Manual ilustrado de plantas medicinais - Medicina

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Manual ilustrado de plantas medicinais
Moacyr Pezati Rigueiro
4á edição
PAULUS
NOTA DO AUTOR:
A pedido do Pe. Manoel Quinta, de iaulus
Editora, estava estudando a possibilidade da edição de um livro ou
manual de plantas medicinais confesso que com um certo grau de
ceticismo.
Talvez porque muitas fontes consultadas apresentasse as plantas
medicinais como "milagrosas", capazes de curar qualquer doença, mas
sem a documentação científica adequada.
Foi quando um acidente com água fervente queimou-me
parte do antebraço e do punho, com
queimaduras de segundo e terceiro graus. Sofri
alguns dias por não encontrar medicamento que
me tirasse a dor, até que, mais por conselho de
amigos e parentes que por própria convicção,
decidi experimentar usar óleo de oliva e pomada
de calêndula. Para minha surpresa, o alivio foi
quase imediato e os primeiros sinais de regeneração dos tecidos
começaram a surgir.
Vencido pela evidência, comecei a ter mais respeito por tais
plantinhas.
Como médico, jamais duvidei do poder
terapêutico das plantas, mas achava que plantas
medicinais fossem aquelas classicamente descritas
nos livros de Farmacologia, das quais sabia
de cor até os nomes científicos: Atropa bellesdonnes,
outras. Pude descobrir então que a maioria das
plantas medicinais não se encontra mesmo em
livros de farmacologia ou terapêutica (até porque
a maioria não foi ainda bem estudada, principalmente
no Brasil), mas sim nas florestas, nos
campos, nas hortas e jardins, em muitas drogarias,
mas principalmente nas "farmácias caseiras"
dos povos de todo o mundo. Essa universalidade
do uso de plantas medicinais foi o que mais me
chamou a atenção, pois, como se diz, não se pode
enganar muita gente por muito tempo.
De onde vem a fama de calmante da camomila,
por exemplo, senão da experiência dos povos
que há milênios a usam como tal?
Muitos são os que acham que o poder das
plantas está só na mente de quem as usa (efeito
placebo). Eles se esquecem de que estudos sérios
e recentes vêm confirmando dia após dia a presença
de princípios ativos nessas plantas usadas
pelo povo. E se esquecem também de que esse
efeito psicológico, desde que bem usado, é importantíssimo
também no uso de medicamentos
tradicionais. Que médico não teve pelo menos um
paciente que, por não acreditar no remédio, não
obteve melhora objetiva enquanto não houve a
substituição por outro, de mesmo princípio ativo,
cuja diferença fosse apenas na cor da cápsula ou
no sabor do veículo?
Talvez esse efeito psicológico seja maior com
o uso de plantas. E muito diferente fazer um chá
calmante, esquentando a água, separando a
planta, esperando esfriar um pouco, adoçando
com mel, sentindo o sabor e o aroma (mesmo que
pouco agradável algumas vezes!) a cada gole, do
que simplesmente engolir um comprimido com
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um pouco de água e ir deitar-se. Com a vida
agitada de nossos dias, principalmente nas grandes
cidades, a cura poderia iniciar-se com o plantio
de uma mudinha de hortelã ou melissa num
vasinho colocado najanela do apartamento. Quem
pode negar isso?
É importante notar que esse efeito psicológico é completamente
diferente do radicalismo, da mistificação. A verdade está no
equilíbrio, na ponderação. Apresentar as plantas como milagrosas por
um lado ou como inúteis por outra, seria faltar com a honestidade.
Devem ser apresentadas como forma auxiliar ou alternativa à
terapêutica tradicional, nas doenças que podem ser dessa maneira
tratadas. A fitoterapia não exclui o tratamento ou acompanhamento
médico; tem suas indicações, assim como têm indicação a cirurgia, a
fisioterapia, a acupuntura, a pscoterapia ou a homeupatia; as doenças
são diferentes, como são diferentes os doentes.
Este manual procura apresentar as plantas medicinais mais usadas,
indicando sempre os princípios ativos, as partes a serem usadas, as
propriedades medicinais e a maneira de preparar e usar cada uma
delas. Algumas plantas muito usadas foram omitidas, por não terem
sido encontrada referências aos princípios ativos, à dosagem ou à
maneira de usar. Acredito que as outras plantas apresentadas e
reconhecidas não só no Brasil, mas em outros países da europa, das
Américas ou da Ásia como medicinais, podem perfeitamente preencher
essas lacunas, de maneira mais segura.
