em múltiplas cópias, garantindo uma infecção persistente. Nas
camadas mais superficiais acontece uma replicação vegetativa, produzindo partículas virais
completas, os virions. Podem ser encontrados no interior das células de lesões benignas sob a
forma de episomas, corpúsculos intranucleares distribuídos difusamente. Já nas células
indiferenciadas o DNA do HPV é encontrado ao genoma celular (www.virushpv.com.br).
2.3.1 Transmissão do HPV
O risco ocorre em todas as faixas etárias, inclusive entre mulheres maduras, que mantêm uma
vida sexual ativa. Infecções por papiloma vírus têm natureza transitória, e costumam ser
eliminadas por resposta imune. Mas, o tipo de vírus com maior tendência ao desenvolvimento
de
câncer
do
colo
uterino
tem
maior
resistência
para
sair
do
organismo
(www.medstudents.com.br).
A transmissão do HPV se dá pela relação sexual vaginal, anal ou oral desprotegida, ou não
quando a lesão apresenta, na pessoa infectada, fora da área protegida pelo preservativo através
de microtraumas. Os locais mais freqüentes de infecção são aqueles susceptíveis de
microtraumas durante a relação sexual, ou seja, o intróito e membranas perianal e intra-anal.
Presumivelmente, condilomas genitais externos podem ser adquiridos por auto ou
heteroinoculação de vírus de HPV das verrugas comuns da pele e de verrugas genitais durante
o parto. Acredita-se que a transmissão ou auto-inoculação do HPV também possa ocorrer,
mas com pouca freqüência através de contato acidental não sexual por meio de toalhas, roupas
íntimas e material ginecológico não esterilizado (www.virushpv.com.br).
16
Gestantes infectadas pelo HPV podem transmitir o vírus para o feto durante a gestação e no
momento de parto. Em geral, na gestação, as mulheres se tornam mais susceptíveis
imunologicamente e podem desenvolver lesões exuberantes, às vezes de difícil tratamento,
que muitas vezes evoluem após o parto. Não é indicado, portanto, o parto normal para as
pacientes que apresentam lesões genitais (MARTINEZ, 2000).
2.3.2 Formas de manifestação da infecção do HPV
Além das lesões clinicamente evidentes, o HPV é responsável por infecções subclínicas e
latentes. A infecção latente representa a fase durante o período de incubação do vírus, que
pode se estender indefinidamente, assim como a fase final da regressão da lesão (www.procelula.com.br/jornal).
Na forma latente de infecção o DNA do HPV é diagnosticado no trato genital feminino por
técnicas moleculares. Acredita-se que, nesta forma, o DNA viral encontra-se na forma
episomal, aparentemente não funcional e replica-se apenas uma vez a cada ciclo celular, o que
seria menos do que o número de cópias virais necessárias para o diagnóstico molecular pelos
métodos mais antigos como a hibridização in situ. Na infecção subclínica, ao invés do HPV
produzir um condiloma clássico evidente, a doença caracteriza-se por áreas difusas de
hiperplasia epitelial não pilífera. Apesar das diferenças macroscópicas entre o condiloma e
esta forma da infecção, ambos são caracterizados por proliferação da camada germinativa
basal (www.pro-celula.com.br/jornal).
A forma clíinica de infecção pelo HPV é evidenciada pelo surgimento de lesões na região anal
e genital. Caracterizam-se pela presença de verrugas, visíveis a olho nu, denominadas de
verrugas genitais ou condilomas. O aspecto das lesões é de neoformação sésseis, papilares,
múltiplos, em forma de pequenas cristas, o que deu origem do termo vulgarmente conhecido
por "crista-de-galo". Estas proeminências apresentam coloração branca ou hipercrômica,
sendo mais presentes em áreas úmidas expostas ao atrito durante o coito, glande, sulco
bálamo-prepucial no homem, além das regiões anal e perianal de ambos os sexos (www.procelula.com.br/jornal).
17
2.3.3 Alterações celulares por infecção do HPV.
As alterações celulares ocasionadas pela presença do Vírus do Papiloma Humano (HPV),
podem se exteriorizar por células paraceratóticas, coilocitose, escamas anucleadas, cariorrexis
ou
núcleos
hipertróficos
com
cromatina
grosseira
(www.bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cancer_utero.).
Ao penetrar através da membrana citoplasmáticas da célula hospedeira, o HPV determina
alterações núcleo-citoplasmáticas. As alterações do citoplasma levam, via de regra, à
disqueratose, enquanto o núcleo pode ser, ou não, sede da integração do DNA viral. Quando