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AS PLANTAS MEDICINAIS
Plantas medicinais são aquelas que podem
ser usadas no tratamento ou na prevenção de doenças.
Toda planta medicinal tem no mínimo um
princípio ativo, que é a substância responsável
pelo efeito curativo.
É interessante notar que para o efeito medicinal existir, deve estar
presente o princípio ativo, mas é também muito importante o que se
chama de fitocomplexo. Fitocomplexo é o conjunto de todas as
substâncias presentes na planta (vitaminas, sais minerais, resinas
etc.), e que agem juntamente com o princípio ativo, melhorando o
efeito. A explicação para essa melhora do efeito é que as demais
substâncias podem facilitar a absorção e o aproveitamento do princípio
ativo pelo organismo.
Por isso, no tratamento com plantas medicinais
tudo deve ser feito para preservar ao máximo
o fitocomplexo. Assim, algumas plantas não
podem ser fervidas, outras só podem ser colhidas
em algumas épocas do ano, de outras só se usam as flores e assim por
diante, sempre de maneira a não se perder o fitocomplexo ou de
aproveitá-lo da melhor forma possível.
É curioso saber que a palavra droga (sinônimo de remédio ou
medicamento) quer dizer "erva seca" e daí o nome de drogaria; na
verdade, muitos dos remédios tradicionais (alopáticos) são retirados
de plantas.
Apesar do homem usar plantas medicinais
desde milhares de anos antes de Cristo e muitas
delas serem conhecidas no mundo todo, ainda há
uma enorme quantidade de plantas sobre as
quais a Medicina sabe muito pouco ou mesmo
nada conhece; algumas são usadas por índios e
camponeses e, futuramente, talvez o tratamento
para muitas doenças hoje incuráveis venha dessas plantas.
Mas... as plantas podem realmente curar
doenças?
Nenhum médico duvida que sim. Pois, apesar de todo o progresso da
medicina, atualmente ainda uma série de medicamentos muito importantes
são extraídos ou derivados de substâncias retiradas de plantas. Os
exemplos são numerosos: a morfina, um dos mais poderosos remédios
contra a dor, é extraída da papoula (Papcsver somniferum; a atropina,
muito usada contra cólicas, é retirada da beladona (Atropcz
belladonna); a digitalina, que é um tônico para o
coração, é encontrada na dedaleira (Digitalzs
purpurecz); a aspirina, um derivado do ácido
saliclico encontrado no salgueiro ou chorão (Salzx
babyloniccz). Até mesmo a penicilina, um dos antibióticos mais usados,
é produzida naturalmente por fungos do gênero penscillium; os fungos
são vegetais como as plantas mais conhecidas e são representados pelos
cogumelos, pelos vários tipos de mofos ou bolores e pelos levedos
(fermentos) do pão e da cerveja, por exemplo.
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Alguns fungos podem causar doenças nas plantas, nos animais e no homem.
Qual é então a diferença entre o tratamento
tradicional da Medicina (alopatia) e o tratamento
com plantas?
A diferença é que a Medicina, depois de descobrir o princípio ativo de
uma planta, extrai e purifica esse princípio ou até mesmo consegue
passar a produzi-lo em laboratórios com técnicas cada vez mais
sofisticadas, de modo que dispõe da droga pura, sabendo exatamente,
por exemplo, quantos gramas do princípio ativo existe num comprimido
ou numa medida de xarope. Estudando então esse princípio ativo em
laboratórios, em milhares de testes com animais, pode saber muito bem
qual a dose ideal para o efeito desejado, se a droga tem alguma
contra-indicação (que perigos pode apresentar), quais são os efeitos
colaterais e mesmo qual a dose letal ou seja, a dose que pode causar a
morte por envenenamento.
Com as plantas é mais difícil saber exatamente esses detalhes
todos, pois ocorrem variações no teor do princípio ativo de acordo com
a quantidade de sol, de água e de cuidados que a
planta recebe. E comum no mesmo pomar, por
exemplo, uma laranjeira dar laranjas maiores e
mais doces que outra distante dela apenas alguns
metros. Mas ser diferente não significa ser pior
ou melhor...
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PLANTAS CURAM
QUALQUER, DOENÇA?
Dizer que sim é exagerar e mentir.
A resposta mais certa é dizer que depende da doença e do doente.
Depende da doença, porque para cada doença existe um tratamento
mais indicado. Explicando melhor:
- há doenças que não têm cura, como a raiva
ou hidrofobia, o tétano, a poliomielite (paralisia
infantil) e outras. Como não existe tratamento
nem com remédios nem com plantas, a Medicina
felizmente conseguiu desenvolver as vacinas,
que impedem que as pessoas fiquem doentes (as
pessoas ou os animais, como no caso da raiva. Os
cães vacinados não transmitem a doença, mesmo
que mordam alguém). Hoje em dia há uma doença
mais perigosa ainda, a AIDS, porque não tem
nem cura nem vacina, pelo menos por enquanto.
A única maneira de não ficar doente é evitando
contaminar-se com o sangue ou secreções dos
portadores do vírus, mesmo que estes ainda não
apresentem sintomas da doença.
- outras doenças só têm cura com um tratamento rigoroso e
tradicional, com antibióticos, como é o caso da tuberculose, da
hanseníase e da sífilis. Mesmo alguns tipos de câncer são curáveis com
tratamento agressivo (cirurgia, radioterapia e quimioterapia).
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Substituir esses tratamentos por plantas e chás pode ser extremamente
perigoso e até causar a morte do doente.
- há doenças que só podem ser tratadas com operações (cirurgias). São
exemplos a apendicite aguda, as hemorragias internas, as hérnias
encarceradas e alguns tipos de fraturas dos ossos.
Nesses casos, as plantas só podem ajudar na
recuperação, mas não diretamente na cura.
- várias doenças podem ter cura espontânea, mesmo sem tratamento
algum. É o caso da hepatite causada por vírus tipo A, algumas
diarréias, verrugas e aftas comuns da boca. O tratamento com plantas
ou remédios só pode acelerar a cura.
Depende também do doente, porque as pessoas são diferentes na forma
como reagem a um tratamento. O que é bom para um pode não ser para
outro. Por exemplo podem ser citadas as alergias; se a pessoa for
alérgica a uma planta, da mesma maneira que algumas são alérgicas à
penicilina, não adianta insistir no tratamento, que pode causar maior
mal que bem. Podem ser lembrados ainda os pacientes diabéticos. Alguns
conseguem controlar a doença somente com uma dieta alimentar, outros
precisam de dieta e remédios e outros precisam também de injeções de
insulina, porque o pâncreas não consegue mais
produzir insulina suficiente. Tentar tratar um desses pacientes que
precisam de insulina somente com plantas pode ser um risco de vida.
É muito importante saber que um tratamento
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não precisa excluir o outro. Com controle médico,
os pacientes que não podem deixar seus
remédios de uma hora para outra, podem iniciar
o tratamento com plantas e continuá-lo se isso
trouxer melhora.
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COMO RECONHECER livros plantas
AS PLANTAS MEDICINAIS
É preciso ter muito cuidado para não confundir uma planta com outra e
acabar usando a planta errada. Trocar uma planta medicinal por outra
parecida e venenosa pode levar à morte.
Confundir plantas não é muito dificil, porque algumas são realmente
muito parecidas no tipo de folhagem, de flores e até no cheiro. Além
disso num país tão grande como o Brasil, a mesma planta pode ter mais
de um nome popular, conforme a região; por exemplo, a planta que no
sul do país é chamada de erva-cidreira, tem outro nome no norte ou no
nordeste.
Para evitar esses erros, os botânicos (cientistas que estudam os
vegetais) classificam as plantas em grupos e dão a cada uma um único
nome, que é o mesmo no mundo inteiro.
Essa classificação em grupos é feita de acordo com as semelhanças
entre as várias plantas. Um certo número de plantas semelhantes forma
uma Familia. Cada familia é formada por vários grupos menores,
chamados Gêneros. Cada gênero, por sua vez, agrupa várias espécies.
Algumas plantas, mesmo sendo da mesma espécie, mostram algumas
diferenças entre si, sendo portanto de variedades diferentes. toda
essa classificação termina por dar a cada planta um nome, ou melhor,
"nome e sobrenome"; é o chamado nome científico. Esse nome é sempre
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escrito em latim, com letras grifadas, sendo o primeiro nome o do
Gênero (letra inicial maiúscula) e o segundo o da espécie (letra
inicial minúscula).
Às vezes ainda há um terceiro nome, o da Variedade.
Para que se entenda melhor, tomemos como
exemplo a familia das Umbeliferas. Essa família
agrupa algumas plantas que dão flores e sementes
em umbelas (daí o nome da familia). Umbelas
são aqueles "cachos" parecidos com um guarda-chuva,
que podem ser vistos na erva-doce, no
anis, na salsa e em muitas outras plantas. Por
isso elas são da mesma familia.