corre a integração, as alterações são mais pronunciadas, podendo chegar às lesões de alto e
baixo grau, com marcantes alterações cromossômicas (MORAES & LONGATO, 2000).
A coilocitose estritamente definida pode ser considerada patognomônica da infecção pelo
HPV, entretanto, ela pode estar ausente mesmo na infecção típica. Por esta razão outros
critérios diagnósticos têm sido associados, aumentando a sensibilidade do método (CAMPOS,
2010).
O coilócito é uma célula epitelial escamosa de tipo intermédio ou metaplássica, aumentada de
volume, contendo 1, 2 ou vários núcleos hipercromáticos, discretamente irregulares. A
cromatina é densa e pode ser granulosa e grosseira. Os nucléolos estão ausentes ou
indefinidos, e mostram uma tendência a forma oval ou arredondada (KOSS e GOMPEL,
2006).
O núcleo excêntrico está rodeado por uma zona clara irregular, que pode variar de tamanho,
podendo ir de um pequeno halo até um largo espaço vazio, ocupando grande parte do
citoplasma. Neste espaço pode ser encontrado material fagocitado ocasionalmente, e a
imunocitoquímica pode revelar a citoqueratina (MORAES & LONGATO, 2000).
Na periferia da área clara paranuclear, o citoplasma é denso, quase vítreo (gel de proteínas),
de coloração eosinófila (vermelho-laranja brilhante) ou anfófila. Nas colorações com
18
papanicolau muitas células podem apresentar duas colorações no citoplasma, uma esverdeada,
geralmente no citoplasma das células intermediárias, e outra avermelhado, de tom fucsina
profundo, diferente da eosinofilia ou orangiofilia. Às vezes, predomina a coloração
avermelhada, em outras, apenas riscos avermelhados (MCKEE, 2001).
Ao se examinar uma lâmina citológica compatível com HPV, fica evidente a presença de
alterações celulares que quando associadas se tornam específicas. Núcleos excêntricos com
variação do tamanho, bi ou multinucleação, aumento do volume com irregularidade nuclear,
alterações tintoriais, aumento da relação núcleo citoplasma, halo perinuclear (coilocitose), são
as principais alterações existentes em uma lâmina com lesão causada por HPV (VERONESI
& FOCACCIA, 1992). Anexo C
A disqueratose ou queratinização citoplasmática anormal constitui o mais importante destes
outros critérios, manifestando-se como grupos ou camadas de células com citoplasma
orangiófilo e núcleos usualmente pequenos, condensados e hipercromáticos. Nas camadas os
limites celulares podem ser indistintos, dando aparência sincicial (CAMPOS, 2010).
A glicogenólise contribui para o desaparecimento das organelas e para a formação do halo
perinuclear. Os filamentos mostram-se cheios de grânulos de querato hialina e são
responsáveis pelo aparecimento das células disqueratósicas. (MORAES & LONGATO,
2000).
Os esfregaços que apresentam esta característica correspondem, em geral, a lesões verrucosas,
vegetantes papilomatosas, paraqueratósicas ou hiperqueratósicas que ocorrem na vagina ou
ectocérvice. Apesar de ser uma característica importante, esta é pouco freqüente em lesões por
HPV. As células apresentam-se isoladas, às vezes com pequenos agrupamentos de células
disqueratósicas, com citoplasma denso, amarelado ou orangiófilo. Os núcleos são pequenos,
condensados, de tamanho semelhante aos núcleos das células intermédias, discretamente
irregulares. (MORAES & LONGATO, 2000)
19
Às vezes, as células disqueratósicas são muito menores do que as células intermédias e
contém um núcleo muito pequeno, denso e irregular. Podem ser vistas células de tipo
parabasal ou intermédia, com citoplasmal laranja ou avermelhado, com alterações nucleares.
Escamas e células miniaturizadas, bem como células escamosas anormais, alongadas, em
fibra ou tipo girino podem estar presentes. (MORAES & LONGATO, 2000).
2.3.4 Lesões celulares por HPV
2.3.4.1 Lesão intraepitelial de baixo grau - LSIL
Na histologia considera-se neoplasia intraepitelial cervical de baixo grau - LSIL - quando o
epitélio tem superfície plana e uma espessura constante ou pouco aumenta e a arquitetura e a
polaridade celular é mantida. As alterações consistem em um discreto aumento da coloração
nuclear a qual está associado distúrbios de maturação do núcleo ao nível do terço inferior do
epitélio. Presença de células com halos é freqüente em toda espessura epitelial.
No LSIL, os principais critérios diagnósticos observados são:

Células aparecem isoladas ou em grupos;

Anormalidades celulares restritas às células com citoplasma tipo superficial ou
maduro;

O aumento nuclear é pelo menos três vezes a área do núcleo de uma célula
intermediária normal, resultando no aumento da relação núcleo/citoplasma;

Evidente variação moderada no tamanho e na forma do núcleo;

Binucleação ou multinucleação geralmente presentes;

Hipercromasia, cromatina uniformemente distribuída;

Nucléolos estão raramente presentes ou diminuídos;

As células apresentam bordas citoplasmáticas distintas (SOLOMON, 2004).
A glicogenólise contribui para o desaparecimento das organelas e para a formação do halo
perinuclear. Os filamentos mostram-se cheios de grânulos de querato hialina e são
responsáveis pelo aparecimento das células disqueratósicas. (MORAES & LONGATO,
2000).
20
2.3.4.2 Lesão intraepitelial de alto grau - HSIL
As alterações citológicas por HSIL afetam células menores e menos maduras, quando
comparadas às LSIL. As células afetadas podem apresentar-se isoladas, em grupos ou em
agregados do tipo sincicial, com variação no tamanho, grandes como a superficiais ou mesmo
pequenas como as basais, seu núcleo com tamanho e forma variados apresentam-se
hipercromático. Não se pode deixar de avaliar o aumento da relação núcleo/citoplasma numa
alteração celular por HSIL (KOSS & GOMPEL, 2006).
Existem células que apresentam uma proporção núcleo/citoplasma muito elevada, mas o
tamanho real dos núcleos pode ser consideravelmente menor do que na LSIL. A cromatina
pode ser fina ou grosseiramente granular e com distribuição regular, o contorno da membrana
nuclear é bastante irregular e freqüentemente demonstra detalhes proeminentes, seus
nucléolos estão geralmente ausentes, mas podem ocasionalmente ser vistos, especialmente
quando HSIL se estende para os espaços glandulares endocervicais. O aspecto do citoplasma
é variável, podendo parecer "imaturo", enlaçado e delicado ou densamente metaplásico,
ocasionalmente o citoplasma é "maduro" e densamente ceratinizado (HSIL ceratinizante)
(SOLOMON, 2004). Anexo D
2.3.4.3 Carcinoma in situ
Na neoplasia intraepitelial cervical, displasia severa ou carcinoma in situ, as células perdem a
polaridade em toda espessura do epitélio, a maturação celular está reduzida, há perda do
volume citoplasmático e aumento do volume nuclear, com figura de mitose constante. Estas
alterações são freqüentes de figura de mitose típica e atípica que vão até a camada superficial
do epitélio. As células atípicas não invadem o estroma subjacente, portanto a membrana basal
está preservada. Esta é a razão do termo in situ. Na área de carcinoma in situ podem ser
observada mitose em qualquer camada (MORAES & LONGATO, 2000).
O diagnóstico de carcinoma in situ se baseia no encontro de células pequenas, de origem basal
ou para-basal, redondas ou ovaladas, com evidentes sinais de conglomeração da cromatina
nuclear. A relação núcleo-citoplasma está totalmente alterada em favor do núcleo. Na maioria
21
das vezes, o citoplasma denso e basófilo é bastante abundante. Com freqüência são detectados
esfregaços que apresentam certa monotonia celular, nos quais as células, bastante semelhantes
entre si, são arredondadas, pequenas, com citoplasma escasso e com ausência de nucléolo,
descamam de maneira abundante e se dispõem em fila indiana. Não é excepcional o encontro
de nucléolos desnudos. (MORAES & LONGATO, 2000). Anexo E
O Adenocarcinoma in situ, também representa uma neoplasia provocada por HPV, porém, o
vírus atua sobre células glandulares endocervicais. Esta neoplasia, quando presente em
profundidade no canal endocervical, pode não estar presente no esfregaço cervical, o que
dificulta o diagnóstico. Dentre as características histológicas desta condição, incluem o
aglomerado de glândulas endocervicais, que estão compostas por células hipercromáticas
anormalmente alongadas, com nucléolos centralmente colocados. No esfregaço citológico
uma característica notável é a celularidade com sobreposição nuclear, com inúmeros folhetos
e grupos de células endocervicais, formando franjas ou penachos bem como a formação de
rosetas. Outra característica bastante notável e a presença de pseudoestratificação, compostas
de células endocervicais alongadas e anormais. (MCKEE, 2001).
2.3.4.4 Carcinoma invasor
Este tipo de câncer é a segunda neoplasia maligna mais freqüente em mulheres. Trata-se,
portanto, de um importante problema para a saúde da mulher (PINHO & MATTO, 2002).
A incidência de câncer cervical mostra dois picos, um na mulher jovem, o outro na mulher
idosa, apresentando ainda diferentes tendências de agressividade como também na duração da
fase invasiva. Clinicamente, o tumor se apresenta sob a forma papilar ou exofítica, ou sob
uma forma infiltrante ou endorfítica. Ele invade o colo, estende-se a vagina, aos órgãos
vizinhos e aos paramétrios, inclusive os linfonodos, antes de se generalizar (KOSS &
GOMPEL, 2006).
O adenocarcinoma invasivo deve ser considerado na presença de diátese tumoral, núcleos
transparentes com distribuição desigual da cromatina ou de macronucléolos, entretanto, em
alguns casos bem diferenciados, uma diátese tumoral ou macronucléolos podem estar
22
ausentes (SOLOMON, 2004).
O esfregaço mostra grumos de células adenocarcinomatosas, que são aumentadas, presença de
vacuolização com núcleos anormais afastados para a periferia do citoplasma e com imensos
nucléolos vermelhos. O citoplasma pode conter neutrófilos fagocitados (MCKEE, 2001).
Anexo F
Quando a invasão do estroma pelos cordões neoplásicos não ultrapassam 5
mm
em
profundidade e 7 mm em largura, fala-se de carcinoma epidermóide microinvasivo. Esse tumor
deve ser reconhecido como um tipo particular de carcinoma; apresenta normalmente um
excelente prognóstico clínico e pode ser tratado por uma simples histerectomia. A presença
deste tipo de lesão, foi, muitas vezes tema de discussão, quase sempre contraditórias, sobre a
sua própria existência e a importância da invasão do estroma. Por ser de difícil clareza estimar
o grau mínimo de invasão, tendo em vista a grande variação estrutural das células, o interesse
do diagnóstico fica reduzido, tendo em vista que a conduta terapêutica é a mesma qualquer
que seja a importância da invasão estromal (KOSS & GOMPEL, 2006).
2.4 Diagnostico do HPV
Por meio de ação conjunta entre o Ministério da Saúde e todos os 26 Estados brasileiros, além
do Distrito Federal, são oferecidos serviços de prevenção e detecção precoce do câncer de
colo, assim como tratamento e reabilitação em todo o território nacional. Foi implantado ainda
um programa de rastreamento por meio da realização efetiva do papanicolauo em unidades de
saúde. Onde o programa de rastreamento foi implantado houve uma redução na incidência e
na mortalidade por esse tipo de câncer, sendo esse teste de procedimento eficaz, de baixo
custo e de simples execução (www.bvsms.saude.gov.br/bvs/inca/falando_cancer_colo_utero).
O êxito no rastreamento do câncer de colo uterino e de suas lesões precursoras dependerá,
além de outros fatores, da acuidade diagnóstica do exame colpocitológico, ou seja, de sua
precisão em diagnosticar corretamente os casos verdadeiros de lesões cervicais neoplásicas e
pré-neoplásicas (sensibilidade) e aqueles casos que não apresentam qualquer tipo de alteração
epitelial (especificidade) (PINHO & MATOS , 2002).
23
O diagnóstico laboratorial é feito pela técnica de coloração para citopatologia (papanicolaou),
que permite, também, identificar a microflora vaginal nos esfregaços. A simples presença de
microorganismo não implica em processo inflamatório, sendo necessário que as estruturas
celulares apresentem reações que caracterizem a inflamação. A técnica de biologia molecular
já é utilizada por alguns laboratórios para a identificação do tipo de HPV
(www.bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cancer_utero.).
2.4.1 Diagnóstico Clínico
A maioria dos indivíduos infectados irá permanecer com uma infecção latente de longo prazo.
Nos indivíduos susceptíveis, a colonização viral é seguida pela expressão viral ativa. Nos
locais onde existe proliferação vascular ampla e exagerada, estas projeções estromais poderão
ser vistas a olho nu assumindo a forma de condilomas exofiticos. Por outro lado, caso o
crescimento vascular seja insuficiente para produzir uma verruga, as lesões permanecerão sub
clínicas, mas ao exame colposcópico serão reconhecidas como alterações acetobrancas ou
padrões vasculares anômalas (VERONESI & FOCACCIA, 1992).
2.4.2 Diagnóstico Citopatológico
Também denominado como citologia oncológica cérvico-vaginal, o Papanicolaou é o exame
de rotina utilizado para detectar alterações celulares provocadas pelo HPV. A citologia
oncológica avalia as alterações celulares de natureza inflamatória, pré-neoplásicas (displasias)
e neoplásicas. O esfregaço citológico com coloração de Papanicolaou constitui um meio
bastante conveniente para o diagnóstico de infecção, sendo um procedimento ambulatorial
não invasivo que pode facilmente ser repetido e reproduzido (KOSS & GOMPEL, 2006).
Há correspondência com a histologia em aproximadamente 75% dos casos, quando a biopsia
é colposcopicamente direcionada. Este método baseia-se na observação das alterações
celulares (efeito citopático) relacionadas ao HPV em células examinadas em esfregaço corado
pelo método de Papanicolaou. O papiloma vírus humano poderá estar presente nos
diagnósticos de lesão intraepitelial de baixo grau ou de lesão intraepitelial de alto grau. Devese realizar uma coleta denominada tríplice que compreende material da ectocérvice,
24
endocérvice e vagina. Atualmente está sedo introduzida a técnica de coleta tríplice especial
(CTE) que consiste em coleta de colo uterino (ecto/endocérvice) vagina e vulva. O material
deve ser colhido sempre do canal cervical com escova. Esta última coleta deve ser feita por
último para evitar-se sangramento (www.hpvgenital.hpg.com.br).
Para a obtenção do esfregaço vaginal, é necessário, primeiramente, uma correta realização da
técnica de coleta. Esta consiste em recolher as células que descamaram no fundo do saco
posterior da vagina (citologia exfoliativa), as células endo e exocervical por meio da espátuça
de Ayre e a escova de nailon tipo Cervi-Brush. Quando necessário, realiza-se a sucção por
pipeta de vidro para obtenção de líquido rico em células exfoliativas de fundo de saco. (KOSS
& GOMPEL, 2006).
No que diz respeito à sensibilidade, por se tratar de um método de diagnóstico indireto e
interpretatico, o esfregaço citológico pode deixar de diagnosticar casos positivos, seja por
inadequação de amostra, por erro na coleta, por artefato, por presença de inflamação ou
sangue, como também apresentar resultado falso-positivo (www.hpvgenital.hpg.com.br).
2.4.2.1 Laudo citopatológico
Os relatórios dos laudos citopatológicos emitidos seguem o Sistema Bethesda de 2001, com
objetivo de promover uma comunicação eficaz dos achados relevantes de citologia entre os
achados clínicos e laboratoriais, favorecendo assim, um melhor tratamento para o paciente
(SOLOMON, 2004). Anexo G
2.4.3 Diagnóstico colposcópico
O exame colposcópico é indispensável para o diagnóstico da infecção por HPV do colo
uterino, vagina, vulva (vulvoscopia) e pênis (peniscopia). O exame é útil para avaliação da
localização, extensão e mapeamento das regiões suspeitas com o auxilio do ácido acético 2%
a 5% e do teste de Schiller e Collins, procedendo-se a seguir biópsia orientada (CAMPOS,
2010).
25
A colposcopia não é um instrumento de rastreamento, mas um adjuvante em mulheres com
esfregaço citológico anormal. É indicada também em lesões suspeitas para indicação,
realização e acompanhamento do tratamento.
A infecção subclínica por HPV do colo uterino é uma área não-papilomatosa que pode estar
localizada dentro e fora da zona de transformação, e raramente se estende para dentro do
canal cervical, acetorreativa, branca, brilhante ou opaca, de margens entrecortadas e superfície
irregular. Os aspectos colposcópicos observados são múltiplos e variados, podendo ser
denominados como:

Condiloma plano - lesões pequenas arredondadas, branco-peroladas, com
pouco relevo, lisas, com leve espessamente queratótico. O teste de Schiller é
iodo claro ou fracamente iodo positivo;

Mosaiciforme - área branca, elevada, com vários e pequenos campos
poligonais e/ou ovais separados por estreitas margens avermelhadas, cada
campo com um capilar de calibre uniforme e não dilatado. Teste de Schiller
iodo claro com pequenas zonas fracamente iodo positiva;

Queratosifon-ne - área queratótica, elevada, intensamente branca, não
vascularizada, branca e com bordas regulares. Teste de Schiller fracamente
iodo claro;

Micropapilar – pequenas, estreitas e múltiplas proliferações papilares com
aspecto ondulante, que após ácido acético apresentam epitélio branco
hiperqueratótico na periferia e epitélio translúcido no centro. Teste de Schiller
iodo claro ou fracamente iodo positivo;

Florida e microflorida - proliferação esbranquiçada elevada, superfície
grosseiramente inamelonada freqüentemente multicêntrica; agregado de
pequenas papilas, cada uma com um capilar sob o epitélio translúcido da
superfície. Teste de Sebiller irregular. Na vulva alguns aspectos diferentes
surgem como forma florida com pequenas cristas em localização cutânea;

Condilomatose papular ou microfiorida - pequenas pápulas vermelhas,
arredondadas, separadas por estreita borda branca, pouco elevada, localizada
na mucosa;
26

Condilomatose
micropapilar
-
excrescências
papilares
filamentosas,
pequenas, múltiplas, lisas, translúcidas, localizadas na face interna dos
pequenos lábios; após aplicação de ácido acético tornam-se brancas com ápice
e bordas intensamente acetorreativas e com eixo vascular bem evidente. Exige
diagnóstico diferencial com micropapilomatose labial fisiológica de mulher
jovem;