Como outro exemplo, tomemos a hortelã e o
poejo. Elas são plantas da mesma familia, a das
labiadas. As duas pertencem também ao mesmo
gênero, o gênero Mentha. A única diferença é que
são de espécies diferentes, tendo portanto o segundo
nome ("sobrenome") diferente. A hortelã
chama-se Menthai crispa e o poejo Menthai
pulegium. Não existe outra planta com o mesmo
nome científico em nenhum lugar do mundo.
Não há dúvida de que isso tudo é muito complicado e que só mesmo um
botânico pode saber o nome científico, ou pelo menos a que familia uma
planta pertence. Mas também não há dúvida de que isto pode nos ajudar
a encontrar uma determinada planta em farmácias que vendem ervas.
É só conferir no pacote ou no frasco o nome
científico para ter certeza de que não estamos
comprando a planta errada. Na prática, é claro
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que todos sabem reconhecer o alho, a cebola, a
hortelã, a salsa, a arruda e o alecrim, que são
plantas cultivadas em qualquer horta, jardim ou
mesmo encontradas para vender nas feiras e
mercados. O problema é reconhecer as plantas
mais raras ou aquelas que não são cultivadas na
região onde se mora. Para isso são úteis os livros
de plantas, ou as revistas de hortas e jardins,
porque costumam trazer as fotografias ou os
desenhos de cada planta, com o nome científico
também. Quem se interessa pelo assunto em
pouco tempo estará familiarizado com os mais diversos
tipos de plantas, podendo facilmente reconhecer qualquer uma delas.
Se a pessoa vai colher a planta no campo, no jardim ou mesmo
comprá-la em qualquer lugar, se tiver a menor dúvida no
reconhecimento, é melhor não usar aquela planta.
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COMO COLHER E GUARDAR:
AS PLANTAS MEDICINAIS
A maioria das plantas pode ser guardada
depois de secas por até um ano. Depois de um ano,
começam a perder suas qualidades.
Todo o cuidado é pouco quando lidamos com
a saúde. Se vamos usar as plantas como remédio,
é importante que sejam limpas e livres de bichos,
mofos ou venenos.
COLHEITA: Primeiro confira qual a parte da planta que deve ser usada
(folhas, flores,
flores, frutos, raízes, casca ou toda a planta), pois isso
pode definir em que época do ano será melhor
colher. Em geral, as folhas têm mais princípios
ativos (são mais concentrados) na época da
floração e as raízes na época do outono ou inverno, quando a planta tem menos folhas ou perde
todas (período de dormência da planta). As flores
devem ser colhidas assim que começarem a abrir.
A colheita deve ser feita de maneira a proteger
a planta o máximo possível, principalmente
se a pessoa vai colhê-la no campo, onde nasce
espontaneamente. Não arranque a planta toda
se for usar somente as flores ou as folhas. Deixe
algun.s brotos e ramos para que a planta possa
continuar seu crescimento. Se precisar arrancar
toda a planta, cuide para sempre deixar algumas
delas no local, para que possam multiplicar-se e
serem encontradas novamente no futuro. Muitas
plantas correm risco de desaparecer para sempre
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de um lugar se não forem protegidas. Espalhe
sementes ou plante galhos (caso a planta se
multiplique por galhos ou estacas). De preferência,
cultive suas plantas emjardins, vasos ou hortas,
pois é mais fácil ter certeza de que não estarão
poluídas e de que não serão destruídas totalmente.
Procure não cortar a raiz principal, senão a
planta morre; tente arrancar somente as raízes
laterais, menores.
Verifique sempre se o local não é irrigado com
água poluída, sé não há poluição de fábricas ou de
automóveis, como nas beiras de estradas, ou
perigo de envenenamento com agrotóxicos por
estar perto de roças e plantações.
Não colha plantas doentes ou com bichos.
Despreze as partes que pareçam muito sujas ou
comidas por insetos.
Não colha em dias chuvosos, úmidos; espere
o orvalho secar, porque a umidade facilita o
aparecimeto de mofos.
Se a planta estiver muito empoeirada ou suj a
de terra, lave cuidadosamente com água limpa,
escorra bem e enxugue com um pano seco.
SECAGrEM: Para a secagem, primeiramente
separe cada tipo de planta. Depois de secas, é
mais dificil a separação. Coloque sobre uma tela
ou peneira, de plástico ou pano, evitando as de
metal, que podem enferrujar. Coloque par a secar
em local bem iluminado mas sem sol direto, bem
...
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Rosset.Miracovisk
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