Condilomatose macular - lesões maculares pequenas, pouco elevadas, lisas,
múltiplas, com tendência a confluir em grandes áreas, evidentes após ácido
acético a 5%. (CAMPOS, 2010).
Na vagina são pouco freqüentes lesões isoladas, geralmente a infecção vaginal pelo HPV está
associada a lesões de colo e/ou vulva. Dois aspectos se apresentam caracteristicamente, a
condilomatose florida e condilomatose plana. No pênis o aspecto colposcópico das lesões
HPV, induzidas, se apresentam na forma florida, de pápula, mácula, micropápula, todas
semelhantes às observadas nas mulheres e a imagem "fingering" com pequenas projeções
distribuídas em fileira ao longo da margem coronal da glande (CAMPOS, 2010).
2.4.4 Diagnóstico Histopatológico
Através da imuno-histoquimica pode-se observar a presença de antígenos virais,
principalmente nas camadas mais superficiais dos condilomas. Os vírus produzidos são
responsáveis pela infecção de células vizinhas, o que completa o ciclo vicioso (FILIPPIN,
2003).
O diagnóstico histopatológico é a análise microscópica de um fragmento do tecido
proveniente da lesão. É imprescindível no diagnóstico de papilomavírus humano, pois permite
relacionar o efeito citopático do vírus (coilocitose) e a lesão epitelial proliferativa ou
neoplásica (www.gineco.com.br/hpv).
Esta forma de diagnóstico também se baseia no efeito do vírus sobre as células e tecidos
infectados, sem identificar propriamente o vírus. Não é capaz de diagnosticar a infecção
27
latente, mas confirma a existência da doença nas lesões subclínicas e informa a existência ou
não de lesões pré-invasivas (neoplasias intra-epiteliais).
O diagnóstico histopatológico está indicado nas seguintes situações:
 Lesões externas que não tenham o aspecto característico de condiloma;
 Em casos de dúvida quanto á possibilidade de lesão pré-invasiva ou invasiva;
 Quando as pacientes infectadas não responderam ao tratamento convencional;
 Quando a paciente estiver imunodeprimida (www.gineco.com.br/hpv).
2.4.5 Diagnósticos Moleculares
Estas técnicas identificam o DNA viral incorporado ou não ao material nuclear da célula
infectada e são capazes de identificar os tipos de HPV presentes. São chamadas de técnicas de
hibridização molecular e incluem, entre outras, a reação em cadeia de polimerase (PCR) e a
captura híbrida. A captura híbrida é um método mais recente que tem a vantagem de utilizar
reagentes radioativos, facilitando seu manuseio e diminuindo seu custo. A cadeia de
polimerase (PCR) é capaz de detectar quantidades ínfimas de DNA do HPV através de um
processo que multiplica seqüências de DNA encontradas, mas não está claro se tem
desempenho diagnóstico superior ao da captura híbrida. Estes meios são capazes de
diagnosticar a forma latente, mas não são necessários para o diagnóstico das formas
subclínicas ou clinicas da infecção (www.gineco.com.br/hpv).
2.4.6 Cadeia de Polimerase (PCR)
Esta técnica de ampliação gênica altamente sensível e específica fornece medidas precisas de
exposição ao HPV, permitindo que os estudos epidemiológicos mais recentes confirmassem o
HPV como determinante intermediário na seqüência de eventos que leva ao carcinoma do
colo uterino. Os métodos baseados em PCR têm a maior sensibilidade de detecção dos
genomas virais e acoplados a um ensaio de hibridização permitem detectar os tipos de HPV,
em torno de 30, nos casos de espécimes provenientes da mucosa genital. Além disso,
requerem quantidades muito pequenas de DNA da amostra biológica, e preparações
relativamente impuras podem ser utilizadas. Uma outra vantagem desde método é que ele
28
permite análises introspectivas (www.virushpv.com.br).
2.4.7 Teste de Captura Híbrida para HPV
A captura híbrida para HPV é um teste de metodologia extremamente avançada que se utiliza
das técnicas de biologia molecular para a detecção do DNA viral. O teste tem por princípio a
hibridização de sondas específicas de RNA ao DNA/HPV. Os híbridos formados são
capturados em uma microplaca por anticorpos anti-DNA/RNA e a reação é amplificada por
um conjugado, anticorpo-enzima. Um substrato quimioluminescente é utilizado para revelar a
reação que é medida em unidades de luz relativa (RLU). Valores de RLU/ Cut off maiores ou
iguais
a
um
indicam
a
presença
de
DNA/HPV
(www.bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cancer_utero).
O teste de captura híbrida é muito simples e não causa dor. Segue os mesmos procedimentos
que se usa para os outros exames ginecológicos. O médico introduz o especulo e, com o
auxilio de uma escova, coleta amostras de secreção do colo uterino, da vagina ou da vulva.
Após o exame a escova é colocada em um tubo com líquido especial e enviada ao laboratório.
É feito a partir de amostras de escovado ou biópsia de lesões do colo uterino. E suas
indicações incluem:

Exame colpocitológico denotando ASCUS (atipia escamosa de significado
indeterminado) ou AGUS (atipia glandular de significado indeterminado);

Monitoramento terapêutico;

Lesão colposcópica incaracterística;

Discordância da citopatologia, colposcopia e histopatologia;

Controle de qualidade em citologia e anatomia patológica.
O teste de captura híbrida para HPV representa uma nova forma de rastreamento do câncer
cervical e de seus precursores. A utilização desta nova metodologia permite maior acurácia no
diagnóstico, complementando os resultados obtidos através de exames citológicos e
histopatológicos
que
apresentam
resultados
falso-positivos
(www.bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cancer_utero.).
e
falso-negativos
29
2.5 Aspectos Preventivos
A realização da prevenção primaria é quando se evita o aparecimento da doença por meio da
intervenção no meio ambiente e seus fatores de risco, como o estimulo ao sexo seguro,
correção das deficiências nutricionais, diminuição a exposição ao tabaco, acompanhamento
das mulheres com situação de risco de maneira mais freqüente em consulta ginecológica
(www.bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cancer_utero.).
Em 1988, o Ministério da Saúde, por meio do Instituto Nacional de Câncer-INCA, realizou
uma reunião de consenso, com a participação de diversos institutos internacionais,
representantes das sociedades científicas e das diversas instâncias ministeriais e definiu que,
no Brasil, o exame colpocitopatológico deveria ser realizado em mulheres de 25 a 60 anos de
idade, ou que já tivessem tido atividade sexual mesmo antes desta faixa de idade, uma vez por
ano e, após 2 exames anuais consecutivos negativos, a cada 3 anos (ZARDA, 2002).
Entre as recomendações, é fundamental que se invista em educação, especialmente dos
adolescentes, estimulando o uso do preservativo para prevenção da transmissão do vírus, além
disso, as pesquisas devem continuar na busca de métodos diagnósticos mais sensíveis e de
menor custo, dando cobertura a toda população feminina suscetível e de risco. Isso propiciará
possibilidade de tratamento restrito às doenças precursoras do câncer cervical e intervenção
mais precoce nos casos de doença invasora (NICOLAU, 2003).
Outro importante meio de prevenção é a utilização da vacina quadrivalente contra os tipos 6,
11, 16, 18 de HPV. Esta descoberta demonstra, após estudos clínicos realizados no período de
10 anos, a comprovada eficácia em 100% na imunização contra os cânceres cervicais
provocados pelos tipos 16 e 18 de HPV. A vacina é autorizada para meninas de 9 a 26 anos,
mas estudos indicam que uma população mais ampla se beneficia da imunização (GIRIANE,
2004).
A vacina deve ser ministrada em três doses, com a segunda sendo aplicada dois meses após a
primeira, e a terceira seis meses depois da dose inicial. Por enquanto está confirmada a
imunização por um período de cinco anos. Os estudos clínicos indicam que, embora a vacina
30
quadrivalente não possa alterar o desenvolvimento de uma infecção já presente, mulheres
previamente infectadas com um ou mais tipos de HPV contidos na vacina também são
protegidas contra as doenças causadas pelos demais tipos combatidos pela vacina
(www.gineco.com.br/hpv).
2.6 Tratamento do HPV
Em relação ao parceiro, ainda não está claro quando investigar ou tratar a doença,
especialmente quando subclínica. As evidências demonstram que, para o casal constituído,
talvez não seja necessário tratar o homem ou indicar o preservativo por longo período, como
se preconizava anteriormente; a história natural da doença parece ter seu curso independente
em cada um dos parceiros e não há risco de reinfecção (NICOLAU, 2003).
As lesões precursoras do câncer do colo de útero têm um tratamento individualizado para
cada caso. Variando desde o simples acompanhamento cuidadoso, a diversas técnicas,
incluindo a crioterapia, a biopsia com laser, a histerectomia e a radioterapia. De acordo com
histopatológico é direcionada a modalidade terapêutica com o principal objetivo de preservar
a
função
reprodutiva
e
minimizar
a
morbidade
(www.bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cancer_utero.).
Diversas condutas são possíveis, a depender do exame citopatológico, desde a repetição
citopatológica em 6 meses, em lesões de baixo grau – HPV e NIC I – pois regridem
espontaneamente em cerca de 80% das vezes, até um tratamento cirúrgico. Os casos de
tratamento clínico podem ser realizados através da destruição da lesão por meios físicos ou
químicos A escolha de qual o tipo de método a ser realizado também irá depender da
localização das lesões, seu crescimento e gravidade, penetração no canal cervical, gravidez e
condições clínicas da paciente (www.bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cancer_utero.).
O tratamento cirúrgico tem como objetivo promover o controle local com mutilação mínima e
obtenção de informações a respeito da biologia do tumor e de seu prognóstico, modulando
assim o tratamento adjuvante. O CAF consiste na utilização de um eletrobisturi de alta
freqüência com eletrodos metálicos que conduz energia elétrica de baixa voltagem e alta
31
freqüência permitindo o corte do tecido com mínimo dano ao órgão, capazes de fazer uma
excisão local sob controle colposcópico. Atualmente, a cirurgia de alta freqüência (CAF) é
considerada um bom método para o tratamento das lesões precursoras do câncer cervical
(www.bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cancer_utero).
A podofilina é o medicamento mais antigo usado no tratamento de condilomas, consiste em
um extrato alcoólico de uma resina vegeta derivada das espécies Podophyllum peltatum ou
Podophyllum emodi. A terapia com podofilina deve ser repetida uma vez por semana para
alcançar efeito antiverruga cumulativo. Sua ação parece ser por inibição da atividade mitótica
celular e destruição das células epiteliais queratizadas. Pode apresentar toxidade de grau
variado quando usada sem cautela, compreendendo desde náuseas e vômitos ou mesmo
alteração neurológica (VERONESI & FOCACCIA, 1992).
Outra forma de tratamento é a utilização de substancias ácidas, como a solução de ácido bi e
tricloroacético. Estes ácidos são utilizados em solução de 45 a 95% em álcool a 70% com
afeito cáustico, causando necrose tissular no local da aplicação. O efeito necrótico tecidual é
dependente do tempo de exposição a substancia, podendo utilizar mais de uma aplicação por
local afetado. O tratamento com os ácidos não apresenta efeito sistêmico, podendo ser
aplicado na vagina e colo, assim como durante a gravidez (VERONESI & FOCACCIA,
1992).
A excisão local é o método apropriado para o tratamento de poucas lesões a nível
ambulatorial, especialmete quando é desejável exame histopatológico do espécime. Sua
indicação está associada ao tamanho da lesão, onde lesões maiores podem apresentar
pequenas respostas as técnicas destrutivas, exigindo ainda o uso de anestesia local
(FONSECA, 2004).
A eletrocauterização consiste na cauterização de lesões isoladas por meio de um
eletrocautério. O controle da profundidade é difícil, podendo levar a necrose tecidual extensa
e estenose em estruturas tubulares como o canal anal e vagina. Método doloroso, requerendo
o uso de anestesia (VERONESI & FOCACCIA, 1992).
32
Outro método de tratamento é a crioterapia, que consiste na destruição térmica por meio do
nitrogênio líquido, gás carbônico sólido ou dispositivo metálico resfriado por óxido nitroso.
Útil em poucas lesões ou em lesões ceratinizadas, pouco dolorosa, sendo raro o uso de
anestésicos (VERONESI & FOCACCIA, 1992).
O laser de CO2 é um método bastante eficiente de tratamento. Em mãos experientes, a
aplicação do CO2 se torna uma das principais formas de destruição local dosa condilomas,
com controle de profundidade de lesão tecidual com rápida cicatrização e bom efeito estético.
Todavia, é de alto custo e requer anestesia para sua realização (VERONESI & FOCACCIA,
1992).
33
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Podemos afirmar, a parti deste estudo, que atualmente o papilomavirus humano (HPV) é
considerado o principal causador do câncer de colo de útero no Brasil, sendo o segundo tipo
de câncer causador de morte em mulheres. De acordo com a Organização Mundial de Saúde
(OMS), o HPV é a segunda causa de morte em mulheres na idade reprodutiva em todo
mundo, representando uma grande importância mundial.
Esta pesquisa mostra que vários fatores de risco estão associados ao desenvolvimento de
câncer cervical, como o número de parceiros sexuais, o inicio precoce da atividade sexual,
tabagismo, alimentação e o uso de anticoncepcionais.
Foi observado nesta investigação científica, que, o exame de Papanicolaou – método utilizado
para diagnostico de câncer cervical - é uma técnica de baixo custo e de fácil acesso a
mulheres, uma vez que está disponível na rede pública de saúde, fornecendo resultados
satisfatórios em um curto espaço de tempo. Resultados positivos para lesões neoplásicas em
exames citológicos encaminham o paciente a exames histopatológicos para a orientação do
profissional quanto ao tratamento. Essas lesões podem ser simples como lesões de baixo grau
– LSIL- ou lesões mais profundas e invasivas como lesões de alto grau – HSIL, Carcinomas
in situ ou Invasores. O tratamento da paciente é individualizado, variando desde simples
acompanhamento até técnicas mais abrasivas, como a conificação do colo uterino ou
histerectomia, sendo cada modalidade de tratamento direcionada de acordo com o
histopatológico.
Portanto, diante de tal gravidade da doença, esta pesquisa deixa clara a importância de se
tomar medidas educacionais de saúde, visando prevenir, diagnosticar e orientar para um
tratamento direcionado e precoce da infecção pelo vírus HPV. Assim minimizamos os
números de casos de neoplasias uterinas, com conseqüente redução de morte entre mulheres.
No contexto de que com a educação se consegue transformar a sociedade, temos nós, os
profissionais da saúde, o importante papel de educadores orientadores diante da sociedade.
34
4 REFERÊNCIAS
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35
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36
ANEXOS
37
ANEXO A
38
Anatomia e fisiologia do trato genital feminino
Fonte: www1.folha.uol.com.br
39
ANEXO B
40
Exame preventivo papanicolauo
Fonte: Pro. Dr. Carlos Daniel Passo Lobo
Fonte: Prof. Dr. Carlos Daniel Passos Lobo
41
ANEXO C
42
Coilócitos bi-nucleados - característica de uma Lesão Intra-Epitelial de baixo grau.
Fonte: www.digene.com.br/menu/informativos
Fonte: www.digene.com.br/menu/informativos
Fonte: Prof. Dr. Carlos Daniel
43
ANEXO D
44
Lesão Intra - Epitelial de alto grau – HSIL
Discariose moderada (HSIL) - Célula moderadamente
discarióticas mostram cromatina pálida (eucromatina) dentro de
núcleos irregularmente aumentados.
Fonte: MACKEE, 2001.
45
ANEXO E
46
Carcinona in situ – sugestivo de micro-invasão
Carcinoma de células escamosas provavelmente micro-invasor –
Além de hemácias lisadas a presença de pequenos focos de
necrose (círculo) sugere a possibilidade de micro-invasão.
Fonte: www.pro-celula.com.br
Carcinoma de células escamosas "in situ" – Células profundas
acentuadamente discarióticas com tendência a "fila indiana" (1).
Fonte: www.pro-celula.com.br
47
ANEXO F
48
Carcinoma e Adenocarcinoma invasor
Fonte: www.master.med.br/curitiba/galeria-de-imagens/
Fonte: www.master.med.br/curitiba/galeria-de-imagens/
Fonte: www.pro-celula.com.br/home/atlascitologico
49
ANEXO G
50
Laudo citopatológico
Fonte: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cancer_utero.pdf
51
Solon Teixeira Filho
[email protected]
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